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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO ANDRÉA TAYSE DE LIMA GOMES CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE PROTOCOLOS GRÁFICOS PARA AVALIAÇÃO DO CUIDADO SEGURO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA NATAL/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

ANDRÉA TAYSE DE LIMA GOMES

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE PROTOCOLOS GRÁFICOS PARA

AVALIAÇÃO DO CUIDADO SEGURO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE

POLITRAUMATIZADO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

NATAL/RN

2016

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ANDRÉA TAYSE DE LIMA GOMES

CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE PROTOCOLOS GRÁFICOS PARA AVALIAÇÃO

DO CUIDADO SEGURO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO

EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

NATAL/RN

2016

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Enfermagem, do Centro

de Ciências da Saúde, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito final para obtenção do título de

mestre.

Área de concentração: Enfermagem na

atenção a saúde.

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento

Tecnológico em Saúde e Enfermagem.

Orientadora: Profa. Dra. Viviane Euzébia

Pereira Santos.

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CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE PROTOCOLOS GRÁFICOS PARA

AVALIAÇÃO DO CUIDADO DE ENFERMAGEM SEGURO AO PACIENTE

POLITRAUMATIZADO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, do

Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para obtenção do título de mestre.

Aprovada em: 25 de novembro de 2016.

PRESIDENTE DA BANCA

__________________________________________________ Professora Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________ Professora Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos - Orientadora

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

__________________________________________________ Professora Dra. Susane de Fátima Ferreira de Castro

(Faculdade de Tecnologia e Educação Superior Profissional/FATESP)

__________________________________________________ Professor Dr. Marcos Antônio Ferreira Júnior

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

__________________________________________________ Professora Profa. Dra. Allyne Fortes Vitor

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me ajudado e fortalecido diante das mais diversas

situações impostas pelo percurso da vida. Entrego ao Senhor toda a honra de tudo o

que alcancei até aqui.

À minha mãe, Orlecy, que sempre esteve presente ao meu lado mesmo em

meio aos estresses, aos medos, as ansiedades e sempre me compreendeu e deu

palavras de ânimo quando precisei. Mainha, muito obrigada pelo seu amor

incondicional. Sem você não sei como eu teria chegado até aqui! Te amo demais!

Ao meu namorado Rafhael Levino, com quem quero passar o resto dos meus

anos, que sempre entendeu meus momentos de altos e baixos e acreditou em mim,

mesmo quando nem eu acreditava. Obrigada, meu bem, por você existir na minha

vida!

À minha orientadora Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos, por ter me

adotado entre os seus “filhos acadêmicos”. Sinto-me honrada em ser sua

orientanda. Muito obrigada pelos ensinamentos e pela confiança.

À minha amigona Micheline, que juntas trabalhamos e passamos por

situações maravilhosas e outras não tão boas assim, desde os nossos tempos de

graduação. Mas, aqui estamos e levarei todas as experiências e aprendizados que

tivemos em conjunto pelo resto da minha vida. Micha, muito obrigada pela sua

amizade e conselhos!

À minha amigona Yole, por me proporcionar a construção de uma amizade e

dividir momentos de tensão, ansiedade e também de muitas alegrias e

descontração. Obrigada por sua amizade, amiga Chica Yolet!

Ao Grupo de Pesquisa Laboratório de Investigação do Cuidado, Segurança,

Tecnologias em Saúde e Enfermagem (LABTEC), pelos momentos de

compartilhamento de aprendizado. Agradeço em especial a Kisna, Pétala, Cris, Yole,

Micheline, Manacés, Flávia, Camila e Larissa pela disponibilidade e solicitude em

contribuir para que fosse possível a concretização desse momento.

Aos profissionais do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, que mesmo diante

das dificuldades do dia-a-dia no serviço, buscam prestar o melhor atendimento

possível aos pacientes. Vocês são os verdadeiros heróis! Muito obrigada por dividir

o conhecimento conosco!

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Aos juízes que participaram voluntariamente no processo de construção

desse estudo. Obrigada pelas ricas sugestões!

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),

pela bolsa de mestrado desde o início dessa jornada, o que possibilitou a minha

dedicação com exclusividade aos estudos e a pesquisa, tornando o percurso mais

leve.

Enfim, estendo o meu agradecimento a todos que torceram e acreditaram e

de alguma forma contribuíram para essa realização.

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RESUMO

O atendimento ao paciente politraumatizado consiste em uma situação de emergência, visto que é um tipo de lesão cujo índice de mortalidade é elevado em virtude dos choques e hemorragias não controladas. Tal realidade requer a aplicação efetiva e eficaz de habilidades e conhecimentos dos profissionais, assim como a disponibilidade de estrutura adequada do serviço de emergência, a fim de proporcionar maior segurança ao paciente durante a assistência. Destarte, questiona-se: Qual deve ser o conteúdo e a aparência de um protocolo gráfico válido para a avaliação do cuidado seguro ao paciente politraumatizado em situação de emergência? Para responder esta questão, objetivou-se Construir e validar um protocolo gráfico para a avaliação do cuidado seguro de enfermagem ao paciente politraumatizado em situação de emergência. Para alcançar o objetivo, fez-se necessário: sumarizar as evidências científicas sobre o cuidado seguro ao paciente politraumatizado conforme a tríade proposta por Donabedian (1966) construir protocolo gráfico para avaliação da estrutura, processo e resultado do cuidado seguro; e, validar o conteúdo e a aparência do protocolo gráfico para avaliação da estrutura, processo e resultado do cuidado seguro ao paciente politraumatizado em situação de emergência. Trata-se de estudo metodológico, com métodos mistos, composto por duas etapas, a saber: 1) scoping review e grupo focal e 2) construção, proposição e validação de conteúdo e aparência de protocolo gráfico. Para a realização do grupo focal, foi usada a técnica do sandplay e a pedagogia vivencial humanescente (montar-escrever-falar) e os sujeitos da pesquisa foram profissionais de enfermagem que atuam ou atuaram no setor de Politrauma de um Pronto-Socorro em Natal/RN. O tratamento e análise das falas se deu por intermédio do software Interface de R pour Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionneires e os dados socioprofissionais foram analisados descritivamente pelo SPSS 22.0. O estudo foi previamente submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o qual obteve aprovação com Parecer Consubstanciado de nº 1.053.690, de 24 de abril de 2015, sob Certificado de Apresentação para Apreciação Ética nº 42951415.6.0000.5537. Para a validação de conteúdo e aparência do protocolo gráfico, foram arrolados enfermeiros juízes localizados pelo currículo Lattes com base em critérios de busca previamente estabelecidos. Para tanto, empregou-se a técnica Delphi, a qual foi dividida em duas etapas, Delphi I (n=15) e Delphi II (n=13), e o processo de avaliação se deu pela disponibilização do protocolo e dos itens de avaliação em formulário eletrônico do google docs. A relevância dos itens foi julgada mediante o resultado do índice de validação de conteúdo, do consenso de Delphi e do Alfa de Cronbach. Após análise dos dados, alcançou-se a validade do protocolo gráfico em sua aparência e conteúdo. Descritores: Enfermagem. Segurança do Paciente. Traumatismo Múltiplo. Avaliação em Saúde.

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ABSTRACT

The polytrauma patient care is an emergency, since it is a type of injury whose mortality rate is high because of the shock and uncontrolled bleeding. This reality requires the effective and efficient implementation of the professional skills and knowledge, as well as the availability of adequate structure of emergency services to provide greater security to the patient during this care. Thus, the question is: what should be the content and appearance of a valid graphic protocol for the evaluation of safe nursing care to the polytrauma patient in an emergency? To answer this question, the objective is to Build and validate a graphic protocol for the evaluation of safe patient care in multiple trauma emergencies. To achieve the goal, it was necessary to: summarize the scientific evidence on the safe care to patients with multiple traumas as the triad proposed by Donabedian (1966); to build a graphic protocol for assessing the structure, process and outcome of care insurance; and to validate the content and appearance of the graphic protocol for assessing the structure, process and outcome of safe patient care in multiple trauma emergency. This is a methodological study, with mixed methods, having two stages: 1) scoping review and focus group and 2) construction, proposition and validation of content and graphic protocol appearance. The sandplay technique and humanescente pedagogy experience (building-writing-speaking) were used to conduct the focus group. The research subjects were nurses who work or worked in the Polytrauma sector of the emergency room in Natal/RN. The treatment and the analysis of the speech were through the R pour Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionneires and socio-economic data were analyzed descriptively by SPSS 22.0. The study was previously submitted to the Ethics Committee in Research of the Federal University of Rio Grande do Norte, approved with Embodied Opinion 1053690 of April 24, 2015, under Presentation Certificate of Appreciation for Ethics 42951415.6.0000.5537. For the validation of content and appearance of the graphic protocol, nurses to be judges were enrolled found by their Lattes curriculum based on previously search criteria. Therefore, the Delphi technique was used divided into two stages, Delphi I (n=15) and Delphi II (n=13), and the evaluation process was through the provision of protocol and items evaluation in electronic google docs. The relevance of the items was judged by the result of the content validity index, in the consensus of Delphi and Cronbach's alpha. After data analysis, the validity of the graphic protocol was obtained in its appearance and content. Descriptors: Nursing. Patient Safety. Multiple Trauma. Health Evaluation.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Classificação do nível de evidência e grau de recomendação. Natal/RN,

2016............................................................................................................................34

Quadro 2. Categorias e variáveis do instrumento a ser respondido pelos

participantes do grupo focal. Natal/RN, 2016.............................................................37

Quadro 3. Itens de avaliação do protocolo. Natal/RN, 2016.....................................40

Quadro 4. Elementos gráficos empregados na construção do protocolo. Natal/RN,

2016............................................................................................................................41

Quadro 5. Sumarização e categorização das evidências encontradas nos estudos

incluídos na amostra final. Natal/RN, 2016................................................................49

Quadro 6. Apresentação dos elementos relacionados à tríade de Donabedian

abordados nos artigos analisados. Natal/RN, 2016 (n=43)........................................53

Quadro 7. Classes do dendograma alusivas à análise do corpus textual. Natal/RN,

2016............................................................................................................................65

Quadro 8. Itens de avaliação da estrutura e respectivas descrições. Natal/RN,

2016............................................................................................................................73

Quadro 9. Itens de avaliação do processo e respectivas descrições. Natal/RN,

2016............................................................................................................................76

Quadro 10. Itens de avaliação do resultado e respectivas descrições. Natal/RN,

2016............................................................................................................................78

Quadro 11. Classificação da pontuação atribuída à avaliação da estrutura, do

processo e do resultado. Natal/RN, 2016...................................................................80

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Modelo do “queijo suíço”. Natal/RN, 2016..................................................26

Figura 2. Fatores que contribuem para a ocorrência de erros. Natal/RN,

2016............................................................................................................................27

Figura 3. Elementos da cultura de segurança associados ao modelo do queijo suíço.

Natal/RN, 2016...........................................................................................................29

Figura 4. Esquema do percurso metodológico desenvolvido na pesquisa. Natal/RN,

2016............................................................................................................................31

Figura 5. Fluxograma referente à seleção dos estudos nas bases de dados.

Natal/RN, 2016...........................................................................................................33

Figura 6. Operacionalização da coleta de dados com o grupo focal. Natal/RN,

2016............................................................................................................................39

Figura 7. Esquema da busca na Plataforma Lattes. Natal/RN, 2016........................43

Figura 8. Critérios para seleção dos juízes. Natal/RN, 2016.....................................44

Figura 9. Etapas de validação de conteúdo e aparência do protocolo gráfico.

Natal/RN, 2016...........................................................................................................45

Figura 10. Análise de similitude do corpus textual. Natal/RN, 2016..........................72

Figura 11. Recomendações para o uso do protocolo gráfico na prática. Natal/RN,

2016............................................................................................................................86

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Caracterização profissional dos participantes do grupo focal. Natal/RN,

2016............................................................................................................................64

Tabela 2. Caracterização dos juízes participantes das fases Delphi I e Delphi

II..................................................................................................................................81

Tabela 3. Consenso entre os juízes acerca dos itens avaliados nas fases Delphi I e

Delphi II......................................................................................................................84

Tabela 4. Julgamento dos juízes sobre a qualidade do protocolo gráfico nas fases

Delphi I e Delphi II......................................................................................................85

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LISTA DE SIGLAS / ABREVIATURAS

CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

CEP/UFRN Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CINAHL Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature

EA Eventos Adversos

GR Grau de Recomendação

IVC Índice de Validação de Conteúdo

IOM Institute of Medicine

IRAMUTEq Interface de R pour Analyses Multidimensionnelles de Textes et de

Questionneires

MeSH Medical Subject Heading Terms

NE Nível de Evidência

OMS Organização Mundial de Saúde

PPGENF/UFRN Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte

PS Pronto-Socorro

SP Segurança do Paciente

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 18

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 21

2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 24

2.1 GERAL ........................................................................................................... 24

2.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................... 24

3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 25

3.1 A TEORIA DO “QUEIJO SUÍÇO” .................................................................. 25

3.2 A SEGURANÇA DO PACIENTE À LUZ DA TEORIA DO “QUEIJO SUÍÇO” 26

3.3 A EMERGÊNCIA DE UM NOVO PARADIGMA: CULTURA DE

SEGURANÇA ...................................................................................................... 28

4 MÉTODO .......................................................................................................... 31

4.1 ETAPA 1: “SCOPING REVIEW” E GRUPO FOCAL .................................... 31

4.1.1 Scoping Review ........................................................................................ 32

4.1.2 Grupo focal ................................................................................................ 35

4.2 ETAPA 2: PROPOSIÇÃO E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO E APARÊNCIA

DO PROTOCOLO GRÁFICO .............................................................................. 40

4.2.1 Construção do protocolo gráfico ............................................................ 40

4.2.2 Validação de conteúdo e aparência do protocolo gráfico .................... 42

4.3 ASPECTOS ÉTICOS ..................................................................................... 46

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................... 48

5.1 CUIDADO SEGURO DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO DE

EMERGÊNCIA: UMA SCOPING REVIEW .......................................................... 48

5.2 PERCEPÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE A SEGURANÇA

DO PACIENTE POLITRAUMATIZADO: UM GRUPO FOCAL ............................ 63

5.3 COMPONENTES DO PROTOCOLO GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DO

CUIDADO SEGURO AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO EM SITUAÇÃO

DE EMERGÊNCIA ...............................................................................................

73

5.4 SEGURANÇA DO PACIENTE EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA:

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO E APARÊNCIA DO PROTOCOLO GRÁFICO .... 80

6 CONCLUSÃO.................................................................................................... 88

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 91

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APÊNDICES ........................................................................................................ 103

ANEXOS .............................................................................................................. 128

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1 INTRODUÇÃO

A partir da década de 1980, dentre as principais causas de mortalidade, as

causas externas sofreram considerável aumento, de modo a alterar o perfil

epidemiológico brasileiro. Este tipo de agravo passou a representar a segunda

causa de morte no Brasil na perspectiva geral e a primeira na faixa etária entre cinco

e 39 anos (GONSAGA et al., 2012; BERTONCELLO et al., 2013).

As causas externas podem ser classificadas como traumas súbitos, lesões ou

outras injúrias intencionais à saúde em consequência de violência ou outra causa

exógena (GONSAGA et al., 2012). Logo, o trauma é conceituado como lesão de

extensão, intensidade e gravidade variáveis, ocasionado por agentes diversos

(físicos, químicos, elétricos), a qual pode ser acidental ou proposital e tem a

capacidade de produzir perturbações locais ou sistêmicas (VIEIRA et al., 2011;

AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS, 2011).

De acordo com a Classificação Internacional de Doenças, as causas externas

relacionadas ao trauma são distribuídas em acidentes de transporte, lesões

autoprovocadas intencionalmente, agressões, intervenções legais e operações de

guerra (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1997; BRASIL, 2011a).

Entre os principais responsáveis pelos eventos traumáticos, destacam-se os

acidentes de trânsito e as agressões. Dados da Organização Mundial da Saúde

(OMS) estimam que anualmente 50 milhões de pessoas são feridas e

aproximadamente 1,2 milhões morrem em acidentes desta etiologia em todo o

mundo e cerca de 50% destes tem como vítimas: motociclistas, ciclistas e pedestres,

predominantemente em regiões urbanas. A maioria destas fatalidades ocorre em

países subdesenvolvidos, de maneira que se configura em um dos mais importantes

problemas de saúde pública do século XXI (WORLD HEALTH ORGANIZATION,

2009a; LELES et al., 2010; FERNÁNDEZ; ACOSTA, 2014).

Conforme dados do Ministério da Saúde, houve 1.118.410 atendimentos a

indivíduos acometidos por trauma no Brasil durante o ano de 2015, cujo tempo de

internação foi equivalente a 5.931.983 dias e o quantitativo de óbitos notificados

totalizou 26.531, que representa uma taxa de mortalidade de 2,37 mortes em cada

1.000 eventos traumáticos por ano. Destes, 277.929 atendimentos e 6.878 mortes

foram notificadas na região Nordeste. No Rio Grande do Norte o quantitativo de

atendimentos foi de 11.411, dos quais 215 evoluíram para o óbito (BRASIL, 2015).

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Diante disso, realça-se que o custo do tratamento das vítimas de trauma por

causas externas é oneroso, bem como responsável pela sobrecarga dos serviços de

saúde, exige alta demanda de profissionais habilitados, leitos hospitalares bem

equipados e unidades de terapia intensiva, além de geralmente apresentar maior

duração de permanência em internações hospitalares devido à gravidade do quadro

clínico (NOGUEIRA; OLIVEIRA, 2014).

O atendimento ao paciente politraumatizado consiste em uma situação de

emergência, visto que é um tipo de lesão cujo índice de mortalidade é elevado em

virtude dos choques e hemorragias não controlados. Em relação a esse tipo de

assistência, sabe-se que há um grande fluxo das vítimas para os hospitais,

determinado pela procura espontânea, que resulta numa superlotação dos Prontos-

Socorros (PS) e das salas de emergência fato que contribui substancialmente para a

baixa qualidade da assistência prestada (ZANARDI; BONI, 2012; BRASIL, 2004;

RODRIGUES et al., 2013; ANDRADE et al., 2009).

Na busca pela melhor qualidade e resolutividade do atendimento de

emergência, há alguns parâmetros para a implantação de ações no que diz respeito

à prestação desse cuidado nos serviços de PS, como por exemplo, a demanda

acolhida por critérios de avaliação e classificação de risco e a definição de

protocolos clínicos (HAGHPARAST-BIDGOLI et al., 2013; ROSSANEIS et al., 2011;

BRASIL, 2004).

Assim, mais importante do que prestar um atendimento rápido à vítima de

trauma é oferecer um cuidado seguro. Para tanto, é de suma relevância que o

hospital disponha de uma infraestrutura adequada e pessoal treinado para o

atendimento às necessidades do paciente (DUARTE; LUCENA; MORITA, 2011;

NOGUEIRA; OLIVEIRA, 2014).

Iniciativas voltadas para a associação entre o cuidar em saúde e a Segurança

do Paciente (SP) podem ser observadas desde os tempos da enfermeira inglesa

Florence Nightingale. Em meados de 1863, Nightingale escreveu em "Notes on

Hospitals” as palavras latinas Primum non Nocere, isto é, primeiramente não cause

dano, de modo que havia uma preocupação com a interface saúde e meio ambiente,

como a higiene; limpeza do ambiente; alimentação; registros estatísticos das

principais causas de óbito; dentre outros, fundamentada no reconhecimento de que

o hospital deveria prover a melhor atenção e cuidado com vistas ao pronto

restabelecimento do doente (CAMPONOGARA, 2012; ABREU, 2012).

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O limite da busca pelo cuidado de melhor qualidade e pela SP tangencia a

história de forma tímida, de maneira que segue diferentes denominações até os dias

atuais. Contudo, a OMS estabeleceu que a qualidade do cuidado e a SP constituem

uma única vertente. Visam minimizar a ocorrência dos Eventos Adversos (EA), os

quais são reconhecidos como uma falha na SP, que ocorrem entre 5% e 17% dos

atendimentos no setor saúde, dentre os quais 60% podem ser preveníveis. Assim, a

SP deve ser vista como um conjunto de estratégias/intervenções capazes de

prevenir/reduzir o risco de dano ao paciente decorrente do cuidado de saúde

(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009b).

Nas diversas profissões da área de saúde, os EA podem acontecer em

decorrência de fatores isolados ou de múltiplos fatores associados, quer sejam

inerentes ao próprio paciente ou de ordem institucional, financeira e de recursos

estruturais, como planta física, materiais ou equipamentos, além dos fatores

humanos, como a falta de conhecimentos e habilidades (REIS; MARTINS;

LAGUARDIA, 2013; BRASIL, 2007).

Todavia, para que a assistência ao paciente politraumatizado com ênfase na

SP seja prestada de forma efetiva e eficaz, de maneira a minimizar e prevenir os

riscos, é necessário que as instituições de saúde que prestam esse tipo de

atendimento passem por avaliações contínuas e criteriosas quanto à qualidade do

serviço fornecido.

Donabedian (1966) propôs um modelo que tem como base a avaliação da

qualidade em saúde a partir da tríade estrutura, processo e resultado. A

estrutura corresponde aos recursos físicos, humanos, materiais e financeiros

necessários para a assistência à saúde, o que inclui o financiamento e

disponibilidade de mão de obra qualificada. O processo se refere às atividades que

estão relacionadas aos profissionais de saúde e pacientes, com base em padrões

aceitos. Já o resultado compreende o produto final da assistência prestada, o qual

considera a saúde e a satisfação de padrões e expectativas.

Salienta-se que a avaliação da qualidade em saúde deve partir de parâmetros

ou atributos que vão servir de referência para a definição de qualidade e a

construção dos instrumentos a serem utilizados na avaliação (FRIAS et al., 2010).

Na atual conjuntura do mundo globalizado, na qual a ciência, a informação e a

tecnologia estão ao alcance de todos, as profissões necessitam que cada vez mais

se aprimorem os processos de trabalho, especialmente na área da saúde, com

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vistas a buscar a garantia de um cuidado seguro e de qualidade. Para isso, entre

outras estratégias, instituiu-se a criação de protocolos.

Os protocolos em saúde são considerados tecnologias que funcionam como

ferramentas importantes para o enfrentamento de diversos problemas na assistência

e na gestão dos serviços, esses devem ser guiados por diretrizes de natureza

técnica, organizacional e política, embasados em estudos validados pelos

pressupostos das evidências científicas, assim como devem ser elaborados por

profissionais experientes, especialistas em uma área e devem servir para orientar

fluxos, condutas e procedimentos clínicos dos trabalhadores dos serviços de saúde

(WERNECK; FARIA; CAMPOS, 2009).

O protocolo de representação gráfica consiste na descrição dos itens por meio

da aplicação de formas e símbolos, de modo que cada figura implica em um

significado diferente. O dispositivo gráfico permite a qualificação do instrumento e

facilita a compreensão dos juízes no processo de validação (WERNECK; FARIA;

CAMPOS, 2009).

Além disto, a implantação de um protocolo possibilita e facilita ajustes clínicos

da equipe multidisciplinar e a realização de avaliações críticas dos cuidados.

Também permite a avaliação quanto à efetividade e eficácia da SP no que diz

respeito à estrutura, processo e resultado (CURCIO; LIMA; TORRES, 2009).

Frente à realidade exposta, questiona-se: “Qual deve ser o conteúdo e a

aparência der um protocolo gráfico válido para a avaliação do cuidado seguro ao

paciente politraumatizado em situação de emergência?”.

1.1 JUSTIFICATIVA

Diante do amplo desenvolvimento tecnológico em saúde e da busca pelo

cuidado seguro observou-se que a implementação de protocolos voltados para a SP

em situação de emergência, especificamente ao paciente politraumatizado, ainda é

incipiente no cenário brasileiro. Visto essa realidade, emerge o interesse em

construir e validar um protocolo para tal finalidade.

O foco na SP, caracterizado pela preocupação com a magnitude da

ocorrência de EA, ou seja, com lesões ou danos ao paciente ocasionados pelo

cuidado à saúde, tornou-se evidente com os resultados do Estudo da Prática Médica

de Harvard, em 1991. Mais tarde, com a publicação To Err is Human do Institute of

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Medicine (IOM), provocou a mobilização da classe médica e do público em geral,

das organizações norte-americanas e de diversos países para as questões arroladas

à SP. Parte dessa mobilização é fruto da constatação de que a ocorrência de EA

envolve custos sociais e econômicos consideráveis, e pode implicar em danos

irreversíveis aos pacientes e suas famílias (BRENNAN et al., 1991; LEAPE et al.,

1991; KOHN; CORRIGAN; DONALDSON, 2000; REIS; MARTINS; LAGUARDIA,

2013).

Os diversos casos notificados de erros humanos na área da saúde têm

chamado a atenção de profissionais e pesquisadores para o investimento no âmbito

da SP. Posto que esse tipo de falha é responsável por provocar inúmeras

ocorrências de sequelas graves e óbitos em decorrência de EA. Tal fato se agrava

em situações de emergência em que o cuidado deve ser prestado de forma rápida,

eficaz e segura com a finalidade de contribuir para o melhor prognóstico do paciente.

As lesões traumáticas representam a terceira causa de mortalidade no

mundo, superada apenas pelas neoplasias e doenças cardiovasculares (WORLD

HEALTH ORGANIZATION, 2009c; AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS, 2011;

NOGUEIRA; OLIVEIRA, 2014). Este tipo de lesão é responsável pela mortalidade

de aproximadamente 5,8 milhões de pessoas anualmente. Esta realidade representa

10% dos óbitos em todo o mundo, maior que o número de vítimas fatais por malária,

tuberculose e HIV/AIDS combinados (LENDRUM; LOCKEY, 2013; WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2011a; SAKRAN et al., 2012).

Na Europa, quase 800.000 pessoas morrem em decorrência deste tipo de

lesão todos os anos (GONSAGA; BRUGUGNOLLI; FRAGA, 2012) e cerca de 60

milhões de traumatismos ocorrem anualmente nos Estados Unidos, destes, 30

milhões necessitam de atendimento de emergência (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2009c; AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS, 2011;

NOGUEIRA; OLIVEIRA, 2014).

Além disso, 90% das mortes associadas a lesões traumáticas ocorrem em

países subdesenvolvidos e em desenvolvimento (LENDRUM; LOCKEY, 2013;

WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011a; SAKRAN et al., 2012), como o Brasil.

Acredita-se que a partir deste estudo, com o auxílio da avaliação dos juízes e

das diretrizes recomendadas na literatura científica pertinente, além da opinião dos

profissionais que atuam diretamente com esse tipo de ocorrência no serviço de

emergência, será possível embasar a elaboração de um protocolo para avaliação da

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SP politraumatizado em situação de emergência que seja válido e confiável, com

vistas a sua proposição às instituições de saúde para avaliar a qualidade da

assistência prestada nesse tipo de atendimento. Ademais, o protocolo contribuirá

para a análise situacional e subsidiará a elaboração e aplicação de novas

intervenções, com o objetivo de promover melhorias na qualidade da assistência.

Além disso, o protocolo trará repercussões nos serviços de saúde, de forma a

suscitar reflexões acerca do cuidado oferecido, com vistas a desenvolver estratégias

que venham a habilitar os profissionais e por conseguinte alcançar a qualidade

almejada da assistência de maneira a torná-la mais segura, bem como colaborar

para a redução de gastos hospitalares com possíveis danos aos pacientes e

profissionais.

Destaca-se a contribuição para a ciência, pois possibilitará a ampliação da

produção científica e atualização dos conhecimentos nessa área, mediante

publicação de artigos em periódicos científicos qualificados, indexados nas bases de

dados da área de enfermagem e saúde. Também serão desenvolvidos trabalhos

para apresentação e publicação em anais de eventos científicos em âmbitos

nacional e internacional.

Por fim, a construção e validação de protocolos consistem em uma tecnologia

em saúde, de modo que se adequa à linha de pesquisa “Desenvolvimento

Tecnológico em Saúde e Enfermagem” do Programa de Pós-graduação em

Enfermagem da Universidade Federal do Rio grande do Norte (PPGENF/UFRN).

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Construir e validar protocolos gráficos para a avaliação do cuidado seguro de

enfermagem ao paciente politraumatizado em situação de emergência.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Sumarizar as evidências científicas sobre o cuidado seguro de enfermagem

ao paciente politraumatizado conforme a tríade proposta por Donabedian;

Identificar os critérios necessários para avaliar o cuidado de enfermagem e a

segurança do paciente politraumatizado em situação de emergência;

Construir protocolo gráfico para avaliação da estrutura, processo e resultado

do cuidado seguro de enfermagem ao paciente politraumatizado em situação

de emergência;

Validar o conteúdo e a aparência do protocolo gráfico para avaliação da

estrutura, processo e resultado do cuidado seguro de enfermagem ao

paciente politraumatizado em situação de emergência.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A TEORIA DO “QUEIJO SUÍÇO”

James Reason, professor de psicologia da Universidade de Manchester,

Reino Unido, propôs um modelo que se conforma em um paradigma voltado para a

análise de eventos envolvendo a SP. Este modelo, que também é conhecido como a

teoria do “queijo suíço”, compara as vulnerabilidades do sistema de saúde aos

buracos de um queijo suíço (REIS; MARTINS; LAGUARDIA, 2013). A representação

deste demonstra o quanto o rompimento das defesas por uma trajetória de falhas

pode levar a ocorrência de um erro (BRASIL, 2013b).

Ressalta-se que para a ocorrência do erro faz-se necessário o alinhamento de

diversos orifícios (Figura 1). Cada fatia do “queijo suíço” representa uma etapa

desse sistema complexo denominadas em: fonte do problema, falhas ativas e falhas

latentes (REIS; MARTINS; LAGUARDIA, 2013; REASON, 1990; 1997), conforme

descritas a seguir.

Fonte do problema: pode ser frequentemente, desencadeada por múltiplos

fatores, como: falhas estruturais ou pontuais, prática inadequada ou descuido

dos profissionais de saúde, comportamentos inseguros ou comportamento de

risco por parte dos pacientes;

Falhas ativas: consistem em atos inseguros ou omissões cometidas pelos

profissionais de saúde, cujas consequências geram efeitos adversos

imediatos para o paciente. Estas falhas podem assumir diferentes formas,

como deslizes, lapsos, perdas, erros e violações de procedimentos;

Falhas latentes: dizem respeito a problemas já existentes no sistema,

decorrentes de decisões ou medidas adotadas antes do acidente e,

relacionam-se à estrutura e o processo nos serviços de saúde, os quais

permanecem ocultos, até que um evento ou acidente ocorra e os exponham.

Destaca-se que as falhas ativas não podem ser facilmente previstas,

entretanto, as latentes podem ser identificadas e corrigidas antes que um EA ocorra.

Esta compreensão possibilita que o gerenciamento do cuidado seja proativo ao

invés de reativo (REASON, 2000).

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Fonte: GOOGLE IMAGENS (2016)

Figura 1. Modelo do “queijo suíço”. Natal/RN, 2016.

Conforme demonstra a Figura 1, ao ocorrer o alinhamento dos orifícios dos

“queijos suíços”, o EA acomete o paciente e, a SP é imediatamente afetada (REIS;

MARTINS; LAGUARDIA, 2013). Diante disto, denota-se que as falhas na SP têm um

caráter multifatorial e não dependem apenas dos profissionais, mas também dos

pacientes e, principalmente, dos serviços de saúde no que diz respeito à estrutura e

aos processos disponíveis.

3.2 A SEGURANÇA DO PACIENTE À LUZ DA TEORIA DO “QUEIJO SUÍÇO”

O conceito atual de SP associado à teoria do “queijo suíço” aponta como

principais fatores (fonte dos problemas) responsáveis pela ocorrência de EA, as

deficiências do sistema de prestação de cuidados de saúde, a organização e o

funcionamento, ao invés de responsabilizar os profissionais ou produtos

isoladamente (REIS; MARTINS; LAGUARDIA, 2013; REASON, 2000).

O erro humano tem enfoque no indivíduo e fundamenta-se na concepção de

que o ser humano é falível e, portanto, sujeito a falhas em suas atribuições

cotidianas. Destarte, embora não seja possível modificar a condição humana, é

viável atuar naquelas sobre as quais os seres humanos trabalham, com vistas a

produzir defesas no sistema. Com isto, o erro pode ser discutido sob duas

perspectivas - abordagem pessoal e sistêmica (REASON, 2000).

A abordagem pessoal, que corresponde as falhas ativas, caracteriza-se por

enfatizar os erros nos indivíduos envolvidos diretamente na assistência,

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depreendendo que estes erros são originados de processos mentais, como:

esquecimento, desatenção, desmotivação, descuido, negligência, imprudência e

fadiga. Além destes, inclui-se os fatores ambientais, psicológicos e fisiológicos como

coadjuvantes para a ocorrência de erros (REASON, 2000; PIRES et al., 2010;

SCHATKOSKI et al., 2009), de acordo com o exposto na Figura 2.

Fonte: GOMES et al., 2016.

Figura 2. Fatores que contribuem para a ocorrência de erros. Natal/RN, 2016.

Em referência a abordagem sistêmica, que condiz com as falhas latentes,

uma das propostas contemporâneas de enfrentamento ao erro é a de Reason (1990;

1997) e Coimbra (2004), em que as medidas de prevenção ao erro são baseadas

em modificações nas condições de trabalho oferecidas pelos serviços de saúde.

Este ponto de vista sistêmico considera os erros como consequências ao invés de

causas, bem como não estão associadas às falhas humanas (REASON, 2000).

A ideia da concepção sistêmica é proporcionar a defesa através da criação de

um sistema de barreiras e retaguardas, que atuem nas múltiplas etapas do cuidado,

a fim de evitar erros. Quando estes vierem a ocorrer, interessa saber “como” e “por

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que” as defesas falharam, não importando quem as tenha cometido (REASON,

2000), de modo a substituir a “vergonha e punição” pela cultura de segurança.

Então, compreende-se que a complexidade das organizações de saúde e o

encadeamento de fatores sistêmicos contribuem consideravelmente para a

ocorrência dos EA. Tais fatores incluem: as estratégias adotadas por uma

instituição, a cultura, as práticas de trabalho, a gestão da qualidade, a prospecção

de riscos e a capacidade de aprendizagem a partir dos erros (REIS; MARTINS;

LAGUARDIA, 2013; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009d; REASON, 2000).

Diante do exposto, reforça-se que a SP não depende exclusivamente dos

profissionais, um dos fatores que garantirá a boa qualidade da assistência é o

processo administrativo do trabalho, isto é, a rotina do cuidar, que se inicia desde a

disposição dos materiais a serem utilizados à capacitação profissional (FERREIRA

et al., 2014).

Ainda que o profissional seja a última barreira no seguimento do cuidar em

saúde, ou seja, este atua após o alinhamento de todos os outros mecanismos do

sistema, esse deve manter a atenção, a fim de colaborar para a efetividade da SP.

Assim, é inegável que os erros não eximem o profissional da responsabilidade,

todavia, o sistema deve dispor de medidas de proteção para que a SP seja

preservada (FERREIRA et al., 2014).

Diante da proposição que errar é humano, insta que a organização do sistema

de saúde seja efetiva, com o propósito de contribuir para que os orifícios do queijo

suíço não se alinhem, tendo em vista a prestação de um cuidado seguro e livre de

erros. A partir da compreensão de que é possível a ocorrência destes eventos, as

instituições devem buscar a adesão de uma nova cultura de SP e profissional,

gestão da qualidade, gerenciamento de riscos e aprendizagem a partir dos erros

cometidos, para que o sentimento de culpa se transforme em ações que preservem

a vida do paciente (FERREIRA et al., 2014).

3.3 A EMERGÊNCIA DE UM NOVO PARADIGMA: CULTURA DE SEGURANÇA

Os erros relacionados à assistência à saúde são culturalmente abordados de

maneira punitiva, visto que ocorre acusação ao profissional responsável pelo

cuidado direto ao paciente. A maioria dos erros é cometida por profissionais

comprometidos e bem treinados, assim é improvável que punições evitem a

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ocorrência de novos erros. Deste modo, evitar a exposição dos pacientes a

situações de risco depende da criação de estratégias que antecipem, previnam e

bloqueiem os erros antes de causarem danos (WATCHER, 2013).

É notória a necessidade da substituição do paradigma punitivo por uma

cultura voltada para a educação, promoção e avaliação da assistência à saúde.

Nesse contexto, a importância da adoção da cultura de segurança pelos serviços de

saúde, a qual consiste em um paradigma emergente (KOHN; CORRIGAN;

DONALDSON, 2000; RIGOBELLO et al., 2012; REIS; MARTINS; LAGUARDIA,

2013; MILSTEAD, 2005).

A cultura de segurança é definida como o produto de valores individuais e da

coletividade, atitudes, competências e padrões de comportamento, que podem ser

baseados em seus valores e em suas atitudes, os quais determinam o

comprometimento e o estilo de uma organização. Diante disto, instituições que

apresentam uma cultura de segurança positiva são caracterizadas por

comunicações baseadas em confiança mútua, compartilhamento da percepção

sobre a importância da segurança e convicção quanto à eficácia das medidas

preventivas adotadas (REASON, 1997; VINCENT, 2009).

Neste sentido, a cultura de segurança é composta por quatro principais

pilares: cultura de notificação, justiça e imparcialidade, flexibilidade e aprendizagem

(REASON, 1997), as quais atuam como barreiras contra a ocorrência dos EA em

saúde, conforme demonstrado na Figura 3.

Fonte: GOMES et al., 2016.

Figura 3. Elementos da cultura de segurança associados ao modelo

do queijo suíço. Natal/RN, 2016.

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Diante deste cenário, a cultura de segurança deve ser construída e alicerçada

nos elementos da relação interpessoal, a saber: confiança, comunicação e

cooperação. Visto que, os indivíduos tornam-se mais solícitos para fornecer

informações diante de um clima de credibilidade e colaboração no ambiente. Por

outro lado, um sistema de informações deficiente compromete substancialmente a

cultura de segurança, porquanto, inviabiliza o aprendizado a partir das falhas

(REASON, 1997).

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4 MÉTODO

Trata de um estudo metodológico, com abordagem mista, voltado para

construção e validação de conteúdo e aparência de protocolo gráfico para avaliação

da estrutura, processo e resultado do cuidado seguro ao paciente politraumatizado

em situação de emergência.

Uma pesquisa de métodos mistos consiste em uma investigação que combina

formas quantitativas e qualitativas na busca da garantia de um melhor entendimento

acerca do problema investigado (CRESWELL, 2010).

Para tanto, esta pesquisa foi desenvolvida em duas etapas, a saber:

1) Etapa 1 – Scoping review e grupo focal; e,

2) Etapa 2 – Construção e validação de conteúdo e aparência do protocolo sobre o

cuidado seguro ao paciente politraumatizado em situação de emergência.

As etapas do estudo foram subdivididas e descritas em quatro tópicos

conforme as respectivas particularidades. A Figura 4 sintetiza o percurso

metodológico da pesquisa.

Figura 4. Esquema do percurso metodológico desenvolvido na pesquisa. Natal/RN,

2016.

4.1 ETAPA 1: SCOPING REVIEW E GRUPO FOCAL

Esta etapa visou identificar os elementos necessários para compor o

protocolo gráfico de avaliação do cuidado seguro ao paciente politraumatizado

relacionados à estrutura, processo e resultado do atendimento de emergência,

pautado nas evidências contidas na literatura científica (scoping review) e na opinião

Scoping review + Grupo focal

Construção e proposição do protocolo gráfico

Validação de conteúdo e aparência (Técnica Delphi)

Etapa1

Etapa 2

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dos profissionais de enfermagem que atuam diariamente no atendimento ao

paciente politraumatizado no serviço de emergência (grupo focal).

4.1.1 Scoping Review

Inicialmente realizou-se uma scoping review baseada em evidências

científicas em bases de dados internacionais e na legislação nacional vigente,

acerca dos aspectos relevantes a serem contemplados na construção do protocolo

gráfico sobre o cuidado seguro ao paciente politraumatizado em situação de

emergência.

Esta scoping review foi fundamentada no método proposto pelo Joanna

Briggs Institute, que descreve este tipo de revisão em cinco etapas básicas, a saber:

1) identificação da questão de pesquisa; 2) identificação dos estudos relevantes; 3)

seleção dos estudos; 4) análise dos dados; e, 5) agrupamento, síntese e

apresentação dos dados (ARKSEY; O’MALLEY, 2005; JOANNA BRIGGS

INSTITUTE, 2015).

A questão de pesquisa, o objetivo do estudo e os descritores foram

estabelecidos de acordo com a combinação mnemônica P (Population) C (Concept)

C (Context). Assim, a etapa 1 dessa revisão, que diz respeito a definição da questão

de pesquisa, resultou na seguinte pergunta norteadora: “como o cuidado de

enfermagem pode influenciar na segurança do paciente politraumatizado em

situação de emergência?”.

A segunda etapa consistiu em dois momentos de pesquisas nas bases de

dados eletrônicas. O primeiro correspondeu à seleção de descritores e sinonímias

utilizados em estudos publicados e disponíveis nas bases de dados indicadas pelo

manual do Joanna Briggs Institute (2015) - PubMed e Cumulative Index to Nursing

and Allied Health Literature (CINAHL).

Para tanto, foram adotados os descritores indexados no vocabulário

controlado do Medical Subject Heading Terms (MeSH): P – “Multiple Trauma” (#1), C

- Nursing (#2) / “Patient Safety” (#3), C - Emergencies (#4). Além disso, a fim de

encontrar os termos adjacentes, aplicou-se o recurso de truncagem “ ” e o

cruzamento entre os descritores se deu pelo operador booleano AND. Nessa

primeira busca, foram empregados quatro cruzamentos entre os descritores: 1) #1

AND #2 AND #3; 2) #1 AND #3 AND #4; 3) #1 AND #2 AND #4; e, 4) #1 AND #3.

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Após a seleção dos descritores e sinonímias, realizou-se a busca eletrônica

dos estudos nas bases de dados PubMed, CINAHL, SCOPUS e Web of Science

durante o período de 12 a 24 de junho de 2016. Para isto, empregou-se o recurso de

truncagem “ ” e os operadores booleanos AND e OR, conforme descrito na

estratégia de busca: (“Multiple Trauma” OR Trauma OR Injury OR “Multiple Injured”

OR Polytrauma OR “Multi Trauma” OR “Wounds and Injuries”) AND (“Patient Safety”

AND Nursing OR “Emergency Nursing” OR “Nursing Staff, Hospital” OR “Nursing

Care”) AND (Emergencies OR “Emergency Service/Hospital” OR “Trauma Centers”

OR “Emergency Medical Services” OR “Emergency Care”).

O refinamento dos artigos encontrados foi fundamentado nos critérios de

elegibilidade preestabelecidos. Para tanto, os critérios de inclusão foram:

publicações disponíveis em texto completo em meio eletrônico e que versassem

sobre a influência do cuidado seguro de enfermagem ao paciente adulto

politraumatizado no atendimento de emergência. Os estudos duplicados, em formato

de editoriais, carta ao editor, artigos de revisão e de opinião foram excluídos.

Ressalta-se que não houve filtro temporal para a seleção dos estudos.

Na terceira etapa dessa revisão, os artigos foram pré-selecionados a partir da

leitura dos títulos e resumos e a amostra final foi alcançada com base na leitura dos

artigos na íntegra, conforme fluxograma apresentado na Figura 5.

Figura 5. Fluxograma referente à seleção dos estudos nas bases de dados.

Natal/RN, 2016.

Os artigos foram analisados mediante indicadores de coleta de dados

predeterminados, os quais foram: base de dados, país onde o estudo foi realizado,

ano de publicação, objetivo(s), desenho metodológico, população do estudo e

tamanho da amostra, nível de evidência, grau de recomendação, classificação

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conforme Avedis Donabedian – estrutura e/ou processo e/ou resultado e principais

conclusões.

O nível de evidência e o grau de recomendação dos estudos foram

classificados de acordo com a proposta do Joanna Briggs Institute (2013a, 2013b).

Os níveis de evidências são categorizados do um ao cinco e os graus de

recomendação em A e B, conforme exposto a seguir no Quadro 1.

Quadro 1. Classificação do nível de evidência e grau de recomendação. Natal/RN,

2016.

NÍVEL DE EVIDÊNCIA

Nível 1 Estudos experimentais (revisões sistemáticas de ensaios clínicos

randomizados e ensaios clínicos randomizados).

Nível 2

Estudos quase experimentais (revisões sistemáticas de estudos quase

experimentais, estudos prospectivos controlados quase experimentais e

estudos retrospectivos com grupo controlado).

Nível 3

Estudos observacionais analíticos (revisões sistemáticas envolvendo

estudos de coorte, estudos de coorte com e sem grupo controle e estudos

de caso-controle).

Nível 4

Estudos observacionais descritivos (revisões sistemáticas de estudos

descritivos, estudos descritivos, seccionais, séries de casos e estudo de

caso).

Nível 5

Opiniões de especialistas e bancos de investigações (revisões

sistemáticas de opiniões de especialistas, consensos de especialistas e

bancos de investigações ou opinião de um único especialista).

GRAU DE RECOMENDAÇÃO

Grau A

Recomendação forte para determinada estratégia de gestão de saúde

consiste em: (1) é evidente que os efeitos desejáveis compensam os

efeitos indesejáveis; (2) quando houver provas de qualidade que

subsidiem a utilização do objeto de estudo; (3) existe(m) benefício(s) ou

não nenhum impacto no uso dos recursos; e, (4) os valores, preferências e

experiências do paciente foram levados em consideração.

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Grau B

Recomendação fraca para uma determinada estratégia de saúde é

classificada de acordo com: (1) os efeitos desejáveis parecem superar os

indesejáveis, embora não seja explicitado de forma clara; (2) apresenta

evidências que indicam a utilização do(s) recurso(s), embora possa ser de

baixa qualidade; (3) há um benefício sem impacto ou com um impacto

mínimo em detrimento da utilização do(s) recurso(s) e; (4) os valores,

preferências e experiências dos pacientes podem ou não ter sido

considerado.

Adaptado de Joanna Briggs Institute (2013a, 2013b).

Por fim, a quinta etapa dessa scoping review consistiu na análise crítica dos

dados. Os resultados foram digitados em planilhas eletrônicas disponíveis no

programa Microsoft Excel 2010®, analisados por estatística descritiva e

apresentados em forma de quadros.

4.1.2 Grupo focal

O grupo focal consiste essencialmente na interação entre os participantes e o

pesquisador, cujo objetivo é colher dados a partir de discussão focada em tópicos

específicos e diretivos (LERVOLINO; PELICIONE, 2001).

Trata-se de um estudo do tipo descritivo, com delineamento transversal e

abordagem mista sobre a opinião dos profissionais de enfermagem quanto aos

elementos que devem compor o protocolo gráfico para avaliação da SP

politraumatizado em situação de emergência.

Utilizou-se a técnica do grupo focal, com a participação de um mediador, um

relator e três colaboradores, previamente treinados para tais funções. Essa etapa da

pesquisa ocorreu em outubro de 2015 e arrolou como sujeitos profissionais de

enfermagem lotados no Complexo Hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel, o qual é

referência no atendimento a emergências traumáticas no Rio Grande do

Norte/Brasil.

O grupo focal se inicia com a reunião de seis a 10 pessoas selecionadas com

base em suas características, homogêneas ou heterogêneas, em relação ao assunto

a ser discutido. O número de pessoas deve ser tal que estimule a participação e a

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interação de todos, de forma relativamente ordenada. No entanto, é recomendado

convidar cerca de 20% a mais de pessoas do que realmente será necessário para a

condução de cada grupo focal para se prevenir contra ausências inesperadas de

participantes (DIAS, 2000; MORGAN, 1988).

Para a efetividade deste tipo de técnica de pesquisa, o moderador deve criar

um ambiente propício para facilitar o surgimento de diferentes percepções e pontos

de vista, sem que haja nenhuma pressão para o estabelecimento de algum plano

conclusivo entre os participantes (MUNARETTO; CORRÊA; CUNHA, 2013). Em

geral, o moderador atua no grupo de maneira a redirecionar a discussão, caso haja

dispersão ou desvio do tema pesquisado, sem interromper bruscamente a interação

entre os participantes (CRUZ NETO; MOREIRA; SUCENA, 2012; VIEIRA et al.,

2013).

Os participantes são selecionados por apresentarem certas características em

comum e que podem ser associadas ao tópico a ser pesquisado e a duração típica

da reunião com o grupo é em média de uma hora e meia (MORGAN, 1988;

KRUEGER, 1988).

Deste modo, a amostra foi do tipo intencional, já que os sujeitos foram

escolhidos propositalmente de acordo com os objetivos da pesquisa (KUARK;

MANHÃES; MEDEIROS, 2010). Para a seleção amostral foram considerados os

seguintes critérios de inclusão:

Profissionais de enfermagem lotados no complexo hospitalar Monsenhor

Walfredo Gurgel;

Enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam ou atuaram por pelo

menos seis meses no setor de politrauma do Pronto-Socorro Clóvis

Sarinho;

Profissionais que tivessem disponibilidade para participar do grupo focal.

Adotou-se como critérios de exclusão: não estar presente no dia da realização

da coleta de dados e indisponibilidade de tempo.

A pesquisa foi divulgada por meio de folders-convite distribuídos pelos setores

do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. A partir disto, 14 profissionais se

inscreveram e 10 compareceram ao evento, entre os quais uma era fisioterapeuta e

duas eram técnicas de enfermagem, mas nunca haviam trabalhado no setor de

politrauma. Assim, com base nos critérios de inclusão, alcançou-se a amostra de

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sete profissionais de enfermagem. Ademais, com o propósito de assegurar a

eficácia, obedeceu-se ao parâmetro recomendado pela literatura de que os grupos

focais devem ter entre seis e 15 participantes (BACKES et al., 2011).

A fim de garantir o anonimato dos participantes, os enfermeiros foram

identificados com a letra “E” seguida pelos números 1 e 2 (E1 e E2), e os técnicos

de enfermagem com a letra “T” acompanhada dos algarismos arábicos 1 ao 5 (T1 a

T5).

Os sujeitos foram previamente esclarecidos quanto aos objetivos da pesquisa

e as particularidades relacionadas à sua colaboração no estudo, de modo a atender

aos preceitos éticos. Após aceitarem participar foram convidados a assinar o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (APÊNDICE A), o termo de

autorização para gravação de voz (APÊNDICE B) e o termo de autorização para uso

de imagens - fotos (APÊNDICE C).

Os dados foram coletados por meio de arguição, mediante o direcionamento

de um mediador (próprio pesquisador), com a aplicação da questão norteadora

sobre o tema proposto, a fim de estimular o início da discussão entre os sujeitos. As

falas foram gravadas e analisadas em seguida. Ressalta-se que a questão

norteadora foi elaborada de acordo com os objetivos do estudo (APÊNDICE D).

Além disto, aplicou-se um questionário semiestruturado composto por

questões fechadas, referentes aos dados sociodemográficos e profissionais dos

participantes (APÊNDICE E), composto pelas variáveis apresentadas no Quadro 2.

O guia de entrevista foi composto pela questão: “Quais são os itens necessários

para avaliar o cuidado de enfermagem e a segurança do paciente politraumatizado

em situação de emergência?”.

Quadro 2. Categorias e variáveis do instrumento a ser respondido pelos

participantes do grupo focal. Natal/RN, 2016.

CATEGORIAS VARIÁVEIS

Dados sociodemográficos

Sexo

Idade

Religião

Bairro em que reside

Estado civil

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38

Número de filhos

Número de pessoas que residem na casa

Renda familiar

Dados profissionais

Cargo que exerce na instituição

Possui pós-graduação? Qual?

Tempo de formado

Tempo de atuação no ambiente hospitalar

Tempo de atuação no setor de emergência

Setor de trabalho atual

Tempo de atuação na unidade de saúde atual

A coleta de dados ocorreu pelo uso de técnicas projetivas, e propiciam uma

maior profundidade nas significações da temática por meio da obtenção de

conteúdos inconscientes, criam um ambiente favorável ao diálogo e a expressão da

subjetividade, dificilmente representada pela verbalização (TEIXEIRA et al., 2013).

Para tanto, aplicou-se a técnica do sandplay e o método da Pedagogia

Vivencial Humanescente, que consiste em uma estratégia que objetiva estimular a

expressão da subjetividade dos sujeitos por intermédio do estímulo à criatividade

pela execução da tríade “montar-escrever-falar”, embasada em questões

norteadoras, a saber: 1) “montar” refere-se à construção de um cenário com o uso

de materiais disponibilizados (miniaturas); 2) “escrever” a descrição do cenário

construído em um instrumento de pesquisa que contribuiu para a análise das falas

dos sujeitos pesquisados; e, 3) “falar” sobre as representações, de forma a

compartilhar as ideias, opiniões e percepções (CAVALCANTI, 2010).

A Figura 6 sintetiza a operacionalização do processo de coleta de dados com

a utilização da técnica de grupo focal.

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39

Figura 6. Operacionalização da coleta de dados com o grupo focal. Natal/RN,

2016.

A transcrição das falas e escrita foi submetida à análise lexicográfica no

software Interface de R pour Analyses Multidimensionnelles de Textes et de

Questionneires (IRAMUTEQ).

Para isto, utilizou-se a Classificação Hierárquica Descendente e a análise de

similitude como métodos de tratamento dos dados. Deste modo, cada texto será

caracterizado pelas variáveis de interesse: categoria profissional (técnico de

enfermagem ou enfermeiro), sexo e tempo de atuação no setor de emergência, para

as quais, considerou-se o nível de significância do ρ-valor < 0,0001.

Adotou-se como critérios para inclusão dos elementos em suas respectivas

classes no dendograma: frequência maior que o dobro da média de ocorrências no

corpus e associação com a classe determinada pelo valor de qui-quadrado igual ou

superior a 3,84 (ρ-valor < 0,005) e significância de 95% (CAMARGO; JUSTO, 2013).

O resultado da análise lexicográfica foi descrito através das frequências relativas e

do ρ-valor.

Os dados de caráter sociodemográficos e profissionais foram digitados e

tabulados no programa Microsoft Excel 2010®, analisados descritivamente pelos

softwares SPSS versão 22.0 e apresentados com os respectivos valores absolutos,

relativos, média e desvio padrão.

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40

4.2 ETAPA 2: PROPOSIÇÃO E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO E APARÊNCIA DO

PROTOCOLO GRÁFICO

Após a análise e sumarização dos resultados obtidos mediante a scoping

review e o grupo focal, nesta segunda etapa ocorreu à construção e validação do

protocolo gráfico para a avaliação dos elementos estrutura, processo e resultado em

relação ao cuidado seguro ao paciente politraumatizado em situação de emergência.

Esta etapa contou com a participação de juízes, que julgaram os critérios de

aparência e conteúdo do protocolo.

4.2.1 Construção do protocolo gráfico

O protocolo preliminar foi construído a partir dos componentes estrutura,

processo e resultado de Avedis Donabedian, formatados na modalidade eletrônica e

disponíveis em formulário eletrônico via Google Docs (docs.google.com), de acordo

com os itens de avaliação abordados por Pasquali (1998), de acordo com o

conteúdo disposto no Quadro 3.

Quadro 3. Itens de avaliação do protocolo. Natal/RN, 2016.

REQUISITOS DE

AVALIAÇÃO CRITÉRIOS DE ANÁLISE

Utilidade /

pertinência O protocolo é relevante e atende a finalidade proposta.

Consistência /

Amplitude

O conteúdo apresenta profundidade suficiente para a

compreensão do protocolo.

Clareza O protocolo está explicitado de forma clara, simples e

inequívoca.

Objetividade O protocolo permite resposta pontual.

Simplicidade Os itens expressam uma única ideia.

Exequível O protocolo é aplicável.

Atualização Os itens seguem as práticas baseadas em evidência mais

atuais.

Precisão Cada item de avaliação é distinto dos demais, não se

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41

confundem.

Comportamento O protocolo não apresenta itens abstratos.

Adaptado de Pasquali (1998)

O modelo proposto por Pasquali (1998) aborda doze critérios a serem

avaliados para que um determinado constructo seja considerado válido. Entretanto,

três destes não são aplicáveis ao tipo de instrumento construído e validado nessa

pesquisa, a saber: variedade, modalidade e equilíbrio.

Ressalta-se que para a construção do protocolo gráfico seguiu-se as

recomendações nacionais e internacionais de órgãos de pesquisa que trabalham na

perspectiva da cultura de SP, bem como o arcabouço legal brasileiro, como portarias

e resoluções (BRASIL, 2013a; 2013b; 2013c; 2013d; 2008; 2003; 2002), e dos

dados obtidos na etapa 1 desse estudo.

A partir disso, a aparência do protocolo gráfico foi elaborada de acordo com a

proposta de Pimenta et al. (2014), em que há o emprego de formas gráficas com

determinados significados no constructo, conforme demonstrado no Quadro 4.

Quadro 4. Elementos gráficos empregados na construção do protocolo. Natal/RN,

2016.

FORMA GRÁFICA SIGNIFICADO

Indica início e final do processo.

Indica a ação a ser executada.

Indica momentos de tomada de decisão ou questionamentos.

Conecta uma caixa explicativa.

Fonte: PIMENTA et al., 2014.

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42

4.2.2 Validação de conteúdo e aparência do protocolo gráfico

A validação de conteúdo consiste na determinação da representatividade de

itens que expressam um conteúdo, baseada no julgamento de especialistas em uma

área específica. Determina se o conteúdo de um instrumento de medida explora

efetivamente os quesitos para mensuração de um determinado fenômeno a ser

investigado. Além da validação de conteúdo, utilizou-se a validação de aparência,

que proporciona o julgamento sobre a relevância e adequação dos itens (MARTINS,

2006; RUBIO et al., 2003; BELLUCCI JÚNIOR; MATSUDA, 2012).

Neste sentido, realizou-se um estudo metodológico, com abordagem

quantitativa de tratamento e análise de dados. Este tipo de estudo é adequado para

a verificação de métodos de obtenção, organização e análise de dados, a fim de

elaborar, validar e avaliar instrumentos e técnicas para a pesquisa e tem como

finalidade a construção de um instrumento confiável, preciso e utilizável para que

possa ser aplicado por outros pesquisadores (BECK; HUNGLER; POLIT, 2011).

A validade constitui um critério essencial para avaliação da qualidade de um

instrumento, de modo que é conceituada como o grau em que o instrumento se

mostra apropriado para mensurar aquilo que supostamente deveria medir (BECK;

HUNGLER; POLIT, 2011; PERROCA, 2011).

Para a coleta de dados empregou-se a técnica Delphi, a qual é entendida

como a aplicação sucessiva de questionários a um grupo de especialistas ao longo

de várias rodadas, com vistas à prospecção de tendências futuras sobre o objeto em

estudo. Trata de um procedimento que permite a análise e discussão da avaliação

dos juízes sobre um tópico específico. Essa técnica se configura no julgamento do

instrumento por indivíduos com experiência no assunto em questão (BELLUCCI

JÚNIOR; MATSUDA, 2012; OKOLI; PAWLOWSKI, 2004).

Logo, pressupõe-se que o julgamento coletivo, ao ser bem organizado é

melhor que a opinião de um só indivíduo. O anonimato dos respondentes, a

representação estatística e o feedback de respostas do grupo para reavaliação nas

rodadas subsequentes são as principais características desta técnica (WRIGHT;

GIOVINAZZO, 2000).

Procedeu-se uma busca ativa dos especialistas pela pesquisa avançada na

plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

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43

Tecnológico – CNPq (http://lattes.cnpq.br/), por assunto a fim de identificar

profissionais de saúde do Brasil aptos a atuarem como juízes do instrumento.

Os juízes foram selecionados a partir do uso de descritores relacionados à

temática do estudo. Ademais, aplicou-se aos resultados o filtro “área de atuação”.

Os currículos foram analisados a partir da titulação, experiência profissional,

participação em projetos de pesquisa e publicação de trabalhos científicos em

periódicos relacionados à temática do presente estudo. A busca dos currículos na

Plataforma Lattes ocorreu de acordo com o esquema descrito na Figura 7.

Figura 7. Esquema da busca na Plataforma Lattes. Natal/RN, 2016.

O processo de validação do protocolo gráfico aconteceu em duas rodadas de

Delphi (Delphi I e Delphi II). Na Delphi I, a população foi composta por 156

especialistas cadastrados na Plataforma Lattes e a amostra inicial foi constituída

pelos 40 primeiros pesquisadores enquadrados nos critérios preestabelecidos. Os

juízes que não responderam ou não aceitaram participar da pesquisa foram

automaticamente excluídos do estudo. Com isso, a amostra final do Delphi I

consistiu em 15 juízes. Já o Delphi II, a população compreendeu 15 participantes e a

amostra totalizou em 13 juízes.

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44

Contudo, seguiram-se as recomendações de Dalkey e Helmer (1963), que

indicam que o número aceitável de juízes para o processo de validação seja de no

mínimo sete e no máximo 30.

Para a seleção amostral, estabeleceram-se alguns critérios que deveriam

somar no mínimo quatro pontos, conforme exposto na Figura 8.

Figura 8. Critérios para seleção dos juízes (Adaptado de BARBOSA, 2008).

Natal/RN, 2016.

Realça-se que as adaptações da Figura 8 dizem respeito à especificidade da

área a qual se destinava o estudo de Barbosa (2008), que foi modificado para a de

urgência e emergência. Além disso, foi alterada a pontuação concernente à

experiência na área, que era atribuído um ponto e passou a ser dois pontos.

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45

Foram excluídos do estudo os profissionais de enfermagem afastados da

assistência a pessoas em situação de emergência há mais de cinco anos e/ou não

tivessem pesquisa na temática há mais de dois anos, menos de dois trabalhos

publicados em periódicos sobre o assunto e os juízes que não cumpriram todas as

etapas metodológicas de validação de conteúdo e aparência no prazo pré-

estabelecido.

O contato com os juízes ocorreu em quatro etapas distintas, conforme

descrito na Figura 9.

Figura 9. Etapas de validação de conteúdo e aparência do protocolo gráfico.

Natal/RN, 2016.

Realça-se que todos os juízes foram comunicados sobre a necessidade de

manipulação e divulgação dos dados e a garantia do anonimato dos mesmos.

Para a validação do protocolo, as avaliações dos juízes foram inseridas no

banco de dados do Microsoft Excel 2010® e tabuladas e analisadas no SPSS versão

22.0, onde se verificou as pontuações atribuídas a cada item. A relevância dos itens

foi obtida pela aplicação do Índice de Validação de Conteúdo (IVC).

O IVC avalia a concordância dos juízes quanto à representatividade da

medida em relação ao conteúdo abordado, calculado através da divisão do número

total de itens considerados como válidos pelo número total de itens, conforme

demonstrado a seguir (RUBIO et al; 2003; BECK; HUNGLER; POLIT, 2011):

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Considerou-se válido aqueles itens com IVC maior que 0.78 e consenso de

mais de 70,0% na técnica de Delphi. Quanto a este valor, Beck, Hungler e Polit

(2011) recomendam que o IVC de todo o instrumento seja representado por valores

superiores à 0.78.

Além disso, foi realizada a análise descritiva (frequências absolutas, relativas,

médias e desvio padrão) e inferencial através da aplicação do teste não paramétrico

de Wilcoxon, com a finalidade de comparar as medianas e os escores do IVC

alcançados nas rodadas de Delphi. Para tanto, adotou-se o ρ-valor ≤ 0,05 como

parâmetro para a significância estatística.

Para a avaliação da consistência interna entres os itens que compuseram o

protocolo gráfico, aplicou-se o Alfa de Cronbach (α). Sobre isto, Hatcher e Hall

(2009) descrevem que quanto maior o α, maior será a confiabilidade do instrumento,

de modo que o α ≥ 0,7 reflete fidedignidade aceitável.

Após a análise dos dados mediante a leitura reflexiva, estatística descritiva e

inferencial, avaliação do IVC e do α, o protocolo foi reformulado de acordo com as

sugestões dos juízes e seguiu para o Delphi II.

4.3 ASPECTOS ÉTICOS

Foram cumpridos todos os aspectos éticos e legais para pesquisa envolvendo

seres humanos de acordo com o preconizado pela Resolução n. 466 de 2012 do

Conselho Nacional de Saúde. Garantiu-se, prioritariamente, a não maleficência, o

anonimato, a privacidade dos envolvidos na pesquisa e a possibilidade de

desistência quanto a sua participação em qualquer etapa do processo (BRASIL,

2013e).

O estudo foi submetido à apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP/UFRN), cujo parecer foi

favorável com Parecer Consubstanciado de nº 1.053.690, de 24 de abril de 2015, e

Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº

42951415.6.0000.5537 (ANEXO A).

IVC = número total de itens considerados como relevantes pelos juízes número total de itens

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47

Para a execução do estudo contou-se com a anuência da instituição

participante (ANEXO B).

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48

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados e discussões dessa pesquisa serão dispostos em quatro

subtópicos, a saber: 1) Cuidado seguro de enfermagem no atendimento de

emergência: uma scoping review; 2) Percepções da equipe de enfermagem sobre a

segurança do paciente politraumatizado: um grupo focal; 3) Componentes do

protocolo gráfico de avaliação do cuidado seguro ao paciente politraumatizado em

situação de emergência; 4) Segurança do paciente politraumatizado em situação de

emergência: validação de conteúdo e aparência do protocolo gráfico.

5.1 CUIDADO SEGURO DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO DE

EMERGÊNCIA: UMA SCOPING REVIEW

A amostra foi composta por 43 publicações, a qual foi categorizada no Quadro

5 conforme o tipo de estudo, a classificação do Nível de Evidência (NE), Grau de

Recomendação (GR), abordagem metodológica, código de referência do estudo

analisado, título do artigo, ano e periódico de publicação e o país onde a pesquisa

foi realizada.

O código de referência diz respeito à organização bibliográfica dos artigos que

compuseram a amostra dessa pesquisa, representado pela letra “A” (=Artigo)

seguida pelos algarismos arábicos correspondentes, os quais variam do 1 a 43. Por

exemplo, o primeiro artigo analisado será representado por “A1”. A lista das

referências dos artigos analisados encontram-se no APÊNDICE I.

O nível de evidência e o grau de recomendação das publicações utilizadas na

discussão dessa pesquisa foram apresentados por uma numeração de 1 a 5

(evidência do estudo) seguido pela letra A ou B (grau de recomendação), conforme

classificação do Joanna Briggs Institute (2013a, 2013b). Ou seja, se o nível de

evidência do estudo enquadrar-se em “2” e o grau de recomendação em “A” serão

representados como “2-A”.

Além disso, ressalta-se que os estudos analisados foram distribuídos no

Quadro 1 em ordem crescente da classificação do nível de evidência.

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Quadro 5. Sumarização e categorização das evidências encontradas nos estudos

incluídos na amostra final. Natal/RN, 2016. (n=43).

Tipo de estudo

(NE–GR) /

Abordagem

Código Título / Ano / Periódico / País onde o estudo foi

realizado

Descritivo (4-A)

/ Quantitativo

A1

Journey to a safe environment: fall prevention in an

emergency department at a level I trauma center / 2013

/ J Emerg Nurs / Estados Unidos.

A2

Core team members’ impact on outcomes and process

improvement in the initial resuscitation of trauma

patients / 2016 / J Trauma Nurs / Estados Unidos.

A3

Analysis of preventable deaths by mechanism of injury

among 13,500 trauma admissions / 1991 / Ann Surg /

Estados Unidos.

A4 Evaluation of emergency room triage performed by

nurses / 1975 / Am J Public Health / Estados Unidos.

A5

Emergency and urgent care capacity in a resource-

limited setting: an assessment of health facilities in

western Kenya / 2014 / BMJ Open / Quênia.

A6

Emergency care capacity in Freetown, Sierra Leone: a

service evaluation / 2015 / BMC Emerg Med / Serra

Leoa.

A7 Transport time to trauma facilities in Karachi: an

exploratory study / 2008 / Int J Emerg Med / Paquistão.

A8

Portrait of rural emergency departments in Québec and

utilization of the provincial emergency department

management Guide: cross sectional survey / 2015 /

BMC Health Serv Res / Canadá.

A9 Trauma centers: an idea whose time has come / 1981 /

J Natl Med Assoc / Estados Unidos.

A10 Survey of the current state of emergency care in

Chennai, India / 2011 / World J Emerg Med / Índia.

A11 Increased mortality in adult trauma patients transfused

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50

with blood components compared with whole blood /

2014 / J Trauma Nurs / Estados Unidos.

A12

A comparison of adherence to correctly documented

triage level of critically ill patients between emergency

department and the ambulance service nurses / 2013 /

Int Emerg Nurs / Suécia.

A13

Trauma care inside and outside business hours:

comparison of process quality and outcome indicators in

a German level-1 trauma center / 2014 / Scand J

Trauma Resusc Emerg Med / Alemanha.

A14

Variation in emergency medical services workplace

safety culture / 2010 / Prehosp Emerg Care / Estados

Unidos e Canadá.

A15

Emergency and trauma care in Pakistan: a cross-

sectional study of healthcare levels / 2015 / Emerg Med

J / Paquistão.

A16

The management of trauma victims with head injury: a

study by the national confidential enquiry into patient

outcome and death / 2013 / Ann R Coll Surg Engl /

Inglaterra, País de Gales, Irlanda do Norte e Islândia.

A17

Variability in California triage from 2005 to 2009: a

population-based longitudinal study of severely injured

patients / 2014 / J Trauma Acute Care Surg / Estados

Unidos.

A18

Providing emergency care and assessing a patient

triage system in a referral hospital in Somaliland: a

cross-sectional study / 2014 / BMC Health Services

Research / Somália.

A19

Quality of emergency medical care in Gondar University

Referral Hospital, Northwest Ethiopia: a survey of

patients’ perspectives / 2014 / BMC Emerg Med /

Etiópia.

A20 Applying artificial neural networks to predict

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51

communication risks in the emergency department /

2015 / J Adv Nurs / Roma.

A21 Contributing factors to errors in Swedish emergency

departments / 2015 / Int Emerg Nurs / Suécia.

A22

Combined quality function deployment and logical

framework analysis to improve quality of emergency

care in Malta / 2016 / Int J Health Care Qual Assur /

República de Malta.

Descritivo

(4–B) /

Quantitativo

A23 Trauma teams and time to early management during in

situ trauma team training / 2016 / BMJ Open / Suécia.

A24

Trends of CT utilization in an emergency department in

Taiwan: a 5-year retrospective study / 2016 / BMJ Open

/ Taiwan.

Descritivo (4-A)

/ Qualitativo

A25

How to improve vital sign data quality for use in clinical

decision support systems? A qualitative study in nine

Swedish emergency departments / 2016 / BMC Med

Inform Decis Mak / Suécia.

A26

Nurses’ perceptions of using an evidence-based care

bundle for initial emergency nursing management of

patients with severe traumatic brain injury: a qualitative

study / 2015 / Int Emerg Nurs / Tailândia.

A27

Integrating quantitative and qualitative methodologies

for the assessment of health care systems: emergency

medicine in post-conflict Serbia / 2005 / BMC Health

Serv Res / Irã.

A28 Teamwork improvement in emergency trauma

departments / 2013 / Iran J Nurs Midwifery Res / Irã.

A29

Acuity Assignation An Ethnographic Exploration of

Clinical Decision Making by Emergency Nurses at Initial

Patient Presentation / 2010 / Adv Emerg Nurs J /

Estados Unidos.

A30 Trauma care – a participant observer study of trauma

centers at Delhi, Lucknow and Mumbai / 2009 / Indian J

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52

Surg / Índia.

Descritivo (4-A)

/ Misto

A31

Interprofessional team dynamics and information flow

management in emergency departments / 2014 / J Adv

Nurs / Itália.

A32

Integrating quantitative and qualitative methodologies

for the assessment of health care systems: emergency

medicine in post-conflict Serbia / 2005 / BMC Health

Serv Res / Sérvia.

A33

Waiting management at the emergency department – a

grounded theory study / 2013 / BMC Health Serv Res /

Suécia.

A34

Emergency Department Trauma Redesign in a Level 1

Trauma Centre / 2011 / Australas Emerg Nurs J /

Austrália.

A35

Collaborative practices in unscheduled emergency care:

role and impact of the emergency care practitioner -

qualitative and summative findings / 2007 / Emerg Med

J / Inglaterra.

Coorte (3-A) /

Quantitativo

A36

Evaluation of a university hospital trauma team

activation protocol / 2011 / Scand J Trauma Resusc

Emerg Med / Noruega.

A37

Validation of the modified Japanese Triage and Acuity

Scale-based triage system emphasizing the physiologic

variables or mechanism of injuries / 2016 / Int J Emerg

Med / Japão.

A38

The prospective, observational, multicenter, major

trauma transfusion (PROMMTT) study: comparative

effectiveness of a time-varying treatment with

competing risks / 2013 / JAMA Surg / Estados Unidos.

Caso-controle

(3-A) /

Quantitativo

A39

Impact of the ABCDE triage in primary care emergency

department on the number of patient visits to different

parts of the health care system in Espoo City / 2012 /

BMC Emerg Med / Finlândia.

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53

Caso-controle

(3-B) /

Quantitativo

A40

Increased trauma center volume is associated with

improved survival after severe injury: results of a

Resuscitation Outcomes Consortium Study / 2014 / Ann

Surg / Estados Unidos e Canadá.

Caso-controle

(3-A) / Misto A41

Effectiveness of emergency care practitioners working

within existing emergency service models of care / 2007

/ Emerg Med J / Inglaterra.

Ensaio clínico

(1–A) /

Quantitativo

A42

A before- and after-intervention trial for reducing

unexpected events during the intrahospital transport of

emergency patients / 2012 / Am J Emerg Med / Coreia.

A43

Using an evidence-based care bundle to improve Thai

emergency nurses' knowledge of care for patients with

severe traumatic brain injury / 2015 / Nurse Educ Pract /

Tailândia.

De acordo com o Quadro 5, verificou-se maior número de estudos do tipo

descritivo (n=35; 81,4%), com abordagem quantitativa (n=32; 74,4%), classificados

no nível de evidência 4 (n=35; 81,4%) e grau de recomendação A (n=40; 93,0%).

Quanto ao país onde a pesquisa foi realizada, houve predomínio dos Estados

Unidos (n=11; 25,6%) e Suécia (n=5; 11,6%).

O Quadro 6 descreve os aspectos relacionados aos componentes da tríade

de Avedis Donabedian (1966) - estrutura, processo e resultado, abordados pelos

estudos analisados.

Quadro 6. Apresentação dos elementos relacionados à tríade de Donabedian

abordados nos artigos analisados. Natal/RN, 2016. (n=43).

TRÍADE DE

DONABEDIAN

(Código)

ELEMENTOS DE (IN)SEGURANÇA NO SERVIÇO DE

EMERGÊNCIA (n; %)

ESTRUTURA

(A2, A4-A10,

A13, A15-A16,

A19, A21-A22,

- Necessidade de equipamentos para a realização de exames de

imagem e laboratoriais funcionantes (n=18; 41,9%);

- Necessidade de educação permanente efetiva e ativa com

ênfase no treinamento de pessoal em suporte de vida avançado

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54

A24-A28, A30-

A35, A41, A43)

ao trauma (n=13; 30,2%);

- Recursos humanos com deficiência nos conhecimentos e

habilidades (n=11; 25,6%);

- Recursos humanos em quantidade insuficiente (n=9; 20,9%);

- Material para intubação em todos os tamanhos e suporte para

oxigenoterapia (n=8; 18,6%);

- Medicamentos básicos na emergência - opióides, anestésicos,

antibióticos (n=8; 18,6%);

- Disponibilidade de leitos para internação em número suficiente e

em boas condições (n=7; 16,3%);

- Disponibilidade de um monitor cardíaco por leito (n=6; 14,0%);

- Espaço físico e material para sutura e curativos (n=5; 11,6%);

- Material para imobilização disponível em todos os tamanhos

(n=5; 11,6%);

- Capacitação de recursos humanos para realizar a triagem (n=4;

9,3%);

- Disponibilidade de sangue e hemoderivados para transfusão

(n=3; 7,0%);

- Disponibilidade de macas para o transporte (n=3; 7,0%);

- Disponibilidade de equipamentos de proteção individual (n=3;

7,0%);

- Material para viabilização de acesso venoso (n=3; 7,0%);

- Bandeja de dreno de tórax disponível (n=1; 2,3%);

- Inexperiência de gerentes ao planejar o dimensionamento de

pessoal para o setor de emergência (n=1; 2,3%);

- Espaço físico destinado à espera de familiares (n=1; 2,3%);

- Disponibilidade de equipe de cirurgia geral e neurocirurgia

durante as 24 horas, sete dias por semana (n=1; 2,3%); e,

- Condições de limpeza e higiene (n=1; 2,3%).

PROCESSO

(A1-A4, A9-15,

A17-A18, A20-

A23, A25-A29,

- Melhoria no processo de realização da triagem (n=20; 46,5%);

- Importância do uso de protocolos ou checklists para a

padronização da triagem (n=9; 20,9%);

- Importância do uso de protocolos e diretrizes para o atendimento

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A31-A41, A43) ao politraumatizado (n=9; 20,9%);

- Melhoria na comunicação entre profissionais (n=8; 18,6%);

- Registros e documentação no prontuário (n=7; 16,3%);

- Melhoria na comunicação entre pacientes e profissionais (n=7;

16,3%);

- Monitorização contínua dos sinais vitais (n=5; 11,6%);

- Auxílio na inserção e manutenção da intubação orotraqueal

(n=4; 9,3%);

- Aplicação de técnicas para a contenção de hemorragias (n=4;

9,3%);

- Técnica adequada para a viabilização de acesso venoso e

administração de fluidos (n=4; 9,3%);

- Identificação do paciente (n=3; 7,0%);

- Cuidados na administração de sangue e hemoderivados (n=3;

7,0%);

- Classificação do risco de quedas (n=2; 4,7%);

- Técnica adequada na inserção e cuidados com a sonda vesical

de demora (n=2; 4,7%);

- Estabilização primária das fraturas (n=2; 4,7%);

- Manutenção das grades da maca elevadas (n=1; 23%);

- Técnicas assépticas para prevenção de infecções (n=1; 2,3%);

- Não continuidade dos cuidados entre o pré e o intra-hospitalar

(n=1; 2,3%);

- Reanimação cardiopulmonar (n=1; 2,3%); e,

- Uso de algoritmos para avaliar a necessidade transfusão de

sangue e hemoderivados (n=1; 2,3%).

RESULTADO

(A3, A11, A14,

A19, A21-A22,

A26-A27, A30-

A35, A38-A41)

- Grande tempo de espera para o atendimento (n=4; 9,3%);

- Insatisfação de profissionais em relação à assistência prestada e

as condições de trabalho (n=4; 9,3%);

- Desenvolvimento de infecção hospitalar (n=3; 7,0%);

- Aumento do número de complicações decorrentes do trauma

(n=3; 7,0%);

- Baixa qualidade e efetividade do cuidado (n=3; 7,0%);

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- Alto número de quedas (n=2; 4,7%);

- Aumento do número de ocorrência de eventos adversos (n=2;

4,7%);

- Insatisfação de pacientes quanto ao cuidado recebido (n=2;

4,7%);

- Redução da mortalidade por eventos hemorrágicos pós-trauma

(n=2; 4,7%);

- Redução do tempo de espera para o atendimento (n=2; 4,7%);

- Redução do tempo de permanência do paciente no setor de

emergência (n=1; 2,3%).

No que se refere aos itens apresentados no Quadro 6, constatou-se que na

estrutura dos serviços de atendimento de emergência ao paciente politraumatizado

houve predomínio quanto a disponibilidade de equipamentos para a realização de

exames de imagem e laboratoriais funcionantes (n=18; 41,9%), a necessidade de

uma educação permanente efetiva e ativa com ênfase no treinamento de pessoal

em suporte de vida avançado ao trauma (n=13; 30,2%) e a melhoria dos

conhecimentos e habilidades dos recursos humanos (n=11; 25,6%).

Em consonância a tríade proposta por Avedis Donabedian, a estrutura se

relaciona às características relativamente estáveis das instituições de saúde, como:

área física, recursos humanos, materiais, financeiros e a estrutura organizacional

(DONABEDIAN, 1966). Logo, considera-se que a estrutura disponível nos serviços

de emergência está diretamente relacionada à SP. Posto que, para a efetividade do

cuidado seguro é de suma importância à disponibilidade de recursos humanos,

estruturais e materiais em quantidade e qualidade, a fim de evitar o alinhamento das

fatias do queijo suíço (REASON, 1997) e, como consequência, reduzir a

possibilidade da ocorrência de EA.

Diante disso, para que o cuidado seja seguro, é imprescindível que as

unidades de emergência estejam em conformidade com o recomendado na

legislação vigente, a saber: Portaria nº 2.048, de 5 de novembro de 2002 (BRASIL,

2003); Resolução RDC nº 50 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),

de 21 de fevereiro de 2002 (BRASIL, 2002); e, Resolução RDC nº 36 da ANVISA, de

25 de julho de 2013 (BRASIL, 2013c).

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57

De acordo com o preconizado pelo arcabouço legal supracitado, a estrutura

das unidades de emergência deve dispor de um espaço de 12m2 por leito, com

distância de 1m2 entre os leitos e a parede, assim como espaço suficiente para

manobra da maca; um posto de enfermagem para cada 12 leitos de observação;

espaço de 8m2 para a triagem médica e/ou de enfermagem; sala de

suturas/curativos; sala de procedimentos especiais (invasivos); espaços para

circulação com largura mínima de 2m2; e, espaço externo para desembarque de

ambulâncias com 21m2 de área coberta (BRASIL, 2002).

Ademais, a legislação brasileira e a literatura internacional recomendam que

as salas de emergência incluam dois pontos de oxigênio, um de vácuo e um de ar

comprimido por leito (A5-A7,A10,A15), bem como dispositivo bolsa-válvula-máscara;

jogo de cânulas orofaríngeas; sondas de aspiração; torpedos de oxigênio (A5-

A7,A10,A15); aspirador portátil ou fixo (A5-A7,A15); material para punção venosa

(A7,A10,A15), intubação orotraqueal (A5-A7,A10,A15,A26,A21), curativo

(A5,A9,A13), pequenas suturas (A5,A10) e material para imobilizações em todos os

tamanhos (colares cervicais, talas) (A5,A7,A10,A15,A26) (BRASIL, 2002; 2003).

Além disso, considera-se que o setor de emergência é um local onde os

profissionais necessitam de qualificações adicionais periodicamente, como o suporte

avançado de vida ao trauma e suporte básico e avançado de vida, assim como é de

relevância a capacidade de trabalhar em equipe (4-A) (LAMBROU et al., 2015).

Assim, ressalta-se a importância da atuação ativa do núcleo de educação

permanente nos serviços de emergência, conforme o exposto por 30,2% das

publicações analisadas (A4-A5,A8-A10,A21-A22,A25-A28,A31,A44).

Entre as publicações incluídas na amostra, 25,6% (A4-A5,A10,A15,A18-

A19,A21-A22,A26-A27,A33) demonstraram a significância destes profissionais

desenvolverem habilidades e conhecimentos bem fundamentados, a fim de fornecer

uma assistência segura ao paciente politraumatizado. Neste sentido, o treinamento

regular da equipe de trauma é apontado como primordial para o atendimento de

emergência, essencial para reduzir o tempo necessário em uma avaliação completa

do paciente. Logo, a aplicação de conhecimentos baseados em princípios

normalizados e sistematizados descritos nos protocolos e guidelines de atendimento

ao trauma têm sido associadas com o melhor atendimento (3-A) (TSANG et al.,

2013).

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Adiciona-se a isso a necessidade do envolvimento de diferentes profissionais

e especialistas (cirurgiões gerais, neurocirurgiões, enfermeiros, cirurgiões buco-

maxilo-faciais) no cuidado as vítimas de emergências traumáticas e que estejam

aptos a trabalharem em equipe, conforme o descrito em 2,3% (A30) das evidências

analisadas na presente pesquisa. Isto é classificado como crucial em situações

críticas, como em departamentos de emergência e de trauma, com vistas a

promover melhorias nos parâmetros clínicos e na SP, com ênfase na agilidade do

atendimento (4-A) (KHADEMIAN et al., 2013), posto que o tempo entre o evento

traumático e o atendimento é de suma importância ao considerar as possibilidades

de sobrevivência do paciente.

Assim, os desafios associados à infraestrutura precária, recursos humanos

insuficientes e/ou sistemas de saúde sobrecarregados, o acesso aos cuidados de

emergência tornam-se limitados (4-B,4-A) (HSIA et al., 2011; RIVIELLO et al., 2011).

Esta sobrecarga ou superlotação do setor de emergência é uma realidade que têm

causas complexas associadas à insuficiência de leitos de internação (A6,A21,A26-

A27,A30,A33-A34) e de recursos humanos (A6,A8,A10,A15,A21,A27-A28,A30,A34)

e falta de uma regulação efetiva na rede de saúde (4-B,4-B,4-A) (KOCHER et al.,

2012; TRAVAGLIA; SPIGELMAN; BRAITHWAITE, 2011), como o exposto por 16,3%

dos estudos analisados nesta pesquisa.

Nesse ínterim, a avaliação da estrutura fundamenta-se na premissa de que

instalações físicas adequadas tendem a resultar em processos mais qualificados

(DONABEDIAN, 1988) e seguros para o paciente e para os profissionais. Visto que,

os déficits na infraestrutura, em recursos materiais básicos e humanos devidamente

qualificados afetam negativamente a capacidade de fornecer cuidados de saúde de

qualidade (1-B) (BURKE et al., 2014).

Em referência ao processo, o maior número dos artigos analisados versou

sobre a realização da triagem no serviço de emergência (n=20; 46,5%), uso de

protocolos ou checklists para a padronização da triagem (n=9; 20,9%) e a

importância do uso de protocolos e diretrizes para o atendimento ao

politraumatizado (n=9; 20,9%).

No que diz respeito ao processo, Donabedian (1966) o descreve como um

conjunto de atividades desenvolvidas na produção de bens e serviços. No setor

saúde está associado às relações estabelecidas entre profissionais e clientes, desde

a busca pelo diagnóstico, terapêutica e assistência adequados e seguros.

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Na presente pesquisa, o processo corresponde às ações de enfermagem com

vistas a garantir a SP politraumatizado e houve predominância nos aspectos

referentes à necessidade de melhoria na realização da triagem

(A2,A4,A13,A15,A21-A22,A25-A28,A31-A32,A41); a importância do uso de

protocolos e diretrizes para atendimento ao politraumatizado (A2,A4,A13,A15,A21-

A22,A27,A32,A41); a melhoria na comunicação no serviço de emergência (A4,A20-

A21,A23,A25,A27-A28,A31-A35,A41); aos registros e documentação no prontuário

(A2,A12,A21,A25,A32,A34,A36); a monitorização contínua de sinais vitais (A13,A25-

A26,A34,A44); ao auxílio na inserção e na manutenção da intubação orotraqueal

(A13,A26,A36,A44); e, as técnicas para a contenção de hemorragias

(A3,A9,A13,A36,A40).

Em relação à triagem, faz-se necessário que esta seja realizada com

qualidade para garantir que os ferimentos potencialmente fatais não sejam

negligenciados e o paciente receba a devida atenção que sua situação clínica exige,

com vistas a contribuir para o melhor prognóstico (4-A) (SUNYOTO et al., 2014).

Para tanto, considera-se de extrema valia o uso de protocolos ou checklists

para a padronização da triagem no atendimento ao politraumatizado. Geralmente

esse tipo de instrumento incorpora critérios fisiológicos, anatômicos, mecanismo de

lesão e considerações especiais (4-B) (BROWN et al., 2011).

As orientações para a triagem de pacientes feridos envolvem uma abordagem

progressiva, projetada para identificar lesões graves o mais precoce possível desde

o atendimento pré-hospitalar, a saber: 1) avaliação dos sinais vitais e da escala de

coma de Glasgow (critério fisiológico); 2) identificação de lesões visíveis, como

penetrantes, por esmagamento ou fraturas de ossos longos (critério anatômico); 3)

reconhecimento dos possíveis mecanismos da lesão, como por exemplo: acidentes

de trânsito ou queda de altura; e 4) averiguação de fatores complicadores, tais

como: uso de anticoagulantes, envolvimento de crianças ou idosos, pacientes

queimados ou grávidas (considerações especiais) (4-A) (SASSER et al., 2012).

Além disso, outro tipo de triagem que permite resguardar a SP no serviço de

emergência é a avaliação do risco de quedas, segundo recomenda A1. A

capacidade de identificar com precisão os pacientes com este tipo de risco na porta

de entrada do serviço de emergência é o primeiro passo para prevenir danos e evitar

prolongado tempo de internação no hospital. A prevenção de quedas é um processo

composto por duas etapas: avaliação correta do risco de queda e uso de estratégias

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eficazes para a prevenção (4-A) (ALEXANDER; KINSLEY; WASZINSKI, 2013),

como elevação de grades e uso de cintos no transporte do paciente em macas.

A aplicação de protocolos também é preconizada para a assistência ao

paciente politraumatizado. Ou seja, uma unidade de emergência deve incluir uma

abordagem padrão para todos os pacientes que necessitam de cuidados agudos,

tais como: avaliação e intervenções para o estabelecimento de vias aéreas,

respiração e circulação; verificação contínua de sinais vitais; avaliação física geral

do paciente; controle de hemorragia; imobilização e avaliação de potenciais danos

(1-B) (BURKE et al., 2014).

De igual modo, o uso de protocolos também é indicado para a transfusão de

sangue e/ou hemoderivados. Portanto, para que o processo de hemotransfusão seja

seguro é necessário que preliminarmente se confirme a identidade do paciente e a

compatibilidade com o produto a ser infundido (glóbulos vermelhos, plaquetas,

fatores da coagulação, plasma fresco congelado, glóbulos brancos) (2-A) (AVELAR

et al., 2010).

Ademais, os hemocomponentes devem ser mantidos por no máximo 30

minutos em temperatura ambiente antes de iniciar a infusão. Posteriormente é

imprescindível a limpeza do cateter com solução salina (2-A) (AVELAR et al., 2010).

Isto posto, realça-se que a padronização dos procedimentos repercute

positivamente na qualidade e na segurança do atendimento de emergência aos

pacientes com múltiplos traumas (4-A) (ADIB-HAJBAGHERY; MAGHAMINEJAD;

RAJABI, 2014). Assim, como parte da evolução da SP, os interesses humanos em

intervenções baseadas em protocolos, diretrizes e checklists estão em evidência por

uniformizar os processos de verificação necessários e agir como auxílio cognitivo

para garantir a assistência de qualidade ao paciente grave no menor tempo possível.

A expectativa é que essas ferramentas contribuam no processo de cuidar em saúde

e apoiem o desempenho da força de trabalho e forneçam defesas sistêmicas mais

efetivas contra EA e danos evitáveis (4-A) (ROSEN; PRONOVOST, 2014).

A adesão aos protocolos e checklists além de colaborarem significativamente

para a SP (4-A) (MARTINO et al., 2011) auxiliam na qualidade da documentação

completa dos parâmetros no prontuário e/ou ficha de atendimento do paciente (4-A)

(JÖNSSON; FRIDLUND, 2013).

Em consonância à Política Nacional de Atenção às Urgências, Portaria nº

2.048/2002, do Ministério da Saúde, as unidades de emergência devem dispôr de

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um prontuário para cada paciente com as informações completas do quadro clínico e

sua evolução, escritas de forma clara e precisa, datadas e assinadas pelo

profissional responsável pelo atendimento. Este prontuário deve conter informações

mínimas, como: identificação do paciente; histórico clínico; avaliação inicial;

indicação do procedimento cirúrgico, e se for o caso, descrição do ato cirúrgico;

além das evoluções, prescrições e condições na alta hospitalar ou transferência

(BRASIL, 2003).

A qualidade de tais registros é uma preocupação crescente nas instituições

de saúde, de modo que as informações insuficientes afetam e interpõem-se à

qualidade do cuidado realizado, principalmente quando relacionado aos dados de

identificação, que se incompletos, podem comprometer veementemente a SP (4-A)

(SILVA et al., 2012a).

Adiciona-se a isso o fato de que anotações incompletas e falhas nos registros

da equipe multiprofissional são fatores que inviabilizam a rastreabilidade de

informações nos documentos e colaboram para a não continuidade do cuidado e

para a insegurança do paciente (4-A) (KOBAYASHI; SILVA; AYOUB, 2010).

Estudo (4-A) (MURPHY et al., 2011) corrobora com os achados da presente

pesquisa ao demonstrar que a comunicação nem sempre é eficaz no serviço de

emergência e tal realidade é decorrente de altos níveis de ruído no setor e da

inadequada documentação nos prontuários e/ou fichas de atendimento. Logo, o

déficit na comunicação entre os profissionais tem como consequência a falta de

conhecimento da equipe acerca das atividades executadas e trocas de papéis e

responsabilidades devido à falta de direcionamento.

O estabelecimento de processos para melhorar a comunicação entre os

profissionais deve ser padronizado assim que possível a fim de favorecer a

eficiência dos cuidados prestados no departamento de emergência com o intuito de

minimizar o tempo para a realização do plano de cuidados do paciente crítico (3-B,

3-A) (MAZZOCATO; FORSBERG; SCHWARTZ, 2011; MARTIN; CIURZYNSKI,

2015).

A comunicação efetiva entre os profissionais de saúde tem sido associada à

simplificação do trabalho em equipe, aumento da produtividade, diminuição dos

custos e melhoria dos resultados da assistência prestada (4-A) (LEONARD;

FRANKEL, 2011). Nesse ínterim, considera-se que uma comunicação clara e

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completa é fundamental para garantir a SP e a qualidade dos cuidados (3-A)

(JONES; PODILA; POWERS, 2013).

Por fim, os resultados apresentaram destaque no tocante ao grande tempo de

espera dos pacientes para o atendimento (n=4; 9,3%) e insatisfação de profissionais

em relação à assistência prestada e as condições de trabalho (n=4; 9,3%).

Donabedian (1966) descreve que os resultados consistem na obtenção das

características almejadas dos produtos ou serviços. Estes retratam os efeitos da

assistência à saúde, isto é, representa as condições do paciente ao receber alta da

instituição de saúde e se suas expectativas foram atendidas.

Neste sentido, essa scoping review abrangeu estudos que remeteram

predominantemente aos seguintes resultados: grande tempo de espera para o

atendimento (A9-A10,A22,A36), insatisfação de profissionais em relação à

assistência prestada e as condições de trabalho (A9,A16,A14,A37), desenvolvimento

de infecção hospitalar (A3,A27,A40), aumento do número de complicações

decorrentes do trauma (A3,A27,A40) e baixa qualidade e efetividade do cuidado

(A19,A21,A27).

Tal realidade denota que apesar de inúmeras discussões sobre a SP e os EA

na assistência à saúde, ainda há muitos elementos (fontes de problemas) propícios

ao desenvolvimento das falhas ativas e das latentes, conforme pontua Reason

(1990) na teoria do queijo suíço, de modo a repercutir em danos ao paciente.

Dessa maneira, ressalta-se que a estrutura disponível e o processo

executado no atendimento de emergência ao politraumatizado influenciam

diretamente nos resultados alcançados. Burke et al. (2014) (1-B) reconhecem que a

falta de profissionais de saúde devidamente treinados, deficiências no espaço físico

e equipamentos inadequados para o atendimento de emergência nos serviços de

saúde contribuem para atrasos no fornecimento dos cuidados, assim como reflete na

qualidade da assistência.

O tratamento precoce em situações de emergência consiste em uma das

intervenções mais essenciais para o bom prognóstico. Entretanto, o longo tempo de

espera para o atendimento gera atrasos no tratamento das lesões e podem resultar

em aumento de morbidade e mortalidade, ocorrência de EA e complicações

decorrentes do trauma (4-A,3-B,4-A) (CRANDALL et al., 2013; MCCOY et al., 2013;

CALVELLO et al. 2013).

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Portanto, notoriamente as condições de trabalho oferecidas pelos serviços de

saúde são capazes de contribuir para a (in)satisfação dos profissionais, bem como

para o cuidado (in)seguro, em virtude da impossibilidade de prestar uma assistência

resolutiva e com baixos riscos de danos. Esta insatisfação pode estar associada

intrinsecamente a realização de um trabalho com o qual não tem afinidade; o "não

gostar do que faz"; e/ou a não resolubilidade da assistência (4-A) (LIMA et al., 2014).

Do mesmo modo, tais profissionais muitas vezes lutam diariamente para lidar

com altas cargas de trabalho associadas à tentativa de gerenciar uma variedade de

outros fatores humanos, que podem comprometer o desempenho da equipe de

emergência e a SP, por exemplo: a desorganização do sistema de trabalho;

restrições organizacionais (não resposta aos incentivos contratuais e aumento da

demanda de cuidados ao paciente grave); e a disponibilidade de recursos limitados

(deficiência na distribuição dos recursos financeiros e/ou humanos) (4-B) (BOWIE;

HALLEY; MCKAY, 2014).

Diante da complexidade do serviço de emergência e das nítidas dificuldades

estruturais e processuais, a equipe de enfermagem deve ter como meta a

assistência segura e isenta de riscos ou danos aos pacientes (4-A) (SOUZA et al.

2014), de forma que o cuidado oferecido seja efetivo e de qualidade.

5.2 PERCEPÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE A SEGURANÇA DO

PACIENTE POLITRAUMATIZADO: UM GRUPO FOCAL

O grupo focal incluiu sete profissionais de enfermagem, entre os quais,

grande parte era do sexo feminino (n=5; 71,4%), enquadrados na idade entre 26 e

57 anos, com média de 40,86 anos (+/- 11,8), casados (n=5; 71,4%), que professam

a fé católica (n=5; 71,4%) e residentes na capital do Estado do Rio Grande do Norte

– Natal (n=5; 71,4%).

A Tabela 1 apresenta a caracterização profissional dos participantes do grupo

focal.

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64

Tabela 1. Caracterização profissional dos participantes do grupo focal. Natal/RN,

2016.

CARACTERIZAÇÃO PROFISSIONAL n % Média Desvio padrão

Categoria profissional

Enfermeiro 2 28,6 - -

Técnico de enfermagem 5 71,4

Tempo de formado

Até 10 anos 2 28,6 15,6 7,8

Mais de 10 anos 5 71,4

Tempo de atuação no ambiente hospitalar

Até 10 anos 2 28,6 15,1 8,4

Mais de 10 anos 5 71,4

Tempo de atuação no setor de emergência

Até 10 anos 4 57,1 11,3 9,1

Mais de 10 anos 3 42,9

Setor de trabalho atual

Unidade de Terapia Intensiva 3 42,9

- - NAST* 1 14,3

Pronto-socorro (Politrauma) 3 42,9

Tempo de atuação na unidade de saúde atual

Até 10 anos 5 71,4 7,0 9,3

Mais de 10 anos 2 28,6

TOTAL 7 100,0 - -

*Núcleo de Atenção a Saúde do Trabalhador

Em relação à formação de pós-graduação, um enfermeiro (14,3%) possuía

especialização em enfermagem do trabalho e um técnico de enfermagem (14,3%)

especialista em segurança no trabalho.

No que diz respeito à análise do corpus textual das falas dos participantes,

constatou-se a ocorrência de 1.381 palavras, alocadas em 533 formas, de modo a

totalizar uma média de três palavras para cada forma. Isto se configurou em um

critério empregado como ponto de corte para a inclusão dos elementos no

dendograma e na análise de similitude, que constitui o dobro da frequência média,

isto é, seis.

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65

Com embasamento na Classificação Hierárquica Descendente, foram

analisados 38 segmentos de texto, em que 78,95% do corpus foi classificado para a

elaboração das sete classes provenientes das partições de conteúdo (Quadro 7).

Quadro 7. Classes do dendograma alusivas à análise do corpus textual. Natal/RN,

2016.

Partição Classe

Análise lexicográfica Nível de

significância

entre as

variáveis*

Palavra % χ2

ρ-valor

Estrutura:

necessidade

de mudanças

1 - Importância da

adequação do

ambiente no

atendimento de

emergência

(13,3%)

Ser 25,0 0,124 Técnicos de

enfermagem com

até cinco anos de

atuação no setor

de emergência

Ter 36,4 0,004

Chegar 37,5 0,018

Não 42,9 0,008

2- A

(re)organização do

setor de

emergência como

reflexo de

segurança (13,3%)

Precisar 44,4 0,001

Não houve

diferença

significativa entre

as variáveis

Em 21,0 0,102

Um 25,0 0,124

O processo:

segurança

nas ações da

equipe de

enfermagem

3 - O protagonismo

do transporte

seguro em

situações de

emergência

(13,3%)

Ser 25,0 0,124 Técnicos de

enfermagem que

atuam há mais de

20 anos no setor

de emergência

Como 33,3 0,008

Ir 25,0 0,124

4 - A contribuição

de rotinas e

protocolos para a

segurança do

paciente (16,7%)

Estar 45,5 0,001 Profissionais de

enfermagem do

sexo masculino

que atuam no

setor de

Paciente 29,4 0,032

Ir 33,3 0,045

Ele 37,5 0,064

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66

emergência

5 - A proatividade

dos profissionais

como fator de

segurança (16,7%)

Um 25,0 0,124 Não houve

diferença

significativa entre

as variáveis

Ter 36,4 0,004

Estar 36,4 0,004

A assistência

livre de

danos como

resultado

almejado

6 - O olhar singular

e multifacetado

para a segurança

do paciente

(13,3%)

Representar 44,4 0,001 Não houve

diferença

significativa entre

as variáveis

Ir 25,0 0,124

7 - Segurança do

paciente: uma

questão de gestão

(16,7%)

Representar 55,6 0,0001 Enfermeiros que

atuam entre seis

e 20 anos no

setor de

emergência

Precisar 44,4 0,007

Como 33,3 0,045

De 22,7 0,139

*p<0,0001

A primeira partição resultante da análise do corpus textual proporcionou a

compreensão da necessidade de mudanças estruturais no serviço de emergência,

com vistas a contribuir para a prestação de um cuidado seguro. Esta abarcou duas

classes, as quais dizem respeito à importância da adequação do ambiente para que

o cuidado seja eficaz, efetivo e livre de danos em situações de emergência (classe

1) e a (re)organização do setor de emergência como fator contribuinte para a SP e

do profissional (classe 2).

Quanto ao vocabulário específico da classe 1, o qual compõe 13,3% da cifra

analisada, constatou-se a ênfase na “Importância da adequação do ambiente no

atendimento de emergência”, cujas palavras significativas evidenciadas foram: ser,

ter, chegar e não, de modo a denotar a relevância da disponibilidade dos recursos

humanos e materiais em quantidade e qualidade para o atendimento de emergência

seguro.

Sobre isto, os profissionais preocupam-se com a estrutura do serviço de

emergência tanto em relação aos aspectos inerentes aos recursos humanos quanto

aos materiais disponíveis no setor, conforme a fala de T1:

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[...] deveria ter muito mais funcionários além de qualquer outra coisa [...] E

quando chegam três, quatro pacientes de emergência, pacientes

entubados, que muitas vezes os profissionais do serviço de atendimento

móvel de urgência ficam ambuzando até a equipe do setor providenciar um

lugar [...] Não tem espaço, não tem respirador, quer dizer que é uma

estrutura que devia melhorar muito. (T1).

Compreende-se que a adequação da estrutura física e a logística do setor de

emergência influenciam tanto na qualidade da assistência quanto no desempenho

das equipes ao dispor, ou não, de boas condições de trabalho, como: adequação do

ambiente, caracterização do setor para o atendimento exclusivo de urgências e

emergências, (re)estruturação da planta física e disponibilidade de materiais e

equipamentos, número suficiente de recursos humanos e capacitação profissional

(SANTOS; LIMA, 2011; SILVA et al., 2012b; LIMA NETO et al., 2013).

Diante desta realidade, estudo realizado com 15 profissionais de enfermagem

da emergência de um hospital geral demonstrou que os problemas estruturais

também interferem diretamente nos cuidados de enfermagem como os de

higiene/conforto e integridade da pele. Os profissionais relataram a dificuldade em

realizar cuidados básicos, como banho e mudança de decúbito, uma vez que a

acomodação em macas inviabiliza a prestação adequada e segura da assistência

(NASCIMENTO et al., 2015).

Além disso, Blegen et al. (2011) e Needleman et al. (2011) reconhecem que o

dimensionamento adequado do pessoal de enfermagem com menores taxas de

paciente/profissional, ajudam a reduzir a incidência de EA, como quedas do leito e

infecções.

Ademais, a sobrecarga de trabalho relacionada à desproporção entre o

número de profissionais de enfermagem e de pacientes é um fator de risco para o

aumento da incidência de infecções hospitalares em pacientes críticos. Além de

relacionar-se com a má adesão às práticas de higiene e antissepsia das mãos pelos

profissionais de saúde, a sobrecarga de trabalho é um obstáculo às ações de

educação continuada para prevenção contra a infecção hospitalar, em que a

disponibilidade para a participação de treinamentos e a eficácia dos mesmos fica

prejudicada (NOVARETTI et al., 2014).

Desse modo, é dever das organizações o provimento do número adequado

de profissionais, bem como melhores condições de trabalho e de remuneração que

permitam um menor risco de danos aos pacientes (VAN BOGAERT et al., 2014).

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68

Visto que, conforme Reason (1990) os EA são consequências de uma

desestruturação dos serviços de saúde e não deve ser abarcada como causas

inerentes a execução do processo assistencial.

Santos et al. (2013) corroboram com os achados da presente pesquisa ao

sugerirem mudanças em busca de uma melhor qualidade e segurança do cuidado

prestado no serviço de emergência. Estes apontaram a necessidade de alteração no

fluxo de atendimento dos pacientes e a ampliação da estrutura física do serviço de

emergência. Em relação ao primeiro aspecto, sobressaiu-se a importância de

agilizar as internações e a liberação dos pacientes e, quanto à estrutura, apontou-se

como estratégia dispor de um maior número de macas para acomodar os pacientes.

A inquietação dos profissionais do setor de emergência com a estrutura do

serviço prossegue enfática na classe 2, a qual diz respeito “A (re)organização do

setor de emergência como reflexo de segurança” (13,3%). Nesta classe, a equipe de

enfermagem pontuou sobre a descaracterização do setor de politrauma, ao passo

que destina leitos de emergências traumáticas para pacientes com comorbidades de

caráter clínico por falta de macas e pontos de oxigênio nos demais setores do

hospital, de forma a resultar na superlotação do setor de emergência e atendimento

deficiente aos pacientes vítimas de trauma, de acordo com o explicitado por T5: “O

longo tempo de permanência que esses pacientes ficam lá no setor de emergência e

a especialidade também. É um setor de traumas que às vezes é preenchido mais

por clínica médica do que por trauma [...]”.

Esta descaracterização do setor de politrauma (pronto-socorro) do hospital, a

qual deveria ser uma unidade de caráter transitório, em que o paciente

permaneceria por um curto período de tempo, passa a funcionar como setor de

internação devido à indisponibilidade de leito nos demais ambientes. À vista disto, a

assistência às necessidades humanas básicas (sono, repouso, alimentação e

higiene corporal) torna-se comprometido pela excessiva demanda de atendimento e

condições de infraestrutura inadequadas para realização das atividades

assistenciais (SANTOS et al., 2011; SILVA; TRONCHIN, 2011).

A segunda partição, que incluiu as classes 3, 4 e 5, compreende o processo

da assistência de enfermagem, ou seja, refere-se à execução das atribuições da

equipe de enfermagem de maneira a prestar um cuidado seguro ao paciente em

situação de emergência.

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69

Dessa forma, a classe 3 – “O protagonismo do transporte seguro em

situações de emergência” (13,3%) – abordou a grande relevância da segurança no

transporte do paciente no âmbito pré-hospitalar e hospitalar, de modo a prevenir

danos relacionados a quedas, segundo a fala de E2: “[...] o atendimento já começa

no pré-hospitalar mesmo, como é que esse paciente está sendo resgatado e como

vai ser esse transporte. Lembrando também de como é esse transporte interno

dentro do hospital”.

No tocante a segurança no processo assistencial da equipe de enfermagem,

os profissionais pontuaram a importância do transporte seguro tanto no atendimento

pré-hospitalar quanto no hospitalar. Para tanto, são necessários alguns cuidados a

fim de garantir a estabilidade hemodinâmica e a integridade física dos pacientes,

como a utilização de medidas de proteção (grades e cintos de segurança) e redobrar

a vigilância nos casos de transporte de pacientes obesos, idosos, prematuros,

politraumatizados e sedados (BRASIL, 2011d; PEDREIRA et al., 2014).

O planejamento, a participação de profissionais qualificados e o uso de

equipamentos de monitorização e recursos materiais adequados são considerados

essenciais para um transporte seguro. Estes cuidados são fundamentais para a

diminuição de intercorrências durante esse procedimento, visto que, o controle

contínuo e sistematizado proporciona maior segurança para o indivíduo durante o

seu transporte, pois possibilita a detecção precoce de qualquer alteração fisiológica,

de maneira a propiciar que as devidas medidas sejam tomadas imediatamente

(PEDREIRA et al., 2014; MORAIS; ALMEIDA, 2013). E o cumprimento destas

recomendações podem ser fatores primordiais na cooperação para a sobrevida do

paciente politraumatizado e em estado crítico.

De igual modo, a classe 4 também está relacionada ao processo assistencial

da equipe de enfermagem no atendimento de emergência ao retratar a contribuição

das rotinas e dos protocolos para a SP. Tal classe representou 16,7% dos

segmentos de textos analisados, com embasamento nos termos estar, paciente, ir e

ele. Os profissionais realçam o quanto as rotinas e os protocolos bem estruturados e

aplicados nos serviços de emergência podem ser de grande valia para a efetividade

do cuidado seguro:

“[...] Então a rotina do que fazer precisa estar explícita. Chegou o paciente,

então vem e punciona, retira o adorno, vê a roupa, vê para onde e como

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70

encaminhar, qual é o fluxo para encaminhar para o exame, chama

laboratório [...]”. (E2).

A contribuição da implantação e implementação de rotinas e protocolos para o

cuidado seguro no setor de emergência foi outro ponto discutido pelos profissionais

de enfermagem nesse estudo. Entretanto, autores (HEMESATH et al., 2015;

OLIVEIRA et al., 2014) consideram que além da implantação de novas rotinas e

protocolos com vistas a aumentar a segurança dos pacientes no serviço de

emergência, é relevante considerar a importância do desenvolvimento de estratégias

de apoio educacional e ações gerenciais de acompanhamento com o propósito de

sustentar práticas seguras e baseadas em evidências, como: educação permanente

e incentivo a efetividade da cultura de segurança.

Além disso, a classe 5 – “A proatividade dos profissionais como fator de

segurança” (16,7%) – retrata a observação dos profissionais quanto ao processo

assistencial no setor de emergência, com destaque para os vocábulos um, ter e

estar. A equipe de enfermagem ponderou acerca da organização prévia do espaço

para o atendimento adequado e seguro do paciente em situação de emergência:

“Deve ficar pronto o tubo de ensaio para coleta de exames, deve ter um leito

identificado para que quando a família chegasse à recepção e perguntasse

já soubesse onde o paciente estaria, que muitas vezes esse lugar está sem

identificação”. (T1).

Ademais, os participantes do grupo focal destacaram o quanto a proatividade

da equipe de enfermagem pode contribuir para a SP no que concerne à organização

e identificação dos leitos antes da chegada do paciente em risco iminente de morte

no hospital.

Esta realidade é reiterada ao considerar que as não conformidades na

identificação do paciente são apontadas como um fator preocupante na assistência

à saúde (QUADRADO; TRONCHIN, 2012). E este fato evidencia que a identificação

incorreta induz a uma série de EA ou erros durante a assistência.

Outro aspecto que merece reflexão é a educação e sensibilização dos

profissionais de saúde, no sentido de valorizarem de forma inequívoca a

identificação dos pacientes, independente do tempo de internação, das condições

clínicas e do cuidado a ser prestado (TASE et al., 2013).

A terceira partição de conteúdo realçou a compreensão do que a equipe de

enfermagem espera como resultado da assistência prestada, percepção esta que

pode ser depreendida através da análise lexicográfica das classes 6 (“O olhar

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singular e multifacetado para a segurança do paciente” - 13,3%) e 7 (“Segurança do

paciente: uma questão de gestão” - 16,7%).

A classe 6 permite alcançar o entendimento expresso pelos profissionais de

enfermagem no que concerne a importância do olhar para o paciente como um ser

único e complexo, com vistas a atender as necessidades individuais de cada um de

maneira segura. De modo que esta ação contribui substancialmente para um

resultado positivo no que se refere à SP, conforme exposto por E2: “[...] A gente

sabe que às vezes tem pacientes que internam e que desnutrem por conta mesmo

de questão da alimentação”.

O resultado almejado, que consiste na prestação do cuidado livre de danos,

pode ser alcançado pela observância dos profissionais à realidade singular e das

necessidades individuais de cada paciente, assim como, é fundamental que a

gestão do serviço seja proativa em relação ao provimento dos recursos necessários

para o fornecimento dos cuidados.

Por fim, a classe 7, foi significativamente relacionada aos enfermeiros que

atuam entre seis e 20 anos no setor de emergência e aborda o quanto a gestão

eficiente pode colaborar para a SP no serviço de emergência, como pontua E2:

“Para a segurança do paciente precisa de uma forma geral ver a questão

dos custos [...] A parte de financiamento e como é que vai tá sendo bancada

toda essa estrutura [...] Usei aqui a maca com o paciente, representando

toda a parte de equipamentos que precisaremos, que em muitos momentos

não temos, tornando o cuidado inseguro, como as macas sem grades,

colchões de péssima qualidade [...] A água lembrando os riscos não

clínicos, como o tratamento da água, quais são as condições dessa água

que estamos utilizando de uma forma geral, a questão do ar condicionado,

limpeza do ar condicionado”. (E2).

Portanto, o cuidado seguro requer uma gestão atuante e eficiente no que diz

respeito ao planejamento dos custos, disponibilidade de materiais adequados, como

macas com grades e colchões apropriados, e água limpa e tratada, de forma a

contribuir para o cuidado seguro. Assim, o enfermeiro não tem como função apenas

a assistência ao paciente, mas o treinamento e capacitação de profissionais de

enfermagem, gerenciamento de insumos e materiais, articulação com outros

profissionais da saúde e administração da organização, orientação dos pacientes e

familiares, para promover, enfim, a gestão multiprofissional em prol do paciente

(NOVARETTI et al., 2014).

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72

Ressalta-se que a gerência é uma atividade essencial no trabalho dos

enfermeiros em serviços de emergência. Cabe a esses profissionais a busca de

meios para garantir a disponibilidade e a qualidade de recursos materiais e de

infraestrutura para a equipe atuar no atendimento a pacientes com necessidades

complexas, fundamentado não só nas necessidades do paciente, mas também nos

objetivos organizacionais e da equipe de enfermagem, com vistas a estabelecer

interfaces com outros setores do hospital e sistema local de saúde, de maneira a

produzir um cuidado integral, eficaz e seguro (MONTEZELLI; PERES;

BERNARDINO, 2011; JOHNSON; WINKELMAN, 2011).

A Figura 10 representa a análise de similitude, a qual sintetiza as expressões

classificadas referentes à percepção da equipe de enfermagem acerca dos aspectos

a serem contemplados no protocolo de avaliação.

Figura 10. Análise de similitude do corpus textual. Natal/RN, 2016.

De acordo com a Figura 10, em associação as expressões “ir” e “paciente”

denota-se a relação com a execução segura do processo assistencial de

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enfermagem a fim de alcançar um bom resultado, isto é, a prestação de cuidados

livre de danos. Por conseguinte, as ligações com o vocábulo “ter” representa a

necessidade de mudanças estruturais no setor de emergência, com vistas a

contribuir para a SP.

Quanto às linhas que encadeiam as palavras, evidencia-se que a expressão

“paciente” interliga-se de forma mais significativa aos vocábulos “ir”, “chegar”, “ter”,

“estar” e “não”, expressado pela espessura mais grossa da análise de similitude em

detrimento das demais ligações, de modo que a forte ligação entre os vocábulos

sintetiza a percepção dos sujeitos da pesquisa, de maneira a evidenciar

coocorrência significativa entre as palavras.

5.3 COMPONENTES DO PROTOCOLO GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DO CUIDADO

SEGURO AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Os componentes do protocolo gráfico (APÊNDICE J) se apresentam

subdivididos em três partes, as quais representam itens relacionados à estrutura

(Quadro 8), ao processo (Quadro 9) e ao resultado (Quadro 10), assim como as

respectivas descrições.

Nesse ínterim, destaca-se que o referido protocolo foi construído de acordo

com a legislação vigente sobre os aspectos que envolvem o atendimento de

urgência e emergência e foi fundamentando segundo os aspectos apontados pela

literatura nacional e internacional. Além disso, obteve-se a opinião de profissionais

que atuam no setor de emergência sobre os itens imprescindíveis a compor o

referido instrumento de avaliação.

Quadro 8. Itens de avaliação da estrutura e respectivas descrições. Natal/RN,

2016..

ITENS DE

AVALIAÇÃO DESCRIÇÃO DOS ITENS

Está de acordo

com a legislação

vigente?

- Portaria n. 2048, de 5 de novembro de 2002;

- Portaria n. 1600, de 7 de julho de 2011;

- RDC n. 50 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), de 21 de fevereiro de 2002 – espaço de espaço de

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12,0m2 por leito com distância de 1m entre os leitos e a parede,

um posto de enfermagem para cada 12 leitos de observação,

espaço externo para desembarque de ambulâncias com 21,0m2

de área coberta;

- Resolução RDC nº 36 da ANVISA, de 25 de julho de 2013 –

núcleo de segurança do paciente ativo e efetivo.

Dispõe de espaço

para

procedimentos?

- Espaço para pequenas cirurgias (suturas) e curativos;

- Sala para procedimentos especiais (invasivos).

Dispõe de espaço

para a

classificação de

risco?

- Computadores e material para a realização da classificação de

risco.

Dispositivos para

oxigenação e

aspiração

orotraqueal?

- Dois pontos de oxigênio por leito;

- Um ponto de vácuo por leito;

- Um ponto de ar comprimido por leito;

- Aspirador portátil ou fixo;

- Sondas de aspiração;

- Cilindros de oxigênio;

- Dispositivo bolsa-válvula-máscara;

- Material para intubação em todos os tamanhos e dispositivos

supraglóticos;

- Um ventilador mecânico por leito.

Dispõe de

equipamentos para

exames de

imagem e

laboratoriais?

- Tomógrafo;

- Raio-X fixo e portátil;

- Ressonância magnética;

- Ultrassonografia;

- Gasômetro;

- Laboratório com recursos para análises clínicas.

Dispõe de material

e insumos para o

atendimento de

emergência?

- Jogo de cânulas orofaríngeas;

- Material para punção venosa;

- Material para curativo;

- Kit para pequenas cirurgias e toracotomia;

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- Material para imobilizações (colares, talas);

- Disponibilidade de sangue e hemoderivados para transfusão;

- Kit para drenagem de tórax;

- Principais medicamentos usados no atendimento ao trauma -

opióides, anestésicos, antibióticos, catecolaminas,

antiarrítmicos, drogas vasoativas, benzodiazepínicos, soros

(glicosado 5%, fisiológico 0,9% e ringer lactato), adrenalina,

dobutamina, glicose 50%;

- Equipamentos para a ressuscitação cardiopulmonar

(eletrocardiógrafo, desfibrilador/cardioversor e carrinho de

emergência);

- Lavatório e material para a higienização das mãos.

O setor está

organizado para

receber o

paciente?

- Limpeza e organização dos leitos;

- Atendimento apenas à pacientes traumatizados;

- Um monitor cardíaco por leito;

- Leitos para internação em número suficiente e em boas

condições;

- Macas para o transporte em número suficiente e em boas

condições;

- Equipamentos de proteção individual;

- Três bombas de infusão para cada leito.

Dimensionamento

de pessoal

adequado?

- Enfermeiros e técnicos de enfermagem em quantitativo

suficiente para o atendimento durante as 24 horas – Resolução

COFEN nº 293/2007 (cálculo do pessoal de enfermagem para

unidades especiais: Quadro de pessoal (QP) = Constante

Marinho (KM) x Total de Sítios Funcionais (STF);

- Equipe de cirurgia geral, neurocirurgia e ortopedia durante as

24 horas;

- Pessoal de apoio laboratorial, radiológico e de limpeza.

A educação

permanente é

efetiva no

treinamento de

- Apresenta pelo menos duas capacitações para a realização da

classificação de risco durante o ano;

- Dispõe de, pelo menos, duas atualizações técnico-científicas

periódicas com ênfase no suporte básico e avançado de vida no

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pessoal? trauma durante o ano;

- Colabora para a efetivação da cultura de segurança do

paciente no serviço de emergência através da oferta de cursos,

no mínimo, anualmente sobre a temática.

Quadro 9. Itens de avaliação do processo e respectivas descrições. Natal/RN, 2016.

ITENS DE

AVALIAÇÃO DESCRIÇÃO DOS ITENS

Os registros de

enfermagem são

completos e claros

no prontuário?

- Informações completas do quadro clínico e a evolução do

paciente;

- Registros escritos de forma clara, precisa e sem rasuras,

datados, assinados e carimbados com o número do COREN do

profissional responsável pelo atendimento.

Há o uso de

rotinas e

protocolos para o

atendimento ao

trauma?

- Inserção e manutenção de sondas;

- Contenção mecânica;

- Imobilização e curativos em membros lesionados;

- Oxigenoterapia e manutenção do tubo endotraqueal;

- Monitoramento rigoroso dos sinais vitais e do nível de

consciência;

- Imobilização de cervical (a fixação da cabeça é feita de forma

manual e a colocação do colar é executada por uma segunda

pessoa);

- Estabilização das fraturas;

- Técnicas para a contenção de hemorragias;

- Cuidados na administração de sangue e hemoderivados;

- Viabilização de acesso venoso e administração de fluidos

(acesso venoso em membros não fraturados ou lesionados);

- Posicionamento adequado do paciente no leito;

- Manobras de ressuscitação cardiopulmonar;

- Uso de protocolos aceitos internacionalmente (ATLS, PHTLS).

Há cuidados para

prevenção do risco

de infecção?

- Uso de técnicas assépticas para as trocas de curativos e

realização de procedimentos invasivos;

- Higienização das mãos antes e após a execução de

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77

procedimentos.

Uso de protocolos

ou checklists para

a padronização da

classificação de

risco?

Sem descrição.

A comunicação

entre os

profissionais é

efetiva?

- A passagem de plantão deve ser feita em local tranquilo e leito

a leito;

- Os registros no prontuário devem estar adequadamente

apresentados;

- As prescrições de medicamentos devem ser escritas de forma

legível e clara;

- As checagens de administração devem ser legíveis, com nome

e horário de realização.

O paciente está

identificado

adequadamente?

- Uso de pulseira branca, em letras legíveis e com pelo menos

dois indicadores (nome completo do paciente; nome completo

da mãe do paciente; data de nascimento do paciente; e/ ou nº

de prontuário);

- Placas de identificação, contendo pelo menos dois

indicadores.

Os cuidados no

momento da

administração de

medicamentos são

obedecidos?

- Considerar os nove certos: paciente certo, medicamento certo,

via certa, dose certa, horário certo, documento certo, ação

certa, apresentação certa e resposta certa;

- Uso de algoritmos para infusão de drogas vasoativas com

controle em bomba de infusão contínua.

Há cuidados para

a prevenção de

quedas e de

lesões por

pressão?

- Utilização de medidas de proteção (grades e cintos de

segurança) no transporte do paciente dentro do hospital;

- Classificação do risco de quedas;

- Manutenção das grades das macas e dos leitos elevados;

- O paciente deve estar preso à prancha com cintos, a prancha

segura à maca e a maca armada e travada;

- As medidas de segurança contra quedas deve seguir o

preconizado na Resolução COFEN nº 376/2011;

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78

- O risco quanto ao desenvolvimento de lesões por pressão

deve ser avaliado ao admitir o paciente no setor.

Há superlotação

no setor de

emergência?

- O número de pacientes não deve exceder a quantidade de

leitos disponíveis;

- O tempo de espera para o atendimento não deve ser superior

a duas horas.

Quadro 10. Itens de avaliação do resultado e respectivas descrições. Natal/RN,

2016.

ITENS DE

AVALIAÇÃO DESCRIÇÃO DOS ITENS

INDICADORES DE SEGURANÇA DO PACIENTE

A adesão à

higienização das

mãos é

satisfatória?

- Mensuração do consumo de preparação alcoólica para cada

1.000 pacientes/dia;

- Mensuração do consumo de sabonete líquido para cada 1.000

pacientes/dia;

- Mensuração do percentual de adesão da prática de

higienização das mãos (Percentual de adesão: Número de

ações de higiene das mãos realizadas pelos profissionais de

enfermagem (N1) / Número de oportunidades ocorridas para

higiene das mãos (N2), multiplicado por 100, isto é, N1 / N2 x

100 = total de adesão de higienização das mãos entre os

profissionais de enfermagem).

Houve prevenção

do risco de lesão

por pressão?

- Número e percentual de pacientes submetidos à avaliação de

risco para úlcera por pressão na admissão.

Houve cuidados

para a redução do

risco de quedas?

- Proporção de pacientes com avaliação do risco de queda

realizada na admissão (Número de pacientes avaliados /

Número de pacientes não avaliados = Proporção de pacientes

com avaliação do risco de queda);

- Número de quedas com danos;

- Número de quedas sem danos;

- Mensuração do índice de quedas [(Número total de eventos /

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Número de paciente-dia) x 1000] = Índice de quedas.

O paciente é

identificado

adequadamente?

- Identificação do número de eventos adversos devido a falhas

na identificação do paciente.

Há segurança na

prescrição, uso e

administração de

medicamentos?

- Taxa de erros na prescrição de medicamentos;

- Número de erros associados a prescrição de medicamentos.

FERRAMENTAS DE GATILHO (MÓDULOS DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA)

Houve readmissão

nas 48 horas pós-

alta?

- Número de readmissões na emergência nas próximas 48

horas pós-alta;

- Procurar reações, infecções ou outras razões que podem ter

levado o paciente a retornar para o setor de emergência.

Há pacientes com

tempo de

permanência

superior a seis

horas?

- Número de pacientes com tempo de permanência superior a

seis horas;

- Procurar se a causa do longo tempo de permanência foi por

complicações decorrentes do próprio setor de emergência,

como quedas, hipotensão ou outras complicações relacionadas

aos procedimentos ou por falta de leitos nos outros setores de

internação devido à superlotação.

FERRAMENTAS DE GATILHO (MÓDULOS DOS CUIDADOS EM SAÚDE)

Houveram

complicações

associados aos

procedimentos?

- Número e etiologia das complicações.

Para a mensuração dos componentes associados à estrutura e ao processo

do cuidado seguro no serviço de emergência, foi atribuída uma pontuação de acordo

com: adequado (2 pontos), parcialmente adequado (1 ponto) ou inadequado (0

pontos) para cada item avaliado. Quanto á avaliação dos resultados, considerou-se

seguro (2 pontos) ou inseguro (0 pontos).

Ressalta-se que o resultado será adequado se todos os itens estiverem

presentes no momento da avaliação, parcialmente adequado se pelo menos um

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estiver ausente e, por fim, a inadequação se dará no caso de faltarem todos os itens

avaliados.

No que concerne à avaliação dos resultados, julgar-se-á o item seguro se

nenhum evento adverso ou erro relacionado aos indicadores de segurança do

paciente e ferramentas de gatilho1 ocorrer durante a avaliação do serviço e a

insegurança se dará mediante a ocorrência de pelo menos um evento adverso ou

erro associado aos indicadores e ferramentas de gatilho.

Após a aplicação do protocolo, o somatório da pontuação final dos itens

resultará na classificação da estrutura, do processo e do resultado em seguro,

parcialmente seguro ou inseguro para o paciente, segundo o descrito no Quadro 11.

Quadro 11. Classificação da pontuação atribuída à avaliação da estrutura, do

processo e do resultado. Natal/RN, 2016.

COMPONENTE AVALIAÇÃO

Inseguro Parcialmente seguro Seguro

Estrutura 0 a 6 pontos 7 a 12 pontos 13 a 18 pontos

Processo 0 a 6 pontos 7 a 12 pontos 13 a 18 pontos

Resultado 0 a 6 pontos 7 a 12 pontos 13 a 18 pontos

A segurança do serviço de emergência (estrutura e/ou processo e/ou

resultado seguro (a)) está condicionada a não pontuar “zero” em nenhum dos itens

avaliados.

5.4 SEGURANÇA DO PACIENTE EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA: VALIDAÇÃO

DE CONTEÚDO E APARÊNCIA DO PROTOCOLO GRÁFICO

Contou-se com a participação de 15 juízes no processo de avaliação na

primeira rodada de Delphi, com idade mínima de 30 anos e máxima de 55 anos

(média = 40,4 e desvio padrão = 9,1), cujo tempo mínimo de formação foi oito anos e

máximo 32 anos (média = 17,3 e desvio padrão = 9,5) e o tempo mínimo de atuação

no setor de emergência foi quatro anos e o máximo 24 anos (média = 13,0 e desvio

padrão = 5,9).

1 Os indicadores de segurança do paciente e as ferramentas de gatilho podem ser definidos como um

informativo de desempenho que busca identificar, obter informação e monitorar a ocorrência de incidentes nos serviços de saúde (SOUSA; MENDES, 2014; WONG et al., 2015).

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No Delphi II, 13 juízes colaboraram com a validação do protocolo gráfico, os

quais tinham idade máxima de 55 anos e mínima de 31 anos (média = 41,9 e desvio

padrão = 9,2), tempo mínimo de formação de nove anos e máximo de 33 anos

(média = 18,6 e desvio padrão = 9,7) e tempo mínimo de atuação no setor de

emergência de quatro anos e o máximo de 21 anos (média = 12,9 e desvio padrão =

6,1).

A Tabela 2 descreve a caracterização dos juízes participantes das duas

rodadas de Delphi na presente pesquisa.

Tabela 2. Caracterização dos juízes participantes das fases Delphi I e Delphi II.

Natal/RN, 2016.

CARACTERIZAÇÃO DOS JUÍZES Delphi I (n=15) Delphi II (n=13)

n % n %

Sexo

Masculino 5 33,3 5 38,5

Feminino 10 66,7 8 61,5

Qualificação profissional

Mestrado acadêmico 4 26,7 2 15,4

Doutorado 11 73,3 11 84,6

Área que trabalha atualmente

Ensino 4 26,7 4 30,8

Urgência e emergência 5 33,3 7 53,8

Terapia intensiva 1 6,7 1 7,7

Urgência e emergência e ensino 4 26,7 1 7,7

Urgência e emergência e centro cirúrgico 1 6,7 0 0,0

Áreas de atuação

Docência 3 20,0 3 23,1

Assistência 1 6,7 2 15,4

Assistência e Gestão 1 6,7 1 7,7

Docência e Gestão 2 13,3 2 15,4

Docência e Assistência 5 33,3 3 23,1

Docência, Assistência e Gestão 3 20,0 2 15,4

Tempo de formado

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Até 10 anos 6 40,0 4 30,8

Mais de 10 anos 9 60,0 9 69,2

Tempo de atuação na área de emergência

Até 10 anos 9 60,0 7 53,8

Mais de 10 anos 6 40,0 6 46,2

Região em que atua

Nordeste 4 26,7 2 15,4

Sul 5 33,3 5 38,5

Sudeste 5 33,3 5 38,5

Centro-oeste 1 6,7 1 7,7

Assim como o apresentado na Tabela 2, identificou-se que a expressiva

maioria dos juízes participantes do Delphi I eram do sexo feminino (n=10; 66,7%),

doutores (n=11; 73,3%), que atuavam na área de urgência e emergência (n=5;

333%), bem como na docência e assistência de forma associada (n=5; 33,3%). Além

disso, estavam no âmbito da emergência (n=9; 60,9%), eram formados (n=9; 60,0%)

há mais de 10 anos e exerciam a profissão, predominantemente, na região Sul (n=5;

33,3%) e Sudeste (n=5; 33,3%) do Brasil.

Quanto aos juízes arrolados no Delphi II, constatou-se que a maioria era do

sexo feminino (n=8; 61,5%), com doutorado (n=11; 84,6%), enfermeiros

assistenciais e/ou pesquisadores em urgência e emergência (n=7; 53,8%) e estavam

em exercício na docência e na assistência (n=3; 23,1%) e apenas na docência (n=3;

23,1%). Quanto ao tempo de formação e a prática na urgência e emergência, houve

preponderância entre aqueles que eram formados há mais de 10 anos (n=9; 69,2%)

e os que atuavam na urgência e emergência até 10 anos (n=7; 53,8%) no Sul (n=5;

38,5%) e Sudeste (n=5; 38,5%) brasileiro.

Em relação à hegemonia do sexo feminino entre os juízes participantes dessa

pesquisa, estudo demonstrou que esta realidade acompanha a profissão desde os

primórdios da história da enfermagem, marcado pela presença de mulheres e pela

inserção progressiva das mesmas no mercado de trabalho (VERSA et al., 2012). Isto

é ratificado por dados publicados pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)

em 2010, que descreve a composição do quadro brasileiro por 87,2% de

profissionais de enfermagem mulheres (ALBUQUERQUE; PERSEGONA; FREIRE,

2011; GARBACCIO et al., 2015).

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Quanto à qualificação profissional, observou-se grande participação de

doutores (73,3% – DI; 84,6% – DII). Entretanto, para ser selecionado como juiz da

presente pesquisa era necessário ter a formação mínima de mestrado. Além disso,

Linch, Ribeiro e Guido (2013) relatam que mestres e doutores são os grandes

responsáveis por promover o impacto nas práticas e, consequentemente, no avanço

da Enfermagem.

Scochi et al. (2013) reconhecem que enfermeiros brasileiros com algum tipo

de pós-graduação stricto sensu enquadram-se em uma realidade que é orientada

por políticas que fortalecem e trazem inovações em suas ações para o alcance de

impactos educacionais, sócio-políticos e científico-tecnológicos significativos para a

Enfermagem e Saúde, como ciência, tecnologia e profissão social.

No tocante a atuação da maior cifra de juízes na díade assistência/docência

(33,3% - DI e 23,1% - DII), na enfermagem, como em qualquer outra área da saúde,

docência e assistência representam uma via de mão dupla, visto que uma não existe

sem a outra e as duas mantêm uma correspondência constante (MELO, 2013).

Diante disso, compreende-se que a participação de profissionais experientes

e envolvidos no âmbito da pesquisa e da assistência é veementemente relevante

para a validação de instrumentos de avaliação a serem aplicados na prática, como

se propôs esse estudo ao validar um protocolo para avaliar a estrutura, o processo e

o resultado dos serviços de emergência.

Nesta perspectiva, a estrutura diz respeito aos recursos físicos, humanos,

materiais e financeiros necessários para a assistência à saúde; o processo refere-se

às relações entre profissionais de saúde e pacientes, desde a busca pelo

diagnóstico, terapêutica e atendimento adequados; e, por fim, o resultado diz

respeito ao produto final do cuidado oferecido, representado pela efetividade e

eficiência das ações e pelo nível de satisfação dos pacientes, profissionais e

gestores (DONABEDIAN, 1966).

A Tabela 3 descreve o consenso entre os juízes quanto aos itens que tiveram

total concordância (“concordo totalmente”) na avaliação, de acordo com os requisitos

de Pasquali (1998).

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Tabela 3. Consenso entre os juízes acerca dos itens avaliados nas fases Delphi I e

Delphi II. Natal/RN, 2016.

REQUISITOS

DE

AVALIAÇÃO

ESTRUTURA PROCESSO RESULTADO

Delphi I Delphi II Delphi I Delphi II Delphi I Delphi II

Utilidade /

Pertinência 80,0% 92,3% 93,3% 100,0% 73,3% 92,3%

Consistência 66,7% 92,3% 80,0% 92,3% 80,0% 92,3%

Clareza 86,7% 100,0% 80,0% 84,6% 86,7% 92,3%

Objetividade 80,0% 84,6% 86,7% 92,3% 86,7% 100,0%

Simplicidade 66,7% 92,3% 93,3% 100,0% 86,7% 100,0%

Exequibilidade 80,0% 100,0% 93,3% 100,0% 86,7% 100,0%

Atualização 80,0% 100,0% 86,7% 100,0% 73,3% 100,0%

Precisão 80,0% 84,6% 80,0% 92,3% 93,3% 100,0%

Comportamento 73,3% 84,6% 86,7% 100,0% 93,3% 84,6%

Segundo a Tabela 3, observou-se que apenas os requisitos referentes a

consistência (66,7%) e a simplicidade (66,7%) dos itens componentes da estrutura

encontravam-se abaixo do preconizado para que o protocolo fosse considerado

válido no Delphi I. No Delphi II, nenhum dos requisitos apresentou concordância

abaixo de 80,0%, o que reflete alta taxa de aprovação do protocolo gráfico.

No entanto, o requisito “comportamento” relacionado ao resultado mostrou

queda no DII (84,6%) em relação ao DI (93,3%). Isto pode estar relacionado à

diminuição do número de juízes (n=2) no DII que concordaram totalmente na

primeira rodada de Delphi. Além disso, outro fator é a concordância parcial de

alguns juízes, mesmo diante de justificativa e referência, no que diz respeito ao item

associado ao tempo máximo recomendado para a permanência do paciente no setor

de emergência. Visto que, verificou-se que a literatura apresenta número de horas

diferentes para tal situação.

No processo de validação do protocolo, objeto de estudo da presente

pesquisa, os juízes exprimiram um índice de concordância significativo em todos os

itens avaliados, de modo a tornar o instrumento válido em relação à avaliação da

utilidade/pertinência, consistência, clareza, objetividade, simplicidade,

exequibilidade, atualização, precisão e comportamento (PASQUALI, 1998). Isto

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certifica que o instrumento revela-se adequado para a aplicabilidade na prática de

maneira confiável.

A análise da avaliação concernente a qualidade do protocolo gráfico, assim

como o Índice de Validação de Conteúdo (IVC) e a consistência interna (Alfa de

Cronbach) é demonstrada na Tabela 4.

Tabela 4. Julgamento dos juízes sobre a qualidade do protocolo gráfico nas fases

Delphi I e Delphi II. Natal/RN, 2016.

AVALIAÇÃO ESTRUTURA PROCESSO RESULTADO

DI* DII** ρ*** DI* DII** ρ*** DI* DII** ρ***

Mediana 9,0 9,0 0,321 9,0 9,0 0,454 10,0 9,0 0,874

Desvio padrão 2,0 0,8 - 1,1 0,8 - 1,0 1,0 -

IVC 0,77 0,92 0,007 0,87 0,96 0,007 0,84 0,96 0,020

Alfa de Cronbach (α) 0,51 0,95 - 0,75 0,92 - 0,56 0,89 -

*Delphi I **Delphi II ***Teste de WILCOXON

Em relação às médias de avaliação da qualidade do protocolo, verificou-se

variação entre 3,0 e 10,0 na estrutura; 7,0 e 10,0 no processo; e, 7,0 e 10,0 no

resultado, com média geral no Delphi 1 de 8,4; 9,0 e 9,3, respectivamente. Na

segunda rodada de Delphi, as médias oscilaram entre 8,0 e 10,0 tanto na estrutura

quanto no processo e no resultado, cuja média geral foi de 9,1; 9,2 e 9,2, na devida

ordem. Além disso, verificou-se que não houve variação estatisticamente

significativa entre as medianas, consoante o apresentado no Quadro 10.

Sobre o IVC, constatou-se que a segunda rodada de Delphi possibilitou o

alcance de melhor escore na validação de conteúdo e aparência do protocolo

gráfico. O teste de Wilcoxon demonstrou significância estatística quanto à estrutura

(ρ = 0,007), ao processo (ρ = 0,007) e ao resultado (ρ = 0,020).

A validação de conteúdo e aparência das informações que compõem

instrumentos é essencial para o alcance da validade e confiabilidade dos mesmos, a

fim de torná-los seguros para a aplicação nos serviços e/ou população a que se

destinam (DENNISON et al., 2011).

Além disso, a aplicação de instrumentos válidos voltados para a avaliação da

SP nos serviços de saúde constituem importantes meios para verificar a existência

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de fontes de problemas responsáveis pela ocorrência de falhas ativas ou latentes,

de modo a reconhecer à problemática e buscar a sua solução com o envolvimento

de toda a equipe prestadora dos cuidados (REASON, 1990).

No tocante ao IVC, se pode inferir que houve consenso entre os participantes

no julgamento da validade do protocolo e o que se intenciona medir, assim como se

considerou que o instrumento avaliado supre o teor conteudístico para avaliar o que

se propõe. Realidade esta que é confirmada pelo IVC obtido entre os juízes na

avaliação dos componentes da estrutura, do processo e do resultado. Tais variações

se mostraram estatisticamente significativas (ρ<0,05), o que denota alcance de

melhor consenso associado a adequações e melhorias do instrumento entre as

rodadas de Delphi.

No que tange ao Alfa de Cronbach, apenas os itens relacionados ao processo

apresentaram confiabilidade aceitável (α = 0,75) no Delphi I, e os demais (estrutura e

resultado) alcançaram a consistência interna válida somente na segunda rodada de

Delphi. Notoriamente, o resultado do Alfa de Cronbach apresentou-se

expressivamente melhor entre as rodadas de Delphi. Martins (2006) descreve que

esta consistência reflete homogeneidade e estabilidade no protocolo, de forma que

múltiplas aplicações poderão gerar resultados similares e precisos.

A Figura 11 retrata as recomendações dos juízes para o uso do protocolo na

prática.

Figura 11. Recomendações para o uso do protocolo gráfico na

prática. Natal/RN, 2016.

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Como evidenciado na Figura 11, não houve objeção dos juízes quanto à

recomendação para a aplicação do protocolo avaliado nos serviços de emergência.

No Delphi I, 60,0% dos juízes indicaram o uso do instrumento de avaliação desde

que fossem realizadas modificações. E no Delphi II, quase 70,0% fizeram a

recomendação sem a necessidade de alterações.

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6 CONCLUSÃO

Para a construção do protocolo gráfico, incluiu-se a análise de artigos

publicados em bases de dados internacionais (scoping review) que possibilitassem a

associação entre a tríade estrutura-processo-resultado proposta por Avedis

Donabedian e o cuidado seguro ao paciente politraumatizado, bem como se realizou

um grupo focal com profissionais que atuavam na área de urgência e emergência

traumática, a fim de encontrar os itens que os mesmos julgavam pertinentes para

compor o protocolo.

A partir disso, observou-se que a estrutura dos serviços de emergência

encontra-se com deficiências (fontes de problemas) capazes de comprometer a SP

grave. No tocante ao processo, houve destaque para as ações de enfermagem

relacionadas à triagem e a importância do uso de protocolos e diretrizes para o

atendimento ao politraumatizado. Análise do componente resultado, demonstrou que

há grande tempo de espera para a prestação do atendimento de emergência e a

insatisfação dos profissionais quanto à assistência oferecida e as condições de

trabalho.

Assim, para associar com os dados da revisão, os participantes do grupo

focal identificaram que os aspectos imprescindíveis para a avaliação da SP vítima de

trauma em situação de emergência relacionado à estrutura são: adequação do

ambiente e organização do setor no que diz respeito à exclusividade de leitos para

pacientes em situação de emergências traumáticas, visto tratar de um setor para o

atendimento ao politraumatizado; disponibilidade de recursos humanos e materiais

em qualidade e quantidade suficientes.

Quanto ao processo, os profissionais enfatizaram a avaliação do transporte

do paciente, com vistas aos cuidados adequados para a prevenção de quedas; uso

de rotinas e protocolos no setor; a identificação e organização do leito previamente a

chegada do paciente ao hospital.

Por fim, para alcançar os resultados almejados, o cuidado livre de danos, é

fundamental que a assistência ao paciente seja prestada em observância a

singularidade e a realidade multifacetada de cada paciente, além do apoio da

gestão, a qual deve ser operante e efetiva nos serviços de saúde.

Após esses procedimentos, construiu-se o “Protocolo gráfico para avaliação

do cuidado seguro ao paciente politraumatizado em situação de emergência”, é

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subdividido de acordo com a proposta de Avedis Donabedian – Estrutura, processo

e resultado. A aplicação do referido protocolo permitirá classificar o serviço de

emergência em seguro, parcialmente seguro ou inseguro.

O processo de validação desse protocolo consistiu em duas rodadas de

Delphi, na primeira participaram 15 juízes, os quais julgaram que apenas os itens

relacionados à estrutura não se mostravam adequados quanto à consistência e a

simplicidade e, consequentemente, obteve o IVC aquém do preconizado. Além

disso, não foi alcançada a validação interna na avaliação da estrutura e do

resultado. Na segunda rodada de Delphi, a qual abrangeu 13 juízes, atingiu-se a

validação de conteúdo e de aparência e a validação interna dos protocolos

integralmente, tanto da estrutura quanto do processo e do resultado.

Diante dos resultados alcançados, comprova-se que o referido protocolo é

válido e confiável quanto ao conteúdo e a aparência para ser aplicado na prática dos

serviços de saúde para a avaliação do cuidado seguro de enfermagem ao paciente

politraumatizado em situação de emergência.

Este estudo traz como contribuições o embasamento das evidências

científicas na construção de um protocolo para avaliar o cuidado seguro prestado ao

paciente politraumatizado no serviço de emergência, a fim de colaborar para a

redução dos EA e melhoria da qualidade dos serviços de saúde, a partir de

evidências científicas de estudos prévios e da experiência de profissionais da área.

Além de fundamentar a construção de um protocolo embasado na realidade

expressa e refletida por profissionais de enfermagem que vivenciam diariamente

todas as dificuldades presentes no serviço de emergência, as quais podem interferir

diretamente na SP.

Ademais, a presente pesquisa contribuirá de forma substancial para suscitar a

atenção dos profissionais quanto à importância das adequações para a prestação de

um cuidado seguro no serviço de emergência, com vistas a cooperar para um

melhor prognóstico da vítima de trauma e o fornecimento da assistência de

enfermagem livre de danos.

Entretanto, apesar da obtenção de respostas para a questão de pesquisa e

do alcance dos objetivos traçados, houve algumas limitações, a saber: envolvimento

de profissionais lotados em apenas um serviço de saúde local no grupo focal, o que

dificulta a generalização dos resultados; e a especificidade do protocolo gráfico para

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a avaliação do cuidado de enfermagem e da SP no serviço de emergência

hospitalar.

Logo, recomenda-se que outras pesquisas sejam realizadas para a

construção e validação de instrumentos voltados para os demais âmbitos da

emergência, como o pré-hospitalar, bem como seja amplo o suficiente para a

avaliação do cuidado multiprofissional.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do grupo focal

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Avaliação do cuidado seguro ao

paciente politraumatizado em situação de emergência”, que tem como pesquisador responsável a

Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos, juntamente com sua orientanda Andréa Tayse de Lima

Gomes.

Esta pesquisa pretende conhecer e descrever a visão dos profissionais de enfermagem

quanto aos tópicos que devem compor o protocolo de avaliação da segurança do paciente

politraumatizado em situação de emergência.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a constatação de que elementos estruturais e

assistenciais influenciam diretamente nos resultados em relação ao cuidado seguro ao paciente com

múltiplos traumas. E, a participação e a experiência dos profissionais que trabalham nos setores que

assistem diretamente a este tipo de paciente é extremamente relevante para a construção do

instrumento de avaliação da tríade estrutura-processo-resultado a ser aplicado, posteriormente, no

setor de emergência que atende a este tipo de ocorrência.

Caso você decida participar, você será submetido(a) aos seguintes procedimentos:

responderá um questionário de caracterização sociodemográfica e profissional, bem como participará

da realização de um grupo focal, que poderá ser gravado e fotografado, de acordo com sua

autorização, podendo durar de 90 a 120 minutos e será realizado em local previamente combinado

pelos participantes.

Durante a realização, você não será submetido a nenhum tipo de exame físico ou laboratorial

e nenhum procedimento clínico que possa lhe trazer perigo. A previsão de riscos é mínima,

destacando-se a possibilidade de constrangimento em não saber responder às questões formuladas,

tendo você o direito de se recusar a responder as perguntas que lhes causem constrangimento de

qualquer natureza. No entanto, os pesquisadores se comprometem em minimizar esses riscos

mediante a oferta de condições adequadas para realização da coleta dos dados.

A sua participação, portanto, é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer

momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.

Você terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: colaborar com informações para

identificação do cuidado em uma instituição que oferece cuidados de emergência, possibilitar

melhorias na atuação dos profissionais, consequentemente, benefícios para aqueles que deste

fizerem uso, o que pode incluir você, familiar ou alguém de sua estima ou convívio.

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105

Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, será ressarcido,

caso solicite. Além disso, em qualquer momento, se você sofrer algum dano, comprovadamente,

decorrente desta pesquisa, você terá direito à indenização.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a Profa. Dra.

Viviane Euzébia Pereira Santos, no endereço: Departamento de Enfermagem da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Lagoa Nova, Natal/RN, CEP 59.072-970 ou pelo telefone (84) 3215-

3124.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase

da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe

identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local

seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo

pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será

indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável, Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para

mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Avaliação do

cuidado e da segurança do paciente vítima de acidente motociclístico em situação de emergência”, e

autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações

científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal/RN, ___ de ____________ de 2016.

________________________________________ Assinatura do Participante da Pesquisa

Impressão datiloscópica do

participante

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Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo (Avaliação do cuidado seguro ao paciente

politraumatizado em situação de emergência), declaro que assumo a inteira responsabilidade de

cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e

assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a

identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde

– CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal/RN, ___ de ____________ de 2016. ___________________________________ Pesquisador Responsável

Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos

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APÊNDICE B - Termo de autorização para gravação de voz

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA GRAVAÇÃO DE VOZ

Eu, _________________________________________, depois de entender os riscos e

benefícios que a pesquisa intitulada “Avaliação do cuidado seguro ao paciente politraumatizado

em situação de emergência” poderá trazer e, entender especialmente os métodos que serão

usados para a coleta de dados, assim como, estar ciente da necessidade da gravação de minha

entrevista, AUTORIZO, por meio deste termo, os pesquisadores Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira

Santos, juntamente com sua orientanda Andréa Tayse de Lima Gomes, a realizar a gravação de

minha entrevista sem custos financeiros a nenhuma parte.

Esta AUTORIZAÇÃO foi concedida mediante o compromisso dos pesquisadores acima

citados em garantir-me os seguintes direitos:

1. Poderei ler a transcrição de minha gravação;

2. Os dados coletados serão usados exclusivamente para gerar informações para a pesquisa

aqui relatada e outras publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas científicas, congressos e

jornais;

3. Minha identificação não será revelada em nenhuma das vias de publicação das

informações geradas;

4. Qualquer outra forma de utilização dessas informações somente poderá ser feita mediante

minha autorização;

5. Os dados coletados serão guardados por 5 anos, sob a responsabilidade da pesquisadora

coordenadora da pesquisa Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos, e após esse período, serão

destruídos e,

6. Serei livre para interromper minha participação na pesquisa a qualquer momento e/ou

solicitar a posse da gravação e transcrição de minha entrevista.

Natal, ______ de ____________de 2016.

Participante da pesquisa: _________________________________________________________

Assinatura (por extenso)

____________________________________________________

Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos Pesquisadora responsável

Impressão datiloscópica do

participante

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APÊNDICE C - Termo de autorização para uso de imagens

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGENS (fotos)

Eu, ________________________________________, AUTORIZO a Profa. Dra. Viviane

Euzébia Pereira Santos, coordenadora da pesquisa intitulada: “Avaliação do cuidado seguro ao

paciente politraumatizado em situação de emergência”, a fixar, armazenar e exibir a minha

imagem por meio de foto com o fim específico de inseri-la nas informações que serão geradas na

pesquisa, aqui citada, e em outras publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas científicas,

congressos e jornais.

A presente autorização abrange, exclusivamente, o uso de minha imagem para os fins aqui

estabelecidos e deverá sempre preservar o meu anonimato. Qualquer outra forma de utilização e/ou

reprodução deverá ser por mim autorizada.

O pesquisador responsável, Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos, assegurou-me que

os dados serão armazenados em meio digital, sob sua responsabilidade, por 5 anos, e após esse

período, serão destruídas.

Assegurou-me, também, que serei livre para interromper minha participação na pesquisa a

qualquer momento e/ou solicitar a posse de minhas imagens.

Natal, ______ de ____________de 2016.

Participante da pesquisa:

_________________________________________________________

Assinatura (por extenso)

____________________________________________________ Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos Pesquisadora responsável

Impressão datiloscópica do

participante

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APÊNDICE D - Roteiro (Grupo focal)

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ROTEIRO DO GRUPO FOCAL

Temática: “Avaliação do cuidado seguro ao paciente politraumatizado em situação de

emergência”

Data do encontro: ___/___/____

Horário de início: ___:___ hs

Horário de término: ___:___ hs

Sistematização do encontro:

Recepção dos participantes;

Apresentação da pesquisa e dos participantes;

Assinatura do TCLE;

Preenchimento do questionário de caracterização sociodemográfica e profissional dos

participantes;

Início da discussão.

Questão norteadora:

- Quais são os critérios necessários para avaliar o cuidado e a segurança do paciente

politraumatizado em situação de emergência?

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APÊNDICE E - Questionário de caracterização (grupo focal)

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INSTRUMENTO DE CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO GRUPO FOCAL

Data: ___ /___ /______

1. Dados sociodemográficos

1.1 Sexo: 1 ( ) Masculino 2 ( ) Feminino

1.2 Idade: _______ (em anos)

1.3 Religião

1 ( ) Católico(a)

2 ( ) Protestante

3 ( ) Sem religião

4 ( ) Outro: ___________________

1.4 Bairro em que reside: __________________________________

1.5 Estado civil:

1 ( ) Solteiro 4 ( ) Separado

2 ( ) Casado 5 ( ) Divorciado

3 ( ) União consensual 6 ( ) Viúvo

1.6 Número de filhos: ___________

1.7 Número de pessoas que residem na casa: ___________

1.8 Renda familiar: 1 ( ) Até 2 salários mínimos 3 ( ) De 5 a 10 salários mínimos

2 ( ) De 3 a 5 salários mínimos 4 ( ) Mais de 10 salários mínimos

2. Dados profissionais

2.1 Cargo que exerce na instituição:

1 ( ) Enfermeiro(a)

2 ( ) Técnico de Enfermagem

3 ( ) Outro: ___________________

2.2 Possui pós-graduação?

1 ( ) Sim – Qual? _______________________________

2 ( ) Não

2.2 Tempo de formado: ________ (em meses)

2.3 Tempo de atuação no ambiente hospitalar: ________ (em meses)

2.4 Tempo de atuação no setor de emergência: ________ (em meses)

2.5 Setor de trabalho atual: _______________________________

2.6 Tempo de atuação na unidade de saúde atual: ________ (em meses)

Nº ________

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APÊNDICE F – Carta convite aos juízes

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CARTA CONVITE AOS JUÍZES

Prezado (a) Juiz (a),

Sou Andréa Tayse de Lima Gomes, mestranda do Programa de Pós-graduação em

Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e estou desenvolvendo o

projeto de pesquisa “Construção e validação de protocolo gráfico para avaliação do cuidado seguro

ao paciente politraumatizado em situação de emergência”. Neste sentido, o referido projeto encontra-

se na etapa de validação de conteúdo e aparência do protocolo para a avaliação do cuidado seguro

ao paciente politraumatizado em situação de emergência, sob orientação da Profa. Dra. Viviane

Euzébia Pereira Santos. Portanto, nesta etapa, temos como objetivo propor e validar o protocolo

supracitado.

Por meio desta carta-convite, solicitamos a sua colaboração, na qualidade de juiz, no processo

de validação de conteúdo e aparência do protocolo proposto, o qual será desenvolvido por

questionário eletrônico disponível por meio da ferramenta Google Docs, utilizando a Técnica de

Delphi.

O juiz do processo de validação de conteúdo e aparência foi selecionado pelo amplo

conhecimento sobre determinada temática, nesta pesquisa, cuidado de enfermagem no serviço de

emergência e os seus aspectos referentes à segurança do paciente, e avalia a representatividade e

relevância dos itens de determinado constructo científico.

Você foi selecionado (a) através da Plataforma Lattes de Currículos Lattes, disponível no portal

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (http://lattes.cnpq.br/). A sua

participação possibilitará, dentre outros benefícios, a construção de uma importante ferramenta

avaliativa para gestores, gerentes e profissionais de saúde.

Portanto, caso deseje participar, pedimos que nos notifique por este e-mail

([email protected]), no prazo de 10 dias, bem como nos confirme o endereço

eletrônico para o encaminhamento de documentos e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE).

Aguardamos a sua resposta!

De antemão, agradecemos a sua colaboração.

Atenciosamente,

Andréa Tayse de Lima Gomes

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APÊNDICE G - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos juízes

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Avaliação do cuidado seguro ao

paciente politraumatizado em situação de emergência”, que tem como pesquisador responsável a

Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos, juntamente com sua orientanda Andréa Tayse de Lima

Gomes.

Essa pesquisa constitui-se de um estudo sobre as práticas de segurança do paciente (SP) e

o cuidado de enfermagem em unidades de emergência e objetiva avaliar o cuidado de enfermagem

e a SP politraumatizado em situação de emergência. Será necessário descrever a estrutura física e

analisar os manuais e protocolos de atuação dos profissionais de saúde das unidades de

emergência, bem como avaliar os níveis de satisfação dos profissionais, usuários e gestores com

relação ao cuidado prestado.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a constatação de que elementos estruturais e

assistenciais influenciam diretamente nos resultados em relação ao cuidado seguro a vítima de

acidente motociclístico. Portanto, julga-se necessário a construção de um protocolo a ser validado por

juízes, para avaliar a segurança do paciente vítima de acidente motociclístico em situação de

emergência em relação à tríade estrutura-processo-resultado das unidades de pronto-atendimento.

Caso você decida participar, você atuará na qualidade de juiz no processo de validação de

conteúdo de protocolos de avaliação dos elementos estrutura-processo dos prontos-socorros. Assim,

você estará contribuindo com melhorias na atuação dos profissionais nesses espaços e benefícios

para aqueles que, porventura, precisem de cuidados de emergência.

Durante a realização, você não será submetido a nenhum tipo de exame físico ou laboratorial

e nenhum procedimento clínico que possa lhe trazer perigo. A previsão de riscos é mínima,

destacando-se a possibilidade de constrangimento em não saber responder às questões formuladas,

tendo você o direito de se recusar a responder as perguntas que lhes causem constrangimento de

qualquer natureza. No entanto, os pesquisadores se comprometem em minimizar esses riscos

mediante a oferta de condições adequadas para realização da coleta dos dados.

A sua participação, portanto, é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer

momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.

Você terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: colaborar com informações para

identificação do cuidado em uma instituição que oferece cuidados de emergência, possibilitar

melhorias na atuação dos profissionais, consequentemente, benefícios para aqueles que deste

fizerem uso, o que pode incluir você, familiar ou alguém de sua estima ou convívio.

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Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, será ressarcido,

caso solicite. Além disso, em qualquer momento, se você sofrer algum dano, comprovadamente,

decorrente desta pesquisa, você terá direito à indenização.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a Profa. Dra.

Viviane Euzébia Pereira Santos, no endereço: Departamento de Enfermagem da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Lagoa Nova, Natal/RN, CEP 59.072-970 ou pelo telefone (84) 3215-

3124.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase

da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe

identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local

seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo

pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será

indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável, Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para

mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Avaliação do

cuidado e da segurança do paciente vítima de acidente motociclístico em situação de emergência”, e

autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações

científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal/RN, ___ de ____________ de 2016.

________________________________________ Assinatura do Participante da Pesquisa

Impressão datiloscópica do

participante

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Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo (Avaliação do cuidado seguro ao paciente

politraumatizado em situação de emergência), declaro que assumo a inteira responsabilidade de

cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e

assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a

identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde

– CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal/RN, ___ de ____________ de 2016. ___________________________________ Pesquisador Responsável

Profa. Dra. Viviane Euzébia Pereira Santos

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APÊNDICE H – Sugestões dos juízes (Delphi I)

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SUGESTÕES DOS JUÍZES PARA REFORMULAÇÕES DO PROTOCOLO – DELPHI I

PARTE I - ESTRUTURA

SUGESTÕES (Estrutura) ALTERAÇÕES?

ESTÁ DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO VIGENTE?

É importante citar também a Portaria 1.600/2011 junto com a 2.048/2012 e as RDCs.

Sim

O item referente as portarias e RDCs são muito amplos, sugiro que sejam melhor explorado.

Sim

DISPÕE DE ESPAÇO PARA PROCEDIMENTOS E TRIAGEM?

Analisar a possibilidade de substituir o termo “triagem” por “classificação de risco”.

Sim

Não ficou claro porque a sala de "triagem" e de procedimentos estão no mesmo item.

Sim

DISPOSITIVOS PARA OXIGENAÇÃO E ASPIRAÇÃO OROTRAQUEAL?

Erro de digitação – “torpedos de oxigênio” ou “cilindros de oxigênio” ao invés de “balas”.

Sim

Acrescentar "ventilador mecânico" no item "dispositivos para oxigenação e aspiração orotraqueal".

Sim

DISPÕE DE MATERIAIS E INSUMOS PARA O ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA?

Faltou incluir um item sobre a disposição de equipamentos para reanimação cardiopulmonar (Monitor multiparâmetro, eletrocardiógrafo, Desfibrilador / Cardioversor, Carrinho de Emergência e bombas de Infusão).

Sim

Medicações básicas: anti-hipertensivos orais, NTG, Nitroprussiato... Consultar os protocolos assistenciais do Ministério da Saúde.

Em parte. Tendo em vista que o nosso enfoque é na avaliação da estrutura, processo e resultado do atendimento ao traumatizado, incluiremos apenas os medicamentos mais utilizados e preconizados pelo ministério da saúde nesse tipo de ocorrência.

Sugiro trocar "cânula de Guedel" por "cânula orofaríngea". Sim

Nos medicamentos básicos poderia incluir a adrenalina e os soros ringer lactato e fisiológico.

Sim

O item "Dispõe de materiais e insumos para o atendimento de emergência" inclui a pia e material para higienização das mãos essencial ao serviço de emergência?

Sim

Acrescentar desfibrilador e materiais como: kit para toracotomia (ou será realizada em outro local?).

Sim

No processo questiona sobre controle de infecção, sugiro incluir questão referente na estrutura também (Ex. existem pias suficientes e bem localizadas para lavagem de mãos?).

Sim

O SETOR ESTÁ ORGANIZADO PARA RECEBER O PACIENTE?

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No item "O setor está organizado" faltou incluir 3 bombas de infusão para cada leito.

Sim

Senti falta da existência de um item relacionado ao registro de trauma.

Não. Os registros do trauma estão abordados nos itens relacionados ao processo da tríade estrutura-processo-resultado.

DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL ADEQUADO?

No item "Dimensionamento de pessoal" faltou incluir o pessoal de apoio laboratorial, radiológico e de limpeza.

Sim

Item de “dimensionamento de pessoal adequado” subjetivo. Sugiro colocar a legislação para o dimensionamento do pessoal para que se tenha uma referência ao se avaliar esse item.

Sim

Acho que no tópico Dimensionamento de pessoal adequado deveria ser colocado o número adequado, acho que ficaria mais completo, como: Apresenta 1 técnico para x pacientes e 1 enfermeiro para X pacientes e acolhimento.

Sim

Acrescentar nos “Recursos humanos” equipe de ortopedia. Sim

A EDUCAÇÃO PERMANENTE É EFETIVA NO TREINAMENTO DE PESSOAL?

Definir melhor os aspectos relacionados à educação permanente, pois vai além de treinamentos.

Sim

Acrescentar suporte básico e avançado de vida no item educação permanente.

Sim

No item seguinte, de capacitação, deveria ser colocado como: Apresenta x capacitações durante o ano?

Sim

PARTE II – PROCESSO

SUGESTÕES (Processo) ALTERAÇÕES?

OS REGISTROS DE ENFERMAGEM SÃO COMPLETOS E CLAROS NO PRONTUÁRIO?

Incluir no item “anotações”: Registros de forma clara e sem rasuras, com assinatura e carimbo do profissional.

Sim

As informações dos registros e da comunicação sobre as anotações no prontuário se repetem, adequar as recomendações para os registros e na comunicação indicar para seguir os registros.

Sim

No Registro de Enfermagem é obrigatório acrescentar o número do COREN (pode ser carimbo, ou escrito) para toda a equipe de enfermagem. Ademais, poderia citar o seguimento das Resoluções COFEN 429/2012 e COFEN 514/2016 que tratam sobre o registro de enfermagem.

Sim

OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM SÃO PRESTADOS ADEQUADAMENTE?

Descrever melhor o protocolo de imobilização cervical, ou seja, fazer a primeira fixação da cabeça manual e uma segunda pessoa procede à colocação do colar.

Sim

Quanto aos acessos venosos, a punção deve ser em membros não fraturados ou lesados.

Sim

Inserir rotinas e protocolos para inserção e manutenção de sondas Enteral e Gástrica.

Sim

Inserir rotinas e protocolos para contenção mecânica. Sim

Reduziu muito a atuação da enfermagem ao listar os cuidados. Talvez colocar o termo "principais" ou "mais comuns", pois, dá a ideia de que a enfermagem presta outros cuidados.

Sim

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Nos cuidados de enfermagem poderia acrescentar o "posicionamento adequado do paciente" Ex. No TCE há necessidade de elevação da cabeça e alinhamento do pescoço para prevenir a hipertensão intracraniana. No TRM manter o decúbito dorsal, entre outros.

Sim

Manobras de reanimação cardiopulmonar e avaliação do nível de consciência (importante ser realizada pelo enfermeiro) no serviço de urgência.

Sim

Como vai saber se os cuidados de enfermagem são realizados adequadamente? Não tem como ficar 24h do lado profissional pra ver se está adequado ou não???? Acho este item totalmente desnecessário... Juntar com o tópico anterior sobre uso de protocolos e rotinas, colocar aquele quadrado de oxigenioterapia e etc... Como explicação do tópico anterior.

Sim

Sugiro que a caixa de texto referente ao "cuidados de enfermagem" seja deslocado um pouco para baixo para evitar confundimento com o tema de cima (Rotinas e protocolos de trauma).

Sim

A COMUNICAÇÃO ENTRE OS PROFISSIONAIS É EFETIVA?

Na descrição da comunicação, tanto as prescrições de medicamentos quanto as checagens de administração também devem ser feitas de forma legível, com nome e horário de realização.

Sim

CUIDADOS NO MOMENTO DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Incluir o uso de algoritmos para infusão de drogas vasoativas com controle em bomba de infusão contínua.

Sim

As medicações devem ser escritas... no retângulo referente à comunicação efetiva. Rever a redação, pois é um protocolo, não uma redação. Acho que a redação correta seria: as medicações são escritas.... Os registros são escritos... As prescrições de medicações são...

Sim

CUIDADOS PARA A PREVENÇÃO DE QUEDAS

Quanto ao risco de quedas, descrever a necessidade de prender o paciente à prancha com cintos, a prancha com cintos à maca e certificar que a maca está armada e travada.

Sim

Sugiro acrescentar no item de prevenção de quedas, a prevenção de lesões por pressão.

Sim

Sobre o transporte do paciente a descrição está adequada, porém acrescentaria o seguimento da Resolução COFEN 376/2011.

Sim

USO DE PROTOCOLOS OU CHECKLISTS PARA A PADRONIZAÇÃO DA TRIAGEM?

Sugiro trocar o termo "triagem" por "classificação de risco". Sim

Considerado que um dos problemas marcantes nos serviços de urgências é a superlotação, sugiro incluir questões quanto à demanda x capacidade instalada (se há pacientes excedentes nas salas de atendimento, por exemplo); questões em relação ao tempo de espera, etc.

Sim

PARTE III – RESULTADO

SUGESTÕES (Resultado) ALTERAÇÕES?

INDICADORES DE SEGURANÇA DO PACIENTE

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Penso que a redação do descritor "identificação do paciente" não está suficientemente clara, está restritiva demais. Sugiro revisar.

Não. Pois, esse item foi baseado nos protocolos de segurança do paciente do Ministério da Saúde. Referências: BRASIL, Ministério da Saúde. Protocolos básicos de segurança do paciente. Brasília, DF: MS; 2011. SOUSA, P.; MENDES, W. Segurança do paciente: criando organizações de saúde seguras. Rio de Janeiro, EAD/ENSP, 2014, p. 101-13.

Erro de digitação: Indicadores de segurança... No título. Em minha opinião foi esquecido um item que é o objetivo da preocupação da OMS em relação ao cuidado seguro. É o item que trata justamente do que é feito na ocorrência de um erro. Por exemplo: Na ocorrência de um erro de medicação, o servidor foi encaminhado à capacitação, foram reduzidas horas de trabalho, aumentado o tempo de descanso, etc...

Em parte. Visto que, neste momento, o objetivo do estudo é avaliar o resultado relacionado ao cuidado seguro e não a cultura de segurança.

Ver o termo mais atual "lesão por pressão" em substituição a "ulcera por pressão". O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) anunciou uma mudança na terminologia de úlcera de pressão. Agora, o termo “lesão por pressão” deve ser utilizado por todos os profissionais de saúde, pois descreve com mais precisão as lesões em peles intactas e ulceradas.

Sim

O tema da lavagem de mão já foi avaliado no protocolo de processos no tema "risco para infecção", não seria possível retirá-lo.

Não. Neste momento será mensurado o indicador de lavagem das mãos como resultado do cuidado. No processo, será avaliado se o profissional lava as mãos antes e após a prestação da assistencial.

FERRAMENTAS DE GATILHO

Sugiro ampliar as questões de "ferramentas de gatilho", pois são tópicos extremamente importantes para avaliação de resultados. Temas em relação aos tempos de espera são muito relevantes no Serviço de Emergência. Talvez inserir questões desse tipo relacionadas ao processo, seria muito importante.

Em parte. As ferramentas de gatilho foram embasadas na publicação do Institute for Healthcare Improvement. O módulo específico para o serviço de emergência aborda apenas os itens listados no protocolo.

Erro digitação no quadro "indicadores de segurança..." Por que 6 horas como ponto de corte? CFM 2.077/14 artigo 14 fala que o tempo máximo de permanência é de 24h na sala de emergência.

Em parte. Consideramos seis horas como tempo de permanência na emergência porque nos embasamos nos módulos publicados pelo Institute for Healthcare Improvement, os quais consideram o referido tempo.

É importante ressaltar que na realidade dos serviços de urgência o tempo superior a 6 horas na unidade não significa necessariamente a presença de complicações, mas a falta de leitos para transferência interna devido à superlotação.

Sim

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119

COMENTÁRIOS GERAIS

SUGESTÕES (Comentários gerais) ALTERAÇÕES?

Sugiro colocar o termo “ambiente hospitalar” no título.

O título será revisto após escrever o trabalho de dissertação. Mas, certamente consideraremos a sugestão.

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APÊNDICE I – Lista de referências da Scoping Review

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

LISTA DE REFERÊNCIAS INCLUÍDAS NA SCOPING REVIEW

CÓDIGO REFERÊNCIA

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APÊNDICE J – Protocolo gráfico

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

PROTOCOLO GRÁFICO PARA AVALIAÇÃO DO CUIDADO SEGURO AO

PACIENTE POLITRAUMATIZADO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

IDENTIFICAÇÃO DO AVALIADOR

Nome do avaliador: __________________________________________________ Instituição de Saúde: ________________________________________________ Data de avaliação: ___/___/____ Início: ____h____ Término: ____h____

INSTRUÇÕES PARA A APLICAÇÃO DO PROTOCOLO NOS SERVIÇOS DE

SAÚDE

Caro avaliador, esse instrumento é composto por três partes, a saber: 1)

avaliação da estrutura do serviço de emergência; 2) avaliação do processo do

cuidado de enfermagem seguro aos pacientes politraumatizados em situação de

emergência; e, 3) avaliação do resultado do cuidado de enfermagem seguro aos

pacientes politraumatizados em situação de emergência.

Para tanto, a fim de mensurar a aplicação do protocolo de avaliação da

estrutura e do processo do cuidado seguro no serviço de emergência, atribuir-se-á

uma pontuação de acordo com: adequado (2 pontos), parcialmente adequado (1

ponto) ou inadequado (0 pontos) para cada item avaliado.

Em relação á avaliação dos resultados, considerar-se-á o resultado seguro (2

pontos) ou inseguro (0 pontos), conforme a avaliação dos itens dispostos na

representação gráfica.

Ressalta-se que o item será considerado adequado se todos os elementos

estiverem presentes no momento da avaliação, parcialmente adequado se pelo

menos um elemento estiver ausente e, por fim, a inadequação se dará no caso de

faltarem todos os elementos.

Quanto a avaliação dos resultados, o item será considerado seguro se

nenhum EA ou erro relacionados aos indicadores de SP e ferramentas de gatilho

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ocorrerem durante a avaliação do serviço e a insegurança se dará mediante a

ocorrência de pelo menos um EA ou erro associados aos indicadores e ferramentas

de gatilho.

Após a aplicação do protocolo, o somatório da pontuação final dos itens

resultará na classificação da estrutura, do processo e do resultado em seguro,

parcialmente seguro ou inseguro para o paciente, segundo os quadros disponíveis

abaixo de cada representação gráfica.

A segurança do serviço de emergência (estrutura e/ou processo e/ou

resultado seguro (a)) está condicionada a não pontuar “zero” em nenhum dos itens

avaliados.

A aparência do protocolo gráfico foi elaborada de acordo com a proposta de

Pimenta et al. (2014), em que há o emprego de formas gráficas com determinados

significados no constructo, conforme demonstrado na legenda abaixo.

FORMA GRÁFICA SIGNIFICADO

Indica início e final do processo.

Indica a ação a ser executada.

Indica momentos de tomada de decisão ou questionamentos.

Conecta uma caixa explicativa.

Fonte: PIMENTA et al., 2014.

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AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA DO CUIDADO SEGURO DE ENFERMAGEM AO

PACIENTE POLITRAUMATIZADO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA

AVALIAÇÃO DA ESTUTURA

0 a 6 pontos = Estrutura insegura 7 a 12 pontos = Estrutura parcialmente segura

13 a 18 pontos = Estrutura segura

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AVALIAÇÃO DO PROCESSO DO CUIDADO SEGURO DE ENFERMAGEM AO

PACIENTE POLITRAUMATIZADO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

AVALIAÇÃO DO PROCESSO

0 a 6 pontos = Processo inseguro 7 a 12 pontos = Processo parcialmente seguro

13 a 18 pontos = Processo seguro

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AVALIAÇÃO DO RESULTADO DO CUIDADO SEGURO DE ENFERMAGEM AO

PACIENTE POLITRAUMATIZADO EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA 2

1Percentual de adesão: Número de ações de higiene das mãos realizadas pelos profissionais de enfermagem

(N1) / Número de oportunidades ocorridas para higiene das mãos (N2), multiplicado por 100, isto é, N1 / N2 x 100 = total de adesão de higienização das mãos entre os profissionais de enfermagem. 2

Número de pacientes avaliados / Número de pacientes não avaliados = Proporção de pacientes com avaliação do risco de queda. 3

[(Número total de eventos / Número de paciente-dia) x 1000] = Índice de quedas.

Estes indicadores de segurança do paciente e as ferramentas de gatilho podem ser definidos como um informativo de desempenho que busca identificar, obter informação e monitorar a ocorrência de incidentes nos serviços de saúde (SOUSA; MENDES, 2014; WONG et al., 2015).

AVALIAÇÃO DO RESULTADO

0 a 6 pontos = Resultado inseguro 7 a 12 pontos = Resultado parcialmente seguro

13 a 18 pontos = Resultado seguro

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ANEXOS

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ANEXO A – Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte

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ANEXO B – Carta de anuência