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espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano III . n.º12 . Trimestral . Setembro 2008 pessoas a sentirem pessoas

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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno III . n.º12 . Trimestral . Setembro 2008

pessoas a sentirem pessoas

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2 Obra Diocesana de Promoção Social

Obra em 3D

dignidade,determinaçãoe dinamismo

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3Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Ficha Técnica

Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Belmiro Teixeira, Manuel AmialDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, Andreia Vasconcelos, Aurora Rouxinol, Belmiro Teixeira, Bernardino Chamusca, Confhic, D. João Lavrador, D. Manuel Clemente, Dra. Maria Barroso Soares, Filomena Semana, Frei Bernardo Domingues, João Pratas, Manuel Amial, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Mónica Taipa Carvalho,Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre Lino Maia, Paulo Lapa, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso, Susana Carvalho.Gráfica - CLARET, Companhia Gráfica do Norte, www.graficaclaret.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO

Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555

04 - Editorial Manuel Amial

05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente

06 - Servindo... Construindo Américo Ribeiro

08 - Um olhar sobre nós Padre Lino Maia

09 - Pequenos gestos fazem grandes acções Sua Revª. D. João Lavrador

10 - Diferentes, mas iguais Bernardino Chamusca

11 - A sensibilidade no olhar o outro Professor Daniel Serrão

12 - Foi a mim CONFHIC

13 - Pobreza e Cidadania Padre Jardim Moreira

14 - Dispostos a dormir pelo Reino? A. Pronzato

15 - Apreender a ser pessoa boa e apta a fazer o bem Frei Bernardo Domingues

16 - Fazer a Diferença Teresa Souza-Cardoso

19 - Lavandaria Central João Pratas / Mónica Carvalho

20 - Nós por dentro Sara Cardoso

22 - Dia da Obra Manuel Amial

28 - Histórias para Pensar e Reflectir Lurdes Regedor

29 - Formação João Pratas / Mónica Carvalho

30 - Passeio Anual Belmiro Teixeira

32 - Mensagens sobre o Espaço Solidário

34 - Futebol Feminino na ODPS?... Não é invenção... Paulo Lapa

35 - Donativos

Sumário

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Obra Diocesana de Promoção Social4

EditorialUm trabalho excelente, dedicado e profundamente humano ressaltou do

grande espectáculo que encheu o Coliseu do Porto no passado dia 19 de Julho

comemorativo do Dia da Obra Diocesana.

Os vários centros sociais mostraram que o sonho e a magia são bem pos-

síveis de alcançar quando há empenhamento e dedicação.

Um espectáculo bem organizado, pleno de movimento, som e cor, com as

várias gerações que frequentam os nossos centros sociais a interagir de forma

brilhante, numa actividade que galvanizou a assistência que enchia por completo

o Coliseu.

Ninguém ficou indiferente!

A Obra Diocesana é uma grande instituição da nossa cidade!

Em que os valores estão sempre presentes e a atenção às pessoas é uma

constante!

Este número do Espaço Solidário dedica-lhe uma grande reportagem para

memória futura.

Para que também sirva de exemplo para espicaçar o espírito solidário da

nossa comunidade, em tempos de dificuldade e de fragilidade do nosso tecido

social.

Permitam-me que aproveite este editorial para agradecer os comentários e

as observações que nos têm chegado, de forma geral de agrado pelo novo visual

do Espaço Solidário.

Hoje a inovação e a criatividade são fundamentais.

É também isso que nos move, nesta tarefa que não é fácil mas que reali-

zamos com muito gosto e com muito carinho.

Manuel Amial

A grandeza desta instituição esteve

bem patente no dia da obra

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Mensagem

Em Setembro retoma-se nor-

malmente a vida social, abrindo-se na

Igreja um novo “Ano Pastoral”. Assim

também na nossa Diocese do Porto e

em todas as suas comunidades e or-

ganismos, entre os quais releva a Obra

Diocesana de Promoção Social, de

cuja vida dá excelente ideia o Espaço

Social.

O nosso País e sociedade en-

frentam o futuro com um misto de espe-

rança e cuidados. Esperança, porque

dispomos felizmente de um excelente

povo, onde não faltam dinamismos de

juventude e sabedoria. Juventude em

que tantos e tantas se preparam para

contribuir, com os conhecimentos que

adquirem e pelas potencialidades que

manifestam, para uma integração ple-

na e criativa numa Europa à altura do

seu passado e do seu destino, como

catalisadora do desenvolvimento mun-

dial. Mas cuidado, porque ainda há

muito a fazer para que toda a nossa

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 5

população, natural ou imigrada, possa desfrutar das condições necessárias para

que tal aconteça em pleno.

Estamos conscientes de que alguns factores negativos se somaram ul-

timamente, dificultando que Portugal aumente o seu índice de desenvolvimento

geral. E de como o trabalho para todos continua a ser uma meta difícil de atingir,

em termos suficientes e estáveis. Por outro lado, grande parte da nossa popula-

ção já integra um escalão etário elevado, que traz novos desafios no campo de

segurança, acompanhamento e valorização específica do seu contributo.

A tudo isto a Igreja do Porto quer estar atenta, também através da sua

Obra Diocesana de Promoção Social. Obra que recentemente se dispôs a um

esforço suplementar no apoio às pessoas mais carenciadas dos “bairros” em que

mantém os seus Centros.

Disposição muito louvável e merecedora da nossa redobrada gratidão

e solidariedade, dados os muitos encargos e parcos recursos de que a Obra

Diocesana dispõe, só ultrapassados pela grande generosidade dos seus respon-

sáveis e colaboradores.

Mas fica aqui o meu apelo a todos os leitores desta “mensagem” para

um apoio ainda maior e mais concreto à Obra Diocesana de Promoção Social,

para que esta possa responder cabalmente ao desafio que tão generosamente

assumiu.

Com toda a gratidão e companhia do

+ Manuel Clemente

IN LUMINE TUO

D. Manuel ClementeBispo do Porto

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Momento do Presidente

O exercício da cidadania tem

uma dimensão abrangente e multifa-

cetada, uma perspectiva empreen-

dedora, uma função integradora e

uma boa dose de humanismo e so-

lidariedade.

Envolve a interpelação, a in-

trospecção, a mobilização de pessoas

e de vontades, assim como o encora-

jamento de outros demonstrando-lhes

pelo testemunho vivo que podem ser

uma mais valia no contributo dirigido

à construção de uma comunidade e,

consequentemente, de uma sociedade

mais equilibrada, mais justa, mais hu-

mana e mais solidária.

No viver de hoje e no contexto

social e económico onde estes se in-

serem, a inquietude ou mesmo angús-

tia, devidas ao desmoronamento ou

perda de valores, de referências, de

modelos fundamentados, alicerçados

em Deus, prescrevendo a visão e a

acção globalizantes do Amor ao Próxi-

mo e de uma sólida consciência mo-

ral e cívica, acentuam-se mais com a

omnipresença de critérios e decisores

económicos, utilitaristas, calculistas,

proveitosos, egoístas, individualmente

triunfantes…

São obstáculo forte ao pensa-

mento responsável e deixam tempo e

espaço reduzidos ou até mesmo nulos

para as causas do social e da vida co-

lectiva e, muito menos, para apoiar ou

servir com trabalho gratuito, empenha-

do e despretensioso.

Nesta realidade absorvente e altamente contagiante, falar de voluntariado

e de recrutamento de jovens, homens e mulheres voluntários, para prestarem

serviço dentro dos moldes que enfatizam uma cidadania altruísta e humanitária

é, indubitavelmente, uma rubrica e uma dinâmica que organiza, só por si, “rarida-

de”, “tesouro”, que devemos tratar com muito carinho e apoiar com permanente

reforço positivo.

Mesmo assim, o serviço de voluntário tem de ser bem regulado, orientado,

carecendo de condições específicas, quer no meio onde ele se exerce, quer no

que diz respeito à atribuição das incumbências, responsabilidades, capacidades

e competências que são solicitadas a quem realiza as diferentes acções nele

englobadas.

Tem, por assim dizer, subjectividade e objectividade; tem direitos e de-

veres; tem de ser objecto de avaliação, reformulação/actualização e inovação

contínuas.

Todo o trabalho que se produz ou se desenvolve tem de ser eficaz e bom.

Então o voluntariado pressupõe, talvez, pessoas certas nos lugares cer-

tos, implica psicologia e pedagogia muito próprias.

Um indicador importante poderá ser a profissão que se desempenha.

Torna-se urgente uma acção eficaz de solidariedade Social, que também

inscreve operacionalização transversal e específica, de voluntariado Social que

começa a assumir o significado e a expressão correctos.

Ser voluntário, segundo a definição das Nações Unidas, “é o jovem ou

adulto que devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico dedica parte

do seu tempo disponível, sem remuneração alguma, a diversas formas de activi-

dade organizadas ou não, contribuindo para o bem estar social em vários cam-

pos da vida.”

A pessoa, que por sua livre e espontânea vontade, encontrando-se, por

isso mesmo, impulsionada e motivada, aderiu à actividade voluntária, integrada

nas mais diversas instituições de serviço à comunidade e cujas áreas de interven-

ção podem ser saúde, apoio à infância, apoio à terceira idade, apoio à inclusão

social, dirigismo… deverá estar devidamente informada e aberta à formação re-

querida, à inovação, à flexibilização e oferecer um serviço de qualidade.

O objecto é o serviço e o seu objectivo é servir, mas servir bem.

Esta consciência e cultura têm de ser a base para desenvolver o projecto

que abraçou.

Os dividendos que daí resultam são múltiplos para ambas as partes, para

a Instituição em causa, mas também para a própria pessoa, actor do papel que

Servindo… Construindo

Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS

Obra Diocesana de Promoção Social6

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lhe foi atribuído, sentindo-se útil, sen-

tindo o dever cumprido e a satisfação

na sua realização pessoal e no bem

que facultou aos outros.

Quem dá recebe, se a dádi-

va oferecida situar-se no patamar, na

grandeza do verdadeiro dar sem retri-

buição.

Normalmente quem tem uma

vida mais ocupada é quem se dispo-

nibiliza e se presta a dizer sim a este

tipo de serviço, é a constatação da

verdade.

O serviço voluntário tem objec-

tivos cívicos, culturais, educacionais,

científicos, recreativos ou de assis-

tência social… e o seu resultado será

mais produtivo e valioso quanto mais

organizado estiver.

Neste entendimento, é neces-

Qualidade – Qualidade Chave do sucesso

Inovação – Evoluir pressupõe inovação

Cooperação – A cooperação entre todos é factor determinante numa dinâmica de êxito

Empenhamento – A dedicação conduz à confiança

Compromisso – O compromisso contém propósito firme

Transparência – Transparência = Verdade = Verticalidade

Responsabilidade – A consciência de um dever assumido pede continuamente a responsabilidade

Personalização – Cada ser é um só

Congregados num todo coe-

rente, equilibrado e dinâmico de parce-

rias organizadas, serão a porta aberta

para a concepção, desenvolvimento

e obtenção de efeitos prestimosos de

um ou vários projectos, consoante a

natureza dos mesmos, construtores

de uma Obra promotora e significativa,

concomitantemente ou em paralelo,

sublinhando e intensificando a sensi-

bilidade e comportamento solidários, a

cidadania e a substância do Bem ma-

terial e do Bem não comensurável!

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 7

sária a criação de um modelo de for-

mação e actualização dos voluntários

que chama a si formadores com co-

nhecimentos e práticas que viabilizem

um serviço eficiente e enquadrado na

qualidade.

São, entre outros, valores que

conferem às Instituições e aos Voluntá-

rios as decisões certas para o resulta-

do desejado.

QualidadeInovaçãoCooperação EmpenhamentoCompromisso TransparênciaResponsabilidade Personalização

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Obra Diocesana de Promoção Social8

Um olhar sobre a obra diocesana

Quando, em 1964, liderada por

Nuno Pinheiro Torres, a autarquia por-

tuense considerava que o “organismo

estranho à Câmara e de indiscutível

idoneidade” para a prossecução da

actividade de assistência social nos

bairros sociais, que então se erguiam

na cidade, era o Secretariado Dioce-

sano de Acção Social (anterior nome

da Obra Diocesana de Promoção So-

cial), não só pelo apoio técnico de que

dispunha, como também pelo espírito

da instituição em que se integrava, e,

assim deliberava fixar um regime que

garantisse que o subsídio a conceder-

lhe “em cada ano (…) não fosse infe-

rior ao total das verbas dispendidas

no ano transacto com instituições de

assistência do concelho subsidiadas

por rubrica geral”, a Câmara reconhe-

cia uma evidência e desafiava uma

Instituição da Igreja a aprofundar a

sua acção.

Mas não só.

A Obra Diocesana lançava-se

numa bela aventura em que foi uma

espécie de “laboratório de respostas

sociais”, tantas delas posteriormente

aplicadas por outras paragens deste

país, já devidamente tipificadas. Es-

tava convertida no principal promotor

social nos bairros. Muitas e muitos por

ela passaram como seus utentes. A

sua actividade encontrava nas com-

participações dos utentes, em ofertas

variadas, no apoio da Câmara e nos

acordos de cooperação a necessária

cobertura financeira.

Hoje, tanto a iniciativa como

o reconhecimento da Câmara são

justamente louvados: as obras falam

pela Obra. Também é sobejamente

reconhecido que a Obra Diocesana é

credora de um ainda maior reconheci-

mento e de um apoio ainda mais con-

sistente.

Face a novas dificuldades de

um maior número de pessoas e famí-

lias, já de si muito mergulhadas em di-

ficuldades jamais ultrapassadas, com

o desmesurado aumento dos preços

dos bens essenciais e o aprofunda-

mento das desigualdades sociais, em

Julho último, o Senhor Bispo do Porto

confiou à Obra Diocesana e à Cáritas

a tarefa de desenvolver apoios extraor-

dinários e diversos, de carácter geral

e de material escolar, às pessoas mais

carenciadas que não fossem seus

utentes e, portanto, não estivessem

abrangidas por eventuais acordos de

cooperação em vigor. Para a iniciativa

destinava parte do fundo diocesano

de solidariedade.

Ambas as Instituições abraça-

ram com entusiasmo o desafio.

No caso em apreço, o presi-

dente da Obra Diocesana logo pro-

moveu o levantamento exaustivo das

situações mais graves em todos os

bairros em que ela tem actividade e

nos outros adjacentes. Desenvolveu

inúmeros contactos para uma acção

articulada. A sua determinação é inul-

trapassável. E algumas situações sem

dúvida que serão desagravadas.

Padre Lino Maia

É uma fase nova que a Obra Dio-

cesana enceta. Sedutora e desafiante.

Muito provavelmente inovado-

ra: com a abertura de novos caminhos

para as Instituições da Igreja com ac-

ção social solidária.

As Instituições da Igreja são in-

transigentemente defensoras da quali-

dade e da transparência. Celebrando

acordos de cooperação, apoiam os

seus utentes. Identificados e quanti-

ficados. Esses e não mais. Outros as

interpelam e a outros se sentem elas

enviadas. Mas os acordos de coope-

ração muitas vezes limitam os seus

movimentos, a sua abertura, a sua

catolicidade: muitos são os neces-

sitados mas “poucos os escolhidos”

como utentes… Esse é o drama de

muitas Instituições. Da Obra Diocesa-

na que foi “seduzida” pela Câmara do

Porto nos idos anos sessenta e que se

lançou convicta e afoitamente na cele-

bração de acordos, também.

Com este último desafio, pasto-

ralmente lançado pelo Bispo do Porto e

entusiasticamente assumido pela Obra

Diocesana, talvez esteja um caminho a

percorrer pelas Instituições da Igreja:

celebrando acordos de cooperação,

apoiam os seus utentes; sendo ecle-

siais, descobrirão formas de apoiar to-

dos aqueles, que sendo provavelmente

mais numerosos, esperançadamente

batem às suas portas. E “irão pelas

praças” para “contratar” mais…

Evidentemente, formas que

não colidam com a qualidade e a

transparência, antes associem perma-

nentemente essas saudáveis exigên-

cias com a necessária opção pelos

mais pobres, independentemente das

suas matrizes. Alguma habilidade e

muito provavelmente um melhor en-

quadramento legal serão necessários.

Mas não será impossível

Uma vez mais a Obra Diocesa-

na pode ser uma espécie de candeia

que ilumina à frente e bem alto…

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Perante este tema que me é proposto no sentido de apresentar algumas

palavras para serem publicadas no «Espaço Solidário», desperta-se em mim

uma convicção e propõe-se um compromisso.

A convicção é fruto de uma dupla fonte, a experiência e o encanto do

gesto partilhado no amor. Somos confrontados, todos os dias, com a realidade

de pequenos gestos que tornam felizes as pessoas a quem se dirigem. Facto

que nos faz meditar na grandeza dos resultados dos referidos gestos, que não

tem comparação com o pequeno esforço que, na maioria das vezes, nos é exi-

gido. Por seu lado, o encanto do gesto partilhado, sentimo-lo na felicidade que

oferece não só àquele a quem se destina, mas também àquele que o realiza.

Nesta contemplação, surge a pergunta: Porquê? O que levará um simples e

desprendido gesto a oferecer tão grande alegria? Onde está o factor multipli-

cador?

A resposta só poderá ser uma, e também ela comprovada pela experi-

ência, o amor. Na realidade do amor, não só descobrimos que ele se transmite

por gestos simples, mas que ele mesmo, porque implica o ser de cada um, mul-

tiplica infinitamente o resultado do gesto realizado, por muito singelo que seja.

Se estivermos atentos ao dia a dia da Obra Diocesana de Promoção

Social e à sua história, esta é a pauta de leitura da sua realidade. Ela é espaço

de partilha, de dádiva, da expressão do que de mais sublime e profundo o ser

humano pode ser e sentir. Ela é espaço onde o amor se vive como realidade

multiplicadora dos pequenos gestos que se transformam em felicidade e reali-

zação para quem os recebe e para quem os oferece.

Dizia que também propõe um compromisso. Este, no olhar da socieda-

de, advém do facto de o ser humano mais desprotegido exigir a partilha para

que os bens possam chegar a todos. É uma exigência social e evangélica. Mas,

penso que esta vai mais longe e tem a ver com a própria realidade de cada ser

humano na busca da sua realização. O outro, particularmente o mais pobre,

desperta no seu semelhante a necessidade de se encontrar com a partilha, com

a generosidade, numa palavra, com o amor, fundamento de todo o seu ser. Não

é por acaso que o gesto simples de dar oferece tão grande alegria àquele que o

realiza. Interpelados por esta experiência somos conduzidos pela linguagem de

S. João, ao encontro de Deus, quando ele diz: «se nos amarmos uns aos outros,

Deus está em nós e o Seu amor é perfeito em nós» (1 Jo. 4, 12).

Num mundo tão perplexo, com tantas ambiguidades e com tanta falta de

sentido para a vida, eis a interpelação a exigir um compromisso sério, que vem

das pessoas e das instituições, como a Obra Diocesana de Promoção Social,

que na sua simplicidade, apesar da

sua amplitude organizativa, oferecem

um caminho a percorrer para, através

de gestos simples, oferecer a felici-

dade e realização àqueles a quem se

destina, afinal, toda a comunidade,

seja naqueles que delas usufruem

seja naqueles que nelas encontram a

expressão da sua generosidade.

Ficam sempre mais enrique-

cidas as mãos e o coração daquele

que oferece.

Faço votos que a Obra Dioce-

sana de Promoção Social seja sem-

pre o espaço multiplicador de reali-

zação e felicidade a partir de gestos

simples mas generosos.

+ João Lavrador

D. João LavradorBispo Auxiliar do Porto

«Pequenos gestos fazem grandes acções»

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Obra Diocesana de Promoção Social10

Diferentes, mas iguais

Escrevo ainda sob um senti-

mento de exaltação que se apossou

de mim durante a festa do Dia da

Obra.

O Coliseu do Porto, naquela

tarde tórrida de Julho, transformou-

se, possuído que foi também pelo

“arco-íris dos afectos”, uma metáfo-

ra que a Obra Diocesana transformou

em realidade.

Ao longo das horas que ali se

passaram com inusitado júbilo, uma

realidade foi patente: no reino do ar-

co-íris dos afectos todos são diferen-

tes, mas todos são iguais.

E essa realidade advém não

do preceito constitucional (todos os

cidadãos têm a mesma dignidade so-

cial e são iguais), mas de um sentido

profundo de comunhão a que também

podemos chamar solidariedade.

Na verdade, os participantes

da festa, ao darem visibilidade ao

“arco-íris dos afectos”, souberam

ser iguais a si mesmos e, nessa fide-

lidade à sua personalidade individual

e colectiva, conseguiram construir

um paradoxo: uma igualdade diferen-

te entre todos eles.

O arco-íris é, na verdade, uma

metáfora bem escolhida para signifi-

car a realidade da Obra Diocesana:

situada em diversos lugares da cida-

de, diferentes na sua história e nas

suas vivências, mas iguais nas suas

carências e anseios, a Obra vem

conseguindo fazer dessa diversida-

de uma das suas mais interessantes

características. Tal como no arco-íris

há diversas cores, cada qual a mais

bela, todas unidas entre si por grada-

ções subtis de tons e intensidade, de

cujo conjunto surge e se mantém a

realidade que tanta beleza nos apre-

senta, também a Obra, na sua reali-

dade histórica e social, materializan-

do a acção social em pontos distintos

da cidade portuense, consegue, a

golpes de generosa solidariedade,

mostrar que assim se faz… obra!

Foi esta realidade que vi pre-

sente no Coliseu: um todo plúrimo

nas suas diversas expressões, de

que emerge a mensagem base dos

últimos anos: pessoas a sentirem

pessoas! Nesta realidade, a diversi-

dade dá fundamento à igualdade e

esta apresenta-se como filtro da ver-

dade.

O expoente da obra realizada

são as pessoas servidas pela Obra:

elas foram, são e serão a razão de

ser da ODPS. Também elas elemento

substancial do arco-íris dos afectos

que, no Coliseu foi, por sua vez, a

manifestação festiva e exteriorizada

da Obra realizada.

Bernardino ChamuscaPresidente do Conselho de Administração da ODPS

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11Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Foi um filósofo Hebreu a viver

em França, chamado Emmanuel Lévi-

nas, quem nos ensinou a pensar este

gesto, que parece tão simples, que é

o de olhar o outro.

Olhar o outro pode não ser

nada mais que um distraído passar

os olhos pelo outro, sem qualquer

interesse por ele e esquecendo-o

imediatamente. São olhares casuais,

indiferentes, que não conduzem a

nenhuma acção. Mesmo que o outro

seja o desvalido caído no caminho

depois de ter sido agredido e rouba-

do por malfeitores. Foi deste modo

desinteressado que o levita e o sa-

cerdote olharam para o pobre merca-

dor que seguia para Jerusalém e foi

espoliado e ferido.

Olhar o outro pode ser apenas

para satisfazer a curiosidade. Como

será aquele outro que se veste tão

bem ou que tem tanto dinheiro ou que

aparece na Televisão, etc. São olha-

res interesseiros que apelam para a

imitação e a submissão. Os publici-

tários conhecem esta forma de olhar

e por isso usam-na como objecto das

suas acções de marketing comercial

ou político. Um deles já disse um dia

que conseguiria “vender” tão bem a

imagem de um político que o faria ser

eleito para Presidente da República.

Quem olha o outro desta forma fica

dependente da imagem que o outro

exibe no que tem de mais superficial

e oco que é o seu aspecto exterior,

tantas vezes modificado e manipula-

do para parecer o que não é.

Lévinas diz-nos que estes

olhares são de baixa qualidade e

nada acrescentam de bom ao que

olha.

Mas o verdadeiro olhar, o

olhar próprio de um ser humano, é o

daquele que descobre no outro uma

alteridade absoluta. Um totalmen-

te outro que não é constituído pelo

meu olhar pois existe antes de eu o

ter olhado. Mas, porque o olho e o

recebo em mim, assumo uma respon-

sabilidade pessoal da qual não me

posso excluir. Porque o olhei e o vi,

criei-o em mim, dei-lhe um lugar na

minha autoconsciência. Antes de o

ter olhado ele não existia para mim;

olhá-lo foi dar-lhe uma existência que

me responsabiliza.

Eis porque o meu olhar tem de

ser sensível ao que o outro é; e eis

porque me impele a ajudar, apoiar,

amar e até sofrer com o outro. Só um

olhar sensível e dedicado faz do meu

olhar o outro um acto de amor.

O Samaritano olhou assim o

desvalido e todo ele se sentiu respon-

sabilizado por aquele que olhou com

sensibilidade verdadeiramente hu-

mana. Sem precisar de explicações

nem de teorias.

Bento XVI diz que quem não

sabe olhar assim o outro, nunca con-

seguirá olhar o Outro e conhecê-Lo,

em verdade.

A Sensibilidade no olhar o Outro

Professor Daniel Serrão

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Obra Diocesana de Promoção Social12

Foi a Mim que o fizeste!

Esta firme e repetida afirmação

conduz-nos a um constante confronto

de quanto sonhamos e de quanto so-

mos, de quanto queremos e de quanto

fazemos, de quanto nos propomos e

de quanto ficamos aquém...

Diante de nós, a decisão de

ser feliz, ao fazer felizes os outros. Ati-

tudes de indiferença ou amor, de hos-

tilidade ou acolhimento são desafios

diários, para não dizer permanentes.

Se soubéssemos o que de-

pende nós!

O que depende das nossas

obras de misericórdia e de gratui-

dade, o que depende do nosso pe-

queno/grande gesto de carinho e de

escuta.

O que depende de nós, para

ouvirmos dentro a persistente e mobi-

lizadora voz:

Foi a Mim! Foi a Mim!

Todo o Evangelho nos reve-

la um Cristo totalmente identificado

com os mais pequenos, que hoje

identificamos com os que nos olham,

nos esperam, nos pedem, silenciosa-

mente, gestos samaritanos de lenitivo

para a vida, bálsamo de confiança,

serena palavra ou eloquente gesto

que fala por si.

Cada tempo é o tempo de

refazer, com ousadia e em primei-

ra pessoa, a fundamental pergunta:

Quando Senhor?

Quando Te vi com fome... só

ou abandonado?

Todas as vezes que encon-

traste o pobre e partilhaste do teu

prato cheio, foi a Mim que o fizeste!

Todas as vezes que desper-

taste a fome do Meu pão e foste pão

partilhado para os famintos, foi a

Mim!

Todas as vezes que ofereces-

te um copo de água ou despertaste a

fonte, onde se dessedentam todas as

angústias e cansaços, foi a Mim!

Todas as vezes que escutaste

o idoso, aconchegaste o doente e te

revestiste de sentimentos de miseri-

córdia, serenidade e compaixão, foi

a Mim!

Todas as vezes que foste sen-

sível à dor dos sem lar e sem pão,

famintos de uma palavra, de um mo-

CONFHICCongregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição

mento de atenção, de um gesto soli-

dário que acalma dramas e lutas, foi

a Mim!

Todas as vezes que foste pre-

sença libertadora para os presos nas

suas dores e nos seus limites, nos

leitos do sofrimento e nas cadeiras

de rodas, esperando apenas que al-

guém passe... foi a Mim!

Todas as vezes que saltaste

da teoria para a praxis, acolheste os

órfãos de pais vivos e te colocaste

no lugar do idoso fora de casa e do

doente sem visitas de amigos, foi a

Mim!

Todas as vezes que te colo-

caste no lugar do imigrante que não

sabe como comunicar, do estrangei-

ro, só e sem família, atirado para a

luta de sobreviver, foi a Mim!

Hoje,

ainda hoje,

Eu Me escondo nos mais necessitados,

suplico compaixão,

imploro cireneus que se aproximem,

tomem sobre si a minha Cruz e

permaneçam ao lado de quem sofre!

Vinde, benditos de meu Pai, recebei em herança o Reino!

Porque tive fome e destes-me de comer,

tive sede e destes-me de beber,

adoeci e visitastes-me,

era peregrino e me acolhestes.

Em verdade vos digo:

Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos

mais pequeninos, foi a Mim que o fizestes!

(cf. Mt 2,34)

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Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 13

A luta contra a pobreza é a luta pela Cidadania e pelo Bem Comum

Sobre a pobreza, o que ela

significa e quais os seus efeitos, pare-

ce por vezes que já tudo foi dito. Mas,

infelizmente, nem isto é verdade, nem

o facto de muitos de nós sabermos o

que ela significa tem permitido avan-

çar em processos eficazes de a com-

bater e erradicar.

A pobreza, na minha opinião

é, acima de tudo, a negação do ser

humano. Ser pobre é estar numa situ-

ação de desfavorecimento que impe-

de a concretização dos mais básicos

direitos humanos e, consequente-

mente, a plena cidadania. É por isso

mesmo que afirmo que, lutar contra a

pobreza é lutar pela cidadania.

A pobreza não é um problema

novo; é hoje um problema diferente

do que era no passado e não pode-

remos continuar a procurar combater

este problema da mesma forma que

fizemos no passado.

Devemos encarar a pobreza

como um fenómeno estrutural e que

só poderá ser erradicado quando

trabalharmos a este nível. Medidas

de assistencialismo e de caridade,

são muito importantes, mas devemos

intervir com mais eficácia tendo por

base medidas de carácter estrutural

agindo em conformidade com a natu-

reza deste fenómeno.

Devemos, colectivamente, pôr

cada vez mais a tónica na questão da

solidariedade social e proporcionar

e incentivar uma mais activa e eficaz

participação da sociedade civil nas

suas mais diversas formas de orga-

nização.

Inverter as tendências indivi-

dualistas modernas e a indisposição

para a participação activa dos cida-

dãos é, talvez, a mais importante ta-

refa que é preciso levar a cabo e com

a maior urgência. Os indivíduos não

podem continuar a alhear-se (ou ser

alheados) dos processos colectivos

de participação.

No entanto, esta participação

deve ser concretizada de uma forma

consciente e integrada. Devemos

fazer assistência mas tendo sempre

como fim último uma intervenção con-

creta ao nível da mudança estrutural

deste tipo de fenómenos. Assistir ex-

clusivamente não mais será possível

quando toda a sociedade estiver já

afectada pelo fenómeno.

Tanto, ou mais urgente do que

reordenar e tornar mais eficazes as

políticas sociais, é preciso que o Ho-

mem se reconheça como Homem – na

sua própria dignidade e liberdade – e

os outros como seus semelhantes.

Como afirma Riccardo Petrella

no seu livro “O Bem Comum – o elogio

da solidariedade”, estamos em vias

de perder o sentido do “existir e fazer

em conjunto”, o sentido do “bem co-

mum”. Foi dada prioridade aos itine-

Padre Jardim Moreira

rários individuais (a minha formação,

o meu emprego, o meu computador

pessoal) e considerados como ex-

pressão fundamental e insubstituível

da liberdade.

Precisamos de nos convencer

que os obstáculos interpostos no de-

senvolvimento integral não são ape-

nas de ordem económica, mas de-

pendem de atitudes mais profundas

que para o ser humano se configuram

em valores absolutos.

Sabemos que as causas que

colocam os maiores entraves ao de-

senvolvimento integral são a avidez

do lucro e a sede de poder... e é por

isso que termino recordando a passa-

gem bíblica, em que Caim mata seu

irmão Abel, e a quem Deus interroga:

onde está e o que fizeste do teu ir-

mão?

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Obra Diocesana de Promoção Social14

Ao menos alguma vez:

Deixar a caneta.

Desligar o telefone.

Deixar o lugar vazio num debate.

Não convocar celebrações.

Calar.

Sentar-se em contemplação.

Não correr.

Ao menos alguma vez:

Não expressar a sua opinião.

Deixar o seu ponto de vista.

Renunciar a tomar posição.

Não repetir o diagnóstico da sociedade.

Não manifestar a sua indignação.

Não elaborar receitas.

Ao menos alguma vez:

Deixar ouvir o silêncio.

Deixar que se note a ausência.

Dizer: não sei.

Deixar de lado o nosso ar de salvadores da humanidade.

Recordar que Jesus esteve no deserto sem antenas,

nem microfones…

Ao menos alguma vez:

Contemplar as estrelas que Alguém acendeu no céu.

Tentar localizar, na noite, o brilho de lamparinas acesas

por Alguém em muitos corações, sem a nossa ajuda.

Apoiar o ouvido sobre a terra,

e captar o rumor imperceptível

da semente que germina e cresce.

E se alguém perguntar:

Como é que isto aconteceu?

Responder apenas: trabalhei um pouco.

Mas o milagre, o verdadeiro milagre acontece

sem que eu o saiba, sem que eu intervenha!

Dispostos...

“...durma ou vele, de noite ou de dia, a semente germina e cresce”.

(A. Pronzato)

In Site Província Santa Maria

Não é fácil aprender a dormir, a viver na calma, com serenidade….

Dispostos a dormir pelo Reino

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15Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Cada pessoa deve tornar-se

progressivamente diferente devido à

respectiva herança psicossomática as-

sim como às circunstâncias influentes

na actualização das intrínsecas virtua-

lidades culturais, sociais e espirituais a

actualizar sensatamente.

Pelo que é essencial regular-

mente auto-avaliar-se com a possível

objectividade para identificar as capa-

cidades prevalentes e as limitações

marcantes a fim de se tornar realista

nas opções da orientação de vida e na

selectividade das estratégias e ritmos

para avançar gradativamente para os

correctos objectivos de ser em si e por

si para bem servir.

Para se tornar pessoa realista,

operativa e eficaz deve aprender a ven-

cer o pessimismo frustrante e a sabore-

ar e celebrar o prazer de saber sempre

mais e tornar-se pessoa cada vez mais

adaptada ao real da vida possível.

Porque os autênticos saberes

são formas de poder significativo e

interventivo, é útil aprender a tornar-

se pessoa competente para exercer

as respectivas missões e funções com

verdade, honestidade e a adequada

solidariedade e lealdade.

É determinante desenvolver

a auto-imagem positiva a partir dos

esforços orientados e dos sucessos

conseguidos na caminhada para a

liberdade responsável, no respeito

pelos outros e respectivas legítimas

diferenças de ritmo e estilo de vida vo-

cacionada e coerente.

Para tornar-se livre implica

afinar progressivamente as capaci-

dades objectivas e subjectivas para

esclarecidamente se auto-determinar

face aos valores identificados e orien-

tadores duma existência solidária e vir-

tuosa na busca da correcta promoção

do bem como sem exclusões.

Porque cada pessoa é única,

exclusiva e irrepetível, devemos ter

consciência operativa de que todos

somos personalidades insubstituíveis

no desempenho da respectiva voca-

ção na complementaridade social, em

busca do bem comum que a todos

deve envolver nos diversos direitos

e deveres de intervenção adequada,

segundo a proporção das respectivas

capacidades.

Porque todos somos “pesso-

as de marca” contextuada, é funda-

mental buscar a felicidade de tornar-se

pessoa competente, actualizada e bem

correlacionada com as suas diversas

variáveis a integrar na própria identida-

de, busca do possível sucesso no real

da vida concreta.

O sonho faz parte da dinâ-

mica da vida e, para o concretizar, é

fundamental bem integrar as emoções

e partilhar sensatamente os afectos,

sem manipulações ou dependências

infantis. Para conseguir objectivos fac-

tíveis devemos integrar na vida pessoal

as regras disciplinadoras na aplicação

das energias, sem esquecer os estímu-

los de “festejar” os sucessos esforça-

dos, consistentes e éticos.

A vida real é um risco perma-

nente e um desafio com intermiten-

tes dúvidas. É essencial aprender a

bem escutar os outros e a identificar

os exemplos de vidas exemplares. E

tudo deve ter em boa conta as circuns-

tâncias de idade, saúde, limitações e

capacidades, a caminho da fundada

auto-estima para superar as descon-

fianças, os medos e os preconceitos

egoístas.

É essencial desenvolver o po-

sitivo relacionamento recíproco para

simultaneamente aprender a ensinar

a gerir as diferenças recíprocas, com

atenção às mesmas, apreciando com

discernimento e correcta selectivida-

de e complementaridade, no respeito

pelas diferenças fundamentais.

Toda e qualquer educação deve

ser a partir da actualização das latentes

capacidades pessoais pela informa-

ção dos valores culturais, científicos e

éticos, que permitem a cada pessoa

tornar-se autónoma, selectiva, solidária

com criatividade ponderada e positiva.

Cada pessoa sadia e ética

vai-se aculturando e inculturando

ao longo da vida, de forma adaptati-

va, tornando-se participativa e discre-

ta que questiona, negoceia e afirma,

consciente de que a vida é um desafio

permanente. Isto exige atenção para

evitar erros e assimilar competências e

valores, sem inveja, preconceitos nem

ilusões.

Para se tornar pessoa positiva

e em estado de progressiva realiza-

ção, deve tornar-se sensata, modesta,

atenta, honrada e digna da confiança

em que se pode confiar e que sabe

guardar o sigilo natural, prometido e

profissional na perspectiva de buscar

a unidade no essencial e evidente, no

respeito pelas opiniões fundamentadas

com alargada capacidade de sintonia,

reconciliação e inovação.

Apreender a ser pessoa boa e apta a fazer o bem

Frei Bernardo Domingues, O.P.

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Obra Diocesana de Promoção Social16

Uma das valências da Obra Dio-

cesana de Promoção Social é o Centro

de Apoio Familiar e Acompanhamen-

to Parental (CAFAP) que, prestando

apoio a cerca de 60 famílias, funciona

como um espaço de apoio psicosso-

cial, colocando à disposição dos jo-

vens em eventual situação de risco e

das suas famílias, em meios carencia-

dos e problemáticos, a orientação e o

acompanhamento necessários às mais

diversas situações e problemas diag-

nosticados, prestando apoio individua-

lizado onde são definidos objectivos e

projectos de vida a alcançar; pratican-

do, pois, verdadeira Promoção Social,

ao arrepio das inúmeras soluções polí-

Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância

Fazer a diferençaJovens e Idosos – Não os separem!

ticas de facilitismo, de um sem número

de subsídios, que no fundo, nada vêm

resolver, na indiferença de um tempo

em que tudo vale.

Numa sociedade em constan-

te mudança, onde o ter se tem vindo,

cada vez mais, a sobrepor ao ser, é

cada vez mais urgente promover o

sentido humano da partilha, da dádiva,

do amor ao próximo.

Como nos lembram as sem-

pre sábias palavras de S.S. O Papa

João Paulo II “… a esperança de um

mundo melhor está numa juventude

sadia, com valores, responsável e,

acima de tudo, voltada para Deus e

para o próximo.”

Foi pois neste contexto, que

um conjunto incansável de Técnicas

de Acção Social, de Educadora Social

e de Psicólogas da Obra Diocesana

promoveu a criação de um grupo de

jovens voluntários que realizam visitas

domiciliárias periódicas de cortesia à

valência de Serviço de Apoio Domici-

liário (SAD).

Estas visitas, como tão bem de-

monstra a afirmação abaixo do nosso

jovem Ricardo, tornam-se gestos grati-

ficantes para os jovens e momentos de

enorme alegria e satisfação para estes

idosos que vivem isolados nas suas

próprias casas.

“Eu encaro este trabalho com

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17Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

os idosos não como uma obrigação

mas sim como um prazer, que me

enche de orgulho todos os dias, pois

cada vez mais os idosos precisam de

ajuda da classe mais jovem, pois sen-

tem-se muito sozinhos. Vamos fazer

desta faixa etária uma mais valia para

o mundo inteiro?

A minha resposta é sim, e um

sim voluntário, todos os dias, mas com

prazer e não com obrigação.” (Ricardo

Pinheiro-17 Anos)

Em 2007 foi já possível esta-

belecer uma parceria com o Instituto

Português da Juventude, que, ao abri-

go do Programa OTL – ocupação de

tempos livres, tem vindo a permitir que

um significativo grupo de jovens volun-

tários, e pasme-se (!), de uma geração

Ipod a que tudo parece ser indiferente,

dinamize as diferentes valências Cen-

tro Dia, Centro de Convívio e Apoio Do-

miciliário.

Naturalmente, que sabendo

bem que os saberes dos filhos tam-

bém se constroem com os saberes

dos pais e avós, e de quão importante

é a relação de idosos com crianças e

jovens, todos os Centros da Obra ela-

boram os seus projectos contando e

privilegiando actividades com todas

as valências, particularmente com os

nossos idosos.

Claro que na voracidade dos

tempos de hoje, a realidade já não cor-

responde ao estereótipo do avozinho

com bengala e da avozinha de pantu-

fas e a fazer croché.

Hoje em dia a maioria das

crianças têm avós relativamente novos

e pessoas activas na sociedade, o que

se por um lado os faz ter mais dificul-

dade em poderem estar e tomar con-

ta dos seus netos, por outro, torna-os

muito mais activos e participativos na

sua educação, o que por vezes acaba

por criar alguns conflitos de autoridade

em relação aos pais, muitas vezes pou-

co presentes e demasiado novos para

se preocuparem devidamente com a

educação dos seus filhos.

É de tal forma importante a re-

lação avós/netos, idosos/crianças e jo-

vens, que existem já em muitos países,

inúmeras empresas que, com êxito,

proporcionam encontros entre jovens

e idosos.

São os avós que proporcionam

normalmente, um primeiro contacto

das crianças com a História. São eles

que conseguem responder às per-

guntas mais difíceis, e são eles ainda,

que conseguem manter as tradições

familiares e a Família tão unida quanto

possível.

Por seu lado as crianças e os

jovens permitem aos avós e aos ido-

sos, momentos de alegria e de carinho

que possibilitam quebrar as suas roti-

nas, que os fazem sentir úteis e neces-

sários e tantas vezes permitem ser os

únicos a quebrar uma solidão tão triste

e penalizadora.

Testemunhei comovida, há bem

pouco tempo, no dia da nossa Obra,

dia de verdadeira União de todas as

suas Valências, a alegria, o carinho e

a dedicação com que um grupo de jo-

vens pertencente ao CAFAP (S.Tomé)

cuidou dos idosos, os ajudou e acom-

panhou até ao Coliseu, assumindo in-

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18 Obra Diocesana de Promoção Social

tegralmente a responsabilidade que

sabiam neles estar depositada.

E depois, emocionada, assistir

a diversos números em que participa-

vam idosos, mesmo alguns em cadeira

de rodas, com crianças e jovens; e nú-

meros cheios de encanto e interesse.

Não há dúvida que esta tarde, a tarde

da festa do dia da nossa Obra, conse-

gue ser o culminar de todos os Valores

da Obra Diocesana, conseguindo de

forma inequívoca ser verdadeiro exem-

plo de Evolução com Solidariedade.

Claro que aqui, e a talhe de foi-

ce, não posso deixar de referir o dina-

mismo e a motivação que o Presidente

da nossa Obra, Senhor Américo Ribei-

ro, a todos transmite, quando constata-

mos o especial carinho com que trata

todos os idosos, bem como a alegria e

a verdadeira satisfação com que todos

eles, com ele confraternizam.

E é curioso que pensando nos

jovens, me vem à ideia a figura de

Sua Santidade O Papa João Paulo II,

exemplo vivo de como a sabedoria da

velhice e a força da juventude podem

coabitar harmoniosamente.

A todos comove, estou segura,

a lembrança das multidões de jovens

das mais diversas raças, culturas e

até religiões a segui-Lo para todo o

lado sob o simples lema do Amor ao

Próximo.

“ Vós sois a esperança da Igreja

e do Mundo. Vós sois a minha esperan-

ça.” Foi assim, dirigindo-se aos jovens,

que Ele iniciou o Seu pontificado a 22

de Outubro de 1978. E é com satisfa-

ção que assistimos, na Sua esteira, à

continuação das Jornadas da Juventu-

de, agora com S.S. O Papa Bento XVI.

Temos também entre nós inú-

meros idosos que são verdadeiros

exemplos para os nossos jovens. To-

dos, estou certa, conhecemos vários,

mas gostava de homenagear particu-

larmente uma das nossas idosas, a

“Avó Justina”, antiga enfermeira, com

a saúde debilitada, que escreveu,

cantou e ofereceu às nossas crianças,

jovens e colaboradores, o poema que

transcrevo integralmente:

I

“É muito bom ter amigos

E saber os escolher

Conversar dar-lhe um abraço

É sempre um grande prazer

II

Se um amigo precisa

Abraçá-lo de verdade

Dar uma palavra amiga

Isto é boa amizade

III

Ter amigos hoje é difícil

Mas se insistir-mos em procurar

Se lhes dermos confiança

Eles nos vêm abraçar

IV

Amor, respeito, que temos pelos outros

Isso se chama amizade

Ter nos idosos e crianças

Um sorriso de felicidade

V

É amor e amizade

Quando nos batem à porta

Dar-lhes um beijo e um abraço

Sem querermos nada em troca

VI

Abrir a alma é sabedoria

Para quem sorri de verdade

Aumentar no dia a dia

E construir boa Amizade

Senhora com uma força, uma

alegria e um ânimo, que a todos en-

canta e atrai, é um verdadeiro exemplo

para todos nós.

São testemunhos de vida como

este, que ajudam e motivam a Obra

Diocesana a insistir teimosamente

nesta missão, de preparar as nossas

crianças e jovens para virem a ser

CIDADÃOS RESPONSÁVEIS E CONS-

CIENTES.

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alguns dos casos mais dramáticos,

passa pela Lavandaria Central toda

a roupa pessoal (roupa interior, cami-

sas, saias ou calças, roupa de dormir,

etc.), toda a roupa de cama (lençóis,

cobertores, colchas), mas também ou-

tros artigos como tapetes e cortinados.

Só assim, é possível dar dignidade às

habitações de utentes totalmente des-

providos de retaguarda familiar e para

quem este serviço constitui a única

possibilidade de manter uma higiene

desejada e merecida.

A roupa é recolhida diaria-

mente em todos os Centros Sociais e

transportada para a Lavandaria. Aí, e

numa primeira etapa, sofre uma tria-

gem, após a qual é conferida (quanti-

dade e tipo de artigos). Algumas das

roupas dos utentes necessitam de uma

pré-lavagem ou de outros cuidados es-

peciais, dado que o seu grau de suji-

dade é particularmente elevado. Após

este processo, dá-se início à lavagem

e posterior secagem. Seguidamente

a roupa é engomada e devidamente

embalada. Finda esta etapa, a roupa

é devolvida, também diariamente, ao

Centro Social ou ao utente. Ao longo

de todo o processamento, a roupa é

acompanhada por uma ficha individu-

al e identificativa do Centro Social ou

do utente, de modo a evitar possíveis

trocas.

A Lavandaria Central funciona

durante todos os dias úteis do ano. Ac-

tualmente, processa 1500 kg de roupa

por dia. Ao fim de um ano, este valor

equivale a cerca de 375 toneladas de

roupa. Adicionalmente, e num espíri-

to de cooperação e solidariedade, a

Obra Diocesana é responsável pelo

tratamento de algumas das roupas do

Seminário do Bom Pastor, o que cor-

responde a uma média semanal de

250 kg de roupa.

Para assegurar o tratamento de

toda esta roupa, existem quatro má-

quinas de lavar, duas das quais com

uma capacidade para 55 kg de roupa.

A nível de secadores, estão em acti-

vidade seis máquinas, com várias ca-

pacidades. Todos os detergentes são

doseados automaticamente, sendo

que o seu fornecimento às máquinas é

totalmente mecanizado, dispensando

a intervenção humana.

Por fim, importa referir que o

funcionamento da Lavandaria é asse-

gurado por oito lavadeiras. É graças a

este equipa coesa, determinada, de-

dicada e empenhada que, três anos

após a sua inauguração, é possível

dizer que esta foi mais uma aposta ga-

nha pela Obra Diocesana.

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 19

Na zona industrial da Formi-

ga, em Ermesinde, muito próximo do

emblemático Santuário de Santa Rita,

funciona um dos serviços menos visí-

veis da Obra Dio-cesana de Promoção

Social – a Lavandaria Central.

Esta Lavandaria foi criada em

2005, tendo sido inaugurada a 1 de

Junho pelo então Bispo do Porto, D.

Armindo Lopes Coelho. Funciona num

edifício próprio, construído de raiz pela

Obra Diocesana, que engloba também

outros dois serviços – o Armazém Cen-

tral e a Central de Costura.

Até à abertura da Lavandaria

Central, a Obra Diocesana tinha em

funcionamento quinze espaços desti-

nados ao mesmo fim espalhados pelos

diversos Centros Sociais da Instituição.

Com este projecto, pretendeu-se atin-

gir, entre outros, os seguintes objecti-

vos: centralização de todo o tratamen-

to da roupa; libertação de espaço nos

Centros Sociais; padronização e me-

lhoria de todos os processos associa-

dos; e economias de escala (designa-

damente a nível de recursos humanos,

água, energia e detergentes).

Na Lavandaria Central são pro-

cessadas todas as roupas e outros

artigos têxteis próprios dos Centros

Sociais (toalhas, lençóis, babetes,

edredões e respectivas capas, batas,

aventais, etc.).

Para além desta componente,

a Lavandaria é também responsável

pelo tratamento da roupa dos utentes

do Serviço de Apoio Domiciliário e de

Centro de Dia da Obra Diocesana. Em

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção

Nutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos

Advogada

A Lavandaria Central da Obra Diocesana

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Page 20: solidario - ODPS · Obra Diocesana de Promoção Social solidario Ano III . n.º12 . Trimestral . ... Ser voluntário, segundo a definição das Nações Unidas, “é o jovem ou

Sara CardosoTécnica de Serviço Social

A Obra Diocesana tem por lema

e missão “Pessoas a sentirem Pesso-

as” e a pensar neste lema surgem-nos

muitas questões e preocupações liga-

das aos nossos utentes da Terceira

Idade e suas famílias.

Diariamente, nos Centros de

Dia e Serviços de Apoio Domiciliário

dos Centros Sociais da ODPS ouvimos

famílias cansadas, desgastadas por

terem de cuidar de um familiar idoso.

Numa altura em que se fala de

férias uma questão se coloca: e férias

para estas famílias que 24 horas por

dia lidam com a dependência dos seus

familiares?

A necessidade de cuidados tem

acompanhado a evolução da humani-

dade e criado laços de interdependên-

cia entre as pessoas, sendo a família

o mais antigo e ainda o mais utilizado

serviço de assistência ao idoso.

É indiscutível a importância que

a família tem no equilíbrio psicossocial

dos idosos, pois para além de presta-

rem os cuidados de saúde e higiene que

o idoso necessita, dão também o apoio

emocional e afectivo que contribui para

o seu bem-estar físico e psicológico.

Segundo Elaine Vieira, os cui-

dadores “são pessoas que se dedicam

à tarefa de cuidar de um idoso, sejam

elas membros da família, que volunta-

riamente ou não assumem essa acti-

vidade, sejam pessoas contratadas

pela família para esse fim” (Zimerman,

2000).

No que se refere à família, denominada cuidador informal, os cuidadores

são na sua maioria mulheres, com idade avançada e, na sua maioria, reformadas

ou que deixaram de trabalhar para cuidar dos seus familiares, sendo que o cuida-

do que prestam é um cuidado permanente.

Neste sentido, são várias as tensões que os membros de uma família po-

dem sofrer perante a prestação de cuidados ao idoso dependente. Entre elas está

o acréscimo de responsabilidades, a sobrecarga económica e a condução a um

condicionalismo das relações sociais por parte do cuidador. Perante esta trama de

situações podem surgir sentimentos de desespero, de solidão, raiva, de ansiedade

e de frustração.

Um idoso dependente na esfera familiar altera indiscutivelmente o movi-

mento natural do ciclo de vida familiar podendo ocorrer mudanças a nível da indi-

vidualidade e da autonomia de todos os elementos da família (Imaginário, 2004).

Os principais causadores de stress (primário), segundo os autores Paúl

e Martin (2004), são as condições objectivas da prestação, (por exemplo, lavar

o idoso, alimentação, muda de roupa com idoso acamado...) e os causadores de

stress secundários referem-se às pressões nos papéis externos (Paúl, Martin in

Ballesteros, 2004).

Por exemplo, a senhora Maria (nome fictício) vive com a filha e está aca-

mada há alguns anos. Apesar de lúcida, a comunicação é limitada e a senhora Ma-

ria não tem qualquer autonomia, dependendo inteiramente de terceiros. A filha é

a prestadora de cuidados principal e a sua vida está organizada e estruturada, de

acordo com os cuidados que a mãe necessita. A filha é uma senhora relativamente

nova, com pouco mais de 50 anos, casada e com filhos, alguns deles casados e

com netos.

Esta filha não consegue ter uma ocupação laboral, uma vez que a mãe

necessita de ter apoio permanente e, por outro lado, não se consegue desligar dos

cuidados que tem para com a sua mãe. Nunca tem férias, raramente se ausenta

por muito tempo, apenas para fazer algumas compras ou tratar de algum assunto,

mas é raro o tempo que dispensa para si, para algo que gosta e que a faça distrair-

se e descansar.

Neste sentido, esta senhora vê as suas relações sociais comprometidas e

o seu papel na sociedade alterado, uma vez que “o normal”, para alguém da sua

idade, seria estar a trabalhar fora de casa, como a maioria das mulheres portu-

guesas, podendo dispensar algum do seu tempo para actividades de lazer (ex.:

ir ao cinema, passear, etc.) ou podendo ter, pelo menos, 22 dias de férias por

ano, como qualquer assalariado. Contudo, isto não acontece e o seu papel social

Nós por dentro...

20 Obra Diocesana de Promoção Social

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Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 21

inverteu-se, até mesmo relativamente à mãe: quando era pequena a mãe tomou

conta da filha, agora é esta senhora que tem de cuidar da mãe.

Os nossos Serviços de Apoio Domiciliário são muitas vezes solicitados

para ajudar as famílias nos períodos de férias em que a família necessita de um

tempo de descanso para recuperar forças.

Nos Centros Sociais do Regado, Pinheiro Torres e Cerco do Porto, existem

famílias a pedir reforço dos nossos serviços durante os meses de férias, como é

o caso de uma senhora que normalmente apenas tem o serviço de higiene diária

e mobilização e que a família solicitou o serviço de refeições ao Centro Social a

que pertence.

Por outro lado, existem outras situações em que é solicitada a suspensão

dos nossos serviços para que os idosos sejam internados temporariamente num

Lar. O acolhimento temporário nestas instituições é uma medida institucional cada

vez mais necessária para as famílias que tenham a seu cargo uma pessoa depen-

dente, acamada ou não. Isto porque a sobrecarga a que estas famílias estão su-

jeitas é enorme, colocando em causa a sua estabilidade emocional e psicológica,

sem falar na sobrecarga física que muitas vezes leva estes cuidadores a ficarem

doentes ou com mazelas derivadas ao esforço físico que têm de fazer para cuida-

rem dos seus familiares.

Com esta lógica de pensamento, os médicos do Hospital Magalhães Le-

mos aconselharam a filha da senhora Manuela (nome fictício), utente do Serviço

de Apoio Domiciliário do Centro Social da Fonte da Moura, a colocar a mãe

num lar por um período temporário. A senhora Manuela está acamada há vários

anos, sofre da doença de Alzheimer e não consegue manter qualquer tipo de

comunicação.

A cuidadora principal é a filha que vive sozinha com a mãe desde o início

da sua doença e a sua vida é vivida em função das necessidades da sua mãe e

dos cuidados que necessita.

É notável o sofrimento que tem em ver a mãe sucumbir desta forma e a

sobrecarga que tem em prestar a maioria dos cuidados também a desgastam bas-

tante, sendo que há períodos em que se sente extremamente cansada. Neste sen-

tido, os médicos aconselharam a ter férias, pelo menos, uma vez por ano, de forma

a que consiga descansar e “recarregar baterias” para enfrentar o resto do ano.

O mesmo sucede com uma utente do Centro Social do Cerco, que foi para

uma residência temporária por um período limitado de tempo, de modo a que o

filho e a nora com quem coabita, gozem de alguns momentos de descanso e recu-

perem a força anímica necessária para enfrentar o dia-a-dia que é desgastante e

resulta em stress para todos os mem-

bros da família.

O nível de autonomia do Idoso

é um factor a ter em conta quando se

fala de férias. Isto porque se o Idoso

ainda possui uma autonomia e mobili-

dade significativas, pode acompanhar

a família neste período de descanso.

Um exemplo disso é a utente do Cen-

tro Social Machado Vaz, a senhora

Laurinda (nome fictício) que acom-

panhou a filha numa viagem para vi-

sitar outra filha emigrante. A viagem

proporcionou-lhe momentos revigo-

rantes, pois reencontrou a família e

conheceu um novo país.

Neste sentido, podemos con-

cluir que a todas as situações são

complexas e deverão ser analisadas

caso a caso não havendo uma só

realidade. Acima de tudo devemos

pensar não só no bem-estar do idoso,

mas também na saúde física, psico-

lógica e emocional dos cuidadores

informais, a família. Se o bem-estar

dos cuidadores não for assegurado

corremos o risco de ter mais pessoas

dependentes dos nossos serviços e

dos serviços que estão ao dispor na

sociedade (ex: serviços de saúde).

Na ODPS trabalhamos em par-

ceria com as famílias de modo a es-

tabelecer relações de confiança e CO-

OPERAÇÃO garantindo o bem-estar

dos nossos Idosos e um apoio às suas

famílias.

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O Coliseu do Porto foi pequeno para acolher milhares de crianças e seniores que deram vida à sua grande sala

de espectáculos no passado dia 19 de Julho para comemorar o Dia da Obra 2008, que decorreu sob o lema “ARCO-ÍRIS

DOS AFECTOS”.

Com uma assistência a lotar por completo o recinto, assistiu-se uma vez mais a uma festa tradicional da Obra Dio-

cesana que assim dá a conhecer o grande trabalho realizado no seu seio e acima de tudo a excelente interligação entre

crianças e idosos, tão expressivo naquele convívio pleno de alegria e de amizade.

O Presidente da Obra, Américo Ribeiro, acolheu o Bispo Auxiliar do Porto, D. João Lavrador e o Vigário Geral

da Diocese, Cónego Monsenhor José António Godinho de Lima, que ali estiveram em representação da Diocese do

Porto.

Manuel AmialVogal do Conselho de Administração

Obra Diocesana de Promoção Social celebrou o Dia da Obra 2008

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23Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Obra Diocesana de Promoção Social celebrou o Dia da Obra 2008Também se fizeram representar várias instituições da cidade, como a Câmara Municipal do Porto, as Juntas de

Freguesia da Foz do Douro, Campanha e Aldoar, o Presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Soli-

dariedade Social, Professor Artur Carvalho Borges, a Segurança Social, a Fundação António Cupertino de Miranda e o

Movimento Lions.

Na sua intervenção inicial, Américo Ribeiro, saudou as entidades religiosas e civis presentes e congratulou-se com

a generosa assistência que lotava por completo o Coliseu.

Teve palavras de agradecimento pelo trabalho desenvolvido pelos vários centros sociais da Obra, na preparação

do espectáculo e pela motivação criada permitindo assim a presença de elevado número de crianças, jovens e colabo-

radores.

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Obra Diocesana de Promoção Social celebrou o Dia da Obra 2008

Obra Diocesana de Promoção Social24

Américo Ribeiro era um homem feliz e mostrou-se honrado por liderar uma instituição ao serviço do bem comum em

que o espírito de solidariedade e entrega é bem visível.

“Quem semeia exigência colhe qualidade” foi o mote lançado por Américo Ribeiro para justificar a qualidade do

serviço prestado pela Obra e orientada pela “Qualidade Chave do Sucesso” e “Qualidade Chave do Futuro”.

Seguidamente usou da palavra o Vigário Geral da Diocese, Cónego Monsenhor José António Godinho de Lima, que

se mostrou fascinado com o trabalho desenvolvido pela Obra, felicitando todos os seus responsáveis.

Também o Bispo Auxiliar do Porto, D. João Lavrador, enalteceu o trabalho desenvolvido pela Obra Diocesana, o

seu carácter solidário, inserida no tecido social da cidade do Porto, promovendo o desenvolvimento social e apoiando as

pessoas com especial ênfase para as mais carenciadas.

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Obra Diocesana de Promoção Social celebrou o Dia da Obra 2008

25Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Relevou também o papel da Obra e a sua integração na acção pastoral sócio-caritativa da Igreja do Porto.

Centros Sociais apresentaram brilhantes coreografias de um “peixe arco-íris” que, de uma fase inicial de

afastamento dos outros peixes, acabou por se ver rodeado de novos amigos

A primeira cena ao som da “Marcha Radetzky” de Strauss mostrou-nos o peixe arco-íris a brincar pleno de beleza,

mas a não ter a admiração dos outros peixes.

A segunda cena ao som da Marcha Tchaikovsky mostrou-nos um diálogo entre o peixe arco-íris, a estrela-do-mar e

o polvo, tendo este aconselhado o peixe arco-íris, sem sucesso, a dar as suas lindíssimas escamas aos outros peixes.

Na terceira cena ao som dos “Toureadores” apareceu o peixe azul a convencer, com sucesso, o peixe arco-íris a dar-lhe uma

das suas lindíssimas escamas e a distribuir escamas pelos restantes peixes, provocando um generalizado ambiente de alegria.

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Obra Diocesana de Promoção Social celebrou o Dia da Obra 2008Na quarta e última cena, ao som da “Marcha Turca”, mostrou-nos um peixe arco-íris feliz e rodeado de amigos a

cintilar à sua volta com as escamas que lhes tinha dado.

Um trabalho excepcional de crianças e de idosos que mostraram que a convivência entre gerações pode ser rica e

positiva, fazendo passar a mensagem do amor e da fraternidade, que galvanizou a assistência.

Iniciou o espectáculo o centro mais antigo – o da Rainha Leonor.

Seguiram-se os restantes Centros que primaram pela criatividade e pela interacção entre os seus utentes num colo-

rido de luz e cor a que o som dava ênfase e que recolheram generosos aplausos no final das suas actuações.

Uma tarde bem passada repleta de alegria e de gestos bonitos e solidários!

Uma assistência rendida ao belíssimo trabalho apresentado.

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27Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Obra Diocesana de Promoção Social celebrou o Dia da Obra 2008Os “actores” com um “brilhozinho nos olhos” de quem soube desempenhar com garbo os seus papéis.

Os colaboradores da Obra felizes com a consciência do dever cumprido e por verem o seu esforço recompensado.

Uma parceria bem conseguida entre a Obra Diocesana e o Coliseu do Porto!

Américo Ribeiro, Presidente da Obra Diocesana de promoção Social, estava orgulhoso pela resposta dada pela

Obra e pela cidade.

“Em quanto eu presidir a esta Instituição será sempre uma IPSS para servir, dar e contribuir para minorar as dificul-

dades dos mais carenciados. Estamos atentos, talvez até mais do que devíamos, mas solidariedade não tem fim!”.

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Obra Diocesana de Promoção Social28

Acompanhamento no Sofrimento e Morte

Histórias para pensar e reflectir...

O processo de envelhecimento,

associado ao progressivo aparecimen-

to de doenças incapacitantes e perdas

sucessivas, acarreta evidentes reper-

cussões psicossociais. Estas reper-

cussões são visíveis não só no idoso,

mas também em quem deles cuida, os

ouve, os atende e com eles se relacio-

na directamente.

Esse papel cabe não só aos

familiares (quando estes existem e são

presentes), mas também a toda a equi-

pa, que no dia a dia atende e presta

cuidados aos idosos.

Quando cuidamos deste gru-

po etário, cedo nos apercebemos que

este processo (envelhecimento) tem

um trajecto inexorável. Sabemos que

cuidamos muitas vezes seres, “a quem

já não há nada a fazer” e cujo fim se

aproxima.

Embora não caiba a nós profis-

sionais do social, comunicar aos mes-

mos essa condição, porque esse é um

acto médico, cabe-nos lidar com essa

realidade e lidar não implica aceitar, ou

tratar o doente como tal. A experiência

revela-nos, que apesar de um diagnós-

tico “Fatal”, há sempre muito a fazer.

Partir desse pressuposto, levar-nos-ia

ao afastamento, à exclusão da pessoa

e à sua condenação a uma morte so-

cial prematura.

Primeiramente cumpre-nos as-

segurar, em colaboração com os técni-

cos de saúde, o controle dos sintomas

físicos e do sofrimento, gerado pela

doença e em seguida estar atento ás

suas preocupações, que na maior par-

te dos casos extravasam a patologia

que os atinge.

Apesar do grande constrangi-

mento em abordar a questão e da di-

ficuldade em estabelecer diálogo com

o idoso, que embora o seu estado lhe

tenha sido ocultado, às vezes se aper-

cebe do mesmo e nos declara “ estou

a aproximar-me do meu fim…”, tenho

os dias contados…”, quando o mais

fácil seria enganá-lo com falsas melho-

ras, com o fingimento e a mentira, per-

manecemos presentes, sem desmentir,

sem nos afastarmos, mas ouvindo sem

receio as suas preocupações, as suas

esperanças e expectativas, deixando

que o idoso reveja a vida, ajudando-o

a resolver conflitos e a deixar assegu-

radas situações que o preocupam (a

esposa que vai deixar só, o filho sem

futuro e até indicações sobre o seu

próprio funeral).

Ao longo dos anos, passaram

por nós várias situações dramáticas de

seres a quem nos restou o consolo de

tudo termos feito, para lhe proporcionar

um fim digno e tranquilo e passaram

aqueles para quem chegámos a ver a

morte como um alívio, como uma bên-

ção, para pôr termo a tanto sofrimento e

penar e ainda aqueles a quem nada po-

demos fazer, porque a imprevisibilidade

da morte os levou enquanto sós, caben-

do-nos a nós a tarefa árdua, angustiante

e traumatizante de os encontrar, já sem

vida no seu domicílio, quando nada pre-

via que tal viesse a acontecer.

No processo de cuidar, a apro-

ximação de situações de morte, mesmo

que em situações de doença prolonga-

da, a vivência e observação do sofri-

mento, constituem sempre momentos

difíceis e dolorosos que geram em nós

sentimentos de impotência e profunda

frustração por nada poder fazer.

Contudo, o que mais perturba,

é assistirmos ao fim de alguém quan-

do não havia doença que o previsse,

quando a vida estava tão próxima e

em segundos deixou de estar, quando

alguém cheio de vida, num dia de fes-

ta, de convivialidade, subitamente nos

morre nos braços, como areia que nos

foge das mãos, deixando-nos o desa-

lento, a angústia, a ansiedade e uma

pesada carga instalada nos nossos om-

bros. Aconteceu recentemente a 11-7-

08, num piquenique onde subitamente,

perdemos a D. Aurora Machado.

Este viver diário com o so-

frimento, com a dor e com a morte,

provoca um profundo desgaste físico

e psicológico que só uma grande vo-

cação, amor, entrega e envolvimento,

permitem dar continuidade e a que

entidades superiores não devem ficar

alheios porque este é sem dúvida um

dos motivos que leva investigadores

a considerarem os profissionais que

lidam com idosos como pessoas mais

propensas a depressões e envelheci-

mento precoce.

Lurdes RegedorTécnica de Serviço Social

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29Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

A Obra Diocesana de Promo-

ção Social (ODPS), em parceria com

a Fundação Porto Social (FPS) benefi-

ciou de um vasto leque de acções de

formação destinadas aos colaborado-

res da Instituição.

Esta formação foi promovida

no âmbito do Programa de Iniciativa

Comunitária Urban II Porto – Gondo-

mar. Este programa foi financiado pela

União Europeia, tendo constituído um

instrumento de intervenção integrada

para uma área urbana e social pro-

blemática – “zona urbana em crise”.

Da parte do concelho do Porto, inte-

grou a zona Urban, o extremo norte do

chamado Vale de Campanhã, extremo

oriental da freguesia de Campanhã e

do Concelho do Porto.

O projecto teve como objectivo

melhorar as competências críticas pro-

fissionais dos activos empregados de

forma a promover o seu desempenho

profissional e por consequência a qua-

lidade do serviço prestado, objectivo

desde à muito defendido e praticado

pelo Conselho de Administração da

Instituição.

Nesta formação foram contem-

plados 145 colaboradores dos Cen-

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção

Nutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos

Advogada

Formação de Requalificação de Activostros Sociais localizados na zona de

intervenção do Urban (Cerco do Porto,

Lagarteiro, Machado Vaz, São João de

Deus e São Roque da Lameira).

Foram contemplados os se-

guintes módulos formativos:

• Educação – necessidades

educativas especiais e esti-

mulação precoce;

•Higiene e Segurança no

Trabalho;

•PráticasdeCozinha;

• Saúde – primeiros socorros

e prestação de cuidados a

idosos;

• Animação–infânciaetercei-

ra idade.

Com estes módulos foram

abrangidas as mais diversas catego-

rias profissionais:

• Agentedeeducaçãofamiliar;

•Ajudantesdeacçãodirecta;

• Ajudantesdeacçãoeducativa;

•Ajudantesdecozinheira;

•Educadorasdeinfância;

•Educadorassociais;

•Professores;

•Trabalhadorasauxiliares.

Estas acções decorreram en-

tre Janeiro e Setembro de 2008, tendo

sido ministradas em diversas instala-

ções, com particular destaque para a

Sala de Formação da ODPS, sita nos

Serviços Centrais da Instituição, mas

também nas instalações da FPS (na

Quinta de Bonjóia) e na cozinha do

Centro Social da Pasteleira da ODPS.

Todos os módulos de formação

foram adjudicados à empresa Saber

Saber, que, na pessoa do Dr. Marco

Fontes, foi um instrumento decisivo

para a inegável qualidade formativa

desta acção.

Terminado este extenso con-

junto de formações, foi notória a satis-

fação de todos os colaboradores que

tiveram a possibilidade de aumentar os

seus conhecimentos nas mais diversas

áreas, que, de certeza, se materializa-

rá em práticas conducentes à almeja-

da qualidade no serviço prestado pela

Obra Diocesana.

Por fim, um agradecimento

muito especial à FPS, na pessoa da

Dr.ª Cláudia Costa e da Dr.ª Daniela

Almeida, que, desde o início, foram in-

cansáveis no empenho necessário ao

sucesso deste projecto formativo.

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Obra Diocesana de Promoção Social30

Belmiro TeixeiraVogal do Conselho de Administração

21 de Junho. São 7h30 e junto

ao Estádio do Dragão, cinco camione-

tas encontram-se repletas e prontas a

iniciarem o Passeio Anual, destinado

exclusivamente a colaboradores da

ODPS.

São 250 trabalhadores, cuja le-

aldade e fidelidade aos princípios que

norteiam a Obra Diocesana é inques-

tionável.

Hoje irá ser um dia diferente.

Será um dia que por momentos não te-

remos a obrigação de zelar pelos mais

pequenos ou tentar atenuar um pouco o

sofrimento e a solidão dos mais idosos.

Apenas por momentos. Porque mesmo

neste dia tão especial, as nossas pre-

ocupações com os utentes, invariavel-

mente terá que ser, mais cedo ou mais

tarde, tema de uma qualquer conversa,

de preocupação.

Mas, terá que ser aproveitado

ao máximo o convívio que é disponibili-

zado. As brincadeiras mais imprevistas

acontecem. Afinam-se as gargantas

para algumas canções da “moda”, de

agora ou de outros tempos. Revêem-se

colegas de outros Centros e a conversa

tem que ser posta em dia. Aproveita-se

a presença dos Administradores para

serem feitas brincadeiras que só nestas

circunstâncias são apreciadas.

Saída do Porto. O destino mais

longínquo será Miranda do Douro.

Pensa-se que o dia vai ser

longo!

Passeio Anual dos Colaboradores da ODPS

Não tarda a primeira paragem

em Vila Real. Paragem para um se-

gundo café da manhã. Aproveita-se

para se iniciar a ambientação aos ares

transmontanos.

O almoço será perto de Bragan-

ça, em Gimonde. Por volta das 12h00 a

chegada à Quintas das Covas, gera as

maiores expectativas, dado o amplo es-

paço verde que rodeiam os vários edifí-

cios e que se alongavam até ao rio.

Tal expectativa confirma-se ple-

namente, pois são servidas diversas

entradas, qual delas a mais gostosa, fa-

zendo jus à gastronomia local, com ên-

fase para os enchidos, confeccionados

no local, pelos proprietários da Quinta.

Se as entradas foram boas, que

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Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 31

dizer do almoço! Efectivamente, Gimon-

de, Bragança, Trás-os-Montes, sabem

o que é boa comida, sabem agradar ao

paladar mais requintado.

No final do almoço usou da pa-

lavra o Presidente da Administração da

ODPS, Sr. Américo Ribeiro, agradecen-

do a presença e o são convívio que os

colaboradores da Obra presentes esta-

vam a proporcionar.

Antes da partida para Miranda

do Douro, ainda houve tempo para di-

gerir um café e um digestivo, uma vez

mais ao ar livre, “saboreando” as som-

bras proporcionadas, porque o calor

apertava.

Miranda do Douro é amor à pri-

meira vista, como o é a paisagem que

nos proporciona sobre o Rio Douro.

A paragem em Miranda do Dou-

ro proporcionou a todos um passeio

pela zona histórica, visitando cada um

o que mais lhe agradasse. No final, a

opinião foi unânime sobre a beleza e a

preservação do património global com

que Miranda do Douro nos presenteou.

A tarde já ia longa e a viagem

de regresso teria que começar.

Estava planeada uma paragem

em Mirandela que não veio a aconte-

cer, devido a uma romaria que decorria

na cidade, que iria transtornar ou mes-

mo tornar inviável a paragem dos cinco

autocarros.

A decisão tomada foi seguir di-

rectamente para o Penafiel Park Hotel

and SPA, em Penafiel, onde iria decor-

rer o jantar e, como não podia deixar de

acontecer, o Baile Final.

Já passava das 21h00 quando

se verificou a chegada.

De imediato passou-se à Sala

de Jantar, primorosamente arranjada e

que fez arregalar os olhos de quase to-

dos (pois…os olhos também comem).

Mas se a apresentação era boa,

a comida era melhor. Portanto, em ter-

mos gastronómicos o dia estava a ter-

minar bem e era necessário armazenar

energias, pois logo de seguida haveria

oportunidade de dançar, dançar muito,

com abundante e divertida música in-

terpretada pelo duo liderado por Eduar-

do Vaz Paulo.

Antes do início do jantar, usou

da palavra o Presidente da ODPS, agra-

decendo uma vez mais a presença e

forma como decorreu o dia tão especial,

aproveitando para desejar que o conví-

vio propiciado tenha gerado novas moti-

vações para maior entrega de cada um

no seu desempenho diário na ODPS.

Afinal o dia não foi longo, pese o

facto de já passar da 01h00 quando che-

gámos novamente ao local de partida.

Foi aprazível e saudável!

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“Agradeço o envio do livro “Obra Diocesana – 40 Anos

de Promoção Social”, que teve a amabilidade de perso-

nalizar.

Vou fazê-lo circular pelo Grupo Consultivo de Recursos

Humanos (GCRH), que melhor pode apreciar a obra da

instituição a que V.Exª. preside. Com os melhores cumpri-

mentos

Belmiro Azevedo (Chairman)

“Dirijo a V.Exª. uma palavra de apreço e consideração,

bem assim, o meu agradecimento, pela incessante

gentileza demonstrada, no envio da Revista “Espaço

Solidário”, que muito aprecio.

Face à indispensável intervenção solidária que a

ODPS desenvolve na Cidade do Porto, resta-me mani-

festar o meu reconhecimento e os votos de continuado

sucesso.

Com estima e consideração, apresento os meus cum-

primentos

Matilde Augusta Alves, Dra., Vereadora do Pelouro da Habitação e

Acção Social

“Sinceros parabéns pela regularidade e qualidade do “Es-

paço Solidário”.

Nos tempos que vivemos o que não “aparece” não existe!

E que caminhada desde 1974-75 em que houve “assaltos”

partidários… Foi muito difícil recuperar a independência;

gastamos muito tempo na Câmara Municipal, mas valeu

a pena!

Com fraternas saudações

Frei Bernardo Domingues, O.P.

“Às vezes um simples gesto dá sentido à vida quando toca

o coração das pessoas…

O recebimento do envelope que continha dois exemplares

da revista da Obra Diocesana do Porto, empolgou-me o

sentido da vida que o bom amigo Américo desfruta na di-

recção da gestão de uma Obra de incomensurável valia.

Rendido aos factos de incontornável mérito, em meu nome

pessoal, da minha mulher Sãozinha e da comunidade em

geral, lhe damos os parabéns e lhe prestamos a devida

homenagem.

A dimensão humana mede-se pela obra realizada e pela

dedicação a causas nobres que deixam marca indelével

na história.

Sabia da dedicação do nosso amigo e grande alma, Manuel

Amial a essa grande Obra. Fiquei agora a saber, com muito

agrado, que o lionismo se escreve em vários caminhos, no-

meadamente no caminho circular de três abraços.

Retribuo o abraço com sincero agradecimento.

J. Carreto Lages, Dr.

Gosto muito da Obra Diocesana.

A pouco ou nada assisti e/ou vi, mas sinto que gosto.

Conheço e estimo muito o Presidente da Obra Diocesana,

meu Ilustre Companheiro e eficientíssimo Líder.

Colaborei aquando do seu alto cargo lionístico em

2000/2001 e foi maravilhoso sentir a eficiência, o rigor, a

verdade, a transparência, as horas! (pontualidade), em

suma, um exemplo de condução e de administração.

Recebi as revistas “Espaço Solidário” guardei-as e … só

agora me entreguei à sua leitura.

Maravilhoso! Parabéns!

Pretendo responder positivamente ao vosso apelo “Já

se fez amigo da Liga”?

José Armando Ferrinha

espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo

Obra Diocesana de Promoção Social32

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Page 33: solidario - ODPS · Obra Diocesana de Promoção Social solidario Ano III . n.º12 . Trimestral . ... Ser voluntário, segundo a definição das Nações Unidas, “é o jovem ou

“Recebi o número do Espaço Solidário que está muito bem

e agradeço a oportunidade que me deu de nele publicar

uma reflexão sobre o tema sugerido. ...

Cumprimentos.”

Professor Daniel Serrão

“Encarrega-me o Senhor Primeiro Ministro de acusar a re-

cepção da carta de V.Exª., de 30 de Junho, e de agradecer

o nº. 11 do Espaço Solidário, que amavelmente lhe fez che-

gar e que lhe mereceu a melhor atenção”

Pedro Lourtie, Chefe do Gabinete do Primeiro Ministro

Meu caro Américo, muito obrigado por me ter enviado a

excelente Revista que a Obra Diocesana edita, sob a di-

recção do Manuel Amial, a quem endereço também as

minhas felicitações.

Felicito-vos e, naturalmente o Senhor D. Manuel, que muito

admiramos – a Ana Maria e eu.

A “Espaço Solidário” é de grande qualidade e atinge o

objectivo graças, também, à colaboração e ao corpo re-

dactorial.

Há muito a fazer nesta área, se bem que a Igreja tenha

uma obra notável. Nem sei como o Estado “passaria” sem

a nossa acção.

Que tenham força para manter todo este trabalho.

Rui Taveira

Prezado e Bom Amigo Américo,

A minha primeira palavra é para na sua pessoa felicitar

todos quantos consigo trabalham, nessa prestigiada

Instituição em que o meu bom amigo, tão dignamente e

superiormente dirige.

Tiveram a gentileza de me enviar um livro da autoria

de Bernardino Chamusca (Obra Diocesana 40 Anos

de Promoção Social). Que espelha bem o mérito das

vossas acções e da grande dinâmica que imprimem

às vossas actividades e que acarinham com uma ter-

nura visível merecendo todo o nosso maior respeito e

apreço.

Fazer tanto e tão bem é obra!

Abel Ferreira Ribeiro

Fiquei sensibilizado ao receber as Revistas que fez o favor

de me enviar. Gostei de as ler.

Conhecia de nome tão importante Obra Diocesana e fico

muito satisfeito por saber que a mesma tem um “dedo”

seu.

Se lhe for útil, conte comigo.

Francisco Vieira Barbosa

Quando ontem cheguei à Figueira da Foz deparei-me com

as suas Revistas, onde posso constatar a vossa Obra, que

não é só valiosa humanamente como transmite muita fe-

licidade e alegria ao sabermos que a cidade do Porto é

privilegiada com a vossa obra de amor.

É algo que nos deixa feliz e peço a Deus que lhe dê saúde

e paz para poder desempenhar esta função tão honrosa.

Maria Fernanda Van Den Berg, Dra.

mensagens

Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008 33

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34 Obra Diocesana de Promoção Social

Liga dos Amigos da Obra DiocesanaJá se fez Amigo da Liga?

Obrigado!

Contribua com um DonativoPode ser Mensal, Anual ou Único

Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL

ou através doNIB - 007900002541938010118

Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3)

Paulo LapaEscriturário Principal

Futebol Feminino na ODPS?... Não é invenção…A participação foi expressiva,

surpreendeu? Talvez!

Entre praticantes e apoiantes,

o número terá andado perto das du-

zentas pessoas que em boa hora de-

cidiram marcar presença no segundo

Torneio de Futebol Feminino, realizado

na tarde do dia 5 de Julho de 2008, no

campo de onze, piso sintético, do Cen-

tro Cultural e Desportivo do Trabalha-

dores da Câmara Municipal do Porto.

Das oito equipas que o dispu-

taram, sete eram constituídas pelas

colaboradoras dos Centros e a oitava

pelas filhas das colaboradoras. Todas

realizaram dois jogos com a duração

aproximada 15 a 20 minutos cada, o

primeiro de apuramento, o segundo de

classificação.

As duas horas, em que os jogos

se realizaram, foram marcadas pela

determinação, “pontapés” na bola e

não só…acima de tudo, muita vontade

de marcar golos e de vencer.

Os “dotes” futebolísticos das

executantes, apoiadas pela entrega

das respectivas claques, crianças, fa-

miliares e até utentes de Centros de

Dia criaram o clima (tarde agradável

com temperatura a condizer) ideal

para que, com entusiasmo, alegria,

boa disposição e colorido dos cartazes

e equipamentos tivéssemos assistido a

jogadas com “refinado” e perfeito re-

corte técnico, algumas quedas com

aparato, sem consequências físicas

demais, golos, não muitos, mas os

suficientes nas quatro balizas, motivo

de alegria para umas e tristeza “só um

pouquinho” para outras…

Ao cair da tarde, o evento

mudou de “cenário” passou do CCD

para o Centro Social da Pasteleira.

Aqui, numa breve cerimónia realizou-

se a entrega dos troféus de acordo

com a classificação obtida pelas oito

equipas. Aqueles, pela segunda vez,

executados pelo colaborador Ângelo.

Seguiu-se o já merecido e desejado

lanche/jantar terminando com a habitu-

al, e sempre do agrado geral, anima-

ção musical dançante.

Em suma, mais uma iniciati-

va de cariz desportivo no feminino da

ODPS, “nunca serão demais”… louvá-

vel e de promoção a qual desejamos

que tenha continuidade.

Um agradecimento a todos os

que nela participaram, directa ou indi-

rectamente, mais enfático para quem o

jogou, por duas razões: Primeiro, con-

tribuíram para a continuidade desta

“vossa” actividade, segundo, dadas

as limitações futebolísticas, compreen-

sivas de algumas, e que tiveram uma

actuação esforçada e empenhada,

são, em minha opinião, digna de re-

gisto. Parabéns, ganhamos todos, mas

estas, “as jogadoras”, em quase todas

“as frentes”.

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35Ano III . n.º10 . Trimestral . Março 2008

Liga dos Amigos da Obra DiocesanaJá se fez Amigo da Liga?

Obrigado!

Contribua com um DonativoPode ser Mensal, Anual ou Único

Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL

ou através doNIB - 007900002541938010118

Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3)

Donativos

Descrição ContribuiçãoMNCGLF 50,00 €Abel Ribeiro-Electrodomésticos e Mobilias, Lda. 100,00 €Alice Rosete da Cruz Albuquerque Matos, Dra. 150,00 € APS 25,00 €Associação Humanitária Bombeiros Voluntários Portuenses* 5.000,00 €Banco Portugues de Negócios, SA. 1.000,00 €Distribui Bragança - Com. Dist. Prod. Alimentares, Lda 1.000,00 €

Descrição ContribuiçãoManuel Gomes da Silva 50,00 €Manuel Soares dos Reis, Padre 3.000,00 €Moreira & Carneiro, Lda. 2.700,00 €Portugen Energia, SA 500,00 €SCA Hygiene Products, Lda. 350,00 €

*Por indicação do Governo Civil do Porto

Donativos de 03/06/08 a 10/09/08

Donativo da CerealisDonativo do Governo Civil

Por intervenção do amigo da Obra Diocesana e Pre-

sidente do Lions Clube Lusi-thanus Academhiccus, Prof.

Dr. Rogério Guimarães, a Instituição tem sido beneficiada

com generosos donativos da empresa Cerealis – Produtos

Alimentares, que comercializa as marcas de massas alimen-

tícias, bolachas e cereais “Milaneza” e “Nacional”.

Estes donativos materializaram-se em 1340 kg de

esparguete e em 24 kg de bolachas. Todo este material foi

confeccionado e distribuído aos utentes da Instituição, refor-

çando o espírito de apoio à população mais carenciada que

preside à acção da ODPS.

Um agradecimento especial à Cerealis e ao Prof. Dr.

Rogério Guimarães por tão nobre gesto.

João Miguel Pratas / Mónica Taipa de Carvalho

ApósosorteiorealizadopelaAssociaçãoHumanitá-

ria dos Bombeiros Portuenses e de acordo com o estipulado

na Lei, o GOVERNO CIVIL DO PORTO atribuiu à Obra Dio-

cesana de Promoção Social o valor respeitante aos prémios,

que totalizaram a importância de 5.000,00 € (CINCO MIL

EUROS).

Um donativo de enorme relevo para a nossa Institui-

ção e que o Conselho de Administração enaltece este Órgão

de Soberania, pois é uma prova inequívoca da credibilidade

e do serviço que a Obra Diocesana presta junto dos mais

desfavorecidos na cidade do Porto.

Gratidão, reconhecimento e agradecimento são pa-

lavras que dirigimos à Excelentíssima Senhora Governadora

Civil, Senhora Doutora Isabel Oneto.

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