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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA PROMOVENDO O SUCESSO ESCOLAR EM MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO¹ ADRIANA DENISE LOUREIRO PRADO 2 ARAGUAÍNA - To 2011 ______________________________ 1 - Relatório analítico apresentado ao Curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Coordenação Pedagógica, como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Coordenação Pedagógica, sob a orientação da professora Martha Holanda da Silva. 2 Adriana Denise Loureiro Prado - 2011, Coordenadora Pedagógica do Colégio Pré-Universitário Cursista do Programa Progestão 6ª edição. Ano 2008/2009. De 2006 a 2010 Coordenadora Pedagógica no CEM Dr. José Aluísio da Silva Luz - Formação acadêmica em Matemática Pós Graduação em Metodologia do Ensino de Matemática e Gestão Educacional. [email protected]

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COORDENAÇÃO

PEDAGÓGICA

PROMOVENDO O SUCESSO ESCOLAR EM MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO¹

ADRIANA DENISE LOUREIRO PRADO2

ARAGUAÍNA - To

2011

______________________________

1 - Relatório analítico apresentado ao Curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Coordenação Pedagógica,

como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Coordenação Pedagógica, sob a

orientação da professora Martha Holanda da Silva.

2Adriana Denise Loureiro Prado - 2011, Coordenadora Pedagógica do Colégio Pré-Universitário –

Cursista do Programa Progestão 6ª edição. Ano 2008/2009. De 2006 a 2010 – Coordenadora Pedagógica

no CEM Dr. José Aluísio da Silva Luz - Formação acadêmica em Matemática – Pós Graduação em

Metodologia do Ensino de Matemática e Gestão Educacional. [email protected]

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RESUMO

O presente trabalho tem por finalidade relatar as dificuldades encontradas por

professores e alunos no ensino aprendizagem de Matemática básica, assim como as

formas de intervenção aplicadas, visando minimizar essas dificuldades. A metodologia

consistiu em aplicação de questionários investigativos para o professor, alunos, pais ou

responsáveis, cujo objetivo foi delimitar o perfil das dificuldades em Matemática, coleta

de dados e informações sobre aprendizagem, discussão de problemas e soluções

possíveis. A prática deste trabalho esteve especialmente voltada para sanar dificuldades

encontradas e em parceria com os envolvidos e instituição UFT, envidando esforços e

estratégias para que fossem obtidos melhores resultado e um ensino aprendizagem de

qualidade.

PALAVRAS-CHAVE: dificuldades, parceria, resultados.

1. INTRODUÇÃO

O presente relatório analítico tem por finalidade apresentar os resultados da

pesquisa - ação desenvolvida pela Coordenadora Pedagógica Adriana Denise, no Centro

de Ensino Médio Dr. José Aluísio da Silva luz de Araguaína, To. Surgiu da vivência e

necessidade de análise referente às dificuldades encontradas pelo professor e alunos no

ensino aprendizagem de Matemática básica, visando em parceria, minimizar essas

dificuldades detectadas. Nesse sentido, a presente pesquisa teve como finalidade

analisar as principais dificuldades de aprendizagem da turma 1ª série “A”. A referida

turma de alunos foi selecionada através de reunião com a equipe pedagógica da U. E. e

levados em conta critérios como: significativa distorção idade e série, repetentes na

mesma série, baixo desempenho acadêmico dos alunos e indisciplina.

A metodologia adotada foi à pesquisa – ação com socialização de dados e

acompanhamento do rendimento escolar (boletins) dos estudantes. Consistiu na

aplicação de questionários investigativos para o professor, alunos, pais e/ou

responsáveis, cujo objetivo é delimitar o perfil das dificuldades em Matemática, coleta

de dados e informações sobre aprendizagem, discussão de problemas e soluções

possíveis. A prática do presente trabalho está especialmente voltada para sanar

dificuldades encontradas pelo professor titulares de Matemática da turma, alunos da 1ª

Série “A” do Ensino Médio do CEM Dr. José Aluísio da Silva Luz, tendo como

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referencial a aprendizagem em Matemática. Os dados foram coletados por meio da

aplicação de questionários investigativos para o professor, alunos, pais e/ou

responsáveis, cujo objetivo foi delimitar o perfil das dificuldades em Matemática, coleta

de dados e informações sobre aprendizagem, discussão de problemas e soluções

possíveis. Foram realizadas bimestralmente reuniões com os pais e/ou responsáveis,

alunos e professor, visando direcionar estratégias pedagógicas voltadas para a

motivação e o incentivo em ensinar e aprender Matemática.

Durante o trabalho de intervenção houve consulta a documentos, livros,

revistas, sites e outros meios que forneceram subsídio para a melhoria da prática

pedagógica, facilitando o processo ensino aprendizagem na aplicação de aulas e

atividades de Matemática. Entre os principais autores consultados encontram-se

especialmente citações referentes à Dione Lucchesi de Carvalho, com consultas ao livro

editado em 2006 – Metodologias do Ensino de Matemática, exemplificando ou tecendo

comentários sobre várias técnicas pedagógicas. Também houve pesquisa em Celso

Antunes, cuja obra intitulada: Professores e Professauros. O autor não se refere

pejorativamente, comparando professores com dinossauros, mas ao ensino antigo e a

nostalgia que acompanha alguns professores avessos a mudanças. Dario Fiorentine e

Eliane M. Cristóvão com o livro História e Investigação em Aulas de Matemática, se

fizeram importantes nesse trabalho por fornecendo subsídios ou orientações para a

prática profissional em sala de aula. Para tentar motivar os alunos a melhorar a auto-

estima, os textos oferecidos durante as reuniões mensais para reflexão foram baseados

na obra de Neva Milicic Muller – Acredito em Ti.

A partir dos dados coletados através dos questionários, forneceu a base para os

assuntos a serem discutidos durante os encontros bimestrais realizados com os alunos da

1ª série “A” do Ensino Médio. Priorizaram-se as discussões sobre assuntos apontados

nos questionários de pesquisa, envolvendo problemas e colhendo propostas de soluções

para os mesmos.

As estratégias sugeridas e elencadas pela Coordenadora Pedagógica em

parceria com o professor e alunos da 1ª série “A” do Ensino Médio, foram: aluno –

monitor, onde aquele aluno que entendeu melhor ou sabe o conteúdo em estudo, ajuda

o(s) colega(s) com dificuldades momentâneas na aprendizagem de Matemática; aulas

semanais de reforço escolar para revisão do conteúdo com maior grau de dificuldade

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apontada pelos alunos;aula de motivação e auto-estima; doação de 20 DVD aos alunos

que apresentaram maior nível de dificuldade. Estas ações demonstraram sua eficácia

através da comparação dos índices de aprovação em Matemática, no decorrer do ano

letivo de 2011. Visto que, por se tratar de turma heterogênea, tanto em idade quanto em

aprendizagem, o projeto de intervenção se desenvolveu com relativo sucesso. Essa

heterogeneidade dos alunos causou alguns entraves para a aplicação da ação nesse

Projeto de Intervenção, devido a alunos de maior idade possuir outros afazeres

(emprego, família ou atividades diversas) no horário oposto ao das suas aulas e um

grande número de repetentes, com grau de indisciplina.

A aplicação da presente Pesquisa - Ação se mostrou positiva para a

aprendizagem dos alunos em 2011, conforme poderá ser observado, analisando-se as

tabelas em anexo. Espera-se que essa proposta de Intervenção continue sendo aplicada

em anos posteriores e melhorando o ensino aprendizagem dos alunos envolvidos. A

equipe continua e continuará se esforçando e envidando esforços no sentido de facilitar

a aprendizagem de todos os alunos.

2. VALORIZANDO O SABER MATEMÁTICO

É senso comum no meio escolar que aprender e ensinar Matemática não é uma

tarefa fácil; (e afirmamos isso embasados por 15 anos de convivência escolar em prol da

disciplina Matemática). Nesse período de tempo, tendo trabalhado com alunos e

professores em três escolas públicas de Araguaína: Col. Est. Guilherme Dourado, CEM

Dr. José Aluísio da Silva Luz e Colégio Pré Universitário, pouquíssimas vezes ouvi

elogios para a disciplina de Matemática ou suas ações pertinentes. Por essa razão, posso

afirmar que sim, a Matemática enquanto disciplina tem sido difícil para alunos e seus

professores. Para minimizar esse caráter negativo se fez necessário criar maneiras de

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inovar o ensino mostrando a real importância dessa área do conhecimento no dia-a-dia.

Portanto, a mediação do professor é fundamental para que não ocorra apenas uma

aprendizagem mecânica e sim uma reflexão sobre o que se está aprendendo.

Embasando essa idéia em As dimensões da Aprendizagem.

Aprendizagem significativa - processo pelo qual os conhecimentos

novos são relacionados de modo substantivo com

proposições e conceitos relevantes previamente disponíveis

na estrutura cognitiva.

*Aprendizagem memorística ou mecânica – é a antítese da

aprendizagem significativa. (Ausubel, 2002, Novak e Gowin,

1999, p. 23) 1

A tarefa básica do professor de Matemática é o desenvolvimento do raciocínio

lógico, do pensamento critico e da criatividade apoiados não só na reflexão sobre os

conhecimentos adquiridos pela Ciência em questão, mas também sobre suas aplicações

à tecnologia e ao progresso social. Consta no Manual do Coordenador, (apostila

contendo a síntese das funções, atribuições e responsabilidades do Coordenador

Pedagógico) fornecido pela SEDUC/TO (Secretaria de Educação e Cultura do

Tocantins) a todas as escolas estaduais, (sempre que necessário ou quando a escola

solicitar, ou ainda fornecer o material citado num prazo médio de 4 anos), para que o

trabalho a ser desenvolvido pela Coordenação Pedagógica, seja o de proporcionar os

meios adequados para que a aprendizagem aconteça.

Dentre as principais funções do Coordenador Pedagógico está a de acompanhar

e facilitar as atividades de alunos e professores, propondo sugestões e soluções viáveis

para os problemas que certamente surgem durante o ano letivo. Oportunizar a realização

e cumprimento das ações e orientação, bem como avaliação e organização do Projeto

Político Pedagógico da Unidade Escolar. Toda ação pedagógica é sempre voltada para

a harmonia e interação entre professor alunos e comunidade, visando o favorecimento

da aprendizagem escolar. Esse pensamento é próprio da autora dessa Pesquisa - Ação,

entretanto, se não fosse assim, a desorganização escolar estaria estabelecida, caso a ação

mediadora da equipe escolar, especialmente da Coordenação Pedagógica não existisse.

Quanto a esse ponto, Adelar Hengemuhle, na obra de 2004: Gestão de Ensino e Práticas

1 Consulta realizada na internet em 16/11/11 às 16 h,:

http://www.slideshare.net/nelikafranca/teorias-da-aprendizagem-material-para-alunos

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Pedagógicas citando o Relatório Delors, comenta sobre o perfil do aluno

contemporâneo

No final do século passado o “Relatório Delors”, resultado

da contribuição de 15 pesquisadores de diversas partes do mundo,

traz um eixo condutor para a educação no século XXI. Como já visto,

ele, entre outras coisas, nos indica o perfil do aluno necessário, isto é,

aquele que precisa aprender a ser, a conhecer, a fazer e a conviver.

(HENGEMUHLE, 2004. Pág. 51)

A vivência e convivência escolar com os alunos, pais, professores e comunidade

escolar, traz ao Coordenador Pedagógico a vantagem de conhecer os vários agentes que

atuam na escola e proporcionar a mediação harmônica entre eles. Partindo-se do

princípio de que o ensino aprendizagem de Matemática na vivência escolar é uma das

mais críticas, como pôde ser verificado ao longo do trabalho docente e também no

decorrer dessa pesquisa, se faz necessário que o professor busque meios para auxiliar o

aluno a melhor construir estratégias e hipóteses, cada vez mais relevantes para a

efetivação da aprendizagem. Conforme nos ensina Carvalho,

O saber matemático não pode continuar sendo privilégio de poucos

alunos, tidos como mais inteligentes, cujo temperamento é mais dócil

e, por isso conseguem submeter-se ao “fazer tarefas escolares” sem se

preocuparem com o significado das mesmas no que se refere ao seu

processo de construção do conhecimento.

(CARVALHO, 2006, Pág. 103)

Conforme comenta o autor, o saber Matemático não deveria ser privilégio de

poucos, mas amplo e irrestrito. É papel da escola oferecer oportunidade de inclusão a

todos os seus alunos. Essa inclusão vem de encontro às idéias e objetivos desse artigo.

Nessa linha de raciocínio, o presente trabalho está especialmente voltado para sanar

dificuldades encontradas e em parceria com pais, alunos, professor e instituição UFT,

envidar esforços e estratégias para que se obtenham melhores resultado e um ensino

aprendizagem de qualidade.

3. VALORIZANDO A PARTICIPAÇÃO DE TODOS NA EDUCAÇÃO

Na vivência de uma escola em relação ao ensino e aprendizagem, especialmente

de Matemática, devido a sua complexidade, se faz necessário o auxilio do Coordenador

Pedagógico da área, para junto ao professor e alunos, possam planejar estratégias

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adequadas que atuem especificamente na solução de problemas de aprendizagem

surgidos em sala de aula. Continuando na linha de pensamento de Lucchesi Carvalho,

quando este afirma que

Considera-se a Matemática como uma área do conhecimento

pronta, acabada, perfeita, pertencente apenas ao mundo das

idéias e cuja estrutura de sistematização serve de modelo para

outras ciências. (CARVALHO, 2006, P. 15)

Isso nos leva a concluir estrategicamente que é uma imposição autoritária do

conhecimento Matemático. O sucesso em Matemática é muitas vezes visto como

determinador da inteligência dos alunos. Essa constatação é interessante porque a

linguagem baseada na lógica ou quando se refere a “Inteligência Lógico Matemática”

(Princípio das Múltiplas Inteligências) estimulam o raciocínio que é a faculdade ou

ferramenta que nosso cérebro usa para resolver os problemas do dia a dia em nossas

relações interpessoais. O raciocínio e a dedução servem para resolução de problemas de

lógica, como também auxilia Língua Portuguesa, com resumos, interpretações assim

como outras áreas das Ciências Humanas também são beneficiadas. Mas não deve ser

encarada como acessível apenas a mentes privilegiadas. O Artigo 53 do Estatuto da

Criança e do Adolescente, diz textualmente,

A criança e o adolescente têm direito a educação, visando o

pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício

da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando lhes:

Igualdade de condições para acesso e permanência na escola. (página 17)

A Educação deve ser vista como um direito, e é preciso fornecê-la nas escolas de

forma que todos se sintam envolvidos e capazes.

Os novos livros de matemática estão modernos e quase atualizados em sua

forma de apresentação do conteúdo. Porém não contextualiza e nem interdisciplina

conteúdos com outras disciplinas, conforme exigência do Plano Nacional de

Desenvolvimento da Educação Básica e o Ministério da Educação e Cultura . O

professor ainda continua limitado tanto pelo currículo ou estrutura Curricular quanto

pelo tempo. Sobre isso, comenta Carvalho, 2006, P. 104 “Em geral o tempo previsto

para o estudo de um determinado assunto é centralizado em um intervalo no qual se

espera esgotar todas as nuances que o texto contém”.

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Para o autor, só se deveria passar ao conteúdo seguinte quando a turma toda

tivesse compreendido as várias nuances ou aspectos do assunto em pauta. Um intervalo

de tempo médio (em aulas) que fosse suficiente para capacitar toda a turma de alunos

envolvida. Na prática isso é uma utopia, pois cada aluno tem seu ritmo próprio de

aprendizagem. Mesmo as turmas sendo justapostas e uniformizadas por idade, nem

todos os educandos acompanham ou possuem o mesmo ritmo de aprendizagem. Alguns

são mais lentos e outros mais rápidos em sua compreensão do assunto exposto. Por esse

pensamento não é necessário “encerrar” atividades de adição para dar início à subtração,

por exemplo. Ambos podem ser, trabalhados simultaneamente e inclusive confrontados.

Sobre o ritmo da aprendizagem, Hengemuhle, se posiciona da seguinte forma, citando

Pestalozzi (1746 – 1827)

A educação deve favorecer o desenvolvimento físico, mental e moral

do educando, que é necessário respeitar a individualidade do mesmo e

que no processo educativo deve haver respeito mútuo entre mestre e

discípulo. (HENGEMUHLE, 2004. Pág. 50)

Dentre os autores citados por Hengemuhle, 2004, em sua obra “Gestão de Ensino e

Práticas Pedagógicas” que se preocuparam, além do ritmo da aprendizagem, também o

perfil do aluno, o que é muito atual, vamos encontrar John Dewey (1859 – 1952); Piaget

que descreveu os estágios de desenvolvimento da criança e do adolescente; Vygotsky

que entre tantas atribuições redefine o papel do professor como mediador entre o

conhecido e o concebível.

Quanto mais próximos chegamos à contemporaneidade, mais

percebemos os avanços da Ciência no conhecimento do cérebro

humano. As investigações nesse sentido trouxeram e estão trazendo

contribuições valiosas para que possamos conhecer como o ser

humano aprende a partir do que e como ele se motiva.

(HENGEMUHLE, 2004. Pág. 50),

Perrenoud, que acrescenta: a Educação precisa preparar pessoas competentes

para agir eficazmente no contexto contemporâneo; Morin que identifica os sete saberes

necessários a educação do futuro. Meirieu, junto com vários autores reflete sobre a

necessidade de dar significado ao conteúdo, através de situações e problemas. Muitos

outros poderiam ser citados para ilustrar os fundamentos educacionais que norteiam o

fazer pedagógico, e assim também, o trabalho do Coordenador Pedagógico.

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Conforme Hengemuhle, comparando a formação por série na educação com a

edificação de um prédio, é preciso edificar fazendo uma analogia entre a construção de

um prédio e a construção do conhecimento na escola, pautado no Projeto Pedagógico

com construção coletiva; explicando melhor, montar, construir aos poucos o

conhecimento adquirido nas aulas, passo a passo, para que façam sentido para o aluno.

Isso é importante, especialmente em Matemática.

A escola básica é uma construção de 11 andares (séries). Como é

possível desenvolver uma educação coerente, série a série, se o projeto

constituído não é do conhecimento dos professores ou, nem é levado

em conta no cotidiano? Pena que na escola não se enxerga o prédio

cair. (HENGEMUHLE, 2004, pág. 29).

Não enxergar o prédio cair se refere a educação desmoronando, com seqüelas

múltiplas para os alunos reprovados e conseqüente frustração de toda a equipe escolar,

especialmente as famílias e professores envolvidos.

Nesse contexto, é importante compreender a importância da escola e da gestão

pedagógica de forma atuante, que possa orientar e acompanhar o processo educativo,

através de ações de intervenção junto ao corpo docente e descente.

4. PAIS, ALUNOS E PROFESSORES EM PROL DA APRENDIZAGEM

Projeto de intervenção realizado em 2011 no CEM Dr José Aluísio da Silva

Luz,criado em 1998, localizado no Setor Coimbra S/N, Avenida Goiás, Araguaína To,

pertencente a rede de ensino Estadual teve em 2011, aproximadamente 1235 alunos ao

final do ano letivo de 2011, na modalidade que oferece: Ensino Médio, cuja pontuação

no IDEB em 2009 = 3,3 e a meta prevista para 2011 ( e ainda não divulgada) = 3,2. O

ENEM obteve pontuação em 2010 = 51,49 com 127 alunos participantes. (Dados

informados nas tabelas em anexo). A turma envolvida foi a 1ª série “A” Ensino Médio.

A série em questão foi selecionada em reunião com equipe gestora por apresentar 31

alunos com distorção idade série e 17 alunos repetentes, constantes níveis de

indisciplina e baixo aprendizado – turma com 44 alunos ao final de 2011; o Professor

titular de Matemática Pedro Dias Figueira; Coordenadora Pedagógica Adriana Denise.

Realização de questionário investigativo e reuniões para alunos, pais e/ou responsáveis,

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com intuito de detectar causas do baixo aprendizado e indisciplina, e em conjunto colher

informações dos envolvidos com sugestões de melhoria e ações a serem desenvolvidos

na turma. Foco principal da proposta de Intervenção é analisar as principais dificuldades

de aprendizagem em Matemática da turma: 1ª série “A”, delimitando o perfil da turma,

estabelecer parcerias entre pais, alunos, professor e instituição UFT (Universidade

Federal do Tocantins), para aplicação das ações sugeridas, visando a superação das

dificuldades e facilitação da aprendizagem em Matemática.

O questionário voltado para o professor Pedro Dias Figueira, titular de

Matemática da turma 1ª série “A” do Ensino Médio, oportunizou perguntas abertas,

explorando dificuldades no ensino – aprendizagem de Matemática durante as aulas, com

coleta de informações e sugestões para a melhoria do processo e conseqüente aprovação

com qualidade.

Dentre muitas das respostas dadas pelo professor, destaca-se: Questão 02 –

Sobre a falta de entusiasmo de seus alunos: “ Procuro sensibilizá-los sobre a

importância do estudo em suas vidas” ; Questão 03 – Dificuldade dos alunos em

aprender Matemática: “Retorno a explicação com uma nova metodologia de ensino (

DVD, internet, revistas, linguagem menos informal, outros)”; Questão 05 – Alunos com

baixo conhecimento dos anos anteriores em Matemática: “Relato à Coordenadora

Pedagógica, e sempre que possível faço uma revisão desses conteúdos”. Se observa

nestes depoimentos que o professor se preocupa com o nível de aprendizado de seus

alunos e seu progresso no futuro.

Além do fornecimento dos questionários para os familiares, houve todo um

trabalho preparatório, com explicações fornecidas, assinadas e devolvidas à

Coordenadora Pedagógica, propondo o trabalho de intervenção: por que e quando seria

aplicando, buscando a aprovação, o consentimento e envolvimento dos pais nesse

projeto.

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Em decorrência do baixo nível de escolaridade, poucos pais acompanham de

fato seus filhos, ensinando as tarefas escolares, muitos apenas perguntam se tem e

mandam fazer. Alguns pais que não conheciam as leis passaram a conhecê-las agora.

São cientes das dificuldades de aprendizagem dos filhos, mas muitos não possuem

conhecimento ou tempo para ajudá-los.

Quanto aos alunos envolvidos da 1ª Série “A” do Ensino Médio, suas principais

respostas sobre o questionário aplicado.

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Analisando os questionários se observa que os alunos gostam de estudar,

possuem dificuldades de aprendizagem, e com tantos afazeres no contra turno , poucos

fazem o para casa, estão abertos e dispostos a aprender.

Durante a realização de reuniões bimestrais para entrega de boletins aos pais,

houve ótimo comparecimento por parte dos pais ou responsáveis nas três reuniões

previstas (até o 3º bimestre/11) com quase 85% de frequência. Durante estas reuniões,

os pais tiveram a liberdade de opinar sobre os temas sugeridos propondo soluções e

ações que eram discutidas e complementadas por todos os presentes. Nos encontros

mensais com os estudantes houve aplicação de técnicas para desenvolver ou estimular o

interesse dos alunos, baseadas na obra ”Acredito em Ti” de Muller. Oportunizou-se o

debate de questões como: por que devo me esforçar nos estudos? Para que serve a

Educação? O que pretendo ser no futuro? Entre outros. Os dados coletados nas ações

formaram um novo direcionamento, com ênfase para os problemas de aprendizagem

relatados, buscando-se colher soluções possíveis para os mesmos. As reuniões com o

Professor e Coordenadora Pedagógica para discussão da Proposta de Intervenção era

realizada mensalmente, tendo suas dificuldades socializadas onde foram propostas

estratégias e ações que obtiveram aprovação dos envolvidos para serem aplicas na

turma. A socialização dos questionários durante as reuniões serviu como bases para

alicerçá-la da importância da participação dos pais ou responsáveis na educação escolar

dos filhos.

O trabalho pedagógico direcionado para os pais, professor e alunos

envolvidos, foram realizados durante as reuniões bimestrais e buscaram incentivar a

participação dos pais na observação das atividades e estudos dos alunos envolvidos,

motivando-os a participar da vida escolar dos seus filhos. Fornecendo assim,

argumentos para elevar a auto-estima e buscar competência através do esforço próprio.

Foram analisadas tabelas de desempenho das turmas por pais e professor, para o

acompanhamento individual de cada aluno pesquisado e aconselhamento para melhoria

individual e coletiva da turma. Tomando como base o que nos ensina Muller,

Quando um aluno é exposto com freqüência a situações de

exigência que não é capaz de cumprir se sentirá desvalorizado e

atribuirá seu baixo rendimento a uma incapacidade,

desenvolvendo medo de aprender por temor ao fracasso.

(MULLER. 2006, pág. 74)

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A afirmação acima justifica o presente Projeto de intervenção, inclusive a

escolha do tema: Promovendo o Sucesso Escolar em Matemática no Ensino Médio.

Quem não crê em suas capacidades, dificilmente avança em conhecimentos.

Conforme explica o renomado escritor Celso Antunes, traçando uma analogia

a professores de outros tempos

...cuja dificuldade em incorporar o que é novo, pela

exasperação com que seguram a tradição de não mudar, pela

raiva que guardam dos que sempre estão aprendendo, enfim,

pela teimosa vontade de olhar a criança (ou jovem) de hoje e

pensar que é exatamente igual à criança que um dia foi.

(ANTUNES 2007, pág. 10)

Esse é certamente um bom alerta para todos nós professores, especialmente os

da área de Matemática para que estejam atentos às mudanças que o mundo moderno

exige, possam se adequar para aprender e ensinar nessa era tecnológica e globalizada.

Sejam (para esclarecer melhor, se refere aos professores...) conservadores nas verdades

que são universais, mas inovadores em sua forma de ensiná-las. Analisar-se (ainda se

referindo ao trabalho dos professores) continuamente para agir com seriedade e

ministrar aulas excelentes. Jamais assemelhar-se aos Professauros citado por Celso

Antunes, 2007 – pág. 14, quanto à vida que se vive e os sonhos que se acalenta: “a

rotina de trabalhar por imposição, casar por obrigação, fazer filhos por tradição,

empanturrar-se para depressa se aposentar e o quanto antes morrer”.

Quanto a participação dos pais nas atividades escolares, especialmente

incentivando os filhos na execução das tarefas escolares extraclasse, ou comumente

denominadas “para casa” é o ponto relevante ou determinante da aprendizagem escolar

dos filhos.

Nesse sentido, vale citar Hengemuhle, quando baseia-se nas idéias de vários

autores afirma que o ser humano é um ser inteligente e com vontade. Os alunos

necessitam de confiança e incentivo para compreenderem e buscar o próprio

conhecimento

Quem tem filhos sabe que as crianças desde a tenra idade,

começam a perguntar: pai, mãe... como é isso? Por que isso é

assim? São inteligentes, portanto para aprender e interpretar,

(re)elaborar, exercitar a mente, investigar e conhecer o seu

meio. (HENGEMUHLE, 2004, pág. 37).

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Na escola a situação acima se repete. Embora haja um decréscimo conforme a

idade aumenta segundo ainda às idéias de Hengemuhle, na mesma página citada

anteriormente. Por volta da 5ª série em diante, percebe-se, com freqüência, um

decréscimo dessa curiosidade, dessa motivação. Que fatores podem estar causando essa

situação? Pergunta. Certamente o jovem necessita cada vez mais de estímulos para

manter o foco e a curiosidade, caso contrário os conteúdos vão perdendo a razão de ser

para o aluno, quando o mesmo começa a perguntar? Qual o sentido disso? E o

professor, por exemplo, só consegue responder: Isso é uma fórmula matemática!

Então, para manter o aluno focado na própria aprendizagem é preciso recorrer

aos pais. Aos laços afetivos que os mantém unidos em confiança. Ninguém melhor que

a família para entender os filhos e os direcionar no melhor caminho. A escola cabe o

papel de fornecer informações, em parceria com a sabedoria e ensinamento dos pais.

5. TRABALHANDO COM AS AÇÕES SELECIONADAS

Durante os três encontros bimestrais realizados com os pais e/ou responsáveis e

Professor envolvidos no projeto de intervenção, os quatro encontros com os educandos

da turma presença do professor titular de Matemática da turma, surgiram discussões e ª

série “A” do Ensino Médio, propostas colhidas através de conversas, entrevistas e

debates, quando sugeridos nas reuniões, bem como o acompanhamento do rendimento

escolar (boletim) dos alunos. Dentre as propostas e sugestões orais e escritas colhidas de

modo citado acima, as quatro ações relevantes e que obtiveram o apoio da maioria dos

Pais, Alunos, Professor e Coordenadora Pedagógica, foram:

1º bimestre/11 – Em reunião houve socialização com discussão e comentários

pertinentes aos assuntos contidos nos questionários e respondidos pelos alunos, pais

e/ou responsáveis. Após a análise dos referidos questionários, foram discutidas,

avaliadas e escolhidas ações possíveis a serem desenvolvidas em sala de aula, na

tentativa de minimizar dificuldades de aprendizagem em matemática, relatadas ou

detectadas pelo professor, alunos e pais. A estratégia escolhida, denominada: 1ª ação -

“Alunos Monitores” teria o objetivo de oportunizar a aprendizagem. Efetivar-se-ia

através do monitoramento do ou dos colegas, cuja habilidade em entender o conteúdo

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em estudo e repassá-lo aos demais, estaria disponível após o término de sua tarefa

escolar em sala de aula, disponibilizando-se em ajudar outros colegas com dificuldades

momentâneas de aprendizagem. Como a maioria dos alunos possuía baixo nível de

aprendizagem, essa ação se mostrou pouco eficaz;

2º bimestre/11- 2ª ação: Aula de reforço escolar no turno contrario ao das aulas dos

alunos (contra turno). Essa nova ação foi escolhida (dentre as sugeridas, propostas e

aceitas na 1ª reunião com o grupo: pais, alunos e professor), sendo denominada “Aulas

de Reforço em Matemática”, com participação de acadêmicos da Universidade Federal

do Tocantins. Essa atividade foi realizada no turno oposto ao ensino regular, sendo duas

vezes por semana, turno vespertino (15 às 17 h); foco principal, atividades denominada

“para casa”, reforçando as atividades e conteúdos trabalhados em sala de aula. Como

resultado da ação, tivemos “baixa freqüência” da turma 1ª série “A” nas aulas,

decorrente de outros afazeres ou compromissos que os alunos tinham assumido

anteriormente, para o horário previsto (o contra turno);

3º bimestre/11 – 3ª ação: Textos e slides para reforçar a motivação e auto – estima dos

alunos. Houve o fornecimento de texto impresso do livro “Acredito em Ti”, com leitura

e comentário para melhorar a auto-estima dos alunos durante as reuniões com alunos da

1ª série “A” do Ensino Médio. O objetivo da ação proposta por professor e Coordenação

Pedagógica é o de sensibilização em prol do esforço na busca da própria capacitação e

superação das dificuldades em Matemática básica, relatadas nos questionários

investigativos. Como 4ª ação, houve a entrega de 20 DVDs contendo assuntos de

matemática, vistos durante o 3º bim. Letivo. A equipe se predispõe a gravar DVDs

contendo assuntos de Matemática básica e presentear com eles, alguns alunos que

apresentarem baixa produtividade em Matemática nos dois primeiros bimestres letivos

de 2011. Estes DVDs poderiam ser socializados, emprestados ou trocados entre os

alunos, visto que lhes pertenciam por terem sido um presente do professor em parceria

com a Coordenadora Pedagógica.

Os monitoramentos bimestrais dos índices de aprendizagem se mostraram

eficazes conforme se observa a tabela de rendimento escolar dos alunos durante o ano

letivo de 2011 em anexo.

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6. CONCLUSÃO

Esta Pesquisa - Ação foi planejada e direcionado para os alunos da 1ª série do

Ensino Médio, especialmente a 1ª série “A” do Ensino Médio do CEM Dr. José Aluísio

da Silva Luz, em Araguaína To, no ano de 2011. Os fatores que levaram a escolha da

referida turma como piloto para a realização desta ação de intervenção, após reunião

com a equipe gestora foram especialmente, a distorção idade-série, o número elevado de

repetentes na mesma turma e o suposto grau de interesse dos alunos em investir nos

próprios conhecimentos. O objetivo principal esteve voltado para a análise das

dificuldades encontradas pelo professor e alunos no processo ensino e aprendizagem de

Matemática básica e conseqüente intervenção, visando minimizar essas dificuldades. A

metodologia aplicada consistiu na aplicação de questionários investigativos para o

professor, alunos, pais e/ou responsáveis, cujo objetivo foi delimitar o perfil de

dificuldades em Matemática da referida turma, assim como colher sugestões e discutir

ações para a melhoria dos índices de aprovação do decorrente ano ou seja,

acompanhamento do rendimento escolar através do boletim e visitas mensais em sala de

aula para entrevista informal sobre aprendizado e sugestões de melhoria.

Durante a realização das reuniões para coleta de dados e discussões informal

sobre os problemas detectados e as possíveis soluções para os mesmos, houve por parte

dos agentes: Alunos, Pais, Professor e Coordenadora o empenho em direcionar ações

voltadas para a motivação em aprender e ensinar Matemática, assim como apontar e

direcionar práticas pedagógicas e ações pertinentes que estariam em consonância com o

interesse e participação de Alunos e Professor de Matemática da 1ª Série “A”,

envidando esforços para que se obtenham melhores resultado com o ensino

aprendizagem, cada reunião com os pais ou professor e/ou encontros com os alunos, a

coordenadora anotava as sugestões para posterior colocá-las em prática. Por ser uma

turma heterogênea, nos fez acreditar que sem o Projeto de Intervenção que ora

desenvolvemos, provavelmente teríamos aprovação mínima, inclusive em Matemática

nessa turma.

Nas reuniões bimestrais com os pais dos alunos da turma citada, houve a procura

do fortalecimento da participação dos pais nas atividades escolares dos filhos. Essas

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medidas trouxeram melhoria na disciplina em sala de aula e gradativo progresso no

rendimento escolar de modo geral.

Os questionários se mostraram eficazes, pois se observa que os alunos gostam de

estudar, porem possuem dificuldades em compreender os conteúdos de Matemática na

série em que estão matriculados, visto que foram aprovados anteriormente sem terem

atingido as habilidades necessárias durante seu estudo. Os pais e/ou responsáveis na sua

maioria não possuem níveis satisfatórios de aprendizagem ou tempo disponíveis para

acompanhar de fato a vida escolar de seus filhos ( para casa, visitas à escola, boletins),

apenas perguntam se está tudo bem ou se tem tarefa escolar para casa, pedido para os

mesmos que seja feito. O professor é ciente das dificuldades de aprender Matemática

de seus alunos, através de sondagem, aborda os conteúdos do Currículo, usando

diferentes formas de se ensinar quando percebe que seus aprendentes não entendem o

assunto.

Desta forma, em parceria com os envolvidos, foram traçados ações que de certa

forma minimizasse as dificuldades de aprendizagem em Matemática básica nos alunos

da 1ª série “A”: 1º bimestre – 1ª ação: Aluno monitor, o estudante que apresenta maior

conhecimento ao término de seus exercícios, ajuda o colega nas atividades em sala de

aula, formando grupo de estudo. Em decorrência da maioria dos alunos terem baixo

aprendizado essa ação foi pouco eficaz; 2º bimestre – 2ª ação: Aula de reforço escolar

de Matemática Básica e de conteúdos estudados em sala de aula, ministrada no contra

turno (vespertino) , duas vezes por semana pelos acadêmicos da Universidade Federal

do Tocantins (UFT), uma parceria da instituição com a escola. Devido a maioria dos

alunos terem outros afazeres no contra turno, essa ação contou com baixa frequência

dos alunos; 3º bimestre – 3ª ação: aulas mensais de motivação e auto-estima para os

alunos, utilizando textos e slides que proporcionaram a reflexão sobre o presente e o

futuro; 4ª ação: Presentear vinte alunos que apresentavam maior índices de reprovação

com DVD contendo os conteúdos referentes ao terceiro e quarto bimestres, onde os

mesmos poderias assistir em suas residências no momento oportuno, como também

emprestar para os colegas de sala quando solicitado.

Essas ações mostraram sua eficácia, pois através de tentativas os envolvidos

puderam traçar metas, analisar problemas e soluções, chegando de fato a garantir não a

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todos, mas à maioria minimizar dificuldades em aprender Matemática, fazendo do

estudo algo prazeroso e de fácil entendimento.

Para o futuro, acreditamos que esse Projeto deverá ter continuidade e

apresentar adaptações, adequando-se ao perfil da nova turma em que será aplicado,

seguindo, entretanto, as bases sugeridas, visto que foram determinantes para o sucesso

da Proposta de Intervenção, a aplicação de questionário investigativo, reuniões e

encontros com os envolvidos para tomada de decisão e aplicabilidade em tempo hábil

de novas estratégias metodológicas que venham sanar dificuldades de aprendizagem em

Matemática. Esse sempre será o melhor caminho para o sucesso tão desejado por todos.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Celso. Professores e Professauros – Reflexão sobre aulas e práticas pedagógicas

diversas - Editora Vozes – 199 pág. 4ª edição – 2007;

ALMEIDA, Laurinda Ramalho de Vera Maria Nigro de Souza Placco (organizadores) e outros.

O coordenador pedagógico e questões da contemporaneidade – Edições Loyola-141

páginas, 2006;

CARVALHO, Dione Lucchesi de Carvalho. Metodologia do ensino de matemática – Editora

Cortez - 119 páginas, 2006;

Constituição da República Federativa do Brasil – Gráfica do Senado Federal – 382 páginas,

Biênio 2003/2004;

Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei Federal nº 8.069/90, 60 páginas – Tocantins/

2006;

FIORENTINI, Dario e Eliane Matesco Cristóvão: História e Investigação em Aulas de

Matemática – Editora Alínea, 244 páginas, 2006;

HENGEMUHLE, Adelar. Gestão de Ensino e Práticas Pedagógicas – Editora Vozes – 2ª Ed.

– 245 páginas. 2004;

MULLER, Neva Milicic. Acredito em ti – Técnicas para desenvolver a auto-estima dos alunos

– Editora Vozes ,141 pág. 2006;

PONTE, João Pedro da, Joana Brocardo e Hélia Oliveira: Investigações Matemáticas em Sala

de Aula. Editora Autêntica – 150 pág. 2005;

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais – Editora Sesil ltda. 2000;

IGNÁCIO, Juan Pozo: A Solução de Problemas - Editora Artmed. 2000;

Ausubel, 2002, Novak e Gowin, 1999, p. 23 - As dimensões da Aprendizagem; http://www.slideshare.net/nelikafranca/teorias-da-aprendizagem-material-para-alunos: Consulta realizada na internet em 16/11/11 às 16 h.

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ANEXO 01

Tabelas constando resultados IDEB e ENEM e rendimento escolar dos alunos do CEM Dr. José Aluisio da Silva Luz - 1ª Série “A”.

Ideb Observado Metas Projetadas

Estado 2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Tocantins 2.9 3.1 3.3 2.9 3.0 3.2 3.4 3.8 4.2 4.5 4.7

Foto: 1ª Série “A”, Coordenadora Pedagógica Adriana Denise e Professor Pedro

Resultados de Outras Avaliações Externas de Rendimento Escolar - ENEM

Denominação da Avaliação (identificar se é federal, estadual ou municipal) Ano de Realização Resultado

ENEM (Federal) – matricula – 223, participante – 83 2007 44,25

ENEM (Federal) – matricula – 284, participante – 125 2008 43,56

ENEM (Federal) - matricula - participante – 81 2009 51,17

ENEM (Federal) - matricula - participante – 127 2010 51,49

Tabela de acompanhamento rendimento escolar/ 11 - 1ª Série “A”

Nº de alunos Aprovação Reprovação

1º bimestre 48 62,5% 37,5%

2º bimestre 51 60,8% 39,2%

3º bimestre 44 70,5% 29,2%

4º bimestre 40 88,01% 11,99%

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