29
1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA <> <> <> <> <> Jogos na Psicopedagogia <> <> <> <> <> Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia Por: Ana Luiza Abi-Rihan

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

1

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

<>

<>

<>

<>

<>

Jogos na Psicopedagogia

<>

<>

<>

<>

<>

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia

Por: Ana Luiza Abi-Rihan

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

2

<>

<>

<>

<>

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

<>

<>

<>

<>

<>

JOGOS NA PSICOPEDAGOGIA

<>

<>

<>

Por: Ana Luiza

<>

<>

<>

Orientador

Prof. Dayse Serra

Rio de Janeiro

2012

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, a minha família pela paciência e aos amigos.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

4

DEDICATÓRIA

...dedico a todos os Psicopedagogos do Brasil.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

5

RESUMO

Brincadeira é coisa séria

Os jogos ajudam na aprendizagem do cotidiano escolar?

O jogo é um possível facilitador para a aprendizagem, por ser uma atividade dinâmica e lúdica a criança desperta um interesse maior. Estimulando sua capacidade de raciocínio.

Este artigo irá fazer um breve resumo dos autores, Piaget, Vygotsky e Winnicott sobre o que eles dizem em relação aos jogos infantis – pontos a favor e contras, além de uma pequena comparação de como estas teorias podem

ser usadas na profissão - de psicopedagogos.

As fases pré-operatórias categorias que Piaget classificou os jogos em três grandes fases do desenvolvimento infantil, nelas ele mostra as fases do desenvolvimento da criança e quais os jogos estão relacionados a cada fase.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

6

METODOLOGIA

Através de pesquisas realizadas na internet e minha própria vivencia pude perceber a importância dos jogos para o desenvolvimento da criança. Mas, ainda a duvidas sobre esse método de aprendizagem?

Será que precisamos de mais pesquisa para descobrimos a importância dos jogos para a Psicopedagogia.

Os jogos podem trazer uma interação da criança com o meio e melhorar sua relação interpessoal?

Através dos jogos podemos perceber se a algo está acontecendo no cotidiano dessa criança?

Na minha vivencia do cotidiano escolar pude perceber a importância dos jogos na vida da criança. E alem disso os jogos estão ligados a todas as disciplinas e portanto a criança poderá já desde pequena se relacionas com as matérias que vera no futuro.

Através dos jogos pude perceber algumas mudanças com crianças de todos os tipos e personalidades.

Crianças tímidas, as egoístas, as que não sabem dizer não, crianças autistas, asphreguer entre outras.

Dessa forma podemos mudar a personalidade desta criança de acordo com o seu meio onde vive.

Através dos jogos podemos tornar o ensino, mas prazeroso, portanto a fixação na memória da criança será e instantânea.

12 – Ana Luiza, Abi-Rihan.Psicopedagogia. www.vezdomestre.com.br

4-3-2012

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

7

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

(TÍTULO)

1.1 O Jogo no Processo de Ensino Aprendizagem 10

1.2- Classificação dos Jogos 11

1.2.1 – Jogos de Regras 12

17

CapítuloII

(TÍTULO)

O Jogo no Aspecto Psicológico 20

1.1- Os Jogos no Processo de letramento 24

1.2- Ambiente Letrado 27

2.0- O JOGO

2.1- Característica do Jogo

O Jogo Segundo Alguns Autores 29

2.2 O Jogo na Educação

Conclusão 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

8

INTRODUÇÃO

A pesquisa feita com livros relacionados à aprendizagem com jogos.

Reportagem com profissionais da área de psicopedagogia e psicologia.

Pensadores expõem as suas teorias sobre o aprendizado com jogos.

É feita para que possamos tirar nossas próprias conclusões. Dara margem para sabermos para qual rumo irá seguir.

Com pesquisas realizadas podemos comparar as semelhanças e diferenças das três teorias:

Enquanto Piaget fala em estágio de desenvolvimento, influência da estrutura cognitiva, Vygotsky fala em interação da linguagem, interação entre o meio (cultura) e a criança, em zona de desenvolvimento proximal. Já Winnicott fala em mediação, em compartilhamento de experiências. Piaget estabelece fases para o desenvolvimento e diz que todo mundo tem condições iguais para aprender. Diz que a criança assimila no jogo o que percebe da realidade e que o jogo não é determinante nas modificações das estruturas. Fala do jogo simbólico. Para Piaget, o símbolo nada mais é do que um meio de agregar o real aos desejos e interesses da criança. Vygotsky diz que o desenvolvimento ocorre no decorrer da vida, não estabelece fases para este desenvolvimento, que ele depende do meio em que se vive da cultura. Diz que o jogo proporciona alteração das estruturas. Lembra do faz-de-conta. Para Vygotsky, o exercício do simbolismo ocorre quando o significado fica em primeiro plano. Na medida em que cresce, a criança impõe ao objeto um significado. Os dois falam em jogo de regras. Piaget diz que a criança aprende o jogo de regra através de um engajamento individual na solução do problema. Para Vygotsky, entretanto, o jogo de regra é aprendido com a interação com os outros. Piaget entende que o jogo é assimilação - constituem-se em expressão, enquanto Vygotsky assegura que a criança cria a partir do que conhece das oportunidades do meio, em função de suas necessidades. Para Winnicott, a brincadeira traz a oportunidade para o exercício da simbolização e é também uma característica humana.

Observa-se que há um ponto em comum entre os pesquisadores: (Piaget, Vygotsky e Winnicott) dentro do seu tempo, os três concordam que o brincar é fundamental no desenvolvimento da criança. Mas ainda a duvidas sobre esse assunto e o preconceito de que o brincar não acrescenta nada no desenvolvimento da criança e que a mesma está apenas se divertindo. Sim ela

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

9

está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas.

É claro que a brincadeira sem um objetivo não tem sentido, a criança precisa de um direcionamento para poder “executar” as atividades na prática. Muitos pais iam visitar a escola em que eu trabalhava (Ed. Infantil) e perguntavam meios sem graça se ela iria ficar ali só brincando. A falta de informação ainda é muito grande a boa noticia que está bem melhor do que alguns anos atrás que não existia essa consciência em relação à melhora no desenvolvimento da criança ao brincar.

Para concretizar mais o assunto. Os três pesquisadores citados já falavam disso há muitos anos atrás, para já haver uma mudança. Porque quando aprendemos de uma forma mais divertida, sem o método mecânico de antes ao invés de decorar por obrigação, torna-se mais prazeroso .

O jogo é um recurso que contribui na formação corporal, afetivo e cognitivo, por ter uma característica lúdica se torna mais motivadora e eficiente em seu desenvolvimento, preparando sua inteligência e caráter, tendo conhecimento de quantidade e de espaço. O objetivo deste trabalho é informar a importância das atividades lúdicas no processo psicológico das crianças, promoverem o respeito pelas pessoas e pelas regras.

Por meio do jogo e do brincar a criança expressa suas fantasias, seus desejos e suas experiências reais de um modo simbólico, onde a imaginação e a criatividade fluem por conta da ludicidade.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

10

CAPÍTULO I

TÍTULO DO CAPÍTULO

O JOGO NO PROCESSO DE ENSINO E

APRENDIZAGEM

Segundo Vygotsky, o lúdico influencia enormemente o desenvolvimento da criança. É através do jogo que a criança aprende a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire iniciativa e autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. Existem certos elementos que caracterizam os diversos tipos de jogos e que podem ser resumidas assim: Os jogos podem ser classificados de diferentes formas, de acordo com o critério adotado. Vários autores se dedicaram ao estudo do jogo, entretanto Piaget elaborou uma "classificação genética baseada na evolução das estruturas”. Piaget classificou os jogos em três grandes categorias que correspondem às três fases dos desenvolvimento infantil. ♣ Fase sensório-motora (do nascimento até os 2 anos aproximadamente): a criança brinca sozinha, sem utilização da noção de regras. ♣ Fase pré-operatória (dos 2 aos 5 ou 6 anos aproximadamente): As crianças adquirem a noção da existência de regras e começam a jogar com outras crianças jogos de faz-de-conta. ♣ Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos aproximadamente): as crianças aprendem as regras dos jogos e jogam em grupos. Esta é a fase dos jogos de regras como futebol, damas, etc.

1.1 – Classificação dos jogos correspondendo a um tipo de estrutura mental: ♣♣♣♣ Jogo de exercício sensório-motor ♣♣♣♣ Jogo simbólico ♣♣♣♣ Jogo de regras

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

11

Jogos de exercício sensório-motor Como já foi dito antes, o ato de jogar é uma atividade natural no ser humano. Inicialmente a atividade lúdica surge como uma série de exercícios motores simples. Sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento, Estes exercícios consistem em repetição de gestos e movimentos simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr, etc. Embora estes jogos comecem na fase maternal e durem predominantemente até os 2 anos, eles se mantém durante toda a infância e até na fase adulta. Por exemplo, andar de bicicleta, moto ou carro.

Jogos simbólicos O jogo simbólico aparece predominantemente entre os 2 e 6 anos. A função desse tipo de atividade lúdica, de acordo com Piaget, "consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos desejos", ou seja, tem como função assimilar a realidade. A criança tende a reproduzir nesses jogos as relações predominantes no seu meio ambiente e assimilar dessa maneira a realidade e uma maneira de se auto-expressar. Esses jogo-de-faz-de-conta possibilita à criança a realização de sonhos e fantasias, revela conflitos, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. Entre os 7 e 11-12 anos, o simbolismo decai e começam a aparecer com mais freqüência desenhos, trabalhos manuais, construções com materiais didáticos, representações teatrais, etc. Nesse campo o computador pode se tornar uma ferramenta muito útil, quando bem utilizada. Piaget não considera este tipo de jogo como sendo um segundo estágio e sim como estando entre os jogos simbólicos e de regras. O próprio Piaget afirma: "... é evidente que os jogos de construção não definem uma fase entre outras, mas ocupam, no segundo e sobretudo no terceiro nível, uma posição situada a meio de caminho entre o jogo e o trabalho inteligente...".

Jogos de Regras

O jogo de regras, entretanto, começa a se manifestar por volta dos cinco anos, desenvolve-se principalmente na fase dos 7 aos 12 anos. Este tipo de jogo continua durante toda a vida do indivíduo (esportes, trabalho, jogos de xadrez, baralho, RPG, etc.). Os jogos de regras são classificados em jogos sensório-motor (exemplo futebol), e intelectuais (exemplo xadrez). O que caracteriza o jogo de regras é a existência de um conjunto de leis imposto pelo grupo, sendo que seu descumprimento é normalmente penalizado, e uma forte competição entre os indivíduos. O jogo de regra pressupõe a existência de parceiros e um conjunto de obrigações (as regras), o que lhe confere um caráter eminentemente social. Este jogo aparece quando a criança abandona a fase egocêntrica possibilitando desenvolver os relacionamentos afetivo-sociais.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

12

O jogo é uma atividade que tem valor educacional intrínseco. Leif diz que "jogar educa, assim como viver educa: sempre sobra alguma coisa". A utilização de jogos educativos no ambiente escolar traz muitas vantagens para o processo de ensino e aprendizagem, entre elas: O jogo é um impulso natural da criança funcionando assim como um grande motivador. A criança através do jogo obtém prazer e realiza um esforço espontâneo e voluntário para atingir o objetivo do jogo. O jogo mobiliza esquemas mentais: estimula o pensamento, a ordenação de tempo e espaço. O jogo integra várias dimensões da personalidade: afetiva, social, motora e cognitiva. O jogo favorece a aquisição de condutas cognitivas e desenvolvimento de habilidades como coordenação, destreza, rapidez, força, concentração, etc. A participação em jogos contribui para a formação de atitudes sociais: respeito mútuo, cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade, senso de justiça, iniciativa pessoal e grupal. O jogo é uma forma de vínculo que une a vontade e o prazer durante a realização de uma atividade. O ensino utilizando meios lúdicos cria ambientes gratificantes e atraentes servindo como estímulo para o desenvolvimento integral da criança.

Através dos jogos podemos perceber a personalidade de cada individuo, porque nessa hora a criança está mais relaxada e deixando se mostra mais, a partir da à observação é muito importante perceber cada gesto, cada palavra que ela faz ou diz.

Cada fase corresponde um elemento base para a personalidade de cada criança.

Crianças de todos os tipos podem participar dos jogos. (cada jogo adaptado para a idade de cada criança).

O jogo com exercícios sensório motor trabalha a coordenação da criança, a atenção e a obedecer a regras.

Os jogos simbólicos permiti através do faz de conta e com a fantasia de cada criança a observação de conflitos que podem estar embutido no subconsciente da criança.

Jogos de regras permite que a criança tenha contato com limites e desenvolva relacionamentos interpessoais.

Todos esses jogos de alguma maneira estão relacionados no desenvolvimento do caráter da criança.

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

13

A Ludicidade no desenvolvimento e aprendizado da criança na escola: reflexões sobre a Educação

O jogo é a atividade lúdica mais trabalhada pelos professores atualmente, pois ele estimula as várias inteligências, permitindo que os alunos se interessem em tudo que esteja ligado de forma significativa. Através do lúdico o professor pode desenvolver jogos que sejam prazerosos e que ensine os alunos a descobrir quais são os valores éticos e morais, formando cidadãos conscientes dos seus deveres e de suas responsabilidades, além de proporcionar situações em que haja uma interação maior entre os alunos e o professor numa aula diferente e criativa, sem ser rotineira. Palavras Chaves: educação, ensino, lúdico, jogo, dinâmico, educador, valores.

No começo, o desenvolvimento desse trabalho tem como objetivo mostrar a importância do lúdico como recurso no cotidiano escolar e tem como objetivo uma qualidade no processo educacional. E para que essa aprendizagem aconteça de forma significativa e dinâmica, o professor tem como apoio a técnica dos jogos.

São muitos os estudiosos do assunto, e para este trabalho foram consultados autores que relatam a importância do lúdico e do uso dos jogos em atividades didáticas para fundamentar ainda mais os pontos principais e melhor afirmar o que foi explanado, são eles: Airton Negrine, Celso Antunes, Gilda Rizzo e Helena Nylse Cunha.

A educação tem por objetivo principal formar cidadãos críticos e criativos com condições para transformar e ser capazes de construir cada vez mais novos conhecimentos. O processo de Ensino/Aprendizagem está diariamente aprimorando seus métodos de ensinar para a melhora do ensino. O lúdico é um desses métodos que está sendo trabalhado na prática pedagógica, contribuindo para o aprendizado do docente possibilitando ao professor preparar aulas dinâmicas fazendo com que o aluno se interesse mais pela aula, pois estimula a vontade de aprender, seu interesse a matéria aumenta e dessa maneira ele aprende o que foi preparado para ser ensinado, estimulando-o a ser pensador, questionador e não um repetidor de informações. Nessa situação a satisfação do professor ao saber que o seu dever foi cumprido é indescritível.

È preciso saber que o termo lúdico etimologicamente é derivado do Latim "ludus" que significa jogo, divertir-se e que se refere à função de brincar de forma livre e individual, de jogar utilizando regras referindo-se a uma conduta social, da recreação, sendo ainda maior a sua abrangência. Assim, pode-se dizer que o lúdico é como se fosse uma parte inerente da vida do ser humano, utilizado como recurso pedagógico em várias áreas de estudo levando a aprendizagem do indivíduo. Dessa maneira, percebem-se as diversas razões que levam os educadores a trabalharem no âmbito escolar as atividades lúdicas.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

14

Como vemos Gilda Rizzo (2001) diz o seguinte sobre o lúdico:

"... A atividade lúdica pode ser, portanto, um eficiente recurso aliado do educador, interessado no desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação intelectual." (p.40).

Depois desse pensamento que a estudiosa sita, observa-se que o principal papel do professor é estimular o alunado à construção de novos meios de conhecimentos e através das atividades lúdicas o aluno acaba tendo que produzir e oferecer soluções às situações-problemas preparadas pelo educador. Pois o lúdico é um dos motivadores na percepção e na construção de esquemas de raciocínio, além de ser uma forma de aprendizagem diferenciada e prazerosa.

O educador deve ter cuidado ao desenvolver uma atividade com o lúdico, por ser uma tarefa dinâmica, o professor fica como condutor do estimulo e a avaliador do desenvolvimento da atividade, no entanto o professor é mediador entre o lúdico e os alunos.

Da mesma forma deve se precaver na quantidade de atividades lúdicas, pois utilizada periodicamente acabam tornando-se uma rotina no cotidiano escolar e transformando-se numa aula tradicional.

Nylse Cunha (1994) acredita que a ludicidade oferece uma "situação de aprendizagem delicada", ou seja, que o professor precisa procurar ver o interesse do aluno, sendo capaz de respeitar o tempo de desenvolvimento das múltiplas inteligências do mesmo, do contrário a atividade lúdica perde completamente sua riqueza e seu valor, além do mais o professor deve ter prazer em trabalhar esse novo método sendo estimulando os alunos gostarem de aprender, pois se o educador não se empolgar pelo que ensina o aluno não terá o interesse em aprender.

Celso Antunes (2001) argumenta da seguinte forma: "Um professor que adora o que faz que se empolga com o que ensina que se mostra sedutor em relação aos saberes de sua disciplina, que apresenta seu tema sempre em situações de desafios, estimulantes, intrigantes, sempre possui chances maiores de obter reciprocidade do que quem a desenvolve com inevitável tédio da vida, da profissão, das relações humanas, da turma...” (p.55).

A atividade lúdica mais trabalhada atualmente nas escolas pelos professores é o jogo, principalmente nas salas de aula do ensino fundamental por ter sua clientela na maioria das vezes formada por crianças. Sendo importante dizer que a palavra "jogo" foi utilizada para se referir ao "brincar", se tratando de forma lúdica, levando em conta que o indivíduo não apenas se diverte jogando, mas também aprende.

A palavra "jogo" etimologicamente origina-se do latim "iocus", que significa brincadeira, divertimento. Em alguns dicionários da Língua Portuguesa aparece com definição de "passatempo, atividade mental determinada por regras que definem ganhadores e perdedores".

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

15

Numa de suas palestras Airton Negrine (1997) cita o seguinte:

"... a palavra "jogo" apresenta significados distintos uma vez que pode ser entendida desde os movimentos que a criança realiza nos primeiros anos de vida agitando os objetos que estão ao seu alcance, até as atividades mais ou menos complexas..." (p.44).

Pode-se dizer então que a palavra "jogo" apresenta significados variados, desde uma brincadeira de criança com fins restritos em diversão até as atividades mais complexas com intuito de adquirir novos conhecimentos.

Gilda Rizzo (2001) diz que "os jogos, pelas suas qualidades intrísecas de desafio à ação voluntária e consciente, devem estar, obrigatoriamente, incluídos entre as inúmeras opções de trabalho escolar."

Pois o objetivo principal do jogo como atividade lúdica é proporcionar ao indivíduo que está jogando, conhecimento de maneira gratificante, espontânea e criativa não deixando de ser significativa independente de quem o joga, deixando de lado os sistemas educacionais extremamente rígidos.

Trabalhar com os jogos na sala de aula possibilita diversos objetivos, dentre eles, foram pontuados os seguintes:

Desenvolver a criatividade, a sociabilidade e as inteligências múltiplas;

Dar oportunidade para que aprenda a jogar e a participar ativamente;

Enriquecer o relacionamento entre os alunos;

Reforçar os conteúdos já aprendidos;

Adquirir novas habilidades;

Aprender a lidar com os resultados independentemente do resultado;

Aceitar regras;

Respeitar essas regras;

Fazer suas próprias descobertas por meio do brincar;

Desenvolver e enriquecer sua personalidade tornando-o mais participativo e espontâneo perante os colegas de classe;

Aumentar a interação e integração entre os participantes;

Lidar com frustrações se portando de forma sensata;

Proporcionar a autoconfiança e a concentração.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

16

Nota-se também um interesse maior sobre a matéria que está sendo trabalhada por haver um interesse dos alunos em expressar-se livremente, de agir e interagir em sala de aula. Mas lembrando sempre que deve haver uma interdisciplinaridade aos conteúdos e aos objetivos dentro do processo de aprendizagem, auxiliando a parte teórica, tornando o ensino mais prazeroso. apresentando opiniões para crescer ainda mais o trabalho dos profissionais da área da educação.

Antes do objetivo escolhido, os jogos destacados pelos educadores para trabalhar na escola precisam ser estudados criteriosamente e analisados rigorosamente para serem de fato eficientes, porque os jogos que não são testados e pesquisados não terão seu valor devido, o professor precisa adaptar o jogo por faixa etária e experimentá-lo antes para ver se dará certo por que se não pode , torna-se ineficazes, obviamente, uma atividade lúdica deve ser aplicada sempre tendo o conteúdo como proposta e um benefício educativo. O professor pode criar seus próprios jogos, a partir dos materiais disponíveis na instituição de ensino em que leciona e ou até dependendo dos interesses dos alunos na sala de aula, porém precisa atentar para a forma de como serão trabalhados, não esquecendo os objetivos e o conteúdo a ser desenvolvido. O educador precisa ter muito mais força de vontade, criatividade, disponibilidade, seriedade, competência para construir um jogo.

Celso Antunes (2003) cita o seguinte sobre o jogo:

"O jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga, passa a viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço, envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real".

De acordo com Celso Antunes, pode-se afirmar que a ludicidade do jogo proporciona momentos mágicos e únicos na vida de um indivíduo, pois no mesmo instante que diverte, ensina e desenvolve o raciocínio e a criatividade além de obter responsabilidade diante da situação colocada a ele.

Diante de tudo que fora mencionado, pode-se dizer sem sombra de dúvida que o lúdico é importante sim para uma melhoria na educação e para a estimulação dos alunos no andamento das aulas, promovendo uma aprendizagem significativa que ocorre gradativamente e de forma natural, tornando-se um grande aliado aos professores na caminhada para bons resultados.

É dever do professor experimentar outros padrões de ensino em relação aos alunos, deixando de lado os métodos e técnicas tradicionais acreditando que o lúdico é eficaz para desenvolver estratégia de desenvolvimento na sala de aula.

A expectativa desta proposta inicial de encontro com o a proposta que foi feita preferencialmente, para dar suporte aos professores que já atuam no cotidiano escolar, e aos futuros professores a tornar suas aulas mais motivadoras

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

17

fazendo com que os alunos tenham aulas mais interessantes, e que a sala de aula se transforme num lugar divertido, podendo haver uma integração entre todos que a freqüentam.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

18

TÍTULO DO CAPÍTULO II

O JOGO NO ASPECTO

PSICOLÓGICO

Segundo Nunes (1998) .Segundo Huizinga (1995) o jogo pode ser considerado como uma atividade livre, conscientemente tomada como “não-séria” e exterior à vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total.

É uma atividade que fica longe de todo o interesse material, com a qual não se pode obter lucro com a pratica dentro de limites espaciais e temporais próprios, tendo que fazer parte de certas ordens e regras. Propondo o desenvolvimento de grupos sociais com vocação a conviver e ocultar certas coisas e a destacar sua diferença em comparação com outros indivíduos por intermédio de criatividades e ou idéias elaboradas. Para Platão e outros pensadores da Grécia antiga era importante que as crianças em seus primeiros anos de vida e ambos os sexos deveriam ser educados com jogos educativos e deveria começar aos sete anos.

Era contra os jogos competitivos, pois não valorizavam o caráter e a personalidade fazendo com que as crianças acabassem tendo uma formação danificada. (NUNES DE ALMEIDA, 1998).Para os egípcios, maias, romanos, os jogos eram passados para os jovens de geração a geração pelos mais velhos que levariam o legado de seus conhecimentos em geral e valores e para as regras sociais do de cada modo de viver. ‘Com a tendência do cristianismo, os jogos foram perdendo seu significado, pois eram considerados profanos e imorais e sem nenhuma significação. ’ (NUNES ALMEIDA, 1998).No brincar, a criança lida com sua realidade interior e sua tradição livre da realidade exterior. (MARCONDES, MARINA, 1994) Segundo Marcondes Marina (1994), o brincar com si próprio que dizer descobrir a si mesmo. que para a criança seria uma descoberta única , assim começa a criar jogos, como correr para se esconder pular de um lado para o outro .A criança que tem o livre arbítrio de inventar livremente, da sua maneira mostra suas idéias, espectativas e sentimentos para fantasiar e manter sua criatividade livre.Brincar também e, passar por situações que mais cedo ou mais tarde poderá acontecer na vida da criança, ela poderá estar preparada para a vida com valores morais e dignidade, aprender a perder percebendo que haverá novas oportunidades para ganhar; esforçar-se, ter paciência, não desistindo facilmente. Brincar é viver criativamente no mundo. Ter prazer em brincar é ter prazer em viver; (MARCONDES ,MARINA,1994)Brincar sem imposições de regras rígidas e impostas torna o ato de brincar mais espontâneo e acaba que a criança por seu próprio pensar, cria, recria e modifica. Essa vasta possibilidade que o jogo possibilita no momento do brincar proporciona o momento da aprendizagem aguçando sua criatividade, seu pensar e seu modo de agir com o meio.Segundo Marcondes Marina (1994), brincar para criança pequena é fonte

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

19

de autodescoberta, prazer e crescimento.Segundo Piaget (1975b), os jogos estão diretamente ligados ao desenvolvimento mental da infância; tanto a aprendizagem quanto as atividade lúdicas constituem uma assimilação do real. Almeida (1995) diz que a brincadeira simboliza a relação pensamento-ação da criança, e, sendo assim, constitui-se provavelmente na matriz formas de expressão da linguagem (gestual, falada e escrita).

Os jogos têm um papel no desenvolvimento psicomotor e no processo de aprendizado de caráter social da criança, através dos jogos é possível exercitar os processos mentais e o desenvolvimento da linguagem e hábitos sociais. (DINELLO, 1984 AUPD SERAPIÃO, JOÃO, 2004).O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função de suas necessidades múltiplas do eu. (PIAGET APUD SERAPIÃO, JOÃO, 2004).

Através de jogos é possível que a criança tenha uma dimensão de tempo (antes - depois), quantidade (pouco - muito), compreensão da seqüência (inicio-fim). (HARTLEY, 1971).Para Pettry (1988) o jogo é uma atividade própria da criança e esta centrada no prazer que proporciona a ela. Brincadeiras com o corpo em movimento auxiliam as crianças a compreender e a relacionar conceitos de: perto, longe, atrás, mais perto, em cima, na frente, ou seja, ela sustenta o que Hartley já havia dito sobre a importância da criança brincar ou jogar.

É possível desenvolver relacionamentos, pois o ato de brincar, jogar é necessário que haja uma interação, pois assim o aprendizado torna-se mais eficaz para ambas as crianças, pois a troca de conhecimento é vasta.

Bijou (1978) faz uma distinção entre o jogo estruturado e o livre (espontâneo), onde o jogo estruturado é aquele em que a criança se engaja em um determinado ambiente onde os matérias, instruções, ajudas implícitas e explicitas são feitas para ajudarem a criança a alcançar seu objetivo, ou seja é induzida na forma ‘certa’ de brincar e de chegar ao destino desejado da brincadeira. Já no jogo livre (espontâneo) é onde o objetivo e o brinquedo são escolhidos naturalmente pela criança, para Piaget sua importância a esse tipo de jogo é incentivado e motivador no processo da aprendizagem, já que este dá a criança uma razão própria que faz exercer de maneira significativa sua inteligência e sua necessidade de investigação ( PIAGET, 1994, apud GIOCA, MARIA INEZ, 2001).

Segundo o Referencial Curricular Nacional (1998) a criança precisa brincar, ter prazer e alegria para crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio entre ela e o mundo e através do lúdico a criança desenvolve. Segundo Gilles (1998), o jogo se inscreve num sistema de significações que nos leva, por exemplo, a interpretar como brincar, em função da imagem que temos dessa atividade.

É a construção do conhecimento, principalmente, nos períodos sensório motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

20

estruturam seu espaço, seu tempo, desenvolvem a noção de casualidade chegando a representação e, finalmente a lógica (PIAGET, 1994 apud GIOCA, MARIA INEZ, 2001).

Trabalhando o imaginário Segundo Gallahue (2008) a criança através do jogo trabalha o imaginário, joga como se tal coisa fosse o que não é, como se estivesse em tal sitio onde não está, como se visse tal paisagem que não vê. As coisas no jogo não são o que são, mas como se fossem outra coisa. E as outras crianças que entram no jogo não são o que são, mas como se fossem outras crianças, incorporando personagens. A linguagem do jogo é a do modo condicional: isto seria uma casa, tu serias a cozinheira, eu seria a mãe e, um pouco depois, todas aquelas coisas já o são. Na sua imaginação, a criança forjou uma nova realidade.

Segundo Samulski (2005) o jogo é o melhor caminho que encontra para mostrar a sua personalidade. O pai que queira saber como é o seu filho, que o deixe jogar e, respeitando o seu jogo, observe-o como é.

Se preferir os jogos de composição ou os que se desmancham, daí poderá deduzir o seu espírito de construção ou de conquista, se preferir os de invenção ou os de análise, poderá deduzir uma tendência para a vida ativa ou para a especulação; se preferir os jogos sossegados ou os violentos poderá deduzir a tendência para a vida contemplativa ou ativa; se joga com ordem ou desordenadamente, se é constante nos seus jogos ou se os varia a cada momento, se prefere jogar acompanhado ou quer jogar sozinho, se jogando oferece a vitória ou a retém se manda ou obedece. Através do jogo passa toda a psicologia da criança; e a personalidade do adulto na hora do trabalho ou do convívio social, é ainda o reflexo da personalidade que demonstrou com os seus jogos quando era menino.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

21

OS JOGOS NO PROCESSO

DE

LETRAMENTO

. LETRAMENTO Letramento x Alfabetização Ao se pretender as diferenças entre letramento e alfabetização é preciso levar em consideração que, apesar de serem separadas, a alfabetização é uma etapa do letramento. É preciso saber com se faz essa prática: Qual é o papel na prática na psicopedagógica dentro das etapas de fases da leitura e escrita. É importante saber, inclusive, que por haver a necessidade de representar a fala consequentemente veio a escrita, desde então a linguagem passou a ser percebida. O letramento e a alfabetização estão ligados diretamente ao aprendizado da leitura e escrita. Por que e para que se ensina a ler e escrever? Para que se possa conhecere interpretar a maioria dos textos de livros, jornais, revistas e etc. para que possa fazer parte da sociedade. Segundo “O ato de ler inicia-se quando um sujeito, através da sua percepção, toma consciência de documentos escritos existentes no mundo.” Silva (1987, p.95) “Quando vão aprender a ler e escrever as crianças têm como única referência de conhecimento já adquirido, a própria fala”. Cagliari (1999, p.85). Assim, os conhecimento de cada pesquisador contribui para a prática psicopedagogica no aprendizado da língua e escrita. A identificação com a escrita, com todas as sugestões e alternativas de conhecimento se transforma tendo como conseqüência a aprendizagem da leitura, mas de forma que ela ocorra de maneira prazerosa . É muito importante, aplicar conteúdos significativos para as atividades de leitura e escrita no cotidiano escolar da criança e em casa com a família neste processo de aprendizagem. Para tornar esse estudo mais significativo que discutindo os conceitos de letramento e alfabetização nos fornece as seguintes definições: “Alfabetização: ação de ensinar/aprender a ler e a escrever. Letramento: estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita.” Soares (1998, p.47) De acordo com Soares não basta aprender a ler e escrever (ser alfabetizado), é preciso reconhecer e entender a prática da leitura e da escrita para perceber a importância dos seus usos: ler livros, jornais; preencher um formulário, um requerimento; redigir uma carta... “Podemos definir hoje o letramento como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos.” Kleiman (1995, p.19)

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

22

Alfabetização dependente do letramento

Uma das formas de ter acesso ao sistema de escrita é através do processo de alfabetização. E “o segredo da alfabetização está na aprendizagem da leitura” (CAGLIARI, op. cit., p.99). Dando continuação ao que CAGLIARI diz: Para conseguir entender a escrita, é preciso saber como os sistemas de escrita funcionam e quais os seus usos. Como a escrita é uma forma gráfica de representação da linguagem oral, é necessário estudar os mecanismos da produção da linguagem oral, quais os seus usos e, ainda, como a linguagem oral se relaciona com a forma escrita que representa, num contexto culturalmente específico da sociedade moderna. (p.100) Assim, a leitura não será confundida com decodificação de sinais simplesmente, e a interação entre alfabetização e letramento se mostra essencial. A leitura envolve uma compreenção e interpretação de significados pressupondo um enriquecimento do leitor: “a leitura deve ser colocada como instrumento de participação e renovação cultural.” Silva (op. cit., p.96) O indivíduo que tem algum nível de letramento, utiliza a língua escrita como objeto de uso - fabricando sentidos, construindo significado para o texto escrito -, enquanto que a língua escrita é um objeto de conhecimento para o alfabetizado. A questão da alfabetização, que normalmente era tratada como sendo algo que ocorria apenas dentro do sistema formal de ensino (a escola), sofreu um deslocamento com o fenômeno do letramento, visto que, podemos considerar letrados todos aqueles que vivem em uma sociedade letrada, sejam eles alfabetizados ou não, sendo que o que diferencia uns e outros é o grau de letramento, que permite maior ou menor participação nas práticas da leitura e da escrita. Daí considerar a alfabetização como processo encaixado e dependente do letramento.

A palavra letramento O estudo do letramento é bastante recente nos meios científicos brasileiros. A própria palavra – letramento – é um neologismo ainda não dicionarizado. Soares (op. cit, p.36) destaca que o sentido dado aos adjetivos letrado e iletrado não está relacionado com o sentido da palavra letramento como aparece, por enquanto, nos dicionários. Segundo Soares (ibid., p.36) quem “aprende a ler e a escrever e passa a usar a leitura e a escrita, a envolver-se em práticas de leitura e escrita, torna-se uma pessoa diferente, adquire um outro estado, uma outra condição”. Esta pessoa passa a ser letrada, no sentido de viver em estado de letramento (usando socialmente a leitura e a escrita e respondendo adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita). Para Kleiman (op. cit., p.20) o fenômeno do letramento extrapola o mundo da escrita tal qual ele é considerado pelas instituições que se encarregam de introduzir formalmente os sujeitos no mundo da escrita: Pode-se afirmar que a escola, a mais importante das agências de letramento, preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

23

(alfabético, numérico), processo geralmente concebido em termos de uma competência individual necessária para o sucesso e promoção na escola.

De acordo com Kleiman (ibid, p.21), outras “agências” de letramento, como a família, a igreja, a rua como lugar de trabalho, mostram orientações de letramento muito diferentes, como por exemplo: leitura de livros antes de dormir, leituras de caixas de cereal, de sinais de trânsito, de propagandas de TV e a interpretação de jogos e brinquedos. Já Soares (op. cit., p.46) prossegue afirmando que “letramento é muito mais que alfabetização”, já que as pessoas até podem ser alfabetizadas – aprendem a ler e escrever – porém, não necessariamente “incorporam a prática da leitura e da escrita, não adquirem competência para usar a leitura e escrita...” Após as reflexões expostas, pode-se concluir que “o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado.” (SOARES, ibid, p.47). Enfim, esta análise demonstra a utilização do letramento na busca de construção do sentido/significado - dentro da linguagem escolar inserida no cotidiano do aluno -, superando o conhecimento do código da escrita.

1.2 Ambiente letrado Sabe-se que não existe uma única diferença entre um indivíduo que aprendeu a ler e escrever e outro que não sabe faze-lo, porque são diferenças que vão além da alfabetização. Não basta ensinar aos alunos que é muito bom fazer a leitura de livros e ouvir histórias. Deve-se provar o por quê da importância da leitura em nossa vida, onde desde pequenos deveríamos fazer da mesma um ato prazeroso. É preciso, então, planejar o trabalho pedagógico e/ou psicopedagógico articulando as atividades de uso significativo da linguagem com atividades de reflexão sobre a escrita. Isto significa dizer, como destaca Kleiman (op. cit., p.21), que a alfabetização, tomada como a aprendizagem inicial da leitura e da escrita, deve ocorrer em contextos de letramento que potencializam o domínio da linguagem, ou seja, na construção de contextos facilitadores da transformação dos alunos em sujeitos letrados. De acordo com o RCNEI (2002) para favorecer as práticas de leitura, algumas condições são consideradas essenciais, tais como: dispor de um acervo de livros, gibis, jornais, revistas, enciclopédias; organizar momentos de leitura livre; possibilitar aos alunos a escolha de suas leituras, entre outras. Em relação à prática da escrita, condições como: reconhecer a capacidade dos aprendentes para escrever e dar legitimidade e significação às escritas iniciais; propor atividades de escrita que fazem sentido para os mesmos... Situações motivadoras, ligadas ao desejo e à necessidade de se comunicar, permitem que os alunos (sejam crianças ou adultos) possam se expressar livremente e que, ao mesmo tempo, o professor identifique os aspectos do desempenho lingüístico que será necessário enriquecer e sistematizar em outras instâncias pedagógicas e/ou psicopedagógicas. Segundo Condemarín (1997, p.15), ao se comunicar espontaneamente sobre temas que são interessantes e significativos em simples “bate-papos”, as crianças desenvolvem sua competência lingüística e comunicativa: “A partir dessas conversas, os alunos adquirem um domínio progressivo do uso de

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

24

formas de comunicação mais elaboradas e são capazes de adotar registros de fala adaptados às diversa situações. Em síntese, pretende-se ampliar, diversificar e estruturar progressivamente suas práticas lingüísticas.”

Formando leitores A curiosidade da criança em descobrir o que significa a leitura começa muito cedo. Todo menino ou menina, desde sua mais tenra infância, é um ativo leitor do mundo, que se transforma em um leitor de textos quando estes lhe são proporcionados por seu meio natural e quando conta com um mediador eficiente para facilitar seu domínio. Para Condemarín (op. cit., p.45.) aprender a ler é um processo permanente que implica simultaneamente aprender a decodificar e aprender a compreender diferentes tipos de textos. A autora prossegue constatando que “em todas as suas etapas, o leitor adapta seus processos cognitivos (atenção, retenção, evocação, integração, previsão, comparação, raciocínio) às características do texto, com o fim de reconstruir o significado, segundo seus objetivos e propósitos.” Desse modo, quanto mais amplo e diversificado for o contato do indivíduo com a linguagem escrita, maiores serão suas oportunidades para descobrir as regularidades desta e para se familiarizar com suas características específicas. Ou seja, quanto maior o grau de letramento, melhores serão as possibilidades de exercer as práticas sociais que usam a escrita, e mais, dominando também a decodificação.

2.O JOGO 2.1 Características do jogo Vários tipos de jogos existem, entre eles, jogos motores, cognitivos, jogos intelectuais, jogos competitivos e jogos de cooperação, individuais ou coletivos, de faz de conta, simbólicos, verbais... A variedade de jogos conhecidos mostra a multiplicidade desta categoria e a dificuldade para se compreender o que é “jogo” (uma vez que significados diferentes são atribuídos a esse termo). Entre os autores que discutem as características do jogo, Kishimoto (1994, p.07) identifica pontos comuns como elementos que interligam a grande família dos jogos: ...liberdade de ação do jogador ou o caráter voluntário e episódico da ação lúdica; o prazer (ou desprazer), o “não sério ”ou o efeito positivo; as regras (implícitas ou explícitas); a relevância do processo de brincar (o caráter improdutivo), a incerteza de seus resultados; a não literalidade ou a representação da realidade, a imaginação e a contextualização no tempo e espaço.

Para a estudiosa, o jogo pode ser visto como resultado de um sistema lingüístico que funciona dentro de um contexto social – o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto social; um sistema de regras – onde as regras permitem identificar em qualquer jogo uma estrutura seqüencial (o que especifica sua modalidade) e como um objeto – quando refere-se ao jogo enquanto objeto. Kishimoto (ibid., p.07) inclusive diferencia brinquedo, brincadeira e jogo ao considerar brinquedo como objeto, suporte de brincadeira, brincadeira como a

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

25

descrição de uma conduta estruturada, com regras e jogo para designar tanto o objeto e as regras (brinquedo e brincadeira). É necessário, então, considerar o jogo dentro do contexto em que é utilizado, a atitude daquele que joga e o significado dado ao jogo pelo observador (psicopedagogo, professor, psicólogo, os pais...).

O Jogo segundo alguns autores Embora as pesquisas acerca dos jogos tenham se iniciado no início do século XX, e sua intensidade tenha variado de acordo com as contingências políticas e sociais de cada época, o ressurgimento dos estudos psicológicos sobre o jogo infantil nos anos 70 foi, em grande parte, estimulado por Jean Piaget (1971). Piaget elaborou uma diferenciação dos jogos usando os seguintes procedimentos: observação e registro dos jogos praticados pelas crianças em casa, nas escolas e na rua - na tentativa de relacionar o maior número de jogos infantis; e análise das categorias já existentes e aplicações conhecidas dos jogos coletados. Assim, ao estudar com observação e método a prática de jogos, Piaget propôs uma possível classificação na qual três tipos de estruturas caracterizam os jogos: o exercício (para crianças de 0 a 2 anos), o símbolo (de 2 a 7 anos) e a regra (a partir dos 7 anos). Estas categorias estão dispostas por ordem de complexidade abrangendo desde o jogo sensório-motor elementar até o jogo social superior: os exercícios motores consistem na repetição de gestos e movimentos simples com valor exploratório e o jogo simbólico desenvolve-se a partir dos esquemas sensório-motores (corridas, jogos de bola de gude, etc...) ou intelectuais (de carta, xadrez...) regulamentados por um conjunto sistemático de leis que são as regras. Beauclair (2004) observa que para Piaget, o jogo de regras é a atividade lúdica do “ser sofisticado e começa a ser praticado por volta dos sete anos de idade, quando a criança abandona o jogo egocêntrico das crianças menores em proveito de uma explicação efetiva de regras e do espírito de regras entre os jogadores.” Wallon (1941) -de acordo com Kishimoto (op. cit., p.41) - com certa semelhança a Piaget, classifica os jogos em quatro tipos: funcionais, de ficção, de aquisição e de construção: As atividades lúdicas funcionais representam os movimentos simples como encolher os braços e pernas, agitar dedos, balançar objetos....As atividades lúdicas de ficção são as brincadeiras de faz-de-conta com bonecas. Nas atividades de aquisição, a criança aprende vendo e ouvindo. Faz esforços para compreender coisas, seres, cenas, imagens e, nos jogos de construção, reúne, combina objetos entre si, modifica e cria.

Outra grande influência nas pesquisas sobre o jogo vem da psicologia russa, com Vygotsky (1982 apud Kishimoto, 1994, p.43). Para o autor há dois elementos importantes nos jogos infantis, a situação imaginária e as regras: Vygotsky deixa claro que, nos primeiros anos de vida, a brincadeira é a atividade predominante e constitui fonte de desenvolvimento ao criar zonas de desenvolvimento proximal. Ao prover uma situação imaginativa por meio da atividade livre, a criança desenvolve a iniciativa, expressa seus desejos e internaliza as regras sociais.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

26

Kishimoto (op. cit., p.44) considera a imitação como a origem de toda representação mental e base para o aparecimento do jogo infantil, segundo as teorias de Piaget, Wallon e Vygotsky. Porém, a autora destaca em Bruner (1976 apud Kishimoto, 1994, p.45) uma diferente interpretação do desenvolvimento da atividade simbólica: “Bruner insiste nas trocas interativas entre a criança e a mãe como fonte de desenvolvimento cognitivo e meio para atribuir significado aos objetos ou aos fenômenos.” Já a visão de Winnicott (1975 apud Weiss, 2004, p.72) possibilita uma compreensão mais integradora do jogar na aprendizagem: “É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (self).”. Weiss complementa afirmando que é nesse espaço transacional criança-outro-indivíduo-meio que dá-se a aprendizagem (e daí a importância do jogo no trabalho pedagógico e/ou psicopedagógico). São estes os principais autores – entre os teóricos mais relevantes, estudiosos das representações mentais – que mostram a importância do jogo para o desenvolvimento infantil ao propiciar a aquisição de regras, a expressão do imaginário e a apropriação do conhecimento.

2.2 Jogo na Educação (e na Psicopedagogia) Ao incorporar o jogo à Educação, a prática pedagógica e/ou psicopedagógica cria a figura do jogo educativo. Deste modo, um mesmo objeto – o jogo – pode adquirir dois sentidos conforme o contexto em que é utilizado: brinquedo ou material pedagógico. Para Kishimoto (op. cit., p.15) se brinquedos são sempre suportes de brincadeiras, sua utilização deveria criar momentos lúdicos de livre exploração, nos quais prevalece a incerteza do ato e não se buscam resultados. Porém, se os mesmos objetos servem como auxiliar da ação docente, buscam-se resultados em relação à aprendizagem de conceitos e noções, ou, mesmo, ao desenvolvimento de algumas habilidades. Nesse caso, o objeto conhecido como brinquedo não realiza sua função lúdica, deixa de ser brinquedo para tornar-se material pedagógico. O jogo educativo surgiu no século XVI como suporte da atividade didática e sua utilização expandiu-se no início do século XX, estimulada pelo crescimento da rede de ensino infantil e pelas discussões sobre as relações entre jogos e Educação. Em qualquer tipo de jogo a criança se educa, já que o jogo é educativo em sua essência.

A importância dos jogos na aprendizagem A organização de espaços adequados para estimular brincadeiras e jogos constitui atualmente uma das preocupações da maioria de educadores e profissionais de instituições escolares. A docente Maria Célia R. M. Campos (2005), da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ressalta que o uso dos jogos no contexto educacional só pode ser situado corretamente a partir da compreensão dos fatores que colaboram para uma aprendizagem ativa, ou seja, mais do que o jogo em si, o que vai promover uma boa aprendizagem é o clima de discussão e troca, com o professor permitindo tentativas e respostas divergentes ou alternativas, tolerando os erros, promovendo novas análises. Macedo (2000, p.23) acrescenta que a discussão desencadeada a partir de

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

27

uma situação de jogo mediada por um profissional, vai além da experiência e “possibilita a transposição das aquisições para outros contextos”. Para o autor, isto significa considerar que “as atitudes adquiridas no contexto de jogo tendem a tornar-se propriedade do aluno, podendo ser generalizadas para outros âmbitos, em especial, para as situações em sala de aula.”. De acordo com Campos, dependendo de como é conduzido, o jogo ativa e desenvolve os esquemas de conhecimento, aqueles que colaborarão na aprendizagem de qualquer novo conhecimento, como observar e identificar, comparar e classificar, conceituar, relacionar e inferir. Também são esquemas de conhecimento os procedimentos utilizados no jogo como o planejamento, a previsão, a antecipação, o método de registro e contagem... Através de jogos é possível apreender aspectos importantes da constituição psíquica de uma criança, assim como seu nível de desenvolvimento social e cognitivo. Nesse sentido, o jogo pode ser utilizado tanto no diagnóstico psicopedagógico quanto recurso para posterior intervenção psicopedagógica: o jogo favorece a análise de processos de pensamento utilizados pelo aluno (criança ou mesmo adulto) e das relações que ele estabelece com o parceiro com as regras a serem estabelecidas. Weiss (op.cit., p.77) aponta alguns aspectos que podem ser claramente percebidos através do jogo no aprendente: o conhecimento que já possui, o funcionamento cognitivo e das relações vinculares e significações existentes no aprender, o caminho utilizado para aprender ou não aprender, o que pode revelar, o que precisa esconder e como o faz. Ainda numa visão psicopedagógica (que procura integrar os fatores cognitivos e afetivos que atuam nos níveis conscientes e inconscientes da conduta), quaisquer jogos, mesmo os que envolvem regras ou uma atividade corporal, dão espaço para a imaginação, a fantasia e a projeção de conteúdos afetivos, além da organização lógica implícita. Para Campos (2005) o psicopedagogo “não interpreta, mas deve poder compreender as manifestações simbólicas e procurar adequar as atividades lúdicas às necessidades do aluno.” Segundo Tezani (2004) o jogo é essencial como recurso pedagógico e/ou psicopedagógico, pois no brincar a criança articula teoria e prática, formula hipóteses e experiências, tornando a aprendizagem atrativa e interessante. Deste modo, a construção de um espaço de jogo, de interação e de criatividade proporcionaria o aprender com sentido e significado, no qual o gostar e querer

mais positivo com a educação formal e estará mais fortalecida para lidar com os medos e frustrações inerentes ao processo do aprender. É necessário, ainda, salientar que as aquisições relativas a novos conhecimentos e conteúdos escolares não estão nos jogos em si, mas nas intervenções realizadas pelo profissional que conduz e coordena as atividades, seja ele o professor ou o psicopedagogo.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

28

CONCLUSÃO

O jogo é a mais importante das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar , criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. Convivemos dentro das escolas com certos preconceitos, entre eles ode que jogar e brincar são atividades reservadas somente para o horário do recreio; em sala de aula é necessário ter seriedade. Mas há professores que afirmam serem o jogo e a brincadeira “enrolação de tempo”. Porém, mal sabem eles que todos os jogos, por sua própria essência, são educativos e contribuem para o desenvolvimento infantil. Jogar é uma função indispensável à criança. Jogar com ela, deixá-la jogar com seus parceiros e em grupos é um compromisso que todo educador deveria ter, uma vez que o jogo favorece o seu desenvolvimento motor, cognitivo e sócio-afetivo. O jogo, como proposta pedagógica em sala de aula, proporciona a relação e a interação entre os parceiros. Durante a brincadeira, a criança estabelece decisões, resolve seus conflitos, vence desafios, descobre novas alternativas e cria novas possibilidades de invenções. O jogo passa a ter mais significado quando o professor proporciona um trabalho coletivo de cooperação e socialização. Isso dá oportunidade às crianças de construírem os jogos, de decidirem regras, demonstrarem como se joga, de perceberem seus limites através dos direitos e deveres e de aprenderem a conviver e a participar, mantendo sua individualidade e respeitando o outro. Em outras palavras, através do jogo acriança desenvolverá a capacidade de perceber suas atitudes de cooperação, oferecendo a ela própria, que está em formação, oportunidades de descobrir seus próprios recursos e testar suas próprias habilidades, além de aprender a conviver com os colegas nessa interação. É, também, na atividade lúdica que pode conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte de sua realidade interior. Na brincadeira, a criança aprende a se conhecer melhor e a aceitar a existência do outro, organizando, assim, suas relações emocionais e estabelecendo relações sociais. Educadores e pais necessitam ter clareza quanto aos brinquedos, brincadeiras e/ou jogos que são necessários para acriança: precisam saber que trazem enormes contribuições ao desenvolvimento da habilidade de aprender a pensar. No jogo, ela está livre para explorar, brincar e/ou jogar com seus próprios ritmos para controlar suas atividades. A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica pré-escolar é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só como lazer, mas também como elementos bastante enriquecedores para promove

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · está se divertindo, mas ao mesmo tempo também está aprendendo coisas novas. É claro que a brincadeira sem um objetivo

29

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Nunes, Paulo Almeida – Educação Lúdica e prazer de estudar técnicas e jogos

pedagógicos. S.P- Loyola

Catunga, Ricardo. Brincar, criar vivenciar na escola, Rio de Janeiro – Ed. Srint

Aprendizagem através dos jogos- Porto Alegre, RS- BRASIL Ed- Artmed 2005

Piaget- A formação da Simbologia na criança- R.J – E.D -Zahar

Wygotsky- A Formação atual da mente, S.P – Martins Fontes.

Winnicott. O brincar e a realidade-R.J- Imago

Fontes consultadas: www.brinquedoteca.org.br

www.joguinhosdemenino.com.br

www.artigonal.com.br

www.efdeportes.com.br