26
Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Versão integral disponível em digitalis.uc · tecnologias e formas de arte como fontes de renovação da nossa prática docente. ... nombre de Steven Pressfield como base deI guión

Embed Size (px)

Citation preview

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

SOM E IMAGEM NO ENSINO DOS ESTUDOS CLÁSSICOS

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

(Página deixada propositadamente em branco)

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

SOM E IMAGEM NO ENSINO , DOS ESTUDOS CLASSICOS

Coordenadores: JOSÉ RIBEIRO F ERREIRA

P AULA B ARATA DIAS

INSTITUTOS DE ESTUDOS CLÁSSICOS

CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS E HUMANÍSTICOS FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

ISBN: 978-989-26-0805-1

DOI: http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0805-1

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

INTRODUÇÃO

Esta publicação, Som e Imagem no Ensino dos Estudos Clássicos, resulta de uma realização científica e pedagógica que reuniu em Coimbra, nos dias 14, 15 e 16 de Novembro de 2001, - com uma participação muito significativa de professores de diversos grupos - mais de duas dezenas de especialistas para debater o uso dos meios audiovisuais no ensino, reflectir sobre o doseamento dessa aplicação, dar notícias de novidades, apontar caminhos.

Organizado pelo Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras, pelo Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, pela Associação Portuguesa de Estudos Clássicos e pela Liga de Amigos de Conimbriga, o encontro abordou e discutiu os fundamentos da utilização dos audiovisuais nos estudos clássicos e a sua aplicação nas diversas modalidades: banda desenhada, cinema, informática, literatura infantil, música e vídeo.

Procedeu também a uma inventariação das obras musicais, filmes e vídeos que têm por base temas clássicos, de que resultou a publicação do catálogo Filmes e Obras Musicais de Tema Clássico (Coimbra, 2001) - um volume de cento e trinta páginas, e o elenco ainda está longe de se encontrar completo - , que não se inclui nesta publicação, por razões de espaço, mas que se encontra colocado na Internet, no portal do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, à disposição de quem o queira consultar.

São muitos e esteticamente diversificados os filmes, as obras musicais, os vídeos, os programas televisivos, os CD-R OMs sobre obras, figuras, mitos e temas da Grécia e Roma antigas. Sempre os grandes compositores musicais se interessaram pelos temas greco-romanos, e à cultura clássica foram buscar inspiração para algumas das obras mais famosas; e também os realizadores de cinema não ficaram insensíveis às figuras, mitos e obras da Grécia e Roma antigas. Se o auge desse interesse se concentra nos anos sessenta, depois manteve-se e nunca chegou a esmorecer. E ainda recentemente o Gladiador - um retomo ao tema do peplum - voltou a encher plateias. Realizadores como Pasolini, Fellini, Cacoyanis deixaram-nos obras de referência sobre a temática. Algo de idêntico se poderia dizer a respeito de vídeos,- de programas televisivos, de CD-ROMs. E quem não reconhece potencialidades didácticas à informática e as possibilidades que nos oferece de reconstituição de cenários, cidades ou monumentos?

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

Esta publicação tem como objectivos fundamentais, entre outros, fazer um elenco e procurar analisar, a título de exemplo, algumas das obras mais significativas; expor o andamento de projectos em curso; interrogar sobre a adesão de crianças, adolescentes e jovens aos temas clássicos (com certeza com um poder formativo consideravelmente superior ao dos terríveis monstros que a televisão por sistema apresenta); sobretudo, chamar a atenção para as possibilidades didácticas da informática e reflectir qual a dose de meios audiovisuais a utilizar no ensino, em especial da banda desenhada, do cinema, da informática, das obras musicais, do vídeo.

Som e Imagem no Ensino dos Estudos Clássicos, como se pode ver por uma consulta ao índice, apresenta um conjunto de estudos que abordam os aspectos acima referidos. Procuram deixar pistas e sugestões aos professores e interessados nos aspectos pedagógicos e didácticos, quanto ao ensino dos estudos clássicos, quanto ao que estes estudos apontam para outras áreas do saber e do saber ensinar e, finalmente, quanto ao que podemos aprender com as novas investigações, tecnologias e formas de arte como fontes de renovação da nossa prática docente. Permito-me sublinhar os trabalhos de Fernando Lillo Redonet sobre «Os temas clássicos no cinema contemporâneo»; de Abílio Hemández Cardoso sobre a Medeia de Pasolini; de Cristina Pimentel e Arnaldo Espírito Santo sobre a exploração didáctica de um CD-ROM que tinha por base o texto latino da morte de Cristo, de S. João; de Louis Callebat sobre as artes plásticas como fonte de conhecimento da civilização romana; de Philippe Fleury sobre o projecto da reconstituição virtual da antiga cidade de Roma; de Maria Emília Ricardo Marques sobre o vídeo como documento didáctico; de Walter de Medeiros sobre o Satyricon de Fellini.

A todos que contribuiram para a organização do Congresso que deu origem a este volume de estudos, deixamos o mais vivo reconhecimento pelo empenho manifestado. A todos que connosco partilharam as suas experiências lectivas e a sua investigação, autores dos trabalhos neste volume reunidos, deixamos, uma última palavra - gratidão, a nossa gratidão.

JOSÉ RmEIRO FERREIRA

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

I - FUNDAMENTOS

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

(Página deixada propositadamente em branco)

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

REFLEXÕES SOBRE A MEDIDA DA UTILIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO ACESSO AO SABER:

ENSINO E INVESTIGAÇÃO

ARNALDO ESPÍRITO SANTO

Universidade de Lisboa

Algumas reflexões, nada mais, é o que aqui pretendo apresentar. Não são elas fruto de uma investigação aprofundada sobre o tema. Não trago receitas nem sugestões práticas. O meu propósito é contribuir com algumas ideias, discutíveis, por certo, que decorrem da minha actividade de professor e investigador.

Quando há trinta anos comecei a ensinar, um metodólogo do liceu, dos mais conceituados, perguntou a uma professora novata, que iniciava o seu estágio à moda antiga na área do francês : «Minha senhora, na sua opinião quais são os ins­trumentos didácticos que um professor deve utilizar nas suas aulas?» «Bem!, respondeu a professora, o retroprojector, as acetatos, os diapositivos, o episcópio.» E como que atingida por um lapso de memória, ficou bloqueada.

Na realidade, no princípio dos anos 70 os recursos audiovisuais não iam além da projecção ampliada de textos, esquemas e imagens: umas paisagens, umas fotografias, sobre a vida e a figura do autor em estudo, a casa onde nasceu, e, se fosse o caso, a aldeia onde viveu, a natureza que o rodeou, numa intenção clara de reduzir a leitura a uma interpretação tendenciosamente biografista, empobre­cendo-a. Poder-se-ia ir um pouco mais longe e apresentar um texto dividido em partes, um esquema interpretativo do conjunto com remissões e correlações de umas partes para as outras. Algum vocabulário sistematizado, agrupado por cam­pos lexicais, a que erradamente se chamava campo semântico, e algumas estrutu­ras sintácticas, quando se tratava do ensino das línguas estrangeiras, esgotavam os recursos de que se dispunha. Às vezes recorria-se também a um gira-discos e à audição de algumas canções, que era a parte mais interessante da lição.

Depois veio o tempo da gramática generativa e das abomináveis árvores, que levavam o aluno, dentro de uma lógica irrefragável, a classificar como com­plemento directo o sujeito quando ele se perfilava depois do predicado. E com

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

122 FERNANDO ULLO REDONET

vestigio cinematográfico deI tema homérico con La guerra de Troya (La guerra di Traia) de Ciorgio Ferroni centrada en la figura de Eneas y con características de peplum.

Dentro deI tema mitológico de los sesenta destaca Jasón y los Argonautas (Jason and the argonauts, 1963) de Don Chaffey por su mayor respeto aI mito. Una producción muy asociada a ésta, ya que comparten productor, guionista y autor de efectos especiales, es Furia de Titanes (Clash of the Titans, 1981) de Desmond Davis que constituye, hasta el momento, la última aportación destacable aI cine de tema

griego. . La televisión, que tan buenas adaptaciones ha realizado aI tema romano, no

ha sido ajena a los temas de la Crecia antigua y se realizó una adaptación de la Odisea en 1968: La Odisea: Las aventuras de Ulises (1969) de Franco Rossi. La obra de Homero también ha sido llevada a la pequena pantalla con notable acierto en 1997: La Odisea (TV) (The Odyssey, A. Konchalovsky). Vemos pues cómo se recogen periódicamente los mismos temas desde el inicio deI cinematógrafo. También el tema de Hércules se ha visto reflejado en las populares series de televisión Hércules: los viajes legendarios y El joven Hércules que están muy alejadas deI héroe griego aI estar ambientadas en una época indeterminada más propia de la fantasía heroica tipo Conan y mezclar historias de la mitología griega sin ningún criterio. Merced aI éxito de Gladiator están en proyecto nuevas películas de tema griego como Gates of Fire con Michael Mann como posible director y la novela deI mismo nombre de Steven Pressfield como base deI guión y Alejandro Magno que partiría deI bestseller de Valeria Manfredi. San dos temas de nuevo recurrentes en la historia deI cine de tema griego ya que el primero recrea de nuevo el episodio de las Termópilas de El león de Esparta y el segundo intenta dar nueva vida a la gesta deI más insigne macedonio.

2. Los temas de Civilización Clásica en el cine de romanos y su uso en la ensenanza de los estudios clásicos

Como hemos visto en el panorama anterior y podemos comprobar en los anexos 1 y 2 de filmografía básica, el cine de romanos ha tocado numerosos temas que pueden ser utilizados de diverso modo en la ensenanza deI mundo clásico en cualquier nivel educativo. En nuestro libra El cine de romanos y su aplicación didác­tica6 exponíamos las dos posibilidades de utilización deI material cinematográfico en el aula. En este sentido propugnábamos o el estudio de películas concretas o la creación de cintas monográficas sobre diversos temas de civilización romana. En

6 F. Ullo Redonet, El cine de romanos .. . , p. 9.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

LOS TEMAS CLÁSICOS EN EL CINE DE ROMANOS CONTEMPORÂNEO 123

este apartado queremos ahora centrarnos en este último aspecto y ampliar y per­feccionar lo que allí exponíamos7•

El objetivo último es animar a la creación en Institutos de Ensefianza Secun­daria y en Universidades de un banco de imágenes deI Mundo Clásico extrayendo de las diversas películas las secuencias más asequibles y apropiadas para la ilustra­ción de determinados temas de la Antigüedad8. Estas cintas monográficas deberían ir acompafiadas de una selección de textos adecuados (en latín, griego o en traducción) que confirmarían, negarían o completarían la información de las imá­genes. La que aquí ofrecemos no es una recopilación exhaustiva sino un punto de partida. En estas selecciones aparecen con frecuencia series de televisión ya que, como apuntábamos más arriba, presentan un interesante campo de datos puesto que se fijan más en los detalles de vida cotidiana y presentan por lo general un respeto mayor por los datos arqueológicos más recientes. A continuación presen­tamos algunos de los temas generales que pueden desarrollarse en cualquier curso de civilización o lenguas clásicas dando noticia de algunas de las imágenes que, a nuestro juicio, son más representativas para la ilustración de los mismos.

2.1. EI espacio urbano romano

EI cine de romanos ha representado con frecuencia el espacio urbano de la ciudad de Roma o de Pompeya. En el caso de Roma vale la pena seleccionar la visión deI foro romano que ofrece la serie de televisión Anno Domini. En uno de sus capítulos vemos a uno de los protagonistas entrar por primera vez en el foro con lo que adoptamos enseguida su punto de vista. En pocos minutos se nos presentan las tres funciones propias de un foro: administrativa, religiosa y política, termi­nando también con un breve apunte deI aspecto militar. El protagonista dirige su mirada a los diversos lugares de un foro deI tiempo de los Julio-Claudios. Luego as is te a la liberación de un condenado por una virgen vestal pudiendo ver también el templo redondo con el fuego sagrado de la ciudad. AI final es testigo de un des­file militar con legionarios ataviados con ropas y cascos de acuerdo con los hallazgos arqueológicos. EI foro romano también puede verse en La caída dei impe­rio romanoen el contexto deI desfile triunfal de Cómodo. Samuel Bronston pagó la

7 Hemos puesto aI día y enriquecido con nuevos datos alg\.mos de los apartados que aparecían en El cine de romanos ... , pp 22-30 Y El cine de tema griego y su aplicación didáctica,

Madrid, Ediciones Clásicas, 1997, pp 32-39.

8 Algunas secuencias y datos deI género en P. L. Cano, "Sobre el peplum como género" (pp. 1-16) en P . L. Cano-J. Llorente, Espectacle, amor y martíris ai cinema de romans, Tarragona, Facultad de Filosofía y Letras 1985, pp. 1-16 Y J. Llorente-Costa, "La nociá d'espectacle en les pel.licules de romans" en P. L. Cano-J. Llorente, Espectacle, amor y martiris ai cinema de romans,

Tarragona, Facultad de Filosofía y Letras 1985, pp. 17-64.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

124 FERNANDO LILLO REDONET

construcción de un gigantesco decorado basado en la maqueta de Gismondi. Tam­bién aquí pueden reconocerse los principales edificios deI foro romano además de asistir a un triunfo romano paso a paso incluida la entrada en el templo de Júpiter capitolino cuya estatua tiene como base el Zeus de Olimpia de Fidias. AI lado de estas buenas representaciones contamos con el imaginario foro romano de Quo

vadis? (1951) más fiel a las asambleas nacionalsocialistas. El triunfo de Marco Vini­cio parace un desfile hitleriano e incluso los cineastas quisieron que tuviera ese tono identificando a Nerón con Hitler en el peculiar modo de saludo. Curiosa­mente ese mismo carácter grandioso de esta tuas colosales se ve en el triunfo info­gráfico de Gladiator (2000) con unos tonos negros que lo acercan a los documentales de Leni Riefenstahl y en los que destaca la vestimenta negra de la guardia preto­riana. Gladiator presenta sin embargo una estupenda panorámica aerea de Roma que impresiona aI espectador. El espacio de las calles de Roma puede observarse en escenas concretas de Anno Domini con el paso de piedras para cruzar la calzada o la visita aI Argileto, la calle de los libreros romanos. También · en la serie Los últimos días de Pompeya podemos ver ejemplos de calles romanas.

2.2. La vida privada en la Roma antigua: la casa y la boda

La casa romana que conocemos como domus aparece en Espartaco tanto en las escenas de la casa de Batiato con un reconocible impluvium como en la lujosa villa de Craso donde puede verse un agradable peristilo. El peristilo se ve también en Quo vadis? donde contrasta la sobria morada de los romanos que acogen a Ligia con el suntuoso palacio de Nerón. En Anno Domini pueden verse ejemplos de pala­cios imperiales y de casas más modestas como la deI padre de Valerio que es un soldado veterano. En esta serie aparecen también multitud de objetos cotidianos y de mobiliario deI hogar rigurosamente basados en hallazgos arqueológicos. Tam­bién encontramos una escena de boda romana muy útil para ilustrar este aconte­cimiento. La escena incluye una vista dellarario, una consulta a las entranas de los animales, la entrega de los útiles deI hogar como la rueca y el huso, las palabras rituales (Ubi tu Gaius, ego Gaia), la torta, el velo color azafran de la novia y el cortejo hasta la casa deI novio donde este recibe a su esposa con el agua y el fuego cru­zando luego ella el umbral. En suma, una adecuada ilustración que puede com­pletarse con los textos clásicos en latín o en traducción que se consideren oportu­nos, tales como textos sencillos sobre el amor, cantos de boda o epitafios sobre la condición de la mujer romana.

2.3. Sociedad

En las películas más clásicas deI cine de romanos suelen aparecer sólo los estamentos sociales más altos aI lado de los más bajos como los esclavos. Es en las

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

LOS TEMAS CLÁSICOS EN EL CINE DE ROMANOS CONTEMPORÂNEO 125

series de televisión donde vemos la gama intermedia de comerciantes, hombres libres y extranjeros que no gozan de excesiva riqueza. Espartaco presenta esclavos gladiadores (con la presencia deI esclavo negro Oraba y todo lo que ello significaba en el contexto de estreno de la película) y esclavos domésticos (Varinia y Antonino) mientras que Barrabás cubre muy bien los esclavos agrícolas y sobre todo la escla­vitud en las minas. En Anno Domini podemos asistir a una documentada subasta de esclavos que son subidos a una plataforma giratoria. Tiene incluso el detalle de colocar los carteles de identificación (esto también aparecía en Espartaco) e incluso el callar de metal que llevaban los esclavos y deI que hemos conservado ejemplos con inscripciones deI tipo "Soy el esclavo de .. . He huido ... devuélveme a mi duefío en .... " y que pueden acompaií.ar aI visionado de estas secuencias.

2.4. Política

El mundo de la política está presente en gran cantidad de películas de roma­nos. Lo que ocurre es que en ese aspecto reflejan más los gustos políticos deI momento en que fueron rodadas que la realidad romana. Así el denominador común es la lucha contra el dictador y el establecimiento de la democracia que se asimila a la República romana9. Esto se ve en Espartaco donde Craso actúa como aspirante a dictador y tiene que ser derrotado, pero se deja ver también en Julio César, en La caída dei imperio romano y en Gladiator. En esta última, Máximo lucha contra un tirano por venganza personal pero también para restaurar la República "querida" por Marco Aurelio. Incluso aI final parece que después de Cómodo va a instaurarse por fin la República y con ella la "democracia". En otras ocasiones el imperio romano, visto como algo negativo, es asimilado aI imperio nazi como ocurre en Esta es mi tierra (J. Renoir, 1943), Quo vadis? (1951) y Ben-Hur (1959) . Por tanto es muy interesante estudiar este aspecto concreto en las clases de Tradición ClásicalO •

2.5. Mundo de los muertos

El mundo de los muertos tiene también su representación en el cine de romanos. En La caída dei imperio romano asistimos aI funeral de Marco Aurelio con

9 Muchos detalles ai respecto acompaii.ados de datos y una buena argumentación en M. M. Winkler, "The Roman Empire in American Cinema after 1945", The Classical Journal

93.2,1998, pp. 167-196. Centrado en La caída dei imperio romano, M. M. Winkler, "Cinema and the FalI of Rome", Transactions of the American Philological Association 125, 1995, pp. 135-154.

10 Las películas de romanos hablan sobre todo dei tiempo en que fueron rodadas o estrenadas. Para este interesante aspecto que ataii.e a la historia dei cine y su recepción social puede verse M. Wyke, Projecting the past: Ancient rome, Cinema and History, London-N. York, Routledge, 1997.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

126 FERNANDO LILLO REDONET

quema de la pira incluida. Para un ejemplo de laudatio funebris contamos con la que ofrece Marco Antonio en Julio César. En Quo vadis? puede explorarse el mundo de las catacumbas. Por último en Gladiator aparecen referencias aI Elisio en el discurso de Máximo a sus tropas de caballería. El más allá aparece como motivo recurrente en la película simbolizado en una puerta, por más que la recreación de la vida futura sea un calco de la presente con un tono muy americano de happy-end.

2.6. EI ocio en Roma

El ocio es uno de los aspectos que ha tratado más el cine de romanos preocupado por dar una visión colorista y atractiva de Roma. Son las escenas más espectaculares que no pueden faltar en una película de romanos y que, como vemos, en Gladiator pueden ser incluso lo mejor de la misma.

2.6.1 Juegos en el circo

En un primer momento el circo era ellugar donde se realizaban todo tipo de exhibiciones. Así en Anno domini podemos observar que las luchas de gladiadores se efectúan en el circo (vemos incluso la spina) y no en el anfiteatro. Posteriormente el circo se especializó en carreras de cuadrigas y el anfiteatro en luchas de gladia­dores y venationes.

Para las carreras contamos con la ya muy utilizada secuencia de la carrera de cuadrigas de Ben-Hur (William Wyler,1959). En eIla puede apreciarse que no sigue el proceso inicial de una carrera, es decir, salir de las carceres y Ilegal' a la alba linea para tomar las posiciones de salida, sino que comienza con un desfile triunfal, útil en el film para mostramos el apoteósico decorado deI circo. El resto de la carrera es válido: la salida a cargo deI magistrado arrojando el pano blanco o mappa; las siete vueltas contadas por los delfines de rigor situados en la bien documentada spina; y la emoción con los "naufragios" de algunas cuadrigas. Sin embargo puede repro­chársele que en el circo solían competir tan sólo cuatro cuadrigas, una para cada bando, y no seis y el que los fastuosos carros de la película contrasten con la fragi­lidad de los carros romanos que nos ofrecen los relieves contemporáneos.

En Teodora (Ricardo Freda, 1953) se nos ofrecen más datos sobre el circo. En eIla podemos contemplar las terribles disensiones entre los azules y los verdes en la época de Justiniano. Nos muestra la carrera en la que Justiniano representa a los azules y Teodora a los verdes. El público agita los panuelos de su color favorito y la carrera es emocionante con naufragios inclui dos. También podemos contemplar las caballerizas de las facciones.

También muestran carreras de carros La caída dei imperio romano, que imita conscientemente la carrera de Ben-Hur, y Golfus de Roma que, en la mejor tradición deI cine mudo, parodia precisamente la carrera de la película de A. Mann.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

LOS TEMAS CLÁSICOS EN EL CINE DE ROMANOS CONTEMPORÂNEO 127

2.6.2. Juegos en el anfiteatro

El anfiteatro es a menudo en las películas "de romanos" el escenario de la tragedia final o deI ejemplar fin de los mártires cristianos. El espectáculo consiste en luchas de gladiadores, venationes y martirios.

En Espartaco se nos ofrece una lucha de gladiadores en el marco de la escuela de gladiadores de Léntulo Batiato. Se enfrentan el tracio Espartaco, y el reciario etíope, bastante bien documentados. La pareja tracio-reciario o más bien la de mirmillón-retiario es la más común en las películas. En los combates la figura deI reciario no falta casi nunca, lo que suele variar es la categoría de su oponente que puede ser samnita (en su variante de secutor o hoplomachus ambos provistos de escudo largo), gallus o myrmillo armados estas de espada, escudo pequeno y casco con figura de pez, o thrax, equipado con un pequeno escudo redondo y un punal curvo. El público no hace distinciones, en su memoria cinematográfica la lucha de gladiadores es de un reciario, provisto de tridente y red y un oponente que siem­pre lleva un casco característico. La serie Los últimos días de Pompeya nos ofrece combates de este tipo (se incluye además la última comida de los gladiadores antes de salir a morir).

Existen en el cine, sin embargo, variantes de la pareja clásica que cabe desta­car. En Anno domini la mujer gladiadora Corinna y su oponente ofrecen una lucha entre lo que pueden ser dos mirmillones, sin que por otro lado falte el reciario Caleb. Ambos personajes son ejemplos de auctorati, personas libres que se contra­taban como gladiadores, con lo que se atenúa la imagen de gladiadores igual a esclavos y condenados.

En una versión muy especial de Los últimos días de Pompeya (Merian Cooper, 1935), cuyo argumento nada tiene que ver con la novela original aparecen carteles anunciadores de los combates escritos en latín siguiendo los graffiti pompeyanos y algunos dibujos de gladiadores.

En las luchas de gladiadores el film Barrabás nos ofrece un espectáculo gla­diatorio de gran colorido y con una escenografía distinta a la que el cine acostum­bra, incluyendo en la pista deI anfiteatro (se ha utilizado el bien conservado anfi­teatro de Verona para el rodaje) arquitecturas efímeras imitando rocas aI estilo de algunas pinturas romanas de Pompeya. También los coloristas penachos de los gladiadores que no se ven en otras películas se han basado en pinturas de Pom­peya. Se nos ofrece además el entrenamiento de los gladiadores en un ludus y una lucha final singular. Barrabás (Anthony Quinn) de pie y armado con lanza se enfrenta aI maIo (Jack Palance) que conduce una biga y pretende atraparlo con una red. Se trata de una lucha quizá inspirada en los documentados essedarii, donde dos contrincantes se arremetían desde carros ligeros.

La película Golfus de Roma (R. Lester, 1966) presenta una parodia de los juegos deI anfiteatro. Se llevan esclavos para que puestos en fila el gladiador

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

128 FERNANDO LILLO REDONET

pueda practicar con su maza. Es una forma de reírse de la crueldad de estos

espectáculos. Pasamos a las venationes que son luchas de fieras entre sí o luchas de hom­

bres contra fieras . El cine no ha representado de momento ninguna venatio en la que se plantee una cacería a gran escala como las atestiguadas en las fuentes histó­ricas. Lo más habitual es la lucha de hombres con fieras . En Demetrio y los gladiado­

res (O. Oaves, 1954) asistimos a la lucha dei emblemático Victor Mature con varios tigres, dentro de un improbable anfiteatro adornado con una estatua idel David de Miguel Angel!.

En Gladiator aparecen tigres como un elemento más de peligro para el duelo de Máximo con otro gladiador pero se desaprovecha la ocasión de mostrar a Cómodo en alguna de sus cacerías descritas en la Historia Augusta ll o en Herodiano12.

Las escenas finales de Anno domini nos cuentan cómo los ninos cristianos van a ser devorados por perros salvajes, siendo defendidos por un "pastor" armado de una vara. Afortunadamente alllegar Caleb y Corinna con sus armas de gladiadores la esc ena se convier te en una venatio.

La escena cumbre de Quo vadis? la protagoniza el gigantón Ursus en una lucha singular contra un toro. En la película Ligia está atada a un poste esperando que el toro la acometa, pero en la novela original es atada allomo dei animal.

La famosa historia de Androcles y elleón transmitida por Aulo Celio (Noches

áticas V,14), en la que el marco de acción es una venatio se convirtió en una parodia en la película Androcles y el león (Chester Erskine, 1952) basada en la obra de B. Shaw.

En Roma los animales además de ser enfrentados entre sí se dedicaron a ser exhibidos, sobre todo los ejemplares raros. Esto contribuía a mostrar ai pueblo la grandeza de Roma que podía traer animales de cualquier punto dei imperio y darles muerte dominando así sobre la Naturaleza. La trasposición cinematográfica la encontramos en una escena de Barrabás en la que ai lado de luchas de gladiado­res aparece una exhibición de elefantes y en las jirafas y animales que aparecen en las escenas africanas de Gladiator y dan fe dei comercio de animales para su exhibi­ción en Roma.

2.6.3. Banquetes

En lo tocante a comidas, todo el mundo sabe por la información der cine o la televisión que los romanos comían echados. En EI cáliz de plata (1954) con un joven­císimo Paul Newman aparece un estupendo banquete lleno de platos exóticos.

11 Elio Lampridio, Cómodo Antonino, 11,11; 12, 10. 12 Herodiano, Historia de Roma después de Marco Aurelio, I, 15.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

LOS TEMAS CLÁSICOS EN EL ClNE DE ROMANOS CONTEMPORÁNEO 129

Ejemplos singulares de banquetes romanos se encuentran en el Satiricón (1969) de Fellini y en Golfus de Roma (R. Lester, 1966). En este último se ofrece una parodia deI género. EI banquete ofrecido por Miles Gloriosus contiene los ingre­dientes de cualquier banquete romano pera en clave de humor, burlándose de los estereo ti poso

2.6.4. Las termas

En las películas de romanos existen algunas secuencias ilustrativas de las termas que evidencian distintos usos de las mismas . En Espartaco encontramos secuencias de las termas como un espacio de diversión pero sobre todo como lugar de discusión política. Así observamos las discusiones políticas que sobre asuntos de estado mantienen Graco (Charles Laughton), Craso (Laurence Olivier) y el joven César (John Gavin). También en unos banos, esta vez privados, se desarrolla una secuencia suprimida en la que Craso y Antonino mantienen un sutil diálogo y que ha sido felizmente recuperada en la nueva restauración de la película. En La caída dei imperio romano podemos ver el lujoso interior dei palacio dei emperador Cómodo que tiene una amplia piscina o natatio alIado de una arena para ejercitarse con juegos gladiatorios con lo que observamos la función lúdica unida a la higié­nica. En la serie Anno Domini aparece el aspecto privado de las termas de una per­sona pudiente como Sejano.

2.7. El deporte griego

El deporte griego no ha tenido gran suerte en su ilustración cinematográfica como tampoco ha tenido mucha aceptación el mundo griego en el cine a juzgar por la escasez de títulos serias que a él se han dedicado. De este modo aduciremos varios ejemplos aI respecto pero no encontraremos un tratamiento adecuado deI tema. No obstante la exhibición de pruebas atléticas encaja con la estética deI peplum italiano y sus héroes musculosos. Así en Hércules encontramos una serie de pruebas deportivas (lanzamiento de jabalina, lucha, lanzamiento de disco ... ) en las que se nos presenta a los futuros argonautas. Steve Reeves, que había interpretado a Hércules, es también el protagonista de La batal/a de Maratón encarnando aI héroe griego Fidípides que realizó la famosa carrera pedestre de Maratón a Atenas que es el origen de nuestra Maratón olímpica actual. Por supuesto, y de acuerdo con las regIas deI happy end, Fidípides no muere ai finalizar su carrera. AI principio de esta película se recrean con no demasiado acierto las pruebas en Olimpia presididas por una estatua de Zeus aI aire libre.

En el contexto de los funerales (como por ejemplo los funerales de Patraclo en La Ilíada) o en el contexto de algún banquete honorífico (los juegos con los que los Feacios agasajan a Ulises) los griegos solían incluir juegos. En Ulises el guio­nista, que sigue de cerca La Odisea, ha inclui do los juegos ofrecidos por los feacios,

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

370 MARIA EMÍLIA RICARDO MARQUES

Quanto ao corpo do video, esse apresentava os diversos momentos do ritual de fazer o pão, num moinho com forno, perto de Mafra. E na fala dos moleiros­padeiros demarcava-~e a abertura a determinado meio social e cultural, a diversas formas de expressão, a diferentes velocidades e ritmos de fala, a linguagens diver­sificadas, que iam do oral espontâneo ao ritual do benzer da massa.

Acentuou-se, por conseguinte, o contraste com o impacto inicial, com a hipótese de uma discussão longa que teria podido durar mais que uma aula. Em vez disso, aparecia uma sequência documental esteticamente bela, marcada pelo eco de uma melopeia, por duas vozes em contraponto cúmplice, por ruídos vários (a moagem, o bater da massa, o amachucar de papéis para acender o forno, o riscar do fósforo, os vários sons do forno, o silêncio). Havia corpos que a luz do fogo distorcia, havia cores contrastantes, ritmos lentos, longos silêncios.

A dupla experiência vivida (abertura vs. corpo do video), sentida, permitia alargar pontos de vista, categorias mentais, contribuindo para o desenvolvimento dó estudante, devido a um enriquecimento da sua cultura mediática, etnosocio­lógica, literária (título, citação) e, até, pela atenção prestada a um conjunto de meios concebidos para levar à conscientização, tanto de questões de existência, como de problemas de significação - no seu sentido mais lato. Recusamo-nos, como se vê, a abordar os media, universo complexo, apenas sob os ângulos habituais

• técnico - tecnológico • político - sociológico • económico - marketing, publicidade . . .

Trata-se, é inegável, de uma nova cultura, de uma nova linguagem marcada por outros processos e por modalidades próprias. E trabalhá-la, com alunos, quando da abertura a outras sociedades, a outras culturas, a outras linguagens, permite-nos contribuir para a formação desses alunos, habituando-os a fugir de "zappings" pulsivos, que os tornam refractários, quer à abstracção e à lógica racio­nal, quer à emoção e à imaginação, a que damos, porém, papel de relevo, sobre­tudo tratando-se de um conhecimento marcado pela componente sensorial e afectiva. Daí a necessidade, também, de se passar de um sentir, de um saber por integração, por comunhão, à lógica de um desenvolvimento rigoroso e de um trabalho de precisão.

Lembremos que, com materiais video, o pensamento é dinamizado e fun­ciona, intuitivamente, em sincronismo, por analogia, por empatia. Cabe pois, ao docente/tutor, tentar restabelecer

• a complementaridade das duas formas de conhecimento - simbólico e racional,

• a articulação entre a linguagem do imaginário e a da consciência.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

VIDEOGRAMAS: PERCEPÇÃO, EMOÇÃO E SABERES 371

É evidente que, no video analisado, o discurso foi encenado (abertura), dramatizado, levado a um extremo que fontes de autoridade autenticavam (de modo implícito no caso do título que nos remete para Cervantes, explícito no de Virgílio Ferreira).

É um facto que houve dramatização na escolha de determinado foco complexo (icónico e verbal), condensado e até tematizado, porque posto no genérico de abertura, embora com raízes num universo de referências que se desejaria familiar.

Houve escolhas voluntárias, tais como oposições, contrastes. Houve também procura de uma certa profundidade emocional, até nas vibrações luminosas e sonoras das sequências que fecham o videograma. Houve, enfim, uma intensi­ficação, não só pela abertura escolhida, como pela contracção temporal que marca o documento, num desregular dos acelerados ritmos diários, numa opção pelos ritmos lentos, por um silêncio quase religioso, pelo estatismo dos lugares, pela amplificação simbólica das sequências finais.

Há montagem, naturalmente, e montagem intencional, mas há, até por isso, uma tentativa de descondicionar processos perceptivos rotineiros, e até uma tentativa de passar da "ratio latina", de um pensamento cartesiano que se desenvolve na codificação formal, na análise, no raciocínio, na abstracção, a outras sensibilidades e a outros processos mentais que condicionam uma maior latitude na disponibilidade e na abertura a outrem. É que não basta falar de inteligência múltiplall ou de inteligência emocionaP2, quando é necessário dar-lhes, no quotidiano institucional, o devido valor cultural e pedagógico.

Aponto, a propósito, os estudos de "Etologia nas comunicações" (Lyon 1113) ,

que, na sua teoria das interacções, enfatizam os papéis, tanto do verbal, como do vocal, e daquilo que designam por mimo-posturo-gestual.

Acentue-se ainda o papel, numa aprendizagem automotivada, de memórias de emoções passadas, de respostas emocionais aprendidas através da experiência, de todas aquelas modalidades afectivas que marcam um processo de apren­dizagem e que reflectem o modo como o sistema emocional aprende e recorda.

E o video, didáctico, ou a didactizar, permite estimular, integrando-os em percursos de aprendizagem

• uma grande variedade de formas de inteligência e de actividades mentais, • tanto factores de personalidade e atitudes, quanto factores intelectuais,

afectivos e relacionais, • aptidões, competências fundamentais, destrezas (skills) múltiplas ...

11 Gardner, H. 1993. Multiple Intelligences. New York, Basic Books. 12 Goleman, D. 1995. Emotionnl intelligence. New York, Bantam Books. 13 ver também o projecto internacional "Langage Audiovisuel et Culture" (LAC).

CNRS - Laboratoire IRPE-ACS, 69130 Écully.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

372 MARIA EMÍLIA RICARDO MARQUES

Eis-nos ante parâmetros que acentuam, não só as dimensões psicológicas do conhecimento, na variedade dos discursos, dos dispositivos e dos métodos, como as dimensões sociais de um "agir comunicacional" que integra necessariamente o papel da emoção. Acentue-se pois a valoração do social como "génese do psiquismo"14, sobretudo no que implica de "contacto social consigo próprio" . Para tudo isto, terão contribuído professores de um outro tipo, capazes de ajudar a delimitar e a resolver problemas, num mundo em constante mutação; professores capazes de estimular e desenvolver raciocínios críticos, intuições e criatividade, flexibilidade cognitiva, continuidade na motivação, durante um compromisso, ele também emocional, a enraizar em estabilidade afectiva e no equilibrar daquelas tensões que sempre cruzam qualquer espaço institucional.

Eis-nos pois, defendendo um modelo que valoriza, no aluno, experiência e inteligência emocionaPS. - "[ ... ] IQ offers liule to explain the different destinies of people who start out with roughly equal promise, schooling and opportunity. Academic intelligence offers virtually no preparation for the turmoil - ar opportunities - that life's vicissitudes bring [ ... ]A key set of characteristics makes up emotional intelligence, e.g. self motivation, persistence in the face of frustrations; the ability to control impulse and delay gratification, to regulate moods and keep distress from swamping the ability to think, to empathise and to hope".

Daí também a importância da estimulação de uma inteligência múltipla, conforme a hipótese de Howard Gardner16 já referida. Atentemos nos seus vários tipos, tão fortemente estimulados pelo uso de videogramas: "LINGUISTIC,

MUSICAL, LOGICAL - MA THEMATICAL, SPATIAL (visual and tactile ability to

accurately perceive and act on objects and forms in our environment) - a1'tistic,

architectural, navigational; BODILY - kinaesthetic - dance, sport; INTERPERSONAI -

self-knowledge vs.other-knowledge". Aliás, estas duas últimas são também analisadas por C. Dayl7, que reforça, igualmente, o papel do que designa por "affective, human­

relating skills". Assim, decorre que, para além de um professor - disponível, entusiasta, hábil e pronto na ajuda e no apoio discretos - , serem necessários, por um lado, uma escola e um sistema educativo a abrir ao mundo e a flexibilizar; por outro, novos papéis a assumir pelo docente, em função até de tudo que a tecnologia permite: "Whether learning takes place inside 01' outside in a school building,

good teachers who know what questions to ask, who are knowledgeable about learners and

learning and who themselves are healthy learners, will always be needed. They will

14 Vygotsky, L. S. 1978. Mind in SociehJ. Cambridge, Mass: Harvard. IsGoleman, D. op. cito 16 Gardner, H. op. cito 17 Day, C. 1991. "Roles and Relationships in Quantitative Research on Teachers

Thinking: A Reconsideration", in Teaching and Teacher Education. VoI. 7, nº 5-6, pp.537-47.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

VIDEOGRAMAS: PERCEPÇÃO, EMOÇÃO E SABERES 373

continue to teach the young, but, 10ith learning becoming a lifelong activity rather than something one stops 10hen becoming a "gro1On up ", schools 10ill have to be organised for lifelong learning. Schools 10ill have to become "open systems"18

Constata-se - vimos, aliás, a repeti-lo incansavelmente - que é, e será, do professor que tudo depende, dele que sofre e vive uma drástica mudança de papel. Como continuar a ser mecanicamente hábil num papel datado, como continuar a dominar saberes fixos, quando se lhe exige, em termos de conteúdos programáticos, uma abordagem plural marcada por transversalidade (R. Barbier), pela complexidade do pensamento (E. Morin), pela multireferencialidade (J. Ardoino et al.)? É que os programas para os novos alunos também estão a ser repensados.

E, ante eles, ante um mundo que evolui e que se distancia, o professor, educador, não pode esquecer o "factor humano" de que falava G. Green, porque a intercompreensão continua a ser a chave para um uso eficaz das tecnologias da informação e da comunicação. E, entre elas, o video tem um espaço de acção muito próprio e privilegiado.

18 Ibidem.

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

(Página deixada propositadamente em branco)

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 3

I - Fundamentos

- Arnaldo Espírito Santo: «Reflexões sobre a medida da utilização das novas tecnologias no acesso ao saber: Ensino e investigação» ....... ... .. ... .......... ... ...... ... ... 7

- Carlos Catarino: O Congresso «"Som e Imagem no Ensino dos Estudos

Clássicos" e a sua aplicabilidade ao Ensino Secundário» ...................... ................ 13

- Walter de Medeiros: «O Satyricon de Fellini - Três Passos da Mudança» ........... 17

- Maria de Fátima Silva: «O papel didáctico das representações actuais de teatro de tema clássico» ........... ...... ......... .. .... ..... ...... .... ... ............ ...... .............................. ....... 23

- Louis Callebat: «Images de la Maison Romaine - Réalités et Imaginaire» ..... ...... 29

II - Aplicação

I) _. Banda Desenhada

Nuno Simões Rodrigues: «A Antiguidade Clássica em Banda

Desenhada» ........................................................................................ ........... ..... 51

Atmie Van Praet: «Apropriation d'un Mythe par le Cinema et la BD-La

fin de l' Atlantide» ... .... ....... ... ... ....... ............... .. ....... .. ... ............ .......... ...... ....... ... 83

Luís da Silva Fernandes: «O Mundo greco-romano nas aventuras de

Alix ..... ..... ................ ............... ..... ........ ... ..... ...... ....... ... ... ....... ...... ..... ...... ......... .... 93

II) - Cinema

Fernando Lillo Redonet: «Los temas Clásicos en el cine de Romanos

Contemporáneo» ..... ..... ... ... ................... ...... ...... .. .... ....... ........ .... .. ... .............. .... 117

Alberto Prieto Arciniega: «La Historia Antigua en el Franquismo»... .... .... 143

Abílio Hernandez Cardoso: «Niente e piú possibile ormai: o sagrado e o

profano em Medeia, de Pier Paolo Pasolini» ...... ............. ... .. .... ..... ... ..... ... .... ... 157

Hélio Teixeira: «Os Códigos do Peplum em The fall of the Roman

Empire: Entre as Fontes Históricas e a Ficção». .... ..... ......... .. .... ...... .. ............. 165 Luis Fernando Dias de Oliveira: «A cena da morte dos filhos na Medeia de Eurípides e no filme de Lars von Trier» .... ....... ..... ........ ........ ....... ........ .. .. . 173

Vasco Gil Soares Mantas: <<Imaginário e imagens. A civilização romana através do peplum» ..... ...... ............. ... ....... .......... ... ...... .. ..... ........ ........... .. .... ...... 177

Leonor Santa Barbara: «Poderosa Afrodite: uma catarse com final feliz» . 199

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

376 ÍNDICE

III) - Infonnática

Virgínia Soares Pereira e Ana Amélia Carvalho: «Aprendizagem do

Latim através da Web: o documento "Sapere Aude"» ............... .......... .. ..... . 207

L. Rossetti: «Informatica per gli studi classici: un settore non omogeneo» 221

Philipe Fleury: «Présentation du projet de reconstitution informa tique

de la Rome Antique» ..... ... ..... .............................................. .......... .. ... ........ ... .... 239

Luis Miguel Pereira: «Uma Abordagem Multimédia a A Eneida» .............. 251

António M. Rebelo e Luís Almeida: ARCHEOGUIDE - «A recons-

tihtição virtual de Olímpia» ......... .. .................................. ...... ................... ....... 253

André Simões, Arnaldo do Espírito Santo, Cristina Sousa Pimentel e

João Beato: «Paixão e morte de Cristo». ... .... .... .. ............. ..... ... ..... ... ............. ... 263

IV) - Literatura Infantil

Rui Marques Veloso: «Os temas clássicos na Literatura Infantil».. ..... ..... ... 275

Gemma López Martinez: «El Teatro Griego en Imagenes para Nü'los y

Adultos: El Cuento y el Comlc». ..... .......................... .............. .. .. .. ... .. ............ .. 283

V) - Música

Ana Alexandra Alves de Sousa: «Electra e Ariadne-um problema de

identidade. Uma proposta de utilização de Hofmannsthal e Richard

Straus»......... ..... ... ...... ..... ..... ... ..... ... ...... ........ ....... .............. ................................. . 295

Luis Manuel Gaspar Cerqueira: «Humanitates humaniores - Leitura

integrada de um texto latino, um quadro e um obra musica],>. ... ............ ... 303

Maria do Amparo Carvas Monteiro: «A Ópera e a Temática Greco-

-Latina» .. ............. .. ................... ...... ..... ............ ...... ... ....... ... ................ ........... ...... 321 José Maria Pedrosa Cardoso: «Da Lira à Sinfonia: o despertar do clássico

na música ocidental» ......................... ............................. ....... ..... ........ .. ............. 327

VI) - Video

Fernando José Patrício Lemos: «Videos da Planeta Agostini ao serviço

do estudo da Sociedade Romana»....... .... ........ ... ................ ............... .......... .... 345

José Luis Navarro: <<Video Didático y Filologia Clasica: Teoria, Método y Práctica» ..... ... . .... .... ...... . .. ... .. .......... ... ... .... ... .. .. .. ...... ... ....... .. . ................... ....... .... . 353

Maria Emília Ricardo Marques: <<Videogramas: Percepção, Emoção e Saberes» ......... ............. .... ... ... .......... .. . ........... ....... .... ...... ..... .......... ...... ..... ........... 363

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

(Página deixada propositadamente em branco)

Versão integral disponível em digitalis.uc.pt