Situação de saúde e modelos de atenção

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A Situao de Sade e os Modelos de AtenoWanessa Vieira Marques

A Situao de Sade e os Modelos de AtenoRoteiro da aula Condies de Sade - Definio As Situaes das Condies de Sade no Brasil e no Mundo Os Sistemas de Ateno Sade Modelo de Ateno Sade - Definio A Mudana do Modelo de Ateno Sade Modelo de Ateno Crnica (CCM) Modelo da Pirmide de Risco de Kaiser Permanente

Condies de SadeDefinio As condies de sade podem ser definidas

como circunstncias na sade das pessoas que se apresentam de forma mais ou menos persistente e que exigem respostas sociais reativas ou proativas, eventuais ou contnuas e fragmentadas ou integradas dos sistemas de ateno sade; A categoria condio de sade

fundamental para se adequar a ateno sade;

Condies de SadeDefinio (cont.)

Tradicionalmente trabalha-se em sade com uma diviso entre doenas transmissveis e doenas crnicas no transmissveis; Essa tipologia tem sido muito til nos estudos epidemiolgicos, mas, por outro lado, ela no se presta para referenciar a organizao dos sistemas de ateno sade;

Condies de SadeDefinio (cont.)

Tem sido considerada uma nova categorizao, com base no conceito de

condio de sade, desenvolvidainicialmente por tericos ligados aos modelos de ateno s condies crnicas, posteriormente acolhida pela OMS (2003): as condies agudas e as condies crnicas.

Condies de SadeAgudas X Crnicas Essa tipologia est orientada, principalmente, por algumas variveis-chave contidas no conceito de condio de sade:1. O tempo de durao da condio de sade, breve

ou longo; 2. A forma de enfrentamento pelo sistema de ateno sade, se episdica, reativa e feita sobre a queixa momentnea ou se contnua, proativa e realizada por meio de cuidados, mais ou menos duradouros, contidos em um plano de cuidado elaborado conjuntamente pela equipe de sade e pelas pessoas usurias; 3. Por fim, o modo como se estrutura o sistema de ateno sade, se fragmentado ou integrado.

Condies de SadeAs diferenas entre as condies agudas e crnicas

Condies de SadeAgudas

As condies agudas, em geral, so manifestaes de doenas transmissveis de curso curto, como dengue e gripe, ou de doenas infecciosas, tambm de curso curto, como apendicite ou amigdalites, ou de causas externas, como os traumas. As doenas infecciosas de curso longo so consideradas condies crnicas;

Condies de SadeCrnicas

Doenas crnicas (diabetes, doena cardiovascular, cncer, doena respiratria crnica, etc.);

Doenas infecciosas persistentes (hansenase, tuberculose, HIV/aids, hepatites virais, etc.);As condies ligadas maternidade e ao perodo perinatal (acompanhamento das gestantes e ateno ao parto, s purperas e aos recm-natos);

Condies de SadeCrnicas (cont.)

As condies ligadas manuteno da sade por ciclos de vida (puericultura, hebicultura e monitoramento da capacidade funcional dos idosos); Os distrbios mentais de longo prazo, as deficincias fsicas e estruturais contnuas (amputaes, cegueiras, deficincias motoras persistentes, etc.);

Condies de SadeCrnicas (cont.)

As doenas metablicas; E a grande maioria das doenas bucais.

As Situaes das Condies de Sade no Brasil e no MundoH uma importncia relativa crescente das condies crnicas; Os principais fatores determinantes do aumento das condies crnicas so as mudanas demogrficas, as mudanas nos padres de consumo e estilos de vida, alm da urbanizao acelerada; Em todo o mundo, as taxas de fecundidade diminuem, as populaes envelhecem e as expectativas de vida aumentam;

As Situaes das Condies de Sade no Brasil e no Mundo (cont.)

H uma correlao direta entre os processos de transio demogrfica e epidemiolgica;

H um declnio da mortalidade seletivamente entre as doenas infecciosas, o que beneficia os grupos mais jovens;Os jovens passam a conviver com fatores associados s doenas crnicas e, medida que cresce a populao idosa, estas doenas tornam-se mais prevalentes;

As Situaes das Condies de Sade no Brasil e no Mundo (cont.)

No Brasil, a transio demogrfica muito acelerada;

Pirmides etrias da populao brasileira, anos 2005 e 2030

As Situaes das Condies de Sade no Brasil e no Mundo (cont.)

Transio epidemiolgica: pases desenvolvidos (etapas sequenciais) X Brasil (acumulao epidemiolgica);

Acumulao epidemiolgica ou modelo prolongado e polarizado ou de dupla carga de doenas ou de duplo risco, caracterizada pela persistncia de doenas infecciosas e desnutrio e pela escalada

rpida da doenas crnicas.

Sistemas de Ateno SadeDefinio

Os sistemas de ateno sade so respostas sociais, organizadas

deliberadamente para responder asnecessidades, demandas e representaes das populaes, em determinada sociedade e em certo tempo.

Sistemas de Ateno SadeObjetivos

O alcance de um nvel timo de sade, distribudo de forma equitativa; A garantia de uma proteo adequada dos riscos para todos os cidados; O acolhimento humanizado de todos os cidados;

A garantia da prestao de servios efetivos e de qualidade;A garantia da prestao de servios com eficincia.

Sistemas de Ateno SadeSistemas Fragmentados X Redes de Ateno SadeSISTEMA FRAGMENTADO Organizado por componentes isolados Organizado por nveis hierrquicos Orientado para a ateno a condies agudas Voltado para indivduos O sujeito o paciente Reativo nfase nas aes curativas Cuidado profissional Planejamento da oferta Financiamento por procedimentos

SISTEMA INTEGRADOOrganizado por um contnuo de ateno Organizado por uma rede polirquica Orientado para a ateno a condies crnicas e agudas Voltado para uma populao O sujeito agente de sua sade Proativo Ateno integral Cuidado multiprofissional Planejamento da demanda Financiamento por captao

Modelo de Ateno SadeDefinio

O modelo de ateno sade um sistema lgico que organiza o funcionamento das RASs; Articula as relaes entre a populao e suas subpopulaes estratificadas por riscos, os focos das intervenes do sistema de ateno sade e os diferentes tipos de intervenes sanitrias;

definido em funo da viso prevalecente da sade, das situaes demogrfica e epidemiolgica e dos determinantes sociais da sade, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade.

Mudana do Modelo de Ateno SadeHouve uma necessidade de mudana dos sistemas de ateno sade para responderem com efetividade, eficincia e segurana s situaes de sade dominadas pelas condies crnicas; Por isso, eles tem sido dirigidos, principalmente, ao manejo das condies crnicas; Pode-se considerar, tambm, modelos de ateno s condies agudas; Os modelos vo variar em funo da

Modelos de Ateno SadeInter-relaes entre as condies agudas e crnicas

A maior parte das condies agudas so por agudizaes das condies crnicas; Uma boa parte da demanda da ateno primria sade de condies agudas: ao no organizar a ateno s condies crnicas, corre-se o risco de no haver tempo para a ateno concomitante das condies agudas nas unidades de ateno primria sade;

Modelos de Ateno SadeInter-relaes entre as condies agudas e crnicas (cont.)

Uma condio necessria para a organizao da rede de ateno s

urgncias e emergncias a classificaode riscos das condies agudas.

Modelo de Ateno SadeAs variveis-chave No modelo de ateno s condies agudas: a varivel risco em funo do tempo e dos pontos de ateno. No modelo de ateno s condies crnicas: a varivel risco em funo dos pontos de ateno e da concentrao dos procedimentos.

Modelo de Ateno SadeCondies Agudas

O objetivo de um modelo de ateno s condies agudas identificar, no menor tempo possvel, com base em sinais de alerta, a gravidade de uma pessoa em situao de urgncia ou emergncia e definir o ponto de ateno adequado para aquela situao; Uma condio necessria para a organizao da rede de ateno s urgncias e emergncias a classificao de riscos das condies agudas.

Modelo de Ateno s Condies AgudasSistema Manchester de Classificao de Risco

O objetivo da classificao dos riscos na ateno condio aguda definir no um diagnstico, mas uma prioridade clnica, facilitando a gesto da clnica e do servio.

Modelo de Ateno s Condies Agudas X CrnicasPrincipais Diferenas

Modelo de Ateno s Condies CrnicasModelo de Ateno Crnica (CCM)

Os modelos de ateno sade voltados para as condies crnicas so construdos a partir de um modelo seminal, o modelo de ateno crnica; O Modelo de Ateno Crnica, traduo literal de Chronic Care Model (CCM), foi desenvolvido pela equipe do MacColl Institute for Healthcare Innovation, nos Estados Unidos, a partir de uma ampla reviso da literatura internacional sobre a gesto das condies crnicas.

Modelo de Ateno Crnica (CCM)

Modelo de Ateno Crnica (CCM)Elementos-Chave Plano de cuidado individual feito conjuntamente pelos profissionais e usurios; Uso de instrumentos de autocuidado orientado desenvolvidos com base em evidncias; Uso intensivo de reunies de grupos de usurios para estmulo ao autocuidado orientado; Profissional de sade comunitria na equipe;

Modelo de Ateno Crnica (CCM)Elementos-Chave (cont.)

Educao permanente dos profissionais; Educao em sade dos usurios; Equipe multiprofissional na ateno primria sade; Suporte de especialistas para a equipe de ateno primria sade; Introduo da ateno s condies crnicas no plano estratgico das redes de ateno sade; Parcerias com organizaes comunitrias.

Modelo de Ateno Crnica (CCM)Benefcios Efeito sinrgico positivo quando os diferentes componentes do modelo so combinados; Maior satisfao dos usurios; Maior satisfao das equipes profissionais; Melhores resultados clnicos; Quando aplicado como parte de um programa de gesto de patologia melhora a qualidade da ateno; Muito efetivo na ateno a portadores de asma, depresso, diabetes e insuficincia Fontes: McLister et al., 2001; Wagner et al., 2001; Endicott et al., 2003; Welligham, 2003; Chin et al., 2004; Gromen et al., 2004; Gonset et al., 2004; Ouwens et al., 2005; cardaca.

Modelo de Ateno Crnica (CCM)Instrumento de monitoramento do CCM

Modelo de Ateno Crnica (CCM)Instrumento de monitoramento do CCM (cont.)

Modelo de Ateno Crnica (CCM)Instrumento de monitoramento do CCM (cont.)

Modelo de Ateno s Condies Crnicas Modelo da Pirmide de Risco

O modelo da pirmide de risco, criado pelo Kaiser Permanente, identifica trs nveis de intervenes de acordo com a complexidade da condio crnica; Permite orientar as intervenes em relao aos grupos de riscos e utilizar mais racionalmente os recursos humanos, concentrando-os nos grupos de maiores riscos.

Modelo da Pirmide de Risco de Kaiser Permanente

Modelo da Pirmide de Risco de Kaiser Permanente Evidncias

Melhoria na qualidade de vida dos usurios; Diminuio das internaes hospitalares;

Diminuio do tempo de permanncia nos hospitais; Aumento da satisfao dos usurios.

Obrigada!!