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Filosofia Política em Platão e Filosofia Política em Platão e Aristóteles Aristóteles Obra “Escola de Atenas” (1506-1510) de Rafael Sanzio. Prof. Marcos Goulart

Filosofia política em Platão e Aristóteles

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Apresentação sobre pontos específicos da filosofia de Platão e Aristóteles, mais especificamente, a Teoria do Rei-Filósofo e a experiência da filosofia, exposta na "Alegoria da Caverna" e as noções de Justiça Distributiva e Participativa em Aristóteles.

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Filosofia Política em Platão e AristótelesFilosofia Política em Platão e Aristóteles

Obra “Escola de Atenas” (1506-1510) de Rafael Sanzio.

Prof. Marcos Goulart

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Platão – Dados biográficosPlatão – Dados biográficos

De origem aristocrática, Platão vangloriava-se dos

antepassados ilustres e considerava a política como

decorrência natural da prática da filosofia, na medida

em que acreditava que o poder devia ser entregue

aos mais sábios. Dois fatos marcaram a vida de

Platão, inteiramente consagrada ao estudo e à

pesquisa: o encontro com Sócrates; e, nove anos

mais tarde, o dramático processo que resultaria na

condenação à morte do mestre.

Seu verdadeiro nome era Arístocles de Atenas. Platão era o seu apelido, talvez por ter os ombros largos. Estima-se que viveu de 428 a 347 a.C.

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Alegoria da Caverna – Vivemos no mundo das sombrasAlegoria da Caverna – Vivemos no mundo das sombras

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O filósofo enquanto modelo de PolíticoO filósofo enquanto modelo de Político

A caverna escura é o nosso mundo; os escravos acorrentados são

os homens; as correntes são as paixões e a ignorância; as

imagens ao fundo da caverna são as percepções sensoriais; a

libertação do escravo é a ação libertadora da filosofia; a aventura

do escravo fora da caverna é a experiência filosófica; o mundo lá

fora da caverna corresponde ao mundo das ideias, o único,

verdadeiramente; o Sol que ilumina o mundo verdadeiro é a ideia

do Bem, que conduz ao conhecimento; o regresso do escravo é o

dever do filósofo de envolver a sociedade na experiência da

Verdade.

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A Formação do Cidadão, a Formação dos GovernantesA Formação do Cidadão, a Formação dos Governantes

Platão propõe uma formação do cidadão composta por 5 períodos, que

correspondem a faixas etárias. A cada período há uma espécie de seleção

em que só os mais habilitados seguem adiante.

No estágio final, em que só os mais notáveis conseguiram chegar, os

indivíduos, agora com idade entre 31 e 35 anos, seriam instruídos na arte do

diálogo e estudariam filosofia, fonte de toda a verdade, que eleva a alma até

o conhecimento mais puro. Aos 50 anos, aqueles que passaram com

sucesso pela série de provas, seriam admitidos no corpo supremo dos

magistrados e caberia a eles o governo da cidade, por serem os mais

sábios e mais justos.

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A A SofocraciaSofocracia: o Rei filósofo: o Rei filósofo

Platão propõe, portanto, que o governo fique com os

mais sábios por ser eles as pessoas que conhecem a

ideia de justiça. Assim, temos uma proposta de

aristocracia, um governo nas mãos de poucos. Ele

introduz um sistema político que podemos chamar de

“Sofocracia”, ou seja, governo dos mais sábios.

A igualdade, para Platão, por outro lado, só é possível

na distribuição de bens, mas não na distribuição do

poder, por isso, podemos dizer que a democracia não

é um bom sistema político para o filósofo.

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Platão e as formas de governo degeneradasPlatão e as formas de governo degeneradas

→ Timocracia: o culto da virtude é substituído pelo impulso guerreiro, um governo movido pela cólera.

→ Oligarquia: o exercício do poder é destinado aos mais

ricos.

→ Democracia: forma de governo em que o poder é

atribuído aos mais pobres.

→ Tirania: governo de uma pessoa só, em detrimento do

bem comum.

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A cidade justa para PlatãoA cidade justa para Platão

A cidade justa é governada pelos filósofos, administrada pelos

cientistas, protegida pelos guerreiros e mantida pelos

produtores. Cada classe cumprirá sua função para o bem da

pólis, racionalmente dirigida pelos filósofos. Em oposição, a

cidade injusta é aquela na qual o governo está nas mãos dos

proprietários, que serão movidos por interesses econômicos e

particulares, ou na dos militares, que mergulharão a cidade em

guerras para satisfazer seus desejos particulares de honra e

glória.

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Aristóteles – Dados BibliográficosAristóteles – Dados Bibliográficos

Nascido em Estagira, na Grécia, Aristóteles ficou órfão

aos 18 anos. Mudou-se, então, para Atenas, onde

frequentaria a escola de Platão cerca de 20 anos. Em

342 a.C., foi convidado por Felipe II, rei da Macedônia,

para ser preceptor de Alexandre Magno. Após sair da

corte de Alexandre, em 337 a.C., regressou a Atenas e

fundou o Liceu, que dirigiria durante 10 anos com

grande sucesso. Escreveu obras sobre lógica, ética,

política, física, metafísica e zoologia.Nasceu em 384 a.C. e morreu em 322 a.C.

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Aristóteles versus PlatãoAristóteles versus Platão

Aristóteles considera a República platônica

impraticável e inumana. Recusa a

Sofocracia, que atribui poder ilimitado a uma

parte apenas do corpo social, os mais

sábios, alegando que a exclusão das outras

classes hierarquiza demais a sociedade. Não

aceita que a justiça, virtude por excelência

do cidadão, possa desvincular-se da

amizade, philia.

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A Amizade e a JustiçaA Amizade e a Justiça

A palavra grega philia significa “amizade”, porém, num sentido mais

amplo quando se refere à cidade: significa ideias semelhantes e

interesses comuns, de onde resultam a camaradagem. Daí a

importância da formação ética dos indivíduos, com a finalidade de

prepará-los para a vida em comunidade. A justiça se relaciona com a

amizade, garantindo o princípio da igualdade, pois a cidade é

associação entre iguais, que se reconhecem como tais. Justo é

apoderar-se do que cabe a cada um.

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Aristóteles e a Justiça Distributiva e participativaAristóteles e a Justiça Distributiva e participativa

Para determinar o que é a justiça, precisamos distinguir dois tipos de bens:

os partilháveis e os participáveis: um bem é partilhável quando é uma

quantidade que pode ser dividida e distribuída (a riqueza é um bem

partilhável). Um bem é participável quando é uma qualidade indivisível, que

não pode ser repartida nem distribuída, podendo apenas ser participada (o

poder político é um bem participável). Existem, portanto, dois tipos de

justiça na cidade: a distributiva, referente ao bens econômicos partilháveis,

e a participativa, referente ao poder político participável. A cidade justa

será aquela que saberá distinguir ambos e realizá-los.

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Se uma cidade estivesse num período de escassez de

alimentos e fome, qual seria o critério justo de distribuição

desses alimentos para que a justiça distributiva seja feita?

Lembre-se: segundo Aristóteles, é preciso tratar os iguais

como iguais e os desiguais como desiguais...

Vamos pensar?!Vamos pensar?!

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Tipologia das Formas de governo de AristótelesTipologia das Formas de governo de Aristóteles

Aristóteles usa os seguintes critérios de distinção das formas de governo:

a)Segundo o critério da quantidade, o governo pode ser monarquia (governo de um

só), aristocracia (governo de um pequeno grupo) e politeia (governo constitucional

da maioria).

b)Conforme o critério de valor, as três formas acima são boas se visam ao

interesse comum. As três formas citadas têm as suas formas degeneradas. A

tirania, quando o monarca visa apenas ao interesse próprio. A oligarquia, quando

os aristocratas movem-se pelo interesse dos mais ricos. E a democracia, quando a

maioria pobre governa em detrimento da minoria rica.

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Aristóteles e Platão: comparação das teorias políticasAristóteles e Platão: comparação das teorias políticas

Enquanto Platão se preocupa com a educação e formação do

dirigente político – o governante filósofo -, Aristóteles se

interessa pela qualidade das instituições políticas (assembleias,

tribunais, forma da coleta de impostos e tributos, distribuição da

riqueza, organização do exército, etc.). Desse modo, a qualidade

da cidade justa, segundo Platão, está nas virtudes do dirigente;

em Aristóteles, na virtudes das instituições.

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ReferênciasReferências

ARANHA, M. Filosofando: uma introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.

CHAUÍ, M. Iniciação à filosofia. São Paulo: Ática, 2010.

NICOLA, U. Antologia Ilustrada de Filosofia: Das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005.

WIKIPEDIA. Platão. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Plat%C3%A3o>. Acesso em: 08 jun. 2014.

_____. Aristóteles. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles>. Acesso em: 08 jun. 2014.