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UNIVERSIDADE FUMEC FACULDADE DE CIENCIAS EMPRESARIAIS MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E GESTÃO DO CONHECIMENTO PORTAIS CORPORATIVOS DOS TRIBUNAIS DE CONTAS: FERRAMENTA PARA A PROMOÇÃO DA TRANSPARÊNCIA PÚBLICA E DO CONTROLE SOCIAL RODRIGO FERNANDES BERLINI Belo Horizonte 2014

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UNIVERSIDADE FUMEC

FACULDADE DE CIENCIAS EMPRESARIAIS

MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E GESTÃO DO

CONHECIMENTO

PORTAIS CORPORATIVOS DOS TRIBUNAIS DE CONTAS: FERRAMENTA

PARA A PROMOÇÃO DA TRANSPARÊNCIA PÚBLICA E DO CONTROLE

SOCIAL

RODRIGO FERNANDES BERLINI

Belo Horizonte

2014

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RODRIGO FERNANDES BERLINI

PORTAIS CORPORATIVOS DOS TRIBUNAIS DE CONTAS: FERRAMENTA

PARA A PROMOÇÃO DA TRANSPARÊNCIA PÚBLICA E DO CONTROLE

SOCIAL

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento da Universidade FUMEC como requisito parcial para obtenção do grau de mestre. Área de Concentração: Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento Linha de pesquisa: Gestão da Informação e do Conhecimento

Orientador: Prof. Dr. Fabrício Ziviani

Belo Horizonte

2014

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A meu pai, que sempre me apoiou e me motivou a trilhar um caminho para vencer os

desafios. A minha mãe, sempre presente, cuidando de mim com muito amor.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, razão primeira, que, com sua bondade, proporcionou-me realizar este trabalho. A minha noiva, por seu amor, carinho, por ser esta pessoa maravilhosa e generosa, sempre me dando força, e pelo apoio incondicional. A minha irmã, pelo incentivo e carinho, sem os quais não teria percorrido o caminho até aqui. Ao meu cunhado; antes de cunhado, um irmão. A minha família, por estar sempre por perto nos momentos difíceis. Ao meu orientador, por ter aceitado o desafio e pela ajuda constante do trabalho. Obrigado, imensamente, pela dedicada orientação, amizade e paciência ao longo destes anos. Aos professores, que, além de ensinar, sempre se mostraram dispostos a ajudar. A meus colegas, que nunca faltaram com o auxílio nos trabalhos e nas dificuldades. Aos amigos do Tribunal de Contas, de quem nunca me faltou o apoio e incentivo. Enfim, a todos que, de alguma forma, tornaram este caminho mais fácil de ser percorrido.

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“Imaginação é mais importante que inteligência”

Albert Einstein

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LISTA DE SIGLAS E TERMOS

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CSS - Cascading Style Sheets

E-GOV - Governo eletrônico

EIP - Enterprise Information Portals

FAQ - Frequently Asked Questions

GC - Gestão do conhecimento

GE - Governo eletrônico

PC - Portal corporativo

PDF - Portable Document Format

TI - Tecnologia da informação

TICS - Tecnologias de informação e comunicação

URL - Localizador padrão de recursos

XML - Extensible Markup Language

WWW - World Wide Web

TCEAP - Tribunal de Contas do Estado do Amapá

TCEAC - Tribunal de Contas do Estado do Acre

TCEAL - Tribunal de Contas do Estado de Alagoas

TCEAM - Tribunal de Contas do Estado do Amazonas

TCEBA - Tribunal de Contas do Estado da Bahia

TCECE - Tribunal de Contas do Estado do Ceará

TCDF - Tribunal de Contas do Distrito Federal

TCEES - Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo

TCEGO - Tribunal de Contas do Estado de Goiás

TCEMA - Tribunal de Contas do Estado do Maranhão

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TCEMG - Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais

TCEMS - Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso do Sul

TCEMT - Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso

TCEPA - Tribunal de Contas do Estado do Pará

TCEPB - Tribunal de Contas do Estado da Paraíba

TCEPE - Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco

TCEPR - Tribunal de Contas do Estado do Paraná

TCEPI - Tribunal de Contas do Estado do Piauí

TCERJ - Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro

TCERN -Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte

TCERS - Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul

TCERO - Tribunal de Contas do Estado de Rondônia

TCERR - Tribunal de Contas do Estado de Roraima

TCESC - Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina

TCESE - Tribunal de Contas do Estado de Sergipe

TCESP - Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

TCETO - Tribunal de Contas do Estado do Tocantins

TCU - Tribunal de Contas da União

US – Usabilidade

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RESUMO

A evolução das tecnologias de informação e comunicação (TICs), principalmente nas últimas

décadas, permitiu enorme avanço na administração pública e promoveu maior proximidade na

relação entre o Estado e a sociedade. As TICs possibilitaram o desenvolvimento de novas

formas de gerenciamento da informação na esfera governamental. Por meio dessas

tecnologias, surgiu o governo eletrônico, que implantou profunda reforma administrativa e

incrementou o relacionamento com a sociedade, uma vez que melhores níveis de eficiência da

administração foram alcançados. Em função disso, a utilização da usabilidade associada em

portais corporativos representa importante ferramenta do governo eletrônico para promover a

acessibilidade do cidadão à administração pública. Esta pesquisa teve por objetivo avaliar as

características da usabilidade, do portal corporativo e do governo eletrônico enquanto

ferramentas capazes de facilitar o fortalecimento da transparência pública e o controle social

empregados em portais dos Tribunais de Contas do Brasil. Avaliaram-se 28 portais

eletrônicos dos Tribunais de Contas brasileiros, utilizando como recurso metodológico a

análise de conteúdo, mediante com uma abordagem descritiva e estatística, que se concentrou

em avaliar, quantificar e qualificar os recursos de governo eletrônico, do portal corporativo e

da usabilidade empregados pelos Tribunais de Contas em seus portais. Os resultados

demonstrados por esta pesquisa evidenciaram o grau de evolução em que se encontravam os

portais dos Tribunais de Contas, com o intuito de despertar o interesse em sua utilização como

um instrumento apto a promover o acesso à informação e a reforçar o vínculo do cidadão com

o governo. Ao longo da pesquisa, buscou-se demonstrar os possíveis pontos a serem

aprimorados em cada um dos portais analisados, para que os princípios de transparência

pública e de acessibilidade sejam disponibilizados aos cidadãos, garantindo a eles o acesso às

informações de uma forma simples e eficaz.

PALAVRAS-CHAVE: Portais corporativos. Usabilidade. Governo eletrônico. Transparência pública. Tribunais de Contas.

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ABSTRACT

The evolution of information and communication technologies (ICTs), especially in recent

decades, has enabled enormous advances in public administration and promoted a greater

closeness in the relationship between state and society. The ICT enabling the development of

new forms of information management in the government sphere. Through these technologies

the electronic government implemented a thorough administrative reform and in relation to

society, since higher levels of efficiency of administration were achieved emerged. As a

result, the use of the associated usability in enterprise portals is an important tool for

promoting e-government accessibility of citizens to public administration. Therefore, this

study aimed to evaluate the characteristics of usability, enterprise portal and e-government as

a tool to facilitate the strengthening of public transparency and social control used in portals

of the Court of Accounts of Brazil. Thus, we evaluated 28 homepages of the Courts of

Auditors Brazilians, as a methodological resource using content analysis with a descriptive

and statistical approach, which focused on assessing, quantifying and qualifying the features

of e-government, enterprise portal usability and employees by the Courts of Auditors in their

portals. The results reported from this study show the degree of evolution in which they found

the portals of the Courts of Auditors, in order to awaken the interest of the same with regard

to the use of portals as a tool that promotes access to information and strengthens the bond

between citizens and the government. Throughout this study we sought to demonstrate the

possible points to be improved in each of the analyzed portals to the principles of

transparency and public accessibility are made available to citizens, guaranteeing them access

to information in a simple and effective way.

KEYWORDS: Corporate Portals. Usability. Electronic Government. Public Transparency.

Courts of Auditors.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Frequência para os itens do governo eletrônico. ..................................................... 88

Tabela 2 - Frequência para os itens do portal corporativo. .................................................... 102

Tabela 3 - Frequência para os itens da usabilidade. ............................................................... 106

Tabela 4 - Índices ................................................................................................................... 117

Tabela 5 - Matriz de correlação de Pearson entre os índices de governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade. ....................................................................................................... 120

Tabela 6 - Comparação das médias dos índices governo eletrônico, portal corporativo e

usabilidade por grupo. ............................................................................................................ 122

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Gerações de portais corporativos............................................................................. 37

Quadro 2: Comparação de definições de portais ...................................................................... 43

Quadro 3: Pontos relevantes sobre a implantação do portal corporativo com ênfase em gestão

do conhecimento ....................................................................................................................... 48

Quadro 4: Quinze regras esperadas de um portal ..................................................................... 50

Quadro 5: Resumo das pesquisas sobre padrão de posicionamento de elementos de interface.

.................................................................................................................................................. 59

Quadro 6 - Critérios elaborados para análise de governo eletrônico ........................................ 74

Quadro 7- Critérios elaborados para análise de portal corporativo .......................................... 76

Quadro 8- Critérios elaborados para análise de usabilidade .................................................... 77

Quadro 9 - Fórmulas utilizadas para o cálculo dos índices GE, PC e US ................................ 85

Quadro 10 - Agrupamento com base na apresentação de padrões similares: ......................... 122

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplo de organização de interface muito utilizada na internet ............................ 60

Figura 2 - Organização dos temas ............................................................................................ 73

Figura 3: Caminho percorrido para a realização da pesquisa qualitativa ................................. 83

Figura 4: Caminho percorrido para a realização da pesquisa quantitativa ............................... 84

Figura 5: Recursos de aumento de fonte e contraste presentes no portal eletrônico do TCEMG

.................................................................................................................................................. 90

Figura 6: Termos de uso presentes no portal eletrônico do TCERS ........................................ 91

Figura 7: Termos de privacidade presentes no portal eletrônico do TCERS ........................... 91

Figura 8: Itens de comunicação presentes no portal eletrônico do TCEMG ............................ 93

Figura 9: Fale conosco presente do portal eletrônico do TCEMG ........................................... 94

Figura 10: Indisponibilidade do serviço oferecido que deveria estar presente em tempo

integral no portal eletrônico do TCEAP ................................................................................... 95

Figura 11: Legislações disponibilizadas do portal eletrônico TCESE ..................................... 96

Figura 12: Relação de licitações presentes no portal eletrônico do TCEAM ........................... 96

Figura 13: Prestação de contas disponibilizada no portal eletrônico do TCESP...................... 97

Figura 14: Relatório de gestão fiscal disponível no portal eletrônico do TCEMA .................. 97

Figura 15: Dados da competência presentes no portal eletrônico TCEPB ............................... 98

Figura 16: Diário oficial presente no portal eletrônico do TCEES .......................................... 98

Figura 17: Relatório de atividades disponível no portal eletrônico do TCETO ....................... 99

Figura 18: Disponibilização da lei de acesso à informação no portal eletrônico do TCEPB . 100

Figura 19: Item PC-5 presente no portal eletrônico do TCEBA ............................................ 103

Figura 20: Itens PC-7 e C-8 evidenciados no portal eletrônico do TCEPR ........................... 104

Figura 21: Central de notícias do portal eletrônico do TCERR ............................................. 104

Figura 22: Item PC-9 disponibilizado no portal eletrônico do TCESP .................................. 105

Figura 23: Itens US-8 e US-9 evidenciados no portal eletrônico do TCERJ ......................... 107

Figura 24: Itens US-1 e US-5 evidenciados no portal eletrônico do TCEPR......................... 108

Figura 25: US-20 presente no portal eletrônico do TCERJ .................................................... 109

Figura 26: Serviços e informações disponíveis para órgãos jurisdicionados e cidadãos do

TCEES .................................................................................................................................... 110

Figura 27: Recurso de mapa de site presente no portal eletrônico do TCERO ...................... 111

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Figura 28: Recursos para redução do acúmulo navegacional presentes no portal eletrônico do

TCEAM .................................................................................................................................. 112

Figura 29: Recurso de Breadcrumbs presente no portal eletrônico do TCEMG.................... 113

Figura 30: Presença e localização da logomarca no portal eletrônico do TCEPR ................. 114

Figura 31: Disponibilidade de conteúdo pra impressão no portal eletrônico do TCEMG ..... 114

Figura 32: Retirada de elementos desnecessários na impressão no portal eletrônico do

TCEMG .................................................................................................................................. 115

Figura 33: Índices utilizados na análise estatística ................................................................. 116

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Gráfico de barras para os itens do governo eletrônico ........................................... 92

Gráfico 2 - Gráfico de barras para os itens do portal corporativo .......................................... 105

Gráfico 3 - Gráfico de barras para os itens da usabilidade ..................................................... 110

Gráfico 4 - Gráfico de barras apresentando os índices de governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade por TCE ......................................................................................... 119

Gráfico 5 - Diagrama de dispersão entre os índices de governo eletrônico e portal corporativo

................................................................................................................................................ 120

Gráfico 6 - Dendograma para o agrupamento dos TCEs........................................................ 121

Gráfico 7 - Dendograma para o agrupamento dos itens do governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade ........................................................................................................ 124

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 18

1.1 Problema de pesquisa ................................................................................................. 19

1.2 Objetivo geral .............................................................................................................. 20

1.3 Objetivos específicos ................................................................................................... 20

1.4 Justificativa ................................................................................................................. 20

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 23

2.1 Tribunal de Contas ..................................................................................................... 23

2.1.1 O Papel dos Tribunais de Contas .................................................................................. 23

2.2 Governo Eletrônico no Brasil .................................................................................... 24

2.2.1 Accountability .............................................................................................................. 26

2.2.2 Democracia Eletrônica ................................................................................................. 27

2.3 O princípio da transparência e o acesso à informação no controle social da gestão pública. .................................................................................................................................... 29

2.4 Portais Corporativos .................................................................................................. 31

2.4.1 Evolução dos Portais Corporativos............................................................................... 31

2.4.2 Conceitos de Portais Corporativos ............................................................................... 38

2.4.3 Funções do Portal Corporativo ..................................................................................... 45

2.4.4 Pontos importantes para implantação de um Portal Corporativo ................................. 47

2.4.5 Características e vantagens de Portais Corporativos .................................................... 49

2.5 Usabilidade .................................................................................................................. 54

2.5.1 O Design da Página ...................................................................................................... 55

2.5.2 O Design do Conteúdo ................................................................................................. 62

2.5.3 Navegação .................................................................................................................... 64

2.5.4 Arquitetura .................................................................................................................... 67

2.5.5 Design de Interação ...................................................................................................... 69

3 MARCO TEORICO ....................................................................................................... 73

4 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ..................................................................... 80

4.1 Objeto de análise ......................................................................................................... 81

4.2 Construção do Instrumento de Pesquisa .................................................................. 82

4.3 Coleta de Dados .......................................................................................................... 82

4.4 Técnica de Análise de Dados ..................................................................................... 84

5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................. 88

5.1 Apresentação dos itens do Governo eletrônico. ....................................................... 88

5.2 Apresentação dos itens do Portal Corporativo. ..................................................... 102

5.3 Apresentação dos itens da Usabilidade ................................................................... 106

5.4 Criação e comparação dos índices entre as TCEs ................................................. 115

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5.5 Apresentação dos índices de Governo Eletrônico, Portal Corporativo e Usabilidade por TCE. ........................................................................................................... 117

5.6 Análise de Correlação entre os Índices de Governo Eletrônico, Portal Corporativo e Usabilidade ................................................................................................... 119

5.7 Análise de Agrupamento dos TCEs ........................................................................ 121

5.8 Análise de Agrupamento dos Itens do Governo Eletrônico, Portal Corporativo e Usabilidade ............................................................................................................................ 122

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 125

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 128

ANEXO 1 - Roteiro para Avaliação dos Sites Usabilidade Elaborado Através da Revisão da Literatura ......................................................................................................................... 139

ANEXO 2 - Roteiro para Avaliação dos Sites de Acordo com a Cartilha do Governo Eletrônico Proposto pelo Ministério do Planejamento(2007) ........................................... 143

ANEXO 3 - Roteiro para Avaliação dos Sites Proposto por Barboza, Nunes, sena(2000) ................................................................................................................................................ 146

ANEXO 4 - Roteiro para Avaliação dos Portais Corporativos para que a Gestão do Conhecimento seja Alcançada, Proposto por FREITAS, QUINTANILLA, NOGUEIRA(2004) ............................................................................................................... 149

ANEXO 5 – Definição dos Critérios (Qualitativo) para Avaliação dos Portais dos Tribunais de Contas. ............................................................................................................ 151

ANEXO 6 – Definição dos Critérios (Quantitativo) para Avaliação dos Portais dos Tribunais de Contas. ............................................................................................................ 155

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18

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, as tecnologias de informação e comunicação (TICs) passaram por enorme

avanço, o que possibilitou o estabelecimento de uma relação mais próxima entre o Estado e a

sociedade. Tornou-se evidente o desafio proposto pelas TICs para o gerenciamento público e

o governo (FREY, 2000). No que se refere à esfera governamental, é notável que as novas

tecnologias possibilitaram significativas contribuições ao gerenciamento da informação.

Ao visarem melhores níveis de eficiência da administração, os governos cada vez mais

intensificam a utilização das TICs para promover intensa reforma administrativa e

incrementar o relacionamento com a sociedade. Esses avanços tecnológicos trazem como

consequência direta o aumento da qualidade dos serviços prestados e maior transparência em

relação à aplicação dos recursos públicos, o que favorece o controle social (DIAS, 2012).

O movimento que representa a estratégia por meio qual o Estado adota novas tecnologias para

disponibilizar à sociedade melhores condições de acesso à informação e aos serviços

governamentais é caracterizado como “governo eletrônico”. Também é conhecido como “e-

governo” ou “e-gov". Segundo Ferguson (2002, p.104-105) governo eletrônico é conceituado

como “uma das principais formas de modernização do Estado e está fortemente apoiado no

uso das novas tecnologias para prestação de serviços públicos”.

A administração pública brasileira tem promovido diversas ações que voltadas para a

implementação de novas tecnologias de informação em benefício da comunicação entre a

população e o governo. Os portais eletrônicos, tal como os portais dos Tribunais de Contas,

vêm se consolidando como uma aplicação importante destas tecnologias, na medida em que

proporcionam o aumento da eficiência da gestão pública e servem como instrumento

facilitador da interação entre o cidadão e o governo. Em função disso, os portais eletrônicos

apresentam-se como ferramenta de promoção da cidadania, da transparência pública e do

controle social, ao facilitarem e ampliarem o acesso da sociedade às informações

governamentais. (SANTOS, 2010).

Os portais eletrônicos se propõem a integrar os sistemas de informação de uma organização.

Tem como foco a promoção do uso da informação de forma eficiente e a redução dos custos,

atuando, ainda, como instrumento de interação entre o cidadão e o governo. Para a construção

de portais governamentais, tal como o do Tribunal de Contas, é fundamental a utilização de

instrumentos como a usabilidade e o governo eletrônico para garantir a acessibilidade do

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19

cidadão às informações, promovendo a transparência e o controle social na administração

pública (Terra e Gordon, 2002).

De acordo com Dias (2007), a usabilidade pode ser definida como o estudo ou a aplicação de

técnicas que tornem mais fácil o uso de um portal eletrônico. Trata-se de um instrumento que

possibilita a qualquer pessoa acessar e utilizar um portal. O objetivo principal quando se lança

mão da usabilidade como ferramenta na construção de um portal é promover a facilidade de

uso, aprendizado, memorização e produtividade na execução de tarefas, visando reduzir erros

e aumentar a satisfação do usuário. Neste estudo, o cidadão será considerado usuário e o

objeto serão as páginas, as informações e os serviços disponibilizados eletronicamente pelos

portais eletrônicos dos Tribunais de Contas.

Nielsen (2000), explica que bons sites prezam pela simplicidade e facilidade no uso e se

preocupam com a disponibilização de um conteúdo de qualidade. Portanto, a usabilidade traz

uma abordagem orientada ao usuário com garantia de acesso às informações de forma

simples, direta e amigável. Isso permite que ele se sinta à vontade para retornar ao portal

sempre que quiser ou precisar. Nesse sentido Padovani (2002), ressalta que a usabilidade visa

identificar problemas entre o homem e a máquina, para assim, fazer com que esses problemas

sejam solucionados, o que fortalece indiretamente os mecanismos da transparência da

administração pública.

O estudo da usabilidade e do governo eletrônico, associado aos portais corporativos dos

Tribunais de Contas, tornou-se estratégia fundamental para melhorar a acessibilidade do

cidadão e promover a transparência pública e o controle social. Esta pesquisa avaliará o uso

de elementos estruturais utilizados na construção e no desenvolvimento dos portais, tais

como: a navegação, a arquitetura, o design, o conteúdo, a acessibilidade, a interação e o

governo eletrônico aplicados aos portais corporativos.

1.1 Problema de pesquisa

Como a usabilidade e o governo eletrônico são trabalhados enquanto ferramentas que

facilitam o fortalecimento da transparência pública e do controle social em portais dos

Tribunais de Contas?

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1.2 Objetivo geral

O objetivo deste trabalho é avaliar as características do governo eletrônico, do portal

corporativo e da usabilidade enquanto ferramentas que facilitam o fortalecimento da

transparência pública e do controle social empregadas em portais dos Tribunais de Contas do

Brasil.

1.3 Objetivos específicos

- Identificar os instrumentos do governo eletrônico adotados nos portais dos Tribunais de

Contas.

- Identificar os instrumentos dos portais corporativos adotados nos portais dos Tribunais

de Contas.

- Identificar os instrumentos da usabilidade adotados nos portais dos Tribunais de Contas.

- Avaliar os portais dos Tribunais de Contas com base nos instrumentos identificados.

- Realizar uma análise descritiva dos itens relacionados ao governo eletrônico, aos portais

corporativos e à usabilidade.

- Agrupar os tribunais similares a partir dos itens relacionados ao governo eletrônico,

portais corporativos e da usabilidade.

- Verificar as possíveis relações existentes entre os itens relacionados ao governo

eletrônico, aos portais corporativos e à usabilidade.

1.4 Justificativa

Este trabalho apresenta uma avaliação sobre as principais estratégias de usabilidade e de

governo eletrônico associadas aos portais corporativos dos Tribunais de Contas para

promover a transparência pública e o controle social. Tal proposta prevê uma profunda

análise do emprego de instrumentos da usabilidade e do governo eletrônico enquanto

facilitadores do acesso às informações, às ações, às atividades e às iniciativas que estão sendo

conduzidas pela administração pública e que resultam no aumento da transparência. Ao

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21

promover maior disponibilidade e acessibilidade de serviços à população, consequentemente,

aumenta-se a qualidade dos serviços prestados e fortalece o controle social.

De acordo com Castells (2006), a inovação nas tecnologias de informação, tais como o

surgimento do e-governo e dos portais corporativos, “criou o potencial para existência de

fluxos de informação bidirecional, tornando possível que a sociedade civil controle o Estado

sobre princípios democráticos, sem paralisar necessariamente sua efetividade como agência

de interesse público”.

Do ponto de vista da informação e serviços públicos, a Internet pode contribuir para a democratização do Estado tanto no nível nacional e estadual quanto no nível municipal, uma vez que este tipo de atividade não é peculiar a nenhum dos níveis de organização do poder público (EISENBERG, 1999, p. 11).

A ausência de transparência e de prestação de contas dos gastos públicos é um tema muito

importante a ser analisado em discussões sobre as atuais deficiências da administração

pública. A prestação de contas tem sido apontada constantemente como um dispositivo que

atua diretamente na redução da corrupção, assim como é fundamental para tornar as relações

entre o Estado e a sociedade civil mais democráticas. A prestação de contas se destaca como

uma das necessidades mais importantes a ser trabalhada pelos portais governamentais, em

especial os portais dos Tribunais de Contas dos Estados, a fim de garantir a acessibilidade às

informações, a transparência pública, o fortalecimento do controle social e,

consequentemente, a criação de maiores relações de confiança entre governantes e

governados (SACRAMENTO E PINHO, 2007).

Arakaki (2008) ressalta que um programa de governo eletrônico não se restringe a simples

projetos de portais de governos para a internet. Ele deve abrigar ações muito mais

abrangentes, não se limitando apenas aos aspectos tecnológicos. O governo eletrônico deve

englobar também a ideia de desenvolver um governo de melhor qualidade, que possibilite a

proximidade do cidadão com o governo. Esta aproximação se daria por meio da utilização das

TICs, lançando mão dos portais corporativos e de ferramentas como a usabilidade e o governo

eletrônico, com o objetivo principal de promover a melhora dos serviços e da informação

oferecidos a todos os cidadãos, o aumento da eficiência e da eficácia da gestão pública e o

incremento substancial da transparência do setor público e da participação cidadã

(ARAKAKI, 2008).

Os portais de governo significam muito mais do que um site com uma lista de serviços. Eles

se estabelecem atualmente como um espaço em que o usuário-cliente se torna o usuário-

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cidadão, ao garantir maior possibilidade de participação no processo político e de controle

social sobre as ações do governo. Os portais corporativos, fundamentalmente, devem

proporcionar comunicação, compartilhamento de informação e conhecimento organizacional.

A literatura discute amplamente a importância de se estabelecer uma arquitetura de portal bem

planejada e bem estruturada para atender às necessidades dos usuários. Este, portanto, é o

primeiro passo para se obter sucesso em uma organização e propiciar o estreitamento da

relação entre o cidadão e o governo (ARAKAKI, 2008).

Designers de sistemas de informação criam um sistema-base e depois passam a confiar em repetidas avaliações de seu funcionamento para assim, gradualmente, melhorar sua performance. O sucesso de um sistema de informação depende criticamente da qualidade do sistema base. Se o sistema base não é cuidadosamente estruturado, implementações incrementais podem ser incapazes de transformá-lo em um sistema de informação funcional e “usável”. (ALLEN, 1996, p. 291).

Esta pesquisa torna-se relevante tendo em vista que a necessidade de selecionar, organizar,

armazenar e disseminar informações obtidas por meio de uma boa ferramenta pode

potencializar e incentivar a geração de conhecimento e a prestação de contas, o que favorece a

propagação da transparência pública e do controle social.

Pesquisas como esta permitem que os profissionais da área da tecnologia, e em específico de

Sistemas de Informação e Gestão do Conhecimento, conheçam mais profundamente quais são

as melhores estratégias e soluções para o enfrentamento das novas necessidades que a web

disponibiliza a seus usuários e, consequentemente, àqueles que trabalham nesse escopo.

Outro motivo que também suscitou o desenvolvimento desta pesquisa, este de cunho pessoal,

diz respeito à prática profissional do autor, que está vinculada ao desenvolvimento de

produtos para a web e a criação e manutenção do portal corporativo do Tribunal de Contas do

Estado de Minas Gerais.

Aliados a todos os fatores mencionados, esta pesquisa tem relevância, haja vista que poderá

ser fonte de pesquisa para aspirantes e profissionais da área que buscam aprofundar seus

conhecimentos sobre usabilidade e governo eletrônico associados ao desenvolvimento de

portais corporativos conceituados, com vistas à promoção da transparência pública e ao

controle social.

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2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 Tribunal de Contas

2.1.1 O Papel dos Tribunais de Contas

O controle da Administração Pública é exercido de forma ampla, visando garantir a

conformidade de sua atuação com base nos princípios que lhe são impostos pelo ordenamento

jurídico. Para tanto, uma das formas de exercer este controle é mediante a atuação dos

Tribunais de Contas, cuja função administrativa é zelar pelo controle externo (DI PIETRO,

2006).

Os Tribunais de Contas são tribunais administrativos que exercem papel muito importante no contexto do controle; em síntese, julgam as contas de administradores públicos, sejam eles da Administração Direta ou Indireta e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, bem como as contas de qualquer pessoa que der causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário. Ou seja, todo aquele que direta ou indiretamente lide com recursos públicos está sob jurisdição de um dos Tribunais de Contas (MARINELA, 2011. p.998)

Para exercerem suas funções fiscalizatórias e de correção, os Tribunais de Contas são dotados

de autonomia e independência, como se observa:

O Tribunal de Contas da União, bem como os tribunais de contas estaduais ou municipais, auxiliam o Poder Legislativo no controle externo financeiro-orçamentário, sem, no entanto, integrarem este Poder. Vale dizer, são instituições independentes que detém autonomia funcional, administrativa, financeira e orçamentária, mas não integram nenhum dos poderes do Estado (NASCIMENTO, 2013. p. 1015)

O Tribunal de Contas da União é delimitado em sua competência pelo artigo 71 da

Constituição da República Federativa do Brasil, ao estabelecer:

O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,

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ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. § 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. § 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Dessa forma, pelo princípio da simetria, o papel exercido pelo Tribunal de Contas em âmbito

federal será exercido, no que couber, nos âmbitos estadual, distrital e municipal.

Os Tribunais de Contas são órgãos da Administração Direta afetos ao Poder Legislativo. São órgãos de controle externo e existem nas esferas federal (Tribunal de Contas da União), estadual (Tribunais de Contas dos Estados e Tribunais de Contas dos Municípios), distrital (Tribunal de Contas do Distrito Federal) e municipal (Tribunais de Contas do Município, existentes apenas em São Paulo-SP e no Rio de Janeiro-RJ. Cada um deles atendendo as suas leis específicas (MARINELA, 2011. P.. 988/999). .

2.2 Governo Eletrônico no Brasil

O governo eletrônico, também conhecido como “e-governo” ou sua abreviatura “e-gov”,

consiste no:

[...] uso das novas tecnologias da informação pelos governos na prestação de serviços e informações para cidadãos, fornecedores e servidores constitui o que se convencionou chamar de e-governo. [...]. E-governo envolve três tipos de transações: GSG (government to government) quando se trata de uma relação intra

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ou inter-governos, G2B (government to business) caracterizado por transações entre governos e fornecedores e G2C (government to citizen) envolvendo relações entre governos e cidadãos. Estas transações ocorrem não apenas por meio da Internet, mas também por meio da telefonia móvel, televisão digital, call centers e outros tipos de aplicações ligadas aos computadores pessoais (BNDES, 2000).

O uso da internet pelo governo inclui-se em uma política maior, chamada de “governo

eletrônico”, embora o uso da internet seja muito anterior à noção de governo eletrônico, pois

órgãos governamentais já dispunham de sites na Internet. Iniciativas no âmbito do governo

eletrônico vêm sendo desenvolvidas em muitos países e são associadas a movimentos de

reforma do Estado e à expansão da oferta de serviços públicos ao cidadão pela Internet

(SANTOS, 2010).

No início da década de 90 [...], a Internet constituía apenas uma palavra nova no extenso vocabulário de siglas do universo da informática e estava disponível a um número reduzido de pesquisadores brasileiros. Hoje a rede já faz parte do cotidiano de um número significativo de pessoas e está modificando inteiramente o paradigma da comunicação científica, incorporando novas práticas ao processo e introduzindo novas formas de inter-relação entre os membros da comunidade de pesquisa (CAMPELLO, 2000).

A Web, como instrumento de disseminação de informações (comunicação) e como ferramenta

para a prestação de serviços, permite explorar as potencialidades da Internet na

implementação do Governo Eletrônico (VILELLA, 2003).

A Internet representa hoje um meio de comunicação de grande relevância social, cultural e econômica, por meio do qual circulam informações de diversas fontes, produzidas por autores conhecidos e desconhecidos e cujos destinatários são numerosos e estão espalhados por diversos lugares do planeta. Além de possibilitar a circulação de informações sem barreiras geográficas ou culturais, a Internet permite a interação entre emissor e destinatários por meio dos vários recursos a ela associados. Trata-se de um espaço democrático, por meio do qual é possível compartilhar ideias, informações, conhecimentos, incentivar discussões e o diálogo entre diferentes culturas. Nesse sentido, também é um poderoso instrumento para o controle da gestão pública por parte dos cidadãos, uma vez que facilita a comunicação e a interação entre o cidadão e o governo (SANTOS, 2010).

O que se espera do governo eletrônico implantado por um portal governamental é que o

[...] espaço da informação no portal governamental poderia prover aos cidadãos, o acesso à informação que o governo deseja disseminar (por exemplo, notas para imprensa, políticas públicas, notícias), informação que o governo coleta para ele mesmo e torna disponível para usuários (por exemplo, dados do censo, dados ambientais e econômicos) e informação que é requerida (por exemplo, pedidos do público e de jornalistas). O espaço da comunicação poderia contribuir para a democracia e promover o engajamento dos cidadãos. O espaço da cooperação, ou espaço do trabalho, poderia dar suporte a transações on-line entre cidadãos e o governo” (VILELLA, 2003, p. 71).

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Depreende-se que a governança, seja ela eletrônica ou não, é, sem dúvidas, fator determinante

da governabilidade, que se soma às capacidades do governo e dos atores políticos,

econômicos e sociais, bem como à qualidade das lideranças que atuam na sociedade. Portanto,

que a governança que se pretende, segundo os ditames constitucionais, implica que todos os

segmentos da sociedade estejam representados e possam participar da gestão, por intermédio

de um governo aberto, transparente, em esteja assegurada a participação de todos (FONSECA

JUNIOR, 2009).

2.2.1 Accountability

Não existe na língua portuguesa uma tradução precisa da palavra inglesa accountability.

Buscando uma síntese, accountability encerra a responsabilidade, a obrigação e a

responsabilização de quem ocupa um cargo em prestar contas segundo os parâmetros da lei,

estando envolvida a possibilidade de ônus, o que seria a pena para o não cumprimento dessa

diretiva (PINHO e SACRAMENTO, 2007).

Chamamos a atenção para a disposição da Argentina, Brasil, Chile e México para o governo eletrônico, sendo que o segundo e o terceiro já mostram certa maturidade nesta área, quando comparados às grandes nações mundiais. No entanto, em se tratando de América Latina, o momento atual é prematuro e não permite conclusões consistentes sobre os resultados obtidos através da implementação deste mecanismo. Há muito que pesquisar. Mas o necessário não são somente as pesquisas. Hão que ser implementados novos componentes estruturais e institucionais para fornecerem suporte aos novos instrumentos democráticos. As reformas do Estado, que vêm ocorrendo nos últimos anos, têm viabilizado tais implementações permitindo maior governabilidade e governança.

Ao explorarmos a governança eletrônica na América Latina, encontramos resultados importantes sobre os efeitos das políticas de governança eletrônica para a ampliação de esferas decisórias, de forma contínua, para além dos interstícios eleitorais, o que pode contribuir para se alcançar a cidadania integral na América Latina, principalmente na Argentina, no Brasil, no Chile e no México (ARAÚJO E GOMES 2009).

Observa-se que o accountability está intimamente ligado aos princípios já apresentados da

publicidade e da transparência, como também ao controle social, à eficiência e à moralidade

na prestação dos serviços pela administração pública (ROVER, 2012).

O cenário político brasileiro mudou substancialmente: uma nova Constituição Federal foi elaborada, a democracia se consolidou e reformas no aparelho do Estado foram empreendidas com a promessa de tornar a administração pública mais eficiente e, inclusive, mais controlável. Paralelamente, no meio acadêmico, uma imensa literatura tem sido produzida no intuito de analisar e compreender os impactos de tais mudanças no tecido social, bem como suas contribuições para viabilizar pelo menos uma aproximação do conteúdo do conceito da accountability com a realidade da administração pública brasileira. Nesses estudos, a palavra

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accountability tem sido comumente traduzida como “responsabilização” (PINHO e SACRAMENTO, 2007).

Constata-se, assim, que o cenário político brasileiro hoje deve responsabilizar-se pela

veiculação da informação e da transparência, para que consiga realizar uma democracia

eletrônica capaz de fomentar o controle da gestão pública.

2.2.2 Democracia Eletrônica

A democracia eletrônica pode ser conceituada como um expediente semântico que se refere à

experiência da Internet e de dispositivos que lhe são compatíveis, todos eles voltados para o

incremento das potencialidades de participação civil na condução dos negócios públicos

(FONSECA JUNIOR, 2009).

Em especial, destacamos a disponibilização da informação em portais de governo e a existência de esferas deliberativas pela internet. Longe de buscar substituir os mecanismos democráticos tradicionais, esses instrumentos complementam as possibilidades de participação e controle da sociedade sobre o setor público. Contudo, os resultados não propiciam uma explicação clara para o fenômeno. Isso porque o país que apresenta o maior avanço em governança eletrônica, o Chile, é exatamente aquele onde há maior concentração do poder de agenda das políticas de governança eletrônica no Executivo. Essa variável emerge como principal explicação para a discrepância do Chile em relação aos outros países, evidenciando a capacidade gerencial de implementar políticas de governança eletrônica. Assim, podemos esperar que políticas de governança eletrônica com arranjos institucionais concentrados tendam a evidenciar a capacidade técnica e gerencial da burocracia em implementar sofisticados instrumentos informativos, consultivos e deliberativos. Todavia, não há nenhuma indicação de quais são as matérias veiculadas nestes instrumentos. Dessa forma, ao responder a pergunta título deste trabalho, concluímos que podemos esperar uma democracia eletrônica à medida que tivermos maior controle de outros atores políticos, especialmente aqueles da sociedade e de outros Poderes, na definição da agenda de governança eletrônica. Nossa hipótese especulativa para explicar esse fato se baseia na autonomia da burocracia, que é ampliada pelo alto grau de complexidade técnica da implantação de políticas de governo eletrônico. Todavia, esta é uma especulação para pesquisas futuras. Apesar de o debate envolver a questão da participação da sociedade na agenda de políticas, pouco se tem mencionado sobre a participação na formação da própria agenda de e-gov (ARAÚJO e GOMES, 2009).

A democracia, nesse sentido, está voltada para a noção de cidadania, representada pelo

exercício de direitos e deveres do indivíduo. Assim, a construção da cidadania, ou de práticas

de cidadania, passa, cada vez mais, pela questão do acesso e uso de informação nos meios

digitais. Isso demonstra que a conquista e o exercício destes direitos e deveres dependem do

livre acesso à informação sobre tais direitos e deveres. Ou seja, dependem da ampla

disseminação e circulação da informação e, ainda, de um processo dialético de discussão

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crítica sobre as diferentes questões relativas à construção de uma sociedade mais justa e,

portanto, com maiores oportunidades para todos os cidadãos (BORGES e SILVA, 2006).

Isso porque a cidadania, aqui compreendida como a potencialidade do indivíduo para compreender sua realidade, participar das decisões coletivas com capacidade crítica e receber seus potenciais benefícios pressupõe um indivíduo capaz de acessar, compreender, assimilar e usar informações em seu benefício e de sua comunidade. Muitas pessoas deixam de exercer e reivindicar seus direitos por simples desconhecimento sobre os mesmos. Essa situação ameaça a própria construção democrática, se for considerado que apenas alguns exercem seus direitos políticos, civis e sociais, em detrimento da grande maioria à margem do acesso à informação (BORGES e SILVA, 2006).

Pesquisas realizadas em países da América Latina revelam que a governança eletrônica pode

contribuir para a ampliação da democracia, ao menos no que se refere ao acesso à informação

e à participação em decisões públicas. Essa verificação demonstra que é necessário

aprofundar os estudos de governança eletrônica na América Latina, pois ainda são muito

incipientes. Além disso, é necessário avaliar de forma mais detalhada a importância da

disponibilização de informações na internet que evidenciem quais são os seus condicionantes

e quais são as suas consequências para o acesso à informação pública.

Para as organizações públicas, as TICs representam a possibilidade de um novo foco

na prestação de serviços e de disponibilização das informações públicas. A temática

de Governança Eletrônica insere-se exatamente no contexto de transformações da

sociedade da informação, no qual as TICs permitem, por um lado, a melhoria na

eficiência da prestação de serviços públicos e, por outro, incrementam a capacidade

estatal de fornecer informações públicas aos diversos públicos-alvo que delas

necessitam. A Governança Eletrônica se configura como uma oportunidade de

relacionar as estratégias de reforma administrativa com a possibilidade de

fornecimento de informações aos cidadãos. Como desafio central destaca-se a

necessidade do governo promover alterações em sua cultura e estrutura de forma a

viabilizar o fornecimento amplo das informações, fortalecer a cidadania e a

participação política na tomada de decisões (ARAÚJO e GOMES, 2009).

Evidencia-se, assim, que a governança eletrônica é consequência da democracia eletrônica,

assim como a democracia eletrônica é consequência da governança eletrônica. Com isso,

ressalta-se que a democracia eletrônica é um processo em construção, que chega para reforçar

a democracia convencional, e não para substituí-la (FONSECA JUNIOR, 2009).

Neste aspecto, o Brasil demonstra, de forma inequívoca, exemplos bem sucedidos de

governo eletrônico. A começar pelo voto eletrônico, o Brasil é o único país do

mundo que o utiliza em grande escala nas eleições, de forma eficiente, pois apura e

totaliza mais de 120 milhões de votos em questão de horas. Certamente em breve se

terá a possibilidade do voto pela internet, viabilizada pela assinatura digital de cada

eleitor. Outro exemplo interessante é o sistema eletrônico de declaração de renda.

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Este ano em todo o país foram entregues 25.565.859 (vinte e cinco milhões,

quinhentos e sessenta e cinco mil e oitocentos e cinquenta e nove) declarações,

resultando num crescimento de 5,61% em relação ao ano anterior, economizando

uma montanha de papel e um gigantesco trabalho da Receita Federal para processar

todas essas informações, além, é claro, do conforto do contribuinte, que pode

realizar todo o procedimento em meio eletrônico sem sair de casa (FONSECA

JUNIOR, 2009).

Todas estas práticas demonstram que o Brasil está no caminho certo rumo à democracia

eletrônica, mas muito trabalho inda precisa ser feito. Este trabalho tem, exatamente, a

pretensão de demonstrar como a democracia eletrônica pode ser incrementada com a

utilização de portais, especificamente no que se refere aos portais dos Tribunais de Contas.

2.3 O princípio da transparência e o acesso à informação no controle social

da gestão pública.

O princípio da transparência decorre do princípio constitucional da publicidade, previsto no

artigo 37 da Constituição, abrangendo toda a atuação estatal, não só sob o aspecto de

divulgação oficial de seus atos, como também de forma a propiciar o conhecimento da

conduta interna de seus agentes e a garantir o acesso à informação. Para fundamentar a

obrigatoriedade deste princípio, podem ser identificados alguns princípios consitucionais,

como o da publicidade, já mencionado, e o direito à informação, previsto no artigo 5º, inciso

XXXIII, da Constituição da República de 1988 (MARINELA, 2011):

Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

O direito à informação, como direito fundamental que é, deverá ser garantido pelo Poder

Público, pois “não há sociedade sem comunicação de informação. A história do homem é a

história da luta entre ideias. O pensar e o transmitir o pensamento são tão vitais para o homem

como a liberdade física”. (CARVALHO, 2002)

Dentre os exemplos que o Brasil dá ao mundo, no entanto, merece destaque o

"Portal da Transparência", lançado em 2004. É um canal pelo qual o cidadão pode

acompanhar a execução financeira dos programas de governo, em âmbito federal.

Estão disponíveis informações sobre os recursos públicos federais transferidos pelo

Governo Federal a estados, municípios e Distrito Federal – para a realização

descentralizada das ações do governo – e diretamente ao cidadão, bem como dados

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sobre os gastos realizados pelo próprio Governo Federal em compras ou contratação

de obras e serviços, por exemplo (FONSECA JÚNIOR, 2009).

Para implementar tal direito à informação é que foi publicada a Lei de Acesso à Informação

(Lei 12.527/11).

O princípio da publicidade significa vedação a atividades ou atos sigilosos (ressalvadas as hipóteses em que o sigilo seja indispensável, como é evidente). O exercício do poder deve ser acessível ao conhecimento de toda a comunidade e, especialmente, daqueles que serão afetados pelo ato decisório. A publicidade se afirma como instrumento de transparência e verificação da lisura dos atos praticados (MARÇAL FILHO, 2005).

A Lei de Acesso à Informação, como instrumento de transparência, estabelece procedimentos a serem observados pela União, estados, Distrito Federal e municípios, com o fim de garantir o acesso a informações. Desta forma, em seu artigo 3º, tem-se que:

Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública (BRASIL, 2011).

A adoção de tais procedimentos, advindos da publicação da Lei de Acesso à Informação

representa um importante passo para a consolidação democrática do Brasil e também para o

sucesso das ações de prevenção da corrupção no País. Isso porque viabiliza a maior

participação popular e o controle social das ações governamentais. Com isso, o acesso da

sociedade às informações públicas permite que ocorra a melhoria na gestão pública (BRASIL,

Controladoria Geral da União).

É por meio da transparência que o Estado torna-se acessível ao cidadão e este tem a possibilidade de atuar ativamente da gestão estatal, fiscalizando, verificando a adequação da conduta estatal ao fim almejado, propondo soluções aos problemas que atingem a sociedade como um todo. A transparência rompe com a fronteira que separa a administração do administrado, favorecendo o maior conhecimento por parte da Administração das demandas sociais e consequentemente maior probabilidade dessas demandas serem atendidas, garantindo a satisfação do interesse público (SANTOS, 2010).

O controle social compreende a participação, individual ou coletiva, de cidadãos na

composição e fiscalização dos órgãos administrativos, com base na legislação, para a defesa

do patrimônio público e dos direitos fundamentais idealizados pela Constituição Federal

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(LOCK, 2004). Controle social este que só é possível pela transparência que deverá ser

assegurada pelo Poder Público, como pressuposto ao exercício do direito de acesso à

informação.

Em resumo, o controle social é fator de legitimidade do Estado; indicador de desenvolvimento da democracia; consolidador das liberdades e dos direitos sociais; e ainda percussor de desenvolvimento social e também econômico, e deve ser dada a possibilidade de que o mesmo seja exercido por todos os cidadãos em sentido lato. Além disso, deve ter um foco ampliado para os aspectos financeiros e orçamentários da administração pública a fim de imprimir a estes a vontade popular (CONCEIÇÃO, 2010).

Pelo exposto, necessário se faz estudar o governo eletrônico, como ferramenta do Poder

Público que implementa a transparência e o acesso à informação e permite à população um

controle social da gestão pública.

2.4 Portais Corporativos

2.4.1 Evolução dos Portais Corporativos

A Internet surgiu como uma ferramenta revolucionária, que modificou profundamente a

comunicação e a troca de informações entre as pessoas. Até a sua implantação na informática

nenhum outro dispositivo foi capaz de provocar tantas mudanças. Dispositivos como o

telégrafo, a telefonia fixa, o celular, o radio e a TV a cabo ou via satélite, entre outros,

precederam a Internet e foram de grande ajuda para que esta nova tecnologia se tornasse algo

concreto, atingindo grande número da população (XEXÉO, 2003).

Com a criação dos computadores pessoais pelas grandes empresas, Apple e IBM, no final da

década de 1970, a informática rompeu barreiras e atingiu novos limites. Os computadores,

antes restritos aos centros de processamento de dados, passaram a fazer parte do cotidiano das

pessoas e das empresas. Terra (2002) ressalta que os avanços na área da informática são

indiscutíveis e que estes potencializaram o poder de encontrar conhecimento onde antes havia

apenas uma grande quantidade de dados e informações.

Na década de 1980, a World Wide Web, ou Web, surgiu para alavancar o compartilhamento

de informações entre os computadores. Foi considerada por Dias (1999) como “uma imensa

biblioteca multimídia, ou um conjunto de documentos hipertexto, com informações

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digitalizadas de textos, sons e imagens, conectados entre si e espalhados por computadores de

mundo inteiro”.

A década de 1980 também foi marcada pelos grandes avanços tecnológicos que impactaram

diretamente a informática. Surgiu o videotexto, a rede francesa Minitel, a fibra ótica, a

primeira tela sensível ao toque, o processador de texto do Macintosh da Apple, memórias

óticas, scanners, videodiscos, CD-ROMs, TCP/IP e, principalmente, a Internet (DIAS, 2003).

A internet se estabelece como a grande descoberta do século XX e, naturalmente, provoca

uma revolução na comunicação entre pessoas, grupos, empresas, cooperativas, escolas,

universidades etc. De acordo com Cabestré; Graziadei e Faria (2004, p. 7), o termo Internet é

origina-se da expressão inglesa “INTERaction or INTERconnection between computer

NETworks”, caracterizando, assim uma gigantesca rede mundial.

Terra e Gordon (2002) estabelecem que a Internet é uma fonte de oportunidades síncronas e

assíncronas para promover o encontro dos indivíduos. Ela permite o compartilhamento de

informações, opiniões, apresentações e a tomada de decisões colaborativas em tempo real.

Isso facilita as relações e possibilita as trocas de informações e conhecimento.

Para Castells (2003), a Internet e as redes são tecnologias que vão muito além do conceito de

tecnologias. Ela pode ser definida como meios de comunicação, interação e organização

social. Este autor ainda afirma que seu desenvolvimento foi marcado por uma arquitetura

informática aberta e de livre acesso, definindo-a como “um instrumento de comunicação livre,

criado de forma múltipla por pessoas, setores e inovadores que queriam que fosse um

instrumento de comunicação livre” (CASTELLS, 2003, p. 262).

Com a Internet, a interação entre os indivíduos e seus computadores se tornou algo possível,

uma vez que ela rompeu as barreiras geográficas da comunicação. A partir daí, inúmeros sites

foram criados, passando a ser acessados em larga escala. Isso reforçou a transição dos

usuários, que deixaram de ser restritos ao ambiente acadêmico, incorporando indivíduos que

não possuíam experiência alguma no ambiente virtual. (XEXÉO, 2003).

Johnson (2003) ressalta que, sob diversos aspectos, a Internet é um marco na informática. Ela

representa a revolução tecnológica, que trouxe a informação como elemento principal, sendo

ainda marcada por uma época de conexões quase infinitas.

Castells (1999, p. 68) apontava:

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O cerne da transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se às tecnologias da informação, processamento e comunicação. A tecnologia da informação é para esta revolução o que as novas fontes de energia foram para as revoluções industriais sucessivas, do motor à vapor à eletricidade, aos combustíveis fósseis e até mesmo à energia nuclear, visto que a geração e distribuição de energia foi o elemento principal na base da sociedade industrial (CASTELLS, 1999, p. 68).

Tantos avanços tecnológicos permitiram a rápida expansão da Internet, que deixou o ambiente

acadêmico e atingiu diversas nacionalidades e profissões. Passou a ser utilizada como

instrumento facilitador na divulgação de informações que se estruturavam por meio dos

hipertextos. De acordo com Dias (2003), essa época era marcada por baixa velocidade dos

meios de telecomunicações e pouca interatividade das ferramentas disponíveis, o que

dificultava o acesso às informações na Web.

Os grandes sites de busca têm seus primórdios em simples diretórios, ou o que a literatura

chama de “máquina de busca na Internet”. Dias (2003, p. 2) estabelece que:

O que se conhece como portal no século 21, quatro ou cinco anos antes era denominado máquina de busca, cujo objetivo era facilitar o acesso às informações contidas em documentos espalhados pela internet. Inicialmente, as máquinas de busca possibilitavam, ao usuário da internet, localizar documentos a partir de pesquisas booleanas e navegação associativa entre links. (DIAS 2003, p.2).

No início da Web, o compartilhamento de informações enfrentou dificuldades, devido à

diversidade de formatos, estruturas e leiautes dos documentos compartilhados. As mudanças

introduzidas a partir daí tiveram como foco um tipo de comunicação que traduz uma

linguagem universal digital. Isso possibilitou o fortalecimento das redes interativas de

computadores ao criar formas e canais de comunicação que moldam e são moldadas pela

sociedade (CASTELLS, 2006).

No início da década de 1990, esses problemas foram minimizados com a criação da

HyperText Markup Language (HTML) e do protocolo de comunicação HyperText Transfer

Protocol (HTTP). Tais ferramentas tinham por objetivo estabelecer um padrão de estruturação

de documentos textuais, o que possibilitou que os documentos de hipertexto fossem

compartilhados pela rede mundial (DIAS, 2003).

Nascimento e Amaral (2010) ressaltam que “o HTML foi o elo que possibilitou a conexão de

usuários às mídias comunicacionais tecnológicas, provocando também uma revolução na

forma de recuperar e disseminar informações”.

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Os navegadores web, como o Mosaic e o Netscape, surgiram em consequência da busca por

melhorias na interface homem-máquina. Com o avanço da Internet, tornou-se necessário

garantir aos usuários da web uma interface mais amigável, intuitiva e com fácil acesso. De

acordo com Dias (2003), “essas ferramentas de navegação tornaram-se populares e foram

surgindo cada vez mais páginas web e sites, pessoais ou institucionais”.

É neste cenário que diferentes maneiras de pensar e de conviver surgem diante das diversas

demandas apresentadas, sendo estas apoiadas pela infraestrutura das telecomunicações e da

informática (LÉVY, 2002).

Como alternativa para reduzir o tempo de busca na Internet e facilitar o acesso aos usuários

com pouca experiência no mundo virtual, os grandes sites de busca começaram a acrescentar

em seu layout categorias, ou grupos, previamente estabelecidas de acordo com seu conteúdo.

Tais como esportes, meteorologia, turismo, finanças, notícias, cultura (DIAS, 2003).

Diante dessas facilidades de navegação, os sites aumentaram consideravelmente o número de

acessos. Para potencializar cada vez mais esses acessos e garantir que os usuários visitassem

constantemente suas páginas, esses grandes sites de busca passaram a oferecer vários

serviços, como: correio eletrônico, transferência de arquivos, listas de distribuição e grupos de

usuários, além dos tradicionais serviços de busca, diretórios de informações e sua infinidade

de hipertextos. Isso transformou os sites de busca em portais web (DIAS, 2003).

Os portais surgiram da evolução natural dos sites de busca. O objetivo inicial desses sites era

facilitar a localização das informações na WWW (REYNOLDS e KOULOPOULOS, 1999).

Dias (2003) define que essa nova concepção de máquina de busca passou a ser chamada de

“portal”.

O portal web facilita o acesso às informações contidas em documentos espalhados pela internet, oferecendo mecanismos de busca, links separados por assunto, acesso a conteúdos especializados e comerciais, e possibilidade de personalização de sua interface (DIAS, 2003, p. 2).

Os portais passaram a ser utilizados como ambientes de interação que favorecem e

intensificam a troca de informação e conhecimento referentes a temas específicos e de

interesses comuns dos usuários. Isso propiciou o desenvolvimento e a inovação. Segundo

Tomaél e Marteleto (2006, p. 2), “o conhecimento de um indivíduo, quando em interação com

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o conhecimento de outros indivíduos, resulta em novos conhecimentos individuais e em

alguns domínios coletivos”.

O termo portal web é caracterizado como a porta de entrada para garantir ao usuário acesso à

Internet. Portanto, estabelece-se como um portal web o primeiro site que é carregado quando

um usuário inicia seu navegador web. São objetivos dos portais: ofertar conteúdo e serviços,

tais como correio eletrônico, mecanismos de busca e listas de discussão, por meio de uma

interface compatível com seu público-alvo; e permitir sua personalização pelo próprio usuário

(DIAS, 2003).

Reynolds e Koulopoulos (1999) diferenciam portal público de portal corporativo. Portais

públicos são feitos para atender a necessidades diferentes de informação de diversos grupos

de usuários; e portal corporativo visa expor e disponibilizar informações de negócios, com o

objetivo de se tornarem mais competitivos no mercado.

De acordo com estudos de Reynolds e Koulopoulos (1999), os portais web passaram pelas

seguintes fases de evolução: pesquisa booleana; navegação por categorias; personalização; e

funções expandidas para outras áreas dos mundos informacionais e comerciais. Essa evolução

e a oferta de diferentes ferramentas pelos portais aguçaram a curiosidade da comunidade

corporativa, que passou a compreender que tais recursos poderiam ser utilizados para

organizar e facilitar o acesso às informações internas de uma empresa.

Há muitos anos, as corporações tinham problemas de distribuição de documentos e dados. Em

1995, elas despertaram para o fato de que as tecnologias aplicadas à Internet poderiam refletir

em grande desenvolvimento no meio empresarial, devido às facilidades que proporcionavam

no que se refere à comunicação e à divulgação de informações. Em função disso,

desenvolveram suas Webs internas com o objetivo de compartilhar informações de seus

interesses (FREITAS; QUINTANILLA; NOGUEIRA, 2004).

Em meados de 1995, passou-se a utilizar o termo Intranet para as webs internas das

corporações. Esta foi definida como “uma rede privativa de computadores que tem como base

os padrões de comunicação e transferência interna de dados da Internet pública” (BENETT,

1997).

Gallo e Hancock (2003, p. 199) definem a Intranet como “uma rede interna a uma companhia

que implementa os serviços tradicionais da internet”. Segundo Almeida e Rosa (2000, p. 192),

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As intranets “são redes corporativas que utilizam a tecnologia e infraestrutura de comunicação

de dados da Internet. São utilizadas na comunicação interna da própria empresa e/ou

comunicação com outras empresas.”

Segundo Marcus e Watters (2002), a Intranet e a Internet empregam, basicamente, os mesmo

tipos de tecnologia. As diferenças entre elas se resumem ao acesso e à propriedade. A Internet

se estabelece como uma rede pública; e a Intranet, como uma rede privada, que tem sua

administração realizada por uma organização, sendo seu acesso efetuado apenas com

permissão da empresa.

Na “era da Tecnologia” o processo de produção e o consumo de informações são algo

constante no cenário empresarial. Por esse motivo cada vez mais as organizações são

estimuladas a buscar novos métodos e ferramentas de comunicação. As TICs aparecem nesse

cenário como excelentes instrumentos facilitadores para o processo de geração, tratamento e

distribuição de informações, diminuindo o tempo em que ocorre o processo de comunicação

(LEMOS, 1999).

A evolução dos portais na Internet despertou a atenção das organizações, que começaram a

lançar mão dessas ferramentas para propagar informações e gerir conhecimento. Isso

possibilitou o desenvolvimento dos portais corporativos (FREITAS; QUINTANILLA;

NOGUEIRA, 2004).

Em 1998, o sucesso e o avanço das Intranets levaram ao desenvolvimento de um novo

conceito de portal: os portais corporativos, assim caracterizados por Dias (2003):

Fazem uso de metadados e extensible markup linguagem (XML) para integrar dados não estruturados aos dados estruturados dos bancos de dados institucionais, fornecendo acesso às informações a partir de uma interface individualizada, disponível na intranet corporativa” (DIAS, 2003, p. 18).

Os portais incentivam a interação entre seus usuários, uma vez que disponibilizam inúmeras

ferramentas para facilitar o acesso ao usuário, o que juntamente com o incentivo à troca de

informações, atende a suas necessidades. Estes componentes proporcionados pelos portais

corporativos para a promoção de um ambiente de interação (LEMOS, 1999).

Os portais corporativos se estabelecem como uma ferramenta facilitadora para as empresas,

uma vez que possibilitam acesso a todos os recursos em um ponto de acesso único,

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constituindo-se em importante mecanismo de transmissão de informações e conhecimentos

em uma instituição (DIAS, 2003).

A difusão dessas novas tecnologias permitiu a expansão das relações e da troca de informações possibilitando a interação entre diferentes unidades dentro de uma empresa – como a pesquisa, engenharia, design e produção – e fora dela, com outras empresas ou outros agentes que detenham distintos tipos de conhecimentos. A incorporação de ferramentas cada vez mais velozes e de menor custo, se dá em todos os setores da economia, permitindo acesso a informações como nunca foi possível e, para aqueles que concentram esforços na aquisição de conhecimentos, uma maior capacidade de gerar alternativas tecnológicas (LEMOS, 1999, p. 129).

Eckerson (1999) evidencia quatro gerações de portais corporativos (QUADRO 1). Em sua

análise, pontua que em 1999 os portais corporativos disponíveis no mercado avançaram

rapidamente da primeira para a terceira geração. É relatado em diversas literaturas que os

portais corporativos apresentam um potencial de expansão ainda maior que os portais

públicos.

Quadro 1: Gerações de portais corporativos

Geração Categoria Características

Primeira Referencial Máquina de busca, com catálogo hierárquico de conteúdo da Web. Cada entrada do catálogo contém uma descrição do conteúdo e um link. Essa geração enfatiza mais a gerência de conteúdo, disseminação em massa das informações corporativas e o suporte à decisão.

Segunda Personalizado O usuário, por meio de um identificador e uma senha, pode criar uma visão personalizada do conteúdo do portal, conhecida como “Minha Página”. Essa visão mostra apenas as categorias que interessam a cada usuário. O portal pode avisar ao usuário sempre que um novo conteúdo for adicionado às categorias por ele assinaladas. Os usuários podem publicar documentos no repositório corporativo para que esses sejam também visualizados por outros usuários. Essa geração privilegia a distribuição personalizada do conteúdo.

Terceira Interativo O portal incorpora aplicativos que melhoram a produtividade das pessoas e equipes, tais como correio eletrônico, calendários, agendas, fluxos de atividades, gerência de projeto, relatórios de despesas, viagens, indicadores de produtividade etc. Essa geração adiciona o caráter cooperativo ao portal, provendo múltiplos tipos de

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serviços interativos.

Quarta Especializado Portais baseados em funções profissionais, para gerência de atividades específicas na instituição, tais como vendas, finanças, recursos humanos, etc. Essa geração envolve a integração de aplicativos corporativos com o portal, de forma que os usuários possam executar transações, ler, gravar e atualizar os dados corporativos, e ainda incorpora outras possibilidades como comércio eletrônico, por exemplo.

Fonte: Eckerson (1999) apud Dias (2001)

Para Terra e Gordon (2002), os portais corporativos permitem às organizações uma

infraestrutura tecnológica capacitadora para apoiar, estimular e sustentar fluxos otimizados de

informação e de conhecimento.

Nessa perspectiva, a Internet se apresenta como grande facilitadora desse processo ao

estimular as relações, a interação e, consequentemente, a geração de conhecimento. Na era

atual, marcada pela velocidade no compartilhamento de informações, a participação em redes

chega a se tornar uma imposição para a sobrevivência das organizações (LEMOS, 1999).

2.4.2 Conceitos de Portais Corporativos

No mundo atual, as grandes corporações estão inseridas em um ambiente globalizado e

tecnológico, que demanda e possibilita o acesso cada vez mais abrangente a dados e

informações. A inserção de conhecimento na produção de bens, serviços e alterações, no foco

das organizações, em função da globalização e da alta competitividade dos mercados, bem

como alterações na arquitetura e na estrutura organizacional, determina que novas

competências sejam desenvolvidas, principalmente no contexto organizacional (BAX e

TERRA, 2003).

Terra e Gordon (2002) definem portal corporativo como uma ferramenta que comporta um

processo de integração flexível. Essa integração entre interface e usuário ocorre de forma

bastante coordenada, ao utilizar uma gama de aplicações de software que possibilita o fácil

acesso às informações. Estas são altamente personalizadas e acessíveis ao usuário, o que

melhora os ciclos complexos de decisão dos trabalhadores do conhecimento. Para Carvalho

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(2006), o portal corporativo se estabelece como um espaço integrado que comportará acesso

às informações das múltiplas dimensões de uma organização.

O significado de portais corporativos é ainda muito recente no mundo tecnológico e ainda não

está plenamente definido. É comum observar na literatura o emprego de termos como

portal corporativo, portal de informações corporativas, portal de negócios e portal de

informações empresariais como sinônimos (DIAS, 2003).

Reynolds e Koulopoulos (1999) assim conceituam portais corporativos:

Uma evolução do uso das Intranets, incorporando, a essa tecnologia, novas ferramentas que possibilitam identificação, captura, armazenamento, recuperação e distribuição de grandes quantidades de informações de múltiplas fontes, internas e externas, para os indivíduos e equipes de uma instituição. (REYNOLDS e KOULOPOULOS, 1999)

Os portais corporativos, também conhecidos como EIPs (Enterprise Information Portals), são

ferramentas muito parecidas com portais encontrados na Internet. No entanto, são

instrumentos que exigem maior complexidade, uma vez que têm como característica dar

suporte à organização em suas estratégias, objetivos e metas. Além disso, auxiliam na

elaboração e no gerenciamento de um modelo sustentável de negócios (BAX e TERRA,

2003).

O termo “EIP” foi empregado pela primeira vez em um relatório da empresa de consultoria

Merril Lynch, elaborado por Shilakes e Tylman (1998). Tal documento traz a seguinte

definição:

Portais de informações empresariais são aplicativos que permitem à empresas liberarem informações armazenadas interna e externamente, provendo aos usuários uma única via de acesso à informação personalizada necessária para a tomada de decisões de negócios (SHILAKES e TYLMAN, 1998).

Shilakes e Tylman (1998) defendem um modelo de portal corporativo que inclui como

estratégia de negócio uma série de ferramentas tecnológicas. Esse conjunto de aplicativos

permite a consolidação, o gerenciamento e a distribuição de informações nos níveis interno e

externo de uma corporação.

O modelo proposto por Shilakes e Tylman (1998) engloba duas funções básicas de um portal

corporativo: suporte à decisão; e processamento cooperativo. Porém, tal modelo apresenta

como falha o grande enfoque no aspecto de suporte à decisão em detrimento do cooperativo.

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De acordo com a literatura o modelo ideal para a construção de um portal corporativo deve

dar ênfase nos dois aspectos.

O termo portal é utilizado por Eckerson (1999) em detrimento do termo portal de

informações, utilizado por Shilakes e Tylman (1998). Em síntese o modelo de portal

corporativo que defende é bastante semelhante ao de portal de informações empresariais, no

entanto, privilegia o aspecto de suporte à decisão.

Os modelos de portais defendidos tanto por Eckerson (1999) quanto por Shilakes e Tylman

(1998) têm como objetivo principal oferecer aos colaboradores do mundo empresarial

informações que nortearão a tomada de decisões referentes aos negócios. Isso se dá pela

integração entre bancos de dados, documentos textuais, e-mails, planilhas, pesquisas,

relatórios, documentação eletrônica, como arquivos PDF (Portable Document Format) e

acesso às páginas web, entre outras ferramentas disponibilizadas pelos portais corporativos.

Esses modelos propostos, todavia não trabalham o aspecto cooperativo. Inevitavelmente não

suprem totalmente as demandas de uma corporação que vai muito além do aspecto de suporte

à decisão. White (1999) percebeu essa deficiência e propôs a subdivisão dos portais

corporativos em duas categorias: “EIP para processamento de decisões”; e “EIP para

processamento cooperativo”. A EIP para processamento de decisões serve somente como

ferramenta de auxílio a executivos, gerentes e analistas de negócio ofertando acesso às

informações necessárias para a tomada de decisões. A EIP para processamento cooperativo

teria como função de organizar e o compartimentar as informações entre comunidades/grupos

de trabalho, por meio de recursos de cooperação, tais como e-mails, chats, videoconferência,

relatórios, informes e atas de reuniões. Esta subdivisão não configuraria nenhuma de suas

funcionalidades como uma ferramenta de suporte à decisão (FREITAS; QUINTANILLA;

NOGUEIRA, 2004).

Murray (1999) estabelece que os modelos defendidos, tal como o de Shilakes e Tylmen

(1998), são inadequados e insuficientes, em razão da complexidade do mundo empresarial,

uma vez que sua formatação objetiva exclusivamente garantir apenas acesso ao conteúdo.

Ainda de acordo com este autor, o portal ideal deve interligar tudo e todos e fornecer

ferramentas e recursos necessários ao desenvolvimento de um trabalho colaborativo.

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Nessa mesma linha de raciocínio, Murray (1999) distingue os portais corporativos em quatro

tipos: portais de Informações, portais cooperativos, portais de Especialistas e portais do

conhecimento.

Portais de informações conectam os colaboradores às informações, por meio do grande

número de informações e conteúdos que organizam. Têm como base para sua construção os

portais de busca e os portais públicos, tal como o Yahoo!. Não se há a preocupa em focar no

processamento cooperativo entre os colaboradores. Enquadram-se nos modelos defendidos

por Shilakes e Tylman e Eckerson (FREITAS; QUINTANILLA; NOGUEIRA, 2004).

Portais corporativos segundo Freitas; Quintanilla; Nogueira (2004), possibilitam acesso às

informações e aos meios de processamento cooperativo. Ainda incorporam características dos

portais de negócios aliadas às informações geradas por indivíduos ou comunidades internas

ou externas à organização. Fornecem informações que são disponibilizadas em textos,

memorandos, gráficos, e-mails, boletins, páginas Web e, em alguns casos, arquivos

multimídias. Podem ser incluídos nesta categoria, os EIPs para processamento cooperativo de

White e os portais cooperativos e de especialistas de Murray (1999).

Portais especialistas definido por Murray (1999) atendem a todos os objetivos dos portais

corporativos e ainda possibilitam a conexão de pessoas, ao formarem comunidades que atuam

como meio potencializador para a troca de conhecimentos e experiências. Como ferramentas

tecnológicas, utilizam os chats, e-mail, e-learning e bases de dados de especialistas.

Portais de conhecimento conciliam todas as características dos portais citados anteriormente,

sem priorizar uma ou outra funcionalidade. Têm por objetivos: suprir as necessidades das

organizações; auxiliar na tomada de decisão; disponibilizar informações em um único

ambiente; suportar ferramentas de colaboração; e auxiliar a gestão do ativo mais importante

da organização: o conhecimento (FREITAS; QUINTANILLA; NOGUEIRA, 2004). Por

apresentarem convergência entre todos os modelos citados e por ofertarem a seus usuários um

conteúdo extenso e exclusivo, além de ferramentas de busca avançada, de personalização e de

customização, são considerados ideais por englobarem a gestão do conhecimento (FREITAS;

QUINTANILLA; NOGUEIRA, 2004).

Reynolds e Koulopoulos (2008) enxergam os portais corporativos como um sistema de

compartilhamento de informações com foco no usuário, ao buscar a integração, divulgação de

conhecimentos e o compartilhamento de experiências individuais e entre equipes. Afirmam

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com isso que eles atendem aos padrões estabelecidos pelas instituições baseadas no

conhecimento. De acordo com os autores, são capazes de incorporar o conhecimento explícito

encontrado em arquivos, bases de dados, correspondências, páginas web e aplicativos

empresariais ao conhecimento tácito dos times de projeto, das heurísticas profissionais e das

comunidades institucionais.

Os portais corporativos representam um local de referência para a troca de informações e

conhecimento entre os usuários e os colaboradores. Nesse ambiente, é possível encontrar,

extrair, analisar e fornecer todo o tipo de informação que é divulgada no ambiente

corporativo. Dessa forma, os usuários da informação corporativa serão beneficiados com o

acesso a dados e poderão fazer uso desse conteúdo ao transferir, mineralizar e reutilizar esse

conhecimento em vários cenários, o que facilita e impulsiona a tomada de decisões. Em

função disso, os portais corporativos significam a implantação de um ambiente de

colaboração e troca entre os usuários, o que possibilita a organização de um processo de

gestão do conhecimento (TERRA E GORDON, 2002).

De acordo com Pérez (2001), os portais corporativos podem ser definidos como uma página

na Web que contempla diversos conteúdos e funcionalidades. Sua organização proporciona ao

usuário facilidade de navegação e acesso a uma vasta opção de serviços e produtos.

Atualmente, os portais corporativos apresentam-se como dispositivos que oferecem uma série

de recursos técnicos para que as grandes empresas modifiquem e expandam seus modelos de

negócios. Isso se torna possível devido à integralização de objetivos, motivações e contextos

de informações de todos os funcionários com os clientes, parceiros e fornecedores. Segundo

Terra e Gordon (2002), os Portais Corporativos também podem estabelecer a base e o

ambiente para o desenvolvimento de relacionamentos, além dos limites da empresa.

Terra e Gordon (2002, p. 130) utilizam o termo portal para caracterizar Intranets mais

avançadas e propõem a divisão de portais em três níveis classificação:

Intranets: ambientes informacionais descentralizados, sem integração com ferramentas de colaboração e sistemas legados. Possuem um mecanismo de busca básico, mas não apresentam nenhum nível de personalização e quase nenhuma forma de categorização de documentos; Portais básicos: apresentam um gerenciamento centralizado e integração com aplicativos de colaboração como correio eletrônico. A personalização é limitada a perfis de grupos de usuários. A categorização de documentos está presente, mas ainda não existe a integração com os sistemas legados. O mecanismo de busca suporta o uso de operadores booleanos; Portais avançados: plena integração com sistemas legados e ferramentas de colaboração (TERRA e GORDON 2002, p. 130).

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O QUADRO 2Quadro 2 apresenta, sucintamente uma compilação de 14 definições propostas

por diferentes estudiosos sobre os portais corporativos.

Quadro 2: Comparação de definições de portais

Autor(es) Termo Usado Definição Chadran (2003) Portal “Interface Web integrada e personalizada

para acesso às informações, aplicações e serviços colaborativos.”

Choo et al. (2000) Portal Corporativo “Ambientes ricos de trabalho virtual e não apenas ferramentas de disseminação de informação. O portal é um espaço informacional de trabalho compartilhado que facilita os processos de criação, intercâmbio, retenção e reuso do conhecimento. É composto por um espaço de conteúdo para facilitar o acesso e a recuperação de informação; por um espaço de comunicação para suportar a negociação de interpretações e significados coletivos e por um espaço de coordenação para permitir a ação e o trabalho cooperativo.”

Collins (2003, p.77)

Portal do Conhecimento Corporativo

“Plataforma tecnológica, uma interface personalizada de recursos on-line que permite que os trabalhadores do conhecimento acessem e compartilhem informações, tomem decisões e realizem ações independentemente da sua localização física, do formato da informação e do local em que ela está armazenada.”

Delphi Group (2000)

Portal Corporativo “Ponto único de acesso para a interação e distribuição do conhecimento organizacional. O portal não é uma tecnologia isolada, mas um conjunto de tecnologias que, se propriamente integradas, fornecem uma interface única para os recursos informacionais e processos de negócio.”

Eckerson (1999, p.1)

Portal de Negócios “Aplicativo capaz de proporcionar aos usuários um único ponto de acesso para qualquer informação de negócios interna ou externa à organização.”

Finkelstein (2001, p.1)

Portal Corporativo “Porta de entrada para banco de dados, fluxos de trabalho e sistemas, que foram integrados através de XML e customizados para as responsabilidades individuais de cada trabalhador.”

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Hagedorn (2000) Portal Corporativo “Website que opera sobre a intranet, fornecendo um caminho para conteúdo e serviços de todos os tipos através de um único ponto de acesso”.

Java Community Process (2003)

Portal “Aplicativo baseado na Web que comumente provê personalização, login unificado e agregação de conteúdo de diferentes fontes, assumindo o papel de camada de apresentação dos sistemas de informação.”

Murray (1999, p.1) Portal Corporativo “O portal é mais do que uma via de acesso às informações corporativo. O portal deve nos conectar não somente a tudo de que necessitamos, mas a todos de que precisamos, fornecendo todas as ferramentas necessárias para o trabalho em conjunto.”

Reynolds e Koulopoulos (1999)

Portal Corporativo “Sistema centrado no usuário, graficamente rico, integrado às tarefas diárias, provendo suporte ao trabalho em organizações baseadas no conhecimento.”

Saldanha (2004) Portal Corporativo “Intranet de terceira geração, sendo utilizado não apenas como uma ferramenta de comunicação ou de organização de conteúdo, mas como a infraestrutura tecnológica fundamental para um projeto de gestão do conhecimento.”

Shilakes e Tylman (1998)

EIP “Aplicações que permitem às organizações liberar informações armazenadas internamente e externamente, provendo aos usuários uma via de acesso às informações necessárias para subsidiar a tomada de decisões de negócio. Os portais são a amálgama dos sistemas que consolidam, gerenciam, analisam e distribuem informação dentro e fora da empresa, incluindo Business Intelligence, gestão de conteúdo e Data Warehouse.”

Viador (1999) EIP “Sistema baseado em um navegador Web que provê acesso de qualquer lugar às informações vitais de negócios internas e externas à organização, oferecendo aos usuários uma janela única para informações personalizadas.”

White (1999, p.1) EIP “Ferramenta que provê aos usuários uma única interface Web para acesso às informações espalhadas pela empresa.”

Fonte: Carvalho (2006)

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Esse compilado de definições propostas no QUADRO 2 reflete a presença de uma visão em

relação aos portais corporativos com uma abordagem mais técnica e específica. Em

contraponto, alguns autores apresentam significados mais genéricos e abrangentes. Por meio

dessa análise, é possível observar que os conceitos de portais estão mais agregado à gestão da

informação do que à gestão do conhecimento. De acordo com Carvalho (2006, p. 82), “o elo

entre portais e gestão do conhecimento não é tão óbvio quanto possa parecer à primeira vista

nem tão imediato quanto os fornecedores de software de portais gostariam. Assim sendo, a

questão merece ser investigada”.

Saldanha (2004) esclarece que a inserção do portal corporativo em um programa de gestão do

conhecimento reforça sua importância e potencializa seus benefícios, pois assume uma nova

dimensão e deixa de ser apenas um software.

A definição clara e objetiva do termo portal corporativo ainda não está totalmente

estabelecida, uma vez que envolve algumas questões políticas e se concretiza como uma

importante estratégia de negócios. Isso porque, ao se estabelecer um significado, deve-se levar

em conta que isso envolve a tentativa de persuadir os usuários e os investidores da área de

tecnologia da informação (DIAS, 2003).

2.4.3 Funções do Portal Corporativo

As principais funções dos um portais corporativos podem ser definidas como: dar suporte à

decisão; e realizar o processamento cooperativo. Autores e fornecedores definem portais

corporativos de acordo com as características e funções que desejam priorizar no contexto

empresarial. Aqueles que enfocam e estabelecem como prioridade o suporte à decisão

auxiliam executivos, gerentes e analistas de negócios a acessarem as informações corporativas

para a tomada de decisões de negócio (DIAS, 2003).

Segundo Alvim (2001, p. 20), “a missão dos portais corporativos é acabar com as ilhas dos

sistemas de informação, integrando-as em uma única aplicação que seria porta de entrada para

todos os usuários do ecossistema empresarial”. De acordo com Terra e Gordon (2002) os

portais corporativos facilitam e dinamizam o acesso às informações ao reduzirem a

complexidade de busca em redes mais complexas e em diversas fontes de informações de

dados on-line. A partir disso, os portais aperfeiçoam a resposta dos investimentos realizados

ao propiciarem melhores informações para o processo de tomada de decisão.

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Dias (2003) caracteriza os portais corporativos como uma ferramenta que expõe e auxilia os

usuários do universo empresarial a obterem informações específicas sobre seus negócios. O

uso dos portais corporativos permite que os usuários dos sistemas informatizados corporativos

encontrem informações que serão fundamentais para melhorar sua competitividade em

relação aos seus concorrentes.

Os portais corporativos apresentam-se como extraordinária alternativa de apoio para suprir as

demandas de criação de conhecimento, proporcionando ampla diversidade de recursos em um

ambiente que constitui intensa interatividade entre os colaboradores. Trazem como benefícios:

crescimento da produtividade, mais qualidade nos serviços prestados e custo reduzido de

pessoal. Além disso, poupam tempo e atenção dos empregados ao disponibilizarem

informações exatas e relevantes. Estão entre os recursos mais preciosos e escassos a serem

gerenciados pelas empresas (TERRA e GORDON, 2002).

Mediante a conexão de pessoas às informações, os portais corporativos armazenam inúmeros

acervos de conteúdos, que são distribuídos por temas e assuntos. Esta categoria de portais

engloba as máquinas de busca, que podem ser internas e/ou externas, os portais públicos e os

portais de negócios. Estes últimos possibilitam aos usuários corporativos acesso às

informações necessárias que orientam a tomada de decisões nos negócios da instituição.

Como exemplo citam-se: os relatórios, pesquisas, documentos textuais, planilhas, mensagens

de correio eletrônico, páginas web e vídeos (DIAS, 2003).

Tomaél e Marteleto (2006, p. 2) propõem que “nesse sentido de cooperação, os indivíduos de

cada organização podem aprender e construir conhecimento através das relações que

desenvolvem, influenciando no desenvolvimento organizacional e promovendo mudanças

inovacionais”.

Esse conceito de portal enfoca a utilização de recursos inteligentes e aplicativos analíticos o

acesso às informações armazenadas em bases de dados operacionais, no data warehouse

corporativo e, ainda, em sistemas externos à organização. Por meio dessas informações, são

gerados relatórios e a análise de negócio, que são distribuídos eletronicamente aos diversos

níveis de tomada de decisão da empresa, promovendo a comunicação e o compartilhamento

de informações (DIAS, 2003).

Os portais corporativos propiciam um ambiente de suporte à interação entre usuários e

invariavelmente, estimulam a promoção da inovação. Tais ferramentas apresentam uma ampla

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rede de recursos comunicacionais, o que estimula o aparecimento de comunidades que tenham

interesses em comum, no caso, com enfoque no processo de inovação (LEMOS, 1999).

Os portais que conseguem aliar funções que incluem o suporte à decisão e o processamento

cooperativo se tornam mais abrangentes e possibilitam a todas as pessoas o acesso às

informações necessárias à realização dos negócios da empresa. Os portais corporativos

propiciam em um mesmo ambiente a utilização de aplicativos de gerência de conteúdo,

processamento de decisões, groupware (ferramentas cooperativas de trabalho em grupo),

workflow (ferramentas cooperativas de fluxo de tarefas/documentos), correio eletrônico,

inteligência de negócios e sistemas especialistas (DIAS, 2003).

Os portais de informações empresariais, tal como proposto por Shilakes e Tylman (1998)

utilizam metadados e a linguagem XML para promover a integração dos dados não

estruturados, mantidos em arquivos textuais, relatórios, mensagens de correio eletrônico,

gráficos e imagens, como os dados estruturados das bases de dados do data warehouse. Eles p

fornecem acesso às informações institucionais a partir de uma interface individualizada,

disponível na rede hipertextual corporativa – Intranet.

Terra e Gordon (2002) afirmam que ferramentas como os portais corporativos são utilizadas

pelas organizações e atuam como ambientes de interação para a troca de informações

relacionadas ao processo de inovação. As informações que rodeiam os portais corporativos se

tornam um grande incentivo para a inovação quando são aproveitadas pelas organizações.

Os portais de conhecimento corporativo se apresentam na atualidade como a mais moderna

solução para uma tendência crescente no ambiente corporativo: uma vez que tornarem às

informações mais acessíveis aos níveis gerenciais, aos funcionários em geral, parceiros

externos e clientes. As corporações que souberem potencializar a utilização e as facilidades

deste instrumento serão capazes de alcançar um grande diferencial competitivo (TERRA E

GORDON, 2002).

2.4.4 Pontos importantes para implantação de um Portal Corporativo

Um projeto bem-sucedido de implantação de um portal corporativo deve incluir o

comprometimento e o envolvimento da alta administração, desde sua idealização até as etapas

seguintes, de implantação e de manutenção. A implantação de um portal corporativo

impulsiona uma mudança cultural que deve ser aderida por todos que fazem parte da

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organização. Caso isso não seja alcançado, o projeto não alcançará os objetivos desejados,

principalmente quanto à incorporação das ferramentas de gestão do conhecimento, mesmo

que seja a melhor alternativa tecnológica para o contexto empresarial (Freitas, 2004).

Além da participação da alta administração, Terra (2002) apresenta alguns pontos relevantes

sobre a implantação do portal corporativo com ênfase em gestão do conhecimento:

Quadro 3: Pontos relevantes sobre a implantação do portal corporativo com ênfase em

gestão do conhecimento

PENSE grande: considere usuários futuros, usos futuros, acompanhe as evoluções da

tecnologia, planeje a expansão;

INICIE pequeno: use conceitos de design bem aceitos, invista em aplicativos de alto

valor para a empresa, trabalhe com usuários entusiasmados;

“ESCALE” rapidamente: alavanque investimentos, faça melhorias incrementais,

comunique os resultados, gerencie cuidadosamente as expectativas das partes

interessadas;

USUÁRIOS devem participar do desenho do Portal;

IDENTIFICAR qual o tipo de informação e conexões que os usuários precisam;

EFETUAR uma pré-organização da informação;

IDENTIFICAR as fontes de conhecimento estratégico e aplicações estratégicas para a

empresa;

MODELAR o portal ao estilo e aos processos de negócio da empresa;

IDENTIFICAR quais são as categorias de conhecimento necessárias em cada etapa do

negócio;

UTILIZAR taxonomias que são familiares aos usuários;

LEVAR EM CONSIDERAÇÃO que as pessoas participam de várias comunidades e

assumem vários papéis distintos;

IDENTIFICAR desde o início como o portal vai ajudar o relacionamento com os

clientes;

DESENVOLVER uma estratégia de conteúdo antes de qualquer esforço de

programação;

INCLUIR soluções que capturem “conhecimento” à medida que este é criado ou

atualizado (databases, comunicações pessoais);

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É IMPORTANTE que os responsáveis pelo projeto do portal formem alianças com

várias áreas da empresa;

O PROCESSO DE CAPTURA DE CONTEÚDO precisa ser distribuído e simples;

Portais corporativos se beneficiam de “MARKENTING INTERNO”;

COMUNICAR os benefícios do portal para todos os colaboradores;

SIMPLICIDADE de uso é fundamental para o sucesso;

É ACONSELHÁVEL que o lançamento seja modular e significativo;

MECANISMOS DE BUSCA são apenas um dos fatores na busca de informação;

QUALIDADE é mais importante que quantidade;

MAPEIE quantas vezes as soluções e ideias publicadas no portal foram vistas e

reutilizadas;

O VALOR da informação e do conhecimento depende da rapidez com a qual são

disponibilizados e/ou aplicados;

É PRECISO treinar funcionários (principalmente os recém-contratados) no uso do

portal;

ACERTAR a questão das recompensas é muito importante, mas não é fácil. As pessoas

precisam ser reconhecidas por suas contribuições;

O PORTAL SÓ SERÁ SUCESSO se as pessoas (de todos os níveis) estiverem

dispostas e preparadas para compartilhar seu conhecimento;

A MUDANÇA CULTURAL continua sendo muito importante. Portais podem ajudar

na redução de silos organizacionais;

Portais podem ajudar na DETECÇÃO DE ERROS em um estágio ainda inicial e no

APRENDIZADO organizacional;

IMPLEMENTAÇÃO com sucesso de portais do conhecimento podem modificar o

funcionamento de uma organização;

Portais podem ser ferramentas importantes para se criar intimidade com clientes e

CRIAR VALOR para a empresa.

Fonte: Terra e Gordon (2002)

2.4.5 Características e vantagens de Portais Corporativos

Atualmente, os fornecedores de produtos, tais como sistemas de inteligência de negócios,

gestão de documentos, automação de escritórios, groupware, data warehouse e Intranet, têm

também investido no mercado de fornecimento de ferramentas e recursos tecnológicos para a

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construção de portais corporativos, visto que estes congregam em um só produto5 várias

tecnologias (Dias, 2003).

Shilakes e Tylman (1998, p. 10) definem com características fundamentais de um portal:

Tecnologias push e pull que permitam respectivamente a transmissão e recuperação de informação pelo usuário através de uma interface baseada em padrões Web; Interatividade que permita aos usuários formular questões e compartilhar informação; Verticalização suficiente para possibilitar a integração do portal com sistemas de conteúdo específico, tais como pacotes de software e sistemas ERP; Capacidade de integração dos mais diversos tipos de aplicações, permitindo a manutenção, o compartilhamento e o gerenciamento de informações a partir de uma interface central única para o usuário. Um portal deve ser capaz de acessar fontes internas e externas de informação e de suportar um intercâmbio bidirecional de informações entre essas fontes. (SHILAKES e TYLMAN, 1998, p. 10),

Novas empresas na área de informática, associações de produtos e pequenas empresas

especializadas em soluções conjuntas perceberam que o mercado de portais corporativos

apresenta grande potencial. Elas têm surgido no ramo tecnológico para suprir as necessidades

específicas de seus clientes. Este é um dos motivos que dificultam a escolha de um portal

corporativo, diante dos vários produtos que hoje são ofertados pela indústria da informática

(DIAS, 2003).

Com o objetivo de facilitar a escolha dos executivos das empresas, alguns consultores, como

Eckerson (1999), do Patrícia Seybol Group, e White (1999), do Database Associates

Internacional, têm escrito artigos e relatórios com orientações que incluem as características

mínimas para a construção de um portal corporativo. Alguns fornecedores, tais como

Plumtree Software, Brio e Viador, fazem uso dessas orientações contidas nesses mesmos

relatórios para mostrar a conformidade de seus produtos às regras básica neles identificadas

(DIAS, 2003).

As principais características esperadas de um portal são destacadas nas quinze regras de

Eckerson (1999), citadas por Dias (2003):

Quadro 4: Quinze regras esperadas de um portal

Facilidades para usuários eventuais: Os usuários devem conseguir localizar e acessar

facilmente a informação correta, com o mínimo de treinamento, não importando o local de

armazenamento dessa informação. Encontrar informações de negócios no portal de ser tão

simples quanto usar um navegador web.

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Classificação e pesquisa intuitiva: O portal deve ser capaz de indexar e organizar as

informações da empresa. Sua máquina de busca deve refinar e filtrar as informações, suportar

palavras-chave e operadores booleanos, e apresentar o resultado da pesquisa em categorias de

fácil compreensão.

Compartilhamento colaborativo: O portal deve permitir aos usuários publicarem,

compartilharem e receberem informações de outros usuários. O portal deve prover um meio

de interação entre pessoas e grupos na organização. Na publicação, o usuário deve poder

especificar quais usuários e grupos terão acesso a seus documentos/objetos.

Conectividade universal aos recursos de informação: O portal deve prover amplo acesso a

todo e qualquer recurso informacional, suportando conexão com sistemas heterogêneos, tais

como: correio eletrônico, bancos de dados, sistemas de gestão de documentos, servidores

web, groupwares, sistemas de áudio, vídeo. Para isso, deve ser capaz de gerenciar vários

formatos de dados estruturados e não estruturados.

Acesso dinâmico aos recursos de informação: Por meio de sistemas inteligentes, o portal

deve permitir o acesso dinâmico às informações nele armazenadas, fazendo com que os

usuários sempre recebam informações atualizadas.

Roteamento inteligente: O portal deve ser capaz de direcionar automaticamente relatórios e

documentos a usuários selecionados.

Ferramenta de business intelligence integrada Para atender às necessidades de informação

dos usuários, o portal deve integrar os aspectos de pesquisa, relatório e análise dos sistemas de

inteligência de negócios.

Arquitetura baseada em servidor: Para suportar um grande número de usuários e grandes

volumes de informações, serviços e sessões concorrentes, o portal deve se basear em uma

arquitetura cliente-servidor.

Serviços distribuídos: Para um melhor balanceamento da carga de processamento, o portal

deve distribuir os serviços por vários computadores ou servidores.

Flexibilidade na definição das permissões de acesso: O administrador do portal deve ser

capaz de definir permissões de acesso para usuários e grupos da empresa, por meio dos perfis

de usuários.

Interfaces externas: O portal deve ser capaz de se comunicar com outros aplicativos e

sistemas.

Interfaces programáveis: O portal também deve ser capaz de ser “chamado” por outros

aplicativos, tornando pública sua interface programável (Application-Programming Inteface –

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API)

Segurança: Para salvaguardar as informações corporativas e prevenir acessos não

autorizados, o portal deve suportar serviços de segurança, como criptografia, autenticação,

firewalls. Deve também possibilitar auditoria dos acessos a informações, das alterações de

configuração.

Fácil instalação e administração: O portal deve prover um meio de gerenciar todas as

informações corporativas e monitorar o funcionamento do portal de forma centralizada e

dinâmica. Deve ser de fácil instalação, configuração e manutenção, e aproveitar, na medida do

possível, a base instalada de hardware e software adquirida/contratada anteriormente pela

organização.

Customização e personalização: O administrador do portal deve ser capaz de customizá-lo

de acordo com a políticas e expectativas da organização, assim como os próprios usuários

devem ser capazes de personalizar sua interface para facilitar e agilizar o acesso às

informações consideradas relevantes.

Fonte: Adaptado: Eckerson (1999) apud Dias (2003)

De acordo com Dias (2003), às características definidas por Eckerson (1999) podem ser

acrescentadas: capacidade de gerenciar o ciclo de vida das informações, estabelecendo níveis

hierárquicos de armazenamento e descartando as informações ou documentos quando não

mais necessários; habilidade de localizar especialistas na organização de acordo com o grau

de conhecimentos exigido para o desempenho de alguma tarefa; e capacidade de satisfazer as

necessidades de informação de todos os tipos de usuários da organização e possibilidade de

troca de informações com clientes, fornecedores, revendedores, fornecendo uma infraestrutura

informacional adequada também para o comércio eletrônico.

Martieli (2001, p. 37) estabelece em seu estudo que a implantação dos portais corporativos

pode resultar em benefícios tangíveis e intangíveis. Os tangíveis são caracterizados como

aqueles que podem ser mensurados e os intangíveis são aqueles que não podem ser medidos.

Entre os benefícios tangíveis, a implantação de portais corporativos inclui o baixo custo, a

fácil e rápida implementação e uso fácil, proporcionando eficiência operacional e economia

de tempo. Além disso, são ferramentas tecnológicas seguras, possibilitam aos usuários o

controle de seus dados e permitem a comunicação entre várias plataformas (MARTINELI,

2001).

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Entre os benefícios intangíveis, Martineli (2001, p. 37) relata que os portais corporativos

promovem melhor comunicação, disponibilidade de informações mais exatas e o

compartilhamento de conhecimento por cooperação. Além disso, promovem a criatividade e a

inovação, podem ser coordenados e proporcionam novas oportunidades de negócios e novas

parcerias com a comunicação otimizada entre fornecedores e clientes.

Na visão de Cardoso (2002), as principais vantagens dos portais se resumem a: ao aumento da

eficácia da organização, redução do tempo de busca por informações e aumento da

produtividade (o acesso à informação propicia uma melhor tomada de decisão).

Adicionalmente, o autor cita como benefícios a redução nos custos, o e-commerce (melhora

nas relações com fornecedores, distribuidores e clientes) e mais autonomia para o utilizador

final (o portal eleva a produtividade dos utilizadores e aumenta a sua independência).

De acordo com Freitas, Quintanilla e Nogueira (2004, p.42) os portais corporativos

apresentam benefícios que podem ser identificados com base em três visões:

Visão executiva, visão da área de tecnologia da informação (TI) e visão dos usuários. Do ponto de vista das empresas, representa economia e produtividade ampliadas, bem como retenção do capital intelectual sendo, por conseguinte uma ferramenta de suporte a decisão. Do ponto de vista de TI, se justifica por seu uma janela para o investimento significativo em TI já realizado pela empresa–permite que sejam desenvolvidos métodos para o acesso aos sistemas já existentes em um mesmo ambiente (janela do navegador WEB). Do ponto de vista do colaborador, o portal oferece todas as informações e aplicações necessárias para execução de tarefas do dia a dia em um meio customizado e personalizado, permitindo o compartilhamento do conhecimento–através da criação de grupos de trabalho (comunidades) e ferramentas de colaboração–permite ainda uma maior mobilidade da informação, pois, através de conexões seguras e de dispositivos móveis, os colaboradores e parceiros da empresa acessam o Portal Corporativo e sua grande quantidade de informação a partir de localidades remotas (FREITAS, QUINTANILLA e NOGUEIRA, 2004, p. 42).

De acordo com Dias (2001), dentre benefícios referente aos portais corporativos e apontados

por fornecedores e consultores de informática ressalta-se a facilidade de acesso às

informações difundidas nos diversos sistemas, arquivos e bases de dados institucionais.

A importância dos portais corporativos na transferência e geração de informação e

conhecimento é destacada por Terra & Gordon (2002, p. 53):

Na era da Internet, os portais são a nova e principal base na mudança para levar a informação e o conhecimento para onde eles são necessários, além das paredes da organização (TERRA & GORDON 2002, P.53).

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Na visão de Freitas, Quintanilha e Nogueira (2004), os portais corporativos se apresentam

como ferramentas organizacionais que fortalecerão e intensificarão cada vez mais a interação

e a integração entre comunidades, o que amplia os níveis de colaboração e compartilhamento

do conhecimento e de informações de forma acessível e rápida.

2.5 Usabilidade

De acordo com Martín (2005), usabilidade é o termo empregado para definir o nível de

facilidade de uso de um sistema. Trata-se de técnicas que proporcionam às pessoas realizarem

suas tarefas no computador com maior agilidade e facilidade. O usuário pode fazer isso em

meios gráficos de computador de forma simples e muito eficaz.

A usabilidade visa identificar problemas entre o homem e a máquina e fazer com que esses

problemas sejam solucionados. No entanto, para isso é preciso pensar em alguns fatores. O

primeiro deles é o papel fundamental que o usuário exerce diante da Internet. É ele quem

estabelece as preferências, acessa as páginas de web e dá sentido à existência e permanência

de um site no ar. Assim, é necessário bastante atenção e um cuidado especial no que se refere

às exigências do público a quem se destina cada site (PADOVANI, 2002).

Hoje em dia, tem sido muito comum nos meios de comunicação a divulgação de notícias de

fraudes, prejuízos e falhas de segurança que os usuários da internet sofrem ao utilizar sites

não seguros. Um fator muito relevante e desejável é que a página de web construída seja

rápida e confiável, para que este usuário tenha certeza de que conseguirá realizar suas tarefas

com conforto e segurança. Ao se sentir seguro, ele passará a fazer uso constante deste site.

Situações como uma imagem que não abre, o link que não funciona corretamente, uma página

que não atualiza por completo, tudo isso causa insegurança e afasta o usuário do site.

(PINHO, 2000)

Outro fator importante a ser destacado para que a página da web tenha sucesso é que ela seja

construída com simplicidade. Erroneamente, pode-se pensar que quanto mais complexa a

página e mais recursos disponíveis maior sua aceitação entre os usuários. No entanto, em caso

de web isso poderá trazer muitas dificuldades e fazer com que os usuários percam o interesse

pela página. Portanto, deve-se ter o cuidado de não desperdiçar tempo com funções

desnecessárias (NIELSEN; LORANGER, 2007).

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A perspectiva da usabilidade aplicada a sites visa, principalmente, à satisfação do usuário,

além da facilidade em sua utilização e desempenho. Isso tem a ver com a eficiência e a

eficácia dos sites; ou seja, com a capacidade em compreender, aprender e interagir com o

ambiente em seu nível mais elevado e com precisão (DIAS. 2003)

2.5.1 O Design da Página

O design da página é a parte mais imediatamente visível do Web design. “Com a atual

tecnologia de browsers, os usuários olham uma única página de cada vez (ou, no máximo,

duas ou três páginas se têm uma tela grande com várias janelas abertas)” (NIELSEN, 2000, p.

17).

O espaço reservado para o conteúdo nos sites, muitas vezes, é suprimido pela navegação. O

ideal seria reservar oitenta por cento do espaço para o conteúdo, pois é a parte principal do

site. De acordo com Jakob Nielsen (2000), o “conteúdo é rei”. Entende-se, portanto, conteúdo

em um sentido vasto: “notícias, softwares, games, entretenimento, esportes, propaganda e

comunidades on-line engajadas em diferentes temas etc.”.

Já o espaço para a navegação é aconselhável abaixo de vinte por cento na página de destino.

Entretanto na página principal a navegação é prioridade. (PINHO, 2000).

Os usuários, para se sentirem no controle do site, precisam de um tempo de resposta rápido,

cerca de menos de um segundo quando passam de uma página à outra para navegar

livremente (NIELSEN; LORANGER, 2007).

Hoje, sabe-se que as imagens contribuem muito para deixar, principalmente, as páginas

principais mais interessantes. No entanto, a imagem, a ilustração e/ou a animação têm que ter

um propósito nas páginas, como “o de despertar a atenção, contribuir para identificar o

produto ou a marca, expressar ou reforçar uma mensagem, formar uma atmosfera adequada”

(PINHO, 2000, p. 147).

As páginas da Web devem se preocupar com a velocidade. Portanto, os downloads de

imagens e animações devem ser rápidos e utilizados somente quando necessário. Um dos

elementos fundamentais na construção do hipertexto são os links. É por meio deles que se

conectam as páginas e permite-se aos usuários acessá-las. Existem três formas de links

principais: links de navegação estrutural, que permitem aos usuários navegarem em outros

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espaços, links associativos, que ligam um texto ou imagem, por meio do conteúdo da própria

página e listas de referências adicionais que servem para guiar os usuários na procura das

informações que desejam (PINHO, 2000).

Para chamar a atenção do usuário, os links devem ser sucintos e impactantes, estabelecendo

diferenciação de cores para aqueles links já visitados: azul para os não visitados e vermelho,

ou roxo, para os visitados. A URL, endereço do site, deve ser a mesma para determinar a

página. “Se um link usar uma URL e outro link usar uma URL diferente, o browser não

saberá que ambos os links levam à mesma página” (NIELSEN, 2000, p. 64).

Os links para fora, ou seja, para sites externos não podem ser controlados pelos designers,

pois são os usuários que controlam o próprio destino. Já os links para dentro da página do site

são fundamentais para o tráfego interno. Ter URLs permanentes facilita o tráfego nos sites

(NIELSEN; LORANGER, 2007).

“A melhor maneira de estimular links para dentro é simplesmente ter um conteúdo tão incrível

que os outros vão querer estabelecer um link com ele” (NIELSEN, 2000, p. 74).

Os usuários da Web são fugazes e desejam informações imediatamente, e não daqui a cinco

cliques. Se a página de destino fornecer informações interessantes relacionadas ao anúncio

que atraiu o usuário, isso significa que ele poderá recompensar seu site com uma visita mais

demorada (NIELSEN; LORANGER, 2007).

De acordo com PINHO (2000, p. 148-149) Alguns elementos básicos da página foram

observados nos sites de sucesso. As principais características são:

a) aparência profissional e atrativa;

b) rápida visualização dos gráficos e textos;

c) facilidade de navegação;

d) facilidade para o internauta se comunicar com a empresa e solicitar informações

adicionais;

e) atualizações e mudanças de conteúdo frequentes;

f) uma área para as pessoas contarem o que apreciaram e o que não gostaram no site;

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g) uma atração para o entretenimento ou novidade que seja até mesmo lúdica;

h) links para outros sites interessantes.

Segundo Jakob Nielsen 2000, o design do site deve basear-se na simplicidade sobre todas as

coisas, com poucas distrações, arquitetura de informação e navegação clara. Este enfoque é

devido aos problemas de usabilidade dos sites, desde a dificuldade em encontrar a própria

página principal até as tarefas um pouco mais complexas, como encontrar um link desejado

ou finalizar o preenchimento de um formulário de forma que não apareça nenhuma mensagem

de erro.

O termo em construção na página gera frustração nos usuários, portanto, não é adequado

liberar um site da Web parcialmente acabado. O melhor é escondê-lo. O design da página, às

vezes, chama mais atenção. Afinal de contas, com os atuais browsers, vê-se apenas uma

página de cada vez. O site em si nunca é explicitamente representado na tela. Mas, do ponto

de vista da usabilidade, o design do site oferece mais desafios e geralmente também é mais

importante do que o design da página (PINHO, 2000).

Alguns sites apresentam telas de entradas, conhecidas também como “splash”, que irritam os

usuários, além de não conter informações. Sua utilização se faz necessária quando é preciso

avisar aos usuários sobre o conteúdo do site antes de acessar a página principal (PINHO,

2000).

É interessante manter a página principal do site diferenciada das páginas internas, mas a

unidade tem que ser mantida. Para ter sucesso na tarefa do desenvolvimento visual de um site,

cada um desses elementos deve ser considerado: hipertexto, espaço em branco, combinação

de cores, tipologia, texturas, movimento dos olhos, navegação, proximidade e alinhamento,

balanço, contraste entre os elementos e unidade da página (PINHO, 2000, p. 162).

O hipertexto é responsável por fazer associações de ideias. O espaço em branco é a área em

torno de uma região de uma imagem, desenho e, até, bloco de texto que está vazia. A

combinação de cores em um site é muito importante, já que pode ter influência decisiva no

projeto, pois as cores evocam emoções e sentidos (PINHO, 2000). Entretanto deve-se

preocupar com a acessibilidade, principalmente em relação aos deficientes visuais porque a

compreensão do site e das informações não pode depender da escolha da gama de cores. Além

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da não garantia de a cor determinada aparecer igual na tela do usuário, devido a vários fatores,

como a resolução do monitor (DIAS, 2003).

De acordo com Pinho (2000), a tipologia são os caracteres(letras, números e sinais de

pontuação e são dividas em famílias de tipos, segundo o tamanho do corpo e estilos) –

redondo, itálico ou grifo, negrito ou bold etc. Mas na Web a escolha da fonte é limitada,

devido à baixa legibilidade nas telas dos computadores. “A seleção e a combinação correta

dos tipos asseguram boa legibilidade e influenciam decisivamente na transmissão de valores e

significados que sejam coerentes com os propósitos e os objetivos da empresa”.

O principal cuidado é sempre manter a unidade e a legibilidade. Segundo Pinho (2000), o

movimento dos olhos geralmente vai da esquerda para a direita e de cima para baixo, dos

elementos maiores para os menores e dos objetos mais escuros para os mais claros. Assim, é

importante saber dispor as informações principais de acordo com o caminho usualmente

percorrido pelos olhos. A navegação é muito importante para estruturar um site, mesmo

naqueles visualmente bons, já que sem organização das informações o usuário se sentirá

confuso e perdido. Os elementos tendem à proximidade e ao alinhamento para que formem

uma unidade e hierarquia no layout.

O balanço se refere ao equilíbrio do design, a simetria dos objetos e à assimetria intencional, a

fim de provocar tensões, devido à inexistência de um centro definido. Porém esta técnica

requer muita habilidade do designer. O contraste entre os elementos pode ser de tamanho,

forma, peso, estilo e cor. É utilizado para chamar atenção e atrair o usuário. E, por último a

unidade da página que é obtida pela composição de todas as partes formando um todo

harmônico (NASCIMENTO; AMARAL, 2010; PINHO 2000).

Em muitas páginas principais encontra-se um botão, ou link, que leva para a própria página

principal. Se esses botões existirem, devem ser desativados, pois isso gera um novo

carregamento da página e também confunde o usuário. O logotipo, ou marca da empresa

apresentada na página principal devem estar evidentes e bem posicionados, geralmente, no

canto superior esquerdo, para que o usuário identifique e saiba onde ele está e o que o site faz.

“As respostas não devem vir na forma das terríveis missões às vezes vistas em sites

excessivamente burocráticos” (NIELSEN; LORANGER, 2007).

A padronização do desenho de interface tem o intuito de reduzir erros e facilitar o

aprendizado e memorização. (MEMÓRIA, 2005, p. 59).

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O QUADRO 5 mostra um resumo de uma análise de elementos de um site.

Quadro 5: Resumo das pesquisas sobre padrão de posicionamento de elementos de

interface.

Fonte: Memória (2005)

a) Marca da empresa - surgiu como derivação da cultura Ocidental.

b) Busca - segundo Jakob Nielsen, são os dois primeiros elementos que as pessoas

procuram na página principal: o logotipo e o recurso de busca, um dos principais

elementos da interface, já que muitos usuários navegam por meio do campo de busca

(MEMÓRIA, 2005, p. 64).

Elementos de interface Posicionamento Pesquisador

Marca da empresa Canto superior esquerdo Nielsen, Adkinson e

Bernard

Busca Parte superior Nielsen, Adkinson e

Bernard

Navegação global Parte superior com links na

horizontal

Nielsen, Adkinson e Krug

Navegação local Coluna esquerda Nielsen, Adkinson e

Bernard

breadcrumbs Parte superior, abaixo da

marca da empresa

Adkinson, Lida e Chaparroe

Krug

Conteúdo global e

contextual

Área central Bernard

Navegação de rodapé Parte inferior Nielsen, Adkinson e

Bernard

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c) Navegação global - existem dois tipos de navegação global: horizontal ou vertical.

“Nas estatísticas de Adkison, 875 dos sites pesquisados posicionavam seus links de

navegação global no topo da página, sendo 43% no formato de fichas e 39% como

barra de navegação global” (MEMÓRIA, 2005, p. 64).

d) Navegação local - a maioria dos usuários (80%), segundo Bernard, espera encontrar os

links da navegação local na parte esquerda das interfaces (MEMÓRIA, 2005, p. 64).

e) Breadcrumbs - são muito utilizados por sites de comércio eletrônico, pois ele indica o

caminho percorrido pelo usuário, por meio da navegação do site (MEMÓRIA, 2005,

p. 64).

f) Conteúdo global e contextual - a área central da página é a mais utilizada para a

exposição de conteúdo (MEMÓRIA, 2005, p. 64).

g) Navegação de rodapé - conhecida também como navegação redundante, pois é muito

utilizada para repetir links de navegação global. É utilizada para expor informações de

copyright, data da última atualização, política de privacidade, contato e até links para

o topo da página (MEMÓRIA, 2005, p. 64).

Segue a tela do padrão levantado acima para o posicionamento dos elementos citados.

Figura 1: Exemplo de organização de interface muito utilizada na internet

Fonte: Memória (2005)

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Segundo a análise que se refere aos detalhes do site, o designer de interface deve procurar

harmonia na utilização dos elementos. É por isso que a maioria desses profissionais é ligados

à arte. “O designer de interface tem que ir além dos retângulos em preto, branco e cinza”

(MEMÓRIA, 2005, p. 75).

O importante é tornar a homepage um ponto de referência acessível em um clique de qualquer página interior no site, independente de como as pessoas entraram. Em todas as páginas interiores, o logotipo deve ser clicável e vinculado à homepage (NIELSEN, 2000, p. 178).

Entretanto, muitos usuários ainda não entendem essa ligação entre o logotipo botão e a página

principal. Assim, um link escrito “home”, ou “início”, torna essa conexão mais explícita. As

notícias especiais devem aparecer nas páginas principais, mas elas não podem ocupar um

espaço muito grande na página, pois os usuários estão no site por causa de um objetivo

específico. Mesmo que o site seja de notícias, grande parte do site deve ser reservada para o

conteúdo. (NIELSEN; LORANGER, 2007).

Em suma, a homepage deve oferecer três recursos: um diretório com as principais áreas de conteúdo do site (navegação), um resumo das notícias mais importantes e um recurso de busca” (NIELSEN, 2000, p. 168).

O diretório com as principais áreas de conteúdo do site ajuda os usuários que visitam o site

pela primeira vez a entender qual é seu objetivo. A maioria dos usuários ao entrar na página

principal busca informações precisas e não querem navegar link por link para encontrar essas

informações (NIELSEN, 2000).

A organização das informações se faz com base da arquitetura da informação, na organização

em categorias e nos níveis dentro do site.

É uma estratégia errônea forçar os usuários a entrar no site na homepage. Os chamados links profundos permitem que outros sites mostrem aos usuários o local exato do seu site que lhes interessa (NIELSEN, 2000, p. 179).

Esses links devem ser mais explorados, principalmente em sites de comércio eletrônico.

Algumas metáforas muito empregadas nos sites acabam convencionadas, por exemplo, os

carrinhos de compras. Assim, os usuários não pensam no mundo físico, mas como sistema de

referência de outros sites. Os usuários não usam metáforas; vivem no mundo real (NIELSEN;

LORANGER, 2007).

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Entretanto, as metáforas são boas se empregadas como elemento unificador do site e também

para facilitar a aprendizagem do site, já que os usuários fazem uma conexão com os objetos

existentes no mundo real (NIELSEN; LORANGER, 2007).

Para Memória(2005), o conteúdo da página não pode ocupar a largura total do monitor. Para

ter o sucesso, o site não deve apenas seguir os padrões estabelecidos, pois estes servem como

alicerces, como base conceitual de tudo o que está por vir.

Enfim, “a simplicidade deve ser a meta do design de página. Os usuários raramente

encontram-se em um site para desfrutar do design; em vez disso, preferem concentrar sua

atenção no conteúdo” (NIELSEN, 2000, p. 97).

2.5.2 O Design do Conteúdo

Se o conteúdo é para Jakob Nielsen o rei, “o resto é apenas pano de fundo. O design existe

para permitir que as pessoas acessem o conteúdo” (NIELSEN, 2000, p. 99).

O conteúdo é o elemento principal para o usuário. Na Web “conteúdo de qualidade” significa

algo diferente no meio tradicional. As qualidades de produção são relativamente menos

importantes. Um texto bem escrito e belas imagens são certamente apreciados, mas não são

mais as características que definem a qualidade. Em vez disso, as principais perguntas feitas

pelo usuário ao julgar o conteúdo são “O que tenho a ganhar?” e “Como isso ajuda a resolver

meu problema?” (NIELSEN, 2000, p. 160).

De acordo com Nascimento, Amaral (2010), estudos de usabilidade mostram que os usuários

raramente leem palavra por palavra na busca pelo conteúdo de uma página que lhes

interessam. Geralmente, concentram-se na busca por títulos e outras indicações do teor da

página. Dessa forma, a apresentação do conteúdo torna-se muito importante. Três itens

principais são indicados para se escrever para Web: ser sucinto; reduzir bastante um texto se

for retirado de uma versão impressa; e escrever o texto que proporcione facilidade de leitura

ao empregar palavras-chave, sentenças e utilizar hipertexto; a fim de aprofundar no assunto

tratado. Entretanto, sem segmentar as informações longas(NIELSEN; LORANGER, 2007).

Os artigos e ou os textos devem estruturar-se em dois ou até três níveis de títulos:, em título

de página e subtítulos; os títulos têm que ser significativos para sistematizar o conteúdo

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principal do qual se trata o assunto; e serem concisos – constituídos de duas a seis

palavras(PINHO, 2000).

Os títulos de página são importantes, pois, muitas vezes, as páginas são encontradas através

deles. As páginas diferentes exigem títulos diferentes, devido às buscas de URLs. Assim, os

artigos definidos e indefinidos do início dos títulos devem ser eliminados. “As exigências para

títulos on-line são extremamente diferente dos títulos impressos, pois são usados de forma

diferente” (NIELSEN, 2000, p. 162).

Na Internet, muitos títulos estão desvinculados do contexto, seja porque são exibidos em lista

de artigos ou em ferramentas de busca. Para facilitar a leitura, é necessário dar destaque aos

títulos, devido à dificuldade na leitura on-line. É aconselhável utilizar as listas com Bullets,

também conhecidos como “marcadores”, para quebrar o fluxo de blocos de textos uniformes;

as metáforas devem ser evitadas e a utilização do humor deve ser empregada com muito

cuidado (NIELSEN, 2000).

Essas diretrizes contribuem para diminuir o desconforto no processo de leitura de um texto na

internet, além de evitar rolar a tela. Em estudos realizados por Nielsen 2000 “com os

primeiros usuários da Web em 1994 e 1995, poucos usuários rolavam a tela. Talvez

aproximadamente dez por cento dos usuários rolavam a tela além das informações visíveis na

janela quando a página aparecia”.

A legibilidade garante uma boa leitura nos site. Assim, recomenda-se um estudo de cores para

aumentar o contraste entre o fundo e o texto. Quando o fundo da página for branco, o texto

deverá ser escrito com a cor preta (positivo); e quando o fundo for escuro (preto), o texto

deverá ser escrito em branco. Entretanto, a leitura negativa é mais lenta que a positiva

(PINHO, 2000).

Os fundos coloridos ou com textura devem ser sutis, para não sobrepor-se ao texto e dificultar

a leitura, devido à diminuição da legibilidade. Os tamanhos das fontes fazem a diferença, as

fontes menores devem ser relegadas ao rodapé e a informações menos importantes (PINHO,

2000).

As fontes sem serifas são mais recomendadas e a justificação deve ser à esquerda, conforme o

processo de leitura ocidental. O texto serifado deve ser utilizado em texto maior, de acordo

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com o objetivo do site. O texto deve ser imóvel, a não ser em alguns sites que necessitam de

informações rotativas, como nos sites de notícias (PINHO, 2000).

A documentação on-line é mais utilizada em Intranet e Extranet, devido a uma maior imersão

dos usuários interessados em aprender todas as aplicações para obter melhor desempenho. Já

para a Internet os usuários querem desfrutar das aplicações das páginas de forma rápida.

Nessa medida, de acordo com Nielsen 2000, “não é aceitável que os Websites venham com

manuais”.

Segundo Nielsen (2000), acessibilidade é uma categoria de usabilidade. Um software ou

página web que não é acessível a uma determinada pessoa tampouco pode ser considerado

eficaz, eficiente ou, mesmo, agradável a essa pessoa. Assim como os fatores de usabilidade

(flexibilidade e eficiência de uso, controle do usuário e consistência, entre outros), a

acessibilidade está relacionada ao contexto de uso, isto é, ao ambiente operacional de uso e às

tarefas, necessidades e preferências dos usuários típicos.

A acessibilidade não atinge somente as pessoas com deficiência, mas também as diferenças

culturais e idiomáticas, o desconhecimento das pessoas e a falta de compatibilidade de

softwares e plataformas, devido aos computadores e sistemas dos usuários, por serem antigos.

Assim, o fundamental antes de iniciar um projeto de Web é planejar, pois muitos projetistas

ainda tratam a internet como uma mídia puramente visual (DIAS, 2007).

Entretanto, não há produtos acessíveis a todas as pessoas, mas eles têm que ser, no mínimo,

mais ou menos acessíveis para atender padrões mínimos de acessibilidade. Em países como os

Estados Unidos da América, o Reino Unido, a Austrália e o Canadá a acessibilidade na Web é

lei, portanto empresas com portais ou sites Web podem ser processadas se não cumprirem a

lei. Então, como no Brasil a acessibilidade não é obrigatória, cabe aos projetistas Web saber

quem são os usuários, para buscar atender suas necessidades e, também, ampliar o público-

alvo (DIAS, 2007).

2.5.3 Navegação

A navegação é muito importante na rede. Geralmente, ocupa uma área muito grande dentro

dos sites. “A Web é um sistema navegacional: a interação básica do usuário é clicar em links

de hipertexto para circular por um enorme espaço informacional com centenas de milhões de

páginas” (NIELSEN, 2000, p. 188).

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A interface de navegação deve orientar o usuário a se localizar dentro do site e da Web para

que ele saiba onde está, onde esteve e aonde pode ir. A primeira localização - onde estou ? - é

conseguida por meio da identidade do site, do logotipo em cada página e de seu

posicionamento constante, do título da página no cabeçalho do HTML e dos breadcrumbs

(caminhos de migalhas de pão). As opções de navegação são interessantes, pois oferecem

alternativas de navegação para o usuário; como por exemplo, os links de retorno à página

principal depois que o usuário completou o seu objetivo. (NIELSEN; LORANGER, 2007).

No que se refere ao pop-up, esta estratégia de comunicação define-se como uma pequena

janela que se abre no site. Para o estudioso da temática Memória, em seu ensaio de 2005, o

[...] pop só deve ter o botão fechar quando não houver mais opções de navegação. Do contrário, ele pode desviar a atenção do usuário da tarefa principal. Quando o pop não é relacionado a alguma tarefa, ele deve, sim, apresentar o botão redundante – principalmente se o público-alvo for abrangente e composto por pessoas de mais idade (MEMÓRIA, 2005, p. 83). Os botões, também, precisam parecer com botões, portanto devem ter volume, ser clicáveis e conter textos diretos (MEMÓRIA, 2005, p. 85).

Os botões com volume são mais clicáveis, pois se destacam mais, além de terem uma taxa de

clique maior que os links comuns. Os menus suspensos consistentes servem como um menu

chamador de links, já que levam o usuário diretamente para a página selecionada. Podem-se

verificar elementos repetidos nos projetos de navegação de sites de sucesso de acordo com

seus segmentos (comércio eletrônico, comunidades, entretenimento, corporativos e

informativos). Um site de sucesso, de acordo com Memória 2005, deve ter as dez qualidades

abaixo:

a) Ser facilmente apreendido - o usuário deve aprender a navegar no site rapidamente

sem perder tempo;

b) Ter consistência - manter elementos de navegação em todas as páginas, para que o

usuário se oriente e se guie por ele;

c) Dar retorno - responder as ações dos usuários ao clicar em um botão;

d) Estar contextualizado - “os links de ‘página anterior’ são desnecessários por não

estarem contextualizados. Além do mais, as pessoas já estão familiarizadas com os

botões do navegador” (MEMÓRIA, 2005, p. 53). Além do mais, os links deveriam

ser descritivos, e determinar melhor que página retornar ou seguir;

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e) Oferecer alternativas - proporcionar acessibilidade para todos os tipos de usuário, a

levar em consideração os deficientes, como os cegos. Portanto faz-se necessário

colocar legendas em imagens, por meio do atributo alt da linguagem HTML. Assim,

as imagens terão um texto associado;

f) Garantir economia de tempo e ações - o caminho para se obter as informações

desejadas deve ser curto. Formulários extensos devem ser evitados e em sites grandes

atalhos de navegação são muito úteis;

g) Prover mensagens visuais claras - ao pensar no layout de uma tela a preocupação deve

ser com a comunicação visual, a sinalização e não somente com as questões estéticas

do site. O design tem que guiar o usuário, e facilitar a navegação e a usabilidade;

h) Criar nomenclaturas claras - os nomes dos links devem ser claros e adequados com a

língua do usuário e não a dos designers.

i) Seguir o propósito do site - o projeto de navegação deve estar de acordo com os

objetivos da empresa e dos usuários.

j) Apoiar e ajudar os objetivos do usuário - para ajudar os usuários na navegação de um

site, é necessário conhecer o comportamento deles e aplicar testes de usabilidade antes

de publicar o site.

Alguns recursos, como fazer o botão voltar ajudam ao usuário saber por onde ele já esteve no

site, pois leva à página anterior e a mudança do padrão das cores dos links das páginas já

visitadas (NIELSEN, 2000).

O usuário só sabe como navegar no site quando aprende como é organizado a estrutura do

mesmo. Essa organização é deve-se aos links de hipertexto usados nas páginas e podem ser

classificados em três tipos de acordo com Nielsen:

a) Links embutidos - geralmente apresentam um sublinhado para se destacar e contêm

conteúdo referente ao texto principal.

b) Links estruturais - organizam os níveis de informação com base na hierarquia ao

apontar para outros níveis da estrutura do site.

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c) Links associativos - ajudam os usuários a aprofundarem no assunto do texto, por meio

de dicas para páginas internas ou externas do site.

Há de projetar estratégias diferentes e criativas de interação que contribuam para a evolução e

resolução de determinados problemas. Os detalhes fazem à diferença no projeto de

navegação.

2.5.4 Arquitetura

A arquitetura está ligada à escolha do desenho da interface do site. Todas as páginas de um

site precisam ter um foco, principalmente a página principal. Para nortear o usuário. Portanto,

o designer terá que reservar espaços maiores ou de maior importância de acordo com o grau

de relevância do conteúdo (MEMÓRIA, 2005).

É interessante que as chamadas para outros conteúdos tenham uma pequena informação a

respeito do conteúdo, a fim de provocar interesse no usuário, e não somente apenas links

(NIELSEN; LORANGER, 2007).

A estrutura do site tem que ser planejada segundo a visão do usuário, e não de acordo com a

estrutura organizacional da empresa; ou seja, tentar centralizar a navegação no usuário, a

buscar uma navegação flexível que possibilite formas diferentes de se deslocar (NIELSEN;

LORANGER, 2007).

“A estrutura do site deve ser determinada pelas tarefas que os usuários desejam realizar em seu site, mesmo que isso signifique ter uma única página com informações de dois departamentos muito diferentes” (NIELSEN, 2000, p. 189).

A estrutura não linear, baseada em hipertextos, é uma característica fundamental do universo

on-line. O usuário faz seu caminho sem precisar seguir uma ordem rígida para obter a

informação desejada. Assim, é melhor criar uma estrutura que classifique a informação de

acordo com sua qualidade, com uma análise crítica (NIELSEN, 2000, p. 189).

Os sites são organizados, por meio da abrangência e ou profundidade. A abrangência consiste

em listar todos os links de nível superior na página principal. Embora, tenha suas vantagens,

como estar a um clique de uma informação específica, a abrangência ocupa muito espaço na

página principal (MEMÓRIA, 2005; NIELSEN, 2000).

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O design de navegação organizado de acordo com a profundidade é conhecido como

“breadcrumb”. Mostra todo o caminho hierárquico da homepage passando por todos os níveis

até a página atual.

As migalhas são úteis apenas para arquiteturas de informação hierárquicas, pois querem níveis aninhados de subsites progressivamente menores (NIELSEN, 2000, p. 203).

A combinação da navegação que envolve a abrangência juntamente com a profundidade é

ideal para sites que contenham grande quantidade de páginas. Assim, os sites com poucas

páginas são mais fáceis de usar. Nessa medida, o design de navegação deverá ser mais

simples. Nielsen defende o estabelecimento oficial de convenções no Web design, mas como

não há um padrão, ele aconselha aos Webdesigners reconhecerem que seus sites não são o

centro do universo dos usuários e a ajudar os usuários a lidarem com a grande quantidade de

informação existente na rede. Os mapas de sites são comuns para mostrar todo o conteúdo do

site, mas os atuais não indicam onde está o usuário e apenas se torna uma lista de tudo que há

no site (NIELSEN, 2000).

Para Nielsen 2000, um mapa de site dinâmico que mostre ao usuário as páginas que foram

acessadas e destacam as informações de interesse do usuário o ajudará selecionar a

informação de seu interesse sem perder tempo.

Ainda, de acordo com Nielsen (2000), a redução do acúmulo navegacional depende de alguns

métodos, como: a agregação de unidades menores em uma única unidade, os subsites; a

sumarização, representação de grandes quantidades de informações por uma quantidade

menor, como as imagens em miniatura e resumos; a filtragem, exibição apenas dos dados

importantes para os usuários; a omissão, disponibilização do início da informação, para criar

interesse e exibir o conteúdo completo como opção de link; e as representações baseadas em

exemplos, que se parecem com a omissão, mostra exemplos representativos. Os subsites

podem ser utilizados para destacar um determinado nível da hierarquia.

Estruture criteriosamente a arquitetura da informação do sítio. Estabeleça rótulos, terminologias, hierarquia e menus de forma lógica e intuitiva para o cidadão, respeitando o seu modelo mental. Tanto a navegação global, quanto as navegações locais, devem estar localizadas no mesmo lugar, de modo padronizado, em todas as páginas. Não organize o sítio espelhando a estrutura departamental do seu órgão ou instituição. Evite empregar termos relacionados à informática ou o jargão interno e siglas da sua instituição (BRASIL, 2010).

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A maioria dos usuários está voltada para o recurso de busca. Geralmente, entra em um site e

vai direto nesse botão. Um quinto dos usuários procura os links e o restante tem um

comportamento misto. Entretanto, o ideal é o site ter uma estrutura que permita ao usuário

navegar dentro do site e encontrar a informação mesmo se houver um campo de busca. Além

disso este recurso é acessível em todas as páginas, e não somente na página principal do site

(NIELSEN, 2000, p. 231).

A pesquisa simples deve ser ofertada em todas as páginas (a exceção das paginas de transações) e ser geral – correndo todos os campos e seções. A busca avançada pode oferecida como um link e/ou nos resultados da busca simples (BRASIL, 2010).

De acordo com Nielsen e Loranger (2007), a opção de busca avançada é interessante desde

que se encontre em uma página separada da busca simples. Na página de resultados de busca,

é necessário organizá-la de acordo com as melhores ocorrências. A caixa de busca ampla é

melhor, pois incentiva o usuário a entrar com mais caracteres no campo, de forma a ter maior

visibilidade, mesmo que o campo possa ser rolado.

Mostrar o resumo da página ou palavras-chaves na busca antes de entrar diretamente nos site

é uma boa abordagem para esse mecanismo, pois os seres humanos são melhores que o

computador para saber de que realmente precisam. “A forma mais comum de aprimorar uma

página de destino de busca é destacar todas as ocorrências dos termos de busca do usuário”

(NIELSEN, 2000, p. 238). Dessa maneira, facilita-se muito ao usuário o encontro do assunto

desejado.

O design da URL, também conhecido como “domínio do site”, é o nome da máquina logo

após o http://. Este tem que ser fácil de memorizar e escrever, para que o usuário consiga

encontrar a página principal. As URLs fáceis são as mais breves que utilizam linguagem usual

com caracteres em caixa baixa e que se preocupam em evitar caracteres especiais (NIELSEN;

LORANGER, 2007).

2.5.5 Design de Interação

É por meio da interface que acontece a interatividade. A interface se liga também ao modo

pelo qual os grandes sites realizam o contato com os usuários. Design de interação é uma área

emergente do Design, a qual trata do projeto de interações humanas por meio de artefatos.

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Mais do que um corpo teórico, esta área inclui a prática de projetos de softwares, websites,

instalações interativas, produtos, aplicativos móveis e jogos (PRIMO, 2000).

A interatividade permite ao internauta interferir no meio, no canal e na mídia em diferentes

graus. O grau de interatividade pode ser medido com base em alguns critérios apresentadas

por LEVY, (1999):

a) Possibilidades de apropriação e de personalização da mensagem recebida, sejam qual

for à natureza dessa mensagem.

b) Reciprocidade da comunicação, a saber, um dispositivo comunicacional “um-um” ou

“todos-todos”.

c) Virtualidade, que enfatiza o cálculo da mensagem em tempo real em função de um

modelo e de dados de entrada

d) Implicação da imagem dos participantes nas mensagens

e) Tele-presença

Ainda segundo Levy (1999), interatividade na internet pode se dar por meio do correio

eletrônico, dos jogos online, das salas de bate-papos, das conferências eletrônicas e dos

hipertextos, incluindo imagens e sons, que possibilitam a edição.

Há interações homem-homem, homem-máquina e máquina-máquina. No entanto, a interação

a ser investigada é aquela mediada por computador, homem-máquina. “As interações

mediadas por computador, deve-se entender que essas interações podem dar se com o e/ou

através do computador (e suas redes)” (PRIMO, 2000, p. 37).

Assim, o conceito, apresentado por Primo (2000), de interação é mais complexo que a

“interatividade” por que envolve as relações entre o homem e o computador, entre os sujeitos

“interagentes” (o termo usuário foi substituído por interagente, uma vez que o primeiro

denota certa passividade em relação ao produtor da informação, o Webdesigner) e entre duas

ou mais máquinas, por meio das redes.

A abordagem escolhida para o estudo da interação mediada por computador é o modelo

sistêmico-relacional, cujo enfoque não está no modelo canônico (mensagem - canal- receptor)

transmissionista da informação nem nas possibilidades de escolhas de informação e muito

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menos e determinado pela tecnologia, mas nas relações produzidas entre os sujeitos

interagentes, relações que permitem alternar o sujeito produtor e o receptor, as quais podem

gerar um novo conhecimento e sentido (LEVY, 1999).

Há dois grandes grupos de interação mediada por computador: a interação mútua; e a

interação reativa. Importante salientar que a interação mútua não é uma expressão redundante,

mas é o processo dinâmico, que está em constante transformação dos sistemas, devido às

ações e aos relacionamentos entre os participantes. “A palavra ‘mútua’ foi escolhida para

salientar as modificações recíprocas dos interagentes durante o processo” (PRIMO, 2000).

A interação não é simplesmente o somatório de ações individuais, mas a interdependência dos

elementos, cujos acontecimentos gerados pelos impactos ocasionados pelas relações entre os

participantes conectados em rede modificam o outro. Já a interação reativa é previsível, pois

compreende as interações entre as pessoas e o computador, e depende de estímulo/resposta

produzida por uma das partes envolvidas na interação. Primo (2000) cita como exemplo os

botões e os menus de um software que pode ser testado antes mesmo de a interação acontecer.

Para Primo (2000), devido à complexidade das interações, pode-se pensar em multi-

interações, podendo haver interações simultâneas. Em salas de bate-papo, ao mesmo tempo

em que se conversa com uma pessoa, também se interage com a interface do software, com o

mouse e o teclado. “Nesse sentido, em muitos casos podem-se estabelecer, simultaneamente,

interações tanto reativas quanto mútuas”.

Ao designer de interface cabe projetar a “interatividade” e o suporte para as interações entre

as pessoas, mas não se pode fazer o designer das atividades desempenhadas pelos que e por

quem interagem (NASCIMENTO, AMARAL 2010).

Segundo Maira de Moraes (1998), há níveis de interatividade e tipos de interação. Três níveis

de interatividade são levantados:

O primeiro nível, em relação ao universo on-line, é a própria presença da empresa ou produto.

Limitam-se, assim, as informações básicas: navegação não linear, contato via e-mail ou fale

conosco. Dessa forma, não há possibilidade de modificação ou de construção na página ou no

site; apenas um retorno para ao usuário de agradecimento pela sua sugestão, reclamação ou

elogio (MORAES, 1998).

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O segundo nível de interatividade envolve mais recursos e possibilidades, como multimídia,

jogos que permitem a personalização do ambiente, cursos on-line, salas de bate papo e listas

de discussão, de modo que o usuário pode interferir no produto planejado e já elaborado

(MORAES, 1998).

O terceiro nível vai além da personalização. O usuário participa efetivamente da construção

do produto ou projeto final. “Trata-se sim de permitir uma ‘conversa’ entre, no caso da Web,

o site, o computador e o usuário durante toda a navegação” (MORAES, 1998, p. 3).

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3 MARCO TEORICO

A FIGURA 2 mostra a relação entre os construtos e o modo como foram organizados. O

construto portais corporativos, apresentado como tema central no contexto dos Tribunais de

Contas, apoia-se na relação de usabilidade e governo eletrônico. Assim, resulta no

desenvolvimento de um melhor portal corporativo, facilitando o acesso às informações, ações,

atividades e iniciativas conduzidas pela administração pública para o aumento da

transparência pública.

Figura 2 - Organização dos temas

Fonte: Elaborada pelo autor

Para auxiliar na construção dos critérios estabelecidos para o estudo do governo eletrônico, do

portal corporativo e da usabilidade enquanto ferramentas que promovem o controle social e a

transparência pública, realizou-se ampla revisão de literatura, com o intuito de identificar os

autores principais que tratam dos temas de pesquisa. No que se refere ao governo eletrônico,

os critérios foram construídos com base em estudos realizados por: Vilella (2003), Campello

(2000) e Santos (2010). Os critérios selecionados foram destacados, conforme evidenciado no

QUADRO 6.

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Quadro 6 - Critérios elaborados para análise de governo eletrônico

Critério Verificar

Governo

Eletrônico

A missão e os dados institucionais Verificar se está claramente exposto na

primeira página ou há um link para a

missão e dados institucionais do portal

Domínio gov.br Verificar se o endereço eletrônico do

portal está disponível no domínio

.gov.br.

Termos de uso, privacidade Verificar se o portal possui links para

Termos de uso, privacidade.

Serviços disponíveis Verificar se os serviços do Tribunal de

Contas estão disponíveis

eletronicamente em tempo integral.

Gestão fiscal Verificar a existência de relatórios de

gestão fiscal

atividades Verificar a existência de relatórios de

atividades

licitações Verificar a existência da relação de

licitações

Programas, projetos e serviços dos

Tribunais de Contas.

Verificar se há títulos destacando os

programas, projetos e serviços dos

Tribunais de Contas.

Lei de acesso à informação. Verificar se constam informações úteis

para o exercício da cidadania, como a

lei de acesso à informação.

Os serviços e os processos

oferecem opção para

acompanhamento de seu

status/situação

Verificar se os serviços e processos

oferecem opção para acompanhamento

de seu status/situação.

Pautas Verificar se a existência das pautas de

sessões do órgão.

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Diário Oficial Verificar a existência de um Diário

Oficial para publicação e divulgação

dos atos administrativos, processuais e

de comunicação geral dos Tribunais de

Contas.

Ouvidoria Verificar a existência de um link para

Ouvidoria

Contato Verificar se há formas de contato e

solicitação de informação com o

Tribunal de Contas, por meio de um

fale conosco, e-mail, telefone, endereço

e horário de funcionamento.

Prestação de contas Verificar se existe a prestação de

contas, despesas e receitas ao alcance

do cidadão.

Legislação Verificar se as normas e legislação estão

disponíveis para o cidadão.

Acessibilidade Verificar se há acessibilidade às pessoas

portadoras de deficiência, aumento e

contrates de fonte e navegação pelo

teclado.

Perguntas e respostas frequentes Verificar se possui um link de perguntas

e respostas frequentes.

Fonte: Elaborada pelo autor

Para a construção dos critérios a serem avaliados sobre o tema “Portal Corporativo”, a

presente pesquisa se baseou em conceitos estabelecidos por Terra (2002), Dias (2001) e

Carvalho (2006). Os critérios escolhidos referentes ao portal corporativo estão exemplificados

no QUADRO 7.

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Quadro 7- Critérios elaborados para análise de portal corporativo

Critério Verificar

Portais

Corporativos

Busca Verificar a existência de busca como

recurso nativo da ferramenta e busca

para processos.

Resultados da busca Verificar se as informações estão

sendo indexadas e organizadas de

forma a oferecer fácil compreensão.

Conteúdo dinâmico Verificar a possibilidade de

atualização de conteúdo e criação de

novo conteúdos e seções

Carregamento do portal Verificar se o carregamento do

portal demora mais de dez segundos.

Multiplataforma Verificar se o portal é

multiplataforma.

Centra de noticias Verificar se há central noticias a

respeito do Tribunal de Contas.

Rede social Verificar se o portal possui links

com as redes sociais da própria

entidade

Newsletter Verificar a existência de newsletter

no portal.

Idiomas Verificar se possui outros idiomas

no portal.

Fonte: Elaborado pelo autor

Para a análise referente à usabilidade foram elaborados alguns critérios baseados em estudos

realizados por Nielsen (2007), Pinho (2000) e Memória (2005), de acordo com o QUADRO

8.

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Quadro 8- Critérios elaborados para análise de usabilidade

Critério Verificar

Usabilidade Download de imagens Verificar se as imagens carregam

rapidamente.

Tipos de links Verificar os links do portal, os links de

navegação estrutural, os associativos e

listas de referências adicionais;

Links Verificar se os links são sucintos e

impactantes, além da diferenciação das

cores daqueles já visitados.

URL Verificar a URL, se ela é simples e não

possui caracteres especiais.

Layout Verificar padrão, cores e harmonia do

layout.

Página principal Verificar se a página principal do site é

diferenciada das páginas internas.

Elementos do site Verificar o movimento dos olhos à

organização dos elementos e

alinhamento, para que formem uma

unidade e hierarquia no layout.

Logotipo do Tribunal Verificar o posicionamento do logotipo

da marca. Deve estar evidente na página

principal e bem posicionado,

geralmente, se encontra no canto

superior esquerdo para que o usuário

identifique e saiba onde ele está.

Navegação Verificar a interface da navegação: se

orienta o usuário a se localizar dentro

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do site para que ele saiba onde está,

onde esteve e aonde pode ir.

Elementos de navegação Verificar se existem diversas opções de

navegação.

Janelas Verificar janelas pop-ups (pequenas

janelas que se abrem no site).

Determinar se há telas de entrada, antes

da página principal.

Menus Verificar menus suspensos consistentes.

Facilidade de navegação Verificar a qualidade de navegação - em

níveis de ser facilmente apreendido; ter

consistência; dar retorno; estar

contextualizado; oferecer alternativas;

garantir economia de tempo e ações;

prover mensagens visuais claras; criar

nomenclaturas claras; seguir o propósito

do site de apoiar e ajudar os objetivos

do usuário; determinar se a estrutura

permite ao usuário navegar dentro do

site e encontrar a informação mesmo se

não houver um campo de busca.

Interação Verificar nível de interatividade,

mediante o levantamento dos recursos

dos sites e dos tipos de interação em

relação aos sujeitos interagentes.

Tipo de interação Identificar aa interação mediada por

computador - mútua e ou reativa.

Mapa do site O portal possui mapa do site.

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Títulos Verificar se os títulos correspondem ao

conteúdo da página.

Palavras Verificar se há palavras de difícil

compreensão sendo usadas no texto;

determinar legibilidade, contraste,

tamanhos das fontes e fontes sem

serifas.

Parágrafo Identificar se no primeiro parágrafo

apresenta-se a ideia central do texto.

Texto Identificar se o texto é de boa qualidade

e tem estilo adequado à sintaxe do

hipertexto.

Responsável pelo texto Verificar se os textos fazem menção ao

responsável pela elaboração dos

conteúdos; verificar se o texto é sucinto,

emprega palavras-chaves e hipertexto.

Datas e atualizações do texto Verificar se se páginas estão datadas,

indicando se o conteúdo teve

atualizações.

Fontes de informação Existem links para outras fontes de

informação sobre os assuntos

abordados.

Marcadores Identificar marcadores para quebrar o

fluxo de blocos de textos uniformes.

Informações Verificar se as informações são precisas

e rápidas.

Impressão e e-mail Os conteúdos dos sites estão disponíveis

para impressão e envio no e-mail.

Fonte: Elaborado pelo autor

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4 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

A construção de novos conhecimentos deve ser basear-se em procedimentos metodológicos.

Para serem aceitos pela sociedade científica, é necessário realizar uma combinação de

métodos e técnicas de análise de pesquisa, para validar os resultados encontrados na pesquisa

científica (MOLINA, 2008).

De acordo com Gil (2002), a metodologia se refere ao planejamento da pesquisa em sua

totalidade. Esse planejamento engloba o ambiente em que são coletados os dados, as formas

de modelar a pesquisa quanto à forma de análise, o modo como será interpretado e os detalhes

da coleta de dados.

Esta pesquisa tem por objetivo avaliar as características de governo eletrônico, do portal

corporativo e do governo eletrônico enquanto ferramentas que facilitam o fortalecimento da

transparência pública e o controle social empregadas em portais dos Tribunais de Contas do

Brasil. Sob esse enfoque, adotou como metodologia de pesquisa uma análise descritiva

referente à sua natureza, cuja esta tem como finalidade principal é descrever as características

de uma população ou fenômeno observado ou estabelecer relações entre as variáveis em

estudo (GIL, 2002).

A pesquisa se baseou em uma abordagem de métodos múltiplos, que dá suporte à realização

de uma pesquisa qualitativa e quantitativa. A abordagem qualitativa, para Richardson (1999,

p. 90) é a pesquisa que “pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão

detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em

lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos”.

Para Minayo (2002, p. 21-22), a pesquisa qualitativa “responde a questões particulares”.

Segundo Ludke (1986, p. 18) o estudo qualitativo “é o que se desenvolve numa situação

natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de

forma complexa e contextualizada”.

A abordagem quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas

modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas, por meio de técnicas

estatísticas. Já a abordagem qualitativa explora as técnicas de observação e entrevista, devido

à propriedade com que esses instrumentos penetram na complexidade do problema

(Richardson, 1999).

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Para Martins e Theóphilo (2009), na pesquisa quantitativa os dados e as evidências coletadas

podem ser quantificados e mensurados. Os dados são filtrados, organizados e tabulados,

enfim, preparados para serem submetidos às técnicas e/ou testes estatísticos.

Uma técnica quantitativa é aquela em que o investigador usa primariamente alegações pós-positivistas para desenvolvimento de conhecimento (ou seja, raciocínio de causa e efeito, redução de variáveis específicas e hipóteses e questões, uso de mensuração e observação e teste de teorias), emprega estratégias de investigação (como experimentos, levantamentos e coleta de dados, instrumentos predeterminados que geram dados estatísticos). (CRESWELL, 2007, p. 35).

De acordo com Flick (2004, p. 18), ensina que a metodologia quantitativa tem por objetivo

“isolar claramente causas e efeitos, operacionalizar corretamente relações teóricas, medir e

quantificar fenômenos, criar planos de pesquisa (que permitam a generalização de

descobertas) e formular leis gerais”. Com o intuito de explorar a positividade de ambas as

abordagens, esta pesquisa foi elaborada com base em métodos qualitativo e quantitativo, a fim

de enriquecer a análise de dados proposta.

4.1 Objeto de análise

O objeto de análise desta pesquisa abrangeu os 28 Tribunais de Contas do Brasil. Trata-se de

órgãos administrativos que exercem papel muito importante no contexto do controle. Em

síntese, julgam as contas de administradores públicos, sejam eles da Administração Direta ou

da Administração Indireta, e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, bem

como as contas de qualquer pessoa que der causa a perda, extravio ou outra irregularidade de

que resulte prejuízo ao erário. Ou seja, todo aquele que, direta ou indiretamente lide com

recursos públicos está sob jurisdição de um dos Tribunais de Contas (MARINELA, 2011. p.

998).

A escolha pela abordagem de estudo de todos os portais dos TCEs teve o propósito inicial

estabelecer um grau de comparação entre estes portais. Por meio das análises propostas, foi

possível extrair grande número de informações que possibilitaram o cruzamento de dados,

ampliando o número de possibilidades de comparação. Isso permitiu evidenciar, ao longo das

análises, em qual estágio de evolução cada um dos portais se encontravam. Também,

verificou-se quais serviços, informações e prestação de contas se encontravam disponíveis aos

cidadãos e aos juridicionados. Estes serviços são fundamentais para assegurar a transparência

pública e o controle social.

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4.2 Construção do Instrumento de Pesquisa

Para a análise qualitativa e quantitativa do estudo, utilizou-se um instrumento de pesquisa

elaborado e adaptado de acordo com um conjunto de critérios previamente selecionados, que

possibilitou a avaliação dos portais dos Tribunais de Contas. Tais critérios foram construídos

a partir de dados coletados com base em uma extensa revisão de literatura realizada sobre os

temas: “Governo eletrônico”, “Portais corporativos” e “Usabilidade”, juntamente com

critérios e estudos propostos pelos seguintes autores: BARBOZA, NUNES, SENA (2000),

BRASIL (2010), FREITAS, QUINTANILLA, NOGUEIRA (2004), conforme detalhado nos

Anexos 1 a 4.

A escolha dos critérios de pesquisa teve sua composição baseada em características que mais

se encaixam em um portal corporativo relacionado ao governo, mais com foco nos portais dos

Tribunais de Contas. Os critérios selecionados para a realização da análise qualitativa estão

mais bem exemplificados no Anexo 5; para a análise quantitativa, Anexo 6.

Para a análise quantitativa, foi necessário construir uma matriz binária, fundamentada na

utilização dos itens avaliados previamente na análise qualitativa e retomados na análise

quantitativa. Para garantir que tal matriz fosse fidedigna aos itens avaliados qualitativamente,

foi necessário realizar algumas adaptações para possibilitar uma correta avaliação. Visto que a

análise da matriz binária apoia-se no estabelecimento de pontuação 1 para os itens que

preencheram critério e a pontuação 0 para aqueles que não preencheram, foi necessário

agrupar ou desmembrar alguns itens para melhor adequação dos critérios, conforme

explicitado no Anexo 6 e nos resultados encontrados na pesquisa, descritos futuramente.

4.3 Coleta de Dados

Para a avaliação dos portais dos Tribunais de Contas, tomou-se como referência a utilização

de métodos múltiplos de pesquisa, com esta base em análise quantitativa e análise qualitativa.

A busca pelos dados da pesquisa foi dividida em dois momentos distintos: coleta de dados

qualitativos; e coleta de dados quantitativos.

A primeira fase teve início com a coleta dos dados qualitativos previamente selecionados, de

acordo com o instrumento evidenciado no Anexo 5 e nas listas de verificações presentes nos

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QUADROS 6, 7 e 8, apresentados no capítulo 3 – compreendendo o período de 08/03/2014 e

finalizou-se em 25/04/2014.

Todos os portais dos TCEs (28) foram acessados, procedendo-se as avaliações pertinentes.

Com base nessa análise, um documento com o registro de todos os dados coletados referente a

cada um dos portais dos TCEs, foi elaborado, conforme demonstrado em Anexos 7 ao 34. As

etapas elucidadas estão ilustradas na FIGURA 3.

1 ª Fase: Abordagem Qualitativa

COLETA DOS DADOS

ANÁLISE E INTERRETAÇÃO

DOS DADOSRESULTADOS

Os 28 portais dosTCEs foramacessados e foramobservados oscritérios presentesnas listas deverificaçõespresentes nosQuadros 6,7,8

As avaliaçõespertinentesforam realizadas

Um documento foielaborado com oregistro de todos osdados coletados,conformedemonstrado noAnexos 7 ao 34

Figura 3: Caminho percorrido para a realização da pesquisa qualitativa

Fonte: Elaborada pelo autor

Após a coleta de dados qualitativos, deu-se início à segunda fase da pesquisa relativa à análise

quantitativa, realizada em: 26/04/2014 a 27/05/2014. Para isso, foram utilizados os critérios

apresentados no Anexo 6. Mais uma vez os 28 portais dos TCEs foram acessados e os dados

obtidos foram registrados no instrumento que possibilitaria a análise estatística, chamado de

“Matriz binária” (Anexo 35).

De forma simplificada, para cada critério analisado, foi atribuída uma pontuação (0 ou 1) para

cada quesito, em que 1 era relativo ao preenchimento do critério em estudo e 0 relativo ao não

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preenchimento dos critérios analisados. A matriz binária possibilitou a organização e a

sumarização dos dados resumindo as informações dos itens a fim de facilitar a comparação

entre o TCEs, mediante a criação de índices. As etapas elucidadas anteriormente estão

ilustradas na FIGURA 4.

2 ª Fase: Abordagem Quantitativa

COLETA DOS DADOS

ANÁLISE E INTERRETAÇÃO

DOS DADOSRESULTADOS

• As avaliaçõespertinentesforam realizadas.

• Criação deíndices.

• Os 28 portais dos TCEsforam acessados eanalisados com base noscritérios apresentados noAnexo 6.

• Os dados obtidos foramregistrados na matrizbinária.

Sumarização dosdados, resumindoas informações dositens, a fim defacilitar acomparação entre oTCEs, a serapresentadafuturamente.

Figura 4: Caminho percorrido para a realização da pesquisa quantitativa

Fonte: Elaborada pelo autor

4.4 Técnica de Análise de Dados

Após a realização da coleta de dados, deu-se início à fase que consiste na análise e

interpretação dos dados obtidos. A intenção era que os dados obtidos se transformassem em

informações, a fim de responder ao objetivo geral e aos objetivos específicos da presente

pesquisa, além de possibilitar a extração de informações úteis para a melhoria dos portais dos

TCEs de uma forma clara e objetiva.

Para a análise deste estudo foi utilizada a técnica de análise de conteúdo que de acordo Bardin

(2004, p. 18) consiste em: ”uma técnica de investigação que tem por finalidade a descrição

objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação”. A análise de

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conteúdo é um método apropriado para ser utilizado em abordagens qualitativa e quantitativa,

como nesta pesquisa. No entanto, esta técnica apresenta formas de aplicação diferentes para

cada método. No método qualitativo, o que se observa é a presença, ou não de uma

determinada característica do conteúdo em estudo. Já no método quantitativo, a informação

analisada deve estar em conformidade com a frequência que uma característica em estudo se

mostra presente (BARDIN, 2004).

De acordo com Gil (1999, p. 168), “a análise de conteúdo tem como objetivo organizar e

sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema

proposto pela investigação”. Assim, os dados dos itens relacionados a governo eletrônico,

portal Corporativo e usabilidade foram organizados e sumarizados, de acordo com a

frequência absoluta e a frequência relativa. Com o objetivo de resumir as informações dos

itens e facilitar a comparação entre os TCEs, foram construídos os índices descriminados no

QUADRO 9.

Quadro 9 - Fórmulas utilizadas para o cálculo dos índices GE, PC e US

Fonte: Elaborado pelo autor

Considere a formação do índice GE:

No fator GE constam 25 perguntas. Cada pergunta assume o valor 1, se positivo;

e o valor 0, se negativo. Somaram-se os valores atribuídos às 25 perguntas, que

depois, foram divididos por 25. O resultado encontrado foi um valor entre 0 e 1.

Para que fosse possível se representar em uma escala de 0 a 100, multiplicou-se

o valor encontrado por 100.

OBS: Os demais índices seguiram o mesmo raciocínio.

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Os índices criados para medir os critérios de governo eletrônico, portal corporativo e

usabilidade variaram de 0 a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, melhor foi o

resultado do portal referente a governo eletrônico, portal corporativo e a usabilidade.

Para verificar a possível existência de correlação entre os índices de governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade, foram utilizados o coeficiente e o teste de correlação de Pearson.

Ayres et al (2007) discorrem sobre a correlação de Pearson e estabelece que este tipo de

análise permite evidenciar qual o grau de associação que se estabelece entre duas ou mais

variáveis. A correlação de Pearson permite criar uma associação entre os elementos

mensurados.

Como o coeficiente de correlação tem seu cálculo baseado em dados amostrais, Triola (2011)

preconiza que esse coeficiente deve ser utilizado quando o objetivo é medir a intensidade da

correlação linear estabelecida entre as variáveis x e y, em estudo.

Com o objetivo de agrupar os TCEs que foram similares nos itens referentes a governo

eletrônico, portal corporativo e usabilidade foram utilizados instrumentos para facilitar o

estudo, como a análise hierárquica de agrupamento (HAIR et al., 2009), o método Ward

(HAIR et al., 2009) e coeficiente de similaridade de Jacard (JACARD, 1912), a fim de medir

e evidenciar os critérios de similaridade entre os TCEs. A escolha pela utilização do

coeficiente de similaridade de Jacard se deu, porque a matriz original era do tipo binária. Para

promover o agrupamento dos itens de governo eletrônico, portal corporativo e usabilidade, a

matriz original binária foi transposta, sendo necessária a realização de uma análise hierárquica

de agrupamento, associada ao método Ward e ao coeficiente de Jacard para então ser possível

medir a similaridade entre os itens.

Os dados foram tratados por meio do software R versão 3.0.1. Tal recurso se apresenta como

um programa estatístico gratuito e uma ferramenta útil para a construção de gráficos, tabelas e

quadros comparativos. A organização dos dados foi realizada mediante o emprego de tabelas

descritivas, de tabelas de frequências e de gráficos, acompanhados de um resumo descritivo e

interpretativo, quando possível.

Assim, neste contexto, tornou-se possível construir um panorama referente aos Tribunais de

Contas analisados, evidenciando dados sobre a implantação de seus portais e os requisitos

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mínimos que devem constar em um portal corporativo sob a perspectiva de governo eletrônico

e da usabilidade.

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5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo, apresentam-se as análises realizadas e os resultados encontrados referente ao

estudo proposto sobre as características do governo eletrônico, do portal corporativo e da

usabilidade enquanto ferramentas que facilitam o fortalecimento da transparência pública e o

controle social, empregadas em portais dos Tribunais de Contas do Brasil. Em um primeiro

momento, apresentam-se as análises de conteúdo realizadas e, posteriormente a análise

estatística, que incluiu a correlação entre os índices estabelecidos e a análise de agrupamento

entre os Tribunais de Contas.

5.1 Apresentação dos itens do Governo eletrônico.

De acordo com os dados analisados relativos ao Governo eletrônico e evidenciados na

TABELA 1, os itens GE-1, GE-2, GE-3, GE-4, GE-5, GE-6 e GE-7 se mostraram presentes

em 100% dos sites dos TCEs. Itens como os GE-20, GE-21, GE-22, GE-23, GE-24, GE-25,

no entanto, estavam presentes em menos de 50% desses sites.

Tabela 1 - Frequência para os itens do governo eletrônico.

Governo Eletrônico N % GE-1 O portal apresenta os dados institucionais 28 100,0% GE-2 Os serviços do tribunal estão destacados na página principal 28 100,0% GE-3 O portal permite navegar pelo teclado 28 100,0% GE-4 O portal apresenta a legislação 28 100,0% GE-5 O portal apresenta a relação de licitações 28 100,0% GE-6 O portal possui telefone do órgão 28 100,0% GE-7 O portal possui endereço 28 100,0% GE-8 O portal disponibiliza a prestação de contas 27 96,4% GE-9 O portal apresenta pautas das sessões 26 92,9% GE-10 Os serviços estão disponíveis eletronicamente em tempo integral 25 89,3% GE-11 O portal apresenta relatórios de gestão fiscal 24 85,7% GE-12 O portal apresenta a competência do órgão 21 75,0% GE-13 O portal possui um link para ouvidoria 21 75,0% GE-14 O portal possui um diário oficial 19 67,9% GE-15 O portal possui um link para lei de acesso a informação 18 64,3% GE-16 O portal possui um link de fale conosco 17 60,7% GE-17 O portal possui o e-mail institucional 17 60,7% GE-18 O portal apresenta relatórios de atividades 16 57,1% GE-19 O portal possui horário de funcionamento 14 50,0% GE-20 O portal apresenta as contas do governador 12 42,9% GE-21 O portal possui mapa de localização 12 42,9% GE-22 O portal possui um link para as perguntas e respostas mais 10 35,7%

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frequentes GE-23 O portal possui o recurso de aumento de fonte 10 35,7% GE-24 O portal possui o recurso de contraste 8 28,6% GE-25 O portal possui termos de uso e privacidade 2 7,1%

Fonte: Elaborada pelo autor. De acordo com a TABELA 1, os itens GE-3, GE-23 e GE-24 são de grande importância no

que se refere à acessibilidade do usuário ao portal eletrônico. O item GE-3, que permite ao

usuário navegar pelo teclado, mostrou-se presente em 100% dos portais dos TCEs analisados.

No entanto, elementos como GE-23 e GE-24 que também contribuem para o acesso às

informações, mostraram-se menos presentes, sendo encontrados em apenas 35,7% e 28,6%

dos portais, respectivamente.

De acordo com referencial teórico, a acessibilidade tem por objetivo propiciar aos usuários

portadores de necessidades especiais a possibilidade de acessar à Internet por meio de

recursos operacionais alternativos, que facilitarão sua inserção no universo virtual. Os TCEs

devem apresentar como princípio básico uma política democrática que permita o acesso aos

diversos conteúdos e serviços disponibilizados nos portais eletrônicos (BRASIL, 2007).

A Lei de Acessibilidade para sítios eletrônicos do Governo Federal (Lei 10.098, de 19 de

dezembro de 2000) estabelece como premissa que os usuários, independentemente, de suas

condições físicas ou cognitivas, são capazes de navegar em um portal eletrônico. A

implantação de tal política promove substancialmente a inclusão tecnológica, na medida em

que indivíduos que apresentam deficiências visuais, auditivas, cognitivas, com pouca

capacidade de assimilação e pequena habilidade tecnológica, assim como o público idoso,

tornam-se capazes de acessarem as informações disponíveis nos portais que disponibilizam

recursos de navegação.

Os recursos como GE-23 e GE-24 contemplam os elementos de aumento de fonte e contraste,

respectivamente. Geralmente, são disponibilizados no cabeçalho das páginas, conforme a

FIGURA 5, e são caracterizadas como ferramentas facilitadoras no acesso às informações por

cidadãos com disfunções visuais, tais como a miopia.

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Figura 5: Recursos de aumento de fonte e contraste presentes no portal eletrônico do

TCEMG

Fonte: TCEMG

Em relação ao item GE-25, que se refere aos termos de uso e privacidade, é possível observar

pela TABELA 1 que tal elemento foi o que se mostrou menos presente nos portais analisados.

Os termos de uso e privacidade correspondem a um documento que traz uma descrição do site

ou aplicativo, explica ao usuário do que se trata, descreve as nomenclaturas/definições dos

itens essenciais nele presentes e informa as “regras internas” que deverão ser respeitadas

durante o uso do site. Além disso, esse documento trata principalmente da privacidade dos

dados de usuários e outras informações presentes no banco de dados do site (BRASIL, 2007).

A não compreensão dessas regras de utilização pelo usuário pode gerar um mau

aproveitamento dos recursos disponíveis nos portais.

Na análise proposta neste estudo, apenas os tribunais do Rio Grande do Sul e Roraima

apresentaram esse recurso, conforme demonstrado nas FIGURAS 6 e 7:

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Figura 6: Termos de uso presentes no portal eletrônico do TCERS

Fonte: TCERS

Figura 7: Termos de privacidade presentes no portal eletrônico do TCERS

Fonte: TCERS

De acordo com a Cartilha de Usabilidade (BRASIL, 2010), os termos de uso e privacidade

devem ter fácil visualização pelo cidadão e também é preciso que o texto seja claro e objetivo

ao que se propõe. Dos portais analisados apenas 7,1% apresentaram tais recursos. Isso chama

atenção, visto que tal fato sinaliza um possível entrave na correta utilização dos portais pelos

usuários.

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Para facilitar a observação, os itens analisados de governo eletrônico também foram

ordenados pelo percentual de presença nos sites dos TCEs, conforme mostrado no GRÁFICO

1.

Gráfico 1 - Gráfico de barras para os itens do governo eletrônico

Fonte: Elaborado pelo autor. Os itens GE-6, GE-7, GE-13, GE-16, GE-17, GE-19 e GE-21 correspondem aos elementos

analisados relativos à comunicação entre o cidadão e o governo. Desses elementos apenas os

GE-6 e GE-7, que correspondem à presença de telefone e endereço do Tribunal, estavam

presentes em 100% dos portais. A disponibilização de um link para Ouvidoria (GE-13) se

mostrou presente em 75% dos portais. Em contrapartida, o link de “Fale Conosco” e o email

institucional foram disponibilizados em apenas 60,7% dos TCEs analisados. Já os itens GE-19

e GE- 21 estavam presentes em 50% e 42,9% dos portais, respectivamente. Tais itens estão

representados na FIGURA 8:

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Figura 8: Itens de comunicação presentes no portal eletrônico do TCEMG

Fonte: TCEMG

A Ouvidoria, no contexto da comunicação entre o usuário e o governo, tem por objetivo

estabelecer o exercício do controle social, além de apresentar-se como uma ferramenta eficaz

para a gestão e a transformação institucional. Seu papel principal é promover o intercâmbio

entre a sociedade e os Tribunais de Contas. Para que isso ocorra, é necessária a participação

ativa do usuário (ROVER, 2013).

O “Fale Conosco” se apresenta como um dispositivo de comunicação que permite ao usuário

a emissão de seus pontos de vista, assim como permite a realização de questionamentos e a

retirada de dúvidas, conforme apresentado na FIGURA 9. De acordo com a Cartilha

Indicadores e Métricas para E-serviços (BRASIL, 2007), é direito de todo cidadão ser

ouvido e orientado adequadamente com relação a suas dúvidas e manifestações.

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Figura 9: Fale conosco presente do portal eletrônico do TCEMG

Fonte: TCEMG

Durante a análise realizada, percebeu-se que existe certa confusão no que diz respeito aos

papéis inerentes a cada um destes canais de comunicação. Em alguns Tribunais, foi observado

que o “Fale Conosco” apresentou função de “Ouvidoria” e em outros a “Ouvidoria”

apresentou a função de “Fale Conosco”. Esses elementos constituem uma das principais

formas de aproximação entre o cidadão e o governo. Por esse motivo, devem ser claros em

seus objetivos, a fim de propiciar uma melhoria do serviço público prestado e aumentar o

vínculo com o poder público.

Neste contexto, diversos referenciais teóricos reiteram que ambientes que possibilitam a

interlocução entre o governo e o cidadão facilitam a participação social na definição de

políticas públicas e promovem uma interação positiva. Esse fenômeno de participação

popular via Internet é descrito como “democracia eletrônica” por Castells (1999), definido

como “democracia digital” por Gomes (2005) e “ciberdemocracia” por Lévy (2002).

Outro ponto relevante a ser destacado na análise realizada diz respeito aos itens GE-2 e GE-

10. Em 100% dos portais, os serviços estão destacados na página principal. No entanto, em

apenas 89,3% dos TCEs estes mesmos serviços se encontram disponíveis eletronicamente em

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tempo integral. Nos portais eletrônicos do TCEAP, do TCEBA e do TCERN, foram

encontrados erros que refletem uma incoerência no serviço prestado, conforme ilustrado na

FIGURA 10.

Figura 10: Indisponibilidade do serviço oferecido que deveria estar presente em tempo

integral no portal eletrônico do TCEAP

Fonte: TCEAP

A transparência pública também foi analisada neste estudo, por meio da avaliação dos

seguintes itens GE-1, GE-4, GE-5, GE-8, GE-9, GE-11, GE-12, GE-14, GE-15 e GE-18. No

que concerne à transparência pública 100% dos portais eletrônicos dos TCEs apresentaram

informações relativas a dados institucionais, legislação e relação de licitações, conforme as

FIGURAS 11, 12 e 15.

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Figura 11: Legislações disponibilizadas do portal eletrônico TCESE

Fonte: TCESE

Figura 12: Relação de licitações presentes no portal eletrônico do TCEAM

Fonte: TCEAM

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A análise da prestação de contas e das pautas das sessões, revelou-se que a maioria dos

Tribunais disponibilizaram esses canais, ficando entre o percentual de 90% a 100%, de acordo

com o GRÁFICO 1 e a FIGURA 13:

Figura 13: Prestação de contas disponibilizada no portal eletrônico do TCESP

Fonte: TCESP

Observou-se, também, que 85,7% dos portais dos TCEs apresentaram relatórios de gestão

fiscal e 75% evidenciaram a competência do órgão, como exemplificados nas FIGURAS 14 e

15.

Figura 14: Relatório de gestão fiscal disponível no portal eletrônico do TCEMA

Fonte: TCEMA

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Figura 15: Dados da competência presentes no portal eletrônico TCEPB

Fonte: TCEPB

O Diário Oficial esteve presente em 67,9%; e os relatórios de atividades em 57,1% dos portais

como exemplificados nas FIGURAS 16 e 17.

Figura 16: Diário oficial presente no portal eletrônico do TCEES

Fonte: TCEES

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Figura 17: Relatório de atividades disponível no portal eletrônico do TCETO

Fonte: TCETO

Um item que se destacou na análise e que merece reflexão mais apurada corresponde à

disponibilização de um link para a Lei de Acesso à Informação, conforme a FIGURA 18. Esse

elemento se mostrou presente em apenas 64,3% dos portais, o que pode significar fragilidade

na participação social e no controle social.

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Figura 18: Disponibilização da lei de acesso à informação no portal eletrônico do

TCEPB

Fonte: TCEPB

O princípio da transparência decorre do princípio constitucional da publicidade, previsto no

artigo 37 da Constituição, abrangendo toda a atuação estatal, não só sob o aspecto de

divulgação oficial de seus atos, como também de forma a propiciar o conhecimento da

conduta interna de seus agentes e como garantia de informação. Para fundamentar a

obrigatoriedade deste princípio, podem ser identificados alguns princípios constitucionais,

como o da publicidade, e o direito à informação, previsto no artigo 5º, inciso XXXIII, da

Constituição da República de 1988 (MARINELA, 2011):

Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Nesta perspectiva, o direito à informação, como direito fundamental que é, deverá ser

garantido pelo Poder Público, pois "não há sociedade sem comunicação de informação. A

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história do homem é a história da luta entre ideias. O pensar e o transmitir o pensamento são

tão vitais para o homem como a liberdade física" (CARVALHO, 2002).

Dentre os exemplos que o Brasil dá ao mundo, no entanto, merece destaque o

"Portal da Transparência", lançado em 2004. É um canal pelo qual o cidadão pode

acompanhar a execução financeira dos programas de governo, em âmbito federal.

Estão disponíveis informações sobre os recursos públicos federais transferidos pelo

Governo Federal a estados, municípios e Distrito Federal - para a realização

descentralizada das ações do governo - e diretamente ao cidadão, bem como dados

sobre os gastos realizados pelo próprio Governo Federal em compras ou contratação

de obras e serviços, por exemplo (FONSECA JÚNIOR, 2009).

Para implementar tal direito à informação é que foi publicada a Lei de Acesso à Informação

(Lei 12.527/11), pois

O princípio da publicidade significa vedação a atividades ou atos sigilosos (ressalvadas as hipóteses em que o sigilo seja indispensável, como é evidente). O exercício do poder deve ser acessível ao conhecimento de toda a comunidade e, especialmente, daqueles que serão afetados pelo ato decisório. A publicidade se afirma como instrumento de transparência e verificação da lisura dos atos praticados (MARÇAL FILHO, 2005).

Assim, a Lei de Acesso à Informação, como instrumento de transparência, estabelece procedimentos a serem observados pela União, estados, Distrito Federal e municípios, para garantir o acesso a informações. Desta forma, em seu artigo 3º, tem-se que:

Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública (BRASIL, 2011).

A adoção de tais procedimentos advindos da publicação da Lei de Acesso à Informação

representa um importante passo para a consolidação democrática do Brasil e para o sucesso

das ações de prevenção da corrupção no País. Isso viabiliza a maior participação popular e o

controle social das ações governamentais. Com isso, o acesso da sociedade às informações

públicas permite que melhore a gestão pública (BRASIL, Controladoria Geral da União).

É por meio da transparência que o Estado torna-se acessível ao cidadão e este tem a possibilidade de atuar ativamente da gestão estatal, fiscalizando, verificando a adequação da conduta estatal ao fim almejado, propondo soluções aos problemas que atingem a sociedade como um todo. A transparência rompe com a fronteira que separa a administração do administrado, favorecendo o maior conhecimento por

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parte da Administração das demandas sociais e consequentemente maior probabilidade dessas demandas serem atendidas, garantindo a satisfação do interesse público (SANTOS, 2010).

Verifica-se que o controle social compreende a participação, individual ou coletiva, de

cidadãos na composição e fiscalização dos órgãos administrativos, com base na legislação,

para a defesa do patrimônio público e dos direitos fundamentais idealizados pela Constituição

Federal (LOCK, 2004). Esse controle social este que só é possível pela transparência que

deverá ser assegurada pelo Poder Público, como pressuposto ao exercício do direito de acesso

à informação.

Em resumo, o controle social é fator de legitimidade do Estado; indicador de desenvolvimento da democracia; consolidador das liberdades e dos direitos sociais; e ainda percussor de desenvolvimento social e também econômico, e deve ser dada a possibilidade de que o mesmo seja exercido por todos os cidadãos em sentido lato. Além disso, deve ter um foco ampliado para os aspectos financeiros e orçamentários da administração pública a fim de imprimir a estes a vontade popular (CONCEIÇÃO, 2010).

Pelo exposto, verifica-se o quanto é importante o estudo do governo eletrônico, como

ferramenta do Poder Público no sentido de implementar a transparência e o acesso à

informação, como também de permitir à população um controle social da gestão pública.

5.2 Apresentação dos itens do Portal Corporativo.

Os itens relacionados ao portal corporativo foram compilados e apresentados na TABELA 2.

Sua análise demonstrou que índices como o PC-1, PC-2 e PC-3 estavam presentes em 100%

dos sites dos TCEs.

Tabela 2 - Frequência para os itens do portal corporativo.

Portais Corporativos N % PC-1 O portal possui uma central de noticias 28 100,0% PC-2 O portal funciona em vários navegadores 28 100,0% PC-3 As informações e serviços estão localizados na primeira página 28 100,0% PC-4 O portal funciona em vários dispositivos 27 96,4% PC-5 O portal apresenta busca para processos 26 92,9% PC-6 O portal carrega rapidamente 25 89,3% PC-7 O portal apresenta busca como recurso nativo 20 71,4%

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PC-8 O portal apresenta resultados na busca de acordo com a expressão pesquisada 17 60,7%

PC-9 O portal possui links com as redes sociais 17 60,7% PC-10 O portal possui newsletter 6 21,4% PC-11 O portal está disponível em outros idiomas 1 3,6% Fonte: Elaborada pelo autor.

De acordo com Freitas, Quintanilla, Nogueira (2004), o portal eletrônico deve compreender

que sua página inicial funciona como a porta de entrada do usuário. Por este motivo, deve

apresentar uma estrutura clara e objetiva, evitando os excessos, como acúmulo de banners e

anúncios. A informação deve ser de fácil localização, para que a página não se torne pouco

atraente para ser navegada.

Ainda de acordo com os autores supracitados, os portais eletrônicos dos TCEs devem

apresentar uma estrutura mínima que contemplem itens como: dados institucionais,

ferramenta de busca, serviço de “Fale Conosco” e uma seção de notícias atualizada. Na

pesquisa realizada, itens que incluem o recurso de ferramenta de busca, tais como PC-5, PC-7

e PC-8, estavam presentes, respectivamente, em 92,9%, 71,4% e 60,7% dos TCEs avaliados,

conforme FIGURA 19 e 20. Isso demonstra certa preocupação dos portais em facilitar o

acesso à informação pelo usuário.

Figura 19: Item PC-5 presente no portal eletrônico do TCEBA

Fonte: TCEBA

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Figura 20: Itens PC-7 e C-8 evidenciados no portal eletrônico do TCEPR

Fonte: TCEPR

Com relação ao recurso de notícias disponibilizadas, a pesquisa evidenciou que 100% dos

portais dos TCEs avaliados apresenta uma central de notícias (PC-1), representada na

FIGURA 21Figura 21. Entretanto, nem todas as centrais de notícias analisadas se

encontravam devidamente atualizadas.

Figura 21: Central de notícias do portal eletrônico do TCERR

Fonte: TCERR

No Gráfico 2, os itens do portal corporativo também foram apresentados com base no

percentual de presença nos sites dos TCEs.

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Gráfico 2 - Gráfico de barras para os itens do portal corporativo

Fonte: Elaborado pelo autor. Essa análise ainda ressalta que itens como PC-10 e PC-11 foram os menos presentes nos

portais dos TCEs, apresentando porcentagem de 21,4% e 3,6% respectivamente. Nesta

temática de portais corporativos, buscou-se, ainda, averiguar se eles contemplavam itens

relacionados às redes sociais como um mecanismo de ampliação dos espaços para a

participação social. De acordo com a análise feita, o item PC-9, caracterizado como a

presença de links com as redes sociais, foi visualizado em 60,7% dos TCEs, conforme

FIGURA 22.

Figura 22: Item PC-9 disponibilizado no portal eletrônico do TCESP

Fonte: TCESP

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De acordo com informações obtidas na Diretriz 2 – Redação web para mídias sociais –,

disponível na Cartilha Redação (BRASIL, 2010b), as redes sociais permitem que os usuários

tenham oportunidade de expor suas opiniões e manifestar suas considerações sobre as

questões de ordem pública, sem limitações, como o lugar em que esteja em determinado

momento. É um meio rápido, eficaz e que possibilita a tomada de decisão em fóruns

eletrônicos que são disponibilizados por esta ferramenta e permitem a interação entre os

cidadãos.

5.3 Apresentação dos itens da Usabilidade

Martín (2005) define usabilidade como o nível de facilidade de uso de um sistema. Em

verdade, pode-se inferir que usabilidade engloba um conjunto de ferramentas tecnológicas

que proporcionam aos usuários a realização de tarefas no computador de forma fácil e ágil. É

por meio da usabilidade que os usuários podem executar tarefas em meios gráficos de

computador com simplicidade e eficácia.

Dos itens relacionados à usabilidade, destacaram-se: US-1, US-2, US-3 e US-4 como os que

estavam disponíveis em 100% dos portais analisados, conforme ilustrado na TABELA 3. Já

os itens US-17, US-18 e US-19 se fizeram presentes em menos de 50% dos sites dos TCEs.

Tabela 3 - Frequência para os itens da usabilidade.

Usabilidade N % US-1 O portal é simples em termos de navegação 28 100,0%

US-2 O portal oferece serviços e informações para os órgãos jurisdicionados 28 100,0%

US-3 O portal oferece serviços e informações para os cidadãos 28 100,0% US-4 O portal se preocupou em reduzir o acúmulo navegacional 28 100,0% US-5 Os menus e os links são sucintos 27 96,4%

US-6 O posicionamento da logomarca do portal se encontra no canto superior esquerdo 27 96,4%

US-7 As noticias possuem data 27 96,4% US-8 O primeiro parágrafo apresenta a ideia central do conteúdo 27 96,4% US-9 A linguagem utilizada no portal e de fácil entendimento 27 96,4% US-10 O conteúdo do portal esta disponível em áudio 25 89,3% US-11 O conteúdo do portal esta disponível em vídeo 25 89,3% US-12 O conteúdo do portal esta disponível para impressão 20 71,4%

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US-13 O design da url do portal é simples 18 64,3% US-14 Existe o link chamado mapa do site 17 60,7% US-15 Os links da página principal contêm um resumo do conteúdo 16 57,1% US-16 O conteúdo do portal esta disponível para envio de e-mail 14 50,0% US-17 O portal possui o recurso de breadcrumbs 11 39,3% US-18 A url funciona sem o www. 10 35,7% US-19 O responsável pelo conteúdo e informado 8 28,6% US-20 O conteúdo do portal apresenta botão de retorno 4 14,3% US-21 As noticias possuem data de atualização 2 7,1%

Fonte: Elaborada pelo autor.

O item US-8, que relata se o primeiro parágrafo apresenta a ideia central do conteúdo, e o

item US-9, que caracteriza se a linguagem utilizada no portal é de fácil entendimento,

apresentam-se na FIGURA 23, são recursos de usabilidade que se mostraram presentes em

96,4% dos portais dos portais de TCEs analisados. Tais dados são de grande relevância, pois,

segundo Nascimento e Amaral (2010), estudos realizados sobre a usabilidade revelam que o

usuário, ao buscar um conteúdo que lhe interessa em um portal, muito raramente tem como

conduta ler palavra por palavra. O que acontece é que o cidadão se concentra na busca por

títulos e indicações do teor de uma página, o que pode se tornar algo complexo quando a

linguagem utilizada é de difícil compreensão.

Figura 23: Itens US-8 e US-9 evidenciados no portal eletrônico do TCERJ

Fonte: TCERJ

Conforme Dias (2003), os portais corporativos têm como critério o armazenamento de

diversos acervos de conteúdos, que se encontram distribuídos por temas e assuntos. A

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apresentação desses conteúdos de forma simples e fácil é que possibilita a conexão das

pessoas às informações disponíveis. O portal, para apresentar boa avaliação de usabilidade

não basta disponibilizar a informação; isso deve ser feito de forma que o usuário consiga

acessar os dados procurados com simplicidade e eficácia.

A análise realizada evidencia que a maioria dos TCEs demonstrou na elaboração de seus

portais a preocupação com a apresentação do conteúdo, seguindo os princípios de Nielsen e

Loranger (2007), ao relatarem que, para se disponibilizar informações em portais

corporativos, deve-se basear em três premissas: ser sucinto; reduzir bastante um texto retirado

de uma versão impressa; e escrever o texto que proporcione facilidade de leitura ao empregar

palavras-chave, sentenças e utilizar hipertexto, a fim de aprofundar no assunto tratado.

Outro ponto de grande importância se relaciona aos itens US-1 e US-5, conforme FIGURA

24, que se mostraram presentes em 100% e 96,4%, respectivamente. Eles dizem respeito à

navegação e à apresentação de menus e links e mostraram uma execução eficiente em

praticamente todos os portais analisados. Informações contidas na Cartilha de Usabilidade

recomendam: “O sítio deve ser estruturado de forma lógica para o cidadão. Não é necessário

que existam links para todo o conteúdo da página inicial, mas todo conteúdo deve ser

facilmente acessado através da estrutura” (BRASIL, 2010, p. 14). Ainda, ressalta que os links

devem, de forma geral, ser sucintos e impactantes.

Figura 24: Itens US-1 e US-5 evidenciados no portal eletrônico do TCEPR

Fonte: TCEPR

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No estudo, também foi avaliado se o conteúdo do portal apresenta botão de retorno (US-20),

como apresentado na Figura 25. Apenas 14,3% dos portais analisado apresentaram esse

recurso. De acordo com Nielsen e Loranger (2007), esta ferramenta é interessante porque

oferece ao usuário alternativas de navegação quando o mesmo completou seu objetivo.

Figura 25: US-20 presente no portal eletrônico do TCERJ

Fonte: TCERJ

Nos sites dos TCEs analisados, o item US-21 estava presente somente em 7,1% dos TCEs. É

o item menos presente, de acordo com o Gráfico 3, que reflete a presença em percentual dos

itens de usabilidade em estudo.

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Gráfico 3 - Gráfico de barras para os itens da usabilidade

Fonte: Elaborado pelo autor. Os itens: “O portal oferece serviços e informações para os órgãos jurisdicionados” e “O portal

oferece serviços e informações para os cidadãos”, de acordo com o Gráfico 3, mostraram-se

presentes em 100% dos TCEs analisados. Isso evidencia eficiência no serviço prestado, uma

vez que o uso da rede para a desburocratização dos serviços possibilita ao jurisdicionado e ao

cidadão usufruir destes serviços sem ter que se dirigir até os TCEs, conforme FIGURA 26.

Figura 26: Serviços e informações disponíveis para órgãos jurisdicionados e cidadãos do

TCEES

Fonte: TCEES

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De acordo com as diretrizes do Guia de Administração (BRASIL, 2011b), as informações e os

serviços disponibilizados nos portais corporativos devem ter como foco o cidadão. Além

disso, deve-se levar em consideração que os serviços devem ocupar um espaço privilegiado e

que o conteúdo, incluindo qualquer serviço ou informação, deve ter sempre fácil localização.

O recurso de mapa de site, também avaliado na pesquisa, mostrou-se presente em mais de

60,7% dos portais avaliados, conforme Figura 27. Esta ferramenta de mapa do site, serve

como mecanismo para a localização de determinadas informações, uma vez que estas nem

sempre estão claras no portal. A cartilha de usabilidade preconiza a utilização do mapa do site

com o seguinte argumento: “O sítio deve fazer uso de tutoriais e auxílios à navegação, como

um mapa do sítio. Os conceitos e termos utilizados devem estar bem explicados” (BRASIL,

2010c, p. 15).

Figura 27: Recurso de mapa de site presente no portal eletrônico do TCERO

Fonte: TCERO

Esse recurso tem como finalidade primordial possibilitar ao cidadão encontrar aquilo que

buscam de maneira simplificada e sentir-se a vontade para retornar ao portal sempre que

necessário ou quando desejar. Portanto, os portais os sítios devem ser estruturados de forma

lógica e todo o conteúdo deve disponibilizado facilmente na estrutura do portal.

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O item “O portal se preocupou em reduzir o acúmulo navegacional” foi um dos recursos de

usabilidade que foi evidenciado em 100% dos portais dos TCEs analisados, conforme

FIGURA 28. Outro item que avaliou se os links da página principal contêm um resumo do

conteúdo se mostrou presente em apenas 57,1% dos portais. Isso remete à ideia proposta por

Nielsen (2000) de que a redução do acúmulo navegacional depende de alguns métodos, tais

como: agregação de unidades menores em uma única unidade (os subsites), sumarização,

representação de grandes quantidades de informações por uma quantidade menor (imagens

em miniatura e resumos), filtragem (exibição apenas dos dados importantes para os usuários),

omissão, disponibilização do início da informação para criar interesse, exibição do conteúdo

completo como opção de link e representações baseadas em exemplos que se parece com a

omissão.

Figura 28: Recursos para redução do acúmulo navegacional presentes no portal

eletrônico do TCEAM

Fonte: TCEAM

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Outro recurso de usabilidade analisado foi o de breadcrumbs, que segundo Memória (2005, p.

64), é muito utilizado em portais e indica o caminho percorrido pelo usuário, por meio da

navegação do portal. No entanto, nesta pesquisa tal item se mostrou presente em 39,3% dos

portais. O resultado abaixo do esperado pode ser justificado pelo que foi observado na análise

realizada no TCEMG. Neste portal, o caminho percorrido pelo usuário pode ser visualizado,

no entanto o usuário não consegue retornar para os caminhos seguidos ao clicar no link,

conforme propõe o recurso breadcrumbs, o que o descaracteriza tal recurso, como

apresentado na FIGURA 29.

Figura 29: Recurso de Breadcrumbs presente no portal eletrônico do TCEMG

Fonte: TCEMG

Outro recurso também apresentado na pesquisa refere-se ao posicionamento da logomarca do

portal, que se mostrou presente em 96,4% dos TCEs, conforme FIGURA 30. O preconizado

pela literatura é que o logotipo esteja em destaque na página principal, além de bem

posicionado. No geral, ele se encontra no canto superior esquerdo, para fácil identificação do

usuário e para que o cidadão compreenda o que o portão faz. Conforme com Nielsen (2000, p.

166), “as respostas não devem vir na forma das terríveis missões às vezes vistas em sites

excessivamente burocráticos”.

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Figura 30: Presença e localização da logomarca no portal eletrônico do TCEPR

Fonte: TCEPR

No critério de usabilidade, foi avaliado ainda o item que aborda se conteúdo do portal está

disponível para impressão, como observado na FIGURA 31. Este se mostrou presente em

71,4% dos portais dos TCEs analisados. A Cartilha de Codificação (BRASIL, 2010a),

preconiza que os portais disponibilizem ferramentas de impressão amigável, seja via

javascript ou via utilização de uma CSS voltada para a impressão. Além disso, a real

necessidade do usuário deve ser averiguada, priorizando elementos essenciais e retirando da

impressão aqueles menos relevantes, como banners e menus, conforme FIGURA 32.

Figura 31: Disponibilidade de conteúdo pra impressão no portal eletrônico do TCEMG

Fonte: TCEMG

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Figura 32: Retirada de elementos desnecessários na impressão no portal eletrônico do

TCEMG

Fonte: TCEMG

Conforme ideias propostas por Fleming (1998), a usabilidade deve ser uma ferramenta

estratégica para se assegurar a qualidade de navegação (em níveis de ser facilmente

apreendido), ter consistência, dar retorno, estar contextualizada, oferecer alternativas, garantir

economia de tempo e ações, prover mensagens visuais claras, criar nomenclaturas claras,

seguir o propósito do portal e auxiliar os usuários a atingirem seus objetivos. Portanto, os

critérios de usabilidade utilizados visaram analisar se os portais dos TCEs atendiam aos

diferentes públicos-alvo com clareza e se a navegação era lógica e intuitiva. Além disso,

também foi avaliado se a manutenção do conteúdo ocorria de forma atualizada e se os mapas

informavam todos os lugares a serem explorados.

5.4 Criação e comparação dos índices entre as TCEs

Na análise descritiva, os itens relacionados a governo eletrônico, portais corporativos e

usabilidade foram representados por meio de frequência absoluta e frequência relativa. Para

complementar essa análise, foram criados índices com a finalidade de resumir as informações

dos itens em estudo e, ainda, facilitar a comparação entre os TCEs.

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Muitas vezes, os termos índice e indicador são utilizados como sinônimos de forma errônea.

Isso evidencia certa confusão em relação a seu significado desses termos. A OCDE (2013)

define indicador como uma variável que representa um dado estatístico referente a

determinado período de tempo, local e outras características. O período de tempo pode referir

se a um momento no tempo ou a um intervalo de tempo. Para Mueller et al. (1997), um

indicador pode ser um dado individual ou um agregado de informações. Ressaltam ainda, que

um bom indicador deve ter como atributos: simples entendimento, quantificação estatística e

lógica coerente e comunicação eficientemente do estado do fenômeno observado. Shields et

al. (2002) ressaltam que índice revela o estado de um sistema ou fenômeno. OCDE (2013)

complementa essa definição ao afirmar que o índice representa uma medida estatística que

quantifica as variações verificadas numa dada variável ao longo do tempo ou do espaço.

Nesta pesquisa, utilizou-se como conceito de índice a definição proposta por Siche et. al

(2007), que caracterizam tal temor como um valor numérico que representa a correta

interpretação da realidade de um sistema simples ou complexo (natural, econômico ou social),

utilizando em seu cálculo bases científicas e métodos adequados. O índice pode servir como

um instrumento de tomada de decisão e previsão. É considerado um nível superior da junção

de um jogo de indicadores ou variáveis.

Com a finalidade de resumir as informações dos itens e facilitar a comparação entre os TCEs

foram construídos os índices, já explicitados anteriormente, conforme FIGURA 33.

Figura 33: Índices utilizados na análise estatística

Fonte: Elaborada pelo autor

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Os índices criados para medir o governo eletrônico, o portal corporativo e a usabilidade

variam de 0 a 100, sendo que quanto mais próximo de 100 melhor a avaliação dos itens em

estudo.

Dessa forma, ao avaliar a TABELA 4, pode-se dizer que a média geral do índice do governo

eletrônico foi de 70,7, com um desvio-padrão de 10,9, indicando que, em média, 70,7% dos

25 itens avaliados estavam presentes. A média geral do índice do portal corporativo foi de

72,4, com um desvio-padrão de 14,1. Isso quer dizer que em média 72,4% dos 11 itens

avaliados estavam disponíveis nos sites analisados. Já em relação ao índice geral de

usabilidade, verificou-se que a média geral foi de 70,9, com um desvio-padrão de 7,8, o que

sugere que em média 70,9% dos 21 itens avaliados estavam presentes. Para essa análise

utilizaram-se como base os 28 sites dos TCEs.

5.5 Apresentação dos índices de Governo Eletrônico, Portal Corporativo e

Usabilidade por TCE.

Tabela 4 - Índices

TCE Governo

Eletrônico Portal

Corporativo Usabilidade

TCEMG 96,0 72,7 61,9 TCESP 64,0 90,9 66,7 TCERJ 76,0 81,8 85,7 TCEES 72,0 72,7 61,9 TCEPR 88,0 90,9 76,2 TCESC 80,0 63,6 61,9 TCERS 76,0 81,8 76,2 TCEGO 60,0 54,5 71,4 TCEMT 60,0 81,8 57,1 TCEMS 60,0 81,8 71,4 TCEDF 68,0 81,8 71,4 TCEAM 72,0 81,8 71,4 TCEPA 80,0 63,6 66,7 TCETO 72,0 81,8 61,9 TCERO 84,0 54,5 71,4 TCERR 88,0 81,8 71,4 TCEAC 48,0 45,5 71,4 TCEAP 64,0 45,5 61,9 TCEBA 68,0 72,7 61,9 TCESE 64,0 63,6 71,4 TCEAL 68,0 81,8 85,7

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TCEPE 68,0 72,7 81,0 TCEPB 68,0 72,7 76,2 TCERN 48,0 36,4 61,9 TCECE 76,0 81,8 81,0 TCEMA 72,0 72,7 71,4 TCEPI 68,0 81,8 81,0 TCEUNIAO 72,0 81,8 76,2 Geral 70.7 (10.9) 72,4 (14.1) 70.9 (7.8)

Fonte: Elaborada pelo autor.

Ao observar o índice do governo eletrônico, tem-se que MG, PR, RO e RR se destacaram

como os melhores portais, apresentando índice de desvio-padrão mais elevados. Já AC e RN

apresentaram desvio-padrão da média mais baixos, o que os caracteriza como os piores

portais dos TCEs para governo eletrônico.

A análise do índice do portal corporativo demonstra que os sites dos TCEs de SP e PR

apresentaram desvio-padrão da média mais elevados, destacando-se como os melhores portais

dos TCEs para este portal corporativo Já os sites dos TCEs de GO, RO, AC, AP e RN

apresentaram desvio-padrão da média mais baixos, destacando-se como os piores portais dos

TCEs para portal corporativo.

Com relação ao índice da usabilidade, nota-se que os portais dos TCEs de RJ, PE, AL, CE e

PI apresentaram desvio-padrão da média mais elevado. Tal fato caracteriza estes portais como

os melhores dos TCEs com relação à usabilidade. Por apresentarem desvio-padrão da média

mais baixos, os portais dos TCEs de MG, ES, SC, MT, TO, AP, BA e RN destacaram-se

como os piores portais dos TCEs para usabilidade.

Os índices de governo eletrônico, portal corporativo e usabilidade por TCE estão

representados no GRÁFICO 4:

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Gráfico 4 - Gráfico de barras apresentando os índices de governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade por TCE

Fonte: Elaborado pelo autor. Na análise estatística proposta foi verificou-se a possível correlação entre os índices do

governo eletrônico, portal corporativo e usabilidade, assim como a similaridade entre os TCEs

e entre os itens avaliados.

5.6 Análise de Correlação entre os Índices de Governo Eletrônico, Portal

Corporativo e Usabilidade

A matriz de correlação de Pearson, presente na TABELA 5, evidenciou uma correlação

significativa (valor-p = 0,027) e positiva (r = 0,42) entre os índices de governo eletrônico e

portal corporativo. O valor-p é uma estatística utilizada para resumir o resultado de um teste

de hipóteses. É definido como o probabilismo de se alcançar uma estatística de teste igual ou

mais extrema que aquela evidenciada em uma amostra, admitindo-se como verdadeira a

hipótese nula. Usualmente, estabelece-se o nível de significância em 5%. Um valor-p menor

que 0,05 gera evidências para a rejeição da hipótese nula do teste, tornando-se significativa.

Logo, quanto mais itens do governo eletrônico o TCE apresentar em seu site, maior tende a

ser o número de itens do portal corporativo. Não houve correlações significativas do índice da

usabilidade com governo eletrônico e portal corporativo.

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Tabela 5 - Matriz de correlação de Pearson entre os índices de governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade.

Matriz de Correlação

Governo Eletrônico

Portal Corporativo Usabilidade

r Valor-p r Valor-p r Valor-p Governo Eletrônico 1 - Portal Corporativo 0,42 0,027 1 - Usabilidade 0,10 0,615 0,35 0,069 1 -

Fonte: Elaborada pelo autor. No Gráfico 5, visualiza-se a correlação significativa e positiva entre os índices governo

eletrônico e portal corporativo, mediante a utilização do diagrama de dispersão. Segundo

Anselin (1996), o diagrama de dispersão de Moran é uma das formas de interpretar a

estatística de Moran. Em outras palavras, trata-se uma representação do coeficiente de

regressão, que permite visualizar a correlação linear entre z e Wz por meio do gráfico de duas

variáveis. No caso específico da estatística de Moran, tem-se o gráfico de Wz e z. Portanto, o

coeficiente de Moran será a inclinação da curva de regressão de Wz contra z. Esta inclinação

indicará o grau de ajustamento.

Gráfico 5 - Diagrama de dispersão entre os índices de governo eletrônico e portal

corporativo

Fonte: Elaborado pelo autor.

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5.7 Análise de Agrupamento dos TCEs

Com o objetivo de agrupar os TCEs tomando como base os itens de governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade, foi utilizada uma análise hierárquica de agrupamento, com adoção

do método Ward e do coeficiente de Jacard para medir a similaridade entre os TCEs. O

coeficiente de similaridade de Jacard foi escolhido, pois a matriz original era toda binária.

Dessa forma, foi apresentado o dendograma para o agrupamento dos TCEs no Gráfico 6. O

dendograma é uma ferramenta apropriada para definir o número de grupos a trabalhar. Uma

boa classificação pode ser obtida por cortar o dendograma numa zona em que as separações

entre classes correspondam a grandes distâncias (dissimilaridades). Assim, cortando o

dendograma nas zonas onde as separações entre classes correspondem as maiores distâncias,

seriam formados dois ou seis grupos. Trabalhar com apenas dois grupos, não seria muito

informativo para esta pesquisa. Enquanto que com seis grupos o TCE de RN representaria

sozinho um único grupo. Portanto, foi definido que seriam trabalhados cinco grupos (A, B, C,

D e E), com uma ressalva no grupo B, visto que o TCE de RN não se apresentou tão similar

com relação aos outros dois TCEs que fazem parte do grupo: AC e AP.

Gráfico 6 - Dendograma para o agrupamento dos TCEs

Fonte: Elaborado pelo autor.

Na TABELA 6, caracteriza cada grupo com relação aos índices de governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade. Assim, tem-se que o grupo “A” (SE, SC, MG e RO) apresenta alto

índice de governo eletrônico e baixo índice de portal corporativo e usabilidade. O grupo “B”

(RN, AC e AP) se caracteriza por apresentar os menores índices de governo eletrônico, portal

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corporativo e usabilidade. O grupo “C” (PA, RR, PR, CE, RJ, União, RS e MA) se

caracteriza por apresentar os maiores índices de governo eletrônico, portal corporativo e

usabilidade. O grupo “D” (BA, PI, AM, TO, AL e PE) demonstra apresentar alto índice do

portal corporativo e usabilidade e baixo índice do governo eletrônico. No último grupo “E”

(SP, ES, MS, PB, GO, MT e DF) evidencia-se alto índice de portal corporativo e baixo índice

de governo eletrônico e usabilidade.

Tabela 6 - Comparação das médias dos índices governo eletrônico, portal corporativo e

usabilidade por grupo.

Índices Geral (n=28)

A (n=4) B (n=3) C (n=8) D (n=6) E (n=7)

Governo Eletrônico 70,71

81,00 53,33 78,50 69,33 64,57

Portal Corporativo 72,40

63,64 42,42 79,55 78,79 76,62

Usabilidade 70,92 66,67 65,08 75,60 73,81 68,03 Fonte: Elaborada pelo autor.

5.8 Análise de Agrupamento dos Itens do Governo Eletrônico, Portal

Corporativo e Usabilidade

Para agrupar os itens de governo eletrônico, portal corporativo e usabilidade, a matriz original

binária foi transposta e realizada novamente uma análise hierárquica de agrupamento,

utilizando o método Ward e o coeficiente de Jacard, para medir a similaridade entre os itens.

Para facilitar a análise, com base na apresentação de padrões similares, consideraram-se seis

agrupamentos, conforme ilustrado abaixo:

Quadro 10 - Agrupamento com base na apresentação de padrões similares:

GRUPO 1

PC-10 (o portal possui newsletter), US-7 (as notícias possuem data), GE-19 (o

portal possui horário de funcionamento), GE-24 (o portal possui recurso de

contraste), GE-6 (o portal possui telefone do órgão), GE-7 (o portal possui

endereço) e GE-8 (o portal disponibiliza a prestação de contas)

GRUPO 2 GE-25 (o portão possui termos de uso e privacidade) e US-6 (o posicionamento

da logomarca do portal se encontra no canto superior esquerdo).

GRUPO 3 PC-11 (o portal disponível em outros idiomas) e US-10 (o conteúdo do portão

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está disponível em áudio).

GRUPO 4

GE-2 (os serviços do tribunal estão destacados na página principal), GE-15 (o

portal possui um link para lei de acesso a informação), GE-11 (o portal apresenta

relatórios de gestão fiscal), GE-14 (o portão possui um diário oficial), PC-7 (o

portal apresenta busca como recurso ativo), GE-4 (o portal apresenta legislação),

US-3 (o portal oferece serviços e informações para os cidadãos), GE-10 (Os

serviços estão disponíveis eletronicamente em tempo integral), PC-6 (o portal

carrega rapidamente), PC-3 (as informações e serviços estão localizados na

primeira página), US-15 (os links da página principal contêm um resumo do

conteúdo), US-16 (o conteúdo do portal está disponível para envio de e-mail), US-

4 (o portal de preocupou em reduzir o acúmulo navegacional ) e US-5 (os meus e

os links são sucintos).

GRUPO 5

US-20 (o conteúdo do portal apresenta botão de retorno), GE-20 (o portal

apresenta as contas do governador), US-18 (a url funciona sem o WWW.), GE-23

(o portal possui o recurso de aumento de fonte) e US-17 (o portal possui o recurso

de breadcrumbs)

GRUPO 6

GE-12 (o portal apresenta a competência do órgão), GE-13 (o portão possui um

link para ouvidoria), US-8 (o primeiro parágrafo apresenta a ideia central do

conteúdo), GE-16 (o portal possui um link de Fale Conosco), GE-5 (o portal

apresenta a relação de licitações), PC-8 (o portal apresenta resultados na busca

como recurso nativo), US-9 (a linguagem utilizada no portal é de fácil

entendimento), US19 (o responsável pelo conteúdo é informado), PC-1 (o portal

possui uma central de notícias), PC-2 (o portal funciona em vários navegadores),

GE-18 (o portal apresenta relatórios de atividades) e US-2 (o portal oferece

serviços e informações para os cidadãos).

Fonte: Elaborado pelo autor.

É importante frisar que, em um mesmo grupo, o TCE que apresentava um dos itens tinha a

tendência a apresentar os demais itens que compunham o grupo, conforme ilustrado no

QUADRO 10 e mais evidenciado no GRÁFICO 7.

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Gráfico 7 - Dendograma para o agrupamento dos itens do governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade

Fonte: Elaborado pelo autor.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As tecnologias de informação e comunicação (TICs) sofreram notável avanço nos últimos

tempos, o que contribuiu enormemente para que se tornassem importante ferramenta de

gerenciamento de informação, possibilitando o estabelecimento de uma relação mais próxima

entre o Estado e a sociedade. Em função disso, os governos intensificaram a utilização destas

ferramentas tecnológicas para promover uma nova forma de se comunicar, administrar e

gerenciar as informações.

O emprego das TICs pelo Estado apresentou como consequências diretas o aumento da

qualidade dos serviços prestados e maior transparência em relação à aplicação dos recursos

públicos, favorecendo a transparência pública e o controle social. A utilização de recursos

tecnológicos, por exemplo a usabilidade em portais corporativos, como demonstrado no neste

estudo, tendo como foco os portais dos Tribunais de Contas, representa importante

instrumento do governo eletrônico para a promoção da acessibilidade do cidadão à

Administração Pública.

Esta dissertação teve por objetivo avaliar as características de governo eletrônico, portal

corporativo e usabilidade enquanto ferramentas que facilitam o fortalecimento da

transparência pública e controle social empregadas em portais dos Tribunais de Contas. Para

tal, a análise quantitativa e análise qualitativa, realizadas, com base em uma abordagem de

métodos múltiplos, apoiou-se no estabelecimento de um instrumento de pesquisa elaborado e

adaptado a um conjunto de critérios para avaliação dos portais dos Tribunais de Contas. Tais

critérios foram construídos a partir de dados coletados, que teve como suporte em uma ampla

revisão de literatura realizada sobre os temas: “Governo eletrônico”, “Portais corporativos” e

“Usabilidade”, juntamente com critérios e estudos propostos pelos seguintes autores:

BARBOZA, NUNES, SENA (2000), BRASIL (2010) e FREITAS, QUINTANILLA,

NOGUEIRA (2004).

A coleta de dados foi realizada em dois momentos distintos. No primeiro, procedeu-se à

coleta dos dados qualitativos. Os 28 portais dos TCEs foram acessados e, com base nos

critérios previamente selecionados, foram realizadas as avaliações pertinentes, o que gerou a

construção de um documento. No segundo, realizou-se análise quantitativa. A coleta de dados

também foi realizada conforme os critérios apresentados e previamente estabelecidos. Mais

uma vez, os 28 portais dos TCEs foram acessados. Como instrumento de registro, utilizou-se

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uma matriz binária. De forma simplificada, foi atribuída uma pontuação (0 ou 1) para cada

quesito, em que 1 era relativo ao preenchimento do critério em estudo e 0 era relativo ao não

preenchimento dos critérios analisados, de acordo com a lista de verificações adaptada.

Deste estudo realizado, por meio de uma abordagem de métodos múltiplos, foi possível obter

alguns resultados. Ao se considerar o índice do governo eletrônico foi verificado que os

portais dos TCEs de MG, PR, RO e RR apresentaram desvio-padrão superior à média,

destacando-se como os melhores portais dos TCEs para esta ferramenta. Os portais dos TCEs

de AC e RN apresentaram desvio-padrão inferior à média, destacando-se como os piores

portais dos TCEs para esta ferramenta.

Ao se analisar o índice do portal corporativo, apurou-se que os portais dos TCEs de SP e PR

apresentaram desvio-padrão superior à média, destacando-se como os melhores portais dos

TCEs para esta ferramenta. Já os portais dos TCEs de GO, RO, AC, AP e RN apresentaram

desvio-padrão inferior à média, o que os classificam como os piores portais dos TCEs para

esta ferramenta.

Sob o ponto de vista da usabilidade apurou-se que os portais dos TCEs de RJ, PE, AL, CE e

PI apresentaram desvio-padrão superior à média, caracterizando-os como os melhores portais

dos TCEs para esta ferramenta. Em contrapartida, os portais dos TCEs de MG, ES, SC, MT,

TO, AP, BA e RN apresentaram um desvio-padrão inferior à média, se destacando como os

piores portais dos TCEs para esta ferramenta.

Este estudo apresentou algumas limitações. A primeira se refere ao processo metodológico,

que poderia ter incluído em sua coleta de dados a execução de entrevista com os profissionais

responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção dos portais eletrônicos dos Tribunais de

Contas avaliados. Além disso, para dar maior robustez aos resultados apresentados também

poderia ter sido executado a comparação dos resultados encontrados dos portais dos TCEs

brasileiros em relação aos TCEs internacionais.

Embora tais limitações tenham sido descritas, o objetivo da dissertação foi alcançado. Ao

longo da análise realizada, foi possível identificar os instrumentos governo eletrônico, portais

corporativos e usabilidade adotados nos portais dos Tribunais de Contas do Estado (TCE),

procedendo-se a avaliação dos portais dos TCEs de acordo com os instrumentos identificados

e à realização da análise descritiva proposta inicialmente destes itens selecionados.

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Os tribunais similares foram agrupados a partir dos itens relacionados ao governo eletrônico,

portais corporativos e usabilidade, o que permitiu evidenciar as relações entre estes

elementos. Portanto, a pesquisa propiciou conhecimento bastante amplo sobre os portais

corporativos e o uso do governo eletrônico e usabilidade, sendo estes elementos essenciais

para a promoção da transparência pública e o controle social.

Ao longo do trabalho realizado ficou subtendido, a partir das análises realizadas que os portais

corporativos enquanto importante ferramenta do governo eletrônico tem propiciado uma nova

forma dos cidadãos interagirem e se apropriarem de informações referentes ao governo em

todas as suas esferas.

Por fim, este estudo estabeleceu uma contribuição simbólica para o conhecimento dos portais

corporativos, que se caracteriza como um instrumento valioso para a construção de um

governo eletrônico baseado na promoção da transparência pública e do controle social. Dada a

importância do tema, considera-se que muito há ainda para se percorrer nesse campo de

investigação sendo, portanto, um campo amplo de trabalho para outros investigadores.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO 1 - Roteiro para Avaliação dos Sites Usabilidade Elaborado Através da Revisão da Literatura

Passo 1: Desempenho - à luz dos autores estudados identificar:

- Tempo de resposta rápido, download de imagens, animações e mudanças de páginas –

cerca de “menos de um segundo quando passam de uma página à outra se quiserem

navegar livremente” (NIELSEN, 2000, p. 42);

- Imagens e animação - “o de despertar a atenção, contribuir para identificar o produto

ou a marca, expressar ou reforçar uma mensagem, formar uma atmosfera adequada”

(PINHO, 2000, p. 147);

- Identificação – mapeamento - de links de navegação estrutural, associativos e listas de

referências adicionais;

- Identificação de links sucintos e impactantes, além da diferenciação das cores daqueles

links já visitados – preferência da cor azul para os links não visitados e vermelho ou

roxo para os visitados anteriormente (NIELSEN, LORANGER, 2007);

- Identificação de links publicitários - leva os usuários às páginas diretamente que

contém as promoções;

- Identificação da URL, endereço do site, deve ser a mesma para determinar a página;

- Simplicidade do design da página;

- Testar formulários;

Passo 2: Relevância do conteúdo - à luz dos autores estudados identificar:

- Determinação do espaço reservado para o conteúdo - “notícias, softwares, games,

entretenimento, esportes, propaganda e comunidades on-line engajadas em diferentes

temas etc.”. (MEMÓRIA, 2005, p. 140);

- Análise do conteúdo se é voltado para o usuário - ‘O que tenho a ganhar?’ e ‘Como

isso ajuda a resolver meu problema?’ (NIELSEN, 2000, p. 160);

- Informações precisas e rápidas;

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- Apresentação do conteúdo: texto para Web – deve ser sucinto, empregar palavras-

chaves e hipertexto;

- Determinação de níveis e significância dos títulos - devem estruturar-se em dois ou até

três níveis de títulos, em título de página e subtítulos; os títulos têm que ser

significativos para sistematizar o conteúdo principal do qual se trata o assunto, além

de serem concisos – constituídos de duas a seis palavras (NIELSEN, 2000);

- Destaque dos títulos e do grau de vinculação com o contexto;

- Verificar se há artigos definidos e indefinidos no início dos títulos;

- Identificar marcadores para quebrar o fluxo de blocos de textos uniformes;

- Levantamento de metáforas e humor nos sites;

- Barra de rolagem;

- Utilização de recursos multimídia, animação, vídeo e áudio e o nível de acessibilidade,

visualizar estruturas tridimensionais e chamar atenção” (NIELSEN, 2000, p. 143).

Passo 3: O design do site - à luz dos autores estudados identificar:

- Simplicidade no design do site; arquitetura e navegação clara;

- Identificar a harmonia do site;

- Identificar se a página principal do site é diferenciada das páginas internas;

- Determinar se há telas de entrada, antes da página principal;

- Identificar a tipologia principal - segundo a família, o tamanho do corpo e estilos –

redondo, itálico e negrito (PINHO, 2000);

- Movimento dos olhos organização dos elementos à proximidade e alinhamento para

que formem uma unidade e hierarquia no layout (PINHO, 2000);

- Determinação da legibilidade contraste, tamanhos das fontes, fontes sem serifas

(PINHO, 2000);

- Identificar o posicionamento do logotipo da marca - deve estar evidente na página

principal e bem posicionado, geralmente, se encontra no canto superior esquerdo para

que o usuário identifique e saiba onde ele está e o que o site faz. “As respostas não

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devem vir na forma das terríveis missões às vezes vistas em sites excessivamente

burocráticos” (NIELSEN, 2000, p.166);

- - Identificar as notícias e promoções na página principal e avaliar o espaço que

ocupam em porcentagem, mas de acordo com MEMÓRIA (2000), as notícias e

promoções fazem parte do conteúdo;

- Analisar se a página principal do site contém esses três recursos: “um diretório com as

principais áreas de conteúdo do site (navegação), um resumo das notícias ou

promoções mais importantes e um recurso de busca” (NIELSEN, 2000, p. 168);

- Determinar a largura da página – o recomendável é de 775

Passo 4: Navegação - à luz dos autores estudados identificar:

- Determinar em porcentagem o espaço utilizado para a navegação no site;

- Analisar a interface da navegação, se orienta o usuário a se localizar dentro do site

para que ele saiba onde está, onde esteve e aonde pode ir;

- Identificar as diversas opções de navegação;

- Identificar janelas pop-ups, pequenas janelas que se abrem no site;

- Identificar menus suspensos consistentes;

- Verificar se há elementos repetidos nos projetos de navegação desses sites;

- Analisar a qualidade de navegação - em níveis de ser facilmente apreendido; ter

consistência; dar retorno; estar contextualizado; oferecer alternativas; garantir

economia de tempo e ações; prover mensagens visuais claras; criar nomenclaturas

claras; seguir o propósito do site e de apoiar e ajudar os objetivos do usuário

(FLEMING, 1998).

Passo 5: Arquitetura - à luz dos autores estudados identificar:

- Verificar o desenho da interface do site - organização em categorias e níveis dentro do

site;

- Chamadas para outros conteúdos - é interessante que tenham uma pequena informação

a respeito do conteúdo;

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- Identificar se a estrutura é organizada segundo a visão do usuário;

- Identificar se há mapas de sites;

- Identificar se há redução do acúmulo navegacional, através desses métodos: a

agregação de unidades menores em uma única unidade, os subsites; a sumarização,

representação de grandes quantidades de informações por uma quantidade menor,

exemplo disso são as imagens em miniatura e resumos; a filtragem, exibição, apenas,

dos dados importantes para os usuários; a omissão, disponibilização do início da

informação para criar interesse e exibir o

- conteúdo completo como opção de link mais e as representações baseadas em

exemplos que se parecem com a omissão, mostra exemplos representativos

(NIELSEN, LORANGER 2007);

- Identificar os recursos de busca e de busca avançada e como é organizada;

- Determinar se a estrutura permite ao usuário navegar dentro do site e encontrar a

informação mesmo se não houver um campo de busca;

- Determinar o Design da URL.

Passo 6: O design de interação - à luz dos autores estudados identificar:

- Determinar nível de interatividade, através do levantamento dos recursos dos sites e

dos tipos de interação em relação aos sujeitos interagentes;

- Identificação da interação mediada por computador - mútua e ou reativa.

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ANEXO 2 - Roteiro para Avaliação dos Sites de Acordo com a Cartilha do Governo Eletrônico Proposto pelo Ministério do Planejamento(2007)

- Informação - Informação sobre direitos e obrigações

- Interação - Serviços unidirecionais

- Interação - Serviços bidirecionais simplificados

- Interação - Existência de todos os formulários necessários ao serviço no canal

- Transação - Serviços bidirecionais completos em nível de tarefa ou produto

- Transação - Atendimento completo de todas as etapas do serviço

- Transformação - Serviços bidirecionais completos a partir da percepção do usuário

- Transformação - Pró-atividade (antecipação das necessidades do cidadão)

Orientação Social

- Natureza do Serviço - Deveres e Obrigações

- Natureza do Serviço - Direitos e Benefícios

- Adequação à metodologia da Linha da Vida e/ou Público-Alvo

- Equilíbrio entre a oferta e a demanda (itens)

Capacidade de comunicação e influência

- Correio eletrônico e telefone das instituições envolvidas

- Correio eletrônico e telefone dos servidores públicos intervenientes

- Consulta Pública a documentos sobre assuntos do cotidiano (itens)

- Consulta Pública a documentos sobre opções políticas (itens)

- Referendos e sondagens on-line, com autenticação digital

Nível de atendimento

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- Existência de prazo para atendimento

- Percentual de interações atendidas no prazo (escala)

- Existência de pesquisas de satisfação do usuário/cidadão com o serviço

- Grau de satisfação do usuário/cidadão com o serviço (escala)

Multiplicidade de uso

- Quantidade de Canais (itens)

- Maturidade dos canais de acesso (itens)

Facilidade de uso

- Linguagem compreensível (itens)

- Navegabilidade (itens)

- Percentual de transações concluídas x transações iniciadas (escala)

- Rapidez (escala)

- Formas de Seleção do serviço (itens)

- Ajuda (itens)

- Acesso a cidadãos com necessidades especiais (escala)

- Prontidão 24 x 7

Transparência

- Prestação de Contas (itens)

- Acompanhamento do fluxo do serviço

- Acompanhamento da situação do serviço

- Divulgação de indicadores de satisfação

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Confiabilidade

- Presença de informações sobre segurança

- Presença de informações sobre política de privacidade

- Atualização

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ANEXO 3 - Roteiro para Avaliação dos Sites Proposto por Barboza, Nunes, sena(2000)

Propósito

- A missão institucional está claramente enunciada na primeira página.

- Há títulos destacando os programas, serviços e produtos do Ministério.

- Constam informações úteis para o exercício da cidadania conforme a área de atuação

do Ministério.

Conteúdo

- A menção das fontes de informação apresentada é um procedimento padrão.

- Existe um índice

- Possui um link para as perguntas e respostas mais frequentes submetidas ao Ministério

- FAQ (Frequently Asked Questions).

- O texto é de boa qualidade e tem estilo adequado à sintaxe do hipertexto.

- Faz-se referência ao editor, redator ou responsável pela elaboração dos conteúdos.

- Consta o endereço eletrônico do webmaster.

- Consta o endereço, número de telefone e fax do Ministério.

- As páginas estão datadas, indicando a frequência das atualizações.

- Existem links para outras fontes de informação sobre os assuntos abordados.

- O conteúdo reflete as parcerias estabelecidas entre os Ministérios, anunciando

campanhas/ações comuns.

- Contextualiza as iniciativas no âmbito do programa Avança Brasil.

- São profissionais da área de Informação e/ou Comunicação que elaboram o conteúdo.

Planejamento visual/gráfico (webdesign)

- A página tem um desenho harmônico que causa uma boa impressão à primeira vista.

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- O número e tipo de cores usados revelam atenção dada às recomendações da

Ergonomia.

- As fontes dos textos revelam atenção dada às recomendações da Ergonomia.

- A logomarca do governo federal está incluída.

- A logomarca do Ministério aparece nas páginas.

- Utiliza-se frame lateral/de cabeçalho/de rodapé que auxilia a discernir como o site foi

indexado.

- O uso de imagens contribui para facilitar a leitura.

- Os ícones têm uma relação com o conteúdo.

- Há fotografias que veiculam uma informação.

- Recursos de multimídia são usados em sintonia com os objetivos do site.

- Evita-se o uso de banners e/ou imagens que piscam ou se alternam, com o intuito de

fazer marketing ou anunciar um conteúdo.

- As dimensões das áreas de textos e de imagens foram concebidas de forma a alcançar

boa visualização nos diferentes tamanhos de tela.

- Foi um programador visual ou webdesigner que fez o projeto gráfico da página.

Funcionalidade

- O tamanho total dos arquivos de imagem utilizados na primeira página é inferior a

100K, favorecendo a velocidade de carregamento da página.

- Mantém sempre um link de retorno para a primeira página.

- Navega-se bem no site, seja com um computador de última geração, seja com uma

máquina que o acessa a 2.000 bits por segundo (bps).

- Há um mecanismo de busca.

- Há um mapa do site.

- A forma de indexação do menu da página inicial facilita o encaminhamento do usuário

aos diversos conteúdos do site.

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- Existe espaço para a interatividade com o usuário, seja com identificação do perfil dos

visitantes ou coleta de informações por intermédio de formulários.

- Os documentos disseminados pelo Ministério estão disponíveis para se fazer a

transferência de arquivos.

- A URL é textual e existe uma relação entre as palavras ou siglas usadas e o nome da

instituição.

- Na redação do HTML, existem “meta tags”, fornecendo a descrição e as palavras-

chaves do site para os robôs dos sites de busca.

- O webmaster é um profissional da área de Informática ou Tecnologia da Informação.

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ANEXO 4 - Roteiro para Avaliação dos Portais Corporativos para que a Gestão do Conhecimento seja Alcançada, Proposto por FREITAS, QUINTANILLA, NOGUEIRA(2004)

- Busca Avançada – Verificar se existe esse recurso nativo na ferramenta

- Classificação e pesquisa intuitiva – indexação e organização das informações de forma

a oferecer fácil compreensão, possibilitando a utilização do conceito de taxonomia.

- Definição de comunidades – a definição de comunidades é feita de maneira simples e

rápida.

- Gerenciamento de conteúdo – Possibilitar atualização de conteúdo dinâmico e criação

de novos conteúdos e seções.

- Gerenciamento de tráfego – Produto possui ferramentas de medição de uso

- Permissões de acesso flexibilizadas – Controlar permissões de acesso dos usuários,

grupos, comunidades por meio dos perfis.

- Personalização avançada – Verificar se a ferramenta permite a personalização do

portal e da página MyPortal e se o processo da personalização é simples.

- Roteamento inteligente – Direcionar automaticamente o conteúdo de acordo com o

perfil do usuário.

- Syndication e agreagação – Permitir que o conteúdo de outros sites (internos e

externos) seja publicado de forma dinâmica no portal.

- Alta Escalabilidade – Possibilidade de iniciar com um número pequeno de usuários e

de funcionalidades, e crescer rapidamente, tanto em números de usuários quanto em

número de funcionalidades, sem a necessidade de ser redimensionado o hardware.

- Facilidade de administração – A administração geral da ferramenta é de fácil

entendimento e navegação. A administração é feita toda Web?

- Gerenciamento de vários formatos de dados – Ser capaz de gerenciar vários formatos

de dados.

- Integração de sistemas – Possibilitar integração com sistemas existentes na

organização, como CRM, ERP, Servidor de E-mail e sistemas legados, além de

sistemas em plataforma Web.

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- Navegabilidade – Proporcionar uma fácil navegação e localização das informações

com o mínimo de treinamento.

- Uso Final – O produto pode ser utilizado para diversas aplicações: B2B, B2C, B2E

- Auto Serviço - Verificar se a ferramenta já possui alguns recursos disponíveis para o

uso imediato(sem a necessidade de desenvolvimento) e que são de interesse da

organização.

- Integração com servidores de LDAP – Integração com o servidor de autenticação de

rede(autenticação do usuário).

- Single sign on – Permitir que uma única autenticação e esta ser válida para acesso a

outros “N” sistemas.

- Suporte a múltiplos idiomas – Permitir que o conteúdo seja disponibilizado em

diversos idiomas.

- Boa performance independente da plataforma – A plataforma não deve influenciar no

tempo de resposta da aplicação

- Ambiente de desenvolvimento – Verificar se o ambiente de desenvolvimento da

ferramenta está de acordo com o ambiente definido pela organização.

- Benchamarking – Quem são os clientes do fornecedor que já utilizam a solução

apresentada? O que eles acham da solução?

- Credibilidade do fornecedor – Como o fornecedor é visto pelos clientes e pelo

mercado?

- Verificar histórico da empresa(rendimentos, dos últimos anos, número de

funcionários, tempo de mercado, etc.)

- Instalação da ferramenta – Verificar os procedimentos para instalação e configuração

(facilidade de instalação e tempo de instalação e configuração).

- Investimento – Valor da aquisição da ferramenta. Considerar: tipo de cobrança, valor

anual cobrado por usuário, servidor, processador, número de transações, etc.

- Maturidade do produto – Verificar se o produto ofertado está consolidado no

mercado.

- Portabilidade – A ferramenta é multiplataforma?

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ANEXO 5 – Definição dos Critérios (Qualitativo) para Avaliação dos Portais dos Tribunais de Contas.

Governo Eletrônico

- A missão e os dados institucionais do Tribunal de Contas estão claramente enunciadas

na primeira página ou há um link para a mesma.

- O portal está disponível no domínio gov.br?

- O portal possui links para, Termos de uso, Privacidade

- Os serviços do Tribunal de Contas estão disponíveis eletronicamente em tempo

integral.

- Verificar se há títulos destacando os programas, projetos e serviços dos tribunais de

Contas.

- Verificar a existência de relatórios de gestão fiscal.

- Verificar a existência de relatórios de atividades.

- Verificar a existência da relação de licitações.

- Constam informações úteis para o exercício da cidadania como a lei de acesso a

informação.

- Os serviços e processos oferecem opção para acompanhamento de seu status/situação

- Verificar a existência de um diário oficial para publicação e divulgação dos atos

administrativos, processuais e de comunicação geral dos tribunais de contas.

- Verificar a existência de um link para ouvidoria.

- Identificar se há formas de contato e solicitação de informação com o tribunal de

contas, através de um fale conosco, e-mail, telefone, endereço e horário de

funcionamento.

- Verificar se possui um link de perguntas e respostas frequentes.

- Identificar se existe a prestação de contas, despesas e receitas ao alcance do cidadão.

- Identificar se as normas, jurisprudências, legislação e atos normativos estão

disponíveis para o cidadão.

- Identificar se há acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência.

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Portais Corporativos

- Verificar se existe a busca como recurso nativo da ferramenta

- Verificar se das informações estão sendo indexadas e organizadas de forma a oferecer

fácil compreensão.

- Possibilitar atualização de conteúdo e criação de novo conteúdos e seções

- O Carregamento do Portal demora mais de 10 segundos.

- O Portal é multiplataforma.

- Identificar se há central noticias a respeito do tribunal de contas.

- Identificar se o portal possui links com as redes sociais da própria entidade

- Identificar se existe newsletter no portal

- Identificar se possui outros idiomas o portal

Usabilidade

- Tempo de resposta rápido, download de imagens – cerca de menos de um segundo

quando passam de uma página à outra se quiserem navegar livremente

- Identificação – mapeamento - de links de navegação estrutural, associativos e listas de

referências adicionais;

- Verificar a URL, se ela é simples e não possui caracteres especiais;

- Verificar o padrão, cores e harmonia do layout,

- Identificar se a página principal do site é diferenciada das páginas internas;

- Movimento dos olhos à organização dos elementos e alinhamento para que formem

uma unidade e hierarquia no layout

- Verificar o posicionamento do logotipo da marca - deve estar evidente na página

principal e bem posicionado, geralmente, se encontra no canto superior esquerdo para

que o usuário identifique e saiba onde ele está.

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- Analisar a interface da navegação, se orienta o usuário a se localizar dentro do site

para que ele saiba onde está, onde esteve e aonde pode ir;

- Identificar as diversas opções de navegação;

- Identificar janelas pop-ups, pequenas janelas que se abrem no site;

- Identificar menus suspensos consistentes;

- Analisar a qualidade de navegação - em níveis de ser facilmente apreendido; ter

consistência; dar retorno; estar contextualizado; oferecer alternativas; garantir

economia de tempo e ações; prover mensagens visuais claras; criar nomenclaturas

claras; seguir o propósito do site e de apoiar e ajudar os objetivos do usuário,

determinar se a estrutura permite ao usuário navegar dentro do site e encontrar a

informação mesmo se não houver um campo de busca;

- Determinar nível de interatividade, através do levantamento dos recursos dos sites e

dos tipos de interação em relação aos sujeitos interagentes;

- Identificação da interação mediada por computador - mútua e ou reativa.

- O portal possui mapa do site

- Analisar se a página principal do site contém esses três recursos: um diretório com as

principais áreas de conteúdo do site (navegação), um resumo das noticias, um recurso

de busca

- Verificar se os títulos correspondem ao conteúdo da página

- Verificar se há palavras de difícil compreensão são usadas no texto.

- Identificar se no primeiro paragrafo apresenta a ideia central do texto

- Possui um link para as perguntas e respostas mais frequentes.

- Identificar se o texto é de boa qualidade e tem estilo adequado à sintaxe do hipertexto,

verificar se o texto é sucinto, emprega palavras-chaves e hipertexto;

- Verificar se os textos fazem menção ao responsável pela elaboração dos conteúdos.

- Verificar se se páginas estão datadas, indicando se o conteúdo teve atualizações.

- Existem links para outras fontes de informação sobre os assuntos abordados.

- Identificar marcadores para quebrar o fluxo de blocos de textos uniformes;

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- Verificar se as informações são precisas e rápidas;

- Os conteúdos dos sites estão disponíveis para impressão e envio no e-mail.

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ANEXO 6 – Definição dos Critérios (Quantitativo) para Avaliação dos Portais dos Tribunais de Contas.

Governo Eletrônico

- O portal apresenta os dados institucionais

- O portal apresenta a competência do órgão

- Os serviços do tribunal estão destacados na página principal

- Os serviços estão disponíveis eletronicamente em tempo integral

- O portal possui um link para lei de acesso a informação

- O portal possui um link para as perguntas e respostas mais frequentes

- O portal possui o recurso de aumento de fonte

- O portal possui o recurso de contraste

- O portal permite navegar pelo teclado

- O portal disponibiliza a prestação de contas

- O portal apresenta a legislação

- O portal possui um diário oficial

- O portal possui um link para ouvidoria

- O portal apresenta pautas das sessões

- O portal apresenta relatórios de gestão fiscal

- O portal apresenta relatórios de atividades

- O portal apresenta a relação de licitações

- O portal apresenta as contas do governador

- O portal possui um link de fale conosco

- O portal possui o e-mail institucional

- O portal possui telefone do órgão

- O portal possui endereço

- O portal possui horário de funcionamento

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- O portal possui mapa de localização

- O portal possui termos de uso e privacidade

Portais Corporativos

- O portal apresenta busca como recurso nativo

- O portal apresenta resultados na busca de acordo com a expressão pesquisada.

- O portal apresenta busca para processos

- O portal possui uma central de noticias

- O portal funciona em vários navegadores

- O portal funciona em vários dispositivos

- O portal carrega rapidamente

- O portal possui links com as redes sociais

- As informações e serviços estão localizados na primeira página.

- O portal possui newsletter

- O portal está disponível em outros idiomas.

Usabilidade

- O portal é simples em termos de navegação

- O portal possui o recurso de breadcrumbs

- Os menus e os links são sucintos

- O posicionamento da logomarca do portal se encontra no canto superior esquerdo

- As noticias possuem data

- As noticias possuem data de atualização

- O responsável pelo conteúdo e informado

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- O conteúdo do portal esta disponível para impressão

- O conteúdo do portal esta disponível para envio de e-mail

- O conteúdo do portal apresenta botão de retorno

- O conteúdo do portal esta disponível em áudio

- O portal oferece serviços e informações para os órgãos jurisdicionados.

- O portal oferece serviços e informações para os cidadãos

- O conteúdo do portal esta disponível em vídeo

- O primeiro paragrafo apresenta a ideia central do conteúdo

- A linguagem utilizada no portal e de fácil entendimento.

- Os links da página principal contêm um resumo do conteúdo.

- Existe o link chamado mapa do site.

- O design da url do portal é simples.

- A url funcionam sem o www.

- O portal se preocupou em reduzir o acúmulo navegacional