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ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIO DO BRASIL – GRÃO-PRIORADO DE SÃO JOSÉ WWW.IBEMAC.COM.BR 1 GRAU UM – CAVALEIRO TEMPLÁRIO NOVIÇO INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO GRÃO-PRIORADO DA CIDADE SANTA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO ESTADO DE SÃO PAULO ANNO DOMINI 2014 NON NOBIS DOMINI

Templarios grau um noviço

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GRAU UM – CAVALEIRO TEMPLÁRIO NOVIÇO

INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MAÇÔNICO

GRÃO-PRIORADO DA CIDADE SANTA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO ESTADO DE SÃO PAULO

ANNO DOMINI 2014

NON NOBIS DOMINI

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GRAU UM – TEMPLÁRIO NOVIÇO

Origens dos Cavaleiros Templários

Os peregrinos

Hugo de Payens

Jacques Demolay

Rei Felipe o Belo

Papa Clemente V

Baphome

Janus

Leis e Regulamentos

Ensino Religioso: Pater Noster

Ensino Militar: As Ordens de Cavalaria

A investidura

São Bernardo de Claraval

Ensino Templário: O juramento do Cavaleiro Templário

Ensino Templário: O Noviço

Exercício Espiritual: A semente

Imagens (personagens desta apostila)

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Introdução - *Atenção! Leia, é de grande importância para você.

A intenção do Ibemac (Instituto Brasileiro de Estudos Maçônicos) é divulgar a

doutrina dos Cavaleiros Templários principalmente aos não-iniciados, possibilitando desta

forma, que um grande número de pessoas, ainda que não ligados diretamente aos

templários, possam conhecer um pouco dos nossos estudos, sem contudo adentrar aos

segredos desta Ordem Secular.

Seguindo este raciocínio, o Ibemac preparou o “Curso de Cavaleiros Templários”,

dividido em quatro graus ou estágios, que correspondem aos “quatro graus acadêmicos”

para o estudo da filosofia templária.

Ao final de cada uma das lições encontra-se um questionário o qual deverá ser

respondido e enviado para o Ibemac para fins de correção e nota; somente receberá o

Certificado de Aprovação e o selo de “apto para o próximo grau” o aluno que responder as

questões e obtiver nota mínima 5,0 (cinco). Juntamente com as apostilas do curso, ao final

de cada grau, o aluno receberá uma folha avulsa contendo todas as questões, poderá

responder nessa folha e enviá-la para a Caixa Postal do Ibemac neste endereço: IBEMAC -

Caixa Postal nº 51 Cep 15150-970 Monte Aprazível/SP. A folha de exame corrigida será

devolvida para o candidato com a nota final obtida e o carimbo de aprovado.

Preste atenção durante a leitura do texto pois as frases que foram utilizadas para

formar o questionário estão todas ali. Você pode responder as questões logo após a lição,

pois isso facilitará o preenchimento da “folha de prova” no final da terceira apostila. Ao

terminar o Grau Quatro de Cavaleiro Templário, o aluno que obtiver nota mínima de 5,0

(cinco) em cada um dos graus, com média final 5,0 (cinco) será indicado, caso seja de sua

vontade, para um dos Priorados filiados ao Ibemac e poderá tornar-se um Cavaleiro

Templário consagrado devidamente, caso preencha os requisitos básicos para ingresso na

ordem.

Todo acadêmico regularmente matriculado no IBEMAC pertence ao quadro de

“alunos” da Ordem dos Cavaleiros Templários do Brasil fundada pelos Mestres Templários

do Instituto Brasileiro de Ensino Maçônico, com a finalidade de atender as necessidades dos

alunos e dirimir as dúvidas que naturalmente surgem durante o período de estudos. Esse

priorado está localizado na Cidade Santa de São José do Rio Preto no Estado de São Paulo e

atende pelo site www.templariosbrasil.com.br

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O Mestre da sua classe sempre atenderá às suas solicitações e durante o curso

manterá contato para orientá-lo da melhor forma possível para a conclusão dos estudos. Ele

também será o seu padrinho para um futuro ingresso na Ordem dos Templários.

Introdução

Nesta primeira apostila do curso sobre Cavaleiros Templários o aluno terá contato com

personagens da história da Idade Média que poderiam ser comparados aos maiores super-

heróis das histórias em quadrinhos ou do cinema, também terá contato com os maiores vilões

da época, pessoas que não mediram esforços para saciar a sede pelo poder e riqueza,

acusando falsamente e criando provas nada concretas contra os Cavaleiros Templários até

conseguirem leva-los a morte na fogueira com a acusação de heresia (adoração ao demônio,

sodomia, avareza, luxuria etc), tendo como seu principal mártir o Mestre Templário Jacques

Demolay (Demolé), considerado o último dos templários.

Conhecerá a origem dos Cavaleiros Templários e o seu nascimento após a “Primeira

Cruzada”, entenderá a diferença entre “cruzados” e “templários”, acompanhará a saga de

Hugo de Payens e toda a sua trajetória juntamente com mais oito cavaleiros para a fundação

da Ordem dos Cavaleiros de Cristo.

Outro importante personagem da época, o “abade Bernardo de Claraval” sem o qual

os Templários não teriam obtido a Graça do Papa Honório II e autorização para lutarem em

nome da Igreja Católica; abade que preparou as “antigas regras” dos Templários e seus

exercícios espirituais, fortalecendo-os tanto na parte militar quanto religiosa.

A importância do Rei Bauduino II, Rei da Cidade Santa de Jerusalém, que admirado

com a bravura daqueles cavaleiros, permitiu que construíssem a sua primeira fortificação nas

terras onde se supunha ter existido o “Templo de Salomão” e onde, talvez, os templários

tivessem feito suas descobertas sagradas que os tornariam temidos por todos até pela própria

Igreja Católica.

Em toda história onde existem heróis e homens corajosos temos também, como

contrapeso, os arqui-inimigos e os covardes que tentam atacar e destruir os heróis

constantemente e, como a história real nem sempre tem um final feliz, muitas das vezes esses

covardes conseguem, através de suas armadilhas e farsas, atingir os heróis e até mesmo

derrota-los, ainda que momentaneamente. Nessa história dos templários encontramos duas

figuras perversas: Felipe, o Belo (Rei da França) e o Papa Clemente V. – O Generoso. Certo que

não foram apenas esses dois que tramaram contra a Ordem dos Templários, pois centenas de

príncipes e padres nutriam o interesse secreto pelo fim da ordem; dentro do seio da Ordem

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dos Templários também existiam os traidores, como foi o caso de “Ignacio de Loyola” que era

um dos Mestres Templários e traiu a organização em benefício próprio, uma vez que queria

fundar a sua própria ordem, dano origem aos Jesuítas (Ordem da Companhia de jesus) dentro

da Igreja Católica.

Felipe, assim chamado de “o belo”, Rei da França, estava com o seu reino totalmente

endividado, enfrentado várias batalhas internas para as quais não possuía mais condições

financeiras e nem mesmo exército para apoiar seus súditos; por outro lado encontrava-se

endividado com os Templários, com os quais havia obtido empréstimos de vultosas quantias

em ouro e prata e não tinha meios de quitar a dívida; Por outro lado, a sua amizade com o

Papa Clemente V (e os favores que o Papa lhe devia) permitiam traçar um plano sórdido para

quitar sua dívida e pôr fim aos Cavaleiros Templários e ainda por cima se apoderar da fortuna

dos Templários que era estimada em toneladas de ouro e prata. Toda essa trama será

esmiuçada nessas mais de oitenta páginas desta apostila.

O leitor terá contato, ainda, com o “antigo código da cavalaria” e compreenderá de

onde herdamos o compromisso em proteger os mais fracos e debilitados, a viúva e os filhos

órfãos, a igreja e o estado.

Conhecerá as “antigas regras dos templários” e perceberá que código perfeito e

totalmente aplicável que aqueles bravos homens decidiram seguir.

Entenderá a proximidade entre os Cavaleiros Templários e os “peregrinos de Santiago

de Compostela” e a necessidade de que todo aquele que deseja realmente se tornar um

templário faça essa peregrinação, que nada mais é do que a “peregrinação dentro de nós

mesmos” em busca de retificarmos a nossa “pedra bruta”.

Verá, com destaque, as imagens referentes aos locais e personagens que são

mencionados neste texto e terá uma perfeita noção de como eram aquelas paisagens e o perfil

de cada um desses personagens e sua fisionomia, pelo menos àquelas que temos

conhecimento nos dias de hoje.

E, como não poderia deixar de faltar, o aluno encontrará, dois exercícios espirituais

maravilhosos, um deles é o Pater Nostro ou o Pai Nosso em Latim; oração poderosíssima que

deveria ser praticada diariamente por todo cristão em busca de forças e regeneração dos seus

votos; outro exercício, esse de cunho místico, que nos dias de hoje foi adotado por várias

correntes de exotéricos, é o chamado “exercício espiritual da semente”, uma magnífica

experiência personalíssima eu trará para cada um dos praticantes sensações, emoções e

reflexões diversas e profundas. Desejamos a todos uma boa viagem nessa maravilhosa história

sobre a Ordem dos Cavaleiros Templários.

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Origens dos Cavaleiros Templários

No final do século XI, a Europa, enfrentava uma profunda crise econômica e vivia um momento de estagnação sociocultural. O Cristianismo encontrava-se tumultuado e dividido; esse clima tenso era propício para guerras e disputas internas que só colaboravam para o agravamento da situação.

O novo Sumo Pontífice a ocupar o Trono de São Pedro, Urbano II, eleito papa em 1088, revelou-se, muito além daquelas qualidades e funções cabíveis ao suposto representante de Deus na terra, um notável político e excelente articulador.

Um dos sonhos da Igreja da época, e de Urbano II, era retomar a cidade de Jerusalém, cuja posse estava nas mãos dos "infiéis do islã" havia mais de quatro séculos, desde o ano 638 d.C., quando fora tomada pelo exército muçulmano. Além da importância histórica para os cristãos da própria cidade em si, os supostos tesouros ali encerrados, havia também por parte de toda a alta hierarquia do clero, o desejo de "unificar" cristãos ocidentais e orientais sob o jugo único do pontificado Papal. Esses eram motivos mais que suficientes para justificar uma empreitada a terra santa.

A habilidade política do Papa Urbano II conquistou a submissão espiritual de praticamente todos os cristãos ocidentais, fazendo com que parte da Europa entendesse que havia uma necessidade premente e divina de se recuperar aquilo que, por direito, pertencia aos cristãos. E desta forma foi articulada a Primeira Cruzada, cujo divino objetivo era "devolver a Deus o que era de Deus". Teve início a Primeira Cruzada, e assim Jerusalém viria a cair sob domínio cristão ocidental. Estava inaugurada a era das "guerras santas".

As peregrinações, naquela época, eram costumeiras entre os europeus, principalmente entre os cristãos, sendo uma atividade abençoada e encorajada pela Igreja e pelo Papa. Um dos caminhos de maior importância, senão o mais importante, era justamente aquele que

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conduzia os peregrinos à Terra Santa, ou seja, Jerusalém. Esse caminho, contudo, não era seguro, deixando os que nele se aventurassem a toda sorte de bandidismo, assaltos, etc., e mesmo à morte.

Alguns anos após a queda de Jerusalém, em 1118, nove Cavaleiros então, liderados por Hughes de Payens, todos veteranos da Primeira Cruzada, se reuniam para prestar um nobre serviço ao reino cristão e fundaram a Ordem dos Cavaleiros de Cristo, tomando o tríplice voto de Castidade, Pobreza e Obediência, dedicando suas vidas, dali até a morte, à proteção dos peregrinos e à garantia do Reino de Cristo.

O então novo Rei de Jerusalém, Balduíno II, que sucedera seu primo Balduíno I, logo viu na atitude dos nobres e valorosos cavaleiros algo de grande valor e importância. A título de reconhecimento e confiança, cedeu-lhes terras e construções para que lhes servissem de acomodação e base. As terras eram situadas no local onde supostamente havia sido construído o famoso Templo de Salomão. Não tardou e os "Pobres Cavaleiros de Jesus Cristo" passaram a se denominar de "Cavaleiros do Templo de Salomão", ou simplesmente de "Cavaleiros Templários" e, assim nasceu a "Ordem do Templo", cuja denominação completa era: "Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão"

Relação com os nomes dos nove fundadores da Ordem

TEMPLARIOS OS NOVE FUNDADORES

Os Nove Fundadores originais da Ordem

1. Hugues de Payens (ou Payns, um cavaleiro e vassalo de Hugh de Champagne e um parente por casamento com a família escocesa dos Saint Clair de Roslin.)

2. Godofredo de Saint-Omer, um filho de Hugh de St. Omer;

3. Godofredo de Bisol ( ou Roral ou Rossal, ou Roland ou Rossel);

4. Payen de Montdidier ( ou Nirval de Montdidier); um parente dos governantes de Flandres.

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5. André de Montbard (tio de S. Bernardo de Clairvaux e outro vassalo do Conde de Champagne, Hugh de Champagne);

6. Arcimbaldo de Saint-Amand, ou Archambaud de Saint-Aignan; outro parente da casa reinante na região de Flandres;

7. Hugo Rigaud

8. Gondemaro, (ou Gondomar, ou Gondemare, ou Gondomar . (N.1090 ? - ?) Templário que se supõe ter sido Português.);

9. Arnaldo ou Arnoldo : Frei Arnaldo, ou Arnoldo, ou ainda segundo Andre Paraschi: D. Pedro Arnaldo da Rocha que teria sido um dos nove fundadores da Ordem dos Cavaleiros Templários em Jerusalém, em 1.118.

Os peregrinos

O Império Romano estava em decadência, e por volta de 813-820 foi descoberto o túmulo do Apóstolo Santiago, mesmo com os muçulmanos dominando grande parte da Península Ibérica, as peregrinações foram reiniciadas, havia uma necessidade premente na quebra daquela monotonia reinante na época. Nesse artigo abordaremos como se deu origem a uma Tradição.

A lenda marra-nos que o bispo Teodomiro de Iria Flavia, após ter reconhecido o sepulcro de Santiago, imediatamente fez a notícia chegar a Afonso II (759-842), “o Casto”, rei das Astúrias, que vê na descoberta um sinal promissor para as suas batalhas contra os mouros, e com o seu séquito acode rapidamente ao chamado. Parte de Oviedo para visitar o lugar constatando a milagrosa revelação. O rei “Casto” era na época considerado pelo cristianismo como um elemento catalisador e unificador contra o Islamismo. O achado das relíquias do Apóstolo dentro dos limites do seu reino constitui-se num poderoso instrumento político religioso que fortalecia a Igreja na Galícia frente aos ataques islâmicos e ao expansionismo carolíngio. O rei Afonso II foi assim o primeiro peregrino deste novo ciclo do culto a Tiago. O “Libre-don” ganha o nome de “Campus Stellae”.

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Com a queda do Império Romano frente aos muçulmanos, produziu-se na Espanha – como em outros lugares devido a distância da autoridade de Roma – a queda das instituições sociais e por isso perdeu os seus funcionários a legitimação de suas funções. A única instancia capaz de assumir a responsabilidade coletiva foram os bispos da Igreja Cristã. Na Galícia conseguiram dialogar com os invasores e até conseguiram a prematura conversão ao catolicismo do príncipe suevo Reckiario, que ao morrer seu pai Reckila no ano de 448, converteu-se no primeiro rei bárbaro católico.

Este problema se aguçaria quando, a partir do ano 713, caiu toda a Espanha em poder dos muçulmanos menos a área situada ao norte da Península Ibérica. Na Galícia se refugiaram uma infinidade de cristãos e bispos. O bispo de Dumia se refugia em Mondoñedo. Lugo, Orense, Astorga, Tuí e a metropolitana Braga ficam sem os seus bispos. Somente continua sem interrupção a sucessão dos bispos de Iria Flavia. Aqui deve estar a origem, primeira do senhorio temporal dos bispos sobre a terra de Iria Flavia e depois o dos arcebispos de Santiago, senhorio esse que aumentou e consolidou-se com os donativos dos reis, tratando com isso a honrar o Apóstolo Santiago patrono da Espanha.

As lendas como sempre mexeram nas coordenadas habituais: naquele tempo somente a sanção real dava validade permanente e definitiva a qualquer ato. A presença de Afonso II e a conformidade do monarca eram a cunha que dava impulso oficial ao culto local ao Apóstolo Santiago no seu sepulcro recém descoberto. No presente caso foram duas, e em diferentes planos as autoridades que deram impulso ao culto apostólico: primeiro o bispo, na sua função de chefe da Igreja local, e em segundo lugar o soberano, como responsável por todas as decisões religiosas ou políticas do seu reino.

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Esta dupla linha de defensores e promotores do culto Jacobeu deve ter-se mantido ao longo de muito tempo. É verdade que alguns dos bispos de Iria Flavia se mostraram despreocupado não só no culto ao Apóstolo, mas também de toda a administração espiritual da diocese, que (como diz o poema dos anos 883 que acompanha a crônica de Albelda), brilha pela presença de Santiago, no “lócus apostolicus” ou “lócus sanctus”.

O Caminho de Santiago de Compostela é uma rota secular de peregrinação religiosa, que se estende por toda a Península Ibérica até a cidade de Santiago de Compostela, localizada no extremo Oeste da Espanha, onde se encontra o túmulo do apóstolo Tiago.

Tiago foi um pescador que vivia às margens do lago Tiberíades; filho de Zebedeo e Salomé, e irmão de João O Evangelista. Segundo a tradição, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, Tiago foi pregar o evangelho na província romana da Galícia, extremo oeste espanhol. De volta a Jerusalém, o apóstolo foi perseguido, preso e decapitado a mando de Herodes no ano 44. Seus restos foram lançados para fora das muralhas da cidade. Os discípulos Teodoro e Atanásio recolheram seu corpo e levaram-no de volta para o Ocidente, aportando na costa espanhola, na cidade de Iria Flavia.

O corpo do apóstolo foi sepultado secretamente num bosque chamado Libredón. Assim, o local permaneceu oculto durante oito séculos. Uma certa noite, o ermitão Pelayo observou um fenômeno que ocorria neste bosque: uma chuva de estrelas se derramava sobre um mesmo ponto do Libredón, proporcionando uma luminosidade intensa. Tomando conhecimento das ocorrências, o bispo de Iria Flavia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local. Assim, no dia 25 de Julho de (provavelmente) 813, foi encontrada uma arca de mármore com os restos do apóstolo Tiago Maior.

A notícia se espalhou rapidamente, e o local passou a ser visitado por andarilhos de toda a Europa a fim de conhecer o sepulcro do Santo. A quantidade de peregrinos aumentava intensamente a cada ano. Nobres e

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camponeses dirigiam-se em caravanas, caminhando ou cavalgando em busca de bênçãos, cura para as enfermidades, cumprir promessas ou apenas aventuravam-se em terras distantes.

O rei Afonso II ordenou que no local da descoberta fosse erigida uma capela em honra a São Tiago, proclamando-o guardião e padroeiro de todo o seu reino. Em pouco tempo, uma cidade foi erguida em torno daquele bosque, e denominada Compostela. A origem etimológica do nome remete ao latim: Campus Stellae, ou Campo das Estrelas, e assim a junção final: Compostela.

No ano de 899, Afonso III construiu uma basílica sobre o rústico templo erguido por seu antecessor. Porém, oitos anos mais tarde, a basílica foi saqueada pelo árabe Almanzor, que respeitosamente, preservou as relíquias do apóstolo. Em 1075, iniciou-se a construção da atual catedral, cinco vezes maior que a anterior.

É importante observar que a promoção do culto à sepultura de Apóstolo Santiago foi realizada em detrimento das Igrejas de Oviedo e de Iria Flavia. Posteriormente, o bispo Teodomiro visando um futuro promissor com a descoberta, passou a viver no bosque de “Arcis Marmáris”, aonde veio a falecer em 20 de outubro do ano de 847, local onde se encontra o seu sepulcro situado a poucos quilômetros de sede de Iria Flavia

Com a descoberta do tumulo, iniciou-se a grande movimentação dos peregrinos ao culto a Santiago. Tinha-se em conta que os túmulos dos mártires eram locais de culto onde o cristão recordavam aqueles que tinham permanecido firmes na fé no meio das perseguições. Não tardou muito para que peregrinos de toda a Europa começassem a acorrer a Compostela para venerarem as relíquias de Santiago.

Também foi comunicada a boa nova da descoberta ao Papa Leão III (795-816), que deu conhecimento ao mundo cristão no escrito “noscat fraternitas vestra” que “o corpo do bem aventurado Apóstolo Santiago foi transladado inteiro na Espanha, no território da Galicia”.

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Segundo consta, o rei Afonso II, comunicaria o fato a Carlos Magno, imperador, cuja corte estava em Aquisgrán, de onde se origina a lenda do Imperador e seus heróis Martell e Roldán, que, segundo conta à lenda, foram então à Espanha para libertar o Caminho que estava em poder dos muçulmanos.

O poeta e filosofo árabe Algazal, de Jaén, descreve em 845: “A sua kaaba é um ídolo colossal que têm no centro da igreja; juram por ele, e dos locais mais longínquos, de Roma e de outros países, acodem a ele em peregrinação e dizem que a tumba que se vê dentro é a de Santiago, um dos doze Apóstolos ...”.

O rei Afonso II impressionado com o achado e aproveitando-se da ocasião, declara a Santiago protetor de toda a Espanha e manda construir no local uma modesta capela de pedras e barro para acolher o mausoléu, coloca um oratório de tal forma que este acaba convertendo-se no local de celebrações comunicando-se com a nave por uma pequena porta, ao seu redor se estabeleceu um cemitério, que esteve em uso até o século XI. A partir desse ponto, o pequeno local chamado de Tamarisco que contava apenas com trezentos habitantes, começou a crescer rapidamente, convertendo-se em Compostela nome derivado de Campus Stellae. Nascia, assim, um dos mais importantes centros de peregrinação da Cristandade.

Com o novo culto chegam às ordens religiosas, os peregrinos e, sobre o velho caminho druídico, recria-se uma rota atravessando a península para visitar o túmulo do Apóstolo, as pessoas partiam de vários pontos da Europa, percorrendo um longo caminho cheio de perigo, um caminho que ficaria conhecido pelos séculos futuros como o Caminho de Santiago do Campus Stellae ou Campos das Estrelas, origem da palavra Compostela, numa referência às luzes vistas por Pelayo e à Via Láctea, pois, esta rota situa-se diretamente sob a Via Láctea. Sendo uma das poucas rotas do mundo que não se formou por motivos comerciais.

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Os peregrinos que chegam a Santiago de Compostela imaginaram o Santo como sendo o primeiro dos peregrinos. Isto justifica o fato de em uma de suas representações, incluírem o chapéu, o bastão, a capa, a mochila, a cabaça..., tudo aquilo necessário a uma peregrinação pelos caminhos, que no desenrolar da Idade Média vão configurando essa relativa unidade de cultura europeia que idealizou o românico.

Os Templários e sua relação com os Peregrinos de Santiago

“Em Puente la Reina há uma ponte; em Ponferrada, mais a oeste, também. O Templo também se estabelece ali. Em outros termos, sem negligenciar os deveres de abrigo, mas sem se preocupar com a especialização, o Templo privilegiou, nas estradas de Santiago, bem como em outras, a função de cruzamento, de passagem e de travessia de cursos d´água”.

Tais afirmativas nos deixam muito a pensar sobre o referido assunto, temos conhecimento de que a Ordem possuiu algumas relíquias no caminho francês das peregrinações a Santiago de Compostela, tais como: a Igreja de Santa Maria de Eunates; em Ponferrada fica o magnífico castelo que era à base da Ordem na região. Perto da cidade existe o refúgio de Manjarín, uma casa de pedras vizinha a Foncebadón, uma vila fantasma que atualmente começa a reviver; em Torres del Rio a Igreja do Santo Sepulcro e, segundo alguns historiadores a Igreja do Monastério de Irache.

A Igreja de Santa Maria de Eunates

Apesar de não estar na rota do caminho francês procedente de Saint Jean de Pied-de-Port e sim no que passa por Samport, nos Pirineus Aragonês, a mesma abre um amplo leque de especulações as mais fantasiosas possíveis, a Igreja de Eunates não está imune às mesmas,

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podemos ler as diversas teorias sobre o assunto, podendo cada uma apresentar as suas razões.

A Igreja de Eunates encontra-se situada no meio de uma planície entre campos de lavoura, não existindo nenhuma construção em seus arredores, é sem dúvida um dos monumentos mais emblemáticos e conhecidos do Caminho, é um dos maiores mistérios e também um dos mais valiosos.

Trata-se de um pequeno templo românico de planta octogonal não simétrica, com abside pentagonal rodeado por um corredor porticado a maneira de um claustro exterior. O seu corpo poligonal de oito lados é coroado com um telhado piramidal de oito águas. Em especial temos a sua portada ocidental ricamente ornamentada e carregada de simbolismo.

Não existe nenhuma documentação sobre a sua construção, podendo-se dizer pertencer a meados do séc. XII. Para alguns esse tipo de edificações estão vinculadas à Ordem dos Cavaleiros Templários, que importaram do oriente estas peculiares plantas octogonal na imitação do Templo do Santo Sepulcro de Jerusalém por eles defendidos dos muçulmanos durante longos anos. Isso explicaria também a função como local de sepultamento. Seja como for, não há provas documentais que certifiquem a vinculação desse templo com a misteriosa Ordem Militar. Sem embargo, é inolvidável o caráter de capela funerária similar a outras que encontramos, como a de Vera Cruz de Segóvia, e sem irmos muito longe, em Torres del Rio a Igreja do Santo Sepulcro.

Se os Templários construíram Eunate, há de se perguntar: com que fins o fizeram e com aquelas características? Para que usaram? Foi paróquia de um lugar despovoado, hospital ou cemitério de peregrinos? Porque Eunate “cem portas” se não existem tantas nem pouco mais ou menos. Longe de tudo, pode-se pensar que os mesmos praticavam naquele local seus rituais secretos de sua iniciação. Os seus arcos externos deixam a antever que o local era indicado para se observar à

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aproximação de alguém mesmo durante a noite, porque Eunate sugere cerimônias noturnas à luz da lua penetrando pelos seus óculos situados na sua cúpula.

Seja o que for a sua real história penetra na zona cinzenta das imaginações, dando lugar a um grande número de livros escritos a seu respeito.

Hugo de Payens

Hugo de Payens (1070-1136), um fidalgo francês da região de Champanhe, foi o primeiro mestre e fundador da Ordem dos Templários.

Ele era de uma família que, segundo cartas que pertenciam à Abadia de Molesmes, tinha parentesco com os Montbard (família a qual pertencia São Bernardo de Claraval e André de Montbard) e era originalmente um vassalo do conde Hugo de Champanhe. Com ele visitou Jerusalém uma vez e ficou por lá depois de o conde voltar para a Condado de Champanhe. Foi aí que organizou um grupo de nove cavaleiros para proteger os peregrinos que se dirigiam para a Terra Santa no seguimento das iniciativas propostas pelo Papa Urbano II.

De Payens aproximou-se do rei Balduíno II com oito cavaleiros, dos quais dois eram irmãos e todos eram seus parentes, de Hugo de Payens, alguns de sangue e outros de casamento, para formar a Ordem do Templo de Jerusalém.

Os outros cavaleiros eram: Godofredo de Saint-Omer, Arcambaldo de Saint-Aignan, Payan de Montdidier, Godofredo Bissot, Hugo Rigaldo, e dois homens registrados apenas com os nomes de Rossal ou possivelmente Rolando e Gondemaro. O nono cavaleiro permanece

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desconhecido, apesar de se especular que ele era o próprio Conde de Champanhe.

Hugo de Payens terá nascido provavelmente em Château Payns, a aproximadamente 10 km de Troyes, em Champanhe, na França. Ele também foi um veterano da Primeira Cruzada (em 1099) tendo passado 22 anos de sua vida no leste da Europa.

É provável que Hugo de Payens tenha servido no exército de Godofredo de Bulhão durante essa Cruzada. Como grão-mestre, ele liderou a Ordem dos Templários por quase vinte anos até a sua morte, ajudando a estabelecer a fundação da Ordem como uma importante e influente instituição internacional militar e financeira.

Na sua visita a Londres em 1128, ele conseguiu homens e dinheiro para a Ordem, e também fundou a sua primeira sede lá, iniciando a história dos Templários na Inglaterra. Ele morreu na Palestina em 1136 tendo sido sucedido, como mestre, por Roberto de Craon.

Jacques Demolay

Historiadores modernos acreditam que Jacques DeMolay nasceu em Vitrey, na França, no ano de 1244. Pouco se sabe de sua família ou sua primeira infância, porém, na idade de 21 anos, ele tornou-se membro da Ordem dos Cavaleiros Templários

A Ordem participou destemidamente de numerosas Cruzadas, e o seu nome era uma palavra de ordem de heroísmo, quando, em 1298, DeMolay foi eleito Grão Mestre. Era um cargo que o classificava como e muitas vezes acima de grandes lordes e príncipes. DeMolay assumiu o cargo numa época em que a situação para a Cristandade no Oriente

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estava ruim. Os infiéis sarracenos haviam conquistado os Cavaleiros das Cruzadas e capturado a Antioquia, Trípoli, Jerusalém e Acre. Restaram somente os "Cavaleiros Templários" e os "Hospitalários" para confrontarem-se com os sarracenos. Os Templários, com apenas uma sombra de seu poder anterior, se estabeleceram na ilha de Chipre, com a esperança de uma nova Cruzada. Porém, as esperanças de obterem auxílio da Europa foram em vão pois, após 200 anos, o espírito das Cruzadas havia-se extinguido.

Os Templários foram fortemente entrincheirados na Europa e Grã-Bretanha, com suas grandes casas, suas ricas propriedades, seus tesouros de ouro; seus líderes eram respeitados por príncipes e temidos pelo povo, porém não havia nenhuma ajuda popular para eles em seus planos de guerra. Foi a riqueza, o poder da Ordem, que despertou os desejos de inimigos poderosos e, finalmente, ocasionou sua queda.

Em 1305, Felipe, o Belo, então Rei de França, atento ao imenso poder que teria se ele pudesse unir as Ordens dos Templários e Hospitalários, conseguindo um titular controle, procurou agir assim. Sem sucesso em seu arrebatamento de poder, Felipe reconheceu que deveria destruir as Ordens, a fim de impedir qualquer aumento de poder do Sumo Pontificado, pois as Ordens eram ligadas apenas à Igreja.

Em 14 de setembro de 1307, Felipe agiu. Ele emitiu regulamentos secretos para aprisionar todos os Templários.

DeMolay e centenas de outros Templários foram presos e atirados em calabouços. Foi o começo de sete anos de celas úmidas e frias e torturas desumanas e cruéis para DeMolay e seus cavaleiros. Felipe forçou o Papa Clemente a apoiar a condenação da Ordem, e todas as propriedades e riquezas foram transferidas para outros donos. O Rei forçou DeMolay a trair os outros líderes da Ordem e descobrir onde todas

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as propriedades e os fundos poderiam ser encontrados. Apesar do cavalete e outras torturas, DeMolay recusou-se.

Finalmente, em 18 de março de 1314, uma comissão especial, que havia sido nomeada pelo Papa, reuniu-se em Paris para determinar o destino de DeMolay e três de seus Preceptores na Ordem. Entre a evidência que os comissários leram, encontrava-se uma confissão forjada de Jacques DeMolay há seis anos passados. A sentença dos juizes para os quatro cavaleiros era prisão perpétua. Dois dos cavaleiros aceitaram a sentença, mas DeMolay não; ele negou a antiga confissão forjada, e Guy D'Avergnie ficou a seu lado. De acordo com os costumes legais da época, isso era uma retratação de confissão e punida por morte. A comissão suspendeu a seção até o dia seguinte, a fim de deliberar. Felipe não quis adiar nada e, ouvindo os resultados da Corte, ele ordenou que os prisioneiros fossem queimados no pelourinho naquela tarde.

Quando os sinos da Catedral de Notre Dame tocavam ao anoitecer do dia 18 de março de 1314, Jacques DeMolay e seu companheiro foram queimados vivos no pelourinho, numa pequena ilha do Rio Sena, destemidos até o fim. Apesar do corpo de DeMolay ter perecido naquele dia, o espírito e as virtudes desse homem, para quem a Ordem DeMolay foi denominada, viverão para sempre.

"Embora o corpo de DeMolay tivesse sucumbido aquela noite, seu espírito e suas virtudes pairam sobre a Ordem DeMolay, cujo nome em sua homenagem viverá eternamente."

Jacques DeMolay, com 70 anos, durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, e amaldiçoando os descendentes do Rei da França, Filipe "O belo":

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"NEKAN, ADONAI !!! CHOL-BEGOAL!!! PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI FILIPE: INTIMO-OS A COMPARECER PERANTE AO TRIBUNAL DE DEUS DENTRO DE UM ANO PARA RECEBEREM O JUSTO CASTIGO. MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DE VOSSAS RAÇAS!!!" (Jacques de Molay)

Papa Clemente V – o Generoso

Clemente V (Bertrand de Got) - Papa de 1305 a 1314; nascido em Villandraut (Gironde), na França, em 1264. Teve a sede de seu papado em Avignon, cidade ao sul de França, devido as pressões de Filipe, o Belo. A sede do papado manteve-se em Avignon por 70 anos (1307- 1377), episódio que ficou conhecido como Cativeiro de Avignon. Morto por ingerir esmeraldas reduzidas a pó (para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento), que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos (?), quando o papa retornava a sua cidade natal.

Guilherme de Nogaret (Guarda-Selos do reino) – Nogaret já havia cometido ações contra Bonifácio VIII: Bonifácio VIII (Benedetto Caetani) - Papa de 1294 a 1303; nascido em Anagni, entre 1220 e 1230. Dedicou-se ao estudo de Direito, sendo considerado, quando cardeal, eminente jurista e hábil diplomata. Convenceu o Papa eremita Celestino V a renunciar, sendo eleito em seu lugar. Entrou em choque com Filipe, o Belo; quando promulgou a bula Clericis Laicos, proibindo o clero de pagar impostos sem autorização papal. Depois de 1300, cresceram as dificuldades entre Bonifácio VIII e Filipe, o Belo; que falsificou bulas e pôs os franceses contra o Papa. Guilherme de Nogaret, aliado a dois cardeais da família Collona, recruta na Itália um exército, e assalta o Palácio Anagni. Lá o Papa em seus 86 anos, dentro de seus aposentos sacerdotais, intimado a renunciar o papado teria dito: ''Aqui está meu pescoço, aqui está minha cabeça: morrerei, mas morrerei papa!''. Foi esbofeteado por um dos cardeais Collona e excomungou Guilherme de

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Nogaret. Permaneceu prisioneiro por dois dias, até que a população o socorreu. Regressando à Roma, enlouqueceu devido ao golpe e morreu blasfemando depois de quatro meses (11 de outubro). Diz-se que morreu envenenado, fato que se atribui a Nogaret.

Envenenado por uma vela, feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda de Beatriz d'Hirson (dama de companhia de Mafalda d'Artois, mãe de Joana e Branca de Borgonha e tia de Margarida de Borgonha, esposas de Filipe, Carlos e Luís, respectivamente, filhos de Filipe, o Belo. Era também tia de Roberto d'Artois, um dos muitos amantes de Isabel, filha de Filipe, o Belo; cuja De Molay era padrinho de batismo). O veneno contido na vela era composto de dois pós de cores diferentes:

CINZA: Cinzas da língua de um dos irmãos d'Aunay (que foram queimados por terem corneado Carlos e Luís com suas respectivas esposas). Elas tinham um suposto efeito sobrenatural para atrair o demônio.

CRISTAL ESBRANQUIÇADO: "Serpente de Faraó". Provavelmente sulfocianeto de mercúrio. Gera por combustão: Ácido sulfúrico, vapores de mercúrio e compostos anídricos; podendo assim, provocar intoxicações tanto cianídrica, quanto mercurial.

Morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome dos que morreram por suas mãos.

Rei Felipe o Belo

Filipe IV (o Belo) - (1268 - 1314) Rei da dinastia Capetíngea .Casado com Joana de Navarra. Foi excomungado por Bonifácio VIII, excomunhão que foi levantada por Clemente V. Saiu a caçar com seu camareiro, Hugo de Bouville; seu secretário particular, Maillard e alguns familiares na

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floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seu cães .Foram em busca de um raro cervo de doze galhos visto perto ao local. O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que livra-se de ser servo. Deu-lhe sua trompa como presente por tê-lo ajudado a localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe, percebeu uma cruz (dois galhos que se prenderam nos chifres do cervo) que brilhava ( o verniz do galho que reluzia ao sol). Começou a passar mal, não consegui chamar ninguém, pois estava desprovido de sua trompa. Sentiu um estalo na cabeça e caiu do cavalo. Foi achado por seus companheiros e levado de volta ao palácio, repetindo sempre - "A cruz, a cruz..."e sempre com muita sede. Pediu como o Papa Clemente em seu leito de morte, que fosse levado a sua cidade natal; no caso do rei, Fontainebleau. O rei ficou perdido no seu interior, parecendo um louco, durante uns doze dias. Era dito aos que perguntavam dele, que tinha caído do cavalo e atacado por um cervo. Filipe foi levado a fazer um novo testamento e foi instigado por seus irmãos: Carlos de Valois e Luís d'Evreux, a escrever o que eles queriam. Logo após terminado, sempre com sede, faleceu.

Diz-se que Irmão Reinaldo, Grande Inquisitor de França, que acompanhou o rei em seus últimos dias, não conseguiu fechar suas pálpebras, que se abriam novamente. Foi assim, em seu velório, necessária uma faixa que cobrisse seus olhos.

Segundo os documentos e relatórios de embaixadores de que se dispõe, Chega-se a conclusão de Filipe, o Belo, sucumbiu a uma apoplexia cerebral em uma zona não motora. A afasia do início pode ter sido devido a uma lesão na região da base do crânio ( região infundíbo-tuberiana). Teve sua recaída mortal por volta de 26 de novembro.

Frases Atribuídas a Filipe:

"Fizemos canonizar o Rei Luís por Bonifácio, mas seria ele realmente um santo?"

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"Não, meu irmão, não estou contente; cometi um erro: Devia ter mandado arrancar-lhe a língua antes de queimá-lo"( A Carlos de Valois, referindo-se a Jacques de Molay)

CONCLUSÃO

Com a morte de Filipe, o Belo; seu filho Luís sucedeu-o. Luís de Navarra; chamado Luís X (1289- 1316), reinou de 1314 à 1316 quando morreu. Deixou um filho, que nasceu logo após de sua morte, chamado João I; que foi assassinado por Mafalda d'Artois.

Assim o reino passou para seu tio, Filipe de Poitiers. Filipe V, o Alto (1294- 1322), reinou de 1317 à 1322. Morreu sem filhos homens.

O reinado passa ao irmão mais novo, Carlos. Carlos IV, o Justo (1295 - 1328), reinou de 1323 à 1328. Ajudou sua irmã, Isabel a depor seu marido, Eduardo II, do seu reinado na Inglaterra. Morreu sem herdeiros. O reino assim caiu sobre a casa dos Valois. Acabando assim a dinastia dos Capeto (987 d.C. - Hugo Capeto até 1328 d.C. - Carlos IV). A maldição de Jacques de Molay cumpriu-se dentro do tempo estipulado, os três condenados morreram em menos de um ano. Decorreram-se nove meses desde a morte de Jacques até a morte de Filipe, o Belo.

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Baphome

Baphomet ou Bafomé é uma síntese de vários conceitos mágico-místicos, mais conhecida por sua relação com os Templários e a Maçonaria.

Uma das imagens de mais forte presença no universo ocultista de nossa época, por vezes erroneamente interpretada como uma rebuscada representação do diabo católico, recebe o nome de Baphomet. Todavia, apesar de muito ter sido especulado sobre o lendário ídolo dos Templários, pouca informação confiável existe a respeito desta enigmática figura. Daí vêm as inevitáveis questões: o que de fato esta imagem significa e qual a sua origem? Além disso, o que ela hoje representa dentro das Ciências Arcanas? Há algum culto atualmente celebrado cujos fundamentos estejam calcados neste Mistério?

História

Em 1307 uma série de acusações daria início a cruel perseguição imposta pelo Papa Clemente V (Arcebispo de Bordéus, Beltrão de Got) e pelo Rei de França Felipe IV, mais conhecido como Felipe o Belo, contra a Ordem dos Cavaleiros do Templo, também chamada de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, ou, simplesmente, Templários. O processo inquisitorial movido contra os Templários foi encerrado em 12 de setembro de 1314, quando da execução do Grão-Mestre da Ordem do Templo, Jacques de Molay, juntamente com outros dois Cavaleiros, todos queimados pelas chamas da Inquisição.

No longo rol de acusações estavam: a negação de Cristo, recusa de sacramentos, quebra de sigilo dos Capítulos e enriquecimento, apostasia, além de práticas obscenas e sodomia. O conjunto das acusações

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montaria um quadro claro do que foi denominado de desvirtuação dos princípios do cristianismo, os quais teriam sido substituídos por uma heterodoxia doutrinária de procedência oriental, sobremodo islâmica.

No entanto, dentre as inúmeras acusações movidas contra os Templários, uma ganharia especial notoriedade, pois indicava adoração a um tipo de ídolo, algo diabólico, entendido como um símbolo místico utilizado pelos acusados em seus supostos nefastos rituais. Na época das acusações, costumava-se dizer que em cerimônias secretas, os Templários veneravam um desconhecido demônio, que aparecia sob a forma de um gato, um crânio ou uma cabeça com três rostos. Na acusação, embora seja feita menção a adoração de uma "cabeça", um "crânio", ou de um "ídolo com três faces", nada é mencionado, especificamente, sobre a denominação Baphomet.

Origens

De onde, então, teria surgido o termo? Não se sabe com precisão onde surgiu o termo Baphomet. Uma das possíveis origens, entretanto, é atribuída a pesquisa do arqueólogo austríaco Barão Joseph Von Hammer-Pürgstall, um não simpatizante do ideal Templário, que em 1816 escrevera um tratado sobre os alegados mistérios dos Templários e de Baphomet, sugerindo que a expressão proviria da união de dois vocábulos gregos, "Baphe" e "Metis", significando "Batismo de Sabedoria". A partir desta conjectura, Von Hammer especula a respeito da possibilidade da existência de Rituais de Iniciação, onde haveria a admissão, seja aos mistérios seja aos segredos cultuados pela Ordem do Templo.

O Simbolismo

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Segundo Von Hammer, de acordo com suas descobertas, os ídolos Templários se tratavam de degenerações de ídolos gnósticos valentinianos, sendo que, de todos eles, o mais imponente formava uma estranha figura de um homem velho e barbudo, de solene aspecto faraônico. Um traço bem marcante de todas as figuras era a forte presença de caracteres de hermafroditismo ou androginia, traços que, ainda de acordo com a descrição de Von Hammer, endossariam cabalmente as acusações de perversão movidas pelo clero contra os Templários. Desta descrição aparece outra referência que muito diz sobre o mistério que cerca o nome Baphomet: ela aponta para a imagem de um "homem velho", o qual seria adorado pelos Templários. Este "homem velho" possuía as mesmas características de Priapus, aquele criado "antes que tudo existisse". Contudo, a mesma imagem, por vezes aparecendo com armas cruzadas sobre o peito, sugere proximidade com o Deus egípcio Osíris, havendo até quem afirme ser Osíris o verdadeiro Baphomet dos Templários.

Seguindo a mesma lógica e pensamento de que o vocábulo Baphomet teria vindo da Grécia Antiga, também existe a hipótese de que sua procedência esteja na conjunção das palavras "Baphe" e "Metros", algo como "Batismo da Mãe". Por sua vez, a partir deste raciocínio, surge uma outra proposição poucas vezes mencionada nos estudos sobre Baphomet, a qual aponta ser "Baphe" e "Metros" uma corruptela de Behemot, um fantástico ser bíblico de origens hebréias. Esta teoria é importante, visto Behemot ser citado (e por vezes traduzido) como uma grande fêmea de Hipopótamo que habitava as águas do rio Nilo, sendo uma das representações da "Grande Mãe", esposa do Deus Seth.

Na concepção egípcia dos Deuses, a fêmea do Hipopótamo faz uma espécie de contra-parte do Crocodilo (Typhon), da mesma forma pela qual existem os bíblicos Behemot e Leviathan.

De acordo com o pesquisador Raspe, outra definição que ganha importância, principalmente na abordagem dos cultos que atualmente são

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rendidos a Baphomet, mostra o suposto ídolo dos Templários como uma fórmula oriunda das doutrinas Gnósticas de Basilides. Neste sentido as palavras anteriormente apresentadas, que originaram o termo Baphomet, seriam "Baphe" e "Metios". Assim, teríamos a expressão "Tintura de Sabedoria", ou o já apresentado "Batismo de Sabedoria", como o significado de Baphomet.

Considerando que a palavra Baphomet possua raízes árabes, especula-se também que ela seja a corruptela de Abufihamat (ou ainda Bufihimat, como pronunciado na Espanha), expressão moura para "Pai do Entendimento" ou "Cabeça do Conhecimento". Se nos lembrarmos das acusações movidas contra os Templários, de que eles adoravam uma "Cabeça", veremos nesta hipótese algo plausível de ser aceito. Apesar de todas as alusões até aqui feitas, a figura de Baphomet que se tornou mais famosa, servindo de principal referência para os ocultistas atuais, é mesmo aquela cunhada no século 19 pelo Abade Alfonse Louis Constant, mais conhecido pelo nome Eliphas Levi Zahed, ou simplesmente Eliphas Levi.

De acordo com a descrição do Abade, publicada pela primeira vez em 1854, a imagem de Baphomet, o Bode de Mendes ou ainda o Bode do Sabbath, é feita do seguinte modo: "Figura panteística e mágica do absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados corporais. As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu.

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O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do microcosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana, que colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina.

Este panteus deve ter por assento um cubo, e para estrado quer uma bola só, quer uma bola e um escabelo triangular." Devido à eficiência de sua ideação, Levi propositalmente faz com que se acredite que exatamente essa forma de Baphomet era a presente na celebração dos Antigos Mistérios.

A Imagem de Eliphas Levi

A figura emblemática do Bode de Mendes, de Eliphas Levi, como vemos no início deste texto do site GnosisOnline, foi uma das primeiras, senão a primeira, que associou o bode ao ídolo Templário. É muito provável, dada a condição de sacerdote católico do Abade Alfonse Louis Constant, que a imagem Bíblica do sacrifício do Bode Expiatório tenha lhe servido de inspiração. O bode no Egito, entretanto, não possuía um significado religioso grande, exceto por este culto sacrificial, promovido na cidade de Mendes. Daí a denominação escolhida por Levi, o Bode de Mendes.

Porém, é significativo mencionar que o bode, do mesmo modo como atribuído ao carneiro, sempre foi símbolo de fertilidade, de libido e força vital. Contudo, enquanto o carneiro assume características solares, o bode se relaciona às lunares. Em outras palavras, é costume relacionar carneiros, ou cordeiros, como símbolos de aspectos considerados "positivos" das divindades, enquanto que aos bodes estariam reservados os "negativos".

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Assim, se naquele convencionou-se associar uma imagem de pureza, vida e santidade, neste são associados luxúria, sacrifício e perversão. Em ambos os casos, contudo, é importante salientar que tanto o carneiro quanto o bode são claros símbolos de divindades solares, sendo que no primeiro tem-se a exaltação da Divindade, enquanto no segundo a expiação e morte do Deus.

As inscrições SOLVE ET COAGULA da imagem de Eliphas Levi são outro claro exemplo do enfoque dualista de seu Baphomet. Originalmente presentes nos antebraços do Hermafrodita de Khunrath, esses dois preceitos misteriosos mostram que o Andrógino domina completamente o mundo elementar, agindo sobre a natureza, de modo inteiramente onipotente. As inscrições são dois polos que marcam o ciclo solar de Vida, composta de Geração, Nascimento e Morte, para depois haver uma nova Geração que dará continuidade ao interminável ciclo da Vida.

Em seu livro está:

"O bode que é representado no nosso frontispício, traz na fronte o signo do pentagrama, com a ponta para cima, o que é suficiente para fazer dele um símbolo de luz; faz com as mãos o sinal do ocultismo, e mostra em cima a lua branca de Chesed e embaixo a lua preta de Geburah. Este sinal exprime o perfeito acordo da misericórdia com a justiça. Um dos seus braços é feminino, o outro é masculino, como no andrógino Khunrath, cujos atributos tivemos de reunir aos do nosso bode, pois que é um único e mesmo símbolo. O facho da inteligência que brilha entre seus chifres é a luz mágica do equilíbrio universal; é também a figura da alma elevada acima da matéria, como a chama está presa ao facho. A cabeça horrenda do animal exprime o horror do pecado de que só o agente material, único responsável, deve para sempre sofrer a pena: porque a alma é impassível por sua própria natureza, e só chega a sofrer, materializando-se. O caduceu, que está em lugar do órgão gerador,

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representa a vida eterna; o ventre coberto de escamas é a água; o círculo que está em cima é a atmosfera; as penas que vem depois são o emblema do volátil; depois, a humanidade é representada pelos dois seios e os braços andróginos desta esfinge das ciências ocultas.

Eis dissipadas as trevas do santuário infernal, eis a esfinge dos terrores da Idade Média adivinhada e precipitada do seu trono; 'quomodo cecidisti, Lúcifer'? O terrível Baphomet não é mais, como todos os ídolos monstruosos, enigmas da ciência antiga e dos seus sonhos, senão um hieróglifo inocente e até piedoso."

(Dogma e Ritual da Alta Magia, Ed. Pensamento)

A essa propriedade de transformação, ou melhor, ao elemento que permite esta transformação, os Mestres deram o nome de Mercúrio Filosofal, ou Água dos Sábios, a mesma Tintura de Sabedoria, da qual falava o gnóstico Basilides ainda no século II. A imagem do Baphomet de Eliphas Levi, enfim, é a representação emblemática deste Mercúrio Filosofal ou do Andrógino Primordial. Também de Eliphas Levi vem outra curiosa explanação sobre a origem do nome Baphomet, que se tornou voga nos dias de hoje. Segundo o erudito Abade, esta palavra era a forma cifrada de se dizer TEM OHP AB, uma espécie de acróstico inverso de Baphomet, que formaria a sentença iniciática Templi Omnium Hominum Pacis Abbas.

Como Nome Mágico de Aleister Crowley

Crowley usou este nome como motto na O.T.O. Durante seis anos ele tentou descobrir sua exata grafia. Ele sabia apenas que deveria ter 8 letras.

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Uma das suas parceiras mágicas, doutora em farmácia, especializada em análises patológicas e posteriormente perfumes, fumava ópio quando passou a ter visões, dizendo que "Um Feiticeiro" gostaria de falar com ele. Como Crowley insistiu em saber a identidade do "Feiticeiro". Como teste perguntou: "Se você possuía o conhecimento superior que declarara, então diga-me, como escreve-se Baphomet?" Como o a amiga não sabia nada de hebraico ou grego, ele achou que seria um bom teste. A entidade respondeu que deveria haver um "R" no final (BAFVMIThR, trocando Ayin por Vau, 6 em vez de 70). Crowley tinha duas teorias: de que seria uma variação do nome grego bafo methis, que significa o "batismo da sabedoria", ou que seria uma corruptela de Pai Mithras. A resposta batia com a segunda opção, cuja a soma resulta em 729, um número que nunca antes aparecera nos cálculos cabalísticos da Besta. Significava apenas o cubo de 9.

Baphomet era o Pai Mithras (por isso que os Templários deram esse nome ao ídolo), a rocha cúbica que ficava no canto do Templo.

Baphomet para G.O Mebes

G.O Mebes define Baphomet como o deus astral e como sendo o mesmo que Nahashe seu campo de atividade é a Humanidade Universal.

Segundo o autor, todos os globos são imantados por um turbilhão astral ao mesmo tempo evolutivo e involutivo e o turbilhão involutivo é Baphome pois ele inicia nos planos superiores e desce ao planos inferiores. O caminho para a Reintegração seria libertar-se das cadeias do astral inferior.

O autor explica a gravura a partir da representação do arcano xv do Taro de Marselha.

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A figura sentada sobre um cubo, representa as quatro virtudes herméticas, sendo o portador dos símbolos dos quatro elementos. A figura está com as pernas cruzadas de modo que o casco direito está do lado esquerdo do globo sobre o qual se apoia; e o casco esquerdo está do lado direito do mesmo globo para representar o modo invertido como o não- Iniciado percebe o astral

Janus

Janus, ou também nomeado como Jano, é um Deus de origem pré-latina e muito cultuado pelos romanos, ele é um Deus que representa a dualidade, é o porteiro celestial, Deus das Portas e Portais como também e das entradas, Senhor do sol e do dia, das indecisões e representante dos términos e dos começos, passado e futuro e das transições. Seu mês é Janeiro, o primeiro mês do ano o qual leva seu nome, é um mês que tem em si um pouco do passado e a promessa do futuro que o início do ano marca. Ele era considerado o Pai dos Deuses e é dito que foi o primeiro Deus a ser cultuado em cerimônia em Roma antes dos deuses gregos serem introduzidos as crenças romanas, e assim, Janus passando a ser considerando um Deus Menor.

Diz a história, que os Cavaleiros Templários mantinham dentro dos seus templos uma estátua de um deus com duas faces: Janus.

Possivelmente, daí os maçons tiraram a sua adoração também por aquele Deus, mas evitando contradizer os ensinamentos da Igreja Católica, teriam eles (os maçons) alterado o nome do Deus para São João (o Batista, da Igreja Católica) e até nos dias de hoje, a maçonaria rende homenagem a dois santos com o mesmo nome, diferenciados em suas características cristãs, sendo um “o batista” e o outro “o evangelista”.

As lendas contam que Janus era um homem mortal que nasceu na Tessália que se localiza na Grécia e ao se mudar para o Lácio, casou-se com a rainha e assim dividindo o reino. Após a morte de sua esposa, Janus passou a governar sozinho todo o território e dedicou seu governo as transformações, desenvolvimentos científicos, criação de leis,

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aprimoramento do cultivo e as primeiras moedas correntes, muitas mudanças foram implementadas durante seu reinado trazendo para o Lácio um período de paz e prosperidade nunca visto antes. Ao morrer, Janus recebeu o status de Deus, devido à sua vida dedicada às transformações, adquirindo assim a dualidade do deus das transições, olhando tanto para o passado como para o futuro.

Sua representação era a de um homem com duas faces, uma voltada para o passado e uma voltada para o futuro, mas também há representações das faces como a de um homem jovial e belo (representando o futuro) e de um ancião de olhar profundo (representando o passado). Sua equivalência feminina e também considerada consorte é a Deusa Jana, Deusa da Lua, Caminhos, Magia e muito cultuada até hoje em várias tradições da Stregheria e também ela era representada com duas faces, uma olhando sempre para o passado e a outra para o futuro. Os romanos o associaram também com o deus estruco Ani, Deus do Céu, que como Janus, era representado com duas faces.

Ele era adorado no primeiro dia de todos os meses, nas épocas de plantio e colheitas, nos casamentos, nascimentos e acontecimentos considerados importantes na vida das pessoas, representava também momentos de transição e escolhas que mudavam os cursos da vida. Seu templo tinha uma porta voltada para o Leste, onde o Sol e a Lua nascia, e uma porta para o Oeste, onde os astros sumiam ao horizonte fechando o ciclo do dia e da noite. Seu templo também tinha uma serventia simbólica, em dias de paz suas portas estavam sempre fechadas e nos dias de guerra eram abertas, de acordo com os mitos as portas de seu templo só foram fechadas duas vezes na história — uma no reinado de Numa e outra no de Augusto. Nos fóruns romanos também foram construídos templos a Janus, mas estes continham quatro portais chamados Quadrifons Ianus e a maioria dos portões das cidades romanas havia uma representação das faces de Janus.

Na mitologia uma das faces de Janus falava a verdade enquanto a outra mentia, confundindo assim a pessoa na hora de fazer uma escolha importante que poderia trazer grandes consequências, isto mostra a dualidade de Janus e seu papel como Deus das indecisões, pois

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representava assim aquele que acalenta e guia, protege e ama ao mesmo tempo que aquele que engana, que trai, que odeia e que trapaceia. Algumas tradições acreditavam que Janus também encarnava o caos, tanto exterior como interior.

Algumas das simbologias associadas a Janus é o oculto e o conhecido, a verdade e a mentira, a Lua e o Sol, o passado e o futuro, a dualidade que todos temos dentro de nós e que muitas vezes se manifesta em momentos cruciais de nossas vidas, nos confundindo e embaralhando nossos sentimentos e a capacidade de raciocinar, o emocional em atrito com o racional.

Seu símbolo é uma chave a qual abre todas as portas e possibilidades como também as tranca. Seu mês é Janeiro. Na Streghria ele é cultuado como Ani, o Deus do Sol, tendo participação crucial durante a Roda do Ano. Notamos que este símbolo “das chaves” foi adotado pela Igreja católica junto a São Pedro que detém as chaves do céu.

"Em todas as épocas o Homem tem se inclinado sobre o seu destino, fazendo a si mesmo a tríplice pergunta: "Quem somos?, De onde viemos?, Para onde vamos?" - Se não podemos ainda antecipar sobre o futuro ou preconceber sobre o devir, isso se deve na verdade a uma razão bem simples: não conhecemos a outra face de JANUS, que é a do passado, ou antes, julgamos ver seu rosto, e esse rosto, entretanto, continua afogado na sombra"

Leis e Regulamentos dos Templários

A Regra Primitiva dos Templários

Trad. Monserrat Robrenyo, Barcelona, 2000. Trad. Mrs. Judith Upton-Ward (Reimpressa com a amável permissão do autor)

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Esta tradução do original, ou primitiva, Regra dos Templários está baseada na edição de 1886 de Henri de Curzon, A Regra do Templo como Manual Militar, ou Como Desempenhar um Posto de Cavalaria. Representa a Regra dada aos recém originados Cavaleiros do Templo pelo Concílio de Troyes, 1129, embora "não se deva esquecer que a Ordem já existia durante vários anos e desenvolvido suas próprias tradições e costumes antes da aparição de Hugues de Payens no Concílio de Troyes. Portanto, até certo ponto, a Regra Primitiva é baseada em práticas já existentes".(Upton-Ward, p.11)

Esta tradução é cópia da "A Regra dos Templários" de Judith Upton-Ward, Woodbridge: The Boydell Press, 1992, e foi reeditada com sua permissão. A Regra dos Templários inclui uma introdução de Upton-Ward; também a Regra dos Templários Primitiva e seus estatutos hierárquicos, castigos sobre normas de conduta, vida conventual, capítulos ordinários, admissão na Ordem e um apêndice por Matthew Bennett, "A Regra do Templo como um Manual Militar, ou Como desempenhar um Posto de Cavalaria".

O livro é extremamente recomendável para aqueles interessados nos Templários ou em qualquer ordem militar. Agora também em formato econômico.

As notas para a Regra Primitiva, facilitada por Mrs. Upton-Ward na Regra dos Templários, não se incluem neste texto. São de considerável interesse e deveriam ser consultadas por aqueles que desejam estudar a Regra com mais detalhe.

Nota do tradutor para o Português:

Toda a matéria relativa à Regra Primitiva dos Templários, inclusive a que antecede a presente Nota, foi extraída do texto original em Espanhol constante do site www.osmtj.org - Espanha.

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A Regra Primitiva

Aqui começa o prólogo à Regra do Templo

1. Dirigimo-nos, em primeiro lugar, a todos aqueles que com discernimento rechaçam sua própria vontade e desejam de todo o coração servir a seu rei soberano como cavaleiro; levar com supremo afã, e permanentemente, a mui nobre armadura da obediência. E, portanto, nós os convidamos a seguir os escolhidos por Deus entre a massa perdida aos quais propiciou, em virtude de sua sutil misericórdia, defender a Santa Igreja, e que vós ansiais abraçar para sempre.

2. Sobre todas as coisas, quem quer ser um cavaleiro de Cristo escolhendo essas sagradas ordens em sua profissão de fé, deve unir simples diligência e firme perseverança, que é tão valiosa e sagrada e se revela tão nobre, que se se mantém impoluta para sempre, merecerá acompanhar os mártires que deram suas almas por Cristo Jesus. Nesta ordem religiosa floresceu e se revitaliza a ordem de cavalaria. A cavalaria, apesar do amor pela justiça que constitui seu dever, não cumpriu com seus deveres para com os pobres, viúvas, órfãos e igrejas defendendo-os, antes se aparelharam para destruir, despojar e matar. Deus, que atua conforme para conosco, e nosso salvador Cristo Jesus, enviou seus seguidores, desde a cidade Santa de Jerusalém aos quartéis da França e Borgonha, para nossa salvação e exemplo da verdadeira fé, pois não cessam de oferecer suas vidas por Deus em piedoso sacrifício.

3. Ante isso nós, em deleite e irmanados, por requerimento do Mestre Hugues de Payens, por quem a mencionada ordem de cavalaria foi

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fundada com a graça do Espírito Santo, nos reunimos em Troyes, dentre as províncias mais além das montanhas, na festa de São Hilário, no ano da encarnação de Cristo Jesus de 1128, no nono ano após a fundação da anteriormente mencionada ordem de cavalaria. Da conduta nos princípios da Ordem de Cavalaria escutamos em capítulo comum dos lábios do anteriormente citado Mestre, Irmão Hugues de Payens, e de acordo com as limitações de nosso entendimento, o que nos pareceu correto e benéfico elogiamos, e o que nos pareceu errôneo rechaçamos.

4. E tudo o que aconteceu naquele Conselho não pode ser contado nem recontado e para que não seja tomado por precipitação nossa, senão considerado com sábia prudência, desejamos a discrição de ambos, nosso honorável padre o Senhor Honório e do nobre Patriarca de Jerusalém, Esteban, que conhece os problemas do Leste e dos Pobres Cavaleiros de Cristo; por conselho do concilio comum o aprovamos unanimemente. Embora um grande número de padres religiosos reunidos em capítulo aprovou a veracidade de nossas palavras, não obstante não devemos silenciar os verdadeiros pronunciamentos e juízos que emitiram.

5. Portanto, eu, Jean Michel, a quem foi encomendado e confiado tão divino serviço, pela graça de Deus, servi de humilde escriba do presente documento por ordem do conselho e do venerável padre Bernardo, abade de Clairvaux.

O nome dos Padres que compareceram ao Concílio

6. Primeiro foi Mateo, bispo de Albano, pela graça de Deus, legado da Santa Igreja de Roma; R[enaud], arcebispo de Reims; H[enri}, arcebispo de Sens; e seus clérigos: G[ocelin], bispo de Soissons; o bispo de Paris; o bispo de Troyes; o bispo de Orlèans; o bispo de Auxerre; o bispo de Meaux; o bispo de Chalons; o bispo de Laon; o bispo de Beauvais; o abade de Vèzelay, que posteriormente foi arcebispo de Lyon

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e legado da Igreja de Roma; o abade Citeaux; o abade de Pontigny; o abade de Trois-Fontaines; o abade de St. Denis de Reims; o abade de St-Etienne de Dijon; o abade de Molesmes; ao anteriormente mencionado B[ernard], abade de Clairvaux: cujas palavras o anteriormente citado elogiou abertamente. Também estiveram presentes o mestre Aubri de Reims; mestre Fulcher e vários outros que seria tedioso mencionar. E dos outros que não se mencionaram, é importante assentar, neste assunto, de que são amantes da verdade: eles são o conde Theobald; o conde de Nevers; Andrè de Baudemant. Estiveram no concílio e atuaram com perfeito e cuidadoso estudo selecionando o correto e descartando o que não lhes parecia justo.

7. E também estava presente o Irmão Hugues de Payens, Mestre de Cavalaria, com alguns dos irmãos que o acompanharam. Estes eram Irmão Roland, Irmão Godefroy, e Irmão Geoffroi Bisot, Irmão Payens de Montdidier, Irmão Archambaut de Saint-Amand. O próprio Mestre Hugues com seus seguidores anteriormente citados, expuseram os costumes e observâncias de seus humildes começos e um deles disse: 'Ego principium qui est loquor vobis', que significa "Eu que falo a vós sou o princípio" segundo minha lembrança pessoal.

8. Agradou ao concílio ordinário que as deliberações e o estudo das Sagradas Escrituras, que se examinaram profundamente com a sabedoria de meu senhor H[onorius], papa da Santa Igreja de Roma, e do Patriarca de Jerusalém, se fizessem ali em conformidade com o capítulo. Juntos, e de acordo com os Pobres Cavaleiros de Cristo do Templo que está em Jerusalém, deve-se pôr por escrito e não esquecido, zelosamente guardado, de tal forma que para uma vida de observância possam se referir a seu criador como mais doce que mel e em conformidade com Deus, cuja piedade parece óleo e nos permite ir a Ele a quem desejamos servir 'Per infinita saecula saeculorum.Amen'.

Aqui começa a Regra dos Pobres Cavaleiros do Templo

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9. Vós, os que renunciais à vossa vontade, e vós, os outros, os que servis a um rei soberano com cavalos e armas para salvação de vossas almas e por tempo estabelecido, atendereis com desejo virtuoso ao ouvir as matinas e ao serviço completo, segundo a lei canônica e aos costumes dos mestres da Cidade Santa de Jerusalém. Oh vós, veneráveis irmãos, que Deus esteja convosco, se prometeis desprezar o mundo por perpétuo amor a Deus, desterrar as tentações de vosso corpo, sustentado pelos alimentos de Deus, beber e ser instruído nos mandamentos de Nosso Senhor, ao final do ofício divino nenhum deve temer entrar em batalha se, por fim, usais a tonsura.

10. Mas se qualquer irmão for enviado para o trabalho da casa e pela Cristandade no Leste - algo que cremos ocorrerá frequentemente - e não puder ouvir o divino ofício, deverá dizer em lugar das matinas treze pai-nossos; sete por hora e nove às vésperas. E todos juntos ordenamos que assim o faça. Mas aqueles que foram enviados e não puderem voltar para assistir ao divino ofício, se lhes for possível às horas estabelecidas, que não deverão ser omitidas, render a Deus sua homenagem.

A Forma em que devem ser recebidos os Irmãos

11. Se qualquer cavaleiro secular, ou qualquer outro homem, deseja deixar a massa de perdição e abandonar a vida secular escolhendo a vossa comunidade, não consintais em recebê-lo imediatamente, porque segundo disse meu Senhor São Paulo: 'Probate spiritus si ex Deo sunt'. Que quer dizer: "Prove-lhe a alma para ver se vem de Deus". Sem embargo, se a companhia de seus irmãos lhe deve ser concedida, deixai que a ele seja lida a Regra, e se deseja explicitamente obedecer os mandamentos da Regra, e compraz tanto ao Mestre quanto aos irmãos o receber-lhe, deixai-o revelar seu desejo perante todos os irmãos reunidos em capítulo e fazer sua solicitação com coração digno.

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Sobre Cavaleiros excomungados

12. Onde saibais que se concentram cavaleiros excomungados, aí os obrigamos a ir; e se alguém deseja se unir à ordem de cavalaria proveniente de regiões distantes, não devereis considerar tanto o valor terrenal como o valor da eterna salvação de sua alma. Nós ordenamos que seja recebido condicionalmente, que se apresente perante o bispo da província e o comunique de sua intenção. E, quando o bispo o houver escutado e absolvido, o enviará ao Mestre e irmãos do Templo, e se sua vida for honesta e merecedora de sua companhia, se parece justo ao Mestre e irmãos, deixai que seja piedosamente recebido; e se morrer durante esse tempo, pela angústia e tormento que sofreu, deixai que se lhe outorguem todos os favores da irmandade, dados a cada um dos Pobres Cavaleiros do Templo.

13. Sob nenhuma outra circunstância deverão os irmãos do Templo compartilhar da companhia dos indiscutivelmente excomungados, nem que se fiquem com seus pertences; e isso deve ser encarecidamente proibido porque seria terrível que fossem assim mesmo repudiados. Mas, se só lhe foi proibido escutar o Divino Ofício, é certamente possível permanecer em sua companhia, assim como ficar com seus pertences, entregando-os à caridade com a permissão de seu comandante.

Sobre não aceitar meninos

14. Embora a regra dos santos padres permita receber meninos na vida religiosa, nós o desaconselhamos. Porque aquele que deseje entregar seu filho eternamente na ordem de cavalaria deverá educá-lo até que seja capaz de usar as armas com vigor e liberar a terra dos inimigos de Cristo Jesus. Então, que sua mãe e pai o levem à casa e que sua petição seja conhecida pelos irmãos; e é muito melhor que não tome os votos quando menino, senão ao ser maior, pois é conveniente que não se arrependa disso, do que o faça. E em seguida que seja posto à prova de

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acordo com a sabedoria do Mestre e irmãos, conforme a honestidade de sua vida ao solicitar ser admitido na irmandade.

Sobre os que estão demasiado tempo de pé na Capela

15. Foi-nos feito saber, e o escutamos de testemunhas presenciais, que de forma imoderada e sem restrição alguma, vós escutais o divino ofício de pé. Nós não ordenamos que comportais dessa forma, ao contrário o desaprovamos. Dispomos que, tanto os fortes quanto os debilitados, para evitar desordens, cantem o salmo chamado Venite com a invitatória e o hino sentados, e digam suas orações em silêncio, em voz baixa não vociferando, para não perturbar as orações dos outros irmãos.

16. Mas ao final dos salmos, quando se canta o 'Gloria Patri' em reverência à Santíssima Trindade, vos poreis de pé e vos inclinareis frente ao altar, enquanto os debilitados ou enfermos só inclinarão a cabeça. Portanto, mandamos que, quando a explicação dos Evangelhos seja lida, e se cante o 'Te Deum laudamus', e enquanto se cantem os louvores, e as matinas terminam, vós estejais de pé. Desta mesma forma determinamos que permaneceis de pé durante as matinas e em todas as horas de Nossa Senhora.

Sobre a vestimenta dos Irmãos

17. Dispomos que todos os hábitos dos irmãos sejam de uma só cor, quer seja branco, negro ou marrom. E sugerimos que tanto no inverno como no verão, se for possível, usem capas brancas; e a ninguém que não pertença à mencionada cavalaria de Cristo lhe será permitido ter uma capa branca para que aqueles que hajam abandonado a vida em obscuridade se reconheçam uns aos outros como seres reconciliados

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com seu criador pelo símbolo de seus hábitos brancos: que significa pureza e completa castidade. A Castidade é certeza no coração e saúde no corpo. Porque se um irmão não toma votos de castidade não pode aceder ao eterno descanso nem ver a Deus, pela promessa do apóstolo que disse: 'sectamini cum omnibus et castimoniam sine qua nemo Deum videbit'. Que significa: "Luta para levar a paz a todos, mantem-te casto, sem o qual ninguém pode ver a Deus".

18. Mas essas vestimentas deverão se manter sem riquezas e sem nenhum símbolo de orgulho. E assim, nós exigimos que nenhum irmão use pele em suas vestimentas, nem qualquer outra coisa que não pertença ao uso do corpo, nem tão sequer uma manta que não seja de lã or cordeiro. Concordamos em que todos tenham o mesmo, de tal forma que possam se vestir e se despir, e por e tirar as botas com facilidade. E o alfaiate, ou quem faça suas funções, deverá se mostrar minucioso e cuidar que se mantenha a aprovação de Deus em todas as coisas mencionadas, para que os olhos dos invejosos e mal intencionados não possam observar que as vestimentas sejam demasiado compridas ou curtas; deverá distribuí-las de tal maneira que sejam da medida de quem as há de usar, segundo a corpulência de cada um.

19. E se algum por orgulho ou arrogância deseja ter para ele um melhor e mais fino hábito, dai-lhe o pior. E aqueles que recebam vestimentas novas deverão imediatamente devolver as velhas para que sejam entregues a escudeiros e sargentos, e com frequência aos pobres, segundo o que considere conveniente o encarregado desse mister.

Sobre as Camisas

20. Entre outros assuntos sobre os que regulamos, devido ao intenso calor existente no Leste, desde a Páscoa até Todos os Santos, graças à compaixão e de nenhuma forma como de direito, uma camisa de linho será entregue ao irmão que assim o solicite.

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Sobre a Roupa de Cama

21. Ordenamos por unanimidade que cada homem tenha a roupa e lençóis de acordo com o juízo de seu Mestre. É nosso propósito que um colchão, um almofadão e uma colcha são suficientes para cada um; e àquele que lhe falte um desses pode usar uma coberta e uma colcha de linho que seja sempre de fio fino, e dormirão sempre vestidos com camisa e calça, sapatos e cinturões, e onde repousem deverá sempre haver uma luz acesa até a manhã. E o Alfaiate se assegurará que os irmãos estejam tão bem tonsurados que possam ser examinados tanto de frente como de costas; e nós ordenamos que vós adirais a essa mesma conduta no tocante a barbas e bigodes para que nenhum excesso se mostre em seus corpos.

Sobre Sapatos pontiagudos e Cadarços

22. proibimos os sapatos pontiagudos e os cadarços e condenamos que um irmão os usem; nem os permitimos àqueles que servem na casa por tempo determinado; melhor, proibimos que os usem em qualquer circunstância. Porque é manifesto e bem sabido que essas coisas abomináveis pertencem aos pagãos. Também não deverão usar nem o cabelo nem o hábito demasiado compridos. Porque aqueles que servem ao soberano Criador devem surgir da necessidade dentro e fora mediante a promessa do próprio Deus que disse: 'Estote mundi quia ego mundus sum'. Que quer dizer: "Nasça como eu nasço".

Como devem comer

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23. No palácio, ou o que deveria se chamar refeitório, devereis comer juntos. Porém, se estais necessitado de algo, pois não estais acostumados aos utilizados pelos religiosos, em voz baixa e em particular devereis pedir o que necessitais na mesa com toda a humildade e submissão. Porque o Apóstolo disse: 'Manduca panem tuo cum silentio'. Que significa: "Come teu pão em silêncio". E o Salmista: 'Posui ore meo custodiam'. Que quer dizer: "Eu reprimi minha língua". Que significa que "Eu creio que minha língua me trairia" o que vem a ser "Calei para não falar mal".

Sobre a Leitura da Lição 24. Sempre, durante a refeição e ceia no convento, que se leiam as Sagradas Escrituras, se isso for possível. Se amamos a Deus, suas Santas palavras e seus Santos Mandamentos desejaremos escutar atentamente; e o leitor do texto exigirá silêncio antes de começar a ler.

Sobre Recipientes e Cálices

25. Devido à escassez de recipientes os irmãos comerão aos pares, de tal forma que um possa observar de mais perto o outro para que nem a austeridade nem a abstinência em segredo sejam introduzidas na refeição da comunidade. E nos parece justo que cada irmão tenha a mesma quantidade de vinho em sua taça.

Sobre comer Carne

26. Deverá ser suficiente comer carne três vezes por semana, exceto no Natal, Todos os Santos, Assunção e na festividade dos doze apóstolos. Porque se entende que o costume de comer carne corrompe o corpo. Porém, se num jejum em que se deve suprimir a carne cair numa

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terça-feira, no dia seguinte será dada uma grande porção aos irmãos. E nos Domingos todos os irmãos do Templo, os capelães e clérigos receberão dois ágapes de carne em honra à santa ressurreição de Cristo Jesus. E os demais da casa, que inclui os escudeiros e sargentos, deverão se contentar com uma refeição e ser agradecidos ao Senhor por ela.

Sobre as refeições durante a Semana 27. Sobre os outros dias da semana, que são segunda-feira, quarta-feira e inclusive Sábados, os irmãos tenham duas ou três refeições de vegetais ou outros pratos comidos com pão; e nós cremos que seja suficiente e ordenamos que assim seja, de tal maneira que aquele que não comer em uma refeição o faça na outra.

Sobre a refeição de Sexta-feira

28. Às Sextas-feiras, que se ofereça à toda a congregação refeição quaresmal, oriunda da reverência pela paixão de Cristo Jesus; e fareis abstinência desde a festividade de Todos os Santos até a Páscoa, exceto no dia de Natal, da Assunção e da festividade dos doze apóstolos. Porém, os irmãos debilitados ou enfermos não deverão ser obrigados a isso. Desde a Páscoa até a festa de Todos os Santos podem comer duas vezes, conquanto não seja abstinência geral.

Sobre dar Graças

29. Sempre depois de cada refeição ou ceia todos os irmãos deverão dar graças a Deus na igreja e em silêncio se essa se encontra no lugar onde fazem a refeição, e se não estiver no mesmo lugar onde hajam tomado a refeição, com humildade deverão dar graças a Cristo Jesus, que é o Senhor que Provê. Deixai que os pedaços de pão rompido sejam dados aos pobres, e os que estejam em rodelas inteiras sejam guardados.

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Embora a recompensa dos pobres seja o reino dos céus, se oferecerá aos pobres sem qualquer dúvida, e a fé Cristã os reconhecerá entre os seus; portanto, concordemos que uma décima parte do pão seja entregue a vosso Esmoleiro.

Sobre a Merenda

30. Quando cai o sol e começa a noite escutais o sinal do sino ou a chamada à oração, segundo os costumes do país, e acudís todos ao capítulo. Porém, dispomos que primeiro merendeis, se bem que deixamos a tomada desse refrigério ao arbítrio e discrição do Mestre. Quando quiserdes água ou ordenais, por caridade, vinho aguado, que se lhes dê com comedimento. Certamente, não deverá ser em excesso, senão com moderação. Porque Salomão disse: 'Quia vinunfacit apostatare sapientes'. Que quer dizer: "que o vinho corrompe os sábios".

Sobre se manter em Silêncio

31. Quando os irmãos saírem do capítulo não devem falar abertamente, exceto em uma emergência. Deixai que cada um vá para sua cama tranquilo e em silêncio, e se necessita falar a seu escudeiro, deverá dizer em voz baixa. Mas, se por casualidade, à saída do capítulo, a cavalaria ou a casa tem um sério problema que deve ser resolvido antes da manhã, entendemos que o Mestre ou o grupo de irmãos maiores que governam a Ordem pelo Mestre, podem falar apropriadamente. E por esta razão obrigamos que seja feita desta maneira.

32. Porque está escrito: 'In multiloquio non effugies peccatum'. Que quer dizer: "O falar em demasia não está livre de pecado". E em algum outro lugar: 'Mors et vita in manibus lingue'. Que significa: "A vida e a

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morte estão sob o poder da língua". E dentro desse entendimento nós conjuntamente proibimos palavras vãs e ataques estrondosos de riso. E se algo se disse durante essa conversa que não deveria ter sido dito, ordenamos que ao recostar-vos rezeis um pai-nosso com bastante humildade e sincera devoção.

Sobre os Irmãos Convalescentes

33. Os irmãos que, devido aos trabalhos da casa, padeçam de enfermidade, podem se levantar às matinas com o consentimento e permissão do Mestre ou daqueles que se encarreguem desse mister. Deverão dizer em lugar das matinas treze pai-nossos, assim fica estabelecido, de tal forma e maneira que suas palavras reflitam seu coração. Assim o disse David: 'Psallite sapienter'. Que significa: "Canta com sabedoria". E igualmente disse David: 'In conspectu Angelorum psallam tibi'. Que significa: "Eu cantarei para ti ante os anjos". E deixai que isso seja sempre assim e à discrição do Mestre ou daqueles encarregados de tal mister.

Sobre a Vida em Comunidade

34. Lemos nas Sagradas Escrituras: 'Dividebatur singulis prout cuique opus erat'. Que significa: "A cada um lhe será dado segundo sua necessidade". Por essa razão nós decidimos que nenhum estará acima de vós, senão que todos cuidareis dos enfermos; e aquele que está menos enfermo dará graças a Deus e não se preocupará; e permitireis que aquele que estiver pior se humilhe mediante sua debilidade e não se orgulhe pela piedade. Desse modo todos os membros viverão em paz. E proibimos a todos que abracem a excessiva abstinência, antes que firmemente mantenham a vida em comunidade.

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Sobre o Mestre

35. O Mestre pode, a quem lhe apraza, entregar o cavalo e a armadura e o que deseje de outro irmão, e o irmão cuja coisa pertencia não se sentirá vexado nem aborrecido: por que se se aborrece irá contra Deus.

Sobre dar Conselhos

36. Permitir só àqueles irmãos que o Mestre reconhece que darão sábios e bons conselhos sejam chamados para a reunião; e assim os ordenamos, e que de nenhuma outra forma alguém possa ser escolhido. Porque quando ocorrer que se deseje tratar de matérias serias como a entrega de terra comunal, ou falar dos assuntos da casa, ou receber a um irmão, então, se o Mestre o desejar, ser apropriado reunir a congregação inteira para escutar o conselho de todo o capítulo; e o que considere o Mestre melhor e mais benéfico, deixar que assim se faça.

Sobre os Irmãos enviados a Ultramar

37. Os Irmãos que sejam enviados a diversos países do mundo deverão observar os mandatos da Regra segundo sua habilidade e viver sem desaprovação no que diz respeito a carne e o vinho, etc, para que recebam elogios de estranhos e não macular por feitos e palavras os preceitos da Ordem, e para ser um exemplo de boas obras e sabedoria; acima de tudo, para que aqueles com os quais se associem e em cuja pousadas repousem, sejam recebidos com honra. E a ser possível, a casa onde durmam e se hospedem que não fique sem luz durante a noite, para que os tenebrosos inimigos não os conduzam à maldade, dado que Deus assim o proíbe.

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Sobre Manter a Paz

38. Cada irmão deve se assegurar de não incitar outro à ira ou aborrecimento, porque a soberana piedade de Deus vê o irmão forte de forma igual que a um debilitado, em nome da Caridade.

Como devem atuar os Irmãos

39. A fim de levar a cabo seus santos deveres, merecer a Glória do Senhor e escapar do temível fogo do inferno, é concorde que todos os irmãos professos obedeçam estritamente a seu Mestre. Porque nada é mais agradável a Cristo Jesus que a obediência. Por esta razão, tão logo seja ordenado pelo Mestre ou em quem haja delegado sua autoridade, deverá ser obedecido sem dilação como se o Cristo o tivesse imposto. Por isso Cristo Jesus pela boca de David disse e é certo: 'Ob auditu auris obdevit mihi'. Que quer dizer: "Me obedeceu tão pronto me escutou".

40. Por esta razão rezamos e firmemente damos como ditame aos irmãos cavaleiros que abandonaram sua ambição pessoal e a todos aqueles que servem por um período determinado, a não sair por povoados ou cidades sem a permissão do Mestre ou de quem o haja delegado, exceto pela noite ao Sepulcro e outros lugares de oração dentro dos muros da cidade de Jerusalém.

41. Lá, os irmãos irão aos pares, e de outra forma não poderão sair nem de dia nem de noite; e quando se detiverem em uma pousada, nenhum irmão, escudeiro ou sargento pode acudir aos aposentos de

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outro para vê-lo ou falar com ele sem permissão, tal como foi dito. Ordenamos, por unânime consentimento, que nesta Ordem regida por Deus, nenhum irmão deverá lutar ou descansar segundo sua vontade, senão seguindo as ordens do Mestre, a quem todos devem se submeter, para que sigam as indicações de Cristo Jesus, que disse: 'Non veni facere voluntatem meam, sed ejus qui meset me Patris'. Que significa: "Eu não vim para fazer minha própria vontade, senão a vontade de meu pai, quem me enviou".

Como devem Possuir e Intercambiar

42. Sem a permissão do Mestre ou de quem em seu lugar ostente o cargo, que nenhum irmão intercambie coisa alguma com outro, nem mesmo peça, a menos que seja de escasso valor ou nulo.

Sobre Fechos

43. Sem permissão do Mestre ou quem o represente, nenhum irmão terá uma bolsa ou sacola que possa ser fechada; mas os diretores de casas ou províncias e o Mestre não observarão isso. Sem o consentimento do Mestre ou seu comandante, que nenhum irmão tenha carta de seus parentes ou outras pessoas; mas se tem permissão, e assim o quer o Mestre ou comandante, essas cartas podem ser lidas.

Sobre Presentes de leigos

44. Se algo que não se pode conservar, como a carne, for presenteado em agradecimento a um irmão por um leigo, este o apresentará ao Mestre ou ao Comandante de gêneros alimentícios. Porém se ocorre que algum de seus amigos ou parentes deseje presentear só a ele, que não se aceite sem a permissão do Mestre ou seu delegado. E

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mais, se o irmão recebe qualquer outra coisa de seus parentes, que não o aceite sem permissão do Mestre ou de quem ostenta o cargo. Especificamos que os comandantes ou mordomos, que estão a cargo desses ofícios, que não se atenham à citada regra.

Sobre Faltas

45. Se algum irmão, falando ou em tropa indisciplinada, ou de algum outro modo comete um pecado venial, deverá voluntariamente dize-lo ao Mestre para se redimir com o coração limpo. Se não costuma a se redimir desse modo, que receba uma penitência leve, mas se a falta é muito séria, que se alije da companhia de seus irmãos de tal forma que não coma nem beba na mesa com eles, senão sozinho; e se submeterá à piedade e juízo do Mestre e irmãos, para que seja salvo do Juízo Final.

Sobre faltas Graves

46. Acima de tudo, devemos nos assegurar que nenhum irmão, poderoso ou não, forte ou debilitado, que deseje promover gradualmente reinvindicações orgulhosas, que defenda seu próprio crime e permaneça sem castigo. Porém, se não quiser se submeter por isso, que receba um castigo maior. E se misericordiosas orações do conselho se rezam por ele a Deus, e ele não quiser se emendar, senão que se orgulha mais e mais disso, que seja erradicado do rebanho piedoso, segundo o que o apóstolo disse: 'Auferte malum ex vobis'. Que quer dizer: "Aparta os malvados dentre os teus". É necessário para vós separar as ovelhas perversas da companhia dos irmãos piedosos.

47. E mais, o Mestre, que deve levar em suas mãos o báculo - e bastão de mando que sustenta as debilidades e fortaleza dos demais, deverá se ocupar disso. Mas também, como meu senhor St. Maxime

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disse:" Que a misericórdia não seja maior que a falta, nem que o excessivo castigo conduza o pecador a regressar às suas más ações".

Sobre a Maledicência

48. Mandamos, por divino conselho, o evitar as pragas da inveja, maledicência, despeito e calúnia. Portanto, cada um deve guardar zelosamente o que o apóstolo disse: 'No sis criminator et susurro in populu'. Que significa: "Não acuses ou prejudique o povo de Deus". Mas quando um irmão saiba com certeza que seu companheiro pecou, em privado e com fraternal misericórdia, que seja ele mesmo quem o admoeste secretamente, e, se não quiser escutar, outro irmão deverá ser chamado, e se os recusa a ambos, deverão dizê-lo publicamente perante o capítulo. Aqueles que depreciam seus semelhantes sofrem de terrível cegueira e muitos estão cheios de grande tristeza já que não desarraigam a inveja que sentem dos outros; e por isso, serão arremessados para a imemorável perversidade do demônio.

Que ninguém se orgulhe de suas faltas

49. As palavras vãs se sabe serem pecaminosas, e as dizem aqueles que se orgulham de seu próprio pecado frente ao justo juiz Cristo Jesus, o que fica demonstrado pelas palavras de David: 'Obmutui est silui a bonis'. Que significa: "Deveria inclusive refrear-se de falar bem e observar o silêncio". Também prevenis falar mal para evitar a desgraça do pecado. Ordenamos e firmemente proibimos que um irmão conte a outro irmão, ou a qualquer outro, as ações de valentia que desempenhou em sua vida secular e os prazeres da carne que manteve com mulheres imorais. Deverão ser consideradas faltas cometidas durante sua vida anterior e se sabe que foi expressa por algum outro irmão, deverá

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silenciá-lo imediatamente; e se não consegue, abandonará o lugar sem permitir que seu coração seja maculado por essas palavras.

Que Ninguém Peça

50. A este costume, entre outros, ordenamos que adotais firmemente: que nenhum irmão explicitamente peça o cavalo ou a armadura de outro. Será feito da seguinte maneira: se a enfermidade de um irmão ou a fragilidade de seus animais ou a armadura for conhecida e portanto não puder fazer o trabalho da casa sem perigo, que vá ao Mestre e exponha a situação a respeito, solicite fé e fraternidade, e se atenha à disposição do Mestre ou de quem ostente seu cargo.

Sobre animais e escudeiros

51. Cada irmão pode ter três cavalos e nenhum mais sem a permissão do Mestre devido a grande pobreza que existe na atualidade na casa de Deus e no Templo de Salomão. A cada irmão permitimos três cavalos e um escudeiro; e se este último serve por caridade, o irmão não deveria castigá-lo pelos pecados que cometa.

Que nenhum Irmão possa ter um bridão ornado

52. Nós proibimos enfaticamente a qualquer irmão que lustre o ouro ou prata de seus bridões, estribos e esporas. Isso se aplica se forem comprados. Porém, se forem presenteados por caridade, os arreios de prata e o ouro, que fiquem tão velhos que não reluzam, que sua beleza

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não possa ser vista por outros nem ser sinal de orgulho; então se poderá ficar com eles. Porém, se são presenteados novos, que seja o Mestre quem disponha deles como creia oportuno.

Sobre aljavas de Lança

53. Que nenhum irmão traga uma aljava nem para sua lança nem para seu escudo, pois não traz nenhum benefício, ao contrário, pode ser muito prejudicial.

Sobre bolsas de comida

54. Este mandato que estabelecemos é conveniente para todos e por esta razão exigimos seja observado de agora em diante, e que nenhum irmão possa portar uma bolsa para comida de linho ou lã, ou de qualquer outro material que não seja de "profinel".

Sobre a Caça

55. Proibimos coletivamente. Que nenhum irmão cace uma ave com outra. Não é adequado para um religioso sucumbir aos prazeres, senão escutar voluntariamente os mandamentos de Deus, estar frequentemente orando e confessar diariamente implorando a Deus em suas orações o perdão dos pecados que haja cometido. Nenhum irmão pode ter a presunção de ser um homem que caça uma ave com outra. Ao contrário, é apropriado para um religioso agir de modo simples e humildemente, sem rir e falar em demasia, com ponderação e sem levantar a voz. E por

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esta razão dispomos especialmente a todos os irmãos que não adentrem os bosques com lanças nem arcos para caçar animais, nem que o façam em companhia de caçadores, exceto movidos pelo amor de preservá-los dos pagãos infiéis. Nem devereis ir com cachorros, nem gritar, nem conversar, nem esporear vosso cavalo só pelo desejo de capturar um animal selvagem.

Sobre o Leão

56. É verdade que haveis entregue vossas almas por vossos irmãos, tal como o fez Cristo Jesus, e defender a terra dos incrédulos pagãos, inimigos do filho da Virgem Maria. Esta célebre proibição de caça não inclui de forma alguma o leão. Dado que vem sorrateiro e envolvente para capturar sua presa com suas garras contra o homem, ide com vossas mãos contra ele.

Como podem ter propriedades e homens

57. Esta bondosa nova ordem a cremos emanar das Sagradas Escrituras e da divina providência na Sagrada Terra do Leste. O que significa que esta companhia armada de cavaleiros pode matar os inimigos da cruz sem pecar. Por esta razão julgamos que deveis ser chamados Cavaleiros do Templo, com o duplo mérito e o garbo da honestidade; que podeis possuir terras e mantê-las, vilarejos e campos e os governais com justiça, e imponhais vosso direito tal e como está especificamente estabelecido.

Sobre os Dízimos

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58. Vós haveis abandonado as sedutoras riquezas deste mundo e vos haveis submetido voluntariamente à pobreza; e por isso resolvemos que vós que viveis em comunidade possais receber dízimos. Se o bispo da localidade, a quem o dízimo deveria ser entregue por direito, deseja dá-lo por caridade com o consentimento do capítulo, pode doar esses dízimos que possui sua igreja. E mais, se um plebeu guarda os dízimos de seu patrimônio para si, em desfavor da igreja, e deseja cede-los a vós, o podeis aceitar com a permissão do prelado e seu capítulo.

Sobre fazer juízos

59. Sabemos, já que o vimos, que os perseguidores e amantes de lutas e dedicados cruelmente a atormentar os fiéis da Sagrada Igreja e seus amigos, são incontáveis. Pelo claro juízo do conselho, ordenamos que se alguém, nos lugares do Leste ou em qualquer outro sítio, os solicita parecer, porque crentes e amantes da verdade, deveis julgar o fato se a outra parte concorda. Este mesmo mandato se aplicará sempre que algo lhes seja roubado.

Sobre os Irmãos Idosos

60. Dispomos, por se tratar de um conselho compassivo, que os irmãos idosos e debilitados sejam honrados com diligência e recebam a atenção de acordo com sua fragilidade, e cuidados pela autoridade naqueles ofícios necessários para seu bem-estar físico, e que de forma alguma se sintam aflitos.

Sobre os Irmãos Enfermos

61. Que os irmãos enfermos recebam a consideração e os cuidados e sejam servidos segundo os ensinamentos do evangelista e de Cristo

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Jesus: 'Infirmus fui et visitastis me'. Que significa: "Estive enfermo e visitastes", e que isso não seja esquecido. Porque aqueles irmãos que estão doentes deverão ser tratados com doçura e cuidado, porque por tal serviço, levado a cabo sem titubear, ganhareis o reino dos céus. Portanto, pedimos ao Enfermeiro que sábia e fervorosamente proveja o necessário aos diversos irmãos enfermos, como carne, legumes, aves e outros manjares, que o devolvam à saúde, segundo os meios e possibilidades da casa.

Sobre os Irmãos Falecidos

62. Quando um irmão passar da vida à morte, algo de que ninguém está excluído, digais missa por sua alma com misericordioso coração, e que o divino ofício seja executado pelos curas que servem ao rei. Vós que servis a caridade por um tempo determinado e todos os irmãos que estiverem presentes frente ao cadáver rezareis cem pai-nossos durante os sete dias seguintes. E todos os irmãos que estão sob a ordem da casa do irmão falecido, depois de tomarem conhecimento da morte, rezarão os cem pai-nossos, como se falou anteriormente, pela misericórdia de Deus. Também pedimos e rogamos, por nossa autoridade pastoral, que um mendigo seja alimentado com carne e vinho durante quarenta dias em memória do finado irmão, tal como o fizesse se estivesse vivo. Nós explicitamente proibimos todos os anteriores oferecimentos que costumavam fazer por vontade própria e sem sensatez os Pobres Cavaleiros do Templo frente a morte de irmãos na celebração da Páscoa ou outras festas.

63. E mais, deveis professar vossa fé com pureza de coração de dia e de noite para que possam se comparar, nesse aspecto, com o mais sábio dos profetas, que disse: 'Calicem salutaris accipiam'. Que quer dizer: "Eu beberei do cálice da salvação". O que significa: "Vingarei a morte de Cristo com minha morte. Porquê da mesma maneira que Cristo Jesus deu seu corpo por mim, da mesma forma estou preparado para dar

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minha alma por meus irmãos". Esta é uma oferenda apropriada, um sacrifício vivente e do agrado de Deus.

Sobre os Sacerdotes e clérigos que servem a Caridade

64. A totalidade do concílio em conselho os ordena prestar oferendas e todas as classes de esmola, sem importar o modo que possam ser dadas, aos capelães e clérigos e aos demais na caridade por um tempo determinado. Seguindo os mandatos de Deus nosso Senhor, os que servem a Igreja só podem receber roupa e comida, e não podem ter a presunção de possuir nada, a menos que o Mestre deseje dar-lhes por caridade.

Sobre os Cavaleiros seculares

65. Aqueles que por piedade servem e permanecem convosco por um tempo determinado são cavaleiros da casa de Deus e do Templo de Salomão. Portanto, com piedade rezamos e assim dispomos finalmente que se durante sua permanência o poder de Deus se manifesta a algum deles, por amor a Deus e próprio da fraternal misericórdia, um mendigo seja alimentado durante sete dias para a salvação de sua alma, e cada irmão nessa casa deverá rezar trinta pai-nossos.

Sobre os Cavaleiros Seculares que servem por tempo determinado

66. Ordenamos que todos os cavaleiros seculares que desejem com pureza de coração servir a Cristo Jesus e à casa do Templo de Salomão por um período determinado, que adquiram, cumprindo a norma, um cavalo e armas adequadas e tudo o necessário para a tarefa. E mais, que ambas as partes deem um preço ao cavalo e que esse preço fique por escrito para não ser esquecido, e deixai que tudo o que o cavaleiro, seu

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escudeiro e seu cavalo necessitem provenha da caridade fraterna segundo os meios da casa. Se durante esse tempo determinado ocorrer que o cavalo morra a serviço da casa, se a casa o puder custear, o Mestre o responderá. Se ao final de sua permanência o cavaleiro deseja regressar a seu país, deverá deixar na casa, por caridade, a metade do preço do cavalo e a outra metade pode, se o desejar, recebe-la das esmolas da casa.

Sobre a Promessa dos Sargentos

67. Dado que os escudeiros e sargentos que desejam caritativamente servir na casa do Templo pela salvação de sua alma e por um período determinado venham de regiões muito diversas, é prudente que suas promessas sejam recebidas para que o inimigo invejoso não os faça se arrepender e renunciar a suas boas intenções.

Sobre as Capas Brancas

68. Por unânime consenso da totalidade do capítulo, proibimos e ordenamos a expulsão, por vicioso, a qualquer que sem discrição haja estado na casa de Deus e dos Cavaleiros do Templo. Também, que os sargentos e escudeiros não tenham hábitos brancos, dado que esse costume trouxe grande desonra à casa, pois nas regiões além das montanhas falsos irmãos, homens casados e outros, que fingiam ser irmãos do Templo, as usaram para jurar sobre elas sobre assuntos mundanos. Trouxeram tanta vergonha e prejuízo à Ordem de Cavalaria que até seus escudeiros riram; e por esta razão sugiram muitos escândalos. Portanto, que se lhes entregue hábitos negros, mas se esses não se pode encontrar, lhes deverá ser dado o que se encontre nessa província ou que seja mais econômico que o burel.

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Sobre irmãos Casados

69. Se homens casados pedirem para ser admitidos na fraternidade, prestar favores e ser devotos da casa, permitimos que os recebais sob as seguintes condições; ao morrer deverão deixar uma parte de suas propriedades e tudo que tiverem obtido desde o dia de seu ingresso. Durante sua permanência, deverão levar uma vida honesta e comprometerem-se a agir em favor de seus irmãos, porém, não deverão levar hábitos brancos nem mandil. E mais, se o senhor falecer antes de sua esposa, os irmãos ficarão só com uma parte de seus bens, deixando para a dama o resto a fim de que possa viver sozinha durante o resto de sua existência, posto que não é correto perante nós, que ela viva como confrade em uma casa junto a irmãos que prometeram castidade a Deus.

Sobre Irmãs

70. A companhia das mulheres é assunto perigoso porque por sua culpa o experimentado diabo desencaminhou a muitos do reto caminho do Paraíso. Portanto, que as mulheres não sejam admitidas como irmãs na casa do Templo. Por isso, queridos irmãos, que não consideramos apropriado seguir esse costume para que a flor da castidade permaneça sempre impoluta entre vós.

Que não tenham intimidades com mulheres

71. Cremos imprudente para um religioso olhar muito o rosto de uma mulher. Por esta razão ninguém deve se atrever a beijar uma mulher, seja viúva, menina, mãe, irmã, tia ou outro qualquer parentesco, e recomendamos que a cavalaria de Cristo Jesus evite a todo custo os abraços de mulheres, pelos quais muitos homens pereceram, para que se mantenham eternamente perante Deus com a consciência pura e a vida inviolável.

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Não ser Padrinhos

72. Proibimos que os irmãos, de agora em diante, levem crianças à pia batismal. Ninguém deverá se envergonhar de recusar a ser padrinho ou madrinha, já que esta vergonha traz consigo mais glória que pecado.

Sobre os Mandatos

73. Todos os mandatos que se mencionaram e escreveram aqui nesta presente Regra estão sujeitos ao juízo do Mestre.

Estes são os Dias Festivos e de Jejum que todos os Irmãos devem Celebrar e Observar

74. Que saibam todos os presentes e futuros irmãos do templo que devem jejuar nas vigílias dos doze apóstolos, que são: São Pedro, São Paulo, Santo André, São Thiago, São Felipe, São Tomé, São Bartolomeu, São Simão, São Judas Tadeu, São Mateus. A vigília de São João Batista, a vigília da Ascenção e os dois dias anteriores, os dias de rogativas, a vigília de Pentecostes, as quatro Têmporas, a vigília de São Lourenço, a vigília de Nossa Senhora da Ascenção, a vigília de Todos os Santos, a Vigília da Epifania. E deverão jejuar em tosos os dias citados segundo disposição do Papa Inocêncio no Concílio da cidade de Pisa. E se alguns dos dias de jejum cai numa Segunda-feira, deverão jejuar no Sábado anterior. Se o Natal de Nosso Senhor cai numa Sexta-feira, os irmãos comerão carne em honra da festa, mas deverão jejuar no dia de São Marcos devido às Litanias, porque assim foi estabelecido por Roma para os homens mortais. Não obstante, se cai durante a oitava da Páscoa, não deverão jejuar.

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Estes são os Dias de Jejum que deverão ser observados na Casa do Templo

75. Natal de Nosso Senhor; a festa de Santo Estevão; São João Evangelista; os Santos Inocentes; o oitavo dia depois do Natal, que é o dia de Ano Novo; a Epifania; Santa Maria Candelária; São Matias Apóstolo; a Anunciação de Nossa Senhora em Março; Páscoa e os três dias seguintes ao dia de São Jorge; os Santos Felipe e Thiago, dois apóstolos; o encontro da Vera Cruz; a Ascenção do Senhor; Pentecostes e os seguintes: São João Batista; São Pedro e São Paulo, dois apóstolos; Sant Maria Madalena; São Thiago Apóstolo; São Lourenço; a Ascenção de Nossa Senhora; a natividade de Nossa Senhora; a Exaltação da Cruz; São Mateus Apóstolo, São Miguel; Os Santos Simão e Judas; a festa de Todos os Santos; São Martinho no inverno; Santa Catarina no inverno; Santo André; São Nicolau no inverno; São Tomé Apóstolo.

76. Nenhuma das festas menores se deve observar na casa do Templo e desejamos e aconselhamos que se cumpra estritamente: todos os irmãos do Templo deverão jejuar desde o Domingo anterior a São Martinho até o Natal de Nosso Senhor, a menos que a enfermidade o impeça. Se ocorrer que a festa de São Martinho caia num Domingo, os irmãos não comeram carne no Domingo anterior.

Ensino Religioso: Pater Noster

PATER NOSTER ou Pai Nosso é a Oração máxima dos Cavaleiros Templários, utilizada antes e durante as batalhas, dava aos Cavaleiros a coragem necessária para irem à carga contra o inimigo, que na maioria das vezes, eram muitos. Esta oração é proferida várias vezes durante o

período da investidura dos noviços. No ensino religioso é a primeira oração feita pelo monge antes do enfrentamento contra os principados e

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as potestades. Muito utilizada nas práticas de exorcismos que eram ensinadas aos Templários e são até os dias de hoje.

Pater Noster quio est in ceali,

santificetur nomen tuum

Adveniat regnun tuum

Fiat volunctas tua sicut in celo e in terra

Pane nostrae quotidianum danobis hodie

e dimite debita nostrae

sicut noi debitamus pecatoribus nostrae

e ne nos inducas in tentazionen

Sed liberta nos a malo.

Amem.

(O noviço deverá praticar o Pater Nostrus em latim ou Português pelo menos 3 vezes ao dia)

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Ensino Militar: As Ordens de Cavalaria

A cavalaria medieval foi uma instituição feudal formada por cavaleiros nobres, sendo reconhecidos por todos os ideais de coragem e imponência associados a eles, principalmente pela literatura. Dentro da cavalaria haviam os cavaleiros de fato (os miles), homens que eram obrigados a se recrutarem (os lanças), os escudeiros, selecionados por ordens religiosas e os cavaleiros da espora dourada (homens ricos, porém sem títulos de nobreza). Tais cavaleiros eram regidos pelo Código da Cavalaria, que foi um sistema de moral, onde explicitava que os cavaleiros deveriam defender aqueles que não tinham capacidade de se proteger, como viúvas, crianças e idosos. Além disso, todos os cavaleiros deveriam ser homens aptos a lutarem em guerras, da Idade Média, quando fossem convocados. Não era necessário apenas serem fortes, mas também, os cavaleiros deveriam ser extremamente disciplinados, além de lhes ser permitido dizer apenas a verdade em todas as ocasiões. Além disso, eram jurados de proteger a honra de todos da Cavalaria e da Igreja, sempre obedecendo a hierarquia de comando, e jamais podendo recusar o desafio de um semelhante. Essencialmente, um cavaleiro da Cavalaria era um militar cristão. Especificamente, as regras do Código da Cavalaria podiam ser resumidas em alguns "mandamentos":

As Regras da Cavalaria

1. Acreditar nos ensinamentos da Igreja e observar todas as direções que a Igreja mostrar;

2. Defender a Igreja;

3. Respeitar e defender todos os indefesos.

4. Amar o seu país.

5. Não recuar diante de um inimigo: Um covarde, apenas, poderia desencorajar um exército inteiro.

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6. Mesmo se os cavaleiros soubessem que a morte estava próxima, deveriam morrer lutando do que demonstrar fraqueza.

7. Não mostrar misericórdia para com os infiéis, e não hesitar em participar dos conflitos contra eles.

8. Desempenhar todas as tarefas acordo com as leis de Deus.

9. Nunca mentir ou desdizer uma só palavra. Sinceridade e honra foram duas das características mais importantes de cavaleiros de cavalaria.

10. Demonstrar generosidade com todos.

11. Sempre, e qualquer lugar, ser certo e bondoso.

O termo da "Cavalaria" foi primeiro usado em 1292, trazido do francês antigo "chevalerie" (cavaleiro), um substantivo abstrato formado no século 11 com base no "chevalier" (cavaleiro). Entre os séculos XI e XV, muitos dos escritores medievais usaram a palavra "Cavalaria", com diversos significados que mudaram ao longo do tempo, mas, geralmente, associada à sua relação com indivíduos militares que cavalgavam cavalos de batalha que serviam à moral Cristã, dando origem ao gênero que se tornaria popular no século XII, do ideal de amor cortês do cavaleiro medieval. Por volta do século XV, o termo se desvinculou das suas origens militares, não menos importantes, por causa do estrondoso aumento dos números de infantaria durante o século XIV, confinando os cavaleiros aos torneios fechados. Independente dos tantos termos e definições sobre a cavalaria, o cavaleiro medieval sempre foi um perito na arte da guerra, treinados em combates com armaduras, cavalos, lanças, espadas e escudos pesados. Também eram incentivados a mostrar a coragem e a lealdade. A prática heráldica, e todas suas regras elaboradas na produção de brasões, também sempre estiveram relacionadas à cavalaria. Quando não estavam em batalha, geralmente, os cavaleiros residiam em castelos ou fortalezas, onde viviam nas cortes dos reis, duques e outros grandes senhores. Nos tempos de paz, as habilidades dos cavaleiros eram usadas durantes os torneios e as grandes caçadas. O Cristianismo teve uma grande influência sobre o conceito clássico do

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heroísmo e da virtude, hoje relacionados com as virtudes da Cavalaria. O movimento conhecido como "A Paz e a Trégua de Deus" é um forte exemplo disso, quando pôs diversos limites nos cavaleiros, obrigando-lhes a proteger e honrar os membros mais indefesos da sociedade, além de sempre se mostrarem dispostos a auxiliar a Igreja a manter a paz e a ordem. Simultaneamente, a Igreja tornou-se mais tolerante com a guerra em defesa da fé, defendendo a ideia da "guerra justa". Também foram criadas liturgias que serviam para abençoar os armamentos de guerra dos cavaleiros, como a espada e armadura.

São Bernardo de Claraval

Bernardo de Claraval foi um influente abade da Igreja Católica na Idade Média, considerado o “Patrono Espiritual” dos Cavaleiros Templários.

Nascido em 1090 em Borgonha, Bernardo era proveniente de uma família nobre e era um dos sete filhos de Tescelin Sorrel com Aleth de Montbard. Iniciou muito cedo sua vida religiosa. Aos nove anos de idade começou seus estudos na Escola Canônica de Châtillon-sur-Seine. Pouco tempo depois, optou por ingressar na Abadia de Cister. Entusiasta da vida religiosa, Bernardo convenceu vários amigos e parentes a ingressarem também na vida monástica, levando consigo mais 30 candidatos para a Abadia.

Em função da dedicação religiosa de Bernardo, foi designado para um projeto que seria de grande apreço para o resto de sua vida, a fundação de uma casa cisterciense em Ville-sur-la-Ferté. A fundação foi chamada de Claraval e Bernardo foi nomeado como abade. Isso tornou Bernardo conhecido como Bernardo de Claraval.

Bernardo de Claraval teve anos iniciais difíceis com regras religiosas severas. Porém era um religioso dedicado e interessado. Sua

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abadia cresceu satisfatoriamente, a ponte de, em 1118, outras serem fundadas para não superlotar Claraval. No ano seguinte, Bernardo de Claraval escreveu suas primeiras obras que aumentariam sua popularidade. Destacou-se também como defensor do reformismo do clero.

No final da década de 1110, foi fundada no Oriente a Ordem dos Cavaleiros do Templo de Salomão, ou simplesmente Templários. Alguns anos depois, Bernardo de Claraval tomou conhecimento do objetivo dos monges guerreiros e tornou-se um defensor do ideal. Bernardo de Claraval foi responsável por fazer chegar ao papa Honório II a informação sobre o objetivo dos Templários e, com isso, buscar o reconhecimento e o apoio da Igreja Católica. O encontro com o papa ocorreu no Concílio de Troyes, em 1128, o qual foi muito influenciado por Bernardo. Este conseguiu o reconhecimento da Igreja Católica sobre os Templários e ainda ficou encarregado de escrever o estatuto da Ordem.

Bernardo de Claraval, após o Concílio de Troyes, tornou-se uma personalidade muito respeitada no mundo católico, com liberdade para intervir em assuntos políticos e com voz de destaque na defesa dos direitos da Igreja. Com o falecimento do papa Honório II, criou-se um cisma, mas foi Bernardo que influenciou pela escolha de Inocêncio II como papa. Mais tarde, em 1145, Bernardo seria responsável diretamente por outro papa, Eugênio III.

Após longos e influentes anos de vida religiosa, Bernardo de Claraval foi responsável por fundar 72 mosteiros, havia mais de 500 abadias cistercienses e mais de 700 monges ligados a Bernardo de Claraval.

Bernardo de Claraval faleceu em 1153. Muitos milagres foram atribuídos a ele e o papa Alexandre III o canonizou em 1174 e, muitos séculos mais tarde, foi declarado Doutor da Igreja pelo papa Pio VIII.

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Ensino Templário: O juramento do Cavaleiro Templário

A investidura do novo Cavaleiro Templário (noviço)

É um ato solene, praticado com o auxílio de outros Cavaleiros Templários, dirigida por um Sacerdote Templário investido com os poderes de Grão Prior do Templo, preferivelmente realizada em dois dias, sendo o primeiro dedicado a “peregrinação em Santiago de Compostela” e o segundo dedicado a uma missa em homenagem aos Cavaleiros Templários e a benção das medalhas. A investidura divide-se em: a) Peregrinação com a comprovação de ter o candidato atingido “finins terra”; b) retorno a Igreja do Grão-Priorado onde será paramentado, juramentado e consagrado e receberá as primeiras instruções reservadas aprendendo a se identificar como verdadeiros Cavaleiros Templários bem como a identificar os maçons no grau de Aprendiz.

JURAMENTO DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS

Este juramento remonta a época medieval dos legítimos Cavaleiros Templários, a sua fórmula sagrada, direta e simples foi conservada nos dias de hoje e é aplicada nas verdadeiras iniciações e investiduras dos novos Cavaleiros Templários. O aluno que pretenda tornar-se um verdadeiro Templário de corpo e alma deverá esforçar-se para fazer esse juramento. Para ajudá-lo, daremos uma breve explicação dos preparativos que antecedem o momento do juramento.

Utensílios necessários: Um altar (pode ser uma mesa) com uma toalha branca; um castiçal ou suporta para vela; uma vela branca; fósforos; um abafador de velas; um crucifixo; um cálice de vinho tinto ou suco de uva; Um pedaço de pão de milho ou broa de milho; uma pequena quantidade de azeite extra virgem; uma espada templária (espada reta, com

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empunhadura em cruz). Papel com o juramento escrito. Um crânio imitando o humano, tanto de gesso ou de resina ou de outro material sólido e com peso. Uma camisa ou camiseta branca.

Preparação dos utensílios: Prefira praticar o juramento dos Cavaleiros Templários quando estiver sozinho em sua casa. Reserve um aposento onde fique fora das vistas de parentes e amigos. A mesa servirá como um altar, deverá ser forrada com uma toalha branca. O crucifixo ficará sobre o altar e por trás dele deverá ser acessa a vela branca. Ao lado do crucifixo será colocado o crânio. O azeite, o vinho ou suco de uvas e o pedaço de pão também serão colocados sobre o altar. Ao final do juramento a chama da vela não poderá ser extinta por sopro, mas somente pela ação de um abafador. Papel com o juramento para ser lido no momento da solenidade. O azeite deverá estar em um recipiente de vidro ou bronze ou ainda de cobre, mas nunca em plástico, assim também fará com o vinho ou suco de uvas.

Na hora do juramento: Após ter preparado o aposento como explicado acima, certifique-se que ninguém o está observando e se possível tranque a porta do quarto ou da sala para que não seja interrompido pelo chamado de parentes ou amigos. Desligue o celular, rádio e tv que esteja próximo. Compreenda que se trata de uma cerimônia ritualística muito antiga, muito séria e que exige todo o respeito que você puder emprestar no momento para a celebração. Tomado de um espírito sério e silencioso, dirija-se a frente do altar. A espada templária deverá estar em sua cinta. Deverá estar trajando a camisa branca. Acenda a Vela. Beije o crucifixo de forma solene e respeitosa. Tome o crânio com a mão esquerda colocando a direita no coração e repita: “Oh crânio que a tudo assiste, tu serás a única testemunha deste meu ato; confio somente em ti e em outro Cavaleiro Templário.” Deposite o crânio novamente no altar. Ajoelhe-se a moda do Templários com o joelho direito no chão e o esquerdo levantado. Empunhe a espada templária de forma que tanto a sua direita quanto a mão esquerda se apoiem nela (templário em oração). Leia o juramento que deverá ter escrito na folha de papel (deverá existir luz suficiente no quarto para a leitura):

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“Não demonstre medo diante de seus inimigos. Seja bravo e justo e Deus o amará. Diga sempre a verdade, mesmo que isso o leve à morte. Proteja os mais fracos e seja correto. Assim, você estará em paz com Deus e contigo. Seja Leal a Deus, a esta Igreja e ao seu Grão-mestre. Se está igreja cair e se o seu Grão Mestre Morrer então Seja Leal ao Povo e a sua consciência.”

Agora levante-se, recoloque a sua espada na cintura para que tenha as mãos livres.

A Ceia dos Templários

Após a leitura do juramento, levante-se, pegue a taça com o suco de uvas ou vinho, apresente-o aos céus e diga “Eis o meu sangue que é derramado por vós, quem beber desta fonte jamais terá sede”. Tome do cálice até o final. Pegue o pedação de pão, apresente-o aos céus e diga: “Eis a minha carne que é apresentada a vos, quem dela se alimentar jamais terá fome”. Coma do pão até o final.

Fazendo o voto de silêncio e selando os lábios

Agora segure o vidro de azeite e molhe o polegar da mão direita, faça o sinal da cruz na testa e diga: “Senhor purificai os meus pensamentos”. Faça o sinal da cruz sobre os lábios e diga: Senhor purificai as minhas palavras. Faça novamente o sinal da cruz sobe os lábios e agora diga: Que meus lábios mantenham segredo sobre os ensinamentos dos Cavaleiros Templários. Agora faça o sinal da cruz nas costas da mão esquerda, em seguida molhe o polegar da mão esquerda e com ele faça o sinal da cruz nas costas da mão direita, agora diga: Senhor que minhas ações sejam sempre dignas aos vossos olhos”.

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CONSAGRAÇÃO

A consagração de um Cavaleiro Templário somente poderá ser feita por outro Cavaleiro Templário que tenha o Grau de Grão-Prior, é uma cerimônia revestida de toda a formalidade e que não poderá ser realizada em si mesmo, portanto, fica claro que existe o juramento praticado por si mesmo, mas não exista a “autoconsagração”.

Este é o final do juramento. Doravante passe a comportar-se como um Cavaleiro Templário, para isso siga algumas regras básicas:

1. Seja sempre gentil e lembre-se de que a gentileza não compromete a valentia;

2. Seja tolerante com as demais pessoas, escute o que elas têm a dizer, compreenda os pontos de vistas diferentes dos seus sobre vários assuntos e, principalmente, não deixe que os outros te irritem, não dê a eles esse poder.

3. Seja um cavalheiro para com as damas, com os senhores e principalmente com as crianças e idosos.

4. Antes das refeições faça uma breve oração, agradeça a Deus ter Ele permitido que mais uma vez você se alimentasse.

5. Procure corrigir antigos vícios;

6. Adquira novos hábitos (saudáveis) tais como praticar um esporte (caminhada), leitura de bons livros ou jornais, ouvir boa música (clássica, canto gregoriano etc)

7. Aja de modo que as pessoas ao seu redor percebam que houve uma mudança no seu comportamento.

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O Noviço

Passaremos agora a dar detalhes sobre a vida do Noviço, antes e depois que ingressava para a Ordem dos Templários.

Quando nos referimos ao “Noviço” em cavalaria, historicamente estamos nos referindo geralmente a jovens, praticamente crianças, a partir dos seus 8 anos de idade, uma vez que a vida era muito cura na Europa medieval considerava-se um homem adulto aquele na faixa dos seus 15 anos de idade, principalmente se tivesse um físico mais avantajado do que os outros da mesma idade.

Essas crianças eram chamados de “noviços” ou “cavalariços”. Suas funções junto aos seus senhores era a de cuidar dos estábulos e dos cavalos, dar banho, alimentar, cuidar do aspecto geral etc. Todo o serviço pesado era realizado por eles.

Na sociedade medieval, profundamente dominada pela religiosidade e misticismo, era senso comum interpretar o surgimento de doenças e epidemias como sendo resultados da ira divina pelos pecados humanos.

Mais dramática ainda era a situação das crianças, muitas vezes abandonadas em estradas, bosques ou mosteiros pelos pais, que não tinham como sustentá-las. Além disso, havia também grande número de órfãos, devido ao elevado índice de mortalidade no parto: a falta de higiene provocava a chamada febre puerperal, que causava a morte da mãe, e a incidência de blenorragia (doença sexualmente transmissível) muitas vezes contaminava o filho, causando cegueira.

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Numa população supersticiosa, que interpretava todos os acontecimentos naturais como expressão da vontade divina, a doença era vista como punição pelos pecados. Para se livrar desses pecados, as pessoas faziam então penitências, compravam indulgências e procuravam viver de acordo com os mandamentos da Igreja. Mas, como nem sempre conseguiam manter uma vida regrada, casta e desapegada das coisas e prazeres materiais, homens e mulheres viviam em constante preocupação com a morte e com o julgamento de Deus.

Sendo praticamente a única referência para a população, em quase todos os assuntos, já que não havia Estados organizados e normas públicas, a Igreja assumia a tarefa de controlar e organizar a sociedade. Um exemplo: como não havia registro público dos nascimentos, o único documento da pessoa era o batistério (link para dicionário). Devido à elevada taxa de mortalidade infantil as crianças eram batizadas logo que nasciam, pois os pais queriam garantir para seus filhos um lugar no Paraíso. Os nomes dos bebês derivavam, em sua maioria, dos nomes de santos, de personagens da Bíblia ou dos avós ou amigos influentes, e em diversas regiões não se usava o nome da família.

Também não existia casamento o casamento civil, como hoje, mas apenas um contrato entre as famílias dos noivos. Em geral, e principalmente entre nobres, o casamento era negociado pelas famílias de acordo com o seu interesse em aumentar a posse de terras, a riqueza e o poder, ou para fortalecer alianças militares. Os noivos não participavam desses acertos e, em muitos casos, só se conheciam no dia da cerimônia (a mulher, com cerca de 12 anos, e o homem com mais do dobro da idade dela). O casamento por amor, de verdade, só passou a existir na Europa por volta do século XVII.

Geralmente, nas famílias nobres, só o filho mais velho se casava, e os outros se tornavam membros do clero ou cavaleiros errantes, que partiam para as guerras ou em busca de aventuras e fortuna, já que toda a herança dos pais era reservada para o filho primogênito. As mulheres que

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não se casavam iam para conventos ou se tornavam damas de companhia das casadas.

O que era a infância?

O mundo medieval certamente teve uma concepção de infância, porém esta muitas vezes foi definida de forma imprecisa. O estudo da criança medieval tem sido assim, afastado dos objetivos dos historiadores, repetindo-se que sobre esse tema as fontes são silenciosas ou escassas, que dão da criança unicamente representações deformadas, ou ainda que ela fosse considerada um adulto em miniatura, um ser sem interesse com o qual a civilização medieval pouco ou nada se preocupara. A ideia de que o "sentimento da infância" e as preocupações educativas são um fenômeno recente, nascido no decorrer do século XVIII, é outro princípio vulgarmente aceite.

O fato dos trajes infantis serem iguais aos dos adultos, reforçava essa ideia. Importante destacar que a criança era considerada um ser ativo na sociedade, já que era regida por uma legislação própria.

Para Philippe Ariès e Heywood, a ideia de infância estava ligada a ideia de dependência. Ariès apresenta as crianças medievais inseridas gradualmente no mundo dos adultos a partir de uma idade precoce, ajudando os pais, trabalhando na condição de servas ou desenvolvendo o aprendizado de um ofício.

As crianças no Priorado dos Templários

As crianças que chegavam até o Priorado dos Templários para serem adotadas, geralmente vinham dos orfanatos ou das abadias; em sua maioria eram crianças que já haviam perdidos os pais, ou rejeitadas por eles e para completar sua desgraça não eram aceitas nem mesmo pelos padres ou freiras que os julgavam “endiabradas” e os colocavam para fora dos orfanatos, mosteiros e conventos.

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Jogadas à própria sorte, uma ou outra conseguia chegar (levadas por caravanas) até a Cidade Santa de Jerusalém e lá eram entregues para os Templários que passavam a cuidar delas.

Não apenas cuidavam, mas ensinavam os ofícios dos estábulos e da Arte da Cavalaria, bem como a luta com a espada e arqueria (arco e flecha). Aprendiam ciência (astrologia e química) religião, culinária e medicina (principalmente sob a influência dos árabes que estavam em constante contato com os templários.)

As crianças que eram filhos dos nobres (CavaleirosTemplários Oficiais do Grau 4º.), eram igualmente educados em todos esses ofícios e compartilhavam o campo de trabalho e estudos com as demais crianças e dividiam até mesmo os aposentos, pois segundo o método de vida dos templários todos eram tratados em igualdade de condições.

Com o passar dos anos, noviços tornavam-se escudeiros, daí por diante já recebiam outras instruções dentro das artes (praticamente as mesmas artes porem de forma mais aprofundada). A carreira do noviço passava, de grau em grau, além do escudeiro até o sargento das armas e ao final o grau de Oficial, onde se sagrava realmente Cavaleiro Templário e era reconhecido como tal pelos seus pares, pela igreja e pela corte.

Uma vez Cavaleiro Templário, o homem dominava a “arte da guerra e das religiões”, uns se formavam no modo militar e outros preferiam a parte sagrada do templarismo. Ambos lutavam contra o mal, uns enfrentavam o mal encarnado e outros lutavam contra as trevas do mundo espiritual.

É importante lembrar, que devido ao curto espaço de tempo que se considerava pela longevidade, pois vivia-se em média até os 35 anos (homem) e 25 anos (mulher), um homem dedicado aos estudos era consagrado Cavaleiro Templário entre 17 e 22 anos. Lógico que existiam as exceções e que alguns homens viviam entre 55 e 60 anos e eram considerados “extra mente velhos e sábios”.

A educação oferecida para as crianças e jovens em geral pela Ordem dos Cavaleiros Templários de Jerusalém tornou-se tão famosa que em pouco tempo tornou-se espantoso e acentuado o número de famílias de toda a Europa que enviavam seus filhos, ainda crianças (entre 5 e 8

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anos de idade) para serem criadas no Priorado, exigindo que dentre as “antigas regras dos Cavaleiros Templários” fosse fixada a proibição de se aceitarem crianças para serem educadas pelos templários e, caso fossem aceitas, que não prestassem seus votos, devido a tenra idade, falta de conhecimento e até de compreensão sobre os votos que todo cavaleiro era obrigado a prestar.

Vejamos a “antiga regra” que passou a proibir a aceitação de meninos dentro do Priorado:

Sobre não aceitar meninos

“14. Embora a regra dos santos padres permita receber meninos na vida

religiosa, nós o desaconselhamos. Porque aquele que deseje entregar seu filho

eternamente na ordem de cavalaria deverá educá-lo até que seja capaz de

usar as armas com vigor e liberar a terra dos inimigos de Cristo Jesus. Então,

que sua mãe e pai o levem à casa e que sua petição seja conhecida pelos

irmãos; e é muito melhor que não tome os votos quando menino, senão ao ser

maior, pois é conveniente que não se arrependa disso, do que o faça. E em

seguida que seja posto à prova de acordo com a sabedoria do Mestre e irmãos,

conforme a honestidade de sua vida ao solicitar ser admitido na irmandade.”

Vamos relembrar quais eram os votos tomados pelos Cavaleiros Templários e assim notaremos que uma criança realmente não tinha condições de discernir, por sua própria vontade, se realmente queria aceitar essas imposições para toda a vida, vejamos:

“Aqueles que desejam entrar para a Ordem dos Cavaleiros de Cristo tomando

o tríplice voto de (1) Castidade, (2) Pobreza e (3) Obediência, dedicando suas

vidas, dali até a morte, à proteção dos peregrinos e à garantia do Reino de

Cristo.”

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Noviços não eram apenas as crianças

A noção de que o noviço era um cargo apenas para crianças não é correto. Alguns jovens se apresentavam ao Priorado com a intenção de servir ao Cristianismo na Guerra Santa (Cruzadas) e para isso eram encaminhados aos Cavaleiros Templários para que se alistasse.

Jovens com idade variando entre 14 e 18 anos de idade eram aceitos, mesmo sem conhecimento algum da arte da guerra, porem a primeira instrução que recebiam era a mesma praticada pelos noviços.

Nenhum homem era consagrado Cavaleiro Templário se não tivesse passado pelas experiências anteriores. A única forma de não passar por todo o ensino anterior era ser filho de um nobre da corte europeia e ter um Cavaleiro Templário que o afiançasse.

Aos noviços era ensinada a prática da meditação, que os Cavaleiros Templários haviam aprendidos no intercâmbio com os árabes e principalmente com “o velho da montanha” que era o líder de uma organização, vista por muitos como uma seita, conhecida pelo nome de “assassinos” os quais dominavam práticas de luta semelhantes aos samurais, entravam e saiam dos castelos e fortificações praticamente sem serem notados, eram exímios guerreiros com todas as armas e invencíveis na luta corporal, não tinham apego algum a própria vida e estavam dispostos ao sacrifício mortal para alcançar seu objetivo que era geralmente a morte de um nobre de uma das cortes.

A meditação ensinada aos noviços era o início das práticas esotéricas tão comuns entre os Cavaleiros Templários. Era conhecida como “a semente”. Abaixo transcrevemos o ensinamento que deverá ser praticado pelo noviço todos os dias enquanto se mantiver nesse grau.

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Procure um local calmo e garanta que não será interrompido durante a prática deste exercício, você precisa de pelo menos uns 15 minutos.

Exercício Espiritual “A Semente”

“Ajoelhe-se no chão com ambos os joelhos. Depois sente-se nos seus calcanhares e abaixe o corpo. Estique os braços para trás. Você está numa posição fetal. Apoie-se para o lado direito e de deixe seu corpo tocar o chão completamente. Você está deitado mas mantém a posição fetal. Agora relaxe e esqueça todas as tensões. Respire calma e profundamente. Aos poucos você vai percebendo que é uma minúscula semente, cercada pelo conforto da terra. Tudo está quente e gostoso ao seu redor. Você dorme um sono tranquilo. De repente, um dedo se move. O broto não quer mais ser semente, ele quer nascer. Lentamente você começa a mover os braços e depois seu corpo irá se erguendo, se erguendo, até que você estará sentado nos seus calcanhares. Agora você começa a levantar-se. e lentamente, lentamente, estará ereto e de joelhos no chão. Durante todo este tempo você imaginou que é uma semente se transformando em broto e rompendo pouco a pouco a terra. Chegou o momento de romper a terra por completo. Você vai se levantando lentamente, colocando um pé no chão, depois o outro, lutando contra o desequilíbrio como um broto luta para encontrar seu espaço. Até que você fica em pé imagina o campo ao seu redor, o sol, a agua, o vento e os pássaros. É um broto que começa a crescer. Levanta, devagar, os braços, em direção ao céu. Depois vai se esticando cada vez mais, cada vez mais, como se quisesse agarrar o sol imenso que brilha sobre você e lhe dá forças, e lhe atrai. Seu corpo começa a ficar cada vez mais rígido, seus músculos retesam-se todos, enquanto você se sente crescer, crescer, crescer e se tornar imenso. A tensão vai aumentando cada vez mais, até tornar-se dolorosa, insuportável. Quando você não aguentar mais, de um

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grito e abra os olhos. Repita este exercício no grau de noviço todos os dias.”

Imagens e ilustrações referentes ao Grau de Noviço

Afonso II “o Casto” conforme o Pergaminho A existente na Catedral de Compostela

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lápide sepulcral de Teodomiro, bispo de Iria, encontrada em 1955 na Catedral de Santiago

A Igreja de Eunates no meio da imensidão dos campos de lavoura.

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IMAGEM DE JACQUES DEMOLAY (DEMOLÉ) EM VESTES TEMPLÁRIAS E NA FOGUEIRA

A figura abaixo é BAPHOMET

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IMAGEM DO DEUS JANUS

IMAGEM DA ESPADA TEMPLÁRIA COM O PUNHO EM CRUZ

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Em Oração

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a) Castiçal de 7 velas (menorah)

b) Castiçal solitário de 1 vela

c) Crânio para utilização no altar.

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Imagem de São Bernardo de Claraval

Felipe o Belo

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Papa Clemente V Responsável juntamente com o Rei Felipe o Belo pela acusação dos

Templários.

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Hugo de Payens fundador da Ordem Cavaleiros Templários

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BAUDUINO II – REI DA CIDADE SANTA DE JERUSALÉM QUE APOIOU A ORDEM DO TEMPLO

FINAL DA APOSTILA DO GRAU UM DE NOVIÇO

Para saber mais sobre eles: www.templariosbrasil.com.br