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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA ROSAURA MARIA PIMENTA DE SOUZA ORGANIZAÇAO DO TRABALHO X DORT/LER Processo de trabalho dos profissionais de odontologia na rede pública de saúde. CORINTO MINAS GERAIS 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

ROSAURA MARIA PIMENTA DE SOUZA

ORGANIZAÇAO DO TRABALHO X DORT/LER

Processo de trabalho dos profissionais de odontologia

na rede pública de saúde.

CORINTO – MINAS GERAIS

2013

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ROSAURA MARIA PIMENTA DE SOUZA

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO X DORT/LER

Processo de trabalho dos profissionais de odontologia

na rede pública de saúde.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Especialização em Atenção Básica

em Saúde da Família, Universidade Federal de

Minas Gerais, para obtenção do Certificado de

Especialista.

Orientadora: Andréa Maria Duarte Vargas

CORINTO – MINAS GERAIS

2013

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ROSAURA MARIA PIMENTA DE SOUZA

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO X DORT/LER

Processo de trabalho dos profissionais de odontologia

na rede pública de saúde.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família,

Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do Certificado

de Especialista.

Orientadora Prof.ª: Andréia Maria Duarte Vargas

Banca Examinadora

Prof.ª Andréia Maria Duarte Vargas – Orientadora

Prof.ª. Ayla Norma Ferreira Matos – Examinadora

Aprovado em Corinto: 03/05/2014

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RESUMO

Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT’s) ou lesões por esforços

repetitivos (LER), são considerados doenças que atingem os músculos, tendões, nervos e

articulações principalmente dos membros superiores. É uma patologia de difícil diagnóstico,

seu tratamento deve ser feito de forma multidisciplinar e sua prevenção é a melhor maneira de

evitá-la. Este estudo teve como objetivo conhecer a doença DORT/LER e fazer uma proposta

de intervenção para prevenção desta patologia nos cirurgiões-dentistas da Atenção Primária

de Curvelo/MG. Foi feita uma revisão bibliográfica sobre o tema proposto e elaborado um

plano de intervenção. É preciso que cirurgião-dentista se organize melhor no seu ambiente de

trabalho, adote hábitos saudáveis, evite o sedentarismo e pratique atividades físicas. Através

desta conscientização e mudança de atitude, ele irá desenvolver suas atividades sem que sofra

desgastes físicos e psicológicos, levando a uma melhoria na sua qualidade de vida e saúde em

geral.

Palavras-chave: DORT/ LER. Cirurgião-dentista. Prevenção.

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ABSTRACT

The work-related musculoskeletal disorders (WMSD’s) or repetitive strain injuries (RSI), are

considered diseases affecting the muscles, tendons, nerves and joints mainly the upper limbs.

It is a difficult to diagnosis, treatment should be done in a multidisciplinary way and its

prevention is the best way to avoid it. This study aims to understand the disease WRMSD /

RSI and make a proposal for intervention to prevent this pathology dentists Primary Care

Curvelo/MG. A literature review on the proposed and developed an action plan theme was

taken. We need dentists to organize better in your work environment, adopt healthy habits,

avoid sedentary lifestyle and practice physical activities. Through this awareness and attitude

change, it will develop its activities without suffering physical and psychological exhaustion,

leading to an improvement in their quality of life and overall health.

Keywords: WMSD / READ. DDS. Prevention.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5

2. OBJETIVO ...................................................................................................................................... 6

3. METODOLOGIA ........................................................................................................................... 7

4. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................................... 8

4.1. Definição dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). ................... 8

4.2. Etiologia dos DORT ................................................................................................................ 9

4.3. Prevalência dos DORT .......................................................................................................... 10

4.4. Estágios do DORT ................................................................................................................. 13

4.5. Tipos de DORT ...................................................................................................................... 14

4.6. Tratamento dos DORT........................................................................................................... 16

4.7. Prevenção dos DORT ............................................................................................................ 18

4.8. Processos de trabalho em Odontologia .................................................................................. 19

5. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DE DORT/LER VOLTADA PARA

PROFISSIONAIS CIRURGIÕES-DENTISTAS DA ATENÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE

CURVELO/MG. ................................................................................................................................... 24

5.1. CONHECENDO O MUNICÍPIO DE CURVELO E O PROCESSO DE TRABALHO DOS

CIRURGIÕES-DENTISTAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: ............................................................... 24

5.2. Justificativa: ........................................................................................................................... 25

5.3. Objetivo: ................................................................................................................................ 25

5.4. Grupo de Trabalho: ................................................................................................................ 25

5.5. Plano de Ação: ....................................................................................................................... 25

5.6. Cronograma: .......................................................................................................................... 32

5.7. Recursos:................................................................................................................................ 32

5.8. Gestão do Plano: .................................................................................................................... 33

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 34

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 35

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1. INTRODUÇÃO

O trabalho é fundamental na vida do ser humano. Ele garante realizações alegrias e dignidade

além de prover a vida material. Ele é a essência do ser humano. Contudo, o trabalho quando é

realizado sem organização e sem métodos pode provocar doenças, diminuição da capacidade

vital e até a morte.

Diferentes situações de estresse, tempo insuficiente para o descanso e lazer, bem como a falta

de organização do trabalho e sedentarismo podem ocasionar doenças em nossa época.

Este trabalho destaca uma doença laboral, DORT/LER, que acomete os cirurgiões-dentistas,

pois o exercício da sua profissão pode levar ao surgimento de tais patologias.

O DORT/LER é considerado um problema a saúde pública é a segunda maior causa de

afastamento do trabalho no Brasil, tendo um impacto na saúde pública (O’NEILL, 2003).

De acordo com Bueno (2004) é preciso aumentar os conhecimentos sobre o exercício da

profissão odontológica, seus riscos e implicações que estão sujeitos. Segundo Faria (2003)

precisamos de uma maior divulgação de informações sobre a profissão, bem como em relação

a prevenção das patologias laborais.

Apresentar a ergonomia no trabalho como papel importante neste processo de melhoria da

saúde laboral e é tida como um princípio importantíssimo na prevenção de DORT/LER.

(MEDEIROS, 2012)

Pressupõe-se que ao abordar este tema e elaborar um plano de ação conseguir-se a diminuir

ou evitar os transtornos causados pela DORT/LER, relacionados ao trabalho dos cirurgiões-

dentistas da Atenção Primaria de Curvelo/MG, através de conhecimento adquiridos dando

ênfase a prevenção.

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2. OBJETIVO

Objetivo geral:

Conhecer a doença DORT/LER e fazer uma proposta de intervenção para a prevenção desta

patologia nos cirurgiões-dentistas da Atenção Primária de Curvelo/MG.

Objetivos específicos:

Destacar a patologia DORT/LER, identificar seus sinais e sintomas, fatores de risco

principais lesões e apontar possíveis medidas de prevenção e formas de tratamento de

DORT/LER.

Conhecer as principais formas de organização do processo de trabalho em odontologia

nos serviços públicos (SUS).

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3. METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema. Para esta revisão foram realizadas buscas

nas principais bases de dados virtuais: Bridge Base Online (BBO), Literatura latino-americana

e do Caribe (LILACS), Scientif Electronic Library Online (SciELO), Medical Literature

Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Cochrane Labrary (COCHRANE); onde

foram utilizadas as seguintes palavras-chave: DORT/LER, Cirurgião-dentista, prevenção.

Foram selecionados 58 produções técnico-científicas, segundo o tema, importância e escritos

na língua portuguesa, publicados no período de 2002 a 2013; sendo estes lidos, analisados e

utilizados para a elaboração desse TCC. Para a elaboração da proposta de intervenção foi

utilizado o método de estimativa rápida, que possibilita a coleta de informações visando a

elaboração de um plano de ação, através dos registros existentes, entrevistas com questionário

e observações. Os dados obtidos por este método Possibilitarão identificar os problemas dos

cirurgiões-dentistas e priorizar o foco da proposta de intervenção da Atenção Primária de

Curvelo.

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4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1. Definição dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).

A sigla LER (Lesões por Esforços Repetitivos) é a tradução de um termo internacional do

inglês Repetitive Strain Injurie (RSI) e DORT’s do inglês Work-related musculoskeletal

Disosders (WMSDS), elaborada para identificar um conjunto de doenças que atingem os

músculos, tendões, nervos e articulações principalmente dos membros superiores (dedos,

mãos, punhos, antebraços e braços) e eventualmente membros inferiores e coluna vertebral

(pescoço, coluna torácica e lombar), em decorrência de sobrecarga do sistema músculo-

esquelético no trabalho (BRASIL, 2006).

A sigla DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho tem sido adotada pelo

INSS desde 1998. Tecnicamente tem o mesmo significado de LER (BRASIL, 2006).

Entretanto, a revisão da norma técnica do INSS de 1998, alterou a terminologia e trouxe

restrições de direitos previdenciários. Desse modo, os termos LER e DORT têm sido

utilizados como sinônimos (BRASIL, 2006).

Para todos os efeitos e garantias de direito do trabalhador, segurado da previdência social, as

LER /DORT são consideradas doenças do trabalho e equiparadas ao acidente do trabalho.

No Brasil adotou-se, o termo DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho),

mais adequado, substituindo o termo LER, pois englobam vários outros estados dolorosos,

sem a necessária presença da lesão tecidual (BRASIL, 2006).

Segundo Kotliarenko (2005) e Rasia (2004), existem várias denominações para intitular as

LER/DORT: Distúrbios ou Desordens por Trauma Cumulativo, Síndrome da Sobrecarga

Ocupacional, Síndrome do Esforço Repetitivo, Distúrbios Músculo-Esqueléticos

Ocupacionais, Síndrome Ombro-Braço, Síndrome do Membro Superior, Síndrome

Cervicobraquial Ocupacional, Síndrome da Hipersolicitação, Síndrome da Dor Crônica do

Membro Superior, Injúrias por Uso Repetitivo, Lesões de Sobrecarga Ocupacional, Injúrias

Ocupacionais de Esforço de Repetição, Distúrbios do Membro Superior Relacionados ao

Trabalho. Porém, tais denominações ainda não descrevem satisfotoriamente o DORT, pois as

afecções ósseas ocupacionais são quase todas exclusivas dos "acidentes" de trabalho,

excluindo os distúrbios ligamentares e as neuropatias periféricas.

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Entretanto devemos considerar como LER/DORT apenas as enfermidades da coluna cervical,

cintura escapular e membros superiores, excluindo, entretanto outros segmentos do corpo;

porém, deve ser considerado qualquer distúrbio que seguramente esteja relacionado ao

trabalho, independente do local afetado (BRASIL, 2006).

As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao

Trabalho (DORT) são os nomes dados às afecções de músculos, de tendões, de sinóvias, de

nervos, de fáscias e de ligamentos, isoladas ou combinadas, com ou sem degeneração de

tecidos. Elas atingem principalmente os membros superiores, a região escapular e a região

cervical. Tem origem ocupacional, decorrendo, do uso excessivo e repetido da musculatura

supracitada e da manutenção de postura inadequada (OLIVEIRA, 2007).

Quando o trabalho é realizado sob condições inadequadas, pode prejudicar a saúde,

provocando doenças, reduzindo a vida útil e até levar à morte. Assim, as empresas podem

contribuir no desenvolvimento de patologias como colaboradores de adoecimento ou como

desencadeadores das doenças ocupacionais em conseqüência do ambiente organizacional

(HELOANI; CAPITÃO, 2003).

4.2. Etiologia dos DORT

Como afirmam Assunção e ALMEIDA (2003), as LER/DORT desafiam as condutas médicas

tradicionais, pois são multideterminadas, exigindo investigações dos aspectos biomecânicos,

cognitivos, afetivos, entre outros, da atividade desenvolvida pelos pacientes, dificultando a

atuação dos profissionais da saúde, preparados para trabalhar de acordo com o paradigma

biológico da medicina.

Os DORT não possuem uma causa específica conhecida para seu aparecimento, porém

existem alguns fatores relacionados à organização do trabalho que podem ser coligados como

contribuintes para o seu desenvolvimento. No processo de trabalho dos profissionais da

Odontologia pode ser citado o descuido com fatores ergonômicos (jornadas de trabalho longas

e excessivas; falta de intervalos apropriados entre os atendimentos, técnicas incorretas,

posturas indevidas, força excessiva na execução de tarefas, monotonia e repetitividade das

ações), somado a fatores de ordem mecânica (equipamentos, acessórios, mobiliários,

posicionamento, distâncias) (ARAÚJO; PAULA, 2003).

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Fernandes e Guimarães (2007) complementam apontando ainda fatores ligados à

psicodinâmica do trabalho ou aos desequilíbrios psíquicos também derivados do processo de

adoecimento. A identificação de tais fatores de risco para a doença abre espaços para algumas

propostas de mudanças na organização do trabalho odontológico na busca de melhoria das

condições laborais e, em consequência, melhora da qualidade de vida dos cirurgiões-dentistas.

Para tanto se faz necessários estudos ergonômicos que indiquem os procedimentos a serem

seguidos por esses profissionais e pelas indústrias de equipamentos objetivando a promoção, a

proteção e a recuperação da qualidade de vida no exercício da Odontologia.

Conforme ensina Frota et al (2008) as DORT’s são distúrbios do aparelho locomotor de

etiologia ligada à atividade laboral, ou seja, relacionadas ao trabalho, e tem apresentado

incidência crescente no mundo inteiro.

Pessoa, Cardia e Santos (2010), confirmam que obviamente a presença de dores e limitações,

em decorrência da patologia, contribui consideravelmente para o surgimento de sintomas de

ansiedade e de depressão, acompanhada de angústia e do medo no que tange um futuro

incerto.

4.3. Prevalência dos DORT

Encontramos na literatura vários estudos referentes a prevalência de reclamações de dores

musculoesqueléticas, o que aponta para índices entre 77,5% e 94,7% na categoria profissional

dos cirurgiões-dentistas (CARNEIRO, 2005; KOTLIARENKO et al, 2009; RÉGIS FILHO,

MICHELS e SELL, 2006; TELES, 2009; VALÉRIO, LIMA e OLIVEIRA, 2008). Segundo

esses mesmos autores, 7,5% e 23% dos profissionais relataram já ter faltado ao trabalho em

consequência das dores provocadas pelos DORT.

Cerca de 30% das causas de abandono prematuro da profissão entre os odontólogos tem essa

doença como responsável (SANTOS FILHO e BARRETO, 2001).

Regis Filho, Michels e Sell (2006) e Szymanska (2002) apontaram em seus estudos a

prevalência de cerca 47% de casos de DORT em profissionais com tempo de atuação entre 10

e 19 anos. Tal número é aumentado conforme aumenta o tempo da prática odontológica.

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Autores como Durante e Vilela (2001), Régis Filho, Michels e Sell, (2006), sugerem uma

associação entre os sintomas do DORT e o exercício da profissão, ou seja, quanto maior o

tempo de profissão maior a probabilidade do surgimento dos sintomas do DORT. Segundo

pesquisadores a faixa etária de 30 a 49 anos, é citada como a mais afetada, contudo foi

observada por alguns autores, uma predisposição de ocorrência da doença em cirurgiões-

dentistas com idade entre 41 e 60 anos. O fato é que o DORT atinge os profissionais da faixa

etária de maior produtividade

É importante salientar que temos evidências de que quanto mais especializado for o cirurgião-

dentista, mais repetitivos serão os seus movimentos. Isso contribui para o aumento da

probabilidade de desenvolvimento do DORT nesses profissionais. Além disso, foi constatado

que entre os cirurgiões-dentistas, as especialidades que geram mais reclamações de dores

musculoesqueléticas são a endodontia (61% a 70,5%), cirurgia (46,9% a 48,1%), dentística

(46,9% a 51,5%), e periodontia (44,9% a 46,9%) (CARNEIRO, 2005; TELES, 2009).

Pesquisas indicam que o sexo feminino é o mais acometido pelos DORT’s. Segundo Regis

Filho, Michels e Sell (2006), a estatística é de 67,5% de dentistas do sexo feminino e 51% do

sexo masculino apresentando sintomatologia de dor musculoesquelética. No trabalho de

Carneiro (2005) o resultado constatou a prevalência de 94% entre as mulheres e 86% entre os

homens. Já em estudos feitos por Rising et al (2005) apontam maior intensidade de dor por

parte das mulheres em relação aos homens. Essa situação pode ser explicada, segundo o autor,

pelo fato das mulheres estarem mais sujeitas ao estresse emocional por causa de fatores como:

jornada dupla de trabalho e seu próprio organismo ser mais suscetível culturalmente e

fisicamente ao assumir as responsabilidades como dona-de-casa, esposa e mãe, alem do uso

de anticoncepcionais e mudanças hormonais durante o ciclo menstrual que fazem parte de sua

rotina. Também se deve considerar uma explicação biológica que cita o desenvolvimento

osteomuscular das mulheres, inferior aos homens, que possuem menos fibras musculares,

menor capacidade de armazenar e converter o glicogênio em energia útil.

Shrestha, Singh e Niraula (2008) e Valério, Lima e Oliveira (2008) em estudos relativos a

prevalência de dor na coluna vertebral feitos por constataram, respectivamente, 79,4% e 94%

dos cirurgiões-dentistas com queixas de dor nessa região. Várias outras observações sobre

prevalência de sintomas de DORT apontaram a região lombar como correspondente a 46% a

87,5% das queixas, a região cervical por 25% a 70% e a região torácica por 10% a 39%. O

pescoço (9% a 38,8%), ombros (20% a 65%), braços (cerca de 14%), antebraços (cerca de

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26%) punhos e mãos (25% a 52%); cotovelos (entre 13% e 18%) também são prevalentes na

sintomatologia de DORT em cirurgiões-dentistas. Autores como Alexopoulos, Stathi e

Charizani (2004), Araújo e Paula, (2003), Kotliarenko et al (2009), Loges (2004), Rising et al

(2005), Teles (2009), confirmam tais estudos.

A ocorrência de dores noturnas nas pernas, nos pés, nos quadris, nos joelhos e nos tornozelos

também é prevalente (ARAÚJO e PAULA, 2003; VALÉRIO, LIMA e OLIVEIRA, 2008).

Entretanto, as patologias mais frequentemente encontradas são: degeneração dos discos

invertebrais das regiões cervical e lombar da coluna; bursite; inflamação das bainhas

tendinosas e artrite das mãos (GRAÇA, ARAÚJO e SILVA, 2006).

Para Vallachi e Vallachi (2003) a evidência progressiva de DORT incluindo quadro de

morbidades que incide sobre os profissionais da Odontologia, paralelamente às alterações

fisiológicas, relaciona-se à prática comum aos cirurgiões-dentistas de ficarem sentados

durante longos períodos, pois essa posição gera um aumento de pressão nos discos vertebrais

e leva a alterações degenerativas na coluna vertebral.

Podemos observar que em alguns períodos do ciclo de vida há uma maior incidência de lesões

músculo-esqueléticas em decorrência do trabalho, como por exemplo, a gravidez e a

menopausa. Igualmente acontece em relação a determinadas doenças crônicas, como o

hipertiroidismo, doenças renais, diabetes e doenças do foro reumatológico ou mesmo

antecedentes pessoais de traumatismo, que formam situações de maior susceptibilidade às

LER/DORT. Temos também o consumo de álcool e os hábitos tabágicos que podem predispor

o aparecimento de miopatias, neuropatias e cardiopatias (SERRANHEIRA et al., 2003).

É de senso comum entre autores a opinião sobre o fato de que ainda que o cirurgião-dentista

tenha acesso aos melhores equipamentos projetados seguindo modernas recomendações

ergonômicas e mantendo uma posição neutra, ele sempre terá movimentos repetidos de flexão

para a frente, rotação da cabeça, inclinação do pescoço e do tronco para um único lado. No

decorrer do tempo, os músculos responsáveis por essa rotação do corpo possivelmente se

tornarão mais fortes e curtos de um lado e mais fracos e alongados do outro. Essa situação que

pode forçar a coluna vertebral de forma assimétrica causando desalinhamento nesse órgão e

redução dos movimentos laterais do tronco (VALLACHI e VALLACHI, 2003).

Com o propósito de minimizar o stress físico e mental provocado pela execução de tarefas que

exigem concentração e precisão, em 2004, a American Dental Association recomendou a

rotatividade entre consultas com procedimentos simples e os mais complexos, propiciando a

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criação de períodos de menos stress para que o profissional não sofra tanta fadiga.

Recomendou, também, o hábito de pausas de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalho, para

realização de exercícios de alongamento neste período (TELES, 2009). Também importante

para a prevenção de lesões musculares, é a conservação da saúde dos cirurgiões-dentistas de

modo geral, fator que pode ser administrado através de dieta balanceada e exercícios físicos

regulares (CARVALHO et al, 2007).

As estatísticas apuradas sobre DORT no Brasil são deficientes, entretanto o número de

diagnósticos é bastante considerável, levando o Ministério da Saúde a afirmar que o país vive

uma epidemia em relação aos DORT (BRASIL, 2006b). O aumento do número dessa

patologia no Brasil tem como principais fatores de contribuição, insatisfação no trabalho, a

falta de organização, despreparo de médicos e de outros profissionais envolvidos no

atendimento aos portadores da doença, ações políticas, influência da ação de sindicatos,

sistema trabalhista permissivo além de fatores psicológicos e sociais; condições de trabalho

inadequadas associadas a fatores não-ocupacionais (HELFENSTEIN, 2008). As

características individuais, sua personalidade e história pregressa não são também

consideradas na abordagem do problema (FERNANDES e GUIMARÃES, 2007).

4.4. Estágios do DORT

Os sinais e sintomas de uma possível lesão podem ser: sensação de peso; dormência; dor em

movimento específico; perda de sensibilidade; formigamento; dor generalizada ao repouso;

perda de força e inchaço (LIMA, 2001).

Também Regis Filho et al. (2006); Almeida (2006) falam sobre os DORT’s afirmando que

representam uma consequência tardia do mau uso contínuo de um delicado conjunto

mecânico que são os membros superiores e regiões adjacentes do corpo humano, seja por

compressão mecânica, uso de força excessiva ou posturas desfavoráveis das articulações

instituindo-se como um problema de saúde pública, principalmente no que tange à saúde

ocupacional, isso devido ao grande número de pessoas que estão sendo acometidas e inclusive

pelo grande número de casos, sua gravidade e conseqüências.

Conforme Rosenberg (2005) há quatro estágios do DORT que são classificados da seguinte

maneira: no primeiro estágio, a dor aparece durante os movimentos e é difusa. Ocorre a

presença de desconforto e sensação de peso que suavizam com o repouso; no segundo estágio,

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a dor é mais insistente e localizada, mas o quadro ainda é leve. Os sintomas diminuem com o

repouso prolongado. Neste caso se as condições de trabalho forem alteradas, ainda é possível

reverter o quadro no processo de trabalho; no terceiro estágio, a doença já é crônica. As

inflamações tornam o processo degenerativo, podendo afetar os nervos e os vasos sanguíneos

de maneira altamente prejudicial. Em seguida a dor é sentida em pontos definidos e não se

interrompe nem mesmo durante períodos de repouso; no quarto estágio, os processos

inflamatórios podem provocar deformidades, como inchaços, cistos e perda de potência

muscular. A dor se intensifica podendo se tornar insuportável e então, até atividades triviais

cotidianas tornam-se impraticáveis. Muitas vezes nessa fase o profissional precisa ser

submetido a cirurgias e tratamentos fisioterapêuticos. O profissional acaba tendo que se

afastar-se por tempo indeterminado da atividade profissional ou até definitivamente.

4.5. Tipos de DORT

Em um artigo intitulado “Saiba mais sobre Lesões por Esforço Repetitivo” foram publicados

aspectos causais da doença, no qual o uso excessivo de determinadas articulações do corpo,

em geral relacionado a profissões como o cirurgião-dentista, indica a possibilidade do

surgimento de determinadas doenças ocupacionais. O artigo aponta a existência de várias

doenças que podem ser incluídas nesse grupo de LER, cada uma delas com características

diferentes, porém, que levam aos sintomas de dor, fraqueza e cansaço das articulações,

impedindo a pessoa de realizar normalmente suas atividades laborais. Nele foram citados os

principais tipos de LER:

a) Síndrome do Túnel do Carpo: essa é considerada a mais comum dos tipos de LER; ocorre

pela compressão do nervo Mediano, que se origina no braço e passa pelo punho, numa região

denominada Túnel do Carpo. Com o uso excessivo dos dedos e punhos, inicia-se uma

inflamação e inchaço das estruturas que passam pelo Túnel do Carpo; o resultado é a

compressão do nervo mediano. O nervo passa a ficar enfraquecido e provoca a sensação de

formigamento e amortecimento dos dedos das mãos, sobretudo dos dedos polegar, indicador e

médio. Neste caso é indicado que se faça o teste de Eletro miografia para medir a condução

do nervo mediano. O tratamento é feito através do uso de antiinflamatório para aliviar o

problema e reduzir a dor. Além disso, o uso de munhequeiras ajuda a manter a articulação dos

punhos imobilizada para que a dor seja aliviada. Recomenda-se também o repouso das

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articulações para diminuir a inflamação. A cirurgia para descompressão do mesmo somente é

recomendada em casos mais austeros. A cirurgia obtém melhora em 95% dos casos.

b) Tendinites dos Extensores dos Dedos: o termo tendinite quer dizer inflamação nos tendões

e na maioria das vezes é causada por uso excessivo da articulação envolvida poder incidir em

qualquer articulação, sendo mais comum nos punhos, nos joelhos, ombros e cotovelos. Por

causa da inflamação ocorre dor quando movimenta as articulações envolvidas. O diagnóstico

clínico é feito de acordo com as queixas do paciente, que geralmente são de dor, fraqueza ou

queimação no local. O tratamento é feito através de antiinflamatório e repouso da articulação

envolvida.

c) Tenossinovites dos Flexores dos Dedos: os tendões flexores dos dedos se apresentam na

parte da palma das mãos e são cobertos por uma bainha chamada sinovial, que tem a função

de fazer com que a contração do músculo fique mais suave. O termo tenossinovite é utilizado

quando acontece a inflamação dessa bainha sinovial, nos tendões que fazem a flexão dos

dedos. Com a inflamação da bainha, a contração do músculo para movimentar os dedos,

provocará o sintoma de dor local, e o movimento das mãos ficará comprometido. O

diagnóstico da tenossinovite será feito através do relato do paciente de dor na parte interna da

mão ao realizar o movimento de flexão dos dedos. O tratamento indicado é uso de

antiinflamatórios para aliviar a dor e a inflamação e o repouso das articulações envolvidas.

d) Tenossinovite Estenosante (Dedo em Gatilho): essa doença envolve os tendões flexores dos

dedos das mãos que passam por túneis dentro dos dedos. Caso ocorra a formação de nódulos

sobre os tendões ou um inchaço na bainha que o cobre, ele ficará mais largo e será

comprimido nos túneis por onde passa. Ao mexer os dedos, o paciente sentirá um estalo ou

escutará um barulho na articulação envolvida, especialmente no meio dos dedos. O

diagnóstico será feito pelos sintomas relatados na anamnese. Novamente o tratamento mais

indicado para este problema é o uso de antiinflamatórios e repouso das articulações.

e) Epicondilite Lateral: também conhecida por “cotovelo de tenista”, é provocada pela

inflamação das pequenas protuberâncias dos ossos do cotovelo, os epicôndilos. Alguns

músculos que promovem a retificação do punho e dos dedos são presos pelos tendões no

epicôndilo lateral do cotovelo. Em consequência do uso excessivo das estruturas citadas,

inicia-se uma inflamação das mesmas, com sintomas de dor. O diagnóstico é feito observando

se o paciente queixa de dor aguda ao rodar o antebraço. É possível notar o aumento gradativo

da dor conforme o uso das articulações. Em geral o tratamento é feito com repouso das

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articulações e uso de antiinflamatórios. Também são úteis os exercícios de alongamento do

antebraço e músculos das mãos. Poderá ser indicado um suporte para o antebraço, com o

objetivo de reduzir a pressão na área afetada. Se o caso for mais grave, poderão ser injetados

corticóides no local afetado. Não ocorrendo alívio dos sintomas, poderá se indicada cirurgia.

Motta Filho et al. (2004) explanaram a respeito da Epicondilite Lateral do Cotovelo, uma das

doenças mais frequentes no cirurgião-dentista. Para os autores, a Epicondilite Lateral ou

cotovelo de tenista é uma condição comum. A partir de sua descrição, em 1882, já

aconteceram várias discussões a respeito do diagnóstico e do tratamento desta patologia. A

articulação do cotovelo é frequentemente lesionada devido a movimentos crônicos de

repetição. Portanto a dor neste local é uma queixa comum. O termo Epicondilite indica

inflamação, mesmo que a análise histológica tecidual não demonstre um processo

inflamatório. Os casos são resolvidos na maioria das vezes com tratamento conservador, que

inclui repouso e analgésicos, sendo que o procedimento cirúrgico é exceção. Infiltração local

de corticóide na área dolorosa é um método comum de tratamento incruento. Entretanto existe

pouca proeminência científica de que esse tratamento seja melhor do que o uso de

antiinflamatório. O tratamento cirúrgico é recomendado nos casos que não respondem ao

tratamento incruento. Este procedimento tem como objetivo a ressecção da área patológica de

tendinite que mais frequentemente inclui a origem do tendão extensor radial curto do corpo.

As complicações ligadas ao tratamento cruento são raras. Está relatada instabilidade

iatrogênica, então o ligamento lateral precisa ser protegido pelo cirurgião. Deve ser

considerado o procedimento cirúrgico em pacientes cuja sintomatologia persistirem por não

menos de nove meses, pois apresenta 95% de resultados de bons a excelentes. Os autores

vêem com estranheza que uma afecção tão frequente tenha tão pequeno número de trabalhos

respeitando os critérios científicos recomendados atualmente, para estabelecer protocolos

específicos ao tratamento da Epicondilite lateral.

4.6. Tratamento dos DORT

O tratamento dos pacientes com LER/DORT deve objetivar a melhora de sua qualidade de

vida, propiciando alívio dos sintomas e recuperação da capacidade de trabalho.

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Muitas vezes é necessário o afastamento do trabalho para poupar o trabalhador da exposição

aos fatores de risco (excessos no ritmo e na jornada de trabalho, pressões, esforços repetitivos,

etc.) e proporcionar-lhe uma disponibilidade maior de tempo para realização do tratamento.

Para Ikari, Mantell e Corrêa, (2007), atividades informativas devem ser inseridas no

tratamento das LER /DORT, para auxiliar o paciente na busca de sua transformação como

sujeito ativo em sua recuperação e controle clínico. Como o tratamento para as LER/DORT é

feito de forma multidisciplinar, profissionais de diferentes áreas trabalham de forma

integrada, associando diversos recursos terapêuticos, desde o uso de medicação, homeopatia,

acupuntura, fisioterapia, massoterapia, eletrotermoterapia, técnicas de terapias corporais e

ocupacionais, cinesioterapia, laserterapia e psicoterapia.

Para o sucesso do tratamento é imprescindível que haja uma abordagem interdisciplinar, posto

que nenhum profissional de saúde possua todos os conhecimentos e recursos necessários para

o desenvolvimento de um programa de tratamento e reabilitação efetiva (BRASIL, 2005).

Entretanto as imobilizações têm indicações restritas. Por isso não devem ocorrer por períodos

prolongados. Isso iria favorecer o surgimento de outros problemas no membro afetado. O uso

de órteses de posicionamento necessita que seja cuidadoso e orientado por profissional

competente (BRASIL, 2005).

É sabido que a cirurgia muito raramente traz melhora ao paciente. Assim, comumente, pode-

se identificar como um dos fatores de piora do trabalhador e dificuldade de retorno ao

trabalho (BRASIL, 2005).

Quando surgem os sintomas, inicialmente, a primeira medida a tomar é afastar-se

imediatamente dos fatores de risco, para cessar com atividades que demandam esforço

repetitivo imobilizando a região afetada. O repouso é amplamente recomendado e a procura

de um médico deve ser imediata. Como os sintomas surgem lentamente, o profissional muitas

vezes se acostuma com eles, adiando a consulta ao médico. E essa atitude compromete o

sucesso do tratamento, pois a doença vai evoluindo, e quanto mais postergado o tratamento

pior o prognóstico (SANTOS; ODA; NUNES, 2007).

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4.7. Prevenção dos DORT

As reflexões sobre as ações de prevenção contra devem LER/DORT devem iniciar pelos

envolvidos para desenhar e configurar o trabalho, pois determinam as exigências que o

trabalho impõe a quem irá executar a atividade. Para vários estudiosos a prevenção passa por

um comprometimento social amplo desde as preocupações diretas com a complexidade do

ambiente de trabalho, até as influências legais envolvendo LER/DORT (LONGEN, 2003;

apud WICZICK; DEMARCHI, 2006).

Como afirma Diniz (2008), a prevenção é a melhor maneira de evitar os distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho.

Barbosa, Santos e Trezza (2007), confirmam informando que as LER/DORT são

consequência da utilização em excesso do sistema osteomuscular ocorrendo progressivamente

no trabalhador que está sujeito a fatores de risco técnico-organizacionais. Ao entendermos os

mecanismos dessa multicausalidade, percebemos a necessidade da abordagem global para a

prevenção das LER/DORT.

A conscientização dos dentistas sobre as LER/DORT é de suma importância, e também sobre

como preveni-las. Adotar um estilo de vida saudável, com a prática de esportes, a realização

de exercícios de alongamento, atitudes que possibilitem o controle ou minimizem situações de

estresse, organização no trabalho e adoção de princípios ergonômicos são fatores que

contribuem significativamente contra estas doenças (BRASIL, 2005).

Conforme Medeiros, (2012) a ergonomia é tida como um princípio importantíssimo na

prevenção das LER/DORT. Essa ciência é responsável pelo estudo da atividade do homem no

trabalho e mantém seu foco na racionalização e simplificação do processo de trabalho,

proporcionando ao trabalhador maior produtividade, mais conforto e menos fadiga. A

ergonomia defende pontos importantes, como manter as articulações numa posição neutra e

próximas ao corpo, evitar a rotação do tronco e a pressão sobre os discos vertebrais, evitar a

flexão ventral da coluna vertebral, evitar forças e movimentos rápidos, alternar postura e

movimentos, prevenir a exaustão muscular executando pausas frequentes durante a jornada

diária.

A prática esportiva é um dos fatores de prevenção para evitar LER/DORT. A cinesioterapia

(tratamento através do movimento) abrange a utilização de exercícios e procedimentos

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manuais para devolver a reabilitação do indivíduo. A cinesioterapia pode ser passiva

(massagens e manipulações), ativa-assistida como a reeducação postural global (RPG) e

hidroterapia, e ativa, por meio do fortalecimento muscular com exercícios físicos. Exercícios

de alongamento são muito eficazes na prevenção se realizados durante as atividades diárias na

forma de ginástica laboral, serão extremamente úteis contra estas doenças. Todos os músculos

do corpo devem ser alongados durante a realização dos exercícios, entretanto

preferencialmente os mais exigidos em cada atividade laboral é que devem receber atenção

especial. A ginástica laboral é muito indicada ao cirurgião-dentista porque além de promover

a melhora da condição física do trabalhador, contribui para aumentar a disposição, a

motivação e o humor durante o trabalho (MEDEIROS, 2012).

4.8. Processos de trabalho em Odontologia

Estudos mostram que um dos fatores que levam ao DORT é a inexperiência profissional. Por

causa do desconhecimento de técnicas necessárias para executar adequadamente suas tarefas

os profissionais iniciantes sofrem maior índice de problemas em membros superiores. Os

equipamentos e os instrumentos que não estejam em equilíbrio com a fisiologia do corpo, a

ventilação do local, a os poluentes, a umidade e a temperatura do ambiente de trabalho, tudo

contribui negativamente para a saúde (GOLDENBERG, 2004). De acordo com estudos de

Régis Filho et al. (2006), o exercício da profissão obriga os dentistas a utilizarem em suas

tarefas, os membros superiores e estruturas próximos, entretanto as mãos são particularmente

mais exigidas. Portanto é perceptível que a repetitividade de uma mesma sequência de

movimentos em favor da atividade clínica, a pressão mecânica das estruturas anatômicas em

função da utilização de instrumentos de forma inadequada, posturas incorretas, e também a

utilização de forca excessiva, colaboram para a ocorrência de patologias ligadas ao exercício

laboral.

A organização do trabalho precisa objetivar o sentido do produto desenvolvido pelo

colaborador, dentro de uma conjuntura que lhe permita desenvolver suas competências,

exercendo julgamentos com livre-arbítrio para conhecer a evolução de seus resultados e se

ajustar a eles. Um leque de fatores causais repercute o tipo de organização do trabalho, onde o

trabalhador se coloca de forma adaptativa por intermédio das exigências impostas

especialmente por estímulos econômicos. Tais fatores contribuem para o desenvolvimento de

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doenças ocupacionais com origem nos desgastes físicos e psicológicos (GUIMARÃES,

2003).

Às atividades físicas devem ser compatibilizadas com os objetivos laborais, proporcionando

aumento da capacidade física e mental e adaptando o homem ao trabalho (ZUFFO, 2006).

É importante enfatizar que as características individuais dos cirurgiões-dentistas são

importantíssimas no processo de trabalho, podendo muitas vezes ser fator determinante no

surgimento de LER/DORT (ULBRICHT; ROSA, 2007).

Ao ler Bueno (2004) percebe-se uma preocupação com a saúde e bem estar dos cirurgiões-

dentistas em sua jornada de trabalho; é necessário aumentar os conhecimentos sobre o

exercício da profissão odontológica, seu cotidiano e todas as implicações, principalmente no

que tange à saúde ocupacional. Faria (2003) reforça que precisamos de uma maior divulgação

de informações sobre a profissão, bem como de medidas mais decisivas com relação à questão

preventiva.

De acordo com Bueno (2004) sendo estes profissionais assaz trabalhadores e perfeccionistas,

que priorizam e utilizam suas habilidades manuais, estão expostos ao sofrimento que traduz a

realidade de um mercado competitivo, comandado pela balança da oferta e procura.

Mudanças socioeconômicas refletem negativamente na vida dos profissionais de Odontologia,

que devido a perda salarial acaba por acumular trabalho, o que inevitavelmente traz prejuízos

à saúde da categoria. Com isso o profissional estende sua jornada de trabalho e vários tipos de

pressão são impostos ao cirurgião-dentista, gerando cargas excessivas de trabalho e expondo o

mesmo a agentes químicos por mais tempo, esforço físico, psíquico e biomecânicos (BUENO,

2004). Tudo isso representa fatores de risco ocupacional, intrínsecos à prática odontológica e

estão relacionados direta ou indiretamente às manifestações clínicas de LER/DORT. Esse

quadro se inicia desde os primeiros anos de faculdade e não somente no exercício

profissional, mas em todo ambiente inter-relacionados à Odontologia (REGIS FILHO,

MICHELS, SELL, 2006).

Obviamente os dentistas utilizam continuamente de contrações estático/dinâmicas numa

tentativa de ajuste do campo visual de trabalho, mobiliário e equipamentos. Esse esforço

estático/dinâmico quando excessivo possivelmente acarretará uma sobrecarga no aparelho

osteomioarticular devido a má posturas e alta repetitividade dos movimentos. O Trabalho

executado na cavidade oral reduz as dimensões área trabalhada e exige além de uma precisão

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enorme de movimentos, uma excelente visão. Por isso o corpo precisa se ajustar ao foco

principal de trabalho, o que requer o desenvolvimento de contrações musculares que

inevitavelmente conduzem ao desconforto, dor e à fadiga física (GRAÇA, ARAÚJO, SILVA,

2006).

Na literatura de Langoski (2001) é exposto que os cirurgiões-dentistas desenvolvem jeitos

diferentes de executarem suas tarefas, adotando posturas que se adaptem a seus trabalhos.

Para BUENO (2004) é preciso que a tecnologia seja racionalizada, simplificada e incorporada

às condições físicas do ambiente de trabalho, gerando a integração com as exigências

ocupacionais dos cirurgiões-dentistas para facilitar o desempenho laboral. Desse modo

permitirá práticas laborais em que o trabalhador desenvolva suas competências, sem que

sofrer desgastes físicos e psicológicos acentuados.

É fato que os movimentos repetitivos acompanhados do uso excessivo de força aplicada com

os membros superiores e os movimentos de precisão feitos com as mãos, elevam a

probabilidade de fadiga e reduzem a capacidade de recuperação tecidual. Dentre os quais se

observa procedimentos direta ou indiretamente relacionados ao paciente, como a manipulação

de instrumentos de trabalho, a relação com materiais odontológicos, com o equipamento, que

exigem movimentos contínuos do pescoço, membros superiores e mãos, na raspagem

coronariorradicular, como exemplo (LOPES, 2000; LANGOSKI, 2001; PEREIRA E

FREITAS, 2002).

Ainda que pareça cômodo, trabalhar sentado apresenta alguns inconvenientes. A má postura

originada pela curvatura das costas, de acordo com Zuffo (2006), se associada ao peso da

coluna, pode provocar um relaxamento dos músculos abdominais, com consequente flacidez e

problemas respiratórios. Além do mais, a pressão exercida sobre os discos intervertebrais

pode ser até 50% maior do que na posição em pé. Mas os dentistas se preocupam garantir um

bom padrão de vida sócio-econômica e por isso dedicam-se a extensas jornadas de trabalho.

Profissionais acompanhados por Ulbricht e Rosa (2007) chegaram a compor mais de dez

horas diárias de trabalho sem pausas nos intervalos de atendimento entre os pacientes. Assim,

o sedentarismo se instala insidiosamente custando um baixo gasto calórico (LOPES, 2000).

Entretanto a combinação de fatores organizacionais leva à pressão física e mental. O

cirurgião-dentista fica sujeito às enfermidades profissionais causadas pelo excesso de trabalho

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desenvolvendo desgaste cansaço muscular, cardíaco, hipertensão, fibroses, tendinites e outros

males que reduzem a capacidade de trabalho.

Grandjean (1998) assegura que as pausas durante o trabalho exercem a função de redução da

fadiga física e mental, mais especificamente nos trabalhos que exigem muito do sistema

nervoso, pois a exigência dos órgãos dos sentidos é essencial como no caso dos cirurgiões-

dentistas.

Quando o profissional adota pausas em seu trabalho, está contribuindo para o controle do

estresse. Com isso aumenta a produtividade e respeita as condições fisiológicas individuais.

Portanto Langoski (2001) afirma que o estresse ocupacional pode ser um dos fatores de

sobrecarga laboral que mais contribui para o surgimento das LER/DORT e salienta que, por

causa da natureza e condições de trabalho da realidade ocupacional que o dentista vive,

muitas literaturas indicam que a Odontologia gera mais estresse do que qualquer outra

profissão. Nessa área o organismo responde de forma crônica às ameaças diárias dentro da

situação de trabalho chegando a promover sério impacto na saúde física e mental. O estresse

vem sendo tratado como um dos mais importantes mecanismos etiopatogênicos ligado à

organização do trabalho e às alterações fisiopatológicas das LER/DORT (ULBRICHT,

ROSA, 2007).

De acordo com Ulbricht e Rosa (2007) a prática de atividades físicas regulares, entre outras

sugestões, é apontada para a prevenção e controle dos riscos ocupacionais presentes nas

atividades laborais dos dentistas, porém, conforme Zuffo (2006) para aperfeiçoar o controle, a

prevenção e a reabilitação de quem é acometido pelas LER/DORT, é necessária a

compreensão da complexidade da interação entre o homem e sua atividade ocupacional.

Desse modo, cabe ao odontólogo prevenir-se tecnicamente buscando adequação física e seus

limites. É sabido e comprovado que as atividades físicas regulares, além de melhorar a saúde,

podem conduzir à maior produtividade dos cirurgiões-dentistas para a realização de seu

exercício profissional.

Segundo Graça, Araújo e Silva (2006) é preciso que o cirurgião-dentista deixe de assumir

posturas inadequadas na tentativa de se acertarem às condições de trabalho. Eles precisam se

conscientizar de que seu maior patrimônio é o corpo e que devem adotar métodos que possam

prevenir e/ou minimizar os possíveis distúrbios osteomioarticulares.

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Langoski (2001) afirma que não se deve atribuir a responsabilidade sobre o comportamento

postural inadequado somente a fatores individuais ou ambientais. Deve-se avaliar sob a ótica

da realidade ocupacional, levando em consideração o contexto e as condições de trabalho às

quais o dentista se submete no exercício da função. Os cirurgiões-dentistas exercem

particularmente atividade laboral de natureza sedentária com um gasto energético mínimo,

fator de acréscimo à deterioração do complexo osteomioarticular com repercussão na saúde

global. Além disso o autor ressalta que, ao enfrentarmos os desafios na execução de tarefas e

funções incompatíveis com nossas expectativas, podemos adquirir doenças resultantes da

incapacidade de nos adaptar ao meio.

As atividades físicas regulares, de forma variada e em níveis adequados, devem suprir as

necessidades especiais dos cirurgiões-dentistas no contexto da LER/DORT, adaptando-os à

sua realidade ocupacional e, que sejam individualizadas, atendendo e promovendo melhorias

à saúde global desses profissionais.

Para Silva (2003) o odontólogo é o responsável por sua preparação tecnicamente e deve

buscar adequação física observando seus limites fisiológicos. Um estilo de vida saudável

condiciona o cirurgião-dentista a adquirir hábitos cotidianos tais como, alimentação saudável,

atividades físicas regulares e manejo eficaz do tempo entre outros. O profissional de

Odontologia deve ampliar a capacidade de perceber o contexto histórico do mundo e da sua

realidade ocupacional, no enfrentamento dos desafios e dificuldades que vão surgindo ao

longo do caminho.

A partir do instante em que o odontólogo recebe orientações para a prática de atividade física

laboral e tem motivação e consciência para continuar realizando tais atividades, ele será o

responsável pela promoção de seu próprio bem-estar pessoal e profissional (ASSUNÇÃO;

ALMEIDA, 2003).

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5. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA PREVENÇÃO DE DORT/LER

VOLTADA PARA PROFISSIONAIS CIRURGIÕES-DENTISTAS DA ATENÇÃO

BÁSICA DO MUNICÍPIO DE CURVELO/MG.

5.1. CONHECENDO O MUNICÍPIO DE CURVELO E O PROCESSO DE

TRABALHO DOS CIRURGIÕES-DENTISTAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA:

O município de Curvelo, com área territorial de 3.289.789 km² e população de 74.219

habitantes (IBGE – 2010) está localizado na região central do Estado de Minas Gerais.

Pertence a macrorregional central e à microrregional de Curvelo, sendo pólo de referência

para 10 outros municípios. É participante do Consórcio Intermunicipal do Médio Rio das

Velhas (CISMEV).

O Sistema de Saúde é alicerçado em 02 (dois) hospitais, 03 (três) centros de Saúde, 14

equipes de Estratégias Saúde da Família – ESF, 01 Programa agentes comunitários de saúde

(PACS), 01 Núcleo Odontológico Infantil, 05 equipes de saúde bucal inseridas nas ESF e 01

Pronto Atendimento de urgências e emergências. Conta com o apoio do CRAS (Centro de

Referência e Assistência Social) e NASF (Núcleo de Assistência a Saúde da Família) que

trabalham em parceria com todo município.

Para o atendimento da população de Curvelo, existem 20 cirurgiões-dentistas, sendo 15

locados em Postos de Saúde e 05 nas ESF. Entre estes profissionais, 15 aceitaram participar

da pesquisa que serviu de base para a elaboração da proposta de intervenção. A carga horária

de trabalho dos envolvidos na pesquisa varia entre 30 e 40 horas semanal, sendo que 10

profissionais trabalham 6 horas/dia, enquanto os demais 8 horas/dia, sendo estes últimos os

inseridos nas 05 unidades ESF. Os profissionais com carga horária de 30 horas semanais

realizam todo o trabalho inserido nos consultórios odontológicos, os demais além deste

trabalho participam de processos multiprofissionais das ESF e atividades no seu território

adscrito.

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5.2. JUSTIFICATIVA:

Segundo a revisão bibliográfica, os cirurgiões-dentistas fazem parte do grupo de risco para

acometimento de DORT, em virtude de exercer sua profissão com uso de posturas

inadequadas, movimentos repetitivos, falta de intervalo entre atendimentos, estresse e estilo

de vida inadequada podendo levar ao surgimento da doença.

A realidade do município de Curvelo não é diferente, conforme foi descrito anteriormente,

sendo que são relatados casos de acometimentos e afastamentos em consequência do DORT,

esta informação foi obtida tanto pelo questionário que foi aplicado, bem como por meio de

relatos informais.

Portanto, faz-se necessário informar e orientar os cirurgiões-dentistas da Atenção Primária de

Curvelo/MG sobre a existência de medidas de prevenção para melhoria e recuperação de sua

saúde com a elaboração de uma proposta de intervenção com enfoque na prática de atividade

física laboral, com destaque para os alongamentos, antes, durante e depois do exercício das

atividades profissionais de cada um.

5.3. OBJETIVO:

O principal objetivo é levar aos cirurgiões-dentistas da Atenção Primária de Curvelo/MG,

juntamente com a equipe multiprofissional do Núcleo de Assistência a Saúde da Família

(NASF), orientações e informações sobre o DORT e a importância da ginástica laboral para a

prevenção, controle e recuperação dos DORT.

5.4. GRUPO DE TRABALHO:

Coordenador do setor de Odontologia da Prefeitura Municipal de Curvelo, dentista autora da

proposta, profissionais do NASF (fisioterapeuta e psicólogos) e demais cirurgiões-dentistas da

rede, funcionários da Estratégia de Saúde da Família Santa Cruz (médico, enfermeira, dentista

e agentes de saúde).

5.5. PLANO DE AÇÃO:

Para a elaboração de um projeto envolvendo os cirurgiões-dentistas da Atenção Primária de

Curvelo, inicialmente foi elaborado um questionário com 10 perguntas, com a colaboração de

uma técnica em saúde bucal, a opção por esta colaboração, ocorreu em virtude da mesma

acompanhar todo o trabalho de um dos profissionais participantes da pesquisa dentro dos

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consultórios odontológicos da Rede Municipal. As perguntas selecionadas foram coletadas a

partir de dados de projetos semelhantes, sendo as seguintes:

a) Quanto tempo você tem de formado e de atuação na rede pública?

b) Qual a duração de sua jornada de trabalho?

c) Qual a média de pacientes que você atende durante o dia e qual a duração do

atendimento?

d) Realiza outro trabalho além do de cirurgião-dentista?

e) Possui hábito de fazer pausas entre os atendimentos?

f) Já sentiu alguma dor ou desconforto causado pelo seu trabalho? Caso sim quais os

locais mais frequentes?

g) Já teve alguma patologia que tenha sido causada pelo exercício profissional da

Odontologia?

h) Você conhece os riscos ocupacionais (biológicos, físicos, ergonômicos e químicos)

relacionados a sua profissão?

i) Você conhece a que é LER/DORT?

j) Você faz alguma prevenção para problemas osteomusculares?

Este questionário foi levado ao grupo de cirurgiões-dentistas da Atenção Primária de Curvelo

que aceitou participar do projeto. Os dados foram registrados em uma planilha. Essa etapa foi

feita em dias e horários diferentes para cada cirurgião-dentista participante.

Após a conclusão do preenchimento de todos os questionários, obtiveram-se os seguintes

resultados estatísticos, destacando:

a) 70% dos entrevistados tem de 20 a 30 anos de formação e já realizam trabalho na Rede

Pública por período praticamente semelhante ao da formação; enquanto os 30%

restantes trabalham na Rede Pública de 01 a 10 anos;

b) 30% dos entrevistados trabalham 08 horas/dia e os 70% restantes 06 horas/dia;

c) A maioria dos entrevistados atende em média de 08 a 10 pacientes, com uma duração

do atendimento de 30 a 60 minutos;

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d) Nenhum entrevistado realiza outra atividade remunerada;

e) 90% dos entrevistados não fazem nenhuma pausa entre os atendimentos, e 10% às

vezes fazem alguma pausa;

f) Todos os entrevistados já sentiram ou sentem alguma dor ou desconforto. Os locais

mais frequentes são: coluna, membros superiores; cabeça (pescoço); membros

inferiores.

g) 80% dos entrevistados relataram que a grande maioria das suas queixas relacionadas a

dor são consequências da profissão de cirurgião-dentista, dentre as patologias relatadas

a maioria são do aparelho motor (dor na coluna, ombros mãos, etc.) ou distúrbios

circulatórios (principalmente hipertensão e varizes nas pernas).

h) Todos entrevistados conhecem os riscos ocupacionais;

i) A grande maioria dos entrevistados conhece e já leu alguma coisa sobre LER/DORT;

j) 80% dos entrevistados não fazem qualquer prevenção ou atividade física, enquanto

20% praticam alguma atividade física, mas não alongamento específico para

prevenção de LER/DORT.

Os resultados obtidos com o questionário foram apresentados pela autora, numa reunião com

membros do NASF e da equipe da ESF Santa Cruz. Concluiu-se que a grande maioria dos

entrevistados não sabe como se prevenir nem como amenizar a própria dor que sentem em

função da sua atividade profissional, e que, existem vários problemas envolvendo o processo

de trabalho dos cirurgiões-dentistas da Atenção Primária de Curvelo.

Definiu-se como uma ação necessária a elaboração de um projeto, que ficou a cargo da

autora do questionário, a ser apresentado em um momento posterior e que poderá contar com

o apoio da equipe multidisciplinar para a execução do mesmo. Diante das definições, a autora

elaborou um Plano de Ação como se segue:

I) Principais problemas detectados no processo de trabalho dos cirurgiões-dentistas da

Atenção Primária de Curvelo: não fazem prevenção para DORT; não fazem pausas após os

atendimentos; dores em consequência da profissão.

II) Priorização de um problema para o qual será elaborado um projeto de intervenção:

o problema priorizado foi a falta de prática de alongamentos para a prevenção de DORT,

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selecionado devido a sua classificação ser de urgência e alta importância, além disso a

capacidade de enfrentamento do mesmo está dentro das condições da equipe.

III) Seleção dos nós críticos: foram identificados nós críticos sobre os quais a equipe

tem alguma possibilidade de ação direta com impacto sobre o problema escolhido:

Hábitos e estilos de vida;

Nível de informação;

IV) Desenho das operações: o plano de ação é composto de operações desenhadas para

enfrentar e impactar as causas mais importantes do problema selecionado. As operações

propostas para execução do plano:

Desenho de operações para os nós críticos do problema: Proposta de intervenção para a

prevenção de DORT dos cirurgiões-dentistas da Atenção Primária de Curvelo/MG

Nó crítico Operação/

projeto

Resultados

esperados

Produtos

esperados Recursos necessários

Hábitos e

estilos de vida

inadequados.

Modificar

hábitos e

estilos de

vida.

Redução dos

casos de DORT

nos cirurgiões-

dentistas da

Atenção

Primária de

Curvelo em

consequência da

prática de

alongamentos.

Prática de

alongamento

nos locais de

trabalhos dos

cirurgiões-

dentistas da

Atenção

Primária de

Curvelo.

Organizacional

organizar palestras

educativas e

demonstrações de

práticas laborais e

informativos.

Político formação de

parcerias entre o NASF e

equipes de saúde.

Financeiropara a

aquisição de recursos

audiovisuais, folhetos

educativos.

Nível de

informação.

Aumentar o

nível de

informação

dos

cirurgiões-

dentistas da

Atenção

Primária de

Curvelo

Cirurgiões-

dentistas da

Atenção

Primária de

Curvelo mais

conscientes

sobre a

patologia e sua

prevenção.

Avaliação do

nível de

informação

dos

cirurgiões-

dentistas da

Atenção

Primária de

Curvelo

Organizacional

organização da agenda;

Políticos articulação

intersetorial;

Cognitivo

conhecimento sobre o

tema e sobre estratégias

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29

sobre DORT

e ginástica

laboral.

sobre a

patologia.

de comunicação e

pedagógicas.

V) Identificação dos recursos críticos:

Recursos críticos das ações definidas para o enfretamento dos nós críticos do problema:

Proposta de intervenção para a prevenção de DORT dos cirurgiões-dentistas da Atenção

Primária de Curvelo/MG

Operação/ Projeto Recursos críticos

Prevenindo para a saúde

Financeiro para aquisição de recursos audiovisuais e

folhetos educativos.

Organizacional organizar palestras sobre DORT e

demonstrações práticas da ginástica laboral.

Político articulação intersetorial.

VI) Análise de viabilidade do plano:

Proposta de ações para motivação dos atores

Operações/

projetos

Recursos críticos CONTROLE DE RECURSOS

CRÍTICOS

AÇÕES

ESTRATÉGICAS

ATOR QUE

CONTROLA

MOTIVAÇÃO

Prevenindo

para a saúde

Financeiro para

aquisição de

recursos

audiovisuais e

folhetos

educativos.

Organizacional

organizar palestras

sobre DORT e

demonstrações

práticas da

ginástica laboral.

Secretaria

Municipal de

saúde

NASF e equipes

de saúde.

Indiferente.

Favorável.

Apresentar

projetos.

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Político

articulação

intersetorial.

Secretaria

Municipal de

Saúde.

Indiferente

Em pesquisas realizadas pela autora, foram encontrados os seguintes exemplos de práticas

laborais que poderão ser realizadas nos consultórios pelos cirurgiões-dentistas da Atenção

Primária de Curvelo, sem demandar equipamento especial e que deverão ser a base de um

folheto ilustrativo, não demandando maiores recursos para a execução do projeto:

a) Tipos de alongamentos.

Exercícios de alongamento para a prevenção de LER/DORT.

Fonte: CALDEIRAS; SILVA; BARBOSA; FRAZÃO, 2001.

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Exercícios laborais para fazer no consultório.

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Fonte: Site Dental Cremer.

5.6. Cronograma:

Prazo de 03 meses para a criação do projeto e 01 mês para a apresentação do projeto aos

Cirurgiões-dentistas da Atenção Primária de Curvelo, após a aprovação da Secretaria

Municipal de Saúde. As atividades propostas ficarão a cargo da autora, equipes de Saúde e

NASF.

5.7. Recursos:

Disponibilizados pela secretaria de saúde para confecção de folhetos e organização da

apresentação do projeto.

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5.8. Gestão do Plano:

As planilhas para o acompanhamento e monitoramento do projeto “Prevenindo para a Saúde”

serão elaboradas após as discussões sobre o mesmo, pois este projeto se encontra em fase de

discussão.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente os DORT/LER representam um problema de saúde pública, constituem-se entre

as principais doenças ocupacionais. Por ser uma doença multicausal é preciso avaliar os

fatores de risco nos aspectos de dimensões que existem na relação profissão/trabalho. Esses

fatores englobam aspectos físicos e organizacionais do trabalho. A existência desses fatores

juntamente com as características individuais leva a necessidade da adoção de medidas de

prevenção para esta patologia.

Com base em um levantamento informal realizado com os cirurgiões-dentistas da Atenção

Primária de Curvelo, que são o foco deste projeto de intervenção, verificou-se que embora os

mesmos demonstrem conhecimento sobre esta patologia, nenhum realiza atividades para a

prevenção da mesma. Destaca-se ainda, o fato de todos reclamarem alguma dor ou

desconforto em decorrência da sua prática profissional.

A efetiva elaboração e execução deste projeto de intervenção ao envolver os cirurgiões-

dentistas da Atenção Primária de Curvelo, as equipes de saúde e o NASF por meio da

disseminação da informação, pequenas mudanças de hábitos e adoção de constantes práticas

laborais adequadas a sua profissão resultarão na diminuição dos desgastes físico e

psicológicos.

Portanto, a conscientização dos cirurgiões-dentistas da Atenção Primária de Curvelo/MG

sobre a necessidade de prevenção de DORT/LER poderá resultar em uma melhor qualidade

de vida, associada a um bom desempenho profissional, melhoria da qualidade de saúde

pública e mesmo a diminuição das principais doenças ocupacionais.

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