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Fife 2014 desenv comunitário e trabalho com famílias

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Desenvolvimento comunitário e o trabalho com famílias - Maria Iannarelli

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FIFE 2014

DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO E O TRABALHO COM FAMÍLIAS

Maria Iannarel l i

Março 2014mariabm.iannarel l [email protected]

(11) 99865-3588

O DESAFIO DA ATUAÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA / NOVOS MODELOS DE CONVIVÊNCIA

INSTITUIÇÕES PÚBLICAS,PRIVADAS E DA SOCIEDADE CIVIL

EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS

INTERDISCIPLINARES

... . TRANSDICIPLINARES

CONCEITOS

QUEM SOMOS? CUIDADO-CUIDADOR / PROFISSIONAL DA AJUDA/ AGENTE DE

TRANSFORMAÇÃO ? RISCOS PARA O PROFISSIONAL

QUEM ACOLHEMOS?

FAMÍLIAS? GRUPOS ALTERNATIVOS? COMUNIDADE?

COMO ATUAMOS?EQUIPE MULTIDISCIPLINAR / INTERDISCIPLINAR / AÇÕES

INOVADORAS/CUIDANDO DO CUIDADOR?

Visão Sistêmica/Holística

ETAPAS DO CUIDADO – PIRÂMIDE DE MASLOW

PARADOXOS CONTEMPORÂNEOS

- PARADOXOS

- DEMANDAS DA SOCIEDADE : POLÍTICAS PÚBLICAS -DA CRIANÇA AO IDOSO

- VIOLÊNCIA, ENVELHECIMENTO - CUIDADOS / CUIDADOS PALIATIVOS

- VÁRIOS MODELOS DE FAMÍLIA – ESPAÇO DE CUIDADO?

-

- INTERVENÇÃO PROFISSIONAL

- COMUNICAÇÃO INTERGERACIONALIDADE - VÍNCULOS FAMILIARES/PAPÉIS REVISITADOS FILHOS/NETOS/BISNETOS

COMUNIDADE - CUIDADORES

- DEFINIÇÃO DE LIMITES

VISÃO HOLÍSTICA

COMPLEXIDADE : AMPLIAR O FOCO DE OBSERVAÇÃO x SIMPLICIDADE

A INSTABILIDADE : DESCREVER COM O VERBO ESTAR X ESTABILIDADE

A INTERSUBJETIVIDADE: ACATAR OUTRAS DESCRIÇÕES X OBJETIVIDADE

DEDO QUE APONTA A ESTRELA .

FAMÍLIA X PENSAMENTO SISTÊMICO

DE QUE COMUNIDADE FALAMOS?

DE QUE FAMÍLIA FALAMOS?

“GRUPO DE PESSOAS QUE COMPARTILHAM DE UMA CARACTERÍSTICA COMUM : “COMUM UNIDADE”:

REGIÃO DE MORADIA

INTERESSES E CAUSAS QUE DEFENDEM

CARACTERÍSTICAS,ORIGENS,CULTURA,

CRENÇAS E INTERESSES PARTILHADOS.”

Desenvolvimento Comunitário Baseado em Talentos Locais

O QUE É COMUNIDADE?

. PROBLEMAS ESTRUTURAIS

DESEMPREGO ANALFABETISMO

COMUNIDADE MAPA DE DEFICIÊNCIAS E NECESSIDADES

Fonte: Adaptado de Curitiba, Prefeitura Municipal. Modelo Colaborativo: experiência e aprendizado do desenvolvimento comunitário em Curitiba, 2002.

• PROBLEMAS SOCIAISFAMÍLIAS VULNERÁVEISPOP. SITUAÇÃO DE RUA

MIGRAÇÃO OCIOSIDADE

• PROBLEMAS PESSOAISDEPENDÊNCIA QUÍMICA VANDALISMO

ABUSO INFANTIL CRIMESPROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL ABANDONO ESC.

TRÁFICO DE DROGAS HABITAÇÃO INADEQUADA AUSÊNCIA DE SANEAMENTO BÁSICO

. INSTITUÇÕES LOCAISEMPRESAS

ESCOLAS

MAPA DOS TALENTOS E RECURSOS DE UMA COMUNIDADE

• ASSOCIAÇÕES DE CIDADÃOS IGREJAS CLUBES

PARQUES BIBLIOTECAS

Fonte: Adaptado de Curitiba, Prefeitura Municipal. Modelo Colaborativo: experiência e aprendizado do desenvolvimento comunitário em Curitiba, 2002.

• TALENTOS INDIVIDUAIS

HABILIDADES ARTÍSTICAS/CONHECIMENTOS TÉCNICOS

ESPÍRITO DE LIDERANÇAENGAJAMENTO VOLUNTÁRIO • GRUPOS CULTURAIS

HOSPITAIS UNIVERSIDADES

CONSTRUÇÃO DA COMUNIDADE:TAREFAS CONJUNTAS;AÇÕES PARA

AUTORECONHECIMENTOFORTALECIMENTO DO CAPITAL

HUMANO,FAMILIAR E SOCIAL

REDUZIR O SENTIMENTO DE DEPENDÊNCIA X AUTONOMIA,AUTOCONFIANÇA E RESPONSABILIDADE.

COMUNIDADE

EVOLUÇÃO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS

1950/60 - FAÇA O DESENVOLVIMENTO PARA O POVOPESSOAS VISTAS SEPARADAS DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO.

1960/70 - FAÇA DESENVOLVIMENTO PELO POVOPESSOAS VISTAS COMO BENEFICIÁRIAS DO DESENVOLVIMENTO / NÃO AGENTES ATIVOS NO PROCESSO.

1970/80 - FAÇA O DESENVOLVIMENTO ATRAVÉS DAS PESSOASPESSOAS VISTAS COMO INSTRUMENTOS PARA ALCANÇAR O DESENVOLVIMENTO/CONDUZIDAS POR AGENTES EXTERNOS.

EVOLUÇÃO DOS INVESTIMENTOS SOCIAIS

1980/90 - FAÇA DESENVOLVIMENTO COM AS PESSOASPESSOAS INCLUIDAS NA PARTICIPAÇÃO, A COMUNIDADE CONSIDERADA CATALISADORA E/OU PARCEIRA NO

PROCESSO.

1990/2000 - PROMOVA AS PESSOAS PARA O DESENVOLVIMENTO

PESSOAS SÃO VISTAS COMO PROTAGONISTAS. O FOCO ESTÁ EM DESENVOLVER A CAPACIDADE LOCAL PARA O AUTODESENVOLVIMENTO.

Adaptado de SENA, Sarone Ole e BOOY, Dirk. Appreciative inquiry approach o community development: the World Vision Tanzania, Experience, sem data.

INVESTIMENTOS SOCIAIS SÉCULO 21

Anos 2000 - PARTICIPE DA TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE

Pós-Modernidade - Visão Sistêmica – Holística

Projetos Sociais : Monitoramento de Resultados, Capacitação Técnica, Busca por Transparência

Desconstrução /Construção de Novos Olhares : Saber Popular/Comunitário

Cumprimento de Leis – Garantia de Direitos Individuais e Coletivos

Polít icas Públicas x Ações Isoladas

DE QUE FAMÍLIA FALAMOS?

FAMÍLIA INTACTA

FAMÍLIA NUCLEAR

FAMÍLIA MOSAICO

FAMÍLIA RECASADA

FAMÍLIA MONOPARENTAL

FAMÍLIA EXTENSA/AMPLIADA

FAMÍLIA

PESSOAS SOZINHAS

HOMOSSEXUAIS (PARCEIROS)

FAMÍLIA GRUPOS SOCIAIS ALTERNATIVOS

Comunidades Religiosas

Comunidades Místicas

Comunidades Hippies

Grupos de População de Rua

FAMÍLIA VIVIDA

FAMÍLIA VIVIDA:

“Um grupo de pessoas, vivendo numa estrutura hierarquizada, que convive com a proposta de uma ligação afetiva duradoura, incluindo uma relação de cuidado entre os adultos e deles para com as crianças e idosos que aparecerem nesse contexto.” (Gomes,1988)

“Família é com quem a gente conta” (ONU)

SISTEMA FAMILIAR

SISTEMA DE CRENÇAS;

PERMEABILIDADE DOS LIMITES:

MUITO PERMEÁVEL: PERDA DE IDENTIDADE – DIFICULDADE EM TOMAR DECISÕES

IMPERMEÁVEL: FECHADO , IMPEDE INTERAÇÃO COM UM MUNDO MAIS AMPLO

IDEAL: PERMEÁVEL E RESTRITO;

HIERARQUIA E LIMITES

SISTEMAS

PERGUNTAS IMPORTANTES:

-QUEM ESTÁ NESTE SISTEMA FAMILIAR?

-QUAIS SÃO ALGUNS DOS SUBSISTEMAS IMPORTANTES?

-QUAIS SÃO ALGUNS DOS SUPRASISTEMAS AOS QUAIS A FAMÍLIA PERTENCE?

DE QUE FAMÍLIA FALAMOS?

COMUNICAÇÃO (Fonte : Folha de São Paul.o)aulo,Quase Nada Fabio Moon e Gabriel BA)

REPETIÇÕES (Fonte: Folha de São Paulo – Garfiel J im Davis)

FAMÍLIA - REPETIÇÕES

DE QUE FAMÍLIA FALAMOS?

LEALDADES/ DÍVIDAS EXISTENCIAIS(Fonte: Folha de São Paulo – Hagar Dik Browne)

FAMÍLIAS

PAPÉIS E PODER

FOCO DE VISÃO

AMPLIANDO O FOCO DE VISÃO..Fonte: Folha de São Paulo – Mundo Monstro – Adão Iturrsgarai

FAMÍLIAS

Dança da Família

DE QUE FAMÍLIA FALAMOS?Famíl ia e Ciclo Vital“.. .Sistema de relações que opera de acordo

com certos princípios básicos e que evolui no seu desenvolvimento, de um modo particular e complexo.”

Ciclo Vital – 4 FasesAquisição – nascimento da famíl iaAdolescente – período dos fi lhos na

adolescênciaMadura – fi lhos atingem a idade adultaÚltima – envelhecimento

(Fonte: Cerveny,Ceneide – Visitando a famíl ia ao longo do ciclo vital, 2002)

FAMÍLIA NA COMUNIDADE – TENDÊNCIAS- Famíl ias por laço de consanguinidade;

- Crianças e jovens que vivem com tios, avós ou vizinhos;

- Famíl ias monoparentais;

- Muitas famíl ias morando na mesma casa: f i lhos que tem fi lhos e permanecem na casa dos pais, f i lhos que tem fi lhos e, por separação ou desemprego, retornam para a casa dos pais, com seus f i lhos.

- Casais que não mais mantém relação conjugal mas que permanecem morando juntos.

- Situações em que crianças ou adolescentes estão inseridos em famíl ias substitutas, tendo sua famíl ia natural morando na mesma comunidade.

- QUAIS AS FRONTEIRAS DE UM NÚCLEO FAMILIAR?

FAMÍLIA / trabalho social

Proposta de Acompanhamento (não atendimento )

de Famílias:

- Aprender a Conhecer

- Aprender a Fazer

- Aprender a Ser

- Aprender a Conviver

- Base Unesco,2000

FAMÍLIAS – TRABALHO SOCIAL

1 – Conhecer e mapear as comunidades com as quais se pretende trabalhar.

O QUÊ : Como é a história da comunidade? Como ela é composta? Como se originou? De onde vem o seu nome? De onde vêm os seus moradores? Como contam a história do lugar onde moram?

Quais são as principais potencialidades e demandas da comunidade?

Quais são os grupos e organizações que atuam na comunidade?

COMO : Visitas domicil iares,promoção de oficinas e eventos sociais educativos, pesquisa histórica e observação sistemática da comunidade,recenseamento da comunidade, diagnóstico participativo.

EIXOS DO TRABALHO SOCIAL

GRUPOS RESILIENTES

VALORIZAÇÃO DO APRENDIZADO SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO

FATORES DE PROTEÇÃO

Prevenção /Cuidado Primário : Cuidado Comparti lhado

FATORES DE RISCO

Cuidado “Esquartejado” Visão Ultrapassada do Papel Social.

Valorização das Redes Sociais Comunitárias;

Valorização dos Arranjos Familiares e de Solidariedade;

Valorização dos Processos de Socialização e Integração da Comunidade.

REDES SOCIAIS

O CUIDADO E O HUMANO

O CUIDADO E O HUMANO

Cuidado

Signif ica atenção, precaução, dedicação,carinho,encargo e responsabil idade. Cuidar é servir , é oferecer ao outro , em forma de serviço, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas :É

praticar o cuidado.

CuidadoImplica em perceber a outra pessoa como ela

é, e como se mostra.Assim, o acompanhante tem condições de prestar o cuidado de forma individualizada

CuidarImplica em atitude de ocupação,

preocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o outro.

CUIDANDO DE QUEM CUIDA

Fonte: Patrícia Gebrim – Palavra de Criança

CUIDANDO DE QUEM CUIDA

Fonte: Patrícia Gebrim – Palavra de Criança

 

QUALIDADES ESPIRITUAIS BÁSICAS   QUALIDADES DO ESPÍRITO HUMANO  AMOR  COMPAIXÃO  PACIÊNCIA  TOLERÂNCIA  CAPACIDADE DE PERDOAR  CONTENTAMENTO  NOÇÃO DE RESPONSABILIDADE  NOÇÃO DE HARMONIA   COMPÕEM A FELICIDADE PARA A PRÓPRIA PESSOA E PARA OS OUTROS. 

DALAI LAMA

ESPIRITUALIDADE

DESAFIOS ATUAIS

“MUDE SEU FA

LAR Q

UE EU MUDO M

EU OUVIR

CAROLINA FUJIH

IRA

FALANDO SOBRE O CONTEXTO ATUAL

NOVOS ATORES SOCIAIS NOVAS PROFISSÕES INTERDISCIPLINARIDADE/TRANSDISCIPLINARIDADE

ACOMPANHAMENTO “DOMICILIAR” /INSTITUCIONAL

DE RUA EM LUGAR DO ATENDIMENTO “DOMICILIAR”/INSTITUCIONAL

CRIAÇÃO DE VÍNCULOS

NOVOS MODELOS DE FAMÍLIA

CONTEXTO ATUAL

ACOLHIMENTO/ACOMPANHAMENTO/VÍNCULO

TRABALHO EM REDE / VALORIZAÇÃO DA COMUNIDADE

EMPODERAMENTO/EMANCIPAÇÃO

REDUÇÃO DE DANOS

ÉTICA DO CUIDAR

CUIDANDO DO CUIDADOR

DESAFIOS ATUAIS

INDICADORES ANTROPOSSOCIAIS

IDH – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

IDS – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL

FELICIDADE NACIONAL BRUTA

MMR – MAPA MÍNIMO DE RELAÇÕES

FADIGA POR COMPAIXÃO STRESS DO CUIDADOR

SÍNDROME DE BURNOUT

CONSTRUÇÃO COLETIVA

Rede Tecer o Futuro – Guia de Promoção de Resil iência – Cenise Monte Vicente.

Projetos e Programas Sociais – Da concepção do Projeto à Prática Profissional – Maria Iannarell i .

Terapia Comunitária Passo a Passo – Adalberto Barreto.

Responsabil idade Social Empresarial – Roberto Galassi Amaral.

Convivendo com Gente Dif íci l – Donald Weiss.

IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – Redes Intersetoriais de Desenv.Comunitário – Célia R.B.Schilther

Fortalecendo a Resil iência Famil iar – Froma Walsh

Enfermeiras e Família – Wright Leahey.

REFERÊNCIAS TEÓRICAS

.

Visitando a Família ao Longo do Ciclo Vital / A Família como Modelo/ Família E... – Ceneide M.Oliveira Cerveny.

A Família Como Espelho – Cyntia Andersen Sarti.Repensando o Investimento Social: A Importância do Protagonismo

Comunitário/Desenvolvimento Comunitário baseado em talentos e recursos locais - Lycia e Rogério Arns Neumann. Instituto IDISDesenvolvimento Local e Fundações Comunitárias em Áreas Urbanas:desafios e

oportunidades – Fundação Tide Setubal e GIFE.Novas Dinâmicas para Grupos – A Aprendência do conviver – Simão de Miranda.Aprendendo a Ser e a Conviver – Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro.Pedagogia da Autonomia/Pedagogia do Oprimido/Ação Cultural para a Liberdade –

Paulo Freire.O Amor que Acende a Lua – Rubem AlvesO Amor é o Caminho (maneiras de cuidar) – Maria Julia PaesRompendo o Silêncio: Faces da Violência na Velhice – Marília Viana Berzins.Da arte de Compartilhar – Uma metodologia de trabalho social com famílias – Mariana

C.Moreira.Fortalecendo a Resilliência Famiiliar – Froma Walsh.Manual de Orientação Familiar Sistêmica – Cristiana M.E.Berthoud e Maria Renata

M.CoelhoMude seu Falar que eu Mudo meu Ouvir – Carolina Fujihira.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FILMES

Colcha de Retalhos Saneamento Básico

A Festa de Babete O Auto da Compadecida

Elza e Fred Tapete Vermelho

Longe Dela Entre os Muros da Escola

Parente é Serpente Nas Profundezas do Mar sem Fim

A História de Nós Dois O Filho da Noiva

Uma prova de Amor De Porta em Porta

Por fim Viúva Meu Pai, Uma Lição de Vida

Como Água para Chocolate Gilbert Grape

Pranzo di Ferragosto (Almoço de Agosto) O Contador de Histórias

Diário de uma Paixão

Chocolate

Em Seu Lugar

REFERÊNCIAS

“ É a possibil idade que me faz continuar e não a certeza. Uma espécie de aposta da minha parte. E, embora me possam chamar sonhador, louco ou qualquer outra coisa, acredito que tudo é possível.. ."

Autor desconhecido .

mariabm.iannarel l [email protected]

FINALIZANDO...

ROTEIRO PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA (AUTORA: CENISE MONTE VICENTE)Recomendações para a vida cotidiana

1) A construção do sentidoAs condições adversas de vida podem levar as pessoas a

uma atitude existencial provisória, um modo de ocupar-se apenas com o presente baseando-se numa atitude fatalista, de que "não tem jeito", "não adianta".

A construção do sentido é acompanhada da introdução do futuro. Mas, este futuro precisa ser experimentado, por isso os projetos iniciais têm que ser de curto prazo, viáveis e concretos. As atividades lúdicas, a organização de uma festa, de um campeonato, permitem que o potencial se expresse e, simultaneamente, haja prazer ou satisfação .

ROTEIRO

2) Calendário Baiano

Tão logo uma atividade tenha sido realizada, uma nova deve mobilizar o grupo, de modo a introduzir novos sentidos. A sucessão de sentidos pode solicitar atitudes diferentes, pode criar possibil idades de novos destaques, pode criar espaço para que uma aquisição recentemente adquirida possa aprimorar-se e oferece novos papéis, retirando os envolvidos das estereotipias frequentes nas experiências crônicas.

O futuro, a autoestima e a autoconfiança estão sendo trabalhados pela tarefa.

ROTEIRO

3) O sentido e o lugar no mundo

Junto com a construção da vontade de sentido, podemos fomentar na criança e no jovem um projeto de lugar no mundo, no futuro. Os jovens que não conseguem imaginar seus futuros são os mais frágeis. Se o futuro não existe, ou se a pessoa não "ocupa" um lugar no mundo no futuro, não há esperança, não há desafio.

ROTEIRO

4) O ensino fundamental e o sentido

Muitos jovens não conseguem entender para que serve o conhecimento. Fica dif íci l dedicar-se a algo cuja f inal idade não está clara ou que não tem gancho com a vida e a perspectiva do aluno.

Devido a isto, torna-se fundamental estabelecer os nexos entre as matérias básicas e as profissões. Assim, o aluno pode entender para quê serve a matemática, a l íngua portuguesa, as ciências, pois, junto com estes saberes, existem modos de estar no mundo, por meio da produção. Cria-se uma ponte entre o ensino, o mundo e o futuro. Aprender passa a fazer sentido pessoalmente .

ROTEIRO

5) A auto-estima

Muitos meninos têm uma autoimagem negativa. Cresceram ouvindo "profecias" extremamente negativas e desqualificadoras. A equipe que desejar desenvolver no jovem amor por si mesmo e pelos demais precisa desconstruir a imagem que o menino trouxe. Esta desconstrução não é difíci l . Dependerá do olhar da equipe para as qualidades e potencial do jovem.

ROTEIRO

6) Cuidar-se e cuidar

Os cuidados com o próprio corpo têm um importante papel na promoção da auto-estima. Estimular a capacidade de cuidar de si mesmo. E simultaneamente fomentar os cuidados com os ambientes onde o cotidiano transcorre. A dimensão estética, as cores, as formas e a construção de "coisas belas" devem ser estimuladas. É claro que esta estética virá marcada pelos interesses da adolescência, da cultura, da época, mas o que nos interessa é o movimento de preservação, de carinho, enfim, da autopreservação .

ROTEIRO

7) Livro de ocorrências novo

Nas instituições, existe sempre um registro das chamadas "ocorrências", destinado a anotar os problemas, os erros, as brigas, as medidas adotadas frente aos conflitos. Este l ivro precisa mudar de enfoque.

Quando o menino acerta, quando eles se entendem, quando revelam suas qualidades e interesses, onde fica o registro? Precisamos começar a anotar as soluções, as possibil idades.

Se esta mudança é estabelecida, começamos a fazer profecias positivas e o adolescente tem a oportunidade de mudar sua auto-imagem e sua postura.

ROTEIRO

8) Os gestos anti-sociais

Quando o menino ou menina são agressivos ou "inadequados", o que fazer?

Antes de atribuir os motivos do jovem e condená-lo com alguma medida discipl inar, precisamos entender o acontecimento. Entender suspendendo a tendência de classif icar entre certo e errado, bom e mau. A maioria destes atos expressa um pedido de socorro ou um fragmento importante da vida do sujeito.

Compreender uma conduta fora do campo onde ocorreu é impossível. A biografia e o contexto são fundamentais.

ROTEIRO

9) Não contra-atuarQuando o jovem apresenta um

comportamento disruptivo, é muito freqüente que a resposta

correspondente do operador seja uma espécie de espelho. Se o menino está,

por exemplo, nervoso, o educador entra na cena como um

complementar, fazendo com que aquela atualização de algo biográfico ou pedido de socorro se transforme em questão disciplinar e não numa

possibilidade de diálogo e elucidação das origens da atitude.

ROTEIRO

10) Desaquecendo as cenasEstes momentos de tensão são

quentes, dominados por escassa disposição para ouvir e compreender.

São necessários procedimentos de desaquecimento. Além de não

complementar a cena violenta, o operador deve facilitar a expressão verbal de todos os protagonistas,

retirar o conflito da dimensão dramática e introduzi-lo num campo do diálogo, no qual poderá ocorrer

elaboração.

ROTEIRO

11) As pequenas alegriasMomentos de conversas

coletivas, de cantoria, de leitura em grupo, de narrativa popular

podem ser momentos de restauração, de trégua e

também de elaboração. As histórias têm sempre uma

mensagem, uma lição. Mas, a atmosfera criada nestas

atividades talvez sejam mais importantes do que o recado

verbal. É a melodia da canção.

ROTEIRO

12) HumorO bom humor indica flexibilidade,

plasticidade mental. Revela a capacidade de fazer de conta, de

olhar as coisas com certa distância, com crítica. Tal capacidade associa-se à capacidade de rir. O riso indica certo

distanciamento dos fatos, cria a possibilidade para que os eventos

possam ser entendidos sem afetar a pessoa de modo imediato.Aprende-se a relativizar.

ROTEIRO

13) Sistema de SocorroQuando algum direito fundamental

está ameaçado, como, por exemplo, o direito de aprender, os programas podem desenvolver um SOS. O

sistema de socorro deve atender a todos os envolvidos na situação de "risco": operadores e educandos.

Muitas situações resultam em exclusão ou expulsão. Se este

movimento puder ser substituído por processos de reinclusão qualificada,

todo mundo aprende.

ROTEIRO

14 – Direito à Ternura

Os vínculos são muito importantes. Bebês morrem de carência quando não são amadas. O afeto é tão importante quanto as vitaminas.

Ele envolve um campo novo, que é dif íci l expressar em lei . Trata-se do direito à ternura.