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a revista do engenheiro civil techne téchne 139 outubro 2008 www.revistatechne.com.br IPT apoio Edição 139 ano 16 outubro de 2008 R$ 23,00 Kumar Mehta Gestão de carreira Lençol freático Casa Concreto/PVC Segurança do trabalho Transporte de materiais Steel frame Elevadores ISSN 0104-1053 9 7 7 0 1 0 4 1 0 5 0 0 0 0 0 1 3 9 Fabio Villas Bôas diretor técnico TECNISA Rodrigo Martins gerente de planejamento e controle SCHAHIN Paula Petroni engenheira coordenadora GAFISA ENTREVISTA Kumar Mehta: concreto sustentável Setor aquecido volta a valorizar profissionais. Saiba como aproveitar a onda de oportunidades, mas com responsabilidade e profissionalismo Setor aquecido volta a valorizar profissionais. Saiba como aproveitar a onda de oportunidades, mas com responsabilidade e profissionalismo SISTEMA CONSTRUTIVO Casa Concreto/PVC SEGURANÇA DO TRABALHO Como fazer um plano de gestão SUBSOLOS Rebaixamento de lençol freático Gestão de carreira Gestão de carreira capa tech 139.qxd 8/10/2008 09:00 Page 1

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‘a revista do engenheiro civil

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téchne139 outubro

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www.revistatechne.com.br

IPTapoio

Edição 139 ano 16 outubro de 2008 R$ 23,00Kumar M

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Fabio Villas Bôas

diretor técnico

TECNISA

Rodrigo Martins

gerente de

planejamento e controle

SCHAHIN

Paula Petroni

engenheira

coordenadora

GAFISA

ENTREVISTA

Kumar Mehta:concretosustentável

Setor aquecido volta a valorizar profissionais.Saiba como aproveitar a onda de oportunidades,mas com responsabilidade e profissionalismo

Setor aquecido volta a valorizar profissionais.Saiba como aproveitar a onda de oportunidades,mas com responsabilidade e profissionalismo

SISTEMACONSTRUTIVO

Casa Concreto/PVC

SEGURANÇA DO TRABALHO

Como fazer umplano de gestão

SUBSOLOS

Rebaixamentode lençol freático

Gestão de carreiraGestão de carreira

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SUMÁRIO

SEÇÕESEditorial 2Web 6Área Construída 8Índices 14IPT Responde 16Carreira 18Melhores Práticas 22Técnica e Ambiente 30P&T 66Obra Aberta 70Agenda 74

CapaLayout: Lucia LopesFoto: Marcelo Scandaroli

ENTREVISTA Concreto sustentável"Papa" mundial do concreto, Povindar

Kumar Mehta defende a redução declínquer no cimento e menoscimento na pasta de concreto

46

24

CAPAFuturo planejado Boom imobiliário, crescimento econômico e

falta de profissionais levam engenheirosa planejar mais sua carreira

32 SISTEMASCONSTRUTIVOS

Construção plásticaBraskem amplia unidade administrativa

em Paulínia (SP) com escritórios de Concreto/PVC

36 DRENAGEMRecalques indesejáveisRiscos de colapsos levam prefeituras

a restringir rebaixamento de lençol em áreas urbanas

40 SEGURANÇAContra as estatísticasEx-recordista de acidentes, setor

da construção investe mais emsegurança do trabalho mas tropeça nos índices elevados

54 ELEVADORES – PINI 60 ANOS

Subida rápida Dos elevadores pantográficos aos

elevadores sem casa de máquinas

58 INSTALAÇÕESHIDRÁULICAS

Pressão reduzida Força da coluna d'água e risco de

rompimento de equipamentos exigecontrole da pressão da água

60 ARTIGORacionalização do transporte de

materiais em edificaçõesPesquisadores da Universidade Federal

do Paraná propõem medidas pararacionalizar movimentação

77 COMO CONSTRUIRSteel frame – Fechamento – parte 3 Veja como executar as paredes internas

e externas da casa

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EDITORIAL

2 TÉCHNE 139 | OUTUBRO DE 2008

Povindar Kumar Mehta acaba de lançar, em parceria com o

engenheiro brasileiro Paulo Monteiro, a 3a edição do livro

"Concreto: Microestrutura, Propriedades e Materiais", editado pelo

Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto). Em rápida passagem

pelo País, onde ministrou a palestra “Uma Proposta Sustentável

para os Cimentos do Futuro”, Mehta defendeu duas medidas

polêmicas: a redução do clínquer no cimento e a diminuição de

cimento na pasta de concreto. O autor reconhece a importância de

reduzir o consumo de água e energia nas edificações, mas chama a

atenção para os processos de fabricação dos materiais de

construção. Critica severamente o governo dos Estados Unidos, país

onde leciona, por não ter assinado o Protocolo de Kyoto – acordo

para a redução dos gases de efeito estufa.As chamadas cinzas

volantes, pozolanas e microssílicas constituem, na opinião dele, os

elementos necessários para reduzir as emissões da indústria

cimenteira, pois substituem parte do clínquer que precisa ser

produzido pelo processo de queima. Para ilustrar a proposta, Mehta

recorre à mitologia hindu. Os homens, na sua ganância, teriam

contaminado os mares. Shiva então absorveu toda a água

contaminada do oceanos. Em vez de se envenar como temiam os

deuses, Shiva tornou-se azul e nada lhe aconteceu.A indústria do

cimento seria Shiva. Poderia “absorver”ainda mais os resíduos de

vários processos industriais e utilizá-los como matéria-prima, como

é feito hoje parcialmente. Mehta não se esqueceu de recomendar

aos projetistas que reduzam o volume de concreto em seus projetos

e utilizem concretos de maior durabilidade. Esse seria, na visão do

professor, o verdadeiro concreto sustentável.

Concreto, Shiva e a verdadeira sustentabilidade

VEJA EM CONSTRUÇÃO MERCADO

VEJA EM AU

� João Filgueiras Lima, Lelé� Comperj, Itaboraí� Showroom Drastosa

� Construção sustentável� Gestão de riscos� Copa 2014� Baixa renda

� Instalações elétricas� Espaçador de armaduras� Estimativa de tijolos� Steel frame

VEJA EM EQUIPE DE OBRA

Paulo Kiss

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4 TÉCHNE 139 | OUTUBRO DE 2008

Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)

DDiirreettoorr GGeerraall

Ademir Pautasso Nunes

DDiirreettoorr ddee RReeddaaççããoo

Eric Cozza [email protected]

EEddiittoorr:: Paulo Kiss [email protected]:: Kelly Carvalho RReeppóórrtteerr:: Bruno Loturco; Renato Faria (produtor editorial)

RReevviissoorraa:: Mariza Passos CCoooorrddeennaaddoorraa ddee aarrttee:: Lucia Lopes DDiiaaggrraammaaddoorreess:: Leticia Mantovani e Renato Billa; Gabriela Malentacchi (trainee)

IIlluussttrraaddoorr:: Sergio Colotto FFoottóóggrraaffoo:: Marcelo Scandaroli PPrroodduuççããoo eeddiittoorriiaall:: Agatha Sanvidor (trainee)

CCoonnsseellhhoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo:: Caio Fábio A. Motta (in memoriam), Cláudio Mitidieri, Ercio Thomaz,Paulo Kiss, Eric Cozza e Luiz Carlos F. Oliveira CCoonnsseellhhoo EEddiittoorriiaall:: Carlos Alberto Tauil, Emílio R. E.

Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, Francisco Paulo Graziano,João Fernando Gomes (presidente), Günter Leitner, José Carlos de Figueiredo Ferraz (in memoriam),

José Maria de Camargo Barros, Maurício Linn Bianchi, Osmar Mammini,Ubiraci Espinelli Lemes de Souza e Vera Fernandes Hachich

EENNGGEENNHHAARRIIAA EE CCUUSSTTOOSS:: Bernardo Corrêa Neto PPrreeççooss ee FFoorrnneecceeddoorreess:: Juliana Cristina Teixeira

AAuuddiittoorriiaa ddee PPrreeççooss:: Anderson Vasconcelos Fernandes e Leonardo Santos de SouzaEEssppeecciiffiiccaaççõõeess ttééccnniiccaass:: Ana Carolina FerreiraÍÍnnddiicceess ee CCuussttooss:: Maria Fernanda Matos Silva

CCoommppoossiiççõõeess ddee CCuussttooss:: Mônica de Oliveira FerreiraSSEERRVVIIÇÇOOSS DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA:: Celso Ragazzi, Luiz Freire de Carvalho e Mário Sérgio Pini

PPUUBBLLIICCIIDDAADDEE:: Luiz Oliveira,Adriano Andrade, Jane Elias,Eduardo Yamashita, Silvio Carbone e Flávio Rodriguez

EExxeeccuuttiivvooss ddee ccoonnttaass:: A C Perreto, Daniele Joanoni, Danilo Alegre, Ricardo Coelho e Marcelo Coutinho.MMAARRKKEETTIINNGG:: Ricardo Massaro EEVVEENNTTOOSS:: Margareth Alves

LLIIVVRROOSS EE AASSSSIINNAATTUURRAASS:: José Carlos Perez RREELLAAÇÇÕÕEESS IINNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS:: Mário S. Pini AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO EE FFIINNAANNÇÇAASS:: Durval Bezerra CCIIRRCCUULLAAÇÇÃÃOO:: José Roberto Pini

SSIISSTTEEMMAASS:: José da Cruz Filho e Pedro Paulo MachadoMMAANNUUAAIISS TTÉÉCCNNIICCOOSS EE CCUURRSSOOSS:: Eric Cozza

EENNDDEERREEÇÇOO EE TTEELLEEFFOONNEESS

Rua Anhaia, 964 – CEP 01130-900 – São Paulo-SP – Brasil

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PPaarraannáá//SSaannttaa CCaattaarriinnaa (48) 3241-1826/9111-5512 EEssppíírriittoo SSaannttoo (27) 3299-2411

MMiinnaass GGeerraaiiss (31) 2535-7333 RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3333-2756

RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2247-0407/9656-8856 BBrraassíílliiaa (61) 3447-4400

RReepprreesseennttaanntteess ddee LLiivvrrooss ee AAssssiinnaattuurraass::

AAllaaggooaass (82) 3338-2290 AAmmaazzoonnaass (92) 3646-3113 BBaahhiiaa (71) 3341-2610 CCeeaarráá (85) 3478-1611

EEssppíírriittoo SSaannttoo (27) 3242-3531 MMaarraannhhããoo (98) 3088-0528

MMaattoo GGrroossssoo ddoo SSuull (67) 9951-5246 PPaarráá (91) 3246-5522 PPaarraaííbbaa (83) 3223-1105

PPeerrnnaammbbuuccoo (81) 3222-5757 PPiiaauuíí (86) 3223-5336

RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2265-7899 RRiioo GGrraannddee ddoo NNoorrttee (84) 3613-1222

RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3470-3060 SSããoo PPaauulloo Marília (14) 3417-3099

São José dos Campos (12) 3929-7739 Sorocaba (15) 9718-8337

ttéécchhnnee:: ISSN 0104-1053Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,necessariamente, as opiniões da revista.

VVeennddaass ddee aassssiinnaattuurraass,, mmaannuuaaiiss ttééccnniiccooss,, TTCCPPOO ee aatteennddiimmeennttoo aaoo aassssiinnaanntteeSegunda a sexta das 9h às 18h

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e-mail: eennggeennhhaarriiaa@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

RReepprriinnttss eeddiittoorriiaaiiss

Para solicitar reimpressões de reportagens

ou artigos publicados:

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PINIrevistasRReeddaaççããoofone (11) 2173-2303fax (11) 2173-2327e-mail: ccoonnssttrruuccaaoo@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINImanuais técnicosfone (11) 2173-2328e-mail: mmaannuuaaiiss@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINIsistemasSSuuppoorrtteefone (11) 2173-2400e-mail: ssuuppoorrttee@@ppiinniiwweebb..ccoomm

VVeennddaassfone (11) 2173-2423 (Grande São Paulo)0800-707-6055 (demais localidades)e-mail: vveennddaass@@ppiinniiwweebb..ccoomm

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e-mail: eennggeennhhaarriiaa@@ppiinnii..ccoomm..bbrr PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

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6 TÉCHNE 139 | OUTUBRO DE 2008

Fórum TéchneO site da revista Téchne tem um espaçodedicado ao debate técnico e qualificadodos principais temas da engenharia.Confira o tema em andamento.

Você é a favor da paridade dediploma entre os países?Sou a favor desde que o currículo escolarseja igual ao de nossas universidades.Seria muito fácil um profissionalestrangeiro atuar no País comoengenheiro ou arquiteto com formação ecarga horária equivalentes a um cursoTecnológico no Brasil. Fora que o sistemaConfea/Crea cumpre de forma sofrívelsua atividade de fiscalizar o exercícioprofissional. Talvez, na verdade, asempresas é que iriam se beneficiar de talparidade, pois quanto maiores as ofertasde mão-de-obra, menores os salários. Fabiano Luiz da Costa [02/10/2008]

Claro. O mundo vive uma época emque profissionais podem e devemtrocar informações e conhecimentosalém de fronteiras e oceanos. O progresso está na integração dosconhecimentos e a engenharia civil noBrasil, apesar de contar com ótimosprofissionais, ainda é carente detecnologia. Somos tão competentesquanto os engenheiros de outrospaíses e já estamos aptos a contribuirum pouco com a engenharia mundial.Gabriel Carvalho [30/09/2008]

Conceitualmente sou a favor, encarocomo ampliação de possibilidades detrabalho. Porém, hoje o Brasil estáprecisando de engenheiros, passamosanos com a construção civil em baixa elogo agora que estamos em alta vamosaumentar a oferta e conseqüentementereduzir os salários?Bernardo Corrêa Neto [30/09/2008]

Não existe uma regra para o sucesso em uma carreira, mas é fato que a atualizaçãoconstante rende pontos a favor do candidato que disputa uma vaga de trabalho. Emcomplemento à reportagem, confira algumas opções de cursos de atualização profissional.

Gerenciamento de carreira

Mais que EPIs, redução do elevadoíndice de acidentes nos canteirosdepende de mudança da culturaorganizacional e implantação efetiva deplanejamento de segurança. Confiramais a respeito do tema em outrasreportagens sobre o assunto jápublicadas pela Editora PINI.

Gestão de segurança

Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdospublicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista

www.revistatechne.com.br

O sistema de Concreto/PVC foiadotado na construção daunidade administrativa deindústria da Braskem emPaulínia (SP). Para entendermais sobre o sistema confira,no site da Téchne, passo-a-passo de instalação doConcreto/PVC fornecido pelaRoyal do Brasil Technologies.

Construção plástica

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TÉCHNE 139 | OUTUBRO DE 20088

ÁREA CONSTRUÍDA

A administração da cidade de Portland,nos Estados Unidos, está construindo,junto com a iniciativa privada,um bair-ro inteiro de edifícios a serem certifica-dos com o selo ambiental LEED (Lea-dership in Energy and EnvironmentalDesign). Chamado de South Water-front,o novo bairro tem 17 quarteirões,

Portland constrói bairro sustentávelque ocupam uma área de aproximada-mente 150 mil m² às margens do rioWillamette. É parte de um projetomaior de renovação urbana de uma an-tiga e desvalorizada região industrialconhecida como North Macadam,pró-xima ao Centro da cidade. A primeiraetapa do projeto iniciou-se em 2004. Jáforam construídas cinco torres de edifí-cios residenciais. Uma torre residenciale um centro médico ligado à Universi-dade de Saúde e Ciências de Oregon (nafoto) estão em fase de execução. Maisduas devem começar a ser construídasem 2009.O bairro é também certificadocom o selo Salmon Safe, pela iniciativade recuperação e manutenção da quali-dade da água do rio Willamette.D

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O 50o Congresso Brasileiro do Concre-to realizado em setembro na cidade deSalvador reuniu profissionais de todoo País para discutir as tecnologias domaterial. Entre as principais temáticas,discussões sobre o concreto para infra-estrutura e para a preservação ambien-tal. Foram realizadas 413 palestras téc-nico-científicas,11 conferências plená-rias, workshops e simpósios. Entre osdestaques, a proposta do professor dauniversidade de Berkeley (EUA), Po-vindar Kumar Mehta, pelo uso maiseficiente do concreto, o que implicariaa redução do uso do próprio produto,do cimento e do clínquer. "A maioriados países baseou-se nas normas ame-ricanas, que não consideram um usoeficiente. Se há problema, colocamosmais concreto. Os arquitetos podemauxiliar nessa questão também comseus projetos", afirmou após a plenária"Ternary Blended Cements – A Power-Ful Tool for Sustainable Structures ofThe Future". Mehta também se mani-

festou sobre os problemas resultantesda velocidade da execução das obras."Não há uma preocupação adequadacom a cura do concreto. Podemos es-perar alguns dias a mais. Há constru-ções romanas de dois mil anos embom estado, por que nós não conse-guimos isso?", criticou.O engenheiro Paulo Monteiro discor-reu sobre a caracterização da nanoes-trutura e microesturura do concretopara a otimização da sua durabilida-de. Já Surenda Shah, professor da Uni-versidade norte-americana North-western, revelou que a instituição es-tuda a utilização de fibras de celulose.As linhas, as dimensões, os apoios del-gados e a quantidade de escoramentodo projeto da Cidade da Música, loca-lizada no Rio de Janeiro, impressiona-ram o público durante a apresentaçãodo calculista estrutural Bruno Conta-rini. Projetado em cimento branco de-senvolvido para a obra, o empreendi-mento abrigará uma grande sala de

Congresso discute concreto para infra-estrutura concerto (1.800 lugares), ópera (1.300lugares), sala de música de Câmara(500 lugares), salas de ensaio,adminis-tração, conjunto de lazer com cinemae restaurante. O prédio também serásede da Orquestra Sinfônica Brasileira.O Simpósio sobre CCR (ConcretoCompactado com Rolo) realizado emparalelo ao Congresso discutiu, comquórum expressivo, as melhores prá-ticas do sistema construtivo. "Nãohavia uma discussão em eventosdesse tipo há dez anos, estava nahora", afirmou o presidente do Ibra-con (Instituto Brasileiro do Concre-to) Rubens Machado Bittencourt.Durante o Congresso, houve ainda olançamento da nova edição do livroConcreto – Microestrutura, Proprie-dades e Materiais, de autoria de Po-vindar Kumar Mehta e Paulo Montei-ro, além da premiação dos profissio-nais que se destacaram em 2008.Confira relação completa dos premia-dos em www.revistatechne.com.br.

Furnas Centrais Elétricas implementouum sistema de assinatura digital de seusprojetos técnicos de Engenharia.A ferra-menta substitui,inclusive juridicamente,uma assinatura de próprio punho e ga-rante a autenticidade e integridade dedocumentos enviados eletronicamente.Furnas tem a intenção de exigir a utiliza-ção da tecnologia de todas as empresasparceiras. A exigência ocorrerá após aelaboração de uma instrução normativae o estabelecimento de prazos e metaspara atendimento a essa demanda. Ascertificações de todos os projetos deve-rão respeitar um padrão único.

Furnas implantaassinatura digital paraseus projetos

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Á R E A C O N S T R U Í D A

Mais de 4,3 mil m³ de concretoforam aplicados de uma só vez naexecução da laje de fundo do PoçoSul da estação Vila Prudente da linhaVerde do Metrô de São Paulo. A con-cretagem – realizada a uma taxa de75 m³/h – durou 58 horas, 12 horas amenos que o previsto no planeja-mento do serviço. A peça concretadapossui 43 m de diâmetro e 3,20 m deespessura. O concreto foi resfriadocom gelo e lançado por meio de qua-tro bombas. Em novembro do ano

Metrô realiza mais uma megaconcretagempassado, o Consórcio Via Amarelarealizou duas concretagens seme-lhantes na execução dos poços Nortee Sul da estação Luz da Linha 4 –Amarela. A construção da estaçãoVila Prudente, a cargo da AndradeGutierrez, faz parte do plano de ex-pansão da Linha 2 – Verde para azona Leste da cidade de São Paulo.Após sua entrega, prevista para 2010,será integrada ao corredor de ônibusExpresso Tiradentes e deverá recebercerca de 75 mil usuários por dia. D

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Associação amplia lista de destinatários de resíduos à base de gessoA Associação Drywall incluiu trêsnovas ATTs (Áreas de Transbordo eTriagem) em sua lista de recomenda-ções de destinatários dos resíduos deprodutos à base de gesso, somandooito locais.Pela primeira vez,a entida-de recomenda empresas fora do mu-nicípio de São Paulo. As novas ATTsestão localizadas em Contagem (MG),

Balsa Nova (PR) e Imbituba (SC). Ini-cialmente, os locais de destinação dogesso eram as próprias fábricas demateriais à base do insumo, que osreincorporavam em seu processo pro-dutivo, e a agricultura, na qual o pro-duto era utilizado para melhorar asqualidades do solo e corrigir seu teorde acidez. Recentemente, as fábricas

de cimento passaram a utilizar ogesso, cerca de 4% a 5% da composi-ção do insumo, como retardante depega. A Associação Drywall mantémem seu site a relação atualizada dessasunidades, com seus respectivos ende-reços, telefones e responsáveis técni-cos. Mais informações no endereçowww.drywall.org.br.

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Á R E A C O N S T R U Í D A

CDHU incorpora conceito de acessibilidade a projetos de casas populares

ciência. Segundo a companhia, asnovas casas terão banheiros maiorescom barras de apoio na porta, próxi-mas ao sanitário e ao chuveiro, e vãosde portas e corredores ampliados para

A CDHU (Companhia de Desenvolvi-mento Habitacional e Urbano) de SãoPaulo apresentou em setembro umnovo modelo a ser adotado em suascasas populares. O novo padrão ar-quitetônico incorpora conceitos deDesenho Universal, estabelecidos parafacilitar a vida de pessoas com defi-ciência temporária ou permanente,crianças, idosos, gestantes e obesos.Para viabilizar o projeto, foi assinadauma resolução conjunta entre a Secre-taria da Habitação e a Secretaria de Es-tado dos Direitos da Pessoa com Defi-

90 cm, que permitem a passagem decadeiras de rodas e maior mobilidadepara pessoas com restrições motoras.Tomadas, interruptores de luz, pias ejanelas serão adaptados com alturaadequada a todos os usuários. Cam-painhas com sinais sonoros e lumi-nosos para deficientes auditivos ou vi-suais, pisos antiderrapantes e comdiferença de textura também serão in-corporados ao projeto. As áreas co-muns do condomínio passam a terrampas de acesso e faixas elevadaspara a travessia de ruas.

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O governo da Argentina declarou emsetembro que considera de interessepúblico o projeto de construção deum túnel ferroviário sob a Cordilhei-ra dos Andes, que ligará o país aoChile. O governo chileno havia feitouma declaração semelhante em agos-

to. A licitação para a construção dapassagem subterrânea transandinadeverá ocorrer em 2009 e custarácerca de US$ 3 bilhões. Seu prazo esti-mado de construção é de oito a dezanos. Até a licitação, serão realizadosos estudos de viabilidade técnica para

Argentina e Chile construirão túnel sob a Cordilheira dos Andesa execução do túnel de 23 km de com-primento e 9,5 m de diâmetro a 2,5mil m de altitude. O projeto incluiainda a construção de estações multi-modais nas duas pontas do túnel parao transporte de passageiros, veículosleves e caminhões.

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Á R E A C O N S T R U Í D A

Mais de 4,3 mil m³ de concretoforam aplicados de uma só vez naexecução da laje de fundo do PoçoSul da estação Vila Prudente da linhaVerde do Metrô de São Paulo. A con-cretagem – realizada a uma taxa de75 m³/h – durou 58 horas, 12 horas amenos que o previsto no planeja-mento do serviço. A peça concretadapossui 43 m de diâmetro e 3,20 m deespessura. O concreto foi resfriadocom gelo e lançado por meio de qua-tro bombas. Em novembro do ano

Metrô realiza mais uma megaconcretagempassado, o Consórcio Via Amarelarealizou duas concretagens seme-lhantes na execução dos poços Nortee Sul da estação Luz da Linha 4 –Amarela. A construção da estaçãoVila Prudente, a cargo da AndradeGutierrez, faz parte do plano de ex-pansão da Linha 2 – Verde para azona Leste da cidade de São Paulo.Após sua entrega, prevista para 2010,será integrada ao corredor de ônibusExpresso Tiradentes e deverá recebercerca de 75 mil usuários por dia. D

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gaçã

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-SP

Associação amplia lista de destinatários de resíduos à base de gessoA Associação Drywall incluiu trêsnovas ATTs (Áreas de Transbordo eTriagem) em sua lista de recomenda-ções de destinatários dos resíduos deprodutos à base de gesso, somandooito locais.Pela primeira vez,a entida-de recomenda empresas fora do mu-nicípio de São Paulo. As novas ATTsestão localizadas em Contagem (MG),

Balsa Nova (PR) e Imbituba (SC). Ini-cialmente, os locais de destinação dogesso eram as próprias fábricas demateriais à base do insumo, que osreincorporavam em seu processo pro-dutivo, e a agricultura, na qual o pro-duto era utilizado para melhorar asqualidades do solo e corrigir seu teorde acidez. Recentemente, as fábricas

de cimento passaram a utilizar ogesso, cerca de 4% a 5% da composi-ção do insumo, como retardante depega. A Associação Drywall mantémem seu site a relação atualizada dessasunidades, com seus respectivos ende-reços, telefones e responsáveis técni-cos. Mais informações no endereçowww.drywall.org.br.

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ÍNDICESFrete altoCustos de transporte puxam alta depreços de insumos em São Paulo

OIPCE (Índice PINI de Custos deEdificações) encerrou o mês de se-

tembro apresentando alta de 0,71%.No mesmo mês, a variação do IGP-M(Índice Geral de Preços do Mercado),medido pela Fundação Getúlio Vargas,foi de apenas 0,11%.

A diferença entre o IPCE e o IGP-M deve-se, sobretudo, ao aumento dosfretes, mais sentido pela indústria demateriais de construção. Insumoscomo areia lavada média e bloco cerâ-mico de vedação 9 cm x 19 cm x 19 cmsofreram aumento de 3,27% e 8,16%.A areia lavada média, que em agostocustava R$ 68,89/m³, passou a custarem setembro R$ 71,14/m³. O milheirodo bloco cerâmico de vedação puloude R$ 328,60 para R$ 355,40.

Após seguidos reajustes, a barrade aço CA-50 3/8" (Ø = 10 mm =0,617 kg/m) apresentou a menor altaem três meses. Em setembro, o reajus-te foi de 3,11%, e o preço saltou de R$4,53/kg para R$ 4,67/kg.

Cimento Portland CPII e a pedrabritada no 2 foram outros itens a sofrerreajuste em setembro. O primeiro apre-sentou alta de 2,10%, e o segundo,0,61%.O tubo de ferro fundido PP paraesgoto e águas pluviais (Ø=100 mm) e amanta butílica (espessura de 0,80 mm)não tiveram seus preços reajustados.

Com os aumentos, construir emSão Paulo ficou em média 13,34%mais caro nos últimos 12 meses deacordo com Índice PINI de Custos deEdificação. Entretanto, apesar da altamais acentuada de preços em setem-bro, o acumulado pelo IGP-M, medi-do pela Fundação Getúlio Vargas,ainda é de 1,03 pontos percentuais in-ferior (12,31%).

SSuuppoorrttee TTééccnniiccoo:: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:[email protected]. Assinantes poderão consultar índices e outros serviços no portal www.piniweb.com

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Data-base: mar/86 dez/92 = 100Mês e Ano IPCE – São Paulo

gglloobbaall mmaatteerriiaaiiss mmããoo--ddee--oobbrraaSSeett//0077 111144..663366,,8800 5544..111199,,1100 6600..551177,,7711out 114.860,42 54.342,72 60.517,71nov 115.225,62 54.707,92 60.517,71dez 115.335,12 54.817,42 60.517,71jan 115.733,11 55.215,41 60.517,71fev 116.040,01 55.522,30 60.517,71mar 116.121,80 55.604,09 60.517,71abr 116.185,57 55.667,86 60.517,71mai 123.736,89 58.257,90 65.478,99jun 124.358,19 58.879,20 65.478,99jul 126.483,39 61.004,39 65.478,99ago 129.006,55 63.527,56 65.478,99SSeett//0088 112299..992255,,7733 6644..444466,,7744 6655..447788,,9999Variações % referente ao último mêsmês 0,71 1,45 0,00acumulado no ano 12,65 17,57 8,20acumulado em 12 meses 13,34 19,08 8,20Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir dasvariações dos preços de um lote básico de insumos. O índice é atualizado porpesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com pesquisa na última semana do mês de referência.Fonte: PINI

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Envie sua pergunta para: [email protected]

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IPT RESPONDE

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Pontos de tomada Quantos pontos de tomada sãorecomendados em cada ambiente de umaresidência?Nelson Rugheri

Curitiba

De acordo com a norma brasileiraNBR 5410 – Instalações Elétricas deBaixa Tensão, o número de pontos detomada deve ser determinado em fun-ção da destinação do local e dos equi-pamentos elétricos que podem ser aíutilizados, observando-se, no míni-mo, os seguintes critérios: em banhei-ros, deve ser previsto pelo menos umponto de tomada,próximo ao lavatório;em cozinhas, copas, copas-cozinhas,áreas de serviço, cozinha-área de servi-ço, lavanderias e locais análogos, deveser previsto no mínimo um ponto detomada para cada 3,5 m, ou fração, deperímetro, sendo que acima da banca-da da pia devem ser previstas no míni-

mo duas tomadas de corrente, nomesmo ponto ou em pontos distintos;em varandas, deve ser previsto pelomenos um ponto de tomada; em salase dormitórios deve ser previsto pelomenos um ponto de tomada paracada 5 m, ou fração, de perímetro, de-vendo os pontos serem espaçados tãouniformemente quanto possível. Par-ticularmente no caso de salas de estar,deve-se atentar para a possibilidade deque um ponto de tomada venha a serusado para alimentação de mais de

um equipamento, sendo recomendá-vel equipá-lo, portanto, com a quanti-dade de tomadas julgada adequada.Em cada um dos demais cômodos edependências de habitação devem serprevistos, pelo menos: um ponto detomada, se a área do cômodo ou de-pendência for igual ou inferior a 2,25m2. Admite-se que esse ponto seja po-sicionado externamente ao cômodoou dependência, a até 0,80 m, no má-ximo, de sua porta de acesso; umponto de tomada, se a área do cômodoou dependência for superior a 2,25 m2

e igual ou inferior a 6 m2; um ponto detomada para cada 5 m, ou fração, deperímetro, se a área do cômodo ou de-pendência for superior a 6 m2, deven-do esses pontos serem espaçados tãouniformemente quanto possível.Douglas Messina

Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do

Ambiente Construído)

ChapiscoQue traço deve ter a "boiaca", o chapiscoque serve como ponte de aderência paragesso em tetos? Como deve ser aplicado?Donato Menezes

São Paulo

A "boiaca" deve ser preparada comareia grossa lavada – um volume de ci-mento para um volume de areia.A águade amassamento deve ser preparadadiluindo-se aproximadamente 1 l deresina PVA (Bianco, Rhodopás etc.) em4 l de água.O principal segredo da cola-

gem é a limpeza do teto,com escovaçãoe hidrojateamento, removendo-se com-pletamente o desmoldante. A boiacadeve ser aplicada com rolo de espumapara textura grossa, sendo desejávelaplicação com dupla camada,de formaque a superfície fique bem rugosa. Oideal é que a segunda aplicação daboiaca seja feita um ou dois dias antesda aplicação do gesso, devendo-se evi-tar, entre as sucessivas aplicações, que oteto fique impregnado com poeira re-sultante, por exemplo, de serviços fei-

tos nas proximidades.Se em alguns tre-chos do teto a camada de gesso resultarmuito grossa (em torno de 1,5 cm, porexemplo), é recomendável que o gessoseja aplicado em duas vezes. Tanto cui-dado assim pode parecer bobagem,mas já temos constatado importantesdestacamentos do revestimento detetos, às vezes, no período de até umasemana após a aplicação.Ercio Thomaz

Cetac-IPT (Centro de Tecnologia do

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CARREIRA

V ale a pena se especializar emEngenharia de Segurança do

Trabalho? A contratação desse en-genheiro pelas empresas está previs-ta na NR-4 (Norma Regulamenta-dora no 4), que determina quantosEngenheiros de Segurança e Médi-cos do Trabalho a empresa devecontratar, levando em conta o ta-manho do quadro de funcionários edo grau de risco das atividades exer-cidas pela companhia.

Engenheiro de Segurança do TrabalhoProfissional deve planejar detalhadamente os cuidados necessários em cadaetapa para garantir a integridade física dos funcionários da obra

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"A desvantagem nessa modalida-de é que [para a empresa ser obrigadaa contratar um Engenheiro de Segu-rança do Trabalho] o número míni-mo estipulado pela NR-4 é de 501 em-pregados, o que faz com que o campode trabalho fique restrito a poucasconstrutoras com esse porte", afirmaBruno Caruso Bilbao Adad, enge-nheiro de segurança do Senai (Servi-ço Nacional de Aprendizagem Indus-trial) do Paraná. Entretanto, ele per-

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André Luiz Simões gerente de Segurança do Trabalho da BKOEngenharia

Como é sua rotina diária?Eu supervisiono uma equipe de técnicosvolante. No início da obra, o gerente deobra solicita nossa ida ao local paradesenvolver o projeto da área de vivência.Acompanho o trabalho das empresas que

desenvolvem o PCMAT (Programa deCondições e Meio Ambiente de Trabalho) eo PPRA (Programa de Prevenção deRiscos Ambientais). Chamo empresas quefazem apresentações para ostrabalhadores nos canteiros. Oriento ostécnicos a sempre conversarem com osfuncionários. Além disso, faço a inspeçãodo canteiro e deixo o relatório na obrapara que sejam tomadas as medidas necessárias.

Com que outras áreas da empresavocê normalmente se relaciona? Meu relacionamento praticamente diárioé com os departamentos de Suprimentos– para verificar a conformidade dosequipamentos com os itens desegurança –, de Engenharia – paradiscutir as ações a serem tomadas no

canteiro – e eventualmente com o deMarketing – para solicitar as placas paraas obras, o padrão dos tapumes etc.

Quais as maiores dificuldades no trabalho?O que dá mais trabalho é conscientizar aequipe da obra quanto aos requisitos daNR-18. É difícil fazer alguns funcionáriosperceberem que a segurança é parteimportante do trabalho do operário, nãosó sua produtividade.

Do que você mais gosta na profissão?De tudo, mas fico especialmente eufóricoquando vejo que uma sugestão que dei foiútil, quando vejo que as pessoas seconscientizaram sobre a importância dese preocupar com sua segurança.

cebe um crescimento na procura porconsultores na Construção Civil.Opinião compartilhada pela coorde-nadora da pós-graduação em Enge-nharia de Segurança do Trabalho daUFRJ (Universidade Federal do Riode Janeiro), Cláudia do Rosário VazMorgado. "O grande mercado para oengenheiro de segurança é prestandoconsultoria, já que o Brasil possuimuitas empresas pequenas e médiascom poucos funcionários", explica.

O profissional

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A função do profissional é orga-nizar e planificar, para cada etapa daobra, os cuidados que devem ser to-mados para neutralizar as situaçõesde risco possíveis no dia-a-dia docanteiro. "Ele deve ter um sentidoapurado de percepção do meio am-biente da obra, assim como antever asreações e os comportamentos dos co-laboradores no processo", explicaAdad. Para tanto, ele deve lidar comtodas as áreas relacionadas ao em-preendimento – Diretoria, Engenha-ria, Compras, Recursos Humanos,Cipa (Comissão Interna de Preven-ção de Acidentes). Uma parceria im-portante, segundo Cláudia, da UFRJ,é com o departamento de Medicinado Trabalho da empresa. "Quando omédico nota que um determinadogrupo de trabalhadores vem apresen-tando sintomas semelhantes, é sinalda existência de um agente no am-biente de trabalho. É aí que entra oengenheiro, que deve remodelar osprocessos para eliminar a causa des-ses problemas", explica a professora.

Tanto engenheiros (de qualquer es-pecialidade) quanto arquitetos podemse especializar em engenharia de segu-rança do trabalho. A carga mínima de600 horas-aula pode ser completadaem 12 ou 18 meses.Para Cláudia,ter ex-periência anterior em canteiro de obrasnão é condição indispensável para in-gressar no mercado de trabalho. Entre-tanto, para Adad, do Senai-PR, dado oelevado grau de risco do setor (3,numaescala que vai até 4), é aconselhável queo profissional tenha vivenciado por al-guns anos a rotina de uma obra. "Não édeterminante,mas é desejável,uma vezque as atividades no canteiro são muitodinâmicas e os riscos estão presentes acada momento", defende.

Na Construção Civil, esse enge-nheiro deve dominar as normas de se-gurança. Destaque para a tradicionalNR-18, de Condições e Meio Am-biente de Trabalho na Indústria daConstrução, e para a NR-17, de Ergo-nomia, devido às características pecu-

liares do processo de produção naconstrução brasileira. "É um processoindustrial ainda predominantementemanufatureiro, que exige dos traba-lhadores muito esforço físico", lem-bra Cláudia Morgado.

De acordo com Bruno Adad, umdia típico do engenheiro de seguran-ça começa pela inspeção do canteiro,observando com atenção as condi-ções de trabalho. Munido de umchecklist, ele passeia pela obra, verifi-cando as atividades que estão sendoexecutadas no dia, as condições dasproteções coletivas e o uso adequadodos EPI's. "Normalmente, quando aconstrutora tem um engenheiro desegurança, conta também com Téc-nicos de Segurança, que são os 'olhos'do engenheiro", explica Adad. Com ochecklist consolidado, o profissionalplanifica as ações necessárias paraneutralizar os eventuais riscos cons-tatados e negocia com o engenheiroresponsável pela obra a implantaçãode medidas de proteção. Se necessá-rio, pode até solicitar a interrupçãode atividades que, a seu ver, tragamrisco e perigo de acidente grave e imi-nente. "Essa é uma tarefa desgastantee difícil", sublinha o engenheiro.

As etapas iniciais da obra, sobre-tudo as fases de escavação e de funda-ções, são, na opinião de Cláudia Mor-gado, aquelas que os engenheiros de

Segurança do Trabalho devem plane-jar e acompanhar com mais cuidado."São fases muito dinâmicas, commuitos trabalhadores e diversas ativi-dades ocorrendo ao mesmo tempo",explica. Para Adad, o profissionaltambém deve estar atento às ativida-des de execução da estrutura. Nessaetapa há riscos de queda de grandesalturas, de choques elétricos duranteo manuseio dos equipamentos e deacidentes na operação das serras cir-culares na confecção das fôrmas.

E quanto à remuneração? "Variaregionalmente, mas vai de seis saláriosmínimos a mais de 20, em casos espe-ciais", afirma Adad. Segundo Cláudia,alunos já saíram de seu curso de pós-graduação com salários iniciais maio-res do que R$ 10 mil.Se,mesmo com omercado aquecido o Engenheiro deSegurança não encontrar trabalho naConstrução Civil, ainda tem a opçãode mudar de área. Nesse setor, os pro-fissionais são responsáveis pelo geren-ciamento e pela análise de riscos am-bientais decorrentes das atividades daempresa. "O engenheiro de segurançana construção civil tem características,adquiridas no dia-a-dia de uma obra,que fazem com que ele possa encararcom tranqüilidade ambientes mais 'es-táveis',como uma indústria,por exem-plo", acredita Adad.

Renato Faria

Atribuições: estudar as condições desegurança dos locais de trabalho eequipamentos; planejar e desenvolver aimplantação e técnicas relativas agerenciamento e controle de riscos;vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar,emitir pareceres e laudos técnicos;especificar, controlar e fiscalizar sistemasde proteção coletiva e equipamentos desegurança, inclusive os de proteçãoindividual, dentre outras.Formação: Engenharia (qualquer

especialidade) ou Arquitetura, pós-graduação em Engenharia deSegurança do Trabalho.Experiência: desejável vivência emcanteiro de obras.Aptidões: domínio da NR-17 e da NR-18;conhecimento dos processos deprodução, facilidade na comunicação comos trabalhadores; capacidade de anteverriscos e perigos no cotidiano do canteiro.Remuneração inicial: seis saláriosmínimos.

Currículo

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MELHORES PRÁTICAS

Protensão aderente de pré-moldadosSistema é composto por bainhas e cordoalhas de protensão, aderidas ao pré-moldado por uma nata de cimento

Cuidado especial deve ser tomadodurante a instalação das placas deancoragens, para que as cordoalhasmantenham o perfil de projeto, demodo a ficarem alinhadas com a frentee fundo do macaco.

Montagem Corte emontagem das cordoalhasNessa etapa os cabos sãopreparados por meio do corteadequado das cordoalhas.Suas pontas devem contarcom um comprimentoadicional para o encaixe dosmacacos de protensão. Emseguida, as cordoalhas sãoinseridas nas bainhas eposicionadas no interior daarmação de aço doce.

A partir dos projetos de detalhamento,os cabos são instalados (elevados) apósa montagem das armaduras passivasdas vigas. Atenção especial com a regiãode ancoragem e do nicho, cuja face deveser perpendicular ao cabo.

Colocação das placas de ancoragens

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Colaboração: engenheiro Evandro Porto Duarte, diretor da MAC – Sistema Brasileiro de Protensão

Injeção de nata de cimento

Equipamentos ProtensãoO macaco e a bomba de protensãodevem ser dimensionados levando emconsideração a força de protensãodeterminada em projeto.

Todos os equipamentos (macacos e bombas) deverãoser calibrados e aferidos antes da execução dosserviços de protensão.

Após aprovação dos alongamentos pelocalculista, é executada a injeção denata de cimento. O traço dessa mistura

deverá ser acompanhado e aprovadopela empresa de controletecnológico de concreto.

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ENTREVISTA

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POVINDAR KUMAR MEHTA

Engenheiro químico por formação naUniversidade de Delhi (Índia), oespecialista indiano é mestre naUniversidade Estadual da Carolina doNorte e doutor em Ciência eEngenharia de Materiais daUniversidade da Califórnia, emBerkeley. Professor Emeritus emEngenharia Civil na Universidade deBerkeley, Mehta se aposentou em1993 após lecionar durante 30 anossobre concreto. Em 2006, suasdécadas de pesquisa na utilização decinzas volantes no concreto foramreconhecidas pelo Coal CombustionProducts Partnership. É tambémmembro honorário do ACI (AmericanConcrete Institute) e Ibracon(Instituto Brasileiro do Concreto).

Oaquecimento global deve-se emgrande parte à emissão de CO2. Na

indústria do concreto, 90% da emissãode carbono ocorre nos fornos quequeimam o clínquer. É assim que Po-vindar Kumar Mehta, professor daUniversidade de Berkeley (USA), tentaconvencer o setor da construção a re-pensar a fórmula e o próprio uso doconcreto. Mehta realizou palestras no50o Congresso Brasileiro do Concreto etambém na Poli-USP (Escola Politéc-nica da Universidade de São Paulo)sobre o tema "A Glimpse into Sustain-ableTernary-blended Cements of theFuture". Sua proposta inclui a atuaçãoem três frentes, mas que têm uma pala-vra em comum: redução. Mehta defen-de que se consuma menos concreto nasnovas estruturas, menos cimento nasmisturas para concreto e pouco clín-

quer para produzir o cimento. Segun-do Mehta, cerca de 50% a 70% damassa de clínquer presente no cimentoPortland pode ser substituída por di-versos materiais complementares. En-tre os exemplos estão as cinzas volan-tes,pozolanas naturais e cinzas de cascade arroz. O especialista propõe quepelo menos dois desses materiais sejamutilizados de forma complementar aoclínquer, substituindo 40% em massa.Durante o Congresso, organizado peloIbracon (Instituto Brasileiro do Con-creto), o indiano lançou a terceira edi-ção do livro "Concreto: Microestrutu-ra, Propriedades e Materiais". O brasi-leiro Paulo Monteiro, que também le-ciona na faculdade norte-americana, énovamente co-autor do livro. A ediçãorecebeu novos capítulos e um CD comvídeos e outras informações.

Concreto sustentável

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"Papa" do concreto, Kumar Mehta defende a redução de clínquer no cimentoPortland e menos cimento na mistura, para tornar o material "mais"sustentável. Alvos são as fábricas e projetistas

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Uma de suas propostas para umaconstrução mais sustentável é reduziro consumo de concreto, do cimento ediminuição do clínquer no último. Osprofissionais e a indústria estãopreparados para essa mudança?Eu não considero que haja resistênciapor parte dos arquitetos, engenheirosou qualquer profissional dessas áreas.Esses aceitam bem a redução do concre-to, do cimento e do clínquer no própriocimento. O problema está na indústriado concreto, que teme mudanças. Elaestá acostumada ao crescimento e aosparadigmas atuais. Para não afetar isso,a indústria apóia o desenvolvimento deedifícios sustentáveis,que estão em todaparte,mas é preciso,também,estender aquestão ao consumo de cimento.

Como espera alcançar esse concretomais sustentável?Os edifícios ecológicos estão empregan-do soluções que utilizam aspectos natu-rais para aquecimento, ventilação, ilu-minação e estão reduzindo o consumode energia, por exemplo. Entretanto, énecessário estender esse conceito paraos materiais ecológicos. Precisamos

convencer,de forma maciça,os arquite-tos e projetistas a utilizarem materiais esoluções ecológicas em seus projetos.São eles que especificam os detalhesdos projetos e que movem a indústria.São eles que movem também a indús-tria do concreto. Quer gostem ou não,os fabricantes deverão obter soluçõesmais sustentáveis para o concreto. É amão que balança o berço, é assim quefunciona. Enquanto isso, eles vão dizerque essa tecnologia "ainda não existe".É uma maneira de confundir.Não é ne-cessário mudar nada. São como as pes-soas que querem votar em McCain enão em Obama, porque têm medo demudanças.O cenário do status quo estámuito ruim,mas eles têm medo de mu-danças. Há todo tipo de desculpas. Por

“Estou tentandodizer ao pessoal doLEED que deveriamir direto à questão daemissão de carbono”

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E N T R E V I S T A

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exemplo,a administração do presiden-te Bush não assinou o Protocolo deKyoto. Só que o país é responsável por25% das emissões de carbono. Qual arazão disso? Algumas pessoas lucramcom o status quo e há aquelas que têmmedo de mudar. Só que em longoprazo,estão se tornando um obstáculo.Outro exemplo é que McCain deve ga-nhar as eleições. Só que não por méri-to, mas pelo receio de muitas pessoasde mudar certas questões. O medo émuito poderoso.

O concreto auto-adensável ainda éuma tecnologia onerosa no Brasil.Seus estudos indicam uma soluçãocom os mesmos benefícios técnicos e mais barata?Não considero o concreto auto-aden-sável mais caro. Recentemente, a estru-tura de um templo na Índia foi total-mente executada com auto-adensável.Foram lançados 8.200 m³/h, um gran-de volume de concreto com cinzas vo-lantes.Não houve custos extras,não foiacrescentado nenhum aditivo modifi-cador de viscosidade. Portanto, dizerque o concreto auto-adensável é muitocaro é porque os vendedores querempromover seu aditivo modificador deviscosidade. Eles querem vender aditi-vos. Só que isso não é necessário comum volume alto de cinzas volantes nosistema. Assim, temos o que se podechamar de sistema quase auto-aden-sável. Nessa obra, o concreto foi lança-do durante 12 horas, sem parar. Isso sófoi possível porque o concreto flui e seauto-adensa.

No Brasil, é fato que o concretoauto-adensável é mais caro.Talvezisso esteja ligado à abordagem feitaà dosagem. Para partículas maisfinas, coloca-se mais cimento. Amaioria das combinações e dosmateriais combinantes estãorelacionados ao insumo. O módulode deformação é muito baixo, o picode hidratação é muito alto e às vezesnão funciona. Há estruturas queforam executadas com 800 kg decimento, sendo 70% de escória.Ah, meu Deus! Nunca executaríamosnesses parâmetros. Ainda assim são

560 kg de escória. Para as muitas es-truturas que projetei, nunca especifi-quei mais do que 200 kg. Nunca.

Qual a sua visão sobre o LEED naquestão do concreto?Estou tentando dizer ao pessoal doLEED que deveriam ir direto à questãoda emissão de carbono.Essa opção seriabem mais eficiente ambientalmente, háo foco de quantidade no LEED. Porexemplo, é possível reduzir de 20% a25% o teor de cimento com o uso de su-perplastificante. Essa questão não é va-lorizada pela certificação.Se um edifícioeconomizou 2.000 t de emissões de car-

bono, qual o problema de ser pontuadono LEED? É uma questão global, atual,que deveria ser pensada.

Aumentar a produtividade do concretono canteiro é uma preocupação do setor.Qual a sua recomendação para isso?O concreto é pesado para transportar,nisso alguém decide colocar mais água oucimento.Logo surgem as fissuras,é neces-sário consertar. Só que a adição de mate-riais complementares ao cimento Por-tland aumenta a trabalhabilidade do ma-terial, que é um dos problemas mais co-muns nos canteiros. Os processos envol-vendo o concreto são simples. Não é ne-cessária uma mão-de-obra especializadapara vibração e consolidação. Tambémnão vejo impacto algum para introduzirtecnologias sustentáveis. Os responsáveise os operários necessitam ter consciênciado processo da cura. Quando o concretopadrão está adensado, é preciso esperarantes de fazer qualquer acabamento nasuperfície e que a água evapore. Há casosem que os operários ficam até mesmocinco horas aguardando sentados eperde-se a produtividade. Só que se nãohá exsudação,já é possível começar o aca-bamento após o lançamento.Isso é possí-vel com o uso de 5% de microssílica,10%de pó de calcário. Essas tecnologias aju-dam os trabalhadores, aumentam a efi-ciência,não necessitam de equipamentosou treinamentos complexos.

A nanotecnologia e o concreto estãosendo muito discutidos. Como encaraa questão? A nanotecnologia utiliza material parti-culado muito fino. Há três décadas otermo nanotecnologia não era usado, sóque a indústria do concreto já empregavamateriais de nanodimensões. A micros-sílica, que ainda é muito utilizada, é umexemplo. De forma aproximada, 5%desse material preenche os espaços entrepartículas grandes de agregados que pos-sui até cerca de dez vezes o tamanho damicrossílica. Há materiais que, se traba-lhados, permitem obter partículas emoutras faixas de tamanho que podemchegar até cerca de 15 micra. Entretanto,se utilizarmos a microssílica no concreto,essa faixa pode ser de até 0,15 micra.Por-tanto,é um nanomaterial.Esse preenchi-

CONCRETO:MICROESTRUTURA,PROPRIEDADES E MATERIAIS

Autores: Povindar Kumar Mehta, Paulo J. MonteiroEditora: Ibracon (Instituto Brasileirodo Concreto)674 páginas Valores: R$ 100,00 (sócio do Ibracon),R$ 150,00 (não-sócio do Ibracon)

“A nanotecnologia éempregada de formalimitada por doismotivos. O primeiroé que ela é cara.O segundo, é quenesse valor ela não é viável”

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E N T R E V I S T A

mento do espaço entre o agregado e apasta do cimento ocorre de forma uni-forme e é muito bom para a hidratação.O pó de calcário também é interessantee possui uma granulometria extrema-mente fina. Além disso, não é tão caroquanto a microssílica. Ele é muito inte-ressante por sua dispersão, por reduziros espaços entre a pasta de cimento e osagregados. Por esse motivo, o concretoauto-adensável está usando bastante opó de calcário. A nanotecnologia é em-pregada de forma limitada por dois mo-tivos. O primeiro é que ela é cara. O se-gundo é que,nesse valor,ela não é viável.

Há muitos estudos envolvendonanotecnologia?O material precisa ser moído em umagranulometria muito fina. Isso está nomeu livro. Estou tentando dizer quenão é uma novidade. Na Noruega, oconcreto com cerca de 3% a 5% de mi-crossílica é empregado há 30 anos emconstruções em alto-mar para pros-pecção de petróleo. Nessa dosagem, ouso desse material na mistura deixa o

veneno.Só que ninguém estava disposto afazer nada para consertar isso.Shiva sorveuo veneno com um canudo e a única conse-qüência foi que sua pele ganhou a cor azul.No livro,faço essa comparação entre Shivae o concreto.Acho que esse material podebeber todos os tipos de veneno.Onde colo-caríamos um bilhão de toneladas de cinzasvolantes, que contêm elementos tóxicos?Se entrarem em contato com lagos, lagoase aterros haverá contaminação dos lençóisfreáticos com arsênico, chumbo. Se foremutilizadas no concreto,não haverá proble-mas.O concreto é uma das maiores indús-trias,produz muito e é a única com capa-cidade para absorver essa enorme quanti-dade de resíduo.Só que ela precisa reduzira emissão de carbono. A sociedade vaicontinuar consumindo grandes quanti-dades de concreto, para infra-estrutura,para edificações,renovação.Só que é pre-ciso utilizá-lo de forma eficiente,é precisocontrolar o consumo e reduzir o consu-mo de clínquer para diminuir a emissãode carbono.

Rafael Frank

Tradução: Cristina Borba

concreto livre de exsudação. Assim,essa tecnologia não é tão nova.

E por que essa discussão está tãoevidenciada ultimamente?Há mais implicações para um materialaltamente sofisticado. É como a fibrade carbono, plásticos reforçados, cerâ-micas, onde a trabalhabilidade podeser melhorada por meio da dispersãode pequenas quantidades de partícu-las finas. Estão, cada vez mais, desco-brindo esses materiais. Só que no casodo concreto, microssílica e pó de cal-cário são comuns na área de materiaisde partículas muito finas e a constru-ção civil está utilizando essas duassubstâncias há bastante tempo.

Qual seu vislumbre para o concretodo futuro, ainda mais com asustentabilidade?Acho que o futuro do concreto é brilhante.Na mitologia hindu, há o deus Shiva quecontrola os venenos. No mito, as pessoascomeçaram a vasculhar o oceano embusca de algo valioso e liberaram muito

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TÉCNICA E AMBIENTE

Com a fase de alvenaria já em an-damento, o proprietário de uma

casa em um condomínio residencialde Itu, interior de São Paulo, decidiumodificar o projeto da coberturapara instalar um "telhado verde" de160 m². Além de buscar uma soluçãoestética alternativa, a intenção tam-bém era proporcionar ao imóvel ummelhor isolamento térmico e acústi-co com a barreira vegetal contra osraios solares.

A instalação do sistema utilizadofoi realizada em quatro etapas. A pri-meira, de impermeabilização da laje,exigiu os maiores cuidados na execu-ção, a começar pela especificação doproduto. Preferiu-se utilizar mem-

Cobertura vivaConfira como foi a execução de um jardim suspenso sobre umaresidência em Itu (SP)

branas de PEAD (Polietileno de AltaDensidade) em vez de mantas e resi-nas aderentes à laje – temia-se que, nolongo prazo, as dilatações e movi-mentações naturais da estrutura cau-sassem fissuras no produto imper-meabilizante. As bordas das camadasde PEAD foram soldadas por termo-fusão,processo seguido pelo imediatoteste de estanqueidade do sistema. Aárea impermeabilizada passou peloensaio das 72 horas de lâmina d'águaprevisto em norma.

Na etapa seguinte foi realizado oposicionamento dos elementos dedrenagem. São placas feitas em plásti-co com resistência suficiente para su-portar o peso de pessoas e pequenos

equipamentos de manutenção. Asse-melham-se a bandejas de ovos vaza-das, que servem de reservatórios deágua para suprir as raízes das plantasdo jardim. Furos na parte superiordas bandejas permitem que o excessode água escoe para a membrana im-permeabilizante e seja drenada paraos ralos nas bordas da laje.

A camada para o plantio dos ve-getais foi feita em seguida. Não setrata de terra pura. Cerca de 80% deseu volume é composto por materialinerte. O restante, por material or-gânico – com essa quantidade, aperda de volume de substrato de-corrente do processo de decomposi-ção não é tão relevante. Com isso,

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diminui-se a necessidade de ações demanutenção no jardim. SegundoSérgio Rocha, diretor técnico do Ins-tituto Cidade Jardim, empresa queexecutou a cobertura verde, o mate-rial possui alta absorção de água."Cerca de 60% do volume de águafica retido no substrato", afirmaRocha. Completamente saturado, osubstrato tem peso específico decerca de 800 kg/m³. A deposição foifeita com auxílio de caminhão-guin-daste, que transportava à coberturasacos com cerca de 900 kg cada um.

Por fim, foram plantados os vege-tais. A escolha das espécies foi realiza-da com muito critério, pois deveriamse adaptar às características climáticasda cobertura. "Apesar de morarmos

* já considerando pesos do substratosaturado e biomassa

Carga máxima permitida peloprojeto estrutural: 300 kg/m²Peso atingido pelo sistema: 190 kg/m²*Biomassa: 16 kg/m²Absorção de carbono estimada: 5 kg/m²

Telhado verde

Para execução do jardim suspenso, executores optaram por impermeabilizaçãonão-aderente à laje

Bordas das membranas de polietileno de alta densidade são unidas por termofusão.Teste de estanqueidade é feito imediatamente após o serviço

Sacos são içados à cobertura porcaminhão-guindaste para deposiçãodo substrato

Elementos de drenagem: bandejasvazadas retêm apenas água necessáriapara suprir raízes das plantas; excessoé escoado por furos no topo dos cones

num país predominantemente tropi-cal, o telhado tem um clima peculiar,mais parecido com o desértico: am-plitude térmica alta, que pode variardos 17ºC aos 70ºC, alta incidência deraios solares e de ventos e drenagemrápida da água das chuvas", explicaRocha. As mudas escolhidas são de

origem desértica, importadas da Áfri-ca do Sul. Segundo Rocha, não se en-contram no mercado brasileiro espé-cies de plantas nativas, do cerrado ouda caatinga. De alta capacidade de re-tenção de água, os vegetais escolhidospesam aproximadamente 16 kg/m².

O jardim atingirá o tamanho e vo-lume final depois de aproximada-mente 12 meses, que serão completa-dos no Carnaval de 2009. Não foi rea-lizada uma análise térmica dos cômo-dos da casa. No entanto, os executoresse sustentam em pesquisas acadêmi-cas que indicam uma redução da am-plitude térmica superficial da cober-tura – que se refletiriam no confortotérmico interno do imóvel.

Renato Faria

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SISTEMAS CONSTRUTIVOS

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Aplanta industrial de polipropilenoda Braskem localizada em Paulí-

nia, interior de São Paulo, possui qua-tro edificações que se destacam porseu método construtivo. A empresaoptou por executar o prédio adminis-trativo e ambulatório, o refeitório, aportaria e o descanso dos caminho-neiros no sistema Concreto/PVC –perfis plásticos servem de fôrma parao concreto leve utilizado no preenchi-mento das paredes.

A fábrica é localizada em um terre-no de 420 mil m², com 25,5 mil m² deárea construída e consumiu R$ 700 mi-lhões em investimentos. A parcela cor-respondente à execução foi de R$ 560milhões. Os trabalhos no canteiro fo-

Construção plásticaSistema de Concreto/PVC foi utilizado em edificações de fábrica de polipropileno

ram iniciados em setembro de 2006 eentregues no dia 25 de abril de 2008.Osnúmeros da planta são consideráveis.Há 1.500 t de tubulação, 38 mil m³ deconcreto, 2.500 estacas em hélice contí-nua.Com a operação da fábrica,a Bras-kem acrescentará 350 mil t/ano de poli-propileno à sua produção.

Há sete prédios auxiliares quesomam 1.500 m² na unidade de Paulí-nia. No total, 1.155 m² foram executa-dos no sistema de Concreto/PVC por-taria (100 m²),refeitório (450 m²),des-canso de caminhoneiros (45 m²), ad-ministração (560 m²). O diretor decontrato da CNO (Construtora Nor-berto Odebrecht), José Carlos Aversa,afirma que a Braskem cogitou que ou-

tras edificações, como o laboratório e aoficina de manutenção, fossem feitosnesse sistema construtivo. "Mas comonão conhecíamos bem o sistema, pre-ferimos executá-las de forma conven-cional. Aquelas que poderíamos admi-nistrar sem problemas, foram feitas deConcreto/PVC", esclarece.

Inicialmente, o orçamento conso-lidado especificava e quantificavatodos os prédios da planta no sistemaconstrutivo de alvenaria. Por ser umaempresa petroquímica, a Braskemoptou por executar as quatro edifica-ções com o sistema de Concreto/PVC.Entretanto, encontrou resistência naCNO, responsável pela obra. Alémdisso, algumas paredes já estavam le-

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vantadas. "Foi necessário rever todo oprojeto e até mesmo o design de inte-riores", lembra o arquiteto GilbertoWilliams, da WW Arquitetura.

Apesar de as primeiras edificaçõesno Brasil, todas habitações sociais,serem do ano 2000, o setor industrialnão havia utilizado o sistema até abrildeste ano.Até então,unidades hospita-lares de múltiplo uso, banheiros públi-cos, estações de tratamento de esgotocompactas e outras instalações foramexecutadas com o Concreto/PVC.

Origem do sistemaO sistema construtivo Concreto/

PVC foi desenvolvido no Canadá paraprojetar e construir,de forma industria-lizada, vários tipos de edificações de atécinco pavimentos. Formado por perfisleves e resistentes de PVC que operamcomo fôrmas para o concreto,o sistemautiliza encaixe modulado. Esses perfissão preenchidos com concreto e, de-pendendo do projeto, aço estrutural. Apelícula de PVC confere acabamentointerno e externo às paredes, mas há apossibilidade de revesti-las com outrosmateriais. "A própria fôrma é um aca-bamento lavável e possui diversas cores.Não há necessidade de tinta, azulejo.São melhorias que você pode incorpo-rar ao sistema", diz Williams.

A CNO se deparava com a falta deexperiência da construtora com o sis-tema, inexistência de mão-de-obra ex-periente para contratar e o prazo aper-tado. "Por isso nós relutamos em exe-cutar as edificações em Concreto/PVC.Fomos para a fábrica da Royal GroupTechnologies del Sur, na Argentina,para estudar o sistema. Não sabiacomo executar,como alinhar,o que co-locar dentro da fôrma, como fazer aamarração", conta Aversa.

A visita à fábrica das fôrmas mo-dificou a visão do diretor de contrato."A fornecedora analisou o projeto,modulou-o e fabricou os perfis. Elatambém sugeriu modificações. Como projeto, a fornecedora entregou umkit de paredes que possui peças identi-ficadas com etiquetas adesivas no in-terior, indicando altura e posição.Essa mesma identificação é inseridano desenho de plano de montagem.

"É um quebra-cabeças", explica Aver-sa. Para coordenar os trabalhos nocanteiro, a Royal também enviou umencarregado para acompanhar a exe-cução e tranqüilizou a CNO.

O entulho proveniente da demo-lição das paredes já levantadas em al-venaria foi utilizado na sub-base apósbritagem. "Em vez de pagar cerca deR$ 40 para destinar a um lugar licen-ciado, contratamos uma empresapróxima que retirava o material porR$ 12 e recomprávamos a brita, fe-chando em R$ 35", diz Aversa. Já nosistema Concreto/PVC, o engenheirodiz que se surpreendeu com a baixageração de resíduos.

As edificações estão sobre funda-ções do tipo radier, nas quais as paredessão apoiadas diretamente.Na fundação,

já estavam previstos todos os pontos detubulações de água, de esgoto e elétrica.Assim,foram criados nichos para que asferragens não fossem interrompidas eáreas rebaixadas para as tubulações ho-rizontais.Após a concretagem da funda-ção,foram marcadas no piso as posiçõesdas paredes internas,externas e suas fer-ragens de arranque – que são dimensio-nadas de acordo com os esforços verti-cais e horizontais, fixadas com resina àbase de epóxi bicomponente.

Os perfis encaixam-se pelo sistemamacho-e-fêmea, deslizando da partesuperior até o radier. Na obra foramutilizados perfis de 150 mm de espes-sura nas paredes externas e 100 mmnas internas.As cargas sobre as paredesportantes do sistema construtivopodem ser distribuídas ou pontuais.

As paredes são apoiadas emfundações do tipo radier, na qual são previstos todos os pontos detubulações de água, de esgoto e elétrica

Etapas básicas

A concretagem das fôrmas deve serpor camadas entre 50 cm e 70 cm paranão as abrir e o slump deve ser entre 20 cm e 24 cm

As lâminas de PVC podem serutilizadas como acabamento. Lixar ouusar um primer é outra opção pararealizar revestimentos ou texturas

O prumo, um dos momentos críticos namontagem dos perfis, é obtido pelacombinação dos escoramentos internose externos com auxílio de sarrafos eescoras de madeira na diagonal

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S I S T E M A S C O N S T R U T I V O S

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A CNO seguiu a recomendação dafornecedora de iniciar a montagempelos cantos, para que as paredespudessem se sustentar sem a necessida-de de um operário. Os reforços verticaise horizontais dos perfis foram feitoscom barras amarradas aos arranques fi-xados no radier com espaços entre 0,50m e 1 m. O processo é similar à emendade pilares em estruturas de concreto ar-mado. "Aqui, furávamos o próprio ra-dier sem precisar de nenhuma amarra-ção.Se fôssemos fazer um segundo piso,seria necessário", informa o engenheiro.

Se mais de um pavimento for exe-cutado, o aço das barras utilizado variaconforme cálculo estrutural específicopara os carregamentos e as resistênciascaracterísticas dependem do tipo deconcreto utilizado e da espessura daparede. Os métodos de cálculo estãobaseados em considerações das pare-des de concreto, com o diferencial dafôrma de PVC. O sistema também jáapresenta um conjunto de marcos econtramarcos em PVC, que deixam osvãos prontos para receber esquadriasde qualquer tipo.

Um dos momentos críticos damontagem do sistema Concreto/PVCé o prumo. Os montantes foram pos-tos a prumo por meio da combinaçãodos escoramentos internos e externos.Para manter o alinhamento, foi utiliza-da uma cantoneira de aço fixada às pa-

redes. Sarrafos e escoras de madeirana diagonal entre o topo do perfil e osolo também auxiliaram. A utilizaçãode escoras intermediárias na monta-gem do sistema não foi necessária.

Com os perfis ainda ocos, os ope-rários executaram as instalações elé-tricas e hidráulicas. Como os dutos jásão integrados, o sistema construtivodispensa todos os trabalhos de abertu-ra de dutos em paredes.Os pontos elé-tricos se encontram nas caixas de dis-tribuição acima do forro. "No perfil, jávem um baguetezinho para passar ofio. Você só precisa furar com umaserra-copo e instalar a caixa de passa-gem. A fiação pode até passar depoisde concretado, por ser protegida", ex-plica Aversa. O ponto de abastecimen-to de água foi realizado na posiçãovertical. As saídas nos pontos deseja-dos também foram feitas com serra-copo, e para ter acesso à tubulação, osoperários poderiam levantar o perfil

ao lado do qual se pretende fazer algu-ma conexão.

Com as fôrmas alinhadas e insta-ladas, deu-se início ao enchimentocom concreto de 24 MPa. Como osperfis são vazados nas laterais emque se entretravam, é necessário uti-lizar pedrisco como agregado paradar maior fluidez e garantir o preen-chimento das fôrmas. Os nichos doradier também foram concretadosnessa fase.

Concretagem e acabamentosO índice de conforto, no que diz

respeito às paredes, está relacionadocom o tipo de preenchimento dospainéis e espessura das paredes.Como o PVC é um material total-mente impermeável a gases e líqui-dos, não existe troca de vapores entremeio interno e externo, apenas detemperatura, que ocorre de acordocom a resistência térmica da parede. É

dos cantose laterais de janelase portas

Reforço amarradoà ancoragem

Ancoragem

ReforçoAncoragem

Guia de montagemSarrafo

Prego 2”

Ancoragemde aço

Preenchimentocom concreto

Solo natural

Esquema demontagempronta

Junta dedilatação

Calçada

Barras amarradas aos arranques fixados noradier com espaços entre 0,50 m e 1 mrealizam os reforços verticais e horizontais

A montagem dos perfis de PVC se inicia pelos cantos dando sustentação, sem oauxílio de um operário, para as paredes

Montagem dosperfis de PVC

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possível adicionar materiais isolantesno concreto para aumentar o confor-to térmico ou acústico. Em algumasparedes dos edifícios, foi adicionadoEPS. O uso de aditivos acelerantes ouretardantes não é recomendado, ape-nas de superfluidificantes.

O enchimento é outro ponto cru-cial do sistema. "É necessário tomarcuidado. O PVC é resistente, mas vocêprecisa concretar com certo cuidadopara a fôrma não abrir", adverte Aver-sa. O concreto foi lançado do topo dasparedes por meio de bombas, exigin-do maior cuidado e lentidão para queo material flua entre as fôrmas. "O es-tufamento pode provocar problemas,principalmente no acabamento dasportas e janelas", alerta Williams.

A concretagem dos painéis ocor-reu por camadas variando entre 50 cme 70 cm. Para agilizar o processo, per-corre-se todo o layout da planta até

completar a altura completa da parede.A fabricante das fôrmas recomendaum slump entre 20 cm e 24 cm. É im-portante observar a cura do concreto,seguindo o tempo recomendado ouusando aditivos específicos para o con-creto.A utilização de cimento ARI (AltaResistência Inicial) é uma opção paraacelerar ainda mais o processo.

A fim de evitar bolhas de ar e paraque o concreto se acomode, pequenasbatidas são dadas com martelos deborracha para não danificar o acaba-mento das fôrmas.

A CNO levantou as paredes em 60dias.No processo de montagem da pa-rede oca, escoramento e colocação deferragens foram utilizados dois car-pinteiros e dois ajudantes. Já para aconcretagem e limpeza das fôrmasforam dois pedreiros e dois ajudantes.

A construtora também reviu oprojeto da cobertura metálica, for-

mada por tesouras planas. O projetoinicial foi desenvolvido para edifí-cios em alvenaria, assim, foi necessá-rio detalhar novamente esse sistema."Tivemos que fazer modificações,pois a própria estrutura da cobertu-ra faz a amarração nas paredes. Nãohavia viga ou cinta de amarração",relembra Aversa.

Após a finalização da cobertura, aBraskem optou pelo acabamento dePVC da própria fôrma e também pelautilização de acabamentos como azu-lejos e texturas.As fôrmas são fabrica-das em um processo de co-extrusão,contendo uma camada especial comproteção contra a ação dos raios UV,garantindo que os painéis de PVC nãotenham alteração de cor e resistênciaao longo dos anos ainda que soframação de maresia e mudanças bruscasde temperatura.

Como o sistema in natura pode serutilizado como acabamento, é impor-tante observar o transporte e o arma-zenamento dos perfis para evitar ris-cos ou danos à superfície das fôrmas.Já para aplicar os revestimentos é ne-cessário que a superfície de PVC sejatratada com um primer para, então,aplicar o material. "Você pode fazer oque quiser, colocar até imitação de ti-jolo ou madeira", diz o diretor de con-trato. Na linha do conceito do uso doPVC, as esquadrias escolhidas tam-bém são do mesmo material plástico.

Se a Braskem optar por ampliar asedificações, é possível utilizar sistemasconvencionais ou Concreto/PVC. Nocaso de aberturas de paredes oumesmo remoção, as paredes de con-creto deverão ser cortadas com equi-pamentos convencionais para corte doconcreto e os arremates feitos de acor-do com o projeto de reforma proposto.

O diretor de contrato da CNOafirma que a implantação do sistemaConcreto/PVC foi interessante finan-ceiramente, apesar da demolição deparedes de alvenaria, retrabalhos ereadequação de projetos. "Os custosforam distorcidos, pois no primeiromomento tivemos que lidar com umsistema novo. A mão-de-obra é muitosimples", finaliza Aversa.

Rafael Frank

Detalhe B

Detalhe C

Detalhe A

Detalhe A

Detalhe B

Detalhe C

A parte quetem a aba vaipara o interiordo cômodo

Última peça a sercolocada deveficar removível

Barra de ø 8 mmamarrada naancoragemdo radier

Marco básicocortado a 45º

Corte do PVCpara baixo deonde passarãoas barras

Os perfis possuem marcos e contramarcosem PVC que deixam os vãos prontos para asesquadrias. O acabamento das portas ejanelas pode ser comprometido se houverestufamento das fôrmas

Marcos econtramarcosem PVC

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DRENAGEM

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Os contrastes entre as idades, portese métodos construtivos das edifi-

cações que compõem as cidades brasi-leiras devem ser levados em conta nomomento de fazer projetos de conten-ções de novos prédios, principalmenteem solos moles, quando é preciso es-cavar subsolos de garagens. A cidadede São Paulo é um exemplo do quevem acontecendo. Diante do ritmoacelerado das obras, com o aqueci-mento do mercado imobiliário, a exe-cução de subsolos está provocandotranstornos e problemas para as edifi-cações vizinhas.

Bairros tradicionalmente residen-ciais, na maioria das vezes formados

Recalques indesejáveisNorma recomenda investigação de terrenos vizinhos quando há necessidadede rebaixamento do lençol freático, mas só isso não basta. Em São Paulo,Comissão prepara novas regras

por casas assentadas sobre fundaçõesrasas (radiers e baldrames), são os quemais sofrem com a situação. Trincas erachaduras nas casas vizinhas são co-muns e assustam seus proprietários.Essas alterações no maciço podemprovocar, ainda, abaulamentos emruas e avenidas, como nos exemplosrecentes na cidade de São Paulo, taiscomo os ocorridos nos bairros deMoema, região do Ibirapuera e ou-tros, casos imediatamente associadosà construção de edificações com vá-rios níveis de subsolos, em regiõescom presença de argila mole, suscetí-vel ao fenômeno de adensamento. Noentanto, na maioria dos casos, não re-

presenta maiores perigos. Mas háocorrências mais graves, em que asconstrutoras precisam refazer algumaconstrução vizinha que ficou com-prometida de maneira mais séria.

Geralmente os problemas aconte-cem nas partes baixas da cidade, ondeo lençol freático é aflorado e há pre-sença de argila orgânica. "Nessasáreas, que historicamente eram asmais desvalorizadas (as várzeas dosrios) foram realizados aterros sobresolo mole.As pessoas construíam suascasinhas, sem muita engenharia, combaldrames ou radiers, em cima dessesaterros. Com o passar do tempo, essasáreas também se tornaram valoriza-das. Construir um edifício de grandeporte, com escavações e fundaçõesprofundas, realmente abala esse tipode casinha", explica Milton Golom-bek, presidente da Abeg (AssociaçãoBrasileira de Empresas de Projetos eConsultoria em Engenharia Geotéc-nica) e diretor da Consultrix, empresaprojetista de fundações. Mesmoassim, o lençol está bem mais baixoem vários bairros de São Paulo, atestaele. "Hoje, quando fazemos sonda-gens em alguns bairros da cidadeonde já trabalhamos, verificamos queo lençol está numa profundidade 4 mmaior que há dez anos."

A situação se repete em todo oPaís, dependendo da região, onde osaluviões, solos com camadas poucoespessas de solos de várzeas, deposi-tados por sedimentação na planíciede inundação de rios, são heterogê-

Alterações no maciço podem provocar abaulamentos em ruas e avenidas além derachaduras e trincas nas construções vizinhas. Casas sobre fundações rasas são asmais suscetíveis aos recalques

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neos, formados por areias e argilasmoles e turfosas compressíveis. Nes-ses casos, um rebaixamento de ape-nas 1 m a 2 m do lençol freático é su-ficiente para causar recalques quepodem danificar quarteirões de resi-dências apoiadas em fundação diretasobre argilas muito moles.

Impermeabilização do soloAlém disso, os problemas de recal-

que não são causados apenas pela dre-nagem de água feita nas obras de edi-fícios, mas também pelas mudançasno solo devido à urbanização das ci-dades. O processo de ocupação vemhá anos trazendo a impermeabiliza-ção do solo, resultado do asfaltamen-

to de ruas, drenagem superficial epreenchimento completo da superfí-cie, o que impede as águas da chuva depenetrarem para reabastecer os len-çóis freáticos. Assim, surgem vaziosonde antes havia água, aumentando ainstabilidade dos solos e possibilidadede recalques. A conseqüência maiscomum é o surgimento de trincas efissuras em edificações, além de abau-lamentos de pisos, ruas e passeios.

Durante as construções, em solosmais permeáveis, o rebaixamento donível d'água, em geral feito de formaprovisória, permite a escavação desubsolos, utilizando bombeamento.Dependendo da localização do terre-no (várzeas de rios e locais baixos)

onde o lençol é mais aflorado, torna-se necessário o bombeamento per-manente, mas esses casos são mino-ria. Em outras situações, nas escava-ções de solos de baixa permeabilida-de, o rebaixamento acontece natu-ralmente e utiliza-se apenas o bom-beamento no fundo da escavação.

Para evitar recalques, a realiza-ção do projeto de subsolos e daspróprias fundações deve ser prece-dida de minuciosa investigação ge-ológico-geotécnica da área. "É ne-cessária uma avaliação técnica dascondições em que se encontram osimóveis da vizinhança, procurando-se conhecer o histórico da área, emtermos de patologias e ocorrênciasde obras. Simulações dos eventuaisefeitos da execução das escavações efundações também podem contri-buir para a escolha da melhor alter-nativa para o projeto", recomenda ageóloga Gisleine Coelho de Cam-pos, do CT Obras, Seção de Geotec-

Fatores que determinama escolha do sistema de rebaixamento� Permeabilidada do solo� Profundidade de escavação� Posição do lençol freático� Porte da obra a ser executada� Duração do rebaixamento� Condições das obras vizinhas e suas fundações

Tipos de rebaixamentodo lençol freático� Por bombeamento direto superficial � Por ponteiras filtrantes (well-points) � Por poços profundos – gravitacionais e a vácuo

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Tubo liso (1 2 m)

Tubo ranhurado (tipo “Nold”)envolto em tela

Eletrodo de alarme

Eletrodo para ligara bomba

Eletrodo paradesligar a bomba

Bomba submersa

≅ 1 m

Fios elétricos(blindados)

Selo de argila

Material drenante

Espaço paradepósito de finos

Ponteiras filtrantes

Formado por poços de pequeno diâmetro(4" a 6"), onde são posicionadas ponteirasligadas por tubos a um coletor e umabomba de sucção. Essas ponteiraspossuem entre 1 1/2" e 2" de diâmetro. O restante do volume do poço é

preenchido com areia fina ou pedrisco,para percolação da água subterrânea. O sistema, porém, apresenta umalimitação: regra geral conseguem-se apenasrebaixamentos entre 4 m e 7 m, comcoletores espaçados entre 0,5 m e 3 m.

Fonte: Fundações: Teoria e Prática.Ivan Grandis. Editora PINI

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D R E N A G E M

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nia do IPT (Instituto de PesquisasTecnológicas de São Paulo).

Segundo Gisleine, deve havermaior cautela na execução de rebai-xamentos permanentes em regiõesde solos argilosos de baixa consistên-cia. "Técnicas usuais de rebaixamen-to, tais como bombeamento direto,ponteiras, poços e paredes-diafrag-ma, entre outras, podem ser empre-gadas em caráter temporário comsucesso, desde que avaliadas e proje-tadas corretamente", destaca. Cadacaso precisa ser analisado indivi-dualmente, considerando-se as con-dições do local e as especificidadesda construção a ser realizada, enfati-za a engenheira do IPT.

A norma brasileira NBR 6122 –Projeto e Execução de Fundações,segundo Gisleine, recomenda umaavaliação da vizinhança nos casosonde se empregam rebaixamentosdo nível d’água. "Mas não há umanorma geral que regulamente a exe-cução e o controle das diversas téc-nicas disponíveis atualmente nomercado. O assunto é amplo e hávários fatores intervenientes noprojeto e na avaliação dos possíveisefeitos do rebaixamento." Em razãodisso, a norma está passando porprocesso de revisão.

Regulamentação dos rebaixamentos Diante da situação, para regula-

mentar o mercado e os procedi-mentos que as construtoras devemadotar, foi criada em São Paulo umacomissão técnica informal, cujogrupo de trabalho envolve especia-listas, entidades de mecânica desolos e geotecnia, além do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e Sin-dusCon-SP (Sindicato da Indústriada Construção Civil do Estado deSão Paulo). A idéia é subsidiar aPrefeitura de São Paulo com suges-tões, baseadas em critérios técnicos,a fim de estabelecer regras e reco-mendações para evitar problemasou saná-los assim que ocorrerem.

Segundo Golombek, a comissãofoi criada há cerca de dois meses e osestudos e medidas serão apresenta-dos ao secretário municipal de Ha-

Água de injeção e água do poçoQ1 + Q2

Água de injeção Q1

Água de subsolo Q2

Bico de injeção

Água de subsolo Q2

Selo

Luva

Tela de náilon

Material de filtro

Injetor

Descarga Bomba de injeção

Tubo de ø 4”

Tampão

Caixa d’água elevada

Tubo coletor

Tubo de injeção

Poços profundos com injetores

Os poços, nesse sistema, são maisprofundos, atingindo até 30 m deprofundidade, com diâmetrosvariando entre 20 cm e 30 cm eespaçamentos de 4 m a 10 m. Trata-se de um circuito semifechado, emque uma bomba lança água por umatubulação vertical de injeção, quealcança o injetor na base do poço. Aspressões de injeção alcançam entre0,7 MPa e 1,0 MPa, gerando, como

conseqüência, uma pressão de sucçãoem torno de 10% desse valor. Dessaforma, a água subterrânea é aspiradapara a superfície por uma tubulaçãoparalela à de injeção. Umadesvantagem é o baixo rendimento dosistema – que gira, na prática, em tornode 15 % a 20% –, motivo pelo qualrecomenda-se a utilização em locais deenergia elétrica barata ou em obras decurta duração.

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Selo

Luva

Tubo de subida

Ponteira (devepermanecer submersa)

Material de filtro do solo(areia ou pedrisco)

Câmara de vácuoDescarga

Giro

Bombas submersas de eixo vertical

Empregadas em lençóis d'água muitoprofundos, com aqüíferos muitopermeáveis. O processo de instalação éparecido com o do sistema deinjetores. No fundo do poço é colocada uma bomba centrífuga, comdiâmetro mínimo de 10 cm. Por isso, odiâmetro do poço deve variar entre um

mínimo de 40 cm e um máximo de 60 cm. Dois eletrodos são instaladosjunto com a tubulação de recalque para que a bomba não funcione a seco.Dessa forma, a bomba é ligada quandoo nível da água atinge o eletrodosuperior e desligada quando atinge o nível do eletrodo inferior.

necessário usar a diplomacia sempre.A perícia prévia evita esse tipo de si-tuação", diz Golombek.

Entre as recomendações encami-nhadas à prefeitura está também arealização de um levantamento per-manente de tudo o que acontece nasedificações vizinhas durante a obra."É preciso verificar as trincas, identi-ficar se são estáticas ou estéticas. Sefor estética, basta fazer o reparo se-guido de pintura. Se for estática, pro-cede-se à realização de reforço nafundação vizinha." Ao mesmo tem-po, a comissão irá pleitear que a pre-feitura permita edifícios com sobres-solo, em vez de subsolo, em áreas re-conhecidamente problemáticas, masque esses não sejam consideradoscomo área computável para efeito decoeficiente construtivo.

Além do sobressolo, tecnicamen-te, a construtora pode optar por usar aparede-diafragma e uma laje de so-brepressão, pois ela promove um iso-lamento do que está do lado de forada obra mantendo intocado o níveld'água do subsolo vizinho. No entan-to, sua execução depende de cada obrae de sua viabilidade econômica. Devehaver espaço no canteiro, pois oclamshell, que escava a terra empainéis em toda a periferia do terreno,é uma máquina de grande porte. De-pois de executada a parede-diafragmaé comum ocorrer algum escape míni-mo de água nas juntas entre os painéise nos furos dos tirantes. Nesse caso, énecessário prever o bombeamento e adrenagem dessa água para as galeriasde águas pluviais.

Heloisa Medeiros

bitação de São Paulo, Orlando de Al-meida Filho. As informações podemgerar um decreto ou projeto de leique discipline o assunto. "Espera-mos que isso se torne uma regula-mentação e estabeleça regras claras,baseadas em critérios técnicos. Que-remos evitar problemas tanto paraas construtoras, que muitas vezesficam na dúvida sobre como trataresse tipo de questão, como para osproprietários de residências queeventualmente venham a ser preju-dicados", explica Golombek.

A prefeitura chegou a elaborar,em 2002, o Projeto de Lei 822 que tra-tava do rebaixamento de lençóis freá-ticos e também da execução de tiran-tes. Mas, sem embasamento técnico,o projeto acabou tornando-se inviá-vel e foi engavetado. "Não se pode re-solver o geral pelo particular. Não éporque ocorreram casos isolados,que então se proíbe tudo. É a mesmacoisa que proibir cirurgias, porque aanestesia pode causar problemas em0,01% da população", destaca Go-lombek. Para ele, é necessário resol-ver a questão de forma técnica, ado-tando-se medidas de prevenção e, senão for possível evitar os problemas,estabelecer maneiras adequadas deresolvê-los, já que a questão tambémtem um viés jurídico importante.

De acordo com Golombek, mes-mo com os estudos geotécnicos, éimpossível garantir que nada iráacontecer. Porém, há medidas aserem tomadas, como, por exemplo,a realização de uma vistoria pericialprévia nas edificações vizinhas, comlaudo de um engenheiro geotécnico.Outra recomendação da comissão éque a construtora faça um seguro deresponsabilidade civil cruzada, a fimde ter garantias. Assim, se algo ocor-rer, ou indeniza-se o vizinho prejudi-cado, ou consertam-se os danos. "Sefor preciso, faz-se a demolição dacasa para construir outra. Em algunscasos, ocorre também de a casanunca ter recebido manutenção. Oproprietário vislumbra então umaoportunidade para arrumar seuimóvel à custa da construtora. Em-bora não seja uma situação justa, é

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SEGURANÇA

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Aineficiência ou mesmo a ausênciade um plano de gestão de segu-

rança para a realização das obras estáentre as principais causas de acidentesnos canteiros.Ao se somar a isso a cul-tura de improvisação tão arraigada noBrasil, tem-se uma combinação peri-gosa que pode levar a longos afasta-mentos, penalização financeira dasconstrutoras, além dos irreparáveisacidentes fatais.

A NR-18, norma regulamentadorado MTE (Ministério do Trabalho eEmprego) para a construção civil, exigea realização de um plano para se identi-ficar perigos inerentes aos processos deprodução e implementação das medi-das para o controle, de maneira a ga-rantir a saúde e a integridade de todosos envolvidos na obra. Na prática, con-tudo, há grande dificuldade para trans-formar o que está no papel em ação, oque ajuda a explicar o número de aci-dentes no setor, em todo o País, ser su-perior a 30 mil ao ano. Em 2006, anodos últimos dados divulgados peloMTE, 33,3% das ocorrências registra-das na construção civil geraram lesõesgraves ou algum tipo de incapacidade,como a perda de membros ou mesmo aredução da capacidade de trabalho.

"O mais alarmante, porém, é saberque quase 70% dos acidentes pode-riam ser evitados se houvesse preocu-pação com a segurança e saúde do tra-balhador na fase de planejamento daobra", destaca o engenheiro Gianfran-co Pampalon, auditor fiscal do traba-lho da Superintendência Regional doTrabalho e Emprego de São Paulo.

Contra as estatísticasMudança da cultura organizacional e implantação de planejamento de segurançasão as chaves para reduzir o elevado índice de acidentes nos canteiros

Poucas empresas já percebemcomo a gestão de segurança no can-teiro pode influir na redução dos cus-tos ao proporcionar obras mais lim-pas, menos retrabalho, trabalhadoresmais satisfeitos e produtivos e, porconseqüência, produtos finais de me-lhor qualidade. "São raros os executi-vos que compreendem que os mes-mos fatores que ocasionam acidentestambém geram perdas de eficiência,bem como problemas de qualidade,custo e de imagem da empresa", acres-centam os pesquisadores OsvaldoGolçalves Quelhas e Sérgio França, doLaboratório de Tecnologia, Gestão de

Negócios e Meio Ambiente da UFF(Universidade Federal Fluminense).

Mas se ainda faltavam motivospara investir na proteção dos traba-lhadores, cabe lembrar que a partir de2009 as empresas com índices eleva-dos de acidentes e doenças do traba-lho terão sua alíquota do SAT (Segurode Acidente do Trabalho, do INSS)majoradas em até 100%. Ou seja, asconstrutoras com gestão de segurançado trabalho ineficiente pagarão mais.

Sem improvisaçãoNo cenário atual, prover seguran-

ça nos canteiros deixa de ser uma

Transformar em realidade o que está no papel explica por que os acidentesultrapassam a barreira dos 30 mil por ano

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questão resolvida apenas com a com-pra de equipamentos de proteção in-dividual, passando a demandar umapolítica de prevenção de acidentesadequada para atuar, corrigir e preve-nir as ocorrências.

Um começo para isso é a implan-tação do Programa de Condições eMeio Ambiente de Trabalho na Indús-tria da Construção, obrigatório nasobras com mais de 19 trabalhadores.O PCMAT deve contemplar a identifi-cação de riscos por fase de obra, cria-ção e implantação das medidas pre-ventivas (como projeto de execução eespecificação técnica dos equipamen-tos de proteção coletiva e individual eplanejamento do layout do canteiro),além da avaliação da sua eficácia comcronograma de implantação. "Quan-do bem implantado e elaborado, umPCMAT já representa uma excelenteferramenta para prover um canteiroseguro", afirma Pampalon.

O consultor José Carlos de Arru-da Sampaio, diretor da JDL Qualida-de, Produtividade e Segurança doTrabalho concorda, e lembra que oplanejamento de segurança deve serfeito antes mesmo da elaboração doorçamento do empreendimento, oque, na prática, raramente ocorre.

"É preciso constituir uma equipede projeto composta por todos osenvolvidos, como os setores de pla-nejamento, orçamento, projeto, su-primentos, produção, segurança,saúde e meio ambiente etc.", ensinao consultor. Segundo ele, uma vezmontada a equipe, seus membrosdevem planejar como o empreendi-mento será construído – as ações deSSMA – além de elaborar a planilhade identificação de perigos e contro-le dos riscos, que por sua vez develevar em conta o atendimento aosrequisitos legais referentes ao pro-cesso de produção.

Segundo Josaphat Baía, diretor técnico daUnidade de Consultoria Empresarial doCTE (Centro de Tecnologia deEdificações), uma ferramenta que vemtrazendo bons resultados para empresasinteressadas em desenvolver boaspráticas de segurança em seusempreendimentos é o SGI (Sistema deGestão Integrada) com base nosrequisitos das normas NBR ISO 9001 eOHSAS 18001.Em um SGI, todos os processos sãocontemplados por procedimentos epadrões que integram os controles deprodução e de segurança, além de

Gestão integradapromover o atendimento integral àslegislações vigentes. "O SGI permite queos controles, inclusive os relacionados àcomunicação e à emergência, convivamjuntos e em harmonia. Além disso, em umSGI não é possível planejar a execução deuma etapa da obra sem levar emconsideração os riscos envolvidos nasatividades", explica o consultor.Assim como em vários sistemas degestão, o desafio, porém, é levar oplanejamento para o canteiro. "Para queisso ocorra, o caminho é muitoinvestimento em treinamento ecapacitação", diz Baía.

Segundo laudo do IPT sobre o desabamento do poço da Linha 4 do Metrô, a mortedos pedestres teria sido evitada com um plano de emergência eficaz

1- Identificar os perigos existentes nosprocessos de produção doempreendimento, levando-se em contaas diferentes fases da obra.2 -Avaliar os riscos, a partir dosperigos identificados, tendo comobase critérios de probabilidade egravidade do evento ocorrer.

Planejamento de segurança em cinco princípios

Fonte: Josaphat Baía, diretor técnico da Unidade de Consultoria Empresarial do CTE(Centro de Tecnologia de Edificações).

3 - Determinar, priorizar e implementar controles para eliminação ou minimização dos riscos avaliados.4 - Monitorar e analisar a efetividadedos controles estabelecidos.5 - Melhorar o planejamento e oscontroles definidos.

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após – o seu início, sem tempo hábil esem os recursos necessários para ela-boração, implantação e operação doplano de segurança", complementa oengenheiro Josaphat Baía, diretortécnico da Unidade de ConsultoriaEmpresarial do CTE (Centro de Tec-nologia de Edificações).

Por isso, a aplicação da análisepreliminar de risco na fase de projetoé tão crucial para determinar a cate-goria dos riscos e as medidas preventi-vas antes da fase operacional. "As em-presas que optam por essa rota encon-tram muitas vantagens", afirma Os-valdo Quelhas. Entre elas, o pesquisa-dor cita a redução da freqüência e gra-vidade de eventos indesejados no can-teiro; a adequação do seguro aos reaisriscos dos empreendimentos; e a re-dução e/ou eliminação das indeniza-ções e multas provenientes de danosao meio ambiente.

Cultura organizacionalEmbora seja responsabilidade

das empresas cumprir as normas desegurança definidas pelo MTE, ape-nas atender aos requisitos legais mui-tas vezes não é suficiente para miti-gar todos os riscos. "Isso porque, iso-

Os maiores causadores de acidentesfatais na construção são, pela ordem:quedas (de trabalhadores e de materiais),choques elétricos e soterramentos.Embora graves, ocorrências desse tipopodem ser evitadas adotando-se medidasmuitas vezes simples, já previstas nasnormas reguladoras, como:Quedas de trabalhadores – Evitáveis,por exemplo, com o uso de cintos do tipopára-quedista presos a ancoragensfirmes; com o uso de andaimes e cadeirassuspensas devidamente instaladas eutilizadas, além da instalação de proteçãona periferia das lajes e a implantação deplataformas secundárias.Quedas de materiais – Acidentes dessanatureza podem ser evitados com boasinalização no canteiro e o isolamento do

Principais riscospiso inferior onde os serviços estejamsendo executados.Choques elétricos – Evitáveis com a devidaidentificação de quadros e circuitos. Serviçosem fachadas, por exemplo, merecemcuidados especiais como a contratação daempresa concessionária e a instalação debarreira de madeira entre o eletricista e afiação elétrica. Além disso, a elaboração deum projeto das instalações elétricasprovisórias ajuda a prevenir acidentes ediminui a improvisação reduzindo custoscom material e consumo de energia.Soterramentos – Podem ser evitadoscom boas práticas de escavação,demolição e contenção. Para minimizardanos, também são fundamentais planosde comunicação e emergênciaexaustivamente testados.

Fonte: NR-18.

Isso significa que o departamentode segurança do trabalho das cons-trutoras precisa interagir com asequipes de projeto estrutural e arqui-tetônico, definindo dispositivos desegurança e adotando soluções pre-ventivas. Um exemplo prático dessetrabalho em conjunto é a identifica-ção, no projeto, dos locais e ativida-des onde há risco de queda por aber-

turas no piso, como em vãos de poçode elevador. "Com esse tipo de dis-cussão antecipada, pode-se preveruma proteção coletiva, como umamalha de aço no vão, instalada aindana concretagem da laje", comentaPampalon. "O problema, contudo, éque na maioria dos casos, a equipe deengenharia de segurança é apresenta-da à obra semanas antes – ou mesmo

A primeira regra de um bom planejamento de segurança é “identificar os perigosexistentes nos processos de produção”

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Onde se escondem os riscosImplantação organizada de um canteiro de obras

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Fonte: Osvaldo Quelhas, Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente da UFF.

Verificação e ação corretivaAção corretiva

Levantamento gerencial

Levantamento da situação inicialPolítica de S&SOPlanejamentoAvaliação de riscoRequisitos legais e outrosProvidências para o gerenciamento de S&SO

Implementação e operaçãoEstrutura e responsabilidadeTreinamento, conscientização e competênciaComunicaçõesDocumentação do sistema de gerenciamento de S&SOControle de documentosControle operacion lPreparação e respostas a emergências

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Verificação e ação corretivaMonitoramento e medição

RegistrosAuditoria

BS 8800 – Segurança e Saúde OcupacionalAs diretrizes de acordo com o ciclo PDCA de melhoria contínua

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Act Plan

Controle de processoUm ciclo de aperfeiçoamento contínuodo gerenciamento e a sua integraçãoao sistema global de gerência,incorporando princípios da norma

britânica BS 8800 são mostrados na figuraabaixo. A BS 8800 é um guia que sedestina a ajudar as organizações adesenvolverem uma abordagem do

gerenciamento de segurança e saúdeocupacional que permita proteger osempregados. O modelo considera todosos estágios de implementação.

ladamente, as medidas preventivasrecomendadas não promovem a re-dução de acidentes, por se trataremde ações pontuais e não sistêmicas",avalia Sérgio França.

A implantação de um sistema degestão da segurança e saúde do traba-lho envolve, obrigatoriamente, o en-gajamento das pessoas, a elaboraçãode planos integrados de comunicaçãoe emergência e, principalmente, trei-namento e capacitação.

A sensibilização dos envolvidos,emespecial das lideranças,em torno de ati-tudes prevencionistas e pró-ativas, éimprescindível, segundo os especialis-tas. "Nas últimas décadas,as empresas eos profissionais de segurança têm foca-do quase que exclusivamente o tripéengenharia–treinamento–puniçãosem obter sucesso.Agora é o momentode construir um bloco de cultura,estra-tégia organizacional, liderança com de-sempenho e comportamento organiza-cional", propõe Quelhas.

Além disso, o sucesso das políticasde segurança nos canteiros depende di-retamente da capacitação dos profis-sionais, ainda mais diante do aqueci-

mento do setor. Para Gianfranco Pam-palon,é imperativo criar,nas empresas,programas de formação de novos pro-fissionais com treinamento e acompa-nhamento dos trabalhadores para quetenham mais autonomia na obra so-mente quando forem consideradosaptos, sobretudo nas questões da segu-rança do trabalho."Uma idéia simples ede bom retorno nesse sentido é a cons-trutora que dá um capacete de cor dife-renciada aos novatos para que todospossam ficar de olho neles e os ajudar senecessário", destaca o auditor.

O mesmo se aplica para as empre-sas terceirizadas, afinal cabe à contra-tante fiscalizar o cumprimento dasmedidas de segurança e saúde no tra-balho pelas contratadas em seu cantei-ro. "Por permitirem avaliar a melhoraou piora da obra com relação à segu-rança dos trabalhadores,auditorias pe-riódicas também são instrumentos vá-lidos para respaldar as políticas de se-gurança", recomenda Pampalon, quedefende, ainda, a criação de cláusulascontratuais relativas à segurança dotrabalho, que impõem multas pelo seudescumprimento às empreiteiras.

A moderna comunicação e os instrumentosclássicos de sinalização são importantesferramentas contra os acidentes

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No estudo preliminar do canteiro deobras, ainda na fase de planejamento,diversos itens importantes para garantir asegurança dos trabalhadores devem serconsiderados. Entre eles:� Ligações de água, energia elétrica,esgoto e telefone.� Localização e dimensionamento, emfunção do volume da obra, das áreas paraarmazenamento de materiais a granel(areia, brita etc.).� Localização e dimensionamento dasáreas de vivência (sanitários, vestiários,alojamento, local de refeições etc.).

Checklist – Canteiro seguro� Localização e dimensionamento dascentrais de: massa (betoneiras),minicentral de concreto (quando houver),armação e fôrma, serra circular, pré-montagem de instalações, soldageme corte a quente, entre outras.� Localização e dimensionamento dosequipamentos de transporte de materiaise pessoas (grua, elevador de transportede materiais, elevador de passageiros).�Tapumes ou barreiras para impedir oacesso de pessoas estranhas aos serviços.�Verificação das diversas interferênciascom a comunidade e vice-versa.

Fonte: Manual de Procedimentos para Implantação e Funcionamento de Canteiro de Obras, de Edison da Silva Rousselet.

�Análise cronológica da instalação do canteiro e das atividades de máquinas e equipamentos fixos, para determinar, com antecedência, sua disposição e construção.

Círculo virtuosopara a execução dos serviços de acordocom o PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção) da obra, com o assessoramento e apoio da equipe especializada.Mestres/encarregados – Sãodiretamente responsáveis pelaorientação e controle das MedidasPreventivas adotadas pelas equipessob sua supervisão, devendo participarde forma ativa para que os trabalhossejam desenvolvidos sem acidentes.Assessores de SESMT (ServiçosEspecializados em Engenharia de

Segurança e em Medicina doTrabalho) – São responsáveis pelaexecução direta do PCMAT estabelecidopara a obra, e pelo assessoramento eapoio à área de produção.Cipa – Tem a responsabilidade de divulgaras normas de segurança e saúde notrabalho e propor medidas preventivas.Empregados da obra e deempreiteiras – Têm o dever decolaborar na aplicação ecumprimento das normasregulamentadoras e das ordens deserviço sobre segurança e medicinado trabalho recebidas.

A segurança do trabalho é parte integrantedo processo de produção e deve estarentre os objetivos permanentes dasempresas. O bom resultado, contudo,depende do comprometimento de todosos agentes envolvidos.Gerente de contrato/supervisor deobras – Têm a responsabilidade final pelaexecução do contrato/obra dentro dospadrões mínimos de Segurança e Saúdeno Trabalho, estabelecidos pela legislaçãoem vigor.Engenheiros/gerentes – Sãoresponsáveis pelo planejamento edeterminação das Medidas Preventivas

Fonte: Sobes (Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança).

Calcanhar de AquilesEntre os procedimentos que envol-

vem o gerenciamento da segurança, aelaboração de planos de comunicaçãoe de emergência eficazes é um dos maisimportantes e críticos. Para agravar asituação, a terceirização, nos seus múl-tiplos aspectos,gerou ainda mais opor-tunidades de falhas e desencontros. "Àsvezes, projetistas, consultores, enge-nheiros e empreiteiros não têm conhe-cimento dos requisitos da obra comoum todo, gerando não-conformidadese sérias conseqüências nos aspectos deprevenção de acidentes", comenta JoséCarlos de Arruda Sampaio.

Dessa forma, segundo o consultor,tornou-se cada vez mais importanteque as empresas estabeleçam um co-mitê para planejar as ações de comu-nicação, participação e consulta àspartes interessadas. É esse comitê que,por exemplo, garante a implementa-ção de procedimentos quanto à comu-nicação interna e com contratados,bem como realiza consultas às partesexternas sobre assuntos de SSMA, porexemplo. "Um sólido plano de comu-nicação e consulta para abordar ques-tões relacionadas aos riscos e ao pro-cesso para gerenciá-los é fundamen-tal", reitera França, ressaltando que tal

comunicação não pode ser de viaúnica por parte de quem toma as deci-sões para as outras partes envolvidas,oque é muito comum.

O acidente na estação Pinheiros daLinha 4 do Metrô em São Paulo,no anopassado, mostrou que a simples exis-tência de um plano de emergência éuma medida inócua. "Um bom plano éaquele que atende aos requisitos daobra e que, principalmente, é exausti-vamente treinado e simulado, de ma-neira que quando, e se, existir umaocorrência de emergência, todos sai-bam o que fazer",conclui Pampalon.

Juliana Nakamura

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Futuro planejadoCursos, experiências internacionais, habilidade em lidar com pessoas.Veja as qualificações e habilidades que podem alavancar sua carreira

Não existe uma receita para tornarum engenheiro civil bem-sucedi-

do na carreira. Como mostram espe-cialistas e profissionais ouvidos pelaTéchne, o "sucesso" depende muito doautoconhecimento, das oportunida-des que surgem ao longo do tempo e,claro, das escolhas feitas pelo profis-sional. "É uma tarefa que não se pode

CAPA

delegar a outra pessoa ou à construto-ra em que se trabalha", afirma a con-sultora Irene Azevedo, que trabalhacom transição de carreiras na DBMBrasil, empresa especializada em ges-tão de capital humano, e dá aulas naBrazilian Business School. "Cabe aoprofissional escolher os caminhos queele quer trilhar."

Irene sugere àqueles que preten-dem "gerenciar" sua carreira começarinventariando suas próprias caracte-rísticas. O estudante ou engenheirocivil deve identificar as coisas que lhedão satisfação ou insatisfação e asfunções que condizem com seu estilopessoal. "Tente se visualizar no futu-ro, cerca de cinco anos à frente", reco-

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As carreiras antes em “I” retiravam dos canteiros de obra profissionais experientes para atender a demanda administrativa. Para o profissional, isso significava promoção e aumento de salário. Hoje, a área técnica é tão bem remunerada quanto a administrativa

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menda. Manter registros sobre a pró-pria trajetória profissional pode aju-dar nessa reflexão: quais foram oscargos ocupados, as funções exerci-das, o que motivou uma possíveltroca de área ou de emprego, quaisforam os momentos de frustração.Esse olhar sobre o próprio passadoauxilia na identificação de erros,acertos e pontos a melhorar. Comessa auto-análise, fica mais fácil defi-nir ambições e projetos.

Além disso, deve-se tomar cuida-do para que o plano de carreira nãofique enrijecido. Como orienta Irene,é importante ter um "plano B". "Nin-guém tem um único interesse", diz.Segundo ela, o profissional que quisermudar de área pode buscar uma reco-locação na própria empresa em quetrabalha. "A mobilidade é possível. Oprofissional contratado vem, numprimeiro momento, para a vaga à qualele concorreu. Mas esse é só o primei-ro passo", afirma Edna Simões, con-sultora de Recursos Humanos da Mé-todo Engenharia.

Graduação e pós-graduaçãoOs momentos mais propícios a

experimentações e mudanças são agraduação – em programas de estágioe trainee – e os primeiros anos deatuação na área. A professora MérciaMaria Bottura de Barros, da EscolaPolitécnica da Universidade de SãoPaulo, sugere que o recém-formadodedique-se a trabalhar durante algunsanos antes de partir para uma especia-lização ou um MBA, exceto se ele forum pesquisador nato e quiser se dedi-car à pesquisa fazendo um mestrado."De modo geral, os cursos de Enge-nharia Civil são extremamente am-

plos. O aluno sai com uma visão dotodo e não como um especialista", ex-plica. "Se o profissional acabou de sairda faculdade, o melhor é ele ingressarno mercado de trabalho, procurandoum posicionamento na área com aqual ele tem mais afinidade. Ao entrarem uma boa empresa, poderá obterno próprio trabalho o conhecimento

para seu desenvolvimento inicial. Porum bom tempo, ele terá muitos ga-nhos, pois vai absorvendo o conheci-mento consolidado na empresa. Masele não deverá ficar satisfeito com isso.Será necessário buscar sempre novosconhecimentos, pois esses são dinâ-micos, evoluem continuamente."

O engenheiro civil Fernando Câ-

Setor imobiliário aquecido gerou grande demanda por projetistas estruturais.Construtoras se queixam de ter que recorrer sempre aos mesmos especialistas,por falta de bons profissionais no segmento

Mestrado Profissional em Habitação do IPT: reconhecido pelo MEC, curso promovepesquisas aplicadas, capacita e atualiza tecnologicamente engenheiros com perfil técnico

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Fernando Câmara, 41, gerente deengenharia da Rossi Residencial,concluiu o curso de Engenharia Civil naEscola Politécnica da Universidade deSão Paulo em 1992. Sua primeiraexperiência profissional aconteceu naKallas Engenharia, onde começoucomo estagiário e passou a engenheirode obra. Em 1995, Câmara começou atrabalhar na Setin EmpreendimentosImobiliários, onde permaneceu por 13 anos. Entrou como engenheiroresidente, tornou-se coordenador e,por fim, gerente de engenharia. Suaida para a Rossi aconteceu emdezembro de 2007. Ele considera positiva a experiência deter passado por empresas menoresantes de chegar à Rossi. "Nas empresasmédias e pequenas, você acaba fazendoum pouco de tudo. O aprendizado podeser muito grande", diz. "Nas grandesorganizações, o trabalho é maissegmentado, e é preciso desenvolveralgumas competências diferentes. Vocêtrabalha em contato com várias outras

Tendências da área técnicaáreas, como marketing e vendas." Elenunca trabalhou com a área de negócios eincorporação, mas diz que considera essesegmento como uma possibilidade futuraem sua carreira. Câmara é especializado em Administraçãode Empresas pela Fundação GetúlioVargas e fez pós-graduação emGerenciamento de Empreendimentos naEscola Politécnica da USP. A rotina detrabalho de Fernando Câmara mescla otrabalho no escritório com visitas aoscanteiros de obras. Seus subordinadosdiretos são coordenadores de obras. Eledefine um bom profissional técnico comoalguém que gosta de trabalhar em equipee de produzir. O engenheiro acredita que o mercado daconstrução civil continuará crescendo e,nesse contexto, deve se acentuar asegmentação na área. Segundo Câmara,as empresas menores que não foremcompradas por outras tendem a seespecializar em algum nicho. "Comodentro de empresas maiores não épossível uma pessoa cuidar de tudo, a

Fernando Câmara gerente de engenharia daRossi Residencial

“Nas grandesorganizações, otrabalho é maissegmentado”

tendência é a divisão: um grupo que sededique aos empreendimentos de baixarenda, outro que enfoque certa tecnologiaconstrutiva. O profissional provavelmenteterá que escolher um segmento paracomeçar a se especializar."

mara, gerente de engenharia da RossiResidencial, diz que uma carreirasem cursos complementares é estag-nada. "Um profissional sem pós ouque não se atualiza será, provavel-

Construtora de Dubai, nos Emirados Árabes, procura profissionais brasileiros para atuarem 18 posições. Inglês fluente e conhecimentos em construção rápida são indispensáveis

mente, sempre preterido em relação aoutro, no caso de uma contratação oude uma promoção." Mércia destaca,como causa disso, a velocidade comque o conhecimento evolui hoje:

"Antigamente, o aluno podia termi-nar a graduação e trabalhar por dezou 15 anos sem que muita coisa mu-dasse ao longo desse tempo. Hoje, eletem duas opções: ou o seu trabalholhe oferece a oportunidade de se de-senvolver e se atualizar, ou ele precisavoltar à escola para conseguir acom-panhar essas alterações".

A pós-graduação stricto sensu(mestrado e doutorado) é voltadapara a formação de pesquisadores.Embora possa ser útil em alguns casos,a experiência no mercado não é umrequisito para ingressar nesses progra-mas. "O aluno de mestrado ou douto-rado é instigado a ir em busca do co-nhecimento consolidado e a dar umpasso à frente,contribuindo para o seudesenvolvimento", explica Mércia. Deum modo geral, as empresas brasilei-ras na área de Engenharia Civil aindanão valorizam mestres e doutorescomo fazem as empresas estrangeiras.Aqui,esses profissionais são aproveita-dos principalmente por instituições

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Alexandre Melão, 40, sócio-diretor daincorporadora Ecoesfera, graduou-seem Engenharia Civil em 1991, naUniversidade Mackenzie (São Paulo).Sua ida para a área de administração enegócios aconteceu depois de passarpela área técnica, em empresas comoa construtora Pinto de Almeida. Comessas experiências, o engenheiropercebeu que sua vocação era mesmopara os grandes negócios do mercadoimobiliário. "Eu sentia certa limitaçãono canteiro. Meu interesse era pelogrande negócio que estava por trásdaquilo, pela idéia de concepção doprojeto, de comercialização, decontato com os clientes", conta.Para ingressar na área administrativa, oengenheiro se preparou com doiscursos de pós-graduação: umaespecialização em Administração deEmpresas, também no Mackenzie,concluída em 2001, seguida por umMBA em Marketing, na ESPM (EscolaSuperior de Propaganda e Marketing).Em 2002, Melão começou a trabalhar na

Mudança de rumogerência comercial da AtlânticaResidencial, empresa que, na época,buscava se expandir na área deConstrução Civil. Melão percebeu que o aquecimentodo mercado imobiliário no País seriaapenas uma questão de tempo. Em2004, ele se uniu aos engenheiros LuizFernando Lucho do Valle e RobertReinbach para criar a Ecoesfera. Em2006, diz Melão, a incorporadora jápodia ser considerada uma empresaconsolidada no setor. Para oengenheiro, o profissional que desejaatuar na área de negócios deve estardisposto a ficar o tempo todo atentoàs variações do mercado e aberto amudanças, prestando atenção àdemanda e aos riscos.O engenheiro afirma que a preparaçãoacadêmica foi fundamental para amudança em sua trajetória profissional."A faculdade de Engenharia Civil meofereceu uma visão básica da área denegócios. Fazer cursoscomplementares foi decisivo", afirma

Alexandre Melão sócio-diretor da Ecoesfera

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“Fazer cursoscomplementares foi decisivo”

Melão, para quem os melhoresengenheiros da área administrativasão justamente os que buscaramformação complementar. No caso doMBA, conta, uma das experiênciasmais importantes foi o contato compessoas de outros segmentos, comobancos e telefonia.

Realizado em parceria pela FGV-SP e SindusCon-SP, MBA Executivo da Construção Civilaborda áreas de economia, administração e finanças necessárias para gerenciar umaempresa do segmento. Na foto, cerimônia de formatura realizada no último mês de junho

de ensino. Mas a professora enxergauma tendência de mudança, aindaque lenta. "Em algumas empresas, issocomeça a fazer diferença no momentoda contratação", diz. A indústria demateriais e componentes e as empre-sas construtoras que têm áreas de de-senvolvimento tecnológico são as quemais valorizam e contratam esses pro-fissionais.

RequisitosEmbora faça sentido pensar em

uma divisão entre carreiras técnicas ecarreiras executivas na EngenhariaCivil, existem algumas habilidades ge-renciais que são necessárias a todos osprofissionais da área. A principaldelas: trabalhar em equipe. "Para aobra, é preciso ter conhecimento téc-nico, mas também é necessário saberum pouco de administração. Ela écomo uma 'empresinha'. É precisogostar de pessoas e saber lidar comelas", diz Fernando Câmara. De acor-do com Mércia, essa habilidade de se

relacionar tem sido valorizada cadavez mais pelas empresas. Com isso,profissionais que têm dificuldade delidar com pessoas, ainda que com boacapacidade técnica, enfrentam proble-

mas para crescer no mercado de traba-lho. Nesse contexto, os trabalhos so-ciais voluntários podem ser "uma im-portante fonte de aprendizado", se-gundo a professora. "Eles permitem

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Os engenheiros da capa

Rodrigo Martins, 38 gerente de planejamento e controle da construtora Schahin

Cursos: Graduação em Engenharia Civilna Escola Politécnica da USP (conclusãoem 1993). Especialização emAdministração de Empresas (FundaçãoInstituto de Administração); MBAExecutivo da Construção Civil (FundaçãoGetúlio Vargas). Trajetória: Seu primeiro emprego foi naSchahin, onde passou pelas áreas deplanejamento, controle, orçamento,execução de obras e gestão de contratos.

Cursos: Colégio Técnico em Edificaçõespela Escola Técnica Federal de São Paulo;graduação em Engenharia Civil pelaUnicamp (Universidade Estadual deCampinas) e intercâmbio em EngenhariaIndustrial no Instituto Nacional deCiências Aplicadas de Lyon, na França.Trajetória: Depois de se formar Técnica emEdificações, cursou Engenharia Civil naUnicamp entre 2001 e 2006. Durante agraduação estudou Engenharia Industrial noInsa (Instituto Nacional de CiênciasAplicadas) de Lyon, na França. "Queriaconhecer ferramentas de gestão de umaindústria para aplicá-las na engenharia civil",

“Os processos detrainee são ótimos”

Em 2001, ingressou no grupo PINI. Passoupela Petrobras/Transpetro e teve umaexperiência no setor público, como diretorde obras e serviços na FDE-SP (Fundaçãopara o Desenvolvimento da Educação).Trabalhou no escritório de São Paulo daSanta Bárbara Engenharia. Retornou àSchahin em junho de 2008.Dicas: "Hoje, o mercado está bem diferentede 15 anos atrás. Naquela época, era muitodifícil. Hoje, vale aproveitar o boom do setor,procurar ficar na área de Engenharia Civil.Acho importante se atualizarconstantemente e não permanecer pormuito tempo em uma única função".

“Paro todo fim de anopara pensar na carreira”

Cursos: Graduação em Engenharia Civil noMackenzie (1980); cursos complementares.Trajetória: Graduado, trabalhou com oarquiteto Ricardo Julião (1980-1987),passou pela Omnia Engenharia (1987-1995), foi coordenador geral da obra doNovo Espaço Natura e do Novo Centro deDistribuição de Itapecerica (1996-2003).Entrou na Tecnisa em 2003.

Fabio Villas Bôas, 50diretor técnico da Tecnisa

“É fundamental saber onde procuraro conhecimento”

Dicas: "Recomendo estudar em umafaculdade de primeira linha e estagiar o maiscedo possível. No mercado atual, a pós-graduação pode ser um fator interessante,principalmente por permitir o contato comoutras pessoas. Mas é melhor ter algumaexperiência no mercado antes de partir parauma especialização ou um MBA. E hoje, maisdo que ter uma boa base técnica, éfundamental saber onde procurar oconhecimento. (...) É preciso saber serelacionar bem e ter flexibilidade para lidarcom problemas e estresse. Uma experiênciainternacional, como intercâmbio, podeajudar muito nesse aprendizado".

Paula Petroni, 27 engenheira coordenadora da Diretoriade Obras Rápidas da Gafisa

conta. Voltou ao Brasil e fez o programa deTrainee da Gafisa. Chamou atenção dediretores da empresa pela melhora dos índicesde gestão obtidos com sua chegada em umaobra. Foi convidada a participar de um projetode redução de ciclos de obra da Gafisa. Rodouo mundo para conhecer tecnologias e boaspráticas aplicadas em outros países. Hoje écoordenadora da Diretoria de Obras Rápidas,criada neste ano pela empresa. Dicas: "Durante a graduação, fazer estágiojá na área em que deseja seguir carreira. Os processos de trainee são ótimos porquedão ao estudante uma visão periférica dasáreas da Engenharia. Apostar no marketingpessoal e no desenvolvimento de uma redede contatos. Muita coisa é absorvida numa conversa rápida com um engenheiro experiente".

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olhar as necessidades do outro e, como auxílio do conhecimento do grupoenvolvido, ir em busca da solução. Issoé desenvolver trabalho em equipe."

Inglês e experiências internacio-nais também têm feito diferença nahora da contratação. "Hoje, na gra-duação, o pessoal que sai para inter-câmbio é muito valorizado", afirmaMércia. "Isso denota pró-atividade. Sósai para intercâmbio quem procura."

A língua inglesa tem sido funda-mental nas seleções de engenheirospara atuar em obras no exterior. Aconsultora Sheila Papautsky, da MRI-Network Brasil, está trabalhando naseleção de profissionais brasileirospara uma construtora em Dubai. Se-gundo ela, ter inglês fluente é um cri-tério decisivo na pré-seleção dos currí-culos enviados. Aos engenheiros inte-

Em abril de 2004, a Téchne acompanhou um dia do então engenheiro de obras da Matec, Jefferson Tagliapietra. De lá para cá, omercado da construção passou por algumas mudanças, mas uma mesma habilidade se mantém em alta: capacidade para gerirpessoas e delegar tarefas

ressados em buscar uma experiênciaprofissional no exterior, Sheila reco-menda a constante atualização sobreas tendências da construção. "Atual-mente, está pesando muito o critérioda velocidade na construção, com ouso de tecnologias como os pré-fabri-cados", diz. Outras recomendações:ter conhecimento de software de ges-tão de projetos, focar a experiência emempresas de renome e procurar vagasque sejam compatíveis com a linha deatuação do profissional.

Para quem já possui uma carreiraestabelecida no País, diz Irene Azeve-do, a opção de deixar o emprego parauma experiência provisória no exte-rior deve ser analisada com cuidado."É preciso avaliar o quanto isso agregavalor à carreira. A volta também deveser levada em consideração. Será que é

possível voltar para a mesma empresa,para o mesmo cargo?"

Salário e troca de empregoFernando Câmara, da Rossi, e Ale-

xandre Melão, sócio-diretor da incor-poradora Ecoesfera, confirmam queos salários de cargos executivos aindasão mais altos do que os da área técni-ca, embora isso esteja mudando. AMétodo Engenharia, por exemplo,tem buscado reduzir a diferença entreos salários das duas áreas, segundoEdna Simões. "Por um tempo, nossosprogramas de estágio e trainee acaba-ram focando a área gerencial." "Dessaforma, acabávamos perdendo poten-ciais técnicos. Estamos mudando essaprática", afirma a consultora. O enge-nheiro civil Fabio Villas Bôas, diretortécnico da Tecnisa, diz que, por um

O que levar em consideração ao se traçarum plano de carreira �Embora seja necessário estabelecerobjetivos profissionais, é importante que oplano seja flexível, adaptável a mudanças eajustes. A dica vale principalmente paraestudantes e profissionais em início decarreira, quando é mais difícil definir comclareza o que se quer.� Uma trajetória profissional não éconstituída apenas pelos cargosocupados ao longo do tempo.Experiências como trabalhostemporários, estudos complementares

e experiências internacionais tambémcontam muito para uma carreira bem-sucedida.�A satisfação no trabalho é umaspecto-chave. Ao traçar seu plano decarreira, o jovem estudante ouprofissional deve analisar com atençãoos aspectos que lhe trazem satisfaçãoou insatisfação. Não adianta insistir emalgo com o qual não se tem afinidade,esperando se adaptar no futuro.� Um plano de carreira não é algo a sertraçado de forma isolada. Ele deve levarem conta outros aspectos e dimensões da

vida, como família, tempo para lazer einteresses acadêmicos.� Conversar com amigos, familiares ecolegas de profissão ajuda o profissional ater uma idéia mais clara da própriaimagem e do próprio estilo, de seus pontosfortes e fracos. Colegas mais experientespodem ser ótimos conselheiros.�De tempos em tempos, vale olhar parao passado, examinar o que se fez eanalisar os momentos de crise ousatisfação. Isso ajuda a perceber o quedeu certo (e pode ser repetido) e o quedeu errado (e deve ser evitado).

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bom tempo, "a área técnica foi o 'pati-nho feio' da Engenharia Civil". Hoje,segundo ele, não é mais assim: o enge-nheiro civil da área técnica está sendomuito procurado e pode ganhar salá-rios altos.

Segundo pesquisa feita em maiode 2008 pela Mercer, empresa de con-sultoria em recursos humanos, umengenheiro júnior recebe no Brasil,em média, R$ 4.596,00 mensais; umengenheiro pleno, R$ 5.979,00; um

Perfil profissionalAs perguntas abaixo têm o objetivo deauxiliá-lo na identificação das áreasmais adequadas ao seu perfil no campoda Engenharia Civil. As questões foramelaboradas com base nas principaisfunções exercidas pelos engenheiroscivis no mercado de trabalho.

1. Sua construtora faz uma primeirareunião para conceber um novoempreendimento comercial naregião central de uma metrópole.Que função você gostaria dedesempenhar?a) Estudar a viabilidade econômico-financeira e elaborar o orçamento do produto.b) Estudar os meios de financiamentopossíveis para a viabilização do empreendimento.c) Estudar as diversas tecnologiasdisponíveis no mercado para a execuçãodo empreendimento e definir o sistemaconstrutivo mais adequado para a situação.d) Dar forma à nova edificação, ajudandoa elaborar o projeto básico do edifício e acompatibilizar os diversos desenhos da construção.

2. A obra já está em andamento.Nessa etapa, com que atividadesvocê tem mais afinidade?a) Negociar com fornecedores preços deserviços e materiais de construção.b) Desenvolver ações de divulgação evendas do produto.c) Acompanhar a execução doorçamento e do cronograma da obra e

traçar estratégias de ação caso ela saiada rota planejada.d) Verificar “in loco” a execução de umsistema construtivo, checando aobediência às recomendações do projetoe às normas técnicas.

3. Num curso de pós-graduação,que disciplinas mais o atraem?a) Administração econômico-financeira,matemática financeira, governança,análise macroeconômica.b) Estratégias de relacionamento comclientes, e-business, gestão dacapacidade e da demanda, planejamentode abastecimento, distribuição e entrega.c) Gestão da mão-de-obra na produção,canteiros de obras de edifícios, gestão daqualidade e certificação de sistemas,planejamento operacional e custo.d) Tecnologia de materiais edurabilidade, projetos assistidos porcomputador: cálculo e detalhamento,estabilidade global e análise de peças esbeltas.

4. Para você, o que representa umempreendimento sustentável?a) Um desafio de buscar no mercadofornecedores que ofereçam produtosdiferenciados, eficientes e amigáveis aomeio ambiente.b) Uma oportunidade de agregar valor aoproduto imobiliário e à imagem da construtora.c) Uma oportunidade de desenvolverprocessos que reduzam o desperdício e oconsumo de materiais e recursos no canteiro.

d) Um desafio intelectual paraconceber um edifício racional eeficiente para o usuário final.

5. Seu diretor sugere o uso deuma tecnologia importada paraa vedação de um edifíciocomercial de alto padrão. Queperguntas mais se adequam aoseu perfil?a) Como devo me programar parafazer a encomenda do produto? Que procedimentos devo tomar para garantir seu fornecimento no canteiro?b) Qual o melhor momento paraefetuar a compra? Ele atende àsexigências das legislaçõesbrasileiras? O que fazer seprecisarmos de assistência técnica no futuro?c) Que tipo de treinamento as equipesde produção devem receber? Comogarantir a qualidade da execução?d) Qual o desempenho do material quanto à durabilidade,resistência física e química,isolamento termoacústico?

Resultado:Maioria de respostas a: área deplanejamento e orçamento.Maioria de respostas b: área deadministração, negócios eincorporação.Maioria de respostas c: área deexecução e gerenciamento de obras.Maioria de respostas d: área deconcepção e elaboração de projetos.

engenheiro sênior, R$ 7.634,00. A re-muneração dos engenheiros tem cres-cido mais do que a de profissionais deoutras áreas, informa a consultora daárea de Capital Humano Ana PaulaHenriques, da Mercer. Isso se deve àmaior busca por profissionais espe-cializados, que passam a ser disputa-dos pelas organizações. Hoje, diz AnaPaula, é muito comum um engenhei-ro civil permanecer apenas um oudois anos em uma empresa.

Para a consultora Irene Azevedo,a troca de emprego vale a pena quan-do as possibilidades de aprendiza-gem e de carreira se esgotam na em-presa. Aos mais jovens na profissão,Fernando Câmara recomenda pa-ciência: nada de achar que se apren-deu tudo em dois ou três meses. "Aí,você não pára em lugar nenhum ecorre o risco de estragar sua carrei-ra", alerta o engenheiro.

Flávia Siqueira

Colaborou: Edna Simões, da Método Engenharia

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ELEVADORES – PINI 60 ANOS

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Os sistemas de elevadores estão en-colhendo e ficando mais inteli-

gentes.Se há três décadas esses equipa-mentos só funcionavam com enormespainéis de controle, motores, engrena-gens e geradores – que eram abrigadosem ambientes exclusivos nos edifíciosresidenciais e comerciais –, hoje todosesses componentes já podem ser en-contrados em dimensões bem meno-res, instalados no poço ou acopladosao próprio elevador.

O desenvolvimento tecnológiconesse segmento acompanhou o da

Subida rápidaUso de microchips para comandar elevadores foi um dos principais saltostecnológicos no segmento

Evolução em imagens

Quadro de comandos controlava osmovimentos do elevadoreletromecanicamente, por meio dediversos relés

Em vez de relés, microchips passaram acontrolar os movimentos de subida,descida, aceleração, desaceleração, abrir efechar de portas, etc. Substituição reduziuo índice de falhas, já que se eliminoudesgastes mecânicos dos dispositivos

Motores mais compactos, com polias demenor diâmetro, permitiram eliminar anecessidade de casas de máquinas.Fabricantes afirmam que altura pode ser"aproveitada" para construção de maisum pavimento

informática. O principal salto sedeu em meados da década de 1980,com o advento do controle lógicodo sistema feito por microchips. Aspequenas placas eletrônicas verdespassaram a substituir os espaçososquadros de comando compostospor vários relés – um por pavimen-to, além de peças exclusivas para asações de abrir e fechar portas, ace-leração e desaceleração – que con-trolavam eletromecanicamente asviagens. "Com a mudança, o consu-mo de energia elétrica e o índice de

falhas reduziram-se drasticamen-te", afirma Fabio Mezzarano, dire-tor de novas instalações e moderni-zações da Atlas Schindler.

Os níveis de conforto, porém, sómelhoraram alguns anos depois.Até o início da década de 1990, amaior parte dos elevadores utilizavamotores de duas velocidades – aoreceber a ordem de partida, os car-ros saíam em velocidade reduzida,mudavam para a velocidade de cru-zeiro e, ao se aproximar do andar dedestino, reduziam mais uma vez a

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Cadastro de impressões digitaisrestringe acesso de usuário apenas aandares previamente autorizados.Produto foca mercado de prédiosresidenciais de alto padrão

Voltado para o segmento de edifícioscorporativos com alto tráfego depassageiros, sistema de Antecipaçãode Chamadas otimizaaproveitamento dos elevadores,agrupando usuários que se dirigem aandares próximos

Comandos e máquinas modernizadosocupam espaço menor na sala de máquinas

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velocidade. A parada era feita comauxílio dos freios. Cada mudançade velocidade era sentida como um"tranco" pelos usuários. A situaçãomudou com a introdução dos dri-ves VVVF (Variador de Voltagem eVariador de Freqüência) nos circui-tos de comando. Controlando avoltagem e a corrente elétrica quealimenta o motor, essa peça é capazde fazê-lo obedecer a uma curva develocidades programada por com-putador. Na prática, o drive tornoumais suave a aceleração e a desace-leração dos elevadores e mais preci-so o seu nivelamento com o piso dopavimento. Melhor para os freios,que também passaram a sofrermenos desgastes.

De acordo com Daniel Luz, daElevadores Otis, foi nessa décadaque surgiram os drives regenerati-

vos de energia elétrica para os eleva-dores de maior velocidade (acimade 2,5 m/s). A lógica é a seguinte: ascabines estão presas por cabos deaço a um motor e a um contrapeso(cuja massa equivale a cerca de 50%daquela de um elevador cheio).Quando ela desce lotada ou sobevazia, o motor praticamente nãoprecisa funcionar. O movimentoocorre naturalmente, dada a forçaresultante dos pesos da cabine e docontrapeso. Os drives regenerativosaproveitam esse movimento naturale mecânico para produzir uma pe-quena quantidade de energia elétri-ca, que pode ser reaproveitada naprópria edificação. Hoje, elevadoresde menor porte com essa tecnologiajá estão disponíveis no mercado.

Mais tarde, por volta do ano de2001, chegaram ao mercado os pri-

meiros elevadores sem casa de má-quinas. O desenvolvimento tecnoló-gico permitiu desenvolver motoresmais compactos, com polias demenor diâmetro. Com isso, a máqui-na pôde ser instalada no próprio pas-sadiço, num espaço mais confinado.Atualmente, alguns elevadores sãosuspensos por cintas de aço revesti-das em poliuretano. Com a mesmacapacidade de carga dos tradicionaiscabos de aço, as cintas são, segundo afabricante, mais flexíveis e dispensamo uso de óleos lubrificantes.

As administrações de algunscentros urbanos limitam a altura deconstrução de novos edifícios emcertas áreas da cidade. Geralmente,considera-se como cota máxima dastorres a cobertura da sala de máqui-nas. Os fabricantes argumentamque, utilizando elevadores com um

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motor mais compacto e quadro decomandos acoplado à cabine, é pos-sível eliminar esse anexo no projetoarquitetônico. Assim, os construto-res "ganham" a altura de um pavi-mento para a construção de aparta-mentos ou espaços de escritórios,metros quadrados mais rentáveis.

As tecnologias mais recentesestão relacionadas com a otimiza-ção das viagens e com a tentativa deaumentar a segurança dos condo-mínios. Quanto à otimização dotráfego, começam a se disseminarem edifícios corporativos com vá-rios elevadores os antecipadores dechamadas. Oferecidos por todos osfabricantes, são sistemas que agru-pam, numa mesma cabine, os pas-sageiros que estão se dirigindo a an-dares próximos entre si. O usuáriodigita o número do andar de desti-no em painéis localizados fora dascabines, que lhes mostram imedia-tamente que elevador tomar. "Emcomparação com o sistema tradi-cional, a antecipação de chamada

proporciona entre 20% e 30% deeconomia no consumo de energiaelétrica", afirma o diretor comercialda ThyssenKrupp Elevadores, PauloHenrique Estefan.

Os fabricantes apostam tambémem dispositivos de segurança querestringem as viagens dos passageirosa andares previamente autorizados. Enão apenas em edifícios comerciais,mas já em diversas torres residenciaisde alto padrão. A liberação do acessopode ser feita por senha, por cartãomagnético ou por biometria (leituradas impressões digitais).

Se o condomínio desejar, pode-rá instalar o sistema de monitora-mento e diagnóstico remoto doselevadores. Nesse serviço, os equi-pamentos ficam conectados 24horas por dia, via internet, à cen-tral de monitoramento do fabri-cante. Qualquer anomalia é ime-diatamente detectada e, se necessá-rio, uma equipe de manutenção éenviada ao local para averiguação.

Renato Faria

Cabines sem botoeiras: chamada éprogramada no hall do edifício e sistemaorienta qual elevador o usuário deve tomar

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INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

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Os redutores de pressão são utili-zados para limitar e regular a en-

trada de água nos vários pavimentosdo edifício, a fim de que cada aparta-mento receba a água com a pressãoadequada, normalmente 3 bar. Cadabar de pressão (14.5 PSI) equivale acerca de 1 kgf/cm2 (14.2 Ib/in2) ou 10mca (metros de coluna d'água). Osredutores devem ser usados em altu-ras acima de 30 m de coluna d'água.Para medir a pressão, utiliza-se ummanômetro acoplado ao redutor.Além de diminuir a pressão, os redu-tores otimizam o consumo de água eevitam o desgaste prematuro deequipamentos hidráulicos, tais comotubulações, torneiras e registros.

Em geral, os redutores funcio-nam com um pistão interno e comdupla câmara de compensação.Muitos deles possuem conectorespara acoplamento em tubos elimi-nando uniões de montagem. O cor-po pode ser de latão, bronze ou ou-tro material resistente, e a mola deveser de preferência de aço inoxidável,com vedações em borracha atóxica.O ideal é que tenha ponto para co-nectar manômetro com rosca. Sãooferecidos com diversas regulagensde pressão 0,5 bar a 6 bar, suportamtemperatura máxima da água de80ºC, com pressão máxima de entra-da de até 25 bar.

Recomenda-se inserir um filtroY antes da entrada da válvula redu-tora de pressão, para evitar entradade impurezas. Os manômetrosdevem ter escala compatível com as

Pressão reduzidaPara o bom funcionamento dos equipamentos hidráulicos e evitar quebras, deve-se reduzir a pressão da água na entrada do edifício

pressões da instalação. Nesse exem-plo, a pressão de entrada da válvuladeve variar entre 2 bar e 7 bar (rededa fornecedora local de água).Assim, utilizou-se um manômetrocom escala de 0 bar a 4 bar. Se a es-cala for maior, por exemplo, de 0bar a 14 bar, pode haver imprecisãona leitura. A pressão de saída daválvula redutora, a que de fato che-gará à torneira ou chuveiro doapartamento, deve ser de no máxi-mo 3 bar, suficiente para confortono fornecimento de água em uni-dades residenciais e para ser com-patível com a pressão admitida emaquecedores de passagem e veda-ções de torneiras.

Antes de iniciar a instalação é ne-cessário desligar o registro geral daágua e abrir a pressão da válvula do re-dutor, deixando a mola totalmentesolta. Nesse exemplo está sendo usadoum redutor de pressão de ½" (com fil-tro embutido) e tubulação de polieti-leno reticulado com alma de alumí-nio. Em geral, os edifícios possuemuma estação central de redutores depressão, com dois equipamentos degrande porte instalados (de 2" a 3").Aqui, o redutor, de menor porte, é in-dicado para prédios que adotam amedição individualizada de água,com instalação em cada medidor.

Heloísa Medeiros

Apoio técnico: Emmeti

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Passo-a-passo da instalaçãoInstale a conexão de prensar com

rosca, que servirá para o acoplamento do redutor

Utilize um alicate de prensar, para fazera vedação deixando a junção estanque

Coloque fita veda-rosca no registro deabertura da água e rosqueie

No redutor, use também a fita veda-rosca antes de rosqueá-lo no registro

Verifique se a seta indicadora nalateral do redutor aponta para fora, no sentido da saída da água antes de rosqueá-lo

Acople depois o medidor de águarosqueando-o

Retire o tampão de plástico ABS eacople o manômetro para medir apressão da água

Acerte a pressão da entrada de águafechando a válvula até chegar a 3 bar

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Envie artigo para: [email protected] texto não deve ultrapassar o limitede 15 mil caracteres (com espaço).Fotos devem ser encaminhadasseparadamente em JPG.ARTIGO

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Racionalização dotransporte de materiaisem edificações

materiais, a boa integração dos elemen-tos que compõem a cadeia produtiva nocanteiro de obra, a minimização dasdistâncias e o uso adequado dos espaçoscomo alguns dos princípios básicos doarranjo do canteiro de obras.ConformeGehbauer (2004), na construção civilfreqüentemente é evidenciada a opi-nião de que cada obra é diferente e,por-tanto,não é acessível a métodos formaisde racionalização, prevalecendo ainda aimprovisação. No entanto, segundo omesmo autor, não é considerado que oprocesso de construção também écomposto de muitos processos parciaisrepetitivos e cíclicos, sendo assim aces-síveis a métodos de racionalização,mesmo sendo cada obra diferente umada outra.

Transporte de materiaisO transporte de materiais é uma ati-

vidade que, embora não agregue valorna construção civil, corresponde a, se-gundo Gehbauer (2004), aproximada-mente 80% das atividades de constru-ção. O primeiro passo para o entendi-mento e estudo de um sistema de trans-portes é a percepção de que se pode sub-dividi-lo em "ciclos" que, embora inte-rajam entre si, podem ser avaliados in-dividualmente (Souza e Franco, 1997).Quanto mais contínuo for um sistemade transportes, tanto maior a sua pro-dutividade. Entretanto, o tamanho e aforma do que será transportado in-fluem na escolha do sistema – Limmer

Fritz GehbauerEngenheiro civil, Universidade de

Karlsruhe/Universidade Federal doParaná. Departamento de Construção

Civil: Centro Politécnico.e-mail: [email protected]

Alexandre GutierrezEngenheiro civil, Universidade

Federal do Paranáe-mail: [email protected]

Cláudio AguiarEngenheiro civil, Universidade

Federal do Paranáe-mail: [email protected]

Fabíola AzumaEngenheira civil, Universidade

Federal do Paranáe-mail: [email protected]

Michelle BeberArquiteta, Universidade Federal do Paraná

e-mail: [email protected]

Nadine BerteleEngenheira civil, Universidade de Karlsruhe

e-mail: [email protected]

dos processos da empresa e R3 a racio-nalização de toda a cadeia produtiva. Opresente estudo teve como foco a R1,ouseja, a racionalização no canteiro deobra. Limmer (1997) apresenta a buscapela melhor disposição possível dos

Diferentes estratégias vêm sendo im-plementadas na busca de maior efi-

ciência na atividade de produção de em-preendimentos. Dentre essas estratégiaspodemos citar a racionalização, que évista como um elemento de vital impor-tância em todos os processos da constru-ção civil (Franco, 1996). Os resultadosque a racionalização pode trazer emuma obra são vários,e podem contribuirde maneira direta e indireta em todos osprocessos ao longo do ciclo de vida deuma obra. Nesse contexto, define-se ra-cionalização como o estudo desse siste-ma de produção formado com base narealidade e tendo como meta a definiçãode melhorias (Gehbauer, 2004). Con-forme Gehbauer os próprios processosde planejamento, administração, execu-ção do trabalho e manutenção de edifi-cações escondem algumas oportunida-des de racionalização. Ao planejar a exe-cução de uma obra deve-se optar por al-gumas possibilidades quanto à realiza-ção de um serviço: uso de diferentesequipamentos, materiais ou técnicas(Souza e Franco, 1997).

RacionalizaçãoA racionalização é um processo con-

tínuo de otimização dos recursos e pro-cessos disponíveis para a execução deum empreendimento,seja ele a execuçãode uma parede ou de um edifício. Geh-bauer (2004) divide a racionalização emR1, R2 e R3, sendo R1 a racionalizaçãono canteiro de obra, R2 a racionalização

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(1997).Conforme Barros (1998),o estu-do dos sistemas de transporte pode aju-dar na sua otimização, no desenvolvi-mento de novas soluções ou,finalmente,na quantificação de vantagens associa-das à adoção de um novo equipamentofrente a uma solução tradicional.

Método de pesquisaApresentação da obra estudada: o

cenário de estudo de caso em uma cons-trução de edificação multifamiliar, loca-lizada na cidade de Curitiba. O edifícioanalisado prevê 11 apartamentos, dis-tribuídos em garagem, térreo, aparta-mento-tipo, apartamento dúplex e co-bertura. O apartamento-tipo possuium total de 178 m2 de área.A edificaçãoestava em processo de construção,sendo a estrutura dos pilares e vigas emconcreto armado moldado “in loco”, aslajes em concreto armado protendidomoldadas “in loco”, a vedação externaem alvenaria de blocos de concreto não-estrutural e as divisórias internas utili-zando drywall. Quanto à organizaçãodo canteiro de obras, o escritório e o al-moxarifado estavam localizados nosubsolo, assim como o depósito de ma-teriais, à exceção dos blocos de concretoe da ferragem que se encontravam noprimeiro piso. Estava sendo utilizado

concreto usinado em central de dosa-gem terceirizada e bombeado na horade seu uso na obra.

Estrutura da pesquisa: observandoo cenário da pesquisa, o estudo de casofoi escolhido como método de pesqui-sa. Assim, foram utilizadas as seguintesestratégias: observar; medir; registrar;pensar; e corrigir focados em R1. Ini-cialmente foi realizada uma entrevistanão-estruturada, seguida de consultaaos documentos da obra (projeto daobra). Na seqüência foram realizadasobservações diretas no local com a veri-ficação dos fluxos e medições de distân-cias e tempos gastos.Ao mesmo tempoforam fotografadas as operações reali-zadas e o local de trabalho.A partir des-sas informações foi gerada a propostade racionalização.

Análise do estudo de casoAnálise da situação atual – Trans-

porte de argamassa: o primeiro cicloobservado foi o transporte de arga-massa ensacada. Para transportar a ar-gamassa até o local de utilização sãopercorridos no total 42,00 m, assimsubdivididos: 8,80 m a distância per-corrida no primeiro andar (lugar deestocagem da argamassa até o eleva-dor),24,50 m a distância percorrida no

segundo andar (do elevador ao local deaplicação da argamassa) e 8,70 m é opercurso vertical realizado pelo eleva-dor de obras. As distâncias horizontaispodem ser observadas nas figuras 1 e 2.Para cada ciclo, são transportados dezsacos de argamassa, exigindo o esforçode três homens.

Na tabela 1 é possível observar o es-forço em homens-metro e máquina-metro em cada fase do transporte daargamassa e o respectivo tempo gastoem segundos.As unidades selecionadaspara esse ciclo, em segundos, foram:homens-metro e máquina-metro.

Considerando dados do Sindus-con-PR (2006), foi elaborada a estima-tiva de custos da mão-de-obra necessá-ria para um ciclo do transporte de arga-massa. Portanto, considerando o custodo Sinduscon-PR homem-hora paraoperário de R$ 6,56 (faixa salarial de R$2,36/h acrescido de 178,05% de encar-gos), chega-se a um valor de R$ 1,38 decusto total de mão-de-obra, referente aum ciclo para o transporte de argamas-sa (0,07 h x 3 homens x R$ 6,56/hora).

Análise da situação atual – Trans-porte de blocos de concreto: o segundociclo observado foi o transporte de blo-cos de concreto. Os blocos de concretochegam à obra em paletes, contendo180 unidades cada.No entanto,como oelevador de obras não suporta o pesode um palete completo, optou-se emtransportar os blocos, por partes, emgiricas contendo 50 unidades por vez.Nessa atividade,um operário transpor-ta o palete até próximo ao elevador,pois já existem paredes que impedemaproximação direta. Enquanto issodois outros operários carregam duasgiricas com 50 blocos de concreto cadae fazem o transporte até o local de apli-cação. Nas figuras 3 e 4 observa-se opercurso realizado para o transporte dopalete do estoque até o elevador e doelevador até o local de aplicação. Otransporte vertical por meio do eleva-dor tem percurso de 8,70 m. As unida-des selecionadas para esse ciclo, em se-gundos, foram: homens-metro emáquina-metro. O trajeto é pratica-mente o mesmo que foi realizado paratransportar a argamassa, no entanto, éum pouco mais longo porque os blocos

Tabela 1 – DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE DE ARGAMASSAAtividade Metros de Homens-metro/ Segundos

transporte Máquina-metroTransporte de argamassa 8,80 m 1 x 8,80 x 10 = 88,00 hm 80até o elevadorSubida do elevador 8,70 m 1 x 8,70 x 10 = 87,00 mm 60Transporte da argamassa 24,50 m 1 x 24,50 x 10 = 245,0 hm 120até o local de usoTotal transporte 42,00 m 1 x 42,00 x 10 = 420,0 hm 260Fonte: elaborado pelos autores.

Figuras 1 e 2 – Transporte de argamassa (antes e depois)

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estão estocados na laje do primeiro pisode forma desordenada, além de existiruma área já com paredes nesse piso,sendo necessário fazer um desvio paracontornar esse local, conforme se ob-serva nas figuras 3 e 4.

Na tabela 2 observam-se as distân-cias percorridas em cada etapa dotransporte e o respectivo esforço hu-mano em homens-metro e o tempogasto em segundos.Durante a observa-ção e registro dos tempos gastos, verifi-cou-se um excesso de tempo de espera.Enquanto os dois operários faziam o

carregamento de blocos na girica,transportavam e descarregavam os blo-cos até o local de uso, o operário quetransportava o palete até o elevadorpermanecia esperando até que se esva-ziasse completamente o palete e ele pu-desse buscar outro.Esse tempo de espe-ra representou 95% do tempo total daatividade e indica uma grande oportu-nidade de racionalização.

Considerando o mesmo custo dooperário por hora, conforme o Sindus-con-PR (2006), de R$ 6,56/h, foi elabo-rada uma estimativa para o custo de

mão-de-obra de um ciclo para trans-porte de blocos de concreto com utiliza-ção de giricas, com capacidade de cargade 50 unidades de blocos, até concluir oesvaziamento de um palete de 180 uni-dades. Dessa maneira, o custo estimadofoi de R$ 5,69 (0,289 h x 3 x 6,56).

PropostaSituação racionalizada – Transporte

de argamassa:a proposta de racionaliza-ção baseou-se no que poderia ser ime-diatamente implementado na obra.Embora existam vários fatores quepodem ser racionalizados, para esse es-tudo foi escolhido somente o fatortransporte, para aplicação do métodode racionalização. Para o transporte deargamassa, sugere-se a retirada de umamesa e alguns outros materiais que esta-vam obstruindo a passagem. Dessa ma-neira, consegue-se uma redução da dis-tância percorrida e de esforço humano.A figura 5 apresenta esquematicamenteessa alteração.

A tabela 3 expõe os ganhos, evi-denciando as melhorias em relaçãoao tempo.

A redução da distância reflete noscustos da mão-de-obra. Usando omesmo modelo de cálculo anterior, so-mente alterando a distância conformeproposta de racionalização que alterou otempo de ciclo para 0,06 h. Assim, onovo custo ficou (0,06 h x 3 homens x6,56/hora) R$ 1,18. Em relação ao custoanterior obteve-se um ganho de 14,49%.

Situação racionalizada – Transportede blocos de concreto: de forma similarà argamassa,para essa atividade foi utili-zado o método de racionalização so-mente para o fator transporte.Para a ra-cionalização do transporte dos blocosde concreto, sugere-se também reduçãode distância, conseguida com a desobs-trução da passagem,além da retirada dooperário ocioso.Outra medida de racio-nalização adotada seria a desobstruçãodo caminho com a desconexão do tubousado para bombeamento do concretoe o deslocamento das cordoalhas. Dessamaneira, o operário não precisaria con-tornar pelos fundos da construção, masfazia um percurso direto até o elevador.A figura 6 apresenta esquematicamenteessa alteração.

Tabela 2 – DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE DE BLOCOS DE CONCRETOAtividade Metros de Homens-metro/ Segundos

transporte Máquina-metroTransporte dos blocos 32,63 m 1 x 32,63 x 1 = 32,63 hm 60de concreto com paleteCarregar carrinho (50 blocos) – – 440Transporte de carrinho com 1,60 m 3 x 1 x 1,60 x 2 = 9,60 hm 30blocos até o elevadorSubida do elevador 5,70 m 3 x 1 x 5,70 x 2 = 34,20 mm 150Transporte de carrinho com 24,50 m 3 x 1 x 24,50 x 2 = 147,00 hm 60blocos até local de usoDescarregar blocos – – 270até local de usoTotal transporte 64,43 m 223,43 hm 1.010 sFonte: autores.

Tabela 3 – DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE RACIONALIZADO DA ARGAMASSAAtividade Metros de Homens-metro/ Segundos

transporte Máquina-metroTransporte de argamassa 8,80 m 1 x 8,80 x 10 = 88,00 hm 80até o elevadorSubida do elevador 8,70 m 1 x 8,70 x 10 = 87,00 mm 60Transporte da argamassa 19,00 m 1 x 19,00 x 10 = 190,00 hm 90até o local de usoTotal transporte 36,50 m 365,00 hm 230 sFonte: autores.

Figuras 3 e 4 – Transporte do material (antes e depois)

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A tabela 4 demonstra os ganhosdessas alterações em relação à reduçãoda distância, esforço humano e tempo.

Seguindo essas alterações, otempo de ciclo foi reduzido para0,275 h, sendo necessários dois operá-rios em vez de três operários. Assim, onovo custo de mão-de-obra ficou(0,275 x 2 homens x 6,56) R$ 3,61. Emrelação ao custo anterior obteve-seum ganho de 36,56%. Em relação aostubos de concreto que estavam obs-truindo a passagem, foi proposta suadesmontagem e montagem apenasnos dias programados para concreta-gem. Quanto às cordoalhas que tam-bém estavam obstruindo a passagem,foi proposto o seu deslocamento, demodo a permitir a passagem dos ope-rários pela frente da obra.

ConclusãoPara ambos os casos os ganhos rela-

tivos são significantes; transporte desacos de argamassa pronta 14,49% etransporte de blocos de concreto36,56%.Por outro lado o ganho absolu-

to depende das quantidades que serãoutilizadas na obra.No caso da argamas-sa não existe um serviço de apropriaçãona obra de modo que aponte a quanti-dade de argamassa usada por serviço.Dessa forma não foi possível apurar ovalor absoluto desse ciclo. Em relaçãoaos blocos de concreto, como somentese usará esse produto para as paredesexternas, se tornou mais fácil identificara quantidade utilizada para esse serviço,que é relativamente pequena, em tornode 36 mil unidades ou 200 paletes.Coma quantidade reduzida de blocos,apesarde um ganho relativo muito alto, oganho absoluto será de (5,69-3,61) 200= R$ 416,00. O valor absoluto é baixo,em função da pequena quantidade deblocos a ser usada, no entanto o que sequis demonstrar é que sempre existeoportunidade de se eliminar perdas. Oefeito resultante de uma distância alémda ideal é bastante significativo, pois ocusto é oriundo do produto entre a dis-tância morta e o custo unitário da mão-de-obra. A dimensão da perda é em"homem-hora vezes distância". Essas

grandezas são diretamente proporcio-nais,portanto considerando que o valorda grandeza homem-hora é fixa o obje-tivo é pesquisar para que o incrementoda distância tenda para zero. Adequan-do-se o posicionamento dos estoquesdos materiais e retirando-se obstáculos,de modo a reduzir a distância entre essese sua aplicação, isso num processo dinâ-mico ao longo de todo desenrolar daexecução da obra. Verificam-se possibi-lidades de redução de custo referente aoproduto: "homem-hora vezes distân-cia". Diante do demonstrado sugere-seque cada atividade de uma obra sejabastante analisada e estudada de formatemporal na busca de encontrar a dis-tância ótima para cada caso.

Tabela 4 – DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE RACIONALIZADO DOSBLOCOS DE CONCRETOAtividade Metros de Homens-metro/ Segundos

transporte Máquina-metroTransporte dos blocos 19,50 m 1 x 19,50 x 1 = 19,50 hm 40de concreto com paleteCarregar carrinho (50 blocos) – – 440Transporte de carrinho com 1,60 m 3 x 1 x 1,60 x 2 = 9,60 hm 30blocos até o elevadorSubida do elevador 5,70 m 3 x 1 x 5,70 x 2 = 34,20 mm 150Transporte de carrinho com 19,00 m 3 x 1 x 19,00 x 2 = 114,00 hm 60blocos até local de usoDescarregar blocos – – 270até local de usoTotal transporte 45,80 m 177,30 hm 990 sFonte: autores.

LEIA MAIS

O Processo de Produção dasAlvenarias Racionalizadas. MérciaMaria Bottura de Barros. Brasil, SãoPaulo, SP. 1998. p. 21-48. In: SeminárioTecnologia e Gestão na Produção deEdifícios: Vedações Verticais, 1998, SãoPaulo. Artigo técnico.Racionalização Construtiva,Inovação Tecnológica e Pesquisas.Escola Politécnica da USP. Luiz SérgioFranco. Departamento de Engenhariade Construção Civil, 1996.Racionalização na Construção Civil– Como Melhorar Processos deProdução e de Gestão. P. F. Gehbauer.Projeto Competir, Recife 2004.Planejamento, Orçamento eControle de Projetos e Obras. C.V.Limmer. C.V. Limmer. Rio de Janeiro:LTC. 1997.Sinduscon-PR (Sindicado daIndústria da Construção Civil).Disponível: www.sinduscon-pr.com.br/. Acesso 11/11/2006.Subsídios para a opção entre:elevador ou grua, andaimefachadeiro ou balancim, argamassaindustrializada ou produzida emobra. Boletim Técnico da EscolaPolitécnica da USP, Departamento deEngenharia de Construção Civil. UbiraciEspinelli Lemes de Souza; Luiz SérgioFranco. São Paulo. 1997.

Figura 5 – Racionalização no transporteda argamassa

Figura 6 – Racionalização no transportede blocos de concreto

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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ACABAMENTOS

PISOSOs produtos da linha Monolith,da NS Brazil, são sistemas deRAD (Revestimento de AltoDesempenho), desenvolvidos de acordo com a norma NBR14.050. Totalmente monolíticos,sem emendas ou juntas,conferem aos pisos e superfíciesproteção, longa durabilidade e performance, segundo o fabricante.NS Brazil(11) 4066-8040www.nsbrazil.com.br

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COBERTURA,IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

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MEMBRANA PROTETORAEm função da elevada resistênciaa solicitações mecânicas, oIsostud, da TC Shingle, está aptopara uso no isolamento deestruturas de concreto emcontato com o solo. O produtoconstitui uma barreira eficaz,segundo o fabricante, e protetorada membranaimpermeabilizante.TC Shingle(11) 5031-8221www.tcshingle.com.br

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FUNDAÇÕES E INFRA-ESTRUTURA

CONCRETO E COMPONENTES PARA ESTRUTURA

CONCRETO E COMPONENTES PARA ESTRUTURA

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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INSTALAÇÕESELÉTRICAS E DETELECOMUNICAÇÕES

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VEDAÇÕES, PAREDES E DIVISÓRIAS

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MADEIRAS,PLÁSTICOS EMELAMÍNICOS

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OBRA ABERTA

Manual de Construção emAço:Viabilidade Econômica84 páginasFernando Ottoboni Pinho eFernando PennaCentro Brasileiro daConstrução em AçoVendas pelo portalwww.lojapini.com.brA pergunta "quando construirem aço?" é freqüentementerepetida. E as respostas estãoquase sempre apoiadas emuma extensa lista de vantagensdo uso de estruturas de aço eem estudos comparativos decustos. Em alguns casos, asimples afirmação de que aestrutura em aço ficaria maiscara encerra uma análise semmaior aprofundamento. Emoutras situações, a opção porsistemas ditos convencionais,pelo simples desconhecimentode outros sistemas, nãogarante que a decisão tenhasido a mais adequada, mesmoque o resultado seja umaestrutura mais barata. Para queo leitor não cometa esseserros, os autores organizaramuma seqüência de capítulosque irá orientá-lo na escolha daestrutura segundo uma análiseda qualidade/viabilidadedo investimento.

Livros

Avaliação de TerrenosUrbanos por FórmulasMatemáticas240 páginasRagnar ThofehrnEditora PINIVendas pelo portalwww.lojapini.com.brO conteúdo do livro é divididoem duas partes. A primeiratem início com o estudo dosfatores que afetam avalorização ou desvalorizaçãodos terrenos urbanos etermina com odesenvolvimento dasfórmulas. A segunda parteapresenta exemplos decálculos de valor, de preçomédio unitário e de preçounitário, abrangendo amaioria dos casos que podemse apresentar ao avaliador. O livro traz um modelo delaudo de avaliação de acordocom o roteiro básicoapresentado no item 10.1 daNBR 14.653-1 da ABNT(Associação Brasileira deNormas Técnicas), no qual sãoespecificados os requisitosmínimos para caracterizar oterreno avaliado, culminandocom o resultado da avaliação esua data de referência.

Alternativas Tecnológicaspara Edificações – Vol. 1240 páginasEditora PINI (organização eedição)Vendas pelo portalwww.lojapini.com.brO livro contempla os principaissubsistemas de vedaçõesverticais de edifícios, sejamintegrantes de sua estrutura ousomente com a função devedação, tanto para fachadascomo para paredes ou divisõesinternas. Fornece aosarquitetos, engenheiros civis,técnicos e demais profissionaisdo setor uma ferramentaprática de trabalho para aespecificação de materiais eserviços, aquisição de materiaisde construção e assistênciatécnica para a manutenção doimóvel. O primeiro volumeinaugura uma série a sereditada pela PINI.Consolidando os conteúdospublicados mensalmente noGuia da Construção – Custos,Suprimentos e SoluçõesTécnicas. Trata-se de um livrode referência, no qual sãocitados os materiais ouprodutos qualificados ou certificados.

Edifícios de MúltiplosAndares em Aço560 páginasIldony H. Bellei, FernandoOttoboni Pinho e MauroOttoboni PinhoEditora PINIVendas pelo portalwww.lojapini.com.brO trabalho procura apresentaros aspectos mais relevantesde projeto e execução deestruturas de edifícios demúltiplos andares de pequenoe médio porte para finscomerciais e residenciais. O objetivo dos autores foiproduzir um livroessencialmente prático –ilustrado com mais de 200figuras – partindo dopressuposto de que o leitortenha conhecimentos básicosde resistência dos materiais,estática das estruturas e denormas de cálculo em aço. Na parte de orientação decálculo, os autores sebasearam na especificação doAISC-LFRD (13a edição) e naatual NBR 8800:2008.

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Custo e Programação dePontes Pré-moldadas186 páginasLuiz Gonzaga da CostaGadelhaEdições BagaçoVendas pelo portalwww.lojapini.com.brA adoção de uma metodologiapara um determinado projetode ponte apresenta umagrande quantidade devariáveis envolvidas, quepoderão trazer surpresas noprazo de execução, no custoda obra e no desfecho doprocesso construtivo. Osprofissionais envolvidos nodesenvolvimento doempreendimento devemconhecer as diversasmetodologias possíveis deserem adotadas. O objetivo dolivro é apresentar diversosmétodos de construção depontes, de forma a oferecer aoleitor ferramentas para aescolha da solução maisajustada para sua obra.

Planejamento e Controlede Obras com o MicrosoftProject 2007 *512 páginasRosaldo J. E. NocêraPlanejamento de ObrasVendas pelo portalwww.lojapini.com.brVoltado a engenheiros etécnicos envolvidos com oplanejamento e controle deobras, essa publicaçãoapresenta os principaisrecursos do programa que semostra, atualmente, como aferramenta mais adequadapara atingir os níveis deeficiência demandados pelomercado. O livro está divididoem quatro partes, mais umapêndice. Na primeira parte,são apresentados conceitosgerais de gerenciamento deprojetos, assim como adefinição de termos eferramentas utilizados ao longodo texto. Na segunda parte, oprograma, em si, éapresentado. O trabalho com oProject 2007 é tema da terceiraparte, que traz comandos efunções. A última parte dedica-se ao desenvolvimento de umroteiro para um projeto fictício.No apêndice, uma visão daestrutura analítica do projeto.

Manual de Tecnologia daMadeira*358 páginasIngo Nennewitz, WolfgangNutsch, Peter Peschel eGerhard SeifertEditora BlücherVendas pelo portalwww.lojapini.com.brA publicação é a tradução da4a edição alemã do manual.Foi desenvolvido paraaplicação prática e, portanto,suas páginas estão repletas detabelas, dados, desenhos ediagramas. As instruções doManual são divididas em oitocapítulos, sendo Fundamentosde Matemática e das CiênciasNaturais, Madeiras e Materiais,Desenho Técnico, Projetos eConstruções, Física dasConstruções, Recursos paraAcabamentos e OrganizaçãoEmpresarial. Obedece aosplanos didáticos básicos dosEstados alemães para asprofissões no segmento datecnologia da madeira.

* Vendas PINIFone: 4001-6400 (nas principais cidades)ou 0800-5966400 (nas demais cidades)www.Lojapini.com.br

AutopowerPINI SistemasFone: (11) 2173-2400 (GrandeSão Paulo) ou 0800-7076055(demais praças)www.lojapini.com.brPermite elaborar projetoselétricos, telefônicos, de TV einterfone. Gera desenhos empadrão DWG e trabalha commédia e baixa tensão, linhasmono, bi e trifásicas e com astabelas das concessionárias detodo o País. A versão 5.0 estáadequada à NBR 5410, de 2005,e é compatível com as versões2004, 2005 e 2006 do AutoCAD.Dentre os novos recursos estãoo sistema de ajuda comvisualização pela internet e apossibilidade de inserirdispositivos DR separados ouacoplados ao disjuntor. O módulo Security traz recursosde desenho – com extensabiblioteca de símbolos,numeração automática,indicação de fios e cabos – erecursos de cálculo – comdimensionamento automáticode tubulações, cabos e caixas,além de outras possibilidades.

Softwares

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Seminários eConferências

29/10/2008 a 1o/11/200814o Congresso Brasileiro deEngenheiros CivisBlumenau (SC) O evento tem por objetivo reunir,prover fóruns de debates e ainteração entre professores,pesquisadores, alunos, empresários eprofissionais da área de EngenhariaCivil. O encontro tem como tema "AsInovações Tecnológicas e oDesenvolvimento Sustentável". Fone: (047) [email protected]/cbenc

3 a 5/11/2008VI Seminário de Engenharia deFundações Especiais e Geotecnia São PauloO evento, promovido pela Abef(Associação Brasileira de Empresas deEngenharia de Fundações Especiais eGeotecnia) e pelo Sinabef (Sindicatoda Indústria de Engenharia deFundações e Geotecnia do Estado deSão Paulo) reúne profissionais dosegmento para discutirresponsabilidades em fundações egeotecnia, fundações profundas,grandes escavações urbanas e riscos ambientais.Fone: (11) [email protected]/sefevi

18 a 21/11/2008Fórum Internacional de EnergiaRenovável e SustentabilidadeFlorianópolisO evento pretende reunirprofissionais de diferentes áreas doconhecimento para debater novas

formas de energias renováveis, suainserção no sistema energético e ainteração com o meio ambiente esustentabilidade. O fórum serádividido em painéis temáticos,realizados simultaneamente. Fone: (48) [email protected]://www.ecopowerbrasil.com.br

2 a 6/12/2008WEC 2008 – World Engineers'ConventionBrasíliaA terceira edição do Congresso Mundialde Engenheiros será realizada pelaprimeira vez no continente americano,com o objetivo de reunir engenheiros eestudantes do mundo todo paradebates, fóruns, palestras, visitastécnicas e atividades culturais. www.wec2008.org.br

3/12/2008 Encontro de Diretores Técnicos eGestores da ConstruçãoSão PauloO encontro tem por objetivo discutir osdesafios enfrentados por diretorestécnicos e gestores de construçãoreferentes a custos, ciclos deprodução, qualidade, segurança, meioambiente e tecnologia. O evento devepromover também a apresentação decases de logística, planejamento econtrole, gestão da cadeia desuprimentos, tecnologia da informaçãoe tecnologia da construção. Fone: (11) [email protected]/eventos/eventos2008

Feiras e Exposições25 a 28/11/2008Bauma China 2008 Shangai

A maior e mais importanteplataforma da indústria do mundovai ser aberta pela quarta vez paraa visitação de especialistas emmateriais, equipamentos, veículose máquinas de construção.www.bauma-china.com

24 a 27/3/2009RevestirSão PauloA feira reúne os maiores fabricantesde revestimentos e fornecedores etornou-se uma das maiores vitrinesdo País de lançamentos emrevestimentos cerâmicos, granitos,mármores, laminados, mosaicos e outros.(11) 4613-2000www.exporevestir.com.br

24 a 28/3/2009Feicon Batimat 2009São PauloA Semana Internacional daIndústria da Construção em SãoPaulo, direcionada a engenheiros,arquitetos, incorporadores,decoradores e lojistas de materiaisde construção reúne novidades emalvenaria e cobertura, esquadrias,instalações elétricas, hidráulicas,sanitárias, equipamentos elétricos,dispositivos, fios, cabos e outrastendências do mercado. (11) 3060-5000www.feicon.com.br

19 a 21/5/2009ExpoAlumínioSão PauloA Exposição Internacional doAlumínio vai apresentar asnovidades tecnológicas relativas aouso do material em diversossetores, incluindo o da construçãocivil. Em paralelo, ocorrerá o IV

AGENDA

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Congresso Internacional doAlumínio, com a participação deestudantes, pesquisadores e osprincipais profissionais da indústriaque apresentam as novidades e astendências sobre a tecnologia deprodução do alumínio, bem comosuas aplicações.Fone: (11) [email protected]/expoaluminio

2 a 6/6/2009M&T ExpoSão PauloA M&T Expo, 7a Feira Internacional deEquipamentos para Construção e 5a

Feira Internacional de Equipamentospara Mineração, é um evento denegócios que oferece oportunidadesde investimento em equipamentos,peças, componentes, novastecnologias e serviços. Osorganizadores esperam reunir cercade 350 expositores e 500 marcas de mais de 25 países numa área de 85 mil m². www.mtexpo.com.br

2 a 6/6/2009Batimat ExpoviviendaBuenos Aires A exposição de negócios argentinareúne novidades em revestimentos eacabamentos, instalações, serviços eprodutos para a construção em geral. www.batev.com.ar

2 a 5/9/2009InterconJoinville (SC)A Feira e Congresso Internacionalde Tecnologia, Equipamentos,Materiais de Construção eAcabamentos deve reunirengenheiros, arquitetos e lojistasde materiais de construção. Emparalelo à exposição, o visitanteainda poderá participar dos eventosEcomac (Encontro dosComerciantes de Materiais deConstrução da região Sul), FeiraIllumina (de Iluminação eComponentes Elétricos), Cintec(Congresso de Inovação

Tecnológica), Interpontes(competição entre estudantes deengenharia e arquitetura para aconstrução de pontes com palitos) e workshop dos expositores.Fone: (47) 3451-3000http://feiras.messebrasil.com.br/intercon

Cursos e TreinamentosWorkshop: Gestão do Processo deProjetos na Construção de Edifícios3 a 4/11/2008São PauloTrata-se de um fórum de publicaçãode trabalhos e discussões sobregestão de projetos de arquitetura,engenharia civil e desenvolvimentode empreendimentos de edifícios. O workshop traz ainda o intercâmbiocom a comunidade internacional depesquisadores na área por meio doevento paralelo internacional"Design Management in theArchitectural Engineering andConstruction Sector", organizadopelos grupos de trabalho CIB W096Architectural Management –International Council for Researchand Innovation in Building andConstruction (CIB). [email protected]/workshop08/

Alvenaria Estrutural com Blocosde Concreto10 e 11/11/2008Porto AlegreO curso explicará de forma detalhadacomo projetar e executar a alvenariaestrutural com blocos de concreto.Na primeira parte serão mostradostodos os componentes do sistema,seu desempenho, materiaisnecessários, entre outrasinformações. Já na segunda parte,mais prática do que teórica, opalestrante indicará técnicas deracionalização, elevação daalvenaria, índices de produtividade,controle tecnológico e exemplos de obras com esse sistema. Asinscrições vão até o dia 4 denovembro de 2008.Fone: (51) 3021-3440www.sinduscon-rs.com.br

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COMO CONSTRUIR

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No segundo artigo desta série so-bre steel frame, abordamos a es-

trutura da edificação. Nela são aplica-das as placas e os isolantes, formandoas vedações verticais. Chamamos defechamento os componentes posicio-nados externa e internamente à estru-tura para a formação da vedação.

Podemos dividir o sistema de ve-dação vertical em três partes: a pri-meira corresponde aos fechamentosexternos que delimitam as áreas mo-lháveis; a segunda refere-se aos iso-lantes térmicos e acústicos, que são

Steel frame – fechamento

colocados entre as placas e entre osmontantes e, por último, os fecha-mentos internos, instalados nas áreassecas ou úmidas, mas não molháveis.

Alguns critérios devem ser levadosem conta na escolha dos componentesque farão parte do sistema de fecha-mento, entre eles, a compatibilidadecom o sistema steel frame, seu peso, di-mensões e facilidade de aplicação.

A segurança estrutural, a segurançaao fogo,a estanqueidade,o conforto ter-moacústico, tátil e visual também sãoimportantes condições para a aplicação

de um sistema de fechamento, além, éclaro, da durabilidade e economia.

Para os fechamentos externos, queestão sujeitos às ações das intempéries,sem dúvida, uma das maiores preocu-pações é quanto às propriedades emrelação à estaqueidade e à durabilida-de, seguida da condição de ser estética.

Como componentes dos fecha-mentos externos, podemos citar asplacas cimentícias e a placa OSB(Oriented Strand Board). Esta últimaé um tipo de painel de madeira fabri-cado com três a cinco camadas de

parte 3

Antonio Wanderley [email protected]

Alexandre Kokke Santiago [email protected]

José [email protected]

Hotel Villa Rossa, fechamento em steel frame

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tiras de madeira reflorestada, cruza-das perpendicularmente, prensadas eunidas com resinas.

Pode-se utilizar também o sidingcimentício, que são tiras de placas ci-mentícias sobrepostas, conformemostra a figura 1.

Interação com o sistema estruturalO fechamento com placa cimentí-

cia possui grande compatibilidadecom o sistema, pois as placas são leves,de pequena espessura, mas adequadasa esse sistema, impermeáveis, incom-bustíveis e, ainda, possuem compati-

bilidade modular, resistência aos im-pactos, baixa condutividade térmica,resistem a cupins e microorganismos,elevada durabilidade e permitem inú-meros acabamentos.

No Brasil, há vários fabricantes deplacas cimentícias que se diferenciamem sua composição e acabamento.Al-gumas placas têm fios sintéticos in-corporados a uma matriz de cimentoe outras são compostas de microcon-creto e reforçadas com telas.

A escolha da placa pode ser feitacom base na NBR 15498 - Placa Ci-mentícia sem Amianto: Requisitos eMétodos de Ensaio.

A ISO 8336 é outra norma utili-zada para balizar as aplicações dasplacas cimentícias.

Na utilização das placas cimentí-cias deve-se seguir algumas reco-mendações, como armazená-las naobra em locais secos, evitar coincidiras juntas das placas internas com asjuntas externas (figura 2), evitar aocorrência de quatro vértices nomesmo ponto nas juntas verticais daschapas (figura 3) e, no vão de porta ejanelas, as juntas verticais junto aosbatentes não devem seguir até o teto(figura 4) sendo ideal também que asjuntas de placas não coincidam comas juntas dos painéis (figura 5).

É importante utilizar o trata-mento de juntas materiais reco-mendado pelos fabricantes da placaa ser instalada.

A fixação das placas cimentícias éfeita com parafusos ponta-broca, ca-beça auto-escariante e aletas de ex-pansão que evitam que o parafusofaça rosca na placa, facilitando a ins-talação (figura 6).

O siding cimentício também ofe-rece as mesmas características daplaca e é uma ótima opção de acaba-mento, dispensando o uso de umaplaca inferior.

Com aspecto visual interessante, osiding vinílico é outra opção de aca-bamento e pode ser aplicado sobre asplacas cimentícias.

Pode-se aplicar, também, o painelde OSB, já mencionado anteriormen-te, cuja maior vantagem é ser estrutu-ral e, assim, auxilia no contraventa-

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Figura 1 – Siding cimentício

Juntas

Placacimentícia

Figura 4 – As juntas verticais nos batentes e portas não devem seguir até o teto

Figura 2 – As juntasinternas e externas nãodevem ser coincidentes

Figura 3 – Deve-se evitar aocorrência de todos os vértices nomesmo ponto das juntas verticais

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mento das paredes, resistindo por atédez anos contra cupins.

Esse tipo de painel é instalado dire-tamente na estrutura e sobre ele deve-secolocar uma manta ou membrana paraformar uma barreira contra umidade evapor. A fixação da manta ao painel éfeita por grampos e, no caso de revesti-mento com siding vinílico, pode seraplicado diretamente sobre a manta.

Para revestimento com arga-massa, deve-se grampear uma telasobre a manta para projeção da ar-gamassa, permitindo também inú-meros acabamentos.

A desvantagem desse tipo de pai-nel são suas dimensões (1,22 m x 2,44m), pois são incompatíveis com as ou-tras placas quando utilizadas interna-mente como as de gesso acartonado,por exemplo.

O uso de argamassa na obra vaicontra o princípio da construçãoseca, porém, não deixa de ser uma so-lução viável.

Para proporcionar o isolamentotermoacústico desejado entre os fe-chamentos externo e interno da pare-de, pode-se utilizar lã de rocha, lã devidro ou painéis de EPS (figura 7).

A espessura do isolante bem comosua densidade dependerão do nível deisolamento desejado.

A própria concepção do sistema,formado por duas placas, internamen-te preenchidas com lã mineral (siste-ma massa-mola-massa), proporcionaredução acústica pela descontinuida-de do meio.

Nos fechamentos internos, podem-se utilizar as mesmas placas usadas nosfechamentos externos e, ainda, as pla-cas de gesso acartonado.

As placas de gesso Standard ST sãorecomendadas para áreas secas. Nasáreas molháveis é recomendado o usode placa cimentícia.

Quando o local estiver sujeito so-mente à umidade por tempo limitadode forma intermitente, podem-se uti-lizar as placas de gesso tipo RU resis-tente à umidade.

Para a instalação das placas de gessoacartonado no sistema steel frame deve-se seguir as mesmas recomendações deinstalação das placas no sistema dry-

Painel 1

Painel 2

Encontrode placas

Encontrode painéis

O encontro de placasnão deve coincidir como encontro de painéis

Painel 1 Painel 2

Figura 5 – Juntas de placas e de painéisnão devem ser coincidentes

Figura 6 –Parafuso de ponta-broca para fixação daschapas cimentícias

Figura 7 – Colocação das mantas isolantes no interior das paredes

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da parede, deve ser colocado antes des-sas placas, para que na colagem dasplacas se possa fazer o perfeito ajuste evedação (figuras 9 e 10).

As paredes que receberão os dutosdas instalações elétricas, tubulaçõeshidráulicas, de telefonia etc. são mon-tadas inicialmente colocando-se aplaca em uma de suas faces (se for naparede externa, coloca-se a placa ex-terna em primeiro lugar) e, após exe-cutadas as instalações e colocação dosisolantes, monta-se a placa na outraface da parede.

As perfurações para pontos de hi-dráulica e elétrica são facilmente exe-cutadas com o uso de serra-copo.

É importante lembrar que, inde-pendente do componente utilizado, asvedações devem atender aos requisitosda NBR 15575-4 – Edifícios Habita-cionais de até Cinco Pavimentos – De-sempenho - Parte 4: Sistemas de Veda-ções Verticais Externas e Internas.

wall, levando-se em consideração a di-ferença dos elementos da estrutura.

Independente do tipo de placapara os fechamentos externos ou in-ternos, as placas ou painéis nãodevem ficar em contato com o solo oufundação (figura 8).

Os projetos devem prever juntasentre as placas devido à variação di-mensional ocasionada por variaçãode umidade e, portanto, convémobter informações com os fabricantesquanto às dimensões da juntas.

Deve-se dar atenção especial à co-locação das placas externas e suas res-pectivas juntas. Se a execução forconcomitantemente com as instala-ções das placas internas, invariavel-mente, ocorrem movimentações du-rante a fixação. Esses efeitos das pla-cas internas podem prejudicar as jun-tas nas placas externas já executadas,mas que ainda não atingiram a con-

Figura 8 – Para evitar umidade, asplacas não podem ficar em contato como solo ou fundação

Antonio Wanderley TerniProfessor-doutor do Departamento deEngenharia Civil da Unesp do Campus deGuaratingüetá-SP

Alexandre Kokke Santiago Arquiteto, mestre em Engenharia Civil,Construção Metálica Ufop (UniversidadeFederal de Ouro Preto)

José PianheriEngenheiro civil, consultor, sócio-diretorda Pienge Engenharia e Construção [email protected]

Figura 9 – Detalhe de colocação da janela para facear a placa

Figura 10 – Fixação da janela comespuma de poliuretano

Figura 11 – Manta de não-tecido paraformar barreira contra umidade e vapor

dição necessária de absorver tais mo-vimentos ou impactos. O projeto depaginação das placas ainda deve pre-ver juntas de movimentação, sendoque as distâncias dessas juntas tam-bém dependem do tipo de placa e dotipo de revestimento a ser aplicado.

Hoje, já possuímos vários compo-nentes de fechamento no mercado eoutros certamente irão surgir.

Caixilhos e outros sistemasÉ muito importante que, antes da

aplicação das placas de fechamento,definam-se as fixações e acabamentosde caixilhos. Dependendo dessas defi-nições, as placas são colocadas antesou depois. As portas e janelas, depen-dendo da fixação, podem ser aparafu-sadas diretamente na estrutura, porgrapas, ou fixadas com espuma de po-liuretano. Por exemplo, um caixilhoque será instalado rente à face externa

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