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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS- GRADUAÇÃO” LATO SENSU”
PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: Movimentos que
transformam
Cátia Regina Rosa Rangel
Orientadora: Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS- GRADUAÇÃO “ LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: Movimentos que
transformam
OBJETIVO:
Trabalho apresentado a Universidade Candido Mendes, como requisito parcial para finalização do curso de especialista em Psicomotricidade.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por mais essa oportunidade de estudos. Agradeço a querida amiga Renata Zdanowski que confiou e deu créditos ao meu trabalho como educadora. Aos colegas de turma Andréa Coelho, Gislene e Leonardo Vieira por fazermos sempre parte do mesmo grupo de estudos e luta.
Muito Obrigada.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a minha mãe Regina, a minha tia Jurema, o meu esposo Ubiratan. E ao meu querido filho Bruno estimulo do meu viver e de tanto trabalho.
5
RESUMO
Nos dias atuais são inúmeras as discussões e estudos referentes ao
processo de inclusão. Discussões que propõe atitudes e mudanças com objetivo
principal, atender e acolher a todos independentemente de suas especificidades
no âmbito educacional.
O presente estudo utilizou a Psicomotricidade como aliada na Educação
Inclusiva e seus benefícios aos alunos com necessidades educacionais
especiais.
Através de uma pesquisa bibliográfica alguns conceitos necessários para
melhor compreensão do presente estudo foram realizados. De modo a
compreender como a Psicomotricidade pode contribuir no processo da Educação
Inclusiva, levamos em consideração que a Psicomotricidade em seus estudos dá
condições ao individuo ser trabalhado nas suas habilidades e acima de tudo
respeitando suas limitações no processo de educação e reeducação quando
necessário, constatamos a importância da Psicomotricidade no desenvolvimento
humano, e seus avanços no processo para uma Educação Inclusiva.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste estudo bibliográfico fora clarificada a
partir de exaustivas leituras e contribuições dos seguintes autores:
Para fundamentar esse trabalho utilizamos das reflexões de Coste
(1981) , Lê Boulch (2001) e Ferreira ( 2008) que entendem
Psicomotricidade como ciência cujo o objetivo de estudo é o homem por
meio do seu movimento e sua relação com o mundo interno e externo.
Para melhor compreensão de Educação Inclusiva utilizei as
contribuições de Alves (2009) e Sassaki (2003), que entendem a
Educação Inclusiva, deve preparar o indivíduo para a vida.
Para entender as contribuições da Psicomotricidade utilizei Alves
(2009) e Ferreira e Ramos (2007) entendem que a Educação Psicomotora
é indispensável na aprendizagem, sendo educando ou reeducando o
indivíduo.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPITULO I – Psicomotricidade 10
1.1 – Educação Psicomotora 13
1.2 - Reeducação Psicomotora 14
CAPITULO II – Educação Inclusiva 16
2.1 – Alunos com Necessidades Especiais 19
CAPITULOIII – Documentando Educação para Inclusão 23
3.1 – Constituição Federal 26
3.2 – Declaração de Salamanca 28
3.3 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira 29
CAPÍTULO IV – Contribuindo para Transformar 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
8
INTRODUÇÃO
Este estudo monográfico teve a intenção de discutir as possíveis
contribuições da Psicomotricidade no processo de Educação Inclusiva.
Configurando o novo panorama educacional brasileiro, com o surgimento
de um novo paradigma “a escola deve acolher a todos independentemente de
suas diferenças”.
Sendo a escola um espaço de produção de conhecimento que tem como
objetivo principal preparar cidadãos autônomos, críticos e reflexivos de suas
ações, é nesse espaço que precisamos trabalhar efetivamente com as diferenças.
A cada dia mais houvesse falar no processo de inclusão e nas questões
voltadas para uma Educação Inclusiva. Ao longo dos anos inúmeros debates,
conferências e congressos em prol da educação para pessoas com necessidades
especiais.
Em 1994 com a elaboração da Declaração de Salamanca, que representou
um extraordinário avanço no que diz respeito as preocupações com educação das
pessoas com necessidades especiais.
Nesse contexto considerando a Psicomotricidade que cujas as bases em
sua origem são profundamente reeducativas, que através da Psicomotricidade é
possível dar condições ao indivíduo de ser trabalhado nas suas habilidades e
acima de tudo respeitando suas limitações no processo de educação e
reeducação quando necessário.
Buscando saber de que modo a Psicomotricidade pode contribuir na
efetivação do processo de Educação Inclusiva?
9
Na investigação do problema temos como objetivo geral: Analisar de que
modo a Psicomotricidade pode contribuir no processo de Educação Inclusiva.
E para atender os objetivos específicos:
1- Conceituar Psicomotricidade.
2- Conceituar Educação Inclusiva.
3- Identificar possíveis contribuições da Psicomotricidade no processo de
inclusão.
4- Analisar alguns documentos que tratam de interesse da Educação
Inclusiva.
Para atender tais objetivos de realização do trabalho utilizamos uma pesquisa
bibliográfica e algumas questões serão levadas em consideração.
1- O que é Psicomotricidade?
2- O que é Educação Inclusiva?
3- Quais as contribuições da Psicomotricidade para Educação Inclusiva?
4- Quais documentos que tratam da Educação Inclusiva?
10
CAPITULO I
PSICOMOTRICIDADE
No inicio do século XlX a partir das observações a cerca do
desenvolvimento neurológico, pela necessidade de nomear as zonas do córtex
cerebral mais além das regiões motoras . Dar –se inicio e interesse pela
Psicomotricidade.
Os primeiros relatos sobre a Psicomotricidade surgiram com o
neuropsiquiatra infantil Dupré que chamou a atenção para a debilidade motriz.
Descreveu com este nome um estado de desequilíbrio motor, salientando as
inabilidades, as paratonias infantis.
De acordo com os registros raramente a debilidade motriz aparecia isolada,
estava com freqüência associada a déficits intelectuais a noção de “debilidade
psicomotora “ substitui a debilidade motriz. Lê Boulch (2001).
A partir de suas pesquisas, médicos, psicólogos, psicopedagogos, se
interessam em compreender o corpo humano suas condições físicas, biológicas e
sociais. Focando em seu objeto de estudo o homem e a sua relação com o seu
próprio corpo.
De acordo com estudos de Jean Claude Coste(1981), a Psicomotricidade é
uma ciência constituída de outras tais como: biologia, psicologia, psicanálise,
sociologia e lingüística . Possui uma concepção de corpo humano que obriga a
“A Psicomotricidade vê o indivíduo como um todo, procurando auxiliar se o problema está no corpo, na área da inteligência ou na afetividade”.
Fátima Alves,2008
11
pensar as estruturas “psicossomáticas” em novos termos, lugar de corpo
imaginário, conjunto de símbolos corporais linguagem do corpo.
A Psicomotricidade para Ferreira (2008) é vista como “ação educativa
integrada e fundamentada na comunicação, na linguagem e nos movimentos
naturais conscientes e espontâneos da criança”. Tem como finalidade normaliza e
aperfeiçoar a conduta global do ser humano.
De acordo com seus estudos a Psicomotricidade tem como finalidade
normalizar e aperfeiçoar a conduta global do ser humano.Utiliza as ações
psicomotoras como meio de comunicação na exploração do movimento
consciente, intencional e sensível em sua evolução e forma. Ele sempre considera
como ponto de partida as experiências sensório- motoras, emocionais,afetivas,
cognitivas, espirituais e sociais.
Reforça a idéia de tomada de consciência corporal integrada às emoções e
no reencontro da comunicação consigo mesa e com os outros.
Para melhor compreender:
“ A Psicomotricidade, composta da unidade dinâmica entre
Educação , Reeducação e Terapia Psicomotora que
interatuam de forma integrada ao centro da vida emocional
e efetiva do ser humano. Fundamenta-se na comunicação
global. Procura harmonizar o comportamento humano sob o
enfoque do movimento e da linguagem, pelos quais as
pessoas se comunicamentre si e transformam o mundo que
as envolve”( FERREIRA, 2008,p.65).
12
Coste (1981) em sua prática a psicomotricidade empenha-se em superar a
seguinte oposição:” o homem é o seu corpo” e não “o homem e seu corpo “. O
homem antes de tudo é um ser falante e ao denominar-se , fala de seu corpo e
seu corpo fala por ele.
Nos dias atuais produzimos um conceito de Psicomotricidade que valoriza
as aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade define –a como ciência que tem
como objetivo de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em
relação ao seu mundo interno e externo.
Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das
aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos
básicos: o movimento, o intelecto e o afetivo.
Psicomotricidade portanto, é um termo empregado para uma concepção de
movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo
sujeito cuja ação é resultante de suas individualidade, sua linguagem e sua
socialização(SBP,2009)
O Psicomotricista – é o profissional da área de saúde e educação que
pesquisa, avalia, previne e trata do Homem na aquisição, no desenvolvimento e
nos transtornos da integração somato-psiquica e da retrogênese.
Atua na educação, clinicas, consultoria, supervisão e pesquisas. E tem
como clientela atendida, crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto
risco, crianças com dificuldades / atraso no desenvolvimento global, pessoas
portadoras de necessidades especiais,deficiências sensoriais, motoras, mentais e
psíquicas ,família e a 3ª idade. Podendo trabalhar em : creches ,escolas, escolas
especiais, clinicas multidisciplinares, consultórios, clinicas geriátricas, postos de
saúde, hospitais e empresas.(SBP,2009).
13
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, entidade de caráter científico-
cultural sem fins lucrativos, foi fundada em 19 de abril de 1980 com o intuito de
lutar pela regulamentação da profissão, ainda hoje isso não ocorreu, apesar de já
haver a vários anos no Brasil, cursos de graduação e pós-graduação latu senso
em psicomotricidade reconhecidos pelo MEC, a Psicomotricidade ainda não é uma
profissão regulamentada: “No Brasil, tramitamos com um projeto de legalização da
profissão do psicomotricista na Assembléia Nacional desde 1996” “A Sociedade
Brasileira de Psicomotricidade... tem como objetivo maior a busca pela legalização
do projeto que regulamenta a profissão” (SBP, 2009)
1.1 -Educação Psicomotora
De acordo com Lê Boulch (2001) Educação Psicomotora concerne uma
formação de base indispensável de toda criança, seja ela normal ou com
problemas. “ ... a Educação Psicomotora deve ser antes de tudo uma experiência
ativa de confrontação com o meio” Lê Boulch (2001,p.19). Com uma perspectiva
que ocorra um dialogo corporal onde possa acontecer a organização do Eu pela
própria criança, estabelecendo relação como o mundo ao seu redor. Ele afirma
que através da Educação Psicomotora a criança na fase pré- escolar e escolar
condiciona todos os aprendizados, levando assim a criança tomar consciência de
seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir
habilmente a coordenação de gestos movimentos.
A prática da Psicomotora Educação para Ferreira (2008), parte da vivência
motora no desenvolvimento e organização global da pessoa humana nas suas
relações afetivas por meio da interação com outros.
14
Nesse processo pode se perceber que:
“ Por uma proposta geral cuja principal perspectiva é o
conceito psicogenético de hierarquia do desenvolvimento da
aprendizagem baseada na gênese sensório-motor das
relações estabelecidas pela criança com seu próprio corpo,
com os objetos e com os outros. Gradativamente, essas
experiências e situações vivenciadas irão ganhado
representações pelos meios de simbolização: a fala , o
desenho, a imagem mental, o jogo do faz- de - contas, que
são instrumentos de uma atividade mental constitutiva do Eu
e das possibilidades de abstrações das noções
responsáveis pela organização mental” (FERREIRA,2008
,p.40).
Alves (2008) nos diz que a Educação Psicomotora visa desenvolver
corretamente frente á aprendizagem de caráter preventivo do desenvolvimento
integral do individuo nas varia etapas do crescimento.
1.2 -Reeducação Psicomotora
A Reeducação Psicomotora para Coste (1981) tem a função de fazer com
que cada um indivíduo possa adaptar- se ao seu meio ( familiar, escolar e social)
sem que para isso tenha que renunciar à sua personalidade, mas pelo contrário,
desenvolvendo as possibilidades de troca e de comunicação com o exterior e, em
15
primeiro lugar, sabendo conhecer e dominar o seu corpo pelo qual todas as trocas
ao possíveis.
Coste ( 1981) nos diz:
“A Reeducação Psicomotora tem por objetivo desenvolver o
aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao
individuo a possibilidade de dominar seu corpo, economizar
energia, pensar seus gestos, a fim de lhes aumentar a
eficácia e a estética, de aperfeiçoar o seu equilíbrio tônico,
motor e psíquico”. ( COSTE,1981,p.10)
Ferreira (2008) cita que a Reeducação Psicomotora procura adaptar-se às
dificuldades especificas da pessoa com enfoque no bem estar do se humano.
A Reeducação Psicomotora deve propiciar o indivíduo consciência sobre si
mesma, das suas capacidades e limitações, para a partir delas criar condições de
desenvolver um trabalho que possa atender suas necessidades especificas, incluir
no real sentido da palavra.
Alves( 2009) afirma que a” Reeducação Psicomotora fará e facilitará a
criança especial ,ou mesmo a dita normal, se tornar feliz na escola e na sociedade
e porque não dizer na própria família”.
Entendo e simplificando os dois conceitos anteriores: Na Educação
Psicomotora o indivíduo trabalhará para aprender, adquirir e na Reeducação
Psicomotora este indivíduo melhorará suas dificuldades.
16
CAPITULO II
EDUCAÇAÕ INCLUSIVA
Se é a escola um espaço de produção de conhecimento que tem como
objetivo primordial preparar cidadãos autônomos, críticos e reflexivos de suas
ações , é nesse espaço que precisamos trabalhar uma proposta para as
diferenças.
A escola como segmento social te refletido em sua prática com o intuito de
aprimorar sua missão social, política e pedagógica, buscando desenvolver em
todos que a constitui participa, o comportamento e atitudes de solidariedade
valorização da diversidade e respeito as diferenças individuais do ser humano.
A cada dia mais ouve-se falar no processo de inclusão e nas questões
voltadas para uma Educação Inclusiva, e nas atitudes que estão sendo tomadas a
seu favor.
Entende-se Educação Inclusiva aquela que oportuniza o direito à educação,
abrange a todos os segmentos sociais e a cada um dos cidadãos, em outras
palavras a inclusão de todos. A Educação Inclusiva implica na construção de um
sistema educacional estruturado para atender todos os alunos considerando
quaisquer que sejam suas limitações, possibilidades e necessidades específicas
,em sumo local pode transformar as relações mais ricas podendo ainda
desenvolver o sentimento de respeito a diferença, de cooperação e de
solidariedade.
Semeando o conceito de Educação Inclusiva Sassaki( 2003) inicia:
17
“ ... a educação[ das pessoas com deficiência ] deve ocorrer
no sistema escolar comum (...) .As medidas para o tal efeito
devem ser incorporadas no processo de planejamento geral
e na estrutura administrativa de qualquer sociedade “. (
SASSAKI, 2003,p.118)
Sassaki (2003) entende que a Educação Inclusiva deve prepara o indivíduo
para a vida, buscando seu desenvolvimento pessoal, educacional, profissional na
sua atuação junto a sociedade , mesmo que esse indivíduo venha precisar em
determinados momentos de atenção diferenciada dos demais. Ela deve criar
oportunidade para que o indivíduo possa lutar para exercer seus direitos e deveres
como cidadão.
Assim Sassaki (2003) nos ensina que a Educação Inclusiva é a :
“Provisão de oportunidades equitativas a todos os
estudantes, incluindo aqueles com deficiências severas, para
que eles recebam serviços suplementares de auxílios e
apoios, em classes adequadas à idade em escolas da
vizinhança, afim de prepara- los para uma vida produtiva
como membros da sociedade.” (SASSAKI,2003, p.122).
De acordo com Mozzotta (1998) a Educação Inclusiva deve favorecer a
educação de todos mesmos aqueles que por um motivo qualquer sinta-se
desfavorecido, sócio-culturalmente, economicamente ou qualquer outro tipo de
exclusão. Para ele a Educação Inclusiva é responsável por oportunizar e manter o
18
individuo que dela se beneficie, desconsiderando as pressões sofridas pela
desigualdade.
Ele ainda considera que o objetivo principal da Educação Inclusiva é estar
preparando o indivíduo para não deixar ser excluído, não permitir que o coloque à
margem da sociedade.
Nesse contexto Alves (2009) conceitua Educação Inclusiva como ação de
promover de modo abrangente tanto o desenvolvimento humano, quanto à
preservação e continuidade da cultura, envolvendo neste proceder todos os
indivíduos em fase de formação de sua personalidade, deve ter seu ambiente
planejado e estruturado adequadamente. A interação da família com a escola e o
aluno e essencial na Educação Inclusiva, e nessa parceria que se pode alcançar o
não para exclusão.
Deste modo Alves (2009) nos clarifica:
“ ...é de fundamental importância de quem oferece a
educação a estes ser deverá ter uma filosofia de
responsabilidade, examinando-o e dele para ver a extensão
do interesse por ele e dele para com a educação, ter um
conceito democrático respeitando a noção proporcional de
igualdade de oportunidades a cada um, independente de
qualquer razão. É direito fundamental de todos esses
indivíduos especiais e bem assegurados, a educação.
Valorizar o indivíduo sem tecer considerações de imediato,
conhecendo ou não suas capacidades. Isto tem que ser
19
parte do núcleo sólido dos ensinamento da educação
inclusiva.” ( ALVES, 2009,p.49)
Se a Educação Inclusiva preocupa-se em proporcionar ao aluno que ele
alcance sua capacidade, pode-se dizer que a Educação Inclusiva propõe uma
escola aberta as diferenças que tem a responsabilidade de ver e rever suas ações
pedagógicas traçando como meta da escola a qualidade do serviço oferecido,
atendendo a todos sem excluir ninguém.
Seu desafio é dar o acesso aluno. Mas o mais importante é dar meios para
que o aluno possa e seja mantido dentro da instituição verdadeiramente incluído.
E não a margem de.
O objetivo é incluir um grupo de alunos ou todos os alunos. A meta
primordial de acordo com Sassaki(2003) é não deixar ninguém ao exterior do
Ensino Regular.
Porém não significa simplesmente matricular todos os educandos com
Necessidades Educacionais Especiais na classe comum ignorando suas
necessidades específicas significa dar o suporte necessário ao processo de
inclusão.
Nesse sentido cabe a sociedade cobrar das autoridades em suas prática a
garantia desses serviços, estruturando e fortalecendo todo o sistema educacional.
2.1 – Alunos com Necessidades Educacionais Especiais
20
Segundo a Política Nacional de Educação Especial – 1994 , “ alunos com
necessidades educacionais especiais são aqueles que por apresentarem
necessidades próprias e diferente dos demais alunos no domínio das
aprendizagem curriculares correspondentes à sua idade, requer recursos
pedagógicos e metodologias educacionais especificas”.
A categorização desses alunos para efeito de prioridade no atendimento
educacional especializado são os que apresentarem:
• - Deficiência mental -” caracteriza-se por funcionamento intelectual geral
significativamente abaixo da média, que se origina no período de
desenvolvimento existindo, concomitantemente com limitações associadas
a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do individuo
em responder adequadamente às demandas da sociedade nos seguintes
aspectos: comunicação, cuidados pessoais, habilidades sociais,
desempenho na família e comunidade, independência na locomoção, saúde
e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho” ( Associação
Americana de Deficiência Mental – AAMD, 1992).
• - Deficiência Visual – “ redução ou perda total da capacidade de ver com o
melhor olho e após a melhor correção ótica. Manifesta-se como cegueira e
visão reduzida”.
• - Deficiência Auditiva – “ é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida
da capacidade de compreender a fala, através do ouvido. Manifesta-se
como surdez leve/ moderada e surdez severa/ profunda”.
21
• – Deficiência Física – “ é uma variedade de condições não sensoriais que
afetam o indivíduo em termos de mobilidade, de coordenação motora geral
e da fala, como decorrência de lesões, sejam neurológicas,
neuromusculares, ortopédicas, ou ainda, de mal formação congênitas ou
adquiridas .”
• – Deficiência Múltipla – “ é a associação no mesmo individuo de duas ou
mais deficiências primárias ( mental, visual, auditiva, física) com
comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na
capacidade adaptativa”.
• – Condutas Típicas – “ manifestações comportamentais típicas de
síndromes de quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos e que
ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízo no relacionamento
social”.
• _ Altas Habilidades – “ notável desempenho e elevado potencialidade em
qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade
intelectual geral, aptidão acadêmica especifica, pensamento criador ou
produtivo, capacidade de liderança, talento especial para as artes,
capacidade psicomotra”.
No entanto a partir da aprovação e publicação da Resolução CNE/CEB nº2
de 11 de setembro de 2001, que institui as Diretrizes Nacionais para Educação
Especiais na Educação Básica, são considerados alunos com necessidades
educacionais especiais todos aqueles que durante o processo educacional
apresentarem:
22
I – “ dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares,
compreendidas em dois grupos:
a) aqueles não vinculados a uma causa orgânica especifica;
b) aqueles relacionados a condições, disfunções limitações, ou deficiências”.
II) – “dificuldades de comunicação e sinalização diferenciada dos demais alunos
demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis”.
III) – “ altas habilidade/ superdotação grandes facilidade de aprendizagem que os
leve a dominar rapidamente conceitos procedimentos e atitudes”.
Para Sassaki (2003) os alunos com necessidades educacionais especiais são
aqueles que apresentam deficiências que não correspondem as normas, padrões
e valores determinados e reconhecidos pela sociedade.
Porem a sociedade rotula o individuo que não possuem características pré-
estabelecidas , reconhecidas e aceitas por um determinado grupo social,
desrespeitando excluindo todo aquele indivíduos que não a configuram.
23
CAPÍTULO III
DOCUMENTANDO EDUCAÇÃO PARA INCLUSÃO
No presente capitulo estaremos tratando de alguns documentos que
trouxeram benefícios para proposta de Educação Inclusiva.
Apesar de inúmeros países disponibilizarem distintos sistemas educacional,
cultural e social; até mesmo o conceito de alunos com necessidades educacionais
diferem-se , não podemos desconsiderar algumas atitudes tomadas
internacionalmente e nacionalmente em prol da” educação para todos”.
Em Jomtiem na Tailândia em 1990 representantes de governos e
organizações não governamentais uniram –se com o intuito de satisfazer as
necessidades básicas de aprendizagem , estruturando um plano de ação onde as
pessoas independente de gênero , idade pudesse aproveitar as oportunidades
educacionais voltadas para o desenvolvimento pleno de suas potencialidades.
Nesse processo os movimentos que se seguiam recomendavam a
necessidade de constituir uma educação de qualidade para todos.
O plano de ação dar-se à de acordo com a real situação de Educação
Básica e do contexto sociocultural e econômico de cada pai, podendo estabelecer
sua próprias metas. De acordo com o proposto cada país será encorajado a
elaborar ou atualizar planos de ação mais amplo e a longo prazo.
Num esforço coletivo outros movimentos foram acontecendo.
24
No ano de 1994 em Salamanca Espanha é realizada a Conferência Mundial
Sobre Necessidades Educacionais Especiais originando a Declaração de
Salamanca., que será estudada individualmente.
No mesmo ano aqui no Brasil da´-se origem ao Política Nacional de
Educação Especial (PNEE) que tinha como objetivo maior garantir o atendimento
educacional do “ alunado portador de necessidades especiais”. Sua expectativa
era aumentar o número de alunos no atendimento educacional.
O Política Nacional de Educação Especial (PNEE) teve como princípios
norteadores os mesmos que determinados pela Constituição Federal de 1988 que
mais à frente falaremos , o Plano Decenal de Educação Para Todos (MEC/1990)
e o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990).
Reafirmando o direito de à igualdade de oportunidades a todos, define
como educação Especial como um processo que visa promover o
desenvolvimento das potencialidades de pessoas “ portadoras de deficiência”,
condutas típicas ou altas habilidades que abrange os diferentes níveis e graus do
sistema de ensino.
A Política Nacional de Educação Especial determina as modalidades de
atendimento educacionais oferecidas pela Educação Especial no país: sala de
estimulação precoce, precoce, classes comuns, ensino com professor itinerante,
sala de recursos, classe especial, escola especial, atendimento domiciliar, classe
hospitalar e centro integrado de educação especial .
O Plano Nacional de educação em 2001 apresenta um estrutura flexível
nos revela que o atendimento da pra os alunos com necessidades educacionais
por enitidades filantrópicas representam quase metade do número oferecido à
toda educação especial no país.
25
Esse resultado se dá devido ao grande número de parcerias e cooperações
das sociedades de forma organizada . uma parceria que tem aprovação do poder
público .o que lhes interessam é dar continuidade a colaboração e a eficácia no
que diz respeito a expansão do atendimento aos alunos com necessidades
educacionais especiais. O Plano Nacional de Educação prioriza a formação de
recursos humanos capazes de oferecer um atendimento de qualidade aos alunos
com necessidades educacionais especiais desde a Educação Infantil , passando
pelos Ensinos Fundamental ,Médio e Superior.
Institui-se as Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação
Básica ( Resolução nº 2 CNE/CEB – 2001)
Atribui a escola a responsabilidade de organizar-se para o atendimento dos
alunos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos.
A Resolução reconceitua mais uma vez os alunos com necessidades educacionais
especiais e no seu texto considera os que apresentarem do processo educacional:
I - “ Dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de
desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares
que compreendidas em dois grupos: aqueles não vinculados a uma causa
orgânica especifica e aquelas relacionadas a condições, disfunções,limitações ou
deficiência .”
II - “ Dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos,
demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis.”
III – “ As altas habilidades/suprdotação grande facilidade de aprendizagem que os
leve a dominar rapidamente conceitos e atitudes”
26
É notório que a Resolução CNE/CEB nº 2 trata o processo inclusivo como
uma ação participativa de todo o segmento escolar onde estão envolvidos alunos,
professores e demais profissionais além da família e a comunidade.
3.1 - Constituição Federal (1988)
Partindo da escrita inicial do seu texto,em seu Capítulo III que trata da
Educação, da Cultura e do Desporto, na Seção I art. 205 da Educação como “
direito de todos e dever do Estado e da Família , será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoas,
seu prepara para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
”(BRASIL,1988 ) educação como dever inicialmente do Estado e posteriormente a
família.
Em seu art.206 ordena que o ensino seja ministrado com base nos seguintes
princípios:
I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.
II – Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber.
III – Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas ou privadas de ensino.
IV – Gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais.
V - valorização dos profissionais do ensino, garantindo, na forma de lei, planos de
carreira para o magistério público, com o piso salarial profissional e ingresso
27
exclusivamente por concursos públicos de provas e títulos, assegurado regime
jurídico único para todas as instituições mantidas pela União.
VI – Gestão democrática para o ensino público, n forma da lei
VII – Garantia d e padrão de qualidade.
Em seu art.208 que trata diretamente do dever do Estado com a Educação
diz que será efetivado mediante a :
I – Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para aqueles que não
tiveram acesso na idade própria.
II – Progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio.
III –Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino.
IV – Atendimento em creches e pré- escolas às crianças de zero a seis anos de
idade.
V – Acesso aos níveis mais elevados do ensino, na pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um.
VI – Oferta de ensino noturno regular, adequando as condições a do educando.
VII - Atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas
suplementares de material didático- escolar, transporte, alimentação e assistência
médica.
A Constituição Federal por tratar o serviços educacionais obrigatórios e
gratuitos como direito público subjetivo, pode implicar em não comprometimento
com que se propõe, tendo em vista a possibilidade de transferir responsabilidades
para uma outra instancia pública.
28
3.2 – Declaração de Salamanca (1994)
Com a realização da Conferencia Mundial sobre necessidades
educacionais especiais, onde fora reafirmado pela presente Declaração o
compromisso com a Educação para Todos e tem como objetivo definir as políticas
necessárias para favorecer o enfoque da educação integradora e inspirar as ações
dos governos, organizações nacionais e internacionais.
O principio fundamental é que as escolas devem acolher todas as crianças
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais,
lingüísticas e outros.
Nesta Declaração todas as crianças tem direito à educação, mesmo a que
apresente algum tipo de necessidade especial. A escola tem que acolhe –las
independentemente de suas condições físicas , intelectuais, sociais, emocionais. A
escola precisa encontrar maneiras de educar com êxito todas as crianças,
inclusive as com deficiências graves e bem dotadas. A Declaração de Salamanca
afirma que o desafio que enfrentam a escola inclusiva é o de desenvolver uma
pedagogia centralizada na criança, trazendo consigo uma base para a construção
de uma sociedade que respeite tanto a dignidade, comas diferenças de todos os
seres humanos.
Nesta Declaração nas escolas inclusivas todas as crianças, sempre que
possível, devem aprender juntas, independentes de suas dificuldades e
diferenças. As escolas devem reconhecer as diferentes necessidades de seus
alunos, considerando que cada criança tem características, interesses,
capacidades próprias , e a elas atender adaptar-se aos diferentes estilos e ritmos
29
de aprendizagem, assegurando um ensino de qualidade para todos. Parte do
princípio de que todas as diferenças humanas são normais e que a aprendizagem
deve, portanto, ajustar-se às necessidades década pessoa, e não cada pessoa
adaptar-se aos supostos princípios quanto ao ritmo e a natureza do processo
educativo.
Existe um compromisso em matricular todas as crianças em escolas da
rede regular de ensino, a menos que haja razões suficientes para fazê – lo , o
aluno poderá ser matriculada o onde for conveniente e favorável.
As escolas especiais podem contribuir com as escola regulares no que diz
respeito a adaptação dos currículos, métodos e programas de estudos. Os
governos devem criar mecanismos descentralizado e participativo de
planejamento, supervisão e avaliação do ensino. Além de assegurar que os
programas de formação de professores estejam voltadas para atender às
necessidades educacionais especiais na escolas integradas.
Não podemos esquecer que a escola inclusiva deve contar com a parceira
da família, da comunidade de organizações de pessoas com deficiência , unido
esforços a oferta de um ensino de qualidade.
3.3 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira( 1996)
O Excelentíssimo Senhor Presidente da República Federativa do Brasil
Fernando Henrique Cardoso e o Congresso Nacional, estabelecem as Diretrizes e
Bases da Educação Nacional e sanciona a Lei º 9394 de 20 de dezembro de
1996.
30
Para esta Lei a educação deve ser desenvolvida na convivência humana
em todas as áreas da sociedade civil é dever da família e do Estado.
Diferentemente do que esta recomendado no inciso I do Capítulo III da Cultura e
do Desporto, inciso I do art. 205 na Constituição Federal de 1988. consta no citado
documento que a educação e direito de todos e dever do Estado e da família ,
visando ao pleno exercício da cidadania. O que pode ser percebido, é uma
inversão de responsabilidades com relação a quem deve oferecer a educação, o
que antes aparecia inicialmente como dever do Estado agora com a nova Lei, é
atribuído primeiramente a família.
O Título III do Direito à Educar, no inciso III do art.4 assegura a atendimento
educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais,
preferencialmente na rede regular de ensino.
É possível se perceber um avanço significativo no que diz respeito a essa
atitude das autoridades para o ensino público, que aponta diretrizes para a
concessão do maior objetivo da educação : a escola acolher todas as crianças
independentes de suas diferenças.
Entretanto o termo preferencialmente vem sem objeto de grandes
discussões dos estudiosos da área de educação, por afirmarem que o termo
preferencialmente traduz um sentido ambíguo, o que dá sentido de escolha de
opção. Fazendo uma analise grosseira do termo pode-se dizer o que significa
preferencialmente para uns pode não ter o mesmo significado para outros.
Evidencia-se o não compromisso do poder público, a não obrigatoriedade. Uma
vez o direito de opção de um ou de outro não há obrigatoriedade de ambas as
partes.
31
O ser preferencial não significa ser obrigatório o que facilita argumentação
para não aceitação e inclusão dos alunos com necessidades educacionais na
rede regular de ensino, seja privada ou pública.
Neste documento é especialmente atribuído um capítulo inteiro à Educação
Especial, todo capítulo V da nova LDB fala da educação Especial.
O artigo 58 deste capítulo considera a Educação Especial como modalidade
da educação escolar. Nele a educação especial deve ser oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino. Estão expressos nos 1º e 2º
parágrafos, do mesmo artigo que quando necessário haverá serviços de apoio
especializado para atendimento desses alunos, e quando não for possível a
integração dos alunos com necessidades educacionais em função das condições
especificas dos alunos nas classes comuns do ensino regular essa acontecerá em
classes especiais, em escolas ou serviços especializados. Pode-se constatar que
a intenção de melhoria dos serviços educacionais colocados a disposição dos
alunos.
O parágrafo 3º do artigo 58 nos diz que a oferta da educação especial é
dever constitucional do Estado, tem inicio na faixa etária de zero seis anos de
idade, durante a etapa de toda Educação Infantil . O parágrafo especifica bem a
quem e educação especial deva atender, só não se saber o que ocorre com os
demais segmentos da educação. Não fica explícito se o Estado assumirá a
educação Especial em termos de níveis e modalidades de ensino ou se o Poder
Público se responsabilizará apenas pela educação especial de crianças de idade
de zero até seis anos de idade.
Em seu inciso I do art.59 expressa uma preocupação com o currículo,
métodos e técnicas utilizadas para atender às necessidades dos alunos, deve ser
32
flexível porém, não deve perder suas propriedades fundamentais, a qualidade do
ensino oferecido.
O inciso III do mesmo determina que profissionais para trabalhar com
educandos com necessidades educacionais especiais devem ter especialização
adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado bem como
professores do ensino regular capacitados para integração dos alunos nas classes
comuns.
Em seu art.60 referente aos órgãos normativos do sistema de ensino foram
estabelecidas e com atuação das instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio
técnico e financeiro pelo Poder Público. É preciso estar atento aos critérios de
caracterização quanto as especificidade.
Esta lei não contempla o direito de opção das pessoas com necessidades
especiais e de seus pais ou responsáveis , limitando-se a prever as situações em
que dará a educação especial. Ruim de tudo não chega ser em pensar que é a
primeira vez que na educação brasileira consegue-se dedicar um capítulo
inteirinho a educação especial.
As políticas educacionais atuais estão buscando fazer com que todos os
alunos sejam verdadeiramente incluídos numa escola de qualidade com condições
de receber e acolher a todos sem fazer distinção alguma. Estamos começando a
caminhar no sentido de uma educação para as diferenças individuais humanas de
cada ser, compreendendo que ser diferente é normal.
33
CAPÍTULO IV
CONTRIBUINDO PARA TRANSFORMAR
Se as ações realizadas na perspectiva de obter e conseguir uma Educação
para Todos estão ganhando força, esse movimento vem em resposta a
solicitações gritante que a sociedade vem fazendo. Todas essas ações buscam
apoio por parte do setor público, de modo atrair recursos para o desenvolvimento
humano.
Com a Educação Inclusiva os alunos com necessidades educacionais
especiais as maiores preocupações que se destacam, são medidas que garantam
a igualdade de acesso à educação e todo e qualquer tipo de necessidade especial
como parte integrante do sistema educacional , priorizando um currículo que deve
ser levado em conta os programas educacionais e no discurso pedagógico. O
desafio é fazer da escola, uma escola que se especialize em promover a
aprendizagem de todos os alunos sem exceção , respeitando a singularidade de
cada sujeito, que se responsabilize com uma política de educação inclusiva
compreendendo a pluralidade cultural.
Com a Psicomotricidade a proposta de inclusão torna- se aumento das
possibilidades, conjugando esforços metodológicos e teóricos sempre levando em
conta o sujeito/ corpo em sua dimensão motora.
Pode –se compreender que :
“ Os estudos contemporâneos em Psicomotricidade
sinalizam propostas de inclusão social ampla em diversos
níveis:Nesse sentido, não se reduz a condição de excluídos
34
não somente para aqueles que não aprendem conteúdos
específicos pedagógicos mas principalmente por se
colocarem ( ou serem postos) como não incluídos em sua
identidade cidadã, expondo a chaga da competitividade
desigual e desleal da sociedade evidenciada no contexto da
economia de mercado, com todas as suas influencias na
educação e nos sintomas da clinica atual. Os anos
1980/1990 trouxeram muitas contribuições teóricas e em
especial, as Psicologia social e da Psicanálise “ lacaniana”,
demonstrando o quanto o socius e a linguagem são
importantes para a construção das subjetividades/
corporeidades”. (FERREIRA, 2008, p.49)
A Psicomotricidade aliada a educação possui um caráter preventivo, e de
acordo com a literatura atual a sua prática pode enriquecer o conhecimento a
convivência escolar, além de melhor o comportamento geral do individuo por meio
de tomada de consciência corporal, domínio do equilíbrio, tônus , organização e
orientação espacial .
A Psicomotricidade verdadeiramente vem como ferramenta de ação,
harmonizando o contexto educacional ,social e transformando esses espaços de
convivência rico em diversidades culturais. Assim com a ajuda da
Psicomotricidade o individuo diferencia-se do outro afirmando sua identidade,
reconhecendo –se capaz de usar seus recursos pessoais para atuar de acordo
com suas possibilidades e limitações.
Assim para clarificar nos diz Ferreira (2007)
35
“ A inclusão como filosofia de educação alerta, pois para
um sistema de valores; não se pode esgotar em um conjunto
de técnicas educativas mediáticas, pois toda a comunidade
educativa deve compartilhar tais valores em todas as
práticas e em todas as atitudes. Nesse sentido, a escola
assume-se como uma instituição social anti -discriminatória,
na qual todos os estudantes, com ou sem problemas,
integrados ou marginalizados, são acolhidos na qual a
exclusão é zero, na qual todos se podem considerar
proprietários de um bem social e de um sentimento
comunitário profundo que é integração total de todas as
crianças na escola, independente da sua diversidade
biossocial”. ( FERREIRA, 2007, P.51)
A Psicomotricidade busca o favorecimento da criança nas relações com o
mundo que a cerca. Ferreira (2008) completa “ A Psicomotricidade busca
desenvolver uma imagem positiva de si atuando de forma cada vez mais
independente, com confiança em suas capacidades e percepção de seus
limites”. Quando ocorre alteração importante no sistema sensorial da criança , seja
ele visual, motor, auditivo ou até mesmo comportamental, temos a
psicomotricidade como grande aliada. Essa se difere por conhecer as
possibilidades e as dificuldades da criança.
Nesse sentido por poder oferecer atenção especial por meio da
estimulação precoce deve ser realizada o mais cedo possível para prevenir
atrasos ou alterações significativas no desenvolvimento do individuo. A
Psicomotricidade contribui significativamente nos programas de estimulação
36
precoce, enriquecendo e aprofundando as condutas utilizadas .Devemos o quanto
antes buscarmos o diagnostico não só pensando na origem orgânica, mas
também pensando na origem social.
A família é o pelar mais importantes nesse momento de intervenção e
estimulação precoce , atuando como facilitadora das aquisições dos padrões de
postura e do movimento, na educação , no desenvolvimento da inteligência e na
organização da personalidade, em todas as fases do processo evolutivo .
Estimulação Precoce: caracteriza-se como” conjunto dinâmico de atividades
e de recursos humanos e ambientais incentivadores que são destinados a
proporcionar à criança, nos seus primeiros anos de vida, experiências
significativas para alcançar pleno desenvolvimento no seu processo evolutivo” .
(SEESP/MEC/UNESCO,1995).
Ferreira ( 2007) conclui.” As ações estimuladoras dos mesmos devem se
efetuar nos primeiros anos de vida, de forma regular e sistemática , sem
descontinuidade e sem interferência de fatores francamente negativos”. Nada
mais do que o resgate do desenvolvimento harmônico do ser.
Segundo Ferreira (2007)
“ O envolvimento da família é de extrema importância nos
programas de intervenção precoce . Os pais devem
participar ativamente durante todo o processo para
assegurar a eficácia do plano individual e sua continuidade
no lar e devem receber orientação individual conforme as
condições particulares dos filhos. , alem de uma equipe
multidisciplinar capaz de desenvolver um plano
37
individualizado para criança e seus familiares”.( FERREIRA,
2007, p.77)
Ferreira (2007) afirma que a partir das informações fundamentais em que
“ se é o feito precocemente o diagnostico permitirá a intervenção que deve ter
com objetivos principais o acolhimento dos pais e o desenvolvimento da criança
sobre os aspectos da comunicação, da afetividade e a inclusão social”.
O olhar do psicomotricista pela abrangência de seu trabalho que vem
desde o papel de facilitar e promover o processo de integração do sujeito, que
deve ser percebido de forma individual, a fim de atender às necessidades,
possibilidades e desejos de cada um. As estratégias adotadas deverão sempre
respeitar as particularidades e a singularidades de cada individuo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando o estudo realizado pude perceber que apesar de ouvir muito
falar em Educação Inclusiva e Alunos com Necessidades Educacionais Especiais,
interferência da Psicomotricidade,ainda precisaremos trilhar por uma longa
caminhada .
A partir da Declaração de Salamanca pensando na Educação Básica como base
da aprendizagem e desenvolvimento humano tida como integrante do sistema
educacional .Traduz o compromisso de garantir atendimento as necessidades
básicas .
Avanços em prol da Educação Inclusiva já começa aparecer mas em
forma de movimentos muito discretos. As propostas e estratégia que são
apresentadas aparecem de forma solta, desvinculada , muitas vezes sem
obrigatoriedade .
Mesmo assim não se pode desconsiderar um começo, mesmo diante de suas
limitações.
Nasce a conscientização de direitos e deveres dos Alunos com
Necessidades Educacionais Espaciais e o encorajamento de cobrar das
autoridades o que lhes é de direito.
Os excluídos precisam ter consciência de seus direitos assegurados pela
Constituição Federal de 1988.
Embora a Política Nacional de Educação de grosso modo demonstre a
disponibilidade do número de atendimento aos alunos com necessidade
educacionais especiais, ela semêa a necessidade de disponibilizar na Lei maior
da educação brasileira um capítulo que trate dos alunos com necessidades
educacionais especiais.
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Com a Lei de Diretrizes da Educação Brasileira, podemos perceber que
vem acontecendo uma nova estrutura no sistema educacional , se preocupando
em partir das necessidades gerais até conseguir alcançar as especificas.
O Plano Nacional de Educação faz o reconhecimento da diversidade e a
necessidade de construir um espaço que veja a diferença como algo pertencente
a ser humano.
Contudo a Resolução nº 2( CNE/CEB/2001) melhor se aproxima da tão
desejada Educação Inclusiva.
Nesse estudo também pude melhor conhecer das tarefas pertencentes a
Psicomotricidade suas contribuições para inclusão , tanto no âmbito, social como
também no educacional.
Tida como fortíssima aliada no desenvolvimento das construção de
identidade do sujeito, habilidades motoras, no acolhimento dos Alunos com
Necessidades Educacionais Especiais e seus familiares, dando suporte do fazer
o individuo pertencer.
A Psicomotricidade diante de sua rica contribuição assume um processo
auto determinante na qualidade de vida para todos os indivíduos sem exceção,
esteja ele nas Escola Inclusivas nos processos do desenvolvimento e da
aprendizagem de forma lúdica e responsável, nos institutos especializados dando
apoio terapêutico com profissionais multidisciplinares, na família dos alunos ditos
especiais, na Educação Física, na dança, na contribui significativamente nos
programas de estimulação precoce enriquecendo a aprofundando as condutas
utilizadas, nos programas de ações complementares dando ressignificação.
Definitivamente a Psicomotricidade é de vital importância na preservação
da singularidade e preservação das experiências vividas pelo indivíduo. Como
desafio junto a educação é acolher a demanda fazer com que todos os atores
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sociais envolvidos não se permita ficar à margem da sociedade, debruça-se
grande responsabilidade assegurar a todos os mesmos direitos.
Uma sociedade para todos tem com principio fundamental a diversidade, não é
aceito nenhum tipo de exclusão.
Nesse estudo fica ainda mais evidente que a mudanças deve acontecer a
partir dos ditos excluídos esses precisam ter consciência de seus direitos como
cidadãos e ser humano, com cobrança de atitudes das autoridades competentes
em propiciar ação efetivas e concretas deixando de lado as diferenças . Uma
sociedade para todos tem com principio fundamental a diversidade do
homem. Renovando a esperança da capacidade humana em dar a
ressignificados a vida.
Acredito que o apresentado se estudo seja relevante no que diz respeito a
mudança de postura . Esse estudo fica como uma experiência gratificante e
somatória à minha vida acadêmica, e porque não dizer o desejo em um futuro bem
próximo saber mais sobre os assuntos estudado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Fátima. Inclusão: muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio. 4ª ed. Rio de Janeiro: WAK, 2009. ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 4ª ed. Rio de Janeiro: WAK, 2008. BRASIL, Constituição Federal(1988). Constituição da República Federativa do Brasil: Centro Gráfico do Senado Federal, 1988. BRASIL, Ministério da Justiça Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Declaração de Salamanca e Linha de Ação Sobre necessidades Educativas Especiais. 2ª ed. Brasília: CORDE,1997. BRASIL, Política Nacional de Educação Especial. Brasília : MEC, 2001. BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. MEC/ CNE/CEB, 2001. COSTE, Jean- Calude. A Psicomotricidade. 2ª ed. Rio de Janeiro: ZAHAR EDITORES,1981. DECLARAÇÃO, Mundial Sobre Educação para Todos: plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem.Jomtien- TAILANDIA. FERREIRA, C. A. M. & RAMOS, M. I. B. Psicomotricidade: educação especial e inclusão social. Rio de Janeiro: WAK, 2007. FERREIRA, C. A. M. ,HEINSIUS. A. M. & BARROS. D. R. Psicomotricidade Escolar. Rio de Janeiro: WAK, 2008. LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos. 7ª ed. Porto Alegre: Art Méd, 2001. SASSAKI, Romeu. K. Construindo uma Sociedade para Todos. 5ª ed. Rio de Janeiro: WVA, 2003.