ISSN
183
1-09
82
TRIBUNAL DECONTAS EUROPEU
2013
PT
Rela
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l n.º
18
A FIABILIDADE DOS RESULTADOS DOS CONTROLOS DAS DESPESAS AGRÍCOLAS REALIZADOS PELOS ESTADOS-MEMBROS
A FIABILIDADE DOS RESULTADOS DOS CONTROLOS DAS DESPESAS AGRÍCOLAS REALIZADOS PELOS ESTADOS-MEMBROS
Relatório Especial n. 18 2013
(apresentado nos termos do n.º 4, segundo parágrafo, do artigo 287.º do TFUE)
TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU
TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU12, rue Alcide De Gasperi1615 LuxemburgoLUXEMBURGO
Tel. +352 4398-1Fax +352 4398-46410Correio eletrónico: [email protected]: http://eca.europa.eu
Relatório Especial n.º 18 2013
Encontram-se disponóveis outras informações sobre a União Europeia na Internet, via servidor Europa (http://europa.eu)
Uma ficha catalográfica figura no fim desta publicaçãoLuxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2014
ISBN 978-92-9241-579-2doi:10.2865/15691
© União Europeia, 2014Reprodução autorizada mediante indicação da fonte
Printed in Luxembourg
ÍNDICE
Pontos
ABREVIATURAS
GLOSSÁRIO
I-X SÍNTESE
1-20 INTRODUÇÃO
1-5 OBJETIVO DO CONTROLO DAS OPERAÇÕES AO NÍVEL DOS ESTADOS-MEMBROS NA APLICAÇÃO DA POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM
6-20 ELABORAÇÃO, COMPILAÇÃO E VERIFICAÇÃO DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
7-12 OS ORGANISMOS PAGADORES NACIONAIS REALIZAM OS CONTROLOS NECESSÁRIOS E ELABORAM OS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
13-17 OS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO ANALISAM A COMPILAÇÃO DOS RELATÓRIOS E VERIFICAM OS DADOS SUBJACENTES
18-20 A COMISSÃO ANALISA OS DIFERENTES RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
21-27 A COMISSÃO ANALISA OS DIFERENTES RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
28-89 OBSERVAÇÕES
28-36 OS CONTROLOS ADMINISTRATIVOS E NO LOCAL REALIZADOS POR QUASE TODOS OS ORGANISMOS PAGADORES AUDITADOS SÃO APENAS PARCIALMENTE EFICAZES
30-32 AS INSUFICIÊNCIAS NA QUALIDADE DOS CONTROLOS ADMINISTRATIVOS E NO LOCAL DAS MEDIDAS DO FEAGA RELATIVAS À SUPERFÍCIE RESULTAM NA FALTA DE DETEÇÃO E COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES
33-36 AS INSUFICIÊNCIAS NA QUALIDADE DOS CONTROLOS ADMINISTRATIVOS E NO LOCAL DAS MEDIDAS DO FEADER RESULTAM NA FALTA DE DETEÇÃO E COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
37-46 A COMPILAÇÃO E A VERIFICAÇÃO INADEQUADAS DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS POR PARTE DOS ORGANISMOS PAGADORES PREJUDICAM AINDA MAIS A SUA FIABILIDADE
38-41 AS IMPRECISÕES EXISTENTES NAS ORIENTAÇÕES DA COMISSÃO PREJUDICAM A EXATIDÃO E A PERTINÊNCIA DAS INFORMAÇÕES RECOLHIDAS
42-46 OS SISTEMAS DE COMPILAÇÃO E DE VERIFICAÇÃO DOS RELATÓRIOS DOS ORGANISMOS PAGADORES AUDITADOS NÃO SÃO EFICAZES
47-57 O TRABALHO DOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO NÃO FORNECE GARANTIAS SUFICIENTES QUANTO À QUALIDADE DOS CONTROLOS NO LOCAL E À FIABILIDADE DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
47-51 OS CONTROLOS REALIZADOS PELOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO AOS CONTROLOS NO LOCAL DOS ORGANISMOS PAGADORES SÃO INSUFICIENTES EM NÚMERO E EM QUALIDADE
52-54 EM RELAÇÃO AOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO QUE OPTARAM PELO «REFORÇO DA SEGURANÇA», AS SUAS AVALIAÇÕES DOS RESULTADOS OBTIDOS COM AS AMOSTRAS ALARGADAS TESTADAS ESTÃO AFETADAS POR GRAVES DEFICIÊNCIAS
55-57 O ÂMBITO DA ANÁLISE DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS DOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO AUDITADOS É LIMITADO E NÃO FORNECE GARANTIAS RAZOÁVEIS QUANTO À FIABILIDADE DESSES RELATÓRIOS
58-69 LACUNAS DETETADAS NA ANÁLISE DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS DOS ESTADOS-MEMBROS PELA COMISSÃO
58-62 A CONCEÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA COMISSÃO NÃO SE ADEQUA AOS DIFERENTES FINS PARA OS QUAIS AS INFORMAÇÕES SÃO UTILIZADAS
63-65 APESAR DAS LACUNAS SUPRAMENCIONADAS, A COMISSÃO DETETOU ERROS EM MAIS DE METADE DOS RELATÓRIOS DOS ESTADOS-MEMBROS
66-69 A ANÁLISE REALIZADA PELA COMISSÃO AOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS DURANTE AS SUAS AUDITORIAS DE CONFORMIDADE NÃO É SUFICIENTE
70-89 A ESTIMATIVA DOS PAGAMENTOS IRREGULARES EFETUADA PELA COMISSÃO NÃO É VÁLIDA EM TERMOS ESTATÍSTICOS E TEM CONSEQUÊNCIAS NA FIABILIDADE DA DECLARAÇÃO ANUAL DA DIREÇÃO-GERAL DA AGRICULTURA E DO DESENVOLVIMENTO RURAL
70-72 OS MÉTODOS DE SELEÇÃO ALEATÓRIA DE AMOSTRAS DOS ESTADOS-MEMBROS NEM SEMPRE SÃO VÁLIDOS EM TERMOS ESTATÍSTICOS, AFETANDO, DESTE MODO, A REPRESENTATIVIDADE DESSAS AMOSTRAS
73-78 O MÉTODO UTILIZADO PELA COMISSÃO PARA ESTIMAR A TAXA DE ERRO RESIDUAL NÃO É VÁLIDO EM TERMOS ESTATÍSTICOS
79-89 O NÍVEL DE ERRO COMUNICADO PELA DIREÇÃO-GERAL DA AGRICULTURA E DO DESENVOLVIMENTO RURAL NÃO PODE SER COMPARADO COM O ERRO MAIS PROVÁVEL DO TRIBUNAL
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
90-99 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
91 É NECESSÁRIO MELHORAR SIGNIFICATIVAMENTE A EFICÁCIA DOS CONTROLOS ADMINISTRATIVOS E NO LOCAL REALIZADOS PELOS ORGANISMOS PAGADORES
92-93 OS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS ELABORADOS PELOS ORGANISMOS PAGADORES DEVEM SER VERIFICADOS E COMPILADOS DE FORMA MAIS RIGOROSA ANTES DE SEREM ENVIADOS À COMISSÃO
94 O TRABALHO DOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO NÃO FORNECE GARANTIAS SUFICIENTES À COMISSÃO QUANTO À FIABILIDADE DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
95-97 UTILIZAÇÃO INADEQUADA E ANÁLISE LIMITADA DAS ESTATÍSTICAS DOS ESTADOS-MEMBROS POR PARTE DA COMISSÃO
98-99 A ESTIMATIVA DA TAXA DE ERRO RESIDUAL PELA COMISSÃO NÃO É VÁLIDA EM TERMOS ESTATÍSTICOS
ANEXO I — DETERMINAÇÃO DAS TAXAS DE ERRO RESIDUAL PELA COMISSÃO PARA O RAA DE 2012
ANEXO II — RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES DOS SISTEMAS DE SUPERVISÃO E DE CONTROLO SELECIONADOS (FEAGA SIGC)
ANEXO III — RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES DOS SISTEMAS DE SUPERVISÃO E DE CONTROLO SELECIONADOS (FEAGA SIGC)
ANEXO IV — SÍNTESE DOS ERROS MATERIAIS DETETADOS DURANTE AS ANÁLISES DOCUMENTAIS REALIZADAS A 414 PROCESSOS
ANEXO V — SÍNTESE DO PERÍODO ABRANGIDO PELOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS E RESPETIVOS PRAZOS DE APRESENTAÇÃO
RESPOSTAS DA COMISSÃO
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BCAA: boas condições agrícolas e ambientais
DAS: declaração de fiabilidade (Déclaration d’assurance)
Feader: Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural
FEAGA: Fundo Europeu Agrícola de Garantia
IVA: imposto sobre o valor acrescentado
OC: organismo de certificação
PAC: política agrícola comum
RAA: Relatório Anual de Atividades
RLG: requisito legal de gestão
RPU: regime de pagamento único
RPUS: regime de pagamento único por superfície
SIGC: Sistema Integrado de Gestão e de Controlo
SIPA: Sistema de Identificação das Parcelas Agrícolas
TER: taxa de erro residual
ABREVIATURAS
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
GLOSSÁRIO
Auditorias de apuramento da conformidade: auditorias de conformidade das medidas de ajuda seleciona-das, realizadas pelos serviços da Comissão numa base plurianual, a fim de verificar se as organismos pagado-res aplicaram as despesas agrícolas em conformidade com as regras da União Europeia. A não conformidade resulta, na maioria dos casos, na imposição de correções financeiras forfetárias aos Estados-Membros.
Controlos administrativos : controlos formal izados e automatizados real izados pelos organismos pagadores a todas as candidaturas com vista à verificação da elegibilidade das mesmas e à deteção de todas as eventuais irregularidades.
Controlo no local : verificação realizada pelos inspetores do organismo pagador à legalidade e regularidade das operações, incluindo uma visita às instalações dos candidatos (por exemplo, realização de controlos nas explorações agrícolas para medir e avaliar a elegibilidade das parcelas declaradas).
Erro mais provável: a melhor estimativa anual do Tribunal dos erros que afetam a classe de pagamentos. Esta taxa calcula-se com base nos resultados dos testes realizados a uma amostra representativa das operações dessa classe e é expressa em percentagem do montante total dos pagamentos nessa classe. Situa-se, com 95% de probabilidade, num intervalo de confiança determinado por um limite inferior e um limite superior.
Gestão partilhada : método de execução do orçamento da União Europeia, no âmbito do qual as tarefas de execução são delegadas aos Estados-Membros. Para o efeito, as autoridades dos Estados-Membros designam organismos responsáveis pela gestão e pelo controlo dos fundos da União Europeia, que devem prestar contas à Comissão. No âmbito do presente relatório, esses organismos são os «organismos pagadores» e os «organis-mos de certificação».
População Feader não SIGC: medidas financiadas pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural que não são geridas através do Sistema Integrado de Gestão e de Controlo (por exemplo, todas as medidas de projetos não baseadas na superfície, como a modernização das explorações agrícolas).
População Feader SIGC: medidas financiadas pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural e geri-das através do Sistema Integrado de Gestão e de Controlo (por exemplo, medidas relativas à superfície ou aos animais, como os pagamentos agroambientais).
População FEAGA SIGC : medidas financiadas pelo Fundo Europeu Agrícola de Garantia e geridas através do Sistema Integrado de Gestão e de Controlo (por exemplo, RPU ou RPUS).
Quadro X: registos completos de todas as informações contabilísticas necessárias para efeitos estatísticos e de controlo, que os Estados-Membros devem apresentar anualmente à Comissão até 15 de fevereiro do exercício seguinte ao exercício a que se referem os dados1.
1 A estrutura das informações encontra-se descrita no Regulamento (UE) n.º 825/2010 da Comissão, de 20 de setembro de 2010, que estabelece a forma e o conteúdo das informações contabilísticas a apresentar à Comissão no âmbito do apuramento das contas do FEAGA e do Feader e para efeitos de acompanhamento e de elaboração de previsões (JO L 247 de 21.9.2010, p. 1).
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
Relatório Anual de Atividades da Direção‑Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural : avaliação anual, elaborada pela gestão desta Direção-Geral, do funcionamento dos sistemas de gestão e de controlo existentes (publicada em março). Com base nesse documento, o diretor-geral elabora uma declaração de fiabilidade sobre as despesas da Direção-Geral e ambos os documentos são posteriormente utilizados no pro-cedimento de quitação, envolvendo o Conselho e o Parlamento.
Relatório Anual do Tribunal : apresentação dos resultados de auditorias financeiras sob a forma de decla-rações de fiabilidade sobre o orçamento geral da União Europeia e o Fundo Europeu de Desenvolvimento (o relatório é publicado todos os anos em novembro).
Relatórios estatísticos : relatórios anuais apresentados pelos Estados-Membros à Comissão que contêm os resultados dos controlos administrativos e no local dos organismos pagadores.
SIGC : um sistema integrado composto por bases de dados das explorações, das candidaturas, das parcelas agrícolas e dos direitos ao pagamento (nos Estados-Membros que aplicam o RPU). Essas bases de dados são utilizadas para a realização de controlos cruzados administrativos de todos os pedidos de ajuda na maioria das medidas do FEAGA (por exemplo, RPU, RPUS ou outros pagamentos diretos).
SIPA : uma base de dados que contém o registo da superfície agrícola total (parcelas de referência) dos Esta-dos-Membros e das superfícies elegíveis. A sua fiabilidade é crucial para a qualidade dos controlos cruzados administrativos destinados a assegurar que só é concedida ajuda para as superfícies elegíveis.
Taxa de erro residual: representa a estimativa da Comissão do nível de irregularidades que persistem nas operações após a realização de todos os controlos. A Comissão calcula quatro taxas de erro residual a nível da UE (uma por população de despesas) e publica-as no Relatório Anual de Atividades da Direção-Geral da Agri-cultura e do Desenvolvimento Rural.
Taxas de erro : taxas de erro calculadas nos relatórios estatísticos por medida de ajuda e modo de controlo (controlos no local por oposição a controlos administrativos). A taxa consiste no montante dos erros detetados, expresso em percentagem dos montantes declarados na respetiva categoria.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
I.A Comissão partilha a responsabilidade pela aplicação da política agrícola comum com os Estados-Membros. Por conseguinte, as despesas agrícolas são administra-das e pagas por organismos pagadores nacionais ou regionais, que devem prestar contas à Comissão. Os organismos de certificação independentes designados pelos Estados-Membros certificam à Comissão as con-tas anuais dos organismos pagadores e a qualidade dos sistemas de controlo estabelecidos pelos mesmos.
II.Os organismos pagadores realizam controlos adminis-trativos aos pedidos de ajuda a fim de verificar a sua elegibilidade, bem como controlos no local a uma amostra de candidatos. Os erros detetados através desses controlos dão origem a reduções no montante da ajuda solicitada pelos candidatos. Os Estados-Mem-bros informam anualmente a Comissão dos resultados desses controlos (relatórios estatísticos).
III.A Comissão utiliza essas informações no âmbito do procedimento de quitação perante o Parlamento Europeu e o Conselho. Os relatórios estatísticos dos Estados-Membros são componentes de base que permitem estimar a taxa de erro residual, que deve representar o impacto financeiro, expresso em per-centagem do montante dos pagamentos, das irregu-laridades que persistem nestes após a realização de todos os controlos. No Relatório Anual de Atividades da Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural é publicada uma consolidação dos relatórios estatísticos ao nível da União Europeia, bem como a taxa de erro residual.
SÍNTESE
IV.A Comissão emite orientações relativas à cr iação de sistemas de controlo nos organismos pagadores e à compilação dos relatórios estatísticos. Contudo, a auditoria revelou que essas orientações nem sempre são aplicadas corretamente. A maioria dos organis-mos pagadores não assegura a exatidão dos relatórios antes de estes serem apresentados à Comissão. Apesar de os organismos pagadores auditados terem efetu-ado testes de verificação, a sua natureza e extensão foram limitadas e não evitaram os erros, que foram posteriormente detetados por uma análise docu-mental dos serviços da Comissão ou pelas auditorias do Tribunal.
V.No cômputo geral, o Tribunal conclui que os resul-tados dos controlos realizados às despesas agrícolas pelos Estados-Membros e comunicados à Comissão não são fiáveis.
VI.As auditorias do Tribunal, bem como as próprias audi-torias da Comissão, revelam que os sistemas utilizados nos controlos administrativos e no local dos organis-mos pagadores foram apenas parcialmente eficazes na deteção de despesas irregulares, comprometendo gravemente a fiabilidade das informações que os Esta-dos-Membros prestam à Comissão.
VII.O Tribunal concluiu ainda que o trabalho realizado atu-almente pelos organismos de certificação não fornece garantias suficientes quanto à adequação dos contro-los no local ou à fiabilidade dos relatórios estatísticos.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
VIII.O Tribunal considera que o sistema de informação de que a Comissão dispõe atualmente não é eficaz na resposta às necessidades desta última. Algumas das informações atualmente disponibilizadas não são totalmente pertinentes ou são incompletas e inexatas para poderem ser utilizadas enquanto tal no Relatório Anual de Atividades e no procedimento de quitação. A análise limitada das estatísticas dos Estados-Mem-bros realizada pela Comissão não pode assegurar a res-petiva fiabilidade.
IX.Devido às insuficiências descritas no presente relató-rio, as informações disponibilizadas à Comissão não proporcionam uma base fiável para estimar a taxa de erro residual. Além disso, os ajustamentos efetuados pela Comissão às taxas de erro resultantes dos relató-rios estatísticos não são válidos em termos estatísticos. Em consequência, também não é válida a taxa de erro residual daí decorrente.
X.O Tribunal recomenda que:
— os controlos administrativos e no local sejam rea-lizados de forma mais rigorosa pelos organismos pagadores e que a qualidade das bases de dados do SIPA seja melhorada;
— as or ientações emitidas pela Comissão sobre a aplicação de sistemas de controlos adequados e a compilação de relatórios estatísticos sejam cla-rificadas e que a sua aplicação seja acompanhada com mais rigor;
— as orientações emitidas pela Comissão aos orga-nismos de certificação sejam alteradas por forma a aumentar o tamanho das amostras dos controlos no local testados, a exigir a repetição dos contro-los e a verificar mais atentamente a compilação dos relatórios estatísticos;
— a Comissão reexamine o atual sistema de apre-sentação de relatórios ao qual estão sujeitos os organismos pagadores, a fim de assegurar que re-cebe em tempo oportuno informações completas e pertinentes que possa utilizar no procedimento de quitação. Além disso, a Comissão deve ainda reforçar a eficácia das suas verif icações docu-mentais e no local dos relatórios estatísticos dos Estados-Membros;
— a Comissão tome as medidas necessárias para chegar a uma estimativa estatisticamente válida das irregularidades existentes nos pagamentos, com base no trabalho dos organismos pagadores e na função alargada dos organismos de certifica-ção desde que se registem melhorias suficientes no trabalho dessas entidades.
SÍNTESE
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
OBJETIVO DO CONTROLO DAS OPERAÇÕES AO NÍVEL DOS ESTADOS-MEMBROS NA APLICAÇÃO DA POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM
1. A Comissão partilha a responsabilidade pela aplicação da política agrí-cola comum (PAC) com os Estados-Membros.
2. O orçamento da União Europeia (UE) financia as despesas da PAC através de dois fundos2: o Fundo Europeu Agrícola de Garantia (FEAGA), que financia integralmente as ajudas diretas e as medidas de mercado da UE3, e o Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (Feader), que cofinancia os programas de desenvolvimento rural.
3. Na maioria dos casos, as ajudas diretas são concedidas no âmbito do re-gime de pagamento único4 (RPU) e, em dez Estados-Membros5, ao abrigo do regime de pagamento único por superfície6 (RPUS). Além disso, mais de 30 outros regimes complementares de ajuda direta apoiam setores agrícolas específicos.
4. O apoio ao desenvolvimento rural é posto em prática por meio de pro-gramas de desenvolvimento rural regionais e nacionais. Pode assumir a forma de ajudas relativas à superfície, como os pagamentos agroam-bientais ou os pagamentos compensatórios aos agricultores em zonas com desvantagens naturais, ou de ajudas destinadas a projetos especí-ficos, como a modernização das explorações agrícolas ou a criação de serviços básicos para a população rural.
5. Uma vez que a Comissão assume a responsabilidade global pela execu-ção do orçamento da União Europeia, necessita de obter informações pertinentes da parte dos Estados-Membros sobre a sua aplicação da PAC. Os relatórios estatísticos anuais que comunicam os resultados dos con-trolos administrativos e no local realizados pelos organismos pagadores nacionais7 representam uma importante fonte de informação.
INTRODUÇÃO
2 Regulamento (CE) n.º 1290/2005 do Conselho, de 21 de junho de 2005, relativo ao financiamento da política agrícola comum (JO L 209 de 11.8.2005, p. 1).
3 À exceção de determinadas medidas, como as ações de promoção e o programa de distribuição de fruta nas escolas, que são cofinanciadas.
4 O RPU constitui um regime de apoio ao rendimento destinado a agricultores que detêm direitos a pagamento e que os ativam anualmente através das suas terras agrícolas para receberem os pagamentos. Os direitos foram atribuídos aos agricultores recorrendo a modelos previstos na legislação da UE.
5 Bulgária, República Checa, Estónia, Chipre, Letónia, Lituânia, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia.
6 O RPUS consiste num regime simplificado de apoio ao rendimento destinado aos agricultores e pago anualmente com base na superfície de terra elegível de que estes dispõem.
7 Para mais informações quanto à apresentação de relatórios sobre as medidas de ajuda direta do FEAGA, ver o n.º 1 do artigo 84.º do Regulamento (CE) n.º 1122/2009 da Comissão, de 30 de novembro de 2009, que estabelece regras de execução do Regulamento (CE) n.º 73/2009 do Conselho no que respeita à condicionalidade, à modulação e ao sistema integrado de gestão e de controlo, no âmbito dos regimes de apoio direto aos agricultores previstos no referido regulamento, bem como regras de execução do Regulamento (CE) n.º 1234/2007 do Conselho no que respeita à condicionalidade no âmbito do regime de apoio previsto para o setor vitivinícola (JO L 316 de 2.12.2009, p. 65). Para mais informações quanto à apresentação de relatórios sobre as medidas do Feader, ver o artigo 31.º do Regulamento (UE) n.º 65/2011 da Comissão, de 27 de janeiro de 2011, que estabelece as regras de execução do Regulamento (CE) n.º 1698/2005 do Conselho relativas aos procedimentos de controlo e à condicionalidade no que respeita às medidas de apoio ao desenvolvimento rural (JO L 25 de 28.1.2011, p. 8).
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
ELABORAÇÃO, COMPILAÇÃO E VERIFICAÇÃO DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
6. O quadro 1 indica os principais procedimentos de elaboração, compi-lação e verificação dos relatórios estatísticos que abrangem as medidas do FEAGA baseadas na superfície. As funções dos organismos envolvidos são descritas em seguida de forma mais circunstanciada. Os relatórios apresentados no âmbito de outras medidas do FEAGA e do Feader apli-cam procedimentos semelhantes.
GRÁFICO 1
PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS INERENTES AOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS SOBRE AS MEDIDAS DO FEAGA BASEADAS NA SUPERFÍCIE (PEDIDOS DE AJUDA DE 2010)
Controlos administrativos a todas as candidaturas Seleção de amostras aleatórias e baseadas nos riscospara controlos no localRealização de controlos no localRegisto dos resultados dos controlos nas bases de dadosCálculo da ajuda Autorização e pagamento da ajuda(de dezembro de 2010 a junho de 2011)
Organismo Pagador
Organismo Pagador
Compilação de relatórios estatísticosReconciliação entre os dados contidos nos relatórios e as bases de dados e outros testes de verificação
Comissão
Verificação das estatísticas de cada Estado-MembroCompilação das estatísticas de cada Estado-Membro em sínteses Verificação das estatísticas consolidadas e cálculo das taxasde erro residualPublicação no RAA (março de 2012)
Organismo de Certificação
Avaliação do ambiente de controloVerificação da conformidade dos controlos no localefetuados pelo organismo pagadorRevisão das estatísticas de controlo
Transmissão dasestatísticas até
15 de julho de 2011
Apresentaçãode candidaturas
(até maio de 2010)
Registo dedados subjacentes
Correspondência/ alterações
Controlos do OC
Apresentação do relatórioe parecer do OC até
15 de fevereiro de 2012
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
OS ORGANISMOS PAGADORES NACIONAIS REALIZAM OS CONTROLOS NECESSÁRIOS E ELABORAM OS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
7. Na União Europeia, as despesas da PAC são administradas e pagas por 81 organismos pagadores nacionais ou regionais, que devem verificar, diretamente ou através de organismos delegados, a elegibilidade dos pedidos de ajuda apresentados pelos agricultores.
8. Essas verificações são realizadas por meio de controlos administrativos e no local. Todas as candidaturas são submetidas a controlos adminis-trativos, mas os controlos no local são efetuados apenas em amostras de candidaturas.
9. Os regulamentos da União Europeia definem as regras comuns que re-gem a realização desses controlos, incluindo o que deve ser verificado, a forma como se deve proceder à seleção das amostras e a cobertura mínima para cada tipo de apoio. Apesar de sempre ter existido a obriga-ção legal de constituir uma amostra aleatória de candidatos a submeter a controlos no local para os regimes do FEAGA e do Feader abrangidos pelo Sistema Integrado de Gestão e de Controlo (SIGC)8, esse não era o caso das medidas do Feader não baseadas na superfície9 até 2011.
10. Os resultados dos controlos administrativos e no local ficam registados nas bases de dados dos organismos pagadores. Os erros detetados atra-vés desses controlos dão origem a reduções nos montantes da ajuda solicitada pelos candidatos.
11. Os relatórios estatísticos que apresentam os resultados desses controlos devem cumprir o formato definido pela Comissão. Esse formato está consolidado em modelos eletrónicos e orientações, variando de acordo com as características específicas de cada uma das medidas da PAC. A maioria dos relatórios estatísticos deve mencionar:
a) o número total de candidatos à ajuda e o número de candidatos controlados no local;
b) o montante total declarado pelos (ou pago aos) candidatos e o montante total controlado no local;
c) as reduções aplicadas à ajuda pelos organismos pagadores, divi-dindo o montante total entre os candidatos que foram submetidos a controlos no local e os que não foram.
8 Nos termos do artigo 31.º do Regulamento (CE) n.º 1122/2009, os controlos no local devem abranger pelo menos 5% de todos os beneficiários e os Estados-Membros devem selecionar aleatoriamente entre 20% e 25% desses 5% de beneficiários. Os restantes deverão ser selecionados com base numa análise de riscos.
9 Nos termos do artigo 25.º do Regulamento (UE) n.º 65/2011, as despesas abrangidas pelos controlos no local devem representar pelo menos 4% das despesas pagas num determinado exercício e, no total, pelo menos 5% das despesas relativas a todo o período de programação. Este regulamento introduziu igualmente a obrigação de constituir uma amostra aleatória de beneficiários a submeter a controlos no local (entre 20% e 25% das despesas selecionadas para controlos no local).
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
12. Os resultados desses controlos, por organismo pagador e Estado-Mem-bro, devem ser comunicados anualmente à Comissão até 15 de julho do ano seguinte ao ano a que se referem os dados. Por exemplo, no que concerne às candidaturas apresentadas em 2010 (ano n), os organismos pagadores devem prestar informações sobre os controlos que realizaram às mesmas até 15 de julho de 2011 (ano n+1).
OS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO ANALISAM A COMPILAÇÃO DOS RELATÓRIOS E VERIFICAM OS DADOS SUBJACENTES
13. Os organismos de certificação são organismos de auditoria independen-tes designados pelos Estados-Membros para examinarem as contas e os registos de pagamento dos organismos pagadores e para elaborarem relatórios destinados à Comissão. Esses relatórios devem ser enviados à Comissão, juntamente com as contas anuais dos organismos pagado-res, até 15 de fevereiro do ano seguinte ao ano em que foram efetuados os pagamentos. Por exemplo, as candidaturas apresentadas em 2010 (n) são pagas em 2011 (n+1) e os organismos de certificação enviam os relatórios até 15 de fevereiro de 2012 (n+2).
14. A Comissão emitiu orientações sobre o trabalho a realizar pelos orga-nismos de certificação e o formato dos relatórios que lhe devem ser transmitidos. Os organismos de certificação devem, inter alia, emitir um parecer sobre:
a) a qualidade do ambiente de controlo através da repetição de, pelo menos, dez controlos no local (por população de despesas10) rea-lizados pelo organismo pagador;
b) os relatórios estatísticos que apresentam os resultados dos con-trolos administrativos e no local, indicando se foram ou não cor-retamente compilados e reconciliados com a base de dados do organismo pagador, com uma pista de auditoria adequada11.
15. A Comissão deu aos Estados-Membros, a partir de 2010, a opção de sub-meterem os organismos pagadores a uma auditoria alargada realizada pelos organismos certificação. No âmbito dessas auditorias alargadas, uma amostra de 110 a 180 controlos no local por população de des-pesas12 efetuados pelos organismos pagadores teria de ser totalmente repetida pelos organismos de certificação13. Essa auditoria aprofundada é apontada como o «reforço da segurança em relação à legalidade e re-gularidade das operações a nível dos beneficiários finais no âmbito do trabalho dos organismos de certificação».
10 Existem quatro populações de despesas: despesas do FEAGA abrangidas pelo SIGC, despesas do FEAGA não abrangidas pelo SIGC, despesas do Feader abrangidas pelo SIGC e despesas do Feader não abrangidas pelo SIGC.
11 Esta avaliação foi exigida pela Comissão a partir do exercício de 2008.
12 O tamanho da amostra depende das garantias que os organismos de certificação conseguem obter do funcionamento do sistema de controlo interno do organismo pagador.
13 Segundo as orientações da Comissão, o organismo de certificação não deve limitar--se à verificação da qualidade dos controlos no local do organismo pagador, devendo abarcar todo o tratamento do processo, desde a receção do pedido de ajuda ao cálculo e à execução do pagamento final, incluindo a aplicação de reduções e sanções.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
16. Nesta opção de «reforço da segurança», o montante das correções fi-nanceiras impostas pela Comissão estaria limitado ao montante que corresponde à taxa de erro resultante dos controlos certificados pelos organismos de certificação. Até à data, cinco Estados-Membros (Bulgária, Grécia, Luxemburgo, Roménia e Reino Unido-Irlanda do Norte) concor-daram em aplicar esta opção.
17. O Regulamento Financeiro14, aprovado em 25 de outubro de 2012, exige que os organismos de certificação emitam um parecer sobre a legalidade e a regularidade das operações subjacentes. Por essa razão, o «reforço da segurança» tornar-se-á obrigatório em todos os Estados-Membros. As propostas legislativas no âmbito da PAC de 2014-2020 incluem, igual-mente, disposições com esse objetivo e a Comissão encontra-se a pre-parar novas orientações sobre a aplicação dessas disposições.
A COMISSÃO ANALISA OS DIFERENTES RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
18. A Comissão realiza análises documentais aos relatórios estatísticos. Essas análises incluem uma combinação de controlos automatizados que testam a coerência interna dos dados apresentados nos relatórios e de controlos manuais que comparam os dados contidos nos relatórios com as informações do ano anterior ou com outros relatórios. Quando a Comissão deteta erros ou incoerências num relatório, solicita ao Esta-do-Membro que corrija a situação, normalmente através da apresentação de dados retificados.
19. A Comissão realiza igualmente auditorias de conformidade ao funciona-mento dos sistemas de gestão e de controlo de organismos pagadores selecionados. Durante essas auditorias, a Comissão testa, geralmente, a fiabilidade dos controlos no local realizados pelos organismos paga-dores através da repetição de uma amostra desses controlos.
20. Após a validação de todos os relatórios dos organismos pagadores, os dados são então utilizados pela Comissão para calcular uma taxa de erro residual, indicada no Relatório Anual de Atividades (ver anexo 1 , em que é apresentado o método de cálculo da taxa de erro residual da Comissão).
14 N.º 5 do artigo 59.º do Regulamento (UE, Euratom) n.º 966/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, relativo às disposições financeiras aplicáveis ao orçamento geral da União e que revoga o Regulamento (CE, Euratom) n.º 1605/2002 do Conselho (JO L 298 de 26.10.2012, p. 1).
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
21. A auditoria pretendeu dar resposta à seguinte questão de caráter ge-ral: «os resultados dos controlos realizados às despesas agrícolas pelos Estados-Membros e comunicados à Comissão são fiáveis?»
22. Esta questão de caráter geral foi subdividida em outras cinco questões:
a) Os controlos administrativos e no local realizados pelos organismos pagadores são eficazes?
b) Os relatórios estatísticos que contêm os resultados dos controlos dos organismos pagadores são compilados e verificados correta-mente antes de serem enviados à Comissão?
c) O trabalho dos organismos de certificação fornece garantias sufi-cientes quanto à qualidade dos controlos no local e à fiabilidade dos relatórios estatísticos?
d) A Comissão assegura a fiabilidade dos relatórios estatísticos?
e) O cálculo da taxa de erro residual pela Comissão é válido em termos estatísticos?
23. A auditoria incidiu nos relatórios estatísticos contendo os resultados dos controlos administrativos e no local de 2010 no âmbito do desenvolvi-mento rural e dos regimes de ajuda direta incluídos no Relatório Anual de Atividades da Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Ru-ral relativo ao exercício de 2011. A auditoria avaliou igualmente o cálculo das taxas de erro residual e a sua apresentação nos relatórios anuais de atividades desta Direção-Geral relativos aos exercícios de 2011 e 2012.
24. O Tribunal incluiu no âmbito da auditoria relatórios estatísticos que abrangem os regimes de ajuda mais significativos em termos financeiros, representando mais de 86% das despesas da PAC, tal como se encontra referido no quadro 1.
ÂMBITO, OBJETIVOS E MÉTODO DA AUDITORIA
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
25. A avaliação da eficácia dos sistemas aplicados pelos organismos pagado-res para a realização de controlos administrativos e no local tem como base os resultados das auditorias do Tribunal relativas às DAS de 2010, 2011 e 2012.
26. Durante a auditoria, o Tribunal visitou nove organismos pagadores em oito Estados-Membros15. Esses nove organismos pagadores geriram 28% das ajudas diretas do FEAGA e 41% das despesas do FEADER em 2011. Os auditores do Tribunal reuniram-se igualmente com os representantes dos respetivos organismos de certificação e os serviços da Comissão responsáveis pelos relatórios estatísticos.
15 Foram incluídos os seguintes Estados-Membros (organismos pagadores) no âmbito da auditoria: Bulgária (SFA), República Checa (SAIF), Grécia (OPEKEPE), Espanha (Castela-Mancha), Itália (AGEA), Polónia (ARMA), Roménia (PIAA e PARDF) e Reino Unido (RPA).
QUADRO 1
SÍNTESE DOS PRINCIPAIS REGIMES DE AJUDA DA PAC E RESPETIVAS DESPESAS DE 2011
RubricasDespesas incorridas no exercício de 2011
Incluídas no âmbito da auditoria?(em milhões
de euros) Percentagem
Intervenções nos mercados agrícolas (despesas da população FEAGA-não SIGC)
3 533
6,3%
Não
Regime de pagamento único (parte das despesas da população FEAGA-SIGC)
31 082
55,4%
Sim
Regime de pagamento único por superfície (parte das despesas da população FEAGA-SIGC)
5 084
9,1%
Sim
Outras ajudas diretas (parte das despesas da população FEAGA-SIGC)
4 012
7,1%
Não
Desenvolvimento rural (despesas das populações FEADER-SIGC e não SIGC)
12 394
22,1%
Sim
TOTAL 56 105 100,0% 86,6%
Fonte: Relatório Anual do Tribunal sobre a execução do orçamento relativo ao exercício de 2011.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
27. A auditoria centrou-se na eficácia dos sistemas concebidos para asse-gurar a fiabilidade das estatísticas de controlo dos Estados-Membros. Mais concretamente:
a) ao nível dos organismos pagadores, o Tribunal avaliou os sistemas de gestão utilizados na compilação e validação dos controlos ad-ministrativos e no local para as medidas do FEAGA e do Feader. O Tribunal realizou análises documentais a 415 candidaturas sub-metidas a controlos no local pelos inspetores dos organismos pa-gadores, a fim de determinar se as mesmas foram adequadamente apresentadas nos relatórios enviados à Comissão. Além disso, a se-leção aleatória de amostras foi igualmente analisada no sentido de determinar a sua representatividade em termos estatísticos;
b) ao nível dos organismos de certificação, o Tribunal analisou os pro-cedimentos de verificação e validação da fiabilidade dos relatórios estatísticos, bem como a avaliação da qualidade dos controlos no local dos organismos pagadores;
c) ao nível da Comissão, o Tribunal examinou os procedimentos apli-cados na verificação dos relatórios estatísticos, incluindo o cálculo que efetuou da taxa de erro residual, e prestou especial atenção à justificação relativa aos principais ajustamentos e correções apli-cados a esses relatórios.
O Relatório Anual do Tribunal relativo ao exercício de 2012 referia, em relação ao Relatório Anual de Atividades da Direção-Geral da Agricultu-ra e do Desenvolvimento Rural, a alteração do método empregue pela Comissão para determinar a taxa de erro residual da ajuda «superfície» dissociada (FEAGA). No presente relatório especial, o Tribunal desenvolve as observações que formulou anteriormente, incluindo uma avaliação aprofundada da fiabilidade dos controlos das despesas agrícolas (FEAGA e Feader) realizados pelos Estados-Membros, bem como da validade do cálculo efetuado pela Comissão da taxa de erro residual. O âmbito da auditoria é assim mais alargado em comparação com o Relatório Anual do Tribunal relativo ao exercício de 2012.
18
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
OS CONTROLOS ADMINISTRATIVOS E NO LOCAL REALIZADOS POR QUASE TODOS OS ORGANISMOS PAGADORES AUDITADOS SÃO APENAS PARCIALMENTE EFICAZES
28. Os controlos administrativos incluem todos os controlos formalizados e os controlos cruzados automatizados necessários para verificar a ele-gibilidade das candidaturas e detetar todas as eventuais irregularida-des. A título de exemplo, as candidaturas relativas a parcelas específicas devem ser comparadas com os dados constantes das bases de dados de registo da elegibilidade das terras.
29. No que respeita aos controlos no local, os inspetores dos organismos pagadores devem certificar-se de que as características da parcela ou do projeto objeto do seu controlo correspondem às informações con-tidas na candidatura, por exemplo, medindo a parcela, examinando as características específicas do projeto ou a documentação relativa ao procedimento para adjudicação dos contratos.
AS INSUFICIÊNCIAS NA QUALIDADE DOS CONTROLOS ADMINISTRATIVOS E NO LOCAL DAS MEDIDAS DO FEAGA RELATIVAS À SUPERFÍCIE RESULTAM NA FALTA DE DETEÇÃO E COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES
30. Entre 2010 e 2012, o Tribunal visitou 15 organismos pagadores em 10 Es-tados-Membros, a fim de avaliar a eficácia dos seus sistemas de super-visão e de controlo no âmbito do RPU/RPUS. Considerou-se que apenas um organismo pagador dispunha de sistemas eficazes para realizar os controlos administrativos e no local, enquanto os sistemas dos restantes 14 organismos pagadores foram avaliados como sendo apenas parcial-mente eficazes ou ineficazes em, pelo menos, um domínio. Um resumo das avaliações figura no anexo II.
31. No que se refere aos anos de 2011 e 2012, os testes efetuados pelo Tri-bunal a 180 operações relativas às despesas do FEAGA revelaram que, respetivamente, 39% e 41% dessas operações estavam afetadas por erros. O Tribunal estima que o erro mais provável se situe, respetivamente, em 2,9% e 3,8%16. Uma parte significativa desses erros resultou de controlos administrativos ineficazes ou de cálculos incorretos das ajudas efetuados pelos organismos pagadores.
OBSERVAÇÕES
16 O Tribunal calcula a sua estimativa de erro a partir de uma amostra estatística representativa. O valor referido é a melhor estimativa. O Tribunal estima, com um grau de confiança de 95%, que a taxa de erro nesta população se situe entre 1,1% e 4,7% no que se refere a 2011, e entre 1,7% e 5,9% no que respeita a 2012 (limites inferior e superior de erro, respetivamente).
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
32. Com base nas auditorias mencionadas17, bem como em auditorias de resultados do RPUS e do RPU18, indicam-se em seguida as principais in-suficiências detetadas pelo Tribunal que afetam os dados constantes dos relatórios dos organismos pagadores e, consequentemente, o cálculo da taxa de erro residual pela Comissão:
— os procedimentos aplicados são insuficientes para assegurar que as ajudas do RPUS ou do RPU são pagas apenas aos beneficiários que se enquadram na definição regulamentar de «agricultor»;
— insuficiências relativas à fiabilidade do Sistema de Identificação das Parcelas Agrícolas (SIPA)19, uma vez que foram registadas superfícies inelegíveis como sendo elegíveis para pagamento (ver exemplos na caixa 1);
— substituição (pelos organismos pagadores) de parcelas inele -gíveis declaradas pelos agricultores por outras parcelas após o prazo legal20;
— cálculos incorretos das ajudas pelos organismos pagadores (relacio-nados sobretudo com «direitos ao pagamento» errados igualmente determinados pelos organismos pagadores);
— avaliação incorreta das terras elegíveis nas parcelas declaradas21 (ver exemplo na caixa 2).
17 Ver os relatórios anuais do Tribunal sobre a execução do orçamento relativos aos exercícios de 2010, 2011 e 2012.
18 Relatório Especial n.º 5/2011 «Regime de Pagamento Único (RPU): aspetos a considerar para melhorar a boa gestão financeira» e Relatório Especial n.º 16/2012 «A eficácia do regime de pagamento único por superfície enquanto regime transitório de apoio aos agricultores nos novos Estados-Membros» (http://eca.europa.eu).
19 O SIPA é uma base de dados que contém o registo da superfície agrícola total (parcelas de referência) dos Estados-Membros e das superfícies elegíveis. A sua fiabilidade é crucial para a qualidade dos controlos cruzados administrativos destinados a assegurar que só é concedida ajuda para as superfícies elegíveis.
CAIXA 1
EXEMPLOS DE DADOS INCORRETOS NO SIPA
Em dois organismos pagadores (Lombardia, em Itália, e Galiza, em Espanha), o Tribunal detetou alguns casos em que as parcelas foram registadas como sendo totalmente elegíveis no SIPA, apesar de se encontrarem co-bertas de florestas densas ou de apresentarem outras características que as tornavam inelegíveis. O Tribunal observou igualmente que o SIPA não foi atualizado com os resultados de recentes controlos no local realizados por organismos pagadores (Lombardia, em Itália, Galiza, em Espanha, e Hungria).
Fonte: Exemplo 3.4 do Relatório Anual do Tribunal relativo ao exercício de 2011.
20 Ver exemplo 3.3 do Relatório Anual do Tribunal relativo ao exercício de 2011 (JO C 344 de 12.11.2012, p. 1).
21 Durante as auditorias de sistemas da DAS de 2010-2012 no âmbito do RPU/RPUS, o Tribunal repetiu 80 controlos no local realizados por inspetores dos organismos pagadores em 10 Estados-Membros, o que implicou uma nova medição e a determinação de superfícies relativamente a 511 parcelas agrícolas. O Tribunal constatou que 11% das parcelas estavam afetadas por erros, já que as superfícies determinadas pelo Tribunal diferiam das superfícies estabelecidas pelos organismos pagadores, excedendo as margens de tolerâncias aplicáveis.
20
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
CAIXA 2
TERRA INELEGÍVEL CONSIDERADA ELEGÍVEL NA SUA QUASE TOTALIDADE DURANTE O CONTROLO DO ORGANISMO PAGADOR
Na Polónia, as BCAA exigem uma atividade regular nas terras aráveis. Contudo, o Tribunal verificou que foram pagas ajudas do RPUS em relação a terras aráveis não utilizadas (ver exemplo da fotografia 1). Na visita a vá-rios beneficiários, o Tribunal deparou-se frequentemente com situações semelhantes. Os beneficiários do RPUS receberam, na maioria dos casos, o pagamento total, ou sujeito apenas a pequenas reduções, mesmo quando as autoridades verificavam que as terras não eram utilizadas havia vários anos.
Fotografia 1 — Antiga terra arável que não foi utilizada durante vários anos
Fonte: Relatório Especial n.º 16/2012 do Tribunal (p. 23).
21
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
AS INSUFICIÊNCIAS NA QUALIDADE DOS CONTROLOS ADMINISTRATIVOS E NO LOCAL DAS MEDIDAS DO FEADER RESULTAM NA FALTA DE DETEÇÃO E COMUNICAÇÃO DE IRREGULARIDADES
33. Entre 2010 e 2012, durante as suas auditorias à conformidade dos sis-temas util izados na gestão das medidas do desenvolvimento rural, o Tribunal visitou 21 organismos pagadores em 16 Estados-Membros. Considerou-se que apenas um organismo pagador dispunha de sistemas eficazes relativamente aos controlos administrativos e que somente seis dispunham de sistemas eficazes relativamente aos controlos no local . Ou seja, uma grande maioria dos organismos pagadores auditados era apenas parcialmente eficaz ou mesmo ineficaz, pelo menos, num domí-nio. O anexo III apresenta um resumo da avaliação.
34. Quanto aos exercícios de 2011 e 2012, o Tribunal constatou que 57% e 63%, respetivamente, das 178 operações22 incluídas na amostra de despesas do Feader estavam afetadas por erros. O Tribunal estima que o erro mais provável se situe em 7,7% e 7,9%23, respetivamente. A maior parte dos erros constatados pelo Tribunal deveriam ter sido detetados pelos organismos pagadores durante os seus controlos administrativos.
35. Indicam-se em seguida as principais insuficiências detetadas pelo Tri-bunal que afetam os dados constantes dos relatórios estatísticos dos Estados-Membros e, consequentemente, o cálculo da taxa de erro resi-dual24 pela Comissão:
— cálculos e pagamentos incorretos das ajudas;
— insuficiências sistemáticas nos controlos administrativos, que re-sultam no financiamento de despesas inelegíveis (por exemplo, do IVA);
— não deteção de incumprimentos durante os controlos no local (ver exemplo na caixa 3);
— incumprimento dos procedimentos para a adjudicação de contratos públicos, que deveria ter sido detetado pelos organismos pagado-res (ver exemplo na caixa 4);
— deficiências nas metodologias de amostragem e incumprimento do número mínimo regulamentar de controlos no local.
36. Os exemplos descritos nas caixas 1 a 4 ilustram que a fiabilidade dos relatórios estatísticos dos Estados-Membros se encontra gravemente prejudicada pelo facto de os organismos pagadores auditados não dete-tarem um número significativo de erros, que, em consequência, acabam por não se refletir nos relatórios enviados à Comissão.
22 Das 178 operações de 2011 e das 177 de 2012, apenas 160 operações, relacionadas com as despesas no âmbito do desenvolvimento rural; as restantes 18 e 17, respetivamente, referem-se a despesas no âmbito do ambiente e da ação climática, dos assuntos marítimos e das pescas, e da saúde e da defesa do consumidor.
23 O Tribunal calcula a sua estimativa de erro a partir de uma amostra estatística representativa. O valor referido é a melhor estimativa. O Tribunal estima, com um grau de confiança de 95%, que a taxa de erro nesta população se situe entre 4,5% e 10,9% no que se refere a 2011 e entre 4,5% e 11,3% no que respeita a 2012 (limites inferior e superior de erro, respetivamente).
24 Ver os relatórios anuais do Tribunal de Contas sobre a execução do orçamento relativos aos exercícios de 2010, 2011 e 2012.
22
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
CAIXA 3
EXEMPLO DE INFRAÇÃO NÃO DETETADA ÀS REGRAS DE ADJUDICAÇÃO DE CONTRATOS PÚBLICOS
Na Roménia, o beneficiário (um município rural) solicitou ajuda para um projeto de investimento que incluía uma rede de abastecimento de água, uma rede de esgotos, a melhoria de estradas locais e um edifício público. Sete proponentes apresentaram propostas, tendo o beneficiário recusado cinco por não cumprirem os requisitos aplicáveis. O Tribunal verificou que o proponente selecionado não respeitava dois requisitos do concurso e, além disso, que tinham sido excluídas outras propostas por não respeitarem precisamente os referidos requisitos. O organismo pagador deveria ter concluído que as respetivas despesas eram inelegíveis.
O Tribunal observou igualmente casos semelhantes de infração às regras de adjudicação de contratos públicos em Espanha (Andaluzia), em França, na Lituânia, na Polónia e na Eslovénia.
Fonte: Exemplo 4.3 do Relatório Anual do Tribunal relativo ao exercício de 2012.
CAIXA 4
EXEMPLO DE QUALIDADE INSUFICIENTE DOS CONTROLOS NO LOCAL POR PARTE DOS ESTADOS-MEMBROS
O Tribunal repetiu os controlos realizados a um projeto na Lombardia (Itália) de construção de um imóvel de dois pisos numa exploração agrícola, incluindo um laboratório para a transformação de frutos e outros produtos da exploração, uma zona de armazenagem e um terraço para a secagem dos frutos.
O organismo pagador aprovou o montante total do pedido de pagamento de saldo (221 205 euros) na sequência de controlos administrativos e no local.
No entanto, o Tribunal constatou que o imóvel tinha predominantemente as características de uma residência particular e não de uma instalação agrícola e que, portanto, os custos a ele relativos não eram elegíveis. O facto de as autoridades nacionais aceitarem o montante total da despesa declarada revela uma insuficiência subs-tancial nos controlos administrativos e no local.
Fonte: Exemplo 4.5 do Relatório Anual do Tribunal relativo ao exercício de 2011.
23
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
A COMPILAÇÃO E A VERIFICAÇÃO INADEQUADAS DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS POR PARTE DOS ORGANISMOS PAGADORES PREJUDICAM AINDA MAIS A SUA FIABILIDADE
37. Para que os resultados comunicados dos controlos sejam comparáveis entre os Estados-Membros, é necessário utilizar a mesma metodologia de com-pilação. A Comissão emitiu orientações aos organismos pagadores com esse objetivo.
AS IMPRECISÕES EXISTENTES NAS ORIENTAÇÕES DA COMISSÃO PREJUDICAM A EXATIDÃO E A PERTINÊNCIA DAS INFORMAÇÕES RECOLHIDAS
38. Apesar de as orientações relativas à comunicação dos resultados dos con-trolos serem, em muitos aspetos, claras para os organismos pagadores, a auditoria do Tribunal detetou um conjunto de insuficiências que afetam a comparabilidade e a coerência dos dados comunicados.
39. Em primeiro lugar, as orientações não exigem aos Estados-Membros que forneçam informações relativas às datas de corte definidas para a compi-lação dos relatórios estatísticos e ao tratamento das candidaturas que não foram totalmente processadas no momento da compilação do relatório. Em consequência, a Comissão não pode avaliar integralmente a exaustivi-dade e a coerência dos dados contidos nos relatórios (ver na caixa 5 vários exemplos de dados incompletos ou inexatos comunicados por alguns dos organismos pagadores auditados).
CAIXA 5
EXEMPLOS DE DADOS INCOMPLETOS OU INEXATOS COMUNICADOS POR ALGUNS DOS ORGANISMOS PAGADORES AUDITADOS
Na Bulgária, o relatório inicial sobre as medidas Feader SIGC foi compilado no início de junho de 2011 e incluía apenas 75% das candidaturas no âmbito das medidas agroambientais. As autoridades búlgaras apresentaram um relatório atualizado em janeiro de 2012, que, ainda assim, incluía apenas 85% das candidaturas.
Na Roménia, os auditores do Tribunal constataram que inúmeras decisões de pagamento que serviram de base à compilação dos relatórios estatísticos foram posteriormente alteradas. Em resultado, o relatório enviado à Co-missão relativo às populações Feader SIGC e Feader não SIGC continha apenas 55,4% e 73,4%, respetivamente, das reduções finais totais e das sanções aplicadas.
Fonte: Provas recolhidas durante a auditoria do Tribunal.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
40. Em segundo lugar, os Estados-Membros devem apresentar os relató-rios em julho de cada ano, sendo estes seis meses depois utilizados pela Comissão para calcular as taxas de erro residual. Não obstante, as orientações não exigem especificamente que os organismos pagadores forneçam estatísticas atualizadas com esse objetivo.
41. Em terceiro lugar, as orientações não exigem que os organismos paga-dores mantenham uma pista de auditoria clara para demonstrar que os dados contidos nos relatórios estatísticos foram submetidos a um número mínimo de verificações de coerência e exatidão antes de serem enviados à Comissão. Esta questão torna-se particularmente importante num contexto de procedimentos de verificação deficientes, detetados pelo Tribunal na maior parte dos organismos pagadores visitados (ver ponto 43).
OS SISTEMAS DE COMPILAÇÃO E VERIFICAÇÃO DOS RELATÓRIOS DOS ORGANISMOS PAGADORES AUDITADOS NÃO SÃO EFICAZES
42. O Tribunal analisou os sistemas dos organismos pagadores para a compi-lação e a verificação dos relatórios e tentou reconciliar os dados apresen-tados nas estatísticas com os dados subjacentes contidos nas bases de dados dos organismos pagadores (para 24 relatórios estatísticos). Além disso, os auditores do Tribunal reviram 414 processos25 para determinar se os resultados dos controlos no local, bem como outras informações de apoio (candidaturas, pedidos de pagamento, etc.), foram registados corretamente nas bases de dados e incluídos nos relatórios enviados à Comissão. Os auditores verificaram igualmente os cálculos das ajudas, incluindo as reduções e as sanções aplicadas.
43. Os auditores do Tribunal detetaram que, em oito dos nove organismos pagadores auditados, a descrição por escrito dos procedimentos uti-lizados na verificação dos dados e na compilação dos relatórios não era suficientemente pormenorizada. Apesar de os representantes dos organismos pagadores afirmarem que essas verificações tinham sido realizadas, esse facto não era devidamente comprovado pelas provas documentais existentes. Estas lacunas podem ter contribuído para a in-clusão de dados incorretos nos relatórios, detetados posteriormente pela Comissão ou durante a auditoria do Tribunal.
25 O objetivo consistia em analisar, relativamente a cada organismo pagador, pelo menos 15 processos por cada uma das três populações de despesas incluídas no âmbito da auditoria. Devido ao tamanho das amostras e ao facto de estas terem sido, nas sua maioria, selecionadas com base numa apreciação subjetiva, não é possível extrapolar os resultados desses testes para toda a população.
25
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
44. Dos 414 processos analisados pelo Tribunal, 118 relatórios estatísticos (28,5%) apresentavam montantes que não se encontravam justificados com documentação adequada. A maior parte dos erros respeitava à exa-tidão dos dados subjacentes contidos nas bases de dados ou à incorreta aplicação das regras de compilação da Comissão. As insuficiências mais significativas ou frequentes que afetam os cálculos das taxas de erros encontram-se descritas a seguir (o anexo IV apresenta mais pormenores sobre os erros encontrados):
— o registo dos resultados dos controlos no local nas bases de dados nem sempre era exato (Itália, Roménia e Reino Unido);
— os candidatos ou os montantes foram registados nas bases de dados como tendo sido controlados no local, o que nem sempre se verifi-cou, e nem todos os requisitos relativos aos controlos no local foram cumpridos (Feader na Grécia, Espanha, Polónia e Roménia) — ver exemplos na caixa 6;
— foram utilizadas, para a compilação dos relatórios, regras de corte que não estavam documentadas, resultando na aplicação de métodos in-coerentes por parte dos organismos pagadores, o que afetou a exaus-tividade e a exatidão dos dados apresentados (Grécia, Itália e Roménia);
— nos relatórios, foram incorretamente incluídas reduções de ajudas relativas a anos anteriores e apresentadas em tabelas erradas infor-mações relativas a certas medidas26 (República Checa e Reino Unido).
EXEMPLOS DE APRESENTAÇÃO INEXATA DO NÚMERO OU VALOR DOS CONTROLOS NO LOCAL REALIZADOS
Na Polónia, o organismo pagador tratou alguns controlos no local como se se tratassem de visitas in loco27 (parte dos controlos administrativos) e vice-versa no relatório sobre as medidas do Feader não baseadas na superfície. A correção desse erro teria aumentado a taxa de erro para os candidatos visitados no local de 0,24% para 0,71%.
Na Roménia, os adiantamentos efetuados para medidas do Feader não baseadas na superfície foram indicados incorretamente em «Montante de pagamentos abrangido pelos controlos no local no exercício de 2010», o que deu origem a uma sobredeclaração de 84% deste montante. Juntamente com outros erros encontrados, esta situação resultou numa subdeclaração global da taxa de erro de 16% (a taxa de erro comunicada foi de 2,44%, quando deveria ter sido de 2,88%).
27 Os controlos no local são definidos pelo n.º 4 do artigo 26.º do Regulamento (CE) n.º 1975/2006 da Comissão, de 7 de dezembro de 2006, que estabelece as regras de execução do Regulamento (CE) n.º 1698/2005 do Conselho, relativas aos procedimentos de controlo e à condicionalidade no que respeita às medidas de apoio ao desenvolvimento rural (JO L 368 de 23.12.2006, p. 74). Têm por objetivo verificar a realização física do projeto. Normalmente, não cumprem todos os requisitos dos controlos in loco estabelecidos pelo artigo 27.º do mesmo regulamento.
Fonte: Provas recolhidas durante a auditoria do Tribunal.
CAIXA 6
26 Algumas medidas de desenvolvimento rural apresentam tanto uma componente relativa à superfície como uma componente de investimento, que deviam ter sido apresentadas separadamente, em duas tabelas diferentes.
26
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
45. Além disso, os auditores do Tribunal detetaram algumas discrepâncias materiais por explicar28 entre os dados fornecidos nos relatórios estatís-ticos e os dados retirados das bases de dados dos organismos pagadores em 16 (66,6%) dos 24 relatórios auditados.
46. Os erros e os problemas resumidos anter iormente têm diferentes impactos nas taxas de erro comunicadas à Comissão. Todos os Esta-dos-Membros auditados se depararam com dificuldades na compilação dos relatórios e, apesar de esses relatórios terem sido controlados pelas autoridades nacionais e, posteriormente, pela Comissão na sua análise documental, ainda existiam erros por detetar (ver exemplos na caixa 7).
28 O nível de materialidade foi definido em 5% do total pertinente das populações auditadas (FEAGA SIGC, Feader SIGC e Feader não SIGC).
EXEMPLOS DE ERROS DETETADOS COM IMPACTO SIGNIFICATIVO NAS TAXAS DE ERRO COMUNICADAS À COMISSÃO
Na Roménia, os dados subjacentes utilizados na compilação dos relatórios que incluíam os resultados dos con-trolos das populações Feader SIGC e não SIGC foram alterados posteriormente, o que originou uma comunicação de reduções mais baixas à Comissão (ver caixa 5). Com base nas informações prestadas subsequentemente ao Tribunal pelas autoridades romenas, o Tribunal só pôde avaliar o impacto dos erros de compilação detetados na população Feader não SIGC, em relação à qual a taxa de erro aumentou de 2,44% para 2,88%.
Na Bulgária, os auditores do Tribunal detetaram, em seis das 13 candidaturas Feader não SIGC analisadas, sobre-declarações consideráveis nas reduções incluídas no relatório estatístico. Relativamente a toda a amostra, essas reduções foram sobredeclaradas em 84,2%, o que se repercutiria significativamente na taxa de erro calculada para esta amostra (descida de 6,96% para 3,9%).
Fonte: Provas recolhidas durante a auditoria do Tribunal.
CAIXA 7
27
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
O TRABALHO DOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO NÃO FORNECE GARANTIAS SUFICIENTES QUANTO À QUALIDADE DOS CONTROLOS NO LOCAL E À FIABILIDADE DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
OS CONTROLOS REALIZADOS PELOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO AOS CONTROLOS NO LOCAL DOS ORGANISMOS PAGADORES SÃO INSUFICIENTES EM NÚMERO E EM QUALIDADE
47. O quadro 2 sintetiza os testes de conformidade efetuados pelos orga-nismos de certificação aos controlos no local dos organismos pagadores incluídos no âmbito da presente auditoria.
SÍNTESE DOS TESTES DE CONFORMIDADE DOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO AOS CONTROLOS NO LOCAL DOS ORGANISMOS PAGADORES PARA O ANO DE PEDIDOS DE 20101
Estado-Membro (organismo pagador)
Tamanho das amostras (substantivas) de conformidade auditadas para cada população Os controlos são repetidos
ou acompanhados? FEAGA SIGC Feader SIGC Feader não SIGC
Bulgária (SFA)1 115 137 10 repetidos: FEAGA e Feader SIGC/ /acompanhados: Feader não SIGC
República Checa (SAIF) 11 13 10 acompanhados
Grécia (OPEKEPE)1 111 111 25 repetidos: FEAGA e Feader SIGC/ /acompanhados: Feader não SIGC
Espanha (Castela-Mancha) 11 10 10 repetidos
Itália (AGEA) 10 10 10 repetidos/acompanhados
Polónia (ARMA) 10 17 10 repetidos
Roménia (PIAA & PARDF)1 184 183 0 repetidos
Reino Unido (RPA) 10 10 10 acompanhados
1 No caso da Bulgária, Grécia e Roménia, o reforço do procedimento de segurança no que se refere à legalidade e regularidade das operações subjacentes foi introduzido em 2011 para o ano de pedidos de 2010 e abrangia as populações FEAGA SIGC e Feader SIGC. Para estes três Estados-Membros, os organismos de certificação realizaram testes substantivos e repetiram os controlos no local.
Fonte: Tribunal de Contas Europeu.
QUADRO 2
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
48. Apesar de a Comissão recomendar a total repetição de um conjunto de controlos no local realizados pelos organismos pagadores, dois dos oito organismos de certificação auditados apenas acompanharam os inspetores dos organismos pagadores nos controlos iniciais. O Tribunal considera que esta abordagem não permite uma avaliação fidedigna do ambiente de controlo dos organismos pagadores, uma vez que é prová-vel que os inspetores realizem controlos mais minuciosos na presença dos auditores dos organismos de certificação.
49. Além disso, à exceção dos organismos de certificação que optaram pelo procedimento de «reforço da segurança», o tamanho das amostras de conformidade (10 a 17 operações por população de despesas) não é su-ficientemente grande para permitir retirar quaisquer conclusões válidas sobre a qualidade dos controlos no local.
EXEMPLOS DE INSUFICIÊNCIAS DOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO: CONTROLOS NÃO COBREM TODOS OS REQUISITOS DE FINANCIAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA
Na República Checa, Polónia e Reino Unido, os questionários utilizados pelos organismos de certificação para a verificação dos controlos no local dos candidatos ao RPU e ao RPUS não mencionavam algumas das condições essenciais de elegibilidade para estes regimes, nomeadamente se:
ο o candidato era um «agricultor» na aceção da alínea a) do artigo 2.º do Regulamento (CE) n.º 73/200929 do Conselho, ou seja, dedicava-se a atividades agrícolas;
ο o candidato tinha à sua disposição as parcelas indicadas na candidatura na data fixada pelo Estado-Membro (n.º 2 do artigo 124.º do Regulamento (CE) n.º 73/2009;
ο a superfície era elegível para efeitos do RPU ou do RPUS (n.º 1 do artigo 35.º e artigo 124.º do Regulamento (CE) n.º 73/2009);
ο as parcelas estavam identificadas de forma fiável para que pudessem ser localizadas e medidas (artigo 6.º do Regulamento (CE) n.º 1122/2009).
29 Regulamento (CE) n.º 73/2009 do Conselho, de 19 de janeiro de 2009, que estabelece regras comuns para os regimes de apoio direto aos agricultores no âmbito da política agrícola comum e institui determinados regimes de apoio aos agricultores, que altera os Regulamentos (CE) n.º 1290/2005, (CE) n.º 247/2006 e (CE) n.º 378/2007 e revoga o Regulamento (CE) n.º 1782/2003 (JO L 30 de 31.1.2009, p. 16).
Fonte: Provas recolhidas durante a auditoria do Tribunal.
CAIXA 8
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
50. Os auditores do Tribunal selecionaram aleatoriamente e examinaram os documentos de trabalho dos organismos de certificação no que respeita a um dos controlos no local repetidos para cada uma das populações de despesas auditadas (FEAGA SIGC, Feader SIGC e não SIGC). O exame revelou que os testes de quatro dos oito organismos de certificação não cobriam todos os requisitos da UE e que os seus trabalhos não se encontravam de-vidamente justificados com provas documentais (ver exemplos na caixa 8).
51. Pelas razões mencionadas, o Tribunal considera que as avaliações dos or-ganismos de certificação auditados não fornecem garantias suficientes quanto à eficácia dos controlos no local dos organismos pagadores e, por conseguinte, não podem contribuir de forma significativa para a avaliação da fiabilidade dos relatórios estatísticos.
EM RELAÇÃO AOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO QUE OPTARAM PELO «REFORÇO DA SEGURANÇA», AS SUAS AVALIAÇÕES DOS RESULTADOS OBTIDOS COM AS AMOSTRAS ALARGADAS TESTADAS ESTÃO AFETADAS POR GRAVES DEFICIÊNCIAS
52. No seu Relatório Anual relativo ao exercício de 2011, o Tribunal deu conta de incoerências conceptuais30 nas orientações da Comissão aplicáveis ao trabalho dos organismos de certificação no âmbito do procedimento de «reforço da segurança em relação à legalidade e regularidade das opera-ções a nível dos beneficiários finais». A Comissão ainda não tomou quais-quer medidas para corrigir estas incoerências.
DEFICIÊNCIAS NO TRABALHO REALIZADO PELOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO
Na Bulgária, o organismo de certificação entregou a um prestador de serviços a repetição dos controlos no local. Em vários casos, o Tribunal verificou que o prestador de serviços tinha avaliado incorretamente a elegibilidade das terras. Além disso, o organismo de certificação não detetou que, nos casos de pedidos relativos à mesma superfície apresentados por dois agricultores (pedidos múltiplos), o organismo pagador, contrariamente ao que dispõe a legislação da UE, substituiu a superfície indicada por um dos agricultores em questão por uma super-fície equivalente, não declarada no pedido de pagamento, situada numa outra parte da parcela de referência.
Na Roménia, o organismo pagador suspendeu todos os pagamentos selecionados pelo organismo de certifica-ção, tendo-lhe apresentado simulações de pagamentos que excluíam superfícies inelegíveis, o que comprometeu a fiabilidade do trabalho do organismo de certificação.
Fonte: Exemplo 3.6 do Relatório Anual do Tribunal relativo ao exercício de 2011.
CAIXA 9
30 «As instruções da Comissão permitem, contudo, uma margem de tolerância de 2% entre os montantes da ajuda validados pelo organismo pagador e os montantes determinados pelo organismo de certificação, bem como uma margem de tolerância suplementar de 2% para a compilação incorreta das estatísticas de controlo pelo organismo pagador. As duas margens de tolerância permitem ao organismo de certificação validar taxas de erro residuais que podem ser subestimadas até 4 pontos percentuais, comprometendo, assim, o limiar de materialidade definido.» (Fonte: ponto 3.37 do Relatório Anual do Tribunal relativo ao exercício de 2011).
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
53. A análise realizada pelo Tribunal das auditorias dos organismos de cer-tificação das populações FEAGA SIGC na Bulgária e Roménia para o ano de pedidos de 2010 e no Luxemburgo e Reino Unido (Irlanda do Norte) para o ano de pedidos de 2011 concluiu que a qualidade do trabalho dos organismos de certificação é insuficiente (ver caixa 9).
54. Em resultado das constatações de auditoria descritas, o Tribunal con-sidera que o trabalho dos organismos de certificação na aplicação das orientações de «reforço da segurança» não fornece garantias suficientes quanto à eficácia dos controlos no local dos organismos pagadores e, consequentemente, à fiabilidade dos relatórios estatísticos.
O ÂMBITO DA ANÁLISE DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS DOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO AUDITADOS É LIMITADO E NÃO FORNECE GARANTIAS RAZOÁVEIS QUANTO À FIABILIDADE DESSES RELATÓRIOS
55. As orientações da Comissão definem o trabalho a realizar pelos organis-mos de certificação relativamente aos relatórios estatísticos apresenta-dos pelos organismos pagadores, a fim de verificar se esses relatórios foram compilados corretamente e reconciliados com as suas bases de dados, mantendo uma pista de auditoria adequada. Em particular, os organismos de certificação devem comparar a exatidão das informações contidas nas bases de dados e utilizadas na compilação dos relatórios com a documentação subjacente (candidaturas e relatórios de controlo) de uma amostra de, pelo menos, 20 relatórios de controlo.
56. Os auditores do Tribunal detetaram as seguintes lacunas na aplicação destas orientações:
— as conclusões do organismo de certificação segundo as quais a re-conciliação dos relatórios com as bases de dados do organismo pagador se apoiava numa pista de auditoria adequada não foram confirmadas pelas constatações do Tribunal (Bulgária, Grécia, Po-lónia e Roménia);
— a amostra de 20 processos abrangeu apenas pagamentos relativos às medidas do Feader SIGC e não incluiu qualquer pagamento re-lativo às medidas do Feader não baseadas na superfície (Bulgária);
— a análise das amostras de 20 processos foi inadequada, já que não assegurou a comparação dos dados apresentados nos relatórios estatísticos com a documentação subjacente, como as candidaturas (Grécia e Itália).
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
57. Além disso, o Tribunal considera que as orientações da Comissão não são suficientemente claras e que o âmbito de alguns controlos é limitado, o que prejudica a sua eficácia. Em especial:
— as orientações não exigem que os organismos de certificação for-mulem observações sobre os procedimentos utilizados pelos or-ganismos pagadores na compilação e verificação das estatísticas;
— o organismo de certificação não é obrigado a realizar quaisquer controlos da coerência ou da exaustividade dos dados dos rela-tórios estatísticos através da comparação com informações cons-tantes de outros relatórios disponíveis (por exemplo, relatórios do ano anterior, relatórios trimestrais sobre os pagamentos do Feader, listas dos candidatos selecionados para os controlos no local e dos candidatos efetivamente controlados);
— os testes realizados a uma amostra de 20 relatórios de controlo por população concentram-se excessivamente na introdução dos resultados dos controlos na base de dados e na sua inclusão nos relatórios estatísticos (em vez de se centrarem na exatidão dos dados subjacentes). O Tribunal considera que os testes devem ser alargados para incluir uma avaliação da adequação do trabalho realizado pelos organismos pagadores desde a receção das candi-daturas, abrangendo, por conseguinte, a verificação dos controlos administrativos das candidaturas;
— o tamanho das amostras (20 operações) a testar é demasiado pequeno para permitir que os resultados destes controlos sejam extrapolados a toda a população, o que impede a quantificação do impacto nas taxas de erro.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
LACUNAS DETETADAS NA ANÁLISE DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS DOS ESTADOS-MEMBROS PELA COMISSÃO
A CONCEÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA COMISSÃO NÃO SE ADEQUA AOS DIFERENTES FINS PARA OS QUAIS AS INFORMAÇÕES SÃO UTILIZADAS
58. As informações solicitadas aos Estados-Membros devem ser claramente definidas e baseadas nas necessidades da Comissão, o que significa que as mesmas devem ser disponibilizadas em tempo oportuno e ter a qua-lidade adequada no que concerne à exatidão e à exaustividade.
59. A Comissão recolhe informações sobre os resultados dos controlos ad-ministrativos e no local para o ano n em 15 de julho de n+1 e utiliza-as para acompanhar a aplicação dos vários regimes de ajuda pelos Esta-dos-Membros, para efeitos de planeamento de auditorias e para calcular a taxa de erro residual publicada no Relatório Anual de Atividades no final de março do ano n+2 (ver anexo V).
60. Apesar de os pedidos de ajuda FEAGA SIGC para o ano n deverem ser pagos até 30 de junho do ano seguinte31, não existe um prazo para os regimes de ajuda Feader SIGC, por isso, os pagamentos podem ser efe-tuados legalmente após 15 de julho do ano n+1. Os resultados das visi-tas do Tribunal aos Estados-Membros revelaram que vários organismos pagadores processaram um grande número de candidaturas do Feader SIGC do ano de pedidos de 2010 após 15 de julho de 2011. Além disso, tendo em conta o tempo necessário para compilar os relatórios estatís-ticos, alguns organismos pagadores que tratam de um grande número de candidaturas nem sequer puderam incluir, nos seus relatórios, os dados finais relativos às candidaturas processadas após o final de maio de 2011. Esses dados foram comunicados com base em estimativas ou totalmente omitidos.
61. Os relatórios estatísticos sobre as medidas do Feader não SIGC incluídos no Relatório Anual de Atividades relativo a um determinado ano contêm resultados de controlos no local referentes a candidaturas pagas no ano anterior. Por conseguinte, as estatísticas utilizadas nesse Relatório Anual de Atividades não são totalmente pertinentes para o período abrangido pelo relatório.
31 N.º 2 do artigo 29.º do Regulamento (CE) n.º 73/2009.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
62. Em geral, o Tribunal considera que o sistema de informação da Comissão fornece dados que não são suficientemente exatos e completos, nem totalmente pertinentes, para esta poder calcular a taxa de erro residual.
APESAR DAS LACUNAS SUPRAMENCIONADAS, A COMISSÃO DETETOU ERROS EM MAIS DE METADE DOS RELATÓRIOS DOS ESTADOS-MEMBROS
63. Os dados discriminados que servem de base aos relatórios estatísticos (quadros X) não são disponibilizados à Comissão a tempo de ser reali-zada a análise documental nem num formato adequado a essa mesma análise. Por conseguinte, o âmbito da análise da Comissão está limitado ao controlo da coerência interna desses relatórios. Esta limitação explica a razão pela qual foram detetados erros nas auditorias do Tribunal que a análise documental da Comissão não detetou.
64. Os resultados da análise documental realizada pela Comissão encon-tram-se resumidos no gráfico 2.
SÍNTESE DAS CORREÇÕES AOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS EM RESULTADO DA ANÁLISE DOCUMENTAL DA COMISSÃO
GRÁFICO 2
Relatórios não alteradosdesde a sua receção
46%
Correções menoresefetuadas aos
relatórios com impactolimitado nas taxas de erro
26%
Correções efetuadasaos relatórios com
efeitos substanciaisnas taxas de erro
22%
Relatórios corrigidosapós a sua publicação
no Relatório Anualde Atividades de 2011
6%
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
65. Apesar de o Tribunal ter identificado algumas lacunas na aplicação, por parte da Comissão, dos procedimentos de verificação, o número considerável de erros que esta encontrou nos três tipos de relatórios auditados (FEAGA SIGC, Feader SIGC e Feader não SIGC) mostra que a sua análise documental permite, ainda assim, detetar um conjunto de erros, na sua maior parte de compilação, que passou despercebido ao nível dos Estados-Membros. Este facto ressalta igualmente que a maioria dos Estados-Membros não consegue apresentar estatísticas completas e exatas dentro do prazo definido.
A ANÁLISE REALIZADA PELA COMISSÃO AOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS DURANTE AS SUAS AUDITORIAS DE CONFORMIDADE NÃO É SUFICIENTE
66. Tal como explicado anteriormente, o âmbito da análise documental dos relatórios apresenta algumas limitações, que podem ser atenuadas du-rante as visitas aos Estados-Membros selecionados para a realização das auditorias de conformidade (que integram o procedimento de apura-mento das contas).
67. Contudo, o âmbito do trabalho não foi suficientemente pormenorizado nos documentos internos da Comissão, o que resultou na adoção de diferentes métodos pelo seu pessoal durante as visitas de auditoria aos organismos pagadores. Além disso, o âmbito das reconciliações e dos testes de verificação era limitado e, em alguns casos, excluiu, inclusiva-mente, o controlo das reduções comunicadas, ainda que essa informação se revestisse da maior importância para o cálculo da taxa de erro residual.
68. A maior parte dos erros ou anomalias encontrados pela Comissão du-rante as suas auditorias de conformidade dizia respeito aos relatórios referentes às medidas do Feader. Os mais significativos foram detetados em três organismos pagadores auditados entre setembro e dezembro de 2011. Não obstante, a Comissão não solicitou aos organismos paga-dores competentes a apresentação de versões corrigidas dos relatórios ou recebeu-as demasiado tarde para poder tê-las em conta no cálculo da taxa de erro residual publicada no Relatório Anual de Atividades em março de 2012.
69. O Tribunal considera que as auditorias de apuramento da conformidade poderiam contribuir mais para melhorar a qualidade dos relatórios esta-tísticos dos Estados-Membros concedendo uma maior atenção à com-paração das estatísticas comunicadas com os registos subjacentes dos organismos pagadores.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
A ESTIMATIVA DOS PAGAMENTOS IRREGULARES EFETUADA PELA COMISSÃO NÃO É VÁLIDA EM TERMOS ESTATÍSTICOS E TEM CONSEQUÊNCIAS NA FIABILIDADE DA DECLARAÇÃO ANUAL DA DIREÇÃO-GERAL DA AGRICULTURA E DO DESENVOLVIMENTO RURAL
OS MÉTODOS DE SELEÇÃO ALEATÓRIA DE AMOSTRAS DOS ESTADOS-MEMBROS NEM SEMPRE SÃO VÁLIDOS EM TERMOS ESTATÍSTICOS, AFETANDO, DESTE MODO, A REPRESENTATIVIDADE DESSAS AMOSTRAS
70. Em primeiro lugar, o Tribunal avaliou em que medida a Comissão forneceu aos Estados-Membros orientações claras sobre a forma de selecionar alea-toriamente amostras de candidatos a submeter a controlos no local e, em segundo lugar, se os procedimentos utilizados pelos organismos pagadores asseguraram a seleção aleatória dos candidatos e proporcionaram a maior representatividade possível de toda a população. Em relação ao primeiro elemento avaliado, o Tribunal verificou que a Comissão não fornece orien-tações suficientemente claras sobre a seleção aleatória de amostras e não exige aos organismos pagadores que efetuem controlos ex post a fim de verificar se essas amostras são suficientemente representativas de toda a população no que diz respeito a algumas características fundamentais (por exemplo, o tamanho da exploração agrícola ou o tipo de superfície agrícola explorada).
71. Quanto ao segundo elemento avaliado, o Tribunal assinalou as seguintes insuficiências no que se refere às seleções aleatórias:
— os organismos pagadores não documentaram de forma suficiente-mente clara as etapas da seleção aleatória a seguir para evitar a apli-cação de métodos diferentes de um ano para o outro (Espanha: Cas-tela-Mancha; Itália: AGEA; Polónia e Roménia);
— as amostras aleatórias foram, por vezes, retiradas exclusivamente de populações de alto risco (Espanha: Castela-Mancha), passando a cons-tituir amostras baseadas nos riscos e não amostras aleatórias;
— o método de amostragem utilizado estabeleceu como prioridade as candidaturas a mais do que uma medida baseada na superfície, o que indica que a amostra não era plenamente representativa de toda a população pois os candidatos às ajudas do RPU e das zonas desfavorecidas tinham maior probabilidade de serem selecionados do que os que se candidatavam apenas à ajuda do RPUS (Bulgária, República Checa, Grécia e Roménia);
— não era possível selecionar para o controlo no local alguns benefici-ários, que se candidatavam pela primeira vez às medidas do Feader baseadas na superfície, já que a amostra aleatória foi retirada antes do término do prazo para a apresentação das candidaturas (Grécia);
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
— verificaram-se diferenças consideráveis e injustificadas entre a po-pulação da amostra aleatória e toda a população no que se refere a algumas características fundamentais, como a superfície média declarada (Itália: AGEA), o que suscita dúvidas quanto ao método de amostragem aleatória utilizado.
72. As lacunas anteriormente mencionadas, detetadas na amostragem ale-atória de candidatos para os controlos no local pelos organismos paga-dores, afetaram a representatividade estatística das amostras e, conse-quentemente, a fiabilidade das taxas de erro. Ainda que a maioria dessas lacunas, consideradas individualmente, tenha um impacto meramente limitado nas taxas de erro, no caso de um organismo pagador (Espa-nha: Castela-Mancha), o eventual impacto pode ser importante devido à gravidade dos problemas detetados.
O MÉTODO UTILIZADO PELA COMISSÃO PARA ESTIMAR A TAXA DE ERRO RESIDUAL NÃO É VÁLIDO EM TERMOS ESTATÍSTICOS
73. O Tribunal avaliou em que medida os cálculos da Comissão de uma taxa de erro residual foram efetuados corretamente em termos matemáti-cos e se permitem obter estimativas estatisticamente válidas das taxas de erro que permanecem nos pagamentos após a realização de todos os controlos.
74. Antes do Relatório Anual de Atividades relativo a 2012, a Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural baseava os seus cálculos da taxa de erro residual nos resultados dos controlos no local apresenta-dos nos relatórios estatísticos dos Estados-Membros. Contudo, a fim de ter em conta as insuficiências nos controlos administrativos e no local, a Comissão aumentou as taxas de erro comunicadas em 25%.
75. No seu Relatório Anual de Atividades de 2012, no seguimento de uma avaliação da fiabilidade dos procedimentos aplicados, a Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural reviu o seu método. A Comissão avaliou todos os organismos pagadores32 e corrigiu as taxas de erro co-municadas com base nos resultados dessas avaliações (ver igualmente o anexo I). Em 2012, essas taxas foram assim ajustadas entre 2 e 5 pontos percentuais em 37 dos 81 organismos pagadores.
32 As avaliações relativas a 2011 c`onsistiram em análises documentais das informações disponibilizadas aos serviços da Comissão (resultados da auditoria de conformidade, relatórios do Tribunal e dos organismos de certificação) respeitantes, na maioria, a exercícios anteriores.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
76. Em resultado, a taxa de erro residual das despesas SIGC do Feader de 2012 calculada pela Comissão situa-se em 2,4%, ou seja, 4,5 vezes a taxa de erro de 0,54%33 calculada com base nos relatórios estatísticos dos Estados-Membros.
77. Os resultados do novo método confirmam que são limitadas as garantias que se podem obter a partir dos relatórios estatísticos, das declarações dos diretores dos organismos pagadores e do trabalho realizado pelos organismos de certificação. De facto, os diretores dos 37 organismos pa-gadores cuja taxa de erro da população FEAGA SIGC a Comissão decidiu corrigir tinham emitido um parecer sem reservas e, desses 37, 32 foram igualmente objeto de parecer sem reservas por parte dos organismos de certificação.
78. A alteração metodológica de 2012 reconhece as insuficiências menciona-das pelo Tribunal nos seus relatórios anuais e confirmadas pelo Serviço de Auditoria Interna da Comissão em 2013. Embora o Tribunal consi-dere que o novo método constitui um passo na direção certa, este só é aplicado parcialmente. Além disso, é necessário notar que o aumento de 2 a 5 pontos percentuais das taxas de erro comunicadas não é esta-tisticamente válido e atualmente não proporciona uma base fiável para estimar a taxa de erro residual.
QUADRO 3
EVOLUÇÃO DOS ERROS MAIS PROVÁVEIS DO TRIBUNAL E DAS TAXAS DE ERRO RESIDUAL DA COMISSÃO
Despesas
Resultados dos testes das operações realizados pelo Tribunal Cálculo das taxas de erro
residual pela ComissãoLimite inferior Erro mais
provável Limite superior
FEAGA para o exercício de 2011 1,1% 2,9% 4,7% 0,55%
FEAGA para o exercício de 2012 1,7% 3,8% 5,9% 2,24%
FEADER para o exercício de 20111 4,5% 7,7% 10,9% 1,89%
FEADER para o exercício de 20121 4,5% 7,9% 11,3% 1,62%1 Das 178 operações em 2011 e 177 em 2012, apenas 160 operações estavam relacionadas com as despesas do desenvolvimento rural, as restantes 18 e 17, respetivamente, referiam-se a despesas no âmbito do ambiente e da ação climática, dos assuntos marítimos e das pescas, e da saúde e da defesa do consumidor.
Fonte: Relatórios anuais do Tribunal sobre a execução do orçamento relativos aos exercícios de 2011 e 2012 e Relatório Anual de Ativida-des de 2012 da Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.
33 Média ponderada da UE-27 das taxas de erro comunicadas pelos Estados--Membros nos relatórios estatísticos para a população de despesas do FEAGA SIGC.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
O NÍVEL DE ERRO COMUNICADO PELA DIREÇÃO-GERAL DA AGRICULTURA E DO DESENVOLVIMENTO RURAL NÃO PODE SER COMPARADO COM O ERRO MAIS PROVÁVEL DO TRIBUNAL
79. O Tribunal comparou a sua própria metodologia de teste das operações e a sua estimativa da taxa de erro mais provável com a metodologia da Comissão relativa ao cálculo da taxa de erro residual.
80. Nos últimos anos, a Comissão publicou sistematicamente taxas de erro residual mais baixas do que a taxa de erro mais provável do Tribunal, como indicado no quadro 3.
81. As diferenças significativas entre as estimativas das taxas de erro do Tribunal e da Comissão exigem explicações. As constatações do Tribu-nal sugerem que é possível encontrá-las nos elementos resumidos nos pontos seguintes.
82. Em primeiro lugar, as metodologias utilizadas para calcular as taxas de erro são diferentes.
83. Em segundo lugar, no que diz respeito aos «ajustamentos» realizados pela Comissão (ver pontos 74-78), o Tribunal considera que não consti-tuem uma solução estatisticamente válida para ter em conta a falta de fiabilidade dos relatórios estatísticos dos Estados-Membros, nos quais se baseia a estimativa da taxa de erro residual.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
84. Em terceiro lugar, embora as amostras dos beneficiários submetidos a con-trolos no local pelos organismos pagadores sejam de tamanho significati-vamente maior do que as amostras do Tribunal e devessem, em princípio, permitir a obtenção de estimativas mais precisas da taxa de erro residual, as lacunas detetadas na eficácia dos controlos e na sua compilação compro-metem a fiabilidade dos relatórios enviados à Comissão. O Tribunal realiza, por seu lado, análises documentais e no local rigorosas de todas as condi-ções de elegibilidade para os pagamentos selecionados nas amostras e, em muitos casos, encontram-se erros que deveriam ter sido detetados pelos organismos pagadores através dos controlos administrativos ou no local.
85. Esta situação encontra-se ilustrada nos dois gráficos seguintes, que analisam os erros identificados nas operações testadas pelo Tribunal relativamente ao exercício de 2011. O gráfico 3 revela que, no que se refere às operações do FEAGA, 55% dos erros detetados pelo Tribunal deveriam ter sido corrigidos numa fase anterior pelos organismos pagadores.
86. O gráfico 4 revela que, no que se refere às operações do Feader, 76% dos erros detetados pelo Tribunal deveriam ter sido corrigidos numa fase an-terior pelos organismos pagadores.
GRÁFICO 3
Erros de sobredeclaraçãode superfícies
38%
Erros administrativos(cálculo incorreto dospagamentos/direitos)
25%
Erros administrativos(controlos cruzados
ineficazes com a basede dados dos animais)
10%
Erros administrativos(incumprimento
das regras de adjudicaçãode contratos)
20%
Erros de condicionalidade 7%
TIPOS DE ERROS DETETADOS NO ÂMBITO DA AUDITORIA DA REGULARIDADE DAS OPERAÇÕES RELATIVAS À AGRICULTURA: MEDIDAS DE MERCADO E AJUDAS DIRETAS (EXERCÍCIO DE 2011)
Fonte: Relatório Anual do Tribunal sobre a execução do orçamento relativo ao exercício de 2011.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
87. Em quarto lugar, o impacto quantitativo de um erro pode ser avaliado pelo Tribunal de modo diferente do que é recomendado nas orienta-ções da Comissão. Por exemplo, o Tribunal considera que as infrações materiais às regras aplicáveis à adjudicação de contratos públicos ( já que a operação não deveria ter sido autorizada) correspondem a um erro de 100%, mas as orientações da Comissão preveem uma avaliação da «gravidade» da infração, que pode resultar num erro estimado em apenas 20% do pagamento total.
88. Em quinto lugar, as infrações às regras em matéria de condicionalidade são incluídas no cálculo da taxa de erro realizado pelo Tribunal, mas a Comissão exclui essas infrações do seu cálculo da taxa de erro residual. Por exemplo, as infrações em matéria de condicionalidade representaram 0,2 pontos percentuais do erro mais provável calculado pelo Tribunal para as despesas do FEAGA em 2011.
89. Por fim, os controlos dos organismos pagadores apresentam um cará-ter ex ante (ou seja, são realizados antes do pagamento), ao passo que o Tribunal audita os pagamentos efetuados (ou seja, ex post).
GRÁFICO 4
Erros de condicionalidade3%
Erros de sobredeclaraçãode superfícies
8%
Erros administrativos(incumprimento das regras de
adjudicação de contratos)31%
Erros administrativos(cálculo incorreto dos
pagamentos/pagamentosinelegíveis)
45%
Incumprimentodos compromissos
agroambientais9%
Outros erros 4%
TIPOS DE ERROS DETETADOS NO ÂMBITO DA AUDITORIA DA REGULARIDADE DAS OPERAÇÕES NO DOMÍNIO DO DESENVOLVIMENTO RURAL (EXERCÍCIO DE 2011)
Fonte: Relatório Anual do Tribunal sobre a execução do orçamento relativo ao exercício de 2011.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
90. O Tribunal avaliou a fiabilidade dos relatórios que contêm os resultados dos controlos administrativos e no local dos organismos pagadores re-lativos ao ano de pedidos de 2010. Examinou igualmente se a utilização, por parte da Comissão, dos relatórios estatísticos e o seu cálculo da taxa de erro residual proporciona uma estimativa válida em termos estatísti-cos das irregularidades nos pagamentos. No cômputo geral, o Tribunal conclui que os resultados dos controlos realizados às despesas agrícolas pelos Estados-Membros e comunicados à Comissão não são fiáveis.
É NECESSÁRIO MELHORAR SIGNIFICATIVAMENTE A EFICÁCIA DOS CONTROLOS ADMINISTRATIVOS E NO LOCAL REALIZADOS PELOS ORGANISMOS PAGADORES
91. As auditorias anteriores do Tribunal, bem como as próprias auditorias da Comissão, revelam que os sistemas utilizados nos controlos adminis-trativos e no local foram apenas parcialmente eficazes, comprometen-do gravemente a fiabilidade das informações que os Estados-Membros prestam à Comissão (pontos 30-36).
A Comissão deve assegurar a ef icácia dos controlos administrativos e no local realizados pelos organismos pagadores. Por conseguinte, o Tribunal reitera as seguintes recomendações específ icas, incluídas nos seus dois últimos relatórios anuais:
— os organismos pagadores devem melhorar de forma significativa os seus controlos administrativos (procedimentos de verif ica-ção das candidaturas, deteção de despesas inelegíveis) e utili-zar todas as informações pertinentes que lhes são disponibi-lizadas com vista à deteção e à correção dos erros existentes nas candidaturas;
— a qualidade das bases de dados do SIPA deve ser melhorada de forma considerável para identif icar claramente as superfí- cies inelegíveis;
— os controlos no local devem ser realizados com mais rigor a fim de determinar corretamente as superfícies e as despesas elegíveis.
RECOMENDAÇÃO 1
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
OS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS ELABORADOS PELOS ORGANISMOS PAGADORES DEVEM SER VERIFICADOS E COMPILADOS DE FORMA MAIS RIGOROSA ANTES DE SEREM ENVIADOS À COMISSÃO
92. Embora a Comissão forneça orientações circunstanciadas sobre a com-pilação dos relatórios estatísticos, estas nem sempre são aplicadas cor-retamente pelos organismos pagadores. Além disso, os dados incluídos nos relatórios eram frequentemente incompletos ou baseados em esti-mativas, uma vez que os relatórios foram concluídos antes de todas as candidaturas terem sido processadas (pontos 37-41).
93. A maioria dos organismos pagadores auditados não dispunha de proce-dimentos escritos para assegurar a exatidão dos relatórios antes do seu envio à Comissão. Apesar de terem efetuado testes de verificação, a sua natureza e extensão foram limitadas e não detetaram erros, que foram posteriormente identificados pelas análises documentais dos serviços da Comissão ou pelas auditorias do Tribunal. Além disso, os controlos realizados pelos organismos pagadores não foram, na sua maioria, de-vidamente documentados (pontos 42-46).
A Comissão deve clarif icar as suas orientações sobre a compilação dos relatórios estatísticos. Estas orientações devem, nomeadamente, forne-cer instruções sobre as datas de corte e o tratamento das candidaturas ainda não processadas, bem como a natureza e a extensão dos testes a realizar pelos organismos pagadores antes do envio dos relatórios à Comissão.
Os organismos pagadores dos E s tados- M embros devem def inir procedimentos escritos sobre a verif icação e a compilação dos dados incluídos nos relatórios e documentar devidamente todos os contro- los realizados.
RECOMENDAÇÃO 2
43
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
O TRABALHO DOS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO NÃO FORNECE GARANTIAS SUFICIENTES À COMISSÃO QUANTO À FIABILIDADE DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS
94. Os organismos de certificação não fornecem garantias suficientes à Co-missão quanto à adequação dos controlos no local realizados pelos organismos pagadores ou à fiabilidade das estatísticas (pontos 47-57).
A Comissão deve alterar as orientações destinadas aos organismos de certificação e acompanhar a sua correta aplicação. As alterações devem ser formuladas por forma a:
— aumentarem a amostra mínima dos controlos no local dos or-ganismos pagadores a testar pelos organismos de certif icação;
— exigirem a repetição desses controlos em vez de apenas acom-panharem os inspetores dos organismos pagadores;
— clarif icarem o trabalho de verif icação a realizar no que toca à compilação dos relatórios estatísticos.
RECOMENDAÇÃO 3
44
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
UTILIZAÇÃO INADEQUADA E ANÁLISE LIMITADA DAS ESTATÍSTICAS DOS ESTADOS-MEMBROS POR PARTE DA COMISSÃO
95. O Tribunal considera que o sistema de informação dos resultados dos controlos dos Estados-Membros de que a Comissão dispõe não é eficaz na resposta às necessidades desta última. Algumas das informações atu-almente disponibilizadas não são totalmente pertinentes ou são incom-pletas e inexatas para poderem ser utilizadas enquanto tal no Relatório Anual de Atividades e no procedimento de quitação (pontos 58-62).
96. A análise limitada das estatísticas dos Estados-Membros realizada pela Comissão não pode assegurar a respetiva fiabilidade. A análise docu-mental que esta faz dos relatórios estatísticos limita-se à verificação da coerência interna das informações, mas não permite comparar o respe-tivo conteúdo com os dados subjacentes (pontos 63-65).
97. Essas limitações não são completamente atenuadas durante as auditorias (de conformidade) no local efetuadas pela Comissão nos Estados-Mem-bros selecionados. Além disso, nos casos em que as auditorias da Co-missão permitiram detetar dados incorretos nos relatórios estatísticos, esses dados não foram corrigidos antes de serem utilizados no Relatório Anual de Atividades (pontos 66-69).
A Comissão deve assegurar que recebe informações completas, no mo-mento mais oportuno, sobre os controlos realizados pelos organismos pagadores. Em particular, os prazos para a apresentação dos relatórios à Comissão devem ser repensados a f im de os ajustar ao período do ano em que são efetivamente verificados e utilizados pelos serviços da Comissão. Este é um aspeto particularmente importante para o cálculo da taxa de erro residual pela Comissão.
A Comissão deve harmonizar os sistemas de verif icação dos relatórios estatísticos. As análises documentais devem ser o mais automatizadas possível e incluir uma reconciliação sistemática entre os dados contidos nos relatórios e os dados subjacentes.
As auditorias de conformidade da Comissão devem igualmente abran-ger a análise das verif icações realizadas pelos organismos pagadores e de certif icação.
RECOMENDAÇÃO 4
45
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
A ESTIMATIVA DA TAXA DE ERRO RESIDUAL PELA COMISSÃO NÃO É VÁLIDA EM TERMOS ESTATÍSTICOS
98. No Relatório Anual de Atividades da Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, a declaração de fiabilidade do diretor-geral, que inclui, inter alia , a legalidade e a regularidade das operações ao nível dos beneficiários finais, assenta em taxas de erro residual estimadas com base nos relatórios estatísticos dos Estados-Membros sobre os re-sultados dos controlos administrativos e no local realizados pelos orga-nismos pagadores.
99. Tal como se refere no presente relatório, as estatísticas dos Estados-Mem-bros não proporcionam, em si, uma base fiável para a Comissão estimar a taxa de erro residual devido às insuficiências que apresentam. Além disso, os ajustamentos efetuados pela Comissão às taxas de erro calcu-ladas para cada organismo pagador e a taxa de erro residual não são válidos em termos estatísticos (pontos 73-78).
O presente relatório foi adotado pela Câmara I, presidida por Jan KINŠT, membro do Tribunal de Contas, no Luxemburgo, na sua reunião de 18 de dezembro de 2013.
Pelo Tribunal de Contas
Vítor Manuel da SILVA CALDEIRAPresidente
Com base no trabalho dos organismos pagadores e na função alargada dos organismos de certif icação, a Comissão deve tomar as medidas necessárias para chegar a uma estimativa estatisticamente válida do atual impacto das irregularidades existentes nos pagamentos após a re-alização de todos os controlos.
Todavia, a f iabilidade e a validade estatística do trabalho realizado pelos organismos pagadores e de certif icação necessitariam de me-lhorias consideráveis (em consonância com o presente relatório) para permitir que a Comissão34 possa retirar dele uma estimativa válida da taxa de erro residual.
RECOMENDAÇÃO 5
34 Ver o ponto 27 do Parecer n.º 1/2012 do Tribunal sobre determinadas propostas de regulamentos relativos à política agrícola comum no período de 2014-2020.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES DOS SISTEMAS DE SUPERVISÃO E DE CONTROLO SELECIONADOS (FEAGA SIGC)
ANEXO II
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ANEXO II
49
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Luxe
mbu
rgo
RPU
Parci
almen
te efi
caz
Os va
lores
dos d
ireito
s aum
enta
ram
, con
traria
ndo
a leg
islaç
ão da
Uniã
o Eur
opeia
.Efi
caz
—
Reino
Unid
o (In
glate
rra)
RPU
Inefi
caz
Info
rmaç
ão in
com
pleta
ou in
corre
ta so
bre
o tam
anho
e a e
legibi
lidad
e das
terra
s na b
ase
de da
dos d
o SIPA
.Ap
licaç
ão in
corre
ta da
defin
ição d
a UE
de «a
gricu
ltor»
.Pa
gam
ento
s rea
lizad
os pa
ra su
perfí
cies i
neleg
íveis.
Inco
erên
cias n
as ba
ses d
e dad
os do
s dire
itos.
Não a
plica
ção d
e san
ções
para
supe
rfície
s de
clara
das i
ncor
reta
men
te em
baldi
os.
Proc
essa
men
to in
corre
to do
s res
ultad
os
de co
ntro
los na
s bas
es de
dado
s do S
IGC.
Parci
almen
te efi
caz
Quali
dade
insu
ficien
te da
s med
ições
de
supe
rficie
dura
nte o
s con
trolos
no lo
cal.
Reino
Unid
o (Ir
landa
do
Nor
te)
RPU
Inefi
caz
Info
rmaç
ão in
com
pleta
ou in
corre
ta so
bre
o tam
anho
e a e
legibi
lidad
e das
terra
s na b
ase
de da
dos d
o SIPA
.Co
rreçã
o de e
rros d
etet
ados
nos p
edido
s com
o se
ndo e
rros m
anife
stos s
em a
devid
a apli
caçã
o de
sanç
ões.
Aplic
ação
inco
rreta
da de
finiçã
o da U
E de
«agr
iculto
r».
Paga
men
tos r
ealiz
ados
para
supe
rfície
s ine
legíve
is.Pr
oces
sam
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inco
rreto
dos r
esult
ados
de
cont
rolos
nas b
ases
de da
dos d
o SIG
C.De
ficiên
cias n
os co
ntro
los cr
uzad
os ad
mini
strat
ivos
e pag
amen
tos r
ealiz
ados
ante
s da c
orre
ção
do ap
uram
ento
das a
nom
alias
.
Parci
almen
te efi
caz
Quali
dade
insu
ficien
te da
s med
ições
de
supe
rficie
dura
nte o
s con
trolos
no lo
cal.
Font
e: R
elat
ório
s A
nuai
s do
Trib
unal
rela
tivos
aos
exe
rcíc
ios
de 2
010,
201
1 e
2012
.
ANEXO II
50
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
ANEXO III
RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES DOS SISTEMAS DE SUPERVISÃO E DE CONTROLO SELECIONADOS (FEADER)
Ano
Esta
do-
-Mem
bro
Proc
edim
ento
s e co
n-tr
olos
adm
inist
rativ
os
para
ass
egur
ar a
corr
e-çã
o do
s pag
amen
tos,
inclu
indo
a q
ualid
ade
das b
ases
de
dado
s
Tipo
s de
insu
ficiê
ncia
s det
etad
as
(com
impa
cto
na fi
abili
dade
das
es
tatís
ticas
de
cont
rolo
)
Met
odol
ogia
apl
icada
ao
s con
trol
os n
o lo
cal,
sele
ção,
exe
cuçã
o,
cont
rolo
de
qual
idad
e e
divu
lgaç
ão d
os d
ife-
rent
es re
sulta
dos
Tipo
s de
insu
ficiê
ncia
s det
etad
as
(com
impa
cto
na fi
abili
dade
das
es
tatís
ticas
de
cont
rolo
)
2010
Repú
blica
Chec
aPa
rcialm
ente
efica
z
Regr
as, c
álculo
s e pa
gam
ento
s inc
orre
tos (
paga
men
to
em ex
cesso
, regr
as de
toler
ância
, des
pesa
s nã
o eleg
íveis,
redu
ções
).Fa
lta de
prov
as, d
eficiê
ncias
e co
ntro
los in
efica
zes
relat
ivam
ente
às co
ndiçõ
es de
eleg
ibilid
ade
e às a
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izaçõ
es.
Parci
almen
te efi
caz
Insu
ficiên
cias r
elacio
nada
s com
a qu
alida
de
dos c
ontro
los no
loca
l efet
uado
s e do
s con
trolos
ex
post.
Legis
lação
aplic
ável
às sa
nçõe
s não
conf
orm
e co
m a
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ação
da U
nião E
urop
eia.
Cont
rolos
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uado
s com
atra
so e
não r
epar
tidos
ao
long
o do a
no.
Alem
anha
(M
eckle
nbur
g-Vo
rpom
mer
n)Efi
caz
—Efi
caz
—
Franç
aIn
efica
z
Paga
men
tos e
fetua
dos a
ntes
da co
nclus
ão
dos c
ontro
los ob
rigat
órios
.Re
gras
, cálc
ulos e
paga
men
tos i
ncor
reto
s (pa
gam
ento
em
exce
sso, re
gras
de to
lerân
cia, d
espe
sas
não e
legíve
is, re
duçõ
es).
Falta
de pr
ovas
, defi
ciênc
ias e
cont
rolos
inefi
caze
s re
lativa
men
te às
cond
ições
de el
egibi
lidad
e e à
s aut
oriza
ções
.
Parci
almen
te efi
caz
Ausê
ncia
de av
aliaç
ão do
s res
ultad
os
dos c
ontro
los no
loca
l.De
ficiên
cias n
a met
odolo
gia de
seleç
ão
e inc
umpr
imen
to da
taxa
míni
ma n
os co
ntro
los
no lo
cal.
Insu
ficiên
cias r
elacio
nada
s com
a qu
alida
de
dos c
ontro
los no
loca
l efet
uado
s e do
s con
trolos
ex
post.
Itália
(Tos
cana
)Pa
rcialm
ente
efica
z
Regr
as, c
álculo
s e pa
gam
ento
s inc
orre
tos (
paga
men
to
em ex
cesso
, regr
as de
toler
ância
, des
pesa
s nã
o eleg
íveis,
redu
ções
).Fa
lta de
prov
as, d
eficiê
ncias
e co
ntro
los in
efica
zes
relat
ivam
ente
às co
ndiçõ
es de
eleg
ibilid
ade
e às a
utor
izaçõ
es.
Parci
almen
te efi
caz
Ausê
ncia
de av
aliaç
ão do
s res
ultad
os
dos c
ontro
los no
loca
l.De
ficiên
cias n
a met
odolo
gia de
seleç
ão
e inc
umpr
imen
to da
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míni
ma n
os co
ntro
los
no lo
cal.
Insu
ficiên
cias r
elacio
nada
s com
a qu
alida
de
dos c
ontro
los no
loca
l efet
uado
s e do
s con
trolos
ex
post.
Letó
niaIn
efica
z
Regr
as, c
álculo
s e pa
gam
ento
s inc
orre
tos (
paga
men
to
em ex
cesso
, regr
as de
toler
ância
, des
pesa
s nã
o eleg
íveis,
redu
ções
).Fa
lta de
prov
as, d
eficiê
ncias
e co
ntro
los in
efica
zes
relat
ivam
ente
às co
ndiçõ
es de
eleg
ibilid
ade
e às a
utor
izaçõ
es.
Efica
z-
51
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
Ano
Esta
do-
-Mem
bro
Proc
edim
ento
s e co
n-tr
olos
adm
inist
rativ
os
para
ass
egur
ar a
corr
e-çã
o do
s pag
amen
tos,
inclu
indo
a q
ualid
ade
das b
ases
de
dado
s
Tipo
s de
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ficiê
ncia
s det
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(com
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cto
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abili
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das
es
tatís
ticas
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cont
rolo
)
Met
odol
ogia
apl
icada
ao
s con
trol
os n
o lo
cal,
sele
ção,
exe
cuçã
o,
cont
rolo
de
qual
idad
e e
divu
lgaç
ão d
os d
ife-
rent
es re
sulta
dos
Tipo
s de
insu
ficiê
ncia
s det
etad
as
(com
impa
cto
na fi
abili
dade
das
es
tatís
ticas
de
cont
rolo
)
2010
Polón
iaPa
rcialm
ente
efica
z
Regr
as, c
álculo
s e pa
gam
ento
s inc
orre
tos (
paga
men
to
em ex
cesso
, regr
as de
toler
ância
, des
pesa
s nã
o eleg
íveis,
redu
ções
).Fa
lta de
prov
as, d
eficiê
ncias
e co
ntro
los in
efica
zes
relat
ivam
ente
às co
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es de
eleg
ibilid
ade
e às a
utor
izaçõ
es.
Efica
zDe
ficiên
cias n
a met
odolo
gia de
seleç
ão
e inc
umpr
imen
to da
taxa
míni
ma n
os co
ntro
los
no lo
cal.
Portu
gal
Parci
almen
te efi
caz
Falta
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ovas
, defi
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ias e
cont
rolos
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caze
s re
lativa
men
te às
cond
ições
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e e à
s aut
oriza
ções
.Pa
rcialm
ente
efica
z
Defic
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s na m
etod
ologia
de se
leção
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ncum
prim
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da ta
xa m
ínim
a nos
cont
rolos
no
loca
l.In
sufic
iência
s rela
ciona
das c
om a
quali
dade
do
s con
trolos
no lo
cal e
fetua
dos e
dos c
ontro
los
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st.At
raso
s e in
coer
ência
s nas
esta
tístic
as
e nos
resu
ltado
s dos
cont
rolos
.
Rom
énia
Parci
almen
te efi
caz
Regr
as, c
álculo
s e pa
gam
ento
s inc
orre
tos (
paga
men
to
em ex
cesso
, regr
as de
toler
ância
, des
pesa
s nã
o eleg
íveis,
redu
ções
).Fa
lta de
prov
as, d
eficiê
ncias
e co
ntro
los in
efica
zes
relat
ivam
ente
às co
ndiçõ
es de
eleg
ibilid
ade
e às a
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izaçõ
es.
Parci
almen
te efi
caz
Falta
de pr
ovas
, defi
ciênc
ias e
cont
rolos
ine
ficaz
es re
lativa
men
te às
cond
ições
de
eleg
ibilid
ade e
às au
toriz
açõe
s.In
sufic
iência
s rela
ciona
das c
om a
quali
dade
do
s con
trolos
no lo
cal e
fetua
dos e
dos c
ontro
los
ex po
st.
Reino
Unid
o (E
scócia
)Pa
rcialm
ente
efica
zPa
gam
ento
s efet
uado
s ant
es da
conc
lusão
do
s con
trolos
obrig
atór
ios.
Parci
almen
te efi
caz
Paga
men
tos e
fetua
dos a
ntes
da co
nclus
ão
dos c
ontro
los ob
rigat
órios
.In
sufic
iência
s rela
ciona
das c
om a
quali
dade
do
s con
trolos
no lo
cal e
fetua
dos e
dos c
ontro
los
ex po
st.At
raso
s e in
coer
ência
s nas
esta
tístic
as
e nos
resu
ltado
s dos
cont
rolos
.
ANEXO III
52
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
Ano
Esta
do-
-Mem
bro
Proc
edim
ento
s e co
n-tr
olos
adm
inist
rativ
os
para
ass
egur
ar a
corr
e-çã
o do
s pag
amen
tos,
inclu
indo
a q
ualid
ade
das b
ases
de
dado
s
Tipo
s de
insu
ficiê
ncia
s det
etad
as
(com
impa
cto
na fi
abili
dade
das
es
tatís
ticas
de
cont
rolo
)
Met
odol
ogia
apl
icada
ao
s con
trol
os n
o lo
cal,
sele
ção,
exe
cuçã
o,
cont
rolo
de
qual
idad
e e
divu
lgaç
ão d
os d
ife-
rent
es re
sulta
dos
Tipo
s de
insu
ficiê
ncia
s det
etad
as
(com
impa
cto
na fi
abili
dade
das
es
tatís
ticas
de
cont
rolo
)
2011
Dina
mar
caIn
efica
z
Cont
rolos
inefi
caze
s rela
tivam
ente
às co
ndiçõ
es
de el
egibi
lidad
e e às
auto
rizaç
ões.
Defic
iência
s na o
rgan
izaçã
o adm
inistr
ativa
e n
o con
trolo
inter
no da
s ver
ifica
ções
.Cá
lculos
e pa
gam
ento
s inc
orre
tos.
Insu
ficiên
cias s
istem
ática
s em
med
idas d
o Títu
lo II,
tend
o com
o res
ultad
o a ac
eitaç
ão
de de
spes
as in
elegív
eis.
Parci
almen
te efi
caz
Porm
enor
es in
sufic
iente
s sob
re a
exte
nsão
do
s con
trolos
efet
uado
s.In
coer
ência
s em
relaç
ão ao
núm
ero
de co
ntro
los ef
etua
dos.
Quali
dade
insu
ficien
te do
s con
trolos
.
Espa
nha (
Galiz
a)Pa
rcialm
ente
efica
zDe
ficiên
cias n
a org
aniza
ção a
dmini
strat
iva
e no c
ontro
lo int
erno
das v
erifi
caçõ
es.
Parci
almen
te efi
caz
Porm
enor
es in
sufic
iente
s sob
re a
exte
nsão
do
s con
trolos
efet
uado
s.Qu
alida
de in
sufic
iente
dos c
ontro
los.
Defic
iência
s no p
lanea
men
to e
calen
dário
do
s con
trolos
.
Itália
(Lo
mba
rdia)
Parci
almen
te efi
caz
Cont
rolos
inefi
caze
s rela
tivam
ente
às co
ndiçõ
es
de el
egibi
lidad
e e às
auto
rizaç
ões.
Defic
iência
s na o
rgan
izaçã
o adm
inistr
ativa
e n
o con
trolo
inter
no da
s ver
ifica
ções
.Cá
lculos
e pa
gam
ento
s inc
orre
tos.
Parci
almen
te efi
caz
Porm
enor
es in
sufic
iente
s sob
re a
exte
nsão
do
s con
trolos
efet
uado
s.Qu
alida
de in
sufic
iente
dos c
ontro
los.
Defic
iência
s no p
lanea
men
to e
calen
dário
do
s con
trolos
.
Hung
riaPa
rcialm
ente
efica
zCo
ntro
los in
efica
zes r
elativ
amen
te às
cond
ições
de
eleg
ibilid
ade e
às au
toriz
açõe
s.Pa
rcialm
ente
efica
z
Inco
erên
cias e
m re
lação
ao nú
mer
o de c
ontro
los
efetu
ados
.Qu
alida
de in
sufic
iente
dos c
ontro
los.
Defic
iência
s no p
lanea
men
to e
calen
dário
do
s con
trolos
.
Áustr
iaPa
rcialm
ente
efica
z
Cont
rolos
inefi
caze
s rela
tivam
ente
às co
ndiçõ
es
de el
egibi
lidad
e e às
auto
rizaç
ões.
Defic
iência
s na o
rgan
izaçã
o adm
inistr
ativa
e n
o con
trolo
inter
no da
s ver
ifica
ções
.
Efica
zPo
rmen
ores
insu
ficien
tes s
obre
a ex
tens
ão
dos c
ontro
los ef
etua
dos.
Finlân
diaPa
rcialm
ente
efica
z
Cont
rolos
inefi
caze
s rela
tivam
ente
às co
ndiçõ
es
de el
egibi
lidad
e e às
auto
rizaç
ões.
Defic
iência
s na o
rgan
izaçã
o adm
inistr
ativa
e n
o con
trolo
inter
no da
s ver
ifica
ções
.Cá
lculos
e pa
gam
ento
s inc
orre
tos.
Parci
almen
te efi
caz
Defic
iência
s na o
rgan
izaçã
o adm
inistr
ativa
e n
o con
trolo
inter
no da
s ver
ifica
ções
. Qu
alida
de in
sufic
iente
dos c
ontro
los.
Defic
iência
s no p
lanea
men
to e
calen
dário
do
s con
trolos
.
ANEXO III
53
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
Ano
Esta
do-
-Mem
bro
Proc
edim
ento
s e co
n-tr
olos
adm
inist
rativ
os
para
ass
egur
ar a
corr
e-çã
o do
s pag
amen
tos,
inclu
indo
a q
ualid
ade
das b
ases
de
dado
s
Tipo
s de
insu
ficiê
ncia
s det
etad
as
(com
impa
cto
na fi
abili
dade
das
es
tatís
ticas
de
cont
rolo
)
Met
odol
ogia
apl
icada
ao
s con
trol
os n
o lo
cal,
sele
ção,
exe
cuçã
o,
cont
rolo
de
qual
idad
e e
divu
lgaç
ão d
os d
ife-
rent
es re
sulta
dos
Tipo
s de
insu
ficiê
ncia
s det
etad
as
(com
impa
cto
na fi
abili
dade
das
es
tatís
ticas
de
cont
rolo
)
2012
Bulgá
riaPa
rcialm
ente
efica
z
Defic
iência
s na o
rgan
izaçã
o adm
inistr
ativa
e n
o con
trolo
inter
no da
s ver
ifica
ções
.Cá
lculos
e pa
gam
ento
s inc
orre
tos (
por e
xem
plo,
não a
plica
ção d
a red
ução
) ou i
nsufi
ciênc
ias
nas r
ecup
eraç
ões.
Insu
ficiên
cias n
a ver
ifica
ção d
os pr
oced
imen
tos
em m
atér
ia de
cont
rato
s púb
licos
.
Parci
almen
te efi
caz
Defic
iência
s na o
rgan
izaçã
o adm
inistr
ativa
e n
o con
trolo
inter
no da
s ver
ifica
ções
.Cá
lculos
e pa
gam
ento
s inc
orre
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.
ANEXO III
54
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
Ano
Esta
do-
-Mem
bro
Proc
edim
ento
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adm
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2012
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010,
201
1 e
2012
.
ANEXO III
55
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
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ANEXO IV
SÍNTESE DOS ERROS MATERIAIS DETETADOS DURANTE AS ANÁLISES DOCUMENTAIS REALIZADAS A 414 PROCESSOS
56
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
ANEXO IV
Esta
do-M
embr
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Núm
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roce
ssos
test
ados
28,5%
57
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
ANEXO V
SÍNTESE DO PERÍODO ABRANGIDO PELOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS E RESPETIVOS PRAZOS DE APRESENTAÇÃO
2009
2010
2011
2012
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
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Nov
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011
Publ
icaçã
o do R
AA d
e 201
1 30
/3/2
012
Exer
cício
de 20
11
58
Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
RESPOSTAS DA COMISSÃO
SÍNTESE
Resposta conjunta aos pontos I‑IXO TCE tem vindo a criticar, desde há vários anos, o facto de a Comissão se basear nas estatísticas dos Estados-Membros sobre os resultados dos seus controlos como fonte de infor-mação para o cálculo de uma taxa de erro residual. Num pri-meiro momento, a Comissão estava consciente de que não podia basear-se exclusivamente nas estatísticas de controlo dos Estados-Membros como único indicador do nível de erro nas despesas agrícolas. É por este motivo que, durante muitos anos e até ao Relatório de Atividade Anual (RAA) de 2012, tinha apli-cado uma «margem de segurança» de 25% à taxa de erro resi-dual calculada com base nas estatísticas. Este procedimento foi regularmente contestado pelo Tribunal. Mais tarde, no seu RAA de 2012, a DG AGRI, tendo em consideração estas apreensões relativamente às estatísticas de controlo, resolveu alterar a sua abordagem após consulta com os serviços centrais da Comis-são responsáveis pelas questões de metodologia. O Tribunal, no seu relatório anual de 2012, não criticou esta abordagem, tendo-se pelo contrário pronunciado favoravelmente sobre a mesma e recomendado que se utilizasse uma abordagem semelhante para o Feader.
Além disso, o novo regulamento horizontal relativo ao controlo, financiamento e acompanhamento da PAC, em vigor desde janeiro de 2014, prevê um aumento significativo das responsa-bilidades dos organismos de certificação dos Estados-Membros, no que respeita à emissão de um parecer sobre a legalidade e regularidade das despesas, incluindo a validação dos resulta-dos do controlo dos Estados-Membros que são comunicados à Comissão.
Consequentemente, o relatório do Tribunal aborda uma meto-dologia que mudou e continua a evoluir. Sendo assim, a Comis-são, em lugar de se deter nos elementos históricos, prefere centrar-se no momento presente e no futuro e na definição de uma metodologia sólida, nomeadamente com o contributo construtivo do Tribunal.
III.Para o seu Relatório Anual de Atividades de 2012, a DG AGRI desenvolveu um método para o cálculo da taxa de erro resi-dual que tem também em conta as suas próprias auditorias e as auditorias efetuadas pelo Tribunal. O mesmo método foi utili-zado para os pagamentos diretos (cerca de 70% das despesas da PAC), no que respeita ao exercício financeiro de 2012, e será alargado a partir do exercício de 2013 a outras despesas da PAC, nomeadamente no domínio do desenvolvimento rural.
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
IV.O estabelecimento de sistemas de controlo rege-se por regras precisas na União Europeia, que são complementadas por orientações da Comissão, sempre que necessário. Por exemplo, os organismos pagadores podem efetuar controlos adminis-trativos sobre 100% dos créditos antes do pagamento, e pelo menos 5% dos créditos devem ser controlados no local. A con-formidade dos sistemas de controlo com as regras é verificada pelos auditores da DG AGRI e os riscos para o orçamento da UE suscetíveis de decorrem das deficiências detetadas nos siste-mas de controlo são cobertos através de correções financeiras.
Os organismos pagadores são igualmente responsáveis pela compilação dos resultados dos seus controlos em dados de controlo estatísticos a enviar anualmente à Comissão. Os orga-nismos de certificação devem testar sistematicamente a exati-dão dos dados estatísticos coligidos, nomeadamente através da reconciliação com as transações individuais, e emitir um pare-cer sobre os mesmos.
Por último, em relação ao exercício de 2012, a DG AGRI tes-tou, para os pagamentos por superfície, a transmissão de dados individuais de controlo através do sistema informático utilizado para os pagamentos (o chamado CATS). O teste foi bem suce-dido, e esta transmissão automática dos dados de controlo deverá ser alargada à maior parte das medidas e despesas da PAC a partir do exercício de 2014. Evitar-se-ão assim impreci-sões nas estatísticas de controlo resultantes de uma compila-ção inadequada dos dados individuais.
V.As próprias auditorias da Comissão indicam que, em alguns Estados-Membros, os sistemas de controlo não estão em con-formidade com as regras e não detetam todos os erros susce-tíveis de deteção.
A Comissão estava por conseguinte consciente de que não podia basear-se exclusivamente nas estatísticas de controlo dos Estados-Membros como único indicador do nível de erro nas despesas agrícolas. É por este motivo que, durante muitos anos e até ao RAA de 2012, tinha aplicado uma «margem de segurança» de 25% à taxa de erro residual calculada com base nas estatísticas. Este procedimento foi regularmente contes-tado pelo Tribunal sem, no entanto, qualquer indicação sobre em que medida era considerado insuficiente.
Todavia, a DG AGRI teve em consideração estas apreensões relativamente às estatísticas de controlo e alterou a sua abor-dagem (ver resposta ao ponto III) após consulta com os ser-viços centrais da Comissão responsáveis pelas questões de metodologia. O Tribunal, no seu relatório anual de 2012, não criticou esta abordagem, tendo-se pelo contrário pronunciado favoravelmente sobre a mesma e proposto que fosse alargada a outras áreas de despesa da PAC, nomeadamente no domínio do desenvolvimento rural.
VI.O novo método descrito na resposta ao ponto III prevê que a Comissão ajuste a taxa de erro resultante das estatísticas provenientes dos Estados-Membros em que a Comissão e/ou o Tribunal identificaram deficiências nos sistemas de deteção de despesas irregulares.
VII.A Comissão estava igualmente consciente das limitações que existiam no âmbito dos trabalhos que os organismos de cer-tificação eram chamados a realizar. Por esta razão, a partir do exercício de 2014 e em aplicação da reforma da PAC, os orga-nismos de certificação terão de efetuar um trabalho muito mais aprofundado sobre a fiabilidade dos controlos efetuados pelos organismos pagadores.
VIII.Embora insuficientes sob certos pontos de vista, as informações fornecidas são consideradas úteis para efeitos de acompanha-mento, e como indicador do erro detetado pelos Estados-Mem-bros no decurso dos seus controlos administrativos e no local. Tal como já referido mais acima, a Comissão utiliza um novo método para chegar a uma estimativa mais informada do nível de erro que pode deduzir-se exclusivamente das estatísticas de controlo dos Estados-Membros.
IX.A Comissão não pretende afirmar que o ajustamento que aplica às estatísticas de controlo dos Estados-Membros é válido numa perspetiva estatística, mas considera que este constitui a melhor estimativa na ausência de outros dados mais fiáveis. Esta abordagem foi o resultado de um intenso debate interno não só no seio da DG AGRI, mas também com os serviços cen-trais da Comissão.
A Comissão salienta que, no seu Relatório Anual de 2012, o Tri-bunal recomenda que:
«A Comissão, no relatório anual de atividades da DG AGRI, uti-liza para o Feader um método semelhante ao que aplica às aju-das «superfície» dissociadas, em que a Comissão tem em conta os resultados das suas próprias auditorias de conformidade quando avalia a taxa de erro para cada organismo pagador.»
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
X.A Comissão partilha o parecer do Tribunal de Contas no que toca à necessidade de melhorar os controlos administrativas e no local. A adequação desses controlos é verificada/ava-liada durante as auditorias de conformidade, sendo dirigidas aos Estados-Membros recomendações sobre as melhorias a introduzir. Além disso, a Comissão informa regularmente os Estados-Membros das suas soluções de auditoria mais comuns, com vista a incentivar as melhores práticas.
A Comissão considera que implementa esta recomendação de modo permanente, conforme estabelecido mais adiante, e reforçou certos instrumentos no âmbito da reforma da PAC.
Sempre que a Comissão, ou o Tribunal, deteta deficiências nos sistemas de gestão e de controlo nos Estados-Membros, uti-liza todos os instrumentos à sua disposição para persuadir os Estados-Membros a resolverem essa situação. Trata-se nome-adamente do procedimento de apuramento da conformidade que resulta em correções financeiras, que não apenas protege o orçamento da União Europeia mas também funciona como um incentivo poderoso a que os Estados-Membros implemen-tem planos de ação para suprir as lacunas. A interrupção dos pagamentos foi igualmente utilizada para o Feader e o novo regulamento horizontal relativo ao controlo, financiamento e acompanhamento da PAC, que entra em vigor em janeiro de 2014, inclui um mecanismo reforçado para a suspensão de pagamentos aos Estados-Membros que não apliquem um plano de medidas corretivas.
O regimes de ajudas «superfície», em geral, e o SIPA (sistema de identificação das parcelas agrícolas), em particular, são conti-nuamente sujeitos a auditorias para detetar possíveis deficiên-cias. Um SIPA ineficaz é considerado muito grave pela Comis-são e exige-se aos Estados-Membros a introdução de reformas urgentes, que são acompanhadas de perto pela Comissão através de auditorias de acompanhamento. Ao mesmo tempo, os eventuais riscos para o orçamento da União Europeia são cobertos através de correções financeiras.
X. Primeiro travessãoAs orientações em matéria de controlos a realizar serão atuali-zadas no âmbito da reforma da PAC, em paralelo com a adoção de atos delegados e de execução. Serão debatidas e explicadas aos dois organismos pagadores, que terão de as aplicar, bem como aos organismos de certificação, que terão de controlar a sua aplicação por parte dos organismos pagadores.
A Comissão irá igualmente rever as orientações fornecidas aos Estados-Membros para a elaboração das estatísticas, procu-rando nomeadamente harmonizar as melhores práticas entre os diferentes setores. As orientações deverão, nomeadamente, ser revistas no contexto da automatização das estatísticas, bem como no contexto das regras de execução da reforma da PAC.
A Comissão continuará a exigir aos Estados-Membros que melhorem os respetivos procedimentos internos com vista à verificação dos dados de controlo enviados.
X. Segundo travessãoO novo regulamento horizontal relativo ao controlo, financia-mento e acompanhamento da PAC, que entra em vigor em janeiro de 2014, irá exigir que os organismos de certificação emitam um parecer sobre a legalidade e regularidade das operações, o que implicará a repetição de uma amostra repre-sentativa de operações já controladas pelo organismo paga-dor e a validação (ou não) das estatísticas de controlo delas resultantes. Espera-se que este trabalho adicional resulte numa melhoria da qualidade dos dados de controlo dos organismos pagadores e que, conjugado com o parecer do organismo de certificação, produza uma melhoria do grau de fiabilidade que se pode obter.
X. Terceiro travessãoA Comissão sublinha que os diferentes prazos para o envio de estatísticas foram definidos em função de uma série de razões operacionais e não apenas com vista à publicação do RAA. A Comissão faz notar que há que chegar a um compromisso sobre o momento ideal para a receção dos dados tendo em conta os pesados encargos administrativos que a sua compila-ção supõe para os Estados-Membros, a fim de evitar uma multi-plicidade de transmissões atualizadas.
Em 2012, a Comissão efetuou um exercício piloto para a trans-missão automática dos dados de controlo relativos aos paga-mentos por superfície. Esses dados foram transmitidos em julho de 2013 e as avaliações iniciais da sua exaustividade e quali-dade são positivas. Serão efetuados ajustamentos para que todos os dados de controlo relevantes sejam automatizados desta forma. Limitar-se-á assim o risco de compilação de erros por engano e assegurar-se-á que é utilizada uma única meto-dologia em todos os Estados-Membros.
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
No novo regulamento horizontal para o controlo, financia-mento e acompanhamento da PAC, foi introduzida uma dispo-sição que autoriza a Comissão a suspender os pagamentos aos Estados-Membros no que respeita aos dados de controlo que não tenham sido enviados nos prazos previstos.
Por último, com os novos trabalhos dos organismos de certifi-cação em matéria de legalidade e regularidade a Comissão dis-porá de um parecer mais sólido sobre a fiabilidade dos próprios controlos e de uma maior segurança sobre as taxas de erro.
X. Quarto travessãoO novo regulamento horizontal prevê que os organismos de certificação deverão testar sistematicamente, em amostras representativas no âmbito do FEAGA e do Feader, bem como a fiabilidade dos controlos administrativos e no local efetuados pelos organismos pagadores. As orientações elaboradas pela Comissão visam garantir que estes trabalhos são realizados segundo uma sólida metodologia estatística, que os seus resul-tados irão reforçar a segurança quanto à legalidade e à regula-ridade das transações e fornecer uma estimativa válida da taxa de erro residual por Estado-Membro e por Fundo. A Comissão poderá assim reduzir progressivamente a necessidade dos ajus-tamentos individuais que faz atualmente às estatísticas forneci-das pelos Estados-Membros.
A Comissão, entretanto, irá aplicar a nova abordagem referida no ponto III e implementar a recomendação contida no rela-tório do Tribunal de 2012: «A Comissão, no relatório anual de atividades da DG AGRI, utiliza para o Feader um método seme-lhante ao que aplica às ajudas «superfície» dissociadas, em que a Comissão tem em conta os resultados das suas próprias audi-torias de conformidade quando avalia a taxa de erro para cada organismo pagador.»
No que diz respeito às suas próprias atividades de auditoria, a Comissão irá continuar a centrar-se nas auditorias sistémicas dos organismos pagadores, com base em critérios de risco e no âmbito do procedimento de apuramento da conformidade, a fim de garantir que os riscos resultantes das deficiências dete-tadas nos sistemas de controlo são corrigidos. As atividades de auditoria cobrirão igualmente as novas tarefas dos organis-mos de certificação em matéria de legalidade e regularidade, a prestação de orientação técnica e o contributo para se atingir o objetivo de uma maior segurança.
OBSERVAÇÕES
Resposta conjunta aos pontos 28‑36A DG AGRI, já no RAA de 2012, afirmava que «... as estatísticas de controlo dos Estados-Membros devem ser encaradas com uma certa precaução». A DG AGRI já começou a alargar a abor-dagem integrada utilizada para as ajudas diretas dissociadas no RAA de 2012 a outras áreas de despesas da PAC para o RAA de 2013, ou seja, as estatísticas dos Estados-Membros são ajusta-das tendo em conta as conclusões das auditorias da própria DG AGRI, as constatações do Tribunal e as constatações dos orga-nismos de certificação.
30.A Comissão está a acompanhar a observação do Tribunal sobre a eficácia dos sistemas de supervisão e de controlo dos organis-mos pagadores relevantes, no contexto dos procedimentos de conformidade em curso.
Para 2011, a Comissão observa que a maioria dos erros referi-dos eram relativamente insignificantes em termos financeiros e diziam sobretudo respeito a pequenas diferenças na nova medição de parcelas agrícolas realizada pelo Tribunal (42 dos erros detetados pelo Tribunal dizem respeito a pequenas dife-renças na nova medição de parcelas e 24 erros eram inferio-res a 2%).
De igual modo, em 2012 a maioria dos erros quantificáveis eram relativamente insignificantes em termos financeiros e diziam também respeito a pequenas diferenças na nova medição de parcelas agrícolas realizada pelo Tribunal (36 dos erros deteta-dos pelo Tribunal eram inferiores a 5%, dos quais 23 eram infe-riores a 2%).
32.Para o cálculo da taxa de erro residual, a Comissão tem em conta o potencial impacto das deficiências que afetam os dados comunicados pelos Estados-Membros.
32. Primeiro travessãoA Comissão é obrigada a adotar a definição de «agricul-tor» contida no artigo 2.º do Regulamento (CE) n.º 73/2009 do Conselho.
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
RESPOSTAS DA COMISSÃO
32. Segundo travessãoEmbora a Comissão nem sempre partilhe o parecer dos audito-res do Tribunal de Contas sobre a exata elegibilidade das super-fícies, quando considera que um Estado-Membro não regista corretamente a zona elegível dá seguimento a esse caso atra-vés do procedimento de apuramento de contas.
32. Terceiro travessãoNo caso específico referido pelo Tribunal, o organismo pagador em causa considerou que a sua substituição de parcelas cons-tituía uma correção de «erros manifestos» — conceito que está previsto na legislação/orientações da União Europeia. Tal como salientado nas suas respostas anteriores, a Comissão não par-tilha o ponto de vista do Tribunal no que se refere à aplicação do conceito de erro manifesto no caso de extravio de parcelas.
32. Quarto travessãoOs organismos pagadores nem sempre são responsáveis pela forma como são calculados os direitos a pagamento. Em mui-tos casos, as instruções sobre a forma de calcular os direitos a pagamento são da responsabilidade da autoridade compe-tente do Estado-Membro.
32. Quinto travessãoEmbora a Comissão nem sempre partilhe o parecer dos audito-res do Tribunal de Contas sobre a exata elegibilidade das super-fícies, quando considera que um Estado-Membro não regista corretamente a zona elegível dá seguimento a esse caso atra-vés do procedimento de apuramento de contas.
Caixa 1Segundo as autoridades italianas, a questão da Lombardia foi retificada em 2011. A Comissão está a acompanhar o caso através do procedimento de apuramento da conformidade das contas.
A Comissão tem conhecimento das questões relacionadas com a elegibilidade das pastagens em Espanha. As autoridades espanholas foram instadas a agir sobre esta questão e apresen-taram o plano de melhoramento do SIPA, incluindo, designa-damente, medidas de aplicação de um coeficiente de elegibi-lidade das parcelas de pastagem e de garantia de atualização sistemática do SIPA com os resultados dos controlos no local. A Comissão continuará a acompanhar a implementação deste plano pelas autoridades nacionais.
Na Hungria, a Comissão detetou casos em que os dados do SIPA não foram atualizados com os resultados dos controlos no local, tendo instado as autoridades húngaras, por escrito, a tomar as medidas necessárias.
33.As deficiências referidas pelo Tribunal foram já comunicadas nos anos anteriores. As recomendações correspondentes estão a ser implementadas desde 2010, em colaboração com os Estados-Membros, e são objeto de acompanhamento, quando necessário, no âmbito dos procedimentos de conformidade.
34.Para 2011, a Comissão observa que a maioria dos erros referidos era relativamente insignificante em termos financeiros (metade dos erros é inferior a 5%).
35.Para o cálculo da taxa de erro residual, a Comissão tem em conta o potencial impacto das deficiências que afetam os dados comunicados pelos Estados-Membros.
Caixa 3Esta questão foi objeto de um inquérito cujo resultado é o seguinte:
— O organismo pagador decidiu, após reapreciação do caso, recu-perar o apoio já pago para o projeto específico;
— O procedimento de verificação/listas de verificação foram atu-alizados por forma a que um inspetor não possa deixar de se aperceber de que uma construção agrícola tem principalmente características de uma casa de habitação;
— Foi efetuada uma repetição dos controlos (ex post) sobre todos os projetos que haviam sido controlados e aprovados pelo mes-mo inspetor que aprovou o projeto não elegível;
— Foi efetuada uma repetição dos controlos (ex post) sobre todos os projetos com caraterísticas semelhantes às do projeto não elegível;
— Os controlos ex post revelaram algumas pequenas irregularida-des que estão agora a seguir a tramitação contraditória normal, devendo provavelmente conduzir à recuperação de parte do apoio já pago;
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Relatório Especial n.º 18/2013 – A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados-Membros
RESPOSTAS DA COMISSÃO
— No entanto, uma vez que a última repetição dos controlos ape-nas dizia respeito aos projetos relativos a novas construções e não também uma reestruturação de edifícios já existentes, a Comissão solicitou às autoridades italianas um novo controlo desses projetos. Os resultados destas verificações finais ex post deverão ser comunicados em novembro de 2013.
Caixa 4Tal como indicado na resposta ao Relatório Anual de Atividade de 2012, os serviços da Comissão acompanharão as constata-ções do Tribunal em relação às autoridades nacionais com vista a proteger os interesses financeiros da União Europeia e recu-perar quaisquer pagamentos indevidos.
No que diz respeito à Roménia, a Comissão também encontrou pontos fracos substanciais nas suas auditorias, e está em curso um procedimento de apuramento das contas.
36.A Comissão reconheceu esta deficiência e, por conseguinte, no seu RAA de 2012 alterou a forma como se baseia nas esta-tísticas de controlo dos Estados-Membros. Por conseguinte, tem em conta outros pareceres de auditoria, incluindo dados provenientes da auditoria do TCE, de modo a ter em conside-ração a extensão dos erros que não são detetadas pelos Esta-dos-Membros e, por conseguinte, não comunicados nas suas estatísticas.
38.A Comissão está em vias de automatizar a transmissão das estatísticas de controlo (tendo decorrido com êxito um exer-cício piloto em julho de 2012) e está, nesse contexto, a prepa-rar orientações e procedimentos mais pormenorizados, tanto a nível interno como dos Estados-Membros. Ver também as res-postas aos pontos 39 - 41.
39.A DG AGRI não definiu uma data limite exata para a compila-ção dos relatórios estatísticos, uma vez que prefere receber estatísticas atualizadas mesmo no ano subsequente. Contudo, no âmbito do Comité de Desenvolvimento Rural, é constante-mente relembrada aos Estados-Membros a importância de for-necer as estatísticas. No entanto, poderia ser introduzida uma data-limite «intermédia».
A DG AGRI verifica a exaustividade das estatísticas através do Relatório Anual dos organismos de certificação, que analisa em pormenor e que pode resultar em procedimentos de apura-mento da conformidade de seguimento.
É verdade que os dados não são completos e que a taxa de erro é calculada exclusivamente com base nas despesas para as quais estão disponíveis estatísticas de controlo. Todavia, a Comissão estima que apenas cerca de 0,6% do montante dos pagamentos de ajudas diretas, no que diz respeito ao exercício de 2010, foram pagos após o prazo de 30 de junho de 2011 e, por conseguinte, não foram provavelmente declarados atra-vés das estatísticas de controlo. Em consequência, o impacto destes 0,6% sobre a exatidão das estatísticas de controlo como base para o cálculo da taxa de erro é muito limitado.
Caixa 5Ver resposta ao ponto 92.
40.Tal como referido pelo Tribunal, as atuais orientações não refe-rem uma nova apresentação de estatísticas. Porém, durante o período que decorre entre o envio das estatísticas pelo Estado-Membro e a sua utilização pela Comissão no RAA, esta última realiza controlos de coerência e plausibilidade e con-tacta os Estados-Membros, sempre que necessário, para veri-ficar eventuais anomalias. São igualmente solicitadas atuali-zações no âmbito do Comité de Desenvolvimento Rural, bem como durante as missões de auditoria e reuniões bilaterais, se tal for considerado conveniente.
Além disso, exigir atualizações sistemáticas das estatísticas geraria uma carga administrativa adicional, não apenas para os Estados-Membros mas também para a Comissão, devido à necessidade de repetir o seu trabalho de verificação e incor-porar os dados alterados na complexa base de cálculo para a taxa de erro residual. Em última análise, é muito reduzida a possibilidade real de receber, verificar e processar todos os dados revistos a fim de os poder incluir no relatório anual de atividades do diretor-geral. A Comissão sublinha que as estatís-ticas de controlo e a taxa de erro que delas deriva não consti-tuem as contas anuais do Estado-Membro, não devendo a sua precisão ser estabelecidos na mesma medida. Estas são, isso sim, utilizadas como indicador do local em que se situa o erro, e a Comissão, mesmo antes de ter introduzido o seu novo método de ajustamento da taxa de erro, aplicava-lhes uma importante margem de apreciação, para traduzir a sua possível subestimação.
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
Por último, foi efetuado um exercício piloto para a automati-zação das estatísticas relativas às ajudas por superfície para o exercício de 2012. Este trabalho teve início já em 2011, com a necessária notificação prévia dos requisitos técnicos aos Esta-dos-Membros, e os dados resultantes para o exercício de 2012 foram transmitidos e processados automaticamente na base de dados da Comissão em 15 de julho de 2013. As avaliações ini-ciais da Comissão sobre a qualidade foram positivas. Quando estiver concluída a necessária revisão, terão início os trabalhos de extensão da automatização aos restantes principais domí-nios de despesas da PAC, esperando-se que esta esteja imple-mentada para o exercício de 2014. Neste contexto, a Comissão está a elaborar orientações e procedimentos mais pormenoriza-dos quer a nível interno quer dos Estados-Membros.
41.A Comissão está atenta à conveniência de não aumentar exces-sivamente a carga administrativa para os Estados-Membros. No entanto, a automatização da transmissão das estatísticas de controlo deverá melhorar a rastreabilidade dos controlos efetuados.
Resposta comum aos pontos 42‑46A Comissão está consciente de que devem ainda ser feitos pro-gressos em alguns organismos pagadores no que toca à compi-lação e verificação dos dados de controlo. Com efeito, na maior parte das suas próprias auditorias a Comissão testa a concilia-ção dos relatórios estatísticos com os dados individuais de con-trolo e observa, frequentemente, incoerências.
É por esta razão que a Comissão iniciou um procedimento automático que permite aos organismos pagadores comuni-carem os seus dados individuais de controlo com o sistema utilizado para os pagamentos individuais. O exercício piloto que abrangia os pagamentos por superfície em todos os Esta-dos-Membros relativamente ao exercício de 2012 (comunica-ção de 15 de julho de 2013) foi bem sucedido e esse método será alargado a outras medidas da PAC.
Esta automatização reduz a carga administrativa e elimina todos os erros de compilação.
44. Quarto travessãoA inclusão de informações adicionais relativas a anos anteriores apenas poderia conduzir a uma sobrestimação do nível de erro. Mesmo que as informações fossem comunicadas no quadro incorreto, a taxa de erro residual para o desenvolvimento rural no seu conjunto não seria afetada. Assim, é possível concluir que nenhum dos dois erros citados resultou numa subestima-ção do nível de erro.
Caixa 6No exemplo polaco, os controlos foram efetuados, o organismo pagador identificou e registou integralmente o erro mas, inad-vertidamente, classificou uma parte dele como dizendo res-peito a um controlo administrativo e no local.
Caixa 7 — Segundo parágrafoNo exemplo que se refere à Bulgária, embora o organismo pagador tenha fornecido informações erradas tinha, efetiva-mente, sobrestimada a taxa de erro.
Resposta comum aos pontos 47‑50O número de controlos realizados pelos organismos de certifi-cação é conforme com a dimensão das amostras exigida pela Comissão nas suas orientações para esses organismos. Todavia, a Comissão tem igualmente considerado, há vários anos, que são necessárias melhorias no que se refere à qualidade dos con-trolos dos Estados-Membros, à forma como são prestadas infor-mações sobre os mesmos e como podem ser dadas melhores garantias pelos organismos de certificação. No final de 2009, preconizou um exercício voluntário de reforço da segurança pelos organismos de certificação, que lhes exigia a repetição de uma amostra representativa de controlos no local efetuados pelo organismo pagador. Esta possibilidade só foi concretizada por um pequeno número de organismos pagadores, com resul-tados bastante díspares.
Contudo, no contexto da reforma da PAC, foi obtido um acordo político sobre uma disposição, no novo regulamento horizon-tal relativo ao financiamento, gestão e acompanhamento PAC, que exige aos organismos de certificação a emissão de um parecer sobre a legalidade e regularidades das operações sub-jacentes às despesas. Tal implicará uma revisão de alto a baixo e a repetição de uma amostra representativa de operações (entre 60 e 170 operações por Fundo, em função de uma série de fatores, nomeadamente a dimensão da população).
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
A Comissão considera, por conseguinte, que as conclusões foram tidas em conta nas iniciativas legislativas que já tinha empreendido e que serão adotadas no início de 2014.
Caixa 8As conclusões do Tribunal de Contas serão tida em conta na análise de risco efetuada pela equipa de certificação.
51.Sempre que necessário, foram dirigidas recomendações aos organismos de certificação envolvidos, com vista a melho-rar a qualidade do seu trabalho para o futuro. As conclusões e recomendações foram também partilhadas e disponibilizadas a todos os organismos de certificação através de uma reunião de um grupo de peritos realizada em setembro de 2012. Alguns organismos de certificação compreendem bem quais os con-trolos a efetuar e os respetivos objetivos, enquanto outros por vezes não empreendem esse exercício com a devida profundi-dade, limitando-se a um nível bastante formalista de avaliação.
A Comissão considera que a maioria das constatações é de somenos importância, não pondo em causa a confiança que a Comissão pode ter no RAA a este respeito.
Resposta conjunta aos pontos 52‑54Por norma, a Comissão continua a rever o trabalho dos organis-mos de certificação através da análise dos documentos relati-vos ao apuramento financeiro das contas, bem como de mis-sões de auditoria junto dos organismos de certificação. À luz dos ensinamentos retirados da aplicação voluntária do «proce-dimento de reforço da segurança», as orientações dirigidas aos organismos de certificação estão a ser revistas, a fim de prever a nova responsabilidade dos organismos de certificação pela legalidade e regularidade das despesas.
Resposta conjunta aos pontos 56‑57A Comissão partilha a opinião do Tribunal de que a amos-tra atualmente controlada pelos organismos de certificação é demasiado restrita. Sendo assim, o projeto de orientações relativas às novas tarefas dos organismos de certificação em apoio do parecer sobre a legalidade e a regularidade definem um modelo estatisticamente válido para executar esse trabalho e foram alargadas à natureza do trabalho a realizar pelos orga-nismos de certificação, para assegurar que cada operação sele-cionada é testada do princípio ao fim. Além disso, pretende-se que seja feita uma supervisão mais rigorosa do trabalho dos organismos de certificação no futuro.
58.A Comissão considera que o seu sistema de informação é ade-quado aos fins preconizados. A informação proveniente dos Estados-Membros, nomeadamente, é adequada às necessida-des dos serviços operacionais e de auditoria. Os prazos regula-mentares deverão ser mantidos e respeitados.
59.A Comissão recolhe informações sobre os resultados dos con-trolos administrativos e no local para o exercício n que é pago aos agricultores entre dezembro de n e junho de n+1 e em seguida comunicado à Comissão em julho de n+1. O RAA para o exercício financeiro de n+1 é redigido em março de n+2.
A Comissão faz notar que, mais do que utilizar as estatísticas para controlar a execução dos Estados-Membros, utiliza-as, isso sim, para verificar, nomeadamente, se o número de controlos respeita os requisitos regulamentares. Outro objetivo das esta-tísticas consiste na sua utilização como instrumento de gestão para os Estados-Membros. Constituem uma fonte de informa-ção útil sobre os erros detetados que deverão ser corrigidos em cada ano.
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
60.Relativamente aos pagamentos diretos, o período de paga-mento para o exercício n é de 15/10/n a 30/06/n +1 (o período de pagamento insere-se, por conseguinte, no exercício finan-ceiro n +1, que é objeto do RAA para o ano n+1, redigido em março de n+2). As estatísticas de controlo não podem, por con-seguinte, ser enviadas antes de o exercício ter sido processado. Embora existam alguns pagamentos que são efetuados após essa data, normalmente são em número relativamente redu-zido e de baixa incidência financeira. O projeto de legislação com vista à reforma da PAC propõe o alinhamento do período e prazo de pagamento para o FEAGA SIGC com o do Feader SIGC. Um dos motivos é ter uma melhor ligação entre o exer-cício e a execução financeira. O prazo de 15 de julho permite também aos Estados-Membros introduzirem os ajustamentos necessários antes do exercício seguinte.
61.Os prazos para o envio de estatísticas sobre os controlos efe-tuados são estabelecidos pela legislação pertinente da União Europeia. Nem sempre é possível obter atualizações de estatís-ticas a tempo de as incluir no RAA.
62.A Comissão observa que as únicas estatísticas que podem ser consideradas «não totalmente relevantes» são as que dizem respeito ao Feader não SIGC, para as quais o período a que se referem as estatísticas não corresponde inteiramente ao exercí-cio financeiro do RAA.
63.Os dados a que se refere o Tribunal foram enviados por via eletrónica diretamente à base de dados CATS, no âmbito de um exercício piloto levado a cabo em julho de 2013. Todos os dados relativos a ajudas diretas por superfície foram recebidos desta forma, tendo assim sido alargada a margem da Comissão para efetuar controlos. Note-se, contudo, que as declarações financeiras formais dos Estados-Membros (incluindo as «tabelas x» referidas pelo Tribunal) em relação às operações subjacentes a essas estatísticas são enviadas em fevereiro de n +1 — apenas 4 meses após o final do exercício em questão. A justaposição do calendário das declarações anuais e do calendário do Rela-tório Anual de Atividade do diretor-geral, que deve ser assi-nado até ao final de março de n+1, torna impossível efetuar uma reconciliação aprofundada dos dados da tabela x com as estatísticas transmitidas no mês de julho anterior.
Resposta comum aos pontos 66‑68A Comissão considera que não é possível verificar sistematica-mente todos os dados contidos nas estatísticas durante as audi-torias de conformidade realizadas nos Estados-Membros. A DG AGRI calcula que existam mais de 900 000 controlos efetuados pelos Estados-Membros em cada ano e que estão na base das estatísticas de controlo, pelo que seria impossível efetuar verifi-cações com a amplitude pretendida pelo Tribunal.
As auditorias destinam-se a cobrir os principais riscos. Embora algum trabalho seja feito a este respeito, não é possível dar seguimento a todas as questões suscitadas nas estatísticas. A verificação das estatísticas de controlo não representa o prin-cipal objetivo das auditorias de conformidade que se centram, pelo contrário, no funcionamento dos sistemas de gestão e de controlo. Além disso, um grande número de auditorias respei-tantes ao exercício em questão é realizado após a conclusão do RAA.
Dependendo do prazo concedido pela legislação da UE e do procedimento de auditoria, nem sempre é possível obter atu-alizações de estatísticas a tempo de serem incluídas no RAA.
A grande variedade de elementos que têm já de ser contro-lados e objeto de auditoria por parte de auditores da Comis-são na DG AGRI torna impossível, tendo em conta os recursos disponíveis, seguir a sugestão do Tribunal sem prejuízo da sua atividade principal. No entanto, os organismos de certi-ficação darão uma maior atenção aos relatórios estatísticos subjacentes aos trabalhos que lhes caberá realizar no contexto da emissão de um parecer sobre a legalidade e a regularidade das operações.
69.Tal como se explica mais acima, o objetivo primordial do pro-cedimento de apuramento de conformidade não consiste em verificar as estatísticas de controlo dos Estados-Membros. Consiste, isso sim, em verificar os seus sistemas de gestão e de controlo — e também, em dar seguimento às constatações da declaração de fiabilidade do próprio Tribunal, e corrigir o risco emergente para o orçamento da União Europeia.
70.A Comissão sempre teve consciência de que as estimativas dos Estados-Membros sobre os pagamentos irregulares não eram inteiramente fiáveis. É por esse motivo que são tomados em consideração outros elementos para apoiar a declaração de fia-bilidade anual do diretor-geral da DG AGRI.
71.Embora a Comissão concorde que as amostras referidas pelo Tribunal não eram suficientemente representativas, as práti-cas utilizadas tiveram como efeito, na maioria dos casos, uma sobrestimação da taxa de erro residual.
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
72.No projeto de orientações dirigidas aos organismos de certifi-cação para o período após 2013, foi proposto um modelo esta-tisticamente válido para o reforço da fiabilidade da auditoria, que os organismos pagadores serão igualmente aconselhados a adotar. Propõe-se que a fiabilidade não decorra apenas dos resultados da verificação do sistema mas também de uma abor-dagem mais sólida e substantiva (e, se possível, um teste com duplo objetivo).
Resposta conjunta aos pontos 73‑78O Tribunal criticou a Comissão pelo facto de utilizar os dados comunicados pelos Estados-Membros sobre os controlos por eles efetuados. Consequentemente, a Comissão adaptou a sua posição e passou a aplicar a sua própria apreciação a estes dados com vista a fornecer uma avaliação dos elementos (por exemplo, erro de interpretação ou aplicação da legislação da União Europeia e/ou nacional, controlos deficientes), o que pode significar que as estatísticas não apresentam uma ima-gem completa da situação. Esta abordagem foi aprovada pelos serviços centrais da Comissão e é considerada uma forma ade-quada de aumentar a segurança suscetível de ser obtida com o trabalho realizado pelos Estados-Membros no âmbito de uma gestão partilhada.
De acordo com a metodologia revista, as informações prove-nientes das auditorias do TCE, das constatações do organismo de certificação e das auditorias da própria Comissão são inte-gradas numa avaliação global da situação a nível do organismo pagador e tidas em conta aquando a agregação a nível dos Estados-Membros e a nível da UE-27.
Tal como referido na resposta ao Relatório Anual do Tribu-nal de 2012, a nova abordagem integrada, que foi utilizada para 2012 apenas relativamente às ajudas diretas dissocia-das, será desenvolvida e alargada, na medida do possível, às outras medidas da PAC para o ano de 2013 e, em especial, ao desenvolvimento rural. Ao fazê-lo, a Comissão alinha-se com o relatório anual do Tribunal de 2012, onde se recomenda que: «A Comissão, no relatório anual de atividades da DG AGRI, uti-liza para o Feader um método semelhante ao que aplica às aju-das «superfície» dissociadas, em que a Comissão tem em conta os resultados das suas próprias auditorias de conformidade quando avalia a taxa de erro para cada organismo pagador.»
78.Tal como já referido na resposta ao Relatório Anual de 2012, a nova abordagem integrada, que foi utilizada para 2012 relati-vamente às ajudas diretas dissociadas, será desenvolvida e alar-gada, na medida do possível, às outras medidas da PAC para o ano de 2013.
A fazê-lo, a Comissão entende que aplicará a recomendação do Tribunal contida no seu Relatório Anual de 2012: «A Comissão, no relatório anual de atividades da DG AGRI, utiliza para o Fea-der um método semelhante ao que aplica às ajudas «superfí-cie» dissociadas, em que a Comissão tem em conta os resul-tados das suas próprias auditorias de conformidade quando avalia a taxa de erro para cada organismo pagador.»
Resposta conjunta aos pontos 79‑81A Comissão concorda que o nível de erro estimado pelas duas instituições não pode ser comparado.
É de salientar que a taxa de erro residual estimada pela DG AGRI em 2012 para o FEAGA se situa dentro dos limites superior e inferior de erro da estimativa dos erros feita pelo Tribunal.
82.As metodologias utilizadas pelas duas instituições para calcular a taxa de erro são diferentes. Visto que a Comissão necessita de informações a nível de cada um dos organismos pagadores, desenvolveu a sua própria metodologia para o efeito.
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
83.Como o Tribunal assinala no ponto 76, as correções efetuadas pela Comissão relativamente às ajudas diretas dissociadas no seu RAA de 2012 resultaram num aumento significativo da taxa de erro residual estimada que a Comissão considera adequada para ter em conta as deficiências das estatísticas de controlo dos Estados-Membros.
A Comissão salienta que, no seu relatório anual de 2012, o Tri-bunal recomendou que esta abordagem fosse alargada a todas as despesas agrícolas.
84.Independentemente da questão da fiabilidade, a Comissão considera que os resultados dos mais de 900 000 controlos rea-lizados pelos Estados-Membros têm o seu valor, não podendo esses trabalhos ser simplesmente ignorados.
Ver igualmente a resposta ao ponto 82.
87.Uma vez que o Tribunal de Justiça pode, como se vê, fazer uma avaliação do impacto quantitativo dos erros diferente da efetuada pela Comissão e comunicada aos Estados-Membros, estimará sempre, por conseguinte, uma taxa de erro mais ele-vada. O que não significa que a Comissão, que é a instituição responsável pela implementação da legislação, sob o controlo do Tribunal Europeu de Justiça, deva alinhar a sua apreciação da gravidade dos erros com a do Tribunal.
Para determinar o montante de uma correção, a Comissão tem em conta o princípio da proporcionalidade, a natureza e a extensão da irregularidade e as implicações financeiras das deficiências encontradas. Os erros meramente formalistas nem sempre põem em perigo a boa gestão financeira.
88.Tal como indicado na sua resposta aos relatórios anuais de 2011 e 2012, a Comissão é de opinião que o respeito das obri-gações de condicionalidade não constitui um critério de ele-gibilidade para pagamentos da PAC e, por conseguinte, que os controlos destes requisitos não dizem respeito à legalidade e regularidade das operações subjacentes. A condicionalidade é um mecanismo pelo qual os agricultores são penalizados quando não respeitam uma série de regras que decorrem, em geral, de políticas diferentes da PAC, e aplica-se a todos os cida-dãos da União Europeia, independentemente da PAC. Assim, a Comissão considera que as sanções impostas pelas violações dos requisitos de condicionalidade não devem ser consideradas para o cálculo das taxas de erro para a PAC.
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
90.A Comissão gostaria de sublinhar que o tratamento que aplica às estatísticas dos Estados-Membros foi significativamente alte-rado no RAA de 2012. A DG AGRI tinha, até 2011, utilizado uma margem de segurança de 25% a fim de compensar a insuficiên-cia das estatísticas dos Estados-Membros, mas essa abordagem tinha sido criticada pelo Tribunal como sendo pouco fiável. Por conseguinte, a Comissão, no seu RAA de 2012, realizou uma nova avaliação das estatísticas usando as informações dispo-nibilizadas pelos organismos de certificação, as auditorias da própria Comissão e as do Tribunal de Justiça. Nos casos em que existia uma divergência entre a apreciação desses organismos de auditoria e o nível de erro indicado pelas estatísticas de con-trolo dos Estados-Membros, aplicou-se um ajustamento para refletir o que a Comissão considerava ser um nível mais realista de erro. Na sequência da recomendação do Tribunal no seu Relatório Anual de 2012, esta abordagem está a ser aplicada a outros domínios de despesas no RAA de 2013, e, em especial, ao desenvolvimento rural.
91.Para o cálculo da taxa de erro residual, a Comissão tem em conta o potencial impacto das deficiências que afetam os dados comunicados pelos Estados-Membros.
Recomendação 1A Comissão partilha o parecer do Tribunal de Contas no que toca à necessidade de melhorar os controlos administrativas e no local. A adequação desses controlos é verificada/ava-liada durante as auditorias de conformidade, sendo dirigidas aos Estados-Membros recomendações sobre as melhorias a introduzir. Além disso, a Comissão informa regularmente os Estados-Membros das suas soluções de auditoria mais comuns, com vista a incentivar as melhores práticas.
A Comissão implementa esta recomendação de modo perma-nente, conforme estabelecido mais adiante, e reforçou certos instrumentos no âmbito da reforma da PAC.
Recomendação 1 — Primeiro travessãoSempre que a Comissão, ou o Tribunal, deteta deficiências nos sistemas de gestão e de controlo nos Estados-Membros, utiliza todos os instrumentos à sua disposição para persuadir os Esta-dos-Membros a resolverem essa situação. Trata-se nomeada-mente do procedimento de apuramento da conformidade que resulta em correções financeiras, que não apenas protegem o orçamento da União Europeia mas também funcionam como um incentivo poderoso para os Estados-Membros, a exigência de os Estados-Membros implementarem planos de ação para suprir as lacunas e a interrupção de pagamentos utilizada no âmbito do Feader. O novo regulamento horizontal relativo ao controlo, financiamento e acompanhamento da PAC, que entra em vigor em janeiro de 2014, inclui um mecanismo reforçado para a suspensão de pagamentos aos Estados-Membros que não apliquem um plano de medidas corretivas.
Recomendação 1 — Segundo e terceiro travessõesO regimes de ajudas «superfície», em geral, e o SIPA, em parti-cular, são continuamente sujeitos a auditorias para detetar pos-síveis deficiências. Um SIPA ineficaz é considerado muito grave pela Comissão e exige-se aos Estados-Membros a introdução de reformas urgentes, que são acompanhadas de perto pela Comissão através de auditorias de acompanhamento.
A Comissão lançou em 2012 um exercício com os Esta-dos-Membros com vista a identificar as verdadeiras causas de erro no domínio do Desenvolvimento Rural. Todos os Estados-Membros foram convidados a estabelecer planos de ação com vista a reduzir as taxas de erro. A melhoria da qua-lidade dos controlos dos Estados-Membros é parte integrante do plano.
Resposta comum aos pontos 92 e 93O novo regulamento horizontal relativo ao controlo, finan-ciamento e acompanhamento da PAC, que entra em vigor em janeiro de 2014, irá exigir que os organismos de certifi-cação emitam um parecer sobre a legalidade e regularidade das operações, o que implicará a repetição de uma amostra representativa de operações já controladas pelo organismo pagador e a validação (ou não) das estatísticas de controlo delas resultantes. Espera-se que este trabalho adicional resulte numa melhoria da qualidade das estatísticas dos orga-nismos pagadores.
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
No entanto, os Estados-Membros deverão efetuar uma nova verificação dos dados transmitidos. Foi dado um passo impor-tante, no verão de 2012, no que respeita às estatísticas de controlo para o exercício de 2012 para os pagamentos diretos; as estatísticas foram transmitidas e diretamente introduzidas pelos Estados-Membros na base de dados CATS da Comissão, tendo as avaliações iniciais do exercício sido muito positivas. Na sequência de uma análise completa, e de eventuais ajustamen-tos necessários, a transmissão automática será introduzida para outros domínios importantes de despesa da PAC.
Recomendação 2A Comissão irá rever as orientações fornecidas aos Esta-dos-Membros para a elaboração das estatísticas, procurando nomeadamente harmonizar as melhores práticas entre os dife-rentes setores. As orientações deverão, nomeadamente, ser revistas no contexto da automatização das estatísticas, bem como no contexto das regras de execução da reforma da PAC.
Recomendação 2 — Segundo parágrafoEsta parte da recomendação é dirigida aos Estados-Membros. A Comissão continuará a exigir aos Estados-Membros que melhorem os respetivos procedimentos internos com vista à verificação e compilação dos dados de controlo enviados.
94.Os organismos de certificação realizam as verificações que lhes são exigidas pelas normas da União Europeia, o que implica a verificação de um número bastante limitado de operações. O novo regulamento horizontal relativo ao controlo, financia-mento e acompanhamento da PAC, que será adotado no início de 2014, prevê que os organismos de certificação efetuem um número significativamente maior de verificações, e de forma mais aprofundada, a fim de emitir um parecer sobre a legali-dade e a regularidade das despesas.
Recomendação 3 ‑ Primeiro parágrafoA Comissão considera que a recomendação é objeto do novo regulamento horizontal relativo ao controlo, financiamento e acompanhamento da PAC, em vigor desde janeiro de 2014, e irá exigir que os organismos de certificação emitam um pare-cer sobre a legalidade e regularidade das operações, o que implicará a repetição de uma amostra representativa de opera-ções já controladas pelo organismo pagador e a validação (ou não) das estatísticas de controlo delas resultantes. A elaboração de orientações de pormenor, que estabelecem a forma como este trabalho deve ser feito, está bastante avançada.
Recomendação 3 — Primeiro travessãoAs orientações propõem a repetição, pelo organismo de certificação, de uma amostra representativa de controlos dos organismos.
Recomendação 3 — Segundo travessãoEssa repetição foi já proposta pela Comissão relativamente ao exercício de 2014.
Recomendação 3 — Terceiro travessãoEspera-se que este trabalho adicional resulte numa melhoria da qualidade das estatísticas dos organismos pagadores e que, conjugado com o parecer do organismo de certificação, pro-duza uma melhoria do grau de fiabilidade que se pode obter.
95.Ver as respostas aos pontos 58 a 62.
Há que chegar a um compromisso sobre o momento ideal para a receção dos dados tendo em conta os pesados encar-gos administrativos que a sua compilação supõe para os Estados-Membros, a fim de evitar uma multiplicidade de trans-missões atualizadas.
96.As análises documentais são de âmbito limitado e não se des-tinam a verificar cada elemento individual dos dados. Esse trabalho não é possível com um esforço proporcionado (as estatísticas são feitas com base em cerca de 900 000 controlos no local).
97.Ver também a resposta aos pontos 66 - 69.
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RESPOSTAS DA COMISSÃO
Recomendação 4A Comissão sublinha que os diferentes prazos para o envio de estatísticas foram definidos em função de uma série de razões operacionais e não apenas com vista à publicação do RAA. A Comissão faz notar que há que chegar a um compromisso sobre o momento ideal para a receção dos dados tendo em conta os pesados encargos administrativos que a sua compila-ção supõe para os Estados-Membros, a fim de evitar uma multi-plicidade de transmissões atualizadas.
A atualidade da receção das estatísticas foi examinada pela Comissão. Em 2012, a Comissão lançou um exercício piloto para a transmissão automática das estatísticas de controlo relativas aos pagamentos por superfície. Esses dados foram transmitidos em julho de 2013 e as avaliações iniciais da sua exaustividade e qualidade são positivas. Serão efetuados os ajustamentos necessários para que todas as estatísticas relevantes possam ser automatizadas desta forma. Limitar-se-á assim o risco de comunicação de erros e assegurar-se-á que é utilizada uma única metodologia em todos os Estados-Membros.
Além disso, no acordo político sobre o novo regulamento hori-zontal para o controlo, financiamento e acompanhamento da PAC, foi introduzida uma nova disposição que autoriza a Comis-são a suspender os pagamentos aos Estados-Membros no que respeita às estatísticas que não tenham sido enviadas nos pra-zos previstos.
O legislador europeu fez uma escolha clara no sentido de aper-feiçoar as atuais componentes de base da fiabilidade, no con-texto da reforma da PAC e, por conseguinte, a Comissão não tem intenção de proceder a uma verificação completa dos dados subjacentes às estatísticas de controlo, o que também comprometeria o princípio da gestão partilhada.
Embora se efetuem alguns trabalhos de verificação das esta-tísticas de controlo, este não é o objetivo principal do procedi-mento de apuramento de conformidade. O objetivo principal consiste, isso sim, em verificar os seus sistemas de gestão e de controlo - e em dar seguimento às constatações da declaração de fiabilidade do próprio Tribunal. A grande variedade de ele-mentos que têm já de ser controlados e objeto de auditoria por parte de auditores da Comissão na DG AGRI torna impossível, tendo em conta os recursos disponíveis, seguir a sugestão do Tribunal sem prejudicar a sua atividade principal, ou mesmo sem prejudicar o nível de correções financeiras recuperadas no âmbito da proteção dos interesses financeiros da UE. No entanto, os elementos dos dados subjacentes são verificados durante as auditorias da Comissão a fim de responder a dúvidas sobre certos elementos, e são também utilizados para preparar a amostra das transações a controlar no local. Além disso, os organismos de certificação darão uma maior atenção aos rela-tórios estatísticos subjacentes aos trabalhos que lhes caberá realizar no contexto da emissão de um parecer sobre a legali-dade e a regularidade das operações.
Resposta comum aos pontos 98‑99Para o RAA de 2012, no que diz respeito às ajudas diretas dis-sociadas (que representam 65% das despesas da PAC), a Comis-são adotou uma nova abordagem, descrita na sua resposta ao ponto 69. O relatório de síntese da Comissão indica que a DG AGRI irá alargar essa abordagem a outros domínios de despesa da PAC, no RAA de 2013. Esta extensão é também recomendada pelo Tribunal no seu Relatório Anual de 2012.
A Comissão não pretende afirmar que o ajustamento que aplica às estatísticas de controlo dos Estados-Membros é válido numa perspetiva estatística, mas considera que este constitui a melhor estimativa na ausência de outros dados mais fiáveis.
A estimativa da Comissão sobre a taxa de erro residual não se baseia apenas nas estat íst icas de controlo dos Estados-Membros, mas tem também em conta outras infor-mações pertinentes baseadas em apreciações profissionais, nomeadamente os resultados das auditorias da própria Comis-são e do Tribunal, bem como as constatações dos organismos de certificação.
Recomendação 5 — Segundo parágrafoA partir do exercício de 2014, os organismos de certificação deverão testar sistematicamente, em amostras representati-vas no âmbito do FEAGA e do Feader, a fiabilidade dos con-trolos administrativos e no local efetuados pelos organismos pagadores. As orientações elaboradas pela Comissão visam garantir que estes trabalhos são realizados segundo uma sólida metodologia estatística e que os seus resultados irão reforçar a segurança quanto à legalidade e à regularidade das transa-ções e fornecer uma estimativa válida da taxa de erro residual por Estado-Membro e por Fundo. A DG AGRI irá reforçar a sua supervisão dos organismos de certificação a fim de se assegu-rar da fiabilidade das suas novas tarefas em matéria de legali-dade e regularidade das operações. A Comissão poderá assim reduzir progressivamente a necessidade dos ajustamentos individuais que faz atualmente às estatísticas fornecidas pelos Estados-Membros.
Entretanto, e para salvaguardar a necessária estabilidade, a Comissão aplicará a abordagem integrada revista utilizada para os pagamentos diretos dissociados no RAA de 2012 da DG AGRI e alarga-la-á a outras medidas da PAC, em especial ao desenvolvimento rural, tal como recomendado pelo Tribunal no seu Relatório Anual de 2012.
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Tribunal de Contas Europeu
Relatório Especial n.º 18/2013A fiabilidade dos resultados dos controlos das despesas agrícolas realizados pelos Estados‑Membros
Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia
2014 — 72 p. — 21 × 29,7 cm
ISBN 978-92-9241-579-2doi:10.2865/15691
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QJ-A
B-13-017-P
T-C
TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU
O T R I B U N A L A U D I T O U A F I A B I L I D A D E D O S R E L A T Ó R I O S D O S
ESTADOS-MEMBROS SOBRE OS RESULTADOS DOS SEUS CONTROLOS ADMI-
NISTRATIVOS E NO LOCAL, BEM COMO A RESPETIVA UTILIZAÇÃO POR PARTE
DA COMISSÃO. O TRIBUNAL CONCLUIU QUE ESSES RELATÓRIOS NÃO SÃO
FIÁVEIS DEVIDO A ERROS DE COMPILAÇÃO E AO FAC TO DE OS SISTEMAS
UTILIZADOS NOS CONTROLOS ADMINISTRATIVOS E NO LOCAL SEREM APE-
NAS PARCIALMENTE EFICAZES NA DETEÇÃO DE DESPESAS IRREGULARES.
ACRESCE QUE OS ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO NÃO FORNECEM GARAN-
TIAS SUFICIENTES À COMISSÃO QUANTO À ADEQUAÇÃO DOS CONTROLOS
NO LOCAL REALIZADOS OU À FIABILIDADE DOS RELATÓRIOS ESTATÍSTICOS.
POR ÚLTIMO, O TRIBUNAL CONSIDERA QUE OS AJUSTAMENTOS EFETUADOS
PELA COMISSÃO ÀS TAXAS DE ERRO RESULTANTES DOS RELATÓRIOS NÃO SÃO
VÁLIDOS EM TERMOS ESTATÍSTICOS. O RELATÓRIO DO TRIBUNAL CONTÉM
RECOMENDAÇÕES QUE VISAM AUMENTAR A FIABILIDADE DOS RELATÓRIOS
DOS ESTADOS-MEMBROS, BEM COMO A VALIDADE ESTATÍSTICA DA ESTIMA-
TIVA DA COMISSÃO REFERENTE ÀS IRREGULARIDADES QUE PERSISTEM NOS
PAGAMENTOS APÓS A REALIZAÇÃO DE TODOS OS CONTROLOS.