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As mudanças na comunicação e o ativismo digital

As mudanças na comunicação e o ativismo digital

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Análise sucinta das mudanças na forma das pessoas se comunicarem após a revolução digital, no reflexo disso nas relações sociais e por fim em casos que elucidam o ativismo digital hoje.

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Page 1: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

As mudanças na comunicação e o ativismo digital

Page 2: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

AGENDA 1. Processos básicos de comunicação,

amadurecimento da internet e o ciclo da informação

2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”

3. Ativismo digital

4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática

5. Considerações Finais

6. Bibliografia

Page 3: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

PROCESSOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO • Interpessoal - pessoas que se comunicam presencialmente,

interagem;

• Massa - pressupõe transmissão e recepção de produtos a

distância, com uma interatividade simulada;

• Ciberespacial - a modalidade mais avançada, mediada

pelo computador e feita através de redes interativas.

1. Processos básicos de comunicação, amadurecimento da internet e o ciclo da informação

Page 4: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

INTERNET MADURA • Com o amadurecimento da internet, as

pessoas perceberam que lá eles tinham não só o acesso, mas a possibilidade de discutir, criar e divulgar novos conteúdos

• Um canal de informação passou a ser um canal de interação

1. Processos básicos de comunicação, amadurecimento da internet e o ciclo da informação

Page 5: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

CICLO DA INFORMAÇÃO • Cerca de 80 milhões de brasileiros tem acesso aberto a

informações variadas, não mais totalmente dependentes dos grandes conglomerados de mídia que concentram as informações em seus canais.

• Porém, com a informação ao alcance de todos ficamos sobrecarregados, levando o público em geral a busca pelos serviços de curadoria de informação.

• Desta forma retorna-se ao início do ciclo, já que os portais de curadoria mais procurados são aqueles “confiáveis” por sua tradição nos antigos meios de comunicação.

1. Processos básicos de comunicação, amadurecimento da internet e o ciclo da informação

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AS REDES SOCIAIS • Com a massificação das redes sociais esse ciclo passou a ter

mais uma etapa: a curadoria pessoal.

• Agora, além dos grandes portais, você também pode ser impactado por algum amigo, o que descentraliza e dissemina o poder da informação, fazendo com que seja possível uma pessoa divulgar um conteúdo a uma grande massa sem depender de um veículo específico.

2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”

Page 7: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

MUDANÇA DA FORMA • O reflexo de tudo isso é a mudança da forma que se

comunica hoje em dia.

• Para que se tenha atenção em meio a tantas informações você precisa mostrar seu conteúdo de uma forma diferente.

• Palavras e gestos dão lugar a manifestos em vídeos, pedidos de doação em imagens e a tentativa de conscientização em formato de infográfico.

2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”

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MUDANÇA DA REAÇÃO • Se fisicamente, quando conta algo a alguém, você deseja que

essa pessoa sorria, pergunte sobre ou dissemine a informação para as outras pessoas, no Facebook, por exemplo, isso foi transformado em like, comments e share.

• Claro que não podemos comparar o nível das duas

interações, afinal a lembrança e a importância das interações físicas é biologicamente maior, por todos os sentidos que as envolve.

2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”

Page 9: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

COMPORTAMENTO NAS REDES SOCIAIS • As redes sociais estão nos deixando mais solitários ou mais sociáveis?

• Usuários destes canais possuem um comportamento altamente

narcisista, exibicionista, incentivados pelas próprias redes e isso acaba fazendo o usuário muitas vezes ter uma vida digital completamente diferente da vida real.

• Isso cria uma pressão gigantesca nas pessoas, afinal as percepção de falha, medos e problemas não vão para as timelines, por mais que sejam muito mais corriqueiras que qualquer viagem ou evento.

• A frase que direciona a postagem do consumidor na rede de Mark Zuckerberg é “No que você está pensando”, mas é interpretada como “O que você quer que as pessoas pensem de você?”.

2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”

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EFEITOS REAIS I • Um bom exemplo é como sociabilidade digital afeta talvez um

dos maiores ícones do relacionamento entre os brasileiros, os bares.

• Phone Stacking: Um movimento social tentando combater a sociabilidade digital pode parecer, e até ser, extremo, mas o fato é que, até que consigamos conciliar nossas duas vidas em uma só, isso se mostra como uma necessidade.

• Segundo Marche, “não é o Facebook que está nos tornando mais

solitários. Nós é que estamos”. Como qualquer ferramenta, podemos usá-la bem ou mal.

• Baudrillard: “A pergunta que se coloca, então, é se a visão de mundo que as redes sociais oferecerão será uma construção coletiva pautada numa razoabilidade crítica e libertadora ou uma nova forma de simulacro”

2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”

Page 11: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

EFEITOS REAIS II • Por outro lado, as pessoas conversam muito sobre o que acontece

nas redes sociais. Acaba sendo um trampolim para uma conversa física mais profunda.

• É muito mais fácil localizar alguém, ou manter contato com alguém. Amizades antigas são reatadas.

• Acaba sendo uma forma de filtro, um tipo de preconceito virtual. O que a pessoa curte, o que ela posta, acaba moldando-a.

2. As redes sociais: mudança na forma, na reação e na vida “real”

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ATIVISMO DIGITAL • O Ativismo Digital é o nome dado a prática de apoiar causas

pelas redes sociais.

• “É ofensivo dizer que a tecnologia é que permite uma revolução, quando temos pessoas morrendo por causa disso” - Leila Nachawati, espanhola de ascendência síria e ativista pelos direitos de liberdade de expressão

• “Mudar o mundo é muito mais legal que ficar jogando online.

Quantas pessoas passam o tempo atirando em coisas que simplesmente não existem”. Charles Lenchner, representante do movimento Occupy Wall Street

• Portanto o grande diferencial não é o fato de ter se envolvido

momentaneamente e nem compartilhado o conteúdo, mas sim as consequências práticas e o efeitos que aquele conteúdo causaram em você.

3. Ativismo digital

Page 13: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

INÍCIO DO ATIVISMO DIGITAL • Começo impulsionado por conteúdos de massa (séries, filmes,

games)

• A experiência de apenas consumir a informação foi expandida buscando uma maior profundidade, gerando um conhecimento coletivo.

• Survivor, American Idol, Matrix, Lost

3. Ativismo digital

Page 14: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

ATIVISMO DIGITAL HOJE • Pode ser moda, pode ser cult, pode ser chato.

• Vai desde curtir a página do Greenpeace ao compartilhamento

de fotos de cachorros maltratados com a esperança de que o Facebook doe um centavo.

• Avaaz – o seu amigo socialista agora tem um site. Reúne causas por todo o mundo e através de ações como petições online, envio de emails coletivos e até organização de eventos físicos tenta usar a força coletiva para mudar a situação atual.

3. Ativismo digital

Page 15: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

CASO KONY • Kony é o chefe de uma guerrilha ugandense que forçou um

número estimado de 66 mil crianças a lutarem em massacres visando o poder do país. As disputas começaram em 1986, mas o caso veio à tona apenas em 2012 com um vídeo feito pela ONG Invisible Children, denunciando os massacres.

• Com 32 milhões de visualizações em três dias, Kony 2012 tornou-se o maior viral da história.

• O vídeo contrariou qualquer “guia” de viralização de um vídeo na internet: ao invés da duração média de 2 minutos o vídeo tem 30 minutos, não é engraçado, não têm famosos, nem gatos.

4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática

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CASO KONY

4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática

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COMO ELE CHEGOU LÁ? • Ele é uma superprodução que, de maneira didática e envolvente,

te faz abraçar uma causa complexa e, principalmente, "desconhecida".

• O fato de ser uma causa desconhecida é o potencializador da sua divulgação nas redes sociais, afinal após se envolver com a história você sente-se obrigado a angariar o máximo de pessoas que compartilhem da sua opinião.

• Além disso, o vídeo o incentivava a disseminar essa informação, seja comprando camisetas, canecas ou adesivos que mostravam a causa; ou aderindo ao Kony Day, um dia onde todos aqueles que aderiram à causa deveriam marcar os locais em que vive para abrir os olhos do mundo.

4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática

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ELE CHEGOU LÁ? • A questão é que Kony tornou-se um fenômeno, porém não teve

um bom timing. Foi lançado no dia 5 de março, com o objetivo de mobilizar o mundo no dia 20 de abril, dia onde todos chamariam a atenção para esta causa.

• Porém a ascensão meteorológica acabou prejudicial para seu objetivo final, e já na segunda semana ele caiu no esquecimento do público em geral. Para contribuir com a queda (ou voltar a colocar o assunto em pauta) surgiram denúncias contra a ONG produtora do vídeo, vindas até do próprio povo de Uganda.

• Por fim, 15 dias antes do grande dia eles fizeram outro vídeo, se explicando das acusações e tentando reacender a chama. Não funcionou, o assunto já tinha passado e este segundo vídeo teve apenas 2 milhões de visualizações até hoje, pouco mais de 2% do vídeo inicial.

4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática

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ELE CHEGOU LÁ?

4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática

5/mar Primeiro vídeo 20/abr Kony Day

Análise das citações de Kony na web, feita através do Google Trends

Page 20: As mudanças na comunicação e o ativismo digital

PIERCE EXPLICA • A principal base do método criado por Pierce é a concepção de

que ideias e conceitos que não tem efeitos práticos são esquecidos.

• O caso de Kony 2012 é um claro exemplo de algo que caiu no esquecimento pois aquilo não teve um efeito prático na vida das pessoas.

4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática

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A DIFERENÇA PRAGMÁTICA DO CATARSE • Um desdobramento diferente do ativismo social que pode

demonstrar a diferença que os efeitos fazem é a plataforma Catarse, site onde as pessoas podem colocar projetos e pedir doações.

• Se acabasse por aí seria algo comum, mas em troca da doação o projeto oferece benefícios exclusivos como workshops ou exemplares únicos.

• Ou seja, desta forma os projetos tem alguma interação maior com as pessoas, causando assim efeitos mais duradouros.

4. Kony e Catarse, por uma visão pragmática

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CONSIDERAÇÕES FINAIS • Em uma sociedade conectada, as pessoas tem necessidade da

troca de conteúdos tanto pela informação em si quanto pela questão do status, é interessante mostrar aos outros que você é uma pessoa informada e socialmente ativa.

• O pragmatismo de Pierce nos ensina a entender as características desta sociedade, onde a volatilidade pode ser combatida pela ação que o seu público irá tomar relativa ao seu conteúdo.

• Por fim, podemos concluir que por mais que o ciberespaço seja importante no relacionamento interpessoal, é sempre importante lembrar que é o mundo real que alimenta o virtual, portanto, por mais importante que seja o papel da internet, uma revolução não irá acontecer apenas em bytes.

5. Considerações Finais

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BIBLIOGRAFIA • AUSTIN, John Langshaw. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Trad.: Danilo Marcondes de Souza filho. Porto

Alegre: Artes Médicas,1990.

• CARROL, ROY. Kony 2012 Cover the Night fails to move from the internet to the streets. http://www.guardian.co.uk/world/2012/apr/21/kony-2012-campaign-uganda-warlord. Acessado em 06/05/2012

• IKEDA, ANA. Militantes dão dicas de ‘ativismo digital’ e diminuem papel das redes sociais em revoluções http://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br/2012/02/10/militantes-dao-dicas-sobre-ativismo-digital-e-falam-do-papel-das-redes-sociais-em-movimentos-como-o-ocupe-wall-street/. Acessado em 06/05/2012

• JENKINS, HENRY. Cultura da Convergência. 2 ed. São Paulo: Aleph, 2009

• MARCHE, Stephen. Is Facebook Making Us Lonely? http://www.theatlantic.com/magazine/archive/2012/05/is-facebook-making-us-lonely/8930/# Acessado em 26/06/2012

• MARQUES, Franscisco Paula Jamil de Almeida. “Cidadania Digital: A Internet como ferramenta social”. INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Salvador/BA – Set/2002

• ROMANINI, Vinicius. Tudo azul no universo das redes. Revista USP, n. 92, 2011-2012.

• SILVEIRA, Lauro F. Barbosa. Curso de Semiótica Geral. São Paulo: Quartier Latin, 2007

6. Bibliografia

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Jean Michel Gallo Soldatelli [email protected]

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