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Universidade Estadual do Piauí UESPI Clínica Escola de Odontologia - CEO Campus Alexandre Alves de Oliveira Bacharelado em Odontologia Bloco IV Alveolite Pericoronarite Hemorragia Tratamento Complicações pós-cirúrgicas ambulatoriais PARNAÍBA 2015 Acadêmicos: Beatriz Pietra Ayrton Galvão Adriana Mércia

Tratamento alveolites, pericoronarites e hemorragias

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Universidade Estadual do Piauí – UESPI

Clínica Escola de Odontologia - CEO

Campus Alexandre Alves de Oliveira

Bacharelado em Odontologia

Bloco IV

Alveolite Pericoronarite Hemorragia

Tratamento

Complicações pós-cirúrgicas ambulatoriais

PARNAÍBA

2015

Acadêmicos:

• Beatriz Pietra

• Ayrton Galvão

• Adriana Mércia

Tratamento de alveolites

Alveolite

Introdução

É uma inflamação no alveólo.

• Podem surgir no pós-operatório de extrações dentárias;

• Possui ocorrência em cerda de 1% - 4% dos casos de exodontia;

• Pode ser considerada como consequência de uma inflamação anterior;

• Há duas classificções:

• Alveolite

seca

• Alveolite

úmida

Alveolite

Classificação das alveolites

SECA PURULENTA/UMIDA

• Manobra cirúrgica difícil;

• Fratura de osso alveolar;

• Ausência de ponto

cirúrgico;

• Ausência de coágulo;

• Displicência do paciente no

pós-operatório;

• Presença de coágulo;

• Posterior à alveolite seca;*

• Infecção por objetos

contaminados;

• As alveolites são classificadas de acordo com a causa aparente e por suas

características físicas

Alveolite

Sinais e sintomas

Alveoliteseca

Dor intensa

Odor Osso visível

Alveoliteúmida

Febre

Dor Presença

de pus

• Ambas apresentam insensibilidade à analgésicos.

Alveolite

Fatores etiológicos

Uso de tabaco

Uso de contraceptivos

Uso de corticóides

Alveolite

Fatores etiológicos

Trauma cirúrgico

Higiene oral

Anestésico

local

Problemas sistêmicos

Quebra da cadeia asséptica

Alveolite

Tratamento

O tratamento das alveolites visa:

Cura da infecção

Alívio da dorPropiciar

ciclo regenerativo

1. Anestesia local, pela técnica de bloqueio de nervos alveolares, seguida de infiltração no fundo de saco gengival (fórnix).

2. Remoção de depósitos grosseiros de cálculos e placas dentárias das áreas envolvidas, respeitando a tolerância do paciente.

3. Irrigar abundantemente o local com solução fisiológica estéril seguida de clorexidina 0,12%.

4. Prescrever bochechos com 15 mL com clorexidina 0,12%, não diluída, a cada 12 h, por uma semana.

5. Não utilizar sutura de qualquer tipo.

6. Para alívio da dor, prescrever dipirona (500 mg a 1g) com intervalos de 4 h, por 24h. Em caso de persistência da dor prescreve um AINE.

7. Agendar consulta para reavaliação.

8. Acompanhar evolução do quadro.

9. Na persistência ou agravamento dos sintomas, instruir tratamento com antibioóicos.

Alveolite

Tratamento

PROTOCOLO DE TRATAMENTO

Alveolite

Tratamento

Quando a dor não é suprimida

Higienizar

Procedi-mentos de irrigação

Anestesiar

Curetar

• Nesses casos refratários pode-se aplicar uma pasta medicamentosa no interior do alvéolo.

Composição da pasta:

Alveolite

Tratamento

Metronidazol10%

Lidocaína 2%

Essência de menta

Lanolina

Isolar e secar o campo

Preencher a cavidade

Realizar pressão

Alveolite

Procedimento de aplicação

Alveolite

Tratamento

Outras medicações:

1. Óxido de zinco e eugenol;

2. Alveosan e alveoliten

Tratamento de pericoronarites

• É um processo inflamatório de caráter agudo ou crônico, que se desenvolve nos tecidos gengivais que recobrem as coroas dos dentes em erupção ou parcialmente erupcionados;

• Decorrente do desenvolvimento de colônias bacterianas;

• Com o acúmulo das bactérias no espaço entre a gengiva e o elemento dentário, o tecido torna-se edemaciado e com sintomatologia dolorosa.

Pericoronarite

Pericoronarite

• O tecido pode ficar tão edemaciado que provoca contato oclusal.

Pericoronarite

Pericoronarite

TRAUMA

• Seu principal sintoma é a dor;

• Podendo atingir:

• Os tecidos apresentam-se com uma coloração vermelha intensa, devido a hiperemia do local.

Pericoronarite

Pericoronarite

Assoalho da

bocaOuvido Garganta

• Ocorre com maior frequência na erupção dos terceiros molares mandibulares.

Retenção da placa dentária e restos de alimentos sobre o capuz;

Traumatismo dos terceiros molares devido à mastigação.

Pericoronarite

Pericoronarite

• O extravasamento de plasma sanguíneo, quando em excesso, gera edema que pode espalhar-se para a região do ângulo da mandíbula.

• Pode-se observar a presença de pus, após sondagem periodontal.

• Manifestações locais e sistêmicas:

Linfadenite; Febre;

Dificuldade de deglutição; Mal-estar geral.

Pericoronarite

Pericoronarite

Limitação da

abertura da boca

1. Anestesia local, pela técnica de bloqueio regional dos nervos alveolar inferior e lingual, seguida de infiltração do fundo do saco gengival para anestesia do nervo bucal.

Bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000.

2. Remover os depósitos grosseiros de cálculo e placa dentária, por meio de cuidadosa instrumentação das áreas envolvidas, supra e subgengival, limitando-a de acordo com a tolerância do paciente.

Pericoronarite

Protocolo de tratamento

3. Irrigar abundantemente o local com solução fisiológica estéril e, em seguida, com solução de digluconato de clorexidina0,12%.

4. Orientar o paciente com relação a higiene oral, salientando a importância do combate à placa.

Prescrever bochechos com 15ml de digluconato de clorexidina 0,12%, não diluída, a cada 12h, durante uma semana.

Pericoronarite

Protocolo de tratamento

5. Prescrever dipirona (500mg a 1g)com intervalos de 4h, pelo período de 24h.

Se a dor persistir, prescrever um AINE (p. ex., nimesulida100mg, a cada 12 h).

6. Agendar consulta para reavaliação do quadro clínico, após um período de 24-48 h.

7. Acompanhar a evolução do quadro, até a alta do paciente.

Na persistência ou agravos dos sintomas, instituir o tratamento complementar com antibióticos.

Pericoronarite

Protocolo de tratamento

• Os pacientes só procuram pelo tratamento quando o processo infeccioso encontra-se bastante evoluído.

Presença de sinais de disseminação local e manifestações sistêmicas.

Pericoronarite

Uso de antibióticos

Limitação da

abertura da

boca

Dor

espontânea Edema

Linfadenite Febre

Regime preconizado para adultos:

Pericoronarite

Uso de antibióticos

Amoxicilina 500 mg a cada 8 h

Metronidazol 250 mg a cada 8 h

Alérgicos à penicilinas ou com intolerância ao metronidazol:

ou

Pericoronarite

Uso de antibióticos

Claritromicina 500 mg a cada 12 h

Clindamicina 300 mg a cada 8 h

Duração do tratamento:

• Prescrever inicialmente por um período de três dias;

• Antes de completar 72 h de tratamento, reavaliar o quadro clínico;

• Com base na remissão dos sintomas, manter ou não a terapia, pelo tempo necessário;

• Em geral, a duração do tratamento dificilmente irá ultrapassar o período de cinco dias.

Pericoronarite

Uso de antibióticos

• Casos avançados:

• Presença de celulite considerável;

• Disfagia;

• Anorexia;

• Mal-estar geral.

Pericoronarite

Uso de antibióticos

Encaminhar para os

cuidados de um cirurgião

bucomaxilofacial.

Tratamento de hemorragias

Hemorragia

Introdução

• Em cirurgias podem surgir acidentes e complicações;

• As hemorragias são as complicações de sangue mais comuns

no consultório odontológico;

• Mais prevalentes:

Extravasamento abundante e anormal de sangue.

Exodontias

múltiplas e

complicadas

Hemorragia

Introdução

• Fatores precipitantes:

Fatores locais Fatores sistêmicos

• Ruptura ou

laceração de

vasos sanguíneos

• Enfermidades sistêmicas hipertensão arterial não controlada

• Discrasias sanguíneas hemofilia

trombocitopenias

anemias

leuceumias

• As hemorragias podem ser classificadas de acordo com sua localização, origem, quanto a natureza do vasos, quanto ao seu momento:

Hemorragia

Classificação das hemorragias

Quanto a localização:

Interna

Externa

• As hemorragias podem ser classificadas de acordo com sua localização, origem, quanto a natureza do vasos, quanto ao seu momento:

Hemorragia

Classificação das hemorragias

Quanto a origem:

Osso

Tecidos moles

circundantes

• As hemorragias podem ser classificadas de acordo com sua localização, origem, quanto a natureza do vasos, quanto ao seu momento:

Hemorragia

Classificação das hemorragias

Quanto a natureza dos

vasos:

Derivadas de artérias

Derivadas de capilares

Derivadas de veias

• As hemorragias podem ser classificadas de acordo com sua localização, origem, quanto a natureza do vasos, quanto ao seu momento:

Hemorragia

Classificação das hemorragias

Quanto ao momento:

Imediata

Mediata

Recorrente Secundária

• A anamnese é de suma importância para se estabelecer a causa;

• Se relatado algum tipo de problema hematológico ou discrasiasanguínea:

• Solicitação de exames complementares pré-operatórios.

Hemorragia

Prevenção na Odontologia

Dependendo da gravidade Atendimento em

ambiente hospital

Hemorragia

Processo de coagulação

• Os pacientes com transtornos de coagulação sanguíneaconstituem um grupo que requer atenção e cuidados especiaisna prática odontológica;

• A hemofilia e a doença de von Willebrand são as mais comuns das coagulopatias hereditárias;

• O médico do paciente deve ser consultado antes que qualquer tratamento seja executado e o fator risco-benefício deve ser avaliado.

Hemorragia

Pacientes com coagulopatias

os procedimentos cirúrgicos oferecem grande

risco de sangramento

• As causas das hemorragias podem estar relacionadas a fatores predisponentes à hemorragia;

Hemorragia

Principais causas da hemorragia

Causas médicas Trans-operatórios Pós-operatório

• Enfermidades ou situações sistêmicas alteradas:

• Hipertensão;

• Ateriosclerose;

• Neoplasias;

• Hemofilia;

• Leucemia;

• Anemia perniciosa aplásicas;

• Trombocitopenia;

• Falta de vitaminas, principalmente C e K

• As causas das hemorragias podem estar relacionadas a fatores predisponentes à hemorragia;

Hemorragia

Principais causas da hemorragia

Causas médicas Trans-operatórios Pós-operatório

Obs: Consumo de alguns medicamentos:

• Ácido acetil salicílico;

• Heparina

• As causas das hemorragias podem estar relacionadas a fatores predisponentes à hemorragia;

• Hemorragias por defeitos cirúrgicos

• Hemorragia por traumas

Hemorragia

Principais causas da hemorragia

Causas médicas Trans-operatórios Pós-operatório

• São hemorragias que acontecem no período em que o procedimento

esta sendo realizado.

• As causas das hemorragias podem estar relacionadas a fatores predisponentes à hemorragia;

Hemorragia

Principais causas da hemorragia

Causas médicas Trans-operatórios Pós-operatório

• É provocada pelo próprio paciente no período de recuperação;

• Cuspir;

• Fumar;

• Fazer sucção;

• Bochechar;

• Ingestão de alimentos quentes;

• Pressão excessiva sobre a área cirúrgica;

• Fazer esforços físicos e movimentos que

estimulem a circulação excessiva do sangue

• Eles são muito importantes para o dentista e o paciente saberem o que pode modificar no corpo em casos que você está com o sangramento excessivo.

Hemorragia

Sinais clínicos

Palidez

Pele fria

Pulso

acelerado

Fraqueza

1. Manter a calma, para transmitir segurança ao paciente.

Hemorragia

Protocolo de atendimento

2. Anestesiar, preferencialmente por meio de bloqueio regional, empregando solução.

Hemorragia

Protocolo de atendimento

lidocaína 2% ou

mepivacaína 2%

com epinefrina 1:100.000

3. Limpar a área por meio de irrigação

com soro fisiológico.

4. Remover a sutura quando presente.

5. Tentar localizar o ponto de sangramento ou avaliar se a

hemorragia é difusa.

Hemorragia

Protocolo de atendimento

6. Comprimir, tamponando o local com auxílio de uma gaze estéril e aguardar 5 minutos, aspirando sempre para evitar a deglutição de sangue.

7. Avaliar a pressão arterial sanguínea, pois as medidas locais de hemostasia podem não ser eficazes em pacientes com PA sistólica muito elevada

Hemorragia

Protocolo de atendimento

8. Conter o sangramento com medidas locais:

9. Em caso de melhora de sangramento, orientar o paciente a“morder” uma gaze sobre o local, mantendo-o sob observação de15mim.

Hemorragia

Protocolo de atendimento

Compressão de vasos intraósseos

Correção de laceração de tecidos

moles

Suturas oclusivas

Tamponar o alvéolo com esponja de gelatina

absorvível ou cera óssea

10. Dispensar o paciente, orientando-o a manter uma gazecomprimida sobre o local por mais 15mim;

11. Prescrever dieta líquida e fria, hiperproteica;

12. Recomendar os cuidados para evitar esforço físico,exposição demasiada ao sol e bochechos de qualquer espéciedurante 48h.

Hemorragia

Protocolo de atendimento

Se a hemorragia for controlada

13. Marcar o retorno após 5-7 dias,

para remoção de sutura;

14. Manter contato com o paciente para avaliar a evolução

do quadro.

Hemorragia

Protocolo de atendimento

Se a hemorragia for controlada

Hemorragia

Protocolo de atendimento

Se o sangramento persistir

1. Suspeitar de algum problema

de caráter sistêmico;

2. Encaminhar imediatamente para

avaliação médica e de um cirurgião

bucomaxilofacial, em ambiente hospitalar.

Hemorragia

Referências

• ANDRADE, Eduardo Dias de (Org.). Terapêutica medicamentosa em odontologia. 3.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2014. 238 p.

• NEVILLE, B.W. et al. Patologia Oral & Maxilofacial. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 972p.

• MARQUES, Rogério Vera Cruz Ferro et al. Atendimento odontológico em pacientes com Hemofilia e Doença de von Willebrand. Arquivos em Odontologia, v. 46, n. 3, p. 176-180, 2010.

Obrigado pela atenção!