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Análise sobre as abordagens da política e sua relação filosófica e social.
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SOBRE AS FILOSOFIAS POLÍTICAS (Esquerda, Direita e Centro) E SUAS DISTORÇÕES.
Esse post provavelmente não será lido por muita gente, mas aos que se derem ao trabalho,
informo algumas considerações:
1) Ele é apolítico. Logo não defende nenhuma das filosofias apresentadas.
2) Esse depoimento não pretende mudar opiniões, apenas causar reflexão.
3) Os dados foram pesquisados em livros e artigos publicados, alguns deles relacionados ao
final do Post.
4) Entenda o cerne aqui descrito como neutro, são apenas fatos observados por filósofos,
pesquisadores, cientistas políticos e não respeitam subjetividade pessoal, em súmula, não vou
dizer que um governo de Direita é o paraíso sem pobres massacrados pelos poderosos, tão
pouco negar que Josef Stalin matou inocentes de fome. Ambos os aspectos negativos das duas
filosofias serão tomados como distorções da filosofia, porém fatos históricos constatáveis e
concretos.
5) Não possui intenção ofensiva. Apenas relata as ideias filosóficas estruturais da política, não
pretendendo abordar métodos de governo ou quantificar "coisas boas", apenas se ater a
relação entre Fatos X Promessas X Ideologia/Filosofia
6) Não informa nada sobre Estados Transitórios (Ditadura Militar, etc.), suas distorções, causas
ou fenômenos históricos.
7) Favor, caso seja "Comunista", "Anarquista", "Utilitarista", etc, não se ofender com o termo
"Distorção", ele aqui é usado como sinônimo de alteração e foi escolhido para aprofundar a
ideia de desvirtuamento e deformação do ideal inicial da filosofia apresentada.
8) Não "concorde" ou considere ilegítima ou "errada" qualquer informação do post, favor
construir sua tese e a referência bibliográfica (ao menos três, um contra-ponto e duas
afirmativas, uma confrontando a argumentação) como base de diálogo, talvez você saiba de
fatos interessantes e queira compartilhar. Não xingar é interessante, tal como trazer dados
com base em pesquisa real...a reflexão de outros é o único interesse do post.
INTRODUÇÃO
Esse post é bem rudimentar, admito, mas não visa ser nada além de um texto descritivo
comparativo, onde o leitor pode confrontar as filosofias, suas distorções, suas características
em comum e suas diferenças para que, com posse de dados, possa estudar sobre o assunto e
construir uma visão política consciente. Para auxiliar nesse processo há algumas referências
minhas para esse post e que podem (e devem) ser ampliadas para os que se interessam pelo
assunto. Peço que leiam esse material apenas como um tipo de "memorial descritivo objetivo"
das principais filosofias estruturais de entendimento político e não como um "tira dúvidas" ou
"aula", mas que sirva para reflexão, pesquisa e simples leitura sobre a história, acontecimentos
e dogmas dessas filosofias de forma mais concreta e menos subjetiva ou baseada em
empirismo ou crença infundada.
ESQUERDA = Foco no futuro: Categorizado por medidas que possuem como objetivo a
mudança, indo contra a realidade de uma cultura específica, muito confundida com "oposição
ao governo", "populismo" e "Ajuda aos pobres".
EXTREMA ESQUERDA = Conforme se fortalece a ideia de mudar a realidade antropológica para
obter a nova realidade imaginada, comumente chega-se ao máximo fortalecimento do Estado
e sua intervenção na política interna de uma determinada nação ou cultura como meio de
garantia de novas mudanças e inalterabilidade das supostas melhorias já alcançadas.
DISTORÇÕES DE ESQUERDA = Filosofias que partem do ponto de vista de uma mudança social
para um "mundo melhor" são datadas desde antes da Idade Antiga e ganharam força no
ocidente com movimentos radicais anti-cristãos perto do início da Idade Média, ganhando, em
muitos casos, caráter violento. Entre as mais radicais distorções, destacam-se o fascismo, o
socialismo nacionalista alemão (filosofia de política base do partido de Hitler) e o Comunismo.
Nesses casos a ideia de mundo melhor passa a justificar atos violentos e de rigoroso controle
social de extrema esquerda embasados no discurso de liberdade e abrangência socialista para
hipótese de um novo mundo sem desigualdades sociais e, por tanto, livre. Na realidade todas
essas distorções, historicamente, mataram milhões (isso é fato comprovável e histórico) em
contradição com a "pregação" militante, uma vez que grandes socialistas (como Marx)
defendiam a luta de classes ao mesmo tempo em que difundiam a filosofia de que antes de
livre, o povo deveria ser escravizado até que "soubesse" como ser livre da "forma mais
adequada". A pobreza e a guerra ajudaram a difusão das idéias de extrema esquerda e aos
regimes totalitaristas enquanto alguns intelectuais tentavam, inutilmente, alertar sobre o
discurso interno dos líderes dos movimentos de esquerda. Esses regimes, em sua grande
maioria, são radicalmente contra a propriedade privada e as instituições ortodoxas (pós
domínio de Roma) como a família e a religião.
DIREITA = Foco no passado: Categorizado por ações metódicas baseadas em três pilares
fundamentais: Observação de ação X reação, Observação de fenômenos dentro e fora de uma
determinada conjuntura cultural e a Manutenção de ideias, comportamentos e valores de uma
cultura, normalmente com caráter teocêntrico. Confundido com "ditadura", "governo vigente"
e (no Brasil) como "Ditadura Militar" e muitas vezes associada ao "capitalismo selvagem".
EXTREMA DIREITA = Devido a sua construção baseada em Observação e Manutenção de um
conjunto moral, a extrema direita divide-se em dois aspectos. No primeiro caso, um sistema
ditatorial, muitas vezes monárquico, oligárquico, cosmopolita, burguês ou teocentrista é
estabelecido, reforçando a condição quase inalterável da sociedade e traçando separação
extremamente bem definida entre classes sociais, muitas das vezes com uma influência
extrema das mesmas sobre o Estado, mais do que atender as necessidades do povo. Na outra,
a observação do desgoverno e dos aspectos negativos (somente) da presença do Estado leva a
ideia de sua presença como um fator conflitante com a eficiência e a observação característica,
nesse ponto, adquirindo expectativas de "melhorar o futuro" (como na esquerda, mas
baseando-se em um passado com dados e fatos estudados), chegando-se a conclusão do
urgente "expurgo da figura do Estado", ou "Anarquia", defendida por filósofos como Mikhail
Bakunin.
DISTORÇÕES DE DIREITA = O próprio anarquismo nasce da filosofia política de "Direita" ao
defender o direito à propriedade privada, um dos pilares centrais de divergência entre a
Direita (Extrema ou não) e a Extrema Esquerda. Mas, ao defender a livre associação e a
liberdade, choca-se com a filosofia de Extrema Esquerda e com a filosofia de Extrema Direita,
embora, na realidade seja contraditoriamente uma filosofia nascida da extrema análise de
observação de falhas de governos "de Direita". Sua conduta varia de política a pessoal
mantendo a conduta de seus líderes quase sempre paralela a esses elementos, tornando-a
uma distorção filosófica por si mesma, já que cada um passa ter sua própria ideia de anarquia
e livre associação, hora lutando por suas ideias de forma pacífica, hora agindo por meio de
violência. Com o crescimento da filosofia antropocêntrica no mundo ocidental durante o
Iluminismo, essa corrente filosófica foi difundida com mais veemência e discordância,
segregando o movimento em si mesmo. Todas essas ideias criaram diversas correntes de
pensamento anarquista com características distintas e complexas, com questões internas que
dificultam sua percepção. Uma forma mais objetiva de entender esse movimento é categorizá-
lo como "uma sociedade com magistrados e direito privado sem figura do Estado e separação
da ideia de classe social e poder econômico da aplicabilidade prática do direito", embora
estereótipos sejam problemáticos ao abordar essa linha de filosofia política. Entre membros
famosos dessa linha de pensamento destaco Alan More e suas obras, geralmente ligadas
diretamente a essa visão.
IMPORTANTE = Capitalistas e neo-liberalistas não fazem necessariamente parte da filosofia
política de direita, mas fazem parte dessa classificação por interesse comum. Na Direita as
classes sociais e os paradigmas sociais de uma cultura devem ser preservados em detrimento
de uma mudança política, ainda que a princípio benéfica. Logo, uma nova ideia que cause uma
mudança nesse cenário é, a princípio, desencorajada a menos que não interfira nessa ordem.
Com tudo, os movimentos de mudança econômica propostos nesses dois "personagens" da
história política desestabilizam a ideia central de Direita, mas reforçam a ideia de propriedade
privada, apenas dando a possibilidade do mesmo "mudar de mãos". Sendo assim, ele não
afetaria as classes sociais, mas mudaria os nomes das famílias que ocupariam tais classes de
tempos em tempos e atiça uma "corrida" por controle de bens e serviços, mesmo que se deixe
de lado outros elementos e aumente o número de pessoas nas classes abaixo dessa hierarquia.
Marx observou o fenômeno e o chamou astutamente de "Capitalismo Selvagem", colocando
esses fenômenos econômicos na "conta" da filosofia de Direita sem que de fato nenhum
filósofo de direita tivesse cogitado essa associação direta. Desse modo, qualquer mudança ou
filosofia econômica que reforce a iniciativa privada ou a propriedade dogmaticamente, sem a
ilusão (muitas vezes utópica) da eliminação da mesma no tocante ao desenvolvimento do
capital é taxada por socialistas e simpatizantes da filosofia de direita como parte de tal
filosofia. Com a crescente bancarrota de estruturas econômicas sobre regência totalitarista
estatal e sua comum busca de recursos em países com medidas econômicas capitalistas (como
o recente acordo comercia de Cuba e EUA), muitos militantes e simpatizantes da Direita
fingem ignorar as diferenças e abraçam o capitalismo e o neo-liberalismo para combater as
ideias de esquerda com vãs promessas de riqueza ao alcance de todos frente a real perspectiva
de desconforto e pobreza que os governos de Esquerda efetivamente oferecem aos
governados, tornando apenas o Estado confortável...típicas contradições de duas filosofias
controversas.
CENTRISMO = A política de centro é uma moderação e não uma filosofia. Funciona mais como
um tipo de "medida de contenção" aplicada a ambos os casos. Na Centro-esquerda, o objetivo
é manter a esquerda aberta a sistemas políticos liberais e a medidas econômicas associadas a
iniciativa privada, mas mantendo o caráter de controle do Estado sobre recursos e economia
de forma quase totalitária em sua constituição. Na Centro-direita temos um governo de direita
que adota medidas socialistas para combater a pobreza e as desigualdades sociais, também
mantendo-se aberto a regimes não totalitários e reforçando o poder jurídico e de direito,
sobre-tudo mantendo direitos individuais, mas tentando reforçar as leis para manter a ordem,
na prática dando função ao Estado sem reprimir a individualidade e a filosofia da
"meritocracia".
DISTORÇÕES DAS POLÍTICAS DE CENTRO = A principal é a ideia de tentar seguir nas duas
direções ao mesmo tempo, agindo como "Centro-direita" ou "Centro-esquerda" em momentos
variados, geralmente essa distorção é motivada por interesses políticos conflitantes. Mas além
dessa, existe uma mais profunda, o Utilitarismo, onde o eudemonismo a influencia a uma
busca política pela "felicidade ou bem estar" de todos, levando o caso acima a uma
extrapolação. Nesse caso, os próprios conflitos de interesses de mercado ou os interesses
individuais afetam a percepção, tirando da politica uma forma pré-definida em troca de um
ideal pré-definido. Fortemente ligado (embora, indiretamente) ao liberalismo e neo
liberalismo ("de direita") ao passo que parte de um ideal a ser exercido sobre todos ("de
esquerda"), o utilitarismo ganha características próprias e com o tempo mais e mais se
mesclou a outras filosofias políticas atuando como "ideal desejável" difundido em conjunto do
Estado e Sociedade, principalmente entre a magistratura e economia, principalmente pelos
discursos de pensadores como Condillac e Jean-Baptiste Say (que estendeu para a
subjetividade os preceitos de trabalho e a relação do mesmo com o dinheiro e a produção
material descrita por Adam Smith).
VISÃO APOLÍTICA
Desde o início de minhas humildes pesquisas, tenho me observado contrário a estruturação
política atual por três razões fundamentais. Primeiro a frequente manipulação de "líderes
partidários" e suas deformações filosóficas sobre as filosofias políticas as quais defendem,
segundo pela falta de um civismo verdadeiro. A aparente busca pelo controle e pelo poder de
influência notoriamente superam os discursos mais variados e misturam-se a estranha
necessidade do poder individual pelo próprio poder em si, descartando-se o propósito,
tornando a política vazia e sem significado. Em resumo, não foi convencido ainda a nenhuma
delas, apenas tenho observado que a sociedade como um todo não parece ter entendido que
partidos políticos e suas filosofias apenas complicam os verdadeiros problemas da relação
entre governo x governados que é a falta de propósito no bem comum e na justiça dos que
detém o poder para aqueles que de responsabilidade dos poderosos muitas vezes tornam-se
reféns de seus interesses. Mas isso é apenas uma opinião e como todas ainda é incompleta e
sujeita a transição, embora haja pouco otimismo à vista.
BIBLIOGRAFIA
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Entre outros livros, vídeos e artigos sobre os temas abordados.