60
UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA Camila Soares Gonzaga Freitas Lorena Balerine Guimarães Natália de Almeida Lima Controle de qualidade físico-químico de formulações cosméticas contendo óleo de Persea americana 5% e formulações cosméticas contendo óleo de Prunus amygdalus dulcis 5% Governador Valadares – MG Dezembro de 2011

UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS

CURSO DE FARMÁCIA

Camila Soares Gonzaga Freitas

Lorena Balerine Guimarães

Natália de Almeida Lima

Controle de qualidade físico-químico de formulações cosméticas contendo óleo de Persea americana 5% e formulações cosméticas contendo óleo de Prunus

amygdalus dulcis 5%

Governador Valadares – MG

Dezembro de 2011

Page 2: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

Camila Soares Gonzaga Freitas

Lorena Balerine Guimarães

Natália de Almeida Lima

Controle de qualidade físico-químico de formulações cosméticas contendo óleo de

Persea americana 5% e formulações cosméticas contendo óleo de Prunus

amygdalus dulcis 5%

Monografia para obtenção do grau de bacharel em Farmácia, apresentada à Faculdade de Ciências da Saúde - FACS da Universidade Vale do Rio Doce. Orientadora: Professora Andressa Delziovo. Co-orientadora: Professora Rejane Dutra Bravim

Governador Valadares – MG

Dezembro de 2011

Page 3: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

RESUMO

A procura da beleza perfeita tem feito com que as indústrias farmacêuticas invistam

cada vez mais na busca de cosméticos que previnam o envelhecimento evite e

corrija erros na pele. E para assegurar o consumidor de que os produtos são

seguros, eficazes e de qualidade, são realizados diversos testes para garantir a

estabilidade dos mesmos. O estudo realizado teve como objetivo analisar o

comportamento formulações cosméticas como cremes, géis e sabonetes líquidos

incorporados com óleo de abacate e amêndoas doces. Ao todo foram manipuladas

seis formulações e estas foram analisadas no decorrer de 45 dias para analisar a

estabilidade físico-química dos mesmos durante este período. As amostras foram

separadas em duplicatas de 50 gramas cada e uma amostra para refrigeração para

posteriores. Os testes realizados foram a estabilidade acelerada em centrífuga,

temperatura (ambiente e refrigeração), características organolépticas (aspecto, cor e

odor) e análises físico-químicas (pH e densidade). Em relação à estabilidade

acelerada das bases o gel de Carbopol 940P® e a base autoemulsificante Polawax®

não apresentaram instabilidade, os sabonetes que tiveram os óleos previamente

incorporados apresentaram separação de fases. Com relação às características

organolépticas os géis e os sabonetes apresentaram modificações quanto ao

aspecto. Todas as formulações apresentaram alteração no pH durante os 45 dias e

a densidade teve variação entre as amostras mantidas em temperatura ambiente e

refrigeração. Apesar das variações ocorridas somente os sabonetes se

apresentaram instáveis, pois houve a separação de fases, já os cremes e os géis se

mantiveram estáveis no decorrer do estudo.

Palavras chave: Controle de qualidade físico-químico, cosméticos, óleo de abacate,

óleo de amêndoas doces.

Page 4: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

ABSTRACT

The search for perfect beauty has caused pharmaceutical companies to invest

morein search of cosmetic avoid to prevent aging skin and correct errors. And to

assure the consumer that the products are safe, effective and quality, several tests

are performed to ensure the stability of them. The study aimed to analyze the

behavior of cosmetic formulations such as creams, gels and liquid soaps embedded

with avocado oil and sweet almond. In all six formulations were manipulated and

these were analyzed in the course of 45 days to review the physical and chemical

stability of the same during this period. The samples were separated into duplicates

of 50 grams each and sample for further cooling. The stability tests were accelerated

in a centrifuge, temperature (ambient and cooling), organoleptic properties

(appearance, color and odor) and physical-chemical (pH and density). For

accelerated stability of the gel Carbopol 940P® and the self emulsifying wax Polawax

® showed no instability, the soap that had previously incorporated the oils showed

phase separation. Regarding the organoleptic characteristics of the gels and soaps

showed changes in appearance. All formulations showed changes in pH during the

45 days and the density ranged between samples stored at room temperature and

cooling. Despite variations in only the soaps are unstable because there was phase

separation, as the creams and gels remained stable throughout the study.

Keywords: Control of physic-chemical, cosmetics, avocado oil, sweet almond oil.

Page 5: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Manipulação da base Polawax® .............................................................31

Figura 2 – Base gel de Carbopol® ............................................................................33

Figura 3 – Centrífuga .................................................................................................36

Figura 4 – Picnômetro ...............................................................................................39

Figura 5 – Teste de centrifugação das bases ...........................................................41

Figura 6 - Teste de centrifugação dos sabonetes após incorporação da base

perolada ....................................................................................................................41

Gráfico 1 – pH sabonete óleo de abacate ................................................................46

Gráfico 2 – pH sabonete óleo de amêndoas ............................................................47

Gráfico 3 – pH gel óleo de abacate ..........................................................................48

Gráfico 4 – pH gel óleo de amêndoas ......................................................................49

Gráfico 5 – pH creme óleo de abacate .....................................................................50

Gráfico 6 – pH creme óleo de amêndoas .................................................................50

Gráfico 7 – Densidade sabonete óleo de abacate ...................................................52

Gráfico 8 – Densidade sabonete óleo de amêndoas ................................................52

Gráfico 9 – Densidade gel óleo de abacate .............................................................53

Gráfico 10 – Densidade gel óleo de amêndoas ........................................................54

Gráfico 11 – Densidade creme óleo de abacate .......................................................55

Gráfico 12 – Densidade creme óleo de amêndoas ...................................................55

Page 6: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características organolépticas das formulações cosméticas .........45

Page 7: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................09

1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................12

1.2 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................12

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..............................................................................13

2 DESENVOLVIMENTO ..........................................................................................13

2.1 HISTÓRIA DA COSMETOLOGIA .......................................................................13

2.2 COSMÉTICOS ....................................................................................................16

2.2.1 Conceitos básicos sobre cosméticos ..........................................................16

2.2.2 Classificação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes..17

2.2.3 Funções básicas dos cosméticos ................................................................17

2.3 CREME NÃO IÔNICO..........................................................................................18

2.4 GEL DE CARBOPOL®.........................................................................................19

2.5 SABONETE LÍQUIDO..........................................................................................20

2.6 ABACATEIRO (Persea americana)......................................................................21

2.7 AMENDOEIRA (Prunus amygdalus dulcis) .........................................................22

2.8 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ESTABILIDADE ......................................23

2.9 FATORES QUE INFLUENCIAM A ESTABILIDADE ...........................................24

2.9.1 Fatores extrínsecos ........................................................................................25

2.9.2 Fatores intrínsecos ........................................................................................26

2.10 PRINCÍPIOS DO TESTE DE ESTABILIDADE ..................................................27

3 MATÉRIAIS E MÉTODOS .....................................................................................28

3.1 MANIPULAÇÃO DO CREME NÃO-IÔNICO .......................................................29

3.1.1 Materiais e matérias primas ..........................................................................29

3.1.2 Procedimento ..................................................................................................30

3.2 MANIPULAÇÃO DO GEL DE CARBOPOL .........................................................31

3.2.1 Materiais e matérias primas ..........................................................................31

3.2.2 Procedimento ..................................................................................................32

Page 8: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

3.3 MANIPULAÇÃO DO SABONETE LÍQUIDO ........................................................33

3.3.1 Materiais e matérias primas ..........................................................................33

3.3.2 Procedimento ..................................................................................................34

3.4 MÉTODOS DE ANÁLISE REALIZADOS ............................................................35

3.4.1 Centrifugação .................................................................................................35

3.4.2 Características organolépticas .....................................................................36

3.4.2.1 Aspecto..........................................................................................................37

3.4.2.2 Cor .................................................................................................................37

3.4.2.3 Odor ...............................................................................................................37

3.4.3 Características físico-químicas .....................................................................38

3.4.3.1 pH ..................................................................................................................38

3.4.3.2 Densidade .....................................................................................................38

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................40

4.1 CENTRIFUGAÇÃO .............................................................................................40

4.2 COR .....................................................................................................................42

4.3 ODOR ..................................................................................................................42

4.4 ASPECTO ...........................................................................................................42

4.5 pH ........................................................................................................................47

4.6 DENSIDADE ........................................................................................................52

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................57

6 REFERÊNCIAS ......................................................................................................59

Page 9: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

9

1 INTRODUÇÃO

Durante o envelhecimento cutâneo, ocorre a modificação do material

genético fazendo com que a proliferação celular decresça resultando na perda de

elasticidade, da capacidade de regular o metabolismo e a replicação do tecido se

torna menos eficiente (HIRATA; SATO; SANTOS, 2004). Oxidações químicas e

enzimáticas provocam o estresse oxidativo que dão origem aos radicais livres que

aceleram o fenômeno do envelhecimento. O envelhecimento extrínseco está

relacionado com a exposição aos raios ultravioleta no tecido conectivo dérmico da

pele por exposição solar crônica (fotoenvelhecimento), que é responsável por 90%

das mudanças que ocorrem na pele (HIRATA; SATO; SANTOS, 2004). Sendo o

órgão mais exposto ao meio ambiente, a pele é especialmente vulnerável aos danos

causados pelos radicais livres, razão pela qual a indústria cosmética, cada dia mais,

vem desenvolvendo formulações de produtos de proteção da pele, contendo novos e

eficientes captores de radicais livres como vitaminas, enzimas, etc.

A cosmetologia pode ser definida como sendo uma ciência que estuda os

cosméticos, desde a concepção de conceitos até aplicação dos produtos

elaborados. Entre estes dois extremos encontra-se a pesquisa de novas matérias-

primas, tecnologias, desenvolvimentos de formulações, produção, comercialização,

controle de qualidade, toxicologia, eficácia de produtos e matérias-primas e

legislação, junto aos órgãos sanitários, de empresas, produtos e processos.

Trabalha com beleza, correção e preservação. Não tem finalidade curativa ou de

tratamento, mas somente de prevenção e melhora de alterações na pele e cabelos.

Fitocosmético pode ser definido como o cosmético que contém ativo natural,

de origem vegetal, seja um extrato, óleo ou óleo essencial, cuja ação define a

atividade do produto. Deve passar por todas as etapas de pesquisa: proposição,

criação e desenvolvimento, incluindo os testes de estabilidade, para assegurar a

atividade durante toda sua vida útil.

Page 10: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

10

A Portaria nº 348 de 18 de agosto de 1997 da ANVISA, determina que todos

os estabelecimentos produtores de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e

Perfumes, devem cumprir as diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico -

Manual de Boas Práticas de Fabricação e Controle (BPF e C) para Produtos de

Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. A implantação de processos de

desenvolvimento de produtos é realizada através do Manual de Boas Práticas para

Desenvolvimento de Produtos Cosméticos (ANVISA, 2007).

Para a fabricação de produtos cosméticos de qualidade precisa se cumprir as

legislações específicas, pois proporciona a obtenção de um produto com as

características desejadas e projetadas no início de sua idealização atendendo às

necessidades de segurança, eficácia e sensorial do produto. A ANVISA (2007)

orienta que sejam realizados ensaios físico-químicos, organolépticos e ensaios

quali-quantitativos, para que se obtenham produtos seguros e eficazes que atendam

as expectativas dos usuários. A estabilidade dos produtos é definida pela

manutenção das propriedades e características no decorrer do período de

comercialização. Assim o prazo de validade de produtos cosméticos atende ao

período em que as propriedades e características são mantidas estáveis à época da

manipulação. Devem ser realizados alguns testes, que caracterizam os aspectos

físico-químicos como: estabilidade acelerada em centrífuga, temperatura (ambiente

e refrigeração) pH, densidade, e os aspectos organolépticos que são: cor, odor e

aspecto.

Variáveis relacionadas à formulação, a manipulação, ao material de

acondicionamento, às condições ambientais e as condições do transporte podem

influenciar a estabilidade do produto. Essas alterações podem ser ocasionadas por

fatores relacionadas ao meio ambiente (extrínsecos) ou por fatores que estão

relacionadas à formulação (intrínsecos) (ANVISA, 2004).

O abacate (Persea americana) é uma fruta tropical de grande potencial

econômico e nutricional. É originário do continente americano, em uma área

Page 11: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

11

compreendida entre México e Panamá. Mesmo o Brasil apresentando condições

climáticas e solo favoráveis ao desenvolvimento da fruta, somente a partir de 1925 o

seu cultivo ganhou importância comercial. O seu valor nutritivo e a sua riqueza em

vitaminas justificam a expansão do seu consumo. Sua composição é caracterizada

pela elevada quantidade de ácidos graxos e vitaminas lipossolúveis (A, D e E) que

faltam, às outras frutas, sendo conhecida pelo seu alto valor energético. É muito rico

em vitaminas A e B, medianamente rico em vitaminas D e E e pobre em vitamina C

(TREMOCOLDI, 2011).

O óleo de abacate possui bom valor comercial, porém, sua produção mundial é pequena. É usado principalmente pelas indústrias farmacêuticas e de cosméticos, dadas suas características físicas e químicas. Esse uso estaria atribuído ao teor de vitamina E (α-tocoferol), em torno de 3%. (MASSAFERA, 2010).

Pode ser usado puro ou diluído (até 10%), sendo que para formulações

cosméticas em geral usa-se de 1% a 5% e para óleos de banho pode ser usado até

10% (MAPRIC, 20 – –). Por possuir fácil absorção pela pele, o óleo pode ser usado

como veículo de substâncias medicinais e na absorção de perfumes, esta

característica é de grande valia para a indústria de cosmética. Possui fácil formação

de emulsão, o que o torna ideal para fabricação de sabões finos (TANGO;

CARVALHO; SOARES, 2004). Por possuir alto teor de vitamina E (α-tocoferol), em

torno de 3%, é bastante usado na indústria cosmética, sendo esta vitamina de

atividade antioxidante (MASSAFERA, 2010), podendo contribuir para diminuir os

sinais do envelhecimento.

A amendoeira pertence à família da Rosaceae possui flores brancas ou

rosadas amplamente cultivadas em torno do Mediterrâneo, incluindo Espanha, Itália,

Grécia, Turquia e África do Norte, mas também no Irã e nos Estados Unidos. No

Brasil foi introduzida nos Estados do Sul. O fruto possui epicarpo verde claro

aveludada; a semente é oval achatada, oleaginosa, e tem um sabor suave e

ligeiramente doce, tem um tegumento fino e enrugado que é fácil de descascar. A

esta semente dá-se o nome de amêndoa. Possui duas variedades a amarga e a

doce (amara e dulcis), contendo cerca de 50-60% de óleo (EVANS,W.C., 1999).

Page 12: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

12

1.1 JUSTIFICATIVA

Os óleos de abacate e de amêndoa doce vêm sendo aplicados

principalmente pela indústria farmacêutica e cosmética devido as suas propriedades

hidratantes, amaciantes, regeneradoras e nutritivas, além de possuírem ação

antioxidante que auxilia na prevenção ao envelhecimento precoce. Estes óleos

apresentam fácil absorção pela pele e isso o torna um excelente veículo de

substâncias medicinais tópicas. Com o avanço da indústria de cosméticos no

mercado, os consumidores ficaram mais exigentes quanto a qualidade, segurança e

eficácia dos produtos, com isso a manipulação de produtos cosméticos deve ser

realizada de acordo com as Boas Práticas de Manipulação para que

estas exigências sejam atendidas. Com intuito de proporcionar segurança aos

consumidores a ANVISA exige que produtos cosméticos sejam submetidos a

avaliações de parâmetros físico-químicos para verificar se os mesmos irão

permanecer estáveis durante todo o período de sua validade. Assim neste trabalho

foram desenvolvidas formulações contendo os óleos de amêndoas e abacate na

concentração a 5% e foram avaliados parâmetros físico-químicos como pH,

densidade e características organolépticas no período de 45 dias, para verificar a

estabilidade dos mesmos em temperatura ambiente e em refrigeração.

1.2 OBJETIVO GERAL

Avaliar a estabilidade físico-química de alguns produtos cosméticos

contendo óleo de abacate e de amêndoas doces, através de ensaios físico-químicos

periódicos de controle de qualidade.

Page 13: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

13

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

� Desenvolver formas cosméticas, contendo óleo de abacate e de amêndoas

doces respectivamente a 5,0 %;

� Avaliar parâmetros físico-químicos das formulações mantidas em temperatura

ambiente e sob refrigeração, como: pH, densidade e as características

organolépticas (cor, odor e aspecto visual);

� Avaliar o comportamento das formulações na temperatura ambiente e em

refrigeração, em relação à manutenção da estabilidade físico-química das

formulações manipuladas desenvolvidas.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 HISTÓRIA DA COSMETOLOGIA

A busca da perfeição é uma presença muito antiga nas idéias e

manifestações humanas. Os cuidados com o corpo, sob a forma de vaidade, são

encontrados em todas as culturas e em todas as épocas ressalvando, é claro, as

peculiaridades e os padrões estéticos de cada sociedade. O uso de cosmético

remonta desde a pré-história quando os homens primitivos pintavam o corpo e se

tatuavam para afastar os maus espíritos, agradar aos deuses e também em rituais

de guerra. As cerimônias religiosas eram marcadas pelo uso de resinas e unguentos

de perfume agradável. Jarras, potes, maquiagem e perfumes começaram a ser

datados a partir de 5000 a.C. (PANDOLFO, 2010).

No Antigo Egito, as mulheres usavam maquiagem como pó de Kajal e

pigmentos. Banhavam-se com água de carbonato de cálcio do Rio Nilo. A

Page 14: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

14

esfoliação, as argilas, extratos vegetais como a henna e aromaterapia eram muito

utilizadas.

Com os manuscritos de Hipócrates na Grécia Antiga, as regras da cosmética orientavam para a higiene externa e interna do corpo. Os manuscritos também recomendavam exercícios físicos, jejum regular, banhos frequentes, a importância do ar puro e a escovação dos dentes (PANDOLFO, L.M.L, 2010).

Na era Romana, Claudius Galenicus, médico conceituado desenvolveu um

produto à base de cera de abelhas e bórax, (Cold cream) chamado Unguentum

Refrigerans que foi ponto de partida para a era galênica dos produtos químicos -

farmacêuticos (PANDOLFO, 2010).

Pelo rigor do cristianismo, na Idade Média houve repressão ao uso de

cosméticos, à higiene e à exaltação da beleza. No Renascimento, as mulheres são

emancipadas e podem, então, livremente, recorrer à maquiagem e às receitas de

beleza. Entretanto, a falta de higiene era marcante e com isso foram criados

perfumes para disfarçar o mau odor corporal.

No século XVII a Reforma e a Contra-Reforma religiosa combatem a vaidade

e a exuberância do Renascimento, dando lugar ao conformismo e a moderação. Os

cosméticos são considerados fora de moda e rendas e pérolas são os únicos

enfeites permitidos.

No século XVIII houve a crescente evolução e uso de cosméticos. No final

deste século, porém, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, provocam um

recrudescimento no uso de cosméticos e perfumes ou qualquer outra coisa que

estimulasse a vaidade e a beleza feminina.

No século XIX os cosméticos voltaram à popularidade, sendo que ao final

deste século marca um período fértil para o surgimento de indústrias de matéria -

prima para a fabricação de cosméticos e produtos de higiene. Era o início do

mercado de cosméticos e produtos de higiene.

O início do século XX marca uma nova e revolucionária fase de expansão

nos cuidados de beleza. Graças aos avanços da química, os cosméticos passaram a

ser feitos industrialmente iniciando o processo de evolução da cosmetologia e da

Page 15: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

15

indústria cosmética. Um creme produzido por um farmacêutico em Hamburgo, que

utilizou a técnica de emulsionar que foi considerado uma revolução na indústria

cosmética. Surgindo, o creme Nívea e com ele o conceito de hidratação

(PANDOLFO, 2010).

A década de 20 foi considerada a era da emancipação feminina. Na década

de 40, com a Europa mergulhada na 2ª Grande Guerra, Paris fica isolada e Nova

York firma-se na indústria cosmética. Nos anos 50 as marcas de cosméticos

destinam verbas cada vez maiores para a propaganda de seus produtos. Na década

de 60 o mundo assiste a chegada maciça de novos cosméticos, cada vez mais

elaborados e diversificados. Na década de 80 o ácido retinóico é mostrado como um

grande avanço nos tratamentos contra o envelhecimento da pele e a fotoproteção

passa a ser vista sob a ótica da prevenção do câncer de pele e do

fotoenvelhecimento.

Nos anos 90 os avanços na área da estética e da cosmetologia ganham

espaço e a Teoria dos Radicais Livres surge para explicar as causas do

envelhecimento e a necessidade do uso de antioxidantes como a vitamina C para

amenizar, ou mesmo reverter, os efeitos perversos dos radicais livres no organismo.

Em 1995 consegue-se, finalmente, estabilizar a vitamina C. O século XXI acelerou

ainda mais a evolução e a expansão da ciência cosmetológica, da tecnologia da

beleza e da indústria cosmética que, atualmente, se destaca como uma das mais

competitivas do mundo. As pesquisas científicas vêm investindo não só a utilização

de novas matérias-primas, mas também em novas tecnologias na produção de

cosméticos cada vez mais sofisticados e de ação mais eficiente (PANDOLFO, 2010).

Atualmente a cosmetologia está associando várias áreas do conhecimento e está se

configurando como uma ciência multidisciplinar.

Page 16: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

16

2.2 COSMÉTICOS

2.2.1 Conceitos básicos sobre cosméticos

• Cosmetologia: estuda as formulações cosméticas e os produtos para

higiene adequados ao tipo de pele e cabelo, a fim de preservá-los (PANDOLFO,

2010);

• Cosmético: a expressão tem origem no grego kosmétikós que significa

adorno, enfeite. É formulado com as mais diversas substâncias e elaborado de

forma a não causar reações indesejáveis. Tem o objetivo exclusivo ou principal de

limpar, perfumar, hidratar, nutrir, retardar o envelhecimento, alterar a aparência,

corrigir odores corporais e ou proteger ou manter em bom estado as diversas partes

do corpo humano como: pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais

externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral (PANDOLFO, 2010);

• Cosmecêuticos: representa a junção entre as ciências cosméticas e a

farmacêuticas. Os cosmecêuticos contêm ingredientes ativos que influenciam a

função biológica da pele visando melhorar a aparência do corpo. São produtos

cosméticos de interesse médico. Exemplos: minoxidil a 2%, ácido retinóico e α-

hidroxiácidos (com finalidade antienvelhecimento). São cosméticos com

propriedades farmacológicas para tratar problemas específicos. Medicamentos

utilizados com a finalidade cosmética (PANDOLFO, 2010);

• Princípio ativo: substância química ou biológica que atua sobre as

células teciduais (PANDOLFO, L.M.L, 2010).

• Estética: atividade profissional que tem a finalidade de corrigir

problemas cutâneos, capilares, além de conservar ou realçar a beleza, por meio de

tratamentos específicos (PANDOLFO, 2010).

Page 17: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

17

2.2.2 Classificação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e

perfumes

A ANVISA classifica os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes

de acordo com a necessidade ou não de sua comprovação de segurança e/ou

eficácia.

Definição de produtos Grau 1: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada no item 1 do Anexo I da RDC 211⁄05 e que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto (ANVISA, RDC 211⁄05). Definição de Produtos Grau 2: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada no item 1 do Anexo I da RDC 211⁄05 e que possuem indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso (ANVISA, RDC 211⁄05). Os critérios desta classificação foram definidos em função da probabilidade de ocorrência de efeitos não desejados devido ao uso inadequado do produto, sua formulação, finalidade de uso, áreas do corpo a que se destinam e cuidados a serem observados quando de sua utilização (ANVISA, RDC 211⁄05).

2.2.3 Funções básicas dos cosméticos

• Os cosméticos vinculam-se a produtos destinados essencialmente à

melhoria da aparência do consumidor, portanto devem ser definidos segundo o

objetivo da utilização de seus principais produtos como:

• Limpeza: Deve ser feita respeitando-se o equilíbrio fisiológico, sem

causar desengorduramento excessivo, sem alcalinizar e sem desnaturar as

proteínas cutâneas;

• Correção: Restabelecer o equilíbrio alterado, devolvendo a beleza

natural;

Page 18: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

18

• Proteção: evitar a limpeza irracional ou impedir que os agentes

atmosféricos (vento, sol, frio) alterem a epiderme.

2.3 CREME NÃO-IÔNICO (Polawax®)

Emulsão é um sistema termodinamicamente estável que consiste na

dispersão de dois líquidos imiscíveis, constituídos de uma fase dispersa insolúvel na

fase dispersante, tendo um terceiro componente, que é o agente tensoativo,

responsável pela junção destas duas fases (CORTE, 2006).

Existem dois tipos principais de emulsões: as emulsões que tem fase

externa aquosa e fase interna oleosa são geralmente conhecidas como emulsão

óleo em água O/A. As emulsões que tem fase externa oleosa e a fase interna

aquosa são conhecidas como emulsão água em óleo A/O. (FRAGE; GARCIA, 2009).

Uma substância fundamental para preparar uma emulsão estável são os

tensoativos, que são compostos que vão conter obrigatoriamente uma molécula

lipofílica que vão favorecer as emulsões A/O e a molécula hidrofílica que favorece as

emulsões O/A, pois os agentes emulsivos hidrofílicos e lipofílicos alinham-se um ao

lado do outro, dando maior rigidez e resistência ao filme emulsivo, através de ponte

de hidrogênio (FRAGE; GARCIA, 2009).

Dependendo do comportamento de carga, ou seja, das características do tensoativos empregado em uma solução aquosa, as emulsões podem ser classificadas em iônicas (catiônica ou aniônica) e não iônicas. Os tensoativos catiônicos se caracterizam por apresentarem em solução aquosa a parte polar carregado positivamente, enquanto os tensoativos aniônicos apresentam-se carregado negativamente. Os tensoativos não iônicos possuem características dipolos elétricos em sua parte polar que formam pontes de hidrogênio com as moléculas de água presentes. As emulsões não iônicas são compatíveis com vários tipos de substâncias ativas, por isso elas são bem aceitas comercialmente na atualidade. Sendo que geralmente as emulsões mais adequadas para o uso tópico, são as do tipo O/A devido ao seu aspecto agradável e menos oleoso. (LEONARDI, 2004).

Page 19: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

19

2.4 GEL DE CARBOPOL®

Gel é um sistema semi-sólido, que possui característica coloidal, que não se

sedimenta (fica disperso). Geralmente, as substâncias formadoras de géis são

polímeros que quando são dispersos em meio aquoso assumem conformação

doadora de viscosidade à preparação. Sendo assim, a forma gel apresenta–se como

uma dispersão estável, sendo bem adequada para formulações de uso tópico. Os

géis podem apresentar natureza iônica e não-iônica de acordo com as

características dos polímeros. Portanto, os géis de característica não-iônica

possuem estabilidade em ampla faixa de pH, tornando-se possível a incorporação

de substâncias de caráter ácido. Já os de caráter iônico são de pH dependente,

sendo assim apresentam-se estáveis em pH neutro ou próximo da neutralidade.

(CORRÊIA, 2005).

O gel pode ser formado por material natural como a goma adraganta ou pectina e por material sintético ou semi-sintético como os carbômeros, hidroximetilcelulose (HEC) e carboximetilcelulose, entre muitos outros que vêm surgindo nos últimos tempos. Existem vários tipos de carbômeros entre os quais se pode citar o carbômeros 934, 940, 960 e o ultrez, entre outros. Sendo que o carbômero 940 e ainda um dos mais utilizados na formulação de géis para uso tópico. Os carbômeros são constituídos de polímeros de ácido acrílico de alto peso molecular e com ligação cruzada. Quando dispersamos em água, seu poder espessante é bem limitado. Uma forma de desenvolver o completo potencial de viscosidade destes polímeros e pela adição de uma base orgânica ou inorgânica, como trietanolamina ou hidróxido de sódio à dispersão aquosa do polímero. Isto converte os grupos ácidos da cadeia polimérica de sua forma de sal, causando o desenrolar da cadeia e formando a estrutura estendida que fornece o máximo de eficiência como espessante (LEONARDI, 2004).

Os géis hidrossolúveis apresentam fácil espalhamento, não são gordurosos

e podem veicular princípios ativos hidrossolúveis, por isso tem sido muito utilizado

em produtos cosméticos e como base dermatológica. O tipo de polímero utilizado

para formular um gel pode influenciar o comportamento reológico do mesmo e,

portanto, podendo influenciar a estabilidade física do produto, assim como, o seu

comportamento sobre a pele (formação de filme sobre a pele e liberação do ativo

pelo veículo). (QUEIROS, MARIA, 2008).

Page 20: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

20

2.5 SABONETE LÍQUIDO

Com o aumento crescente da produção de sabonetes faz-se necessário que

sejam feitos ensaios de estabilidade para garantir sua qualidade. Embora a

capacidade de geração de espuma e sua estabilidade possuam importância na

capacidade de limpeza, este parâmetro está relacionado com a aceitação do produto

pelo consumidor. Um bom sabonete líquido deve possuir valores adequados de

viscosidade para favorecer a estética do produto. O pH dessas fórmulas devem

estar ajustados para que não ocorra possíveis irritações na pele e manter a

estabilidade do produto. O cloreto de sódio é o agente espessante mais utilizado em

sabonetes, pois é capaz de aumentar a viscosidade do produto através da interação

com os agentes tensoativos (COUTO; GRAMIGNA, 2007).

Os sabonetes líquidos são compostos por produtos chamados tensoativos,

os tensoativos são responsáveis pela propriedade de tirar sujeiras e dar

espumosidade. Existem quatro tipos de tensoativos:

• Aniônicos;

• Não-iônicos;

• Catiônicos;

• Anfóteros.

Os tensoativos são moléculas que possuem, na sua estrutura, duas regiões

de polaridade opostas: uma polar (hidrofílica) e outra apolar (hidrofóbica) o que torna

possível que esta molécula tenha afinidade tanto com a água quanto com a sujeira

(parte gordurosa). Suas moléculas variam de oito a dezoito carbonos que é

chamada de região hidrofóbica ligada a ela está ligada a região hidrofílica que

possui grupos de caráter iônico ou não iônico. De acordo com suas características,

os tensoativos podem atuar como detergentes, agentes emulsificantes, dispersantes

ou solubilizantes (ROSSI; DANTAS; MACIEL, 2006).

Page 21: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

21

2.6 ABACATEIRO (Persea americana)

O abacateiro, pertence à família Lauraceae, gênero Persea. Apresenta três

raças mais comuns comercializadas: a Mexicana (Persea americana var. drymifolia),

Antilhana (P. americana var. americana) e Guatemalteca (P. nubigena var.

guatemalensis). Embora exista essa classificação pode referir-se ao abacateiro

apenas como P. americana Mill. (TREMOCOLDI, 2011).

Em quase todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo abacate é

cultivado, principalmente no México, América Central, algumas partes da América do

Sul, nas Índias Ocidentais, África do Sul, Israel, Havaí, Índia, República Malgache,

Reunião, Madeira, Samoa, Taiti, Argélia, Austrália, EUA (TREMOCOLDI, 2011).

O maior produtor mundial de abacate é o México, seguido pela Indonésia,

Estados Unidos, Colômbia e Chile. No Brasil os estados que possuem maior

extensão de cultivo encontra-se na região Sudeste com os estados de São Paulo e

Minas Gerais (TREMOCOLDI, 2011).

As qualidades sensoriais, o valor nutritivo e a riqueza em vitaminas do abacate justificam plenamente a expansão de seu consumo. Comparando-se a composição média da polpa de abacate, constata-se que o mesmo apresenta um extrato seco elevado, rivalizando-se ao de oliva na riqueza em óleo; que permite classificá-lo entre as mais ricas em óleo; o teor de glicídios é fraco, sendo o abacate uma fruta lipídica. Contém vitaminas lipossolúveis que faltam, em geral, às outras frutas, sendo muito rico em vitaminas A e B, medianamente rico em vitaminas D e E e pobre em vitamina C (TREMOCOLDI, 2011).

No Brasil, o fruto é consumido principalmente na forma de sobremesas, em

outros países é consumido também na forma de saladas, sopas e molhos

(TREMOCOLDI, 2011).

O óleo de abacate assemelha-se muito com o óleo de oliva (importado e altamente consumido no País), por ser extraído da polpa dos frutos e pela similaridade de suas propriedades físico-químicas, principalmente pela composição de seus ácidos graxos, predominando em ambos o ácido oléico (TREMOCOLDI, 2011).

A industrialização do óleo de abacate apresenta boas perspectivas

econômicas, mas deve se ter conhecimento tecnológico adequado. É uma fruta que

Page 22: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

22

disponibiliza matéria-prima durante todo o ano praticamente. É interessante ressaltar

que o óleo pode ser extraído tanto do mesocarpo quanto da semente. Nota-se

também que a maioria dos estudos realizados com o abacate refere-se ao óleo do

mesocarpo, havendo poucas referências ao óleo da semente (TREMOCOLDI,

2011).

O óleo de abacate produzido atualmente é utilizado na sua maioria pelas

indústrias farmacêuticas e de cosméticos, pois faz parte de sua composição, em

elevadas quantidades, a fração insaponificável responsável por propriedades

regenerativas da epiderme, vale ressaltar que o óleo apresenta fácil absorção pela

pele. Esse uso estaria atribuído ao teor de vitamina E (α-tocoferol), em torno de 3%.

As indústrias cosméticas utilizam esse óleo para a fabricação de perfumes e também

a de sabões finos, cremes entre outros, pois apresenta fácil formação de emulsão

(TANGO; CARVALHO; SOARES, 2004).

2.7 AMENDOEIRA (Prunus amygdalus dulcis)

A amendoeira é uma Rosaceae, originária da África, da mesma família da

pereira, macieira e do pessegueiro. As amêndoas são achatadas, compridas e de

cor amarela parda (MAPRIC 20– –). A árvore chega atingir 12 metros de altura, com

flores brancas ou rosadas amplamente cultivadas em torno do mediterrâneo,

incluindo Espanha, Itália, Grécia, Turquia e África do Norte, mas também no Irã e

Estados Unidos. (JEAN, 1999). Não se aclimatou bem no Brasil, sendo plantada

apenas nos estados sulinos.

As sementes das duas variedades (amara e dulcis) são ricas em óleo (50 a

60%) e só podem ser distinguidas pela ocorrência de um glicosídeo cianogênico na

variedade amara. (EVANS, 1999).

Page 23: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

23

O óleo de amêndoa doce é um óleo de cor amarelada, odor e sabor suave

característico. É utilizado há bastante tempo na composição da maior parte dos

produtos de beleza. O óleo de amêndoa contém em sua composição ácidos graxos

e vitaminas A e B (SCARIOTTO, 2011), possui alto poder penetrante, o que hidrata

e suaviza a pele com facilidade. Possui propriedades rejuvenescedoras,

regeneradoras, hidratantes, amaciantes, nutritivas e antioxidantes. Contém ácido

palmítico (4 a 9%), ácido oléico (58 a 72%) e ácido linolêico (20 a 32%)

(DONG; BANAICH; O’BRIEN, 2010), (LÓ, 2010).

Em sua composição flavanóis e glicosídeos flavonóides são os compostos

mais abundantes em peles de amêndoas, representativas de até 38-57% e 14-35%

dos compostos fenólicos quantificados, respectivamente. Devido às suas

propriedades antioxidantes, peles de amêndoas podem ser consideradas como um

subproduto de valor agregado para a elaboração de ingredientes antioxidantes da

dieta (EVANS, 1999).

São indicadas concentrações de 1 a 5 % para produtos em geral. No caso

de óleos para banho e bronzeadores, as concentrações podem chegar até 10%.

Por agregar tantas propriedades, é amplamente utilizado em cosméticos.

Pode ser usado como excelente emoliente para cremes para o corpo e rosto, óleos

para banho, creme para massagem e outros produtos cosméticos. Têm utilização

também em cremes hidratantes para o cabelo e condicionadores. (MAPRIC, 20– –).

2.8 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ESTABILIDADE

A estabilidade de produtos cosméticos é dada pela manutenção das suas

características ao longo do seu período de validade.

Pelo perfil de estabilidade de um produto é possível avaliar seu desempenho, segurança e eficácia, além de sua aceitação pelo consumidor. Fornece indicações sobre o comportamento do produto, em determinado

Page 24: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

24

intervalo de tempo, frente a condições ambientais a que possa ser submetido, desde a fabricação até o término da validade (ANVISA,2004). Segundo Monografia da International Federation of Societies of Cosmetic Chemists – IFSCC o teste de estabilidade é considerado um procedimento preditivo, baseado em dados obtidos de produtos armazenados em condições que visam a acelerar alterações passíveis de ocorrer nas condições de mercado. Como em todo procedimento preditivo os resultados não são absolutos, mas têm probabilidade de sucesso (ANVISA,2004). O estudo da estabilidade de produtos cosméticos fornece informações que indicam o grau de estabilidade relativa de um produto nas variadas condições a que possa estar sujeito desde sua fabricação até o término de sua validade (ANVISA,2004).

A estabilidade é relativa, varia com o tempo e em função de fatores que

aceleram ou retardam as alterações no produto. Modificações dentro de limites

poderão não configurar motivo para reprovar o produto.

Segundo ANVISA 2004 o estudo da estabilidade de produtos cosméticos

contribui para:

• A orientação do desenvolvimento de formulações e do materiais de

acondicionamento adequado;

• O fornecimento de informações para o aperfeiçoamento das

formulações;

• Estimar o prazo de validade e fornecer informações para a sua

confirmação;

• O auxílio no monitoramento da estabilidade organoléptica, físico-

química e microbiológica, podendo-se ter informações sobre a confiabilidade e

segurança dos produtos

.

2.9 FATORES QUE INFLUENCIAM A ESTABILIDADE

Segundo ANVISA 2004 componentes, ativos ou não, podem afetar a

estabilidade de um produto. Formulação, processo de fabricação, material de

acondicionamento e condições ambientais e de transporte podem influenciar

diretamente na estabilidade do produto. Dependendo da origem, as alterações elas

Page 25: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

25

podem ser classificadas como extrínsecas, quando provocadas por fatores externos;

ou intrínsecas, quando provocadas pelas matérias-primas da formulação.

2.9.1 Fatores extrínsecos

Referem-se a fatores externos ao qual o produto está exposto, tais como:

• Tempo: O envelhecimento do produto pode levar a alterações nas

características organolépticas, físico-químicas, microbiológicas e toxicológicas;

• Temperatura: Temperaturas elevadas aceleram reações físico-

químicas e químicas, ocasionando alterações em: atividade de componentes,

viscosidade, aspecto, cor e odor do produto. Baixas temperaturas aceleram

possíveis alterações físicas como turvação, precipitação, cristalização. Problemas

gerados, em função de temperaturas elevadas, ou muito baixas, podem ser

decorrentes também de não-conformidades no processo de fabricação,

armazenamento ou transporte do produto;

• Luz e Oxigênio: A luz ultravioleta, juntamente com o oxigênio, origina a

formação de radicais livres e desencadeia reações de óxido-redução. Os produtos

sensíveis à ação da luz devem ser acondicionados ao abrigo dela, em frascos

opacos ou escuros e devem ser adicionadas substâncias antioxidantes na

formulação, a fim de retardar o processo oxidativo;

• Umidade: Este fator afeta principalmente as formas cosméticas sólidas

como talco, sabonete em barra, sombra, sais de banho, entre outras. Podem ocorrer

alterações no aspecto físico do produto, tornando-o amolecido, pegajoso, ou

modificando peso ou volume, como também contaminação microbiológica.

• Material de Acondicionamento: Os materiais utilizados para o

acondicionamento dos produtos cosméticos, como vidro, papel, metal e plástico

podem influenciar na estabilidade. Devem ser efetuados testes de compatibilidade

Page 26: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

26

entre o material de acondicionamento e a formulação, a fim de determinar a melhor

relação entre eles.

• Micro-organismos: Os produtos cosméticos mais suscetíveis à

contaminação são os que apresentam água em sua formulação como emulsões,

géis, suspensões ou soluções. A utilização de sistemas conservantes adequados e

validados (teste de desafio do sistema conservante - Challenge Test ), assim como o

cumprimento das Boas Práticas de Fabricação são necessários para a conservação

adequada das formulações.

• Vibração: A vibração, durante o transporte, pode afetar a estabilidade

das formulações, acarretando separação de fases de emulsões, compactação de

suspensões, alteração da viscosidade dentre outros. Um fator agravante do efeito da

vibração é a alteração da temperatura durante o transporte do produto.

2.9.2 Fatores intrínsecos

São fatores relacionados à própria natureza das formulações e sobretudo à

interação de seus ingredientes entre si e ou com o material de acondicionamento.

Resultam em incompatibilidades de natureza física ou química que podem, ou não,

ser visualizadas pelo consumidor.

• Incompatibilidade Física: Ocorrem alterações, no aspecto físico da

formulação observadas por: precipitação, separação de fases, cristalização,

formação de gretas, entre outras.

• Incompatibilidade Química:

o pH: Devem-se compatibilizar três diferentes aspectos

relacionados ao valor de pH: estabilidade dos ingredientes da formulação, eficácia e

segurança do produto;

Page 27: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

27

o Reações de Óxido-Redução: Ocorrem processos de oxidação ou

redução levando a alterações da atividade das substâncias ativas, das

características organolépticas e físicas das formulações;

o Reações de Hidrólise: Acontecem na presença da água, sendo

mais sensíveis substâncias com funções éster e amida. Quanto mais elevado o teor

de água da formulação, mais provável a ocorrência desse tipo de reação;

o Interação entre Ingredientes da Formulação: São reações

químicas indesejáveis que podem ocorrer entre ingredientes da formulação

anulando ou alterando sua atividade.

o Interação entre Ingredientes da Formulação e o Material de

Acondicionamento: São alterações químicas que podem acarretar modificação em

nível físico ou químico entre os componentes do material de acondicionamento e os

ingredientes da formulação.

2.10 PRINCÍPIOS DO TESTE DE ESTABILIDADE

Os testes devem ser conduzidos sob condições que permitam fornecer

informações sobre a estabilidade do produto em menos tempo possível. Para isso,

amostras devem ser armazenadas em condições que acelerem mudanças passíveis

de ocorrer durante o prazo de validade. Deve-se estar atento para essas condições

não serem tão extremas que, em vez de acelerarem o envelhecimento, provoque

alterações que não ocorreriam no mercado.

A sequência sugerida de estudos (preliminares, acelerados e de prateleira)

tem por objetivo avaliar a formulação em etapas, buscando indícios que levem a

conclusões sobre sua estabilidade.

Page 28: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

28

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo de campo realizado é de caráter descritivo e quali-quantitatvo.

Para a realização da pesquisa, utilizaram-se inicialmente revisão

bibliográfica com base no levantamento do assunto em livros, periódicos indexados

em revista eletrônica. Posteriormente foram realizados estudos em laboratório,

através de pesquisas de bancada, com a finalidade de analisar a estabilidade das

formulações cosméticas contendo óleo de Persea americana e óleo de Prunus

amygdalus dulcis mantidas à temperatura ambiente e sob refrigeração.

No laboratório de Farmacotécnica, bloco D6, sala 2, localizado no interior da

Universidade Vale do Rio Doce - Campus Antônio Rodrigues Coelho nos meses de

agosto a outubro, foram desenvolvidas diferentes formas farmacêuticas como o

creme não-iônico, gel de Carbopol 940P® e sabonete líquido contendo óleo de

Persea americana e também estas mesmas formulações contendo óleo de Prunus

amygdalus dulcis, com o objetivo de posteriormente analisar a estabilidade desses

produtos através de testes de estabilidade acelerada, estabilidade de geladeira,

testes físico-químicos e características organolépticas.

As fórmulas foram manipuladas em um único lote no dia 30 de agosto, com

quantidades suficientes para as realizações dos testes em duplicata de 50 gramas

cada, para as formulações mantidas em temperatura ambiente e para as

formulações mantidas sob refrigeração foi usado 50 gramas em um único teste de

avaliação. As matérias primas utilizadas, foram adquiridas pelo mesmo fornecedor

NATURALMENTE LTDA para evitar possíveis variações químicas ou físicas que

poderia causar interferências na instabilidade do sistema, alterando os resultados

finais.

Antes da preparação das formulações foram realizados todos os

procedimentos da BPF/M como os cálculos farmacotécnicos, e a utilização da

paramentação adequada (luvas, touca, mascaras descartáveis e jaleco), foram

realizados assepsia utilizando álcool 70% nas vidrarias utilizadas e na bancada de

Page 29: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

29

trabalho sendo essa delimitada com papel barreira. Todas as matérias primas foram

pesadas separadamente nas balanças semi-analíticas do laboratório de

farmacotécnica. Modelos: Marte e aparelhos de precisão LTDA, modelo AL500;

Mark Bel Engineering.

Após cada formulação as amostras foram divididas em alíquotas, para a

análise em duplicata, sendo identificadas como T1 e T2 e posteriormente

acondicionadas em embalagens de plástico polietileno e mantidas em temperatura

ambiente. Para a realização do teste de refrigeração foi separada uma alíquota de

50g e armazenada em embalagens de plástico para posteriormente serem

analisadas. Os testes foram realizados no tempo zero, 72 horas, 7 dias, 15 dias, 30

dias e 45 dias.

3.1 MANIPULAÇÃO DO CREME NÃO IÔNICO 3.1.1 Materiais e matérias primas

• Cera autoemulsificante não-iônica 16%;

• Vaselina líquida;

• Metilparabeno;

• Propilparabeno;

• Água destilada;

• Óleo de Persea americana;

• Óleo de Prunus amygdalus dulcis;

• Béqueres;

• Bastão de vidro;

• Termômetro;

• Embalagem plástica de 50g;

Page 30: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

30

• Espátula;

• Vidro de relógio;

• Álcool 70%;

• Água deionizada;

• Balança analítica;

• Chapa aquecedora.

3.1.2 Procedimento

O creme não-iônico foi preparado com as seguintes substâncias e

quantidades: cera autoemulsificante não-iônica 16 % (320g), vaselina líquida 4,5 %

(90g), metilparabeno 0,15 % (3,0g), propilparabeno 0,05 % (1,0g), propilenoglicol

5,0% (100g), água destilada recém coletada (quantidade suficiente para 2000g).

Óleo de Persea americana 5% e óleo de Prunus amygdalus dulcis 5%.

Para o preparo do creme base, foram aquecidas separadamente as

substâncias em dois béqueres, onde no primeiro béquer foi aquecido os

componentes da fase oleosa (cera não-iônica, vaselina líquida e propilparabeno) a

uma temperatura de 70 ºC, e no outro béquer foi aquecido as substâncias da fase

aquosa (metilparabeno, propilenoglicol e água destilada) a temperatura de 75 ºC

(figura 1). Em seguida, verteu-se a fase aquosa sobre a fase oleosa e agitou-se

moderadamente até a completa formação do creme. Posteriormente, a velocidade

da agitação foi reduzida até a mistura adquirir a consistência adequada e alcançar a

temperatura de 35ºC, corrigiu-se o pH para 6,0, deve-se ressaltar que o pH

recomendado é 5,5-6,5. Após o término da manipulação foi obtido 2000g de base

Polawax®. Nesta fase foi separada uma alíquota de 200g para armazenamento sem

adição dos ativos para futuros imprevistos. O restante da base obtida foi dividida em

Page 31: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

31

duas alíquotas contendo 900g de base cada, sendo que na primeira foi incorporada

4,5g de óleo de Persea americana e na segunda alíquota foi incorporado 4,5g do

óleo de Prunus amygdalus dulcis, posteriormente foi feita a mistura obtendo desta

forma cremes homogêneos.

Figura 1 - manipulação da base polawax

3.2 MANIPULAÇÃO DO GEL DE CARBOPOL®

3.2.1 Materiais e matérias-primas

• Ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA);

• Água destilada;

• Álcool 70%;

• Balança analítica;

• Béquer;

• Carbopol 940P® 1%;

Page 32: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

32

• Embalagem plástica;

• Gral de porcelana;

• Metilparabeno;

• Mixer - Marconi Equipamentos para laboratório;

• Óleo de Persea americana;

• Óleo de Prunus amygdalus dulcis;

• Pistilo de porcelana;

• Propilenoglicol;

• Solução de NaOH a 20 %;

• Vidro de relógio.

3.2.2 Procedimento

O Gel base foi manipulado seguindo a formulação: Carbopol 940P® 1%

(20g), propilenoglicol 5 % (100g), metilparabeno 0,15 % (3g), EDTA 0,09 % (2g),

água destilada recém coletada (quantidade suficiente para 2000g), além óleo de

Prunus amygdalus dulcis e óleo de Persea americana. Foi adicionado quantidade

suficiente de solução de NaOH a 20 % para neutralização do gel.

Foi pesado o Carbopol 940P® e transferido para um gral de porcelana o

mesmo foi triturado com o auxílio de um pistilo. Foi adicionada ao Carbopol 940P®,

em pequenas quantidades a água destilada onde previamente o EDTA foi

solubilizado. Foi realizada a mistura de forma unilateral, e em seguida foi

acrescentado o metilparabeno previamente solubilizado no propilenoglicol. Esse

sistema apresentava-se parcialmente gelificado devido a sua estrutura ácida pH 3,

sendo posteriormente neutralizado com uma solução de NaOH 20%, até o valor de

pH 6 obtendo um gel base propriamente dito (figura 2). Nesta fase foi separada uma

alíquota de 200g para armazenamento sem adição dos ativos para futuros

Page 33: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

33

imprevistos. O restante da base obtida foi dividida em duas alíquotas contendo 900g

de base cada, sendo que na primeira foi incorporada 4,5g de óleo de Persea

americana e na segunda alíquota foi incorporado 4,5g do óleo de Prunus amygdalus

dulcis, posteriormente foi feita a mistura com auxílio de um mixer na velocidade 4,

para se obter desta forma géis homogêneos.

Figura 2 - Base gel de carbopol.

3.3 MANIPULAÇÃO DO SABONETE LÍQUIDO

3.3.1 Materiais e matérias-primas

• Ácido cítrico 10%;

• Água destila;

• Álcool 70%;

Page 34: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

34

• Balança analítica;

• Base perolada;

• Béquer;

• Cloreto de sódio;

• Coco amida propil betaína;

• Dietanolamina de ácido graxo de coco ou Amida 90;

• Etileno diamino tetra acético (EDTA);

• Embalagem plástica;

• Espátula;

• Lauril éter sulfato de sódio;

• Metilparabeno;

• Óleo de Persea americana;

• Óleo de Prunus amygdalus dulcis;

• Vidro de relógio;

3.3.2 Procedimento

O sabonete líquido foi manipulado seguindo a sua formulação: LESS 28%

(280g), betaína 3,5% (35g), amida 90 3% (30g), EDTA 0,05% (0,5g), metilparabeno

0,15% (1,5g), ácido cítrico (corrigir pH 6,0-6,5) água destilada q.s.p. 1000g, NaCl

(corrigir viscosidade) além óleo de Prunus amygdalus dulcis e óleo de Persea

americana.

As bases foram preparadas separadamente contendo os ativos devido à

farmacotécnica de incorporação dos mesmos.

Foi pesado a Amida 90 e o óleo de Persea americana em béqueres

separados, aos poucos foi adicionado o óleo na amida 90 para que esta

solubilizasse o óleo e o mesmo fosse incorporado com mais facilidade no sabonete.

Page 35: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

35

O EDTA foi previamente solubilizado na água. Em outro béquer a betaína e

a amida 90 foram misturadas lentamente no LESS. Em seguida a água com o EDTA

foi adicionada à formulação, sendo agitada lentamente para que não houvesse a

formação excessiva de espuma. Quando a formulação apresentou-se homogênea

foi verificado o pH e corrigido com ácido cítrico até 6,5. A viscosidade foi corrigida

com cloreto de sódio 20% com cuidado para que a formulação não chegasse ao

ponto de saturação

O mesmo procedimento foi realizado para o sabonete líquido contendo o

óleo de Prunus amygdalus dulcis.

As bases dos sabonetes foram manipuladas separadamente para facilitar a

incorporação dos ativos.

3.4 MÉTODOS DE ANÁLISE REALIZADOS

3.4.1 Centrifugação

Em primeiro instante foi feito a centrifugação das amostras em centrifugador

Excelsa 2 Fanem modelo 250 (figura 3), onde se separou as amostras em cada

tubo de ensaio contendo 10g de capacidade, foram pesados na balança analítica 5g

de cada amostra a ser analisada, os quais foram submetidos a rotações crescente

de 1000, 2000 e 3000 rpm, em centrífuga, durante 15 minutos cada rotação em

temperatura ambiente, para verificar se as bases iriam separar fases ao longo do

tempo.

Page 36: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

36

Figura 3 - Centrífuga.

3.4.2 Características organolépticas

As características organolépticas ajudam a determinar os parâmetros de

aceitação do produto pelo consumidor. Durante as análises foram observados o

aspecto, a cor e odor, nos tempos 72 horas, 7 dias, 15 dias, 30 dias e 45 dias. Como

desejável manter as características naturais das amostras não foram adicionadas

corantes para modificar a cor original em nenhuma das formulações.

Quanto ao aspecto deve ser feita análise em relação ao padrão a fim de

avaliar as características macroscópicas para a verificação de sinais de

instabilidade, assim o produto durante todo teste deve manter-se íntegro e o seu

aspecto inicial em todas as condições. Caso não ocorra separação de fases ou

alguma alteração visual deve ser indicativo que a amostra ensaiada se encontra

estável.

Page 37: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

37

3.4.2.1 Aspecto

O aspecto das amostras de acordo com a ANVISA (2004) pode ser descrito

como leitoso, pó, úmido, cristalino, granulado, pó seco, pasta, gel, homogêneo,

heterogêneo, etc. e elas são classificadas como normal, sem alteração; levemente

separado, levemente precipitado ou turvo; separado, precipitado ou turvo.

3.4.2.2 Cor

O método utilizado para a verificação da cor foi o método visual.

Comparando a cor da amostra com o do padrão estabelecido e a fonte de luz

empregada para ser feita a comparação foi a luz natural do laboratório. As amostras

foram classificadas em normal, sem alteração; levemente modificado; modificado ou

intensamente modificado. (BRASIL, 2004)

3.4.2.3 Odor

O odor da amostra ensaiada é estabelecido diretamente através do olfato

em comparação a amostra padrão. A amostra pode ser classificada, em relação ao

odor em: normal (sem alterações); levemente modificado; modificado; intensamente

modificado.

Page 38: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

38

3.4.3 Características físico-químicas

As análises realizadas foram: determinação de pH utilizando o pHmêtro

digital Micronal modelo B-474; densidade usando um picnômetro metálico .

3.4.3.1 pH

O método utilizado para verificar o valor de pH da amostra foi através da

determinação potenciométrica utilizando-se o pHmêtro digital onde a determinação

do pH é feita pela medida de diferença de potencial entre dois eletrodos imersos na

amostra em estudo. Antes das análises verificou a limpeza e determinou a

sensibilidade dos eletrodos, utilizando–se soluções tampão de referência e quando

necessário ajustando-se os equipamentos. A escala de pH vai de 1 (ácido) a 14

(alcalino), sendo que o valor 7 é considerado pH neutro (ANVISA, 2007).

3.4.3.2 Densidade

A densidade é a relação entre massa e volume, porém existem várias

formas de densidade. Quando a água é utilizada como substância padrão a

densidade determinada é a densidade especifica. Para determinação da densidade

foi utilizado um picnômetro metálico, pois as amostras eram semi-sólidas. Pesou-se

o picnômetro e anotou-se seu peso (M0). Depois se encheu completamente com

água recém destilada, evitando-se a formação de bolhas. A temperatura ideal para a

análise de densidade é de 20º C, porém a temperatura ambiente do laboratório de

Page 39: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

39

análise varia de acordo com a temperatura ambiental, posteriormente, o picnômetro

foi seco cuidadosamente a parte externa do picnômetro e pesado novamente

anotando seu peso (M1), a água foi descartada e encheu-se completamente o

picnômetro que está limpo e seco com a amostra, sempre evitando a formação de

bolhas, este foi pesado mais uma vez e seu peso (M2) foi anotado para cálculos

posteriores (BRASIL, 2007).

O cálculo foi baseado em:

Onde: d= densidade

M0= massa do picnômetro vazio, em gramas

M1= massa do picnômetro com água recém destilada, em gramas

M2 = massa do picnômetro com amostra, em gramas.

Figura 4 - Picnômetro

d= M 2 – M 0

M1 – M 0

Page 40: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No estudo realizado foram determinadas as características organolépticas e

físico-químicas das formulações cosméticas: creme não iônico, gel de carbopol

940P® e sabonete líquido. As amostras foram analisadas nos tempos 72 horas, 7

dias, 15 dias, 30 dias e 45 dias.

Após a manipulação das formulações e a incorporação dos óleos, foram

analisadas as características organolépticas dos produtos para compará-los nas

análises a partir do tempo 72 horas. O creme, o sabonete e o gel contendo óleo de

amêndoas doces apresentaram um tom ligeiramente amarelado devido à cor do óleo

de amêndoas. O creme contendo óleo de abacate apresentou coloração branca, o

sabonete e o gel apresentaram um tom ligeiramente amarelado. O pH de cada

formulação foi ajustado para 6,0 de acordo com o recomendado.

4.1 CENTRIFUGAÇÃO

As amostras foram submetidas ao teste da centrífuga antes da incorporação

dos óleos. O creme e o gel não separaram fase, mas os sabonetes que já continham

os ativos separaram fases e foram observados que o óleo que havia na formulação

ficou na parte superior do tubo de ensaio (figura 6). Foram adicionados 200 mL de

base perolada à formulação como um artifício farmacotécnico com a finalidade de

estabilizar a formulação. Após a adição de base perolada, os sabonetes foram

submetidos a uma nova centrifugação e novamente houve a separação de fases

(figura 7), mostrando que a formulação estava com alguma instabilidade. Mesmo

apresentando instabilidade seguiu-se com as análises ao longo dos 45 dias.

A manipulação das bases seguiu as boas práticas de manipulação de

acordo com as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Page 41: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

41

(ANVISA), sendo então possível verificar que o gel e o creme estavam estáveis e

sendo assim poderiam ser incorporados os ativos sem haver necessidade de

reformulações.

Figura 5 - Teste de centrifugação das bases.

Figura 6 - Teste de centrifugação dos sabonetes após incorporação

da base perolada.

Page 42: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

42

4.2 COR

As amostras foram avaliadas seguindo as especificações descritas na

ANVISA (2004), classificadas como: normal (sem alteração), levemente modificada,

modificada e intensamente modificada. Nos tempos 72 horas, 7dias, 15 dias, 30 dias

e 45 dias de análises, não foram observadas nenhuma alteração na cor das

amostras analisadas.

4.3 ODOR

As amostras das formulações cosméticas foram analisadas pela mesma

pessoa durante o período de avaliação, para evitar erros de manipulador. A técnica

empregada segue a ANVISA (2004) que se recomenda a análise através do olfato,

comparando sempre com a amostra inicial e é classificada como: normal (sem

alteração), levemente modificada, modificada e intensamente modificada. Não foi

observada nenhuma modificação no odor das formas cosméticas durante os 45 dias

de análise.

4.4 ASPECTO

Durante os intervalos 72 horas, 7 dias, 15 dias, 30 dias e 45 dias foram

realizados testes para verificar as características organolépticas das formulações

manipuladas. A tabela 1 mostra os resultados obtidos no decorrer das análises.

Observou-se que tanto o creme contendo o óleo de abacate, quanto o creme

Page 43: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

43

contendo óleo de amêndoas não apresentou modificação no decorrer dos 45 dias se

mostrando estável na temperatura ambiente e também na refrigeração.

O gel contendo o óleo de abacate mantido em temperatura ambiente

começou a se mostrar menos consistente apresentando leve modificação a partir do

tempo 15 dias. Sugere-se que a temperatura do ambiente e a concentração do óleo

tenham influenciado essa modificação. O gel de óleo de abacate que foi mantido em

refrigeração apresentou-se levemente modificado a partir do tempo 30 dias. O gel

contendo óleo de amêndoas mostrou-se levemente modificado no tempo 15 dias

mostrando-se menos consistente e a partir do tempo 30 dias mostrou-se modificado

tornando-se com consistência muito fluida. Sugere-se que a concentração do óleo e

a perda de água da formulação, devido à alta temperatura do ambiente, tenham

influenciado na modificação das formulações. Segundo Diniz (2007), o gel de

Carbopol® apresenta faixa de gelificação ideal entre 6,0-8,0. O gel contendo óleo de

amêndoas mantido em temperatura ambiente e refrigeração apresentou uma leve

queda no pH, isso pode ter influenciado na queda da viscosidade do produto. Apesar

da queda da viscosidade dos géis, não houve separação de fases nas formulações.

Deve-se ressaltar que os ativos foram incorporados sem o auxílio de tensoativos

como o Tween® ou Cremophor®.

No tempo 15 dias tanto o sabonete de abacate, quanto o sabonete de

amêndoas, mantidos em temperatura ambiente, apresentaram-se levemente

modificados, apresentando leve perda da viscosidade. A partir do tempo 30 dias

apresentou-se modificado indicando perda de estabilidade, tornando-se com aspecto

aquoso. Vários podem ser os motivos para a perda de viscosidade dos sabonetes, e

esta perda de viscosidade pode estar atribuída a alta temperatura do almoxarifado, a

contaminação microbiana da formulação, a reações químicas como hidrólise,

oxidação, reações e vale ressaltar que na formulação dos sabonetes não foi

utilizados hidrótopos que tem a função de eliminar problemas de separação de fases

e diminui o ponto de turvação do sabonete, dentre eles estão a uréia, o cumeno

Page 44: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

44

sulfonato de sódio, o tolueno sulfonato de sódio e o xileno sulfonato de sódio

(Projeto Gerart, 2009).

O sabonete de óleo de abacate, mantido em refrigeração, apresentou-se

levemente modificado a partir do tempo 15 dias e o sabonete de amêndoas a partir

do tempo 30 dias. Os sabonetes mantidos sob refrigeração apresentaram-se mais

viscosos que a época da manipulação. Sugere-se que os sabonetes aumentaram a

viscosidade em baixas temperaturas devido a presença Dietanolamida de Ácido

Graxo de Coco (Amida 90) nas formulações, já que a mesma se cristaliza em

temperaturas baixas (Relatório Técnico Opção Fênix 20– –).

Page 45: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

45

Tabela 1: Características organolépticas das formulações cosméticas

TEMPO 72 h 7 dias 15 dias 30 dias 45 dias TESTE Aspecto Cor Odor Aspecto Cor Odor Aspecto Cor Odor Aspecto Cor Odor Aspecto Cor Odor

CR

EM

E

Per

sea

amer

ica

na 5

% Teste 1 SM Branco SA SM Branco AS SM Branco SA SM Branco SA SM Branco SA

Teste 2 SM Branco SA SM Branco AS SM Branco SA SM Branco SA SM Branco SA Refrigeração SM Branco SA SM Branco AS SM Branco SA SM Branco SA SM Branco SA

Pru

nus

amyg

dal

us

dulc

is

5% Teste 1 SM LA SA SM LA AS SM LA SA SM LA SA SM LA SA

Teste 2 SM LA SA SM LA AS SM LA SA SM LA SA SM LA SA Refrigeração SM LA SA SM LA AS SM LA SA SM LA SA SM LA SA

GE

L Per

sea

amer

ica

na 5

% Teste 1 SM LA SA SM LA AS LM LA SA LM LA SA LM LA SA

Teste 2 SM LA SA SM LA AS LM LA SA LM LA SA LM LA SA Refrigeração SM LA SA SM LA AS SM LA SA SM LA SA SM LA SA

Pru

nus

amyg

dal

us

dulc

is

5% Teste 1 SM LA SA SM LA AS LM LA SA MO LA SA MO LA SA

Teste 2 SM LA SA SM LA AS LM LA SA MO LA SA MO LA SA Refrigeração SM LA SA SM LA SA LM LA SA LM LA SA LM LA SA

SA

BO

NE

TE

Per

sea

amer

ica

na 5

% Teste 1 SM AL SA SM AL SA LM AL SA MO AL SA MO AL SA

Teste 2 SM AL SA SM AL SA LM AL SA MO AL SA MO AL SA Refrigeração SM AL SA SM AL SA SM AL SA LM AL SA LM AL SA

Pru

nus

amyg

dal

us

dulc

is

5% Teste 1 SM LA SA SM LA SA LM LA SA MO LA SA MO LA SA

Teste 2 SM LA SA SM LA SA LM LA SA MO LA SA MO LA SA Refrigeração SM LA SA SM LA SA LM LA SA MO LA SA MO LA SA

*SM=Sem modificação, SA=Sem alteração, LA=Ligeiramente amarelo, LM=Levemente modificado, MO=Modificado, AL=Amarelo límpido.

Page 46: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

46

4.5 pH

As amostras foram analisadas nos intervalos de 72 horas, 7 dias, 15 dias, 30

dias e 45 dias de estudo. O sabonete de óleo de abacate (gráfico 1), apresentou

pequena variação nas duas temperaturas durante os 45 dias, permanecendo dentro

da faixa ácida esperada.

Gráfico 1 - pH Sabonete óleo de abacate

O sabonete de amêndoas apresentou pH em torno de 7,2-7,5 desde os

primeiro dia de análise (72 horas) até o último dia de estudo (45 dias) ficando na

faixa da neutralidade. O pH desejado está entre 6,0-7,0 ,devido o pH da pele ser

levemente ácido. Esse resultado pode estar relacionado com a misturas de

tensoativos que podem elevar o pH do sabonete alterando seu pH inicial. Portanto

Page 47: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

47

com os resultados obtidos verificou-se que o sabonete até o ultimo dia de estudo foi

se tornando cada vez mais alcalino, porém esta neutralidade não agride a pele, não

sendo necessária a reprovação do produto.

Gráfico 2 - pH Sabonete óleo de amêndoas

Como já foi dito o pH ideal para que ocorra gelificação do gel de Carbopol

940P® está compreendido entre 6,0-8,0. Os dois géis, tanto de refrigeração quanto

de temperatura ambiente, ficaram dentro desta faixa de pH. O gráfico 3 mostra que o

gel de abacate apresentou variação nos tempos 72 horas, 7 dias e 30 dias, quando

se compara os géis que estavam sob refrigeração com os que estavam em

temperatura ambiente. Da mesma forma o gel de amêndoas apresentou variação

significativa no pH no tempo 15 dias e 30 dias (gráfico 4). Quando se avalia as

variações de pH ocorridas nos géis, sugere-se que possa ter havido contaminação

microbiana uma vez que os microorganismos possuem a capacidade de alterar o pH

Page 48: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

48

do meio em que se encontram, porém esta modificação não reprova os produtos

pois os mesmos estão dentro da faixa de pH aceitável.

Gráfico 3 - pH Gel óleo de abacate

Page 49: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

49

Gráfico 4 - pH Gel óleo de amêndoas doces

Os cremes de abacate e amêndoas apresentaram variação durante os 45

dias de estudo tanto nas formulações mantidas em temperatura ambiente quanto as

formulações que foram mantidas sob refrigeração. Porém esta variação não afetou a

estabilidade dos cremes uma vez que a literatura descreve que a cera-

autoemulsificante Polawax® possui faixa de pH entre 3,0-12,0, sendo que o creme

de abacate variou entre 5,44 a 7,22. O creme de amêndoas variou de 5,87 a 7,20

(gráficos 5 e 6).

Page 50: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

50

Gráfico 5 - pH Creme óleo de abacate

Gráfico 6 - pH Creme óleo de amêndoas doces

Page 51: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

51

4.6 DENSIDADE

As formulações cosméticas foram submetidas a testes de densidade nos

tempos 72 horas, 7 dias, 15 dias, 30 dias e 45 dias, utilizando um picnômetro

metálico (figura 5) seguindo o procedimento padrão para a realização dos cálculos.

Foram verificadas variações de densidade em todas as formas manipuladas.

No sabonete de óleo de abacate uma variação no tempo 45 dias quando se

compara as amostras de prateleira e refrigeração mostrando uma acentuada queda

na densidade (gráfico 7). O sabonete de óleo de amêndoas também apresentou

queda na densidade no tempo 45 dias de refrigeração (gráfico 8), sendo que ambos

sabonetes mantidos em temperatura ambiente não apresentaram variação

significativa na densidade. Os sabonetes se mostraram instáveis já no primeiro

teste, onde houve a separação das fases e isso pode ser um fator para a variação

da densidade do creme. O fato da Amida 90 se cristalizar em baixas temperaturas

também pode ser um fator decisivo na queda da densidade.

Page 52: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

52

Gráfico 7 - Densidade sabonete óleo de abacate

Gráfico 8 - Densidade sabonete óleo de amêndoas

Page 53: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

53

No gel de óleo de abacate houve variação de densidade em praticamente

todos os tempos, somente no tempo 15 dias que a variação foi menor (gráfico 9). O

gel de óleo de amêndoas apresentou variação significativa somente no tempo 45

dias (gráfico 10). Sugere-se que as variações na densidade tenham ocorrido devido

a altas temperaturas e luminosidade que podem ter proporcionado o acontecimento

de reações químicas como oxirredução, hidrólise entre outras nas formulações

mantidas em temperatura ambiente.

Gráfico 9 - Densidade gel óleo de abacate

Page 54: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

54

Gráfico 10 - Densidade gel óleo de amêndoas doces

O creme de óleo de abacate apresentou variação somente no tempo 45 dias

(gráfico 11) e o creme de óleo de amêndoas apresentou modificação nos tempos 72

horas, 15 dias e 30 dias (gráfico 12). Sugere-se que as alterações ocorridas nos

valores de densidade das amostras foram devidas a fatores extrínsecos como a

temperatura e o tempo, que podem levar a uma degradação química do material.

Tais alterações sofridas pelas formulações podem ter ocorrido devido à forma de

acondicionamento dos produtos, ao material da embalagem de acondicionamento, a

luminosidade. Estes fatores podem contribuir para as variações nos valores da

densidade, podendo levar as formas cosméticas à instabilidade. Observa-se também

que nos cremes mantidos em refrigeração a variação foi menor durante o tempo de

estudo, sugere-se então que a menor variação da temperatura pode ter ajudado na

menor variação da densidade.

Page 55: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

55

Gráfico 11 - Densidade creme óleo de abacate

Gráfico 12 - Densidade creme óleo de amêndoa

Page 56: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

56

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que nos dias de hoje, a busca pela beleza e juventude gera

exigências cada vez maiores em relação aos produtos cosméticos. No contexto atual

a cosmetologia, apresenta caráter essencialmente científico, funcional e preventivo e

permite evitar ou corrigir todos os fatores do envelhecimento da pele e para tal

finalidade os cosméticos devem obedecer a legislação específica em todos os

procedimentos de acordo com as BPF/M.

A ANVISA exige que estes produtos possuam eficácia comprovada,

estabilidade físico-química e microbiológica e segurança na sua utilização por parte

da população. Observando os resultados que este trabalho apresentou, notou-se

que fatores extrínsecos e intrínsecos são fatores fundamentais para gerar

instabilidade em formulações cosméticas. No decorrer do trabalho foram observadas

alterações de pH, densidade e nas características organolépticas em algumas

formulações. Algumas destas alterações podem ter acontecido devido a temperatura

do ambiente de acondicionamento das fórmulas, comportamento dos ingredientes

da formulação frente a baixas temperaturas e também à contaminação

microbiológica, luminosidade dentre outros fatores.

Portanto para garantir a eficácia, segurança e qualidade dos produtos é

necessário submeter às formulações ao controle de qualidade físico-químico para

evitar que estas alterações aconteçam quando o consumidor está usando o produto.

Page 57: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

57

6 REFERÊNCIAS

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Gerencia Geral de Cosméticos. Guia de Estabilidade de Produtos de Cos méticos. Brasília, 2004. Disponível em: < http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/series/cosmeticos.pdf> Acesso em: 25/08/2011. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Guia de Controle de Qualidade de Produtos Cosméticos: uma abordagem sobre os ensaios físicos e químicos. Brasília, 2007. BRASIL. Portaria nº 348/GM/MS, publicada em 1997, anexo I. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Regulamento Técnico Manual de Boas Práticas de Fabricação e Controle Para Produtos De Higiene Pess oal, Cosméticos e Perfumes . Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/348_97.pdf>. Acesso em: 25/08/2011. CORRÊIA, Nagila Maluf. et al. Avaliação do comportamento reológico de diferentes géis hidrofílicos. Revista Brasileira Cientifica Farmacêutica, Piracicaba, v. 41, n. 1, p. 74, 2005. CORTE, T.W.F. Desenvolvimento e avaliação da eficácia de emulsões cosméticas na xerose senil. Tese (Doutorado em Biomédica) – Pontifíca Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Programa de Pós graduação em Gerontologia Médica. Porto Alegre, 2006. COUTO, W.F.; GRAMIGNA, L. L. Avaliação de parâmetros físico-químicos em formulações de sabonetes líquidos com diferentes co ncentrações salinas. Goiania, v.4 p.144-147. 2007. DINIZ, A. P. B.; NASCIMENTO, S. C. C.; ROCHA, L. B. Desenvolvimento e avaliação da estabilidade físico-química de preparações tópicas contendo óleo de preparações tópicas contendo óleo de melaleuca para o tratamento da acne. Revista de Iniciação Científica Newton Paiva , Belo Horizonte – MG, 233p, 2007. Disponível em:< http://www.anvisa.gov.br/cosmeticos/material/guia_cosmetico.pdf> Acesso em: 25/08/2011.

Page 58: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

58

DONG, Q.; BANAICH, M.S; O’BRIEN, P.J. Cytoprotection by almond skin extracts or catechins of hepatocyte cytotoxicity induced by hydroperoxide (oxidative stress model) versus glyoxal or methylglyoxal (carbonylation model). Chemico-Biological Interactions , [S.I.], v. 185, p. 101-109, 2010. EVANS, W. C. Trease and Evans: Pharmacognosy, 14ª ed. Edinburgh, Saunders, 1999. FERREIRA A. C.; FARIAS K. G.; LIMA M. P. Análise de parâmetros físico-químicos da Arnica Montana manipulada nas formas de uso tópico. Monografia. Universidade Presidente Antônio Carlos- UNIPAC. 62f. Ipatinga MG. 2010. FRAGE, R. CC; GARCIA, M.T.J. Desenvolvimento de emulsões óleo de olívia/água: avaliações das estabilidades físicas. Revista de Ciência Farmacêutica Brasileira Aplicada , Uberaba, v. 30, n. 3, p. 263-271, 2009. HIRATA L. L; SATO M. E. O; SANTOS C A M. Radicais Livres e o Envelhecimento Cutâneo. Acta farmacéutica bonaerense , Curitiba – PR, v. 23, n. 3, p.418-426, 2004. LEONARDI, Gislaine Ricci.Cosmetologia Aplicada. São Paulo: Medfarma Livraria e Editora, 2004.53-54-58 p. LÓ, S.M.S. Morfoanatomia das partes vegetativas aeres das espé cies medicinais Holocalyx balansae MICHELI, Patagonula americana L. E Prunus brasiliensis DIETRICH. 2010. 70f. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná. Curitiba. 2010. LORCA, B. S. S. Desenvolvimento e avaliação de sabonete granulado p ara limpeza da pele. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas). Universidade Federal do Rio de Janeiro. 115f. Rio de Janeiro. 2007. MAPRIC. Óleo de abacate. São Paulo, [20– –].

Page 59: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

59

MAPRIC. Óleo de amêndoas. São Paulo, [20– –]. MASSAFERA, G. Composição de ácidos graxos do óleo do mesocarpo e da semente de cultivares de abacate (Persea americana, Mill) de região de Ribeirão Preto, SP. Revista de Nutrição , Araraquara - SP, v. 21, n. 2, p. 325-331, 2010. MENDONÇA, C.C.; SILVA, I.C.L.; RODRIGUES, K.A.; CAMPOS, M.A.L.; MEDEIROS, M.C.M.; CASTELI, V.C.;FERRARI, M.; MUSIS, C.R.; MACHADO, S.R.P. Emulsões O/A contendo cetoconazol 2,0%: avaliação da estabilidade acelerada e estudos de liberação in vitro. Rev Ciênc Farm Básica Apl. Cuiabá, MT, pág 35-46. 2009. MERCADANTE, R.; CIELO I. D.; SILVA F. S.; RODRIGUES K. F.; FRANZ A. C.; HAHN P.; BUENO S. R. K. Projeto Gerart Sabonetes líquidos: Fabricando sabonetes líquidos. 22p. 2009. OPÇÃO FÊNIX. Relatório técnico. Dietanolamida de ác ido graxo de coco. São Paulo. 20– –. PANDOLFO, L.M.L. O processo de envelhecimento cutâneo: As novas perspectivas frente a evolução da cosmetologia, da estética e das tecnologias de produção de cosméticos. 2010. 48f. Monografia (Especialização em estética e cosmetologia) Programa de Pós Graduação Latu Sensu, Rio de Janeiro, 2010. QUEIROS, MARIA, B. R. Desenvolvimento e estudo da estabilidade de gel com extrato de Matricaria recutina (L.) e avaliação da atividade antiinflamatória tópica comparada com gel de diclofenaco de sódio. 2008. Dissertação (Mestrado em ciências da saúde) – Universidade de ciências de saúde. Brasília, 2008. ROSSI,C.G.F.T; DANTAS, C.N.T; MACIEL,M.A.M. Tensoativos: Uma abordagem básica e perspectivas para aplicabilidade industrial. Rev. Univ. Rural. Sér. Ci. Exatas e da Terra, Seropédica – RJ, vol. 25, n. 1-2, p. 59 -71, 2006. SCARIOTTO, S. Fenologia e componentes de rendimento de pessegueir o em condições subtropicais . 2011. 131f. Dissertação de Mestrado (Área de

Page 60: UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO … · 2011-12-29 · UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE-FACS CURSO DE FARMÁCIA

60

concentração: produção vegetal). Programa de Pós Graduação em Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2011. SOUZA, F. L. C. Desenvolvimento de bases emulsionadas de silicone e água e avaliação comparativa com bases emulsionadas de óle o e água para uso externo de uso mais comum em manipulação . Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas) Universidade Federal do Rio de Janeiro. 191f. Rio de Janeiro RJ. 2007. TANGO, J. S, CARVALHO, C. R. L, SOARES, N. B. Revista Brasileira de Fruticultura , Jaboticabal - SP, v. 26, n. 1, p. 17-23, 2004. TREMOCOLDI, M. A. Atividade antioxidante, compostos fenólicos totais e cor em abacate ‘HASS’ submetido a diferentes tratamento s físicos. 2011. 115f. Dissertação de Mestrado (Área de concentração: Horticultura). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2011.