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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA MODALIDADE À DISTÂNCIA ÉRIKA CARLA ALVES CANUTO DA COSTA DIFICULDADES DE LEITURA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABACENTRO DE EDUCAOCURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIAMODALIDADE DISTNCIA

RIKA CARLA ALVES CANUTO DA COSTA

DIFICULDADES DE LEITURA NAS SRIES INICIAIS DO ENSINOFUNDAMENTAL

CAMPINA GRANDE PB2014RIKA CARLA ALVES CANUTO DA COSTA

DIFICULDADES DE LEITURA NAS SRIES INICIAIS DO ENSINOFUNDAMENTAL

Trabalho de Concluso de Curso apresentado Coordenao do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia na Modalidade Distncia, do Centro de Educao a Universidade Federal da Paraba, como requisito institucional para obteno do ttulo de Licenciada em PedagogiaOrientador: Profa.

CAMPINA GRANDE PB2014DIFICULDADES DE LEITURA NAS SRIES INICIAIS DO ENSINOFUNDAMENTAL

Trabalho de Concluso de Curso apresentado Coordenao do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia na Modalidade Distncia, do Centro de Educao a Universidade Federal da Paraba, como requisito institucional para obteno do ttulo de Licenciada em Pedagogia

Aprovada em: ______ / ______ / 2014

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________Prof. OrientadorUniversidade Federal da Paraba UFPB

_______________________________________________Prof. ConvidadoUniversidade Federal da Paraba UFPB

minha me, a melhor educadora que j vi e ao meu marido, que me ensinou a amar o ensino.

AGRADECIMENTO

Agradeo a minha me por seu exemplo de

A educao um processo social, desenvolvimento. No a preparao para a vida, a prpria vida.John DeweyRESUMO:

ABSTRACT:

SUMRIO

1 - INTRODUO

2 EDUCAO INFANTIL

2.1 - Educao Infantil e a Leitura

3 - DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E FATORES RELACIONADOS

3.1 - Fatores Escolares

3.2 - Fatores Sociais

3.3 - Fatores neurolgicos

4 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

5 ANLISE DOS RESULTADOS

6 CONSIDERAES FINAIS

REFERNCIA

APNDICE

12

INTRODUO

Embora escola do sculo atual procure difundir a importncia da leitura, sua prtica ainda no uma realidade e o tratamento que a leitura recebe no mbito escolar deixa muito a desejar.Ler sempre uma atividade complexa, pois envolve a conjugao de uma grande variedade de aes, admitindo at mesmo a interferncia de atividades no propriamente especficas do ato de ler, mas que esto implicadas toda vez que se usa a linguagem. No entanto saber ler no apenas conseguir decodificar, traduzir automaticamente um conjunto de sinais, mas mobilizar um conjunto de estratgias, fazendo interagir diversos nveis de conhecimentos com o objetivo de construir significados.Contudo, seja pelo fato de no se desenvolver o hbito da leitura ou pela complexidade da atividade, muitos alunos possuem dificuldade em aprender a ler, o que causa preocupaes, pelo fato da leitura assumir importante papel no processo de aprendizagem.Nesse contexto, essas dificuldades tm diversas causas, sejam elas no neurolgicas (fatores escolares e/ou fatores sociais) ou neurolgicas, como os transtornos de aprendizagem. A criana com dificuldade de aprendizagem aquela que apresenta bloqueios na aquisio do conhecimento, na audio, na fala, na leitura, raciocnio ou habilidade matemtica.A caracterstica essencial do Transtorno da Leitura (tambm chamado "dislexia"), consiste em um rendimento da leitura consideravelmente inferior ao esperado para a idade cronolgica, a inteligncia medida e a escolaridade do indivduo (Critrio A). A perturbao da leitura interfere significativamente no rendimento escolar ou em atividades da vida cotidiana que exigem habilidades de leitura (Critrio B). Na presena de um dficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas habitualmente a estas associadas (Critrio C). Caso esteja presentes uma condio neurolgica, outra condio mdica geral ou outro dficit sensorial, estes devem ser codificados no Eixo III. Em indivduos com Transtorno da Leitura a leitura oral caracteriza-se por distores, substituies ou omisses; tanto a leitura em voz alta quanto a silenciosa caracterizam-se por lentido e erros na compreenso (DSM.IV, 2002)O Transtorno da leitura de difcil diagnstico, isso porque muitos se concentram na prevalencia dos Transtornos de Aprendizagem, o qual inclui o Transtorno da Matemtica e da Expresso Escrita em geral, sendo esses em sua maioria associados ao Transtorno da Leitura. O Transtorno de Leitura, sozinho ou em combinao com o Trastorno da Matemtica ou Transtorno da Expresso Escrita, responde por aproximadamente quanto em cinco casos de Transtorno da Aprendizagem. Estima-se que a prevalncia do Transtorno da leitura nos Estados Unidos seja em torno de 4% entre as crianas em idade escolar (REIS, 2010 apud APA,1994). NO Brasil os ditrbios de leitura e escrita atingem de forma severa cerca de 10% de crianas em idade escolar (CAPOVILLA, 2006 apud REIS, 2010, p. 31)Dessa forma o presente trabalho tem como objetivo investigar as dificuldades de leitura dos alunos das sries inciais e suas possveis causas. Sendo assim, tem-se como pergunta norteadora: quais as dificuldades de leitura dos alunos de uma turma do 3 ano do ensino fundamental I e suas possveis causas? Para alcanar o objetivo proposto e responder a pergunta norteadora temos como objetivos especificos: (1) Aprofundar os estudos que tratam das dificuldades de leitura como tambm dos fatores neurolgicos e no neurolgico atreladas a estes; (2) Detectar as dificuldades apresentadas pelos alunos no processo de ensino aprendizagem da leitura em sala de aula a partir da observao e aplicao de questionrio junto ao professor. (3) Discutir tais dificuldades no contexto de suas causalidades e apontar alternativas metodolgicas para amenizar o impacto das causas destas e consequentemente dificuldades na leitura.

2. EDUCAO INFANTIL

2.1 Educao Infantil e a LeituraA leitura normalmente se restringe aos livros, o leitor visto apenas como o decodificador da letra. Sendo assim buscou-se aprofundar neste captulo, o debate sobre o que leitura, suas funes e como a importncia da mesma vista, alm dos nveis da leitura.A leitura configura-se, pois, segundo Soares (1990, p.22): como o ato de ler que consiste na interao verbal entre os indivduos socialmente determinados, ou seja, o leitor, seu universo, seu lugar na estrutura social, suas relaes com o mundo e os outros. Desta forma, o ato de ler constitui-se no resultado da interao do indivduo com mais diferentes elementos constituintes do meio ao qual est inserido, sendo estes elementos textuais gerados, pois, nveis diferentes de aquisio do conhecimento.Segundo Cagliari (1995, p. 148):[] a leitura leva aquisio da cultura, mas a cultura que explica muito do que se l, no apenas o significado literal de cada palavra do texto. Uma pessoa que no conhece uma cultura tem dificuldade em ler textos produzidos por ela [].Assim, pode-se afirmar que a capacidade de ler intrnseca ao indivduo. Todavia, o seu despertar e desenvolvimento depende, fundamentalmente, dos elementos estimulados a que este indivduo exposto, ou seja, a capacidade de leitura de cada um depende dos estmulos textuais e ao meio ao qual foi inserido.[] a leitura da palavra sempre precedida da leitura de mundo. E aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se , antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender seu contexto, no numa manifestao mecnica de palavras mas numa relao dinmica que vem da linguagem e validade. A aprendizagem da leitura e a alfabetizao so atos de educao e educando um ato fundamental poltico (FREIRE, 2001, p.23). Afirmar que um indivduo tem capacidade leitora e escritora mais aguada que outra acima de tudo, confirmar prticas educativas desenvolvidas ao longo da histria, em que, de um lado encontram-se indivduos habituados ao ato de decodificar textos sem significao para o cotidiano, acostumados a uma didtica em que o ato de ler e escrever constitui apenas mais uma obrigao escolar. Por outro lado, esto os indivduos que concebem a leitura como a maneira de conhecer o mundo que os cerca e de reafirmao como cidado, baseado numa prtica inovadora e motivadora, em que o aluno levado a descobrir novos horizontes atravs da leitura. Neste prtica, a leitura conduz a uma forma de exercer a prpria cidadania, conhecer, compreender e identificar caminhos.O conceito de leitura est geralmente restrito decifrao escrita, sua aprendizagem, no entanto , liga-se por tradio ao processo de formao global do indivduo, sua capacitao para o convvio e atraes social, poltica, econmica e cultural. Saber ler e escrever, entre gregos e romanos significa possuir as fases de uma educao adequada para a vida, educao essa que visava no s ao desenvolvimento das capacidades intelectuais e espirituais , como aptides fsicas, possibilitando ao cidado integrar-se sociedade. Porm saber ler textos escritos e escrever ainda hoje algo a que no se tem acesso naturalmente ( o analfabetismo persiste mesmo em pases desenvolvidos), o aprendizado se baseia, na maioria das vezes em disciplina rgida, por meio de mtodo analtico caracterizado pelo progresso passo: primeiro de cara o alfabeto, soletrar, por fim, decodificar palavras isoladas, frases, at chegar a textos contnuos , o mesmo mtodo aplicado para a escrita.A leitura totalmente fundamental no desenvolvimento e aprendizado do ser humano, por isso preciso que a mesma venha a ser despertada e praticada com a finalidade de sentirmos e vivermos essa fundamental importncia que deve ter por ponto de partida a escola. na escola que a leitura precisa ser trabalhada de forma que leve os alunos a adquirirem o hbito de ler, para isso preciso que o professor saiba incentivar e estimular o aluno a desenvolver esta prtica, atravs de tcnicas inovadoras como: dramatizaes, construo de texto, interpretaes e outras formas desde que as mesmas sejam capazes de despertar no aluno o interesse pelo hbito de ler. Sendo necessrio que o professor acima de tudo seja capaz de conscientizar o aluno da importncia que a leitura possui em todo o percurso de sua vida e assim fazer com que o mesmo se sinta capaz de despertar para o mesmo hbito.Adotar a leitura como algo primordial desejar entender o mundo, pois ler compreender as coisas e as pessoas ao nosso redor, com isso podemos concluir que ler no se limita a apenas o lpis e o papel, mais vai mais alm, possuir a percepo do mundo que os prepara uma social crtica e construtiva. Para alcanar o objetivo de formar indivduos capazes de trabalhar adequadamente as caractersticas da leitura, deve-se reconhec-la no s como fonte de sabedoria, mas de prazer pela leitura.s vezes, a leitura est diante da realidade do dia a dia dos alunos no tendo sentido para os mesmos, so leituras apenas mecnicas e formas que no contribuem para o crescimento de professor e aluno. O fundamental que os educadores repensem sua prtica profissional e passem agir coerentemente diante dos desequilbrios e desafios que a realidade apresenta. No processo de leitura realizado um trabalho ativo de construo do significado do texto, a partir dos seus conhecimentos sobre o assunto, sobre o autor, de tudo que sabe a lingua: caracteristcas do genero, do portador, do sistema de escrita, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que envolve, necessariamente, compreenso no qual os sentidos comeam a ser constitudos antes da leitura propriamente dita. Segundo os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) a leitura fluente envolve uma srie de outros estratgias como soluo, antecipao, influencia e verificao, sem as quais no possvel rapidez e proficincia (BRASIL, 1997, p.57).A leitura ocupa um lugar importante no desenvolvimento intelectual e cultural, isso porque sem a leitura estes se limitam as informaes faladas que constitui um nmero muito menor do que as escritas. Ferrari (2005, p. 32), afirma que: Bons leitores so bons alunos em qualquer disciplina. Quando a garotada l bem (e compreende o que l) tem mais chances de sucesso. Se os alunos forem acostumados a ler vrios modelos de texto, vo desenvolver esprito crtico para perceber essas nuances. Em pouco tempo sabero expor as prprias ideias. Por escrito, com argumentos destinados a convencer o leitor. Saber ler e compreender o que se l algo que deve ser praticado de forma contnua em nossa vida. Podemos concluir ento que ler vital em nossas vidas, porm muitas pessoas tm dificuldade nesse processo. A leitura definitivamente indispensvel para que o indivduo tenha uma comunicao com o mundo e para tirar as informaes que ele perceba como adequadas para sua sobrevivncia.3. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E FATORES RELACIONADOSA criana com dificuldade de aprendizagem aquela que apresenta bloqueios na aquisio do conhecimento, na audio, na fala, na leitura, raciocnio ou habilidade matemtica. Nesse contexto, muitos alunos possuem dificuldade em aprender a ler, essas dificuldades tm diversas causas, sejam elas no neurolgicas (fatores escolares e/ou fatores sociais) ou neurolgicas, como os transtornos de aprendizagem.Vale ressaltar que Fernndez (1991) considera as dificuldades de aprendizagem como sintomas ou fraturas no processo de aprendizagem, onde necessariamente esto em jogo quatro nveis: o organismo, o corpo, a inteligncia e o desejo. A dificuldade para aprender, seria o resultado da anulao das capacidades e do bloqueio das possibilidades de aprendizagem de um indivduo.Para a autora, a origem das dificuldades ou problemas de aprendizagem no se relaciona apenas estrutura individual da criana, mas tambm estrutura familiar a que a criana est vinculada, ou seja, fatores no neurolgicos. As dificuldades de aprendizagem estariam relacionadas s seguintes causas (id. Ibid, p. 49):a) Causas externas estrutura familiar e individual: originariam o problema de aprendizagem reativo, a qual afeta o aprender, mas no aprisiona a inteligncia e, geralmente, surge do confronto entre o aluno e a instituio;b) Causas internas estrutura familiar e individual: originariam o problema considerado como sintoma e inibio, afetando a dinmica de articulaes necessrias entre organismo, corpo, inteligncia e desejo, causando o desejo inconsciente de no conhecer e, portanto, de no aprender;c) Modalidades de pensamento derivadas de uma estrutura psictica, as quais ocorrem em menor nmero de casos;d) Fatores de deficincia orgnica ou transtornos de aprendizagem.3.1 Fatores escolaresVrios estudos apontam que as dificuldades escolares, em particular os de leitura so apresentadas por falta de habilidades que antecedem essa aquisio. Castillo (1999) aponta que para que a criana faa uso da leitura e escrita necessria que se desenvolva algumas habilidades, tais como: discriminao visual, discriminao auditiva, memria visual e auditiva; coordenao motora, coordenao motora fina, conhecimento do esquema corporal, orientao espacial; ateno seletiva, domnio da linguagem oral, diferenciao entre letras e outros smbolos, cpia de modelos e memorizao de relatos curtos (canes infantis, versos de rima fcil, etc.).Sem um trabalho consistente para o desenvolvimento de habilidades que sero pr-requisitos para terem sucesso na leitura e escrita. Para Fonseca (apud RODRIGUES & FRANCO, 2011) para o sucesso escolar acontecer todas as etapas do ensino devem se respeitas, e a educao infantil uma delas, s nesse perodo as crianas tem a oportunidade de aprender sobre: direita e esquerda, a cima e a baixo, como tambm a escrever do lado conveniente do caderno as primeiras letras e os primeiros nmeros.Para o autor, enquanto no se estabelecer a lateralizao no plano motor (movimentos da criana), frequentemente, podemos nos deparar com as inverses, a saber, omisses, substituies, adies, repeties etc., na leitura. As inverses ocorrem porque as palavras so armazenadas (no crebro) no hemisfrio no dominante e, em decorrncia, as crianas trocam b/d, q/p, u/n, 6/9, ou ainda suas combinaes. Sem ter adquirido dominncia hemisfrica a criana pode experimentar grande confuso da qual resulta a dificuldade de aprendizagem (apud RODRIGUES & FRANCO, 2011).Sabemos que muitas deficincias esto enraizadas na prpria pedagogia, isso porque muitos de nossos alfabetizadores tm deficincia de formao, mesmo sendo a m instruo involuntria traz consequncias srias para o processo de aprendizagem do leitor. Tomando como base a realidade que circunda a escola, uma realidade cheia de problemas e de lutas, queremos identificar em meio aos diversos momentos de leitura, o fio da meada que provoca tanta dificuldade em sua aquisio. Para isso preciso que reteamos alguns aspectos relevantes, da conceituao vivncia da leitura na escola, para que no decurso deste estudo, este fio possa nos conduzir a um aprofundamento do que ocorre em sala de aula.A leitura a atividade fundamental desenvolvida pela escola, ou seja, segundo Cagliari (1992: 148): a leitura a extenso da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida ter de ser conseguido atravs da leitura fora da escola. A explicao a esta afirmao est contida no cotidiano dos educadores que muitas vezes se depara com alunos com dificuldades de leitura ao longo dos anos na escola, e este problema decorrente da leitura no ensino da vida escolar, pois na infncia que a leitura deve desenvolver-se com compreenso, muito alm do que s objetivo da escrita. bastante comum vivenciarmos situaes em que o aluno afirma que l difcil e complicado, isso quando ele est constituindo sua leitura de decodificao. De fato, a leitura complexa e envolve problemas diversos culturais, ideolgicos, fonticos e semnticos, entre outros. Isto porque ela uma atividade individual e transmite interpretaes diferentes articulados com a leitura de mundo. Cagliari (1992, p. 150) traz uma definio objetiva a respeito:A leitura , pois, uma decifrao e uma decodificao e o leitor ir em primeiro lugar decifrar a escrita, pois entender a linguagem encontrada em seguida, decodificao todas as implicaes que o texto tem, e finalmente refletir sobre isso e formar o prprio conhecimento e opinio a respeito do que leu. A leitura sem decifrao no funciona adequadamente, assim como sem a decodificao e demais componentes referentes a interpretao se torna estril e sem grande interesse.Diante da citao compreendemos que ambos, decifrao e decodificao, requerem conhecimento oriundos da escola do mundo, requer uma interao texto/leitor, e requer domnio lingustico. Depois de todo esse processo, constri-se um pensamento formal, uma opinio, uma ideia.A escola no deve se omitir em desenvolver-se e propor atividade que conduza ao amadurecimento das habilidades de leitura, porque apesar de sua complexidade, aprender a ler no difcil como parece, ela est condicionada necessidade de fala e escrita.No entanto uma prtica efetiva de leitura na escola exige o uso didtico de uma variedade de objetivos, modalidades e textos que as prticas de leitura reais no necessitam. As variedades metas educacionais pressupem diferentes textos e modalidades textuais. Portanto, um trabalho dessa natureza deve admitir vrias leituras de diversos textos para tornar os educadores bons leitores, capazes de ler e compreender o que leem, mas que isso, uma prtica como essa pode desenvolver o gosto pela leitura e o prazer de buscar sempre novos textos capazes de ampliar o seu universo intelectual. Isso porque, ler como uma chave para abrir vrias portas, normalmente vista como um todo sem divises, e atravs dela o homem dimensiona o seu lugar na construo de uma sociedade justa e equilibrada, que dominar a leitura abrimos possibilidade de adquiri conhecimentos, desenvolver raciocnio, participar ativamente da vida social, alargar a viso do mundo, do outro e de si mesmo.Na busca de uma explicao ao no aprender, deparamos com professores e tcnicos em educao que acreditam que a dificuldade em aprender seja decorrente da desateno, da inquietao, da desmotivao gerada pelos meios de comunicao que tomam boa parte do tempo de crianas e jovens com atividade mais sedutoras. Separam, pois a vida, dos seus alunos da vida escolar. Ao que o estudante no realiza. Ele traz consigo uma bagagem de informao que precisa ser organizada, explicada, compreendida e transformada em conhecimento dentro da sala de aula no ambiente escolar.A leitura proporciona a necessidade de se familiarizar com o meio, enriquecer as prprias ideias e adquirir experiencias intelectuais. Para isso preciso interagir com a diversidade de textos, escritos e por iniciativa prpria capaz de selecionar entre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade da criana que consegue organizar estrategias de leitura adequadas para abord-las a atender a essa necessidade.Para uma pratica pedaggica que v ao encontro de uma educao democrtica, que privilegia a constante construo do saber, o educador deve ter suportes tericos adequados que o auxiliem na compreenso de como ocorre a aprendizagem, de como se constri a formao do hbito da leitura, como forma de comportamento do indivduo que passa a utiliz-la no como uma tcnica aprendida nem como um ato conscientemente escolhido, que o leva argumentar seus conhecimentos, que sero validos como recriao e consequentemente, para propiciar seu maior bem estar.3.2 Fatores sociaisPara Faria (2007, p.114) ler no uma obrigao, um hbito que se adquire ao longo da vida e que deve comear cedo, pois isso faz com que aumentem o vocabulrio e a confiana para se expressar melhor. Dessa forma nos lares, o cultivo da leitura a se constitui um complemento importante, desde que os pais se sintam parte do processo. Alis, a educao escolar, de qualidade, um dever das instituies de ensino, como tambm dos familiares, o envolvimento de todos e principalmente o incentivo quanto leitura, traz inmeros benefcios para o desenvolvimento da auto-estima e motivao do individuo nesse processo.Pais que no leem significam filhos que provavelmente no vo gostar de ler, at chegar a escola, por mais cedo que tenha sido, j traz consigo uma historia familiar de gosto ou no pela leitura, quando, desde o bero as crianas convivem com letras diversas, livros, revistas, jornais, etc., mesmo no sabendo ler elas sabem que aquilo bom, o primeiro exemplo da vida de um ser humano so seus genitores.Segundo Santos (2011), os primeiros ensinantes so os pais, com eles aprendem-se as primeiras interaes e ao longo do desenvolvimento aperfeioam-se. Estas relaes, j constitudas na criana ao chegar a escola, influenciaro consideravelmente no poder de produo deste sujeito. preciso uma dinmica familiar saudvel, uma relao positiva de cooperao, de alegria e motivao.Segundo Santos (2011), os primeiros ensinantes so os pais, com eles aprendem-se as primeiras interaes e ao longo do desenvolvimento aperfeioam-se. Estas relaes, j constitudas na criana a escola, influenciaro consideravelmente no poder de produo deste sujeito. preciso uma dinmica familiar saudvel, uma relao positiva de cooperao, de alegria e motivao.Durante muito tempo, pensava-se que ser alfabetizado era conhecer o cdigo lingustico, ou seja, conhecer as letras do alfabeto. Atualmente, sabe-se que, embora seja necessrio o conhecimento das tetras no suficiente para ser competente no uso da lngua escrita. A linguagem um fenmeno social, estruturado de forma dinmica e coletiva e, portanto, a escrita tambm deve ser vista do ponto de vista cultural e social. Para dar conta desse processo de insero numa cultura letrada, tal como a atual,utiliza-se atualmente a palavra letramento. A alfabetizao apenas um meio para o letramento ( uso social da leitura e da escrita) preciso levar em considerao a noo de letramento e no de alfabetizao. Letras significa inserir a criana no mundo letrado, trabalhando com os diferentes usos de escrita na sociedade. Essa insero comea muito antes da alfabetizao propriamente dita, quando a criana comea a interagir socialmente com as prticas de letramento no seu mundo social.Ao desenvolver as aes que propiciem a superao dos problemas de leitura, o educador deve contribuir para que a criana integre seu passado, vivenciando o presente e projetando o futuro, elaborando seus lutos e a partir da recordao, recordar , isto ,recoloc-lo no corao, ressignificando as perdas. De outro lado o educando deve ajudar a famlia, a desmistificar o problema de seus filhos reintegrando a imagem que se tem deles.O perodo da alfabetizao suscita muito cuidado e impe esmerado preparo aos professores. As dificuldades e os frequentes fracassos dos educandos nessa fase escolar exigem uma mudana de atitude e a tentativa na procura de outros caminhos.Contudo, essencial que o professor busque um sustentculo terico que auxilie na sua prtica pedaggica de forma consciente para que as suas aulas privilegiem a construo do conhecimento, com momentos oportunos que facilitem a aprendizagem da leitura, bem como reflexes sobre o ato de ler. Portanto sem o domnio terico, o educador encontrar dificuldades em exercer sua prtica pedaggica, de forma segura, fragilizando o encaminhamento metodolgico e consequentemente a aprendizagem. imprescindvel que para aprender a ler, existe uma interao do educando com uma diversidade de textos escritos, que esses aprendizes testemunham a utilizao que os leitores fazem da variedade textual e que participem constantemente de hbitos de leitura. So situaes desse tipo que so desafiadores, pois levam a criana a refletir sobre o conhecimento que ela j tem e descobrir o que ela ainda desconhece sobre o processo da leitura. Dessa forma importante que as escolas oportunizem aos alunos constantes momentos de convvio com a leitura para que eles possam refletir e assim despertar o gosto e o prazer pela leitura. Assim a sala de aula passa a ser um ambiente alfabetizador, promotor de atividades que primam pela construo do saber. Os Referenciais Curriculares Nacionais da Educao Infantil rezam que ...Um ambiente alfabetizado quando promove um conjunto de situaes de usos reais de leitura e exerccios nas quais as crianas tenham oportunidades de participar. Se os adultos com que as crianas convivem utilizam a escrita no seu cotidiano e oferecer a elas a oportunidade de presenciar e participar de diversos atos de leitura e escrita, elas podem, desde cedo, pensar sobre a lngua e seus usos, construindo ideias e sobre como se l e como se escreve (BRASIL, 1998). por meio do contato permanente e diversificado com a linguagem escrita em seu ambiente, que as crianas descobrem o aspecto funcional da leitura. Se uma das metas primordiais do educador preparar indivduos aptos para compreender os mais variados textos com os quais os alunos se defrontam diariamente, necessrio organizar uma prtica educativa constante com propostas de aprendizagem que contemplam experincias de construo do conhecimento na leitura.O professor dever cumprir com seu papel de facilitador da aquisio de informaes como mediador do processo ensino-aprendizagem e conduzir a aquisio de ideologias e contedos libertadores Scoz(1996).3.3 Fatores NeurolgicosH vrios estudos, acerca das causas de dificuldades com a leitura advinda de fatores neurolgicos, alguns estudiosos afirmam que esse transtorno advm da falha no sistema nervoso central em sua habilidade para organizar os grafemas, isto , as letras ou decodificar os fonemas, ou seja, as unidades sonoras distintivas no mbito da palavra. Outros acreditam que h um impedimento cerebral relacionado com a capacidade de visualizao das palavras, ou um processamento auditivo inadequado (conscincia fonolgica) da informao lingustica.Para tantos outros estudiosos tal dificuldades acontece pela diferena entre os hemisfrios e alterao (displasias e ectopias) do lado direito do crebro. Isso implica, entre outras coisas, uma dominncia da lateralidade invertida ou indefinida. Mas tambm justifica o desenvolvimento maior da intuio, da criatividade, da aptido para as artes, do raciocnio mais holstico, de serem mais subjetivos e todas as outras qualidades caractersticas do hemisfrio direito. Segundo a Classificao de Transtornos Mentais e de Comportamento da Classificao Internacional de Doenas - 10, elaborado pela Organizao Mundial de Sade:O termo transtorno usado por toda a classificao, de forma a evitar problemas ainda maiores inerentes ao uso de termos tais como doena ou enfermidade. Transtorno no um termo exato, porm usado para indicar a existncia de um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecvel associado, na maioria dos casos, a sofrimento e interferncia com funes pessoais (CID - 10, 1992, p. 5).Segundo o CID 10 (1992), todos os transtornos includos na categoria Transtornos do desenvolvimento psicolgico (F80 - 89), inclusive os Transtornos especficos do desenvolvimento das habilidades escolares (F81), possuem os seguintes aspectos em comum: um incio que ocorre invariavelmente no decorrer da infncia, um comprometimento ou atraso no desenvolvimento de funes que so fortemente relacionadas maturao biolgica do sistema nervoso central e um curso estvel que no envolve remisses (desaparecimentos) e, recadas que tendem a serem caractersticas de muitos transtornos mentais.Na maioria dos casos, as funes afetadas incluem: linguagem, habilidades viso espaciais e/ou coordenao motora. caracterstico que os comprometimentos diminuam progressivamente medida que a criana cresce (embora dficits mais leves frequentemente perdurem na vida adulta). Em geral, a histria de um atraso ou comprometimento que est presente desde to cedo quando possa ser confiavelmente detectado, sem nenhum perodo anterior de desenvolvimento normal. Acerca dos Transtornos especficos do desenvolvimento das habilidades escolares (F81), o documento coloca que [...] so transtornos nos quais os padres normais de aquisio de habilidades so perturbados desde os estgios iniciais do desenvolvimento. Eles no so simplesmente uma consequncia de uma falta de oportunidade de aprender nem so decorrentes de qualquer forma de traumatismo ou de doena cerebral adquirida. Ao contrrio, pensa-se que os transtornos originam-se de anormalidades no processo cognitivo, que derivam em grande parte de algum tipo de disfuno biolgica (CID - 10, 1992, p. 236). Fazem parte da categoria Transtornos especficos do desenvolvimento das habilidades escolares (F81), as seguintes subcategorias:F81. 0 - Transtorno especfico da leitura (Dislexia)F81. 1 - Transtorno especfico do soletrarF81. 2. - Transtorno especfico de habilidades aritmticas (Discalculia)F81. 3 - Transtorno misto das habilidades escolares F81. 8 - Outros transtornos do desenvolvimento das habilidades escolaresF81. 9 - Transtornos do desenvolvimento das habilidades escolares, no especificadoQuanto ao Transtorno especfico da leitura (Dislexia), a definio mais usada na atualidade a do Comit de Abril de 1994, da International Dyslexia Association - IDA, que diz: um transtorno especfico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficincia no processo fonolgico. Estas dificuldades de decodificar palavras simples no so esperadas em relao a idade. Apesar de submetida a instruo convencional, adequada inteligncia, oportunidade sociocultural e no possuir distrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criana falha no processo de aquisio da linguagem. A dislexia apresentada em vrias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, frequentemente includas problemas de leitura, em aquisio e capacidade de escrever e soletrar.Desde a pr-escola alguns sinais e sintomas podem oferecer pistas que a criana dislxica. Eles no so suficientes para se fechar um diagnstico, mas vale prestar ateno: Fraco desenvolvimento da ateno. Falta de capacidade para brincar com outras crianas. Atraso no desenvolvimento da fala e escrita. Atraso no desenvolvimento visual. Falta de coordenao motora. Dificuldade em aprender rimas/canes. Falta de interesse em livros impressos. Dificuldade em acompanhar histrias. Dificuldade com a memria imediata organizao geral.Os testes psicopedaggicos, com uma relativa preciso, diagnosticam as dificuldades de aprendizagem relacionadas linguagem. Entende-se por dislexia um conjunto de sintomas reveladores de uma disfuno parietal (o lobo do crebro onde fica o centro nervoso da escrita), geralmente hereditria, ou s vezes adquirida, que afeta a aprendizagem da leitura num contnuo que se estende do leve sintoma ao sintoma grave. A dislexia frequentemente acompanhada de transtornos na aprendizagem da escrita, ortografia, gramtica e redao. A dislexia afeta os meninos em uma proporo maior dos que as meninas (DROUET, 2001, p. 137).A dislexia uma das mais comuns deficincias de aprendizado. Segundo pesquisas realizadas, 20% de todas as crianas sofrem de dislexia o que causa com que elas tenham grande dificuldade ao aprender a ler, escrever e soletrar. Pessoas dislxicas e que nunca se trataram leem com dificuldade, pois difcil para elas assimilarem palavras. Dislxicos tambm geralmente soletram muito mal. Isto no quer dizer que crianas dislxicas so menos inteligentes; alis, muitas delas apresentam um grau de inteligncia normal ou at superior ao da maioria da populao.A dislexia atinge crianas com dificuldades especficas de leitura e escrita. Essas crianas so incapazes de ler com a mesma facilidade que seus colegas da mesma idade, embora possuam inteligncia normal, sade e rgos sensoriais perfeitos, estejam em estado emocional considerado normal, tenham motivao normal e instruo adequada.As dificuldades encontradas em crianas com dislexia se constituem como: Dificuldade para ler oraes e palavras simples. A pronncia ou a soletrao de palavras monossilbicas uma dificuldade evidente nos dislxicos. As crianas ou adultos dislxicos invertem as palavras de maneira total ou parcial, por exemplo, casa lida saca. Uma coisa uma brincadeira ou um jogo de palavras, observando a produtividade morfolgica ou sintagmtica dos lxicos de uma lngua, outra coisa , sem intencionalidade, a criana ou adulto trocar a seqncia de grafemas. Invertem as letras ou nmeros, por exemplo: /p/ por /b/, /d/ por/ b /3/ por /5/ ou /8/, /6/ por /9/ especialmente quando na escrita minscula ou em textos manuscritos escolares. Assim, patente a confuso de letras de simetria oposta. A ortografia alterada, podendo estar ligada a chamada Conscincia Fonolgica (alteraes no processamento auditivo). Copiam de forma errada as palavras, mesmo observando na lousa ou no livro como so escritas. Em geral, as professoras ficam desesperadas: como podem - pensam e reclamam - ela est vendo a forma correta e escreve exatamente o contrrio?". Ora, o processamento da informao lxica, que de ordem cerebral, est invertida ou simplesmente deficiente. As crianas dislxicas conhecem o texto ou a escrita, mas usam outras palavras, de maneira involuntria. Trocam as palavras quando leem ou escrevem, por exemplo: gato por casa. Tm as crianas dislxicas dificuldades em distinguir a esquerda e a direita. Alterao na sequncia das letras que formam as slabas e as palavras. Confuso de palavras parecidas ou opostas em seu significado. Os homnimos, isto , palavras semelhantes (seo, cesso e seo) uma dificuldade nas crianas dislxicas. Os erros na separao das palavras.Para Luczynski (2002, p. 134) dislexia, muito mais do que uma dificuldade em leitura, embora muitas vezes, ainda lhe seja atribudo este significado circunscrito. Refere-se disfuno ou dano no uso de palavras. O prefixo dys, do grego, significando imperfeita como disfuno, isto , uma funo anormal ou prejudicada; lexia, do grego referente ao uso de palavras (no somente em leitura). E palavras do sentido comunicao atravs da Linguagem em leitura, sim, porm tambm na escrita, na fala, na linguagem receptiva. Palavras que, na escola, so usadas em todo ensino como na matemtica, cincias, estudos sociais ou em qualquer outra atividade.3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOSEssa pesquisa tem carter qualitativo. Segundo Menezes e Silva (2001, p. 20) pesquisa qualitativa aquela que considera que h uma relao dinmica entre o mundo real e o sujeito, isto , um vnculo indissocivel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que no pode ser traduzido em nmero. Do ponto de vista de seus objetivos o projeto um pesquisa exploratria, pois visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torn-lo explicito ou a construir hipteses (GIL, 1991, p.26).Dentro dos tipos de pesquisa qualitativa, optamos pelo estudo de caso que quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento (GIL, 1991).A pesquisa ser desenvolvida na Escola Municipal Selma Agra Vilarim localizada na cidade de Campina Grande-PB, objetivando a anlise das dificuldades de leitura nas sries iniciais.Os instrumentos utilizados sero a observao participante e a questionrio. No primeiro momento o estudo ser utilizado por meio da observao participante, visto que, esta permite ao pesquisador um contato direto com o objeto estudado, sendo de extrema importncia o acompanhamento das experincias em seu cotidiano a fim de compreender os significados que os sujeitos da pesquisa atribuem realidade que os envolve e as suas aes (LUDKE & ANDRE, 1986).Os sujeitos da pesquisa ser uma turma de 2 ano do ensino fundamental. Para tanto a pesquisa ser dividida em quatro etapas: Verificar as dificuldades apresentadas pelos alunos no processo de ensino aprendizagem da leitura em sala de aula a partir da observao objetivando conhecer a presena de dificuldades na leitura e o nvel que se encontra. Investigao das principais causas das dificuldades apresentadas pelos sujeitos a partir da entrevista com o professor. Desenvolvimento das alternativas metodolgicas para amenizar o impacto das causas destas e consequentemente dificuldades na leitura.4. ANLISE DOS RESULTADOS

Foi realizado a observao participante, onde estive com a turma durante dois dias da semana. No primeiro dia a professora me apresentou e pediu que cada aluno se apresenta-se tambm. Logo aps ela realizou a correo da atividade enviada pra casa, que consistia em problemas matemticos envolvendo adio e subtrao. Logo aps ela deu inicio a leitura de um texto sobre gua, os alunos estavam inquietos, mas ela pode chamar ateno deles com uma problemtica sobre como armazenar gua. Contudo, no foi possvel terminar a leitura por causa da hora do intervalo.No segundo momento da tarde, a professora pediu que um dos alunos escolhesse um livro da estante que estava no fundo da sala de aula, o qual tinha um espao bem ornamentado com alguns livros de histrias, gibis e fantoches. O aluno 1 trouxe o livro Quem soltou o pum?. Era uma histria com frases curtas e com ilustraes. Ele tambm trazia o duplo sentido, o que fez com que a turma risse e se interessasse pela contao. O aluno 1 fez a leitura de forma pausada e sem muito receio, mas com dificuldades quanto a pronuncia de algumas letras.Por fim, a professora pediu que os alunos escrevessem algumas palavras qe ela ditaria, palavras da histria lida. Alguns alunos no conseguiram fazer todas as palavras corretas, principalmente quando se deparavam com palavras que continham p e b.Das habilidades apontadas por Castilho (1999): discriminao visual, discriminao auditiva, memria visual e auditiva; coordenao motora, coordenao motora fina, conhecimento do esquema corporal, orientao espacial; ateno seletiva, domnio da linguagem oral, diferenciao entre letras e outros smbolos, cpia de modelos e memorizao de relatos curtos (canes infantis, versos de rima fcil, etc.). A professora realizou a discriminao auditiva ao ser realizado o ditado, a memria visual e auditiva nas perguntas que se seguiram a leitura acerca da gua e dominio da linguagem oral com o aluno que fora ler.Mediante a observao na sala de aula, podemos destacar alguns pontos importantes: (1) a professora trs a iniciativa dos alunos como ponto positivo, deixando que eles escolham o que gostariam de ler; (2) o espao construdo para leitura, chama ateno dos alunos, ajudando na interao com a leitura mesmo nos momentos de lazer na hora do intervalo; (3) a histria era engraada e dinmica, contudo alguns deles tm dificuldades de prestar ateno quando outro aluno est lendo; (4) O nvel de leitura desse aluno destacvel para uma menino da idade dele, conseguindo realizar sem muita dificuldade a interligao entre as palavras de forma que se possa entender o sentido da frase.Nesse ltimo ponto, me trouxe dificuldade, pois percebi que a professora escolheu o melhor aluno para fazer a leitura. Dessa fora decidi realizar a observao da aula mais uma vez. No segundo dia de observao, a turma realizou uma roda de conversa sobre o fim de semana, eu perguntei a eles sobre qual deles leu alguma histria pra famlia naqueles dias. Houve muitas respostas criadas pelos alunos, mas uma pareceu coerente, a aluna 2 falou sobre a histria da Biblia que a tia da igreja contou e ela em casa recontou me. O que me chamou ateno, pois outros tambm falaram que na Igreja que ele iam tambm contavam histrias. Confirmando a afirmao anteriormente que (...) ele [o aluno] traz consigo uma bagagem de informao que precisa ser organizada, explicada, compreendida e transformada em conhecimento dentro da sala de aula no ambiente escolar. Contudo, a professora no utilizou essa informao pra envolver em sua aula, iniciando uma leitura sem contexto com o que foi conversado na roda. Aps esse momento, ela pediu que os alunos seguissem para o ptio para a aula de educao fisica. E ento, pude realizar a plicao do questionrio.No questionrio a professora apontou a quantidade de alunos de sua sala (17 alunos) e avaliou o nvel de leitura dos aluno como parcial, isso porque segundo ela, alguns alunos sentem dificuldade e rejeitam esse momento. Fora indagado ento quais desses alunos sentem dificuldades e ela destacou dois deles: o aluno 3 e a aluna 4. Para a docente o aluno 3 tem problemas com a dico, e o inibe a realizar a leitura. Na observao pude ter um contato com esse aluno e a cagueira dele forte, fazendo com que ele fale pouco em sala mesmo quando indagado ele evita falar. Quanto a aluna 4, a professora afirma que a mesma tem dislexia, o que afeta a concentrao da mesma e dificulta na hora da leitura. Alguns autores como Gordon, Eberhardt e Rueckel (1993 apud REIS, 2010) confirmam a observao da professora quando ressaltam a importncia da ateno no processo de aprendizagem da leitura e afirmam que se a ateno no se aplicar de maneira cuidadosa neste processo poder haver um compromentimento nas aquisies de importantes aspectos fonticos e acsticos. Whyte (1994, apud REIS, 2010, p. 32) refora a afirmativa que a leitura uma habilidade aprendida e concorda com os autores j citados quanto a importancia da focalizao prvia da ateno.Quando indagada sobre a relao dos pais com as leituras, a professora afirmou que so raros os que lem para seus filhos, isso porque, segundo ela, os mesmos, em sua maioria, no sabem ler. Por fim, quando indaguei sobre a metodologia que ela utiliza a mesma apresentou a mesma que fora observada, eu leio com eles e depois peo pra eles interpretar, ou as vezes eu peo que cada um leia para a turma.A metodologia empregada pela professora contem elementos da decifrao e decodificao, contudo uma se perde em detrimento da outra. H uma supervalorizao da decodificao, deixando de lado as vezes refletir sobre todas as implicaes que o texto tem e formar o prprio conhecimento e opinio a respeito do que leu. Pois, segundo Cagliari (1992, p. 150), a leitura sem decifrao no funciona adequadamente, assim como sem a decodificao e demais componentes referentes a interpretao se torna estril e sem grande interesse.Todas as hipteses levantadas quanto a causa para as dificuldades de aprendizagem foram constatadas: a falta de incentivo em casa, a metodologia fraca e transtornos de aprendizagem. Tais aspectos devem ser investigados de forma mais abrangente. Por exemplo, qual o impacto de outros ambientes de aprendizagem (a igreja) no desenvolvimento da leitura?5. CONSIDERAES FINAISO presente trabalho teve o objetivo de investigar as dificuldades de leitura dos alunos das sries iniciais e suas possveis causas. Iniciamos com o estudo aprofundado da literatura acerca das dificuldade s de leitura, como tambm dos fatores neurilgicos e no neurolgicos atrelados. Mediante a observao participante e a aplicao de questionrio juntamente com a professora titular da turma, foi possvel constatar as dificuldades apresentadas pelos alunos no processo de ensino aprendizagem da leitura em sala de aula, como tambm os espaos no escolares que influenciam o desenvolvimento cognitivo.Todas as hipteses levantadas quanto a causa para as dificuldades de aprendizagem foram constatadas: a falta de incentivo em casa, a metodologia fraca e transtornos de aprendizagem. Tais aspectos devem ser investigados de forma mais abrangente. Por exemplo, qual o impacto de outros ambientes de aprendizagem (a igreja) no desenvolvimento da leitura?Para uma prtica pedaggica que v ao encontro de uma educao democrtica, que privilegia a constante construo do saber, o educador deve ter suportes tericos adequados que o auxiliem na compreenso de como ocorre a aprendizagem, de como se constri a formao do hbito da leitura, como forma de comportamento do indivduo que passa a utiliz-la no como uma tcnica aprendida nem como um ato conscientemente escolhido, que o leva argumentar seus conhecimentos, que sero validos como recriao e consequentemente, para propiciar seu maior bem estar.

REFERNCIA

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