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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ALIADO AS FERRAMENTAS DO LEAN MANUFACTURING – ESTUDO DE CASO DA INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE LATAS DE ALUMÍNIO PARA BEBIDAS Por: Adriana Ressiguier Barreto Vasconcelos Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · O termo em inglês Lean, significa enxuto, magro, sem gordura. Este conceito entrou no mundo da administração das empresas

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ALIADO AS FERRAMENTAS DO

LEAN MANUFACTURING – ESTUDO DE CASO DA INDÚSTRIA DE

FABRICAÇÃO DE LATAS DE ALUMÍNIO PARA BEBIDAS

Por: Adriana Ressiguier Barreto Vasconcelos

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ALIADO AS FERRAMENTAS DO

LEAN MANUFACTURING – ESTUDO DE CASO DA INDÚSTRIA DE

FABRICAÇÃO DE LATAS DE ALUMÍNIO PARA BEBIDAS

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Engenharia de Produção.

Por: . Adriana Ressiguier Barreto Vasconcelos

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, meus amigos e meu

esposo pelo apoio na elaboração do

trabalho.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação aos meus

pais, Genilson e Vera a minha irmã,

Ana Beatriz e a meu querido esposo

Lincoln Vasconcelos, meu amado

companheiro e incentivador.

5

RESUMO

O sistema de gerenciamento ambiental está se tornando cada vez mais

uma prioridade na gestão das empresas. Em diversas regiões do mundo,

novas medidas com objetivos focados em indicadores ambientais estão sendo

promovidas. Mas como atingir estes objetivos de maneira eficaz e sustentável?

O foco principal da produção Lean é solucionar esta questão com a eliminação

sistemática dos desperdícios, ou seja, de tudo aquilo que não agrega valor às

atividades no processo de produção. A execução destes princípios e de seus

métodos objetiva a melhoria dos indicadores ambientais, tais como

porcentagem de geração de resíduos, consumo de energia e diversos outros

recursos.

6

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a confecção desta monografia a pesquisa

bibliográfica elaborada a partir de material já publicado, constituído

principalmente de livros, artigos de periódicos, material disponibilizado na

Internet e a partir de experiência superior a dez anos na indústria,

implementação de Sistemas de Gestão e utilização de ferramentas para

melhoria do Sistema de Gestão Ambiental.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPITULO I – LEAN MANUFACTURING 9

CAPÍTULO II – FERRAMENTAS DO LEAN MANUFACTURING 10

CAPÍTULO III – OS DESPERDÍCIOS E IMPACTOS NO SGA 26

CAPÍTULO IV – HISTÓRIA E FABRICAÇÃO DA LATA DE ALUMÍNIO 28

CAPITULO V – OS INDICADORES DE ECOEFICIÊNCIA DO SISTEMA

DE GESTÃO AMBIENTAL DA PRODUÇÃO DE LATAS 35

CAPITULO VI – INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO COM AS

FERRAMENTAS DO LEAN 37

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42

8

INTRODUÇÃO

O que é a manufatura enxuta afinal? De acordo com o Lean Institute

Brasil, é uma filosofia de negócios baseada no Sistema Toyota de Produção

que olha com detalhe para as atividades básicas envolvidas no negócio e

identifica o que é o desperdício e o que é o valor a partir da ótica dos clientes e

usuários.

No Sistema de Gestão Ambiental, mecanismos e ações do tipo reciclar,

reduzir, reutilizar, tratar, reaproveitar rejeitos e resíduos não intencionais,

modificar processos e produtos, são opções essenciais para manutenção do

equilíbrio entre as atividades produtivas e a prevenção de danos ambientais.

As organizações produtoras de bens e serviços têm, portanto, a obrigação de gerenciar seus processos de maneira a assegurar esse equilíbrio e colocar a criatividade a serviço da gestão, assumindo a responsabilidade que lhes cabe no controle dos aspectos ambientais decorrentes de suas atividades (Cerqueira, 2006).

No contexto de utilização de criatividade a serviço da gestão, o maior

objetivo de aliar os conceitos de manufatura enxuta e o SGA é o

estabelecimento de metas de redução nos indicadores ambientais atingindo

melhores resultados quando vinculadas às metas da área produtiva. O esforço

para implementar os conceitos de manufatura enxuta em diversos processos

visa à melhoria sistêmica podendo beneficiar as empresas na melhoria das

condições ambientais.

As razões para a adoção de programas de melhorias dentro de um

Sistema de Gestão Ambiental são várias. Geralmente incluem a inevitável

necessidade de se distinguir em todas as três dimensões: qualidade, custo e

prazo, assim como a importância de se manter a frente dos concorrentes

(Cerqueira, 2006).

9

CAPÍTULO I

LEAN MANUFACTURING

Lean, conceito que algumas empresas estão buscando e que

poderá representar uma forma de enfrentar a crise atual, transformando o

sistema de gestão.

O termo em inglês Lean, significa enxuto, magro, sem gordura.

Este conceito entrou no mundo da administração das empresas através

de um projeto de pesquisa sobre a indústria automobilística mundial

realizada pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). Neste

trabalho ficaram evidentes as vantagens do desempenho do Sistema

Toyota de Produção que traziam enormes diferenças em produtividade,

qualidade, desenvolvimento de produtos e rentabilidade, explicava em

grande medida, o sucesso da indústria japonesa. Nesta época, final dos

anos 80, a Toyota não estava entre as maiores empresas do mundo

porém o extraordinário poder deste sistema, tornou-a a maior montadora

global, desbancando a General Motors que foi a número um por 77 anos.

Segundo o Lean Institute Brasil, o sistema Lean de gerenciamento ou

Lean Management é uma filosofia de gestão que procura satisfazer ao máximo

os clientes utilizando da melhor maneira possível os recursos existentes

eliminando os desperdícios, possui um conjunto de técnicas práticas e

ferramentas gerenciais que trazem resultados muito superiores aos sistemas

de gestão tradicionais. O importante é eliminar os desperdícios, e não demitir

as pessoas com muita empresa faz em particular nestas épocas de crise.

Desperdícios são as atividades que as empresas fazem, mas que não

agrega valor aos clientes. O sistema Lean de gestão, pode ser aprendido e

utilizado por empresas dos mais diversos setores e tamanhos, sempre

trazendo resultados significativamente melhores.

10

CAPÍTULO II

FERRAMENTAS DO LEAN MANUFACTURING

Ao iniciar a jornada Lean, um dos fatores críticos de sucesso é um

entendimento claro de qual é a necessidade da empresa. Quais são os fatores

críticos para o negócio em termos de entrega, qualidade, custo? Quais são os

objetivos a serem atingidos? Quais são os produtos associados a estes

objetivos?

Responder a estas perguntas faz com que tenhamos um norte que

permite direcionar a aplicação de cada ferramenta para melhoria de cada

processo, tornando-os integrados e alinhados às necessidades do negócio.

2.1 - VSM (Value Stream Map) – Mapa de Fluxo de Valor

Ferramenta que consiste em mapear todas as etapas do processo de

fabricação do fluxo de informações visando à redução e identificação dos

desperdícios e variabilidade de processos.

Os sete desperdícios do Lean:

• Retrabalho

• Espera

• Superprodução

• Movimentação

• Estoque

• Processamento desnecessário

• Criatividade não utilizada

Conceito de Fluxo de Valor

Fluxo de Valor é o conjunto de todas as atividades que ocorrem desde a

obtenção da matéria-prima até a entrega do produto ao consumidor final.

Nessas atividades, estão incluídas tanto as atividades que agregam valor,

como as que não agregam valor.

11

De forma geral, dizemos que uma atividade agrega ou não agrega valor

do ponto de vista do cliente. Numa linguagem simples, atividades que agregam

valor são aquelas que o cliente pago por elas, que modificam o produto que ele

está comprando. Atividades que não agregam valor são aquelas pela qual o

cliente não paga por elas, que nada agregam ao produto que ele está

comprando.

Algumas atividades, apesar de não agregarem valor, são necessárias ao

processo e não podem ser eliminadas, como o sistema de transporte, a

estocagem, a lubrificação dos equipamentos, os testes de controle de

qualidade a Estação de Tratamento de Efluentes, dentre outras.

Mapeamento do Fluxo de Valor significa identificar fluxo de valor e

colocá-lo no papel, de forma organizada e padronizada, através de ícones

padrões (Figura 1 e Figura 2).

É uma ferramenta que ajuda a enxergar e a entender o fluxo de material

e de informação na medida em que o produto segue o fluxo de valor. (Figura

3).

O objetivo principal da ferramenta é obter uma visualização clara dos

processos de manufatura e dos desperdícios, bem como diretrizes eficazes de

análise que auxiliem no projeto de otimização do fluxo e eliminação dos

desperdícios.

Figura 1 –Exemplo de Ícones do Fluxo de Material da Indústria de Latas.

12

Figura 2 –Exemplo de Ícones do Fluxo de Informação da Indústria de Latas

2.1.1 - Usando a Ferramenta VSM:

O primeiro passo para utilização do VSM é a definição da família de

produtos que são fabricados (Figura3).

Família de produtos: é um grupo de produtos que passam por etapas

semelhantes de processamento e utilizam equipamentos comuns nos seus

processos.

Figura 3 – Determinação da família de produtos

1 2 3 4 5 6 7 8

A X X X X X

B X X X X X X

C X X X X X X

D X X X X

E X X X X

F X X X X X

G X X X X X

PR

OD

UTO

S

ETAPAS DE MONTAGEM & EQUIPAMENTOS

13

No caso da indústria de latas de alumínio para bebidas, a lata será o

produto considerado no fluxo

O segundo passo é o desenho do estado atual (Figura 4) com

detalhamentos processo como tempo usado para sincronizar o ritmo da

produção com o ritmo da demanda, capacidades, níveis de estoque, tempos

de transporte dentre outros indicadores

Mapa de Fluxo de Valor

Figura 4 – Formato padrão de um VSM.

Após o desenho do estado atual, a visibilidade do processo como um

todo estará claro e as metas de melhorias para a manufatura do produto

escolhido poderão ser definidas e o plano de ação (Hooper List) deverá ser

implementado, fechando um ciclo PCDA (Plan-Do-Check-Action) e iniciando

um outro, pois o mapa do estado futuro implementado, torna-se estado atual

(Figura 5).

14

Ciclo do Mapa de Fluxo de Valor

Figura 5

2.1.2- Hooper List

Hooper List é a lista de prioridades da fábrica, é o plano de ação do

Sistema de Gestão e do Lean Manufacturing. (Figura 6)

A Hooper List é alimentada principalmente pelo VSM, pelas ações

geradas para transformar o estado atual no estado futuro.

Permite a visualização de todas as ações de melhoria da fábrica e o

follow up.

Pode ser também alimentada por ações decorrentes da :

• Planilha de indicadores periódicos

• Análise Crítica do Sistema de Gestão

• Projetos Seis Sigma, Kaizen’s e SMED’s

• Auditorias Internas e Externas

• Budget (orçamento)

15

Exemplo de Hopper List

Figura 6

2.2 - Programa 5S

O 5S é a base para o sucesso da Manufatura Enxuta (Figura 7), por que

a aplicação dos cinco sensos objetiva a transformação do ambiente e das

atitudes das pessoas visando melhorar a qualidade de vida, a redução dos

custos, a diminuição dos desperdícios e o aumento da produtividade.

Os cinco sensos do programa 5S:

• Senso de Utilização

• Senso de Ordenação

• Senso de Limpeza

• Senso de Padronização

• Senso de Autodisciplina

Representação do 5S como a base para o sucesso do Lean.

Figura 7

5S

VSM

SMED

6 SIGMA

TPM

LEAN

16

2.2.1 - Os cinco sensos do programa 5S, conceitos, benefícios

e exemplo da aplicação

1° Senso - Senso de utilização

Consiste na identificação e classificação de todos os materiais de

trabalho e descarte dos desnecessários, eliminando os excessos de

ferramentas, equipamentos, utensílios, móveis, papéis e itens desatualizados.

Benefícios:

• Economia de espaço,

• Eliminação do consumo excessivo de materiais;

• Redução dos riscos de acidentes;

• Redução do desperdício de materiais.

Exemplo de aplicação do senso de utilização:

Fotos antes e depois de bancadas de uma Ferramentaria

Antes Depois

2° Senso - Senso de ordenação

Organização de todos os materiais de trabalho, equipamentos e

informações com a definição de locais apropriados, facilitando a localização,

acesso e uso de modo que qualquer pessoa possa encontrá-los rapidamente a

qualquer tempo.

17

Exemplo de aplicação do senso de ordenação:

Fotos de antes e depois da uma área de rebarbas metálicas

Antes Depois

Benefícios:

• Rapidez e facilidade na busca dos materiais;

• Otimiza o uso de máquinas, materiais, ferramentas, etc.;

• Maior controle sobre a utilização dos materiais;

• Redução dos riscos de acidentes.

3° Senso - Senso de limpeza

Melhoria da limpeza, da aparência e da conservação nas áreas de

trabalho, eliminando a sujeira e objetos estranhos.

Exemplo de aplicação do senso de limpeza: Fotos de antes e depois de uma área de destinação de resíduos sólidos.

Antes Depois

18

Benefícios:

• Melhoria do ambiente de trabalho, tornando-o agradável;

• Melhoria do relacionamento inter-pessoal;

• Prevenção de acidentes;

• Eliminação de desperdícios pela má conservação;

• Permite que equipamentos e ferramentas estejam em perfeitas condições

de uso.

4° Senso – Senso de limpeza

Atenção focalizada na criação de condições favoráveis à saúde física e

mental, garantindo um ambiente saudável, livre de poluição com boas

condições sanitárias nas áreas comuns, lavatórios, banheiros, cozinha,

restaurante, etc. A orientação para o zelo da higiene pessoal é fundamental

neste senso.

Exemplo de aplicação do senso de limpeza: Fotos de antes e depois de uma área de higienização das mãos.

Antes Depois

Benefícios:

• Redução dos efeitos dos agentes poluentes;

• Redução do risco de doenças funcionais;

• Melhoria das condições de trabalho;

• Redução das condições inseguras;

• Melhoria do aspecto visual do ambiente.

19

• 5° Senso - Senso de autodisciplina

Desenvolver o cumprimento regular das normas e condutas, visando

melhorar a qualidade de vida dos companheiros de trabalho. O cumprimento

dos itens anteriores deve tornar-se um hábito. A prática deste senso é

constatada pelas auditorias, sempre observando e avaliando a rotina

estabelecida na implantação dos quatro sensos anteriores.

Exemplo de aplicação do senso de autodisciplina: Foto de antes e depois da oficina de manutenção de empilhadeiras

Antes Depois

Benefícios:

Contribui para a melhoria contínua da organização e do ambiente de

trabalho através da consolidação dos conceitos aprendidos e praticados no

programa 5S.

2.3 - SMED (Single Minute Exchange of Dies) - Troca Rápida de

Ferramentas

Consiste na adoção de métodos para redução dos tempos improdutivos

gastos nos set ups através da identificação e análise das atividades internas e

externas.

Dentre os principais desafios enfrentados pelas empresas podemos citar

a demanda por uma produção diversificada e em baixo volume, os projetos de

redução do set up de máquinas objetivam a flexibilidade e agilidade na

20

manufatura e por conseqüência aumentando o atendimento as demandas e a

competitividade.

Tipos de set ups operacionais:

a) Set up interno: operações de set up que só podem ser executadas

com a máquina parada

b) Set up externo: operações de set up que podem ser feitas com a

máquina em operação

A estratégia dos projetos SMED é converter os set ups internos em

externos, ganhando com isso menores tempos de máquina parada

aumentando por conseqüência a eficiência e produtividade da fábrica.

2.3.1 - Etapas de um Projeto SMED

1- Levantamento das oportunidades de melhoria (VSM) e filmagem da

operação no estado atual;

1 - Mapeamento do processo;

2 - Separação entre set up interno e externo;

3 - Conversão do set up interno em externo;

4 - Racionalização e padronização de todos os aspectos da operação de

set up.

Fluxograma das etapas de um projeto SMED:

21

2.4 - TPM (Total Production Maintanance) – Manutenção

Produtiva Total

Metodologia e Gerenciamento da manutenção com objetivo de

aumentar a disponibilidade dos equipamentos.

O TPM compreende a Manutenção com a participação de todos, onde

TOTAL significa: todos os níveis, todos os departamentos, rendimento máximo

da operação global, PRODUCTIVE conceito onde as intervenções em

máquinas deixam de ser exclusividade da manutenção e MAINTENANCE

compreende o respeito pelo equipamento, manutenção autônoma.

O objetivo do TPM é integrar a produção e a manutenção, maximizar o

rendimento do sistema produtivo da empresa, zero quebra, falha ou acidente

com pessoas e meio ambiente.

2.4.1- Fases de implementação do TPM

FASE 1 - Melhoria Contínua

Promoção de atividades de equipe e de pequenos grupos no local de

trabalho e incorporação das melhorias, através dos seguintes passos:

• Selecionar equipamentos modelo (piloto)

• Organizar equipes de trabalho

• Levantamento das 6 grandes perdas anuais

• Atacar as 6 grandes perdas

• Implementar as melhorias

• Analisar os resultados

FASE 2 - Manutenção autônoma:

Dentro dos fundamentos da Manutenção autônoma, o operador “adota”

a sua máquina.

Passo a passo dos eventos de manutenção autônoma:

• Limpeza inicial

22

• Eliminação de fontes de sujeira e locais de difícil acesso

• Padrões provisórios de limpeza, inspeção e lubrificação.

• Inspeção geral

• Inspeção autônoma

• Padronização definitiva

• Consolidação

FASE 3 - Manutenção planejada ou preventiva:

No contexto do TPM a manutenção planejada segue um fluxo de

trabalho que se inicia no levantamento das necessidades periódicas (anual,

mensal, semanal ou diário), seguindo as ações são executadas em parte por

corpo operacional (manutenção autônoma) e nas especificidades da

manutenção, pelo técnico especializado, após realização, as ações são

registradas, os resultados são verificados pela equipe do TPM e por fim

padrões de trabalho são criados a partir das melhores práticas.

Fluxo de trabalho para Manutenção Planejada:

Atividadesdo staffftécnico

Planejamentoanual

Planejamentomensal

Reunião diária

Normalização

Registro de dados daManutenção

Confirmação dos resultados/ verificações

Planejamentosemanal

Ativdades damanutençãoautônoma

23

FASE 4 - Educação e treinamento

O treinamento dos operadores é aplicado nesta fase para desenvolver

novas habilidades para o desempenho de funções adicionais e ensinar o que

é a empresa na vida da comunidade.

2.5 – Seis Sigma

Consiste em uma metodologia para tratar problemas complexos que

utiliza a estatística para redução da variabilidade, defeitos e custos.

Na estratégia No Seis Sigma, o defeito é qualquer desvio de uma característica que gere insatisfação ao cliente:

De acordo com Werkema (2002) em termos mais abrangentes pode ser

definida como uma estratégia gerencial disciplinada e altamente quantitativa

que tem como objetivo aumentar drasticamente a lucratividade das empresas,

por meio da melhoria da qualidade dos produtos e processos e da satisfação

dos clientes e consumidores.

O estabelecimento de um sistema permanente de avaliação e controle é

fundamental para garantia da qualidade alcançada e identificação de desvios

O u t p u t 4 3 2 1 0 - 1 - 2 - 3 - 4

0 . 4

0 . 3

0 . 2

0 . 1

0 . 0

Limite Infer. Spec.

LimiteSup. Spec.

Toler. do Cliente

Processo

8 6 4 2 0 - 2 - 4 - 6 - 8

0 . 4

0 . 3

0 . 2

0 . 1

0 . 0

Limite Infer. Spec.

Limite Sup. Spec.

Toler. do Cliente

Processo

24

ou novos problemas, os quais devem exigir ações corretivas e padronizações

de procedimentos.

Fluxo comparativo Processo Tradicional versus Processo 6 Sigma:

2.5.1- Estágios de um projeto Seis Sigma O ciclo DMAIC

Muitos modelos de melhorias têm como referência o ciclo do PDCA

(Figura 8) originalmente concebido por Deming. A filosofia desse ciclo é sua

aplicação contínua, ou seja, a última etapa de um ciclo determina o início de

um novo ciclo.

PDCA

Figura 8

Fonte: Daimler Chrysler - home page

25

Na estratégia Seis Sigma o ciclo DMAIC tem as mesmas características.

Esse ciclo é formado pelas seguintes etapas:

“D” DEFINIR

Nesta etapa é necessário definir com precisão:

- as necessidades e desejos dos clientes;

- transformar as necessidades e desejos dos clientes em especificações do

processo, considerando a disponibilidade de fornecimento de insumos, a

capacidade produtiva e o posicionamento do serviço ou produto no mercado,

tendo em conta as ofertas dos concorrentes.

“M” MEDIR

Nesta etapa é necessário medir com precisão o desempenho de cada

etapa do processo, identificando os pontos críticos e passíveis de melhoria.

Todas as vezes que ocorrem defeitos no processo ocorrem gastos adicionais

de recursos para repor o nível de produção: insumos, tempo, mão-de-obra

para executar a atividade. Esses custos precisam ser mensurados.

“A” ANALISAR

Analisar os resultados das medições permite identificar as “lacunas”, ou

seja, determinar o que falta nos processos para atender e encantar os clientes.

A busca da causa-raiz dos problemas leva ao desenvolvimento de hipóteses e

à formulação de experimentos, visando à eficácia dos processos. Para realizar

as melhorias nos processos são elaborados projetos ou planos de ação

acompanhados de cronogramas, dimensionamento de recursos necessários,

custos e retorno do investimento.

“I” IMPLEMENTAR

O sucesso da implementação das melhorias está relacionado com a

forma de venda do plano às pessoas, que deve contemplar a demonstração

das vantagens que a mudança vai trazer e, sempre que possível, aproveitar

suas contribuições na forma de operacionalizar a estratégia.

“C” CONTROLAR.

26

CAPÍTULO III

OS DESPERDÍCIOS E IMPACTOS NO SGA

Dentro das organizações fabris, certas questões ambientais como

poluições tóxicas, emissões de gases e contaminação de mananciais, não são

erroneamente identificadas como desperdícios de manufatura no contexto do

foco da alta administração, os conceitos de manufatura enxuta ajudam a

identificação destes problemas.

Este capítulo tem como objetivo relatar os principais tópicos de uma

pesquisa patrocinada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

(EPA, Environmental Protection Agency) explorando a ligação entre a

produção lean e melhoria de indicadores ambientais.

A redução ou mitigação destes impactos estão profundamente

associadas com os tipos de desperdícios de produção, como são

apresentados na tabela 01.

Uma forte relação de causa-efeito é observada entre a eliminação dos

desperdícios de manufatura e as oportunidades em redução do impacto

ambiental.

27

Tabela 01 – Os desperdícios e como eles impactam no Sistema de Gestão

Ambiental extraído do EPA, Lean Manufacturing and the Environment. Pág. 28.

Tipos de desperdícios

Exemplos Impacto ambiental

Retrabalho Refugo, defeitos, produção para reposição, inspeção.

� Matéria-prima consumida na fabricação de produtos defeituosos;

� Componentes defeituosos requerem reciclagem ou eliminação;

� Maior espaço requerido para retrabalho, aumentando consumo de energia em aquecimento, resfriamento e iluminação.

Espera Fim do estoque, atrasos por

processamento em lotes, parada de equipamentos, processos

gargalos.

� Potencial estrago de materiais ou danos em componentes causando desperdícios;

� Desperdícios de energia por meio de aquecimento, resfriamento e iluminação durante a parada de máquinas.

Superprodução Fabricação de itens sem necessidade de produção.

� Maior quantidade de matérias-primas consumidas para fabricar produtos sem necessidade

� Produtos extras podem deteriorar ou tornarem obsoletos sujeitos à eliminação

Movimentação Movimentação de homens sem

necessidade, transportando estoque em processo.

� Maior utilização de energia para transporte;

� Emissões de gases por meio de transporte;

� Maior espaço requerido para movimentação de estoques em processo, aumentando a demanda de consumo de energia para iluminação, aquecimento, resfriamento;

� Maior quantidade requerida de embalagens para proteger componentes durante o transporte.

Estoque Excesso de matéria-prima,

estoque em processo ou produto acabado.

� Maior quantidade requerida de embalagens para armazenar estoques em processo

� Desperdícios por meio de deterioração ou danos em armazenar estoques em processo;

� Maior quantidade de materiais para substituir os estoques em processo danificados;

� Maior utilização de energia para aquecer, resfriar e iluminar área de estocagem.

Processamento desnecessário

Excesso de etapas de processamento, ou que exigem tempo além do necessário para

atender a necessidade do cliente.

� Maior quantidade de matéria-prima consumida por unidade de produção;

� Processamento desnecessário aumenta os desperdícios, uso de energia e emissões de gases.

Criatividade não utilizada

Perda de tempo, idéias, conhecimentos, melhorias e sugestões dos funcionários.

� Poucas sugestões para oportunidade de diminuição dos desperdícios.

28

CAPÍTULO IV

HISTÓRIA, INDÚSTRIA E FABRICAÇÃO DA LATA DE

ALUMÍNIO

Fonte: Abralatas

4.1 - História

Em 1795, Napoleão Bonaparte ofereceu um prêmio de 12 mil francos a

quem inventasse um novo método de preservação de alimentos para uso dos

soldados franceses. Passaram-se quatorze anos até que Nicholas Appert

apresentasse o seu método inédito de preservação por meio do processo de

esterilização de alimentos - com o qual conquistou o tal prêmio de Napoleão.

No ano seguinte, em 1810, Peter Durand recebeu a patente do Rei

George III, da Inglaterra, da lata feita de folha-de-flandres para guardar

alimentos. Quinze anos mais tarde, Thomas Kensett registra a patente da lata

feita de folha-de-flandres na América, e fica conhecido como o “pai” da

indústria da lata. Segundo historiadores, foram estes os principais marcos que

antecederam e impulsionaram o desenvolvimento da indústria de latas de

alumínio.

Fabricadas há mais de um século e meio, as latas inicialmente

utilizavam o aço como matéria-prima. E eram pesadas. Em meados da década

de 50 do século XX, surgiram os primeiros desenvolvimentos para produção de

latinhas de alumínio na Europa - especula-se que a primeira latinha de

alumínio foi produzida em 1958, a pedido de uma cervejaria suíça. A primeira

29

lata de cerveja, feita de folha-de-flandres nos Estados Unidos, em 1935,

pesava 85 gramas. Hoje, a lata de bebida feita de alumínio pesa menos de 15

gramas.

Mas o que de fato consolidou o uso do alumínio no mercado foi a sua

maior maleabilidade, que permitiu a fabricação de latas utilizando menos

metal. Em 1963, a Reynolds Metals Co., empresa com sede no estado da

Virginia, deu início à produção de latas de alumínio - usadas como embalagens

para bebidas gaseificadas - nos Estados Unidos. Nos anos 60, foram

introduzidas as latas de alumínio com os sistemas de abertura easy-open

(“fácil de abrir”). Mais tarde, em meados dos anos 70, foi introduzido o sistema

de abertura stay-on-tab (anel “preso à tampa”). Ao longo dos anos seguintes,

novas tecnologias foram desenvolvidas e aplicadas à crescente indústria norte-

americana e mundial.

Hoje, a produção mundial ultrapassa 200 bilhões de latas, e os maiores

fabricantes são as norte-americanas Ball Corporation, Crown Cork & Seal,

Metal Container Corporation e a inglesa Rexam Beverage Can.

4.2- Indústria

As primeiras latas fabricadas no Brasil, em folha-de-flandres, saíram da

Metalúrgica Matarazzo no ano de 1988, a pedido da Skol International Beer,

hoje Ambev. A lata de alumínio chegou às mãos do consumidor brasileiro

apenas em 1989 – novamente um lançamento da marca Skol que importava as

embalagens para atender a demanda nacional.

O estudo e o desenvolvimento da indústria de latas de alumínio foram

iniciados na década de 80, quando a Alcan Alumínio do Brasil Ltda instalou um

laminador a quente na sua unidade industrial em Pindamonhangaba, no estado

de São Paulo. Tratava-se, à época, de um equipamento singular e único em

toda a América Latina, criado para produzir chapas especiais destinadas à

fabricação de latas de alumínio para bebidas gaseificadas. O laminador da

Alcan representou o primeiro passo para o desenvolvimento desse produto no

Brasil.

30

Em 1988, depois de aperfeiçoadas tecnicamente, as chapas de alumínio

produzidas em Pindamonhangaba foram avaliadas em dois laboratórios no

exterior, o da própria Alcan, no Canadá, e o da norte-americana Reynolds. A

partir daí, a Alcan deu início à produção no Brasil de chapas de alumínio

específicas para latas. Iniciante, mas de expressivo potencial de crescimento.

Em 1982, o Brasil tornou-se auto-suficiente na fabricação de alumínio primário

– condição fundamental para a implantação de fábricas de chapas e,

consequentemente, de latas de alumínio. Desde aquele ano, houve um grande

incentivo para o uso do metal com aplicação em diversos produtos que eram

importados pelo país ou que utilizavam outras matérias-primas.

4.3- Fabricação

A lata de alumínio, segue um processo de fabricação com a seguinte

seqüência de operações ou sub-processos mapeados, conforme detalhamento

a seguir.

4.3.1 - Corte da bobina de alumínio e formação do copo

Existe um longo processo para se chegar a uma latinha e bebida. O primeiro

passo é a formação do copo. O alumínio laminado, que vem em grandes

bobinas, entra na prensa de estampagem. O equipamento, computadorizado,

corta a chapa em vários discos dando-lhes a forma de um copo. O alumínio,

nesse estágio, ainda apresenta a mesma espessura da lâmina original.

Fonte: Abralatas

31

4.3.2 - Formação do corpo

Depois, os copos seguem para outra prensa onde suas paredes

externas, submetidas a uma grande pressão, vão estirar e reduzir a espessura

até formar o corpo da lata tal como é consumida. Na saída da prensa, as

bordas superiores são aparadas para que todos os corpos fiquem com a

mesma altura.

Fonte: Abralatas

4.3.3 - Lavagem, secagem e esterilização

Neste processo as latas são lavadas por dentro e por fora em uma

grande lavadora. Na lavadora, as latas passam por vários banhos e na

seqüência são enviadas para um forno de secagem, o que garante a limpeza e

esterilização.

Fonte: Abralatas

32

4.3.4 - Impressão do rótulo

No processo de impressão, os rótulos são feitos por um sistema de

flexografia e podem receber várias cores ao mesmo tempo. As máquinas mais

modernas conseguem imprimir acima de mil latinhas por minuto.

Fonte: Abralatas

4.3.5 - Revestimento interno e secagem

Fonte: Abralatas

Nesta etapa, as latas recebem o revestimento interno protetor. As latas

recebem jatos de spray especial para formar uma película de verniz que

confere a proteção extra. Depois, seguem novamente para um forno de

secagem.

33

4.3.6 - Formação do necker (pescoço) e perfil da borda

A última etapa da fabricação é a moldagem dos pescoços e do perfil da

borda da lata, para que a tampa possa ser encaixada. O diâmetro da boca foi

diminuído nos últimos anos o que permitiu a utilização de uma tampa menor e

consequentemente, reduzindo o custo da embalagem.

Fonte: Abralatas

4.3.7 - Controle da Qualidade

Após a formação do necker e perfil da borda, faz- se um importante

teste de controle da qualidade das embalagens. O teste é on line e consiste na

aplicação de um feixe de luz de alta intensidade no interior de cada lata. Todas

as latas passam por esta avaliação (inspeção 100%) que é capaz de detectar

qualquer defeito.

Outros testes como teste de aplicação total de verniz (metal exposto),

teste mecânico de resistência à pressão interna e externa são realizados

através da amostragem de cada lote produzido para controle estatístico da

qualidade.

Fonte: Abralatas

34

4.3.8 – Paletização

Depois de prontas e inspecionadas, as latas de alumínio são acondicionadas

em embalagens conhecidas como pallets para armazenagem e transporte

Fonte: Abralatas

.

35

CAPÍTULO V

OS INDICADORES DO SISTEMA DE GESTÃO

AMBIENTAL DA PRODUÇÃO DE LATAS

De acordo com Amaral (2005), os indicadores podem ser gerais e

usados para todas as atividades de negócios, ou específicos para um

determinado setor. No estabelecimento de indicadores têm-se os relacionados

a produtos e/ou serviços produzidos ou vendidos.

5.1- Parâmetros de Indicadores Ambientais (KPIs) para

produção de latas

Na fabricação de latas, para o monitoramento dos itens ligados ao

desempenho ambiental são utilizados os KPIs (Keys Indicators Parameters),

ou seja, parâmetros indicadores ambientais de:

- Consumo de insumos como água, metal, vernizes, tintas, energia, Gás

Natural por milheiro de latas produzidas.

Consumo de água mês (m3) / latas produzidas (MM) = KPI mensal de consumo de água

- Geração de resíduos sólidos como lodo da Estação de Tratamentos de

Efluentes, borra de verniz, baldes de tintas, resíduos contaminados com óleo

por milheiro de latas produzidas.

Geração de resíduos mês (T) / latas produzidas (MM) = KPI mensal de geração de resíduos

- Geração de efluentes líquidos por milheiro de latas produzidas.

Geração efluentes mês (m3) / latas produzidas (MM) = KPI mensal de geração de efluentes

O planejamento de medição e monitoramento do Sistema de Gestão

Ambiental é baseado na identificação dos processos principais e de apoio,

sendo desdobrados os procedimentos e registros a partir desta identificação.

Quando os resultados planejados não são alcançados, são efetuadas as

ações corretivas necessárias para assegurar a conformidade com os requisitos

do produto, requisitos legais e outros requisitos ambientais.

36

Pela análise destes dados e aplicação das ferramentas de Manufatura

Enxuta como: o VSM, o 5S, o SMED, o TPM e o Seis Sigma, a organização

garante a tomada de decisão baseada em fatos e a melhoria contínua dos

processos pelas ações corretivas ou preventivas, pelas auditorias e Reuniões

de Análise Crítica.

5.2 – Análise dos Indicadores

Para o monitoramento dos indicadores, é imperativo coleta e análise com

freqüência usualmente mensal para demonstrar a adequação e eficácia do

Sistema de Gestão e para avaliar estas melhorias ser realizadas, através da

determinação dos objetivos, metas, resultados de monitoramento e medição,

entre outras fontes.

Deve ser determinado pela alta administração da empresa, como os

dados serão coletados e analisados, o passo paralelo é controlar as

tendências e atuar de forma corretiva e preventiva através da utilização das

ferramentas do Lean .

A análise de dados fornece informações relativas à:

• Características e tendências dos processos e produtos, baseando-se

em estudos realizados por pessoal capacitado a utilizar as ferramentas

da metodologia PDCA (figura 08) e Seis Sigma;

• Análise dos registros para os dados ambientais;

• Análise do plano de medição e monitoramento do SGA;

• Conformidade com requisitos legais e outros requisitos relativos SGA;

• Satisfação das partes interessadas internas e externas (stakeholders),

através dos registros de comunicação interna e externa do SGA.

Os estabelecimentos de metas de redução dos indicadores ambientais

atingirão melhores resultados se vinculadas às metas da área produtiva. Os

esforços para implementar os conceitos Lean em diversos processos visando à

melhoria sistêmica poderão beneficiar as empresas também na melhoria das

condições do meio-ambiente.

37

CAPÍTULO VI

INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO COM AS

FERRAMENTAS DO LEAN

Pode-se melhorar continuamente a eficácia do Sistema de Gestão

Ambiental (SGA) pelo uso:

• Da política de Qualidade, Meio Ambiente e Segurança e Saúde

Ocupacional;

• Dos objetivos e metas;

• Dos resultados de auditorias;

• Da análise de dados;

• Das ações corretivas e preventivas e análises críticas pela direção.

As sugestões são analisadas e selecionadas pelo grupo, registradas,

implementadas e gerenciadas de acordo com o procedimento de ação

preventiva ou metodologias previstas nos programas de Manufatura Enxuta

(5S’s, VSM, Kaizen e Seis Sigma, SMED, TPM). Esta integração pode ser

demonstrada na figura 09

Diagrama da integração do Lean com Sistema de Gestão

Cliente Interno:Diretoria

Ações Corretivas

RNC

Análise de Gestão

Reunião de KPI

Auditorias

Pesquisa de Satisfação

Análise de Gestão

Reunião de KPI

Auditorias

Pesquisa de Satisfação

Definição de Políticas,Objetivos e Metas

Cliente ExternoCliente Externo

Ações de Preventiva e de Melhoria

VSM

Fluxo de Valor

5S

Eventos de Kaizen

TPMSMED 6 Sigma

HOOPER LIST

Ações de Preventiva e de Melhoria

VSM

Fluxo de Valor

5S

Eventos de Kaizen

TPMSMED 6 Sigma

HOOPER LIST

Ações de Preventiva e de Melhoria

VSM

Fluxo de Valor

VSM

Fluxo de Valor

5S

Eventos de Kaizen

TPMSMED 6 Sigma

HOOPER LIST

RC

Lean Enterprise Figura 9

38

De acordo com o EPA (2006) para que integração do Lean favoreça as

melhorias ambientais, deve-se:

• Mapear o fluxo de valor para entender o sistema, identificando as

oportunidades de melhorias ambientais.

• Fazer perguntas que poderiam levar a minimização de gastos. Exemplo:

O processo possui desperdícios? Se assim, quais são os poluentes?

Materiais de baixa toxidade podem ser utilizados? Podem ser reduzidos

ou eliminados?

• Desenvolver um plano de ação (Hooper List) para aumentar a

consciência nas empresas sobre as oportunidades de se conseguir mais

melhorias ambientais durante a implementação lean.

• Adaptar e desenvolver ferramentas Lean para aplicá-las a tópicos de

desempenho ambiental;

• Disseminar recursos, materiais, workshops e ferramentas aos

profissionais da área ambiental para ajudá-los a entender as técnicas do

Lean Thinking e seus benefícios.

• Desenvolver um programa piloto para encorajar plantas que estão

implementando lean para atingir mais reduções de desperdício e

poluição, incorporando explicitamente considerações e ferramentas

ambientais nas suas iniciativas Lean.

• Estimular parcerias com empresas e organizações que possuem

atividades lean combinadas com melhorias ambientais.

• Reconhecer ações ambientais realizadas com sucesso.

.

39

CONCLUSÃO

Com a queda no índice de refugos, decorrente da implementação da

manufatura enxuta, melhora-se a qualidade do produto e ao mesmo tempo,

elimina-se o desperdício em emissões de gases, resíduos, matéria-prima e

outros recursos. Similarmente, a diminuição de estoques e a mudança de

layout reduzem o espaço físico requerido, logo à quantidade de água, materiais

e energia utilizados para o aquecimento, resfriamento, iluminação e

manutenção dos locais de trabalho se tornam menores.

Para sustentar estas melhorias, o trabalho padronizado de um Sistema

de Gestão, estabelece claramente os procedimentos para desempenhos

apropriados das atividades de trabalho e o controle visual reforça estas

práticas.

Os eventos promovidos pelas ferramentas de manufatura enxuta,

envolvem os funcionários do chão de fábrica, identificando e eliminando

desperdícios, estimulando a criatividade dos trabalhadores para desenvolver e

inovar processos que melhorem a eficiência e a eficácia do Sistema de Gestão

ao mesmo tempo, contribuindo para a redução dos impactos ambientais.

40

BIBLIOGRAFIA

CERQUEIRA, J. P. Sistemas de Gestão Integrados – ISO 9001, OSHAS

18001, SA 8000, NBR 16001, Conceitos e Aplicações. 1º ed., Rio de Janeiro:

Qualitymark, 2006.

ROTHER, M. SHOOK, J. Aprendendo a Enxergar – Mapeando o Fluxo de

Valor para Agregar Valor e Eliminar o Desperdício – Manual de Trabalho de

uma Ferramenta Enxuta. Versão 1.3, São Paulo: The Lean Enterprise Institute,

2003.

AMARAL, Sergio Pinto. Sustentabilidade ambiental, social e econômica das

empresas: como entender, medir e relatar. 2° ed. São Paulo: Tocalino, 2005.

WERKEMA, M. C. C. Criando a Cultura Seis Sigma. Rio de Janeiro:

Qualitymark, 2002. Vol. 1: Seis Sigma.

ENVIRONMENTAL PROTETION AGENCY (EPA). The Lean and Environment

Toolkit: Identify and Eliminate Waste, Reduce Business Costs and Risk,

Improve Environmental Results. Version 1.0, United States: EPA Toolkits,

2006.

ABRALATAS (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta

Reciclabilidade) - A História de Sucesso da Lata de Alumínio No Brasil e no

Mundo. Publicado em junho de 2004. Disponível em:

www.abralatas.org.br/downloads/book_de_latas-abralatas_2004.pdf - Acesso

em 05 Julho 2009 16h15min.

Em<http://www.daimlerchrysler.com.br/empresa/missao/cenqualidade_04.htm.

Acesso em 05 Julho 2009 16h15min.

41

Em < http://www.rexamcan.com.br/empresa/estrategia.asp. Acesso em 05

Julho 2009 16h28min

Em <http://www.epa.gov/lean. Acesso em 25 Julho 2009 12h42min.

Em < http://www.novelis.com.br/NovelisBrasil/Reciclagem. Acesso em 26 Julho

2009 14h13min.

Em< http://www.lean.org.br/. Acesso em 26 Julho 2009 15h37min.

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – LEAN MANUFACTURING 10

2.1 - VSM (Value Stream Map) – Mapa de Fluxo de Valor 10

2.1.1 - Usando a Ferramenta VSM 11

2.1.2- Hooper List 14

2.2 - Programa 5S 15

2.2.1 - Os cinco sensos do programa 5S, conceitos, benefícios e exemplo

da aplicação 16

2.3 - SMED (Single Minute Exchange of Dies) - Troca Rápida de

Ferramentas 19

2.3.1 - Etapas de um Projeto SMED20 20

2.4 - TPM (Total Production Maintanance) – Manutenção Produtiva Total 21

2.4.1- Fases de implementação do TPM 21

2.5 - Seis Sigma 23

2.5.1- Estágios de um projeto Seis Sigma 24

CAPÍTULO IV: HISTÓRIA, INDÚSTRIA E FABRICAÇÃO DA LATA DE

ALUMÍNIO 28

4.1 - História 28

4.2- Indústria 29

4.3- Fabricação 30

4.3.1 - Corte da bobina de alumínio e formação do copo 30

4.3.2 - Formação do corpo 31

4.3.3 - Lavagem, secagem e esterilização 31 31

4.3.4 - Impressão do rótulo 32 32

4.3.5 - Revestimento interno e secagem 32

43

4.3.6 - Formação do necker (pescoço) e perfil da borda 33

4.3.7 - Controle da Qualidade 33

4.3.8 - Paletização 34

CAPÍTULO V: OS INDICADORES DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

DA PRODUÇÃO DE LATAS 35

5.1- Parâmetros de Indicadores Ambientais (KPIs) para produção de latas 35

CAPÍTULO VI INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO COM AS

FERRAMENTAS DO LEAN 37

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 42