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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM ONDE TUDO COMEÇA POR: MÁRCIA CRISTINA DE OLIVEIRA ORIENTADOR (A): DAYSE SERRA RIO DE JANEIRO JANEIRO 2011

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · JANEIRO 2011 . 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES ... COMEÇA Apresentação da monografia a Universidade Cândido Mendes como requisito

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM ONDE TUDO

COMEÇA

POR: MÁRCIA CRISTINA DE OLIVEIRA

ORIENTADOR (A):

DAYSE SERRA

RIO DE JANEIRO

JANEIRO 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM ONDE TUDO

COMEÇA

Apresentação da monografia a Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia.

Por: Márcia Cristina de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me fortalecer nos momentos difíceis fazendo – me chegar até aqui.

A professora Solange Monteiro pela ajuda bibliografia ,assim como as colegas Elizabeth ,Tatiana e Luciana, a coordenadora Mônica Melo pela ajuda e orientação na monografia.

Ao meu filho Caio pela ajuda e incentivo.

4

DEDICATÓRIA Dedico este estudo aos meus alunos que são

grandes fontes de inspiração e realização profissional.

Ao meu filho Caio,ao meu esposo Jorge, e aos meus pais que são os meus grandes incentivadores.

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RESUMO

Apoiada principalmente pelos estudos e na compreensão de teóricos o

presente trabalho busca compreender a importância da afetividade no

desenvolvimento infantil e também discutir de que formas essas idéias podem

contribuir com nossa compreensão sobre o processo de ensino –

aprendizagem na escola, já que a afetividade é um elemento nem sempre

percebido e considerado como tão importante quanto os conteúdos. No

contexto escolar (principalmente no período pré-escolar) a brincadeira não

deveria ser entendida como uma atividade secundária ou como um “mero

passatempo” das crianças. Ao contrário, deveria ser valorizada e estimulada, já

que tem uma importante função pedagógica. É importante mencionar que as

escolas infantis no Brasil, sofreram, no decorrer dos tempos, diferentes

mudanças em suas funções, as quais passaram pelo assistencialismo e

privação cultural até a função educativa. Os resultados dos estudos apontam

que, do ponto de vista histórico, ouve um avanço significativo na legislação

quando esta reconheceu a criança como cidadã, como sujeito de direitos,

inclusive o direito à educação de qualidade desde o nascimento.

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METODOLOGIA

A pesquisa realizada é bibliográfica, apoiada em estudos relacionados à

afetividade e cognição. Os autores escolhidos para dar embasamento teórico

ao estudo são John Bowby, Jean Piaget, Lev S.Vigotysky e Henry Wallon. A

pesquisa desenvolvida é delimitada a crianças de 2(dois) a 6(seis) anos .

Portanto, diante desses relatos acima mencionados o objetivo dessa

pesquisa é estudar a importância e o desenvolvimento da afetividade

objetivando provar que estes são aspectos funcionais relevantes na educação

infantil.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................PÁG.8 CAPITULO I - A EDUCAÇÃO INFANTIL...................................................PÁG.10

1.1 – A Educação Infantil no Brasil ...........................................................PÁG.11

1.2 – Cuidar e Educar: uma articulação possível. ..............................PÁG.13

1.3 – A formação do educador infantil.......................................................PÁG.14

1.4 – O trabalho pedagógico do educador infantil.....................................PÁG.16

CAPITULO II - AFETIVIDADE E COGNIÇÃO...........................................PÁG.19

2.1 – A importância do apego no processo de desenvolvimento segundo

Bowlby. ..............................................................................................PÁG.19

2.2 – Afetividade segundo Piaget. O papel da afetividade no funcionamento

cognitivo, no desenvolvimento e aprendizagem da criança. ...................PÁG.22

2.2.1 – Estágios de desenvolvimento cognitivo e afeto. ................PÁG.24

2.3 – A relação entre afeto e cognição segundo Vygotsky. ......................PÁG.29

2.4 – A dimensão afetiva e a construção cognitiva segundo Wallon. .......PÁG.30

CAPITULO III – AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO....PÁG.33 CONCLUSÃO............................................................................................PÁG.35 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS...........................................................PÁG.37 ÍNDICE......................................................................................................PÁG.40 FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................PÁG.40

8

INTRODUÇÃO

A afetividade vivida na primeira infância influencia nas relações e

contribui para o desenvolvimento saudável dos indivíduos. Isto me fez sentir

motivada a pesquisar mais sobre o assunto, pois sou professora a 6(seis) anos

em uma escola de educação infantil em Nova Iguaçu. Sempre trabalhei

(durante estes ano) com crianças de 2(dois) a 3(três) anos (maternal) e este

ano estou com crianças de 5(cinco) (pré-escolar).Nestes anos percebi que

muitas crianças sofreram bastante para conseguirem se adaptar a nova

realidade. Isto é, a conviver com pessoas estranhas num ambiente totalmente

diferente do que estavam até, então, acostumados. Houve crianças que

ficaram doentes, por não comer e nem beber nada, exceto água ,durante esse

árduo período. Por passar quase o dia inteiro aos prantos de choro e pedindo

pela mãe. Algumas crianças levaram ate 2 (dois)meses ,no período adaptativo

,onde chorava incansavelmente e bebia somente água .Estas cenas hoje me

emocionam ao lembrar. O rompimento temporário dos laços afetivos das mães

ou pessoas que eram apegadas fazia com que muitas crianças mudassem de

comportamento as vezes tornavam mais sensíveis e/ou agressivas .Atitudes

percebidas tanto pelos pais como pelas “tias “ da escola.

O educador da educação infantil que corresponde a fase inicial da

criança ate os 6(seis) anos, tem uma grande influência sobre as crianças ,já

que ele será ,senão um dos primeiros adultos a exercer funções e relações

típicas ,até então mantida apenas com adultos do meio familiar.

Caberá a ele criar na escola um ambiente físico, social, afetivo e

cognitivo capaz de facilitar o processo de aprendizagem.

A escola e a família devem agir em conjunto para colaborar na formação

integral de nossas crianças.

O rompimento dos laços afetivos, principalmente, durante o período de

adaptação, pode ser extremamente prejudicial à criança, capaz de marcar para

sempre a sua vida adulta.

9

A ignorância dos pais e o descaso das instituições infantis em

compreender esse aspecto tido como fundamental importância pode trazer

graves interferências para o desenvolvimento infantil, que pode ser

caracterizados desde as simples até as mais complexas (como muitos

distúrbios).

Isto nos mostra o quanto o afeto é essencial para a vida principalmente

na infância. Onde é alicerçado todo o equilíbrio emocional e social da criança

que carregará para a sua vida. Uma vez que implicara na formação do caráter.

Por isso é fundamental que os profissionais de educação infantil saibam que as

experiências afetivas são determinantes.

O aspecto afetivo é um dos fatores que pode estar relacionado às

dificuldades de aprendizagem que advêm de conseqüências emocionais

dificultando o desempenho dos alunos nas atividades, e essa dificuldade gera

mais e mais conseqüências na parte emocional da criança, que não se

convence de que é capais. Uma coisa puxando a outra.

Acredito que esta pesquisa será capaz de contribuir de forma satisfatória

e eficaz para diminuir os sofrimentos das crianças, da escola de educação

infantil.

10

CAPITULO I

A EDUCAÇÃO INFANTIL

1.1- A Educação Infantil no Brasil

Mencionar a creche ou a educação infantil é

muito mais do que falar de uma instituição de suas

qualidades e defeitos, da sua necessidade social ou

da sua importância educacional. É falar da criança.

De um ser humano, pequeno, mais exuberante de

vida.

(DIDONET, 2001, p.11)

A educação da criança esteve sob a responsabilidade exclusiva da

família durante séculos, porque era no convívio com os adultos e outras

crianças que ela participava das tradições e aprendia as normas e regras da

sua cultura. Na sociedade contemporânea, por sua vez, a criança tem

oportunidade de frequentar um ambiente de socialização, convivendo e

aprendendo sobre a sua cultura mediante diferentes interações com seus

pares.

As primeiras tentativas de organização de creches, asilos e orfanatos

surgiram com um caráter assistencialista com o intuito de auxiliar as mulheres

que trabalhava fora de casa e viúvas desempregadas. A educação permanecia

assunto de família.

Com o avanço da industrialização e o surgimento de fábricas na

segunda metade do século XIX e o, aumento do número de mulheres da classe

média no mercado de trabalho, aumentou a demanda pelo serviço das

instituições de atendimento a infância.

Os donos das indústrias para favorecer aos operários e suas famílias

começam a criar vilas operarias, creches e escolas maternais para atender a

uma necessidade visando uma vantagem: quanto mais satisfeitas, mais as

operarias produziriam.

11

Surge no Brasil em meados de 1970 a ideia da “educação

compensatória” considerava-se que a criança pequena nas creches e pré-

escolas possibilita a superação das condições sociais precárias a que ela

estaria sujeita.

As propostas das instituições particulares privilegiavam a criatividade e a

sociabilidade infantil. As instituições publicas tinham uma proposta de trabalho

que partiam de uma ideia de carência e deficiência.

A constituição federal de 1988 reconhece a necessidade de se repensar

as funções sociais da creche.(art.208,inciso (V)).”O dever do estado para com

a educação será efetivado mediante a garantia de oferta de creches e pré-

escolas ás crianças de 0(zero) a 6(seis) anos de idade. ” (BRASIL,1998)

Dois anos após, foi aprovado o estatuto da criança e do adolescente -

Lei 8.069/90 que ao regulamento o art.227 da constituição federal, inseriu as

crianças no mundo dos direitos humanos. De acordo com o seu artigo 3º, a

criança e o adolescente devem ter assegurado os direitos fundamentais

inerentes á pessoa humana, para que sejam possíveis, desse, modo, ter

acesso só as oportunidades de “[...] desenvolvimento físico, mental, moral,

espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade” (BRASIL,1994a).

Em 1996 destaca-se a lei de diretrizes e bases da educação nacional,

que inseriu a educação infantil como a primeira etapa da educação básica.

(Essa lei define que a finalidade da educação infantil é promover o

desenvolvimento integral da criança de seis anos de idade complementando a

ação da família e da comunidade Brasil, 1996).

Em 1999 dois anos após a aprovação da LDB, o ministério da educação

publicou o “referencial curricular nacional para a educação infantil”, com o

objetivo de contribuir para a implementação de praticas educativa de qualidade

no interior dos centros de educação infantil.

Esses aspectos são relevantes no desenvolvimento do trabalho do

professor, uma vez que:

Educador significa, portanto, proporcionar situações

de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de

forma integrada e que possam contribuir para o

12

desenvolvimento das capacidades infantis de relação

interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude

de aceitação respeito e confiança, e o acesso pelas

crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade

social e cultural.

(LEI DE DIRETRIZES E BASES, 1996, p.23)

Sobre o cuidar, é importante ressaltar que esse deve ser atendido como

parte integrante da educação, ou seja: ”[...] cuidar de uma criança em um

contexto educativo demanda a integração da vários campos de conhecimentos

e a cooperação de profissionais de diferentes áreas”. (LEI DE DIRETRIZES E

BASES, 1996, p.24)

A educação infantil vem passando por um longo e predominante

processo de transformação do Brasil, especialmente nos últimos 20 (vinte)

anos. Se antes as escolas responsáveis pela fase inicial de aprendizado da

criança adquiriam caráter de assistência social, hoje é consenso que essas

instituições são sim um assunto do âmbito da educação. Mais do que isso:

especialistas, educadores e pesquisadores reconhecem a importância do

desenvolvimento integral nos primeiros anos de vida e encara a vivência

escolar como parte essencial desse processo. Mais conhecem os inúmeros

desafios impostos para o afetivo atendimento desse direito, que podem ser

resumidos em duas grandes questões: a de acesso (pois o nº de criança que

ainda não estão matriculadas nas creches é bastante significativo, visto que

crianças de famílias de baixa renda estão tendo menores oportunidades que as

de nível sócio econômico mais elevado). E as de qualidade do atendimento,

sem os investimentos técnicos e financeiros necessários, apresenta, ainda,

padrões bastantes além dos desejados. [...] a insuficiência e inadequação de

espaços físicos, equipamentos e materiais pedagógicas; a não incorporação da

dimensão educativa nos objetivos da creche; a separação entre as funções de

cuidar e educar, a inexistência de currículos ou propostas pedagógicas são

alguns problemas a enfrentar (BARRETO, 1998, p.25).

De acordo com a legislação, há que se representar a função educativa

da creche, uma nova proposta pedagógica para articular o currículo de

13

atividades com os aspectos integrais do desenvolvimento da criança e seus

conhecimentos culturais básicos, ampliando com qualidade aos espaços que

irão garantir um direito que é de todos.

1.2 – Cuidar e Educar: uma articulação possível.

Nas instituições de educação infantil o atendimento oferecido as

crianças de 0(zero) a 6(seis) anos inclui as funções de educar e cuidar de

maneira integrada .Nenhum ato de cuidar deve estar dissociado do ato de

educar.

Sobre o cuidar, é importante ressaltar que esse deve ser entendido

como parte integrante da educação, ou seja: ”[...] cuidar de uma criança em um

contexto educativo demanda a integração de vários campo e conhecimentos e

a cooperação de profissionais de diferentes áreas]” (BRASIL, 1998ª, p.24).

Ainda nos anos de 1998 e 1999, o conselho nacional de educação.

Aprovou as diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil que teve

como objetivo direcionar, de modo obrigatório, os encaminhamentos de ordem

pedagógicos para esse nível de ensino aos sistemas municipais e estaduais de

educação e as diretrizes curriculares para a formação de professores da

educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, que também contribuiu

para a melhoria de ambos os níveis de ensino ao discutir a relevância de uma

formação altamente qualificada para esses profissionais.

Com as novas concepções acerca de crianças vista com sujeito histórico

que participa ativamente do processo educacional, os momentos de atividades

diárias podem e devem oportunizar a formação da identidade da criança.

No processo de cuidado e de ensino-aprendizagem é muito mais afetivo

e prazeroso quando há uma real sintonia entre quem cuida e quem é cuidado,

entre quem ensina e quem aprende ,em que o professor educador é capaz de

perceber o momento da criança de proporcionar condições que acolham e

motivem, envolvendo-se e compartilhando com ela atividades variadas, as

quais podem ter partido da iniciativa da criança ou do adulto!

14

(DIDONET, 2003, p.12).

Assim sendo, torna-se fundamental a formação continuada do educador

da creche para que ele tenha entendimento sobre quem é a criança que está

sob sua responsabilidade e que sua função está comprometida com o ato de

cuidar e educar, sem que haja entre eles uma dicotomia e sim uma integração

e completude.

1.3 – A formação do educador infantil

“Se a gente grande soubesse

O que consegue a voz mansa

como ela cai feito prece e vira flor

num coração de criança...”

(BILLY BLANCO)

As funções do profissional de educação infantil estão passando por

reformulações profundas. O que se esperava dele há algumas décadas, não

corresponde mais aos dias atuais. Nessa perspectiva, os debates estão

indicando a necessidade de uma formação mais abrangente a necessidade de

uma formação mais abrangente e unificadora para os educadores infantis e de

uma reestruturação dos quadros de carreira que levem em consideração os

conhecimentos já acumulados no exercício profissional ,bem como possibilite a

atualização profissional.

A LEI de DIRETRIZES e BASES (LDB), LEI nº 9.394 de 20/12/1996

estabelece no titulo VI, artigo 62:

A formação de docentes para atuar na

educação básica far-se-á em nível superior

em curso de licenciatura, de graduação plena,

em universidade e institutos superiores de

educação, admitida como formação mínima

para o magistério na educação infantil e nas 4

(quatro) primeiras series do ensino

fundamental, a oferecida em nível médio ,na

modalidade normal.

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Isso significa que as redes de ensino deverão colocar-se a tarefa de

invadir de maneira sistemática na capacitação e atualização permanente e em

serviço de seus educadores.

Nessa perspectiva, faz-se necessário que os profissionais, nas

instituições de educação infantil, tenham ou venham a ter uma formação inicial

sólida e consiste acompanhada de adequada e permanente atualização em

serviço. Assim o dialogo no interior da categoria tanto quanto os investimentos

na carreira e formação do profissional pelas redes de ensino, são hoje, desafio

presente vista a profissionalização do docente da educação infantil.

O trabalho direito com as crianças

pequenas exige que o educador tenha uma

competência polivalente. Ser polivalente

significa que ao educador cabe trabalhar com,

contudo de naturezas diversas que abrangem

desde cuidados básicos essenciais até

conhecimentos específicos provenientes das

diversas áreas do conhecimento. Este caráter

polivalente demanda, por sua vez, uma

formação bastante ampla e profissional que

deve tornar-se, ele também ,um aprendiz

refletido constantemente sobre sua pratica

,debatendo com seus pares dialogando com

as famílias e a comunidade e buscando

informações necessárias para o trabalho que

desenvolve. São instrumentos essenciais para

a reflexão sobre a pratica direta com as

crianças a observação o registro, o

planejamento e a avaliação.

(LEI DE DIRETRIZES E BASES, 1998, p.41)

A formação do educador infantil deve estar baseada na concepção de

educação infantil. Deve buscar a superação da dicotomia

16

educação/assistência, levando em conta. O duplo objetivo da educação infantil

de cuidar e educar.

A formação deve ser entendida como direito do profissional, o que

implica a dissociabilidade entre formação e profissionalização. Diferentes níveis

e estratégias de formação devem ser geradores de profissionalização: tanto em

termos de avanço na escolaridade, quanto no que se refere à progressão na

carreira (GARCIA, 2001. ).

“No atual momento da nossa sociedade a creche e a pré-escola tem um

papel fundamental, pois elas são as maiores aliadas dos pais em sua tarefa de

educar.” É preciso que a escola esteja preparada para a sua nova função em

colaboração na formação da criança, revendo seu papel, solidificando suas

bases e preparando sua equipe “(Tezolin, 1954p. 77); (Pain S. p.112), assinala

que a família, mesmo com todas as suas e imperfeições, ainda não conseguiu

encontrar substituta. Ela tem papel e lugar essencial nas vivências das

pessoas, e ela e a escola infantil têm com feito, funções complementares”.

Desta forma, espera-se que a educação infantil...

Tenha professores de verdade,

amorosos com as crianças, mas não rivais

dos pais, nem ocupando seu lugar. (...) A

educação infantil tem que ser levada tão a

serio como qualquer outro nível de

escolaridade. Ela exige competência e muita

riqueza pessoal dos profissionais.

(FREIRE. 1992, p.112)

1.4 – O trabalho pedagógico do educador infantil

O educador percebe, que desde bem pequenas, as crianças apresentam

atitudes de interesse em descobrir o mundo que as cerca, elas são curiosas e

querem respostas a seus porquês, o trabalho do educador é estimular e

orientar as experiências por elas vividas e trazidas de casa, para que, no seu

17

dia-a-dia, elas passam construir seu próprio conhecimento. Assim, podemos

destacar:

O educador deve conhecer e

considerar as singularidades das crianças e

diferentes idades ,assim como as

diversidades de hábitos ,costumes, valores,

crenças etnias das crianças com as quais

trabalha respeitando suas diferenças e

ampliando suas pautas de socialização. O

educador é o mediador entre crianças e os

objetos de conhecimento, organizando e

proporcionando espaços e situações de

aprendizagem que articulem os recursos e

capacidades afetuosas, emocionais, sociais e

cognitivas de cada criança aos seus

conhecimentos prévios e aos conteúdos

referentes aos diferentes campos de

conhecimento humano.

(MONTEIRO, 2002, p.05)

Os aspectos inerentes á educação infantil - saúde, segurança, interação,

alimentação, estimulação, brincadeira, entre outros – devem integrar o

cuidar/educar de forma dinâmica. Assim, a saúde está presente na hora de

higiene, na escola do alimento adequado e na discussão. O afeto repassa

todas as ações, demonstrando para a criança, através da própria ação, como

estabelecer vínculos afetivos nas relações sociais. A brincadeira deve permear

todas as ações como jogo simbólico através do qual a criança compreende a si

e ao outro, tendo seu corpo e alma interagindo de forma a construir a si, ao

outro e ao meio. “É no brincar que a criança realiza atividades de grande

importância para o seu desenvolvimento, é no brincar que se desenvolvem os

processos psíquicos que preparam o caminho da transição da criança para um

novo e mais elevado nível de desenvolvimento” (LEONTIEV,in VYGOTSKY et

18

alii,1998,p.122)

Para todos esses aspectos é possível estabelecer elos, interações relações

desde que a ação pedagógica esteja em permanente e total vigilância, fazendo

do cuidar/educar presença constante na realidade dos espaços de educação

infantil.

O agir pedagógico deve atender as reais necessidade das crianças,

deve ser criativo, flexível, atendendo á individualidade e ao coletivo. Será o uso

organizador da aquisição e da construção do conhecimento, a fim de que a

criança passe de um patamar a outro na construção da sua aprendizagem

(OSTETTO, 2000,).

Pensar sobre isto implica reinventar espaço de salas para que neles se

dêem as interações do sujeito com o mundo físico e social oportunizando lhe

vivências e situações de troca de ponto de vista, tomadas de decisões, sendo

promovida, assim, sua autonomia e cooperação, tão importantes para a

formação de um novo cidadão.

19

CAPITULO II

AFETIVIDADE E COGNIÇÃO

A afetividade refere-se à capacidade, á disposição do ser humano de ser

afetado pelo mundo externo /interno por sensações ligadas a tonalidades

agradáveis ou desagradáveis. Esta é de uma importância na vida do ser

humano.

Para compreender melhor o processo da interação sócio afetiva e o

desenvolvimento cognitivo que acontece no decorrer de toda historia da criança

é preciso reler alguns teóricos que se dedicaram a estas questões.

2.1 – A importância do apego no processo de desenvolvimento

segundo Bowlby.

Tendo como base a teoria do apego de John Bowlby psiquiatra e

psicanalista inglês com suas bases etológicas e psicanalíticas, examinam-se os

comportamentos de apego em diferentes idades, seus padrões e

características de estabilidade e persistência.

O padrão de apego desenvolvido pela criança em relação à mãe é

influenciado por fatores constituintes da psicanalidade de cada um e interfere

no desenvolvimento social do individuo, até a vida adulta.

Bowlby quando estudou o vinculo entre mãe e filho concluiu que essa

ligação era parte de um sistema de comportamento que servia á proteção da

espécie, já que os bebês humanos são indefesos e incapazes de sobreviver

sozinhos por um bom tempo. Deste modo, o apego dos bebês á suas mães ou

cuidadoras é o que possibilitaria a sobrevivência da espécie.

Vários autores sustentam que nos primeiros dias, talvez mesmo as

primeiras horas depois do nascimento representam um período sensível onde a

mãe está particularmente apta a construir um elo de ligação com seu filho.

20

A teoria de apego tem suas bases psicanalistas, a compreensão da

importância do vinculo inicial da criança a sua a mãe, discutindo os

comportamentos de apego em termos de relações objetivas.

Segundo Bowlby a partir da primeira relação estabelece-se no individuo

um modo de funcionamento, modelo funcional interno. A criança que tem sua

experiência um modelo seguro de apego vai desenvolver expectativas positivas

em relação ao mundo, acreditando na possibilidade de satisfação de suas

necessidades. Já outra com um modelo menos seguro, poderá desenvolver em

relação ao mundo de expectativas menos positivas.

A maioria das pesquisas sobre o apego e vinculo afetivo, concentravam-

se na primeira infância e nas primeiras relações mãe e filho.

É por volta de 8(oito) meses de idade que os primeiros comportamentos

de apego são identificados ,tomando por base as reações do bebê de mudas

as expressões faciais para um semblante mais sério ,de chorar, agarrar-se a

mãe ,etc. Quando um estranho se aproxima e tenta interagir com ele. Essas

reações chamadas pela psicanálise de angustia de separação persistem nos

bebês até mais ou mais um ano de vida.

Com o desenvolvimento das capacidades de locomoção as crianças vão

aos poucos se distanciando da mãe, voltando sempre a procurá-la quando

acontece no ambiente, e retornando suas atividades de exploração quando

novamente sentem-se tranqüilas.

Na medida em que a criança cresce ganha autonomia com a satisfação

do sistema de locomoção, o desenvolvimento da fala e do controle dos

esfíncteres. Inicia seu processo de socialização com a entrada na educação

infantil, ampliando suas possibilidades de novos vínculos afetivos.

Com isso os comportamentos de apego á mãe tornam-se menos

sensíveis, a ansiedade de separação diminui, pois a criança passa a

compreender a continuidade do relacionamento com a mãe mesmo na

ausência desta. A esta compreensão de continuidade Bowlby da o nome de

“Parceria de objetivo corrigido”.

Os modelos de funcionamento interno de uma criança, tendem-se a se

repetir durante toda a sua vida, com os comportamentos que indicam maior ou

21

menor segurança em si própria no ambiente na educação infantil, crianças

entre 3 (três) e 4(quatro) anos, esses comportamentos só e manifestam em

situações estressantes quando a busca por uma base segura pode ser

visivelmente percebida. É comum observamos uma criança dessa idade

brincando tranquilamente longe de sua mãe ,porém quando se machuca e

chora ,corre para mãe em busca der conforto e segurança.

Crianças avaliadas como seguramente apagadas no período dos 12

(doze) aos 18(dezoito) meses mostraram-se na idade escolar mais sociável e

positivas em suas relações com amigos e irmãos e menos dependentes dos

professores, ou seja, tendo maior funcionalidade nas relações com os outros e

em ambiente fora do lar.

O padrão inicial de apego seguro parece favorecer nas crianças uma

maior autoconfiança e competência social, pois é notado que aquelas que

parecem ter um modelo de apego seguro tendem a demonstrar uma maior

liberdade na exploração ao ambiente, melhor interação, assim como, uma

maior atenção e concentração nas tarefas propostas. Enquanto suas mães

mostram-se mais realistas, quanto a capacidade de realização de seus filhos,

menos ansiosos em relação ás possíveis falhas que as crianças possam ter, e

mais seguras quanto a sua própria atuação no papel de mãe.

Essas mães parecem manter com seus filhos vínculos afetivas, que os

incentivam a nossos desafios, favorecendo um ritmo de desenvolvimento mais

rápido e harmonioso.

Por outro lado é observado que aquelas crianças que parecem ter um

apego do tipo esquivo, ansioso, resistente ou desorganizado, são mais

resistentes ao contato e tem pior desempenho nas tarefas propostas. E suas

mães, de um modo geral, demonstram uma ansiedade excessiva quanto às

realizações da criança exigindo desta mais do que ela pode fazer, ou então se

mostram pouco atentas impacientes e/ou agressivas com seus filhos.

Podemos pensar através da teoria de apego de Bowlby, em algumas

questões que fazem partes de nosso cotidiano e que talvez possam ser

reflexos de padrões de apego desenvolvidos na primeira infância.

Bowlby (1989) declara que acha essencial para a saúde mental dos

22

infantes que eles poderem experimentar uma relação continua, cálida e interna,

com suas mães ou substituta materna permanente, na qual ambos possam

encontrar satisfação e gozo. Ele lembra ainda que as rupturas dos primeiros

laços afetivos possam causar problemas profundos para o ser humano.

A base para o desenvolvimento

humano adequado a uma sensação é uma

sensação de confiança na disponibilidade das

pessoas com quem mantemos os primeiros

laços afetivos, confiança que se desenvolve

lentamente através da infância e da

adolescência.

(BOWLBY, 1995.)

2.2 – Afetividade segundo Piaget. O papel da afetividade no

funcionamento cognitivo, no desenvolvimento e aprendizagem

da criança.

Apesar de não ter centrado seus estudos e pesquisas no

desenvolvimento afetivo das crianças e sim na lógica do pensamento das

mesmas, Piaget não desconsiderou essa dimensão afetiva para o estudo da

inteligência e do desenvolvimento psicológico e colocou em suas obras que é

incontestável que o afeto desempenha um papel essencial no funcionamento

da inteligência, nas suas estruturas e formas de organização.

De acordo com a teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual é

considerado como tendo dois componentes: o cognitivo e o afetivo. Assim, o

desenvolvimento afetivo se dá em paralelo ao cognitivo e tem uma profunda

influência sobre o desenvolvimento intelectual. O aspecto afetivo por si só não

pode modificar as estruturas cognitivas, mais pode influenciar quais estruturas

modificar. O psicólogo nos explica que nos estágios de desenvolvimento de

crianças o que há é uma correspondência entre desenvolvimento cognitivo e

afetivo e não uma sucessão.

23

Em um trabalho publicado a partir de um curso que manifestou na

universidade de Sorbonne (Paris) no ano acadêmico de 1953-1954, Piaget nos

advertiu sobre o fato de que, apesar de diferentes em sua natureza, a

afetividade e a cognição são inesperáveis, indissociadas em todas as ações

simbólicas e sensórias motoras. Ele postulou que toda ação e pensamento

comportam um aspecto cognitivo, representado pelas estruturas mentais e um

aspecto afetivo, representado por uma energética, que é a afetividade.

De acordo com Piaget, não existem estados afetivos sem elementos

cognitivos, assim como não existem comportamentos puramente cognitivos.

Quando discute os papeis da assimilação e da acomodação cognitiva afirma

que esses processos de adaptação também possuem um lado afetivo: na

assimilação, o aspecto afetivo é o interesse em assimilar o objeto do Self (o

aspecto cognitivo é a compreensão) enquanto na acomodação a afetividade

está presente no interesse pelo objeto novo (o aspecto cognitivo está nos

ajustes dos esquemas de pensamento ao fenômeno).

Nessa perspectiva, o papel da afetividade para Piaget é funcional na

inteligência. Ela é a fonte de energia de que a cognição se utiliza para o seu

funcionamento.

Na relação do sujeito com os objetos, com as pessoas e com si mesmo,

existe uma energia que direciona seu interesse para uma situação ou outra, e a

essa energética corresponde uma ação cognitiva que organiza o

funcionamento mental. Todos os objetos de conhecimento são

simultaneamente cognitivos e afetivos e as pessoas ,ao mesmo tempo que são

objeto de conhecimento são também de afeto.

No transcorrer de seu trabalho Piaget incorpora também outro tema na

relação entre a afetividade e cognição, que são os valores. Ele considera os

valores como pertencentes a dimensão geral da afetividade no ser humano e

afirma que eles surgem a partir de uma troca afetiva que o sujeito realiza com o

exterior, com objetos ou pessoas. Eles surgem de projeção de sentimentos

sobre os objetos que posteriormente, com as trocas interpessoais e a

intelectualização dos sentimentos, vão sendo cognitivamente organizados,

gerando o sistema de valores de cada sujeito. Os valores se originam, assim,

24

do sistema de regularizações energéticas que se estabelece entre o sujeito e o

mundo externo (desde o nascimento), a parir de suas relações com os objetos,

com as pessoas e consigo mesmo.

2.2.1 – Estágios de desenvolvimento cognitivo e afeto.

No estudo do desenvolvimento humano, Piaget defendeu a idéia de que

a criança passa por diferentes estágios de desenvolvimento, que corresponde

ao surgimento de diferentes perspectivas a partir das quais a criança

compreende o mundo e nele atua.

Na elaboração do universo físico da criança as conquistas ocorrem tanto

no plano cognitivo como no afetivo. Piaget focaliza a explicação cognitiva

considerando os elementos afetivos como completares e, ao mesmo tempo

essenciais.

Em condutas relacionadas aos objetos e as pessoas Piaget afirma que

se cada condutor possui um aspecto afetivo (energético) e outro estrutural

(cognitivo) então, mais uma vez, devemos perceber claramente a importância

da dimensão afetiva no desenvolvimento e nas condutas humanas.

Entendemos então que as crianças assimilam as experiências aos

esquemas afetivos só mesmo modo que assimilam às experiências das

estruturas cognitivas.

“O desenvolvimento é concebido como um fluxo continuo de modo

comutativo, em que cada nova etapa é construída sobre as etapas anteriores

integrando-se a elas”. (WADSWORTH, 1996. p18.); se uma etapa não se

concretiza, a próxima pode também (e é muito provável) não se concretizar.

Piaget explica que no plano cognitivo, toda criança deve passar pelos

estágios de desenvolvimento na mesma ordem, mas a velocidade com que

elas passam por uns estágios pode não ser igual em virtude de fatores

experimentais ou hereditários.

Wadsworth explica que o comportamento é influenciado pela afetividade.

A criança que gosta de matemática, por exemplo, faz rápidos progressos, a

criança que tem interesse, progrediu enquanto a que tem sentimento de

inferioridade e ou incapacidade não progride. Um mais rápido e do que a outra,

25

mais por ambas 2+2 será igual a 4 .A estrutura não se modifica.

“Não se deve acelerar: cada um tem o seu próprio ritmo... caminhar

muito depressa torna menos fecunda a possibilidade de assimilação posterior”.

Afirma Piaget.

Na visão do biólogo, a criança constrói seu próprio modelo de mundo.

Isso depende primeiramente de sua própria ação e de que modo se dá esta

construção interiormente na criança, pois a formação de dentro da mente

corresponde só mudo exterior. A própria criança administra a organização das

suas experiências. Com o tempo vai explorando o mundo e fazendo

descobertas, formando desse modo esquemas psiquiátricos.

Conforme o conhecimento é adquirido, os esquemas vão se tornando

complexos. Neste caso ,as estruturas psíquicas aos poucos vão se

desenvolvendo ,proporcionando desta forma a interação com o ambiente.

Para exemplificar como isto acontece Piaget faz uso dos conceitos da

biologia que são: A assimilação, a acomodação e a adaptação.

A assimilação (LIMA, 2000,) é o ato de “alimentar-se”, conservar-se no

estado em que estava anteriormente. Sendo assim, o fato de a criança recebe

mais uma informação não significa que ela aprendeu. Já a acomodação e a

reestruturação dos esquemas o sujeito já tem. Por exemplo, ele já possui

algum conhecimento e, ao receber mais alguma informação, ele reorganiza

seus esquemas mentais, modificando desta forma, operativamente a forma de

agir.

E a adaptação, que se pode chamar também de equilíbrio, acontece

quando assimilação e acomodação se equiparam.

Neste sentido, educar significa provocar, desequilibrar, propor problemas

e deixar que a criança resolva, pois esta solução de até mesmo a criação é

totalmente livre, uma vez que o diretivismo - que é o nível ou o estágio de

desenvolvimento em que a criança se encontra - e o espontaneísmo (liberdade

de escolha) trabalham paralelamente juntos.

26

Estágios de desenvolvimento cognitivo Estágio sensório-motor (Abrange desde recém-nascidos até

por volta de dois anos de idade) Antecede o surgimento da linguagem, e é o período durante o qual a

criança constrói as categorias de tempo, espaço objeto e causalidade. A partir

da construção de esquemas de ação, por meio da percepção e do movimento,

a criança começa a conquistar o mundo exterior: é o estágio da inteligência

pratica vinculada ao mudo concreto e na qual a relação com o meio é direta,

imediata, sem a existência de palavras conceitos ou representação.

Piaget diz que o primeiro mês de vida de um bebê é um período de

atividade reflexiva indiferenciada, um período dominado por impulsos reflexos e

instintivos com as quais buscam alimentação e a libertação de desconfortos,

”não há sentimentos verdadeiros” (WADSWORTH, 1996, p.25)

Durante este estágio, os sentimentos se desenvolvem e ao final do

estágio os sentimentos afetivos das crianças começam a desempenhar um

papel nas escolhas e ações, o afeto é associado com reflexos. Isso

basicamente não muda até o quarto mês de vida. O corpo do bebê permanece

o foco de toda atividade e afeto porque ainda não diferencia o eu como um

objeto distinto dos outros objetos.

Após o quarto mês a criança começa a apresentar um comportamento

dirigido a um fim (intencional), que evolui de um comportamento baseado em

uma repetição de eventos – no qual as intenções só se estabelecem durante as

repetições do comportamento – para uma intencionalidade presente no inicio

da ação.

A evolução em função da ação das crianças sobre o meio resulta em

assimilações e acomodações que, por sua vez, resultam em mudanças

qualitativas e quantitativas dos esquemas.

Durante o segundo ano de vida os sentimentos começam a ter um papel

na determinação dos meios usados para alcançar os fins. As crianças

27

começam a experimentar sentimentos de satisfação ou desapontamentos

ligados a ação. Há também aqui o surgimento de sentimentos de afeição a

outras pessoas, dando inicio ao intercambio social da criança. A criança de dois

anos (final do período) é afetiva e cognitivamente muito diferente do recém-

nascido.

Pré-operatório (abrange de dois aos sete anos de idade)

O funcionamento passa a se dar de modo conceitual e representacional

e a criança representa o pensamento e direciona melhor seu comportamento.

Este estágio corresponde à inteligência simbólica e intuitiva, e se inicia com o

surgimento da linguagem. É marcado pelo egocentrismo, e é a fase dos “por

quês”. Ao desenvolver a capacidade simbólica, já não depende unicamente da

percepção e das sensações, pois passa a representar mentalmente os objetos

e conceitos, mas é ainda incapaz de operar com a reversibilidade, não

relaciona fatos e acaba sendo levada pelas aparências.

Em decorrência da linguagem falada e da representação, surgem os

primeiros sentimentos sociais, bem como novas capacidades, habilidades

representacionais e socialização do comportamento. A representação permite a

criação de imagens das experiências, incluindo as experiências afetivas. Assim,

os sentimentos podem ser representados e recordados, o que não ocorria no

estágio sensório-motor.

Os conceitos morais começam a desenvolver: regras, mentiras, justiças.

A criança começa a tomar consciência das coisas a serem feitas. Contudo, o

conceito de intencionalidade ainda não foi construído e a criança não consegue

compreender comportamentos acidentais de outras crianças.

Piaget explica que as crianças tornam-se sociais progressivamente no

decorrer dos anos. Ele entende que o desenvolvimento social age sobre o

cognitivo e afetivo á medida que a criança estabelece intercâmbios com o

mundo social.

“Como o desenvolvimento

afetivo não é separado do

cognitivo o desenvolvimento

28

social não é separado do

cognitivo e afetivo”.

(WADSWORTH, 1996, p.60)

Operativo concreto (abrange dos sete aos onze anos de idade)

No plano cognitivo este estágio é marcado pela capacidade de

realização das operações lógicas.

As crianças passam a desenvolver raciocínios lógicos que podem ser

aplicados a situações/problemas reais. Os afetos adquirem uma medida de

estabilidade e consistência que não apresentavam antes.

As marcas desse estágio são a reversibilidade de pensamento e a

descentração. Elas ajudam a trazer consistência e conservação ao raciocínio

operacional concreto da criança.

A criança já possui um pensamento menos egocêntrico, descentrando

suas percepções e raciocínios para fazer julgamentos mais corretos .

Piaget destaca dois elementos fundamentais que estão nesse estágio: a

vontade (assume papel regulador de afeto e, portanto, é o mesmo mecanismo

pelo qual os valores são conservados), e a autonomia (significa ser governado

por si mesmo não pelos outros).

O pensamento da criança deixa de ser dominado pelas percepções e a

criança torna-se capaz de resolver problemas que existem ou existiram em sua

experiência.

Operativo formal (a partir dos doze anos de idade)

A criança desenvolve o raciocínio e a lógica necessária para a solução

de todas as classes de problemas que adquirem a maturidade.

A qualidade do raciocínio que uma pessoa é capaz de realizar não

progride após este estágio, mas o conteúdo e a função da inteligência podem

progredir.

O desenvolvimento afetivo dessa idade, já é compreendida como

adolescência, é caracterizada por dois fatores principais: o desenvolvimento

dos sentimentos idealistas e a continuação da formação da personalidade.

Esse estágio é marcado afetivamente, pela construção de uma escala

29

de valores que permite ao adolescente não só ir além do circulo restrito de seu

meio ambiente, como também construir o eixo central de sua personalidade.

Ele aprende a assumir os papeis dos adultos, o que envolve o desenvolvimento

afetivo e cognitivo necessário a tal adaptação.

O desenvolvimento das operações formais se edifica sobre

desenvolvimento das operações concretas, as incorpora e as amplia.

Desenvolvimento afetivo não é independente do desenvolvimento

cognitivo.

2.3 – A relação entre afeto e cognição segundo Vygotsky.

O psicólogo Lev Semenovich Vygotsky (1986-1934) postulou que as

emoções integram-se ao funcionamento mental geral, tendo uma participação

ativa em sua configuração. Reconhecendo as bases orgânicas sobre as quais

emoções humanas se desenvolvem, Vygotsky buscou no desenvolvimento da

linguagem - sistema simbólico básico de todos os grupos humanos-, os

elementos fundamentais para compreender as origens do psiquismo.

Ele explicita claramente sua abordagem unificadora entre as dimensões

cognitivas e afetivas do funcionamento psicológico. Afirma ele (1996): ”A forma

de pensar, que junto com o sistema de conceito nos foi imposta pelo meio que

nos rodeia, inclui também nossos sentimentos. Não sentimos simplesmente: o

sentimento é percebido por nós sob a forma de ciúme, cólera, ultraje, ofensa.

Se dizemos que desprezamos alguém, o fato de nomear os sentimentos faz

com que estes variem, já que mantém certa relação com nossos sentimentos”.

Vygotsky concebe ao homem como um ser que pensa, raciocina ,deduz

e abstrai ,mas também como alguém que sente se emociona, deseja, imagina

e se sensibiliza.

Vygotsky não separa o intelecto do afeto porque busca uma abordagem

abrangente, que seja capaz de entender o sujeito como uma totalidade.

Os desejos, necessidades, emoções, motivações, interesses, impulsos e

inclinações do indivíduo que dão origem ao pensamento e este por sua vez dão

origem ao pensamento e este, por sua vez, exerce influencia sobre o aspecto

afetivo volitivo – cognição e afeto se encontram dissociadas no ser humano,

pelo contrario se inter-relacionam e exercem influencias recíprocas ao longo de

30

toda a história do desenvolvimento do individuo. Apesar de diferentes, formam

uma unidade no processo dinâmico do desenvolvimento psíquico, portanto é

impossível compreendê-los separadamente. É justamente por isso que aponta

para a necessidade de uma abordagem unificadora dos aspectos intelectuais e

afetivos no estudo do funcionamento psicológico.

Vygotsky defende uma abordagem ancorada nos processos corporais

além de ignorar as qualidades superiores das emoções, únicas e

exclusivamente humanas também não considera as transformações

qualitativas que sofrem ao longo do desenvolvimento.

Suas contribuições teóricas permitem reconhecer e compreender o

processo de internalização também das emoções e sentimentos, pois

pressupõe que são as praticas socioculturais que determinam os

conhecimentos e sentimentos apropriados pela criança.

As manifestações emocionais, de caráter orgânico, vão ganhando

complexidade, passando a atuar no universo do simbólico. Dessa maneira,

ampliam-se as formas de manifestações, constituindo os fenômenos afetivos.

Vygotsky defende a intima relação que há entre o ambiente cultural/social e os

processos afetivos e cognitivos, além de afirmar que ambos inter-relacionam-se

e influenciam-se mutuamente.

Vygotsky defende que o pensamento “tem origem na esfera de

motivação, a qual inclui inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto

e emoção. Nesta esfera estaria à razão ultima do pensamento e, assim uma

compreensão completa do pensamento humano só é possível quando se

compreende sua base afetivo-volitiva” (APUD OLIVEIRA, 1992, p.76).

2.4 A dimensão afetiva e a construção cognitiva segundo

Wallon.

Henri Wallon (1879-1962), filósofo, médico e psicólogo francês,

reconhecendo na vida orgânica as raízes da emoção, nos trouxe, também,

contribuições.

Para Wallon afetividade é uma fase do desenvolvimento, a mais arcaica,

31

pois o ser humano logo que sai da vida puramente orgânica é um ser afetivo.

No inicio da vida, a afetividade e inteligência estão misturadas, com o

predomínio da afetividade.

Ao longo do trajeto, elas alternam preponderâncias, e a afetividade reflui

para dar espaço à intensa atividade cognitiva assim que a maturação põe em

ação o equipamento sensório – motor necessário á exploração da realidade.

A criança retira do meio os recursos para o seu desenvolvimento.

Wallon vê o desenvolvimento da pessoa como uma construção progressiva em

que se sucedem fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva.

[...] As atividades predominante correspondem aos recursos que a criança

dispõe, no momento, para interagir com o ambiente”.(GALVÃO, 1195,p.43)

Estágios de desenvolvimento (psicogenética Walloniana)

Estágio impulsivo-emocional (de zero a um ano de vida)

A criança interage com o meio através de suas emoções. As primeiras

reações do bebê que predominam são afetivas permitindo a relação com o

meio.

Estágio sensório-motor (de um até três anos de vida)

Através do corpo e dos sentidos a criança explora o meio em que vive A

função simbólica e a linguagem marcam este estágio. Predomina as relações

cognitivas com o meio.

Estágio do personalismo (de três aos seis anos de vida)

Ocorre o processo da formação da personalidade “a construção da

consciência de si, que se da por meio das interações sociais, reorienta o

interesse da criança para as pessoas, definindo o retorno da predominância

das relações afetivas”. (GALVÃO, 1195; p.44)

32

Estágio puberdade e adolescência (de onze anos de vida em

diante)

Dentro desses estágios, há momentos predominantes afetivos e outros

que são predominantemente cognitivos. O ritmo descontinuo no processo de

desenvolvimento infantil é desta forma assinalado por Wallon (Apud

GALVÃO,1995;p,45) que acredita que“ o predomínio do caráter intelectual

corresponde as etapas em que a ênfase está na elaboração do real e no

conhecimento do mundo físico. A dominância do caráter afetivo e,

conseqüentemente, das relações com o mundo humano, correspondem ás

etapas que se prestam á construção do eu”

33

CAPITULO III

AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

É relevante enfatizar a influencia da afetividade na relação professor-

aluno para a construção do conhecimento infantil, uma vez que esta relação é

uma condição imprescindível para o desenvolvimento da criança num todo.

Na escola, a relação com a professora é eixo de todas e produções. Por

um lado, a criança busca nele a referência adulta e confiança que ficou de fora,

quando ela entrou para a escola. Por outro, professor é quem representa a

instituições, com seu saber e suas leis.

É no carinho e cuidado corporais que o vinculo da criança-professor se

fortalece.

A perspectiva Walloriana considerada que falar da afetividade na relação

professor-aluno é falar de emoções, disciplina, postura, do conflito eu /outro,

uma constate na vida da criança- em todo o meio de qual faça parte - seja a

família, a escola ou outro ambiente em que ela freqüente.

A afetividade é uma das bases do funcionamento psicológico e da

construção de conhecimentos cognitivos, as construções intelectuais são

permeadas passo a passo pelo aspecto afetivo. .

Piaget coloca que, do ponto de vista moral e racional, o professor deve

ser um colaborador e não um mestre autoritário, que deve estar, antes de tudo,

comprometido com a educação, com o conhecimento, de forma a contribuir

com a formação da pessoa, do desenvolvimento da sua personalidade.

Desta forma, enfocando os processos educativos que ocorrem na escola

34

é indiscutível colocarmos a relação afetiva como componente intrínseco á

aprendizagem, uma vez que consideramos que a transmissão do

conhecimento implica uma interação entre pessoas, envolvendo sentimentos e

emoções. Sendo assim, na relação professor-aluno, uma relação de pessoa

para pessoa, o afeto está sempre presente.

Piaget mostra com seus estudos que é fundamental cuidarmos do

aspecto afetivo no processo ensino-aprendizagem. Precisamos compreender

que a criança é diferente, cognitiva e afetivamente falando, em cada fase de

seu desenvolvimento. Querer ensinar regras de comportamento sem

proporcionar a criança situações de interação que levem a uma real tomada de

consciência pode acabar dificultando a aquisição do pleno desenvolvimento

cognitivo e afetivo. (PIAGET, 1964)

35

CONCLUSÃO

No decorrer desta pesquisa pude verificar que o afeto pressupõe a

melhora na qualidade do ensino e conseqüentemente na construção de um

relacionamento afetivo, podendo contribuir para a melhoria do aprendizado dos

educando. A afetividade e a cognição devem ser vistos de maneira

indissociada, de modo que afetividade e inteligência se misturam, e são ligados

e influenciados pela socialização. A afetividade possui papel fundamental no

desenvolvimento da criança, pois é por meio dela que o ser humano demonstra

seus desejos e vontades.

Com base na teoria de Piaget fica claro a importância de entender que

no decorrer de todo processo de desenvolvimento, aprendizagem

funcionamento do sujeito a afetividade é como uma ‘energia ‘ que impulsiona

as ações, ficando clara, no caso da escola, a importância de levarmos em

conta também a dimensão afetiva – e não só a cognitiva – no trabalho

pedagógico desenvolvido; nas relações estabelecidas, em especial a relação

professor-aluno. .

O espaço educativo proporciona as crianças um contato físico e verbal

além de promover uma relação de cuidados. É a relação de afeto que contribui

com a construção de um ser humano psicologicamente saudável. Os

educadores devem se construir um ser humano.

A vida na instituição infantil deve funcionar com base na tríade pais-

educadores-crianças. O bom relacionamento entre esses três personagens é

fundamental durante o processo de inserção da criança na vida escolar, além

36

de representar a ação conjunta rumo à consolidação de uma pedagogia voltada

para a infância.

O educador não pode trabalhar somente com o intelectual da criança,

não são maquinas sem sentimentos. Em todo momento deve sentir e

proporcionar as crianças momentos que lhes façam crescer, refletir e tomar

decisões direcionadas ao aprendizado com coerência e justiça, o que não é

tarefa fácil.

A educação infantil é o alicerce que sustentará a. criança em toda sua

formação escolar e que se estendera por toda vida. As instituições de

educação infantil são equipamentos educacionais e não apenas de assistência.

Nesse sentido, uma das características da nova concepção de educação

infantil reside na integração das funções de cuidar e educar. .

Os aspectos sócio-afetivos-emocionais e os aspectos cognitivos devem

ser considerados igualmente essenciais no desenvolvimento dos processos de

aprendizagem.

Em todos os níveis do processo de formação, o aprendiz precisa

trabalhar sua dimensão ou habilidade afetiva. Para isso, é preciso que o

condutor do processo, o professor, comece a trabalhar e a desenvolver

primeiro sua habilidade afetiva - já se falou, ninguém dá o que não tem.

Os alunos precisam de afeto. E só há educação onde há afeto, onde

experiências são trocadas, enriquecidas, vividas. Sem amor nada somos.

37

BIBLIOGRAFIA BOWLBY, John. Perda: Tristeza e Depressão. 2ª Ed. São Paulo-SP: Martins Fontes, 1998. Bowlby. J, (1990). Trilogia Apego e Perda. Volumes I e II. São Paulo. Martin Fontes. Bowlby. J, Cuidados Maternos e Saúde Mental, 3ª edição. Martins Fontes, 1995. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988, p.305. ______. Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação ______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998a. ______. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de junho de 1990. BRASIL. REFERENCIAL CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. V.1, Brasília: MEC/SEF, 1998. CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto, São Paulo, Gente, 2001. CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 14ª Ed. São Paulo: Editora Gente, edição revista e atualizada, 2004. DIDONET, Vital. Creche: a que veio, para onde vai. In: Educação Infantil: a creche, um bom começo. Em Aberto/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. v 18, n. 73. Brasília, 2001. P.11-28.

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40

ÍNDICE INTRODUÇÃO............................................................................................PÁG.8 CAPITULO I - A EDUCAÇÃO INFANTIL...................................................PÁG.10

1.1 – A Educação Infantil no Brasil .........................................................PÁG.10

1.2 – Cuidar e Educar: uma articulação possível. ..............................PÁG.13

1.3 – A formação do educador infantil.......................................................PÁG.14

1.4 – O trabalho pedagógico do educador infantil.....................................PÁG.16

CAPITULO II - AFETIVIDADE E COGNIÇÃO...........................................PÁG.19

2.1 – A importância do apego no processo de desenvolvimento segundo

Bowlby. .........................................................................................PÁG.19

2.2 – Afetividade segundo Piaget. O papel da afetividade no funcionamento

cognitivo, no desenvolvimento e aprendizagem da criança. ...................PÁG. 22

2.2.1 – Estágios de desenvolvimento cognitivo e afeto. ................PÁG.24

2.3 – A relação entre afeto e cognição segundo Vygotsky. ......................PÁG.29

2.4 – A dimensão afetiva e a construção cognitiva segundo Wallon. ......PÁG.30

CAPITULO III – AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO....PÁG.33 CONCLUSÃO...........................................................................................PÁG.35 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS............................................................PÁG.37 ÍNDICE......................................................................................................PÁG.40 FOLHA DE AVALIAÇÃO............................................................................PÁG.41

41

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM ONDE TUDO

COMEÇA

POR: MÁRCIA CRISTINA DE OLIVEIRA

ORIENTADOR (A):DAYSE SERRA Conceito:

42

Assinatura do Orientador: