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Situação de aprendizagem 1

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Os mapas congestionam nossas rotinas. Os meios para fazê-los atualmente estão acessíveis a muitas pessoas, e não somente aos profissionais cartógrafos. Todas as redações de jornal, revista e televisão têm meios para produzir mapas automáticos e inéditos, com rapidez. A incrível disponibilidade de dados estatísticos é outro fator que favorece a produção constante de mapas. Assim, não há jornal, revista ou televisão que não apresente, aos olhos de seus leitores e telespectadores, diariamente, mapas, mapas e mapas. Tudo isso sem contar a internet! Exemplo: previsão do tempo, localização de um lugar onde aconteceu algum acidente, localização em shopping, etc.

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Veja o mapa. Para começar, observeo mapa diretamente, mas sem olhar o título e a legenda. Discuta com seus colegas e registre:a) O que o mapa está representando (por exemplo: distribuição da população, de cidades, deescolas em um país, da vegetação, altitudes do relevo etc.)?

b) Qual é a situação geográfica do(s) fenômeno(s) representado(s) no mapa?

c) Você sabia que vários mapas publicados em jornais e revistas (e também em livros didáticos eatlas geográficos escolares) podem conter erros cartográficos (erros de linguagem)? Você achaque o mapa examinado por você tem erros? Justifique.

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Essa inundação de mapas tem como protagonistas um número muito grande de pessoas que entendem do programa de computador que faz o mapa, mas não conhecem a linguagem gráfica e a Cartografia.Por exemplo: se quisermos mostrar a distribuição geográfica de um fenômeno, digamos, o índice de alfabetização por município no Estado de São Paulo, por meio de tonalidades do preto para o branco (passando por vários tons de cinza) escolheríamos, para mostrar os maiores índices de alfabetização, o tom mais escuro e os menores índices, o mais claro.

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Procurando sentir a comunicação imediata de um mapa das grandes aglomerações urbanas do mundo

Todo bom mapa deve responder a duas questões:1. Em tal lugar, quanto há?Por exemplo: um mapa que mostra a relação de proporcionalidade (qual o maior, qual o menor), a pergunta a ser respondida visualmente deve ser: quanto?; deve mostrar também a ordenação (do mais denso ao menos denso) e responder: em que posição da ordem, em que ordem?2. Em que ordem está?Por exemplo: deve referir-se à relação entre os dados representados no mapa; quer dizer, eles apresentam uma distribuição geográfica? mostram onde estão as maiores intensidades do fenômeno representado? onde são mais densas?

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Desconstruindo o mapa das grandes aglomerações urbanas do mundo: a escala, a projeção e a métrica

Os mapas podem ser feitos de diversas maneiras. São espaços muitíssimos menores que o espaço das realidades representadas, reduzidos várias vezes. Esse fator de redução é a escala cartográfica. Exemplo: há mapas comuns que representam a extensão do planeta que foram reduzidos 23 milhões de vezes em relação à extensão verdadeira do planeta, tal como na fotografia de uma pessoa de 1,80 m que, no papel, tem apenas alguns centímetros. O mapa-múndi é produto de uma redução grande (afinal a Terra é 23 milhões de vezes maior que o mapa). Para representar uma cidade internamente poderia reduzir bem menos, digamos, apenas 10 mil vezes. Se for preciso representar um grande espaço, será necessário reduzi-lo muitas vezes para que ele caiba num mapa. Nesse caso, será difícil representar detalhes. O inverso é verdadeiro também: pequenos espaços exigem uma menor redução para constituir um mapa, permitindo a representação de detalhes. Logo, um elemento essencial de qualquer mapa é a escala cartográfica (o fator de redução de um mapa). Uma diversidade delas é necessária para as muitas dimensões dos fenômenos geográficos. Definir a escala de um mapa é sempre uma escolha.

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O planeta Terra é esférico, sua superfície é curva e não é possível desenhá-lo no papel plano do mapa sem algum tipo de deformação, que é na verdade a adaptação necessária para a transferência do que é curvo, para a folha de papel, que é plana. Mas é possível transcrevê-lo com vários acertos. Escolher alguns acertos é também escolher alguns erros.

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A projeção cartográfica é a técnica que permite a transcrição de uma superfície curva para uma plana. Ela não pode respeitar ao mesmo tempo as distâncias entre os objetos, os ângulos (a forma dos objetos) e as superfícies (a extensão territorial dos objetos) ao mesmo tempo. As diferentes projeções (e são mais de 200) deformam e favorecem de maneira seletiva um ou outro de seus elementos. Em vista da diferença existente entre os mapas-múndi, podemos projetar imagens equivocadas.

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A Projeção de Mercator é a representação mais antiga e utilizada de todas. É muito útil na navegação, pois respeita as distâncias e os ângulos, embora não faça o mesmo com o tamanho das superfícies. As projeções têm características modificadas ao longo do mapa. A proje ção de Mercator consegue manter as su perfícies somente nas regiões próximas ao Equador. Ela também é frequentemente apontada como uma projeção que expressa um poderio do Norte sobre o Sul, visto que superdimensiona as terras emersas do Nor te.

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Por sua vez, a projeção de Buckminster Fuller (assim como a de Bertin) é indicada para representar os fluxos comerciais no mundo contemporâneo. A projeção Dymaxion de Buckminster Fuller foi concebida para permitir uma melhor compreensão das questões humanas e colocar em evidência as relações entre os diferentes po vos. É uma tentativa que busca encontrar a for ma cartográfica mais adequada para a época das telecomunicações em escala mundial, dos transportes intercontinentais, das interdepen dências econômicas. Essa projeção reduz as distorções habituais, fornece uma visão mais precisa das dimensões relativas dos territórios, dos oceanos e dos mares, e uma imagem menos "hierarquizada" do planeta.

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Identificamos dois elementos essenciais para cons tituição do mapa: 1) a es cala;2) as projeções.

Os dois elementos são obtidos e construídos tendo por referência as medidas do terreno (distâncias, extensão, ângulos, reduções proporcionais) a ser representado.

Se verificarmos, a Projeção de Mercator representa desproporcionalmente a Gro enlândia em relação à América do Sul, considerando as medidas da extensão desses dois territórios: a América do Sul tem uma extensão territorial de 17.819.000 km2e a Groenlândia, 2.175.597 km2.

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Para representar, pode-se usar outra maneira de medir e não só a extensão territorial e assim, identificamos outro elemento essencial do mapa: a métrica, que é uma maneira de medir no mapa. Os mapas que introduzem outras maneiras de medir (outras métricas) que não somente as dimensões do terreno chamam-se Anamorfose, que quer dizer: aquilo que está fora da forma ou que não tem for ma. Trata-se de um procedimento que produz alterações propositais nos contornos comuns dos mapas, produzindo, por exemplo, modi ficações nos tamanhos dos territórios sem al teração dos seus contornos (exemplo: desenhar o Japão bem maior do que é por conta da sua população absoluta). A percepção visual é imediata: tamanhos maiores são os países com maior população e tamanhos menores, com menor população; assim, concluímos que há uma distribuição desigual da população dos países. A maior população está concentrada na China, Índia, Estados Unidos e Europa e a menor, Canadá e Austrália – tomando por base o tamanho do país, do território.

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Desconstruindo o mapa das grandes aglomerações urbanas do mundo: a linguagem

O conjunto de símbo los gráficos ou variáveis visuais, é a lin guagem, outro elemento do mapa. Os símbolos fazem parte da "gramática" da linguagem cartográfi ca, que exemplificam e mostram as possibilidades de cartografar os fenômenos geo gráficos (aqueles que têm espacialidade) e que permitem distinguir, quan tificar, qualificar e mostrar ligações (fluxos). As variáveis que mostram quantidades (representações quantitativas) são círculos, quadrados proporcionais, que correspondem a variável tamanho. Mapas que querem representar fenômenos distintos usam, na maioria esmagadora dos casos, cores diferentes ou granulações, tal como aparece na “gramática” da linguagem cartográfica. Ordenar fenômenos é encontrar formas de mostrar as diferenças internas de um único fenômeno. Por exemplo, diversas altitudes do relevo, ou diversas médias de temperatura. Quando se trata de um único fenômeno, sua representação deve se dar no interior de uma única cor, utilizando suas tonalidades, e com isso pode-se mostrar a diversidade interna de um fenômeno. O mapa é uma representação estática, sem movimento, um retrato de um momento. No entanto, podemos representar por meio de símbolos adequados (e o mais utilizado é a seta) direções de fluxos, por exemplo, do comércio mundial, dando a ideia de movimento. Não é difícil perceber quando estamos diante de uma cartografia dinâmica, que procura representar movimentos.

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O grande desafio da Cartografia não está mais em localizar, com precisão, os fenômenos

geográficos. O verdadeiro desafio da Cartografia é conseguir representar as re lações complexas travadas entre as sociedades e os objetos no

espaço geográfico. Um dos maiores estudiosos e elaboradores nesse cam po, Jacques Bertin,

afirmava: o grande desafio a ser enfrentado pela Cartografia é o desen volvimento da linguagem.