Avanços no estudo do metabolismo Avanços no estudo do metabolismo
de lipídios: Perfil da gordura de lipídios: Perfil da gordura
depositada na carne ou secretada no depositada na carne ou secretada no
leite de ruminantesleite de ruminantesLaudí Cunha LeiteLaudí Cunha Leite
Dante Pazzanese Duarte LannaDante Pazzanese Duarte Lanna
Alunas: Renata Vitarele Gimenes Pereira
Wilma Gonçalves de Faria
Roteiro•Introdução;
•Composição de ácidos graxos depositados na carne;
•Composição de ácidos graxos secretados no leite;
•Biohidrogenação ruminal e síntese de CLA;
•Ácidos graxos trans;
•Depressão da síntese de gordura do leite e a síntese de CLA;
•Uso do CLA T-10, C-12 como uma ferramenta de manejo para reduzir o
balanço energético negativo;
•Efeito da suplementação de gordura sobre a reprodução em bovinos;
•Possíveis meios pelos quais a gordura da dieta influencia o desempenho
reprodutivo:
Efeito sobre o status energético; esteroidogênese; secreção de LH e
desenvolvimento folicular; secreção de PGF2ᾳ.
•Conclusões.
Introdução:
• Técnicas de análise de gordura;
• Ácidos graxos com efeitos benéficos à saúde: Ácidos
graxos poli-insaturados;
• Ácidos graxos conjugados – CLAs;
• Ômega 3 e CLAs: Propriedades de modificar o
metabolismo de alguns tecidos;
• Pesquisas: modificar o perfil de ácidos graxos da carne e
do leite.
Composição de ácidos graxos depositados na carne
Lipídios da carne:
• 80-90% triglicerídeos;
• até 20% fosfolipídios;
• < 3% éster de colesterol e ácidos graxos não esterificados.
Tecido adiposo: ácidos graxos saturados e monoinsaturados
Composição de ácidos graxos depositados na carne
• Origem dos ácidos graxos depositados nos tecidos: Síntese de novo e circulação sanguínea
• Lipogênese:
Ácido palmítico(C16:0)
Ácido esteárico(C18:0)
Ácido oléico
(C18:1)
• Ácidos graxos da dieta
Composição de ácidos graxos depositados na carne
DepósitoÁcido graxo (g/100g)
C16:0 C18:0 C18:1 C18:2
Subcutâneo 25-28 10-14 38-52 2-3Perirenal 25-31 18-26 34-36 2-4
Intramuscular 24-27 13-14 38-47 3-4
Tabela 1: Composição dos principais ácidos graxos em vários depósitos lipídicos em bovinos
Composição de ácidos graxos depositados na carne
Modificar o perfil de ácidos graxos da carne: aumentar o consumo de ácidos graxos poli-insaturados
Fatores que interferem: músculo amostrado, raça, tempo de consumo de ácidos graxos n-3, quantidade consumida diariamente, tipo da fonte de lipídio da dieta e se tem proteção contra biohidrogenação.
(Kronberg et al., 2006)
Composição de ácidos graxos secretados no leite
Lipídios do leite:
• 97-98% triglicerídeos;
• 3-2% fosfolipídios e esteróis.
Fontes de Lipídios do leite:
• Gordura da dieta;
• Mobilização de triglicerídeos do tecido adiposo;
• Síntese própria;
Composição de ácidos graxos secretados no leite
Lipídios do leite:
• Síntese de novo: C4-10 e 50% dos C12-16;
• Circulação sanguínea: > C:18 e 50% dos C12-16;
(Demeyer & Doreau, 1999)
Síntese de novo
Acetato
3-hidroxibutirato
Malonil CoA + acetil CoAACC
ACC Butiril CoA + acetil CoA
FAS
FAS C4 C10
Composição de ácidos graxos secretados no leite
Glândula mamária:
• Não converte C16 e C18 através da elongação da cadeia;
• Alta atividade da delta-9 dessaturase – ácido esteárico em ácido oléico;
• Ácidos graxos pré-formados: ácidos graxos não esterificados e lipoproteínas ricas em trigliceríreos;
• Ácidos graxos não esterificados: concentração sanguínea – mobilização de reservas corporais.
• Lipoproteínas: alta concentração de enzima lipoproteína lipase na glândula mamária em lactação.
Composição de ácidos graxos secretados no leite
• Perfil da gordura do leite varia em função das fontes de ácidos graxos da glândula mamária;
• A mobilização de reservas corporais é importante no início da lactação;
• A absorção de lipídios da dieta sofre influência do processo de biohidrogenação ruminal;
• A síntese de novo sofre influência da dieta e de fatores metabólicos do rúmen.
Biohidrogenação ruminal e síntese de CLA
Ácido linoléico ᾳ-Ácido linolênicocis-9, cis-12, cis-15 18:3Isomerização
cis-9, trans-11 18:2 cis-9, trans-11, cis-15 18:3 cis-9, trans-13, cis-15 18:3
Redução
cis-9, trans-13, 18:2 trans-13, cis-1518:2trans-11, cis-1518:2cis-9, trans-11 18:2
Redução
trans-11, 18:1 trans-13, 18:1 C18:0
Rúmen
Metabolismo Endógeno C18:0trans-11, 18:1 trans-13, 18:1
9-Desaturase
cis-9, trans-11, 18:2 cis-9 18:1 cis-9, trans-13 18:2
Biohidrogenação ruminal e síntese de CLA
• Origens do CLA do leite e da carne: hidrogenação parcial do ácido linoléico no rúmen e síntese endógena no tecido adiposo e glândula mamária;
• Síntese endógena de CLA: 80% do CLA do leite;
• Humanos e bovinos: sintetizam CLA a partir de ácido vaccênico;
• Aumento de CLA no leite - estratégias de alimentação: aumento de CLA e ácido vaccênico no rúmen;
• Fatores que afetam a extensão da biohidrogenação: pH ruminal, quantidade e a fonte de gordura, tipo e a proporção de forragem na dieta, presença de ionóforos e a forma de proteção dos lipídios da dieta.
Ácidos graxos trans
• Efeitos dos ácidos graxos trans: doenças cardiovasculares, lipídios
sanguíneos, inflamação, estresse oxidativo, saúde endotelial, peso
corporal, sensibilidade à insulina e câncer.
• Nos animais 80-90% dos ácidos graxos trans são formados por
C18:1t;
Ácidos graxos trans
• No processo industrial a configuração trans tem uma distribuição entre
os carbonos 5 e 16 com predomínio na posição 9 – ácido eláidico;
• Bactérias ruminais têm preferência pela posição 11 dos ácidos graxos
de 18 C – ácido vaccênico;
• Ácido vaccênico representa 40-70% do total de C18:1t;
• Processo industrial: ácidos graxos trans compõem 10-40% do total de
ácidos graxos;
• Produtos originários de ruminantes: ácidos graxos trans compõem 3-
8% do total de ácidos graxos;
Ácidos graxos trans
Autor Sexo Idade (anos)
Casos (DCV)
Origem dos ácidos graxos transTotal Industrial Ruminantes
Willet et al. (1993)
F - 346 ↑ ↑ ↓NS
Ascherio et al. (1994)
F e M >76 239 ↑ ↑ →
Pietinen et al. (1997)
M 50-69 635 ↑ ↑ ↓
Oomen et al. (2001)
M 64-84 98 ↑ ↑NS ↑NS
Tabela 2: Estudo epidemiológico da ingestão de ácidos graxos trans e o risco de doenças cardiovasculares (DCV)
NS: não significativo; ↑ associação positiva; ↓ associação negativa; → sem associação. Adaptada de Jakobsen et al. (2006)
Ácidos graxos trans
Stender et al. (2008): Stender et al. (2008):
• Consumo diário de 5 g de ácidos graxos trans provenientes do
processo industrial: aumento de 29% no risco de doenças
cardíacas;
• Consumo diário de 4 g de ácidos graxos trans de origem animal:
sem relação com o risco de doenças cardíacas.
Ácidos graxos trans
American Heart Association: American Heart Association:
• Limitar o consumo de ácidos graxos trans em menos de 2% do
consumo diário de energia;
• Ácidos graxos saturados limitados em menos de 10% da energia
consumida.
• Deve haver uma distinção entre as diferentes gorduras trans.
Depressão da síntese de gordura do leite
• CLA trans-10, cis 12 potente inibidor da síntese de gordura
• Síndrome da depressão da gordura do leite
• Duas condições induzida pela dieta
• Adição de ácidos graxos poliinsaturados
Depressão da síntese de gordura do leite
• Mudanças na atividade do rúmen devido altos teores de concentrado
• Baixo teor de fibra na dieta favorecendo o desenvolvimento de Megasphaera elsdenii
Ácido linoléico (C18:2 cis-9, cis-12)
Ácido linoléico conjugado(C18:2 cis-9, trans-11)
Ácido vaccênico(C18:1 trans-11)
Ácido esteárico(C18:0)
Adaptado de Griinari e Bauman, 1999
Esquema de desvio da rota da biohidrogenação do ácido linoléico com formação do CLA trans-10, cis12
Ácido linoléico conjugado(C18:2 cis-12, trans-10)
C18:1 trans -10
Ácido esteárico (18:0)
• BEN• Doenças metabólicas e problemas de saúde e
reprodutivos• Conteúdo energético do leite• Síntese de gordura do leite pelo CLA t-10, c-12 queda no BEN
Uso do CLA T-10, C-12 como uma ferramenta de manejo para reduzir o BEN
Kay et al. (2007)
• 50g dia de CLA na dieta de vacas a campo
• Melhora o BE
• da síntese de gordura
Gordura e Reprodução
• Ácidos graxos poliinsaturados
• Caminhos biossintéticos
• Sínteses de prostaglandinas
• Esteroidogênese
• Membranas do oócito
Fonte da imagem: www.reproduction.com
Gordura e Reprodução
• ↑ Capacidade funcional do ovário
• ↑ Crescimento folicular
• ↑ Vida útil do Corpo Lúteo
• ↑ [P4]
• ↑ Sobrevivência embrionária
Figura 1. Esquema da formação das prostaglandinas apartir de ácidos graxos poliinsaturados
n-6
D-gamma linolênico 20:3
n-3
Ácido eicosapentaenóico 20:5
3-series PGPGE3, PGF3
Ácido araquidônico 20:4
2-series PGPGE2, PGF2
1-series PGPGE1, PGF1
Adaptado de Wathes et al. (2007)
• Inibição
• Ácido alfa linolênico e Δ6 desaturase • Enzima ciclooxigenase
Figura 2. Possíveis mecanismos de ação dos ácidos graxos poliinsaturados para melhorar as taxas de concepção de vacas em lactação
Fonte: Staples et al. (1998)
Ácidos graxos poliinsaturados
inibiçãoProgesterona
Colesterol
Diferenciação das células da granulosa para células luteais
Glicose
Ovário
Pituitária anterior
Hipotálamo
Corpo lúteo
LHGnRH
PGF2αútero
EstradiolSensibilização do CL a PGF2α
Regressão do CL
Considerações finais
• O efeito da adição de CLA na dieta melhorou o BE de vacas
• Adição de ácidos graxos tem impacto em diversos aspectos da reprodução fornecendo energia e modulando a produção e secreção de hormônios
OBRIGADA!!!