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Literatura – Prof. André
Vidas Secas
(melodia de Ana Júlia, Los Hermanos )
A região Nordeste do Brasil
Bem sabe o que é sofrer
Com a seca o ano inteiro
Chuvas invernais
Secos como a árida paisagem
Fabiano e família
Padecem feito animais,
Têm quase a mesma linguagem
Com gestos e grunhidos
Mal se comunicavam
Tantos os filhos quanto os pais...
As vidas secas pelo árido sertão
E pela aridez do ser humano
As vidas secas: dois meninos e um cão
Sinha Vitória e Fabiano
Não bastasse o sol a explorar
Seus dias, seu suor
Nas contas era roubado
Pelo seu patrão
Nem de seus troços podia dispor
Se não pagasse imposto
Houve até ocasião
Em que ele veio a se indispor
Com o Soldado Amarelo
Um convite aceito
Muito mais por obrigação
Que vidas secas – fiscal, soldado e patrão
As dos que causam opressão
Que vidas secas – Fabiano na prisão
As dos que sofrem opressão
Comiam farinha e preás
Caçados por Baleia
Com uma cama de couro
Sonhava a Sinhá
Como uma que Seu Tomás tinha
Não queria mais ser como bicho
Um filho vaqueiro ainda vá
O mais velho vez em quando vinha:
Mãe o que é o inferno?
Queria ter um amigo
Que lhe pudesse explicar
Que nas Vidas Secas todos são iguais
Seres Humanos, Animais
Em sua mente Fabiano se pergunta uma vez mais:
Você é bicho, homem, bicho, ou tanto faz?