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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇAO “LATU SENSU” QUAL A MELHOR MANEIRA DE ENSINAR PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS? Por: Maria da Gloria Escobar Silva Orientador Prof. Ms Marco A. Larosa Rio de Janeiro 2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDESINSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇAO “LATU SENSU”

QUAL A MELHOR MANEIRA DE ENSINAR PORTUGUÊSPARA ESTRANGEIROS?

Por: Maria da Gloria Escobar Silva

OrientadorProf. Ms Marco A. Larosa

Rio de Janeiro2001

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

QUAL A MELHOR MANEIRA DE ENSINAR PORTUGUÊS PARA

ESTRANGEIROS?

Análise de dificuldades enfrentadas

por alunos e instrutores de português

para estrangeiros, focalizando como

caso de estudo o Berlitz Centro de

Idiomas Ltda., filial de Ipanema.

Desenvolvimento de questionário

avaliativo e proposta de abordagens

alternativas, visando demonstrar a

eficácia da incorporação de elementos

da cultura brasileira na aquisição da

competência comunicativa.

Por Maria da Gloria Escobar Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Berlitz Centro de

Idiomas Ltda. pelo estágio

proporcionado e à Prof. Dra. Claudia

Roncaratti de Souza pela ajuda na

parte lingüística.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia aos meus

pais pelo incentivo e apoio que

sempre me deram e aos alunos de

português para estrangeiros.

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RESUMO

As aulas tradicionais de português para estrangeiros podem ser

bem cansativas ao final de um dia inteiro. Ao fazer um estágio para o Curso de

Docência Superior da Universidade Cândido Mendes no Berlitz Centro de

Idiomas Ltda., filial de Ipanema, verificamos dificuldades enfrentadas pelos

alunos desse curso. Berlitz é considerado o maior curso de idiomas do mundo,

com 450 escolas espalhadas por mais de 50 países. Apesar da grande

variedade de material para o ensino da língua mais procurada (o inglês), há

pouca variedade de material áudio visual para o ensino de nossa língua nativa,

o português, que é a segunda língua mais procurada na filial do Berlitz em

Ipanema. Como o Berlitz só utiliza material produzido por sua própria editora,

resolvemos sugerir um tipo de material complementar para tornar mais atraente

o aprendizado de nossa língua portuguesa.

A presente monografia é dividida em seis capítulos. A introdução

trata do interesse crescente dos estrangeiros pelo Brasil. O primeiro capítulo

descreve algumas abordagens do ensino e sua adequação. O segundo

capítulo analisa o material disponível no mercado. O terceiro capítulo discute

as necessidades de comunicação imediata mais freqüentes dos estrangeiros.

O quarto capítulo sugere algumas maneiras de facilitar o aprendizado e torná-lo

mais agradável ou menos penoso e também mais rápido. O quinto capítulo

descreve o resultado de uma pesquisa aplicada a alunos de português como

língua estrangeira. O sexto capítulo apresenta uma síntese conclusiva.

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METODOLOGIA

A metodologia usada nesta monografia foi o embasamento

teórico dado pelas obras citadas na bibliografia e a observação empírica feita

durante o estágio. A pesquisa realizada com os alunos de português foi feita

através de meio eletrônico (e-mail). O resultado da pesquisa encontra-se

detalhado no capítulo V.

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SUMÁRIO

PÁGINA

INTRODUÇÃO 1

I - O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS – HÁ UM MÉTODO

MAIS ADEQUADO? 3

II -QUAL O ESTADO DE ARTE DO MATERIAL DISPONÍVEL NO MERCADO?

7

2.1 OBRAS DIDÁTICAS 7

2.2 CD-ROMS 10

2.3 SITES NA INTERNET 10

2.4 VÍDEOS 11

III -UM ESTRANGEIRO QUE CHEGA AO BRASIL PRECISA APRENDER O

PRIMEIRO O QUÊ? 12

IV - UMA ABORDAGEM ALTERNATIVA? O LUGAR DA VARIAÇÃO.

14

V - UM QUESTIONÁRIO AVALIATIVO- EM PROL DA DIVERSIDADE

MOTIVACIONAL? 18

CONCLUSÃO 22

BIBLIOGRAFIA 23

ÍNDICES 25

ANEXOS 26

1 QUESTIONÁRIOS 27

2 ATIVIDADES CULTURAIS 37

3 CONTROLE DE ESTÁGIO 42

4 PROTOCOLO DE ENTREGA 43

5 FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

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INTRODUÇÃO

O Brasil é um pólo de atração turística e se destaca pela

diversidade cultural, étnica e geográfica. Muitos estrangeiros vêm para o Brasil

seja como turistas, seja para morar ou a negócios. Tal fato não é uma

novidade. Entretanto, ultimamente esse número tem aumentado bastante.

Recentemente, com a abertura do mercado brasileiro e a

globalização, há um maior interesse do mundo pelo Brasil. Devido à

privatização de alguns setores de nossa economia, bem como ao fim do

monopólio na exploração de petróleo e nas telecomunicações, ao tamanho de

nosso mercado potencial e à recente estabilidade econômica há um grande

número de empresas estrangeiras se estabelecendo no Brasil.

Junto com essas empresas vêm os executivos estrangeiros, que

trazem consigo suas famílias. Esses executivos e suas famílias precisam

aprender, pelo menos, um mínimo de português para poderem se comunicar

com as pessoas à sua volta.

Raramente, essas pessoas têm alguma noção do nosso idioma

ao chegarem ao Brasil. Ficam muito surpresas ao verem que poucos brasileiros

falam outra língua que não seja o português. Às vezes, chegam ao Brasil

achando que falamos espanhol, por estarmos na América Latina.

Nossa língua portuguesa ainda é pouco conhecida e divulgada,

apesar de ser a sexta língua mais falada no mundo, segundo estatística da

ONU (cf Time, 1997).

Tais fatos sinalizam para um número razoável de pessoas que

vão precisar aprender a nossa língua, sem falar na necessidade de novos

materiais para esse ensino, já que a procura está aumentando e o material

existente é tradicional, usando poucos recursos áudio visuais.

Isso significa que há um mercado, o que viabiliza investir em

novas maneiras de ensinar o português aos estrangeiros recém chegados.

Esta monografia se propõe a analisar o material disponível no

mercado para o ensino de português aos estrangeiros e sugerir novos

materiais para facilitar esse aprendizado, adequando-os às reais necessidades

dos alunos e aos recursos tecnológicos existentes hoje em dia.

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I – O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS -

-HÁ UM MÉTODO MAIS ADEQUADO?

Em geral, considera-se que o método é a parte mais visível do

processo de ensinar línguas. É o que embasa as aulas do professor. Mas será

que ele é realmente o que faz o aluno aprender?

MIZUKAMI (1986)em sua obra Ensino: as Abordagens do

Processo, cita cinco diferentes abordagens de ensino, a saber: tradicional,

comportamentalista, humanista, cognitivista, e sócio-cultural.

MIZUKAMI (op.cit.) denomina abordagem tradicional a que não se

fundamenta implícita ou explicitamente em teorias empiricamente validadas

mas na prática educativa e sua transmissão através dos anos. Isso inclui

tendências e manifestações diversas. Essa abordagem se baseia

freqüentemente na aula expositiva e nas demonstrações do professor à classe.

O professor já traz o conteúdo pronto e o aluno se limita a escutá-lo,

passivamente. O ponto fundamental desse processo é o produto da

aprendizagem. A didática tradicional poderia ser resumida em “dar a lição” e

em “tomar a lição”. O professor é o agente, o aluno é o mero ouvinte.

Na abordagem comportamentalista ou behaviorista há uma

ênfase em tudo que foi comprovado cientificamente. O objetivo é transformar

comportamentos indesejáveis em outros desejáveis ou aceitos. O

conhecimento é uma descoberta. Nessa abordagem o foco é no método em si,

não no professor. O aluno é adestrado, treinado a responder mecanicamente

como desejado. Exemplos dessa abordagem são o método Berlitz e o método

Kumon.

Na abordagem humanista, consideram-se as tendências ou

enfoques encontrados no sujeito. Essa abordagem dá ênfase a relações

interpessoais e ao crescimento que delas resulta. O professor em si não

transmite conteúdo, dá assistência, sendo um facilitador da aprendizagem. O

professor não ensina: apenas cria condições para que o aluno aprenda. As

estratégias instrucionais assumem importância secundária. A abordagem

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humanista dá ênfase ao sujeito. Esse é o método mais usado no ensino

universitário.

Na abordagem cognitivista estuda-se a aprendizagem em si, que

é mais que um produto do meio ou das pessoas. O conhecimento é o produto

da interação entre o homem e o mundo, entre o sujeito e o objeto, não se

enfatizando pólo algum da relação, como nas abordagens anteriores. O aluno é

considerado um sistema aberto em reestruturações sucessivas. O aluno é o

centro do processo e o meio é a condição de desenvolvimento. O

conhecimento progride com a formação de estruturas.

Na abordagem sócio-cultural há uma preocupação com a cultura

popular, como no método Paulo Freire. A relação professor–aluno é horizontal

e não imposta. Os alunos recebem informações e analisam aspectos de sua

própria experiência existencial.

Pedagogicamente, concordamos com FREIRE (2000:25) “Ensinar

não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção

ou a sua construção”. Ele nos ensina que para ensinar é preciso rigorosidade

metódica, pesquisa, respeito aos saberes do educando, ética, bom senso,

humildade, alegria, esperança, curiosidade, segurança, comprometimento,

generosidade, saber escutar e querer bem aos educandos.

Dois lingüistas aplicados internacionais ALLWRIGHT (1991), da

Inglaterra, e PRABHU (1990), da Índia, afirmam que o método não é o mais

importante para o ensino da língua estrangeira. O método pode nivelar

perigosamente os aprendizes como essencialmente iguais. Allwright afirma que

as semelhanças entre os métodos são maiores que as diferenças. Prabhu

sugere provocar no professor o surgimento de um sentido interno de coerência

nas explicações do que fazem ao ensinar.

Em 1996, em um Seminário de Atualização em Português para

Estrangeiros e Culturas Lusófonas em Campinas, SP, foram destacadas duas

abordagens relevantes: de base gramatical e de base comunicativa. A primeira,

prioriza a gramática e a tradução – o planejamento inclui a leitura de bons

autores. A segunda, influenciada pela psicologia behaviorista, baseia-se na

repetição exaustiva, com a gramática sendo apresentada conforme a gradação

de dificuldade. A repetição é considerada essencial para a aprendizagem.

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No entanto, em ambos os métodos, o papel do professor é o de

um técnico trabalhando para um plano fornecido por um especialista. O aluno é

idealizado como sendo o representante de todos os alunos.

A escolha da abordagem do ensino tem influência no

planejamento do curso e na escolha do material didático ou na construção

deles. O material didático não é só o livro didático. Concentrar-se só no livro

didático limita e empobrece o ensino da língua estrangeira. O material

instrucional abrange o livro didático e também a complementação com fitas,

CD’s, vídeos, CD-rom’s ou outro recurso alternativo. Segundo Prabhu há

carência de materiais alternativos.

Para planejar o ensino temos de conhecer quem é o aluno para

ver quais são os seus interesses, suas necessidades, expectativas,

disponibilidade de tempo e conhecimento prévio para, assim, identificar mais

adequadamente os objetivos a serem alcançados.

Segundo MOYSÉS (2000:24), o aluno tem que querer aprender:

“O movimento no sentido de querer aprender é, pois, condição sine qua non

para que a aprendizagem ocorra”.

O professor e o aluno têm de ter empatia para que a

aprendizagem possa se dar. Segundo MORALES (2000:140): “O modo como

nos sentimos influi poderosamente em como e quanto aprendemos”.

Então, será que é o método de ensino realmente o mais

importante no ensino de português para estrangeiros? Podemos afirmar que

qualquer que seja o método usado, os alunos até chegam lá, até conseguem

aprender. Mas isso depende de outros fatores, não só do método.

Podemos afirmar que a aprendizagem depende da motivação do

aluno para aprender, de se quer mesmo aprender ou não. Depende inclusive

do investimento e dedicação desse aluno em aprender. Podemos dizer que

também depende da origem do aluno, já que se supõe a tese do parentesco

lingüístico, ou seja, semelhanças entre os sistemas lingüísticos podem facilitar

o aprendizado.

Isso sem falar na tese da existência de talento ou habilidade natural

para o aprendizado de idiomas que algumas pessoas têm. Segundo

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GARDNER (1994), a habilidade lingüistica é um dos sete tipos de inteligências

múltiplas .

Por conseguinte, o método por si só, não é o que faz o aluno

aprender um novo idioma. Há vários outros fatores envolvidos no aprendizado

do português ou de outra língua estrangeira. Esses fatores podem ser tanto a

motivação, o talento natural, a determinação, a necessidade, a empatia com o

professor da língua, o tempo que o aluno dedica ao aprendizado, a curiosidade,

o orgulho de falar bem uma língua estrangeira ou ainda outros.

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II – QUAL É O ESTADO DE ARTE DO MATERIALDISPONÍVEL NO MERCADO? – UMA BREVE SÍNTESE

2.1 OBRAS DIDÁTICAS

Já podemos encontrar uma razoável variedade de livros para o

ensino de português para estrangeiros. Alguns são mais antigos, outros mais

novos, alguns em preto e branco e outros mais coloridos. Mas, basicamente, os

livros existentes no mercado são suficientes para a demanda.

Até onde sabemos, um dos mais novos é o “Bem Vindo! A língua

portuguesa da comunicação” das autoras Maria Harumi Otuki de Ponce, Silvia

R.B. de Andrade Burim, e Susanna Florissi, publicado pela Special Book

Services Livraria, em 1999. É uma publicação editorialmente bem produzida,

fartamente ilustrada, que dispõe de livro do aluno, e do professor, fitas cassete

e/ou CDs, e 3 cadernos de exercícios suplementares. Uma parte muito boa é a

de vocabulário comercial e de negócios. Sem dúvida, a maior inovação são os

exercícios suplementares que focalizam problemas de aprendizagem mais

comuns devidos à língua de origem nativa dos alunos. Cada caderno

comtempla as dificuldades de alunos de uma origem linguística diferente: de

língua espanhola, oriental ou anglo-saxônica.

Tudo Bem é um livro das mesmas autoras e editora, publicado

em 2000, voltado para o público adolescente.

Um dos mais vendidos é Fala Brasil de Pierre Coudry e Elizabeth

Fontão, Campinas, Editora Pontes, 2001 que compreende um livro texto, de

exercícios e duas fitas cassetes. O livro de exercícios possui os enunciados em

português, inglês e francês. Esse livro é talvez o único que ensina, por

exemplo, o aluno a preencher cheques, instrução rara em nossos materiais

didáticos.

Outro, muito vendido também, é o Avenida Brasil da Emma

Eberlein Lima, Lutz Rohmann, Tokiko Oshihara, Bergweiller,C.G. e Samira

Iunes, São Paulo, Editora EPU, 1991, possui livro texto e caderno de exercícios

além de 2 fitas. É uma obra editorialmente atraente e é um dos livros mais

antigos no mercado, talvez por isso mesmo muito usado.

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A obra Aprendendo Português do Brasil de Maria Nazaré de

Carvalho Laroca, Nadime Bara, e Sonia Maria da Cunha Pereira, Editora

Pontes, 1998, dispõe de livro texto, de atividades e guia pedagógico para o

professor, além de uma fita cassete. Possui como atrativo uma música cantada

em português, ao final de cada capítulo.

Muito Prazer!, de Ana Maria Flores Santos, Livraria Agir Editora,

1988, é um livro que ensina o português através de situações práticas do dia a

dia do aluno. Tem uma fita cassete para o professor. O livro é em preto e

branco, o que o torna mais acessível em termos de preço. É muito útil para os

alunos iniciantes, uma vez que dá ênfase a situações comunicativas mais

básicas: como pedir uma informação, soletrar seu nome ou comprar carne num

açougue.

Falando, Escrevendo, Português das autoras Samira Iunes e

Emma Eberlein Lima, Editora Pedagógica e Universitária Ltda., 1987. É um

livro voltado ao aluno iniciante, com bastante ênfase na conjugação de verbos.

Parece ilustrar a abordagem gramatical, já que contém muitos exercícios

estruturais de preenchimento de lacunas.

Via Brasil – Português - Um Curso Avançado para Estrangeiros

das autoras Emma Eberlein O.F. Lima e Samira Abirad Iunes, Editora E.P.U.,

1990, é um livro mais avançado. Tem textos muito interessantes, mas dá uma

ênfase muito grande a gramática, por exemplo, o plural de nomes compostos, o

que nem sempre é o objetivo maior do aluno.

Português 1 e 2, é o livro padrão do curso Berlitz. A linha se

compõe de livro do aluno( 1 e 2), Manual de Professor (1 e 2) e livro de

ilustrações. Acompanha o livro 1 um jogo de 6 fitas cassete. O livro 2 não tem

fitas. Esses livros são usados exclusivamente pelos alunos do Berlitz Centro de

Idiomas. Eles são de uso exclusivo dos alunos do Berlitz. São utilizados por

instrutores treinados pelo Berlitz, em sala de aula com alunos de qualquer

nacionalidade. O método Berlitz é basicamente behaviorista, calcado em

procedimentos de repetição, em que se solicita ao aluno repetir frases sem

tradução para a sua língua nativa. Há pouca ênfase na gramática, que vai

sendo ensinada no contexto. Durante o estágio neste curso, observamos que

os alunos falam bastante em sala de aula, geralmente 50% da aula. Não se

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recomenda escrever nada, não há nem quadro negro. Os livros não são tão

atraentes editorialmente, mas o carro chefe é mesmo o método, que garante

que os alunos falem tanto quanto o professor, ou seja, há distribuição equitativa

de tempo de fala. Os livros adotados estão em processo de atualização e de

revisão. Como a empresa é líder mundial em ensino de idiomas, e muito

grande, o processo de atualização editorial demora bastante, já que o

português é apenas uma das línguas ensinadas por este método.

Gramática do Português como Língua Estrangeira – Fonologia,

Ortografia e Morfossintaxe” de Vicente Masip , E.P.U., 2000, é a primeira

gramática, feita por brasileiros, voltada para alunos estrangeiros.

Portuguese An Essential Grammar de Amelia Hutchinson e Janet

Lloyd, Editora Routledge, 1996 é uma gramática que mistura explicações em

inglês e exercícios em português.

Ao Pé da Letra de Pasquale Cipro Neto, EP&A, 2001, é um livro

que se destina a brasileiros, não é para ensinar português a estrangeiros mas,

esclarece algumas dúvidas de uma forma leve e divertida, com muito humor.

How to be a Carioca de Priscilla Ann Goslin, Livros Twocan Ltda.,

2000, editado tanto em português como em inglês, é uma obra que não é

propriamente didática, mas chama a atenção para aspectos de nossa cultura

para níveis mais avançados de fluência.

English/Brazilian Portuguese The Oxford Picture Dictionary de

Norma Shapiro e Jayme Adelson Goldstein, Oxford University Press, 1999, é

um dicionário ricamente ilustrado e que pode servir como material auxiliar aos

livros didáticos de ensino de português para estrangeiros. As palavras e as

figuras são divididas por temas e campos semânticos.

Para os alunos que desejarem aprender um pouco de vocabulário

comercial em português, existem opções de livros para brasileiros que

aprendem inglês, já que não existe nada específico sobre português para

negócios. Cartas Comerciais em Inglês de Langenscheidt e Guia de

Conversação Comercial de Gordon Cooper, ambos da Editora Martins Fontes

são escritos em ambos os idiomas (inglês e português) e se prestam tanto a

aulas de português comercial como a aulas de Business English.

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2.2 - CD-ROMS

Não existe no mercado, até o presente momento, nenhum cd-rom

para ensinar português para estrangeiros, até onde sabemos.

Há um cd-rom Nossa Língua Portuguesa, do Prof. Pasquale, que

se destina a falantes nativos de português mas que pode ser usado para

enriquecer o material de aprendizagem dos alunos estrangeiros que estiverem

em nível avançado. É atraente, usa o humor para abordar temas áridos e erros

mais freqüentes. O aluno pode usá-lo sozinho, em casa ou no escritório, e vai

estar praticando a nossa língua de modo informal.

Já a série de 3 cd-roms Gramaticando da Milestone Mind

Software Ltda., distribuída pela Publifolha, é também destinada aos falantes

nativos de português, mas mesmo no nível mais fácil, (volume 1 para 5ª e 6ª

séries do Ensino Fundamental) tem exercícios muito difíceis para um

estrangeiro.

Quando o assunto é dicionário em cd-rom, o único bilíngüe

encontrado é o Dicionário Webster’s O Globo, de Antonio Houaiss e Ismael

Cardim, 1998, que acompanha o livro homônimo.

2.3 - SITES NA INTERNET

Existe um site na Internet especificamente dedicado aos

estrangeiros que querem aprender português. É o site

www.faleportugues.com.br. É um site curioso, todo em cores verde e amarelo,

e organizado de maneira bem interessante. Cobre as habilidades: ler, falar, e

escrever. Há um teste de avaliação inicial e exercícios em vários níveis de

dificuldade. O aluno precisa se cadastrar e pagar uma quantia de R$90,00 por

cada módulo de aprendizagem. É uma iniciativa pioneira da Torre de Babel.

Há um outro site voltado para o aprendizado do português, mas

não é específico para estrangeiros. É o site do professor Sérgio Nogueira

Duarte www.sergionogueira.com.br que tira dúvidas de português e tem

explicações gramaticais, aos moldes da sua coluna aos domingos no Jornal do

Brasil.

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2.4 - VÍDEOS

Não encontramos nenhum vídeo especificamente para o ensino

de português para estrangeiros. Nesse caso o recurso é utilizar filmes

brasileiros, pertencentes ao acervo do grande circuito comercial e cujos

diálogos não sejam muito complexos, e sim com ênfase na linguagem

coloquial. Filmes como Menino Maluquinho ou Bossa Nova poderiam ser

usados desta maneira. Infelizmente não existe nenhum vídeo de filme brasileiro

legendado em português. Tal facilidade é amplamente comum na televisão de

países de língua inglesa, em que os vídeos têm “closed caption”.

Alguns vídeos de documentários sobre o nosso país como a

coleção Expedições de Paula Saldanha poderiam ser aproveitados para o

ensino de português para estrangeiros, se tivessem a legenda em português.

Tal coleção tem ótima resolução de imagens além de um vocabulário

relativamente simples.

Uma outra coleção de filmes em vídeo com documentários sobre

o nosso país chamada Video Coleção Caras - Brasil Cultural - Nosso País

também mereceria legenda em português, para fins de material suplementar.

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III - UM ESTRANGEIRO QUE CHEGA AO BRASIL

PRECISA APRENDER PRIMEIRO O QUÊ?

Ao chegar, o estrangeiro necessita saber que falamos português e

que o nosso alfabeto é quase igual ao alfabeto da língua inglesa (com 3

consoantes a menos – k, w, y). É interessante saber o nosso alfabeto, já que

vai precisar soletrar seu nome muitas vezes.

Precisa saber dizer seu nome, sobrenome, endereço, profissão e

nacionalidade para poder preencher os formulários que lhe são apresentados

no hotel, por exemplo, e poder se apresentar no escritório ao chegar também,

pois eles geralmente vêm a trabalho.

É bom que aprenda um mínimo de expressões para cumprimentar

tipo: oi, bom dia, boa tarde, boa noite, por favor, obrigado(a), com licença.

Outra coisa importante é saber perguntar para pedir uma

informação, onde fica o hotel ou um ponto turístico.

Saber pegar um taxi também é muito necessário, onde se pega,

como são os táxis, como indicar ao motorista o lugar onde quer ir.

Saber pedir uma comida, lanche, refeição, num restaurante

também é bem útil já que poucos restaurantes tem cardápio em outra língua

que não seja o português.

Saber onde se pode comprar alguma coisas também é útil. Muitos

estrangeiros não sabem onde se pode comprar um selo para enviar um cartão

postal. Outros não sabem onde encontrar um bloco de papel para escrever,

anotar recados.

As esposas dos estrangeiros que vêm para cá, em geral , querem

saber os nomes dos objetos de casa para poder comprar ou para se comunicar

com a empregada.

Apesar da maioria dos supermercados, hoje em dia, terem

máquina de preencher cheques, é interessante saber escrever números por

extenso, no caso de haver esta necessidade.

Outra dúvida comum é onde se pode tirar dinheiro nas caixas

automáticas já que nem todas aceitam os cartões internacionais.

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Os estrangeiros, logo que chegam ao Brasil, custam um pouco a

se adaptar, pois ainda não falam a nossa língua e encontram poucas pessoa

nas ruas que falem o idioma deles para se informarem de algo que tenham

dúvida. Raramente vão ao cinema porque não sabem que os filmes passam

em sua língua original (do filme), eles pensam que os filmes são todos

dublados em português.

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IV – UMA ABORDAGEM ALTERNATIVA? O LUGAR DA

VARIAÇÃO.

Como vimos, pelo que foi exposto até agora, há variadas

maneiras de um estrangeiro aprender português. Qual seria a melhor ? Não

existe uma maneira melhor para todos os alunos. Existe aquela mais adequada

a cada caso, pois os alunos são todos diferentes. Vários fatores influem no

aprendizado de uma língua estrangeira. Os alunos têm necessidades

diferentes, interesses e motivações diversos, ritmos diferentes de

aprendizagem, diferentes disponibilidades de tempo, identificam-se em maior

ou menor grau com nossa cultura, simpatizam ou não com seus professores e

às vezes tem uma rejeição gratuita ou preconceito contra a nossa língua

A maneira alternativa aqui sugerida seria uma combinação de

vários métodos, com aulas regulares em sala de aula, aulas no computador

com o uso dos sites mencionados anteriormente, trechos pequenos ou filmes

brasileiros inteiros em vídeo, músicas em português e situações de vivência

direta com a cultura brasileira (visitas a lojas , museus, cinemas , bares,

restaurantes), ou seja, maior contato com a realidade brasileira no seu

diversificado meio social.

Consideramos importante também lembrar que assistir a televisão

em português (não a tv a cabo em língua estrangeira) pode ajudar os alunos a

se acostumarem com o ritmo e os sons da nova língua. Todos os noticiários da

Rede Globo de televisão têm legenda em português para os deficientes

auditivos. Essa legenda só é vista por quem tem os aparelhos de televisão

mais recentes que dispõem de “closed caption”. A legenda em português,

apesar de não ter sido feita pensando em estrangeiros, ajuda muito na

compreensão das notícias, já que grande parte dos alunos reclama que os

locutores falam muito rápido e fica difícil entender o que eles dizem. Pelo

menos, se eles puderem ouvir e ler o que é dito, vão aos poucos se

familiarizando com o som e o ritmo de nossa língua, além de ouvirem a

pronúncia padrão das palavras.

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O tempo disponível para o aprendizado da língua portuguesa tem

relação direta com o resultado. O aprendizado da língua estrangeira é função

direta do tempo exposto a ela ou do tempo disponível para o seu aprendizado.

Quanto mais o aluno se expõe à nova língua, mais chances ele tem de

aprender. Dependendo do que permite a agenda do aluno, ele pode ter mais ou

menos aulas por semana. No Berlitz, observamos que muitos alunos

estrangeiros ao chegarem aqui têm um curso intensivo e individual de

português. Esse tipo de curso é chamado de “imersão total” e compõe-se de

aulas com instrutores variados que se revezam, das 9 da manhã às 6 da tarde,

com um breve intervalo de uma hora e meia para almoço. O aluno é

acompanhado por um instrutor e vai a um restaurante próximo ao curso, tendo

contato com brasileiros em interações reais, não só em sala de aula. Na ida ao

restaurante ele aprende como pedir a bebida, a comida e a conta. Entra em

contato com pessoas brasileiras além dos seus professores. O período de

“imersão total” de 9 horas da manhã às 6 horas da tarde representa, no total,

12 tempos aula de 45 minutos cada, mais uma hora e meia de almoço. São ao

todo, 9 horas por dia de aprendizado direto de português, sem contar o tempo

fora do curso, antes ou depois, em que o aluno pode ou não estar exposto ao

português. Essa “imersão total” pode se prolongar por uma semana, duas ou

até um mês dependendo da disponibilidade de tempo do aluno, de sua

adaptação e de quando ele tem de começar a trabalhar. Geralmente, a imersão

é mais prolongada quando o aluno tem uma necessidade de aprender

rapidamente, para poder se comunicar em português no trabalho, como é o

caso dos diretores de grandes multinacionais. Dependendo do aluno, ele pode

sair da “imersão total” já falando o básico, para poder se comunicar ou até

falando muito bem.

Quando os estrangeiros são em grande número dentro de uma

mesma empresa, é mais difícil para eles aprenderem nossa língua. Eles não

sentem a necessidade premente de se comunicar em português. É tanto pior

quando eles só se relacionam com estrangeiros da mesma nacionalidade. Eles

se fecham como que em um “gueto”, enquanto que os estrangeiros que não

trabalham só com outros estrangeiros aprendem a se comunicar mais

rapidamente em português. É sintomático: se o aluno tem amigos brasileiros,

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aprende logo a se integrar a nossa cultura, sente mais o Brasil dos brasileiros e

não só o Brasil dos turistas.

Quando os alunos são de origem não latina, costumam ter mais

dificuldade, por exemplo, com a pronúncia de palavras com fonemas que não

existem no sistema fonológico de origem (como “-ão”) e com os tempos de

verbos flexionados. Já os de origem latina, têm maior facilidade em pronunciar

as palavras; exceção feita aos de língua nativa espanhola, cujo sistema

lingüístico mais semelhante costuma causar interferências na aprendizagem.

O número de línguas que os alunos já falam também tem uma

relação direta com a facilidade de aprendizado. Por hipótese, quanto mais

línguas o aluno já domina, mais rapidamente ele aprenderá o português, talvez

por fazer associações entre as diversas línguas. Se o aluno só fala sua língua

nativa, é mais difícil para ele aprender do que para outro que já fala duas ou

três línguas. Talvez até porque os que falam mais de uma língua tenham um

talento inato para línguas, com sugere GARDNER em sua Teoria das

Inteligências Múltiplas.

A faixa etária do aluno também pode ajudar no seu aprendizado,

pois os jovens, em geral, tendem a se comunicar mais com outras pessoas do

que os mais velhos e a sair mais de casa, ficando mais expostos à nova língua.

Depende também do enfoque com que o aluno encara a nossa

cultura. Se ele é curioso em relação a nossa cultura brasileira, vai querer

aprender mais rápido para poder se integrar ou compreendê-la. Se, ao

contrário, tem um pouco de preconceito, acha-a inferior, dificilmente vai querer

se integrar e aprender a nossa língua. Vai querer se relacionar só com o seu

“gueto de expatriados”.

Como constatamos no estágio realizado no Berlitz, os alunos têm

direito a ter preferências para escolher seus instrutores. Isso é uma

característica muito interessante, pois a empatia entre professor e aluno

também influi no aprendizado. Alguns alunos se identificam mais com certos

instrutores e podem pedir para ter mais aulas com eles. A empatia professor-

aluno é mencionada por MOYSÉS (2000) e DELVAL (2000) como recurso

altamente pedagógico.

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Introduzir música em sala de aula pode ajudar a aumentar a

retenção das palavras, a percepção do ritmo e da entonação da língua

portuguesa e memorização da tonicidade em questão. Sem falar que pode

quebrar um pouco a monotonia de um dia inteiro de aulas, no caso de alunos

em “imersão total”. Por exemplo, ao ensinar as partes da casa, poderíamos

tocar a música “A casa” de Vinicius de Moraes e Toquinho do disco a Arca de

Noé. Isso ajuda mesmo os alunos adultos a memorizar as palavras tais como:

casa, parede , porta, telhado.

Às vezes, ao final de um dia de imersão total e depois de 10 aulas

seguidas, o aluno está tão cansado que não consegue assimilar mais nada.

Então, seria bom relaxar, vendo trechos de filme ou novelas para variar a

exposição aos padrões lingüísticos (diferenças dialetais, registros, etc.). Variar

a atividade de uso das estruturas é sempre um recurso indispensável para se

conseguir prender a atenção do aluno, de uma outra maneira mais lúdica ou

agradável.

Quando o aluno se interessa por determinado assunto ou tem

uma determinada área de interesse, seja por curiosidade ou por necessidade

de trabalho, por que não ensinar logo o vocabulário pertinente àquela área?

Desde que ele tenha condições, ou desde que tenha aprendido as estruturas

básicas para formar frases com o vocabulário que lhe interessa, pode-se

introduzir o vocabulário novo. Isso vai fazer com que ele fique mais motivado a

aprender e passe a usar o vocabulário de que tem necessidade ou interesse

imediato.

Também, pode-se sair para uma visita a uma loja ou praça no

final do dia de imersão total, para praticar o vocabulário pertinente ou para

aprender sobre os costumes locais. Além do aspecto cultural, movimenta o

corpo, já que ficar sentado o dia todo também cansa.

Em síntese, há carência de material didático que contenha um

trabalho exploratório de filmes, livros (literários ou paradidáticos) culturalmente

pertinentes, visando introduzir abordagens alternativas mais interativas, mais

agradáveis e mais lúdicas no ensino de português como língua estrangeira.

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V – UM QUESTIONÁRIO AVALIATIVO – EM PROL DA

DIVERSIDADE DE MOTIVAÇÃO DE APRENDIZAGEM?

Neste trabalho elaboramos uma testagem (questionário em

anexo) com o universo de 10 sujeitos, provenientes de diferentes

nacionalidades, adultos, cursando Português para estrangeiros no Berlitz, filial

de Ipanema.

As seis perguntas exploram: tempo de aprendizagem (P1),

motivação de aprendizagem (P2), recurso didático de aprendizagem(P3),

avaliação da aprendizagem (P4), utilização de material áudio visual ou de

informática (P5) e preferência por modos interativos de aprendizagem (P6).

O questionário foi enviado por e-mail, em alguns casos, e em

outros aplicado pessoalmente, em função da disponibilidade de tempo dos

executivos.

A expectativa era obter uma amostragem da importância de se

utilizar abordagens alternativas. Os resultados encontrados, dispostos em

gráficos, estão a seguir comentados.

Quanto à questão (P1), tempo de aprendizagem, 20% dos alunos

aprendem português há 2 anos, 50% aprendem português entre 6 meses e um

ano, 30% aprendem português há menos de 6 meses.

Gráfico 1 – Tempo de aprendizagem

2 anos

6meses a 1 ano

< 6 meses

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Quanto à questão (P2), motivação de aprendizagem, 80% dos

alunos aprendem português por motivo de trabalho e 20% para acompanhar o

marido e se comunicar no Brasil.

Quanto à questão(P3), recurso didático de aprendizagem, 40%

dos alunos aprendem português apenas com o livro e as fitas fornecidos pelo

curso e 60% usam outros recursos também (Tv e sair com amigos brasileiros).

Quanto à questão (P4), avaliação da aprendizagem, 70% dos

alunos acham difícil aprender , enquanto 30% acham mais ou menos.

Gráfico 2 – Motivação de aprendizagem

Trabalho

Outros

Gráfico 3 – Recurso didático de aprendizagem

Material do Curso

Outros Recursos

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Quanto à questão (P5), utilização de material áudio visual ou de

informática, 30% dos alunos usam o cd-rom do Prof. Pasquale ( mesmo não

sendo específico para estrangeiros), 10% usam outro curso além do Berlitz e

20% usam a TV, filmes ou novelas brasileiros e 40% não usam nenhum meio

áudio visual ou de informática adicional.

Gráfico 5 - Utilização de material áudio visual ou de informática

cd-rom do Prof.Pasquale

outro curso além doBerlitz

TV, filmes ou novelasbrasileiros

nenhum meio áudiovisual ou de informática

Gráfico 4 – Avaliação de aprendizagem

Difícil

Mais ou menos

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Quanto à questão (P6), preferência por modos interativos de

aprendizagem, 60% dos alunos gostariam de usar um modo mais interativo

enquanto 40% não gostariam.

Gráfico 6 - Preferência por modos interativos de aprendizagem

gostariam de usar ummodo mais interativo

não gostariam

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CONCLUSÃO

Como vimos, pela pesquisa analisada no capítulo anterior, o

aprendizado de nossa língua portuguesa demora bastante. Pelo que pudemos

observar no mínimo 6 meses. Em média de 6 meses a um ano. É um tempo

bastante longo para o aluno ficar limitado a um livro com fitas. A grande

maioria, 80% do grupo pesquisado, aprende português para trabalhar no Brasil.

Isto significa que eles precisam aprender e suas empresas estão dispostas a

investir nesse aprendizado, inclusive das esposas. A grande maioria dos

alunos, 70%, considera o aprendizado do português uma tarefa difícil. Metade

dos alunos pesquisados, 50%, não usa outro recurso além do livro e das fitas

indicados pelo curso, talvez por desconhecimento dos recursos alternativos

existentes. Mais da metade dos alunos pesquisados, 60%, disse que gostaria

de usar um recurso mais interativo para aprender o português.

O grupo de amostragem pesquisado é relativamente pequeno em

relação ao universo de estrangeiros que chega ao Brasil para trabalhar. Os

estrangeiros aprendem em outros cursos, também. Isso nos aponta para um

nicho de mercado ainda inexplorado.

Podemos concluir que há uma área desse mercado a ser

desbravada, a área de abordagens alternativas no ensino do português para

estrangeiros utilizando recursos áudio visuais.

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ÍNDICE

Introdução 1

Capítulo I

O ensino de português para estrangeiros há um método mais

adequado? 3

Capítulo II

Qual o estado de arte do material disponível no mercado? 7

2.1 Obras Didáticas 7

2.2 Cd-Roms 10

2.3 Sites na Internet 10

2.4 Vídeos 11

Capítulo III

Um estrangeiro que chega ao Brasil precisa aprender o primeiro

o quê? 12

Capítulo IV

Uma abordagem alternativa? O lugar da variação 14

Capítulo V

Um questionário avaliativo em prol da diversidade motivacional? 18

Conclusão 22

Bibliografia 23

Anexos 26

A1 Questionários 27

A2 Atividades Culturais 37

A3 Controle de Estágio 42

A4 Folha de Avaliação 43

A5 Protocolo de Entrega 44

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ANEXOS

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QUESTIONÁRIO

NOME: John CrongeyerNACIONALIDADE: AmericanoPROFISSÃO: Médico

1-Há quanto tempo está aprendendo português? 4 semanas

2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)

3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Não curso livro(qual?) fitas televisão outro

4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil mais ou menos X divertido cansativo outro

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português?Não, ainda. fita de vídeo cd cd-rom site da internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Sim X Para aprender mais rápido. não

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QUESTIONÁRIO

NOME Bodo HornemannNACIONALIDADE AlemãoPROFISSÃO Diretor do Banco Alemão

1-Há quanto tempo está aprendendo português? 2 semanas

2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)

3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Não livro(qual?) fitas televisão outro(qual?)

4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido cansativo outro(qual?)

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? Sim não X - Já acho o método bem interativo.

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QUESTIONÁRIO

NOME: Lois RichardsNACIONALIDADE: AmericanaPROFISSÃO: Consultora de Telecomunicações

1-Há quanto tempo está aprendendo português? 1 ano

2-Qual a razão para aprender o português? trabalho (X) estudo cultura hobby outra

3-Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Sim curso livro(qual?) fitas televisão X - Show do Milhão outro

4-Como você descreveria o aprendizado do português?

fácil difícil (X) mais ou menos? divertido cansativo outro

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? sim (X) - Especialmente para escrever português. não

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QUESTIONÁRIO

NOME: Magne SoreideNACIONALIDADE: SuecoPROFISSÃO: Engenheiro Consultor

1-Há quanto tempo está aprendendo português? 10 meses

2-Qual a razão para aprender o português? trabalho X estudo cultura hobby outra X (Para morar no Brasil)

3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Não curso livro(qual?) fitas televisão outro

4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido X cansativo outro

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? sim X – Para praticar em casa. não

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QUESTIONÁRIO

NOME: Steve VarelaNACIONALIDADE: americanoPROFISSÃO: Engenheiro de Telecomunicações

1-Há quanto tempo está aprendendo português? Uns 2 anos.

2-Qual a razão para aprender o português? trabalho X estudo X cultura hobby outra

3-Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? curso livro(qual?) Verbos do Prof. Pasquale, An Essential Grammar fitas televisão X (MTV) outro

4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido cansativo outro

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? fita de vídeo cd cd-rom X (Nossa Língua Portuguesa do Prof. Pasquale) site da internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? sim X Para ficar mais divertido. não

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QUESTIONÁRIO

NOME: Marie-Gaël WORTHINGTONNACIONALIDADE: BelgaPROFISSÃO: Consultora financeira

1-Há quanto tempo está aprendendo português? 6 meses

2-Qual a razão para aprender o português? trabalho estudo cultura hobby

outra : para acompanhar o marido

3-Além do material fornecido pelo curso, usa outro material?cursolivro(qual?) – Berlitz livro 1 & 2 + Via Brasil + Bem-Vindofitastelevisão

outro

4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil

mais ou menos? divertido cansativo outro

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? fita de vídeo cd

cd-rom: Nossa língua Portuguesa – com o Professor Pasquale site da internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? sim

não – Porque devo voltar para a Europa em 3 meses.

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QUESTIONÁRIO

NOME Hazel SharmanNACIONALIDADE InglesaPROFISSÃO Pesquisadora de Meio ambiente

1-Há quanto tempo está aprendendo português? 2 anos

2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)

3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Sim livro(qual?) fitas televisão outro(qual?) Outro curso

4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido cansativo outro(qual?)

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da Internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? Sim X Para praticar mais a pronúncia. não

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QUESTIONÁRIO

NOME Maryam BanaeiNACIONALIDADE IranianaPROFISSÃO Engenheira de Software

1-Há quanto tempo está aprendendo português? 1 ano.

2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)

3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Sim livro(qual?) fitas televisão X outro(qual?)

4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil mais ou menos X divertido cansativo outro(qual?)

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? fita de vídeo X - filmes, novelas cd cd-rom site da Internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? Sim X Para aprender mais e de maneira mais divertida. não

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QUESTIONÁRIO

NOME Petra HornemannNACIONALIDADE AlemãPROFISSÃO Gerente do Banco Alemão

1-Há quanto tempo está aprendendo português? 2 semanas

2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X estudo cultura hobby outra(qual?)

3- Além do material fornecido pelo curso, usa outro material? Não livro(qual?) fitas televisão outro(qual?)

4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil X mais ou menos? divertido cansativo outro(qual?)

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? Não fita de vídeo cd cd-rom site da Internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? Por que? Sim não X Já acha o método bem interativo.

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QUESTIONÁRIO

NOME Simon WorthingtonNACIONALIDADE NeozelandêsPROFISSÃO Engenheiro

1-Há quanto tempo está aprendendo português? 9 meses

2-Qual a razão para aprender o português? Trabalho X Estudo X Cultura X hobby outra

3-Como você está aprendendo o português? Curso X livro(qual?) X (Berlitz) fitas X televisão X outro - Sair com brasileiros.

4-Como você descreveria o aprendizado do português? fácil difícil mais ou menos? X divertido X cansativo outro

5-Você está usando algum material áudio visual para aprender português? fita de vídeo cd cd-rom X – Nossa Língua Portuguesa site da Internet?

6-Gostaria de usar uma maneira mais interativa para aprender? sim não X Porque vou embora do Brasil no fim do ano.

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ATIVIDADES CULTURAIS