[Slides] Eles Não Usam Black Tie

8/7/2019 [Slides] Eles No Usam Black Tie

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BIOGRAFIABIOGRAFIA Gianfrancesco Sigfrido Benedetto Martinenghi deGianfrancesco Sigfrido Benedetto Martinenghi de

GuarnieriGuarnieri ((MiloMilo,, 6 de Agosto6 de Agosto dede 19341934 SoSoPauloPaulo,, 22 de Julho22 de Julho dede 20062006) foi um) foi um atorator,, diretordiretor,,dramaturgodramaturgo ee poetapoeta talotalo--brasileirobrasileiro..

Por conta doPor conta do fascismofascismo que tomava conta da Itlia,que tomava conta da Itlia,seus pais, oseus pais, o maestromaestro Edoardo GuarnieriEdoardo Guarnieri e ae a harpistaharpistaElsa MartinenghiElsa Martinenghi, decidiram vir para o, decidiram vir para o BrasilBrasil emem

19361936 e se estabeleceram noe se estabeleceram no Rio de JaneiroRio de Janeiro..


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No incio dosNo incio dos anos 50anos 50 a famlia se mudou para Soa famlia se mudou para So

Paulo. Lder estudantil desde a adolescncia.Paulo. Lder estudantil desde a adolescncia. Guarnieri comeou a fazer teatro amador comGuarnieri comeou a fazer teatro amador comOduvaldo Vianna FilhoOduvaldo Vianna Filho (Vianinha) e um grupo de(Vianinha) e um grupo deestudantes de So Paulo, e emestudantes de So Paulo, e em 19551955 criaram ocriaram o TeatroTeatro

Paulista do EstudantePaulista do Estudante, com orientao de, com orientao de RuggeroRuggeroJacobbiJacobbi.. No ano seguinte, o TPE uniuNo ano seguinte, o TPE uniu--se ao Teatro de Arenase ao Teatro de Arena

de So Paulo, fundado e dirigido porde So Paulo, fundado e dirigido por Jos RenatoJos Renato..Dessa fuso resultou oDessa fuso resultou o Teatro de ArenaTeatro de Arena, que se, que secelebra como grande marco da dramaturgia nacionalcelebra como grande marco da dramaturgia nacionalcomprometida com os interesses populares.comprometida com os interesses populares.


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TEATROTEATRO Sua pea de estria, como dramaturgo, foiSua pea de estria, como dramaturgo, foi Eles No UsamEles No Usam

BlackBlack--TieTie, encenada em, encenada em 19581958 pelo Teatro de Arena.pelo Teatro de Arena. A direo foi de Jos Renato e o elenco contou com grandesA direo foi de Jos Renato e o elenco contou com grandes

talentos que comeavam a despontar no teatro brasileiro, comotalentos que comeavam a despontar no teatro brasileiro, comoo prprio Guarnieri,o prprio Guarnieri, Lelia AbramoLelia Abramo,, Miriam MehlerMiriam Mehler,, FlavioFlavio

MigliaccioMigliaccio ee Milton GonalvesMilton Gonalves.. O sucesso foi imenso, a pea e o autor premiados pelo entoO sucesso foi imenso, a pea e o autor premiados pelo ento

governador degovernador de So PauloSo Paulo,, Jnio QuadrosJnio Quadros, e o Arena foi salvo, e o Arena foi salvoda crise financeira que h tempos assolava o grupo.da crise financeira que h tempos assolava o grupo.

Paralelamente, o diretorParalelamente, o diretor Roberto SantosRoberto Santos dava o pontap inicialdava o pontap inicialnono Cinema NovoCinema Novo com o filmecom o filme O Grande MomentoO Grande Momento,,protagonizado por Guarnieri eprotagonizado por Guarnieri e Miriam PrsiaMiriam Prsia, um clssico do, um clssico donosso cinema.nosso cinema.


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O diretorO diretor Sandro PolloniSandro Polloni encomendou uma pea a Guarnieriencomendou uma pea a Guarnieripara ser encenada pela companhia depara ser encenada pela companhia de Maria Della CostaMaria Della Costa,,esposa de Sandro e de cuja companhia teatral ele era o diretor.esposa de Sandro e de cuja companhia teatral ele era o diretor.

Guarnieri saiu do Arena por um tempo para poder realizar esseGuarnieri saiu do Arena por um tempo para poder realizar essetrabalho com Maria Della Costa e emtrabalho com Maria Della Costa e em 19591959 veio luzveio luz Gimba,Gimba,

Presidente dos ValentesPresidente dos Valentes. Era o primeiro trabalho de Guarnieri. Era o primeiro trabalho de Guarnieriem palco italiano e a direo ficou a cargo deem palco italiano e a direo ficou a cargo de Flvio RangelFlvio Rangel.. Levava cena de maneira pioneira a realidade dos morrosLevava cena de maneira pioneira a realidade dos morros

cariocas, em forma de musical, inspirandocariocas, em forma de musical, inspirando--se em parte na suase em parte na sua

prpria experincia de vida. A encenao foi espetacular e aprpria experincia de vida. A encenao foi espetacular e apea passou os meses seguintes excursionando apea passou os meses seguintes excursionando a EuropaEuropa,,sendo apresentada nosendo apresentada no Festival das NaesFestival das Naes, na, na FranaFrana..


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A SementeA Semente estreou emestreou em 19611961 nono TBCTBC e tambm contou com a direo dee tambm contou com a direo deRangel. A pea, de cunho abertamente poltico e inteiramente fora dosRangel. A pea, de cunho abertamente poltico e inteiramente fora dos

padres do TBC, abordava de forma contundente a militncia comunista,padres do TBC, abordava de forma contundente a militncia comunista,criticando tanto a direita quanto a esquerda.criticando tanto a direita quanto a esquerda.

Embora contasse com atores consagrados (comoEmbora contasse com atores consagrados (como Leonardo VillarLeonardo Villar,, CleydeCleydeYconisYconis Stnio GarciaStnio Garcia ee Natlia TimberNatlia Timber alm do r rio Guarnieri entrealm do r rio Guarnieri entre

outros), fosse uma montagem grandiosa e contasse com o aval da crtica, aoutros), fosse uma montagem grandiosa e contasse com o aval da crtica, apea teve problemas homricos com a censura, o que acabou esfriando opea teve problemas homricos com a censura, o que acabou esfriando ointeresse dos freqentadores do ento chamado "Templo Burgus do Teatrointeresse dos freqentadores do ento chamado "Templo Burgus do TeatroPaulista" e a pea saiu rapidamente de cartaz.Paulista" e a pea saiu rapidamente de cartaz.

Nesse mesmo ano, ainda no TBC, Guarnieri participou de duas montagensNesse mesmo ano, ainda no TBC, Guarnieri participou de duas montagensde Flvio Rangel:de Flvio Rangel: Almas MortasAlmas Mortas, de, de GogolGogol e a primeira montagem dee a primeira montagem de AAEscadaEscada, de, de Jorge AndradeJorge Andrade..


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EmEm 19621962 ele voltou para o Arena, no s como ator e autor,ele voltou para o Arena, no s como ator e autor,mas como dono.mas como dono.

Jos Renato se alternava entre vrios trabalhos no Rio e emJos Renato se alternava entre vrios trabalhos no Rio e emSo Paulo, e o Teatro de Arena acabou se tornando umaSo Paulo, e o Teatro de Arena acabou se tornando umasociedade entre Guarnieri,sociedade entre Guarnieri, Augusto BoalAugusto Boal,, Paulo JosPaulo Jos,, Juca deJuca de

OliveiraOliveira e o cengrafoe o cengrafo Flvio ImprioFlvio Imprio.. Vrias peas nessa nova fase, comoVrias peas nessa nova fase, como A MandrgoraA Mandrgora, de, de

MaquiavelMaquiavel ((19621962) e) e O Melhor Juz, o ReiO Melhor Juz, o Rei, de Lope de La Vega, de Lope de La Vega((19631963).). O Filho do CoO Filho do Co, de, de 19641964, primeiro texto de Guarnieri, primeiro texto de Guarnieri

desdedesde A SementeA Semente, tratava da questo do misticismo religioso e, tratava da questo do misticismo religioso eda reforma agrria j em um turbulento contexto poltico (anoda reforma agrria j em um turbulento contexto poltico (anododo Golpe MilitarGolpe Militar).).


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Opta ento por utilizar uma linguagem metafrica e alegricaOpta ento por utilizar uma linguagem metafrica e alegricaque tomaria corpo em montagens como osque tomaria corpo em montagens como os musicaismusicais ArenaArenaconta Zumbiconta Zumbi ee Arena conta TiradentesArena conta Tiradentes, feitos em parceria com, feitos em parceria comAugusto BoalAugusto Boal..

Na dcada seguinte daria prosseguimento a esse estilo emNa dcada seguinte daria prosseguimento a esse estilo em

peas comopeas como Castro Alves Pede PassagemCastro Alves Pede Passagem 19711971 eeprincipalmenteprincipalmente Um Grito Parado no ArUm Grito Parado no Ar 19731973 (que encenava as(que encenava asdificuldades da classe artstica naquele perodo) e Ponto dedificuldades da classe artstica naquele perodo) e Ponto dePartidaPartida 19761976 (onde utilizava uma vila da(onde utilizava uma vila da Idade MdiaIdade Mdia comocomo

pano de fundo para focalizar a represso a partir da morte dopano de fundo para focalizar a represso a partir da morte dojornalistajornalista Wladimir HerzogWladimir Herzog), pontos capitais do teatro), pontos capitais do teatrobrasileiro nos anos 70.brasileiro nos anos 70.


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Na dcada de 80, sua carreira como autor deNa dcada de 80, sua carreira como autor de

teatro se tornaria cada vez mais esparsa,teatro se tornaria cada vez mais esparsa,lanando poucos textos. Emlanando poucos textos. Em 19881988 escreveuescreveuPegando Fogo L ForaPegando Fogo L Fora; em; em 19951995 viriaviria AA

Canastra de MacrioCanastra de Macrio, que o momento em que, que o momento em quesua sade lhe d o primeiro susto, com umsua sade lhe d o primeiro susto, com umaneurisma na aorta. Emaneurisma na aorta. Em 19981998 escreve com oescreve com o

filho Cludio a peafilho Cludio a pea Anjo na ContramoAnjo na Contramo, e sua, e sualtima pea foiltima pea foi A Luta Secreta de Maria daA Luta Secreta de Maria daEncarnaoEncarnao, realizada em, realizada em 20012001..


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TelevisoTeleviso A partir do final dos anos 50, passou a conciliar sua bemA partir do final dos anos 50, passou a conciliar sua bem--

sucedida atividade no Teatro com uma presena cada vezsucedida atividade no Teatro com uma presena cada vez

maior na televiso e no cinema. Virou, assim, um dos nossosmaior na televiso e no cinema. Virou, assim, um dos nossosmelhores e mais populares atores.melhores e mais populares atores. Em TV, atuou em novelas comoEm TV, atuou em novelas como A MuralhaA Muralha (1968) e(1968) e MulheresMulheres

de Areiade Areia 19731973--7474 ramos Seisramos Seis 19771977 Jo o da VidaJo o da Vida 19811981--

82),82), CambalachoCambalacho (1986),(1986), Rainha da SucataRainha da Sucata 19901990 ee A PrximaA PrximaVtimaVtima (1995),(1995), Sol de VeroSol de Vero (1982(1982--83),83), Vereda TropicalVereda Tropical(1984(1984--85),85), MandalaMandala (1987(1987--88), e88), e Que Rei Sou Eu?Que Rei Sou Eu? 19891989, alm, almde minissries comode minissries como Anos RebeldesAnos Rebeldes 19921992, e, e Incidente emIncidente emAntaresAntares 19941994, baseada no livro homnimo de, baseada no livro homnimo de rico Verssimorico Verssimo..O pblico mais jovem provavelmente o reconhece pelo papelO pblico mais jovem provavelmente o reconhece pelo papeldo carinhoso e divertido av Orlando Silva da srie juvenildo carinhoso e divertido av Orlando Silva da srie juvenilMundo da LuaMundo da Lua (1991(1991--92), escrita por92), escrita por Flvio de SouzaFlvio de Souza..


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No Usam BlackNo Usam Black--TieTie

22/ 2/ 195822/ 2/ 1958 -- So Paulo/SPSo Paulo/SPTeatro de ArenaTeatro de Arena


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poca: 1958poca: 1958

Perodo: Modernismo BrasileiroPerodo: Modernismo Brasileiro 3 fase3 fase Diviso: 3 atosDiviso: 3 atos

Gnero: DramticoGnero: Dramtico Protagonista: Tio (Sebastio)Protagonista: Tio (Sebastio)

Tema: A greve da metalrgicaTema: A greve da metalrgica


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PERSONAGENSPERSONAGENS TioTio Filho de Otvio. Fura a greve (criado pelos padrinhos)Filho de Otvio. Fura a greve (criado pelos padrinhos)

MariaMaria Noiva de Tio ( grvida)Noiva de Tio ( grvida) RomanaRomana Me, sofredora, lavadeiraMe, sofredora, lavadeira OtvioOtvio Pai, agitador de grevePai, agitador de greve piqueteiropiqueteiro

, ,, ,

com Terezinha.com Terezinha. TerezinhaTerezinha Namorada de ChiquinhoNamorada de Chiquinho JooJoo Irmo de MariaIrmo de Maria

BrulioBrulio Amigo de Otvio e brao direito da greveAmigo de Otvio e brao direito da greve JesunoJesuno Parente de OtvioParente de Otvio Fica dos dois lados na greveFica dos dois lados na greve


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Outros: Eullia ( vizinha), Dalva ( namorico deOutros: Eullia ( vizinha), Dalva ( namorico de

Jesuno), Juvncio (Msico)Jesuno), Juvncio (Msico) Os personagens possuem aprofundamentoOs personagens possuem aprofundamento

e e ee e e referentes a sua histria de vida.referentes a sua histria de vida.


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AnliseAnlise Eles no usam blackEles no usam black--tietie situasitua--se numa favela, nosse numa favela, nos

anos 50, e tem como tema a greve, e ao lado da greveanos 50, e tem como tema a greve, e ao lado da grevea pea tem como pano de fundo um debate sobre asa pea tem como pano de fundo um debate sobre asgrandes verdades eternas, reflexes universais sobre agrandes verdades eternas, reflexes universais sobre afrgil condio humana, sobre os homens e seusfrgil condio humana, sobre os homens e seus

con os.con os. a histria de um choque entre pai e filho com a histria de um choque entre pai e filho composies ideolgicas e morais completamente opostasposies ideolgicas e morais completamente opostase divergentes, o que, por sinal, d a tnica dramticae divergentes, o que, por sinal, d a tnica dramtica

ao texto.ao texto.


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O pai, Otvio, operrio de carreira, umO pai, Otvio, operrio de carreira, um

sonhador, um idealista, leitor de autoressonhador, um idealista, leitor de autoressocialistas e, ao mesmo tempo umsocialistas e, ao mesmo tempo um

suas lutas. Forte e corajoso entre os seussuas lutas. Forte e corajoso entre os seuscompanheiros, experimentou vrias lideranas,companheiros, experimentou vrias lideranas,

algumas prises, com isso ganha destaquealgumas prises, com isso ganha destaqueentre os seus transformandoentre os seus transformando--se num dosse num doscabeas do movimento grevista.cabeas do movimento grevista.


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O filho, Tio, em razo das prises do pai grevista, criadoO filho, Tio, em razo das prises do pai grevista, criadopraticamente, na cidade, longe do morro, com os padrinhos,praticamente, na cidade, longe do morro, com os padrinhos,sem conviver com esse mundo de luta e reivindicao dasem conviver com esse mundo de luta e reivindicao daclasse operria.classe operria.

Hoje adulto e morando no morro com os pais, vive um dosHoje adulto e morando no morro com os pais, vive um dos

maiores conflitos de sua vida. Em primeiro lugar no quermaiores conflitos de sua vida. Em primeiro lugar no queraderir greve, pois acha que essa uma luta inglria, semaderir greve, pois acha que essa uma luta inglria, semmaiores resultados para a classe.maiores resultados para a classe.

Em segundo lugar pretende se casar com Maria, moa simples,Em segundo lugar pretende se casar com Maria, moa simples,

porm determinada e leal ao seu povo, e est esperando umporm determinada e leal ao seu povo, e est esperando umfilho seu.filho seu.


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Desta forma, Tio est mais preocupado com o seu futuro doDesta forma, Tio est mais preocupado com o seu futuro doque com a luta de seus companheiros, que sonham comque com a luta de seus companheiros, que sonham commelhores salrios. Para Tio, greve algo utpico. Ele no temmelhores salrios. Para Tio, greve algo utpico. Ele no temtempo para esperar, precisa resolver seus problemas detempo para esperar, precisa resolver seus problemas deimediato, ou seja, se casar.imediato, ou seja, se casar.

Tio, ao contrrio de seu amigo Jesuno, malandro, fraco eTio, ao contrrio de seu amigo Jesuno, malandro, fraco eoportunista, um jovem corajoso, mesmo porque fura a greveoportunista, um jovem corajoso, mesmo porque fura a grevesem medo dos companheiros, achando que est agindosem medo dos companheiros, achando que est agindocorretamente. Por essa atitude, acaba perdendo a amizade decorretamente. Por essa atitude, acaba perdendo a amizade detodos de seu grupo, restando apenas um colega da fbrica etodos de seu grupo, restando apenas um colega da fbrica eJoo, irmo de Maria, um homem ponderado e maduro capazJoo, irmo de Maria, um homem ponderado e maduro capazde compreender a situao conflitante vivida pelo amigo Tiode compreender a situao conflitante vivida pelo amigo Tioe ainda apoiar sua irm neste momento difcil.e ainda apoiar sua irm neste momento difcil.


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Tio no tem medo do confronto com o inimigo. OTio no tem medo do confronto com o inimigo. O

seu medo outro, o grande medo de toda aseu medo outro, o grande medo de toda asociedade, o medo de ser pobre, por isso quer subir nasociedade, o medo de ser pobre, por isso quer subir navida e deixar para trs a condio difcil e miservelvida e deixar para trs a condio difcil e miservel

do morro, que, por sinal, desafiada cotidianamentedo morro, que, por sinal, desafiada cotidianamentepela coragem e bravura de Romana, sua me, mulherpela coragem e bravura de Romana, sua me, mulherde pulso e determinao e responsvel pelo equilbriode pulso e determinao e responsvel pelo equilbrio

da casa e da famlia.da casa e da famlia.


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Eles no usam blackEles no usam black--tietie um texto poltico e social, sempre atual no qual um texto poltico e social, sempre atual no qualGianfracesco Guarnieri criou de um lado, personagens marcantes eGianfracesco Guarnieri criou de um lado, personagens marcantes e

populares como Terezinha, Chiquinho, Dalvinha e Jesuno que nos revelampopulares como Terezinha, Chiquinho, Dalvinha e Jesuno que nos revelamum mundo alegre, descontrado e aparentemente feliz.um mundo alegre, descontrado e aparentemente feliz.

J por outro lado a pea se apresenta forte e densa revelando de maneiraJ por outro lado a pea se apresenta forte e densa revelando de maneirareal os conflitos ue atormentam ersona ens como Otvio Romana Tioreal os conflitos ue atormentam ersona ens como Otvio Romana Tio

Maria e Brulio. So tais encontros e so esses momentos alegres eMaria e Brulio. So tais encontros e so esses momentos alegres ecomoventes , que nos provocam o riso e a dor, alegria e tristeza.comoventes , que nos provocam o riso e a dor, alegria e tristeza.

Assim, se por um lado mostra um olhar profundo dentro da sociedadeAssim, se por um lado mostra um olhar profundo dentro da sociedadebrasileira, por outro esse olhar vem embalado por um valor poticobrasileira, por outro esse olhar vem embalado por um valor potico

materializado na viso romntica do mundo de seus personagens.materializado na viso romntica do mundo de seus personagens.


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O drama social da pea de natureza pica e por isso mesmoO drama social da pea de natureza pica e por isso mesmouma contradio em si mesma. Aqui, novamente Guarnieriuma contradio em si mesma. Aqui, novamente Guarnieriquebrou tambm outra regra essencial, presente nos manuaisquebrou tambm outra regra essencial, presente nos manuaisdo "bom drama": ao invs de trazer personagens "superiores"do "bom drama": ao invs de trazer personagens "superiores"como protagonistas, ele se utilizou de gente humilde,como protagonistas, ele se utilizou de gente humilde,

, ., . Mesmo as mais simples metforas, foram pinadas nos maisMesmo as mais simples metforas, foram pinadas nos mais

bsicos valores de nossa cultura popular, como por exemplo,bsicos valores de nossa cultura popular, como por exemplo,na metfora do amor, o feijo, prato massivo na Amrica dona metfora do amor, o feijo, prato massivo na Amrica doSul, teria um "corao de me".Sul, teria um "corao de me".


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A temtica no poltica, muito menos panfletria. O queA temtica no poltica, muito menos panfletria. O quediscorre so relaes de amor, solidariedade e esperana diantediscorre so relaes de amor, solidariedade e esperana diantedos percalos de uma vida miservel. Assim, a pea alia temasdos percalos de uma vida miservel. Assim, a pea alia temascomo greve e vida operria com preocupaes e reflexescomo greve e vida operria com preocupaes e reflexesuniversais do ser humano. Sob o olhar de Karl Marx, em umuniversais do ser humano. Sob o olhar de Karl Marx, em um

,,debate entre a coletividade e o individualismo,debate entre a coletividade e o individualismo,simultaneamente cru e sensvel, vai crescendo.simultaneamente cru e sensvel, vai crescendo.

Eles no usam blackEles no usam black--tietie um marco do teatro de temtica um marco do teatro de temticasocial.social.


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Foi com a encenao deFoi com a encenao deEles no usam blackEles no usam black--tietie,, queque

se iniciou uma produo sistemtica e crtica dese iniciou uma produo sistemtica e crtica detextos dispostos a representar as classes subalternas,textos dispostos a representar as classes subalternas,com nfase para a representao do proletariado.com nfase para a representao do proletariado.

,, --quadro que se ampliou a partir da dcada de 1950,quadro que se ampliou a partir da dcada de 1950,quando surgiu uma dramaturgia com preocupaesquando surgiu uma dramaturgia com preocupaesligadas representao de uma camada especfica daligadas representao de uma camada especfica da

sociedade brasileira e, para alm disso, em busca dasociedade brasileira e, para alm disso, em busca daconstruo de uma identidade nacional pautada emconstruo de uma identidade nacional pautada emvariedades culturais internas.variedades culturais internas.


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SINOPSESINOPSE Tudo comea com uma noite de chuva queTudo comea com uma noite de chuva que

Tio recebe a notcia de sua namorada MariaTio recebe a notcia de sua namorada Mariaque estava grvida.que estava grvida. Por esse motivo marcam noivado ara 10 dias.Por esse motivo marcam noivado ara 10 dias. O pai chega e sabe da novidade, alm deO pai chega e sabe da novidade, alm de

avisar Tio que a greve da metalrgica eraavisar Tio que a greve da metalrgica eraquase certa.quase certa.

Romana, sua esposa, acorda e briga com todos,Romana, sua esposa, acorda e briga com todos,pois ter que se levantar cedo para trabalhar.pois ter que se levantar cedo para trabalhar.


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Dias depois comea o preparativo da festa. PoucaDias depois comea o preparativo da festa. Pouca

bebida e pouca comida.bebida e pouca comida. Chiquinho usa o dinheiro da champanhe paraChiquinho usa o dinheiro da champanhe para

comprar figurinhas e recebe uns supapos do pai e dacomprar figurinhas e recebe uns supapos do pai e da

me, apesar de Terezinha defendme, apesar de Terezinha defend--lolo Otvio tenta arrumar a vitrola para a festa e consegue.Otvio tenta arrumar a vitrola para a festa e consegue.

Otvio e Romana lembra da falecida Jandira.Otvio e Romana lembra da falecida Jandira.

Maria chega para ajudar Romana, enquanto que osMaria chega para ajudar Romana, enquanto que osoutros colocam bandeirinhas.outros colocam bandeirinhas.


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Tio chega com carto de cineasta Antnio De RoccaTio chega com carto de cineasta Antnio De Rocca

Tio e Otvio discutem sobre a greve. Tio temTio e Otvio discutem sobre a greve. Tio temmedo, pois vai se casar.medo, pois vai se casar. Otvio fica preocupado com o filhoOtvio fica preocupado com o filho no seno se

Seu Joo vem representar a acamada me, paraSeu Joo vem representar a acamada me, paraautorizar o noivado.autorizar o noivado. Os demais convidados chegam e a vizinha vai dar luzOs demais convidados chegam e a vizinha vai dar luz

aos gmeos.aos gmeos. Surge a histria do cinema, pois Jesuno tb. TemSurge a histria do cinema, pois Jesuno tb. Temcarto.carto.


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H o pedido de noivado e todos saem paraH o pedido de noivado e todos saem para

danar.danar. Jesuno e tio discutem sobre a mentira e sobreJesuno e tio discutem sobre a mentira e sobre

e e e. e e ee e e. e e eposioposio no iro aderir a greve e Jesuno ficano iro aderir a greve e Jesuno ficaencima do muro.encima do muro.

Brulio traz notcias da assembliaBrulio traz notcias da assemblia haver ahaver agreve . No dia seguinte, piquete.greve . No dia seguinte, piquete.


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Romana chama a ateno do filho por ter brigadoRomana chama a ateno do filho por ter brigadocom o paicom o pai chamouchamou--o de ingrato. E conversam sobreo de ingrato. E conversam sobrea festa de noivado e a bebedeira.a festa de noivado e a bebedeira.

Tio diz que est preocupado com o casrio daqui aTio diz que est preocupado com o casrio daqui aum ms. Romana diz para no se preocupar. Ele querum ms. Romana diz para no se preocupar. Ele quer

morar fora do morro.morar fora do morro. Chiquinho e Terezinha conversam.Chiquinho e Terezinha conversam. Romana chama a ateno de Chiquinho porque andaRomana chama a ateno de Chiquinho porque anda

sem dinheiro e deixou roubar mantimento dosem dinheiro e deixou roubar mantimento doarmzem (D. Amlia e a turma do Tuca)armzem (D. Amlia e a turma do Tuca)

..


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Otvio briga com o Antnio do boteco que diz que osOtvio briga com o Antnio do boteco que diz que osgrevista so vagabundos.grevista so vagabundos.

Jesuno e Tio conversam sobre como vo fazer paraJesuno e Tio conversam sobre como vo fazer paraganhar com a guerra.ganhar com a guerra.

e Mafra.e Mafra. Pela manh Romana faz caf e tio sai mais cedo paraPela manh Romana faz caf e tio sai mais cedo para

a Fbricaa Fbrica fugir do piquete. No espera o pai.fugir do piquete. No espera o pai.

Otvio levanta procurando as cuecas e conversa comOtvio levanta procurando as cuecas e conversa comRomana sobre Tio que est estranho. Vai para oRomana sobre Tio que est estranho. Vai para opiquete na fbrica.piquete na fbrica.


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Romana l cartas e fica preocupada.Romana l cartas e fica preocupada.

Chiquinho levanta para ir trabalhar, somenteChiquinho levanta para ir trabalhar, somenteele come po.ele come po...

Terezinha conversa com Romana sobre a tiaTerezinha conversa com Romana sobre a tiaque cobra mais caro para lavar as roupas.que cobra mais caro para lavar as roupas.

Maria espera Romana no quintal e conta queMaria espera Romana no quintal e conta queest grvida e est preocupada com Tio sobreest grvida e est preocupada com Tio sobrea greve.a greve.


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Tio fura a greve e Brulio vem tirarTio fura a greve e Brulio vem tirar

satisfao.satisfao. Romana descobre a traio .Romana descobre a traio .

T o z que no po a arr scar o emprego pqT o z que no po a arr scar o emprego pqvai se casar.vai se casar.

Romana soube por Terezinha que Otvio estRomana soube por Terezinha que Otvio est

preso no DOPS.preso no DOPS.


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Tio e Joo conversam sobre o episdio.Tio e Joo conversam sobre o episdio.

Joo chama a ateno de Tio dizendo que seuJoo chama a ateno de Tio dizendo que seupai iria expulspai iria expuls--lo de casa.lo de casa.

cidade e depois vem pegar Maria.cidade e depois vem pegar Maria. Maria aparece preocupada e vem avisar queMaria aparece preocupada e vem avisar que

Otvio est subindo o morro.Otvio est subindo o morro. Todos chegam, Tio est no quarto e falamTodos chegam, Tio est no quarto e falam

sobre a priso.sobre a priso.


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Otvio est confiante na greve e v Tio naOtvio est confiante na greve e v Tio na

porta.porta. Tio quer conversar com ele.Tio quer conversar com ele.

.. A conversa feita em terceira pessoa, poisA conversa feita em terceira pessoa, pois

Otvio se passa por um amigo dele mesmo.Otvio se passa por um amigo dele mesmo.

A tenso aumenta e Otvio diz que Tio teveA tenso aumenta e Otvio diz que Tio tevecoragem, pois no escondeu a sua traio,coragem, pois no escondeu a sua traio,como fez Jesuno.como fez Jesuno.


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Otvio se despede e pede para ele se retirar daOtvio se despede e pede para ele se retirar da

casa dele. Porm manda conversar comcasa dele. Porm manda conversar comRomana.Romana.

e e e e e e .e e e e e e .

Maria conversa com Tio e diz que no vaiMaria conversa com Tio e diz que no vaisair do morro, o lugar dela ali.sair do morro, o lugar dela ali.

Tio vai embora.Tio vai embora.


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Otvio e Romana conversam que um dia TioOtvio e Romana conversam que um dia Tio

voltar para casa quando o filho ver melhor avoltar para casa quando o filho ver melhor avida.vida.

e e e e ee e e e eJuvncio que fez uma msica Eles no usamJuvncio que fez uma msica Eles no usamblackblack--tie e outro roubo e ficou com toda atie e outro roubo e ficou com toda a

fama.fama. FIM.FIM.


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Maria:Maria: Bobagem, namorado como tu era...Bobagem, namorado como tu era... Tio:Tio: Era, agora no s mais.Era, agora no s mais. Maria:Maria: Sei, fingido. Quando oc vivia na cidade, l noSei, fingido. Quando oc vivia na cidade, l no

Flamenco, namorava uma filhinhaFlamenco, namorava uma filhinha--dodo--papai..papai.. Tio:Tio: T bom, j vi que oc sabe demais.T bom, j vi que oc sabe demais.

Maria:Maria: Sei que era um grande mentiroso. Vivia dizendo queSei que era um grande mentiroso. Vivia dizendo queera estudante. Um dia ela te pegou como bab, tentasseera estudante. Um dia ela te pegou como bab, tentasseesconde e deixou cai a criana no cho. E levasse uma surraesconde e deixou cai a criana no cho. E levasse uma surrados teus padrinhos.dos teus padrinhos.

Tio:Tio: mentira, eu nunca escondi que no era cria de meus mentira, eu nunca escondi que no era cria de meus

padrinhos, principalmente praquela chata. Quem te conto isso?padrinhos, principalmente praquela chata. Quem te conto isso? Maria:Maria: No digo.No digo. Tio:Tio: Quem te falo isso?Quem te falo isso?( Chiquinho se mexe) ( Chiquinho se mexe)


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Tio:Tio: Deram parte, e porque todos aderiram. Mas agent oDeram parte, e porque todos aderiram. Mas agent orano sozinho, ningum.rano sozinho, ningum.

Otvio:Otvio: Espera a assemblia de hoje e vai ver se tem peito ouEspera a assemblia de hoje e vai ver se tem peito ouno! Eu avisei, ano passado entraram em acordo com o patrono! Eu avisei, ano passado entraram em acordo com o patroe olha o que deu, parte da comisso amoleceue olha o que deu, parte da comisso amoleceu

Otvio:Otvio: Porque eles eram pelego. A turma topava.Porque eles eram pelego. A turma topava. Tio:Tio: No, pai. Pro senhor, quem no pensa como o senhor No, pai. Pro senhor, quem no pensa como o senhor

pelego.pelego. Otvio:Otvio: Nada disso! Eram pelego no duro. T a a prova. TNada disso! Eram pelego no duro. T a a prova. T

tudo bem arrumado na fbrica. Tudo chefe e fiscal. O que tudo bem arrumado na fbrica. Tudo chefe e fiscal. O que isso? Peleguismo, traidores da classe operria...isso? Peleguismo, traidores da classe operria... Tio:Tio: Ento a metade da turma da fbrica pelego.Ento a metade da turma da fbrica pelego.


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Otvio:Otvio: (gritando)(gritando) No diz besteira, seu idiota! ANo diz besteira, seu idiota! Aturma a mesma do ano passado.turma a mesma do ano passado. Tio:Tio: E por issoE por isso

mesmo to cansados e no querem arrisc omesmo to cansados e no querem arrisc oemprego...emprego... Otvio:Otvio: T discutindo como um safado, pois ficaT discutindo como um safado, pois fica

sabendo que l tem operrio e no meninosabendo que l tem operrio e no menino--famlia prafamlia pramedr.Tu vai v o resultado da assemblia.medr.Tu vai v o resultado da assemblia. Tio:Tio: Os pelego que furaram a greve o ano passadoOs pelego que furaram a greve o ano passado

to bem de vida hoje.to bem de vida hoje. Otvo:Otvo: To na merda, merda moral que pior. SeTo na merda, merda moral que pior. Sevenderam.venderam.


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Otvio:Otvio: Me desculpe, mas seu pai ainda no chegou. Ele deixou umMe desculpe, mas seu pai ainda no chegou. Ele deixou umrecadorecado

Comigo, mandou diz pra voc que ficou muito admirado, que se enganou.Comigo, mandou diz pra voc que ficou muito admirado, que se enganou.E pediu pra voc tom outro rumo, porque essa no casa de furaE pediu pra voc tom outro rumo, porque essa no casa de fura--greve!greve! Tio:Tio: Eu vinha me despedir e dizer s uma coisa: no foi por covardia!Eu vinha me despedir e dizer s uma coisa: no foi por covardia! Otvio:Otvio: Seu pai me falou disso. Ele tambm procura no acredit que sejaSeu pai me falou disso. Ele tambm procura no acredit que seja

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mundo, no fez segredo. Ele acha que voc no trado por covardia e simmundo, no fez segredo. Ele acha que voc no trado por covardia e simpor convico.por convico. Tio:Tio: Queria que o senh desse um recado pra ele...Queria que o senh desse um recado pra ele... Otvio:Otvio: V dizendo...V dizendo... Tio:Tio: Que o filho dele no um filho da me. Que o filho dele gosta deQue o filho dele no um filho da me. Que o filho dele gosta de

sua gente, que que o filho dele tinha um problema e quis resolv essesua gente, que que o filho dele tinha um problema e quis resolv esseproblema de maneira segura.problema de maneira segura. Otvio:Otvio: Seu pai tem outro recado pra voc. Seu pai acha que a culpa deSeu pai tem outro recado pra voc. Seu pai acha que a culpa de

pens desse jeito no s sua, mas dele tambm. pens desse jeito no s sua, mas dele tambm.


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Otvio:Otvio: (Num rompante)(Num rompante) Deixa ele acredit nisso.Deixa ele acredit nisso.A dor menor. Vai pensar que o filho caiu na merdaA dor menor. Vai pensar que o filho caiu na merda

sozinho.. Vai pensar que o filho dele safado desozinho.. Vai pensar que o filho dele safado denascena.nascena. (acalma(acalma--se)se) Seu pai manda mais umSeu pai manda mais umrecado.... Diz que no precisa aparec mais. E desejarecado.... Diz que no precisa aparec mais. E desejaoa sor e pra voc .oa sor e pra voc .

Tio:Tio: Diga a ele que vai ser assim. No foi porDiga a ele que vai ser assim. No foi porcovardia e no me arrependo de nada. At um dia.covardia e no me arrependo de nada. At um dia.( vai para a porta)( vai para a porta)

Otvio:Otvio: (ao quarto)(ao quarto) Tua me talvez quer falTua me talvez quer falcontigo... At um dia.contigo... At um dia. (entra)(entra)


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Maria:Maria: Eu acreditei...que voc ia agi direito. No tinha razo pra brig comEu acreditei...que voc ia agi direito. No tinha razo pra brig como mundo. Tu tinha emprego...se perdesse aquele...tinha o cinema...tu o mundo. Tu tinha emprego...se perdesse aquele...tinha o cinema...tu moo.moo.

Tio:Tio: (irrita(irrita--se)se) Mariinha, no adiantava nada. Eu tive...Mariinha, no adiantava nada. Eu tive... Maria:Maria: medo!medo! Tio:Tio: (desabafando)(desabafando) Est bem Maria, medo. Eu sempre tive medo! AEst bem Maria, medo. Eu sempre tive medo! A

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Tinha medo de nunca s nada. Faz greve s mais operrio ainda.Tinha medo de nunca s nada. Faz greve s mais operrio ainda. Maria:Maria: Sozinho no adianta. Sozinho tu no resolve nada.Sozinho no adianta. Sozinho tu no resolve nada. Tio:Tio: No chora minha Miss Leopoldina, eu te quero bem. Eu queria que aNo chora minha Miss Leopoldina, eu te quero bem. Eu queria que a

gente fosse como nos filmes. Que tu risse sempre!gente fosse como nos filmes. Que tu risse sempre! Maria:Maria: Tio!Tio! Tio:Tio: Minha dengosa.Minha dengosa. (atira sobre ela. Abraam(atira sobre ela. Abraam--se_)se_) O que vamos faz?O que vamos faz? Maria:Maria: No posso deixa o morro.No posso deixa o morro. Tio:Tio: No posso fic ,Maria.No posso fic ,Maria.


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Maria:Maria: (pra de chorar)(pra de chorar) Ento , vai embora. Eu fico.Ento , vai embora. Eu fico.

Eu fico com Otavinho. Crescendo aqui ele no vai tEu fico com Otavinho. Crescendo aqui ele no vai tmedo. E quando tu acredit na gente, pormedo. E quando tu acredit na gente, porfavor...volta.favor...volta. (sai)(sai)

Tio:Tio: Maria, espera!Maria, espera! ( corre atrs dela.)( corre atrs dela.) Otvio:Otvio: (entrando)(entrando) J acabou?J acabou?

Romana:Romana: V fal com ele ,Otvio!V fal com ele ,Otvio!

Otvio:Otvio: Enxergando melh a vida, ele volta.Enxergando melh a vida, ele volta. (entra(entrano quarto e entra Chiquinho e Terezinha)no quarto e entra Chiquinho e Terezinha)

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