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Volume 3 ׀Número 2׀Abril-Junho de 2013 REVISTA CITINO Periódico da Associação Nacional Hestia de Ciência, Tecnologia, Inovação e Oportunidade Abril-Junho de 2013

Revista Citino Volume 3 - Número 2

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Volume 3׀ Número 2׀Abril-Junho de 2013 REVISTA CITINO

P e r i ó d i c o d a A s s o c i a ç ã o N a c i o n a l H e s t i a d e C i ê n c i a , T e c n o l o g i a , I n o v a ç ã o e O p o r t u n i d a d e

A b r i l - J u n h o d e 2 0 1 3

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Volumes publicados

Edição: Volume 3׀ Número 2 ׀ Abril-Junho de 2013

Neste lançamento, artigos de revisão e textos originais em

fármacos e medicamentos e embalagens. A figura da capa é

uma simulação 3D, desenvolvida no software Sketchup.

Refere se a uma embalagem vítrea para capsicum baccatum

inspirada nas formas da Pimenta Cambuci. Esta imagem foi

obtida na Universidade do Estado de Mato Grosso,

UNEMAT, pelos pesquisadores Carlos Eduardo Soldá e Ana

Paula Livero Sampaio.

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Abril-Junho de 2013

Revista aberta,

organizada pela

Associação Nacional

Instituto Hestia de Ciência e Tecnologia

Revista Citino

Associação Nacional Hestia

Travessa Campo Grande, 138- Bucarein

CEP 89202-202 – Joinville – SC – BRASIL

Fax: 47 4009-9002

e-mail: [email protected]

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CONSELHO EDITORIAL

CORPO EDITORIAL

Prof. Dr. Etney Neves – HESTIA e UNEMAT

Editor

Profª. Luciana Reginato Dias – UFSC

Revisora da redação em Língua Portuguesa

Profª. Judith Abi Rached Cruz – UNEMAT

Revisora da redação em Língua Inglesa

Prof. Marcelo Franco Leão – IFMT e UNEMAT

Assessor de Arte Final em Textos e Ilustrações

Ana Paula Lívero Sampaio – HESTIA

Assessora de Arte Final em Gráficos e Figuras

CONSULTORES EDITORIAIS

Prof. MSc. Adauto Farias Bueno – UFMT

Prof. Dr. Alexandre Mikowski – UFSC

Dra. Claudia Cristiane Camilo – USP

Profa. Dr. Claudia Roberta Gonçalves – IFMT

Prof. MSc. Cristiano José de Andrade – UNICAMP

Eng. Eduardo Soares Gonçalves – UNEMAT

Prof. Dr. Fabrício Schwanz da Silva – UNEMAT

Profa. Dr. Karla Regina Pereira – HESTIA

Prof. MSc. Luciano Matheus Tamiozzo – UNEMAT

Prof. Dr. Luiz Carlos Ferracin – HESTIA

Profa. Dra. Mariana Beraldo Masutti – CPEA

Eng. Osny do Amaral Filho – HESTIA

Prof. MSc. Paulo Sérgio Costa Lino – UNEMAT

Prof. Dr. Rodrigo Tognotti Zauberas – UNIMONTE

Esp. Soraia Cristine Lenzi – HESTIA

Profa MSc. Thereza Cristina Utsunomiya Alves – IFMT

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GLOSSÁRIO

SEÇÃO EMBALAGENS – design e marketing associados à ciência e tecnologia de

materiais para embalagens inovadoras de alimentos, estudo de efeitos protetores da

embalagem ao alimento ou reações químicas do material ou alimento correlacionado

com sua embalagem.

SEÇÃO FÁRMACOS E MEDICAMENTOS – subdividida em princípios ativos da

fauna e flora.

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SUMÁRIO

Pág.

1 - 5

EDITORIAL

ARTIGOS

06 SEÇÃO EMBALAGENS

07 Design e simulação de uma embalagem vítrea para Capsicum Baccatum

23 Design e simulação de uma bandeja termoformada com duas cavidades

32 SEÇÃO FÁRMACOS E MEDICAMENTOS

33

Plantas do gênero bauhinia e suas potencialidades Hipoglicemiante e

Antidiabética: um estudo analítico

Volume 3׀ Número 2׀ Abril-Junho de 2013 REVISTA CITINO

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SEÇÃO EMBALAGENS

PACKAGING SECTION

Pág.

07. DESIGN E SIMULAÇÃO DE UMA EMBALAGEM VÍTREA PARA

CAPSICUM BACCATUM

23. DESIGN E SIMULAÇÃO DE UMA BANDEJA TERMOFORMADA COM

DUAS CAVIDADES

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 7

Vol. 3, No. 2,

Abril-Junho de 2013

ORIGINAL ARTICLE

DESIGN AND SIMULATION OF A PACKAGING

FOR GLASS CAPSICUMS BACCATUM

Carlos Eduardo Soldá¹ e Etney Neves

2,3

¹ Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade do Estado de Mato Grosso, Barra

do Bugres (MT), Brasil, Campus Rene Barbour, Brasil. Rua A, CEP 78390-000. 2

Professor Visitante do Departamento de Engenharia de Alimentos, UNEMAT.- Universidade

do Estado de Mato Grosso, Campus Barra do Bugres - MT. 3

Pesquisador Associado a Associação Nacional Instituto Hestia de Ciência e Tecnologia,

HESTIA.- Brasil.

Abstract

Widely used for obtaining sauces and jellies, pepper Cambuci presents in its

composition, compounds of high nutritional value, which in addition to providing a

healthy food intake, gives the characteristic flavor to food. The glass packaging for a

colloidal dispersion rich in Capsicum bacatum must, on all their assignments, preserve

and guarantee the quality of the packaged product. Therefore, it is necessary to know

the physico-chemical and rheological jelly, which will serve as a basis to adjust the

product, the material that condition food. The glass for display behavior of an inert

material, is the most suitable to contain this product. In this work, it is the process to

obtain and manufacture of sodo-calcico glass, as well as the criteria for filling and

closing of the pack and colloidal dispersion phase of labeling. The glass container has

proposed a 200 ml volume and mass storage capacity according to the density of gel is

330 g. The design is equipped with certain features to minimize effort during

consumption of its contents by the shape and the absence of corners in the package, but

also the appropriateness of the proposed design features pot natural Cambuci pepper

fruit.

Keywords: pepper cambuci, sodo-calcico, jellies.

[email protected]

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 8

Vol. 3, No. 2,

Abril-Junho de 2013

ARTIGO ORIGINAL

DESIGN E SIMULAÇÃO DE UMA EMBALAGEM VÍTREA

PARA CAPSICUM BACCATUM

Carlos Eduardo Soldá¹ e Etney Neves2,3

¹ Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade do Estado de Mato Grosso, Barra do

Bugres (MT), Brasil, Campus Rene Barbour, Brasil. Rua A, CEP 78390-000. 2

Professor Visitante do Departamento de Engenharia de Alimentos, UNEMAT.- Universidade do

Estado de Mato Grosso, Campus Barra do Bugres - MT. 3

Pesquisador Associado a Associação Nacional Instituto Hestia de Ciência e Tecnologia, HESTIA.-

Brasil.

Resumo

Utilizada para obtenção de molhos e geleias, a pimenta Cambuci apresenta em sua

composição, compostos de alto valor nutricional, que além de proporcionar a ingestão

de um produto saudável, confere ao alimento sabor característico. A embalagem de

vidro, para uma dispersão coloidal rica em Capsicum bacatum, deve sobre todas as suas

atribuições preservar e garantir a qualidade do produto embalado. Sendo assim, faz-se

necessário conhecer as características físico-químicas e reológicas da geleia, que

servirão como base para adequação do produto ao material que a acondicionará. O

vidro, por apresentar comportamento de um material inerte, é o mais indicado para

projeto e fabricação de embalagens para o produto especificado. Este trabalho trata então

da simulação do processo de obtenção e manufatura do vidro sódo-cálcico, assim como

também dos critérios de enchimento e fechamento da embalagem com dispersão

coloidal e a fase de rotulagem. A embalagem de vidro em sua proposição de design e

simulação tem o volume de projeto de 200 ml e a capacidade projetada de

armazenamento de massa é de 330 g. O design objetiva funcionalidades determinadas

para minimizar esforços durante o consumo do conteúdo, através do formato e

ausência de cantos no interior da embalagem, como também, a proposta de adequação

do design do pote às características naturais do fruto da pimenta Cambuci.

Palavras-chaves: pimenta cambuci, sódo-cálcico, geléia.

1. Introdução

Ao longo dos tempos, o setor industrial de alimentos vem sofrendo constantes

mudanças para se adaptar às crescentes exigências dos consumidores. Com papel

fundamental na manutenção da qualidade de alimentos, as embalagens são uma parte

[email protected]

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 9

importante de todas as operações de seu processamento. Por definição é o meio de se

obter a distribuição segura de produtos em condições adequadas para o consumidor

final com o menor custo, como também uma função técnico-econômica para otimização

dos custos de distribuição de mercadorias enquanto maximiza vendas e lucros. 1

No ato de aquisição de um produto, as embalagens podem desempenhar grande

relevância, agregando valor a ponto de promover a diferenciação de outros produtos. Um

dos seus papéis é o design e os atributos visuais, diretamente ligados ao estímulo à

compra. Assim, cabe à embalagem atrair a atenção do consumidor através da definição

de cores, padronização e um a s p e c t o gráfico chamativo. A má utilização destes

recursos podem resultar em um desempenho de vendas inferior para o produto.2

O universo das embalagens está diretamente ligado ao produto, à indústria e ao

marketing, onde todas as funcionalidades empregadas no design têm o papel de

representar tudo àquilo que o consumidor não vê. Por traz disso, representa-se o grande

esforço produtivo e de marketing que a indústria moderna tem que oferecer.3

O sucesso da embalagem está diretamente relacionado com o desenvolvimento de

um projeto, onde deve ser realizado u m e s t u d o d o contexto em que o produto

está inserido, sendo o produto e a embalagem uma unidade integrada, para assim

trabalhar o projeto como um todo. Desta forma, se todos os parâmetros forem

seguidos, a embalagem deve apresentar níveis mínimos possíveis de interação física e

química com o produto e o ambiente em que está inserida. 4

Dentre as matérias- primas para a obtenção de embalagens para alimentos, o

vidro vem sendo reconhecido como um dos materiais que sintetiza todas as qualidades

requeridas. Respondendo positivamente a duas características essenciais de embalagens

modernas, embalagens em vidro proporcionam a proteção ao meio ambiente, relacionado

ao bom aproveitamento na reciclagem, como também a proteção ao consumidor, pela

exposição da qualidade do produto pelas paredes transparentes e a não interação com o

alimento durante o armazenamento. 2

Os recipientes utilizados para o acondicionamento de geleias em geral,

apresentam grande variedade de tamanhos e formas, assim como também, podem ser

elaborados a partir de ligas metálicas ou em vidro.5

Sendo o vidro, o mais indicado

devido às características organolépticas das geleias, o que torna este meio mais propício a

interação com o material da embalagem.

Este trabalho tem o intuito de apresentar o processo de desenvolvimento e

projeto de uma embalagem especial, com design e funcionalidades específicas para

geleia de pimenta Cambuci (Capsicum baccatum), bem como os principais aspectos do

material, manufatura e critérios do processo de enchimento e rotulagem.

2. O vidro

O vidro tem os seus primeiros relatos datados nos anos de 9.000 a.C, é formado

basicamente de alguns tipos de rochas fundidas em elevadas temperaturas, e em seguida,

são resfriadas rapidamente. Inicialmente seu uso era restrito e sua utilidade era apenas

para a fabricação de peças de decoração.6

Hoje em contrapartida, representa um setor

importante para a indústria brasileira, que produziu cerca de 3,1 milhões de toneladas de

vidros no ano de 2006.7

Com o domínio de tecnologias, hoje as indústrias de vidros produzem frascos e

garrafas do mais alto padrão de qualidade. Sua constituição baseia-se em 73% de areia,

com concentração de 99% de sílica, de 15 a 30% de vidros quebrados, soda barrilha

(Na2CO3) e calcário (CaCO3.MgCO3), fundem-se a t em p e r a t u r a s entre 1.350 a

1.600°C. Deste modo, pode-se optar pelo uso de agentes refinadores, que reduzem o

tempo e a temperatura de fusão e eliminam as bolhas formadas, corantes, como óxido

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crômico, enxofre e carbono, e o cristal, responsável por mascarar e eliminar impurezas

que sejam produzidas no decorrer do processo.1

Da mesma forma que os minerais, os vidros sílicados não são compostos por

moléculas discretas, porém são formados a partir de redes tridimensionalmente

conectadas. A unidade básica da rede de sílica é o tetraedro silício-oxigênio, no qual o

átomo de silício está ligado a quatro átomos de oxigênio maiores. Os átomos de oxigênio

arranjam-se espacialmente, dando o formato de um tetraedro.2

O vidro utilizado para a produção de contenedores, frascos e jarras geralmente são

elaborados a partir de sopro mecânico e devem apresentar propriedades específicas, tais

como:6

Deve ser barato, quando produzido em larga escala;

Resistir ao choque sem se deformar;

Ser reutilizado ou reciclado;

Resistir à incidência de altas temperaturas;

Não apresentar a interação com odores, sabores e substâncias tóxicas.

Outro fator de extrema importância é a degradação do vidro quando descartado

junto ao lixo doméstico. Frente a isto, está a indústria de reciclagem do vidro que cada

vez mais procura tirar da natureza a matéria prima descartada. O aproveitamento chega a

100%, no que se refere a 1 kg de vidro reciclado produzir 1 kg de novas embalagens.

Além de economizar no consumo de matéria-prima virgem, combina-se também a

redução no consumo de energia na produção. Levando em consideração a facilidade na

limpeza e esterilização de recipientes de vidro, destaca-se ainda a reutilização em

indústrias de bebidas ou como utilitário doméstico.8

3. Embalagem de vidro para alimentos

A função básica das embalagens é proteger e conservar os alimentos, mantendo-se

sem consideradas alterações em sua composição e qualidades sensoriais, assim como

também reduzir a ação de fenômenos que diminuem a vida de prateleira.

Na teoria, as embalagens para alimentos, devem proporcionar uma barreira

entre o alimento e o ambiente. Além de não poder influenciar no produto, a embalagem

controla a transmissão de calor, umidade e de gases e o movimento dos

microrganismos ou insetos. A embalagem deve obedecer a outros requisitos adicionais,

tais como a operação sem problemas; eficiente e econômica na linha de produção;

resistência a danos; rompimentos, rasgões ou amassamento causados por injúrias

mecânicas durante o processamento e armazenamento. Não menos importante é

imprescindível que ao final apresentem um custo total baixo.1

O vidro é um dos materiais mais indicados para acondicionar alimentos por

uma série de fatores. O fato de serem impermeáveis a agentes internos e externos,

inertes e não reagirem com os alimentos, confere certa preferência aos demais. Diferindo-

se de materiais plásticos, por exemplo, que durante a vida de prateleira transferem

componentes da embalagem, podendo causar contaminação toxicológica ou sensorial ao

produto.9

A água e as soluções aquosas reagem com o vidro à temperatura ambiente a

uma velocidade extremamente baixa. Nesta reação, ocorre a substituição de algum

hidrogênio da água pela quantidade equivalente de sódio, originando então hidróxido

de sódio e proporcionando uma alcalinidade muito pequena na água, que pode ser

insignificante nas condições normais mesmo para períodos bastante prolongados. Esta

reação pode ser acelerada em altas temperaturas e quando submetidas a repetidas

esterilizações, o que aumenta a taxa de transferência de sódio da embalagem para o

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 11

meio.10

As embalagens podem ter papel fundamental durante o processamento do

alimento. Na pasteurização e esterilização, muitos alimentos são processados já dentro da

embalagem, sob a incidência de altas temperaturas e diferentes níveis de pressão, estas

embalagens não devem apresentar deformações. Os vidros se tratados de maneira correta

são apropriados ao processamento pelo calor, quando hermeticamente fechados, assim

podendo garantir a não deformação durante o processo.

O vidro destaca-se também quanto a sua funcionalidade quando utilizado para

embalar alimentos. O que permite a otimização da capacidade para executar o preparo

dos alimentos. É permeável a micro-ondas, o que permite que o alimento possa ser

consumido na temperatura ideal, ainda envolvido pela própria embalagem. Após o

consumo do produto, a embalagem de vidro poderá ser reutilizada ou reciclada. Se

dotadas de dispositivos de fechamento, pode facilmente se adequar para embalar outros

alimentos através do fechamento hermético. Devido a sua transparência, é possível

observar a qualidade do conteúdo na embalagem.1

Salvo as suas restrições, o vidro é considerado um ótimo meio de

acondicionamento para alimentos. O mais indicado para alimentos é o Sodo cálcico,

sendo a família de vidros mais antiga e largamente utilizada para a obtenção de potes,

garrafas, frascos e tubos de lâmpadas.2

Devido a sua rede estrutural, a tentativa de se expressar a composição química do

vidro em termos de uma única formula não tem sentido prático. Porém, existe um

sistema para descrever a sua composição. Assim, listam-se as quantidades relativas de

óxidos provenientes das matérias primas na formulação da composição, a despeito do

fato de que esses óxidos não existam por si só na estrutura do vidro. Para efeito de

fabricação, os valores relativos são expressos em porcentagem de peso. Sendo o caso

do vidro sodo-cálcico, contém normalmente de 8 a 12% em peso de óxido de cálcio e de

12 a 17% de óxido alcalino.2

4. Manufatura da embalagem de vidro

O processo de manufatura do vidro se inicia com a mistura e fusão das matérias

primas utilizadas a temperatura de 1350 a 1600°C. Mas, antes mesmo de iniciar-se o

processo é necessária a seleção das matérias-primas, cálculo das proporções relativas

de cada componente e a pesagem dos componentes para obtenção de um material

homogêneo.

No processo de obtenção do fundido, as matérias-primas passam por uma série

de transformações físico-químicas. Para que seja transformado em um líquido

homogêneo, pode-se utilizar durante o processamento, técnicas que melhorem a

qualidade, tais como a remoção de componentes não fundidos, impurezas e bolhas.11

Após a fundição, a produção de vidros comerciais requer sua obtenção em formatos

específicos. Os recipientes de gargalos estreitos são feitos pelo processo sopro-sopro,

onde uma porção de vidro a 1000°C é colocada em um molde oco, formando uma bolha e

o molde do gargalo. O molde oco é então, invertido e o corpo é formado por sopro de ar

comprimido no molde. Os recipientes de boca mais larga, como no caso dos potes de

vidro para geleias, são formados pelo processo prensa- sopro, em que a porção de vidro

toma a forma em um molde oco e a borda do gargalo é moldada pelo movimento

ascendente de um pistão. Passando assim para a moldagem a ar como uno processo

sopro-sopro.1

Quando as garrafas saem dos moldes, a temperatura está em torno de 450°C.

Devido a sua baixa condutividade térmica, se as garrafas resfriarem sozinhas, sua parte

interna resfriará mais lentamente que a parte externa. Assim, esta diferença entre taxas de

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transferência térmica causa estresse interno fazendo com que o vidro se torne instável. De

modo geral, os vidros depois de moldados passam pelo processo de recozimento ou

tempera. Esta técnica tem por finalidade remover as tensões que podem ser criadas na

moldagem. O vidro que não passar pelo processo de recozimento, pode estilhaçar-se

devido a resultante do resfriamento desigual. O recozimento deve ocorrer a faixas de

temperaturas inferiores a temperatura de transição vítrea. Assim a embalagem pode ser

encaminhada ao resfriamento, sob condições cuidadosamente controladas, através do

fluxo de ar frio ou imersão em óleo.8

5. Dispersão coloidal rica em Capsicum baccatum

Dispersões coloidais são misturas homogêneas, onde as partículas dispersas não

sedimentam e nem podem ser filtradas por método comum. Esta denominação descreve o

comportamento físico-químico de vários produtos que conhecemos tais como o leite,

maionese, queijo, creme chantilly e as geleias. 12

Segundo a legislação brasileira, resolução normativa n°15/78 de 1987, se define

geleia como o produto obtido pela cocção de frutas inteiras ou em pedaços, polpas ou

sucos de frutas, com açúcar e água, e concentrado até a consistência gelatinosa. Uma

geleia de boa qualidade tecnológica deve conservar-se bem sem sofrer alterações,

mantendo as características pré-estabelecidas sob a legislação. 5

A pimenta Cambuci (Capsicum baccatum) conhecida como chapéu-de-frade, não

apresenta pungência e é considerada de sabor agradável pelos apreciadores de pimentas.

Pode ser consumida fresca, em saladas, cozidos ou conservas, tendo também potencial

para a obtenção de geleias.13,14 Apesar do crescente interesse industrial do cultivo de

pimentas, a maior parte da produção caseira de sementes ou comercialização dos frutos

maduros, são em mercados e feiras. Estas pimentas além de serem consumidas in natura,

podem ser processadas e utilizadas em diversas linhas de produtos na indústria de

alimentos, além de ser alternativa para agregar valor aos produtos da agricultura

familiar.15

As pimentas Cambuci, apresentam consideráveis concentrações de antioxidantes,

ricos em flavonoides e vitamina C, compostos que diminuem o risco de doenças crônicas

como câncer de próstata, catarata e diabetes, também pelo efeito desintoxicante do

sangue, tendo os capsaicinóides o princípio ativo mais importante.16 Dentre eles pode-

se destacar a capsaicina, diidrocapsaicina, homocapsaicina, homodiidrocapsaicina e a

nordiidrocapsaicina. A estrutura molecular de cada uma delas está descrita na figura

01.

Levando em consideração a sociedade moderna e a crescente exigência por

alimentos saudáveis, a geleia de pimenta Cambuci, além de potencial econômico,

apresenta ainda maior relevância por se enquadrar nos moldes de um alimento funcional

e pronto para o consumo.

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 13

Figura 01. Estrutura química de alguns capsaicinóides: (a) Capsaicina,

(b) Diidrocapsaicina, (c) Homocapsaicina, (d) Homodiidrocapsaicina,

(d) Nordiidrocapsaicina. Fonte:DAVIS et al., 2007.

6. Geleia de pimenta Cambuci

Geleias são misturas semissólidas de açúcar e frutas inteiras, pedaços ou suco,

suficientemente firmes para manterem a sua forma. Foi desenvolvida ao longo do

tempo com o intuito de preservar a fruta através da acidez e a diminuição da atividade de

água com a adição de açúcar. As condições de cozimento da mistura ácida com açúcar e

água levam a formação do gel, tendo como base desse processo a presença de pectinas.

Estes componentes polímeros são componentes naturais dos vegetais e especialmente de

frutas, tendo a sua variação de acordo com a espécie.17

Portanto, os fatores

determinantes para a formação da geleia, são as frutas ácidas ou adição de ácidos,

substâncias pécticas, açúcar e a água.

6.1. Processo produtivo

A combinação adequada dos elementos utilizados e a quantidade deles definirão a

qualidade de uma geleia, bem como a sua ordem sequencial de adição durante o

processamento. 18

De acordo com a resolução normativa n°15/78 de 1987, em caso de deficiência de

substância de origem da fruta, poderá adicionar, por exemplo, acidulantes ou pectina. O

gel se forma apenas em pH em torno de 3. Em faixas de pH superiores a 3,5 não acontece

a formação de gel. O ponto ótimo de açúcar está ao redor de 67,5%, porém é possível

fazer a geleia com alto teor de pectina e ácido com menos de 60% de açúcar.

O processamento acontece basicamente da mesma forma para os mais variados

tipos de frutas, tendo pequenas alterações dependendo a característica da matéria

prima. O processamento da fruta in natura acontece de acordo com a Figura 02, baseado

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 14

em conceitos do Manual para a Produção de Geleias de Frutas em Escala Industrial da

Fruta in natura, desenvolvido pela EMBRAPA. 5

Na recepção é realizada a seleção cuidadosa, com a retirada de sujidades ainda

aderidas a fruta, procedendo a uma pré-lavagem por imersão ou aspersão de água

clorada. Antes do descascamento, as frutas devem ser pesadas para o controle do

rendimento. A retirada da casca varia de acordo com o tipo da fruta a ser processada. Não

se deve adicionar água às frutas para o processamento de geleias, a não ser em casos que

a fruta necessite de um pré-cozimento, sendo no máximo 20% do total. A faixa de açúcar

não deverá ser superior a 65%. Sendo aconselhável a adição de glicose ou açúcar

invertido para o processamento a vácuo ou melhorar a cor e reduzir o sabor doce. A

adição de pectina e ácido é realizada sob as concentrações originais das frutas, assim

fazendo a calibração para o ponto ideal.

As temperaturas e o tempo de cozimento são tabelados em função da

concentração de sólidos solúveis e do grau de inversão da sacarose. As geleias

processadas a pressão atmosférica devem ser resfriadas a temperatura de 85°C, de modo

a conseguir o padrão de geleia satisfatório. As tampas metálicas devem ser internamente

envernizadas e providas de anéis vedantes, por necessitarem de maior aderência à

embalagem de vidro e proporcionarem o fechamento hermético. Após o tratamento, o

produto está pronto para ser rotulado, empacotado e enviado para estocagem e

distribuição.18

Figura 02. Fluxograma do processo produtivo para obtenção

De geleia de pimenta Cambuci. Fonte: Autor, 2013.

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 15

6.2. Caracterização da geleia de pimenta Cambuci

No início do processo de obtenção da geleia é necessário que se faça o teste de

pectina. Este indica se há a necessidade de adicionar intencionalmente mais substancias

pécticas para melhorar a qualidade do gel formado. Em um trabalho realizado para

obtenção experimental de geleia, notou-se a baixa concentração de pectinas, através do

teste com álcool. Sendo necessária a adição de pectina convencional (1% p/v) para

compensar a deficiência natural da pimenta.

Análises físico-químicas determinaram que a geleia de pimenta é composta por

42,53% de água, 0,81% de cinzas, 0% de lipídios, 1,61% de proteínas, 55,05% de

carboidratos totais, sendo 7,48% de açúcares redutores e 47,55% de açucares não-

redutores. Além disso, 4,8 de pH, 58° Brix, e 0,36% de acidez, em ácido cítrico.

Apesar de apresentar o pH superior e concentração de sólidos solúveis inferior ao

ideal, não houve qualquer prejuízo na formação do gel.

O valor nutricional foi calculado a partir da concentração de carboidratos, visto

que os demais compostos (teores de proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas,

gorduras trans e sódio) não foram significativos na porção. O valor energético foi de

40,6 Kcal/20g o que corresponde a 10% do valor referente (VDR) a uma dieta de 2000

Kcal.19

7. Critério do processo de enchimento e fechamento

Para evitar a contaminação das embalagens comercialmente limpas, elas chegam

até a indústria em pallets envolvidas em filmes encolhíveis ou esticáveis. São retirados e

invertidos sobre jatos de vapor ou água para higienizá-los, permanecendo invertidos até

que aconteça o envase, evitando assim a recontaminação.

A máquina de enchimento apropriada depende da natureza do produto e da taxa

de produção requerida. Para alimentos pastosos e semi-líquidos, como no caso da

geleia de pimenta Cambuci, são indicados enchedores volumétricos. Seus bicos de

enchimento funcionam tanto para linha quanto para arranjo rotativo.

Todos os envasadores devem adicionar produto a embalagem de forma cuidadosa

sem que ocorra derramamento e sem contaminação do fecho. Devem ser dotados de um

sistema “sem recipiente, sem enchimento” e ser facilmente cambiáveis para se ajustarem

de maneira prática aos diferentes formatos das embalagens.

No caso de enchimento em alta temperatura o fechamento hermético é o mais

apropriado, portanto as embalagens não podem ser completamente cheias. É necessário

um espaço livre, entre o alimento e a tampa, para a formação do vácuo parcial. Sendo

este um fator fundamental para reduzir o processo de deterioração oxidativa durante a

estocagem, além de reduzir a mudança de pressão dentro do recipiente durante o

processamento. Este espaço livre é padronizado e seu tamanho varia ente 6 a 10% do

volume do recipiente sob as temperaturas normais de enchimento. Deve-se atentar

quando envasar alimentos sólidos ou pastosos, para evitar que ar seja retido junto ao

produto, o que diminuiria o vácuo no espaço livre.

Os recipientes de vidro podem ser fechados por três tipos de tampas, as tampas

sob pressão, tampas comuns e tampas à vácuo. As geleias são embaladas sob

temperaturas altas e ainda passam pelo processo de pasteurização/esterilização. Para

aproveitar a formação de vapor e por consequência o potencial de formação de vácuo, as

tampas utilizadas para este produtos são as a vácuo, que funcionam com o sistema

rosquear para fechar e girar para abrir.

Um dos principais problemas dos frascos é a facilidade de abrir e fechar o que

possibilita a facilidade de adulteração. Embora não seja possível uma proteção mais

efetiva, uma embalagem anti-violação retarda o acesso ao interior das embalagens. Em

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 16

caso de evidenciarem adulteração, indicam se houve a violação. Pode ser utilizado como

lacre da tampa na embalagem de vidro capas de cloreto de polivinila termo-encolhível

para os gargalos ou anéis de vedação para recipientes de boca larga, onde o recipiente

não poderá ser aberto sem que se quebre ou remova o anel. 1

8. Processo de rotulagem

8.1. O rótulo e suas características fundamentais

O rótulo é o pedaço de papel, madeira, metal, tecido, plástico, ou até mesmo à

própria pintura da embalagem cumprindo as funções de identificar o produto ou marca;

classificar o produto em tipos de categorias; informar os aspectos do produto, como,

quem, onde e quando foi feito, o seu conteúdo, como se usa, e quais as normas de

segurança do produto embalado; e a função de promover o produto mediante a um

design atrativo.20

O rótulo é na maioria das vezes o fator determinante para a venda do produto,

sendo encarregado de ilustrar a imagem do produto e de seu fabricante. A ANVISA

(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) define rotulagem, pela resolução RDC M°

259, de 20 de setembro de 2002 “como toda inscrição, legenda, imagem ou

toda matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada em relevo

ou litografada ou colada sobre a embalagem do alimento”.21

Tendo o rótulo como ferramenta fundamental na interface consumidor e

fornecedor, é necessário que se apresente informações básicas em sua estrutura, sendo

elas: 22

Marca ou nome fantasia do produto.

Identificação de lote e data de validade.

Lista de ingredientes.

Condições de armazenamento.

Instruções de uso.

Quantidade do produto.

Informações nutricionais obrigatórias.

Identificação da procedência.

Nome do fabricante ou produtor.

Conter advertência sobre substancias como o glúten.

Endereço, município e país em que foi produzido.

Ressaltar o uso de matéria prima orgânica ou transgênica.

8.2. Processo de rotulagem

Esta etapa do processamento da geleia de pimenta Cambuci em embalagem de

vidro pode ser feita manualmente ou de forma totalmente automatizada, cabendo ao

potencial de aquisição que a empresa possuir. Visto a gama de produtos que uma

indústria pode produzir e as características físicas que as suas embalagens possam ter, as

rotuladoras devem ser as mais adaptáveis possíveis.

Analisando as propriedades desejáveis ao produto a ser inserido na linha de

produção, busca-se um sistema de rotulagem que além de garantir a qualidade do

produto, se adeque as necessidades técnicas de produção e de inovação. Dentre os

mais variados tipos de rotuladoras, destacamos as auto-adesivas.23

Estas possuem capacidade de produção contínua e controlam automaticamente o

fluxo de entrada e saída de recipientes da máquina. Os frascos são coletados no

transportador por uma rosca de alimentação, que ajusta o passo dos recipientes que são

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 17

então transferidos pela estrela de alimentação para o carrossel de frascos. Após a

rotulagem são transferidos para a estrela de saída, que os deposita no transportador de

saída. É flexível quanto a sua implantação, pois possui um sistema de configuração

adaptável ao espaço disponível. Esta unidade de rotulagem é indicada para embalagens

de vidro e PET, bem como para outros materiais transparentes. É facilmente ajustável a

mudanças de formato das embalagens, permitindo assim o uso de designs inovadores e de

formatos irregulares. A rotulagem autoadesiva é sensível à pressão e são utilizadas em

numerosos tipos e tamanhos de frascos. Sendo ela completamente automática é ideal pra

velocidades baixas e médias, bem como a aplicação de alta qualidade de rótulos

transparentes sem a aparência de rótulo, permitindo desta forma, a visualização do

produto em seu real estado de acondicionamento através da embalagem de vidro.

O sistema autoadesivo, pode também utilizar rótulos wash-off, que são facilmente

retiráveis dos recipientes, o que garante a sua reutilização tanto pelo consumidor quanto

para o retorno a indústria.23

9. Design e aspectos técnicos

A exposição das características da embalagem faz compreender os aspectos

funcionais que são proporcionados a toda a cadeia produtiva como também destaca a sua

importância, desde o processamento até o ato do consumo.

9.1. Software

A partir das dimensões e as características estéticas da embalagem definidas,

foi desenvolvido um processo de simulação em software, o SketchUp, produto gratuito

da empresa Trimble Buildings.

O SketchUp é rápido e facilita a criação de objetos e estudo volumétricos. O

programa traz uma interface original, que permite a criação, manipulação e a edição de

arquivos 3D. Todos os objetos são formados por linhas e faces, portanto uma face só

existe se estiver totalmente envolvida por linhas que devem estar em um mesmo plano,

ou até mesmo selecionando várias linhas e faces, dando origem a um objeto

tridimensional. A simulação acontece em escalas exatas através da entrada de medidas no

momento de criação do protótipo.24 O SketchUp é um software bastante maleável,

entretanto limitou a eliminação dos cantos perpendiculares externos na parte superior e inferior da embalagem, o que para embalagens de vidro, são considerados fatores de risco a resistência mecânica do material.

9.2. Aspectos técnicos

O material escolhido para a embalagem de geleia de pimenta Cambuci é o

vidro, mais especificamente o sódo-calcico, visto que esta variedade é a mais indicada

para potes de acondicionamento para alimentos.

Levando em consideração a densidade específica de geleias em geral de 1100

kg/m3 [25]

e o volume desejável de 200 ml foi possível através da Equação 1, calcular a

massa de produto a ser embalado.

(1)

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 18

Para a massa determinada de 330g e a altura desejável de 4,5 cm para a secção

interna da embalagem, realizou-se através da Equação 2, o cálculo do raio.

(2)

O raio calculado foi de 3,8 cm, que remete a 7,6 cm de diâmetro interno do

cilindro, onde será adicionada a geleia. Considerando as dimensões das embalagens, a

espessura do vidro será de 0,25 cm nas regiões mais próximas ao cilindro interno e

mais espessas nas extremidades, visto aos formatos assimétricos. Na Figura 03 o desenho

técnico com as dimensões utilizadas, bem como os ângulos das embalagens, podem ser

observados no aspecto físico proposto.

Figura 03. Desenho técnico com dimensões físicas de diâmetro (mm), alturas (mm),

espessura de parede (mm) e ângulos da embalagem. Fonte: Autor, 2013.

O design da embalagem para pimenta Cambuci (Figura 06.b) remete a

aparência natural do fruto. Em seu formato real, a parte inferior da pimenta apresenta

quatro gomos, o que justifica os quatro relevos que contornam o cilindro interior.

(a) ( b)

Figura 04. (A) Vista 3D da embalagem, com destaque para os

semicírculos externos da embalagem. (B) Variedade vermelha de

Pimenta Cambuci (Capsicum baccatum). Fonte: Autor, 2013.

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 19

A ausência de cantos no interior da embalagem é necessária para que seja

facilitada a retirada do produto com o auxílio de colheres, sendo este formato que

agrega ainda mais funcionalidade ao produto.

Figura 05. Vistas 3D da embalagem. (A) Vista frontal, (B) Vista superior,

(C) Vista inferior e (D) Vista isométrica. Fonte: Autor, 2013.

10. Considerações Finais

O vidro em seu universo de possibilidades, se adequa de forma abrangente as

condições de necessidades básicas no armazenamento de alimentos. Salvo as suas

propriedades frágeis, se tomados os devidos cuidados é possível desenvolver a partir

desta matéria-prima, embalagens inovadoras e sem riscos para o produto e ao

consumidor.

As embalagens de vidro destinadas para conter alimentos devem resistir ao

choque sem se deformar, ser reutilizado ou reciclado, resistir a incidência de altas

temperaturas, e não apresentar interação com odores, sabores e substâncias tóxicas, sendo

assim, mantendo a qualidade e a integridade do alimento.

O software utilizado para a simulação do recipiente foi o SketchUp, sendo a base

fundamental na demonstração física da embalagem. Esta foi desenvolvida e

apropriada para geleia de pimenta Cambuci, com o seu design inovador baseado nas

formas naturais do fruto. As curvas localizadas na parte exterior da embalagem simulam

os quatro gomos localizados na base do fruto de pimenta. O pote tem alto potencial

para o reuso para inúmeros fins depois de consumida a geleia.

Para a produção comercial, os vidros devem assumir formatos regulares devido à

má condutividade térmica que poderá ocasionar trincas quando o material for submetido

a diferenças de temperatura. Nos processos de enchimento, fechamento e rotulagem do

recipiente devem ser levadas em consideração todas as características do vidro e do

produto a ser embalado, sendo primordial para a inovação de embalagem, assegurar o

consumidor quanto à garantia das propriedades do alimento, bem como promover o

conteúdo perante a um design chamativo.

No pote para geleia projetado, poderá ser envasado 330g da dispersão coloidal em

um volume de 200 ml, sendo esta proporção baseada nas porções de produtos que já

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 20

estão em comercialização.

Levando em consideração todos os processos envolvidos na formulação da geleia

de pimenta Cambuci, como também o alto potencial de atratividade da embalagem,

pode se concluir que o novo produto apresenta características mercadológicas positivas

para a sua inserção no mercado. Entretanto, necessita-se, de maiores investimentos em

pesquisas, relacionadas à viabilidade econômica da sua produção.

11. Referências bibliográficas

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Práticas. São Paulo: Artmed, 2006, 2 ed., cap. 24.

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Indústria do Vidro no Brasil: Minerais não-metálicos. BNDES Setorial, Rio de

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Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 22

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de graduação – Produção de polpa de morango. Revista de Ensino de Engenharia,

v.26, n.1, p. 3-8, 2007.

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 23

Vol. 3, No. 2,

Abril-Junho de 2013

ORIGINAL ARTICLE

DESIGN AND SIMULATION OF A TRAY

THERMOFORMED WITH TWO WELL

Alexandre Peripolli1 e Etney Neves2

¹ Acadêmico do Curso de Engenharia de Alimentos, UNEMAT-Universidade do Estado de Mato Grosso,

Campus Barra do Bugres – MT, Brasil. Rua Florianópolis, JD Elite II, CEP 78390000. 2.Professor Visitante do Departamento de Engenharia de Alimentos, UNEMAT.- Universidade do Estado

de Mato Grosso, Campus Barra do Bugres - MT. 3 Pesquisador Associado a Associação Nacional Instituto Hestia de Ciência e Tecnologia, HESTIA.-

Brasil.

Abstract

The project intended to present a differentiated packaging to meet the consumer

demands in the highly competitive current market. The use of the PS (polystyrene)

polymer gains more field by taking into account its versatility to adopt numerous

moldable forms. Thus raising a brief study detailing its aspects, emphasizing its use in

the food industry focus on analyzing the fruit Theobroma grandiflorum (cupuaçu)

through its features in formation with fermented milk.

Keywords: packaging; fermented milk; polystyrene (ps), theobroma grandiflorum

(cupuaçu).

[email protected]

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 24

Vol. 3, No. 2,

Abril-Junho de 2013

ARTIGO ORIGINAL

DESIGN E SIMULAÇÃO DE UMA BANDEJA

TERMOFORMADA COM DUAS CAVIDADES

Alexandre Peripolli1 e Etney Neves2

¹ Acadêmico do Curso de Engenharia de Alimentos, UNEMAT-Universidade do Estado de Mato Grosso,

Campus Barra do Bugres – MT, Brasil. Rua Florianópolis, JD Elite II, CEP 78390000. 2.Professor Visitante do Departamento de Engenharia de Alimentos, UNEMAT.- Universidade do Estado

de Mato Grosso, Campus Barra do Bugres - MT. 3 Pesquisador Associado a Associação Nacional Instituto Hestia de Ciência e Tecnologia, HESTIA.-

Brasil.

Resumo

O presente artigo tem como proposta apresentar a simulação e geração de cenários para

uma embalagem de material polímero poliestireno (PS), apresentando um breve estudo

e detalhando aspectos físicos da embalagem, ressaltando ainda seu uso na área

alimentícia com foco na análise do acondicionamento de derivados do fruto Theobroma

Grandiflorum (cupuaçu) com leite fermentado.

Palavras-chaves: embalagem, leite fermentado, poliestireno (ps), theobroma

grandiflorum (cupuaçu).

1. Introdução

A concorrência no âmbito do mercado geral de laticínios nos últimos anos faz

com que as indústrias venham a procurar melhorias nas características organolépticas,

sensoriais e na estética das embalagens.

A grande variedade de frutos de origem da Amazônia, muito apreciada em

culinárias típicas, por conter sua propriedade nutricional com alta concentração de

vitaminas faz com que seu consumo seja cada vez mais conhecido e procurado nas

demais regiões do Brasil e em outros países.1

Alimentos perecíveis requerem consumo rápido. Diante dessa necessidade, os

polímeros são altamente recomendados como base material constituintes de embalagens

de alimentos por apresentarem leveza e baixo custo na produção, sendo que o seu

descarte é totalmente reciclado. Os polímeros são macromoléculas caraterizadas por sua

estrutura química, tamanho e características intra e intermoleculares. Suas unidades

químicas fazem ligação covalente repetida ao longo de sua estrutura. O nome

[email protected]

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 25

termoplástico tem origem grega, plastikus de significado material adequado à

moldagem. São encontradas de formas naturais como em seda, fibras de algodão,

celulose, etc., e também sintética tais como o polipropileno, o poli (tereftalato de

etileno), o polietileno, o poli (cloreto de vinila) (PVC), etc.9

Os plásticos são materiais que, embora sólidos à temperatura ambiente em seu

estado final, quando aquecidos acima da temperatura de “amolecimento” tornam-se

fluidos e passíveis de serem moldados por ação isolada ou conjunta de calor e pressão.

1,9. Alguns exemplos de termoplásticos são o PP, o PE, o PET, o PVC e o poliestireno

(PS).9

2. Embalagem de Poliestireno

O surgimento do poliestireno se dá em meados dos anos 30, onde sua produção

comercial iniciou-se por volta de 1936, na Alemanha, este material possui como

principais características a flexibilidade e maleabilidade em conjunto com o calor. Por

apresentar características semelhantes ao vidro, este material é muito utilizado por

apresentar custos reduzidos ao transporte, comparado a vidro e metais, fácil

maleabilidade a temperatura de 300ºC, moldes de precisão e formas mais amplas,

resistente à pressão e choques físicos, fechamento fácil e maior resistência química do

que metais. No entanto eles não possuem resistência a altas temperaturas e são menos

rígidos comparados a vidro e metais. 1 Por ser um material de baixo custo, acaba sendo um dos principais materiais

utilizados em produtos descartáveis, e tendo como uma das formas a reciclagem

química, sendo reutilizados para outros fins.2

2.1. Embalagens PS Termoformada

O poliestireno é originário da reação entre o estireno com benzeno, que na

presença de cloreto de alumínio tem como resultado o etilbenzeno, que sendo

hidrogenado forma o estireno, sendo representado pela seguinte formula estrutural:

H2C=CHC6H5.3

O processo de moldagem do poliestireno consiste no aquecimento de uma chapa

de resina termoplástica, que se posiciona em molde fixado sobre uma prensa, onde é

acionada e molda o produto. A moldagem pode ser feita a partir de ar quente na qual se

aplica vácuo sugando o material para dentro, tomando assim a forma desejada,

conforme representado na Figura 1.3

(a) Fixação do poliestireno (b) Aquecimento da chapa

(c) Moldagem a vácuo (d) Extração do produto

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 26

Figura 1. Conformação a vácuo de uma chapa termoplástica (PS), (a) Fixação da chapa de

poliestireno sobre o molde; (b) Aplicação de calor sobre a chapa; (c) Aplicação de sucção a vácuo

sobre a chapa aquecida tomando a forma do molde; (d) A extração do produto pode ser manual ou

mecânica, ejetando ar comprimido separando o produto do molde. Fonte: FILHO, 2010.

2.2. Embalagem de PS termoformada para alimentos

De forma que o alimento que entra em contato direto com a embalagem requer

que esta seja quimicamente inerte, totalmente atóxica, não podendo reagir com o

produto. Deste modo o poliestireno é altamente qualificado devido a natureza ácida, as

embalagens baseadas em poliestireno são muito utilizadas nas indústrias lácteas com

tampa em folhas de alumínio ou até mesmo em outros tipos de polímeros com sistema

abre fácil.4

3. Cupuaçu como alimento

O cupuaçu (Theobroma grandiflorum) é um fruto encontrado naturalmente na

região amazônica, em florestas tropicais úmidas e adjacentes. Sua poupa é muito

apreciada na culinária típica norte brasileira, suas qualidades peculiares fazem com que

o fruto possua usos em doce, azeda e agridoce, tal elaborada em compotas, geleias,

licores, sucos, sorvetes, iogurte e diversos outros doces. A amêndoa do cupuaçu

também é muito utilizada, onde após um processo de fermentação e torrificação pode

ser obtido um produto análogo ao chocolate, também de sua amêndoa pode ser extraído

o seu óleo, uma gordura altamente digestível e compostos de manteiga vegetal, tais

como manteiga de cacau muito usado em preparo de chocolate.4,5,6

Seus principais compostos: Umidade 81,1 a 83,2%; Brix 12,6 a 14,4; pH 2,9 a

3,2; acidez titulável em % de acido cítrico 1,9 a 2,8; nitrogênio 10,6 g.kg-1; fosforo 11,6

g.kg-1; potássio 23,5 g.kg-1; cálcio 0,6 g.kg-1; magnésio 0,9 g.kg-1; boro 8,1 mg.kg-1;

cobre 4 mg.kg-1; ferro 78,6 mg.kg-1; manganês 20 mg.kg-1; zinco 10,6 mg.kg-1.

Apresenta vitamina C 23,12 mg; pectina 0,39%; voláteis 89,0%; açucares redutores

3,03%; sólidos totais 11%; extrato etéreo 0,53%. 6

4. Industrialização e conservação de Leite Fermentado

As bebidas lácteas fermentadas são produtos que contêm leite fermentado ou

iogurte, soro de leite, polpa ou suco de frutas, outras matérias-primas e aditivos

permitidos. Os principais microrganismos utilizado na fermentação em meio de cultura

são os Streptococcus thermophillus, Lactobacillus delbrueckii subsp. Lacobacillus

acidophilus e bifidobacterium. A prática atual para fabricação de leite fermentado

consiste em adicionar bactérias convencionais ao iogurte, tais como L. bulgaricus e S.

thermophillus que auxilia no processo, facilitando a fermentação. No entanto existe a

formação de acido lático durante o armazenamento formado pelo microrganismo L.

bulgaricus, este processo é denominado como pós-acidificação, por ser conhecida por

afetar a viabilidade das bactérias probióticas.

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 27

O uso de culturas probióticas associadas à outra de suporte compostas, de

preferência, de S. thermophilus ou, outra de cultura de iogurte, com diferentes variações

de cepas de Lactococcus é recomendável. É utilizado em determinados casos, a

combinação de cepas de cultura probióticas como de iogurte que resulta na redução de

contagem de probióticas durante a vida de prateleira, enquanto nos outros produtos essa

diminuição não ocorre. Isto mostra que cada seleção de cultura diferentes apropriada

para cada cultura probiótica é de extrema importância para adquirir um produto final

fresco com fermentação de qualidade, obtendo ainda uma boa sobrevivência de cultura

microbiota, prolongando sua vida de prateleira. 4

5. Fabricação de iogurte com adição de Cupuaçu e processo de acondicionamento

do produto

Na pós-fermentação do leite pode-se adicionar polpas e frutas frescas, porém

com uma queda na produção frutífera em determinadas regiões do Brasil, a elevação dos

preços em ciclos sazonais, distâncias dos mercados e a falta de padrão de qualidade, fez

com que as indústrias usem as populares conservas de fruta, visando manter as

qualidades sensoriais, com o objetivo de satisfazer as especificações do público alvo. 4

Para que a mistura fique homogênea é necessário um misturador continuo de três

unidades distintas:

Medidor de fluxo para dosagem da quantidade correta de polpa;

Dispositivo para medir a quantidade correta de produto;

Dispositivo que permite a mistura homogênea da polpa da fruta com o produto;

Figura 2. Sistema de misturador continua de polpa. Fonte: FILHO,2010.

O aroma e sabor típicos de leite fermentado devem-se principalmente pela

presença do acetaldeído, os lactobacilos produzem o aldeído acético que confere o

aroma. A formação de produtos aromáticos pode ser desprezada na produção com

adição de frutas, mas seu uso é indispensável para fabricação de outras bebidas lácteas

sem adição de fruta (natural).4

O tratamento no preparado de fruta, pode causar a perda do seu aroma natural,

esse motivo faz com que frequentemente se adicione agentes aromatizantes para se

reparar este efeito.4,7 A adição de corante em bebidas com frutas tem como objetivo aumentar a

atração do produto. As substâncias utilizadas podem ser naturais ou sintéticas, sabendo

que o Regulamento Técnico de identidade e Qualidade de Bebidas Lácteas estabeleceu

quais as concentrações de corante podem ser utilizados na fabricação.4

Após todo o processo, o produto é levado a recipientes onde através de bicos

injetores é embalado em um material onde não reaja com o produto, sendo o PS muito

Saída do produto com a polpa

Misturador

Entrada do produto Entrada da polpa

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 28

utilizado de modo que sua embalagem moldada e vedada a partir de uma lâmina

termosselante de alumínio com verniz (considerada universal, que ao ser aquecido

promove a selagem em variados tipos de polímeros - PP, OS, PET, PVC, entre outros)

que tem a função de proteger o alumínio de choques externos (oxidação) e também pode

ser feita a estampagem do produto como meio de marketing, expondo as qualidades do

produto. No término da embalagem, o produto deve ser mantido resfriado a temperatura

abaixo de 10ºC até o seu consumo.8

Figura 3. Fluxo do processo em moldagem, envase e selagem de uma embalagem.

Fonte: Catálogo de Bandeja de Iogurte, 2013.

6. Design e Aspectos Técnicos

A proposta de embalagem para o produto de leite fermentado com polpa de

cupuaçu visa o aspecto fino e flexível, permitindo que consumidor a pressione,

reduzindo seu tamanho e fazendo que seu consumo seja completo sem auxílio de colher,

apresentando manuseio agradável.11

Figura 4. Ilustração das embalagens separadas, selada e aberta com

seu design, vista inclinada.

Embalagem termoformada PS de duas cavidades é apresentada na Figura 5, essa

embalagem é vedada em uma folha de alumino verniz em suas bordas com 0,1 cm em

espessura. Cada câmara de acondicionamento foi calculada para receber 118 cm³ de

produto, conforme especificado a seguir.

Datagem

Bobina do filme

Cobertura (alumínio,

poliéster, mix-paper)

Dosagem

Selagem Corte Formagem

Aquecimento

Bobina de

plástico para

formação da

embalagem

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 29

Figura 5. Ilustraçao de cotas da embalagem; (a) corte lateral (medidas

tecnicas); (b) lacre vista superior com design ilustrativo.

O lacre em folha de alumínio com verniz e polímeros é altamente termosselante,

tendo a borda inferior esquerda destacada, utilizado para “puxe” no sistema abre fácil,

representado na Figura 6.

Figura 6. Ilustração da embalagem com vista superior com as

duas cavidades agrupada

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 30

Figura 7. Lacre em sistema de laminados form-

fill-seal (Alumínio, verniz e polímero).

A divisão das embalagens é simples, no processo de termoformagem aplica-se

uma leve pressão no molde ainda quente entre as formas causando uma fenda, tornando-

a quebradiça a movimentos de sentido vertical.

7. Conclusão

Um fator ligado a qualidade do produto é sua embalagem, que deve apresentar

em seu projeto praticidade, leveza e mantém o produto preservado, com suas

características organolépticas até o consumo. Frutas com sabores inconfundíveis, como

o cupuaçu são ricos em proteínas, quando utilizados em produtos práticos fazem a

diferença nos mercado moderno, o modelo projetado da embalagem se guia por um

projeto de simulação, descartando o uso de talheres. Seu descarte é totalmente reciclado,

assim diminuindo a degradação ao meio ambiente.

8. Referências bibliográficas

[1] FELLOWS, P.J. Tecnologia do Processamento de Alimentos. Rio Grande do Sul:

Artmed. 2006

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[4] FILHO, Waldemar G. V. Bebidas não Alcoolicas. São Paulo: Editora Blucher.

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[5] LOPES, Alessandra Santos. Estudo químico e nutricional de amêndoas de cacau

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processamento. Disponivel em: <http://www.scielo.br/pdf/cta/v28n4/a35v28n4.pdf>.

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de-iogurte-como-fator-de-deciso-na-hora-da-compra-do-produto>. Acessado 09 de

julho de 2013

Volume 3׀ Número 2׀ Abril-Junho de 2013 REVISTA CITINO

Ab

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13

SEÇÃO FÁRMACOS E MEDICAMENTOS

DRUGS AND MEDICINES SECTION

PRINCÍPIOS ATIVOS DA FAUNA E FLORA

ACTIVE PRINCIPLES OF FAUNA AND FLORA

Pág.

33. PLANTAS DO GÊNERO BAUHINIA E SUAS POTENCIALIDADES

HIPOGLICEMIANTE E ANTIDIABÉTICA: UM ESTUDO ANALÍTICO

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 33

Vol. 3, No. 2,

Abril-Junho de 2013

ORIGINAL ARTICLE

BAUHINIA GENDER PLANTS AND HYPOGLYCEMIC AND

ANTIDIABETIC POTENTIAL: AN ANALYTICAL STUDY

Thaís Martins dos Santos¹ e Arno Rieder²

¹ Mestranda no Programa de Pós Graduação stricto sensu em Ciências Ambientais, UNEMAT -

Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Cáceres - MT. CELBE (Centro de Pesquisa de

Limnologia, Biodiversidade e Etnobiologia do Pantanal) Av. Santos Dumont, s/nº(65-3223-0113),

Bairro: Santos Dumont–Cidade Universitária-Cáceres/MT-CEP:78.200-000.

² Professor Doutor do Departamento de Agronomia, UNEMAT – Universidade do Estado de Mato

Grosso, Campus de Cáceres - MT, Brasil. Av. Tancredo Neves, 1095 - Cavalhada II

78200-000 - Cáceres - Mato Grosso PABX +55 (65) 3221-0000.

Abstract

The species of Bauhinia are used for the control of Diabetes Mellitus. Aimed to analyze

studies on glucose-activity (hypoglycemic and antihyperglycemic) and antidiabetic

plants of the genus Bauhinia listing the most used and studied, the plant part used, mode

of preparation and the chemical components found. To fetch data we used Google

scholar getting texts from various electronic databases of scientific papers in the period

May to October 2012. We used the Chi-Square (², α = 1%). The species most used and

studied was the B. forficata, the most used the sheet, how to prepare the tea most

mentioned, most compounds found in phytochemical and pharmacological studies were

flavonoids. The available studies focus on few species of Bauhinia. The scientific

validation of folkways could stimulate alternative treatment at a lower cost to diabetic

patients.

Keywords: medicinal plants, diabetes mellitus, pata-de-vaca, herbal medicine,

bioactivity.

[email protected]

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 34

Vol. 3, No. 2,

Abril-Junho de 2013

ARTIGO ORIGINAL

PLANTAS DO GÊNERO BAUHINIA E SUAS POTENCIALIDADES

HIPOGLICEMIANTE E ANTIDIABÉTICA: UM ESTUDO

ANALÍTICO

Thaís Martins dos Santos¹ e Arno Rieder²

¹ Mestranda no Programa de Pós Graduação stricto sensu em Ciências Ambientais, UNEMAT -

Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Cáceres - MT. CELBE (Centro de Pesquisa de

Limnologia, Biodiversidade e Etnobiologia do Pantanal) Av. Santos Dumont, s/nº(65-3223-0113),

Bairro: Santos Dumont–Cidade Universitária-Cáceres/MT-CEP:78.200-000.

² Professor Doutor do Departamento de Agronomia, UNEMAT – Universidade do Estado de Mato

Grosso, Campus de Cáceres - MT, Brasil. Av. Tancredo Neves, 1095 - Cavalhada II

78200-000 - Cáceres - Mato Grosso PABX +55 (65) 3221-0000.

Resumo

As espécies do gênero Bauhinia são utilizadas para o controle do Diabetes Mellitus.

Objetivou-se analisar estudos sobre atividade glicemiante (hipoglicemiante e

antihiperglicemiante) e antidiabética das plantas do gênero Bauhinia listando as mais

usadas e estudadas, a parte utilizada da planta, o modo de preparo e os componentes

químicos encontrados. Para a busca dos dados utilizou-se o Google Acadêmico obtendo

textos de várias bases eletrônicas de trabalhos científicos no período de maio a outubro

de 2012. Aplicou-se o teste Qui-Quadrado (², α = 1%). A espécie mais usada e

estudada foi a B. forficata; a parte mais usada a folha; a forma de preparo mais

mencionada o chá; os compostos mais encontrados nos estudos fitoquímicos e

farmacológicos foram os flavonoides. Os estudos disponíveis se concentram em poucas

espécies de Bauhinia. A validação científica dos usos populares poderia estimular o

tratamento alternativo a um custo mais baixo dos pacientes diabéticos.

Palavras-chaves: plantas medicinais, diabetes mellitus, pata-de-vaca, fitoterapia,

bioatividade.

1. Introdução

O Diabetes Mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas

por hiperglicemia e associadas a complicações. Pode resultar de defeitos de secreção ou

ação da insulina¹. É um problema de importância crescente em saúde pública. Sua

incidência e prevalência estão aumentando, alcançando proporções epidêmicas. Está

[email protected]

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 35

associado a complicações que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a

sobrevida dos indivíduos. Além disso, acarreta altos custos para seu controle metabólico

e tratamento de suas complicações².

O uso de fitoterápicos é uma forma opcional de tratamento aos pacientes

diabéticos, considerando ser um tratamento de menor custo, cujos benefícios se somam

aos da terapia convencional³.

As plantas do gênero Bauhinia, conhecidas popularmente como pata-de-vaca,

pertencem à família Fabaceae, e compreendem aproximadamente 300 espécies4, são

amplamente utilizadas em forma de chás para o tratamento do DM.

O uso de fitoterápicos é uma forma opcional de tratamento aos pacientes

diabéticos, considerando ser um tratamento de menor custo, cujos benefícios se somam

aos da terapia convencional³.

Estudos fitoquímicos e farmacológicos realizados com espécies do gênero

Bauhinia revelaram que os principais metabólitos secundários por elas produzidos são

em geral flavonoides, triterpenoides e glicosídeos esteroidais5. Muitas destas espécies

têm sido estudadas com relação à sua constituição química, e várias classes químicas e

substâncias de interesse medicinal foram isoladas e relatadas nesses últimos anos,

embora muito pouco se conheça a respeito do potencial farmacológico desses

compostos5.

Desta forma, é importante que se realizem estudos que comprovem de fato a

bioatividade e o potencial hipoglicemiante e antidiabético das plantas do gênero

Bauhinia, o que daria respaldo ao uso das mesmas proporcionando à população

diabética um tratamento alternativo, de baixo custo e de maior acessibilidade, além de

diminuir os efeitos colaterais dos hipoglicemiantes orais e até mesmo podendo substituir

algumas injeções diárias de insulina, evitando dor e desconforto no tratamento.

Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise de

estudos disponíveis online, de acesso livre, que tratavam da atividade glicemiante

(hipoglicemiante, antihiperglicemiante) e antidiabética das plantas do gênero Bauhinia.

Foram identificados tipos de estudos, as espécies mais usadas e estudadas, a distribuição

das espécies por regiões de coleta, a parte utilizada da planta, o modo de preparo, os

extratores utilizados e as substâncias químicas encontradas.

2. Materiais e métodos

O estudo é analítico utilizando-se de fontes secundárias encontradas na literatura

acadêmica sobre o tema em pauta. A proposta deste trabalho deriva do Projeto

PLAMEDIA II (Estudo de plantas utilizadas no controle de diabetes em MT- Fase II),

grupo de pesquisa Flobio (Flora Bioativa) CNPq/UNEMAT.

Foram utilizados os estudos já publicados que avaliavam atividades glicemiantes

(hipoglicemiante, antihiperglicemiante) e antidiabéticas de espécies do gênero Bauhinia.

Neste sentido, foram compilados textos etnobotânicos, etnofarmacológicos,

fitoquímicos e farmacológicos, que relacionavam a utilização das espécies do gênero

Bauhinia como fonte potencial para o tratamento e/ou controle do diabetes.

As espécies abordadas foram selecionadas com base em estudos anteriores6

sobre as plantas medicinais utilizadas para o controle do diabetes em Mato Grosso,

Brasil, sendo elas: Bauhinia cheilantha, Bauhinia forficata, Bauhinia glabra, Bauhinia

longifolia, Bauhinia longipétala, Bauhinia nítida, Bauhinia rufa, Bauhinia splendens,

Bauhinia ungulata e Bauhinia rubiginosa.

As fontes secundárias utilizadas foram obtidas através de buscas pelo Google

acadêmico e em várias bases eletrônicas de trabalhos científicos. O procedimento de

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 36

busca utilizou as seguintes palavras chaves: “nome científico da planta”, “diabetes”,

“abstract”. A pesquisa foi realizada no período de maio a outubro de 2012. Foram

contemplados 39 textos, tendo como tipos de publicações artigos, teses, dissertações,

trabalho de conclusão de curso e resumos em eventos, sendo estes publicados do

período de 2002 a 2012.

As informações coletadas foram armazenadas em um banco de dados no

programa Microsoft Excel® 2007, especialmente confeccionado para o lançamento dos

dados pertinentes retirados dos textos lidos. Posteriormente este banco foi utilizado para

as avaliações necessárias. Para a análise estatística utilizou-se o programa Microsoft

Office Excel® 2010, sendo realizada a partir da codificação por tabulação simples,

distribuição de frequências relativas e absolutas em gráficos e aplicação do teste

estatístico Qui-Quadrado (²) com nível de significância de 1% (α = 0,01).

O teste do ² foi utilizado para comparar proporções, isto é, as possíveis

divergências entre as frequências observadas e esperadas para um certo evento com base

na hipótese de nulidade. Evidentemente, pode-se dizer que dois grupos se comportam

de forma semelhante se as diferenças entre as frequências observadas e as esperadas em

cada categoria forem muito pequenas, próximas à zero7.

3. Resultados e Discussão

Entre todos os textos disponibilizados para as 10 espécies, diante do recurso de

busca utilizado, foram aproveitados 39 que relacionavam as espécies do gênero

Bauhinia estudadas como plantas medicinais usadas no controle do DM. Inúmeros

autores já relataram o potencial farmacológico das plantas deste gênero, e vários deles

citam em especial, sua atividade antidiabética e hipoglicemiante8,9,10,11,12,13,14,15,16. Entretanto, alguns autores17 não encontraram diferença significativa nos níveis

de glicose e de insulina entre os grupos de pacientes diabéticos do tipo 2 que receberam

o placebo (Imperata brasiliensis, “sapé”) e o chá das folhas de B. forficata durante um

tratamento agudo (0 a 6 horas) e crônico (1 a 56 dias). Isto mostra a importância de se

investigar tal atividade, para que esta seja comprovada cientificamente e de forma

significante, dando respaldo ao uso indicado na medicina popular.

3.1. Tipos de estudos analisados

Na análise realizada para verificar quais os tipos de estudos mais

utilizados, destacaram-se os etnobotânicos representando 42% dos trabalhos analisados,

seguidos dos etnofarmacológicos com 24% (Figura 1). O teste estatístico ², confirma

tal informação, pois conforme o resultado obtido para esta análise, as proporções dos

tipos de estudos que indicam as plantas do gênero Bauhinia para o tratamento do

Diabetes, não foram similares (²c = 28,34; GL= 2; α < 0,01).

Estes dados revelam a grande importância e o interesse da comunidade científica

que tem sido atribuídos aos estudos etnobotânicos e etnofarmacológicos, pois estes são

importantes instrumentos para levantar, compreender e registrar os dados sobre o

conhecimento popular do uso das plantas em uma determinada comunidade18, e estes

conhecimentos de base empírica desenvolvidos por muitos séculos são comprovados

cientificamente, o que habilita a extensão dos usos indicados na medicina popular às

indústrias farmacêuticas contribuindo para a descoberta de novos fármacos, através da

realização de estudos farmacológicos19,20,21. Sem contar também a forma de exploração

dos recursos pelos povos tradicionais que pode nos fornecer subsídios para estratégias

de manejo e exploração de forma sustentável19.

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 37

Em contraste aos estudos de etnoconhecimento estão os farmacológicos e

fítoquímicos, representando respectivamente 15% e 13% dos trabalhos analisados,

revelando um baixo índice de publicação livremente acessíveis para estes tipos de

investigações (Figura 1).

Figura 1. Tipos de estudos encontrados sobre as espécies do gênero Bauhinia

utilizadas no controle do Diabetes Mellitus em Mato Grosso (MT), Brasil, 2012.

Fonte: Dados da pesquisa. SANTOS, T.M, 2012.

Há um grande avanço científico envolvendo os estudos químicos e

farmacológicos de plantas medicinais que visam obter novos compostos com

propriedades terapêuticas e isto pôde ser claramente observado pelo aumento de

trabalhos publicados nesta área, tanto em congressos como em periódicos nacionais e

internacionais, além do surgimento de novos periódicos específicos sobre produtos

naturais ativos22.

No entanto, pouco se conhece a respeito da atividade farmacológica das plantas

do gênero Bauhinia12, isto se deve a falta de estudos farmacológicos e fitoquímicos para

a avaliação do potencial terapêutico destas plantas, como pôde ser percebido na análise

deste trabalho. Este é um fato preocupante, pois as plantas do gênero Bauhinia são

amplamente utilizadas pela população no tratamento de inúmeras enfermidades e estes

estudos são imprescindíveis para a obtenção de princípios naturais ativos e para a

comprovação da eficácia das plantas medicinais utilizadas na medicina popular22.

3.2. Proporção das espécies do gênero Bauhinia nos estudos analisados

A proporção de estudos encontrados que indicam as plantas do gênero Bauhinia

para o tratamento do Diabetes é distinta entre as espécies comparadas (²c = 43,48;

GL= 2; α < 0,01; n=39).

A espécie que possui maior número de estudos é a B. forficata (54%), seguida da

B. cheilantha (31%), B. nitida (7,5%), B. rufa (2,5%), B. longifolia (2,5%) e B. glabra

(2,5%). Para as espécies B. splendens, B. longipetala, B. ungulata e B. rubiginosa não

foi encontrado nenhum estudo que citasse diretamente sua ação hipoglicemiante ou

antidiabética, considerando as palavras chaves, o período e o recurso de busca utilizados

em fontes de acesso livre (Figura 2).

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 38

Figura 2. Proporção das espécies do gênero Bauhinia referidas nos estudos analisados

sobre a utilização das mesmas no controle do Diabetes Mellitus em Mato Grosso (MT),

Brasil, 2012. Fonte: Dados da pesquisa. SANTOS, T.M, 2012.

Inúmeros autores afirmam que a B. forficata é a espécie que apresenta maior

número de estudos que comprovam sua atividade hipoglicemiante10,11,12. É considerada,

muitas vezes pela comunidade rural, como pata-de-vaca verdadeira, assim como muito

usada na forma de chás e outras preparações fitoterápicas, sendo encontrada facilmente

no mercado farmacêutico12. Esta espécie apresenta atividade insulinomimética e mesmo

em diferentes formas de preparo e secagem das folhas não ocorrem alterações na

eficácia antidiabética23.

As demais espécies de Bauhinia utilizadas como antidiabéticas em Mato Grosso

apresentam poucos estudos químicos e farmacológicos de verificação de atividade

hipoglicemiante24. Há referência de estudos pontuais para B. cheilantha25 e para outras

não listadas no estudo em Mato Grosso para o diabetes. Sendo assim, mais estudos são

necessários para as espécies utilizadas assim como para outras do gênero Bauhinia que

possam eventualmente possuir bioatividade desejada. Isto se faz necessário, visto que há

uma grande dificuldade da população em distinguir quais são as espécies realmente

indicadas para tratar o DM, devido à semelhança entre as folhas e flores, o que pode

causar efeitos colaterais prejudiciais à saúde e ineficácia no tratamento.

3.3. Distribuição das espécies do gênero Bauhinia por região de coleta

Pode-se verificar que os estudos com a espécie B. cheilantha tiveram maior

número de coleta na região Nordeste (10 estudos), a B. forficata no Sul (10), a B. nitida

no Centro-Oeste (2), a B. rufa no Nordeste (1), B. glabra no Centro-Oeste (1) e a B.

longifolia no Norte (1) (Figura 3). Ainda tiveram estudos que não indicaram a região de

coleta da espécie B. forficata (2) e B. nitida (1). Tomando-se ainda, as espécies B.

forficata e B. cheilantha, que apresentaram o maior número de estudos verificou-se que

a distribuição das coletas do material vegetal para a realização dos estudos não foram

similares entre regiões. A B. forficata predominou no Sul e a B. cheilantha no Nordeste

(²c = 14,26; GL= 3; α < 0,01).

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 39

Figura 3. Distribuição das espécies do gênero Bauhinia por regiões brasileiras, nos estudos

encontrados sobre a utilização das mesmas para o controle do Diabetes Mellitus em Mato

Grosso (MT), Brasil, 2012. Fonte: Dados da pesquisa. SANTOS, T.M, 2012.

A B. cheilantha é distribuída geograficamente na região Nordeste,

Centro-Oeste e Sudeste, e está presente no bioma Caatinga e Cerrado26. Já a B. forficata

está distribuída nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, e encontra-se no bioma Mata

Atlântica. Neste estudo, em conformidade com o descrito por autores26, as espécies de

B. forficata foram coletadas também nas regiões Nordeste e Sul, e em contrapartida não

foram coletadas na região Sudeste e sim na região Centro-Oeste26.

A espécie B. longifolia teve como único local de coleta a região Norte, e esta

distribuída geograficamente em todas as cinco regiões brasileiras26.

Tais dados demonstram que algumas espécies do gênero Bauhinia estão

presentes em muitas regiões brasileiras. Entretanto, mesmo diante da diversidade e

ampla distribuição destas por todo o território brasileiro, poucos são os estudos de livre

acesso disponibilizados que tratam de seu potencial terapêutico.

3.4. Partes das plantas utilizadas em preparações terapêuticas

As proporções das partes utilizadas das plantas mencionadas nos estudos, para o

preparo do produto medicamentoso para o controle do Diabetes, não são semelhantes

(²c = 31,46; GL= 2; α < 0,01).

A parte da planta mais indicada nos estudos analisados foi a folha (53%),

seguida da casca (23%), raiz (10%), flor (8%) e semente (6%) (Figura 4).

Figura 4. Partes das plantas do gênero Bauhinia usadas em preparações terapêuticas

referidas nos estudos analisados sobre a utilização das mesmas para o controle do Diabetes

Mellitus em Mato Grosso (MT), Brasil, 2012. Fonte: Dados da pesquisa. SANTOS, T.M,

2012.

Inúmeros estudos fitoquímicos e farmacológicos isolaram compostos químicos

das folhas das espécies do gênero Bauhinia e identificaram princípios ativos

importantes, tais como flavonoides (canferol e quercetina), taninos, alcaloides, entre

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 40

outros, que agem reduzindo a glicemia em ratos diabéticos, sendo por imitar a ação da

insulina, por estimular a captação da glicose pelos músculos ou tecido adiposo, e até

mesmo inibindo a absorção intestinal da glicose20,23,27,28,29,30,31.

Desta forma, as preparações medicinais com as folhas da espécie B. forficata

tem sido respaldadas em comprovações científicas. Já as outras partes da planta usadas

referidas neste trabalho foram encontradas em estudos do etnoconhecimento, sendo que

não foi encontrado nenhum estudo fitoquímico e farmacológico para essas outras partes

que viessem a comprovar a presença de substâncias bioativas e da ação glicêmica das

mesmas. Esta constatação sugere a realização de estudos que investiguem a composição

química das demais partes da planta (além das folhas), já que também são utilizadas na

medicina popular.

3.5. Formas de preparo das plantas do gênero Bauhinia

As proporções das formas de preparo das plantas do gênero Bauhinia

encontradas nos estudos não foram similares (²c = 11,45; GL= 2; α = < 0,01). A forma

de preparo mais citada foi o chá (45%), sendo que o chá por infusão foi mais indicado

do que o chá por decocção (Figura 5).

A maioria das espécies do gênero Bauhinia utilizadas na medicina popular, por

provocarem redução dos teores de glicose do sangue, são consumidas na forma de chá.

Estudos da medicina popular, confirmam que a população utiliza mais o chá por infusão

as folhas secas como forma de preparo27,32,33,34,35,36,37,38,39.

Os extratos são amplamente utilizados em estudos farmacológicos e

fitoquímicos. No presente trabalho estão utilizados em 14% dos estudos analisados.

Um dos modos de preparo mais utilizado entre os estudos farmacológicos e

fitoquímicos foi extração por maceração de folhas23,30,31,40.

Figura 5. Formas de preparo das plantas do gênero Bauhinia mencionadas nos estudos

analisados sobre a utilização das mesmas no controle do Diabetes Mellitus em Mato Grosso

(MT), Brasil, 2012. Fonte: Dados da pesquisa. SANTOS, T.M, 2012.

3.6. Tipos de extratores utilizados e compostos químicos encontrados nos estudos

fitoquímicos e farmacológicos

A proporção dos tipos de extratores utilizados nos estudos analisados é

semelhante (²c = 2,24 ; GL= 2; α > 0,01), assim como a proporção dos compostos

químicos encontrados (²c = 8,50 ; GL= 2; α > 0,01).

O extrator mais utilizado é o etanólico - EtOH (38%), seguido do extrato

hidroetanólico (15%) e metanólico (15%) (Figura 6). Os compostos químicos mais

encontrados foram os flavonoides (38%), taninos (15%) e esteroides glicosilados (15%)

(Figura 7). O maior número de estudos com extrato etanólico, pode estar relacionado a

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 41

melhor capacidade extrativa que este solvente possui para compostos polifenólicos41, o

que resultou de fato na maior extração de compostos flavonoides.

Figura 6. Tipos de extratores usados nos estudos fitoquímicos e

farmacológicos, encontrados sobre as espécies do gênero Bauhinia

utilizadas no controle do Diabetes Mellitus em Mato Grosso (MT), Brasil,

2012. Fonte: Dados da pesquisa. SANTOS, T.M, 2012.

Figura 7. Compostos químicos presentes nas espécies do gênero

Bauhinia encontrados nos estudos fitoquímicos e/ou presentes em

ensaios farmacológicos sobre a utilização das mesmas no controle do

Diabetes Mellitus em Mato Grosso (MT), Brasil, 2012. Fonte: Dados da

pesquisa. SANTOS, T.M, 2012.

Os estudos fitoquímicos e farmacológicos realizados com as espécies do gênero

Bauhinia indicam que as mesmas são constituídas de diferentes classes de metabólitos

secundários de interesse medicinal incluindo: glicosídeos esteroídicos, triterpenos,

lactonas, flavonoides, terpenoides, esteroides, taninos, quinonas, óleo essencial e

alcaloides5,11,12,42,43,44.

A partir do extrato n-butanólico das folhas de B. forficata foram identificados o

canferol e cinco flavonoides glicosilados contendo as agliconas e quercetina, e que a

fração deste extrato na dose de 500 mg/Kg reduziu em 20,7% os níveis glicêmicos após

1 hora de tratamento e a dose de 600 mg/Kg reduziu a glicemia após 1 e 2 horas de

tratamento, apresentando uma queda máxima de 21,3% após 2 horas de tratamento, em

ratos diabéticos tratados por via oral e intraperitoneal31.

Com a extração etanólica (EtOH), butanólica (BuOH) e acética (AcOEt) das

folhas da espécie B. longifolia, identificou a presença de taninos, flavonoides e

quinonas. As frações do extrato em AcOEt e BuOH mostraram inibição da enzima α-

amilase de 75,46% e 84, 47%, respectivamente, constatando potencial hipoglicemiante

favorável, entretanto, são necessários mais estudos para a comprovação desta

atividade30.

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 42

Em um estudo identificou-se a presença de compostos com atividade

hipoglicemiante, sendo eles, taninos, flavonas, flavonois, xantonas, flavononois,

insulina nos cloroplastos, flavononas e alcaloides a partir do extrato EtOH das folhas da

espécie B. cheilantha27.

Alguns autores afirmaram ainda não terem encontrado a ação hipoglicemiante

tão esperada, conforme citado na literatura, no extrato EtOH das folhas espécie B.

forficata, embora tenham sido identificados esteroides glicosilados nas folhas desta

espécie16.

Os resultados contraditórios descritos por alguns autores em relação ao efeito

hipoglicêmico e antidiabético das espécies do gênero Bauhinia podem estar

relacionados aos seguintes fatores: diferentes doses utilizadas, método de preparação e

tipos de extratos e/ou frações e a via de administração utilizada31.

Além dos fatores acima citados, há aspectos intrínsecos, ambientais e técnicos

que influenciam na produção de metabólitos secundários pela planta e na utilização

destes na formulação de princípios ativos45. Existem ainda fatores tais como: condições

sazonais, luminosidade, temperatura e clima que podem alterar a composição química

das plantas. Isto explica o fato de inúmeras vezes, uma determinada substância ser

isolada a partir de uma espécie em determinada época e local e depois não ser mais

encontrada46,47.

Apesar de muitos compostos serem conhecidos, pouco se conhece sobre a

atividade farmacológica da maioria das substâncias isoladas do gênero Bauhinia48.

A quercetina, um dos flavonoides encontrados amplamente nas espécies de

Bauhinia, atua na regeneração das ilhotas pancreáticas, aumentando a liberação de

insulina plasmática e induzindo a enzima glicocinase hepática49,50,51. Atua também

como potencial antioxidante, inibindo da lipoperoxidação e sequestrantes de Espécies

Reativas de Oxigênio (ERO), os radicais livres52.

4. Considerações finais

A partir dos resultados obtidos no presente trabalho, pode-se notar que são

poucos os estudos farmacológicos e químicos para a comprovação do uso das várias

espécies do gênero Bauhinia no tratamento do Diabetes, e quando realizados, são

contempladas poucas espécies do gênero, entretanto a população continua as utilizando.

Este é um fato preocupante, uma vez que, a ausência de comprovações sobre o seu

potencial farmacológico, juntamente com a dificuldade da população em distingui-las,

podem conduzir a efeitos colaterais prejudiciais à saúde e ineficácia no tratamento.

A utilização de recursos alternativos para o tratamento do Diabetes, como o uso

de drogas vegetais é uma interessante se usada adequadamente. Esta medida sugere ao

paciente diabético um tratamento complementar mais barato e em geral mais acessível.

Além disto, contribui para diminuir ou evitar as injeções diárias de insulina, que são

invasivas e desconfortáveis no tratamento desta doença que afeta a qualidade de vida de

milhões de pessoas.

Para prestar o suporte eficaz e seguro é necessário que se ampliem os estudos

farmacológicos sobre a ação hipoglicemiante, antihiperglicemiante e antidiabética de

um modo geral sobre estas espécies, principalmente focando mais as mesmas com

poucos estudos. Com isto, o uso destas plantas não seria apenas de cunho empírico, mas

com esclarecimento cientifico.

Vol. 3, No. 2, Abril – Junho 2013, Página 43

5. Agradecimentos

À UNEMAT, PROBIC e FAPEMAT, pelo financiamento e apoio oferecidos ao

Projeto PLAMEDIA II.

6. Referências bibliográficas

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Edição: Volume 3׀ Número 2׀Abril-Junho de 2013

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