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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDESINSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS-GRADUAÇAO “LATU SENSU”
QUAL A MELHOR MANEIRA DE ENSINAR PORTUGUÊSPARA ESTRANGEIROS?
Por: Maria da Gloria Escobar Silva
OrientadorProf. Ms Marco A. Larosa
Rio de Janeiro2001
ii
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
QUAL A MELHOR MANEIRA DE ENSINAR PORTUGUÊS PARA
ESTRANGEIROS?
Análise de dificuldades enfrentadas
por alunos e instrutores de português
para estrangeiros, focalizando como
caso de estudo o Berlitz Centro de
Idiomas Ltda., filial de Ipanema.
Desenvolvimento de questionário
avaliativo e proposta de abordagens
alternativas, visando demonstrar a
eficácia da incorporação de elementos
da cultura brasileira na aquisição da
competência comunicativa.
Por Maria da Gloria Escobar Silva
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Berlitz Centro de
Idiomas Ltda. pelo estágio
proporcionado e à Prof. Dra. Claudia
Roncaratti de Souza pela ajuda na
parte lingüística.
iv
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos meus
pais pelo incentivo e apoio que
sempre me deram e aos alunos de
português para estrangeiros.
v
RESUMO
As aulas tradicionais de português para estrangeiros podem ser
bem cansativas ao final de um dia inteiro. Ao fazer um estágio para o Curso de
Docência Superior da Universidade Cândido Mendes no Berlitz Centro de
Idiomas Ltda., filial de Ipanema, verificamos dificuldades enfrentadas pelos
alunos desse curso. Berlitz é considerado o maior curso de idiomas do mundo,
com 450 escolas espalhadas por mais de 50 países. Apesar da grande
variedade de material para o ensino da língua mais procurada (o inglês), há
pouca variedade de material áudio visual para o ensino de nossa língua nativa,
o português, que é a segunda língua mais procurada na filial do Berlitz em
Ipanema. Como o Berlitz só utiliza material produzido por sua própria editora,
resolvemos sugerir um tipo de material complementar para tornar mais atraente
o aprendizado de nossa língua portuguesa.
A presente monografia é dividida em seis capítulos. A introdução
trata do interesse crescente dos estrangeiros pelo Brasil. O primeiro capítulo
descreve algumas abordagens do ensino e sua adequação. O segundo
capítulo analisa o material disponível no mercado. O terceiro capítulo discute
as necessidades de comunicação imediata mais freqüentes dos estrangeiros.
O quarto capítulo sugere algumas maneiras de facilitar o aprendizado e torná-lo
mais agradável ou menos penoso e também mais rápido. O quinto capítulo
descreve o resultado de uma pesquisa aplicada a alunos de português como
língua estrangeira. O sexto capítulo apresenta uma síntese conclusiva.
vi
METODOLOGIA
A metodologia usada nesta monografia foi o embasamento
teórico dado pelas obras citadas na bibliografia e a observação empírica feita
durante o estágio. A pesquisa realizada com os alunos de português foi feita
através de meio eletrônico (e-mail). O resultado da pesquisa encontra-se
detalhado no capítulo V.
vii
SUMÁRIO
PÁGINA
INTRODUÇÃO 1
I - O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS – HÁ UM MÉTODO
MAIS ADEQUADO? 3
II -QUAL O ESTADO DE ARTE DO MATERIAL DISPONÍVEL NO MERCADO?
7
2.1 OBRAS DIDÁTICAS 7
2.2 CD-ROMS 10
2.3 SITES NA INTERNET 10
2.4 VÍDEOS 11
III -UM ESTRANGEIRO QUE CHEGA AO BRASIL PRECISA APRENDER O
PRIMEIRO O QUÊ? 12
IV - UMA ABORDAGEM ALTERNATIVA? O LUGAR DA VARIAÇÃO.
14
V - UM QUESTIONÁRIO AVALIATIVO- EM PROL DA DIVERSIDADE
MOTIVACIONAL? 18
CONCLUSÃO 22
BIBLIOGRAFIA 23
ÍNDICES 25
ANEXOS 26
1 QUESTIONÁRIOS 27
2 ATIVIDADES CULTURAIS 37
3 CONTROLE DE ESTÁGIO 42
4 PROTOCOLO DE ENTREGA 43
5 FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
1
INTRODUÇÃO
O Brasil é um pólo de atração turística e se destaca pela
diversidade cultural, étnica e geográfica. Muitos estrangeiros vêm para o Brasil
seja como turistas, seja para morar ou a negócios. Tal fato não é uma
novidade. Entretanto, ultimamente esse número tem aumentado bastante.
Recentemente, com a abertura do mercado brasileiro e a
globalização, há um maior interesse do mundo pelo Brasil. Devido à
privatização de alguns setores de nossa economia, bem como ao fim do
monopólio na exploração de petróleo e nas telecomunicações, ao tamanho de
nosso mercado potencial e à recente estabilidade econômica há um grande
número de empresas estrangeiras se estabelecendo no Brasil.
Junto com essas empresas vêm os executivos estrangeiros, que
trazem consigo suas famílias. Esses executivos e suas famílias precisam
aprender, pelo menos, um mínimo de português para poderem se comunicar
com as pessoas à sua volta.
Raramente, essas pessoas têm alguma noção do nosso idioma
ao chegarem ao Brasil. Ficam muito surpresas ao verem que poucos brasileiros
falam outra língua que não seja o português. Às vezes, chegam ao Brasil
achando que falamos espanhol, por estarmos na América Latina.
Nossa língua portuguesa ainda é pouco conhecida e divulgada,
apesar de ser a sexta língua mais falada no mundo, segundo estatística da
ONU (cf Time, 1997).
Tais fatos sinalizam para um número razoável de pessoas que
vão precisar aprender a nossa língua, sem falar na necessidade de novos
materiais para esse ensino, já que a procura está aumentando e o material
existente é tradicional, usando poucos recursos áudio visuais.
Isso significa que há um mercado, o que viabiliza investir em
novas maneiras de ensinar o português aos estrangeiros recém chegados.
Esta monografia se propõe a analisar o material disponível no
mercado para o ensino de português aos estrangeiros e sugerir novos
materiais para facilitar esse aprendizado, adequando-os às reais necessidades
dos alunos e aos recursos tecnológicos existentes hoje em dia.
2
I – O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS -
-HÁ UM MÉTODO MAIS ADEQUADO?
Em geral, considera-se que o método é a parte mais visível do
processo de ensinar línguas. É o que embasa as aulas do professor. Mas será
que ele é realmente o que faz o aluno aprender?
MIZUKAMI (1986)em sua obra Ensino: as Abordagens do
Processo, cita cinco diferentes abordagens de ensino, a saber: tradicional,
comportamentalista, humanista, cognitivista, e sócio-cultural.
MIZUKAMI (op.cit.) denomina abordagem tradicional a que não se
fundamenta implícita ou explicitamente em teorias empiricamente validadas
mas na prática educativa e sua transmissão através dos anos. Isso inclui
tendências e manifestações diversas. Essa abordagem se baseia
freqüentemente na aula expositiva e nas demonstrações do professor à classe.
O professor já traz o conteúdo pronto e o aluno se limita a escutá-lo,
passivamente. O ponto fundamental desse processo é o produto da
aprendizagem. A didática tradicional poderia ser resumida em “dar a lição” e
em “tomar a lição”. O professor é o agente, o aluno é o mero ouvinte.
Na abordagem comportamentalista ou behaviorista há uma
ênfase em tudo que foi comprovado cientificamente. O objetivo é transformar
comportamentos indesejáveis em outros desejáveis ou aceitos. O
conhecimento é uma descoberta. Nessa abordagem o foco é no método em si,
não no professor. O aluno é adestrado, treinado a responder mecanicamente
como desejado. Exemplos dessa abordagem são o método Berlitz e o método
Kumon.
Na abordagem humanista, consideram-se as tendências ou
enfoques encontrados no sujeito. Essa abordagem dá ênfase a relações
interpessoais e ao crescimento que delas resulta. O professor em si não
transmite conteúdo, dá assistência, sendo um facilitador da aprendizagem. O
professor não ensina: apenas cria condições para que o aluno aprenda. As
estratégias instrucionais assumem importância secundária. A abordagem
3
humanista dá ênfase ao sujeito. Esse é o método mais usado no ensino
universitário.
Na abordagem cognitivista estuda-se a aprendizagem em si, que
é mais que um produto do meio ou das pessoas. O conhecimento é o produto
da interação entre o homem e o mundo, entre o sujeito e o objeto, não se
enfatizando pólo algum da relação, como nas abordagens anteriores. O aluno é
considerado um sistema aberto em reestruturações sucessivas. O aluno é o
centro do processo e o meio é a condição de desenvolvimento. O
conhecimento progride com a formação de estruturas.
Na abordagem sócio-cultural há uma preocupação com a cultura
popular, como no método Paulo Freire. A relação professor–aluno é horizontal
e não imposta. Os alunos recebem informações e analisam aspectos de sua
própria experiência existencial.
Pedagogicamente, concordamos com FREIRE (2000:25) “Ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção
ou a sua construção”. Ele nos ensina que para ensinar é preciso rigorosidade
metódica, pesquisa, respeito aos saberes do educando, ética, bom senso,
humildade, alegria, esperança, curiosidade, segurança, comprometimento,
generosidade, saber escutar e querer bem aos educandos.
Dois lingüistas aplicados internacionais ALLWRIGHT (1991), da
Inglaterra, e PRABHU (1990), da Índia, afirmam que o método não é o mais
importante para o ensino da língua estrangeira. O método pode nivelar
perigosamente os aprendizes como essencialmente iguais. Allwright afirma que
as semelhanças entre os métodos são maiores que as diferenças. Prabhu
sugere provocar no professor o surgimento de um sentido interno de coerência
nas explicações do que fazem ao ensinar.
Em 1996, em um Seminário de Atualização em Português para
Estrangeiros e Culturas Lusófonas em Campinas, SP, foram destacadas duas
abordagens relevantes: de base gramatical e de base comunicativa. A primeira,
prioriza a gramática e a tradução – o planejamento inclui a leitura de bons
autores. A segunda, influenciada pela psicologia behaviorista, baseia-se na
repetição exaustiva, com a gramática sendo apresentada conforme a gradação
de dificuldade. A repetição é considerada essencial para a aprendizagem.
4
No entanto, em ambos os métodos, o papel do professor é o de
um técnico trabalhando para um plano fornecido por um especialista. O aluno é
idealizado como sendo o representante de todos os alunos.
A escolha da abordagem do ensino tem influência no
planejamento do curso e na escolha do material didático ou na construção
deles. O material didático não é só o livro didático. Concentrar-se só no livro
didático limita e empobrece o ensino da língua estrangeira. O material
instrucional abrange o livro didático e também a complementação com fitas,
CD’s, vídeos, CD-rom’s ou outro recurso alternativo. Segundo Prabhu há
carência de materiais alternativos.
Para planejar o ensino temos de conhecer quem é o aluno para
ver quais são os seus interesses, suas necessidades, expectativas,
disponibilidade de tempo e conhecimento prévio para, assim, identificar mais
adequadamente os objetivos a serem alcançados.
Segundo MOYSÉS (2000:24), o aluno tem que querer aprender:
“O movimento no sentido de querer aprender é, pois, condição sine qua non
para que a aprendizagem ocorra”.
O professor e o aluno têm de ter empatia para que a
aprendizagem possa se dar. Segundo MORALES (2000:140): “O modo como
nos sentimos influi poderosamente em como e quanto aprendemos”.
Então, será que é o método de ensino realmente o mais
importante no ensino de português para estrangeiros? Podemos afirmar que
qualquer que seja o método usado, os alunos até chegam lá, até conseguem
aprender. Mas isso depende de outros fatores, não só do método.
Podemos afirmar que a aprendizagem depende da motivação do
aluno para aprender, de se quer mesmo aprender ou não. Depende inclusive
do investimento e dedicação desse aluno em aprender. Podemos dizer que
também depende da origem do aluno, já que se supõe a tese do parentesco
lingüístico, ou seja, semelhanças entre os sistemas lingüísticos podem facilitar
o aprendizado.
Isso sem falar na tese da existência de talento ou habilidade natural
para o aprendizado de idiomas que algumas pessoas têm. Segundo
5
GARDNER (1994), a habilidade lingüistica é um dos sete tipos de inteligências
múltiplas .
Por conseguinte, o método por si só, não é o que faz o aluno
aprender um novo idioma. Há vários outros fatores envolvidos no aprendizado
do português ou de outra língua estrangeira. Esses fatores podem ser tanto a
motivação, o talento natural, a determinação, a necessidade, a empatia com o
professor da língua, o tempo que o aluno dedica ao aprendizado, a curiosidade,
o orgulho de falar bem uma língua estrangeira ou ainda outros.
6
II – QUAL É O ESTADO DE ARTE DO MATERIALDISPONÍVEL NO MERCADO? – UMA BREVE SÍNTESE
2.1 OBRAS DIDÁTICAS
Já podemos encontrar uma razoável variedade de livros para o
ensino de português para estrangeiros. Alguns são mais antigos, outros mais
novos, alguns em preto e branco e outros mais coloridos. Mas, basicamente, os
livros existentes no mercado são suficientes para a demanda.
Até onde sabemos, um dos mais novos é o “Bem Vindo! A língua
portuguesa da comunicação” das autoras Maria Harumi Otuki de Ponce, Silvia
R.B. de Andrade Burim, e Susanna Florissi, publicado pela Special Book
Services Livraria, em 1999. É uma publicação editorialmente bem produzida,
fartamente ilustrada, que dispõe de livro do aluno, e do professor, fitas cassete
e/ou CDs, e 3 cadernos de exercícios suplementares. Uma parte muito boa é a
de vocabulário comercial e de negócios. Sem dúvida, a maior inovação são os
exercícios suplementares que focalizam problemas de aprendizagem mais
comuns devidos à língua de origem nativa dos alunos. Cada caderno
comtempla as dificuldades de alunos de uma origem linguística diferente: de
língua espanhola, oriental ou anglo-saxônica.
Tudo Bem é um livro das mesmas autoras e editora, publicado
em 2000, voltado para o público adolescente.
Um dos mais vendidos é Fala Brasil de Pierre Coudry e Elizabeth
Fontão, Campinas, Editora Pontes, 2001 que compreende um livro texto, de
exercícios e duas fitas cassetes. O livro de exercícios possui os enunciados em
português, inglês e francês. Esse livro é talvez o único que ensina, por
exemplo, o aluno a preencher cheques, instrução rara em nossos materiais
didáticos.
Outro, muito vendido também, é o Avenida Brasil da Emma
Eberlein Lima, Lutz Rohmann, Tokiko Oshihara, Bergweiller,C.G. e Samira
Iunes, São Paulo, Editora EPU, 1991, possui livro texto e caderno de exercícios
além de 2 fitas. É uma obra editorialmente atraente e é um dos livros mais
antigos no mercado, talvez por isso mesmo muito usado.
7
A obra Aprendendo Português do Brasil de Maria Nazaré de
Carvalho Laroca, Nadime Bara, e Sonia Maria da Cunha Pereira, Editora
Pontes, 1998, dispõe de livro texto, de atividades e guia pedagógico para o
professor, além de uma fita cassete. Possui como atrativo uma música cantada
em português, ao final de cada capítulo.
Muito Prazer!, de Ana Maria Flores Santos, Livraria Agir Editora,
1988, é um livro que ensina o português através de situações práticas do dia a
dia do aluno. Tem uma fita cassete para o professor. O livro é em preto e
branco, o que o torna mais acessível em termos de preço. É muito útil para os
alunos iniciantes, uma vez que dá ênfase a situações comunicativas mais
básicas: como pedir uma informação, soletrar seu nome ou comprar carne num
açougue.
Falando, Escrevendo, Português das autoras Samira Iunes e
Emma Eberlein Lima, Editora Pedagógica e Universitária Ltda., 1987. É um
livro voltado ao aluno iniciante, com bastante ênfase na conjugação de verbos.
Parece ilustrar a abordagem gramatical, já que contém muitos exercícios
estruturais de preenchimento de lacunas.
Via Brasil – Português - Um Curso Avançado para Estrangeiros
das autoras Emma Eberlein O.F. Lima e Samira Abirad Iunes, Editora E.P.U.,
1990, é um livro mais avançado. Tem textos muito interessantes, mas dá uma
ênfase muito grande a gramática, por exemplo, o plural de nomes compostos, o
que nem sempre é o objetivo maior do aluno.
Português 1 e 2, é o livro padrão do curso Berlitz. A linha se
compõe de livro do aluno( 1 e 2), Manual de Professor (1 e 2) e livro de
ilustrações. Acompanha o livro 1 um jogo de 6 fitas cassete. O livro 2 não tem
fitas. Esses livros são usados exclusivamente pelos alunos do Berlitz Centro de
Idiomas. Eles são de uso exclusivo dos alunos do Berlitz. São utilizados por
instrutores treinados pelo Berlitz, em sala de aula com alunos de qualquer
nacionalidade. O método Berlitz é basicamente behaviorista, calcado em
procedimentos de repetição, em que se solicita ao aluno repetir frases sem
tradução para a sua língua nativa. Há pouca ênfase na gramática, que vai
sendo ensinada no contexto. Durante o estágio neste curso, observamos que
os alunos falam bastante em sala de aula, geralmente 50% da aula. Não se
8
recomenda escrever nada, não há nem quadro negro. Os livros não são tão
atraentes editorialmente, mas o carro chefe é mesmo o método, que garante
que os alunos falem tanto quanto o professor, ou seja, há distribuição equitativa
de tempo de fala. Os livros adotados estão em processo de atualização e de
revisão. Como a empresa é líder mundial em ensino de idiomas, e muito
grande, o processo de atualização editorial demora bastante, já que o
português é apenas uma das línguas ensinadas por este método.
Gramática do Português como Língua Estrangeira – Fonologia,
Ortografia e Morfossintaxe” de Vicente Masip , E.P.U., 2000, é a primeira
gramática, feita por brasileiros, voltada para alunos estrangeiros.
Portuguese An Essential Grammar de Amelia Hutchinson e Janet
Lloyd, Editora Routledge, 1996 é uma gramática que mistura explicações em
inglês e exercícios em português.
Ao Pé da Letra de Pasquale Cipro Neto, EP&A, 2001, é um livro
que se destina a brasileiros, não é para ensinar português a estrangeiros mas,
esclarece algumas dúvidas de uma forma leve e divertida, com muito humor.
How to be a Carioca de Priscilla Ann Goslin, Livros Twocan Ltda.,
2000, editado tanto em português como em inglês, é uma obra que não é
propriamente didática, mas chama a atenção para aspectos de nossa cultura
para níveis mais avançados de fluência.
English/Brazilian Portuguese The Oxford Picture Dictionary de
Norma Shapiro e Jayme Adelson Goldstein, Oxford University Press, 1999, é
um dicionário ricamente ilustrado e que pode servir como material auxiliar aos
livros didáticos de ensino de português para estrangeiros. As palavras e as
figuras são divididas por temas e campos semânticos.
Para os alunos que desejarem aprender um pouco de vocabulário
comercial em português, existem opções de livros para brasileiros que
aprendem inglês, já que não existe nada específico sobre português para
negócios. Cartas Comerciais em Inglês de Langenscheidt e Guia de
Conversação Comercial de Gordon Cooper, ambos da Editora Martins Fontes
são escritos em ambos os idiomas (inglês e português) e se prestam tanto a
aulas de português comercial como a aulas de Business English.
9
2.2 - CD-ROMS
Não existe no mercado, até o presente momento, nenhum cd-rom
para ensinar português para estrangeiros, até onde sabemos.
Há um cd-rom Nossa Língua Portuguesa, do Prof. Pasquale, que
se destina a falantes nativos de português mas que pode ser usado para
enriquecer o material de aprendizagem dos alunos estrangeiros que estiverem
em nível avançado. É atraente, usa o humor para abordar temas áridos e erros
mais freqüentes. O aluno pode usá-lo sozinho, em casa ou no escritório, e vai
estar praticando a nossa língua de modo informal.
Já a série de 3 cd-roms Gramaticando da Milestone Mind
Software Ltda., distribuída pela Publifolha, é também destinada aos falantes
nativos de português, mas mesmo no nível mais fácil, (volume 1 para 5ª e 6ª
séries do Ensino Fundamental) tem exercícios muito difíceis para um
estrangeiro.
Quando o assunto é dicionário em cd-rom, o único bilíngüe
encontrado é o Dicionário Webster’s O Globo, de Antonio Houaiss e Ismael
Cardim, 1998, que acompanha o livro homônimo.
2.3 - SITES NA INTERNET
Existe um site na Internet especificamente dedicado aos
estrangeiros que querem aprender português. É o site
www.faleportugues.com.br. É um site curioso, todo em cores verde e amarelo,
e organizado de maneira bem interessante. Cobre as habilidades: ler, falar, e
escrever. Há um teste de avaliação inicial e exercícios em vários níveis de
dificuldade. O aluno precisa se cadastrar e pagar uma quantia de R$90,00 por
cada módulo de aprendizagem. É uma iniciativa pioneira da Torre de Babel.
Há um outro site voltado para o aprendizado do português, mas
não é específico para estrangeiros. É o site do professor Sérgio Nogueira
Duarte www.sergionogueira.com.br que tira dúvidas de português e tem
explicações gramaticais, aos moldes da sua coluna aos domingos no Jornal do
Brasil.
10
2.4 - VÍDEOS
Não encontramos nenhum vídeo especificamente para o ensino
de português para estrangeiros. Nesse caso o recurso é utilizar filmes
brasileiros, pertencentes ao acervo do grande circuito comercial e cujos
diálogos não sejam muito complexos, e sim com ênfase na linguagem
coloquial. Filmes como Menino Maluquinho ou Bossa Nova poderiam ser
usados desta maneira. Infelizmente não existe nenhum vídeo de filme brasileiro
legendado em português. Tal facilidade é amplamente comum na televisão de
países de língua inglesa, em que os vídeos têm “closed caption”.
Alguns vídeos de documentários sobre o nosso país como a
coleção Expedições de Paula Saldanha poderiam ser aproveitados para o
ensino de português para estrangeiros, se tivessem a legenda em português.
Tal coleção tem ótima resolução de imagens além de um vocabulário
relativamente simples.
Uma outra coleção de filmes em vídeo com documentários sobre
o nosso país chamada Video Coleção Caras - Brasil Cultural - Nosso País
também mereceria legenda em português, para fins de material suplementar.
11
III - UM ESTRANGEIRO QUE CHEGA AO BRASIL
PRECISA APRENDER PRIMEIRO O QUÊ?
Ao chegar, o estrangeiro necessita saber que falamos português e
que o nosso alfabeto é quase igual ao alfabeto da língua inglesa (com 3
consoantes a menos – k, w, y). É interessante saber o nosso alfabeto, já que
vai precisar soletrar seu nome muitas vezes.
Precisa saber dizer seu nome, sobrenome, endereço, profissão e
nacionalidade para poder preencher os formulários que lhe são apresentados
no hotel, por exemplo, e poder se apresentar no escritório ao chegar também,
pois eles geralmente vêm a trabalho.
É bom que aprenda um mínimo de expressões para cumprimentar
tipo: oi, bom dia, boa tarde, boa noite, por favor, obrigado(a), com licença.
Outra coisa importante é saber perguntar para pedir uma
informação, onde fica o hotel ou um ponto turístico.
Saber pegar um taxi também é muito necessário, onde se pega,
como são os táxis, como indicar ao motorista o lugar onde quer ir.
Saber pedir uma comida, lanche, refeição, num restaurante
também é bem útil já que poucos restaurantes tem cardápio em outra língua
que não seja o português.
Saber onde se pode comprar alguma coisas também é útil. Muitos
estrangeiros não sabem onde se pode comprar um selo para enviar um cartão
postal. Outros não sabem onde encontrar um bloco de papel para escrever,
anotar recados.
As esposas dos estrangeiros que vêm para cá, em geral , querem
saber os nomes dos objetos de casa para poder comprar ou para se comunicar
com a empregada.
Apesar da maioria dos supermercados, hoje em dia, terem
máquina de preencher cheques, é interessante saber escrever números por
extenso, no caso de haver esta necessidade.
Outra dúvida comum é onde se pode tirar dinheiro nas caixas
automáticas já que nem todas aceitam os cartões internacionais.
12
Os estrangeiros, logo que chegam ao Brasil, custam um pouco a
se adaptar, pois ainda não falam a nossa língua e encontram poucas pessoa
nas ruas que falem o idioma deles para se informarem de algo que tenham
dúvida. Raramente vão ao cinema porque não sabem que os filmes passam
em sua língua original (do filme), eles pensam que os filmes são todos
dublados em português.
13
IV – UMA ABORDAGEM ALTERNATIVA? O LUGAR DA
VARIAÇÃO.
Como vimos, pelo que foi exposto até agora, há variadas
maneiras de um estrangeiro aprender português. Qual seria a melhor ? Não
existe uma maneira melhor para todos os alunos. Existe aquela mais adequada
a cada caso, pois os alunos são todos diferentes. Vários fatores influem no
aprendizado de uma língua estrangeira. Os alunos têm necessidades
diferentes, interesses e motivações diversos, ritmos diferentes de
aprendizagem, diferentes disponibilidades de tempo, identificam-se em maior
ou menor grau com nossa cultura, simpatizam ou não com seus professores e
às vezes tem uma rejeição gratuita ou preconceito contra a nossa língua
A maneira alternativa aqui sugerida seria uma combinação de
vários métodos, com aulas regulares em sala de aula, aulas no computador
com o uso dos sites mencionados anteriormente, trechos pequenos ou filmes
brasileiros inteiros em vídeo, músicas em português e situações de vivência
direta com a cultura brasileira (visitas a lojas , museus, cinemas , bares,
restaurantes), ou seja, maior contato com a realidade brasileira no seu
diversificado meio social.
Consideramos importante também lembrar que assistir a televisão
em português (não a tv a cabo em língua estrangeira) pode ajudar os alunos a
se acostumarem com o ritmo e os sons da nova língua. Todos os noticiários da
Rede Globo de televisão têm legenda em português para os deficientes
auditivos. Essa legenda só é vista por quem tem os aparelhos de televisão
mais recentes que dispõem de “closed caption”. A legenda em português,
apesar de não ter sido feita pensando em estrangeiros, ajuda muito na
compreensão das notícias, já que grande parte dos alunos reclama que os
locutores falam muito rápido e fica difícil entender o que eles dizem. Pelo
menos, se eles puderem ouvir e ler o que é dito, vão aos poucos se
familiarizando com o som e o ritmo de nossa língua, além de ouvirem a
pronúncia padrão das palavras.
14
O tempo disponível para o aprendizado da língua portuguesa tem
relação direta com o resultado. O aprendizado da língua estrangeira é função
direta do tempo exposto a ela ou do tempo disponível para o seu aprendizado.
Quanto mais o aluno se expõe à nova língua, mais chances ele tem de
aprender. Dependendo do que permite a agenda do aluno, ele pode ter mais ou
menos aulas por semana. No Berlitz, observamos que muitos alunos
estrangeiros ao chegarem aqui têm um curso intensivo e individual de
português. Esse tipo de curso é chamado de “imersão total” e compõe-se de
aulas com instrutores variados que se revezam, das 9 da manhã às 6 da tarde,
com um breve intervalo de uma hora e meia para almoço. O aluno é
acompanhado por um instrutor e vai a um restaurante próximo ao curso, tendo
contato com brasileiros em interações reais, não só em sala de aula. Na ida ao
restaurante ele aprende como pedir a bebida, a comida e a conta. Entra em
contato com pessoas brasileiras além dos seus professores. O período de
“imersão total” de 9 horas da manhã às 6 horas da tarde representa, no total,
12 tempos aula de 45 minutos cada, mais uma hora e meia de almoço. São ao
todo, 9 horas por dia de aprendizado direto de português, sem contar o tempo
fora do curso, antes ou depois, em que o aluno pode ou não estar exposto ao
português. Essa “imersão total” pode se prolongar por uma semana, duas ou
até um mês dependendo da disponibilidade de tempo do aluno, de sua
adaptação e de quando ele tem de começar a trabalhar. Geralmente, a imersão
é mais prolongada quando o aluno tem uma necessidade de aprender
rapidamente, para poder se comunicar em português no trabalho, como é o
caso dos diretores de grandes multinacionais. Dependendo do aluno, ele pode
sair da “imersão total” já falando o básico, para poder se comunicar ou até
falando muito bem.
Quando os estrangeiros são em grande número dentro de uma
mesma empresa, é mais difícil para eles aprenderem nossa língua. Eles não
sentem a necessidade premente de se comunicar em português. É tanto pior
quando eles só se relacionam com estrangeiros da mesma nacionalidade. Eles
se fecham como que em um “gueto”, enquanto que os estrangeiros que não
trabalham só com outros estrangeiros aprendem a se comunicar mais
rapidamente em português. É sintomático: se o aluno tem amigos brasileiros,
15
aprende logo a se integrar a nossa cultura, sente mais o Brasil dos brasileiros e
não só o Brasil dos turistas.
Quando os alunos são de origem não latina, costumam ter mais
dificuldade, por exemplo, com a pronúncia de palavras com fonemas que não
existem no sistema fonológico de origem (como “-ão”) e com os tempos de
verbos flexionados. Já os de origem latina, têm maior facilidade em pronunciar
as palavras; exceção feita aos de língua nativa espanhola, cujo sistema
lingüístico mais semelhante costuma causar interferências na aprendizagem.
O número de línguas que os alunos já falam também tem uma
relação direta com a facilidade de aprendizado. Por hipótese, quanto mais
línguas o aluno já domina, mais rapidamente ele aprenderá o português, talvez
por fazer associações entre as diversas línguas. Se o aluno só fala sua língua
nativa, é mais difícil para ele aprender do que para outro que já fala duas ou
três línguas. Talvez até porque os que falam mais de uma língua tenham um
talento inato para línguas, com sugere GARDNER em sua Teoria das
Inteligências Múltiplas.
A faixa etária do aluno também pode ajudar no seu aprendizado,
pois os jovens, em geral, tendem a se comunicar mais com outras pessoas do
que os mais velhos e a sair mais de casa, ficando mais expostos à nova língua.
Depende também do enfoque com que o aluno encara a nossa
cultura. Se ele é curioso em relação a nossa cultura brasileira, vai querer
aprender mais rápido para poder se integrar ou compreendê-la. Se, ao
contrário, tem um pouco de preconceito, acha-a inferior, dificilmente vai querer
se integrar e aprender a nossa língua. Vai querer se relacionar só com o seu
“gueto de expatriados”.
Como constatamos no estágio realizado no Berlitz, os alunos têm
direito a ter preferências para escolher seus instrutores. Isso é uma
característica muito interessante, pois a empatia entre professor e aluno
também influi no aprendizado. Alguns alunos se identificam mais com certos
instrutores e podem pedir para ter mais aulas com eles. A empatia professor-
aluno é mencionada por MOYSÉS (2000) e DELVAL (2000) como recurso
altamente pedagógico.
16
Introduzir música em sala de aula pode ajudar a aumentar a
retenção das palavras, a percepção do ritmo e da entonação da língua
portuguesa e memorização da tonicidade em questão. Sem falar que pode
quebrar um pouco a monotonia de um dia inteiro de aulas, no caso de alunos
em “imersão total”. Por exemplo, ao ensinar as partes da casa, poderíamos
tocar a música “A casa” de Vinicius de Moraes e Toquinho do disco a Arca de
Noé. Isso ajuda mesmo os alunos adultos a memorizar as palavras tais como:
casa, parede , porta, telhado.
Às vezes, ao final de um dia de imersão total e depois de 10 aulas
seguidas, o aluno está tão cansado que não consegue assimilar mais nada.
Então, seria bom relaxar, vendo trechos de filme ou novelas para variar a
exposição aos padrões lingüísticos (diferenças dialetais, registros, etc.). Variar
a atividade de uso das estruturas é sempre um recurso indispensável para se
conseguir prender a atenção do aluno, de uma outra maneira mais lúdica ou
agradável.
Quando o aluno se interessa por determinado assunto ou tem
uma determinada área de interesse, seja por curiosidade ou por necessidade
de trabalho, por que não ensinar logo o vocabulário pertinente àquela área?
Desde que ele tenha condições, ou desde que tenha aprendido as estruturas
básicas para formar frases com o vocabulário que lhe interessa, pode-se
introduzir o vocabulário novo. Isso vai fazer com que ele fique mais motivado a
aprender e passe a usar o vocabulário de que tem necessidade ou interesse
imediato.
Também, pode-se sair para uma visita a uma loja ou praça no
final do dia de imersão total, para praticar o vocabulário pertinente ou para
aprender sobre os costumes locais. Além do aspecto cultural, movimenta o
corpo, já que ficar sentado o dia todo também cansa.
Em síntese, há carência de material didático que contenha um
trabalho exploratório de filmes, livros (literários ou paradidáticos) culturalmente
pertinentes, visando introduzir abordagens alternativas mais interativas, mais
agradáveis e mais lúdicas no ensino de português como língua estrangeira.
17
V – UM QUESTIONÁRIO AVALIATIVO – EM PROL DA
DIVERSIDADE DE MOTIVAÇÃO DE APRENDIZAGEM?
Neste trabalho elaboramos uma testagem (questionário em
anexo) com o universo de 10 sujeitos, provenientes de diferentes
nacionalidades, adultos, cursando Português para estrangeiros no Berlitz, filial
de Ipanema.
As seis perguntas exploram: tempo de aprendizagem (P1),
motivação de aprendizagem (P2), recurso didático de aprendizagem(P3),
avaliação da aprendizagem (P4), utilização de material áudio visual ou de
informática (P5) e preferência por modos interativos de aprendizagem (P6).
O questionário foi enviado por e-mail, em alguns casos, e em
outros aplicado pessoalmente, em função da disponibilidade de tempo dos
executivos.
A expectativa era obter uma amostragem da importância de se
utilizar abordagens alternativas. Os resultados encontrados, dispostos em
gráficos, estão a seguir comentados.
Quanto à questão (P1), tempo de aprendizagem, 20% dos alunos
aprendem português há 2 anos, 50% aprendem português entre 6 meses e um
ano, 30% aprendem português há menos de 6 meses.
Gráfico 1 – Tempo de aprendizagem
2 anos
6meses a 1 ano
< 6 meses
18
Quanto à questão (P2), motivação de aprendizagem, 80% dos
alunos aprendem português por motivo de trabalho e 20% para acompanhar o
marido e se comunicar no Brasil.
Quanto à questão(P3), recurso didático de aprendizagem, 40%
dos alunos aprendem português apenas com o livro e as fitas fornecidos pelo
curso e 60% usam outros recursos também (Tv e sair com amigos brasileiros).
Quanto à questão (P4), avaliação da aprendizagem, 70% dos
alunos acham difícil aprender , enquanto 30% acham mais ou menos.
Gráfico 2 – Motivação de aprendizagem
Trabalho
Outros
Gráfico 3 – Recurso didático de aprendizagem
Material do Curso
Outros Recursos
19
Quanto à questão (P5), utilização de material áudio visual ou de
informática, 30% dos alunos usam o cd-rom do Prof. Pasquale ( mesmo não
sendo específico para estrangeiros), 10% usam outro curso além do Berlitz e
20% usam a TV, filmes ou novelas brasileiros e 40% não usam nenhum meio
áudio visual ou de informática adicional.
Gráfico 5 - Utilização de material áudio visual ou de informática
cd-rom do Prof.Pasquale
outro curso além doBerlitz
TV, filmes ou novelasbrasileiros
nenhum meio áudiovisual ou de informática
Gráfico 4 – Avaliação de aprendizagem
Difícil
Mais ou menos
20
Quanto à questão (P6), preferência por modos interativos de
aprendizagem, 60% dos alunos gostariam de usar um modo mais interativo
enquanto 40% não gostariam.
Gráfico 6 - Preferência por modos interativos de aprendizagem
gostariam de usar ummodo mais interativo
não gostariam
21
CONCLUSÃO
Como vimos, pela pesquisa analisada no capítulo anterior, o
aprendizado de nossa língua portuguesa demora bastante. Pelo que pudemos
observar no mínimo 6 meses. Em média de 6 meses a um ano. É um tempo
bastante longo para o aluno ficar limitado a um livro com fitas. A grande
maioria, 80% do grupo pesquisado, aprende português para trabalhar no Brasil.
Isto significa que eles precisam aprender e suas empresas estão dispostas a
investir nesse aprendizado, inclusive das esposas. A grande maioria dos
alunos, 70%, considera o aprendizado do português uma tarefa difícil. Metade
dos alunos pesquisados, 50%, não usa outro recurso além do livro e das fitas
indicados pelo curso, talvez por desconhecimento dos recursos alternativos
existentes. Mais da metade dos alunos pesquisados, 60%, disse que gostaria
de usar um recurso mais interativo para aprender o português.
O grupo de amostragem pesquisado é relativamente pequeno em
relação ao universo de estrangeiros que chega ao Brasil para trabalhar. Os
estrangeiros aprendem em outros cursos, também. Isso nos aponta para um
nicho de mercado ainda inexplorado.
Podemos concluir que há uma área desse mercado a ser
desbravada, a área de abordagens alternativas no ensino do português para
estrangeiros utilizando recursos áudio visuais.
22
BIBLIOGRAFIA
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24
ÍNDICE
Introdução 1
Capítulo I
O ensino de português para estrangeiros há um método mais
adequado? 3
Capítulo II
Qual o estado de arte do material disponível no mercado? 7
2.1 Obras Didáticas 7
2.2 Cd-Roms 10
2.3 Sites na Internet 10
2.4 Vídeos 11
Capítulo III
Um estrangeiro que chega ao Brasil precisa aprender o primeiro
o quê? 12
Capítulo IV
Uma abordagem alternativa? O lugar da variação 14
Capítulo V
Um questionário avaliativo em prol da diversidade motivacional? 18
Conclusão 22
Bibliografia 23
Anexos 26
A1 Questionários 27
A2 Atividades Culturais 37
A3 Controle de Estágio 42
A4 Folha de Avaliação 43
A5 Protocolo de Entrega 44
25
ANEXOS
26
QUESTIONÁRIO
NOME: John CrongeyerNACIONALIDADE: AmericanoPROFISSÃO: Médico
1-Há quanto tempo está aprendendo português? 4 semanas
2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)
3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Não curso livro(qual?) fitas televisão outro
4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil mais ou menos X divertido cansativo outro
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português?Não, ainda. fita de vídeo cd cd-rom site da internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Sim X Para aprender mais rápido. não
27
QUESTIONÁRIO
NOME Bodo HornemannNACIONALIDADE AlemãoPROFISSÃO Diretor do Banco Alemão
1-Há quanto tempo está aprendendo português? 2 semanas
2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)
3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Não livro(qual?) fitas televisão outro(qual?)
4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido cansativo outro(qual?)
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? Sim não X - Já acho o método bem interativo.
28
QUESTIONÁRIO
NOME: Lois RichardsNACIONALIDADE: AmericanaPROFISSÃO: Consultora de Telecomunicações
1-Há quanto tempo está aprendendo português? 1 ano
2-Qual a razão para aprender o português? trabalho (X) estudo cultura hobby outra
3-Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Sim curso livro(qual?) fitas televisão X - Show do Milhão outro
4-Como você descreveria o aprendizado do português?
fácil difícil (X) mais ou menos? divertido cansativo outro
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? sim (X) - Especialmente para escrever português. não
29
QUESTIONÁRIO
NOME: Magne SoreideNACIONALIDADE: SuecoPROFISSÃO: Engenheiro Consultor
1-Há quanto tempo está aprendendo português? 10 meses
2-Qual a razão para aprender o português? trabalho X estudo cultura hobby outra X (Para morar no Brasil)
3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Não curso livro(qual?) fitas televisão outro
4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido X cansativo outro
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? sim X – Para praticar em casa. não
30
QUESTIONÁRIO
NOME: Steve VarelaNACIONALIDADE: americanoPROFISSÃO: Engenheiro de Telecomunicações
1-Há quanto tempo está aprendendo português? Uns 2 anos.
2-Qual a razão para aprender o português? trabalho X estudo X cultura hobby outra
3-Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? curso livro(qual?) Verbos do Prof. Pasquale, An Essential Grammar fitas televisão X (MTV) outro
4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido cansativo outro
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? fita de vídeo cd cd-rom X (Nossa Língua Portuguesa do Prof. Pasquale) site da internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? sim X Para ficar mais divertido. não
31
QUESTIONÁRIO
NOME: Marie-Gaël WORTHINGTONNACIONALIDADE: BelgaPROFISSÃO: Consultora financeira
1-Há quanto tempo está aprendendo português? 6 meses
2-Qual a razão para aprender o português? trabalho estudo cultura hobby
outra : para acompanhar o marido
3-Além do material fornecido pelo curso, usa outro material?cursolivro(qual?) – Berlitz livro 1 & 2 + Via Brasil + Bem-Vindofitastelevisão
outro
4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil
mais ou menos? divertido cansativo outro
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? fita de vídeo cd
cd-rom: Nossa língua Portuguesa – com o Professor Pasquale site da internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? sim
não – Porque devo voltar para a Europa em 3 meses.
32
QUESTIONÁRIO
NOME Hazel SharmanNACIONALIDADE InglesaPROFISSÃO Pesquisadora de Meio ambiente
1-Há quanto tempo está aprendendo português? 2 anos
2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)
3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Sim livro(qual?) fitas televisão outro(qual?) Outro curso
4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido cansativo outro(qual?)
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da Internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? Sim X Para praticar mais a pronúncia. não
33
QUESTIONÁRIO
NOME Maryam BanaeiNACIONALIDADE IranianaPROFISSÃO Engenheira de Software
1-Há quanto tempo está aprendendo português? 1 ano.
2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)
3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Sim livro(qual?) fitas televisão X outro(qual?)
4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil mais ou menos X divertido cansativo outro(qual?)
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? fita de vídeo X - filmes, novelas cd cd-rom site da Internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? Sim X Para aprender mais e de maneira mais divertida. não
34
QUESTIONÁRIO
NOME Petra HornemannNACIONALIDADE AlemãPROFISSÃO Gerente do Banco Alemão
1-Há quanto tempo está aprendendo português? 2 semanas
2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)
3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Não livro(qual?) fitas televisão outro(qual?)
4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido cansativo outro(qual?)
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da Internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? Sim não X Já acha o método bem interativo.
35
QUESTIONÁRIO
NOME Simon WorthingtonNACIONALIDADE NeozelandêsPROFISSÃO Engenheiro
1-Há quanto tempo está aprendendo português? 9 meses
2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X Estudo X Cultura X hobby outra
3-Como você está aprendendo o português? Curso X livro(qual?) X (Berlitz) fitas X televisão X outro - Sair com brasileiros.
4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil mais ou menos? X divertido X cansativo outro
5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? fita de vídeo cd cd-rom X – Nossa Língua Portuguesa site da Internet?
6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? sim não X Porque vou embora do Brasil no fim do ano.
36
ATIVIDADES CULTURAIS