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PERSONALIDADES DO TURISMO ANALISAM SETOR E APONTAM CAMINHOS OMT Turismo em África de boa saúde PORTUGAL Prémios somam e seguem FACEBOOK Siga-nos em www.facebook.com/viajarmagazine ONLINE Descarregue a edição digital em www.viajarmagazine.com.pt DOSSIER Termas e Spas Nova era AVIAÇÃO COMERCIAL E TURISMO Maio 2014 MAGAZINE PARA PROFISSIONAIS Nº 326 - 2ª série Preço 2,00 ANOS www.europcar.pt Um mundo de soluções de mobilidade para o ajudar a servir melhor os seus clientes

Viajar Magazine - Maio 2014

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Revista de Aviação Comercial, Hotelaria e Turismo para Profissionais - Travel Trade Magazine

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PERSONALIDADES DO TURISMO ANALISAM SETOR E APONTAM CAMINHOS

OMT Turismo em África de boa saúde PORTUGAL Prémios somam e seguem

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DOSSIERTermas e Spas

Nova era

AVIAÇÃO COMERCIAL E TURISMOMaio 2014

MAGAZINE PARA PROFISSIONAISNº 326 - 2ª série Preço 2,00

ANOS

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Um mundo de soluções de mobilidade para o ajudar a servir melhor

os seus clientes

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2014 / MAIO Em Foco

O B S E R V A Ç Ã O

ASSOCIAÇÃO Bandeira Azul da Europa informou que atribuiu este ano a ‘chancela’ de qualidade da água e preservação ambiental a 298 praias e 17 marinas, mais 21 praias e mais três marinas que em 2013. O Algarve é a região com mais ‘bandeiras azuis’, em 81 praias costeiras e uma fluvial de 14 concelhos, seguindo-se o Norte, com 66 (63 costeiras e três fluviais em 11 concelhos), Lisboa e Vale do Tejo, com 49 (44 costeiras e cinco fluviais em 13 concelhos), os Açores, com 32 em dez concelhos, o Centro, com 27 (19 costeiras e oito fluviais em 18 concelhos), o Alentejo, também com 27 (26 costeiras e uma fluvial em sete concelhos), e a Madeira, com 15 em nove concelhos.As novidades em relação a 2013 são a inclusão de Alcôvo das Várzeas, no Centro, Janeiro de Baixo, Pessegueiro, Santa Luzia e Lagoa de Albufeira do Mar em Lisboa e Vale do Tejo, Furnas, no Alentejo, Peneco, no Algarve, e Baixa da Areia, nos Açores.Também são novidades as reentra-das de Farol, no Alentejo, Castro Marim (três), Lagoa (cinco), Fuseta Ria, Inatel, Pescadores e Falésia-Açoteias no Algarve, Escaleiras, Praínha, Grande, ZB Biscoitos, Porto Martins e Riviera, no concelho de Praia da Vitória, Açores, e Calheta, Ribeira Brava e Ponta Delgada, na Madeira.Perderam a ‘bandeira azul’ Leça da Palmeira, no Norte, Crismina, Calada e Algodio e Castelo, em Lisboa e Vale do Tejo, Porto Pim e ZB Santa Cruz da Graciosa, nos Açores, e Roca Mar, na Madeira. De acordo com José Archer, presidente daquela associação, houve, entre 2013 e 2014, uma subida significativa nos prémios atribuídos às praias nacionais, com o número de bandeiras azuis a saltar de 277 para 298, isto é, com mais 21 praias galardoadas este ano do que no ano anterior. Também as marinas melhoraram o seu desempenho.

DIRETOR GERALJosé Madureira

DIRETOR EXECUTIVOFrancisco Duarte

EDITORSR Editores, Lda

[email protected]

DIREÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADELargo da Lagoa, 8D 2795-116 Linda-a-VelhaTels.: 21 754 31 90 e-mail: [email protected]

FOTOGRAFIAArquivoFotolia Casa da ImagemRogério Sarzedo

PAGINAÇÃOCatarina Lacueva, Jose Rodrigues

PUBLICIDADETeresa Gabriela Tels.: 21 754 31 90e-mail: [email protected]

IMPRESSÃOCLIObyRIPwww.clio.pt

TIRAGEM: 7 000 exemplares

DEPÓSITO LEGAL: 10 534/85

REGISTO NO ICS:108098 de 08/07/81

PROPRIETÁRIA:Ana de SousaNº Contr.: 214655148

PRÉMIOS SOMAM E SEGUEM

Portugal eleito melhor País para visitar

ORTUGAL foi eleito o melhor País para visitar, pelo segundo ano consecutivo, pela revista Condé Nast Traveler, uma das prin-

cipais e mais conceituadas publicações de viagens de Espanha.A votação foi realizada online pelos leitores da re-vista que escolheram Portugal pela combinação de cultura, gastronomia, “excelentes vinhos”, praias, campos de golfe, história e, principalmente, pelos por-tugueses, um povo afável, aberto e “muito sincero”. Portugal é considerado um Destino próximo com uma “impressionante variedade” de paisagens.Esta é a segunda vez que Portugal, enquanto destino turístico, é distinguido por estes Prémios, considera-dos por muitos como os óscares do setor do Turismo. Nesta 6.ª edição, Portugal concorreu para “Melhor País” com a Espanha, EUA, Itália, México e Suíça.O prémio foi entregue, em Madrid, ao presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo, que destacou a importância do prémio:  “esta distinção reforça a visibilidade de Portugal como destino tu-rístico de excelência junto de Espanha, um dos prin-cipais mercados emissores internacionais que, em 2013, gerou mais de 3 milhões de dormidas e mais de mil milhões de euros em receitas. Destaco ainda, com orgulho, o facto de as qualidades únicas dos portu-gueses no contato e receção aos turistas, marcando-os pela positiva e motivando-os a regressar, ser um dos aspetos valorizados e que muito contribuiu para a obtenção de mais este prémio”.Os Prémios Condé Nast Tra-veler 2014 distinguiram um total de 23 categorias (19 profissionais + 4 sociais), entre hotéis,  resorts, spa, cidades, transportes, e pro-dutos tecnológicos ligados à temática do turismo e das viagens, além de três pré-mios especiais. Por outro lado, Portugal foi eleito “Melhor Destino

de Férias por avião (Europa)”, nos Zoover Awards 2014, galardões que distinguem destinos e atrações turísticas, bem como alojamentos, em mais de 25 pa-íses. Os resultados têm por base as avaliações online dos utilizadores do site zoover.com, consultado mais de 150 milhões de vezes, por ano.Portugal obteve uma pontuação total de 9.12 (numa escala de 1 a 10), com especial destaque para as ca-tegorias “hospitalidade” (9.23), “acesso por avião” (9.19), “gastronomia” (9.03) e “cultura” (9.16).João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal enaltece que “o Turismo é um desígnio do nosso país e que este reconhecimento enquanto me-lhor destino de férias por avião na Europa é resultado da excelência na promoção de Portugal, cuja notorie-dade tem vindo a consolidar-se, de forma sustentada.”A atribuição deste prémio evidencia ainda o traba-lho desenvolvido pelos empresários e profissionais do setor que têm apostado na qualidade da oferta, pro-porcionando aos turistas que visitam Portugal expe-riências marcantes e inovadoras, sempre associadas ao elevado nível de acolhimento e bem-receber dos portugueses.Os Zoover Awards elegem os melhores alojamentos da Europa, assim como os melhores e mais populares destinos no mundo inteiro. A cerimónia de entrega de prémios realizou-se na passada quinta-feira em Ams-terdão, na sede do Telegraaf, o maior jornal diário da Holanda.

P

Quase 200 praias portuguesas têm Bandeira Azul

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2014 / MAIOOpinião

A REVISTA VIAJAR COMEMORA ESTE MÊS O SEU 30º ANI-

VERSÁRIO. SÃO 30 ANOS ANO SERVIÇO DESTA TÃO APAIXO-

NANTE ATIVIDADE ECONÓMICA QUE É O TURISMO, SETOR

QUE OS SUCESSIVOS GOVERNOS RECONHECEM A SUA IM-

PORTÂNCIA NA ECONOMIA NACIONAL, CAPAZ, INCLUSIVE

DE CONTRIBUIR PARA O SEU CRESCIMENTO E DESENVOLVI-

MENTO, MESMO EM MOMENTOS EM

QUE O PAÍS VIVE UMA SITUAÇÃO

ECONÓMICA MENOS FAVORÁVEL.

ESTAMOS DE PARABÉNS, MAS ES-

TÃO TAMBÉM DE PARABÉNS TODOS

OS NOSSOS LEITORES, SEM EXCE-

ÇÃO, QUE COM A SUA CONTRIBUI-

ÇÃO, COLABORAÇÃO, APOIO E CRÍTI-

CA NOS “OBRIGAM” A FAZER CADA

VEZ MAIS E MELHOR EM CADA EDI-

ÇÃO.

NESTA HORA DE FESTA, MAS TAM-

BÉM DE MAIORES RESPONSABILI-

DADES, QUEREMOS MANTER A CON-

FIANÇA DOS NOSSOS LEITORES E

PROMETEMOS CONTINUAR A TRABA-

LHAR TODOS OS DIAS COM ISENÇÃO E

OBJETIVIDADE, PASSANDO SEMPRE

PELA BUSCA DA QUALIDADE, DA AC-

TUALIDADE, NA CRÍTICA CONSTRUTI-

VA, COM CONTEÚDOS CADA VEZ MAIS

ADAPTADOS ÀS NECESSIDADES DO

MERCADO EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO.

MANTENDO A LINHA EDITORIAL QUE SEMPRE NOS CARAC-

TERIZOU, GARANTIMOS QUE VAMOS CONTINUAR A ACOM-

PANHAR A ATIVIDADE INSTITUCIONAL E EMPRESARIAL E

TODOS OS SUB-SECTORES QUE FORMAM A GRANDE FAMÍLIA

DO TURISMO, DANDO VOZ AOS GRANDES E AOS PEQUENOS

ACONTECIMENTOS, ÀS GRANDES E PEQUENAS EMPRESAS,

ÀS GRANDES E PEQUENAS PREOCUPAÇÕES DO SETOR.

SÃO 30 ANOS A ACOMPANHAR A ACTIVIDADE DO TURISMO

EM PORTUGAL E NO ESTRANGEIRO, AS SUAS TRANSFORMA-

ÇÕES, OS MAUS E OS BONS MOMENTOS.

ASSINALAMOS ESTE ANIVERSÁRIO

NUM MOMENTO EM QUE O TURISMO

NACIONAL VIVE MOMENTOS DE GRAN-

DES DESAFIOS, DE MUITO OPTIMISMO

E DE CONFIANÇA NO FUTURO. BASTA

VERMOS OS NÚMEROS REFERENTES

A 2013, MAS TAMBÉM DOS PRIMEIROS

MESES DE 2014,QUE DÃO CONTA DE

CRESCIMENTOS EM TODOS OS INDICA-

DORES.

NÃO TEMOS DÚVIDAS QUE O CAMINHO

A TRILHAR É LONGO E EXIGE NOVAS

FORMAS DE ESTAR NO MERCADO, MAS

ACREDITAMOS QUE, COM O APOIO E

SENTIDO ATENTO DOS NOSSOS LEI-

TORES, VAMOS CONTINUAR A SENTIR-

NOS ESTIMULADOS, SABENDO, DE AN-

TEMÃO, QUE OS TEMPOS MUDARAM.

MUITA COISA MUDOU EM 30 ANOS.

PARA ASSINALAR ESTA DATA, CON-

VIDÁMOS 30 PERSONALIDADES DO

TURISMO A ELABORAREM UM ARTI-

GO DE OPINIÃO, FOCANDO A SEGUINTE QUESTÃO: QUE OBJE-

TIVOS, POLÍTICAS E INICIATIVAS DEVEM SER TOMADAS NO

SENTIDO DE MELHORAR O SETOR TURÍSTICO EM PORTUGAL,

FACE ÀS ALTERAÇÕES DOS HÁBITOS DE CONSUMO E DO COM-

PORTAMENTO DO CONSUMIDOR/TURISTA?

personalidades do Turismoanalisam o setor e apontam caminhos

ANOS

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7V I A J A R

2014 / MAIO Opinião

MUITA COISA está a mudar no Turismo, em todo o mundo, tanto nos comporta-

mentos e formas de atuação dos consumidores, como em aspetos estruturais da rede de setores que o sustenta e nos instrumentos tecnológicos que nela intervêm. Torna-se essencial perceber em cada momento a natureza dessas mudanças, sendo decisivo compreender o que é mudança estrutural, qualitativa, ou apenas ferramenta instrumental, ainda que inovadora.Hoje estamos, de facto, perante transformações incontornáveis - a explosão da internet, das Tic e das redes sociais, as plataformas online, as companhias aéreas low cost, etc. - que revolu-cionaram a intermediação em todos os setores do turismo, do transporte ao alojamento, dos operadores às indústrias de lazer, que propor-cionam ao turista armas únicas de informação, comparação, e contratação, alterando a atuação dos vários atores. O setor Turístico em Portugal tem de perceber com rigor o significado do que está a mudar. Para ter capacidade de resposta aos novos desafios, seja no comportamento dos

turistas, seja nos aspetos estruturais, tem de ser capaz de ter em conta aspetos essenciais.Primeiro. Mesmo sabendo que haverá nos próxi-mos anos muitas mais centenas de milhões de tu-ristas a circular no mundo, o fator decisivo para atrair mais turistas ao nosso país vai continuar a ser a OFERTA – que só se afirmará pela sua ori-ginalidade, qualidade, diversidade, diferenciação, preço. Uma oferta global e setorial, nacional e regional, coerente e bem focada. O que exige um esforço permanente de inovação, enriquecimen-to e atualização, de forma a responder, em cada momento, à evolução das sensibilidades dos con-sumidores. Segundo. Ter capacidade permanente para informar, posicionar e promover a oferta e atrair segmentos e mercados prioritários. Sem-pre com uma preocupação de fidelização. O que exige a utilização de todos os meios e instrumen-tos de comunicação e intermediação.Hoje, com a internet, as redes sociais, e as dife-rentes plataformas online, é vital estar presente em TODAS elas, com TODA a oferta e propos-tas, na máxima força, permanentemente. Tendo

sempre consciência de que não constituem uma arma absoluta. E em articulação com formas tradicionais de promoção, devidamente atua-lizadas, que sejam alternativa e complemento, através do contato humano e afetivo, à frieza rí-gida do mundo virtual. Estes dois aspetos devem ter como pano de fundo outras preocupações.Uma atenção à evolução dos nossos mercados prioritários, (na Europa). Um acompanhamento das dinâmicas e desafios dos principais concor-rentes (Sul da Europa/Mediterrâneo).E, ao mesmo tempo, não cair na ilusão dos «mercados emergentes» que, sendo alguns im-portantes, serem vistos como «alternativos». Os Turistas mudam comportamentos e atitudes, mas são e continuarão a ser, sempre, todos dife-rentes. O Turismo continuará a mudar, mas será sempre o mesmo na sua essência, natureza e motivações de fundo, que nenhum suporte tec-nológico mudará. Não basta aparecer em des-taque nos «motores de busca», para vencer. Es-tarão lá, à nossa espera, os nossos concorrentes.30º Aniversário: parabéns Viajar!

VÍTOR NETO, EMPRESÁRIO E EX-SECRETÁRIO DE ESTADO DO TURISMO

Turismo: Perceber as mudanças

HORTENSE MARTINS, ECONOMISTA E DEPUTADA DO PS

Ausência de estratégia não é a melhor estratégia

O TURISMO é de facto um sec-tor estratégico para Portugal,

não só tendo em conta a impor-tância para o desenvolvimento sus-tentável do território, mas também atendendo ao peso no PIB do País, no emprego e nas Exportações.Um sector resiliente, o que alias se verificou no decurso desta crise. Apesar das malfeitorias que lhe fo-ram fazendo, em termos de aumen-to da carga fiscal, nomeadamente no sector da Restauração, que se viu perante um enorme aumento de impostos. Ainda há poucos dias, fi-cámos a saber que contrariamente ao expectável, não teríamos uma reposição da taxa do IVA nos 13% mas pelo contrário e inacreditavel-mente, mais um aumento do IVA, apesar das recentes declarações, produzidas pelo próprio primeiro-ministro que dizia que não haveria

novo aumento de impostos.O mercado nacional colapsou, o que se refletiu sobretudo nas regiões mais dependentes dos portugueses, o Centro, Alentejo e Açores. Atrair os portugueses para fazer férias no país é evitar importações. Mas, sa-bemos que os portugueses, têm re-corrido sobretudo a férias em casas de amigos, tendo em conta a forte austeridade que os atingiu. Mas, de facto o sector do Turismo precisa de ser competitivo para que se reforce no panorama nacional e face aos seus principais concorrentes.Sabemos, de há muito, através dos diversos estudos que a imagem de Portugal é boa, tendo por base o clima e a praia, mas também a sua cultura, o golfe, para além dos vi-nhos e da sua gastronomia.Mas, a velha tendência, de estar-mos sempre a começar de novo,

“querendo reinventar a roda” leva a desperdício de dinheiros públicos, energia e a um sector, que depende muito das conjunturas, dos outros, pois pouco trabalho tem sido feito no reforço da sua competitividade.Inventam-se grupos de trabalho, cujas conclusões não são respeitadas.Noutros casos, legisla-se retirando um sector que sempre esteve inte-grada no Turismo, dessa atividade e junta-se com o comércio, o que não tem qualquer sentido.Problemas, como o alojamento paralelo, que continua a proliferar, hoje em dia, com acesso a meios de contratação como a internet e outros aguardam que o governo avance com propostas para o seu adequado enquadramento, em re-sultado das alterações do mercado.Da política de promoção também pouco se conhece e neste momento,

estamos a meio do ano, pelo que não parece natural, que ainda se altere o modelo de contratualização para o próximo ano e parece que está para ser alterado há mais de dois anos. Que dizer, de um sector, cujo documento principal, o PENT 2006-2015, foi objeto de uma revisão, em 2013 para apenas dois anos. Neste momento, estamos a um ano, do seu término e navegamos à vista.Uns poderão até dizer, que não pre-cisamos, de plano algum. Que, ser liberal é até não precisar de polí-ticas públicas. Mas, não creio que a ausência de estratégia seja a me-lhor estratégia, tendo em conta as forças em presença.

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2014 / MAIOOpinião

A AIP – Feiras, Congressos e Eventos orga-niza e dinamiza vários eventos durante o

ano com o principal propósito de estimular o negócio das empresas, apoiando o desenvolvi-mento da economia nacional.A FIL é, a nível nacional, o maior e melhor es-paço para os vários agentes económicos mos-trarem aos mercados, nacional e internacional, as suas novidades e os seus produtos e serviços de excelência.De acordo com este registo, a BTL – Feira In-ternacional de Turismo, ao longo de 26 edições, tem representado um excelente barómetro para medir o clima económico de um sector que agrega uma enorme constelação de actividades da nossa economia. As várias conjunturas polí-tico/económicas também se refletem na BTL de uma forma expressiva, bastando a um visitante profissional ou público final entrar, ver, sentir e, de uma forma quase automática, avaliar o crescimento, a força o optimismo ou pessimis-mo, que o Turismo nacional estará a atravessar.Mais uma vez a edição de 2014 da BTL es-pelhou os resultados do sector, com um cres-cimento positivo ao longo do ano de 2013 e

apontou para um ano bastante favorável tam-bém em 2014. Sendo a BTL uma referência para a indústria do turismo nacional, os opera-dores de mercado e o público aderiu em força fazendo com que a BTL 2014 tenha sido um êxito. Este foi um ano em a BTL cresceu em número de visitantes totais, cerca de 5%, mas essencialmente o indicador de 9% em visitan-tes profissionais estrangeiros é, sem dúvida um excelente sinal para o turismo nacional e a eco-nomia portuguesa.

A nós, organização, estimula-nos observar como as empresas e entidades se preparam es-trategicamente, sem estar de costas voltadas, para mostrar o que têm de melhor nos dias de profissionais, promovendo a sua imagem apre-sentando os seus produtos e reforçando a liga-ção com os seus clientes e a maneira como se transformam, em dias de público com centenas de promoções, e fazendo da FIL uma festa, com os dançares, sabores, e culturas de cada região.Também o desafio que foi lançado a start-ups que têm nascido no sector do turismo teve uma forte adesão pela participação e contribuição com apostas inovadoras, muitas vezes com ris-co, mas com a alegria de quem está a nascer e com o entusiasmo de conquistar o seu espaço.Quando se desenha o caminho a seguir no sec-tor do turismo tem sempre que se ter presente as propostas renovadoras e diferenciadoras de um País que, tendo uma área pequena, tem zo-nas muito distintas, unindo a sua História com a modernidade de um Portugal que se rege pela elegância, hospitalidade, simpatia e a arte de bem receber, atributos que nos são reconheci-dos em todo o mundo.

O TURISMO em Portugal está bem e reco-menda-se? Aparentemente, sim. Os núme-

ros sobejamente conhecidos são animadores: em 2013, crescemos nas taxas de ocupação, nos visitantes e nas receitas médias, conquista-mos mais do triplo dos prémios do que no ano anterior e, segundo um estudo recente da In-tercampus para o Turismo de Portugal, o nível de satisfação dos turistas que nos visitam e a vontade de regressar ultrapassa a barreira dos 90%.Em 2013, o Turismo soube aproveitar bem – mérito dos seus empresários – o aumento da procura externa, a conjuntura internacional, uma boa relação qualidade/preço e a instabi-lidade política no Norte de Africa, e fechou o ano como o sector que mais contribuiu para a recuperação da nossa economia.Tudo indica que o caminho é o do crescimento, mas há poucas certezas em relação à susten-tabilidade desse crescimento. O mundo mudou muito nos últimos anos e com ele o perfil do turista, o seu comportamento em férias, as suas necessidades e exigências. Muitos foram os des-

tinos que souberam adaptar-se rapidamente às novas tendências, criando uma oferta diferen-ciadora e eliminando os obstáculos ao seu de-senvolvimento, e são estes os nossos principais concorrentes. Para vencê-los – ou pelo menos para nos man-termos no mesmo ‘campeonato’ – é necessário adoptar uma política consistente, estruturada e de longo prazo para o sector. Não chegam boas

intenções, nem discursos inflamados: é preciso mais, nomeadamente, adotar no imediato três medidas essenciais ao crescimento sustentado do Turismo em Portugal: reduzir custos de con-texto, facilitar o financiamento das empresas e diminuir a carga fiscal. Vencidos estres três obstáculos, urge partir para outros desafios. E um dos principais terá de passar forçosamente por aproveitar as ca-raterísticas que nos tornam únicos enquanto destino turístico - um fantástico mix de clima, paisagem, história e cultura, gastronomia, vi-nhos – para promover um turismo a longo pra-zo, sustentável do ponto de vista económico e ambiental e capaz de dar resposta a todos os segmentos de procura.Uma última nota para reafirmar que o setor do Turismo só conseguirá libertar todo o seu potencial se souber reunir com êxito todos os que nele estão envolvidos, a nível local, re-gional, nacional e até europeu, no desenvolvi-mento de uma estratégia comum. Aqui, como em quase tudo na vida, a união faz mesma a força.

ADÍLIA LISBOA, PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA DA CTP

A força do Turismo

FÁTIMA VILA MAIOR, DIRECTORA DA BTL

BTL de janelas abertas aos novos ventos do turismo

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2014 / MAIO Opinião

LUIGI VALLE, ADMINISTRADOR DO GRUPO PESTANA

Aproveitar esta “boa onda” e potenciar este negócio que é de todosNÃO É NOVIDADE que o nosso sector tem um enorme peso para a

economia nacional, em particular no emprego e nas exportações. Um peso muito superior ao verificado na Europa e mesmo no resto do mundo. Só em 2013, e de acordo com um estudo do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, contribuiu para 5,8% do PIB ou seja, 9.500 milhões de euros. E a expectativa é de crescimento é de 3,6%. Cada vez mais a questão da sazonalidade mostra evidências de estar a ser combatida, esbatendo-se os efeitos de um carrossel que a todos prejudica. Esse facto está intimamente associado ao decréscimo do de-semprego registado nos últimos meses, vincando o importante papel social do turismo. Só no corrente ano, o WTTC perspectiva um au-mento de 4,5% para 336.500 trabalhadores no sector, com uma forte tendência de crescimento nos empregos diretos e indiretos. Também no total das exportações do país registou-se um salto significativo no peso do turismo o qual acredito que se irá manter até porque as outras áreas dificilmente irão aumentar.Dos vários aspetos a ter em conta, há duas características da ofer-ta do nosso país que são altamente reconhecidas internacionalmente e, por isso, fundamentais para uma estratégia de promoção eficaz: o clima e a segurança. Há que aproveitar – e promover ainda mais – as excelentes condições climatéricas do nosso país. Quem joga golfe, por exemplo, reconhece que o Algarve é um dos melhores destinos na Eu-ropa, principalmente no inverno. O clima de instabilidade e insegurança de alguns países fortes no turismo, como é o caso do Egito, Tunísia e mesmo Grécia, é, na verdade, uma oportunidade para Portugal benefi-ciar em termos de incoming. Há que aproveitar esses condicionalismos a nosso favor, tal como já foi manifestado publicamente pelo Secretá-rio de Estado do Turismo. Em suma, foquemo-nos em captar turistas tradicionais desses destinos e turistas de zonas do globo com invernos rigorosos. Exemplos bons de mercados não-tradicionais a recrutar são o Brasil e os países nórdicos. Outra nota relevante são os investimentos nos aeroportos. Os atuais de-tentores dos aeroportos nacionais têm vindo a implementar melhorias importantes. Mas isso só não chega. O preço dos voos é o factor que dita o fluxo de passageiros, mais ainda neste período de crise económi-ca. Um exemplo positivo a seguir, é o caso do Porto, com um incremento de companhias low cost, que permite registar aumentos significativos de tráfego. No caso oposto, temos Funchal e Porto Santo que continu-am a ser penalizados por preços pouco competitivos.Ainda no que diz respeito à promoção, a organização da BTL deve pon-derar uma alteração da sua data de realização, afastando-a do calen-dário da ITB. Isto porque análise deve ser feita com vista a captar pú-blico estrangeiro que vem fazer negócios com os operadores nacionais.Aproveitemos esta “boa onda” e potenciemos este negócio que é de to-dos. A realidade é esta: vamos ter mais portugueses a consumir turismo interno e a viajar para mercados de preços atrativos (caso do Brasil e Cuba, por exemplo). Mas com o impacto do IRS, as famílias vão ter ne-cessariamente que sacrificar na qualidade ou na duração das estadias. No que toca aos mercados internacionais, o foco deve ser o aumento das room rates e da restauração o que irá contribuir para um correto posicionamento do nosso país.

MANUEL PROENÇA, PRESIDENTE DO GRUPO HOTI HOTÉIS

Apostas na inovação, comercialização

e produtos que gerem valor acrescentado

A PRESSÃO que o setor hoteleiro viveu ao longo da última década

para reduzir preços, como reflexo da oferta hoteleira ter aumentado mais do que a procura, e o fato do ren-dimento disponível das famílias re-sidentes no mercado interno ibérico ter diminuído, de forma significativa, em resultado do ciclo económico recessivo vivido desde 2008, preju-dicou a rentabilidade e consequente-mente o valor gerado pelo setor do Turismo. O nosso grande objetivo de-verá estar orientado para criar con-dições de competitividade sustentá-veis que garantam a criação de valor no longo prazo, através das apostas na INOVAÇÃO, na COMERCIALI-ZAÇÃO junto de novos segmentos do mercado e em PRODUTOS TU-RÍSTICOS que gerem maior valor acrescentado e contribuam para a redução da sazonalidade.Aquilo que esperamos das políticas públicas é uma orientação para a criação de condições que nos per-mitam competir globalmente de uma forma sustentável. O modelo concorrencial do mercado turístico, onde se inclui o hoteleiro, é carate-rizado por ser de grande concorrên-cia, onde a globalização da infor-mação, proporciona ao cliente um grande conhecimento sobre a oferta de serviços e a política de pricing de cada um dos destinos e players, em tempo real, pelo que a atuação nas seguintes variáveis é crítica: A regulamentação / legislação deve ser eficaz, procurando simplificar e criar as mesmas regras para todos os agentes que estão no mercado, incluindo o alojamento local;Porém, o alojamento local está em roda livre, tornando-se o mercado paralelo um fenómeno que cresce de-sordenadamente 20 ou 30 vezes mais que a hotelaria, pelo que o seu enqua-dramento deve estar alinhado com os regulamentos do setor hoteleiro;

A política de acessibilidades ao nosso mercado deve ter em conside-ração as condições naturais de Por-tugal, onde a localização periférica relativamente ao centro da Europa dá uma importância acrescida ao transporte aéreo, pelo que o mode-lo de privatização da TAP é crítico para o nosso modelo turístico futuro; O investimento nas infraestruturas de transporte, nomeadamente na rede rodoviária, portuária e aero-portuária deve estar orientado com o interesse do setor, numa parceria perfeita onde todos os intervenientes cooperem numa perspetiva win/win;O financiamento ao setor deve tam-bém estar coordenado com a polí-tica de turismo, privilegiando-se a requalificação e a inovação, aconse-lhando-se uma atuação responsável da Banca na gestão da atual euforia de investimento no setor;A promoção da marca e dos des-tinos turísticos nacionais deve ser desenvolvida de forma estruturada e com uma estratégia de longo prazo.Se formos capazes de garantir estes pressupostos, poderemos ambicionar iniciar uma nova fase relacionada com a consolidação setorial através da criação de mais Grupos Turísticos nacionais, com centros de decisão localizados em Portugal e com capa-cidade para competir em mercados internacionais, onde a eficiência e a escala são fatores críticos de sucesso.

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2014 / MAIOOpinião

PEDRO COSTA FERREIRA, PRESIDENTE DA APAVT

Portugal tem excesso de ofertaO PRINCIPAL turista que visita

Portugal é europeu. O compor-tamento do turista europeu, do pon-to de vista das motivações de con-sumo, não se tem alterado de forma tão significativa nos últimos anos. O Sol e o mar continuam a ser a pri-meira motivação, quando se escolhe o destino. Se passarmos por cima das viagens para visita a familiares e amigos, o turismo de natureza é a segunda motivação mais importan-te. E, em terceiro lugar, motivações culturais, incluindo as gastronómi-cas. Então, do ponto de vista das tendências atuais de consumo, Por-tugal está bem posicionado, e os úl-timos números só podem solidificar esta ideia.Contudo, apesar de bem posicionado do lado das tendências da procura, Portugal, enquanto destino turístico tem, mais do que tudo, um proble-ma de excesso de oferta; não vale a pena brincarmos com as palavras e dizer que se trata mais exatamen-te de falta de procura. Trata-se, finalmente e em qualquer caso, de existência de oferta excedentária, com todas as consequências que daí advêm, quer em termos de ca-pacidade de sustentação do preço de comercialização, quer em termos de capacidade de investimento em programas de valorização da oferta e da sua adequação às realidades competitivas actuais.Acresce que, num quadro de cerca de 50% de oferta excedentária, mante-mos um clima de complexidade e, sobretudo, instabilidade fiscal, na-turalmente inimiga da rentabilidade.Não creio que exista ao virar de uma esquina qualquer, uma solução óbvia e de fácil implementação, que, mesmo num quadro favorável do ponto de vista dos factores de atrac-ção da procura, permita resolver os principais problemas do turismo português.Olhando para a procura, entre mer-

cados tradicionais e mercados de resposta a médio e longo prazo, não tenho dúvidas que, a termos que es-colher por restrições orçamentais, deveremos dar prioridade à respos-ta de curto prazo, que se encontra, como é evidente, nos nossos merca-dos tradicionais.Focando-nos no que temos para oferecer, entre valorização da oferta e apoio à construção de nova ofer-ta, naturalmente que deveremos focar-nos na valorização da oferta. Mas não devemos confundir oferta turística com oferta hoteleira, há ( muita) vida para além do nosso parque hoteleiro, como de resto se pode concluir da própria análise das motivações dos europeus, ao esco-lherem um destino turístico.Quanto à promoção, julgo poder concluir-se que é condição necessá-ria, mas está longe de ser suficiente; que é injustamente acusada de qua-se tudo; que mais do que aborda-gens deficientes, temos sido vítimas da instabilidade de abordagens.Os europeus têm alterado o seu comportamento ao nível da inte-ração com a oferta turística, de uma forma bem mais significativa do que as principais motivações de consumo. Continuam a preferir sol e praia, mas sol e praia é um produto que hoje é diferente do que era há uns anos atrás, exigindo diferenciação.Continuam a preferir destinos de natureza, mas estão hoje bem mais atentos à sustentabilidade, não ad-mitindo contribuir para a sua des-truição.Continuam a querer férias baratas, mas não estão dispostos a permitir que preço barato radique em pega-da ecológica visível ou práticas con-trárias aos direitos humanos.Este novo olhar para o mundo obri-ga-nos a adequar os nossos com-portamentos enquanto destino de acolhimento, naturalmente.

MÁRIO PEREIRA GONÇALVES, PRESIDENTE DA AHRESP

Especial enfoque nas tecnologias de informaçãoA INSTABILIDADE económica

e financeira da Europa afetou e continua a afetar transversalmen-te todos os setores de atividade. O Turismo não é exceção. No entan-to, poderá estar aqui presente uma oportunidade de negócio, no âmbito de uma tentativa de captação de flu-xos turísticos para Portugal, com o intuito de dar a conhecer um país com uma hotelaria renovada, in-ternacionalmente competitiva, num destino bem consolidado e que tem cada vez maior expressão.Tal como é descrito no PENT 2013-2015, “a evolução dos canais de in-formação e distribuição, a prolifera-ção de novos destinos ou a alteração do paradigma de operação das com-panhias aéreas, também alteraram os hábitos de consumo e o compor-tamento do consumidor/turista na seleção, preparação e realização da sua viagem.”É evidente que têm vindo a ocorrer alterações estruturais da procura, verificando-se diversas alterações do perfil do consumidor, que apon-tam para um consumo mais regrado do produto turístico, comprado com maior prudência e com elevada in-cidência na relação qualidade/preço daquilo que é adquirido.Torna-se assim necessário um rea-justamento da competitividade de mercado do destino Portugal e das empresas privadas que operam dia-riamente no Setor do Turismo e que representam a marca “Portugal”. Para acompanhar o desenvolvimen-to que tem sido verificado a nível

internacional, nos destinos mais competitivos, há que ter atualmente especial enfoque nas tecnologias de informação, pois uma empresa terá mais hipóteses de aumentar a sua quota de mercado se operar no sen-tido da modernização empresarial.Atualmente, a chave para o sucesso assenta sobretudo na diferenciação. É isso que o consumidor procura, que o motiva e que o leva a deixar o seu país, na busca não só de um novo destino, mas também de expe-riências memoráveis e diferenciado-ras, que só possam ser oferecidas no nosso país, tirando partido das con-dições únicas que nos tornam dife-rentes, tais como o clima, a cultura, a história ou a gastronomia. Este consumidor está cada vez mais in-formado, interativo, dinâmico e com maior capacidade de negociação, es-pecialmente nos preços praticados.Assim, de forma a melhorar o setor turístico em Portugal, há que tomar iniciativas no sentido de apoiar a re-qualificação dos empreendimentos turísticos e de manter viva a tradi-ção associada à marca “Portugal”, não descurando a forte aposta nas tecnologias de informação e de co-municação. Nesta área, deverá ser fortemente apoiado o investimento na área do marketing relacional, nomeadamente através de redes sociais e de aplicações móveis, uma vez que estas lideram o mercado em termos de visibilidade.Este crescimento deverá ser acom-panhado de estratégias de promo-ção e distribuição que respondam aos desafios que o mercado atual-mente impõe. Acima de tudo, há que criar massas associativas mais for-tes e coerentes, permitindo o esta-belecimento de economias de escala entre parceiros, os quais se devem unir e criar sinergias no sentido de uniformizar e até de elevar a ima-gem de marca do destino Portugal.Sendo isto o que a procura atual pede, modernização e diferenciação tornam-se nas atuais palavras de ordem para o setor turístico.

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O GRANDE objetivo do setor turístico em Por-tugal nos próximos 3/4 anos é ser capaz de

comercializar a capacidade disponível, de forma a atingir médias de ocupação que permitam restabe-lecer a sustentabilidade financeira das empresas e, por essa via, rendibilizar os investimentos.Assim, aumentar a ocupação para níveis do passado, constitui uma ambição legítima do sector, confron-tado há vários anos com uma perda de competitivi-dade acentuada, resultante de fatores que, infeliz-mente, os empresários não só não controlam como não dominam. Neste contexto, pede-se ao governo a criação de condições facilitadoras que permitam esbater os inúmeros constrangimentos que limitam e dificultam o dinamismo empresarial, designadamen-te a sua capacidade inovadora e empreendedora.Estão neste caso, entre outras, medidas que pela sua natureza forcem o crescimento económico, seja através da atração de mais investimento externo, ou do aumento das exportações, os dois grandes desígnios nacionais para enfrentar com sucesso os desafios decorrentes da grave crise eco-nómica e financeira que o País atravessa.Os custos de contexto, aliados aos elevados custos de exploração, impostos por um sem número de ta-

xas municipais e outros, conjuntamente com uma fiscalidade proibitiva, apresentam-se como fatores negativos e incontornáveis na corrida competitiva das empresas hoteleiras e turísticas portuguesas, situação que importa ultrapassar a contento no curto prazo. A dificuldade no acesso ao crédito, atendendo ao cariz sazonal da atividade, afeta o emprego e repercute-se na qualidade dos serviços prestados, uma vez que não permite às empresas manter equipas estáveis ao longo do ano. O paga-mento de portagens nas ex scut´s tem-se revelado, particularmente no Algarve, um erro social e um desastre económico grave que deve ser reparado o mais rapidamente possível.Por outro lado, o Estado deve garantir uma gestão adequada da chamada envolvente, particularmen-te no que se refere à manutenção, conservação e limpeza de zonas públicas, assim como bons ser-viços de apoio, quer ao nível da saúde, como da segurança, justiça, etc.).As dificuldades financeiras da generalidade das autarquias, não podem repercutir-se na qualida-de da prestação destes serviços, decisivos para a construção de uma imagem de qualidade da nossa oferta turística, constituindo um dos motivos de

forte preocupação do sector na atualidade.O Estado deve criar, igualmente, condições de fi-nanciamento que habilitem as empresas a recupe-rar, renovar e remodelar os seus empreendimentos, tendo em vista evitar a estagnação e mesmo o de-clínio do nosso produto turístico.A importância do “Independent Traveller” na pro-cura de estadias e o papel crescente das novas tec-nologias na comercialização de férias, assim como uma política de transporte aéreo e gestão aero-portuária mais competitiva são outros aspetos que deverão ser considerados nas estratégias a seguir.Finalmente, e porventura o mais importante, é a necessidade de reformar as estruturas nacionais e regionais responsáveis pela promoção turística. O turismo nacional enfrenta um problema sério ao nível da comercialização e vendas que não pode continuar a ser ignorado. Esta fraqueza só poderá ser esbatida através de uma cooperação estreita com o sector privado. As estruturas regionais, com especial destaque para o Algarve, não podem con-tinuar a ser organismos onde se distribuem subsí-dios, participa em algumas feiras, e pouco mais. Está em causa o interesse nacional. Haja coragem para fazer o que deve e precisa ser feito.

O TURISMO e, consequentemente, a hotelaria estão a passar por

grandes transformações. O grande desafio vai passar pela adaptação às novas tendências da oferta de produ-tos e serviços, à alteração da forma de consumo e aos novos turistas, mais informados, exigentes e sensíveis ao preço. Estas alterações são acompa-nhadas pelos avanços da era digital, a rapidez da partilha de informação na internet e pela multiplicidade de formas de comunicação, através de redes sociais, smartphones, tablets, com a primazia que neste momento é dada à imagem e ao vídeo. É por isso importante tomar medidas que adaptem a promoção turística a esta nova realidade, com conteúdos e formas de comunicação adequadas. É preciso revolucionar também a forma de resposta do modelo de promoção turística, tornando-a mais ágil, mais

centrada no consumidor final e que acompanhe esta nova procura.Em relação ao turismo português ainda há um longo caminho a percor-rer, medidas a tomar e mesmo legisla-ção necessária. Há que ter consciên-cia das mudanças do perfil de compra do novo turista, que tanto opta pelo luxo, como consome produtos low-cost, sem preconceito. Temos novas regiões turísticas que se continuam a afirmar, com novas propostas temáti-cas ligadas à genuinidade da região, como por ex. a cortiça, e novos nichos de mercado, que começam agora a ser trabalhados numa perspetiva de negócio, como é o caso do cicloturis-mo. Paralelamente têm surgido novas formas de alojamento, dentro do alo-jamento local e conceitos similares e derivados da moda dos hostels, que respondem à procura de consumido-res mais jovens e que são comercia-

lizados exclusivamente online, muitas vezes de forma desregulada, sem fiscalização e sem cumprimento das normas vigentes. É essencial ter uma perceção daquilo que é efémero e da-quilo que veio para ficar, tornando-se parte da nossa oferta turística. Por essa razão, ainda existe muito a fazer, é preciso acompanhar estas novas re-alidades, protegendo os consumidores que optam pelo nosso destino. É importante Portugal continuar a apostar em negócios sustentáveis, li-gados à green economy e à responsa-bilidade social, pela crescente impor-tância que a consciência destes temas tem na opção de compra dos novos turistas. Por isso, o turismo portu-guês deve ficar atento às novas opor-tunidades de mercado e de negócio. É o caso do segmento sénior, fruto do envelhecimento global da população e do turismo para clientes com neces-

sidades específicas, que ainda é visio-nado de um modo muito incipiente. No entanto, este segmento de pessoas com alguma deficiência representa, segundo a OMS, qualquer coisa como 15% da população mundial. Deve haver investimento nas aces-sibilidades, procurando a captação contínua de novas rotas aéreas, mais cruzeiros e novas iniciativas que es-timulem a procura fora de época, atenuando a sazonalidade. Cada vez mais os fenómenos de atratividade dos destinos e o investimento que os acompanha são voláteis, muitas vezes a curto prazo.

CRISTINA SIZA VIEIRA, PRESIDENTE EXECUTIVA DA AHP

Adaptação às novas tendências da oferta

ELIDÉRICO VIEGAS, PRESIDENTE DA AHETA

Reformar as estruturas nacionais e regionais da promoção turística

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O TURISMO é um sector de atividade em con-tínuo crescimento. Segundo a Organização

Mundial do Turismo (OMT) as viagens turísticas mundiais cresceram 5% em 2013. O barómetro da OMT aponta para mais de 52 milhões de turistas relativamente ao ano 2012, e estima um cresci-mento sustentado que irá permitir alcançar 1.8 mil milhões de chegadas internacionais em 2030. As previsões do World Travel & Tourism Council indicam que o setor será responsável por 10% do PIB mundial em 2023. Em Portugal, o turismo é a principal atividade exportadora e representa 9% do PIB nacional. O setor emprega mais de 8% da população ativa. Estes números apontam de forma inequívoca para a importância da “indústria do sorriso” na economia portuguesa, e para o cres-cente dinamismo da atividade.

Neste contexto, as políticas para o desen-volvimento do turismo devem privilegiar a valorização do território, a identificação da procura e o conhecimento das novas tendên-cias de consumo, assim como, enquadrar as prioridades nucleares delineadas na estraté-gia de desenvolvimento regional para os anos de 2014/2020, denominada na região Centro “CRER 2020”. O marketing territorial e relacional, a captação de novos investidores e o desenho de estratégias de desenvolvimento de vendas, a qualificação da oferta turística e dos recursos humanos, a apos-ta em mercados emergentes, ou a construção de redes temáticas que atribuam escala ao produto são linhas de ação que permitem atingir obje-tivos de crescimento do negócio turístico. Tam-

bém, é fundamental envolver as organizações públicas e privadas com responsabilidade no setor, no momento de discussão e definição das políticas nacionais de turismo. O diálogo com os empresários e restantes atores que diariamente estão no terreno, permite adaptar as políticas às reais necessidades do mercado. Do mesmo modo, é necessário apostar no empre-endedorismo, na inovação e competitividade, sendo para tal determinante a criação de mecanismos que facilitem o investimento e a criação de novos negócios. Afirmar a formação como um propósito para o turismo em Portugal, assim como, a inves-tigação em turismo, através dos diversos centros produtores de conhecimento científico.

PEDRO MACHADO, PRESIDENTE DO TURISMO DO CENTRO

Apostar no empreendedorismo, inovação e competitividade

AS ATUAIS projeções para a economia portuguesa apontam

para uma recuperação moderada da actividade no período 214-2015, após uma contração acumulada de cerca de 6% no período 2011-2013, no contexto do processo de correção de desequilíbrios macroeconómicos que se vinham acumulando ao longo das últimas décadas.A elevação do potencial de cresci-mento económico de Portugal só é possível através do aumento da com-petitividade e da produtividade das empresas nacionais, sobretudo dos sectores mais abertos à concorrên-cia internacional como é o caso do Turismo, sendo necessário, para tal, que o Governo do País conceda a importância devida ao turismo como fonte de receitas da maior importân-cia, tendo tal começado a ser reco-nhecidos com as declarações do Vi-ce-Primeiro Ministro e do Ministro

da Economia ao elegerem o Turismo como motor da Economia nacional.Do lado das empresas, será deter-minante em 2014 o alargamento da nossa base exportadora e a procura de novos mercados que valorizem o Turismo português, pelo que desde já se reforça o alerta ás entidades promotoras do Turismo nacional no sentido da criação de grandes cam-panhas de promoção do destino Por-tugal. A revolução operada através das novas tecnologias de informação e comunicação, com destaque para as comunicações móveis, redes so-ciais com especial destaque para a internet, transformou e continua a transformar a ralação cliente/forne-cedor/distribuidor. Portugal é um destino turístico pelas qualidades que tem enquanto país. É por isso importante melhorar a linha estratégica, para que avancemos de forma rápida e consolidada na dina-mização do Turismo em Portugal, à semelhança do que se passa em Es-panha, onde o turismo é efetivamente considerado como um motor da eco-nomia, apesar de não ser o único. Em

Portugal, com uma economia forte-mente aberta e dependente do exte-rior, deveria dar-se ainda uma maior importância ao Turismo.Entendemos que para melhorar o sector do Turismo dever-se-á promo-ver neste sector a geração de oportu-nidades e o empreendedorismo, bem como a participação e a realização de um grande debate de participa-ção e dialogo com a sociedade sobre este importante sector da economia nacional, quiçá o mais importante tendo em conta as caracteristicas do nosso país e da economia nacional.Urge pois: Reforçar o turismo portu-guês para a realização de megaeven-tos; Aumentar a captação de divisas e a entrada de turistas estrangeiros, com o consequente aumento das receitas oriundas do turismo inter-nacional; Incentivar os portugueses a viajar em Portugal, melhorando a qualidade e competitividade do pro-duto turístico destinado a clientes nacionais, criando inclusivamente pacotes específicos para turistas nacionais, com vista a claro aumen-to das taxas de ocupação; Deverão

também os vários operadores do sector trabalhar no sentido de co-nhecer cada vez melhor o turista, o mercado e o território, bem como es-truturar da melhor forma os destinos turísticos; A nível político dever-se-á fomentar e qualificar os serviços tu-rísticos; estimular o desenvolvimento sustentável da actividade turística; fortalecer a gestão descentralizada, atribuindo às associações sectoriais um papel de colaboração e parceria cada vez mais importante, bem como promover a melhoria de um ambien-te jurídico favorável ao desenvolvi-mento da actividade turística, elimi-nando os custos de contexto que são muitas das vezes responsáveis pela estagnação no exercício das ativida-des económicas.A actividade de aluguer de automó-veis sem condutor (rent-a-car) é um sector com grande significado para a economia portuguesa e especial para o Turismo, representando em grande parte o produto turístico nacional, pois não podemos esquecer que é o primeiro e o último produto turístico utilizado por quem nos visita.

JOAQUIM ROBALO DE ALMEIDA, SECRETÁRIO GERAL DA ARAC

Procurar novos mercados que valorizem o Turismo português

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DESIDÉRIO JORGE SILVA, PRESIDENTE DA REGIÃO DE TURISMO

DO ALGARVE

O que fazer para nos tornarmos gigantes?

OS TEMPOS correm, as vontades mudam, os desafios mantêm-se.

Depois de décadas a travar a luta pelo merecido reconhecimento da atividade, eis que os empresários turísticos veem nos anos 90 uma alteração da atitude face ao setor.

É por esta altura que começamos a ouvir falar, pelo menos com mais in-sistência, do turismo como motor de crescimento da economia nacional e como impulsionador do emprego (não gera então surpresa que o con-tributo do setor para o PIB portu-guês seja hoje de 5,8%, segundo um estudo do Conselho Mundial de Via-gens e Turismo). É ainda por esta altura que proliferam hotéis, golfes e resorts no país, numa espécie de segunda vaga da explosão do turis-mo, ouso dizer. Ora bem, com esta nova dinâmica chegaram outras realidades. Uma delas: a «aterragem» em Portugal das companhias de baixo custo veio democratizar o acesso ao trans-porte aéreo. Qual a consequência direta? A maior movimentação de turistas estrangeiros para cá, mas também a maior movimentação de turistas nacionais para lá, para todos aqueles países que de súbito ficaram mais perto por preço mais acessível.Tudo isto para dizer que em tempo algum há acalmia. Há sempre cená-rios em transformação, políticas a repensar e medidas a implementar. E o turismo não escapa à regra. Perguntam-me então como pode-

mos melhorar o setor. E a resposta, num primeiro impulso, é: sem pa-naceias e com a humildade de não resistir à mudança. Sabemos que temos (quase) tudo para sermos felizes enquanto destino turístico, e aqui particularizo o caso do Al-garve. Clima, gastronomia, praias, campos de golfe, cultura, infraestru-turas, animação, natureza, hospita-lidade e prémios que ao longo dos anos têm confirmado a posição de liderança algarvia no mundo.Somos um destino trendy. Mas nem por isso podemos baixar as mangas com o sentimento de dever cumpri-do. Falta-nos aprimorar a qualidade do serviço, divulgar o que temos de bom por terras internacionais, apre-goar com orgulho que somos os me-lhores da Europa para fazer praia e praticar golfe, apostar na oferta mais genuína (ainda há pouco par-ticipei numa fam trip em São Brás de Alportel, organizada por esta Região de Turismo, que deixou mar-ca pelas emoções que me despertou através das experiências vividas. É isto que o turista leva para casa e o que guarda de um destino: o que sentiu no momento da visita).Temos de aumentar a procura na-cional pelo Algarve, tirando partido da proximidade geográfica já que o consumidor parece dar prioridade ao «perímetro casa», conforme diz, e bem, o PENT. Com base neste do-cumento, o Sol e Mar continuará a ser a nossa prioridade, decisão que apoio incondicionalmente. Mas a nossa estratégia de promoção tu-rística terá de passar também pela diversificação, através de produtos que nos ajudem a combater a sazo-nalidade da procura. Como se vê, temos desafios de mon-ta pela frente. Há que encará-los com a energia certa, na convicção de que só com a cooperação entre parceiros públicos e privados temos margem para crescer e para nos tornamos gigantes numa área em que já somos grandes.

SOB PENA de “matarmos a galinha dos ovos d’oiro”, o

Turismo é um setor com uma im-portância estratégica para a nossa economia, ao qual devemos hoje prestar uma redobrada atenção. Daí que seja urgente apostar numa atuação que vise olhar descom-plexadamente para o País no seu todo, valorizar a diversidade do seu potencial e projetar a marca “Portugal”, com base em objeti-vos claros, políticas exequíveis e iniciativas que, em parceria, envol-vam os agentes públicos e privados da globalidade do território, con-tribuindo deste modo para que os diferentes destinos turísticos res-pondam adequadamente à necessi-dade de satisfação de uma procura turística complexa, que tem na sua base um novo paradigma.Se não vejamos. O Porto e Nor-te de Portugal é hoje um destino cuja notoriedade contribui decidi-damente para o prestígio da marca “Portugal”. Provam-no a crescente procura de que tem sido alvo e o in-teresse que tem vindo a ser demons-trado por profissionais de vários quadrantes (Operadores Turísticos, Jornalistas, Empresários, etc.), em termos nacionais e internacionais, nomeadamente, fazendo com que haja muitas e boas razões para nos sentirmos cada vez mais motivados para desenvolver a linha de ação escolhida pela TPNP-ER, traçada com base em objetivos que privile-giam, fundamentalmente, o equilí-brio entre o crescimento sustentado e a competitividade.Somos um destino que, efetivamen-te, tem vindo a crescer continua-mente ao longo dos últimos anos e que em 2013 obteve valores acima

da média nacional, com mais turis-tas, mais dormidas e mais proveitos globais.Porém, face à crescente globaliza-ção e uma concorrência do setor que é tantas vezes pautada pela vo-latilização dos mercados, estamos naturalmente conscientes da impor-tância de inovar e de implementar mecanismos de intervenção capazes de alterar esse mesmo processo. Por um lado, dando continuidade ao de-senvolvimento do trabalho em rede e de parcerias estratégicas com to-dos os agentes económicos, públicos e privados, permitindo enriquecer a oferta turística e, por outro, apos-tando numa visão de futuro que contemple, não só a diversidade dos interesses da procura, como a diversidade das suas necessidades com que crescentemente todos nos confrontamos.Hoje, da evolução do setor turístico, emerge um requisito indispensável para todos os que pretendam vingar no mercado – ser competitivo. Daí que, a emergência de novos interes-ses e de um turista cada vez mais exigente e informado sejam reali-dades para as quais precisamos de estar atentos e melhor preparados. Precisamos por isso de apostar no nível da oferta, de aumentar os pre-ços médios e de apetrechar futuros profissionais com competências especiais na área da segmentação turística e que são hoje fundamen-tais para o sucesso de um qualquer destino turístico.Para além disso, precisamos sobre-tudo de diversificar a oferta. Temos muito mais do que sol e praia e, de facto, tanto os portugueses, como os estrangeiros, estão cada vez mais desejosos de descobrir Portugal.

MELCHIOR MOREIRA, PRESIDENTE DO TURISMO DO PORTO E NORTE DE PORTUGAL

Valorizar a diversidade do seu potencial e projetar a marca “Portugal”

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JORGE COSTA, PRESIDENTE DO IPDT

Turismo português: Sucesso e ação

O TURISMO em Portugal tem vindo a afirmar-se de forma continuada, como um sector verdadeiramente estratégico para a nossa economia.

Porém, como sabemos, este sucesso dos indicadores económicos, é a con-sequência de uma outra aposta: a da divulgação e promoção da imagem do nosso país, das nossas pessoas, da nossa história e tradições, da nossa comida e dos nossos vinhos, para referir apenas áreas diretamente ligadas ao sector do Turismo. O nosso país tem vindo a receber distinções e prémios internacionais, pe-las marcas de produtos de excelência mundial, por cidades eleitas destinos ‘must visit’ no topo dos rankings internacionais, os nossos hotéis e restau-rantes afirmam-se nas listas dos melhores, e a nossa seleção de futebol dá-nos o orgulho que tão poucas vezes parecemos sentir.Desta breve constatação do atual momento de Portugal e do nosso Turismo, parece que estamos a viver num país que qualquer português admiraria se não fosse o seu! Porquê esta ironia? Porque se esquecem de imediato ou se ignoram estes feitos, ou ainda pior, se tentam encontrar coisas que estão mal, para se tirar impacto ou minimizar o valor que os mesmos têm, esque-cendo a forma estratégica como países vencedores os usam para capitalizar no sucesso, e galvanizar o seu povo. É claro que o sucesso deve ser trabalha-do diariamente se queremos que ele seja sustentável, mas julgo ser isso que o Turismo português e todos os seus ‘players’, têm vindo a fazer desde que a atividade se estruturou como tal. Assim, devemos compreender as razões do nosso sucesso, saboreá-lo e planear a melhor forma de o incorporar nas prá-ticas de todos os ‘stakeholders’ do sector. Tem sido muito interessante verifi-car, ao longo dos últimos três anos, que o contexto de crise que enfrentamos, não é visto pelos especialistas mundiais do turismo, como estando a afetar a imagem de Portugal como destino turístico (ver resultados do Barómetro Internacional de Turismo do IPDT, 2011/2012/2013). E estes resultados têm sido validados pelos indicadores de turistas e receitas internacionais.Este momento também tem tido eco na opinião dos decisores e especialistas nacionais, que apresentam o mais elevado índice de confiança no desem-penho do Turismo, de acordo com a edição 45 do Barómetro Academia do Turismo (Abril de 2014), indicador que é estudado desde março de 2010.De facto, o momento não poderia ser melhor para olharmos para o que queremos a médio e longo prazo para o nosso turismo (objetivos), como pretendemos lá chegar (estratégia e políticas), e as iniciativas a ser tomadas no sentido de melhorar o desempenho, tendo em conta que os hábitos de consumo e de comportamento do consumidor/turista estão constantemente em evolução.O sucesso constrói-se com visão e com ação, com a consciência do que so-mos e do que temos. E Portugal tem tudo o que é preciso para subir no ranking dos melhores destinos turísticos do mundo. Apenas tem de priorizar as apostas e a interligação das atividades estratégicas que constituem o ‘activity map’ do turismo nacional, ou seja, o que nos torna únicos e difíceis

de imitar. O que leva os turistas a optar por fazer férias no nosso país e não num outro com uma oferta semelhante. Para que este cenário se materialize, é urgente clarificar e adoptar um princípio básico para qual-quer decisor (público ou privado): a estru-tura segue a estratégia e não o inverso. Parabéns à Viajar, pelos seus 30 anos a in-formar o ‘trade’ turístico português, para-béns aos atores do Turismo nacional, pelo trabalho continuado e pelos sucessos que nos têm oferecido.

OS HÁBITOS de consumo dos turistas evoluíram muito desde

a democratização do transporte e principalmente nos últimos tempos, influenciados pelos novos meios de comunicação e de informação. No entanto será correto afirmar que as principais motivações dos turistas mantêm-se bastante constantes. Re-alidades como o partir à descoberta, o cortar com a rotina, a procura do repouso e do bem-estar, o contacto com outras culturas e ultimamente mesmo o trabalho, continuam a se a base do Turismo mundial e as razões principais da grande maioria dos fluxos de viagens. É por esta razão que defendo que antes de se envere-dar em teorias mais ou menos re-buscadas quanto a políticas e inicia-tivas que sirvam para impulsionar o nosso Turismo, o racional deve sem-pre começar naquilo que é afinal o mais lógico, e concentrarmo-nos em atender às principais motivações e necessidades dos turistas. Portugal beneficia de algumas das mais importantes condições de su-cesso de um qualquer destino turís-tico de eleição, dando assim uma boa resposta às motivações atrás sugeridas: clima ameno, história milenar, gente hospitaleira, excelen-tes infra-estruturas turísticas e boa gastronomia, segurança. O que falta então fazer para con-seguirmos alcançar ainda maior sucesso? Chegados aqui, eu diria minudencias: Ao Estado pede-se pouco, entre outras, que não interfi-ra muito, que simplifique a sua inte-ração com as empresas, que desen-volva políticas sãs que impulsionem a inovação bem como a qualificação da nossa oferta e que na sua com-petência inalienável de regulador imparcial, assuma uma visão clara e estável sobre o rumo do desenvol-vimento do Turismo em Portugal,

que o mantenha competitivo e as-sim com a capacidade de contribuir para o florescimento da economia.Às diversas organizações, associa-ções, entidades, etc. sejam elas pú-bicas ou de cariz privado ligadas ao Turismo, pede-se um pouco mais: que se foquem realmente nas ne-cessidades daqueles que servem e a quem devem prestar contas, que se mantenham impermeáveis às pres-sões de fazer pequena política atra-vés dos interesses do Turismo, que procurem plataformas de entendi-mentos com outras áreas de ativida-de que contribuam para enriquecer a experiência de quem nos visita, en-fim que justifiquem em atos eficazes o seu préstimo ao sector.Às empresas continua-se a pedir muito, nomeadamente que adotem uma verdadeira cultura de Turismo, desde a racionalidade dos investi-mentos até à excelência do serviço que se deve prestar ao cliente. Entre estas duas máximas, temas como a contínua adequação da oferta à procura (e não contrário) através da criação de produtos distintos, o muito necessário ganho de escala a conseguir através de novas formas de parceria, a criação de soluções inovadoras e tecnológicas que be-neficiem a eficácia comercial bem como a própria gestão, são exem-plos daquilo que há a fazer. Termino referindo que o país turís-tico, as regiões e as suas cidades não podem querer apresentar-se ao mercado cada vez mais concorren-cial, defendendo os mesmíssimos atributos que os seus vizinhos. Se é reconhecido que para uma qualquer marca ou produto, a diferenciação é um fator crítico para conseguir afirmar-se e alcançar o sucesso, então não existe razão para que o nosso sector não prossiga esta mes-ma lógica.

FREDERICO COSTA, PRESIDENTE DA VISABEIRA TURISMO

Concentrarmo-nos em atender às principais motivações dos turistas

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PERMITAM-ME em primeiro lugar agradecer o gentil convite

para fazer parte deste painel de per-sonalidades e reafirmar a importância da revista Viajar no panorama jorna-lístico do sector do turismo em Por-tugal. Em segundo lugar, formular um sim, sim assistimos a uma alteração profunda dos hábitos e comportamen-tos do consumidor. Com o advento da internet, o consumidor posicionou-se muito perto da criação de valor no turismo; o consumidor é hoje um deci-sor ativo, mais: ele é responsável pela decisão de outros consumidores.Se pensarmos em realidades como a TripAdvisor ou a HolidayCheck, onde o testemunho do consumidor influen-cia a decisão dos outros consumi-dores. Se pensarmos nas dot com booking e expedia, e nos testemu-nhos dos seus clientes em resultado das suas experiências; se pensarmos na comoditização nas ligações aére-as ponto a ponto, percebemos que os objetivos, as políticas públicas e em-

presariais e os objetivos têm que le-var em conta o consumidor e os seus padrões de consumo.O tempo do offline não é contudo um tempo passado. A intermedia-ção existe e é bem vinda desde que acrescente valor. Em função dos mer-cados, das geografias, o consumidor ainda mantém a relação de confian-ça com o seu agente de viagem. Ago-ra, esta relação é dinâmica, obriga a uma reinvenção constante de parte a parte. O setor do turismo é por natureza muito exposto ao exterior. 60% das receitas do turismo em Portugal proveem do exterior. 80% dessas receitas proveem da União Europeia. Esta realidade convoca todos, agentes públicos e privados, a trabalharem conjuntamente. A abor-dagem aos consumidores dos dife-rentes mercados emissores deve pas-sar por um trabalho articulado entre responsáveis políticos e agentes do sector. Os recursos públicos são cada vez mais escassos, logo essa afetação

deve corresponder a um escrutínio e debate cada vez mais adulto e pro-fissional.A continuidade neste estimulante trabalho de afirmação do sector do turismo passa pela inclusão de todos os testemunhos, aproveitando o saber de cada um em função das diferentes vivências profissionais, das diferentes geografias, procurando dignificá-las. Os trabalhadores da hotelaria, os agentes de viagens, os empresários e trabalhadores da restauração, os pro-fissionais de rent-a-car, a animação turística, os campos de golfe, todos, todos sem exceção são responsáveis pela trajetória do sector. Logo, mais do que afirmar uma nova agenda para o sector, importa consolidar este caminho ganhador; mais do que pro-ceder a apressadas revisões do qua-dro legislativo, importa resolver pro-blemas com que o sector se confronta em Portugal, seja em sede de direitos de autor ou direitos conexos, seja em sede dos modelos de promoção, seja

em sede dos modelos de gestão das escolas de hotelaria, seja na impor-tante regulação das atividades finan-ciadoras do sector. Do lado empre-sarial e sindical, importa olhar para as convenções coletivas procurando adequar as anteriores exigências ao contexto atual, procurando consen-sos nas matérias fundamentais. Para tudo isto é preciso tempo, tempo que traga estabilidade aos agentes. Não se faz numa legislatura, aliás, o sector tem mostrado disponibilidade para ciclos mais longos.Em conclusão, diria, objetivos: con-solidar a liderança nos sectores transacionáveis, cada vez mais com o contributo de todo o país turísti-co. Políticas: articuladas e debatidas com o sector. Iniciativas: todas aque-las que, num ambiente de recursos escassos, resultem no seu melhor aproveitamento.

OS TEMPOS que estamos a viver são caracterizados por

mudanças rápidas nos hábitos de consumo e de comportamento dos turistas. Em grande parte isto é provocado pelo maior conhecimen-to que têm dos destinos que podem estar interessados em visitar. A in-ternet tornou-se o meio privilegia-do de acesso à informação e deste modo o turista tornou-se mais in-dependente do agente de viagens tradicional. Como consequência cada turista é cada vez menos um indivíduo indiferenciado, no meio de um dos vários grupos com inte-resses comuns, para se tornar num

indivíduo único, diferente de todos os outros.Aumentaram assim as exigências dos responsáveis pelo turismo, quanto às necessidades de conhe-cimento dos perfis destes turistas e conseguir antecipar aquilo que se-rão os seus comportamentos e in-teresses. Para isso é imprescindível possuir as ferramentas adequadas para conseguir efectuar esse com-plexo, mas possível, exercício de antecipação. O que está em causa é conseguir fazer um exercício de planeamento correcto, que prepa-re a oferta para aquilo que a pro-cura deseja, bem como encontrar formas de intervenção que levem o turista a assumir motivações que correspondem à oferta de deter-minado destino, aumentando o seu conhecimento sobre ele.Desse planeamento devem resultar

duas linhas de intervenção, inde-pendentes, mas convergentes. Uma delas consiste na monitorização da procura, a efetuar “in loco” nos mercados, procurando que, com a antecedência possível, se conheçam as tendências que se desenham, as motivações em emergência nos potenciais turistas e os indicado-res económicos sobre a situação de cada mercado, que ajudem, por um lado, a antever se esse merca-do em concreto está em condições de aceitar os nossos desafios e, por outro, a melhor preparar os nos-sos produtos para corresponderem a essas motivações emergentes. A outra é, com o conhecimento adquirido, procurar influenciar a escolha do potencial turista, for-necendo informação realmente apelativa no momento em que este está a construir a sua decisão, uti-

lizando para o efeito os canais que em cada mercado, sejam os mais eficazes. É nisto que consiste ter uma estratégia de marketing.O prosseguimento destas linhas de intervenção obriga a escolhas di-versas, ditadas pelas especificida-des de cada mercado, que poderão ir da potenciação das ferramentas web, nalguns casos, até à utiliza-ção de canais e meios mais tradi-cionais, noutros.O que não deve ser prosseguido é uma estratégia reactiva, que ape-nas responde, com maior ou me-nor atraso, às mudanças que cada mercado vai revelando, e nos colo-ca em desvantagem relativamente aos nossos concorrentes mais inte-ligentes. Fundamental, embora di-fícil, é ter uma estratégia de ante-cipação em relação às tendências que cada mercado vai revelar.

BERNARDO TRINDADE, ADMINISTRADOR DO GRUPO PORTO BAY

Consolidar este caminho ganhador

VÍTOR DA SILVA, PRESIDENTE DA AGÊNCIA DE PROMOÇÃO TURÍSTICA DO ALENTEJO

Jogar em antecipação

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JOÃO PASSOS, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA GO4TRAVEL

Separar a gestão estratégica do Turismo dos ciclos políticos

COMEMORAR os trinta anos de publicação, sobretudo nos desafiantes tempos em que vi-

vemos, merece indubitavelmente toda a atenção e aplauso. Como há trinta anos já eu contava com «alguns» neste setor, posso dizer que acompanhei sempre a «Viajar», que é uma das habituais refe-rências da imprensa turística, primeiro generalis-ta e depois também especializada. Mais que isso, posso afirmar, e louvar, que boa parte destes anos, mais de vinte ao que me lembro, temos na Caroli-na Morgado uma jornalista que nunca deixou de acompanhar o nosso dia-a-dia, simpática figura sempre presente em todos os momentos-chave da vida das empresas e até da nossa APAVT, onde penso terá sido participante constante nos congres-sos. É (muita) obra!Quanto ao tema para o qual me desafiaram a dis-sertar, a minha capacidade de síntese não se coadu-na com tão pouco espaço. Ainda assim, deixo aqui algumas ideias e opiniões, ao correr da pena. Desde logo, parece-me evidente que uma das me-didas mais importantes é, fundamentalmente, separar a gestão estratégica que o Turismo tanto precisa dos ciclos políticos. Em trinta anos, quan-

tos foram os protagonistas nos órgãos tutelares? Nem me atrevo a contá-los, mas todos concorda-rão ter sido demais para as nossas necessidades, assim como foram demais as alterações de planos e de políticas, na larguíssima maioria impostas, sem prévia auscultação aos empresários que fazem desta a atividade das suas vidas. Portugal só terá a ganhar no dia em que os políticos ajam como faci-litadores, ao invés de entraves, ou até concorrentes, à atividade económica do Turismo, sector reconhe-cidamente fundamental para Portugal.Por outro lado - no dos empresários - haveria que tomar maior consciência da necessidade, e vanta-gens, da formação profissional e do conhecimento. Os clientes, todos o sabemos, são mais informados, mais exigentes, têm ao seu dispor múltiplas fontes de conhecimento, e se não estivermos à altura des-ta realidade estamos destinados ao fracasso. Não basta afirmar que somos os seus melhores parcei-ros, há que o demonstrar, e para tal é incontornável uma aposta séria na formação, a todos os níveis, bem como nas tecnologias de informação. De resto, só assim conseguiremos que os clientes saibam re-conhecer o nosso esforço, sem com isto querer dizer

que devamos abdicar (no caso da distribuição), de continuar a lutar por uma justa remuneração.Se é verdade que sou apologista de que há espaço para todos, para os mais e menos «tecnológicos», dependendo dos nichos que exploram, também sei que o mercado está crescentemente no online, e a oferta tem, necessariamente, de estar onde está o cliente. Importa pois encontrar soluções que pos-sam obviar as evidentes dificuldades, sobretudo para as pequenas e médias empresas, que consti-tuem a esmagadora maioria do nosso tecido em-presarial, de um investimento neste canal. Tudo isto, porém, só faz sentido quando se conhece o cliente, o que não é líquido que isso aconteça. É fácil dizer que há um «novo turista», mas pergunto-me quantos se têm esforçado no sentido de o conhe-cer, de com isso saber adaptar a sua oferta e concre-tizar a sua venda. Este seria, também, um excelente investimento do setor, tanto público como privado.A temática não se esgota nestas «generalidades», que tantos conhecem e tão poucos assumem. Pode-ria ter abordado o tema das apostas cegas nas low cost, as questões da promoção, da formatação do produto, enfim… tantas outras questões.

PORTUGAL registou em 2013 um crescimento do número de tu-

ristas e receitas, invertendo a tendên-cia de queda que se vinha verificando desde 2007/2008, e as perspetivas para o ano de 2014 são igualmente animadoras. Estes resultados devem-se ao esforço acrescido dos empresá-rios do setor, à instabilidade de alguns destinos concorrentes e ao trabalho mais assertivo das associações de promoção e Turismo de Portugal. No entanto, e face à capacidade hotelei-ra instalada, os números ainda estão aquém dos resultados de 2007/2008 e das expetativas dos players do setor,

dado que a média da taxa da ocupa-ção nacional está ainda nos 50% e o revpar da hotelaria é inferior à gene-ralidade dos destinos concorrentes.O desafio ainda é maior quando ve-rificamos que o crescimento neces-sário deve ser seletivo e assentar em 4 eixos:Diminuição da sazonalidade com aumento do número de turistas no período de Outubro a Maio; Aumento da estadia média dos turis-tas nas unidades hoteleiras;Aumento da procura em regiões me-nos consolidadas como o Alentejo, Centro, Açores e zonas interiores;Aumento do preço médio de venda dos quartos. Nesta medida, todos os players do setor, públicos e privados, tem que continuar a lutar para me-lhorar estes resultados e canalizar o esforço promocional para mercados emissores capazes de gerar negó-

cio nas épocas baixas e médias, que procurem o turismo cultural e o tou-ring, e com capacidade económica e financeira. Neste cenário, parece-me que os mercados consolidados como a Alemanha, França ou Inglaterra se-rão as melhores apostas e os merca-dos emergentes como o Brasil, Rús-sia ou EUA serão aqueles que melhor poderão responder às nossas atuais necessidades.Como é óbvio, o produto sol e mar, continua a ser o grande driver do tu-rismo a nível mundial e vai continuar a ser sempre o principal produto de Portugal e como tal também não po-derá ser descurado. Devemos assim continuar a trabalhar no sentido de aumentar a notoriedade da marca Portugal e o nível de conhecimento do produto que temos para oferecer junto dos consumidores finais destes

mercados, aumentando as ações de publicidade online e offline e as ações de relações públicas junto da impren-sa e decision makers.Impõe-se que o Turismo de Portugal, as entidades regionais e as Associa-ções de Promoção trabalhem em maior articulação, evitando duplica-ção de ações e estabelecendo parce-rias, de modo a que as verbas disponí-veis possam ter melhores resultados.A hotelaria deve concentrar os seus esforços na melhoria constante do produto, não cedendo à pressão para redução de preços e aumentando também o seu esforço em marketing e comunicação. As agências de viagens, em especial na área do incoming, de-vem ser mais ambiciosas, apresen-tando um leque mais diversificado de produtos e regiões e procurando áreas e mercados de especialização.

GONÇALO DE ALMEIDA, ADMINISTRADOR DOS HOTÉIS VILA GALÉ

Hotelaria está ainda aquém dos resultados desejados

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PORTUGAL atravessa um pe-ríodo relevante da sua histó-

ria, onde o Turismo e as políticas orientadoras do sector se reves-tem de particular importância. Se, por um lado, o sector do turismo acaba de conseguir o seu melhor ano de sempre, por outro lado, tal configura um desafio para se (re)afirmar como o motor de desen-volvimento do território e da eco-

nomia nacional. Esta importância é ainda conferida pela oportunida-de de se assumir o Turismo como desígnio nacional, orientando para a prossecução do upgrade que per-mita a sua afirmação como princi-pal actividade económica do país. Não apenas pelo que representa ao nível do emprego gerado, mas também pela sua capacidade de atracção de investimento e pelos seus efeitos multiplicadores. Para tal é preciso assumir po-liticamente a vocação turística de Portugal. Uma assunção que pressupõe a valorização de novos

produtos e destinos, que tradicio-nalmente têm estado focados no binómio “Sol e Mar” e concentra-dos na promoção e comercializa-ção do Algarve, Lisboa e Madeira. Nota-se que o “capital turístico” do conjunto do território é ten-dencialmente descurado e, bem assim, subaproveitado. Um luxo a que o país não se pode permitir. Mesmo no caso do Algarve, que detém o maior reconhecimento e projecção internacional, apenas o litoral tem sido potenciado turis-ticamente. Resulta assim natural que sejam estes os destinos/regi-

ões mais reconhecidos e compe-titivos a nível internacional, cha-mando a si a “fatia de leão” das dormidas de estrangeiros (84%). O Turismo é um sector dinâmico, e Portugal deve reposicionar-se e reunir capacidades para captar o “novo” turista, estruturando novos produtos e organizando os territó-rios mais genuínos na sua oferta, tirando partido da paisagem, e so-bretudo dos seus produtos autóc-tones, valorizando-os através da sua transformação gastronómica. O Turismo Rural é um bom exem-plo desta abordagem, além de con-

MARIA JOSÉ SILVA, CEO DA RAFT

Agir interconectados em redes e parcerias

O TURISMO é, das principais atividades que têm contribuído para atenuar a dura crise

económica que tem assolado o país. Porém, não lhe tem sido dado o devido valor e muito menos tem tido o devido respeito que, setor tão impor-tante para a economia e a nível social, merece. Estas afirmações não carecem de mais argu-mentos senão apenas os factos do passado que registam um Turismo em Portugal quase inalte-rável, com registos de crescimento quase nulos e quebras consecutivas nos rankings de competi-tividade mundial. Quando se registam oscilações positivas, como recentemente, devem-se mais a fatores externos do ambiente PEST internacio-nal ou a fortes iniciativas de privados do que a medidas políticas, que se têm apresentado quase medíocres e se foram verificando ao longo de décadas. Apelidado de sector estratégico fora sempre, mas apenas em palavras e não demons-trado em ações.O Turismo, sector dos mais competitivos, di-nâmicos, com capacidades tremendas de re-siliência em ambientes VUCA, é transversal, completamente global, toca todas as áreas e sectores, com multidisciplinaridade vasta e efeito multiplicador forte, merece que chegue a hora de o reconhecer, exaltar, apoiar, de agir, ajudar, dinamizar, acreditar! No sector e nos clientes, que são cada vez em maior número, de todas as classes sociais, faixas etárias, de todas

as raças, religiões, trajes e culturas e que estão cada vez mais informados, exigentes, autóno-mos, interconectados, globalizados, com gostos e estilos cada vez mais diversificados. Assim sendo, para que a abundância e a realização chegue aos players da cadeia de valor é neces-sário reinventar-se constantemente, adaptar-se, agir interconectados, em redes, em parcerias e abrindo facilidades de movimento de pessoas sem descurar a segurança. Afinal, o mundo é de todos e para todos, somos todos um! Com isto aponto a necessidade de: 1) Que os vistos sejam facilitados para se pode-rem alargar horizontes no incoming e também no outgoing e para que individuais possam mo-vimentar-se sem necessidade de se integrar em grupo, já que o cliente de hoje é independente. 2) Este espera a melhor relação qualidade/pre-ço/serviço/valor/tempo. Quer toda a experiência memorável, logo não se pode continuar a focar meramente em rácios baixos e nem pensar em trazer quantidade, sem qualidade independente-mente da categoria de serviços comprados. 3) A promoção deve ser eficaz, mais alargada com uma marca Umbrela Portugal, englobando as imensas marcas e não apresentadas de forma tão fragmentada que apenas confunde e por ve-zes se contradizem. Deveria não incidir extrava-gantemente em tipos de turismo extremos quan-do o que se pode ou pretende oferecer e obter

não con-diz com as massas de turismo mais radicais. De-vem ser abraçados mas não estrangulando anos de trabalho, infraestruturas e serviços já imple-mentados. 4) A formação técnica e operacional deve ser mais acarinhada e desenvolvida, não apenas para área de restauração e hotelaria. 4) A fiscalização tem sido totalmente ineficaz e as-siste-se ao proliferar de ilegalidades, onde todo e qualquer um pode operar em turismo, já de-masiado fragmentado com concorrência muito feroz, sem que cumpram as mesmas obrigações e deveres. 5) Os fundos e incentivos são dese-jáveis menos burocratizados, permitindo apoiar não só os já solventes, grandes, estáveis, tradi-cionais, mas também os que verdadeiramente necessitam para crescerem. 6) A presença nos vários canais de promoção, transacção e distri-buição são necessários e deve ser mais ponde-rada. Offlines, onlines, mobiles, social network, têm que ser todos contemplados com maior ni-tidez pelas organizações. 7) Para concluir, urge estimular o diálogo entre públicos e privados, nacionais e internacionais, para se garantir uma coopetição de empresas e organizações, bem como um crescimento e desenvolvimento mais sustentado e sustentável. Fica a mensagem de Confúcio, “Conte-me e eu esqueço, mostre-me e eu apenas lembro, ENVOLVA-ME e eu compre-endo”.

LUÍS GALVANITO, PRESIDENTE DA TURIPORTUGAL

Assumir politicamente a vocação turística de Portugal

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LUIZ DA GAMA MÓR, VICE-PRESIDENTE DA TAP

Procurar conhecer a fundo cada mercado emissor

A PROFUNDA transfor-mação, transversal a

todos os sectores de ativi-dade, a que temos assistido nos últimos anos, assenta sobretudo na digitalização e consequente “desinterme-diação” das relações com o consumidor final.Antes, o “poder” da relação residia mais do lado do pro-dutor de bens ou serviços, era ele que definia a oferta. Na maioria dos ca-sos, o distribuidor ou intermediário existiam para interpretar as diferentes variáveis da oferta e da procura e colocar o produto no mercado.Com o surgimento e utilização massiva da in-ternet, a informação ficou acessível a todos os consumidores e hoje eles conseguem obter facil-mente, por si, todos os dados e informações ne-cessários para fazer uma escolha racional.No turismo, com a desregulamentação das em-presas aéreas e o surgimento da internet, o po-der passa do operador turístico, que oferece um produto padronizado ao consumidor, diretamente para este último.No início desta “passagem de poder” do operador diretamente para o consumidor final, verificou-se um equívoco: quando o setor do Turismo consta-tou que os turistas não estavam mais a chegar via operador, mas via low cost, acreditou que o poder tinha passado dos primeiros para estes últimos. Mas depressa se começou a perceber que o pro-cesso é bem mais complexo e que exige muito mais aos diversos agentes turísticos do que exigia antes.Na verdade, não é na forma de chegar ao destino que reside o conhecimento sobre a procura, antes nas motivações que trazem um turista a Portugal. A competição entre destinos e as motivações dos turistas são muito diferentes nos vários mercados emissores, e é isso que é essencial conhecer.Hoje, a exigência que se coloca aos destinos e a todos os agentes do Turismo é procurar conhecer a fundo cada mercado emissor, as suas caracterís-ticas e oportunidades. É necessário desenvolver junto do consumidor final a marca Portugal, é preciso chegar diretamente ao consumidor final com informação sobre o produto que oferecemos e as alternativas que temos ao dispor.Então, hoje, mais que nunca, existe uma hierar-quia clara dos desafios que se colocam à indús-tria do Turismo: primeiro, tem de desenvolver a procura, para depois poder adequar a oferta. O transporte é consequência.É evidente que esta atuação tem de ser adaptada

às diferentes regiões. As pres-sões destas três componentes de procura, oferta e transpor-te podem ser diferentes.Em regiões mais maduras, com uma boa rede de trans-porte e um produto versátil e desenvolvido, como Lisboa ou Porto, por exemplo, o grande desafio é a procura, o resto adequa-se.No Algarve, existem impor-

tantes desafios de oferta que devem ser analisa-dos e na Madeira, reconheço que o desafio não é só oferta e procura, existe claramente a necessi-dade de atrair mais voos diretos dos principais mercados europeus.Reconhecendo estas diferenças, não se deve no entanto perder de vista o ponto de partida: tudo começa na procura e a partir da pressão da pro-cura, e isso coloca novos desafios e a necessidade de aquisição de novas competências ao sector do Turismo, que deve desenvolver a capacidade de conhecer a procura nos principais mercados.Existem também novas capacidades do lado da oferta. Por exemplo, na hotelaria, que tem agora a oportunidade de se relacionar e gerir a sua capa-cidade. Antes, a hotelaria vendia com antecipação e preço fixo, hoje consegue ela própria fazer o seu revenue management, o seu preço de acordo com a variação da procura. Isto implica por parte da hotelaria uma gestão das vendas completamente diferente e requer um conhecimento da procura e uma capacidade de comunicação direta com o consumidor final que antes não se verificava.A verdade é que todo este processo de transfor-mação está a verificar-se. Para dar outro exem-plo, existe uma capacitação cada vez maior do Turismo de Portugal no marketing digital, fazen-do comunicação direta com o consumidor final.Falta ainda fazer muito, podemos aproveitar me-lhor o potencial que resulta do facto do Turismo de Portugal ter funcionários próprios nos princi-pais mercados emissores, podendo gerar relató-rios e informação de mercado. Não existe ainda uma inteligência de mercado estruturada, e ela é uma urgência.O Turismo de Portugal pode ter esse papel de “maestro” do turismo no nosso país, de come-çar a construir uma inteligência de mercado, ali-mentando as empresas com as informações que recolhe, auxiliando o sector do Turismo nacional a tornar-se cada vez mais competitivo nesta pro-funda transformação que um mercado cada vez mais global atravessa.

tribuir para a redução da sazonalidade a que o sector está sujeito, e por contribuir para a coesão territorial. A OMT afirma o Turismo Rural com grande potencial, que pelo menos 3% de todos os turistas do mundo orientam as suas viagens para este segmento turístico, que tem um crescimento estimado de 6% ao ano e que os produtos que se oferecem aos turistas rurais aumentarão significativamente nos próximos cinco a dez anos. Em Portugal, o Turismo Rural registou uma dinâmica muito assinalável na última década e apresenta hoje uma oferta atractiva e mo-derna, o que justifica as propostas de valor que a Federação Portuguesa de Turismo Ru-ral tem para o sector e que assentam em três pilares: Gestão, Marca/Comunicação, e Distri-buição/Venda.Importa assim melhorar as propostas de valor, “ligar” mais o Turismo ao Território, e promo-ver e projectar uma imagem forte e comum da marca “Portugal”: um país moderno, seguro, com um bom clima, com pessoas que sabem receber e que encerra, num pequeno território, uma assinável diversidade de recursos e pro-dutos turísticos de qualidade.Por outro lado, faz falta um posicionamento estratégico que estimule e atraia o consumo interno e que reforce a nossa competitivida-de nos mercados internacionais, combatendo a sazonalidade e melhor vendendo o produto/marca “Portugal”. E, neste sentido, também faz falta que o Acordo de Parceira 2014-2020 constitua um instrumento efectivo para a concretização destas orientações. Para tal é ainda necessário efectivar a revisão do PENT, adequando-o aos novos produtos emergentes e à abordagem do Acordo de Parceria 2014-2020, de forma a reforçar a eficácia da pro-moção e comercialização.Por fim, importa salientar a importância da afirmação de uma organização representa-tiva do sector, agregadora e integradora dos sectores público e privado, que tenha uma visão global do Território e do Turismo, das identidades territoriais, das necessidades de requalificação e desenvolvimento do produto, e que potencie a promoção e a venda na sua plenitude: ao nível do mercado interno alar-gado (território nacional e transfronteiriço), e ao nível dos mercados internacionais. Neste particular, é de salientar o aparecimento da Associação Nacional do Turismo, organização nacional assente no conjunto do território, e que visa a monitorização da actividade e do conhecimento integrado do sector, baseando-se numa visão concertada dos interesses pú-blico/privados, e que poderá dar um contributo que não se pode descurar para cumprir o Tu-rismo como desígnio nacional. (por decisão pessoal, o autor do texto não es-creve segundo o novo Acordo Ortográfico)

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O SECTOR turístico em Portugal padece da concentração nas zo-

nas do Porto, Lisboa, Madeira, Al-garve e Açores. O trabalho de interio-rização fora destes grandes eixos tem de ser feito de forma global e integra-da de modo a que todos puxem para o mesmo resultado e abandonem “umbigos” subjectivos na promoção. Portugal é pequeno e pode repartir melhor os rendimentos do turismo.Politicas enquadradas e iniciativas em-presariais coordenadas entre o publico e o privado podem combater a Interio-ridade e mostrar ao mundo enormes riquezas patrimoniais,gastronómicas e culturais. Transformar as festas regio-nais em eventos culturais e gastronó-micos podem potenciar um maior co-nhecimento do “resto” de Portugal que

serve apenas de ponto de passagem.Informação on line contemplando circuitos de eventos e temáticos são facilitadores desta performance.O consumidor procura informação fa-cilitada onde hotelaria,opções diversas e roteiros lhe sejam dadas partindo sempre do pressuposto que ele não tem a obrigação de conhecer NADA sobre o Pais. Ações coordenadas com as principais companhias aéreas e ope-radores turísticos são muito relevantes para que o consumidor. Perceba as diferenças da oferta Portugal face ás outras imensas ofertas que o mundo lhe oferece. Hoje a informação electró-nica chega rápido mas é despejada em enormes quantidades.Quem conseguir sistematizar essa oferta e torna-la le-gível e de fácil leitura ganha vantagens

na decisão,na opção….A moda do tudo incluído move mi-lhões e o nosso Algarve e Madeira oferecem condições para captar este segmento que cresce. Adaptar o mo-delo introduzindo parcelas da nossa reconhecida gastronomia parece-me ganhador. No outgoing o consumidor não tem alterado muito nem hábitos nem destinos que pouco variam.Procura-se tudo incluído,priveligia-se o fator proximidade por via do preço final,ganharam-se hábitos de usar o avião ou os cruzeiros e a nível nacio-nal as praias do Algarve e da Costa alentejana continuam a dar cartas.As agencias de viagens estão melhor equipadas tecnicamente e fruto da crise padecem de mais recursos huma-nos nas temporadas altas de venda. Os

operadores fazem parcerias, delimitam o risco e a quantidade de produto em-bora demasiada é diversa. Menos risco significaria melhores margens. Todos o reconhecem mas ainda nem todos são capazes de o praticar. Na regulação deveria existir uma aposta fortíssima contra o intrusismo que falseia os da-dos levando muito dinheiro para um incontrolado turismo paralelo.Mais afastados da crise,com me-lhor composição e divulgação da oferta,oferecendo sol e o melhor peixe do mundo o caminho apresenta-se fértil.

EM TURISMO tudo assenta na experiencia que se pode proporcionar ao viajante. Cada

vez mais os conceitos de novidade, interação, partilha são elementos estruturantes da forma como é organizada e disponibilizada a oferta neste setor. Com um turista exposto a um gran-de número de estímulos e fontes de informação, quer genérica quer diferenciada, é evidente que as tecnologias da comunicação e da informação se tornaram um importante vetor de mudança e impuseram uma necessária reestruturação e adaptação dos vários operadores e agentes de viagens. Efetivamente, o turista de hoje está mais infor-mado e consequentemente mais exigente, co-nhece o destino pretendido mesmo sem nunca lá ter estado e sabe, na maioria das vezes, o que pretende e o quer evitar. Conhece também, à partida, os preços praticados e as diferentes opções. A internet é uma das suas principais fontes de informação. O Google Travel Study de 2013, publicação anual que avalia hábitos de consumo neste setor, concluiu que mais de 60% das viagens de lazer são inspiradas em pesquisas feitas online e, como característica transversal aos vários tipos de turista, aferiu que, cada vez mais, a internet funciona como fonte de informação relativa aos preços mais

baixos praticados no mercado.Neste contexto, há que ponderar, também, o cada vez maior peso das redes sociais. Se con-siderarmos que cerca de 70% dos utilizadores atualizam o seu perfil no Facebook durante as férias e que cerca de 50% dos mesmos escolhe o seu destino de férias com base nas fotografias e comentários “postados” pelos seus amigos de rede, chegamos facilmente à conclusão de que a presença online de operadores e agentes de viagens é fundamental. O circuito oferta/procura é bidirecional e as novas formas de comunicação dão uma clara oportunidade ao setor do turismo. A viagem, especialmente a de lazer, não começa, atual-mente, no dia da partida nem termina no dia da chegada. Está envolta num conjunto de pro-cedimentos que passam, na maioria das vezes pela internet, quer pelas páginas web dos diver-sos stake holders, quer por redes sociais e blogs pessoais ou institucionais. Importa, pois, que o setor se adapte, que aposte na disponibilização da oferta online, que invista em novas formas de comunicação, de publicida-de e de difusão de imagem. Há que modernizar procedimentos, investir em canais de vendas online fáceis e intuitivos, adaptados aos diver-sos suportes disponíveis no mercado, há que

assegurar uma presença em rede organizada, planificada e estruturada. Em suma, o setor do turismo tem que se adaptar a uma nova reali-dade aproveitando-a em seu benefício e assegu-rando um serviço otimizado e direcionado para um cliente exigente e muitíssimo informado. Não obstante o foco nas tecnologias da infor-mação e da comunicação disponíveis, o desafio será também assegurar uma fusão com o servi-ço tradicional, presencial e especialmente aten-to às particularidades de cada viajante. É fun-damental encontrar um equilíbrio que promova a excelência da oferta e que vá ao encontro da-quilo que hoje o mercado tão claramente exige.Finalmente uma nota no que se refere à oferta turística nacional e concretamente ao incoming. Também aqui a utilização das tecnologias da comunicação e informação disponíveis pode e deve ser uma aposta na promoção de Portugal, enquanto destino turístico multifacetado e di-versificado. Destaco, neste âmbito, como exem-plo extremamente positivo, as campanhas insti-tucionais que têm vindo a ser feitas promovendo os Açores e que levaram, por exemplo, a que este destino fosse recentemente eleito pela revista norte-americana online Family Travel como um dos 9 destinos a visitar nesta Primavera.

EDUARDO PINTO LOPES, DIRETOR GERAL DA EGOTRAVEL

Contra o intrusismo e o turismo paralelo

TIAGO RAIANO, ADMINISTRADOR DA NEWTOUR AZORES

Tecnologias da comunicação e da informação como vetores importantes

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NUNO MATEUS, DIRETOR GERAL DA SOLFÉRIAS

Apresentar o nosso produto de forma mais disciplinada, criativa e rica

O TURISMO é considerado um sector estratégi-co que representa o desenvolvimento da econo-

mia nacional e deverá por isso conduzir à criação de mais-valias e a um desenvolvimento sustentável, mas é necessário que todos os agentes interventivos se sintam responsáveis e envolvidos nesta missão, agilizando dinâmicas que conduzam ao sucesso. Começando precisamente por entender as transfor-mações da sociedade, o impacto das medidas eco-nómicas na mesma e as novas tendências do mer-cado, chegamos ao que considero como o principal e urgente desafio, e que passa pela valorização da oferta turística. Num mundo cada vez mais digital, com biliões de pessoas a navegarem na internet e a interagirem em tempo real, aparecem novas realidades como as redes sociais, os sites de avaliação, as compras co-lectivas e cada vez mais promoções “last minute”. Os consumidores procuram, por um lado, viver cada vez mais próximo da realidade dos locais, permitin-do experiências mais autênticas e únicas para par-tilhar e, por outro lado, respostas imediatas e con-fiança sobre a prestação dos serviços. Se contamos com um turismo de “sol e praia” de reconhecida qualidade, teremos de melhorar o posicionamento em outras vertentes como sejam o turismo de ci-dade, gastronómico, enológico, religioso, de saúde e bem-estar e continuar a potenciar o turismo ligado ao desporto. Torna-se por isso um desafio desen-

volver a capacidade dos agentes que distribuem o produto turístico no mercado, oferecer produtos e serviços cada vez mais inovadores, oferecendo vivências e pormenores inesquecíveis e únicos aos consumidores, com qualidade e variedade, colocan-do os mesmos numa adequada estratégia de comu-nicação, com recurso à tecnologia. Ao mesmo tempo que entendemos estas necessi-dades, deverão também os agentes locais, em con-junto com a hotelaria nacional, ter cada vez mais um papel imprescindível no planeamento e criação de novas dinâmicas locais, as quais, em conjunto com as ERT’s, importam diversificar e estruturar a oferta, definindo produtos estratégicos, criando experiências inovadoras, contando com o apoio de divulgação dos agentes turísticos, nomeadamente, de todo o mercado de distribuição que deve as-sumir cada vez mais o seu papel de prestador de serviço personalizado e de confiança. No fundo, necessitamos de organizar e potenciar a oferta tu-rística existente, que se distinga pela diferenciação, qualidade, acessibilidade e disponibilidade ao longo do ano, e apresentá-la de uma forma mais discipli-nada, criativa e rica, contrariando os fatores nega-tivos da sazonalidade e da diminuição da duração média de cada estadia. Neste caminho não podemos esquecer a necessida-de de continuar a investir no capital humano, pois só desta forma se conseguirá chegar à proximidade

do mercado com o cliente, promovendo um desen-volvimento sustentado, ao mesmo tempo que se deve fazer cumprir o desafio para as Empresas do setor, de seguir a prática de uma gestão efetiva e criteriosa para garantir uma melhoria da rentabi-lidade, contrariando o cenário da deterioração dos preços praticados. Para conseguirmos ser competitivos, quer em ter-mos de turismo interno quer em termos de mercado recetor, o esforço de todos os players deste setor deverá ser acompanhada de medidas económicas assertivas que reposicionem a nossa competitivi-dade. Refiro-me, nomeadamente, à importância da descida do IVA na restauração, repondo a taxa dos 13%. É ainda importante a simplificação de processos e a redução de outros custos do setor, como sejam as taxas autárquicas, portagens, licen-ciamentos, entre outros. Portugal tem vindo a ser repetidamente referen-ciado como um dos melhores destinos turísticos, destacando os seus pontos fortes ao nível da arte de bem receber, segurança, infra-estruturas de qualidade e com preocupações ao nível da susten-tabilidade ambiental, com reconhecidos recursos culturais. Existe por isso margem para melhorar a captação de turistas bem como a respetiva receita se prosseguirmos no caminho de ajustamento, no fundo, precisamos de tornar o nosso País num des-tino acessível para todos.

O TURISMO é, cada vez mais, um recurso primordial para a gera-

ção de fluxos financeiros e captação de receitas externas, associado à promoção e recuperação económica, criação de emprego e consequen-te estabilidade política e social. E Lisboa surge, naturalmente, como o destino cuja força motriz tem ca-pacidade acrescida no contributo para o aumento de competitividade turística de Portugal no contexto in-ternacional.Com uma crescente importância no mapa-mundo dos destinos de exce-lência a não perder, seja para turis-mo de lazer ou de negócios, muitos são os anúncios sobre novas rotas de companhias aéreas que criam novas ligações à capital portuguesa ou de

abertura de novas unidades hote-leiras que conferem a Lisboa uma maior atractividade e diversidade da oferta existente, com excelente rela-ção qualidade-preço.Ao distinto trabalho desenvolvido até ao momento acresce a respon-sabilidade de fazer mais e melhor, pelo que é fundamental possuir uma oferta turística diferenciada e uma visão estratégica alinhada com o perfil do turista que se pretende captar, assente nas suas preferên-cias e motivações. E, por isso, há que continuar a apostar na criatividade e na oferta na hotelaria, restaura-ção, comércio e serviços, por forma a alcançar um posicionamento tu-rístico diferenciado e vocacionado para experiências personalizadas do

turista que nos visita, cada vez mais exigente e ligado ao mundo no onli-ne e redes sociais.Com eficácia e profissionalismo, é ainda necessário encontrar a fór-mula de estabilidade da promoção nacional, um maior entrosamento entre o público e o privado, promover Portugal e as suas marcas regionais, sempre com uma visão integrada dos diversos factores e com noção clara do público que se pretende atingir. No que à Região de Lisboa diz res-peito, é fundamental reflectir sobre uma estratégia de captação de inves-timento para zonas que ainda têm pouca oferta, mas muitos recursos e potencial turístico. E para Lisboa atingir um patamar superior, no que a Turismo de Negócios diz respei-

to, há ainda que viabilizar um novo Centro Congressos com uma missão muito bem definida de dinamização da oferta e que permita melhorar a receita média por turista.Acima de tudo, com estratégia, cria-tividade e muito enfoque, há que afirmar o futuro e o desenvolvimen-to sustentado do Turismo como uma responsabilidade partilhada que a todos cabe assumir na conquista do sucesso individual e coletivo.

VÍTOR COSTA, DIRETOR GERAL DA ATL

Fazer mais e melhor

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2014 / MAIO Opinião

ALEXANDRE SOLLEIRO, CEO DA CADEIA TIVOLI

Reunir as equipas e não sair da sala sem ter um planoÉ INQUESTIONÁVEL que a

evolução social e tecnológica vivida nos últimos 15 anos tem influenciado profundamente e de forma acelerada os hábitos de consumo e o comportamento do consumidor-turista.Resumo estas alterações através de 6 palavras/conceitos chave que transmitem a nova realidade do consumidor e que devem estar definitivamente integradas nas estratégias de comunicação, de evolução ou criação de produto turístico e de desenvolvimento do nosso destino (Portugal): mais informados, “networking”, “va-lue for money”, sustentabilidade, experiência local, acessibilidade.Os 2 primeiros (mais informados, “networking”) são direcionados à comunicação com o consumi-dor, os 3 seguintes (“value for money”, sustentabilidade, experi-ência local) mais direcionados ao valor acrescentado do produto, e o último (acessibilidade) ligado à facilidade de compra. No entanto, todos são na verdade indissociá-veis – não adianta ter bom produ-to mal comunicado, nem comuni-car o que é invendável.É também inquestionável que os diferentes atores do sector turís-tico (Empresas, Turismo de Por-tugal, Governo e Autarquias) têm vindo a adotar progressivamente estes conceitos nas suas estraté-gias, embora a níveis ainda não uniformes. Se os primeiros 70% do caminho já foram concreti-zados, serão os restantes 30% que permitirão fazer a diferença para o futuro e permitir acelerar o crescimento do número de tu-ristas que nos visitam, de forma a atingir rapidamente números mínimos que assegurem a pereni-dade da capacidade instalada.Paralelamente, Portugal atra-vessou nos últimos 5 anos uma

“tempestade perfeita” resultante da conjugação de 3 fatores: o au-mento importante da capacidade, a diminuição de dormidas e pre-ço, a crise financeira com o con-sequente aumento dos custos de financiamento. Estamos portanto numa fase de níveis de ocupação da capacidade instalada (hotéis, empreendimentos turísticos, res-taurantes, instalações comple-mentares) e de preços significa-tivamente inferiores aos mínimos necessários para assegurar a pe-renidade dos investimentos.Assim, devemos concentrar-nos somente em 2 objetivos no sector turístico para os próximos anos: 1) crescer em 20% de turistas com a maior brevidade (aumentar a taxa de ocupação da capacida-de instalada de 50% para 60%), 2) convergir planos de ação nos 6 conceitos chave acima para as-segurar o crescimento imediato e sustentar no futuro.Quanto às políticas e iniciati-vas para atingir estes objetivos, e correndo o risco de chocar ou de provocar sorrisos, prefiro não tentar dar a receita milagrosa, mas sugerir aquilo que fazemos como gestores quando nos depa-ramos com um projeto ambicioso pela frente: reunir as equipas e não sair da sala sem ter um pla-no. Extrapolando para a empresa “Portugal Turístico SA”, que tal o Sr. Ministro da Economia (CEO) reunir a “sua equipa” – Secretá-ria de Estado do Turismo (COO), Turismo de Portugal (Marketing e Formação), Confederação do Turismo (Vendas e Produção), Associação de Bancos (CFO), Secretaria dos Transportes (Lo-gística) e Associação de Muni-cípios (Património, Acolhimento, Animação) - e se fecharem numa sala até terem um plano partilha-do por todos?

GOSTARIA, neste pequeno ar-tigo, de deixar cair os lugares

comuns que nós, pessoas do sector do turismo já conhecemos mas não nos cansamos de apregoar. Falo da típica alusão permanente ao exce-lente “hardware” de Portugal: são as praias, o mar, o sol, a excelente relação qualidade-preço da nossa hotelaria, o domínio de idiomas da população, que por sinal é extre-mamente afável, a segurança, os restaurantes/comida, etc. Por outro lado, o espaço do artigo é dema-siado exíguo para elencar quais os tipos de actividades avulsas Por-tugal deve realizar, per si, pelo que me limitarei a evocar dois princípios básicos que mexem profundamente com o nosso sector.Pessoalmente acho que temos um país pronto para receber quase toda a espécie de turismo. Então onde fa-lhamos? Na realidade, sempre que nos perguntamos porque não temos melhores resultados no turismo, de-vemos endereçar essa interrogação a… nós próprios! Nós, enquanto má-ximos responsáveis pelas empresas e organismos do sector, demonstramos uma enorme incapacidade de nos or-ganizarmos como um todo. Olhemos, a título de exemplo, para a quanti-dade de associações do nosso sector. São dezenas! O que me constrange não é a sua existência, mas sim as ra-zões para o seu nascimento: simples-mente os empresários não se revêm nas suas associações, logo, procuram

alternativas. Ora este é, na minha opinião, o primeiro ponto a ser re-solvido para uma indústria tão par-ticular que só funciona bem quando trabalha em rede. A nossa “rede” tem vários problemas e compete aos empresários e diretores de empresas e organizações criar consensos e es-tabelecer as pontes para que traba-lhemos em conjunto com um único sentido comum. Todos podemos be-neficiar mais se tivermos a inteligên-cia de somar os nossos esforços. Não digo com isto perder a personalidade individual, mas sim entrar num com-boio que nos leve a todos às estações seguintes nesta viagem.Daqui surge a segunda questão: o estado! Oiço e leio, por variadíssi-mos lugares, revistas e jornais, que quando algo não funciona o respon-sável é a tutela. No nosso sector então, o governo (seja lá qual for) nunca acerta na promoção, no IVA, nos custos de contexto, etc. Pessoal-mente não concordo. Que eu saiba, a Secretaria de Estado do Turismo dos diferentes governos sempre se mostrou aberta a discutir todos os temas com o sector privado. Per-gunto se o sector privado tem tido capacidade de diálogo, influência e força representativa para escrever estratégias conjuntas? Possivelmen-te não. Ou melhor, em muitas áreas não. Não posso deixar de relembrar a confusão gerada em volta da pos-sível “Agência Nacional de Promo-ção Turística” que antes de ser já o era, mas que afinal não chegou a ser, porque o que se disse não era o que se queria dizer. Um exemplo claro daquilo que poderia ser uma boa ideia, está aparentemente moribun-da em função dos interesses e de-sinteresses dos próprios privados. O Estado, esse, aceitaria seguramente comprometer-se numa ação concer-tada mas sólida com os privados. Quem faz o nosso sector somos nós. Comecemos, em primeiro lugar, por exigir mais a nós próprios.

MIGUEL QUINTAS, GENERAL MANAGER AMADEUS PORTUGAL

Melhorar o sector turístico começa

na nossa casa

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ORLANDO CARRASCO, CONSULTOR E ASSESSOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS DA CTP

Não interessa inventar o que já está inventado, mas fazer o que não está feito

O TEMA em apreço é pertinen-te, atual e importante, e vem

suscitando comentários, análises e discussões várias entre todos os que se preocupam com esta ativi-dade fantástica e fascinante que é o TURISMO. Muitas têm sido as abordagens e comentários produ-zidos pelos diversos Observatórios, sobre as alterações verificadas no Turismo a nível mundial:O Impacto do 11 de Setembro no setor das viagens e do turismo; As alterações significativas do mercado do lado da oferta com a concentração de operadores; A dinâmica das “low cost carriers”, criando um novo segmento de mer-cado e novos horizontes no mundo do transporte aéreo; As alterações do paradigma do negócio: O “Pre-ço” como fator chave do negócio, Os fortes investimentos em TI; O progressivo aumento das vendas via internet; A alteração progressi-va na atitude de serviço ao cliente; A alteração de comportamento do cliente e os efeitos na estratégia dos agentes e operadores do sec-tor: ADPROSUMER = advertising + producer + consumer. O nosso cliente é também o nosso melhor vendedor!; O aparecimento de Novos Mercados, quer do lado da oferta, quer da procura; As novas realidades: O crescimento das clas-ses médias nos países emergentes; O progressivo papel dos países emergentes no crescimento econó-mico mundial; A importância da

China e Índia no contexto mundial, obrigam a novos posicionamentos e estratégias de mercado; A We-binformation; 1,5 biliões de pesso-as com acesso à Internet; O desen-volvimento das novas tecnologias que potenciarão o surgimento de novos canais de distribuiçãoTodos estes fatores e muitos ou-tros que poderia referir, obrigam a uma atenção redobrada e à mobi-lização de todos os intervenientes no negócio, quer a nível institucio-nal, quer empresarial.Sabe-se que os recursos são escas-sos, o que implica que todas as ac-ções e estratégias tenham que ser amadurecidas no sentido de maxi-mizar os seus efeitos.As ações de promoção deverão ser focalizadas e muito profissionali-zadas; deverão ser formados técni-cos especializados por mercados e abandonar a via da generalização e, acima de tudo, principalmente nos Países/Regiões em que o sec-tor do Turismo representa papel fulcral na atividade económica, há que preparar e conscienciali-zar todos os que interferem neste negócio (Estado, Empresas, Traba-lhadores) para a importância do SERVIÇO e da ATITUDE perante o trabalho e perante as pessoas que nos visitam, que constituem a verdadeira matéria prima deste sector, isto consegue-se mobilizan-do todos os que participam nesta atividade, através de planos sus-tentados de formação e criando

condições de trabalho dignas.Kennedy dizia que existem indica-dores para medir todas as variá-veis da atividade económica, mas que é difícil medir o grau de satis-fação e felicidade das pessoas.Tenho visto e lido muito sobre pro-postas de medidas, reformas, alte-rações constantes ao ambiente do Turismo em Portugal.Cada novo responsável que chega ao sector considera sempre que sabe mais que todos os que o an-tecederam e inicia um trabalho de alterações que cansa as pessoas e obriga a dispersar energias, recur-sos e focus, necessários para ou-tras tarefas bem mais importantes.O TURISMO é um sector que vive em grande parte de pequenos por-menores que, no final, se assumem como fatores determinantes da sa-tisfação e da felicidade, e que asso-ciam níveis baixos de investimento a graus de emoção significativos.Os objetivos dos viajantes foram sofrendo alterações significativas nos últimos anos. Hoje atribui-se significado especial às EMOÇÕES, às VIVÊNCIAS, às EXPERIÊN-CIAS e às DIFERENÇAS.Hoje há mais pessoas a viajar, mais exigentes e com interesses mais bem definidos.O “Destino Portugal” continua a ser considerado de 2ª linha, com implicações no nível dos preços praticados.Como se pode alterar esta situa-ção com os recursos disponíveis?

Deixarei para outros a reflexão global sobre este tema. Irei concen-trar-me num segmento concreto, o designado “Turismo de Cidade” que, como sabemos, sofreu um forte desenvolvimento nos últimos anos e que muito tem contribuído para a animação do negócio em Portugal.Darei alguns exemplos, que podem parecer pequenos pormenores, mas que poderão fazer toda a diferença nas nossas cidades e contribuir para melhorar a imagem, a mar-ca e, consequentemente, o valor acrescentado do nosso Turismo: Uniformizar o mobiliário urbano das esplanadas, principalmente nas zonas nobres e históricas. Aca-bar com a parafernália de chapéus de sol, cadeiras e mesas, cada um de sua cor, que criam uma atmos-fera desagradável à vista e dão um aspeto decadente. O Turismo de Portugal, ip pode ter aqui um papel relevante, em colaboração com as autarquias, criando linhas de crédito específicas para esta renovação; Acabar com os menus escritos em toalhas de papel e co-lados nas montras dos restauran-tes; Acabar com os anúncios de que não há serviço de esplanada, que se traduz na transformação do cliente em empregado e que cria também um ambiente degradante, com a louça suja espalhada pelas mesas e as pessoas sem condições para se sentarem; Melhorar o es-tado dos prédios abandonados e degradados; Alegrar as ruas e bairros das zonas nobres e histó-ricas, com atividades lúdicas e mu-sicais; Dar oportunidade às artes de um modo geral e à música em particular para animar as locali-dades e as pessoas; Aproveitar as bandas tradicionais e grupos mu-sicais existentes, bem como os es-paços históricos, os velhos coretos, as igrejas para produzir pequenos mas animados espetáculos que certamente seriam do agrado dos nossos turistas e dos cidadãos em geral.

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JOÃO BARBOSA, SECRETÁRIO GERAL DA ATP

“Estamos bem preparados para uma concorrência internacional”

oão Barbosa, secretário geral da Asso-ciação das Termas de Portugal (ATP) garantiu à Viajar que “estamos bem preparados para uma concorrência in-

ternacional e temos uma oferta diversificada. Isto porque é parque termal português é renovado, re-abilitado e moderno, e em termos de infraestru-turas e equipamentos não fica a dever àquilo que encontramos nos países da Europa de referência nesta área” Se até 2004 em Portugal havia uma oferta estrita-mente clássica – a vertente terapêutica – hoje em dia, apesar dessa oferta ser ainda predominante, até porque é o ADN das termas, ela hoje combina com uma oferta cada vez mais crescente e sofisti-cada também ao nível de programas de bem-estar, de prevenção de doenças e de promoção de saúde e vida saudável. “Temos propostas para pessoas que nos procuram porque querem aliviar ou tratar alguma patologia de que padecem e buscam nas termas uma solução terapêutica para esse proble-ma e temo também toda a parte do mercado que procura as termas como um destino interessante para momentos de lazer, combinando uma propos-ta de natureza turística e de lazer, mas como locais onde podem encontrar valor acrescentado, numa perspetiva de cuidarem da reposição de equilí-brio, de alimentação saudável, exercício, cuidarem do próprio corpo, relaxarem e descansarem, em contacto com a natureza. Tudo isto faz com que a oferta mais de lazer e bem-estar tenha cada vez mais adeptos”, referiu João Barbosa.O termalismo em Portugal, que tem hoje em fun-cionamento 35 estâncias termais, num universo de 40 (havendo alguns projetos que estarão em remo-delação) “evoluiu muito a partir de 2004 quando a nova lei foi publicada, abrindo uma janela de

oportunidade para o desenvolvimento deste setor, tornando-o mais convidativo ao investimento, ou seja, a lei veio permitir o abrir das termas a outros mercados que até então dificilmente procuravam as termas como algo motivante para um programa de fim de semana ou de uma semana em família”, disse o responsável. Abrindo essa possibilidade “começaram a surgir investimentos muito fortes na remodelação, quer dos balneários termais, do alojamento, quer das zonas envolventes, bem como ao nível da formação profissional, certificação da qualidade, promoção, marketing e gestão”.O termalismo em Portugal movimenta anualmen-te cerca de 100 mil pessoas, o que se traduz em cerca de 830 mil dormidas com uma estadia mé-dia de 8,3 noites (aqui conta o peso do segmento terapêutico no negócio termal, que tem a duração de 12 a 14 noites. O setor emprega diretamente 5.000 pessoas, sendo um grande impulsionador regional, já que todo o produto associado é 100% nacional. Embora as estâncias termais estejam espalhadas por todo o país, elas concentram-se fundamentalmente nas regiões Centro e Norte. Daí que o total de dormidas na hotelaria termal da região Centro em 2013 foi de 2.252 (11,5% do total de dormidas da hotelaria da região) e na região Norte em 2013 foi de 2.409 (12,8% do total de dormidas da hotelaria da região), o que revela bem o peso que a hotelaria termal tem nes-sas regiões. O peso relativo do número total de dormidas da hotelaria termal na hotelaria global a nível nacional (incluindo ilhas) foi de 4,8% no ano passado. A percentagem de estrangeiros é de 5% “com potencial para crescer. Embora o ter-malismo europeu viva essencialmente do cliente nacional, há um potencial de crescimento e essa é uma das prioridades não só da associação, como

das próprias empresas, combinando a oferta ter-mal com os restantes produtos turísticos. Essa é a abordagem ao mercado que faz sentido”, frisou o secretário geral da ATP.O Turismo de Saúde e Bem-Estar tem vindo a aumentar na Europa e prevê-se que mantenha o ritmo de crescimento no futuro. Em 2004, este produto representava 3 milhões de viagens, espe-rando-se um crescimento anual de 5% a 10% até 2015, o equivalente a 6,2 milhões de viagens. Este produto divide-se em três segmentos, termas, spas e talassoterapia.

APOSTA EM ESPANHA E NA ALEMANHAAs termas de Portugal, segundo João Barbosa, “são conhecidas lá fora, mas há um longo cami-nho a percorrer e, uma das prioridades do setor e da Associação, é a aposta na internacionalização. Embora o mercado interno seja uma prioridade, e o nosso maior enfoque, para crescer e ganhar maior escala, precisamos de crescer também in-ternacionalmente. Há aí um longo trabalho a percorrer e estamos a fazê-lo, no sentido de que Portugal seja reconhecido como um destino de saúde e bem-estar e em que as termas são o player melhor posicionado para poder captar o mercado internacional”.Neste sentido a ATP está a trabalhar alguns mer-cados de referência, designadamente, o espanhol, por questões de proximidades, e o alemão, consi-derado o maior mercado emissor neste segmento, “um mercado que interessa não só pela sua dimen-são, mas porque tem grande tradição de ida às ter-mas, não só na vertente terapêutica, mas de lazer, e circula por outros países europeus à procura de propostas de saúde e lazer, valorizando a estadia em localidades que tenham estâncias termais”. Assim, a ATP está a negociar com tour operadores alemães especializados nesta área para a entrada em alguns pacotes. Numa perspetiva mais terapêu-tica, está a trabalhar com as entidades gestoras de seguros de saúde na Alemanha, que compartici-pam os custos com tratamentos fora da Alemanha. “Pensamos que temos uma oferta competitiva nessa área, juntando os atrativos do país, nome-adamente nas épocas média e baixa”, considerou João Barbosa, para acrescentar que “isto significa que temos que trabalhar a marca Termas de Por-tugal, juntamente que a nossa sub marca Centro”.Em Espanha “faz todo o sentido uma aposta no termalismo clássico, já que temos uma oferta mais

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competitiva da que existe no país vizinho, que tem um termalismo mais orientado para o bem-estar”.O secretário geral da Associação Termas de Por-tugal sublinhou que “o trabalho é de longo pra-zo. Havendo mais de 4 mil estâncias termais na Europa, estamos em permanente competição, mas em relação ao mercado alemão acredito que va-mos começar a ter resultados muito rapidamente, até porque há um clima favorável, uma vez que há vontade das entidades que gerem e definem as políticas de turismo e de saúde em Portugal”.Por outro lado, há que contar com os benefícios como a diretiva de cuidados de saúde transfron-teiriços e outra legislação da Europa que permite que haja facilidades de circulação de pessoas que queiram procurar uma estadia para o bem-estar e promoção de saúde e podem escolher livremente no espaço europeu os destinos onde possam ter essa experiência. Conforme disse João Barbosa, “existem apoios e incentivos a esses movimentos. Associado a isso, existem também as seguranças sociais ou as caixas dos doentes dos respetivos pa-íses. Uma oportunidade que temos de aproveitar”.No quadro do turismo médico associado às ter-mas, para determinadas patologias, Portugal tem, igualmente, vantagens competitivas. “O cliente que vem à procura de uma intervenção cirúrgica num hospital ou numa clínica, toda a reabilitação e recuperação podem ser feitas, não num ambiente hospitalar, mas num ambiente termal, numa loca-lização privilegiada e em contacto com a nature-za, com preocupações de alimentação saudável e com acompanhamento médico. É claramente uma aposta e estamos a transmiti-la aos responsáveis pela definição da estratégia do produto turístico em Portugal. Aqui também as regiões termais po-dem ter um papel importante, porque esta compe-tição faz-se através da atração do próprio país, re-giões, cidades ou localidades. Aí falamos do clima, da gastronomia, do património, da natureza, das facilidades de deslocação, etc. E toda a promoção deve ser feita nessa perspetiva.

POLÍTICA DE PREVENÇÃO DA SAÚDEO responsável indicou ainda que, no que respeita à política de saúde na Europa e que vem emana-do de Bruxelas, está na Agenda 2020 a aposta na prevenção da doença e na promoção de hábitos de vida saudável, de forma muito e direta. “Os sis-temas de saúde são caros e, por uma questão de produtividade e rentabilidade das pessoas enquan-

to ativas, vai haver programas de incentivos para a área da promoção da saúde, como já existem na Alemanha e na Escandinávia. É mais barato pagar a saúde do que a doença, e isso dá-nos algum oti-mismo. Além disso, está a ser trabalhada uma nor-ma europeia para as termas. Neste sentido, João Barbosa está convencido que “nos vai beneficiar a todos e abrir mercados”.Apesar de não existirem em Portugal operadores especializados neste segmento, como acontece na Europa, há já alguns com oferta direcionada para estas matérias e têm-se constituído em canais de distribuição do produto tanto a nível nacional como internacional. Também, ao nível da comer-cialização, as termas de Portugal contam com as caixas seguradoras de outros países.No entanto, segundo João Barbosa, “há um esfor-ço grande de chegar diretamente ao cliente final, até porque a componente compra direta é fortís-sima. Neste quadro, as estâncias termais fazem diretamente o seu trabalho”. Da mesma forma, a Associação disponibiliza ferra-mentas e abre canais de venda para que as termas possam beneficiar. “Temos um site que serve não só de promoção e comunicação, mas oferece tam-bém uma plataforma de reservas online, para os segmentos terapêutico, de famílias e empresas. Os programas e propostas de saúde para as empresas têm tendência de crescimento em todo o mundo. São programas que permitem que os colaborado-res das empresas possam usufruir de propostas que reponham o equilíbrio, com efeitos diretos na rentabilidade e produtividade das próprias empre-sas”, explicou o dirigente, acrescentando que no site da ATP as estâncias termais colocam os seus produtos e as suas promoções, tanto para o mer-cado interno como externo, onde podem ser feitas reservas diretamente.O termalismo é ainda considerado um produto sa-zonal. No entanto, desde 2004, considerado o ano da viragem, e com a criação de novos produtos, tem-se atenuado a sazonalidade, apesar dos meses de setembro e outubro continuarem a ser os mais fortes. Entretanto, João Barbosa refere que “cada vez há mais termas a funcionarem durante todo o ano, ou a encerrar durante muito pouco tempo para manutenção ou reabilitação”. Para este ate-nuar da sazonalidade, a ATP pretende este ano recuperar o programa de turismo sénior.Na sua atividade, as termas fazem a utilização da água mineral natural, recurso que, pelas suas

caraterísticas tem propriedades terapêuticas com efeitos para a saúde, que permite depois desenvol-ver todas as propostas de valor relacionadas com saúde e bem-estar. A água é de domínio público, tutelada pelo Ministério do Ambiente, e os conces-sionários podem ser entidades privadas, públicas ou mistas, que celebram um contrato com o Es-tado. Por outro lado, toda a parte da tutela dos estabelecimentos termais é da Direção Geral de Saúde, que define todas as regras, licenciamentos, organização, supervisão e controlo de qualidade.O segmento de turismo de saúde, que engloba as termas, Spas e talassoterapia, está consignado pelo PENT, como um dos 10 produtos estraté-gicos.“Na parte das termas, o que nos distingue – a nos-sa identidade e a nossa diferença – reside na base da utilização da matéria-prima que é a água mine-ral natural que garante propriedades terapêuticas. É algo único e distintivo que os Spas não podem oferecer e a talassoterapia também não pode por-que utiliza água do mar. Toda a oferta de uma es-tância termal é suportada e sustentada pela água mineral natural, que tem a sua localização, o que significa que só pode ser explorada junto da sua origem, daí a prevalência nas zonas interiores do país, localidades essas que, normalmente, estão em zonas privilegiadas do ponto de vista paisagístico e de contacto com a natureza. Esta também é uma vantagem que as termas têm face aos outros con-ceitos”, realçou o dirigente da ATP.Por outro lado, evidenciou que “a própria ativida-de é reconhecida pela Ordem dos Médicos e pela Organização Mundial de Saúde, o que significa que há muita investigação alicerçada na prática termal, do ponto de vista dos benefícios, dos tra-tamentos e dos apoios aos meios complementares, como será a fisioterapia. Também temos a classe médica que garante não só o funcionamento do estabelecimento termal, numa perspetiva tera-pêutica, mas que também acompanha todos os programas de bem-estar, garantindo qualidade e credibilidade junto desse mercado”.Neste âmbito “de forte crescimento da preocupa-ção das pessoas em cuidarem-se, investirem mais tempo e dinheiro na procura de momentos de la-zer, de bem-estar, de boa forma, de melhores hábi-tos alimentares, de promoção da vida saudável e prevenção da doença, as termas estão na linha da frente”, concluiu o secretário geral da ATP, João Barbosa.

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CEO do grupo Natura IMB Hotels, Luís Veiga, revelou que está atento às oportunidades de ne-

gócio que possam surgir em Lisboa e no Porto, cidades para onde o grupo hoteleiro conta expandir-se até 2015.“Estamos atentos a negócios em Lisboa e no Porto, neste momento, para além de um eventual negócio na zona. O nosso crescimento será sempre para as duas metrópoles, na área metropolitana de Lisboa e Porto”, revelou o responsável du-rante uma apresentação na BTL.Segundo Luís Veiga, o grupo está já a analisar algumas propostas e até 2015 podem existir novidades, ainda que a entrada do grupo na hotelaria de Lisboa ou Porto seja sempre pela via da saúde e bem-es-tar ou com uma aposta na susten-tabilidade ambiental, que têm sido as principais bandeiras do grupo hoteleiro.“Temos duas ou três propostas que estamos a avaliar mas temos que ver se, de alguma forma, acrescen-tam valor ao grupo. O próprio nome Natura tem a ver com a nossa cer-tificação ambiental e também a ní-vel alimentar e pelo facto de estar

muito ligado ao Parque Natural da Serra da Estrela, tudo o que nós fi-zermos será na área da saúde e na área ambiental”, explicou. O grupo Natura IMB Hotels conta atualmente com cinco unidades ho-teleiras na região da Serra da Es-trela, nomeadamente H2otel, Hotel Lusitânia, Hotel Turismo da Covilhã, Hotel Vanguarda e Hotel Covilhã Parque, num total de mil camas, sendo o grupo hoteleiro com maior oferta de alojamento na região. Luís Veiga, acredita que 2014 vai ser um ano positivo e diz que, até agora, as perspetivas para este ano são “mui-to animadoras”, depois de 2013 ter sido um ano de recuperação para a maioria das suas unidades hoteleiras.“As nossas perspetivas são boas. Lançámos na feira (BTL) vários programas e temos perspetivas muito animadoras. É preciso que se saiba que o mês de Agosto é o melhor mês da Serra da Estrela, ao

contrário do que se pensa normal-mente”.De acordo com o responsável, os primeiros meses de 2014 “têm sido meses de crescimento susten-tado face a 2013”, o que se ficou a dever essencialmente ao bom In-verno da Serra da Estrela, que este ano contou “com muita neve. No ano passado, Luís Veiga explicou que a maioria dos hotéis do grupo Natura IMB teve um ano de recu-peração, à exceção do H2otel, que registou um crescimento de 12%. “O H2otel é um hotel muito di-ferenciador, com um conjunto de produtos e serviços que marcam muito pela inovação e que tem tido uma trajetória muito positiva, no ano passado crescemos 12%. Os outros também cresceram, não nesta dimensão, mas a trajetória do H2otel, ao contrário dos outros, tem sido positiva ao longo destes cinco anos. Nas outras unidades, o

ano passado foi um ano de recupe-ração”, explicou.

5 ANOS DE DISTINÇÃOPelo quinto ano consecutivo, o H2otel – Congress & Medical Spa, em Unhais da Serra, foi distinguido com uma Chave de Ouro.Já são cinco as Chaves de Ouro atribuídas ao H2otel – Congress & Medical Spa, em Unhais da Serra. “Estes prémios são o reco-nhecimento do trabalho de toda a equipa do H2otel.  É com orgulho que vemos a qualidade do nosso hotel ser distinguida ano após ano, mostrando-nos que podemos fazer sempre mais e melhor”, declarou Luís Veiga, administrador executi-vo do Grupo Natura IMB Hotels.O H2otel – Congress & Medical Spa, construído de raiz, nasceu da reabi-litação das termas de Unhais da Serra e está rodeado pela beleza do Parque Natural da Serra da Estrela. Em perfeita sintonia com o espaço envolvente, o complexo posiciona-se como o melhor exemplo de integra-ção entre hotel e centro termo-lúdi-co da Península Ibérica. Paralela-mente, é o primeiro hotel português a receber a certificação Bike Frien-dly Hotel pela Specialized.

COM UNIDADES VOCACIONADAS PARA A SAÚDE E BEM-ESTAR

Grupo Natura IMB quer entrar em Lisboa ou Porto até 2015

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O VILLA SANDINI Hotel & Spa, em Sandim, Vila Nova de Gaia, lançou um Programa de Relaxamento Citrus Spa, o qual, e durante meio-dia, permite aos adultos tonificar o corpo e a mente e às crianças uma manhã divertida.Diariamente, mas sujeito a reserva, a nova oferta tem o seguinte programa para os adultos: Aula de Hidroginástica, às 08h30, na piscina do hotel com um personal trainer, seguido de um Pequeno-Almoço Biológico, às 09h15; 10h00 tempo de Esfoliação Física que, durante 20 minutos, elimina as células mortas da superfície cutânea; Momento de Rosto, às 10h30, é um tra-tamento mini facial de meia hora; Por fim, uma hora e meia de Massagem de Pedras Quentes.Para os mais novos, o hotel reservou um programa especial. Tal como os adultos, às

08h30 todos na piscina a ter uma Aula de Hidroginástica, com um personal trainer. 09h15 tempo de um nutritivo Pequeno-Almoço Biológico. Às 10h00 a diversão regressa com a atividade “Brincar na Água”, acompanhado de um professor. Para finalizar, o Kids Center do hotel recebe os pequeninos hóspedes para ofe-recer jogos, pinturas e outras surpresas, sempre acompanhados de um professor. O novo pacote Relaxamento Citrus Spa orça em 170 euros por pessoa para adultos e 45 euros por pessoa para as crianças (dos 3 aos 10 anos).Na antiquíssima vila de Sandim, o Villa Sandini Hotel & SPA abre as portas aos turistas que escolhem como destino a região do Douro Litoral.

Villa Sandini Hotel & Spa com pacote relaxamento

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2014 / MAIO Dossier

Magic Spa do Pestana Palace é o melhor do país em hotéis de luxo

Vilalara Thalassa Resort apresenta novos programas de talassoterapia

O MAGIC SPA do Pestana Palace Hotel & National Monument foi eleito Best Luxury Hotel Spa em Portugal, no World Luxury Spa Awards 2014, e finalista na ca-tegoria Best Luxury Day Spa. Os eleitos são escolhidos pelo público e clientes de cada espaço, com o objetivo de premiar a qualidade, inovação e serviços dos melhores spas em todo o mundo. De acordo com a organização, o Magic Spa by Pestana é “um oásis no centro de Lisboa.” Com menus exclusivos, os Magic Spa by Pestana têm vários tra-tamentos de corpo e rosto, assim como programas de relaxamen-to desenhados e inspirados em técnicas terapêuticas ancestrais importadas dos quatro cantos do

mundo. São espaços zen e acolhe-dores especialmente criados para proporcionar momentos únicos de puro prazer e relaxamento. Os tra-tamento são feitos com produtos naturais, à base de matérias pri-mas de qualidade, sem parabenos, colorações ou aromas artificiais. Produtos próprios e exclusivos, a que o Grupo pestana chamou de Magic Potion e cujas propriedades são garantidas por uma embala-gem que permite uma maior pre-servação dos produtos e proteção contra os efeitos das alterações de temperatura e luminosidade. Dis-ponível em vários hotéis Pestana e Pousadas de Portugal, os Magic Spa oferecem ainda tratamentos exclusivos consoante a região onde estão inseridos.

“É com uma enorme satisfação que recebemos este prestigiante prémio. É o reconhecimento que a aposta que fizemos recentemen-te na renovação dos nossos spas e produtos próprios valeu a pena”, diz Catarina Lopes, responsável pelos Magic Spa by Pestana. Premiado como o melhor hotel de cinco estrelas em Portugal, o Pes-tana Palace Hotel & National Mo-nument é mais do que uma unidade hoteleira. É uma experiência única que junta o serviço de excelência do Grupo Pestana ao enquadramento palaciano ímpar de influência fran-cesa, do palácio Valle Flôr, classifi-cado como ”Monumento Nacional”.Membro do “The Leading Hotels of the World”, o palácio construído no século XIX tem 174 quartos, 13

suites, das quais quatro são reais, e oferece uma maravilhosa vis-ta panorâmica sobre a cidade e o Tejo. Ideal para negócios ou lazer o Pestana Palace é um dos maiores ícones do turismo nacional e o pre-ferido das estrelas pop e a realeza do mundo inteiro.

ARA QUE os seus clien-tes possam aproveitar esta altura do ano para preparar o seu corpo para

o verão, o Vilalara Thalassa Resort preparou novos programas de Talas-soterapia, sugerindo, assim a experi-ência do programa de 2 dias “Des-coberta Talassoterapia” completado com o “Ritual Detox Beleza”.O programa descoberta talassote-rapia de 2 dias inclui: 2 noites de alojamento em Suite Júnior Vista Jardim (opção de noites extra); Pequeno Almoço Buffet; Meia-pensão gastronómica ou dietética (bebidas não incluídas); 2 dias de cura com 4 tratamentos de talas-soterapia diários; Consulta médica inicial (caso o cliente não deseje a

consulta, deve apresentar atestado médico ou assinar um termo de responsabilidade). Consulta médi-ca (todos os dias exceto aos Do-mingos); 1 garrafa de água mineral por dia no quarto; Acesso gratuito Sauna, Banho Turco e Fitness; Vou-cher de 20 euros para compra de produtos de beleza na boutique do hotel - não reembolsável; Welcome Kit – Touca de Banho e 1 produto à base de ativos marinhos. Por sua vez, o Ritual Detox Beleza - 85 minutos - oferece um cuidado personalizado de rosto e de um cui-dado desintoxicante para o corpo, bem como exfoliação tónica, massa-gem oxigenante e sudação sucedem-se para estimular o seu corpo e enri-quece-lo com ativos antioxidantes e

um ritual beleza do rosto que enche a pele de ativos ultra-concentrados para um efeito instantâneo.A Talassoterapia é a utilização combinada entre água do mar, ar marinho e substâncias extraídas do mar (lamas marinhas, algas e areia) para o bem-estar do organis-mo. A água do mar é uma autêntica fonte de elementos vitais devido às suas qualidades biológicas. Contém a maioria dos oligoelementos ne-cessários ao corpo humano (mag-nésio, iodo, lítio, zinco, cobre, selé-nio e cálcio, entre outros). Quando aquecida entre 32ºC e 36ºC, a penetração dos oligoelementos ao nível da epiderme é potenciada e proporciona o relaxamento muscu-lar e a descontração.

A talassoterapia estimula a cir-culação, reduz o stress, ajuda na recuperação pós-acidente e dá elasticidade à pele. Trata também o reumatismo e a artrose através de reabilitação em meio marinho.Rodeado por 12 hectares de mag-níficos jardins e com acesso direto a uma praia exclusiva de areia dou-rada, o Centro de  Talassoterapia & Spa Vilalara, que é considerado um dos melhores da Europa jun-ta a medicina preventiva e terapias anti-age e bem-estar num ambiente de resort. Coloca à disposição dos seus clientes, uma equipa de mé-dicos, osteopatas, fisioterapeutas  e hidroterapeutas formados segundo as técnicas de talassoterapia mais recentes, e um equipamento moderno.

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2014 / MAIODossier

DIVINE BY RITUALSPA

Corpo e mente renovados com tratamentos de luxo

Vidago Palace soma prémios O VIDAGO Palace Hotel recebe a distinção de Best Luxury Destination Spa, atribu-ída nos conceituados World Luxury Spa Awards em reconhecimento da qualidade, inovação e serviço prestados aos hóspedes.Esta distinção internacional coloca o Spa do Vidago Palace Hotel na lista dos melhores do mundo, tendo sido escolhido por um painel internacional de consultores independentes e por turistas.O spa termal do Vidago Palace Hotel desta-ca-se pelo minimalismo das linhas direitas onde sobressai o uso de pedra mármore branca e a luz natural, um projeto da auto-ria do arquiteto Álvaro Siza Vieira para a Unicer. Composto por 20 modernas salas para tratamento, relaxamento, bem-estar e beleza, oferece como elemento diferencia-dor a utilização da água mineral de Vidago e, ainda neste espaço, destaque para a piscina interior, sauna e ginásio. O cen-tenário Vidago Palace é um dos destinos turísticos mais românticos e emblemáticos da região norte de Portugal que já con-quistou várias distinções, nomeadamente o prémio de excelência de Novo ou Renovado Hotel dos Condé Nast Johansens Awards for Excellence 2014. Para além de ser pre-sença habitual em publicações e roteiros nacionais e internacionais, de referência.Integrado no Parque Termal de Vidago, des-taca-se pela experiência que proporciona pelo contato com a natureza, num ambien-te repleto de glamour e elegância ao estilo da Belle Époque. No hotel, evidenciam-se os 70 quartos e suítes, alguns com pátios privativos, com uma decoração personali-zada com assinatura de José Pedro Vieira e Diogo Rosa Lã, que propicia uma atmosfera intimista aos hóspedes. De acordo com Rui Lopes Ferreira, vice-presidente e CFO da Unicer,“estamos, naturalmente, muito satisfeitos com esta distinção que nos posiciona no topo na categoria de spas, a nível mundial. O nosso spa termal é um espaço absolutamente fantástico e moder-no onde oferecemos várias experiências para o bem-estar do corpo e da mente, e que fica integrado numa unidade hoteleira também premiada internacionalmente, o Vidago Palace Hotel. Acreditamos que estes prémios, com a chancela de entida-des independentes e de referência no setor, são uma excelente forma para ampliar o que de melhor se faz cá dentro, num valio-so contributo para a afirmação de Portugal como destino turístico de excelência.”

RODEADO por uma paisagem ine-briante e contemplando as vinhas, o DiVine by RitualSPA, do Hotel Dol-ce CampoReal Lisboa, oferece uma

escapadela à correria do dia-a-dia. Com rituais e tratamentos únicos, os ingredientes naturais e os produtos de luxo da linha Decléor, aclamada a nível internacional, farão de cada visita uma experiência intensa e envolvente. O Spa de 700 m2 inclui uma elegante sala de chá e uma área tranquila para um relaxamento perfeito antes ou após o seu tratamento, assim como piscina com hidromassagem, sauna a vapor com ervas me-dicinais, banho turco e salão de estética.  Pode sempre escolher o tratamento mais adequado ao seu caso ou permitir que o terapeuta do Spa lhe indique e conceba um programa que vá ao en-contro das suas necessidades e gostos.O DiVine by RitualSPA apresenta para esta primavera/verão duas novidades ao nível dos tratamentos em sala que farão as delícias de todos os clientes, o Gym Lift Cryolipolise e o Arosha Body Dinamic Concept. A Criolipólise é o mais recente avanço da estética corporal na eliminação definitiva de gordura localizada. Consiste na aplicação de frio, na área da adipo-sidade localizada, para conseguir a eliminação seletiva das células adipócitas (células gordas) de forma indolor, eficaz e prolongada. O resulta-do desta tecnologia baseia-se na eliminação ce-lular ordenada (a apoptose), que ocorre quando as células adipócitas são expostas a uma tempe-ratura abaixo dos 10 graus centígrados. O que distingue este tratamento no DiVine by RitualSPA, dos outros existentes atualmente no mercado, é a combinação de sequências de mas-sagens vibratórias, clinicamente testadas, que otimizam a comodidade durante o tratamento e melhoram substancialmente o seu resultado final. A massagem vibratória tem um papel preponde-rante, uma vez que atua sobre o tónus muscular, favorece a drenagem de toxinas e inibe a sensação do frio, eliminando até 30% da gordura localiza-da na zona tratada.

Já a Arosha body dynamic é um conceito total-mente inovador no combate às principais alte-rações de estética corporal, tais como: celulite e adiposidade localizada, retenção hídrica e acu-mulação de toxinas e lípidos (celulite edemato-sa) e flacidez cutânea. A sua eficácia e resul-tados são garantidos pela combinação perfeita de três elementos fundamentais: a aplicação de cocktails de princípios ativos de alta concentra-ção; as técnicas manuais e/ou de aparatologia avançada e a consistência e apresentação do cosmético, que garante uma melhor assimilação através da pele. Além destas novidades existem dois programas que têm de ser apresentados, o Programa Se-gredo Doce - esfoliação e massagem com mel para corpo e rosto - e o Programa Aroma Lisse & Detox, ambos com 90 minutos.Rico em vitaminas A, D, E e C, o mel é con-siderado um dos nutrientes mais valiosos da natureza. O seu poder antioxidante inspirou o mundo de beleza e bem-estar a lançar um ritual benéfico tanto para corpo como para a mente. A massagem corporal com mel ativa o sistema lin-fático, purificando o corpo através da remoção de toxinas e resíduos de glóbulos brancos. Tem também um poderoso efeito calmante e descon-traturante muscular. Hidrata a pele em profun-didade, contribuindo para protege-la do sol e do vento. As vitaminas previnem o envelhecimento precoce da tez, prevenindo o aparecimento das manchas, rugas e flacidez.Para responder às novas exigências das mu-lheres modernas a DECLÉOR, especialista em Aromaterapia, criou o tratamento “antidoto” para problemas relacionados com alterações estéticos corporais e faciais tais como adipo-sidade e envelhecimento cutâneo precoce. O programa inclui uma esfoliação intensiva, apli-cação de máscara corporal (com poder desinto-xicante e purificante à base de algas marinhas) e o novo tratamento facial AROMA LISSE, que combina o know how técnico de quatro produ-tos anti-rugas.

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2014 / MAIO Dossier

Reabriu o Balneário Termal de Monfortinho

Conrad Algarve Spa eleito Best Luxury Resort Spa 2014 em Portugal

BALNEÁRIO Termal de Monfortinho inaugurou no início de abril, o novo ano termal, apresentan-

do como principais novidades o reforço da vertente do bem-estar e a introdução de novas parcerias na área da cosmética.A época 2014 deste complexo ter-mal gerido pelo grupo Ô Hotel & Resorts e situado em Termas de Monfortinho, concelho de Idanha-a-Nova, decorre até 19 de outubro. As portas estarão abertas todos os dias da semana, só de manhã na época baixa (05/04 a 30/06 e de 29/09 a 19/10) e também à tarde no verão (01/07 a 28/09).No termalismo clássico, as águas de Monfortinho são reconhecidas pelas suas vocações terapêuticas nas doenças crónicas cutâneas, hepatobiliares e intestinais, reuma-tismais e alergias do foro respira-tório. O balneário é ainda indicado para repouso psicossomático e mo-mentos de bem-estar. As famosas

Termas de Monfortinho existem desde as civilizações romanas e são propícias a uma experiência com-pleta e revigorante. O Balneário apresenta uma oferta de tratamen-tos bastante variada, desde trata-mentos personalizados a propostas de relaxamento tradicionais. Após relaxar no Balneário Termal, na região de Monfortinho pode ainda visitar a aldeia mais Portu-guesa de Portugal, Monsanto, bem como a tradicional e rústica aldeia de Penha Garcia.A “Massagem das 5 Energias”, com efeitos relaxantes e revitali-zantes, e os banhos “Anti-Stress” e “Thal’Energie” são novos trata-mentos que enriquecem a oferta da estância termal para este ano.Estes tratamentos são acompanha-dos de novas parcerias com os pro-dutos de cosmética La Phyto e de um novo software que aperfeiçoa a gestão do complexo termal.As novidades foram apresentadas pelo diretor do Ô Balneário Termal,

Pedro Próspero, na inauguração da época 2014. Na ocasião estiveram presentes a equipa que dirige e as diferentes entidades que colabo-ram com o grupo Ô Hotel & Re-sorts, entre as quais o Município de Idanha-a-Nova, representado pela vice-presidente, Idalina Costa.A autarca garantiu que este grupo hoteleiro e todos os outros em-presários de Idanha-a-Nova terão sempre no Município um parceiro ativo e empenhado. Na circunstância foram ainda apresentados dois sabões com água termal das Termas de Monfortinho, produzidos pela empresa Aromas do Valado, que tem sede em Segu-ra. O “Erges” e o “Genes” juntam as características terapêuticas da água termal aos óleos essenciais extraídos de duas matérias-primas da região, a esteva e o rosmaninho silvestre, e ao azeite português. O produto é exclusivo das unidades hoteleiras de Monfortinho do gru-po Ô Hotel & Resorts.

Na cerimónia de reabertura do Ô Balneário Termal intervieram ainda a diretora do Resort Ô Monfortinho, Sandra Oliveira, e o diretor clínico, Carlos Crisóstomo. O arranque da época 2014 contou com a atuação do grupo local Cantigas d’Aldeia e uma visita guiada ao complexo.

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PARA ALÉM de ser um dos spas mais apelativos de Portugal, o Conrad Algarve Spa & Health Club é também o vencedor do prémio Best Luxury Resort Spa 2014 em Portugal, um galardão atribuído pelos conceituados World Luxury Spa Awards, considerados os “óscares” desta indústria.O Conrad Algarve Spa, localizado no luxuoso Conrad Algarve, é um refúgio que oferece tera-pias holísticas, que conjugam meditação e rela-xamento, bem como tratamentos corporais espe-ciais. Este oásis de tranquilidade adopta uma abordagem contemporânea que proporciona uma renovação de energia e redescoberta do espírito.Mas mais do que um Spa, este é um espaço desenhado e inspirado na harmonia e esplendor da cultura local que combina tratamentos únicos com técnicas inovadoras que trata cada pessoa como um todo, de forma personalizada. Para tor-nar esta experiência ainda mais enriquecedora, os clientes terão à sua disposição uma variada coleção de tratamentos de assinatura “The Luxury of Being Yourself Experience”. O espaço sensorial do Conrad Algarve Spa ofere-ce, entre muitas possibilidades, tratamentos de

vapor aromático, uma sauna espaçosa com luz natural, piscina panorâmica, piscina de vitalidade com estações individuais de mas-sagem e zonas de repouso interiores e exte-riores. Os World Luxury Spa Awards premeiam, anualmente, os melhores spas do mundo que se distinguem por oferecer um serviço de excelência, inovação e qualidade. A votação fica a cargo do público e de reconhecidos profissionais do sector. O Conrad Algarve é um luxuoso resort que oferece aos hóspedes um refúgio elegante na prestigiada área da Quinta do Lago. Localizado na região do Algarve, ao lado do Parque Natural da Ria Formosa, o hotel está a curta distância de magníficas praias e campos de golfe. Distribuídos por seis andares, cada um dos 154 quartos proporciona um conforto luxuoso, juntamente com a mais recente tec-nologia num ambiente espaçoso e relaxante. O Conrad Algarve promete aos hóspedes uma experiência memorável, com um serviço dis-creto, mas envolvente, num resort que oferece o verdadeiro reflexo da cultura local.

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Tudo Incluído no Palm Village Suites

LOCALIZADO na Herdade dos Salgados, em Albufeira, o Palm Village Suites, oferece as con-dições ideais para escapadas ou férias em família. A partir de 1 de junho, para uma maior comodidade, os hóspedes poderão usufruir da oferta de Verão ‘Tudo Incluído’.Classificado com 4 estrelas, a oferta do Palm Village Suites é composta por 283 unidades de alojamento familiar de diversos tipos, dando resposta às neces-sidades de pequenas e grandes famílias. O resort conta com 10 piscinas, 4 delas de utilização exclusiva dos mais novos, distribuídas por amplos jardins. A oferta do com-plexo contempla ainda 2 bares, 2 restaurantes, estacionamento subterrâneo e exterior, rede wi-fi grátis em todas as suites, family rooms e restaurantes, e para que as crianças entre os 3 e os 12 anos nunca se aborreçam, um Kids Club.Ao longo de todo o Verão, o Palm Village Suites promove um progra-ma de entretenimento direcionado para toda a família.Para que usufruam em pleno dos serviços que o hotel tem ao dispor, a partir de 1 de junho, os hóspedes podem optar por reser-vas em regime ‘Tudo Incluído’, tornando a estadia mais cómoda e despreocupada. O pacote inclui pequeno-almoço, snacks a meio da manhã e da tarde, almoço, jantar, ceia, sele-ção de bebidas (incluindo bebidas espirituosas) e entretenimento para adultos e crianças.A par da oferta do resort, seja na própria Herdade dos Salgados ou nas proximidades, com a Praia dos Salgados a menos de 1km de distância, existem diversas razões para tornarem as férias em famí-lia inesquecíveis. Golfe, trata-mentos de Spa, ginásio, campos de ténis, passeios a cavalo, de bicicleta ou todo-o-terreno, des-portos aquáticos, observação de aves, são apenas algumas das opções de atividades para quem se quer manter ativo.

Vila Valverde Design & Country renovada

Novo Praia Verde Boutique Hotel já abriu

EMPREENDIMENTO turístico Vila Valverde – De-sign & Country, localizado perto da Praia da Luz, no Algarve, foi alvo de um completo restyling dos seus quartos e áreas públicas, bem como da reno-

vação da sua cozinha, estando de novo em plena operação. Aberta há dez anos, esta unidade de alojamento, localizada numa quinta do século XIX, ocupa uma área total de cinco hectares, graciosamente ajardinada, oferecendo quinze am-plos e confortáveis quartos, decorados individualmente, com todas as comodidades, incluindo acesso à internet.O Vila Valverde – Design & Country dispõe também de uma piscina exterior com uma zona de estar com areia e chapéus-de-sol, outra interior, aquecida, um Wellness Center com Spa e Sauna, e uma cave dedicada aos vinhos portugueses de qua-lidade, que pode ser utilizada para reuniões e jantares de gru-pos. O pequeno-almoço, em buffet, inclui uma grande variedade de produtos oriundos da horta biológica da quinta, que também complementam a oferta do jantar, que oferece em cada dia uma ementa única diferente. Além disso, os hóspedes poderão optar, entre as 7 e as 22 horas, pela carta de snacks, que inclui diver-sas opções de saladas, sopas, omeletas e outros petiscos. Para os seus hóspedes, o Vila Valverde disponibiliza bicicletas de pas-seio, todo o terreno, e até uma simpática dupla para passeios de caráter mais romântico. Mas existem também outras opções, como passeios a cavalo e tours pela região. Para os amantes do golfe, esta unidade hoteleira oferece pacotes que incluem green fees para os campos da Boavista, Espiche, parque da Floresta, Palmares, CS Alamos e CS Morgado.

O NOVO Praia Verde Boutique Hotel, localizado em Castro Ma-rim, abriu portas no passado dia 15 de abril. Após uma profunda remodelação, a unidade, detida pelo Fundo Discovery desde se-tembro de 2012 e sob a gestão do DHM Discovery Hotel Mana-gement, inicia agora uma nova vida com a associação à Design Hotels, marca internacional com mais de 260 unidades em mais de 50 países nos quatro cantos do mundo. A escolha da Design

Hotels foi uma escolha natural, uma vez que os valores da mar-ca coincidem em pleno com os objectivos que o fundo tem para este projeto. “Conhecer um Algarve ainda por descobrir”, este é o convite lan-çado pelo novo Praia Verde Bou-tique Hotel, um espaço dotado de design que interpreta um novo conceito hoteleiro, através da criação de um lobby market que integra várias funções: recepção, bar, mercearia, local de trabalho

e lazer, restaurante e espaço para crianças. Trata-se de um espaço multiusos e de ambiente vivo, su-portado por uma equipa multifa-cetada e flexível.Também o restaurante do novo Praia Verde Boutique Hotel – “À Terra” – promete uma viagem pelos aromas e texturas, cores e sabores, melodias, sensações e estórias, através de uma cozinha caseira, deliciosa, saudável e rús-tica, estando o forno no centro das atenções e no centro do res-taurante.Para Pedro Seabra, Partner do fundo, “O Sotavento Algarvio é para nós um destino de excelên-cia e uma fonte de inspiração. Um magnífico clima, uma natureza exuberante onde se destacam as praias, as salinas e o sapal, num Algarve genuíno e bem preserva-

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LUNA Pérola do Al-garve muda de nome e é agora Luna Miramar. Localizado no centro de

Albufeira, o Hotel Apartamento de 4 estrelas sofreu profundas re-modelações e abriu as portas no dia 27 de abril. O Luna Miramar encontra-se em funcionamento em regime de soft opening, estan-do a inauguração oficial marcada para dia 30 de maio.Os 104 apartamentos foram to-talmente remodelados e redeco-rados, apresentando agora um ambiente contemporâneo e mais confortável.Ao nível das áreas públicas, além da renovação da zona da receção, a unidade hoteleira apresenta um novo espaço de restauração e um

novo conceito de bar. O restauran-te, com uma área de cerca de 350 m2 e com uma decoração sofisti-cada, apresenta espaços distintos, incluindo uma zona de animação, vocacionada para espetáculos e música ao vivo.Assim, além de toda a oferta ao nível dos serviços de comidas e bebidas, o Luna Miramar terá uma oferta diversificada de ani-mação, contemplando atividades para adultos e crianças durante todo o ano. A adoção de uma nova identidade vem traduzir toda uma mudança no posicionamento do empreendimento junto do trade turístico e do público.A Holding Lunainvest SGPS, SA é a detentora da marca Luna Ho-tels & Resorts, empresa de capi-

tal totalmente português, que se insere no âmbito da atividade tu-rística, com uma clara e dinâmica aposta estratégica neste sector. Criada em 2006, a marca Luna Hotels & Resorts, funde as atuais 13 unidades hoteleiras num con-ceito harmonioso de bem-estar, qualidade e hospitalidade. À data, o grupo conta com unidades ho-teleiras em Portugal (Algarve e Setúbal), Angola e Moçambique.A Luna Hotels & Resorts pretende investir, criar, gerir e oferecer toda uma gama dirigida ao Núcleo Fa-miliar, Desportivo e Empresarial, consolidando a  sua posição no mercado, assumindo como mis-são oferecer a todos os hóspedes uma experiência diferente e me-morável em cada estadia.

Luna Pérola do Algarve renovado reabre

como Luna MiramarO

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2014 / MAIOTecnologias

O MOMENTO em que muitos por-tugueses começam já a pensar em férias e destinos,  a E.Life Portugal – empresa pioneira e especialista em

Inteligência de Mercado e Gestão do Relacio-namento nas redes sociais – comparou a per-formance de sete páginas de regiões de turismo de Portugal continental, avaliando a capital e regiões de Norte a Sul, e ilhas, nomeadamente: Visit Lisboa, Turismo Porto e Norte, Turismo do Centro, Turismo do Alentejo, Visit Algarve, Visit Azores e Turismo da Madeira. O estudo, que re-colhe dados entre 1 de janeiro e 31 de março, revela que Lisboa é a região turística portugue-sa com mais fãs na rede social, com um total de quase 310 mil seguidores, tendo conquistado no período em análise cerca de 34 mil novos fãs. A este título, Lisboa junta o da região mais falada na rede, com um índice de talking about supe-rior a 900 mil. No pódio das regiões de turis-mo com mais fãs no Facebook, encontram-se,

ainda, o Alentejo (90 mil fãs) e a Madeira (49 mil fãs).No primeiro trimestre do ano, a página do Turis-mo do Porto e Norte de Portugal – que contabi-liza 29 mil fãs – foi a mais ativa com um total de 656 posts, ao contrário das dos Açores, Algarve e Lisboa que, conjuntamente, não atingem nem metade do número de publicações do mural do Norte. A Madeira é quem mais interage com os seguidores através do Facebook: durante o tem-po do estudo, o mural madeirense registou quase

128 mil interações, entre 101 mil likes, mais de dois mil comments e 24 milshares. No entanto, é a página lisboeta que arrecada mais likes (104 mil) e mais comentários (mais de 2.500).De entre as sete páginas analisadas, a dos Aço-res é a que mais se destaca quando o tema é a taxa deengagement  – métrica que relaciona o volume de interações com o número de posts e de fãs. É a região com menos fãs (cerca de oito mil), mas a página açoriana lidera nesta métri-ca com uma taxa de 1,077 por cento. O Algarve é também uma das regiões que apresenta uma elevada taxa de engagement– 0,980 por cento –, enquanto que o último lugar pertence a uma das regiões com mais fãs: o Alentejo.Uma grande parte do  engagement  é gerado pelas diversas fotografias que as páginas publi-cam, principalmente imagens de paisagens atra-tivas e eventos culturais. É importante destacar que o Centro foi a região que mais fotografias publicou, com um total de 466 imagens.

A LOGITRAVEL, agência de viagens online especializada na venda de cruzeiros, hotéis de costa e pacotes de férias, acaba de lançar no mercado a nova App completa ‘Logitra-vel’ para iOS. De download gratuita desde a App Store, que permite aos viageiros reser-var até ao último minuto sobre uma ampla variedade de opcções de voos, hotéis e rent-a-car, para além de consultar qualquer tipo de informações sobre as suas reservas na Logitravel.Tomeu Bennasar, diretor geral da Logitravel explicou: “Com esta nova aplicação quere-mos facilitar ao máximo o acesso aos nossos clientes a todos os productos e serviços da Logitravel e oferecer all in one  a informação e reservas das suas viagens”, e acrescentou: ”Esperamos que os usuários de iPhone e iPad acabem en-trando na Logitravel desde a App por ser mais fácil e  pela comodidade que supõe. Pode aceder em qualquer momento e desde qualquer lugar a um amplo leque de produtos turís-ticos e opções de viagens. E se pretender pode reservar com só três passos”.A intenção da agência de via-gens é ir adicionando novos

produtos à App à medida que estejam pron-tos. De facto, está previsto que em breve se introduzir os cruzeiros. A App Logitravel foi lançada simultaneamente em todos os mercados onde opera a agência online, ou seja, Portugal, Espanha, Itália, França, Ale-manha, Reino Unido, Finlândia e Brasil. E uma grande novidade é que se trata de uma Aplicação multi-idioma e multi-mercado, ou seja, o usuário pode alterar em qualquer mo-mento o idioma ou o mercado adaptando-se às preferências de cada usuário.O processo de reserva é igual que desde o site da Logitravel, a aplicação mostra-lhe todas as opções disponíveis a partir dos cri-térios de pesquisa indicados, o cliente deve selecionar o produto escolhido, introduzir

os dados dos passageiros e os dados de pagamento. Desde a App estão disponíveis todos os métodos de pagamento de que dispõe a Logitravel no seu site, ou seja, cartão de crédito, transferência ban-caria e Paypal. No final do processo de reserva, pode aceder também à reserva de seguros, vistos ou malas adicionais associados a essa reserva.

Lisboa é a região turística de Portugal com mais fãs no Facebook

N

Logitravel estreia a sua App iOS completa Visit Alentejo no PinterestA AGÊNCIA Regional de Promoção Turística do Alentejo acaba de lançar a sua página oficial na rede social Pinterest. Em www.pinterest.com/visitalentejo vai ser possível conhecer um pouco da cultura, gastronomia, tradições e locais atra-vés de fotografias e conteúdos que passam a ser disponibilizados em inglês. O Pinterest é a terceira maior rede social do mundo sendo utilizado maio-ritariamente pelo público feminino, de acordo com os mais recentes estudos.“Com a criação da página do Visit Alentejo no Pinterest passamos a dispor de uma nova ferra-menta para comunicarmos com os mercados inter-nacionais e conhecermos os interesses e motiva-ções de quem nos pretende visitar”, destaca Vítor Silva, presidente da Agência Regional de Promoção Externa do Alentejo. Segundo este responsável, “este é apenas um primeiro passo de um projecto mais vasto de comunicar internacionalmente o Alentejo através das redes sociais e que irá conhe-cer avanços significativos muito em breve”.De facto, além desta página a Agência prepara-se para estender a sua presença a outras redes de acordo com os mercados-alvo e os produtos a comunicar. Assim, para breve está o lançamento da página oficial no Google + para o mercado espa-nhol; canais de Twitter para os principais destinos emissores – Brasil, França, Espanha, Reino Unido, Alemanha, Holanda e Escandinávia; e a página oficial de Facebook a comunicar em português (do Brasil), inglês, holandês, alemão, espanhol e francês.

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2014 / MAIO Destaque

PESTANA Cayo Coco Beach Resort foi for-malmente apresentado ao mercado nacional,

numa ação que decorre no Pesta-na Palace, em Lisboa, na presença da Embaixadora de Cuba, Johanna Tablada de la Torre, e do adminis-trador do Grupo Pestana para a América Hispânica, Luís Araújo. O objetivo é reforçar a aposta do maior grupo hoteleiro português em Cuba, um destino maioritaria-mente dominado por cadeias es-panholas, junto dos stakeholders nacionais. Com grande afluência de agentes de viagens, operado-res e convidados que demonstra o forte interesse por este destino praticamente intocado�. O evento foi também transmitido em direto para todas as unidades do Grupo Pestana no mundo. Com este hotel, o Grupo Pesta-na passa a ser a primeira marca portuguesa a entrar em Cuba. Um convite que se deveu sobretudo à presença do grupo português em países como o Brasil, a Argentina,

a Colômbia e a Venezuela, merca-dos com grande potencial para este destino das Caraíbas. Mas, acima de tudo, devido à experiência do grupo na gestão hoteleira – e, em concreto, de resorts all inclusi-ve - nos mais de 40 anos a operar em 15 países. Situado numa das melhores e mais virgens praias do país, o 4 estrelas Pestana Cayo Coco tem 508 quartos distribuídos por vários edifícios enquadrados na paisagem original da zona, uma piscina central e um design moder-no e colorido, tipicamente cubano. Ainda assim, o hotel marca a di-ferença na influência portuguesa, não só na gastronomia, já que um dos quatro restaurantes tem um chef e menu portugueses, mas tam-bém na animação e hospitalidade. “O Pestana Cayo Coco, que é ge-rido em parceria com o grupo cubano Gaviota – uma das maiores cadeias hoteleiras do mundo - é o hotel que mais cresceu em Cuba, com uma taxa de ocupação acu-mulada na ordem dos 85%, sen-do o hotel que mais cresceu, de

acordo com as estatísticas oficiais. Um número essencialmente supor-tado pelo mercado do Canadá, que continua a ser o maior emissor de turistas para Cuba, logo seguido de Inglaterra, Alemanha, França e Itália. Isto leva-nos a acreditar que o verão vai ser muito forte. Cuba é um destino onde sempre quisemos estar e que tem ainda muito poten-cial para crescer. Estamos já a es-tudar outras oportunidades no país e esperamos, muito em breve, ter mais novidades para apresentar”, afirmou Luís Araújo.A aposta neste paraíso tropical de águas cristalinas e areia branca vai ficar ainda mais consolidada já a partir deste verão com voos charters diretos de Lisboa para Cayo Coco. De 14 de julho a 15 de setembro, a Euroatlantic Airways vai efetuar voos todas as segundas-feiras, com preços muito convida-tivos, organizados em três pacotes distintos de sete noites, com opção só praia ou incluindo cultura e his-tória, com extensões a La Habana, Santa Clara, Trinidad e Varadero. Os programas estão já à venda nos principais operadores turísticos do País, designadamente, S, Travel-plan, Solférias e Abreu.

O Pestana Cayo Coco marca assim a entrada do Grupo pestana em Cuba. Uma presença que, muito em breve, se espera que venha a ser reforçada com um hotel na capital, La Hava-na. De acordo com aquele respon-sável, o Grupo Pestana tem intenção de aumentar o seu investimento em Cuba. O próximo passo será Hava-na, num dos edifícios que estão a ser recuperados na capital cubana. A embaixadora de Cuba no Portugal, Johana Tablada, qualificou de muito oportuno o momento devido à coin-cidência e complementariedade dos interesses de ambos os países para identificar e impulsionar iniciativas comerciais e de investimento. Dis-se também que consolida-se a ten-dência de crescimento do mercado português com 160 por cento de au-mento de visitantes, até agora, com-parativamente ao mesmo período do ano passado, situação que deverá melhorar consideravelmente com as duas operações charters, a partir de Lisboa, que vão ter lugar este verão.Cuba foi também uma das rainhas na BTL. A embaixadora daquele país em Lisboa, Johanna Tablada de la Torre e a diretora do Turismo de Cuba para Portugal e Espanha, Dulce María Sánchez, ofereceram

um jantar no Pestana Pa-lace, com a participação de vários parceiros. Na oca-sião, as duas representantes cubanas evidenciaram as potencialidades turísticas do destino, que tem vindo a crescer e a modernizar-se.

CAYO COCO COM VOOS DIRETOS DESDE LISBOA

Grupo Pestana quer consolidar o destino e promovê-lo

junto do mercado nacionalO

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2014 / MAIODestaque

CANAL de Panamá, uma das maravilhas da engenharia do mundo moderno, celebra os seus

100 anos de existência em 2014. Por esse motivo, o Panamá, as-sinalou este marco de interesse mundial, marcando presença pela primeira vez na Feira de Turismo de Lisboa (BTL), onde destacou não só a sua enorme variedade cul-tural e ambiental enquanto país, como o centenário da hidrovia que liga o Oceano Pacífico e o Mar do Caribe. Reconhecido como um dos melho-res destinos para viajar em 2014 pela cadeia de notícias CNN In-ternacional, o Panamá assume-se como um destino que proporciona segurança, lazer, história, cultura e natureza, permitindo proporcionar experiências únicas aos seus visi-tantes. Fruto da boa conectividade e condições disponíveis, em 2013 o Panamá recebeu mais de 2.2 mi-lhões de visitantes, valor que con-templa um crescimento do turismo de cerca de 6% segundo fontes oficiais da Autoridade do Turismo do Panamá (ATP). Com o objetivo de aumentar o número de turistas portugueses que visitam o país e qualificar a sua perceção sobre o destino, o Panamá participou, pela primeira vez, na Feira Internacio-nal de Turismo de Lisboa (BTL) dando a conhecer a sua extraordi-nária diversidade e oferta. O Canal do Panamá encontra-se a sofrer obras de expansão das eclu-sas e hidrovias de forma a coinci-dir com o centenário da hidrovia interoceânica. Os trabalhos de am-pliação e melhoramento do Canal foram iniciados em 2007, com a construção de dois complexos de eclusas maiores que irão comple-mentar as já existentes: Miraflo-res, Gatún e Pedro Miguel.A apenas 10 quilómetros da Cida-de do Panamá, centenas de milha-res de turistas têm oportunidade de visitar todos os anos o Centro de

Visitantes de Miraflores, um ponto de informação, restaurante e lojas feito a pensar nos turistas. Tam-bém é possível conhecer as obras do novo Canal com uma visita ao Centro de Observação de Amplia-ção do canal, em Colón. Trata-se de uma área de 4 hectares onde é possível contemplar a construção das novas eclusas no Atlântico. Ao mesmo tempo, a partir desta loca-lização privilegiada, os visitantes podem observar o trânsito de na-vios através do lago Gatún e a na-tureza tropical que o rodeia.Algumas das celebrações para 2014 contemplam uma exposição interativa itinerante com ativida-des de grupo sobre os Cem Anos do Canal, que percorrerá as nove províncias do Panamá entre Maio e Julho. Em Agosto, estreará uma produção cinematográfica, Histó-rias do Canal no Teatro Nacional, um filme composto por cinco cur-tas-metragens de 20 minutos que compilam alguns dos momentos mais significativos da história do Canal e do Panamá.

MUSEU DA BIODIVERSIDADE, UM MUNDO EM OITO SALAS

O único edifício da América latina desenhado pelo arquiteto Frank Ghery abrirá as suas portas em Maio de 2014 na Cidade do Pa-namá. Com arquitetura original, a partir de chamativos telhados de cores em alumínio e aço inoxidável, o Museu da Biodiversidade explica o significado do surgimento do ist-mo do Panamá na biodiversidade global desde há três milhões de anos num percurso de 4.000 m2.O Biomuseu, ou Museu da Biodi-versidade, dispõe de oito salas de exposição permanente que apre-sentam de forma cronológica o vín-culo entre a história do Panamá e o sucesso geológico que mudou o cli-ma do planeta e propiciou a evolu-ção de espécies animais e vegetais transformando o mar do Caribe num mar fechado. O museu, situa-do na Calzada de Amador, dispõe de um átrio público, uma sala de mostras temporárias, loja, cafeta-ria e exposições exteriores situadas no parque botânico.

O Panamá garante a assistência médica gratuita durante os primei-ros trinta dias de permanência no país, através de um seguro médico gratuito a todos os turistas que cheguem ao país através do Aero-porto Internacional de Tocumen.Esta cobertura médica de primeiro ní-vel é um serviço oferecido em poucos países da região e raro em destinos in-ternacionais. Em 2012, mais de 1.916 turistas fizeram uso desta cobertura de saúde gratuita. A cada mês, mais de 200 visitantes fazem uso desta cober-tura gratuita. 

NOVOS AEROPORTOS E CONEXÕES AÉREAS

Considerado o Hub das Américas, o Aeroporto Internacional de To-cumen representa o maior centro de conexão aérea do continente e um ponto estratégico para o co-mércio, negócios e turismo. Em 2013, mais de 7 milhões de via-jantes entraram no país através do Aeroporto de Tocumen, 744.00 mais viajantes do que no ano an-terior.

Panamá partilha com o mundo os 100 anos do Canal

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2014 / MAIO Destaque

O Panamá conta ainda com três outros aeroportos internacionais nas províncias de Coclé, Colón e David e com diferentes aeroportos locais que cobrem as diferentes re-giões do país, assegurando o con-tacto a lugares como Chiriquí, Los Santos, ou Bocas del Toro. Entretanto, a TAP já deu início à venda de bilhetes nos mercados da Colômbia e Panamá para os voos diretos entre Lisboa, Bogotá e Cidade do Panamá, que são inau-gurados no dia 1 de julho, após receber as autorizações formais necessárias para o efeito por par-te das autoridades colombianas e panamianas.

As vendas para os voos diretos entre Lisboa e as capitais da Co-lômbia e do Panamá já estavam abertas nos mercados europeus e foram já realizadas mais de cator-ze mil reservas para esta nova rota da transportadora aérea nacional.A TAP vai voar para Bogotá e para o Panamá com uma oferta de quatro frequências semanais, às segundas, terças quintas e sábados, com partidas de Lisboa às 12h00 e chegada a Bogotá às 15h55, par-tindo o voo desta cidade às 16h55, para chegar ao Panamá às 18h25. Daí, parte para Lisboa às 19h40, onde chega às 11h00 do dia se-guinte (tudo em horas locais).

A operação é realizada em avião A330-200, com capacidade para 268 passageiros. Com os voos para estes dois novos destinos, a TAP obtém uma extensa cobertu-ra da América Latina, através da rede de voos dos seus parceiros da Star Alliance baseados em Bogotá e na Cidade do Panamá.Por outro lado, a Iberia vai aumen-tar a frequência dos seus voos de Madrid para o Panamá e passará a ter ligação diária, de 2 de junho a 6 de Julho. Esta medida represen-ta um aumento na capacidade de transporte aéreo para 40%, com uma oferta de 2 mil lugares por semana.

A companhia aérea reforça a sua aposta no Panamá e Aeroporto Internacional de Tocumen com o Airbus A330, equipado com 36 lugares em classe executiva e 242 em turística, num total de 278. A Iberia operará ainda com a aero-nave A340, com um total de 289 lugares, 24 em executiva e 265 em turística. As ligações aéreas são uma das principais razões para o aumento do número de turistas, diz Ernesto Orillac, Sub-Admi-nistrador Geral da Autoridade de Turismo do Panamá. “Atualmente temos, a partir da Europa, voos com a KLM, Iberia, Air France e, brevemente, a TAP, em Portugal. Com as novas frequências diárias, totalizaremos mais de 25 voos se-manais a partir da Europa”.Orillac destaca que a criação de novas frequências contribuiu para o aumento do número de visitantes no Panamá. 1,5 milhões de visitan-tes em 2009, 2,2 milhões em 2013, o que se traduz num aumento de 40,9%. Neste período de cinco anos, o lucro proveniente do turis-mo foi de 5,078 milhões de dólares, com um crescimento de 123,8%.“No ano passado, registámos um total de 169,542 turistas euro-peus, que passaram a gastar mais dinheiro e que alargaram o tempo da sua estadia no Panamá, atingin-do um recorde de 9,3 dias.”, referiu Orillac.

A CIDADE do Panamá dispõe, desde o início de abril, da primeira linha de Metro da América Central, tornando-se assim num destino ainda mais completo e apetecível para os turistas que a visitam.Com 19 comboios de 200 lugares cada e 12 estações, a linha 1 do Metro do Panamá possui 13,7 quilóme-tros de extensão, com capacidade de transporte de 15 mil passageiros, a cada hora, nos dois sentidos. Cada comboio possui três carruagens equipadas com ar condicionado, portas largas e piso rebaixado, corre-dores de ligação, sistema de vídeo vigilância, sistemas de informação aos passageiros e áreas específicas para pessoas com mobilidade reduzida, estando ainda adaptados às viagens nos dois sentidos (norte e sul) uma vez que cada composição se encontra equipada com 2 locomotivas – uma em cada extremidade.A Estação de Albrook, o primeiro acesso público da Linha 1 do Metro do Panamá, faz ainda ligação com o Terminal Rodoviário Albrook, permitindo a conexão entre a rede de transportes já existente na cidade e uma maior flexibilidade para os passageiros, tendo sido criadas novas rotas rodoviárias que permitem estabelecer ligação direta com as estações de metro.A inauguração da Linha 1 do Metro do Panamá contou com a presença do Presidente da República, Ricardo

Martinelli, que fez questão de parar em todas as 12 estações em funcionamento, cumprimentando os utentes presentes e de salientar a importância de uma obra desta envergadura para o Panamá, assim como deixar a promessa da sua continuidade e expansão.A Linha 1 do Metro do Panamá encontra-se em funcio-namento desde o passado dia 5 de abril e conta com a presença de 12 estações: Albrook; 5 de Mayo; Lotería; Santo Tomás; Iglesia Del Carmen; Vía Argentina; Fer-nandez de Córboda; 12 de Octubre; Pueblo Nuevo; San Miguelito; Pan de Azúcar e Los Andes, estando ainda previstas a abertura de mais duas estações durante o ano de 2014: El Ingenio e San Isidro em Agosto.Com a chegada do metro a Cidade do Panamá moderniza-se a passos largos, permitindo que o translado de pessoas seja agora feito de for-ma mais rápida e segura graças à acessibilidade facilitada. Há mais tempo para desfrutar da cidade, visitar o Casco Antiguo (parte histórica da cidade), ou caminhar pela orla costeira, convertendo a urbe no sítio perfeito para todos os visitantes.

Metro transforma o Panamá num destino turístico ainda mais apetecível

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2014 / MAIODestaque

SECRETÁRIA de Es-tado do Turismo de Es-panha, Isabel Borrego Cortés, que visitou re-

centemente Portugal, afirmou aos jornalistas que “queremos melho-rar os nossos produtos e os nossos destinos para que os portugueses continuem a ser fiés a Espanha como sempre foram”.Durante a sua breve visita oficial ao nosso Páis, Isabel Cortés e Adolfo Mesquita Nunes assinaram um protocolo para ações conjuntas de promoção dos dois destinos em mercados intercontinentais alvo, dando seguimento a um acordo de cooperação assinado em 2006. Os mercados selecionados são EUA, Canadá, China, Japão e Coreia do Sul, e a sua ação incidirá, este ano em visitas de imprensa e visitas de familiarização do trade.A governante espanhola defendeu “um diálogo aberto e contínuo com o setor que trabalha o mer-cado espanhol em Portugal”, após uma reunião com agentes de via-gens e operadores turísticos portu-gueses, para “trocar opiniões com um mercado que está a crescer no ano de 2014 para Espanha em

cerca de 5%, intensificar as ações de promoção e para ver como é possível melhorar os produtos e os destinos”.Em seguida, a SET espanhola par-ticipou em seguida numa apresen-tação dos Paradores de Turismo às agências e operadores turísticos portugueses. Um instrumento es-sencial do nosso produtoturístico, com uma rede de 94 unidades, um produto interessa muito ao mer-cado português, porque para além do sol e mar, os Paradores dão a conhecer o interior de Espanha, a nossa cultura, os destinos rurais e a nossa gastronomia. Acreditamos que é um produto que oferece ex-periências que cada vez mais pro-curam os turistas que nos visitam”.De acordo com Isabel Corés, “o governo espanhol tem trabalhado muito na recuperação do patrimó-nio histórico e artístico para ofere-cer um produto diferenciado”.Esta apresentação foi uma das mais de cem ações que a admi-nistração turística espanhola tem planeadas para realizar em Portu-gal este ano, mas que serão mais dirigidas ao público consumidor.“O público português quando ele-

ge o nosso destino, mais de 80% escolhe fazer a sua viagem não de maneira organizada, mas de maneira individual”, pelo que “é importante fazer mais ações di-rigidas ao público final” frisou a secretária de Estado. É o que es-tamos a fazer de forma integrada com as nossas comunidades autó-nomas, que veem em Portugal um mercado essencial”. Além disso, a turismo espanhol tem levado a cabo ações junto aos operadores turísticos e companhias aéreas.As dormidas de portugueses na ho-telaria espanhola nos dois primei-ros meses deste ano aumentaram 29,1%, a segunda maior taxa de crescimento face ao período ho-mólogo do ano anterior entre os maiores emissores para Espanha. Em 2013 Espanha bateu todos os recordes. Recebeu mais de 60 milhões de turistas internacionais, superando mesmo a China, totali-zando receitas de 60 mil milhões de euros. “O setor turístico espa-nhol foi o setor chave da recupe-ração da economia e nos primeiros três meses de 2014 assistimos a um incremento de turistas supe-rior a 5% com gastos superiores a 10%. Neste sentido, queremos diversificar os nossos produtos, adaptar-nos às necessidades dos turistas que nos visitam e diver-sificar os nossos mercados. Por-tugal tem-se posicionado entre 6º e 7º lugar no ranking dos turistas internacionais que visitam Espa-nha”, realçou a governante.

PROMOÇÃO CONJUNTA EM MERCADOS EMERGENTES

Portugal e Espanha voltaram a assinar um acordo de promoção conjunta em mercados seleciona-dos, que este ano são EUA, Ca-nadá, China, Japão e Coreia do

Sul, e a sua ação “incidirá exclu-sivamente em visitas de imprensa e visitas de familiarização do tra-de”, frisou o secretário de Estado do Turismo, Mesquita Nunes.O plano de ações conjuntas para este ano definiu mercados alvo onde “nem Portugal nem Espa-nha têm uma posição dominante”, “mercados que são conhecidos por trazerem turistas que viajam por vários países quando se deslocam à Europa”, sublinhou Adolfo Mesqui-ta Nunes, ao apresentar o acordo assinado com a sua homóloga em Espanha, Isabel Borrego Cortés.Os “produtos prioritários sobre os quais vão incidir estas nossas ações conjuntas serão turismo de cidade, de natureza, cultural e de gastro-nomia”, explicou Mesquita Nunes“Quer um instrumento, quer o outro”, continuou, “protegem a identidade dos nossos países, a singularidade dos nossos destinos, e permitem criar a cooperação e a escala necessárias para que Portu-gal e Espanha possam continuar a usufruir do bom período turístico que vivem”. No final do ano será avaliado o plano assinado e defini-do um novo para 2015, disse ainda Mesquita Nunes.Já o investimento a ser feito terá “em conta cada uma das ações (definidas) e está limitado aos or-çamentos dos dois países”, sendo que não haverá um orçamento de-dicado a este protocolo. “Não há uma alocação específica para este protocolo. (...) Depois de anali-sadas as ações, partilharemos os custos”, adiantou.A secretária de Estado do Turismo de Espanha, Isabel Borrego Cortés, afirmou que a assinatura do proto-colo “é um privilégio para a admi-nistração turística espanhola” e destacou a importância de “diver-

SECRETÁRIA DE ESTADO DO TURISMO DE ESPANHA

Melhorar os nossos produtos e destinos para fidelizar

mercado portuguêsA

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sificar os nossos mercados e obter as economias de escala que interessam aos dois países em mercados emergentes”.

PARADORES: PORTUGAL É O 5º MERCADOOs Paradores espanhóis, rede estatal de alojamento, com 85 anos, estão a registar uma recuperação do mercado português, que já é o 5º maior emissor, sublinharam o di-rector Comercial e a presidente da entidade. Aproveitando a visita da secretária de Estado do Turismo de Espanha a Portugal, os Paradores deram a conhecer este produto aos operadores e agências portugueses, uma vez que se encontram em fase de renovação e modernização.“Depois de uma queda desde 2006 a 2013 de quase 40%, entre finais de 2013 e princípio de 2014 estamos a re-gistar crescimentos entre 15% e 20% do mercado por-tuguês”, afirmou o diretor Comercial, José María Carbó, explicando que esses aumentos são muito localizados “na Galiza e em toda a zona da fronteira e em estações de ski como Baqueira”.O número de hóspedes portugueses nos Paradores de Tu-rismo está entre os 15 e 20 mil, avançou ainda José María Carbó, ao dizer que Portugal é o quinto maior emissor, atrás de Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos e Japão.Os cinco primeiros meses do ano passado foram complica-dos devido à situação económica de Portugal e de Espa-nha, pelo que houve uma quebra do número de hóspedes portugueses nos Paradores, “mas notou-se uma pequena recuperação do mercado a partir de maio ou junho”, ao que acresce que nos primeiros três meses deste ano “há um crescimento muito significativo em relação ao ano an-terior, acima de 15 ou 20%”, avançou ainda o diretor Comercial, dizendo que é “por isso que estamos aqui, para agradecer e para tentar que venham mais portugueses a Espanha e que venham mais aos Paradores”.Relativamente à apresentação, a presidente, Angeles Alarcó Canosa, explicou que, em vez de criar novos Pa-radores, “apostámos em colocar o produto de cada um dos Paradores de uma maneira mais atual, deixando sem-pre a essência, mas modernizando todas as instalações, adaptando-se às necessidades dos clientes de hoje, ou seja, investindo na marca, no produto e no pessoal”.Angeles Alarcó Canosa explicou que os Paradores foram criados para “desenvolver turisticamente Espanha”, re-cuperando conventos, castelos, mosteiross, edifícios mo-dernos, promovendo “uma experiência diferente ao cliente em cada Parador”.

Destaque

DEPOIS de preparar a casa com infra-estruturas turísticas e capacitação dos seus quadros, o Estado brasileiro do Ceará dá-se a conhecer no mercado internacional. Daí um encontro comer-cial que decorreu em Lisboa, em par-ceria com a TAP e unidades hoteleiras da grupos portugueses instalados no Ceará, designadamente o Vila Galé e o Dom Pedro. A estas ações comerciais que estão a ser levadas a cabo em vários paí-ses europeus, juntam-se painéis nos Aeroportos de Lisboa de de outros na Europa, publicidade em revistas de bordo, peças de marchandising nos aviões, ações em certos comerciais, em táxis e outdoors, que decorrerão duran-te todo o ano, disse à Viajar o secretá-rio adjunto do Turismo do Governo do Estado do Ceará, Marcos Pompeu de Sousa Brasil, que encabeçou a dele-gação.“Estes encontros comerciais visam apresentar os novos investimentos no Ceará e as melhorias nas infraestrutu-ras”, disse o governante, para realçar a importância do mercado português para aquele Estado do Nordeste do Brasil, uma vez que “a única conexão que temos com a Europa é através de Lisboa. Vamos ter uma frequência semanal com Frankfurt, através da Condor, já tivemos também uma ligação da Alitalia para Roma, que foi interrom-pida, mas com Lisboa temos uma fre-quência diária ininterrupta há quase 20 anos, um voo que podemos classificar de curta duração, dentro do chamado transoceânico, ou seja, em 7 horas. Neste sentido, a TAP é um parceiro fundamental”.De acordo com o secretário adjunto do Turismo do Governo do Estado do Ceará, estas ações enquadram-se no âmbito do Programa de Desenvolvimento Turístico do Ceará, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pelo Plano de Desenvolvimento da América Latina, que até então apoiavam programas de infraestruturas, mas que agora financiam a vertente promoção.Segundo Marcos Pompeu, o Ceará esta a modernizar-se. “O novo Centro de Convenções é o mais moderno do país e quiçá da América Latina. Por decisão da Presidente Dilma Rousseff esta infraestrutura vai acolher nos dias 15 e 16 de julho o encontro do

BRICS, esperado com muita expetativa pois aguardam-se cerca de mil jorna-listas credenciados em todo o mundo, portanto o Estado vai ter muita visi-bilidade, até porque é nesse encontro que será criado o Banco do BRICS. Isto acontece logo após a Copa do Mundo. Portanto, são dois acontecimentos que vai catapultar a imagem do Ceará no mundo”.O Ceará está também a avançar com a construção de um oceanário que deverá ficar concluído no início do próximo ano. “Será um motivo de atração de turistas e permitirá a captação de novos segmentos de mercado através do intercâmbio científico com outros oceanários do mundo, universidades que têm cursos de Oceanografia”, referiu o governante, para acrescentar que “Apostamos todas as fichas para que seja mais um equipamento de refe-rência”.O Estado apostou igualmente “na modernização de outros aeroportos, tal como o de Jericoacoara, com pista de 2400 metros, capaz de receber aviões de grande porte. O aeroporto de Aracati (litoral leste do Ceará) também já está a funcionar. A partir de junho a TAM vai operar o Centro de Manutenção de Aeronaves Executivas e para a Copa será o aeroporto alternativo ao de Fortaleza para jatos executivos e para as aeronaves que precisem de estacio-nar e não tenham espaço no aeroporto de Fortaleza”, esclareceu ainda Marcos Pompeu.

Ceará promove-se em Lisboa

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2014 / MAIOCruzeiros

Obra de arte flutuante inicia cruzeiros no Tejo

CACILHEIRO TRAFARIA PRAIA

O NAVIO ANTHEM of the Seas ainda em cons-trução no estaleiro Alemão Meyer-Werft que irá ser inaugurado em Abril de 2015, tem já defi-nidos os itinerários que irá realizar na Europa com partida de Southampton, Inglaterra. Ao longo de 2015, a cidade de Lisboa irá rece-ber este navio por 8 vezes e o Funchal por 3. Estas escalas irão trazer para as duas cida-des cerca de 50.000 turistas, na maioria de nacionalidade Britânica e será uma excelente oportunidade para poder dar a conhecer a nova e inovadora classe de navios Quantum ao mercado Português. Como já é hábito, a Royal Caribbean continua a surpreender os seus hós-pedes com mais atrações inéditas em alto mar.Entre as novidades a bordo do Anthum of the Seas conta-se o RipCord by iFly, a primeira experiência de paraquedismo em alto mar que proporciona a todos, dos mais experientes aos principiantes, num ambiente seguro, contro-lado e simulado para aproveitar a emoção e a alegria de voar. Na North Star (Estrela do Norte), os hóspedes são transportados numa cápsula de vidro em forma de jóia, num pas-seio incrível a mais de 90 metros acima do

mar e sobre os lados do navio, que oferece uma vista de 360 graus de cortar a respiração. Também no Anthem of the Seas, os hóspe-des encontrarão infinitas possibilidades de diversão em três novos espaços multi-usos exclusivos. O conceito revolucionário Two70º é um grande salão com vários andares que certamente se tornará um dos espaços mais emblemáticos. O espaço recebeu esse nome pela sua magnífica vista de 270º, através de janelas panorâmicas que vão do chão até o tecto, abrangendo quase três decks na popa do navio. O Two70º combina entretenimento e tecnologia para criar uma viagem que se transforma do dia para a noite. De dia um local tranquilo para ler ou relaxar e à noite

um local cheio de energia. Vídeos, cenários digitais e vários artistas incluindo trapezistas, tornam cada espetáculo um evento multi-dimensional. O SeaPlex, o maior complexo fechado para atividades em alto-mar, é um local inovador e flexível para desporto e entre-tenimento. De dia os hóspedes podem parti-cipar numa escola de circo com trapézio ou jogar num campo de basquete oficial. À noite, podem divertir-se nos primeiros carrinhos de choque em alto mar e na pista para patins. Dançar, é outra das opções deste espaço, com um DJ a colocar música dentro de uma cabine flutuante acima da pista de dança.O Music Hall, o espaço mais animado para apresentações e performances musicais ao vivo na classe Quantum, é o espaço certo para os hóspedes se divertirem e terem aces-so exclusivo musica ao vivo, DJs, festas temá-ticas, sala de snooker e muito mais. Rebelde e ousado, o Music Hall é composto por dois andares inspirados pelo espírito Rock and Roll. O Anthem of the Seas irá apresentar 16 decks, 167,800 toneladas, capacidade dupla de 4.180 hóspedes e 2.090 camarotes.

CACILHEIRO Trafaria Praia, transformado em obra de arte pela artista plástica Joana Vasconcelos

para a Bienal de Veneza 2013, co-meçou a fazer cruzeiros turísticos no Tejo, que funcionam de terça-feira a domingo, entre o Terreiro do Paço e a Torre de Belém.A nova atração turística da cidade de Lisboa foi inaugurada no passado dia 25 de Abril, numa cerimónia que contou com a presença da artista, do Secretário de Estado da Cultura e do presidente da autarquia lisboeta.O antigo cacilheiro da Transtejo, que transportou milhares de pas-sageiros no Tejo, estava desativado desde 2011, tendo a artista Joana Vasconcelos reconvertido o barco em «pavilhão flutuante» de Portu-gal para a Bienal de Veneza 2013. Em seis meses, o «Trafaria Praia», com capacidade para 120 pessoas, foi visitado em Veneza por cerca de

100 mil pessoas. Chegou a Lisboa em Março e foi enviado para num estaleiro naval, onde foi alvo de re-montagem dos painéis de azulejos retirados durante a viagem por pre-caução.Os cruzeiros funcionam de terça-feira a sexta-feira, às 11:00, às 16:00 e às 19:00, e aos sábados e domingos, às 11:00, 15:00, 17:00 e 19:00. As visi-tas ao cacilheiro funcionam de terça-feira a domingo, das 10:00 às 13:00 e das 14:00 às 19:00. Os bilhetes são gratuitos até aos quatro anos. Para o público entre os cinco e os 12 anos e para os maiores de 65 anos há um desconto de 50 por cento sobre o preço de adulto. A entrada custa seis euros para adultos e a visita com cru-zeiro custa 18 euros para adultos. A DouroAzul, liderada por Mário Fer-reira, exerceu o direito de preferência na compra do navio Trafaria Praia.Joana Vasconcelos referiu que “o su-cesso obtido em Veneza ultrapassou

todas as expectativas” e que quem vi-sitar o Trafaria Praia pode encontrar um cacilheiro “que tem por fora uma decoração em azulejo pintado com a costa de Lisboa e onde lá dentro tem uma instalação têxtil que mistura le-ads e croché” indicando ainda que o Altar de Santo António, uma das pe-ças expostas “foi inspirado na obra de Bordalo Pinheiro”.Mário Ferreira da Douro Azul, indi-cou que este “é um projeto inovador, diferente, mais no âmbito cultural e que permitiu dar uma nova vida ao cacilheiro Trafaria Praia, sendo que o sucesso alcançado em Veneza superou as nossas expectativas”.Já António Costa mostrou-se satis-feito com “mais uma atração para a cidade de Lisboa, sendo também uma nova forma de divulgação do trabalho da Joana Vasconcelos”.O Trafaria Praia promete trazer assim ainda mais beleza ao fiel namorado de Lisboa, o Tejo.

Anthem of the Seas em Lisboa em 2015

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2014 / MAIO Cruzeiros

PRIMEIRA edição do  Cruise Day Lisbon, um dia exclusivamente dedicado aos cruzeiros,

assinalou o sucesso deste segmen-to turístico na capital e mobilizou o grande público para saber mais sobre cruzeiros. Fernando Medina, vice-presidente da Câmara Munici-pal de Lisboa, destacou o potencial da iniciativa e o seu contributo para a cidade: “Este é um projeto feliz e de grande importância para o fu-turo e para a economia da cidade de Lisboa”, afirmou na sessão de abertura do Fórum que deu o mote ao evento.No decorrer da sua intervenção, o responsável reforçou ainda que es-tão a ser criadas condições para que esta atividade seja ainda mais importante. “Estamos a trabalhar na articulação do futuro novo ter-minal de cruzeiros com a cidade através da ATL, no sentido de criar-

mos a melhor experiência possível para os turistas de cruzeiro quando visitam a nossa cidade”, sublinhou.O Fórum, que se prolongou durante o dia na Gare Marítima de Alcânta-ra, motivou também o debate sobre o crescimento do setor e o seu po-tencial económico – atual e futuro. Foi neste sentido que operadores, associações e entidades institucio-nais evidenciaram o impacto econó-mico desta indústria, reforçando a importância do crescimento futuro e a intenção de trazer mais cru-zeiros para a capital, com vista a aumentar o número de escalas, de passageiros, e o período de tempo

que os navios ficam na cidade.A intervenção de Andreia Ventura, da Administração do Porto de Lis-boa, entidade representante do Lis-bon Cruise Club e anfitriã do evento, evidenciou os bons resultados obti-dos, de forma sustentada, mas tam-bém a capacidade de crescimento do porto da capital, que será otimi-zada pelo futuro concessionário do novo terminal de cruzeiros. Prevê-se que contrato de concessão seja assinado no próximo mês de junho.O Turismo de Portugal (TP), repre-sentado num debate por Cristina Salsinha, revelou que “os cruzeiros são uma das prioridades” para o desenvolvimento turístico do país. Por isso mesmo, o TP apresentou as ações que tem andado a desenvolver para melhorar a divulgação deste tipo de turismo que, em Portugal, é feito por apenas 0,4% da popula-ção, conforme foi revelado num dos debates. A melhoria do site é uma

dessas ações, que vai passar a in-cluir os operadores turísticos para que os clientes fiquem a saber quem opera cruzeiros em Portugal.O diretor-geral da MSC Cruzeiros, Eduardo Cabrita, sublinhou que “um cruzeiro, só por si é uma ex-periência desde que o hóspede faz a reserva até que sai do navio”, num debate que juntou também o diretor-geral da Melair, Francisco Teixeira, o diretor-geral da Line C, Jorge Carreiras, e o CEO da recém-formada Portuscale Cruises, Rui Alegre.O futuro destas empresas, confor-me explicaram os seus dirigentes,

passa pelo aumento das frotas e em possíveis novos itinerários, mas o capital humano é também muito importante. “Mais do que o har-dware dos navios, o software é cada vez mais importante para melhorar a experiência ao cruzeirista”, expli-cou Francisco Teixeira, de seguida apoiado por todos os colegas de painel. A Gare Marítima de Alcân-tara foi também palco da “Mon-tra de Cruzeiros”, que recebeu a visita de cerca de 2 mil visitantes, que procuraram saber mais sobre a oferta disponível e a diversidade existente em termos de programas de cruzeiro.A regata no Tejo foi outra das atra-ções do dia, que contou com a par-ticipação de 52 embarcações, que atravessaram o rio acompanhadas pela Caravela Vera Cruz, e por 11 embarcações tradicionais Ao mes-mo tempo, o Navio-Escola Sagres marcou presença em Alcântara, du-

rante todo o fim-de-semana, regis-tando mais de 3 mil visitantes nos dois dias.Outras das grandes atrações do dia foi o navio de cruzeiros MSC Or-chestra, que esteve aberto ao públi-co e que recebeu a visita de cerca de 150 pessoas. O  Lisbon Cruise Club faz um balanço “muito positi-vo” desta primeira edição do Cruise Day Lisbon, antecipando a sua in-tenção de repetir a iniciativa no fu-turo, como uma alavanca relevante para promover o turismo de cruzei-ros junto do grande público.Segundo o Observatório de Lisboa, em 2013 foi atingido o maior nú-

mero de escalas, 353, e o maior número de passageiros de sempre, cerca de 558.40. O  que resultou num impacto de mais de 54 milhões de euros na economia da cidade e do país.Razões que justificaram a reali-zação deste dia, que para Marina Ferreira, presidente do Porto de Lisboa, pretende “trazer cada vez mais turistas de cruzeiro à capital e reforçar a cidade como um dos po-los centrais” deste tipo de turismo. 

NOVO TERMINAL ARRANCA ESTE ANO

Fernando Medina destacou a rele-vância desta iniciativa e a impor-tância do turismo de cruzeiros para a economia da cidade, realçando que a construção do novo terminal em Santa Apolónia estará concluí-da no prazo de dois anos, uma obra que constitui uma aposta forte da Câmara Municipal. 

O edil acrescentou ainda que os pro-jectos de enquadramento do novo terminal arrancam já este este ano e passam pela sua ligação ao Cam-po das Cebolas, pela conclusão da obra da Ribeira das Naus, prevista para o final de Maio, e ainda uma intervenção no Cais do Sodré.Com o objetivo de “proporcionar aos que visitam Lisboa a melhor experiência do mundo”, em conjun-to com a Associação de Turismo de Lisboa a autarquia prepara-se para enquadrar o terminal com a cidade promovendo a acessibilidade atra-vés da criação de percursos pedo-nais que a permitam redescobrir.

Cruise Day Lisbon assinala crescimento do setor na capital

1ª EDIÇÃO COM BALANÇO “MUITO POSITIVO”

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2014 / MAIOTurismo

Surf Around Portugal: Para viagens de surf personalizadas e genuínas ao longo da costa PortuguesaO SURF Around Portugal foi criado por um grupo de amigos surfistas com a necessidade de demonstrar ao mundo o potencial de surf e o brilho inspirador de Portugal.“Acreditamos em viagens autênticas, somos apaixonados por Portugal e estamos convictos que as ondas portuguesas são de classe mundial. Depois de inúmeras surf trips dentro e fora de Portugal, o projeto Surf Around Portugal surge com o intuito de partilhar o potencial de surf no nosso país conjugado com aquilo que mais gostamos de fazer”, referem os responsáveis do projeto.Na perspetiva de um local, o Surf Around Portugal dá a conhecer os nossos melhores recantos, praias e ondas na costa portuguesa. Promovendo desta maneira verda-deiras experiências que combinam o surf, a cultura e a natureza, de forma a transmitir o que Portugal mais tem de valioso.O projeto encoraja a personalização e construção de viagens a partir do zero, no entanto, a empresa oferece também um variado leque de suges-tões, através de pacotes, que foram cuidadosamente preparados pelo que a equipa considera ser o melhor.O Surf Around Portugal apela à descoberta do nosso país e das suas ondas de uma forma autêntica e numa perspetiva local, incluindo alojamento, transporte e um guia experiente para acompanhar cada viagem, conduzir e recomendar os melhores picos de surf, praias e lugares.Começar uma viagem com o Surf Around Portugal é bastante fácil, o site www.surfaroundportugal.com é extremamente simples de utilizar.

McNamara embarca numa “surf trip”

para promover PortugalMCNAMARA Surf Trip é o nome do pro-jeto apresentado pelo Turismo de Portu-gal. O conhecido surfista norte-americano, Garrett McNamara, vai percorrer todas as

regiões do País com o objetivo de produzir conteúdos vídeo que divulgam internacionalmente as suas esco-lhas pessoais do que melhor o País tem para oferecer.A notoriedade de Garret McNamara, que surfou a onda de 30 metros em janeiro de 2013, na praia do Norte na Nazaré, bem como a afinidade do surfista ao destino Portugal foram as principais razões para o lançamento deste projeto do Turismo de Portugal que consiste na produção de 14 vídeos de três mi-nutos, protagonizados pelo próprio surfista, e que divulgam as suas escolhas. Os filmes têm o objetivo principal de divulgar internacionalmente o Destino e vão ser divulgados junto dos canais de eleição dos surfistas - Internet e redes sociais - estando ainda em aberto a possibilidade de difusão dos conteúdos numa estação de televisão internacional.O lançamento deste projeto, com um investimento de 200 mil euros, está previsto por ocasião do WCT PRO Portugal, que terá lugar em Peniche entre 8 e 19 de outubro de 2014 (até 2013 denominado Rip Curl Pro), e privilegia a comunicação da oferta tu-rística através da partilha de experiências sobre o destino. A apresentação da McNamara Surf Trip de-correu na Praia do Bico de Mexilhoeiro, no Barrei-ro, onde o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo falou sobre o projeto antes de Garrett Mcnamara surfar a Gasoline, a onda do rio Tejo gerada pelos catamarans. A onda só se forma quando a maré está vazia, em hora de ponta e quan-do o barco está cheio, o que torna esta experiência única e num local inusitado.Surfar a Gasoline  foi uma escolha do próprio Mc-Namara, assim como todas as experiências que inte-gram os 14 episódios da McNamara Surf Trip.A parceria com o McNamara envolve ainda a presen-ça em eventos do Turismo de Portugal, à semelhança do que aconteceu na FITUR, na Feira de Turismo em Madrid, Espanha, e a participação em experiências com vencedores de passatempos.A onda de 30 metros surfada por McNamara, em janeiro de 2013, na praia do Norte, na Nazaré, en-trou para a história como a maior onda de sempre alguma vez surfada e chegou a fazer capa no jornal britânico The Times, afirmando Portugal como o des-tino número um na Europa e um dos principais do mundo para quem procura a praia para lazer e para desportos náuticos.

Segundo João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, “o surf é um ângulo diferente de mostrar a oferta turística, que é justamente o que se pretende fazer com a McNamara Surf Trip. Este projeto não se destina apenas a promover o surf, des-tina-se a promover a oferta turística através do olhar de um surfista com uma forte ligação a Portugal e detentor de notoriedade – Garrett McNamara. Em-bora ancorada num produto, no surf, o que estamos a promover é Portugal enquanto destino.”“Portugal dispõe de condições naturais ímpares para o surf e este constitui um importante elemento da nossa estratégia de comunicação, contribuindo para o posicionamento do País enquanto destino turísti-co”, refere ainda o presidente.A relevância deste segmento para a imagem do país é indiscutível, pelo que o Turismo de Portugal mantém uma forte aposta na promoção. A campa-nha No waves, come back for free, lançada no final de 2012, desafiou os surfistas internacionais de visi-ta a Portugal a identificarem, ao longo de três meses, situações em que a ausência de ondas de qualidade impedisse a prática de surf. Caso o surfista não en-contrasse ondas na sua estada – o que não veio a acontecer -, seria premiado com uma nova viagem a Portugal.Este esforço promocional, totalmente desenvolvido online, foi ancorado na plataformawww.portugue-sewaves.com, onde se concentra tudo o que os sur-fistas precisam de saber sobre Portugal e as suas praias para organizarem e marcarem a sua viagem, além de vídeos de conhecidos surfistas internacionais sobre Portugal, mapa com os melhores ‘spots’ de on-das na costa portuguesa e uma listagem da oferta hoteleira localizada perto do litoral.Portugal é um destino de excelência para os surfistas porque tem o maior número de spots de surf, locali-zados a curta distância uns dos outros, garantindo a existência de ondas de qualidade.

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2014 / MAIO Turismo

SET destaca transversalidade do Prémio WTP na distinção de iniciativas turísticas

CANDIDATURAS AO GALARDÃO DECORREM ATÉ 5 DE SETEMBRO

SECRETÁRIO de Estado do Turismo, Adolfo Mes-quita Nunes, destacou a transversalidade do Pré-

mio Welcome to Portugal (WTP) na distinção de iniciativas turísticas que promovem o país, recordando: «Tenho dito muitas vezes que Turis-mo não é só hotelaria e o facto dos premiados anteriores terem escapa-do a essa realidade ajuda a refor-çar essa mensagem que um destino também se constrói pelo recurso a outras realidades». As declara-ções foram proferidas na cerimónia de apresentação do Prémio WTP 2014, presidida por Adolfo Mesqui-ta Nunes, que assinalou a abertura oficial das candidaturas ao galardão (até 5 de Setembro).Adolfo Mesquita Nunes louvou as-sim a iniciativa promovida pelo co-mité temático LIDE Turismo e Gas-tronomia, na sua terceira edição, por «distinguir iniciativas que vão além do Turismo strictu sensu», salien-tando que actividade turística que impacta é alavancada por outros sectores da economia como a cultu-ra, a gastronomia, o agro-alimentar, as novas tecnologias, entre outras. O secretário de Estado do Turismo, considerou ainda que o Turismo de Portugal e todos os agentes do sec-tor são os grandes responsáveis dos bons resultados obtidos em 2013, e partilhou ter sorte de ser responsá-vel pela tutela do sector que é, neste momento, o maior contribuidor para o saldo positivo das contas externas, com receitas no valor de 9 mil mi-lhões de euros, geradas por turistas estrangeiros em 2013, constituindo o motor da inversão do ciclo econó-mico.

Por sua vez, Luiz Mór, membro do comité de gestão do LIDE Portugal – Grupo de Líderes Empresariais, em representação de Manuel Fer-nando Espírito Santo, presidente do LIDE Turismo e Gastronomia, re-forçou que «o Turismo tem hoje um papel central e decisivo na econo-mia portuguesa», e defendeu, com base nesta realidade, ser importan-te «perspectivar o futuro e com am-bição tornar o sector no motor da recuperação económica e, em par-ticular, do emprego». Contudo, Luiz Mór considera essencial reconhecer que «estamos a meio do percurso e é necessário arranjar energias para continuar», a fim de «conquistar a procura através do valor do nosso produto, afinar e coordenar estra-tégias, construir redes de negócio e cooperação com outros sectores da economia, dinamizar a comuni-cação global do País e do destino Portugal e conquistar recursos adi-cionais para o sector aumentando a sua capacidade de concorrer nos mercados emissores».As candidaturas ao Prémio WTP 2014 decorrem até dia 5 de Se-tembro e a entrega do galardão realiza-se no âmbito do III Fórum Empresarial do Algarve, marcado para os dias 3, 4 e 5 de Outubro, em Vilamoura. A iniciativa surgiu em 2012 com o objectivo de distinguir iniciativas públicas e privadas com relevância turística, que se desta-quem pelo envolvimento que pro-porcionam entre populações e turis-tas, de forma directa ou indirecta, e constituam experiências únicas e duradouras. Nas duas edições ante-riores, o Prémio WTP foi atribuído ao projecto de turismo rural, Rota

Vicentina, e ao evento “Serralves em Festa”, da Fundação Serralves, no âmbito do Fórum Empresarial do Algarve de 2012 e 2013, res-pectivamente.O júri encarregue este ano de distin-guir um novo “cartão-de-visita” de Portugal no estrangeiro é presidido por Manuel Fernando Espírito San-to, presidente do subcomité LIDE Turismo e Gastronomia e constitu-ído pelo presidente do Turismo de Portugal, pelo director da Organiza-ção Mundial do Turismo, pelo presi-dente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), pelo presidente da Associação de Hotéis Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), pelo presidente da Associação Por-

tuguesa de Agências de Viagem e Turismo (APAVT), pela Travelport, pelo presidente da Bolsa de Turismo de Lisboa, pelo vice-presidente da TAP e pelo director-geral da Mi-dlandcom.O comité temático LIDE Turismo e Gastronomia é um grupo especia-lizado do LIDE Portugal, que tem como objectivo principal promover e posicionar o destino Portugal e a gastronomia portuguesa, no sentido de os colocar na primeira linha das opções dos turistas e consumidores estrangeiros.Outros objectivos passam por colo-car o Turismo na agenda política; promover Portugal junto do mer-cado turístico estrangeiro, especial-

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Recém-licenciados podem estagiar na OMTO PRESIDENTE do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo, e o secretário–geral da Organização Mundial de Turismo (OMT), Taleb Rifai, estabeleceram um acordo para que recém-licenciados portu-gueses na área do Turismo realizem estágios internacionais naquela organização internacional. O protocolo, assinado durante a BTL tem a duração de três anos e permitirá a realização de estágios nas principais áreas da OMT - research, desenvolvimento sustentável, gestão de destinos, estatísticas, e terá a duração de 6 a 12 meses. A OMT e o Turismo de Portugal reconhecem a importância de pro-mover a formação e a integração de recursos humanos em institui-ções internacionais e, nesse sentido, conjugam os seus esforços na realização deste programa de estágios.Taleb Rifai, secretário–geral da OMT, congratula-se com a assinatu-ra deste acordo com o Turismo de Portugal e espera poder muito em breve receber os primeiros estagiários portugueses na OMT: “Trata-se de uma excelente oportunidade para enriquecer a experiência internacional dos jovens profissionais na área do Turismo e estamos muito satisfeitos com o apoio do Turismo de Portugal para este pro-jeto”, defende o responsável. João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, refere que “a formação dos recursos huma-nos no Turismo é uma das características da competitividade de um Destino. Pretendemos com este acordo contribuir para a qualifica-ção, que pretendemos cada vez mais elevada, dos nossos jovens”.

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ORTUGAL subiu quatro posições no top 20 dos destinos mais procura-dos a nível mundial para

acolher reuniões associativas in-ternacionais em 2013, segundo os dados divulgados pela ICCA - In-ternational Congress & Convention Association. A subida de Portugal para a 13ª posição, com 249 reu-niões (mais 36 do que em 2012), reforça o reconhecimento da afir-mação do país enquanto destino preferencial para o turismo de congressos.Lisboa está em nono lugar, em ex aequo com Seul, no ranking mun-dial, tendo subido seis posições relativamente a 2012 (125 reu-niões associativas realizadas). A capital portuguesa surge à frente de Praga, Amesterdão, Bruxelas e Copenhaga, que ocupam respetiva-mente a 11.ª, a 12.ª, a 15.ª e a 16.ª posição.Em termos mundiais, realizaram-se mais 529 reuniões associativas internacionais em 2013 face ao ano anterior, totalizando 11.685 reuniões. No ranking dos países, os Estados Unidos da América mantêm, com 829 reuniões, a sua posição de liderança, seguidos da Alemanha (722), Espanha (562), França (527) e Reino Unido (525). Entre as cidades, Paris ultrapassou Viena e é a cidade com maior nú-mero de reuniões (204), seguida de Madrid (186) e de Viena (182).Os dados da ICCA relativos a 2013 refletem a afirmação de Por-tugal como um destino mundial de referência para o turismo de negó-cios, resultado de uma crescente profissionalização dos serviços prestados e da adaptação das ci-dades a um produto exigente como este, que contribui para dinamizar a economia e atenuar a sazona-lidade. Segundo o Presidente do Turismo de Portugal, “a qualidade da oferta de alojamento, das infra-

estruturas e serviços, a existência de boas ligações aéreas, aliadas à capacidade organizativa dos agen-tes envolvidos, colocam-nos entres os melhores do mundo.”

LISBOA SOBE SEIS LUGARESEntretanto, Lisboa subiu seis luga-res no ranking mundial das cidades mais solicitadas para acolher con-gressos associativos internacionais em 2013, alcançando o 9.º lugar, o confirma a afirmação da capital portuguesa enquanto destino de eleição para o acolhimento deste género de iniciativas.Lisboa encontra-se naturalmente na mira e ambição de muitas orga-nizações pela clara oferta de con-dições particularmente vantajosas para este segmento, nomeadamen-te o clima ameno, a sua excelente oferta de equipamentos a preços muito competitivos, os serviços especializados e o know-how pro-fissional acumulado.Para Vítor Costa, diretor-geral da Associação Turismo de Lisboa, “dada a elevada relevância do Tu-rismo de Negócios no posiciona-mento de Lisboa como destino, é fundamental elevar a capital por-tuguesa para um patamar cada vez mais exigente em termos de gran-des eventos e continuar a apostar na dinâmica de exposição interna-cional, indispensável na valoriza-ção do seu mérito, frente a uma agressiva concorrência de outras capitais.”

PORTO OCUPA 46ª POSIÇÃOO Porto registou uma subida mui-to significativa, de sete lugares, ocupando agora a 46ª posição no ranking mundial da ICCA de 2013, ficando acima de cidades europeias como Atenas, Florença, Zurique, Milão, e mesmo de gran-des metrópoles mundiais como Nova Iorque ou Moscovo.Durante o ano de 2013, realiza-

ram-se 51 eventos internacionais na cidade do Porto, que obede-ceram aos critérios rigorosos da ICCA e motivaram esta subida. No ranking apenas referente às cida-des europeias, o Porto ocupa uma honrosa 23ª posição, numa lista liderada por Paris, Madrid e Viena.A ATP está francamente satisfei-ta com este resultado, fruto de um trabalho intenso que tem vindo a desenvolver nos últimos anos na promoção do destino e na motiva-ção de potenciais organizadores e buyers a trazerem os seus eventos para o Porto e Norte do país. Para Helena Gonçalves, diretora execu-tiva da ATP, “orgulha-nos o facto de o Porto ter todos os anos um destaque maior neste ranking que inclui atualmente cidades de mais de 90 países de todo o mundo, de-monstrando que a nossa estratégia e trabalho desenvolvido está a al-cançar resultados muito positivos. Temos incrementado a nossa pre-sença em eventos internacionais da meeting industry e proporcionado aos buyers e PCO mundiais a opor-tunidade de conhecerem a oferta da cidade e da região Norte, num trabalho conjunto com os nossos associados”. O aumento dos eventos da Meeting Industry realizados na cidade do Porto contribuiu também para que fossem ultrapassados os objetivos da Associação de Turismo do Porto

para as dormidas de estrangeiros na região. O objetivo para 2013 era aumentar em 135.000 as dormidas de estrangeiros relativamente a 2012, ou seja, atingir as 2.379.000 dormidas de estrangeiros no Porto e Norte de Portugal. Esse objetivo foi largamente ultrapassado, tendo sido atingidas 2.498.121 dormi-das de estrangeiros em 2013, o que equivale a um incremento de 15.2% face a 2012 (estatísticas do INE, atualizadas em 13/02/2014 - dados provisórios).Participam neste ranking todas as cidades de mais de 90 países de todo o mundo onde se encontram os quase 1.000 membros ICCA, sendo a avaliação efetuada através da contagem dos eventos enviados e validados pela equipa desta or-ganização. Os eventos têm requisi-tos especiais para concorrer, como a participação de pelo menos 50 delegados; serem organizados com base regular; e ter rotatividade en-tre pelo menos três países.Para a subida da cidade do Por-to neste último ranking da ICCA, contribuiu o trabalho do Porto Convention Bureau, que oferece uma série de serviços de apoio e mais-valias e desenvolve um traba-lho de aproximação aos buyers de referência no sector da meeting in-dustry, sempre em estreita colabo-ração com os associados privados e públicos da ATP.

DESTINOS MAIS PROCURADOS PARA CONGRESSOS INTERNACIONAIS

Portugal está no top 20 e sobe 4 posiçõesP

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2014 / MAIO Internacional

CONTINENTE africa-no foi a segunda região mais procurada no âm-bito do turismo inter-

nacional, com um crescimento de 6%, segundo os números avança-dos pela Organização Mundial do Turismo (OMT), com um total de 56 milhões de turistas em 2013.O sector do turismo representou em 2013 mais de 3 mil milhões de dólares norte-americanos em receitas direitas e cerca de 1.087 milhões de turistas e excursio-nistas atravessaram fronteiras internacionais contribuindo para a riqueza dos países em África, indica o relatório anual da Or-ganização Mundial do Turismo, citados pelo vice-presidente da República de Angola, Manuel Vi-cente, no seu discurso proferido na abertura do 56ª reunião da OMT para África, realizado em Luanda. “Embora se considere o sector do turismo a nível do continente com inúmeros problemas, incluindo difi-culdades económicas e os desafios geopolíticos, no mesmo ano África recebeu quase 5% de chegadas globais”, adiantou Manuel Vicente.  O secretário-geral da Organização Mundial do Turismo afirmou ter chegado o momento de ultrapassar o passado colonial, os conflitos ar-mados e melhorar a cadeia de re-lacionamentos internos em África.Taleb Rifal defende o fim do que chamou de dependência das liga-ções áreas africanas em relação a várias capitais europeias.A agência estima que as viagens tu-rísticas em todo o mundo deverão chegar a 1,4 mil milhão por volta de 2020 e 1, 8 mil milhão até 2030. As economias emergentes deverão su-perar os destinos das mais avança-das. Para Taleb Rifai, o sucesso do turismo, como uma indústria de paz e estabilidade na região depende da determinação política dos africanos. O responsável realçou que se a de-terminação política vai para uma di-

reção tudo o resto torna-se detalhe. O representante sublinhou que sem vontade política, “cada progresso, em cada sector, é sempre retardado e nunca pode ser materializado em todo o seu objetivo.Em 2030 as chegadas internacio-nais em África devem rondar os 140 milhões com uma partilha glo-bal de mercado na ordem dos 7%, no continente que com a economia em recuperação.Para Humberto Santos Brito, mi-nistro do Turismo de Cabo Ver-de, a conectividade aérea entre os países africanos é hoje um dos grandes problemas e desa-fios para que o sector cresça. O responsável daquele país salienta ainda que embora África esteja a ganhar o seu espaço no sector do turismo, é importante que se dis-cuta a questão da conectividade dos transportes, porque é preciso desenvolver as companhias áreas, é preciso que haja um conjunto de facilitações na entrada e saída de pessoas de uma forma geral entre os países do continente. “Não faz sentido que para ir para um país próximo temos de fazer meia volta ao mundo”, indagou.Entretanto, Angola está apostada em contribuir ativamente para o desenvolvimento do turismo interno e regional e atingir, até 2020, 4,6 milhões de turistas, receitas avalia-das em 4,7 mil milhões de dólares e criar cerca de um milhão de empre-gos, declarou o vice-presidente da República. “Admitimos serem obje-tivos ambiciosos face à nossa base de partida, mas acreditamos que os vamos alcançar”, disse.A título de exemplo, referiu-se da participação ativa angolana no de-senvolvimento do projeto Okawango - Zambeze, o maior projeto trans-fronteiriço, que conjuga interesses de países vizinhos como a Namíbia, Botswana, Zâmbia e Zimbabué.Considera existir um potencial ele-vado no sector do turismo na pro-

moção da prática de lazer, reforço da identidade e coesão social, bem como de elementos integrador e complementar de outros sectores como o comércio, transportes, cul-tura, ambiente e a agricultura.Referiu-se também ao plano de de-senvolvimento turístico 2013/2020, do qual resultou a criação de três pólos, nomeadamente o de Kalandu-la, em Malanje, o de Cabo Ledo, em Luanda, e o da bacia do Okawango, na província do Cuando Cubango.Manuel Vicente informou que de-correm estudos de novas regiões e áreas de interesse turístico e a pre-paração de um conjunto de diplo-mas legais que dotará o sector de regras e mecanismos mais claros e eficientes para reger a actividade dos operadores turísticos.Declarou que decorrem as obras de construção de um novo aeroporto em Luanda, cuja capacidade será de cer-ca de 15 milhões de passageiros por ano, preparado para receber aviões de grande porte. Adianta que o novo aeroporto terá 31 mangas, sendo 21 para o tráfego internacional e dez para os voos domésticos.Manuel Vicente considerou ser inadiável a aposta no turismo so-cial, como forma de envolver gran-de parte das comunidades, que não possuem recursos que lhes permi-tam usufruir dessa necessidade so-cial, que é fazer turismo. É a segunda vez que o país acolhe uma reunião da Comissão da Orga-nização Mundial do Turismo para África, sendo a primeira realizada em 2004. O chefe de Departamento das Agências Especializadas da Di-recção dos Assuntos Multilaterais do Ministério das Relações Exte-riores, Rui Orlando Xavier, disse hoje (segunda-feira), em Luanda, que Angola tem capacidade para competir com os principais atores no capítulo do turismo mundial.O reforço da imagem da região na arena global e o impacto no turis-mo, devido a continuada crise da

caça furtiva em África, bem como a temática necessária da relação en-tre o turismo e o transporte aéreo na região, constituiram o foco dos debates da 56ª Edição da Comissão da Organização Mundial do Turis-mo para África. No mesmo âmbito, decorreu um seminário sobre “O Tu-rismo e a Conectividade Aérea em África”, para avaliar o desempenho dos países do continente na criação de condições para a mobilidade aé-rea a favor do sector.O evento juntou, além dos minis-tros, mais de 300 delegados.Os ministros africanos assistiram também à eleição das “Sete Ma-ravilhas”, concurso que visou se-lecionar sete belezas naturais de Angola. O concurso foi lançado a 17 de julho de 2013 pela Organi-zação National Seven Wonders que selecionou um conselho científico integrado por representantes dos ministérios angolanos da Cultu-ra, Ambiente, Hotelaria e Turismo para avaliar as “obras”. Quedas de Kalandula (Malange), Floresta de Maiombe (Cabinda), Lagoa do Carumbo (Lunda Norte), Grutas do Nzenzo (Uíge), Mooro do Moco (Huambo), quedas do rio Chiumbe (Lunda Sul) e Fenda da Tundavala (Huíla) são oficialmente as Sete Maravilhas Naturais de Angola.Recorde-se que uma das conclusões saídas do V Forúm do Turismo em África, reunião que decorreu este ano em Espanha, foi a facilitação de vistos para que África possa as-sumir o seu desenvolvimento, uma vez que o continente africano regis-tou em 2013/2014 um crescimento consecutivo no sector do turismo. Dependendo, essencialmente, de um ambiente pacífico, a estabilidade política, nas últimas décadas, con-tribuiu para o sucesso económico de alguns países do continente.

56ª REUNIÃO DA OMT PARA ÁFRICA EM LUANDA

África é segunda região mais procurada pelos turistas

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SWISS com novo voo Lisboa Genebra e reforça frequência no Porto

A COMPANHIA aérea suíça acaba de reforçar a sua presença em Portugal com uma nova operação entre Lisboa e Genebra quatro vezes por semana.Por outro lado, a companhia aumenta as frequências no voo anual do Porto para Genebra, com quatro ligações semanais, melhorando a sua presença em Portugal e permitindo agora mais ligações não só a partida do seu Hub de Zurique como também à partida de Genebra para muitos destinos da sua rede Europeia e Intercontinental. A partir de junho, a SWISS vai também introduzir novidades no Porto, no que respeita à sua ligação para Genebra, disponibilizando a 4ª frequência semanal. Não esquecendo o nosso voo diário para Zurique, à partida de Lisboa e o voo sazonal à partida do Porto, que permitem excelentes ligações para vários destinos intercontinentais da companhia, tais como Nova Iorque, Boston, Hong Kong, Bangkok, Joanesburgo, São Paulo Telavive, Singapura e outros. A SWISS oferece aos seus os passageiros, todos os benefícios e comodidades do aeroporto de Zurique, especialmente concebidos para ligações intercontinentais, com um tempo de trânsito ideal de apenas 40 minutos.

Brussels Airlines expande rede europeiaA BRUSSELS Airlines fortalece sua posição no merca-do e começou a temporada de verão com vários novos destinos, mais aeronaves e investimento na inovação de serviços. Durante uma conferência de imprensa, o CEO da Brussels Airlines, Bernnard Gustin revelou a nova estratégia comercial da companhia. De acordo com o responsável, nos últimos meses, a Brussels Airlines tem trabalhado arduamente na melhoria da sua produtividade e diminuição da sua estrutura de custos em 10 por cento. Em simultâneo, a empresa investiu fortemente em serviços e conforto para os seus passa-geiros, esforços esses que se traduziram num cresci-mento significativo de passageiros, na satisfação dos mesmos e consequente melhoria da rentabilidade. Isto permitiu que a empresa tivesse condições para investir na expansão da sua rede.Assim, esta primavera e verão, a Brussels Airlines adicionou ao seu calendário várias novas rotas, assim como duas aeronaves Airbus A319 a juntar ao longo dos próximos meses à sua frota existente. No total, são nove novos destinos de verão e dois novos destinos durante todo o ano. É a maior expansão da rede na história da empresa. Com Ajaccio, Atenas, Bari, Bastia, Cagliari, Figari, Malta, Montpellier e Sevilha, a com-panhia aérea acrescenta os mais populares destinos de férias de verão ao seu portfólio. Por outro lado, a

Binter apresenta programação de verão às agências de viagens

Ryanair incrementa voos a partir do Porto

COMPANHIA aérea espanhola Binter realizou um encontro com as agências de viagem de Lisboa para apresentar a programação das suas ligações interna-

cionais para a temporada de verão 2014. O encon-tro realizou - se no Hotel Real Palácio em Lisboa. A Binter voa para Lisboa desde setembro 2012, embora a companhia aérea espanhola já ligasse Portugal às Canárias desde o início da sua ex-pansão internacional, no ano de 2005, quando começou a rota da Madeira.Os voos entre Lisboa e as Canárias operam duas vezes por semana, às quintas-feiras e aos Do-mingos, a bordo de um avião Bombardier CRJ 900. Além disso, a companhia aérea faz refor-ços pontuais para dar resposta ao aumento de procura. Desde julho de 2013, a Binter mantém um acordo de codeshare com a companhia aé-rea portuguesa SATA, com o qual foi possível aumentar as ligações com Portugal e oferecer a rota da Madeira anualmente. Neste momento, a frequência de voos para a Madeira é de duas

vezes por semana, às terças-feiras e Sábados, e no Verão haverá um reforço importante da rota, oferecendo em alguns períodos voos quase diá-rios. A companhia Binter nasceu há 25 anos num âmbito regional para unir entre si as ilhas das Canárias ao sul de Espanha. Atualmente ofere-ce nove novas rotas internacionais; às duas rotas em Portugal, juntam-se sete destinos na África Ocidental: Casablanca, Marraquexe, Agadir, El auiun, Dakar, Banjul e Praia.

A ASSOCIAÇÃO de Turismo do Porto e Norte (ATP), responsável pela promoção externa do destino Porto e Norte de Por-tugal, congratula-se com o aumento de fre-quências do número de voos em algumas das rotas aéreas para o Porto, anunciado pela Ryanair. A programação da companhia aérea irlandesa para o Inverno de 2014 contempla o aumento de frequência de voos em oito rotas aéreas: Bremen, Bruxelas, Frankfurt, Lisboa, Marselha, Memmingen, Milão e St. Etienne. De acordo com a in-formação divulgada pela Ryanair, o aumen-to da frequência de voos nestas oito rotas aéreas irá representar um crescimento de cerca de 18% no número de passageiros transportados para o Porto, o que, no con-junto das suas 25 rotas nesta cidade, deverá trazer 2,5 milhões de passageiros ao Aero-porto internacional Francisco Sá Carneiro.Segundo Helena Gonçalves, directora exe-cutiva da Associação de Turismo do Porto e Norte (ATP), “o incremento de voos anun-

ciado pela Ryanair para o próximo Inverno está em sintonia com a estratégia delineada pela ATP para os mercados internacionais, uma vez que a aposta são os mercados de proximidade, como a Alemanha, Bélgica, Espanha, Itália e França. Congratulamo-nos igualmente com o aumento das ligações Porto-Lisboa, com dois vôos diários, o que vai permitir também a ligação com outros mercados de desenvolvimento”.A Ryanair anunciou também o desenvol-vimento de novos produtos vocacionados para o mercado das famílias e para o tu-rismo de negócios, dois segmentos onde a ATP também tem vindo a apostar ao nível da promoção internacional do destino. Luis Fernández-Mellado, Sales Manager da Ryanair para a Península Ibérica, transmi-tiu que “a Ryanair lança a sua programa-ção para o Inverno de 2014 no Porto, com 25 rotas, incluindo o aumento da frequên-cia de voos em oito rotas, as quais serão postas à venda amanhã no nosso website”.

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Travelport e transavia.com reforçam parceria para auxiliar agências

Turkish Airlines, Qatar Airways

e Singapore Airlines querem voar para Luanda

A TRAVELPORT e a  transavia.com acabam de reforçar a sua li-gação. As duas entidades estão a desenvolver uma série de ações com o objetivo de tornar o aces-so às reservas da companhia por parte das agências mais rápido e eficiente.Este programa surge após a imple-mentação pela  transavia.com  da solução Travelport Merchandising que permitiu que os conteúdos da companhia fossem comprados, comparados e apresentados junta-

mente com a oferta de outras com-panhias num único ecrã. Com o objetivo de aumentar a visibilidade dos novos conteúdos, as duas enti-dades desenvolveram várias ações, que incluem atividades promocio-nais e de comunicação assim como a produção de materiais de teste.António Loureiro,  country mana-ger da Travelport, refere as vanta-gens do acordo para as agências de viagens parceiras da empresa: “A transavia.com, enquanto mem-bro do grupo Air France KLM, voa

para mais de 160 destinos com ta-rifas competitivas, o que faz com os agentes de viagens que usam o nosso sistema de reservas Galileo possam usufruir deste valor acres-centado”. O responsável acrescen-ta: “Estamos comprometidos em oferecer aos nossos clientes solu-ções inovadoras, como é o caso do Travelport Aggregated Shopping, que permite que os agentes de via-gens vendam os serviços auxiliares no workflow já existente, ganhando em eficácia e na rapidez de respos-

ta ao cliente”.Hester Bruijninckx, responsável da  transavia.com, afirma que o objetivo da empresa é o de permi-tir que, de forma conveniente, os seus produtos e serviços estejam disponíveis para os parceiros em-presariais: ”Através da platafor-ma Travelport, e da sua vasta rede de agentes de viagens, acreditamos que vamos reforçar a nossa pre-sença em mercados prioritários, suportando as nossas operações de expansão na Europa”.

OMPANHIAS aéreas es-trangeiras, entre as quais a Turkish Airlines, Qatar Ai-rways e Singapore Airlines,

manifestaram interesse em voar para Angola, aguardando pela autorização, anunciou fonte oficial da aviação civil angolana.

No decurso de um seminário sobre tu-rismo em África, inserido nas atividades da 56ª Reunião da Comissão da Orga-nização Mundial do Turismo (OMT) para África, que decorreu na capital angolana, o administrador do Instituto Nacional de Aviação Civil (Inavic) disse que os processos continuam a ser ana-lisados.Rui Carreira recordou que o Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro (Luanda) não dispõe de capacidade para receber

mais voos nem de infra-estruturas que permitam receber aviões de grande di-mensão.“Com a entrada em funcionamento do novo aeroporto de Luanda, que está pra-ticamente construído, poderemos então dar resposta aos pedidos apresentados por diversas companhias aéreas estran-

geiras interessadas em voar para Angola”, disse o presidente do Inavic.De acordo com o adminis-trador, no futuro próximo, com a abertura do novo aeroporto e tendo em conta o interesse de trans-portadoras em operar no país, “espera-se que Ango-la venha a ser uma placa giratória na região no que se refere à movimentação

de passageiros e carga, ajudando assim na promoção e crescimento do turismo em África.”Entre as companhias aéreas que ope-ram em Angola destacam-se as africa-nas South African Airlines, Air Nami-bia (Namíbia) e Ethiopian Airlines, as europeias TAP (Portugal), Air France, British Airlines, KLM (Países Baixos), Lufthansa (Alemanha), Iberia (Espa-nha), Brussels Airlines (Bélgica) e ainda a Emirates (Emirados Árabes Unidos).

Emirates vai voar para Viena em A380 A EMIRATES acaba de anunciar um novo serviço especial para Viena, operado pelo A380 já a partir do final deste mês. O avião de dois andares, com capacidade para trans-portar mais de 500 passageiros, fará história como o pri-meiro A380 a operar no Aeroporto Internacional de Viena.A 26 de maio, o voo operado pelo A380 vai substituir os voos EK 125 e EK 8126, partindo do Dubai pelas 17h15 e chegando a Viena pelas 21h10.O voo de regresso partirá de Viena pelas 00h20 chegando ao Dubai às 08h00 do dia seguinte.A Emirates voa para a Áustria desde maio de 2004 e aumentou gradualmente os seus serviços de 4 para 13 voos por semana, atualmente operados por um B777-300ER. Desde 2004, a Emirates transportou mais de dois milhões de passageiros na rota entre Viena e Dubai.A Emirates tem atualmente 47 aviões A380 em serviço e 93 em encomenda, mais do que qualquer outra compa-nhia aérea no mundo, tendo recebido no último ano 12 destes gigantes aviões de dois pisos. Desde o lançamento do seu primeiro voo operado por um A380, a Emirates transportou mais de 23 milhões de passageiros. Os dois pisos do A380 oferecem espaçosos lugares em Classe Económica, assentos totalmente reclináveis em Classe Executiva e suites privadas em Primeira Classe. No total, o avião tem capacidade para transportar entre 489 e 517 passageiros, dependendo da sua configuração. Os passa-geiros de cabines premium podem usufruir do Lounge a bordo para Primeira Classe e refrescar-se num dos sho-wer spas a bordo.Os passageiros de todas as classes podem desfrutar de mais de 1.700 canais dos mais recentes filmes, progra-mas de TV e música de todo o mundo, para além de uma série de jogos disponíveis no ICE, o premiado sistema de entretenimento a bordo da Emirates. A mais recente tecnologia permite que os passageiros se mantenham contactáveis durante todo o voo, através de acesso Wi-Fi de alta velocidade, telemóvel e serviços de dados.No ano passado, a Emirates expandiu os seus serviços de A380 na Europa, Austrália, Ilhas Maurícias e nos EUA. Este ano, a Emirates lançou já serviços para Zurique e Barcelona, e será lançado um novo voo para Dallas, ope-rado por um A380, ainda este ano.

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EXPOTUR- Feira do Turismo de Cabo Verde, tem sido um evento de referên-cia no sector turístico em Cabo Ver-de. Este ano, o evento realiza-se sob

o lema “ Por um Turismo Sustentável e Inclusi-vo”, tendo como objetivo o desafio de afirmação de país como destino de excelência, almejando uma participação efetiva da comunidade receto-ra em todo o processo de desenvolvimento. A VIª edição da EXPOTUR acontece de 23 a 25 deste mês na ilha do Sal, no complexo Turístico Vila Verde, em Santa Maria e trará no seu segun-do dia uma Conferência Internacional sobre o Desenvolvimento do Turismo Sustentável e Eco-nomias Criativas na África, evento que contará com a presença de organismos internacionais, tais como a Organização Mundial do Turismo.O sector turístico é assumido como um impor-tante veículo para alcançar o crescimento sus-tentado e equilibrado no desenvolvimento dos países e das regiões, funcionando como um ver-dadeiro motor de crescimento económico.O ministro do Turismo de Cabo Verde, Humber-to Brito, instou os empresários cabo-verdianos a procurar novos nichos de mercado e diversificar a oferta turística do arquipélago como forma de atrair um maior número de turistas, com espe-

cial foco no mercado regional africano que, se-gundo o responsável, tem “mais de 300 milhões de consumidores”. Humberto Brito falava aos jornalistas na apre-sentação da 6.ª edição da Feira de Turismo de Cabo Verde – Expotur 2014, onde apelou aos empresários do sector para que criem produtos que sejam atrativos para os habitantes do conti-nente africano, apostando na diversificação dos mercados e dos produtos, bem como no alinha-mento entre as autoridades locais, nacionais e os operadores turísticos e entre o sector privado e o público.De acordo com a imprensa local, Humberto Brito considera que só assim Cabo Verde estará em condições de retirar dividendos dos negócios turísticos, uma vez que considera importante “promover o desenvolvimento do sector em con-junto com a promoção das condições de vida da população, para que os cabo-verdianos possam ver na prática o retorno das taxas de ocupação turística”.

A ASSOCIAÇÃO Nacional do Turismo (ANT) reuniu com o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesqui-ta Nunes. O encontro teve lugar nas instalações do Ministério da Economia.À semelhança dos encontros que decorreram durante o mês de Abril com os diversos grupos parlamentares, partidos políti-cos, Presidente da Assembleia da República e Presidente da República; a reunião com o SET visou dar a conhecer a ANT, sua missão e objetivos, assim como, analisar matérias

com impacto na competitivida-de do sector turístico nacional. Neste contexto, a ANT subli-nhou a questão do alojamento paralelo, cuja procura crescen-te é um factor de preocupação para o sector profissional. A Associação mostrou total dis-ponibilidade para trabalhar em proximidade com a Secretaria

de Estado do Turismo no desenho de estratégias que promovam a sustentabili-dade da economia turística nacional.Igualmente, no mesmo dia, decorreu a reunião da di-

recção da ANT. Dos diversos pontos em agenda destaca-se a intenção de adesão à ANT, solicitada pela Associação de Municípios Portugueses do Vi-nho, e pela Câmara do Comér-cio do Funchal. As intenções foram votadas favoravelmente pela comissão executiva, por unanimidade.

NA ILHA DO SAL

Expotur sob o lema “ Por um Turismo

Sustentável e Inclusivo”

ANT analisa com SET matérias com impacto na competitividade do turismo

AHRESP: “É chegada a hora da reposição do IVA”

FINDA a intervenção da Troika e iniciado o processo para o crescimento econó-mico e criação de emprego em Portugal, qual será agora o motivo, para a não reposição imediata da Taxa de IVA, em 13% no Continente, 12% Madeira e 9% Açores, nos Serviços de Alimentação e Bebidas? Como irá o Governo “REPOR” o Crescimento da Economia? Como irá o Governo manter o Turismo como líder das exportações dos serviços transacionáveis?Estas foram algumas das questões que levaram a AHRESP a realizar o encontro “Reposição do IVA a 13%, O futuro de um setor vital para Portugal”, que contou com a presença de representantes da Confederação da Indústria Portuguesa, da Confederação do Turismo Português, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, da DECO, da UGT, da CGTP e da PwC – PricewaterhouseCoopers.A AHRESP aproveitou também este encon-tro para apresentar a sua Campanha de Sensibilização com ações dirigidas aos decisores políticos e aos consumidores através do lançamento de mais uma Petição e de uma Ação Simbólica na vés-pera da saída da Troika, intitulada “Um Brinde para Repor o IVA a 13%”.“Apelamos, novamente, ao Governo para que tenha o bom senso de perceber que as nossas empresas, não aguentam esta insuportável e inaceitável carga fiscal. É chegado o momento do Governo reconhe-cer que este setor está a ser fustigado com o maior aumento de carga fiscal (77%) de que há memória na economia portuguesa. As empresas deste setor foram as primeiras a fazer o “ajusta-mento”, de forma tão violenta, que nem a Troika teve coragem de recomendar”, argumente a associação.Para a AHRESP “é absolutamente fun-damental que o IVA nos serviços de Alimentação e Bebidas, seja reposto a 13% no Continente, a 12% Madeira e a 9% Açores, já no 2º semestre deste ano. Tudo faremos para ajudar o Governo e a Assembleia da República a tomarem deci-sões acertadas”.E acrescenta que, agora, que a Troika está de saída, “esperamos que o IVA dos Serviços de Alimentação e Bebidas, pago pelos 10 milhões de portugueses e pelos 30 milhões de visitantes estrangeiros, seja reposto nos 13%, e assim se aproxime das taxas, ainda mais baixas, dos nossos concorrentes internacionais, por um futuro mais auspicioso do nosso Portugal”.

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