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SUBSÍDIO DIDÁTICO pte1 Professor, antes de entrar no tópico da lição, é importante que você contextualize a passagem bíblica de Lucas 18.18 - 30 para os seus alunos. Por isso, disponibilizamos o comentário do teólogo French L. Arrington: "Sem confiança própria de criança, a entrada no Reino de DEUS é bloqueada. Um exemplo é o príncipe rico (vv.18-25), que não está disposto a responder a JESUS com humildade e fé. Mateus diz que ele é jovem (Mt 19.20), e Lucas o identifica como príncipe, talvez de uma sinagoga (cf. Lc 8.41). Como os fariseus, ele confia em suas boa ações. Ele também tem riquezas, às quais está apegado. Este príncipe presume que falta uma obra que ele não está fazendo atualmente para herdar a vida eterna. Ele reconhece JESUS como figura de autoridade e lhe pergunta: 'Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?' O jovem faz esta pergunta à maior autoridade no assunto, mas ele saúda JESUS com um simples 'bom mestre'. Sua compreensão de JESUS é rasa. Ele o considera somente como homem e não tem ideia de que JESUS é o Messias, o Filho de DEUS. Sua estima pelo Salvador não é mais alta do que ele teria por um professor distinto. O modo como ele se dirige a JESUS parece ser nada mais que lisonja. [...] Como discernidor perfeito do coração humano, Ele [JESUS] percebe que o príncipe adora seus bens materiais e o lembra que ele tem de fazer mais uma coisa: 'Vende tudo quanto tens, reparte - o pelos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue - me'. JESUS pôs o dedo no pecado do coração deste homem - seu amor pelos bens materiais. Suas riquezas terrenas estão entre ele e DEUS. Visto que ele não pôs DEUS em primeiro lugar no coração, JESUS exige que o homem distribua o dinheiro. [...] 'Não terás outros deuses diante de mim' (Êx 20.3). Pouco disposto a obedecer a JESUS, o jovem príncipe rico vai embora sem a vida eterna. Enquanto vai, JESUS observa o quanto é difícil os ricos entrarem no Reino de DEUS (v.24). Sua tentação é confiar nas coisas terrenas. Eles acham difícil se entreg ar à misericórdia de DEUS e escolher o Reino. Para ilustrar o quanto é difícil, JESUS insiste que não é mais fácil para o rico entrar no Reino de DEUS do que para um camelo passar pelo fundo de uma agulha. Esta ilustração vívida ensina o quanto é impossíve l os ricos, por méritos próprios, entrarem no Reino de DEUS. Falando humanamente, é impossível. Qualquer tentativa de libertar alguém de um amor demoníaco pelas coisas terrestres fracassará. [...] JESUS lembra à sua audiência que, embora seja impossível p ara uma pessoa salvar a si mesma, DEUS pode. Ele pode fazer o que é impossível para os seres humanos. Ele pode redirecionar o coração do amor por bens terrenos para um amor pelo eterno, e pode operar o milagre da conversão no coração do rico e do pobre. As pessoas não podem mudar o coração; mas quando respondemos a DEUS pela fé, o ESPÍRITO SANTO transforma nosso coração e nos proporciona a salvação" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.436 - 37). JESUS, ao contrário dos rabinos, não associou a piedade com a prosperidade PARA REFLETIR Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda: Como é visto o dinheiro na cultura secular? Uma das formas mais comuns de enxergar o dinheiro, bens e posses na cultura secular é vê - los apenas como algo de natureza

SUBSÍDIO DIDÁTICO pte1

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Esboço bíblico

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SUBSDIO DIDTICO pte1

Professor, antes de entrar no tpico da lio, importante que voc contextualize a

passagem bblica de Lucas 18.18

-

30 para os seus alunos. Por isso, disponibilizamos o comentrio do telogo French L. Arrington: "Sem confiana prpria de criana, a

entrada no Reino de DEUS bloqueada. Um exemplo o prncipe rico (vv.18-25), que no est disposto a responder a JESUS com humildade e f. Mateus diz que ele jovem (Mt 19.20), e Lucas o identifica como prncipe, talvez de uma sinagoga (cf. Lc 8.41).

Como os fariseus, ele confia em suas boa aes. Ele tambm tem riquezas, s quais est apegado. Este prncipe presume que falta uma obra que ele no est fazendo atualmente para herdar a vida eterna. Ele reconhece JESUS como figura de autoridade e lhe pergunta:

'Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?' O jovem faz esta pergunta maior autoridade no assunto, mas ele sada JESUS com um simples 'bom mestre'. Sua compreenso de JESUS rasa. Ele o considera somente como homem e no tem ideia

de que JESUS o Messias, o Filho de DEUS. Sua estima pelo Salvador no mais alta do que ele teria por um professor distinto. O modo como ele se dirige a JESUS parece ser nada mais que lisonja.

[...] Como discernidor perfeito

do corao humano, Ele [JESUS] percebe que o prncipe

adora seus bens materiais e o lembra que ele tem de fazer mais uma coisa: 'Vende tudo

quanto tens, reparte

-

o pelos pobres e ters um tesouro no cu; depois, vem e segue

-

me'.

JESUS ps o dedo no pecado

do corao deste homem

-

seu amor pelos bens materiais.

Suas riquezas terrenas esto entre ele e DEUS. Visto que ele no ps DEUS em

primeiro lugar no corao, JESUS exige que o homem distribua o dinheiro. [...] 'No

ters outros deuses diante de mim' (x

20.3).

Pouco disposto a obedecer a JESUS, o jovem prncipe rico vai embora sem a vida

eterna. Enquanto vai, JESUS observa o quanto difcil os ricos entrarem no Reino de

DEUS (v.24). Sua tentao confiar nas coisas terrenas. Eles acham difcil se entreg

ar

misericrdia de DEUS e escolher o Reino. Para ilustrar o quanto difcil, JESUS insiste

que no mais fcil para o rico entrar no Reino de DEUS do que para um camelo passar

pelo fundo de uma agulha. Esta ilustrao vvida ensina o quanto impossve

l os ricos,

por mritos prprios, entrarem no Reino de DEUS. Falando humanamente,

impossvel. Qualquer tentativa de libertar algum de um amor demonaco pelas coisas

terrestres fracassar.

[...] JESUS lembra sua audincia que, embora seja impossvel p

ara uma pessoa salvar

a si mesma, DEUS pode. Ele pode fazer o que impossvel para os seres humanos. Ele

pode redirecionar o corao do amor por bens terrenos para um amor pelo eterno, e

pode operar o milagre da converso no corao do rico e do pobre. As

pessoas no

podem mudar o corao; mas quando respondemos a DEUS pela f, o ESPRITO

SANTO transforma nosso corao e nos proporciona a salvao" (ARRINGTON,

French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.).

Comentrio Bblico Pentecostal

Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004,

pp.436

-

37).

JESUS, ao contrrio dos rabinos, no associou a piedade com a prosperidade

PARA REFLETIR

Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:

Como visto o dinheiro na cultura secular? Uma das

formas mais comuns de enxergar o

dinheiro, bens e posses na cultura secular v

-

los apenas como algo de natureza

puramente material.

Como era a situao dos pobres nos dias de JESUS? Os pobres eram "o povo da terra"

(Lc 21.1

-

4). No possuam nada e ainda

eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6).

Como o judasmo via as riquezas? A posse de bens materiais no era vista como um mal

em si.

Como JESUS avaliava aqueles que possuam riquezas?

Ele avaliava no apenas as

aes exteriores, mas sobretudo as atitudes int

eriores.

O jovem rico (18:18

-

30)

18. Somente Lucas nos conta que este homem era

de posi

o.

O

termo e muito geral e,

segundo Gerhard Delling, denota oficiais romanos

e judeus de todos os tipos. Neste

Evangelho, ve os oficiais como um grupo

de pessoas distintas dos anci

os, dos escribas

e dos principais sacerdotes.

No podemos, portanto, ser espec

ficos e sugerir, por exemplo, que fosse

um chefe de

sinagoga (de qualq

uer maneira, visto que Mateus nos conta

q

ue ele era jovem, isto e

improv

vel). Mas pelo menos fazia parte das classes

dominantes. Sua sauda

o

Bom

Mestre,

n

o era empregada entre os

rabinos, porque atribu

a ao homem um atributo que

somente Deus

possu

a

(se

gundo Plummer, nao existe no Talmude inteiro um so

exemplo

de um rabino sendo assim chamado). Era um gesto de lisonja impensada.

Passou a perguntar o que deveria fazer para obter a

vida eterna.

Supunha

que a vida

eterna devesse ser merecida, e que fosse ne

cess

ria alguma boa

obra que no estava

fazendo na ocasi

o.

19, Jesus passa a mostrar as falhas na posi

o do jovem.

Ningu

m

bom sen

o

um

s

,

que e Deus

n

o deve ser entendido como um repudio

do epiteto

bom

aplicado a

Ele mesmo. Se fosse isto que queria

dizer, Jesus

decerto teria dito claramente que Ele

era um pecador. Pelo contr

rio,

estava convidando o oficial a refletir

sobre o significa

do

das suas pr

prias

palavras. O que acabara de dizer tinha implica

es a respeito da

Pessoa de

Jesus. Se Ele era bom

, e se somente Deus era bom, conforme concordava

todo o ensino rab

nico (ver sobre v. 18), ent

o o oficial estava falando

alguma coisa

importante a respeito d

Ele. Longe de repudiar a divindade

de Jesus, conforme alguns

sustentam, a pergunta parece ser um c

onvite

para o jovem refletir sobre ela.

Ha tamb

m,

provavelmente, ainda outra profundidade de significado

na pergunta de Jesus (conforme

sustentam estudiosos tais como Caird

e Ellis). Jesus convida o jovem a refletir sobre

aquilo que estava pedindo

para si

mesmo. A vida eterna que

procurava era a vida na

presena da tem

vel

pureza de Deus. Se apenas refletisse sobre o que significava aquilo,

decerto perceberia que estava total

mente despreparado para a b

n

o

que procurava.

Passaria ento a clamar por misericrdia, ao inv

s de buscar

com complac

ncia uma

recompensa. A trag

dia do jovem e que n

o

percebia o significado do coment

rio, e

muito menos correspondia a ele.

20,21. O oficial perguntara o que devia faz

er, de modo que Jesus

respondeu em termos

de fazer. Dirige

-

o aos mandamentos. Se n

o quiser

refletir sobre as implica

es da

bondade de Deus, quem sabe se pensara

qual e sua posi

o

diante das exig

ncias da

Lei? Quando algu

m leva a s

rio

as exig

ncias da

Lei, est

no caminho para chegar a

Cristo (G1 3:24).

Jesus cita cinco mandamentos que tratam do nosso dever para com o

nosso pr

ximo,

mas nenhum que trata daquele para com Deus. Passara

a ressaltar esta parte de outra

maneira. O jovem nada v

de novo nos

m

andamentos, e tem certeza de que os guardou

desde seus tempos de

menino. Os rabinos sustentavam que a lei podia ser guardada na

sua inteireza,

e, por exemplo, R. Eliezer podia perguntar: Akiba, eu tenho

negligenciado qualquer coisa da Tor

inteira?

(Sanh

edrin

101a). A alega

o

do jovem,

portanto, n

o era grotesca, embora fosse superficial.

Demonstrava que n

o tinha

pensado com suficiente profundidade sobre

aquilo que significava a guarda dos

mandamentos.

22. O jovem n

o tinha refletido sobre o significado

da bondade

de Deus, nem se medira

contra os mandamentos de Deus com suficiente

exatido para perceber que n

o estava a

altura dos padr

es de Deus. Agora

Jesus deu um desafi

o que demonstrava que o jovem

no estava

altura

daquilo que era neces

s

rio. Mas a chamada para doar tudo era mais

do

q

ue simplesmente um de

safio dram

tico: demonstrava que o homem n

o

entendera

os mandamentos que professou ter guardado. O primeiro deles

exige a adora

o do

Deus

nico. Quando, por

m, veio a ele a escolha, vi

u

que nunca poderia servir a Deus

se se tratasse de separar

-

se do seu dinheiro.

N

o era realmente Deus que ocupava o

primeiro lugar no seu cora

o.

23

-

25. Lucas n

o chega a dizer que o jovem recusou, somente

que

ficou muito triste

.

Mas est

subentendida a recusa de enfrentar o desafio.

Jesus p

assou a indicar que e muito dif

cil para os ricos entrarem no

reino. Os afluentes

sempre s

o tentados a depender das coisas da terra,

e no acham fcil lanar

-

se sobre a

miseric

rdia de Deus (

contrastar v.

13), O mesmo e verdadeiro, naturalmente, no que

diz respeito aqueles

cujas riquezas no s

o materiais: os intelectualmente destacados, os

ricos

em realiza

es morais e art

sticas, e pessoas semelhantes. Tais pessoas

sempre

acham dif

cil depen

der

de Deus mais do que dos seus pr

prios

esforos. Tentativas t

m

sido feitas para explicar as palavras de Jesus

acerca do

camelo

e do

fundo de uma

agulha

em termos de um camelo se

espremendo por uma pequena porta lateral da

cidade, ou por meio de sugerir

o texto

kamilon,

cabo, em lugar de

kamelon,

camelo.

Tais

explica

es sao mal

-

orientadas. Deixam de perceber a li

o. Jesus

esta usando

uma ilustra

o humor

stica.

26, 27, Tudo isto representa uma inver

s

o das ideias aceitas. Sustentava

-

se comumente

que as riquezas eram o sinal da b

n

o de Deus,

de modo que o jovem rico tinha a

melhor oportunidade para ter as coisas

boas do mundo do porvir, assim como tinha

neste mundo. Destarte, os que

escutavam Jesus disseram:

Sendo assim, quem pode ser

salvo?

N

o

perguntam:

Qual rico? mas Quem? Se os ricos, com todas as suas

vantagens,

dificilmente podem ser sal

vos, que esperan

a h

para os demais? Jesus deixa

claro que no h mesmo. Mas o que o homem n

o pode fazer, Deus pode.

A salva

o,

para os ricos ou par

a os pobres, sempre w

um milagre da

graa divina. Sempre a

d

diva de Deus.

28

-

30. Diante disto, Pedro disse:

Eis que nos deixamos as nossas

casas e te

seguimos.

Alguns entendem

que a resposta de Jesus e humor

stica:

De modo

caprichoso Jesus promete que

aqueles que deixaram o lar

e a fam

lia para o servio do

reino se achar

o cuidando de uma fam

lia

muito maior do que aquela que deixaram

(Caird). A maioria, no entanto,

entende que as

palavras significam

que Deus n

o fica

devendo a homem

algum. Se algu

m abre m

o de qualquer coisa por amor a Deus, ser

compensado

no presente muitas vezes mais, sem falar nada da

vida eterna

na

era do

porvir. Seria completamente fora de harmonia com esta passagem

inteira entender estas

palavras no sentido de

que as pessoas podem seguir

a Jesus tendo em vista a obten

o

de benef

cios terrestres. Se seu motivo

e que podem lucrar, nem sequer come

aram a

entender o que signific

a discipulado. Mas isto n

o significa que Deus os aben

oar com

relut

ncia.

Onde houv

er o espirito de abnega

o, ali Deus supre todas as necessidades

dos Seus

servos (cf. Fp 4:19). Ryle pensa que devemos entender as

palavras

num sentido

espiritual, pois

s vezes a sabedoria de Deus acha

por bem permitir que um homem

convertido sofra perda

em coisas temporais

na sua conver

s

o.

O EVANGELHO DE LUCAS

,

INTRODUO E COMENTRIO,

Leon L.

Morris, M.Sc., M.Th., Ph.D.

,

Diretor, Ridley College, Melboume

Soc iedad e Religiosa Edies Vid a N ova,,

Caixa Postal 21266