Trauma Vascular

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TRAUMA VASCULAR DE EXTREMIDADESServio de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Santa Marcelina

Seleno Glauber R2 CV

HistricoControle da hemorragia = cauterizao e/ou ligadura

Reconstruo vascularHallowel (1762, reparo de a braquial) e vrios aprimoramento nos sc XIX e XX

I Guerra Mundial: infeces eamputaes

II Guerra Mundial: desenvolvimentoincipiente de tcnicas e trabalhos

Guerra da Coria (58): aplicaode novas tcnicas

Guerra do Vietn (66):aprimoramento tcnico

Militar Jovens Projteis de alta velocidade Destruio extensa de partes moles Condies no-ideais

x

Civil

Vrias idades Baixa velocidade Destruio mnima Hospitais disponveis Leses fechadas Iatrognicos

Epidemiologia - civilEstudos variveis devido a diferentes populaes Mattox (1989): 5760 leses civis por 30 anosRevlver Espingarda Fechado 3134 54,2% 341 6% 385 7% FAB 1543 26,8% Iatro Desconhecida Total 56 1% 293 5% 5760 100%

EpidemiologiaDrapanas (1970): estudo de 30 anos nos EUA

Cerca de 80% so em extremidades

Fisiopatologia Mecanismo Penetrante Maioria das leses

Baixa ou alta velocidade Transseco total ou parcial Leso indireta por fratura associada

Alta velocidade: leso de partes moles, sseas e trmica

Fisiopatologia Mecanismo Fechado Estiramento e/ou compresso Trombose arterial Segmentos fixos e articulaes Leso indireta por fratura associada Destruio mais ampla Elevado ndice de amputaes e mortalidade

Iatrognico

Classificao das lesesLacerao Transeco parcial

Transeco totalEspasmo segmentar

TromboseAneurisma Pseudoaneurisma Fstula arteriovenosa Flap de ntima

Fisiopatologia Isquemia 6 horas Penetrante x fechado: circulao colateral Leso neurolgica

Reperfuso Local e sistmico Volume e durao da isquemia Microcirculao: Radicais livres Macrocirculao: Acidose,hiperpotassemia, mioglobulinemia Arritmias, IRA, SARA, FMOS, bito.

Fisiopatologia Sndrome Compartimental presso relacionado ao dano neuromuscular Seis PsDor (Pain): sensvel porm inespecfico desproporcional leso grupamento muscular envolvido Presso ( Poiquilotemia ) Parestesia: geralmente o mais precoce Paralisia: tardio Ausncia de Pulsos: tardio Palidez

Diagnstico Determinar prioridades ATLS Histria mecanismo da leso eantecedentes

Exame Fsico Exposio completa Trajetria do objeto penetrante Leses associadas prioridades Reduzir fraturas / luxaes

Diagnstico Exame vascular Exame dos pulsos Tipo de sangramento

Temperatura da pele Enchimento capilar Frmitos e sopros Funo motora e sensorial Sinais de doena vascular crnica

Sinais fortes e fracos de leso vascular Fortes Sangramento arterial ativo Ausncia de pulso / isquemia (6 Ps) Hematoma pulstil em expanso Sopro ou frmito IPA < 0,9 com dficit de pulso

Fracos Leso neurolgica perto de um vaso Hematoma pequeno a moderado Hipotenso inexplicvel Perda sangunea volumosa no trauma Leso nas proximidades de um vaso importante

Histrico do diagnstico Guerras: explorao precoce reduziu a taxa de amputaes Prtica civil: muitas exploraes negativas Arteriografia: Positividade muito baixa Algoritmos: exame clnico, US duplex e arteriografia

Histrico do diagnsticoTrauma civil

Trauma militar

Exames Complementares Doppler No invasivo Porttil Determina IPA Grande fator preditivo negativo para leso vascular importante

Trifsico ou bifsico

Monofsico

Exames Complementares Radiografias simples Corpos estranhos Fraturas e luxaes

Marcadores radiopacos nas feridas Nmero de projteis X Nmero de feridas Soma projteis + feridas Par mpar possibilidade de embolia

Exames Complementares

Exames Complementares Ultrassonografia duplex Sensibilidade e especificidade ~ 95% Mais sensvel que o IPA Avaliao de leses de vasos que no alteram o IPA Operador dependente

Exames Complementares

Trauma contuso com trombose parcial da artria femoral comum E

Exames Complementares Angiografia Padro-ouro (sens 98%) Uso no deve ser rotineiro CC Indicaes Dvida quanto localizao e extenso da leso Trauma extenso de partes moles Fratura ou luxao Trajetria paralela a de uma artria Feridas mltiplas Feridas por tiro de espingarda Doena vascular perifrica ITB < 0,9Rich, et.al.Trauma vascular, 2 ed, 2005

Algoritmo teraputicoTipos de pacientes com leses vasculares1) Pulsos ausentes / isquemia, sangramento ativo ou hematoma pulstil 2) Sinais fortes e pulsos palpveis

3) Sinais fracos ou um problema comprovadamente associado a leso vacular

Suspeita de leso vascular Tratar o choque. Reduzir fraturas/luxaes. Sim O paciente tem ou est desenvolvendo sinais fortes? No

Sim

Pulsos ausentes? Hematoma em expanso? Sangramento ativo?

No

Leso localizada no desfiladeiro, virilha ou no pescoo?

Dvida quanto localizao/extenso? No Exposio cirrgica Sim

necessrio realizar alguma outra cirurgia de urgncia no-vascular? Sim No SimAnormal

No Duplex

Arteriografia intra-operatria

Arteriografia convencional

Tratamento apropriado, caso seja necessrioRich, et.al.Trauma vascular, 2 ed, 2005

Teraputica no-cirrgica Certas leses no-oclusivas, sem sinais fortes (leses ocultas) Critrios: Leso de baixa energia Leses mnimas Circulao distal intacta Sem hemorragia ativa

Arteriografia ou duplex seriados (recomendado)

Acesso e Controle Posicionamento Supina com dois braos estendidos Preparao para acessar outras regies durante a cirurgia Retirada de conduto autlogo

Acesso e Controle Controle inicial da hemorragia Compresso manual externa At acesso definitivo

Tamponamento com cateter-balo Folley Fogarty

Torniquete (*) Pinas hemostticas

Acesso e Controle Controle definitivo da hemorragia Acesso proximal e distal Administrao controlada de fluidos Hipovolemia permissiva Evitar coagulopatia dilucional

Princpios e tcnicas de reparo1. Assegurar-se do equipamento necessrio Material para angiografia intra-operatria

2. Antibitico de amplo espectro 3. Assegurar o controle proximal e distal 4. Explorar a leso Prioridade geralmente vascular

5. Penetrao cuidadosa no hematoma 6. Determinar a necessidade de controle de danos Ligadura com bypass extra-anatmico Shunt intraluminar Ligadura definitiva

Princpios e tcnicas de reparo7. Determinar a rea de desbridamento do vaso 8. Determinar o tipo de reparo Sutura lateral Anastomose trmino-terminal Angioplastia com patch Conduto substituto

9. 10. 11. 12.

Isolamento para reparo Passagem de cateter de Fogarty Heparinizao local Clampeamento suave

Princpios e tcnicas de reparo13. Fazer o reparoa. Arterio/venorrafia simples Sem estreitamento ou tenso Sutura perpendicular ou paralela ao eixo do vaso

b. Ligadura simples Quase todas leses venosas e algumas leses arteriais quando as condies no permitirem o reparo Reavaliar a funo e viabilidade para procedimentos secundrios

Princpios e tcnicas de reparo13. Fazer o reparoc. Reparo trmino-terminal Evitar tenso Sutura interrompida: pequenos vasos ( 6 horas Aumento de presso Ausncia de pulsos: ltimo sinal Fasciotomia

Fasciotomia dos MMSS

Fasciotomia dos MMSS

Fasciotomia dos MMSS

Fasciotomia dos MMSS

Artrias femorais Anatomia cirrgica

Artrias femorais Incidncia: 7 a 35% Penetrante (FAF) Hemorragia profusa Exposio: inciso vertical sobre o tringulo femoral Exposio da AIE (*) Inciso oblqua na coxa (AFS)

Remendo, enxerto T-T AFP: ligadura (*) Bons resultados

Artrias femorais

22a, masc, FAB artria femoral comum, enxerto Fe-Fe com VSMII

Artrias femorais

Enxertos arterial e venoso com prtese em regio femoral

Artrias popltea e tibiais Anatomia cirrgica

Artrias popltea e tibiais Exposio

Artrias popltea e tibiais Exposio

Artria popltea Anatomia frgil Colaterais sujeitos a trombose Artria terminal Maior ndice de amputao (diminuiu ao longo dos anos) Luxao posterior do joelho Arteriografia mandatria

Artria popltea Resultados Incapacidade a curto e longo prazo Extenso dos tecidos moles e isquemia

Artria popltea

Artria popltea

FAF popltea supra; enxerto de interposio com VSMII

Artria popltea

Fratura-luxao posterior de joelho. Seco de AP justa-articular. Anastomose T-T

Artrias tibiais Leses no 1/3 distal Difcil execuo Result precrios

Indicaes de reparao Isquemia Hemorragia incontrolvel

Observao Leses do 1/3 distal, independente do estado do p

Leses venosas dos MMII Reparao ou reconstruo sempre que possvel Leses extensas Tcnica convencional No usar prtese

Ligadura de veias menores em pacientes instveis Reparar veia antes da artria

Sndrome Compartimental dos MMII Diagnstico clnico 6 Ps Tempo de isquemia > 6 horas Aumento de presso Ausncia de pulsos: ltimo sinal Fasciotomia Leses combinadas Maior salvamento

Fasciotomia dos MMII

Fasciotomia dos MMII

Leses vasculares e esquelticas (mangled extremity) 10 x mais chance de amputao (at 68%) Trauma de nervos Perda tecidual Destruio de colaterais Infeco de partes moles Sndrome compartimental Reconhecimeto tardio da leso vascular

Penetrante de alta energia e fechado

Leses vasculares e esquelticas Exame fsico 87% de falsos-positivos Portanto: Trauma complexo de extremidade com sinais fortes = arteriografia Trauma complexo de extremidade sem sinais fortes = observao ou arteriografia eletiva

Se arteriografia sala de operao

Leses vasculares e esquelticas

Traumas com sinais duvidosos

Leses vasculares e esquelticas Prioridades:1) Reparo vascular 2) Reparo sseo

Fraturas extensas shunt temporrio

Arteriografia ps op no CC Fasciotomia liberal

Amputao primria Impossibilidade/inutilidade de revasc Transeco n. citico/tibial profundo Leses esquelticas tibiofibulares expostas Aps 48h: Isquemia Sepse Maior perda tecidual Rabdomilise

Deciso multiprofissional e interfamiliar

Amputao primria Objetivo: vida confortvel e produtiva no menor tempo possvel

Leses mnimas Danos detectveis pela arteriografia ou US, sem sinais clnicos indicativos Estreitamento segmentar Irregularidade intimal Pseudo-aneurismas Fstulas arteriovenosasBoa evoluo

M evoluo

90% cicatrizao espontnea 10% necessitam de cirurgia eletiva Arteriografia: no deve ser rotineira

Leses mnimas

Flap de ntima

Pseudoaneurisma (7 dias)

Tratamento aps 1 ano

Leses mnimas

Leso intimal (flaps) em artria popltea

Leses mnimas

Leso intimal com resoluo aps 4 dias

Leses mnimas

Hematoma mural

Estenose da AFS (1a). Realizado enxerto com sucesso

Leses mnimas

8 anos tiro espingarda. lcera de perna e claudicao. Resoluo total tto

Trauma vascular peditrico 1% dos trauma peditricos Problemas: Vasos pequenos Vasoespasmo Literatura escassa

Tto Conservador crescimento disforme, retardo sseo, diferena PA < 2a : iatrognico > 2a : penetrante ou contuso

Trauma vascular peditrico Princpios bsicos de trauma vascular Sutura interrompida Uso de lupas Prteses Uso no bem estudado Boa aceitao Sem evidncias de dilatao a curto prazo

Veia autloga reversa

Tratamento endovascular Sem parmetros consagrados para o uso

Hemostasia: embolizao de pequenos vasos no-viscerais Ocluso temporria por balo Reparo por stents em reas de difcil acesso ou leses mnimas Aorta torcica Desfiladeiro torcico Cartidas internas Vertebrais

Futuro Bioengenharia: prteses resistentes a infeco Stents recobertos de maior durabilidade e perviedade Sistemas de baixo perfil (maior facilidade de acesso e implantao)

BibliografiaVelmahos, GC e Toutouzas, KG. Vascular Trauma and Compartment Syndromes in Vascular Trauma: complex and challenging injuries, Part II. Surgical Clinics of North America. 2002; 82(1): 125-141. Rutherford, RB (ed) Vascular Surgey, 5th ed. Saunders, 2000 Trauma.org (http://www.trauma.org) Rich NM, Mattox KL, Hirshberg A. Trauma Vascular 2 ed. Di Livros, 2006 Carrillo EH et al. Femoral Vessel Injuries in Vascular Trauma: complex and challenging injuries, Part II. Surgical Clinics of North America. 2002; 82(1): 49-65. Frykberg ER, Popliteal Vascular Injuries in Vascular Trauma: complex and challenging injuries, Part II. Surgical Clinics of North America. 2002; 82(1): 67-89 DSa AABB, Leses vasculares dos membros in Chant ADB e DSa AABB, Emergncia vascular. Di Livros, 1997.

O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas(William George Ward)

Mercado do Ver-o-peso. Belm/PA