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1 BINÔ ZWETSCH PRODUTO 3 UNESCO 914-BRZ3010 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA UNESCO Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República SDH/PR Relatório 3 PROJETO: 914 BRZ3010 Fortalecimento dos mecanismos de participação e controle social das políticas públicas de direitos humanos” – UNESCO Produto 3 Documento técnico contendo levantamento e análise das pautas em discussão nos Comitês locais e estaduais de acompanhamento da população em situação de rua. Consultor Técnico: Binô Mauirá Zwetsch Brasília/DF, dezembro de 2014

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BINÔ ZWETSCH PRODUTO 3 UNESCO 914-BRZ3010

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO,

A CIÊNCIA E A CULTURA – UNESCO

Secretaria de Direitos Humanos

da Presidência da República

SDH/PR

Relatório 3

PROJETO: 914 – BRZ3010 – “Fortalecimento dos mecanismos de participação e

controle social das políticas públicas de direitos humanos” – UNESCO

Produto 3

Documento técnico contendo levantamento e análise das pautas em discussão nos

Comitês locais e estaduais de acompanhamento da população em situação de rua.

Consultor Técnico: Binô Mauirá Zwetsch

Brasília/DF, dezembro de 2014

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Siglas

CGDPSR: Coordenação-Geral dos Direitos da População em Situação de Rua

CIAMP-Rua: Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política

Nacional para a População em Situação de Rua

CNDDH: Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação

de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis

Comitê Pop Rua: Comitês Intersetoriais de Acompanhamento e Monitoramento da

Política para a População em Situação de Rua nos estados, municípios e distrital

federal

MNPR: Movimento Nacional da População de Rua

PNPR: Política Nacional para a População em Situação de Rua

PSR: População em Situação de Rua

SDH/PR: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

SNPDDH: Secretaria Nacional de Promoção de Defesa dos Direitos Humanos

UNESCO: United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Organização

das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)

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“Da minha aldeia vejo

quanto da terra se pode ver no Universo...

Por isso a minha aldeia é tão grande

como outra terra qualquer

Porque eu sou do tamanho do que vejo

E não, do tamanho da minha altura...”

Alberto Caeiro (Heterônimo de Fernando Pessoa),

in "O Guardador de Rebanhos - Poema VII"

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Sumário

1. Introdução_________________________________________________________05

2. Metodologia ______________________________________________________ 06

2.1. Sobre a amostra ________________________________________________ 07

2.2. Sobre o questionário ____________________________________________ 11

3. Análise comparativa dos levantamentos de 2013 e 2014 sobre os Comitês Pop Rua

Locais e Estaduais de acompanhamento da política para a população em situação

de rua____________________________________________________________13

4. Análise do levantamento das pautas em discussão nos Comitês Pop Rua Locais e

Estaduais de acompanhamento da política para a população em situação de rua_28

5. Considerações finais_________________________________________________ 32

6. Referências bibliográficas ____________________________________________33

7. Anexo 1 ___________________________________________________________34

8. Anexo 2 ___________________________________________________________39

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1. Introdução

O presente relatório é composto pelo documento técnico contendo

levantamento e análise das pautas em discussão nos comitês locais e estaduais de

acompanhamento da população em situação de rua, doravante denominado Produto

3, é resultado da consultoria contratualizada dentro do Projeto 914BRZ3010 de

Cooperação Internacional entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura (UNESCO) e a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da

República (SDH/PR) do Governo Federal do Brasil.

O Projeto 914BRZ3010 intitulado Fortalecimento dos mecanismos de

participação e controle social das políticas públicas de direitos humanos, visa analisar e

propor aperfeiçoamento da participação social da sociedade civil organizada e

movimento social nos espaços de interface com Estado como conselhos, grupos de

trabalho, comitês e conferências.

Considerando que é atribuição da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa

dos Direitos Humanos1 órgão específico da Secretaria de Direitos Humanos da

Presidência da República para dar apoio técnico-administrativo e fornecer os meios

necessários à execução dos trabalhos do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e

Monitoramento para a Política Nacional da População em Situação de Rua (CIAMP-

Rua)2, cabe àquele induzir a implementação de comitês locais, acompanhar as pautas e

monitorar os desdobramentos.

Do processo de trabalho da Consultoria Técnica obtive um olhar abrangente no

levantamento das políticas setoriais federais que envolvem a população em situação

de rua realizado no Produto 1. Já no Produto 2 tive a oportunidade de construir a

proposta de formação sobre participação social resultante do levantamento feito com

os representantes do CIAMP-Rua e priorização dos seguintes temas: assistência social,

participação social, direitos humanos, habitação e segurança alimentar.

No presente Relatório 3, apresentarei a sistematização do levantamento das

pautas em discussão nos comitês municipais, estaduais e distrital de acompanhamento

1 Segundo o art. 10, parágrafo XVII do Decreto Presidencial n° 8.162, de 18 de dezembro de 2013.

2 Segundo o art. 14 do Decreto Presidencial n° 7053, de 23 de dezembro de 2009.

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da política voltada para a população em situação de rua, solicitado no Produto 3, de

modo a subsidiar à Secretaria de Direitos Humanos para atingir seu propósito de

monitorar o processo de participação social nas ações pactuadas para a população em

situação de rua.

2. Metodologia

Este relatório foi elaborado a partir da sistematização das informações colhidas

através de questionário, documentos da Coordenação-Geral dos Direitos da População

em Situação de Rua, participação em eventos e de contatos presenciais e por telefone

realizados com os Comitês Intersetoriais de Acompanhamento e Monitoramento da

Política para a População em Situação de Rua nos estados, municípios e distrital

federal.

O instrumento de coleta de dados teve por base o questionário apresentado

em julho de 2013 pela Consultora Técnica Lara Montenegro no Relatório 1 do Termo

de Referência nº 2235 do Projeto de Cooperação Internacional OEI/SDH/PR:

Atualização de Processos Políticos e Institucionais para a Implantação do Plano

Nacional de Educação em Direitos Humanos – PNEDH.

Deste modo, transcorridos mais de um ano de sua aplicação, foi realizado o

aperfeiçoamento do instrumento, ao acolher as sugestões do CIAMP-Rua e da

CGDPSR/SDH/PR, consequentemente, foi possível esmiuçar a análise entre as

informações colhidas no processo de institucionalização dos Comitês Locais e

Estaduais com informações atuais das pautas, com o objetivo de acompanhar os

desafios e potencialidades dos Comitês Locais e Estaduais.

Tal pesquisa por questionário estruturado enviado para representantes teve o

objetivo de conhecer de perto as percepções dos atores envolvidas nos processos de

tomada de decisão na priorização de agendas e sua avaliação acerca da efetividade das

discussões das pautas propostas no âmbito do Comitê Pop Rua.

No dia 15/09/14 foi enviado o instrumento por e-mail para as Coordenações

Comitês Pop Rua Locais e Estaduais de acompanhamento e monitoramento da política

para a população em situação de rua o questionário (Anexo 1) contendo as questões

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acerca dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Comitê Pop Rua. O mesmo

questionário on line foi enviado através de link com o endereço na internet no qual a

própria pessoa ou grupo de pessoas respondia(m) as questões marcando as opções.

A opção metodológica foi enviar o instrumento para dois tipos de atores:

governamental e sociedade civil, priorizando o movimento social. Destarte, o

questionário poderia ser respondido por um ou mais representantes, quanto aos

atores governamentais era respondido pela coordenação do Comitê e quanto aos

atores da sociedade civil, da Movimento Nacional da População de Rua ou entidades.

Ademais, os contatos por e-mail e telefone, as consultas de documentos,

legislações, notícias, foram relevantes as anotações em diários de campo realizadas

durante a participação em eventos.

Destaco as participações o Congresso do MNPR em Pontal do Paraná/PR, os

Seminários em Belo Horizonte/MG, Rio Branco/AC, Novo Hamburgo/RS, o ato no Dia

Nacional de Luta da População em Situação de Rua em Taguatinga/DF, as reuniões em

Porto Alegre/RS do Grupo de Trabalho sobre Política Estadual para população em

situação de rua, o “Natal com Dilma: Encontro da Presidenta com a população em

situação de rua e catadores” durante a Expocatadores em São Paulo/SP. Tais

participações possibilitaram o olhar aguçado diante da complexidade da análise dos

dados não revelados pelos atores que responderam os questionários.

2.1. Sobre a amostra

A amostra foi construída tendo por base a lista de Comitês instituídos através

de instrumento legal próprio e considerados válidos aqueles que retornavam o

questionário respondido.

Até dezembro de 2014 foram instituídos 24 (vinte e quatro) Comitês Pop Rua

instituídos por instrumento legal próprio em referência a Política Nacional para a

População em Situação de Rua (PNPR), sendo 18 (dezoito) Comitês municipais (dos

quais nove são em capitais e três em outros municípios com mais de 200 mil

habitantes), 01 (um) Comitê do Distrito Federal e 05 (cinco) Comitês estaduais

instalados conforme Tabela 1 a seguir:

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Tabela 1: Informações sobre os Comitês instituídos de Acompanhamento e Monitoramento da Política para a População em Situação Rua por território

N° Nome do Território

Ente da Federação Nomenclatura do Comitê Instrumento Legal

01 Rio Branco (AC) Município/Capital Comitê Gestor de Políticas Públicas para População em Situação

de Rua Decreto nº 1.486, de 09 de julho de 2010

02 Maceió (AL) Município/Capital Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da

Política Municipal para a População em Situação de Rua Decreto nº 7.199, de 11 de novembro de 2010

03 Porto Alegre (RS) Município/Capital Comitê Municipal de Enfrentamento à Situação de Rua Decreto nº 17.111, de 20 de junho de 2011

04 Vitória (ES) Município/Capital Câmara Intersetorial de Políticas Públicas para População em

Situação de Rua (CAI-POP) Decreto nº 15.070, de 21 de junho de 2011

05 Niterói (RJ) Município Comitê Gestor Intersetorial de Planejamento, Execução,

Acompanhamento e Monitoramento de Políticas Públicas do Município voltadas para a População em Situação de Rua

Decreto nº 10.980, 21 de julho de 2011

06 Belo Horizonte

(MG) Município/Capital

Comitê de Monitoramento e Acompanhamento da Política Municipal para População em Situação de Rua

Decreto nº 14.153, de 21 de outubro de 2011, revogou Decreto nº 14.146, de 07 de outubro de

2010

07 Distrito Federal Distrito Federal Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da

Política para Inclusão Social da População em Situação de Rua do Distrito Federal

Decreto nº 33.779, de 06 de julho de 2012

08 Paraíba Estado Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política para Inclusão Social da População em Situação de Rua

Decreto nº 33.164, de 26 de julho de 2012

09 Curitiba (PR) Município/Capital Comitê de Acompanhamento e Monitoramento das Ações

Concernentes à Política Nacional para População em Situação de Rua

Decreto nº 1.226, de 22 de agosto de 2012

10 São José (SC) Município Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento das

Ações Concernentes à Política Nacional para a População em Situação de Rua no âmbito do Município de São José

Decreto n. 37.196, de 03 de outubro de 2012

11 Osasco (SP) Município Comitê Gestor Intersecretarial e Intersetorial (CGI) Portaria nº 001/2012 da Secretaria de Assistência

e Promoção Social, de 05 de outubro de 2012

12 Salvador (BA) Município/Capital Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da

Política Municipal para a População em Situação de Rua Decreto n° 23.836, de 22 de março de 2013

13 São Paulo (SP) Município/Capital Comitê Intersetorial da Política Municipal para População em

Situação de Rua na cidade de São Paulo Decreto nº 53.795, de 25 de março de 2013.

Revogou os Decretos nº 43.277, de 29 de maio de

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2003, e nº 47.553, de 08 de agosto de 2006

14 Goiânia (GO) Município/Capital Comitê Gestor Municipal Intersetorial da Política Nacional para

População em Situação de Rua Decreto nº 2.585, de 23 de abril de 2013

15 Florianópolis (SC) Município/Capital Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da

Política Nacional para População em Situação de Rua Decreto nº 11.624, de 04 de junho de 2013

16 Minas Gerais Estado Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da

Política Estadual para a População em Situação de Rua Lei Estadual n° 20.846, de 06 de agosto de 2013

17 Ipatinga (MG) Município Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da

Política Municipal para a População em Situação de Rua Lei Municipal nº 3.206, de 08 de agosto de 2013

18 Juiz de Fora (MG) Município Comitê Gestor Municipal Intersetorial da Política Municipal para

a População em Situação de Rua - Comitê Pop Rua Decreto nº 11.749, de 18 de novembro de 2013

19 Recife (PE) Município/Capital Comitê Intersetorial de Acompanhamento e monitoramento da

Política Municipal para População em Situação de Rua Decreto nº 27.993, de 30 de maio de 2014

20 Bahia Estado Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da

Política Estadual para a População em Situação de Rua Lei Estadual n° 12.947, de 10 de fevereiro de

2014

21 Ceará Estado Comitê Estadual de Políticas Públicas para a População em

Situação de Rua Decreto n° 31.571, 04 de setembro de 2014

22 Londrina (PR) Município Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da

Política Municipal para a População em Situação de Rua

Decreto n° 1385, 03 de novembro de 2014

23 Feira de Santana

(BA) Município

Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua

Lei n° 3482, de 05 de novembro de 2014

24 Rio Grande do Sul Estado Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da

Política Estadual para População em Situação de Rua Decreto nº 52.072, 25 de novembro de 2014

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Ao fim do levantamento realizado pela Consultora Técnica Lara Montenegro,

em junho de 2013, havia 14 (quatorze) Comitês Locais Pop Rua e hoje, em dezembro

de 2014, foram instituídos 24 (vinte e quatro) Comitês Locais Pop Rua, portanto, a

amostra será distinta, assim como, os resultados.

É possível afirmar, segundo o levantamento dos Comitês Intersetoriais de

Acompanhamento e Monitoramento da Política para a População em Situação de Rua

(Comitês Pop Rua) apresentado acima que houve um crescimento significativo de

Comitês Pop Rua nos últimos três anos. Tendo como ponto de partida o ano de 2010,

ano subsequente à instituição da Política Nacional para a População em Situação de

Rua (PNPR), Decreto Federal n° 7.053/09, foram instituídos 03 (três) Comitês, no ano

seguinte, em 2011, foram 03 (três) Comitês, em 2012 foram 05 (cinco) Comitês, em

2013 alcançou-se o ápice de 07 (sete) Comitês instituídos e no presente ano de 2014

foram 06 (seis) Comitês, o que aumentou oito vezes o número inicial, como mostra o

Gráfico 1 :

Gráfico 1: Número total por ano de Comitês Intersetoriais de Acompanhamento e Monitoramento da Política para a População em Situação de Rua instituídos em territórios da federação do Brasil entre os anos de 2010 e 2014

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

Aumentou 8x

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No entanto, o aumento significativo não representa a qualificação do debate

das pautas ou mesmo da realização de reuniões para debate na totalidade dos

Comitês.

Há um processo histórico local de demanda social para a inserção das pautas

específicas da população em situação de rua na agenda de governo, consequência é o

debate do governo junto à sociedade civil, podendo culminar na formalização do

Comitê através de portaria, decreto ou lei.

Nos casos dos Comitês Pop Rua de Vitória/ES, Rio Branco/AC e Niterói/RJ não

há participação efetiva da sociedade civil como prevê a Política Nacional para

População em Situação de Rua, sendo majoritariamente governamental.

Na capital do Espírito Santo não foi previsto quando de sua instituição em 2011

e hoje o Movimento Nacional da População de Rua (MNPR-ES) está organizado, não

restando motivos para não estarem representados formalmente.

Enquanto, na capital do Acre o caso é distinto, pois o movimento social não

está organizado sendo necessário o fortalecimento dele e a articulação com entidades

sociais que desenvolvem trabalhos com a população em situação de rua.

A coordenação do Comitê Pop Rua de Rio Branco/AC tem interesse que se

efetive a participação e convidaram a Coordenação do Movimento Nacional da

População de Rua para contribuir na articulação e fortalecimento do movimento

social. Assim, com o tempo será garantida a paridade do Comitê instituído em 2010, de

modo a adequar o decreto municipal em relação à PNPR.

Por fim, o Comitê Pop Rua de Niterói/RJ foi instalado através de decreto

municipal que previa a paridade, no entanto isso não se efetivou na participação

direta.

2.2. Sobre o questionário

O instrumento enviado atualiza o questionário de 2013, ao agregar novas

perguntas como a questão número 6.1 “Há participação de representantes em

situação de rua ou trajetória de rua?”, a questão 7.1. “A pauta criança e adolescente

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em situação de rua foi discutida até o momento?” e a pergunta número 16. “O Comitê

Pop Rua tem articulação com o CIAMP-Rua?”. Podem ser conferidas no Anexo 1.

O questionário foi enviado com aviso de leitura para 32 (trinta e duas) pessoas

das quais 23 (vinte e três) pessoas responderam. Destes 09 (nove) eram

representantes do governo e 10 (onze) da sociedade civil e 04 (quatro) do Movimento

Nacional da População de Rua. O número total de Comitês que responderam o

questionário foi 14 (quatorze) diante do universo de 24 (vinte e quatro) Comitês

instituídos.

Desses 14 (quatorze) Comitês, apenas 02 (dois) informaram que o Comitê não

estava ativo: Rio Branco/AC e Salvador/BA. Porém, destaco a informação recebida

através de contatos telefônicos que os Comitês de Maceió/AL, Vitória/ES, Osasco/SP e

Paraíba estão desarticulados e com reuniões irregulares.

No caso específico do Comitê de Maceió/AL, coordenado por representante da

sociedade civil pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), houve interrupção das

reuniões devido à licença maternidade da coordenação, o que demonstrou fragilidade

na condução colegiada das reuniões.

De outro modo, os Comitês de Recife/PE e Minas Gerais estão em avançado

processo de implantação criando espaços de diálogo como Seminários, Fóruns de

discussão e reuniões de trabalho.

Enquanto, os Comitês do Ceará, Feira de Santana/BA, Londrina/PR e Rio Grande

do Sul, instituídos em 2014, não iniciaram suas atividades com reuniões oficiais, pois

aguardam a aprovação do regimento interno e nomeação dos representantes.

Em síntese, é possível observar a distribuição dos referidos Comitês Pop Rua no

Gráfico 2 a seguir que destaca o quantitativo de Comitês segundo atividade,

inatividade, em processo de implementação e de instalação.

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Gráfico 2: Número de Comitês Intersetoriais de Acompanhamento e Monitoramento da Política para a População em Situação de Rua instituídos segundo ativo, inativo, em implantação ou em instalação

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

O dado positivo é 12 (doze) Comitês permanecerem ativos, o que representa

metade (50%) do total. Ademais, considerando que 02 (dois) estão em processo de

implementação, 04 (quatro) aguardam regimento interno e portaria de nomeação para

iniciarem as atividades, são acrescidos 06 (seis) Comitês potenciais, o mesmo número

de Comitês inativos, cada agregado representando um quatro (25%) do total.

Portanto, é uma tendência de crescimento estável, ainda que seja

imprescindível o olhar atento para os Comitês com dificuldade de articulação, baixa ou

nenhuma representatividade da sociedade civil ou sem apoio governamental para

atuar.

3. Análise comparativa dos levantamentos de 2013 e 2014 sobre os Comitês

Pop Rua Locais e Estaduais de acompanhamento da política para a população

em situação de rua

Como parte introdutória para a análise das pautas em discussão levantadas nos

Comitês Pop Rua Locais e Estaduais de acompanhamento da população em situação de

rua elaborei um panorama acerca das respostas do instrumento utilizado para produzir

50%

25%

25%

100%

Potenciais

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os dados ora solicitado para o presente produto em comparativo com o levantamento

realizado em 2013.

No primeiro levantamento, uma das questões que possibilitava perceber se o

Comitê Pop Rua seguia o que é preconizado pela Política Nacional para a População

em Situação de Rua (PNPR) , foi a pergunta sobre a composição de integrantes do

Comitê.

Na questão feita aos 12 (doze) entrevistados, em 2013, 64% responderam que

a composição era paritária entre sociedade civil e governo, perfazendo mais da

metade.

Comitês com maioria composta por representantes governamentais eram 22%,

enquanto 14% responderam que o comitê era composto exclusivamente por

representantes governamentais, como é possível verificar no Gráfico 3 que segue:

Gráfico 3: Relação percentual da composição dos Comitês segundo a relação paritária entre governo e sociedade civil, somente governo e maioria governo

Fonte: MONTENEGRO, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2013.

De acordo com o levantamento de 2014 esta realidade mudou. Guardada as

proporções do aumento da amostra de 12 (doze) para 14 (quatorze) Comitês, nenhum

respondeu que apenas o governo era representado.

Tal dado avança para o que pretende a PNPR no sentido de capilarizar as

políticas e ações com participação social, sendo possível inferir que o trabalho

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desenvolvido pela CGDPSR/SDH/PR tem incidido na abertura e ampliação da

participação da sociedade civil, assim como o apoio ao fortalecimento do Movimento

Nacional da População de Rua reverberou na constituição de novas bases em

diferentes cidades do país.

Então, atualmente, 03 (três) Comitês informaram a composição como sendo de

maioria de representantes governamentais , ou 21% do total, e 11 (onze) responderam

que a representação no Comitê era paritária, 79% da amostra; por fim, nenhum

Comitê, ou 0% das respostas, era apenas governamental, como mostra o Gráfico 4 a

seguir:

Gráfico 4: Relação percentual da composição dos Comitês segundo a relação paritária entre governo e sociedade civil, somente governo e maioria governo

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

Uma inovação no presente levantamento foi a pergunta número 6.1. “Há

representantes em situação de rua ou com trajetória de rua no Comitê?”, que

apresentou um dado muito relevante, pois levanta se é realidade o protagonismo da

pessoa em situação de rua na metodologia da democracia participativa proposta pela

PNPR. O resultado foi o seguinte: 12 (doze) Comitês responderam “sim”, ou 86% do

total, enquanto 02 (dois) Comitês responderam “não” ou 14%.

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Gráfico 4.1.: Relação percentual de comitês com participação de

representantes em situação de rua ou com trajetória de rua

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

A frequência das reuniões é outro dado que possibilita a comparação entre

2013 e 2014 em relação à atividade ou inatividade dos Comitês que já foi analisado

anteriormente na apresentação da metodologia para construção da amostra na pg. 12.

O fato de ocorrer reuniões com frequência regular não aponta diretamente

para a efetividade do debate no âmbito da interface socioestatal, todavia é um dado

que significativo para entender como o poder público prioriza a pauta da população

em situação de rua, assim como a capacidade da coordenação de organizar e reunir

diversos atores sistematicamente.

De acordo com o primeiro levantamento, realizado em 2013, 75% responderam

que as reuniões eram mensais, 9% indicaram que as reuniões tinham periodicidade

bimestrais, 8% apontaram que as reuniões era quadrimestrais, portanto apenas 3

reuniões por ano, finalmente 8% não sabia a frequência dos encontros ou não

respondeu a pergunta, como está apresentando no Gráfico 5.

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Gráfico 5: Relação percentual da frequência por mês das reuniões dos Comitês

Fonte: MONTENEGRO, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2013.

Na análise comparativa entre os levantamentos realizados nos anos de 2013 e

2014, o avanço foi ínfimo, pois 79% dos representantes que responderam o

questionário informaram que as reuniões eram mensais, 7% que eram bimestrais e

14% que as reuniões não tinham calendário definido ou não realizavam reuniões

periódicas (Gráfico 6).

Gráfico 6: Relação percentual da frequência no tempo das reuniões dos Comitês

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

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Duas hipóteses são possíveis de levantar: as reuniões com periodicidade

maior que três meses são inoperantes ou a informação que as reuniões têm

periodicidade indefinida indicam que ocorre um processo de desativação ou

resistência aos trabalhos do comitê. As possíveis constatações para tais hipóteses

poderiam ser identificadas através de visitas in loco nas capitais ou municípios, de

participação reuniões do Comitê e da verificação das atas das reuniões.

Os 14% de frequência indefinida compõe as respostas dos Comitês de

Salvador/BA e Distrito Federal. Como o questionário não abarca questões abertas eu

acrescento a fala de Maria Lúcia Santos Pereira, coordenadora do Movimento Nacional

da População em Situação de Rua na Bahia (MNPR-BA), durante o Seminário

Intersetorial sobre a População em Situação de Rua em Rio Branco/AC, em novembro

de 2014, comenta que “a prefeitura apenas instituiu o Comitê Municipal após pressão

social do MNPR, da Defensoria Pública do Estado da Bahia e do Ministério Público e

após alguns encontros entre os pretensos integrantes do Comitê o mesmo não foi

implementado”.

Por outra parte, o Comitê Distrital tem encontros periódicos desde 2012,

porém, segundo conversa com Antônia Cardoso de Abreu, coordenadora do MNPR-DF,

e com Caio Marcelo, agente da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de

Brasília/DF, durante o ato referente ao Dia Nacional de Luta da População em Situação

de Rua em Taguatinga/DF, em agosto de 2014, no presente ano, maior parte dos

representantes governamentais se ausentaram das reuniões, restando apenas a

Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (SEDEST) que

coordena o comitê, inclusive não respondendo o presente questionário.

Já os 7% com frequência de reuniões bimestrais refere-se ao comitê de Rio

Branco/AC que teve bons avanços na interlocução entre as secretarias e iniciando um

processo de formação de lideranças com trajetória de rua, assim como dialogando com

o Conselho Municipal de Assistência Social e outros colegiados, como o Comitê Gestor

do Plano Integrado de Enfrentamento ao crack e outras drogas.

Quanto à questão apresentada no primeiro levantamento de 2013 , da

relação das atividades desenvolvidas no âmbito do comitê ter por base a Política

Nacional para a População em Situação de Rua, o resultado aparentemente é positivo,

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pois 79% responderam “sim”, 16% responderam “parcialmente” e 5% marcaram a

resposta “não”, ou seja, apenas um caso (Gráfico 7).

Gráfico 7: Relação percentual entre atividades dos Comitês e a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPR)

Fonte: MONTENEGRO, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2013.

Todavia, habita uma contradição na pergunta, pois as repostas são individuais e

não vinculadas diretamente ao consenso construído comitê, podendo ocorrer

divergência de opiniões entre os respondentes governamentais e representantes da

sociedade civil. Sobretudo, fica discrepante a correlação dos dois segmentos pelo fato

da amostra não ser homogênea, já que não há representatividade da sociedade civil na

totalidade dos Comitês, destarte, a comparatividade fica comprometida.

Portanto, é imprescindível cautela nas constatações, tendo em vista que a

representação da sociedade civil nos Comitês tende a fazer uma leitura crítica sobre as

atividades desenvolvidas.

Salvo esta nota, temos uma mudança no olhar no levantamento de 2014. Do

total dos 23 (vinte e três) questionários respondidos 61% informou que as atividades

do comitê são pautadas pela Política Nacional para a População em Situação de Rua

(PNPR), 22% respondeu “parcialmente” e 17% informou que “não” é pautada pela

PNPR, conforme Gráfico 8.

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Gráfico 8: Relação percentual entre atividades dos Comitês e a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPR)

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDHSDH/PR, 2014.

Como alertei acima, tais dados devem ser encarados como um processo de

crítica ao desenvolvimento das atividades coordenadas pelo governo local, pois a

amostra de 23 (vinte e três) respondentes é composta por 39% representantes

governamentais e 61% representantes da sociedade civil, enviesando as respostas.

Somada a esta reflexão sobre o olhar crítico das representações quanto à

coerência a PNPR do trabalho governamental, expresso nas atividades do comitê e nas

ações do governo local, outro aspecto que contribui na análise foi a avaliação do

desempenho.

No levantamento de 2013, 53% das respostas avaliou o desempenho como

“regular”, 26% como “bom”, 11% como “muito bom”, 5% como “ruim” e 5% “não sabe

ou não respondeu” (Gráfico 9).

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Gráfico 9: Avaliação do desempenho do comitê em porcentagem

Fonte: MONTENEGRO, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2013.

As respostas dadas a mesma questão da avaliação do desempenho dos Comitês

coloca novamente a pergunta sobre a diferença de percepção e o trabalho

desenvolvido no cotidiano. No presente levantamento, 43% avaliaram como “regular”,

19% como “muito bom”, 19% como “bom” e a mesma porcentagem de 19% como

“ruim”. Reduziu as avaliações regulares e boas, no entanto aumento a porcentagem de

ruins e muito bons.

Gráfico 10: Avaliação do desempenho do comitê em porcentagem

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

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No espaço reservado para comentários destaco a síntese das principais críticas

presentes nas respostas “regular” e “ruim”: a lentidão dos processos e baixa

produtividade das reuniões, pouco tempo de instalação do comitê, licença

maternidade da coordenação e descontinuidade das reuniões, as decisões da

prefeitura não são discutidas no comitê, falta de governabilidade da coordenação do

comitê para articular com as outras secretarias, reagendamento de reuniões sem

comunicação das representações, reuniões sem registro em ata, pouca participação de

gestores públicos e não priorização dos investimentos governamentais em políticas

para populações vulneráveis, especialmente para a população em situação de rua.

Em complemento à questão sobre a avaliação de desempenho está a pergunta

que solicitava destacar as ações que resultaram das reuniões do Comitê. Como a

pergunta era aberta realizei a sistematização das categorias mencionadas, tabulei as

frequências ordenando-as pelas mais citadas: 1) Intersetorialidade, 2) Assistência

Social, 3) Saúde, 4) Seminário, 5) Habitação, 6) Organização interna, 7) Segurança

Pública, 8) Não houve ações, 9) Operação Inverno, 10) Segurança Alimentar, 11) Plano

Municipal, 12) Censo, 13) Cultura, 14) Educação, 15) Não sei, coforme o Gráfico 11.

Gráfico 11: Frequência das categorias mencionadas referentes às ações que resultaram do Comitê

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

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As ações mais destacadas foram relacionadas à Intersetorialidade seguindo o

objetivo principal da PNPR, seguido pelas políticas setoriais Assistência Social e Saúde,

que permanecem com o maior volume de recursos e com ações diretas para a

população em situação de rua.

Foram citadas cinco vezes a organização e realização de Seminários que reforça

a intersetorialidade e proporciona um espaço privilegiado de escuta entre os gestores,

trabalhadores dos diversos serviços públicos e sociedade civil. A organização interna

do Comitê foi citada três vezes atribuição precípua do Comitê, mas apresentada como

ação para que as reuniões e os debates se realizem de fato.

A Segurança Pública e a Operação Inverno também foram citadas três vezes,

ora como forma de denúncia ora como articulação intersetorial diante de situações

limite e de emergência. A percepção de que não houve ações que resultaram das

reuniões do Comitê é baixa com apenas três citações.

As respostas relacionadas às categorias Segurança Alimentar, Plano Municipal

e Censo da População em Situação de Rua foram mencionados duas vezes, deveras

pequena a importância dada a estas temáticas, no entanto constituindo-se como parte

do processo, por vezes já efetivado para capitais com mais anos de trabalho junto a

população em situação de rua ou negligenciados diante de ações mais urgentes.

As categorias Cultura e Educação foram citadas como ações do Comitê apenas

uma vez, o que permanece como desafio. Por fim, apenas um entrevistado respondeu

“Não sei”, expressão de não estava apropriado do que acontecia no âmbito das ações

do governo como resultado das reuniões do Comitê.

Após a reflexão e descrição acerca da efetividade do Comitê como interface

socioestatal para construir políticas públicas, as representações entrevistadas foram

questionadas acerca da sua opinião sobre a melhoria ou não do diálogo entre poder

público e sociedade civil e as respostas foram as seguintes: 53% “sim, um pouco”, 37%

“sim, muito” e 10% “não” propiciou melhoria no diálogo (Gráfico 11).

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Gráfico 11: Avaliação acerca da ampliação ou melhoria do diálogo entre o poder público e sociedade civil em porcentagem

Fonte: MONTENEGRO, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2013.

Os dados levantados no questionário de 2013 poderiam ter a ressalva que a

falta de avanços que apontassem na direção da melhoria no diálogo entre sociedade

civil e governo devia-se ao pouco tempo de implantação do Comitê, ao

desconhecimento sobre a PNPR, a falta de políticas estruturantes nas principais

políticas setoriais do governo.

Todavia, fica claro que o processo de mobilização social e os arranjos

institucionais locais aumentaram o número de Comitês, consequentemente, espaços

de interlocução, o que correspondeu na emergência do acirramento dos debates

estruturais que perpassaram as diversas políticas setoriais como assistência social,

saúde, habitação, segurança pública e trabalho.

No presente questionário de 2014 a avaliação sobre a melhora no diálogo entre

poder público e sociedade civil apontou que 43% dos entrevistados responderam “sim,

um pouco”, 43% “sim, muito” e 14% “não” possibilitou melhora no diálogo como

podemos verificar na representação do Gráfico 12.

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Gráfico 12: Avaliação acerca da melhoria no diálogo entre o poder público e sociedade civil em porcentagem

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

Houve aumento nos dois extremos das opções “não” e “sim” da avaliação da

melhoria do diálogo possibilitado pelo Comitê, reduzindo o “sim, um pouco”. No meu

ponto de vista, esta última resposta intermediária demonstrava um início de

interlocução, ou ainda, aposta na melhoria futura diante do potencial latente do

Comitê para alcançar os objetivos propostos tanto pelo poder público quanto pela

sociedade civil. No computo geral 86% teve alguma melhora no diálogo, mesmo que

pequena, e 14% nenhuma melhora.

Na pergunta proposta sobre a articulação dentro do governo na qual se

questiona se o Comitê Pop Rua propiciou melhoria do diálogo interno entre as

secretarias e demais órgãos da prefeitura ou estado sobre políticas e ações para a

população em situação de rua, 69% responderam “sim, muito”, 26% “sim, um pouco”

e 5% “não”.

A referida questão objetiva levantar a efetividade da diretriz de “integração das

políticas públicas em cada nível de governo” presente no item IV, art. 6°, do Decreto n°

7.053/09. Ou seja, verifica se há este entendimento da importância estratégica da

instituição do Comitê como ação governamental, pois na percepção de 95% dos

entrevistados o diálogo melhorou (Gráfico 13).

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Gráfico 13: Avaliação acerca da melhoria no diálogo intrasetorial proporcionado pelo Comitê em porcentagem

Fonte: MONTENEGRO, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2013.

A mesma pergunta esteve presente no questionário de 2014, tendo resultados

bem diferentes. 43% responderam que melhorou “sim, um pouco” o diálogo

intrasetorial, entre as secretarias e órgãos de governo, 29% informaram “não” e 28%

apontaram “sim, muito” como é possível visualizar no Gráfico 14.

Gráfico 14: Avaliação acerca da melhoria no diálogo intrasetorial proporcionado pelo Comitê em porcentagem

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

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O dado acima no qual cerca de um terço dos representantes dos Comitês Pop

Rua percebe que não melhorou o diálogo entre as secretarias e órgãos do governo é

alarmante e apenas reforça necessidade do governo federal, através do CIAMP-Rua e

da CGDPSR/SDH/PR, realizar o apoio institucional.

A lacuna existente na relação entre os Comitês Pop Rua locais e estaduais e o

Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para

a População em Situação de Rua (CIAMP-Rua) é possível constatar na pergunta

inserida apenas no questionário de 2014 que questiona se o Comitê tem articulação

com o CIAMP-Rua. Mais da metade (52%) respondeu “não”, um quarto (24%) “sim” e

um quarto (24%) respondeu “parcialmente”.

Gráfico 15: Porcentagem de Comitês que tem articulação com o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (CIAMP-Rua)

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

As estratégias para a qualificação da relação entre a coordenação do CIAMP-

Rua, através da SDH/PR, com os Comitês Pop Rua passam primeiro pelo o apoio

institucional e, posteriormente, com a assinatura do Termo de Adesão. Com

aproximação através da disponibilização da metodologia do apoio será possível

estreitar a relação com o Comitê para orientar acerca da PNPR, informar acerca de

recursos, editais, convênios e orientação jurídica para as diversas políticas públicas,

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fortalecendo a efetivação do debate através de ações estruturantes com recursos das

três esferas de governo.

Como momento seguinte, é de suma importância a formalização dos governos

locais no sentido de aderirem a PNPR, pois fortalece as ações interfederativas,

enfrenta a abordagem higienista, repressiva, assistencialista e de falta de diálogo

governamental com os movimentos sociais, de modo a construir políticas públicas que,

de fato, melhorem as condições de vida da população em situação de rua.

Até dezembro de 2014, 11 (onze) territórios da federação assinaram com a

SDH/PR o Termo de Adesão à PNPR, sendo os seguintes: 08 (oito) municípios, o

Distrito Federal e 02 (dois) estados, descriminados abaixo na Tabela 2.

Tabela 2: Territórios que assinaram o Termo de Adesão da Política Nacional da População em Situação de Rua com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Território Ente da

Federação Data da assinatura do

Termo de Adesão Publicação no Diário

Oficial da União

01 São Paulo (SP) Município/Capital 28 de maio de 2013. 10 de junho de 2013.

02 Goiânia (GO) Município/Capital 05 de abril de 2013. 13 de maio de 2013.

03 Distrito Federal Distrito Federal 16 de abril de 2013. 06 de setembro de 2013.

04 Curitiba (PR) Município/Capital 11 de julho de 2013. 05 de fevereiro de 2014.

05 Sergipe Estado 31 de outubro de 2013. Não publicado no DOU.

06 Maceió (AL) Município/Capital 07 de novembro de 2013. 05 de fevereiro de 2014.

07 Juiz de Fora (MG) Município 04 de junho de 2014. 11 de agosto de 2014.

08 Porto Alegre (RS) Município/Capital 29 de julho de 2014. 23 de setembro de 2014.

09 Florianópolis (SC) Município/Capital 08 de agosto de 2014. 23 de setembro de 2014.

10 Rio Branco (AC) Município/Capital 03 de dezembro de 2014. 16 de dezembro de 2014.

11 Bahia Estado 03 de dezembro de 2014. 16 de dezembro de 2014.

4. Análise do levantamento das pautas dos Comitês Pop Rua Locais e

Estaduais de acompanhamento da população em situação de rua

Como novidade do questionário realizado neste ano é a pergunta número 7.1.

se a pauta da criança e adolescente em situação de rua entrou em discussão em

algumas das reuniões do Comitê Pop Rua. Optei por tabular as respostas por comitês e

o resultado foi interessante: 07 (sete) comitês já pautaram, ou 50% do total, e 07

(sete) comitês responderam que não discutiram a pauta criança e adolescente em

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situação de rua, ou seja, referiam aos outros 50% da amostra dos 14 (quatorze)

comitês (Gráfico 15).

Gráfico 15: Percentagem de comitês que discutiu a pauta criança e adolescente em situação de rua

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

A constatação que metade dos Comitês Pop Rua já discutiu a pauta criança e

adolescente em situação de rua evidencia uma realidade local onde a discussão da

política pública adotada é transgeracional, não segmentando o debate da situação de

rua na dicotomia adulto/idoso e criança/adolescente, tendo como ponto de corte 18

anos de idade.

A reflexão necessária para adotar a metodologia da transversalidade na

participação social é perceber a importância do debate político ser feito independente

do segmento estar representado diretamente no referido espaço de interface

socioestatal.

O fato de a pauta estar em discussão no comitê não há significa que deixará de

ser discutido em outro espaço, visto que ainda que existam os conselhos deliberativos

de Assistência Social, Saúde, Educação, no âmbito Municipal ou Estadual, muitos

municípios instituem os Conselhos de Direitos da Criança e Adolescente, dos Direitos

da Mulher, da Juventude, da Igualdade Racial, de Combate à Discriminação de

Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e dos Direitos das Pessoas

Portadoras de Deficiência, dentre outros.

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Com relação às pautas propriamente ditas a partir das sistematização das

respostas tabulei a frequência das menções em categorias que agrupadas resultaram

no seguinte ordenamento hierarquizado do maior para o menor número de menções:

1) Assistência Social, 2) Habitação, 3) Saúde, 4) Segurança Pública, 5) Trabalho e

Emprego, 6) Regimento Interno, 7) Organização do Comitê, 8) Educação, 9) Direitos

Humanos, 10) Formação, 11) Plano Municipal da Política para a População em Situação

de Rua, 12) Segurança Alimentar, 13) Cultura e Lazer, 14) Fiscalização dos Recursos,

15) Esporte, 16) Documentação Civil, 17) Censo da População em Situação de Rua.

Através do Gráfico 16 é possível visualizar melhor:

Gráfico 16: Ordenamento por maior número de menções de pauta nas reuniões dos Comitês

Fonte: Elaboração própria, CGDPSR/SNPDDH/SDH/PR, 2014.

A pauta Assistência Social permanece como sendo a principal dentre todas

discutidas no Comitê, por vezes vinculada ao Centro Pop, ao Acolhimento Institucional

ou, ainda, qualidade do atendimento dos serviços socioassistenciais nos demais

equipamentos da Assistência.

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O revés é a alta frequência da menção da pauta Habitação, superando a Saúde

que junto com a Assistência Social, são as políticas públicas mais estruturadas para a

população em situação de rua. Não é surpresa diante da importância da pauta que foi

destacada como primeiro ponto na Carta entregue a Presidenta Dilma no dia 03 de

dezembro de 2014, no evento “Natal com Dilma”.

A quarta e quinta pautas mais mencionadas foram as políticas públicas de

Segurança Pública e de Trabalho e Emprego, aquela vinculada a violência de Guardas

Municipais e violência contra a população em situação de rua.

As pautas Regimento Interno e Organização do Comitê foram era 6ª e a 7ª

mais mencionadas demonstrando a fase na qual a PNPR está de consolidação e

alinhamento de metodologia, assim como de instalação de procedimento que deem

perenidade as ações e políticas.

Educação e Direitos Humanos foram as pautas ordenadas como 8ª e 9ª, aquela

foi citada no contexto da educação profissional e na alfabetização e a última como

denúncia de violação de direitos humanos.

As pautas ordenadas como 10ª e 11ª foram a Formação e Plano Municipal de

Políticas para a População em Situação de Rua que são atribuições específicas do

Comitê, junto com a 6ª Regimento Interno, a 7ª Organização e a 14ª pauta

Fiscalização dos recursos, o que aponta para a tendência de debate interno sobre o

próprio desenvolvimento do trabalho do Comitê e aumenta os argumentos para a

necessidade de constituir o Fórum Nacional de Comitês Pop Rua para trocas de

experiência, definição de metodologia de trabalho e formação para os representantes

e representantes.

Como foi listada anteriormente, as seis pautas menos mencionadas foram

Segurança Alimentar, Cultura e Lazer, Fiscalização dos recursos, Esporte,

Documentação Civil e Censo da População em Situação de Rua com menos de quatro

menções. Isso não significa que são pautas menos relevantes ou que já foram

resolvidas, mas colocam que são debatidas esporadicamente.

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4. Considerações finais

No segundo levantamento sobre os Comitês Pop Rua realizado um ano após o

segundo foi possível traçar análises comparativas guardando a distintas proporções de

12 (doze) Comitês Pop Rua que responderam em 2013 e 14 (quatorze) Comitês Pop

Rua em 2014.

A constatação que fruto da mobilização social e dos arranjos institucionais de

2010 a 2014 houve aumentou oito vezes o número de Comitês Pop Rua, passando de

03 (três) a 24 (vinte e quatro) motiva a continuar o trabalho de apoio da CGDPSR e

torna impostergável a realização do Fórum Nacional dos Comitês Pop Rua no ano de

2015.

Tal proposta foi construída pela consultoria de Lara Montenegro no Produto 3,

em 2013, e por mim no Produto 2, em 2014, e apresentada para a CGDPSR e debatida

em reunião do CIAMP-Rua, por fim, assumido como compromisso pela Presidenta

Dilma Rousself no evento Natal com Dilma, durante a Expocatadores, em dezembro de

2014, em São Paulo/SP.

Como resultado esperado para o Produto 3 foi solicitada o levantamento e

análise das pautas em discussão dos Comitês Pop Rua Locais e Estaduais. Destaco que

a constatação que metade dos comitês discute a pauta da criança e do adolescente em

situação de rua recoloca o debate da transversalidade entre os conselhos de direitos e

a discussão da política pública através da abordagem transgeracional.

Por fim, a síntese apresentada das pautas debatidas nos Comitês Pop Rua

aponta as seguintes pautas por ordem de maior frequência nas respostas dos

questionários: 1) Assistência Social, 2) Habitação, 3) Saúde, 4) Segurança Pública, 5)

Trabalho e Emprego, 6) Regimento Interno, 7) Organização do Comitê, 8) Educação, 9)

Direitos Humanos, 10) Formação, 11) Plano Municipal da Política para a População em

Situação de Rua, 12) Segurança Alimentar, 13) Cultura e Lazer, 14) Fiscalização dos

Recursos, 15) Esporte, 16) Documentação Civil, 17) Censo da População em Situação

de Rua.

A indicação da consultoria a ser apreciada pela CGDPSR/SDH/PR e CIAMP-Rua

como estratégia de monitoramento é a continuidade no ano de 2015 do levantamento

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por questionário estruturado, e a discussão da viabilidade de instituir instrumento

padrão para o monitoramento dos Comitês Pop Rua Locais e Estaduais tendo por base

o que foi construído no primeiro e no segundo levantamento.

5. Referências bibliográficas

BRASIL. Decreto n° 7053/09, de 23 de dezembro de 2009, que institui a Política

Nacional para a População em Situação de Rua. Acessado em 24 de setembro de 2014.

Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/

D7053.htm>

_________. Diálogos sobre a população em situação de rua no Brasil e na Europa:

experiências do Distrito Federal, Paris e Londres. Secretaria de Direitos Humanos da

Presidência da República. Brasília: SDH, 2013.

_________. Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua. Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Brasília, abril de 2008a.

_________. Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua. Ministério de

Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (Sumário Executivo) Brasília, SAGI/Meta,

2008b.

_________. Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Secretaria Especial de

Direitos Humanos da Presidência da República. Brasília, 2010.

_________. Relatório do II Encontro Nacional da População em Situação de Rua.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de

Assistência Social. Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação: Brasília, 2009.

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Anexo 1

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Anexo 2

Tabela 2: Contatos dos Comitês instituídos de Acompanhamento e Monitoramento da Política para a População em Situação Rua por território

N° Nome do Território Nomenclatura do Comitê Contato governamental e do órgão

responsável pela coordenação Contato da sociedade civil e

movimento social

01 Rio Branco (AC) Comitê Gestor de Políticas Públicas para

População em Situação de Rua

Fábio Fabrício Pereira da Silva (68) 3211-2459/ 6374 e (68) 9985-2028–Diretor de

Proteção Especial da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS)

[email protected] / [email protected]

Sem representação.

02 Maceió (AL) Comitê Intersetorial de Acompanhamento

e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua

Roseane (82) 3315-6119 e Isabele (82) 3315-3735 / (82) 8882-8226 Secretaria Municipal de Assistência Social

(SMAS) [email protected]

Paula Simony Lopes Ferreira (Coord. da sociedade civil pela

Ordem dos Advogados do Brasil -OAB) (82) 8812-5800

[email protected]

03 Porto Alegre (RS) Comitê Municipal de Enfrentamento à

Situação de Rua

Luciano Marcantônio Secretaria Municipal de Direitos Humanos

[email protected] Gab (51) 3289-7010 / (51) 9936-7249

Richard Campos MNPR-RS (51) 8431-3177

[email protected] João de Deus: (51) 9175-6121

04 Vitória (ES) Câmara Intersetorial de Políticas Públicas para População em Situação de Rua (CAI-

POP)

Cristiano de Araujo (27) 9780-5060 Secretaria Municipal de Assistência Social

(27) 3382-6162

[email protected] [email protected]

Rosangela Nascimento MNPR-ES

(27) 9992-5597 [email protected]

05 Niterói (RJ)

Comitê Gestor Intersetorial de Planejamento, Execução,

Acompanhamento e Monitoramento de Políticas Públicas do Município voltadas para a População em Situação de Rua

Joane e Verônica (21) 9-8832-2507 Secretaria de Assistência Social e Direitos

Humanos (21) 2717-3765 Sem representação.

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BINÔ ZWETSCH PRODUTO 3 UNESCO 914-BRZ3010

06 Belo Horizonte

(MG)

Comitê de Monitoramento e Acompanhamento da Política Municipal

para População em Situação de Rua

Soraya Romina (31) 8888-3370

Sec. Mun. de Políticas Sociais e Sec. Mun.

Adjunta de Assist. Social (31) 3277-9993

Edson Franco (MNPR-MG) (31) 3347-7414

07 Distrito Federal

Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política para Inclusão

Social da População em Situação de Rua do Distrito Federal

Sec. Distrital de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (61) 3348-5021

Meire Lia (61) 9182-0593 [email protected]

Antônia de Abreu MNPR-DF (61) 9514-5112

[email protected]

08 Paraíba Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política para Inclusão

Social da População em Situação de Rua

Madalena Dais (83) 3218-6666 Secretaria Estadual de Desenvolvimento

Humano [email protected]

Sem representação.

09 Curitiba (PR)

Comitê de Acompanhamento e Monitoramento das Ações Concernentes à

Política Nacional para População em Situação de Rua

Antonio (41) 9974-4699 Fundação de Ação Social (41) 3350-3539

[email protected]

Leonildo Monteiro MNPR-PR (41) 9569-9341

[email protected]

10 São José (SC)

Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento das Ações Concernentes

à Política Nacional para a População em Situação de Rua no âmbito do Município

de São José

Lédio Coelho (48) 88484406 Secretaria Municipal de Assistência Social

[email protected] Oliva (48) 3281-6754

[email protected]

Sem informação.

11 Osasco (SP) Comitê Gestor Intersecretarial e

Intersetorial (CGI)

Secretaria de Assistência e Promoção Social (11) 2183-6700 (geral)

Contato: Fabio (DPSE/SAPS) [email protected]

Sem representação.

12 Salvador (BA) Comitê Intersetorial de Acompanhamento

e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua

Dinsjani Santos (71) 9959-3621 / (71) 8824-4710

Secretaria Municipal de Assistência Social [email protected]

Sueli MNPR-BA (71) 3266-0034

[email protected]

13 São Paulo (SP) Comitê Intersetorial da Política Municipal

para População em Situação de Rua na cidade de São Paulo

Luana Bottini Secretaria Municipal de Direitos Humanos e

Cidadania [email protected]

(11) 3397-1444/1400

Josefa Laurindo da Silva (11) 99171-6612 / (11) 3064-0661

Fórum da População de rua [email protected]

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BINÔ ZWETSCH PRODUTO 3 UNESCO 914-BRZ3010

14 Goiânia (GO) Comitê Gestor Municipal Intersetorial da

Política Nacional para População em Situação de Rua

José Eduardo da Silva Batista Assessoria de Direitos Humanos da

Prefeitura de Goiânia (62) 3524-4075

[email protected]

Kamilly Cordeiro Santos Fórum da População de Rua

(62) 3524 2632/ (62) 8111-2868 [email protected]

15 Florianópolis (SC) Comitê Intersetorial de Acompanhamento

e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua

Katia Abraham Secretaria Municipal de Assistência Social

(48) 3251-6252 [email protected]

Daniel MNPR-SC (48) 8880-9760 / (48) 3228-5356 / (48) 84045713 [email protected]

Ivone (48) 8404-5579 Centro Cultural Escrava Anastácia

[email protected]

16 Minas Gerais Comitê Intersetorial de Acompanhamento

e Monitoramento da Política Estadual para a População em Situação de Rua

Em implantação. Samuel MNPR-MG

(31) 9909-3229 [email protected]

17 Ipatinga (MG) Comitê Intersetorial de Acompanhamento

e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua

Aline Formiga Secretaria Municipal de Assistência Social

[email protected] Sem informação.

18 Juiz de Fora (MG) Comitê Gestor Municipal Intersetorial da Política Municipal para a População em

Situação de Rua - Comitê Pop Rua

Lindomar (32) 9988-6142 Proteção Social Especial

Secretaria de Desenvolvimento Social [email protected] (32) 3690-8525/ 8128

Sem informação.

19 Recife (PE) Comitê Intersetorial de Acompanhamento

e monitoramento da Política Municipal para População em Situação de Rua

Geruza Felizardo Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife (81)3355-

8742/8135 [email protected]

Sem informação.

20 Bahia Comitê Intersetorial de Acompanhamento

e Monitoramento da Política Estadual para a População em Situação de Rua

Adauto Leite (71) 8713-1814 Secretaria de Desenvolvimento Social

(SEDES) (71) 3115-3225 [email protected]

Maria Lucia Santos Pereira (71) 3266-0034 / (71) 8760-4822

[email protected]

21 Ceará Comitê Estadual de Políticas Públicas para

a População em Situação de Rua Não implantado.

Cirlandio MNPR-CE [email protected]

(85)8562-2765

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BINÔ ZWETSCH PRODUTO 3 UNESCO 914-BRZ3010

Fernanda Pastoral do Povo da Rua (85) 3291-6008/3388-8706 /

(85) 8872-6947 [email protected]

22 Londrina (PR)

Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua

Não implantado. Sem informação.

23 Feira de Santana

(BA)

Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua

Não implantado. Maria Lucia Santos Pereira

(71) 3266-0034 / (71) 8760-4822 [email protected]

24 Rio Grande do Sul Comitê Intersetorial de Acompanhamento

e Monitoramento da Política Estadual para População em Situação de Rua

Não implantado. Richard Campos MNPR-RS

(51) 8431-3177 [email protected]