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1 RESUMOS PARA CONCURSOS Versão 2016 JOSÉ ROBSON SILVA DIREITO ADMINISTRATIVO

Resumos direito administrativo

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RESUMOS PARA CONCURSOS

Versão 2016

JOSÉ ROBSON SILVA

DIREITO ADMINISTRATIVO

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RESUMO DE DIREITO ADMINISTRATIVOS

Sumário CONCEITOS DE DIREITO POR CRITÉRIO ................................................................................................... 4 FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................................................... 4 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................... 7 ELEMENTOS DO ESTADO .......................................................................................................................... 10 CRITÉRIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO .............................................................................................. 11 ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................................................... 11 PODERES ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................... 20 ÓRGÃOS PÚBLICOS ................................................................................................................................... 22 TERCEIRO SETOR ...................................................................................................................................... 23 SERVIÇOS PÚBLICOS ................................................................................................................................ 24 AGENTES PÚBLICOS .................................................................................................................................. 32 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................................................ 34 CENTRALIZAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO ............................................................................................... 36 AGÊNCIAS REGULADORAS E EXECUTIVAS ............................................................................................. 36 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................................................................. 40 PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA ................................................................................................................ 44 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO .................................................................................................. 44 CONCEITOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................ 52

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CONCEITOS DE DIREITO POR CRITÉRIO Conceito de Direito Administrativo: O Direito Administrativo é um conjunto de normas e princípios que regem a atuação da Administração Pública.

CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO POR CRITÉRIO

CRITÉRIO DEFINIÇÃO

CRITÉRIO LEGALISTA Ou exegético ou unidimensional ou simples. É compreendido como um conjunto de leis administrativas que regulam a Administração Pública de um determinado Estado.

CRITÉRIO DO PODER EXECUTIVO

Concentra toda a atividade administrativa como disciplina exclusiva do Poder Executivo. O que é compreensivelmente questionável, levando-se em conta que todos os demais Poderes podem exercer atividade Administrativa.

CRITÉRIO DO SERVIÇO PÚBLICO

Restringe o Direito Administrativo à organização e prestação de serviços públicos, não fazendo nenhuma distinção entre a atividade jurídica do Estado e o serviço público, que é atividade material.

RELAÇÕES JURÍDICO-ADMINISTRATIVAS

Define o Direito Administrativo como um conjunto de normas responsáveis por regular as relações entre a Administração e os administrados.

CRITÉRIO TELEOLÓGICO OU FINALÍSTICO

Esse critério apresenta o Direito Administrativo como o conjunto de princípios e regras que disciplina a atividade material do Estado (atividade administrativa) voltada para o cumprimento de seus fins coletivos. O critério teleológico seria o sistema de regras, normas jurídicas que orientam a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins.

CRITÉRIO NEGATIVISTA OU RESIDUAL

Tem por objeto as atividades desenvolvidas pela Administração Pública para a consecução de seus fins estatais, excluindo-se as atividades legislativa e judiciária.

CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O Direito Administrativo pode ser conceituado como o conjunto de princípios e regras que disciplina a organização e o funcionamento do Poder Executivo. Em sentido amplo, Direito Administrativo é o ramo do direito público interno que visa a satisfazer os interesses da coletividade de forma direta e concreta.

CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua o Direito Administrativo como “o ramo do direito público que tem por objeto órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”.

Por sua vez, José dos Santos Carvalho Filho afirma ser o Direito Administrativo “o conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir”.

O professor Hely Lopes Meirelles formulou o conceito de Direito Administrativo mais explorado pelas bancas examinadoras, ao declarar que esse ramo do Direito Público caracteriza-se como o “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.

O Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem órgãos, agentes e atividades públicas que tendem a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO São fontes do Direito Administrativo:

A Lei: A lei é a mais importante fonte do Direito Administrativo brasileiro, sendo considerada uma fonte primária. Nesse caso, a expressão “lei” deve ser entendida em sentido amplo, abrangendo as normas constitucionais, os atos normativos primários previstos no artigo 59 da Constituição Federal (emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas, decretos e resoluções), os tratados e acordos internacionais, os estatutos e regimentos e, ainda, os denominados atos normativos secundários (os atos administrativos editados por agentes públicos, a exemplo dos decretos regulamentares, portarias, instruções normativas, entre outros).

Tratados e acordos internacionais; A jurisprudência; Os costumes; Doutrina; Princípios gerais do direito.

Quais são as principais fontes do direito administrativo? Os costumes, a jurisprudência, a doutrina e a lei constituem as principais fontes do direito administrativo.

FONTES SECUNDÁRIAS

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO É o conjunto harmônico de regras e princípios que guardam correlação lógica entre si e compõem o Direito Administrativo.

Fontes

Primárias

Lei (principal)

Súmulas Vinculantes

Secundárias

Jurisprudência

Doutrina

Costume

Princípios Gerais do Direito

Tratados e Acordos Internacionais

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FATO ADMINISTRATIVO FATO DA ADMINISTRAÇÃO ATOS ADMINISTRATIVOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO

Toda atividade material que tem, por objetivo, efeitos práticos no interesse da pessoa jurídica que a executa, neste caso, a Administração, por intermédio de seus agentes. […] é qualquer ato material praticado pelo Estado no exercício da Administração. É toda realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa, tal como a construção de uma ponte, a instalação de um serviço público etc. […] O fato administrativo resulta sempre do ato administrativo que o determina. 1 a) A apreensão de mercadorias; b) A demolição de edifícios; c) A interdição de estabelecimentos comerciais; d) A detenção de delinquentes pela autoridade policial, etc. 2) Derivados de condutas administrativas temos: a) A alteração de endereço de repartição pública; b) Varrição de rua; c) Cirurgia em hospital público, etc. 3) De fatos administrativos naturais, temos: a) Raios que destroem bem público; b) Árvore centenária, que ao cair, danifica praça pública; c) Enchentes que inutilizam equipamentos públicos etc.

O fato da administração é uma das causas que impossibilitam o cumprimento do contrato administrativo pelo contratado. Ele pode ser definido como toda ação ou omissão do Poder Público, especificamente relacionada ao contrato, que impede ou retarda sua execução. Consequentemente, a sua incidência pode ensejar a rescisão judicial ou amigável do contrato, ou ainda, a paralisação da execução contratual, até que a situação seja normalizada.

Pode-se definir o ato administrativo como a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. É toda manifestação unilateral da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria (Hely Lopes Meirelles).

É todo ato praticado pela Administração Pública, mais especificamente pelo Executivo, no exercício da função administrativa, podendo ser regido pelo direito público ou pelo direito privado.

Os atos da administração podem ser: a) Atos privados da Administração. Ex: doação, permuta, compra e venda, locação. b) Atos materiais: condutas que não contêm manifestação de vontade, constituindo apenas em uma execução, configurando fatos administrativos e não atos administrativos. Ex: demolição de uma cassa, apreensão de mercadoria, realização de um serviço. c) Atos administrativos. d) Atos políticos. e) Atos normativos.

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (LIMPE) (EXPRESSOS DO ART. 37 CF/88)

LE

GA

LID

AD

E

Significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil, criminal, conforme o caso.

IMP

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DE

Significa que o administrador deverá agir sempre de forma impessoal, isenta, imparcial, objetivando alcançar o interesse público, o bem da coletividade, e não agir de forma pessoal visando prejudicar ou beneficiar alguém, seja uma terceira pessoa, seja ele próprio. O princípio da impessoalidade apresenta quatro sentidos: a) Princípio da finalidade: em sentido amplo, o princípio da finalidade é sinônimo de interesse público, uma vez

que todo e qualquer ato da administração deve ser praticado visando à satisfação do interesse público. Por outro lado, em sentido estrito, o ato administrativo deve satisfazer a finalidade específica prevista em lei.

b) Princípio da igualdade ou isonomia: o princípio da impessoalidade se traduz na ideia de isonomia, pois a Administração deve atender a todos os administrados sem discriminações. Não se pode favorecer pessoas ou se utilizar de perseguições indevidas, consagrando assim o princípio da igualdade ou isonomia.

c) Vedação de promoção pessoal: os agentes públicos atuam em nome do Estado, dessa forma, não poderá ocorrer a pessoalização ou promoção pessoal do agente público pelos atos realizados. Esse sentido decorre diretamente do § 1° do Art. 37 da CF: § 1º – A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

d) Impedimento e suspeição: esses institutos possuem o objetivo de afastar de processos administrativos ou judiciais as pessoas que não possuem condições de aplicar a lei de forma imparcial, em função de parentesco, amizade ou inimizade com pessoas que participam do processo.

MO

RA

LID

AD

E

Diz respeito à atuação dos agentes públicos, que deverá sempre se pautar pela ética. A Administração e seus agentes devem atuar não apenas com vistas na lei, mas sobretudo buscando preservar a moral, os bons costumes e a justiça.

PU

BL

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AD

E

Os atos praticados pela Administração devem ser públicos, transparentes, ou seja, do conhecimento de todos, com exceção dos atos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, conforme art. 5°, XXXIII, da Constituição Federal: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.

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Visa exigir que a Administração Pública, como um todo, funcione de forma mais eficiente, preocupada com seu desempenho e em alcançar resultados cada vez mais positivos, procurando a busca pela maior produtividade, em contraposição aos velhos hábitos e rotinas burocráticas que sempre nortearam a atividade pública. A eficiência está ligada a uma noção de Administração mais moderna, mais gerencial, preocupada com resultados, enquanto os demais princípios básicos sempre se relacionaram a uma Administração burocrática, preocupada com controles e procedimentos. São decorrências desse princípio as criações de institutos como contratos de gestão, agências executivas e reguladoras, organizações sociais e a procura pela ampliação de autonomia de órgãos e entidades.

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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS (ALGUNS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA)

RA

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AB

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AD

E

O princípio da razoabilidade é assegurado no processo administrativo por meio da adequação entre meios e fins e da vedação à imposição de obrigações, restrições e sanções superiores àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, são ilegítimas “as condutas desarrazoadas, bizarras, incoerentes ou praticadas com desconsideração às situações e circunstâncias que seriam atendidas por quem tivesse atributos normais de prudência, sensatez e disposição de acatamento às finalidades da lei atributiva da discrição manejada”. É uma limitação ao poder discricionário. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade não possuem previsão expressa na

Constituição, existindo apenas implicitamente em decorrência do princípio do devido processo legal.

Os dois princípios se aplicam

na limitação

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princípios da razoabilidade e da proporcionalidade não invadem o m

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administrativo, pois analisam

a legalidade e legitimidade.

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Exige o equilíbrio entre os meios que a Administração utiliza e os fins que ela deseja alcançar, segundo os padrões comuns da sociedade, analisando cada caso concreto. É uma limitação ao poder discricionário. O princípio da proporcionalidade tem por objeto o controle do excesso de poder, pois nenhum cidadão pode sofrer restrições de sua liberdade além do que seja indispensável para o alcance do interesse público. A proporcionalidade possui três elementos: Adequação (pertinência, aptidão): significa que o meio empregado deve ser compatível com o fim desejado. Os meios devem ser efetivos para os resultados que se deseja alcançar. Necessidade (exigibilidade): não deve existir outro meio menos gravoso ou oneroso para alcançar o fim público, isto é, o meio escolhido deve ser o que causa o menor prejuízo possível para os indivíduos; Proporcionalidade em sentido estrito: a vantagens a serem conquistadas devem superar as desvantagens.

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Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio do controle ou da tutela foi elaborado para assegurar que as entidades da Administração Indireta observem o princípio da especialidade. Esse princípio é representado pelo controle da Administração Direta sobre as atividades das entidades administrativas, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais. O princípio da especialidade na administração indireta impõe a necessidade de que conste, na lei de criação da entidade, a atividade a ser exercida de modo descentralizado.

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LA

O princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possui o poder de controlar os seus próprios atos, anulando-os quando ilegais ou revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos. Assim, a Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para corrigir os seus atos, podendo fazê-lo diretamente. Súmula nº 473 A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Art. 53 da Lei 9.784/1999: “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos” A autotutela envolve dois aspectos da atuação administrativa: a) legalidade: em relação ao qual a Administração procede, de ofício ou por provocação, a anulação de atos ilegais; (Poder-Dever de ofício da Adm.) b) mérito: em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e oportunidade de sua manutenção ou desfazimento. (revogação). OBSERVAÇÃO: no Brasil vigora o princípio da inafastabilidade de tutela jurisdicional (sistema de jurisdição única), segundo o qual a lei não afastará do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5º, XXXV). Assim, o controle de legalidade realizado pela própria Administração Pública não afasta a competência do Poder Judiciário de controlar a legalidade dos atos públicos. A diferença, no entanto, é que a Administração pode agir de ofício, enquanto o Poder Judiciário só atuará mediante provocação.

MO

TIV

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O motivo é a situação de fato ou de direito que serve de fundamento para a prática do ato. A situação de direito é aquela, descrita na lei, enquanto que a situação de fato corresponde ao conjunto de circunstâncias que levam a Administração a praticar o ato. A MOTIVAÇÃO É OBRIGATÓRIA PARA ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS. A motivação, por sua vez, vem a ser a exposição dos motivos que determinam a prática do ato, a exteriorização dos motivos que levaram a Administração a praticar o ato. É a demonstração por escrito, de que os pressupostos autorizadores da prática do ato realmente aconteceram. MOTIVO: pressuposto de fato e de direito do ato administrativo; MOTIVAÇÃO: é a exposição escrita da razão que determinou a prática do ato.

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PROTEÇÃO A CONFIANÇA

LEGÍTIMA

O princípio da proteção à confiança legitima corresponde a possibilidade de manutenção de atos administrativos inválidos. A proteção a confiança corresponde ao aspecto subjetivo da segurança jurídica. Tem origem no direito Alemão.

FINALIDADE

Segundo esse princípio, todas as ações da Administração devem ser praticadas visando o interesse público. Para aqueles que praticam atos de desvio de finalidade cometem desvio de poder, ou seja, a autoridade age dentro dos limites da sua competência, mas o ato não atende ao interesse público ou ao fim visado na norma, dessa forma o ato deve ser nulo.

ESPECIALIDADE O princípio da especialidade reza que os órgãos e entidades da Administração devem cumprir o papel para os quais foram criadas, sendo vedadas as atividades estranhas à missão legalmente destinada a esses órgãos e entidades.

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ELEMENTOS DO ESTADO ESTADO

É um ente, um sujeito de direitos, que tem como elementos o povo, o território e a soberania.

EL

EM

EN

TO

S

POVO É o elemento humano do Estado, é do povo que origina todo o poder representado pelo Estado. Isso está expressamente consignado no art. 1º, parágrafo único, da Constituição (“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição).

TERRITÓRIO É a área onde o Estado exerce sua soberania.

SOBERANIA Soberania é o poder que tem o Estado de se administrar.

GOVERNO

GOVERNO

Governo é um elemento do Estado e é definido como “a atividade política organizada do Estado, possuindo ampla discricionariedade, sob responsabilidade constitucional e política” e “governo é a expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente”. Na sua acepção formal, entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SENTIDOS

FORMAL, ORGÂNICO, SUBJETIVO Subdivide-se em órgãos governamentais e órgãos administrativos. Em sentido estrito: pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem funções administrativas.

MATERIAL, FUNCIONAL, OBJETIVO

Subdivide-se em função política e administrativa. Em sentido estrito: atividade exercida pelos entes acima.

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CRITÉRIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Dentre os critérios do conceito Administrativo o adotado pelo Brasil é o Critério Da Administração Pública.

Conceito de Direito Administrativo: (Regime Jurídico Administrativo) é um conjunto harmônico de regras e princípios que regem os órgãos públicos, os agentes públicos e a própria atividade administrativa realizando de forma direta, concreta e imediata os fins desejados pelo estado. DIRETA: sem provocações ≠ atividade jurisdicional CONCRETA: destinatários determinados IMEDIATA: atividade jurídica ≠ atividade social (mediata) FINS DO ESTADO: definido pelo direito constitucional. ESTADO: pessoa jurídica de direito público, dotado de direitos e obrigações. O estado é permanente. GOVERNO: cúpula diretiva do Estado, governo Dilma, Lula, etc. O governo é temporário. ADMINISTRAÇÃO: formal, orgânico, subjetivo x material, funcional, objetivo. MACETE: FOS OAB (FORMAL, ORGÂNICO, SUBJETIVO ÓRGÃOS, AGENTES, BENS) [Quem? A máquina pública] MFO ATIVIDADE ADMINISTRATIVA (MATERIAL, FUNCIONAL, OBJETIVO ATIVIDADE ADMINISTRATIVA) [O quê? – Atividade administrativa) - Serviço Público; - Polícia Administrativa; - Fomento; - Intervenção.

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SERVIDORES PÚBLICOS

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ATOS ADMINISTRATIVOS

ATOS ADMINISTRATIVOS

AT

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Os “atos da Administração” são todos os que são editados pela Administração Pública, sejam eles regidos pelo direito público ou direito privado. Nesse caso, é suficiente que o ato tenha sido editado pela Administração Pública para ser considerado “ato da Administração”. Para Maria Sylvia Zanella DI Pietro informa que podem ser incluídos como atos da Administração: os atos de direito privado (doação ou locação); atos materiais (que envolvem apenas a execução de determinada atividade, a exemplo de uma demolição); os atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor (atestados e certidões); os atos políticos; os contratos; os atos normativos; e, ainda, os atos administrativos propriamente ditos.

A DESIGNAÇÃO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO ABRANGE TODA ATIVIDADE DESEMPENHADA PELA ADMINISTRAÇÃO.

FATOS DA ADMINISTRAÇÃO

A expressão “fato da Administração” é utilizada para referir-se a determinados fatos ocorridos no âmbito da Administração Pública e que não repercutem no âmbito do Direito Administrativo.

ATOS ADMINISTRATIVOS

É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.”

FA

TO

S A

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IVO

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Maria Sylvia Zanella DI Pietro, conceitua como fato administrativo o “fato” ocorrido no âmbito da Administração Pública e que gera efeitos jurídicos no âmbito do Direito Administrativo. Também pode ser entendido como uma consequência do ato administrativo. Primeiro, edita-se o ato administrativo e, posteriormente, no momento de colocá-lo em prática, de executá-lo, ocorre o fato administrativo, que também é denominado de “ato material” da Administração. FATOS ADMINISTRATIVOS INVOLUNTÁRIOS: É aquele que decorre de um evento natural que produziu consequências

jurídicas no âmbito do Direito. Podemos citar como exemplos a morte de um servidor, um raio que causou um incêndio em uma repartição pública, ou, ainda, o nascimento do filho de uma servidora.

FATOS ADMINISTRATIVOS VOLUNTÁRIOS: Segundo o professor José dos Santos Carvalho Filho, os fatos administrativos voluntários se materializam de duas maneiras distintas: a) por atos administrativos, que formalizam a providência desejada pelo administrador através da declaração de vontade do Estado; b) por condutas administrativas, que refletem os comportamentos e as ações administrativas, sejam ou não precedidas de ato administrativo formal.

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REQUISITOS ou ELEMENTOS ou PRESSUPOSTOS ou ASPECTOS DE VALIDADE

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CONCEITO: É o poder atribuído ao agente da Administração para o desempenho de suas funções. É sempre a lei que define as competências

conferidas a cada agente.

Capacidade: Decorre das normas do direito civil; Competência: decorre da Constituição, das leis e atos normativos.

QUEM EDITOU O ATO?

CARACTERÍSTICAS:

Irrenunciável;

Intransferível;

Imodificável;

Imprescritível;

Inderrogável;

Improrrogável.

VÍCIOS DA COMPETÊNCIA: EXCESSO DE PODER: Quando agente ultrapassa os limites de sua competência = ATO NULO; USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA: Ato praticado por particular que não é agente público = ATO INEXISTENTE;

FUNCIONÁRIO DE FATO: Indivíduo que ingressa no serv. púb. irregularmente = ato válido (se boa-fé), anulável (se má-fé com efeitos ex tunc).

FINALIDADE

CONCEITO: É o objetivo de interesse público pretendido com a prática do ato. PARA QUE FOI EDITADO O ATO? VÍCIOS DA FINALIDADE:

DESVIO DE PODER: Sempre que o ato for praticado com interesse diverso do público ele SERÁ NULO por desvio de finalidade.

ATO DISCRICIONÁRIO: Para Maria Sylvia Di Pietro entende que poder haver discricionariedade na finalidade em sentido amplo (interesse público).

FORMA

CONCEITO: Envolve o modo de exteriorização e os procedimentos prévios exigidos na expedição do ato administrativo. Em regra os atos administrativos devem observar a FORMA ESCRITA. A MOTIVAÇÃO – declaração escrita dos motivos que levaram a prática do ato – integra a forma do ato. Assim, a ausência de motivação quando ela é obrigatória, acarretará a nulidade do ato

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CONCEITO: O motivo, que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo. Não se confunde com MOTIVAÇÃO: que é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato. Teoria dos Motivos Determinantes, segundo a teoria, o motivo alegado pelo agente público, no momento da edição do ato, deve corresponder à realidade, tem que ser verdadeiro. Caso contrário, comprovando o interessado que o motivo informado não guarda qualquer relação com a edição do ato ou que sequer existiu, o ato deverá ser anulado pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.

OBJETO

Ou CONTEÚDO: É o conteúdo do ato administrativo, a ordem por ele determinada, ou o resultado prático pretendido ao se expedi-lo. Todo ato administrativo tem por OBJETO a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação da Administração Pública. É a resposta às perguntas: “O que é o ato?”, “Para que serve o ato?” Requisitos de validade do OBJETO: a) licitude: o objeto do ato administrativo deve ser lícito. b) possibilidade: o objeto deve ser possível, ou seja, suscetível de ser realizado. c) determinação: o objeto deve ser definido, determinado ou, ao menos, determinável.

O ATO ADMITE DELEÇÃO, EXCETO NOS CASOS: - Edição de atos de caráter normativo; - Decisão de recursos administrativos;

- Matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade;

Delegação nas

circunstâncias de índole técnica, social, econômica,

jurídica ou territorial.

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ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO: Os atos administrativos são revestidos de propriedades jurídicas especiais decorrentes da supremacia do interesse público sobre o privado. Nessas características, reside o traço distintivo fundamental entre os atos administrativos e as demais categorias de atos jurídicos, especialmente os atos privados.

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Maria Sylvia Zanella di Pietro: “o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. Diz respeito à necessidade de respeitar-se a finalidade específica definida na lei para cada espécie de ato administrativo. Dependendo da finalidade que a Administração pretende alcançar, existe um ato definido em lei. Válida para todos os atos administrativos unilaterais.

IMP

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E

Pela imperatividade os atos administrativos impõem obrigações a terceiros, independentemente de concordância. Com efeito, a imperatividade depende, sempre, de expressa previsão legal. Está presente apenas nos atos que implicam obrigação para os administrados ou que são a eles impostos e devem ser por eles obedecidos, sem necessidade de sua anuência, como a imposição de uma multa administrativa. Presente na maioria dos atos. (=PODER EXTROVERSO DO ESTADO)

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E

ou Veracidade. Por legitimidade pressupõe-se, até que se prove o contrário, que os atos foram editados em conformidade com a lei. A veracidade, por sua vez, significa que os fatos alegados pela Administração presumem-se verdadeiros até prova em contrário pelo administrado. A presunção de legitimidade alcança todos os atos administrativos editados pela Administração, independentemente da espécie ou classificação, mas não possui presunção absoluta, será sempre juris tantum (relativa), pois é assegurado ao interessado recorrer à Administração, ou mesmo ao Poder Judiciário, para que não seja obrigado a submeter-se aos efeitos do ato (que considera ilegítimo ou ilegal).

AU

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E

É a possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial. Permite que a Administração Pública realize a execução material dos atos administrativos ou de dispositivos legais, usando a força física se preciso for para desconstituir situação violadora da ordem jurídica. Presentes em alguns tipos de atos. O Professor Celso Antônio Bandeira de Mello e a Professora Maria Sylvia Di Pietro prelecionam que quanto a autoexecutoriedade existem em duas situações: (1) quando estiver expressamente previsto em lei; (2) quando se tratar de medida urgente (mesmo quando não expressamente prevista). OBS.: Nem todos os atos administrativos possuem o atributo da autoexecutoriedade, já que alguns deles necessitam de autorização do Poder Judiciário para criar obrigações para o administrado.

EXIGIBILIDADE É um atributo que permite à Administração aplicar punições aos particulares por violação da ordem jurídica, sem necessidade de ordem judicial. Ex. multas, advertências e interdição de estabelecimentos comerciais. É coerção indireta. Presente na maioria dos atos.

MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO: É a margem de liberdade que os atos discricionários recebem da lei para permitir aos agentes públicos escolher, diante da situação concreta, qual a melhor maneira de atender ao interesse público. Trata-se de um juízo de conveniência e oportunidade que constitui o núcleo da função típica do Poder Executivo; é vedado ao Poder Judiciário controlar o mérito do ato administrativo.

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MIN

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O

MOTIVO É a situação de fato e o fundamento jurídico que autorizam a prática do ato. Não se confunde com MOTIVAÇÃO: que é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato.

OBJETO É o conteúdo do ato administrativo, a ordem por ele determinada, ou o resultado prático pretendido ao se expedi-lo. Todo ato administrativo tem por OBJETO a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação da Adm. Pública.

AT

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TIV

AD

OS

Art. 50 L

EI 9.784/99

Os atos administrativos DEVERÃO SER MOTIVADOS, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V – decidam recursos administrativos; VI – decorram de reexame de ofício; VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

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CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS – QUANTO:

DE

ST

INA

RIO

S

GERAIS = Atos Normativos ou Regulamentares. São dirigidos a uma quantidade indeterminável de destinatários. São em regra abstratos e impessoais. Ex. Edital de concurso público, regulamentos, etc.

COLETIVOS Expedidos em função de um grupo definido de destinatários. Ex. alteração de horário de funcionamento de uma repartição pública.

INDIVIDUAIS = Especiais. Aqueles direcionados a um destinatário determinado. Ex. promoção de servidor, nomeação, demissão, tombamento, licença, autorização, etc.

ES

TR

UT

UR

A

CONCRETOS Regulam apenas um caso, esgotando-se após a primeira aplicação. Ex. ordem de demolição de um imóvel com risco de desabar.

ABSTRATOS Ou Normativos. Aqueles que se aplicam a uma quantidade indeterminável de situações concretas, não se esgotando após a primeira aplicação. A competência para expedição de atos normativos é indelegável. Ex. regulamento do IPI.

AL

CA

NC

E

INTERNOS Produzem efeitos dentro da Administração, vinculando somente órgãos e agentes públicos. Não exigem publicação na imprensa oficial. Ex. portaria e instrução ministerial.

EXTERNOS São aqueles que afetam os administrados, produzindo efeitos fora da Administração, e, por isso, necessitam de publicação no diário oficial. Como exemplos, podemos citar um decreto, um regulamento, uma portaria de nomeação de candidato aprovado em concurso público, etc.

OB

JET

O

IMPÉRIO Praticados pela Administração em posição de superioridade diante do particular, são atos regidos pelo direito público. Ex. desapropriação, multa, interdição de atividade, exercício do poder de polícia.

GESTÃO Expedidos pela Administração em posição de igualdade perante o particular, sem usar de sua supremacia e regidos pelo direito privado. Ex. locação de imóvel, alienação de bens públicos.

EXPEDIENTE Dão andamento a processos administrativos. São atos de rotina internas praticadas por agentes subalternos sem competência decisória. Ex. numeração dos autos do processo.

RE

GR

AM

EN

TO

VINCULADO São aqueles praticados pela Administração sem margem alguma de liberdade, a lei define a conduta. Atos vinculados NÃO podem ser REVOGADOS, somente ANULADOS quando houver vício de legalidade. Ex. aposentadoria compulsória de servidor que completa 70 anos de idade.

DISCRICIONÁRIO

São praticados pela Administração dispondo de margem de liberdade para que o agente público decida, diante do caso concreto, qual a melhor maneira de atingir o interesse público. PODEM ser ANULADOS caso haja vício de legalidade ou REVOGADOS por razões de interesse público. CARACTERÍSTICA: São caracterizados pela existência de um juízo de conveniência e oportunidade no motivo ou no objeto, conhecido como mérito administrativo. Estão sujeitos a amplo controle de legalidade pelo Poder Judiciário. Ex. outorga de permissão de banca de jornal.

FO

RM

ÃO

SIMPLES É o que nasce da manifestação de vontade de apenas um órgão, seja ele unipessoal/singulares (formado só por uma pessoa) ou colegiado (composto de várias pessoas). Ex. despacho do chefe seção.

COMPOSTO É aquele que nasce da vontade de apenas um órgão. Porém, para que produza efeitos, depende da verificação, visto, aprovação, anuência, homologação por parte de outro ato, que o homologa. A manifestação do segundo órgão é secundária ou complementar. No ato composto teremos dois atos: o principal e o acessório.

COMPLEXO É aquele que resulta de manifestação de dois ou mais órgãos ou agentes, singulares ou colegiados, cuja vontade se funde para a formação de um único ato. A manifestação do último órgão ou agente é elemento de existência do ato complexo. Ex.: Aposentadoria de servidor público [Órgão + TCU] (STF).

EF

EIT

OS

CONSTITUTIVO Criam novas situações jurídicas. Ex. Admissão de aluno em escola pública.

CO

NT

DO

DECLARATÓRIO Visam preservar direitos e afirmar situações preexistentes. Ex. certidão e atestado.

EXTINTIVOS Extinguem situações jurídicas. Ex. demissão de um servidor.

EX

EQ

UIB

ILID

AD

E

PERFEITO Atendem a todos os requisitos para sua plena exequibilidade e está apto a produzi seus efeitos. (Formação)

IMPERFEITO Aqueles incompletos na sua formação. Ex. ordem não exteriorizada.

PENDENTE É o ato que está apto a produzir efeitos, mas está dependendo da implementação de uma condição ou termo.

CONSUMADO Produziram todos os seus efeitos. Ex. edital de concurso após a posse de todos os aprovados.

EF

ICÁ

CIA

VÁLIDOS É aquele praticado com observância de todos os requisitos legais, relativos à competência, à forma, à finalidade, ao motivo e ao objeto. (COFIFOMOOB) É EFICAZ quando está pronto para produzir efeitos próprios.

NULOS É aquele que sofre de vício insanável em algum dos seus requisitos de validade. Logo, ele será anulado por ato da Administração ou do Poder Judiciário. (finalidade, motivo e objeto)

ANULÁVEIS Apresenta vícios sanáveis na (competência ou na forma.) Admitem convalidação desde que não seja lesivo ao patrimônio público nem cause prejuízos a terceiros.

INEXISTENTES Apresenta aparência de manifestação de vontade da administração pública, mas não chegou a aperfeiçoar-se como ato administrativo. Não pode ser validado, não tem prazo de prescrição.

IRREGULARES Portadores de defeitos formais levíssimos que não atrapalham a existência do ato.

Page 16: Resumos   direito administrativo

16

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

ATOS NORMATIVOS: São aqueles que contêm comandos, em regra, gerais e abstratos para viabilizar o cumprimento da lei. São leis em sentido material.

NO

RM

AT

IVO

S

DECRETO São atos administrativos, em regra, gerais e abstratos, privativos dos Chefes do Executivo e expedidos para dar fiel execução à lei. Decreto é forma do ato; Regulamento é o conteúdo. Assim, o decreto é o veículo normativo introdutor do regulamento. Como regra geral, decretos e regulamentos não podem criar obrigações de fazer ou não fazer a particulares. REGULAMENTO

REGIMENTO Decorrentes do poder hierárquico, são atos administrativos praticados para disciplinar o funcionamento interno de órgãos colegiados e casas legislativas. Normalmente, os regimentos são veiculados por meio de resolução da presidência ou mesa do órgão colegiado.

RESOLUÇÃO São atos administrativos inferiores aos decretos e regulamentos, expedidos por Ministros de Estado, presidentes de tribunais, de casas legislativas e de órgãos colegiados, versando sobre matérias de interesse interno dos respectivos órgãos.

DELIBERAÇÃO São atos normativos ou decisórios de órgãos colegiados.

ATOS ORDINÁRIOS: São manifestações internas da Administração decorrentes do poder hierárquico disciplinando o funcionamento de órgãos e a conduta de agentes públicos.

OR

DIN

ÁR

IOS

INSTRUÇÕES Expedidas pelo superior hierárquico e destinadas aos seus subordinados, são ordens escritas e gerais para disciplina e execução de determinado serviço público.

CIRCULARES Constituem atos escritos de disciplina de determinado serviço público voltados a servidores que desempenham tarefas em situações especiais. Diferem das instruções porque não são gerais.

AVISOS Atos exclusivos de Ministros de Estado para regramento de temas da competência interna do Ministério.

PORTARIAS Atos internos que iniciam sindicâncias, processos administrativos ou promovem designação de servidores para cargos secundários. São expedidas por chefes de órgãos e repartições públicas. As portarias nunca podem ser baixadas pelos Chefes do Executivo.

ORDENS DE SERVIÇO

São determinações específicas dirigidas aos responsáveis por obras e serviços governamentais autorizando seu início, permitindo a contratação de agentes temporários ou fixando especificações técnicas sobre a atividade. Não são atos gerais.

OFÍCIOS São convites ou comunicações escritas dirigidas a servidores subordinados ou particulares sobre assuntos administrativos ou de ordem social.

DESPACHOS São decisões de autoridades públicas manifestadas por escrito em documentos ou processos sob sua responsabilidade.

ATOS NEGOCIAIS: Manifestam a vontade da Administração em concordância com o interesse de particulares, visando interesse público. Não podem ser considerados contratos administrativos, pois são atos unilaterais.

NE

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NT

O

LICENÇA

Ato Administrativo UNILATERAL, DECLARATÓRIO, DEFINITIVO e VINCULADO que libera, a todos que preencham os requisitos legais, o desempenho de atividades em princípio vedadas pela lei. Trata-se de manifestação do poder de polícia administrativo desbloqueando atividades cujo exercício depende de autorização da Administração. Exemplo: licença para construir. PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA

AUTORIZAÇÃO Ato Administrativo: UNILATERAL, DISCRICIONÁRIO, CONSTITUTIVO e PRECÁRIO expedido para a realização de serviços ou a utilização de bens públicos no interesse predominante do particular. Exemplos: porte de arma, mesas de bar em calçadas e autorização para exploração de jazida mineral. PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA

PERMISSÃO Ato Administrativo: UNILATERAL, DISCRICIONÁRIO e PRECÁRIO que faculta o exercício de serviço de interesse coletivo ou a utilização de bem público. Difere da autorização porque a permissão é outorga no interesse predominante da coletividade. Exemplo: permissão para taxista, instalação de banca de jornal.. PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA

CONCESSÃO A mais importante categoria é a concessão de serviço público, ato BILATERAL e precedido de concorrência pública, pelo que o Estado transfere a uma empresa privada a prestação de serviço público mediante remuneração paga diretamente pelo usuário.

APROVAÇÃO É o ato administrativo UNILATERAL e DISCRICIONÁRIO que realiza a verificação prévia ou posterior da legalidade e do mérito de outro ato como condição para sua produção de efeitos.

VISTO Constitui ATO VINCULADO expedido para controlar a legitimidade formal de outro ato de particular ou agente público.

HOMOLOGAÇÃO É o ato administrativo UNILATERAL e VINCULADO de exame da legalidade e conveniência de outro ato de agente público ou de particular. A homologação é condição de exequibilidade do ato controlado.

DISPENSA É o ato administrativo DISCRICIONÁRIO que exime o particular do desempenho de certa tarefa.

RENÚNCIA É o ato UNILATERAL, DISCRICIONÁRIO, ABDICATIVO E IRREVERSÍVEL pelo qual a Administração Pública abre mão de crédito ou direito próprio em favor do particular.

ADMISSÃO É o ato UNILATERAL e VINCULADO pelo qual a Administração faculta a alguém a inclusão em estabelecimento governamental para o gozo de um serviço público. Exemplo: o desfrute dos serviços de uma biblioteca pública como inscrito entre seus usuários. O ato de admissão não pode ser negado aos que preencham as condições normativas requeridas.

ATOS ENUNCIATIVOS: Certificam ou atestam uma situação existente, não contendo manifestações de vontade da Administração Pública.

EN

UN

CIA

TIV

OS

ATESTADO São atos que comprovam fatos ou situações transitórias que não constem de arquivos públicos;

CERTIDÃO São cópias autenticadas de atos ou fatos permanentes de interesse do requerente constantes de arquivos públicos.

PARECERES Manifestações expedidas por órgãos técnicos especializados referentes a assuntos submetidos a sua apreciação.

APOSTILAS Equiparam-se a uma averbação realizada pela Administração declarando um direito reconhecido por norma legal.

ATOS PUNITIVOS Aplicam sanções a particulares ou servidores que pratiquem condutas irregulares. Resultam do poder disciplinar ou de polícia.

PU

NIT

IVO

S

MULTA Constitui punição pecuniária imposta a quem descumpre disposições legais ou determinações administrativas.

INTERDIÇÃO DE ATIVIDADE

É a proibição administrativa do exercício de determinada atividade.

DESTRUIÇÃO DE COISA

É o ato sumário de inutilização de bens particulares impróprios para consumo ou de comercialização proibida.

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17

EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: (3CRAR) O ato administrativo é praticado, produz efeitos e desaparece. Seu ciclo vital encerra-se de diversas maneiras, conhecidas como formas de extinção do ato administrativo.

EX

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ÇÃ

O D

O A

TO

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MIN

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RA

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O

AN

UL

ÃO

(INV

AL

IDA

ÇÃ

O)

É a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração ou pelo Judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc. Art. 53 da Lei n. 9.784/99 (“a Administração DEVE anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e PODE revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”). Ao contrário da revogação, a anulação pode ter como sujeito ativo a Administração ou o Poder Judiciário. Os fundamentos da anulação administrativa são o poder de autotutela e o princípio da legalidade, tendo prazo decadencial de 5 anos para ser decretada. O ato anulatório é praticado para extinguir ato administrativo anterior, podendo este ser vinculado ou discricionário. A anulação não desfaz os efeitos jurídicos já produzidos perante terceiros de boa-fé. ATOS QUE NÃO PODEM SER ANULADOS: (LIMITAÇÃO MATERIAL) a) ultrapassado o prazo legal; b) houver consolidação dos efeitos produzidos; c) for mais conveniente para o interesse público manter a situação fática já consolidada do que determinar a anulação (teoria do fato consumado); d) houver possibilidade de convalidação.

RE

NC

IA

É a retirada do ato pela rejeição realizada pelo beneficiário do ato. (Rejeição pelo beneficiário)

RE

VO

GA

ÇÃ

O

Revogação é a EXTINÇÃO do ato administrativo PERFEITO E EFICAZ, COM EFICÁCIA EX NUNC, praticada pela Administração Pública e fundada em razões de interesse público (conveniência e oportunidade). Por envolver questão de mérito, a revogação só pode ser praticada pela ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. A Revogação é de competência da mesma autoridade que praticou o ato. SOMENTE PARA ATOS VÁLIDOS E DISCRICIONÁRIOS. ATOS QUE NÃO PODEM SER REVOGADOS (LIMITAÇÃO MATERIAL):[VC PODE DÁ] a) atos que geram direito adquiridos; b) atos que exauriram os seus efeitos; c) atos vinculados; (Exceto: Licença) d) atos enunciativos; e) atos preclusos no curso de procedimento administrativo; f) atos que integram procedimento administrativo.

CA

SS

ÃO

É a extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria permanecer atendendo, como exigência para a manutenção do ato e de seus efeitos. Funciona como uma espécie de sanção para aqueles que deixaram de cumprir as condições determinadas pelo ato. (DESTINATÁRIO DEIXA DE CUMPRIR REQUISITOS PREVISTOS EM LEI)

CA

DU

CID

AD

E

É a modalidade de extinção em que ocorre a retirada do ato administrativo por ter sobrevindo norma jurídica superveniente que tornou inadmissível situação antes permitida pelo direito e outorgada pelo ato precedente. É a retirada do ato administrativo em razão da superveniência da norma jurídica que impede a sua manutenção. Lei superveniente.

CO

NT

RA

PO

SIÇ

ÃO

CONTRAPOSIÇÃO ou DERRUBADA (Ato contraditório) É a retirada em virtude da edição de um ato que impede a manutenção do ato até então vigente. Ocorre quando um ato deixa de ser válido em virtude da emissão de outro ato que gerou efeitos opostos ao seu.

V – Vinculados; C – Consumados; PO - Procedimento administrativo; DE – Declaratório/Enunciativos; DÁ - Direitos Adquiridos.

Page 18: Resumos   direito administrativo

18

RESUMO ANULAÇÃO (ATO NULO)

REVOGAÇÃO (ATO ANULÁVEL)

CONVALIDAÇÃO (ATO ANULÁVEL)

RAZÃO

ILEGALIDADE

VIOLAÇÃO DOS

PRINCÍPIOS GERAIS DE

DIREITO

ATO INCONVENIENTE E INOPORTUNO MÁS

VÁLIDO

ATOS QUE APRESENTAREM DEFEITOS SANÁVEIS

(Quanto à pessoa)

QUEM PODE? ADMINISTRAÇÃO E PODER JUDICIÁRIO

(PROVOCADO)

ADMINISTRAÇÃO E PODER JUDICIÁRIO

(EXCEPCIONALMENTE)

ADMINISTRAÇÃO E PODER JUDICIÁRIO

(PROVOCADO)

EFEITOS ex tunc

(RETROAGE) ex nunc

(NUNCA RETROAGE) ex tunc

(RETROAGE)

ATO ANULATÓRIO REVOCATÓRIO CONVALIDATÓRIO

NATUREZA VINCULADA DISCRICIONÁRIA DISCRICIONÁRIA

ALCANCE ATOS VINCULADOS E

DISCRICIONÁRIOS

DISCRICIONÁRIOS PERFEITOS E

EFICAZES

ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS

PRAZO DECADENCIAL

5 anos Não tem 5 anos

DICAS

Anulação de atos ampliativos e dos praticados por funcionário de fato tem efeitos ex nunc.

HÁ LIMITAÇÃO

PARCIAL OU TOTAL EXPRESSA OU TÁCITA

HÁ REPRISTINAÇÃO NÃO GERA

INDENIZAÇÃO HÁ LIMITAÇÃO

Preservação da segurança jurídica e da economia processual,

evitando-se que o ato viciado seja anulado e, em decorrência, seus

efeitos sejam desconstituídos. OBS: Atos inexistentes, nulos ou

irregulares nunca podem ser convalidados.

HÁ LIMITAÇÃO

PROVOCAÇÃO DE OFÍCIO ou TERCEIRO DE OFÍCIO DE OFÍCIO

VÍCIOS

FINALIDADE

MOTIVO

OBJETO

COMPETÊNCIA

FORMA

OBSERVAÇÃO HÁ CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

(SÚMULA VINCULANTE N° 3 STF) NÃO HÁ

PREVISÃO - - Art. 55 Lei 9.784/99

NULIDADES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

ATOS NULOS São aqueles que nascem com um vício insanável. A violação à legalidade incorrida nesses atos não pode ser sanada e, por isso, esses atos não podem ser convalidados, ou seja, não podem ser reeditados de forma válida. No bom português, são atos sem conserto.

ATOS ANULÁVEIS São aqueles que nascem com um vício de legalidade que podem ser sanados. Normalmente, admite-se ato anulável quando o defeito é de competência e de forma, desde que possua defeito sanável.

ATOS INEXISTENTES

São aqueles que se encontram fora do possível jurídico e são radicalmente vedados pelo Direito. Exemplo: condutas criminosas como uma ordem de uma autoridade superior para que o seu subordinado torture um preso; autorização para que alguém explore o trabalho escravo; autorização para que sejam saqueadas as casas de devedores de fisco.

ATOS IRREGULARES

São aqueles que padecem de vício material irrelevante, contendo uma violação à norma que objetiva impor a padronização interna. Como não atinge o conteúdo ou a substância do ato nem prejudica as garantias dos administrados, o vício não atinge a validade do ato, não se admitindo anulação. Vislumbra-se, nesse caso, na manutenção do ato e na aplicação de sanção para o agente que o praticou sem a observância das normas procedimentais internas do órgão.

Page 19: Resumos   direito administrativo

19

VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO – VÍCIOS NA:

COMPETÊNCIA A incompetência, caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou torna o ato administrativo nulo.

NULO

FINALIDADE O desvio da finalidade torna o ato administrativo NULO, e ocorre quando o agente pratica o ato visando a objetivo diverso do previsto nas regras de competência.

NULO

FORMA O vício de forma é a omissão de formalidade indispensável à existência do ato. O vício na forma permite a convalidação do ato, porém se a lei estabelecer forma específica essencial à validade do ato, o vício de forma não é passível de convalidação.

Depende

MOTIVO A inexistência do motivo ocorre quando a matéria de direito em que se fundamenta o ato é inexistente. O ato é NULO.

NULO

OBJETO A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei. O ato é NULO. NULO

DESVIO DE PODER

(= DESVIO DE FINALIDADE) Se o agente se valeu de um ato para atender finalidade diversa da prevista no ordenamento, esse ato será inválido em razão do desvio de poder. Trata-se de ato administrativo NULO, por violar a lei, nesse caso, pode ser anulado pela ADMINISTRAÇÃO ou pelo PODER JUDICIÁRIO.

NULO

EXCESSO DE PODER

O excesso de poder ocorre quando o agente exorbita sua competência, ou seja, quando a autoridade administrativa pratica um ato que excede aos limites de suas atribuições legais. O excesso de poder, modalidade do abuso de poder, ocorre quando o administrador extrapola os limites de sua competência. A novidade da questão é a expressão “ultra vires”, utilizada comumente, no âmbito empresarial, para designar os atos praticados além dos limites (forças) do contrato social.

-

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OBSERVAÇÕES / COMENTÁRIOS

SILÊNCIO ADMINISTRATIVO

O silêncio administrativo não significa ocorrência do ato administrativo ante a ausência da manifestação formal de vontade, quando não há lei dispondo acerca das consequências jurídicas da omissão da administração. Só será ato administrativo se houver previsão legal.

CONCEITOS JURÍDICOS

INDETERMINADOS

São exemplos de atos administrativos discricionários, porque devem ser avaliados no caso concreto pelo administrador para que pratique o ato de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos (ex. boa-fé, moralidade pública, etc.)

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Os atributos dos atos administrativos possuem a presunção juris tantum (= presunção jurídica que pode ser ilidida caso exista prova em contrário, ou seja, presunção relativa)

CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

CO

NV

AL

IDA

ÇÃ

O

Conforme estabelece a Lei 9.784/1999, em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração (art. 55). É o ato jurídico praticado pela Administração Pública para corrigir determinado ato anulável, de forma a ser mantido no mundo jurídico para que possa permanecer produzindo seus efeitos regulares, não sendo hipótese de extinção do ato administrativo. Como o ato será mantido, os efeitos da convalidação retroagem ao momento de formação do ato, ou seja, são ex tunc. O objetivo da convalidação é justamente “salvar” o ato viciado desde sua origem. São passíveis de Convalidação os atos com defeito na COMPETÊNCIA ou na FORMA. Condições para a Convalidação: Que não acarrete lesão ao interesse público; Que não cause prejuízo a terceiros; Que os defeitos dos atos sejam sanáveis; Decisão discricionária (“poderão”) acerca da conveniência e oportunidade de convalidar o ato.

ES

CIE

S

RA

TIF

ICA

ÇÃ

O

É o ato administrativo pelo qual o órgão competente decide sanar um ato inválido anteriormente praticado, suprindo a ilegalidade que o vicia. A autoridade que deve ratificar pode ser a mesma que praticou o ato anterior ou um superior hierárquico, mas o importante é que a lei lhe haja conferido essa competência específica. Exemplo: um ato com vício de forma pode ser posteriormente ratificado com a adoção da forma legal. O mesmo se dá em alguns casos de vício de competência.

RE

FO

RM

A

Essa forma de aproveitamento admite que novo ato suprima a parte inválida do ato anterior, mantendo sua parte válida. Exemplo: ato anterior concedia licença e férias a um servidor; se se verifica depois que não tinha direito à licença, pratica-se novo ato retirando essa parte do ato anterior e se ratifica a parte relativa às férias.

CO

NV

ER

O

Se assemelha à reforma. Por meio dela a Administração, depois de retirar a parte inválida do ato anterior, processa a sua substituição por uma nova parte, de modo que o novo ato passa a conter a parte válida anterior e uma nova parte, nascida esta com o ato de aproveitamento. Exemplo: um ato promoveu A e B por merecimento e antiguidade, respectivamente; verificando após que não deveria ser B mas C o promovido por antiguidade, pratica novo ato mantendo a promoção de A (que não teve vício) e insere a de C, retirando a de B, por ser esta inválida.

RE

SU

MO

- Ratificação: supre o vício de competência ou forma. - Reforma: mantém a parte válida do ato e retira a parte inválida. - Conversão: retira a parte inválida e edita (insere) novo ato válido com outro teor.

ALVARÁ

É o instrumento pelo qual a Administrativa Pública confere licença ou autorização para a prática de ato ou exercício de atividade sujeitos ao poder de polícia do Estado. Mais resumidamente, o alvará é o instrumento de licença ou da autorização. Ele é a forma, o revestimento exterior do ato; a licença e a autorização são o conteúdo do ato. É um ato administrativo vinculado, podendo ser anulado pela administração pública ou pelo judiciário.

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PODERES ADMINISTRATIVOS PODERES ADMINISTRATIVOS: É o conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins.

PODER REGULAMENTAR

CO

NC

EIT

O

Consiste na possibilidade de os Chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei. Materializa-se na edição de decretos e regulamentos destinados a dar fiel execução às leis. São os denominados decretos de execução ou decretos regulamentares com previsão no art. 84, inciso IV, da CF. Resumindo: a lei já existe e o Chefe do Poder Executivo irá apenas regulamentar a respectiva lei. NÃO PODE ALTERAR AS LEIS, SÓ COMPLEMENTAR.

CONTROLE A Carta Magna, em seu art. 49, V, atribui competência ao Congresso Nacional para “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar”.

FUNDAMENTO Art. 84, IV, CF/88: segundo o qual “compete privativamente ao Presidente da República: IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”.

DE

LE

GA

ÇÃ

O

Parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal prevê a possibilidade de o Presidente da República delegar: Aos Ministros de Estado (ME) Ao Procurador-Geral da República ou (PGR) Ao Advogado-Geral da União (AGU)

A competência para dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

OBS. Compreende a edição de atos normativos com conteúdo material de lei, mas de hierarquia infralegal. É uma competência INDELEGÁVEL.

PODER VINCULADO

CONCEITO Quando a lei atribui determinada competência definindo todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o agente público escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da vontade legal. O ato resultante do exercício dessa competência é denominado de ato vinculado.

PODER DISCRICIONÁRIO

CONCEITO

O legislador atribui certa competência à Administração Pública, reservando uma margem de liberdade para que o agente público, diante da situação concreta, possa selecionar entre as opções predefinidas qual a mais apropriada para defender o interesse público. “Atos discricionários são os que a Administração pode praticar com liberdade de ação para ensejar normas de caráter legislativo”.

PODER HIERÁRQUICO

CONCEITO

É o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. OBS: NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA. DECORRE DO PODER HIERÁRQUICO:

• Editar atos normativos; • Comandar os subordinados; • Fiscalizar a atividade inferior; • Anular atos inferiores ilegais; • Revogar atos inferiores quando inconvenientes ou inoportunos; • Aplicar sanções; • Solucionar conflitos de atribuições; • Delegar e Avocar atribuições.

ALCANCE Não se aplica a PARTICULARES. É exercido PERMANENTEMENTE.

NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA.

DE

SD

OB

RA

ME

NT

OS

DE

LE

GA

ÇÃ

O

Quando um órgão administrativo ou seu titular poderão delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. É a transferência TEMPORÁRIA de competência administrativa de seu titular a outro órgão ou agente público subordinado à autoridade delegante (delegação vertical) ou fora da linha hierárquica (delegação horizontal). Pode ser revogada a qualquer tempo. A DELEGAÇÃO obrigatoriamente especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. A delegação é um ato DISCRICIONÁRIO, TEMPORÁRIO e REVOGÁVEL a qualquer momento.

MATÉRIAS QUE NÃO PODEM SER DELEGADAS

Edição de ato de caráter normativo;

Decisão em recursos administrativos; Matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade

Page 22: Resumos   direito administrativo

22

AV

OC

ÃO

Avocar é chamar para si funções que originalmente foram atribuídas a um subordinado. A avocação só é possível em caráter excepcional, por motivos relevantes, devidamente justificados e por tempo determinado. Com efeito, diferentemente da delegação, pressupõe a existência de relação hierárquica. Finalmente, o superior não pode avocar uma competência atribuída por lei como exclusiva de seu subordinado. AVOCAÇÃO TEMPORÁRIA / EXCEPCIONAL / JUSTIFICADA

OBS.: A hierarquia é uma característica encontrada exclusivamente no exercício da função administrativa, que inexiste, portanto, nas funções legislativa e jurisdicional enquanto funções típicas.

PODER DISCIPLINAR

CO

NC

EIT

O

O PODER DISCIPLINAR é o poder-dever de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. É o poder que a administração tem de apurar e punir o servidor público e aquele que tem uma subordinação/vínculo com a administração. Consiste na possibilidade de a Administração aplicar punições aos agentes públicos que cometam infrações funcionais. Assim, trata-se de PODER INTERNO, NÃO PERMANENTE E DISCRICIONÁRIO. É o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos, abrangendo também particulares ligados à Administração Pública mediante algum vínculo jurídico específico. (Ex. concessionários e permissionários de serviços públicos = dotados de autonomia funcional). É destinado a punir internamente as infrações funcionais de seus servidores, assim como para punir as infrações administrativas cometidas por particulares a ele ligados mediante algum vínculo jurídico específico. O PODER PUNITIVO, no âmbito administrativo, se manifesta no poder disciplinar e no poder de polícia. Os poderes disciplinar e de polícia distinguem-se por atuarem em campos distintos. Todo ato de aplicação de penalidade deve ser MOTIVADO.

LIBERDADE Em regra é DISCRICIONÁRIO. O dever de punir é VINCULADO. A aplicação da penalidade é DISCRICIONÁRIA. (É vinculado quanto ao dever de punir e discricionário quanto à seleção da pena aplicável).

PENALIDADES

a) advertência; b) suspensão; c) demissão; d) cassação da aposentadoria ou disponibilidade; e) destituição de cargo em comissão; f) destituição de função comissionada.

OBS.: A aplicação de qualquer uma dessas penalidades exige instauração de prévio processo administrativo com garantia de contraditório e ampla defesa, sob pena de nulidade da punição.

PODER DE POLÍCIA

CO

NC

EIT

O

É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. É a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público. NÃO PODE SER DELEGADO. É o conjunto de atos normativos e concretos da administração pública com o objetivo de impedir ou paralisar atividades privadas contrárias ao interesse público corresponde ao poder. Há exigibilidade de taxas em razão do efetivo exercício do poder de polícia. O PODER DE POLÍCIA abrange: Regulamentação de leis; Controle preventivo (ordens, notificações, licenças ou autorizações Atos normativos → POLÍCIA ADMINISTRATIVA → BAD); Controle repressivo (imposição de medidas coercitivas Atos específicos subordinados à lei e aos regulamentos); Fiscalizadora (prevenir eventuais lesões aos administrados)

SE

NT

IDO

S

AMPLO Inclui qualquer limitação estatal à liberdade e propriedade privadas, englobando restrições legislativas e limitações administrativas.

ESTRITO

Inclui somente as limitações administrativas à liberdade e propriedade privadas, deixando de fora as restrições impostas por dispositivos legais. Exemplos: vigilância sanitária e polícia de trânsito. Basicamente, a noção estrita de poder de polícia envolve atividades administrativas de FISCALIZAÇÃO e CONDICIONAMENTO da esfera privada de interesse, em favor da coletividade.

LIBERDADE Poder ser VINCULADO ou DISCRICIONÁRIO.

COERCIBILIDADE No poder de polícia a Administração pode usar a força necessária para impor a vontade geral sobre o particular. O poder de polícia NÃO PODE SER DELEGADO, porém o Estado pode contratar particulares e delegar a eles a atribuição de executar atos materiais relacionados à atividade de polícia.

AT

RIB

UT

OS

(DA

CI)

DISCRICIONARIEDADE: apresenta-se no momento da escolha do que se deve fiscalizar e, no caso em concreto, na escolha de uma sanção ou medida dentre diversas previstas em lei. Há situações em que o poder de polícia será vinculado.

AUTOEXECUTORIEDADE: É o poder que a Administração tem de modificar imediatamente a ordem jurídica valendo-se de seus próprios atos ou instrumentos, sem precisar buscar as medidas executórias do Poder Judiciário. Hipóteses: 1) A lei autoriza; 2) Adoção de medida urgente; 3) Inexistir outra via. (Hely Lopes: é “a faculdade de a Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário”)

COERCIBILIDADE: Representa a imposição dos atos do Estado sobre os indivíduos. A Administração pode usar da força necessária para impor a vontade geral sobre o particular.

INDELEGABILIDADE: é reconhecido pelo próprio Supremo Tribunal Federal, sob o argumento de que as atividades típicas do Estado somente podem ser exercidas por ele mesmo. O poder de polícia não pode ser delegado.

OBS. Há 3 espécies de manifestação do poder de polícia, a saber: (I) atos normativos ou gerais, (II) atos concretos ou individuais, (III) atos de fiscalização. Já o STF, a seu turno, sumariamente divide-os em 4 grupos: legislação, consentimento, fiscalização e sanção, fazendo-se, a propósito, a ressalva de que apenas os atos relativos a consentimento e fiscalização são delegáveis.

TIP

OS

DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA

Pode ser exercida por qualquer órgão da administração pública. É exercida pela Polícia Civil e pela Polícia Federal.

Page 23: Resumos   direito administrativo

23

ATUAÇÃO PREVENTIVA ATUAÇÃO REPRESSIVA

Incidem sobre bens, atividades e direitos e é regida pelo Direito Administrativo (BAD)

Incide sobre as pessoas e destina-se à responsabilização penal

Visa proibir a desordem social Busca a responsabilização penal

Sujeita às normas administrativas Sujeita às normas processuais e penais

- Caráter investigativo

PODER DE AUTOTUTELA

CONCEITO "A Administração DEVE anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou PODE revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em qualquer caso, a apreciação judicial" (Súmula 473 do STF)

Page 24: Resumos   direito administrativo

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ÓRGÃOS PÚBLICOS CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGÃO PÚBLICOS

Órgão Público

Hely Lopes Meirelles os órgãos são “centros de competências instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”.

CL

AS

SIF

ICA

ÇÃ

O Q

UA

NT

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Po

sição E

statal

INDEPENDENTES: são os que têm sua origem na Constituição e não se submetem a nenhuma hierarquia superior. Ex.: Presidência da República, Congresso Nacional, Senado, Câmara e Tribunais Judiciários, MP e Tribunais de Contas.

AUTÔNOMOS: encontram-se no topo da estrutura administrativa; estão imediatamente abaixo e subordinados aos órgãos independentes. Ex.: Ministérios de Governo, Controladoria-Geral, Advocacia-Geral da União.

SUPERIORES: são aqueles que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta.. Ex.: gabinetes, diretorias, secretarias, coordenadorias.

SUBALTERNOS: praticamente não detêm poder algum e atuam na execução de atividades. Ex.: portarias, seções de atendimento ao público.

Estrutura Simples Constituídos somente por um centro de competências. Ex: Presidência da República

Compostos Constituídos por diversos órgãos menores. Ex: Secretarias.

Atuação Funcional

Singulares ou Unipessoais

Decisões por um único agente. Ex: Prefeitura Municipal

Colegiados ou Pluripessoais

Decisões por vários membros. Ex: tribunal administrativo

Pessoa Federativa

Federal Estadual Distrital

Municipal

Pessoas com autonomia política.

Função que Exercem

Ativos Expressam decisões estatais para cumprimento dos fins da PJ.

De Controle Prepostos a fiscalizar, a controlar a atividade de outros órgãos ou agentes.

Consultivos Órgãos de aconselhamento e elucidação (emissão de pareceres) para que sejam tomadas as providências pertinentes pelos órgãos ativos.

ÓRGÃO: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; ENTIDADE: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; AUTORIDADE: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

TUTELA ADMINISTRATIVA Toda pessoa integrante da administração indireta está VINCULADA a determinado órgão da administração direta, fato que decorre do princípio da TUTELA.

CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

- É despersonalizado; - Não possui patrimônio próprio; - Não tem capacidade processual; - A Criação / Extinção são feitas por LEI; - Pode realizar Contrato de Gestão; - Pode atuar com capacidade processual somente quanto à defesa judicial de suas prerrogativas ou atribuições; - Há hierarquia em relação à pessoa jurídica pertencente.

POLÍCIA ADMINISTRATIVA: *ILÍCITOS ADMINISTRATIVOS; *ATUA SOBRE BENS, DIREITOS E ATIVIDADES; *PREVENTIVA E REPRESSIVA; *REGIDA PELA DIREITO ADMINISTRATIVO; *POLÍCIA MILITAR, POLÍCIA FEDERAL E ÓRGÃOS ADMINISTRATIVOS DE CARÁTER FISCALIZADOR. POLÍCIA JUDICIÁRIA: *ILÍCITOS PENAIS; *ATUA SOBRE PESSOAS; *PREVENTIVA E REPRESSIVA; *REGIDA PELA DIREITO PROCESSUAL PENAL; *POLÍCIA CIVIL E POLÍCIA FEDERAL.

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TERCEIRO SETOR TERCEIRO SETOR – ENTIDADES PARAESTATAIS

CONCEITO

As entidades do terceiro setor têm personalidade jurídica de direito privado, não têm fins lucrativos e são geridas por pessoas da sociedade civil (não há gestão estatal). São as famosas ONGs. Terceiro setor é formado por associações e entidades sem fins lucrativos. A sociedade civil é dividida em três setores, primeiro, segundo e terceiro. O primeiro setor é formado pelo Governo, o segundo setor é formado pelas empresas privadas, e o terceiro setor são as associações sem fins lucrativos. O terceiro setor contribui para chegar a locais onde o Estado não conseguiu chegar, fazendo ações solidárias, portanto possui um papel fundamental na sociedade. Não faz parte da administração indireta.

ENTIDADES PARAESTATAIS

Serviços Sociais Autônomos (SSA) Organizações Sociais (OS) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES)

ENTIDADES PARAESTATAIS ≠ EMPRESAS ESTATAIS: a expressão “empresas estatais” refere-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, que integram a Administração Pública Indireta. A expressão “entidades paraestatais” faz referência às entidades privadas, sem fins lucrativos, que colaboram com o Estado no exercício de funções típicas.

CA

RA

CT

ER

ÍST

ICA

S

SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS (SSA) ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS) ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE

INTERESSE PÚBLICO (OSCIP)

DEFINIÇÃO: são todos aqueles instituídos ou autorizados por lei, com personalidade jurídica de Direito Privado, para ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, sendo mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais (contribuições de sindicalizados). São Pessoas Jurídicas de Direito Privado Compõem o denominado sistema "S" Instituídos por autorização legislativa. Executam serviços de utilidade pública, mas não serviços públicos Produzem benefícios para grupos ou categorias profissionais Custeado por contribuições compulsórias pagas pelos sindicalizados Recebem Dotações Orçamentárias do Poder Público NÃO estão obrigados a realizar LICITAÇÃO (apenas princípios) Prestação de Contas pelo Tribunal de Contas NÃO TEM FINS LUCRATIVOS Empregados pela CLT (por processo seletivo – sem concurso) Não gozam de prerrogativas especiais São imunes a impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços Ex.: Sesi, Senac, Senar Não integram a Administração Pública.

DEFINIÇÃO: É uma qualificação concedida pelo Poder Público a uma entidade privada, sem fins lucrativos, a exemplo das sociedades, fundações privadas e associações, a fim de que possam receber determinados benefícios e incentivos do Poder Público (dotações orçamentárias, isenções fiscais etc.), para a realização de seus objetivos, que devem ser obrigatoriamente de interesse coletivo. Exercem Atividades de Interesse Público Contrato de Gestão A Outorga é DISCRICIONÁRIA Qualificação depende do MINISTRO DE ESTADO São Contratadas por DISPENSA DE LICITAÇÃO Estão obrigados a realizar LICITAÇÃO (Contratante) NÃO TEM FINS LUCRATIVOS DECRETO DO PODER EXECUTIVO VEDADA a remuneração dos agentes OBRIGATÓRIA a participação do poder público Recebem recursos públicos, uso de bens e cessão de

servidores com ônus p/ Adm. Pública ÁREAS DE ATUAÇÃO: - Ensino e Pesquisa Científica - Desenvolvimento Tecnológico - Cultura e Saúde - Proteção e Preservação do meio ambiente

DEFINIÇÃO: São pessoas jurídicas de Direito Privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalização pelo Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de termo de parceria”. Exercem atividades de Natureza Privada Estão obrigados a realizar LICITAÇÃO Termo de Parceria Qualificação pelo MINISTRO DA JUSTIÇA A Outorga é VINCULADA Executam Serviços não Exclusivos do Estado Campo de Atuação mais abrangente, como: - Assistência Social - Promoção da cultura - Promoção da segurança alimentar e nutricional - Etc. PERMITIDA a remuneração FACULTATIVA a participação do poder público NÃO TEM FINS LUCRATIVOS

TODA OSCIP PODER SER OS, MAS A OS NÃO PODE SER OSCIP

Page 26: Resumos   direito administrativo

26

SERVIÇOS PÚBLICOS

SERVIÇOS PÚBLICOS

CO

NC

EIT

O

A quem incumbe os serviços públicos? A Constituição Federal de 1988, em seu art. 175, atribui expressamente ao Poder Público a titularidade para a prestação de serviços públicos. In verbis: Art. 175 Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade e comodidade material, destinada à satisfação da coletividade, mas que pode ser utilizada singularmente pelos administrados, e que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta-a por si mesmo, ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de direito público, total ou parcialmente.

OB

SE

RV

ÕE

S

→ Na concessão de serviço público, o poder concedente transfere ao concessionário apenas a execução do serviço, continu-ando titular do mesmo, razão pela qual pode rescindir o contrato unilateralmente por motivo de interesse público. → É possível a delegação de serviços públicos mediante autorização? Sim, em hipóteses excepcionais (ex: telecomunicações). → Qual a corrente do serviço público adotada no Brasil? Para o sentido objetivo, prevalece o conceito formal que considera serviço público qualquer atividade de oferecimento de utilidade material à coletividade, desde que, POR OPÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO, essa atividade deva ser desenvol-vida sob regime de Direito Público. ATENÇÃO!!! Segundo entendimento doutrinário dominante, o Brasil filia-se à corrente for-malista. O Brasil adotou uma concepção FORMAL de serviço público. → Exploração de atividade econômica pelo Estado é serviço público? Não. Os serviços públicos não podem ser confundidos com a exploração da atividade econômica. Ela é a intervenção do Estado no domínio econômico, ou seja, é a interferência do Poder Público em segmento da atividade econômica exercida pelos parti-culares, no exercício da livre iniciativa, para fomentar ou assegurar o cumprimento da disciplina legal do setor. → Qual foi o princípio adotado na repartição de competências dos serviços públicos pelos entes federativos? Adotou-se o Princípio da predominância do interesse. → Qual é a natureza jurídica do valor cobrado em sua conta de luz ou de água? O entendimento consagrado no STJ e no STF é no sentido de que a sua conta de água ou luz cobra tarifa ou preço público. → Súmula nº 670 do STF: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.” → Quem realiza o controle dos serviços públicos no Brasil? O controle dos serviços públicos deve ser exercido pela própria administração pública, pela população em geral, bem como pelos órgãos incumbidos de tutelar interesses coletivos e difusos (exs: MP, órgãos de defesa do consumidor). - A regulamentação e o controle dos serviços públicos e de utilidade pública competem sempre ao poder público. O que não significa somente o poder público.

MA

PA

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27

PR

ES

TA

ÇÃ

O

Os serviços públicos podem ser prestados de forma: → DIRETA: a própria Administração presta; → INDIRETA: o serviço é prestado por particulares, que, mediante delegação do poder público, são responsáveis por sua mera execução; → CENTRALIZADA: o serviço é prestado pela Administração Direta, ex: Delegacia da Polícia Federal; → DESCENTRALIZADA: o serviço é prestado por pessoa diferente do ente federado a que a Constituição atribui a titulari-dade do serviço, seja por entidade da Administração Indireta, seja por particular, mediante concessão, p.ex.. → DESCONCENTRADA, hipótese em que o serviço é executado por órgão, com competência específica para prestá-lo, inte-grante da estrutura da pessoa jurídica que detém a titularidade do serviço.

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28

CLASSIFICAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS – QUANTO À:

TIPOS CONCEITO EXEMPLOS

ES

SE

NC

IAL

IDA

DE

Serviços Públicos Propriamente Ditos

São os serviços essenciais que a administração presta diretamente à comunidade e não podem ser delegados; são pro-comunidade.

Polícia, defesa nacional.

Serviços de Utilidade Pública

Não são essenciais, mas visam facilitar a vida do indivíduo na coletividade e podem ser delegados a terceiros; são pró-cidadãos.

Transporte coletivo, telefonia.

AD

EQ

UA

ÇÃ

O

Serviços Públicos Próprios

São os intimamente relacionados as atribuições do Poder Público e nos quais a Administração Pública se vale da sua supremacia. São prestados somente pela própria Administração.

Segurança, polícia, higiene e saúde públicas.

Serviços Impróprios do

Estado

Não são atividades tipicamente inerentes ao Poder Público, ou seja, não são serviços essenciais e sim são serviços de utilidade pública. Podem ser prestados pela própria Administração ou ser delegados a terceiros.

Conservação de estradas, Taxista.

FIN

AL

IDA

DE

Serviços Administrativos

São os que a Administração realiza para satisfazer as suas necessidades internas ou para servir de preparação para outros serviços prestados ao público.

Imprensa oficial, processamento de dados.

Serviços Industriais

São aqueles que produzem renda para os seus executores. A remuneração se dá por meio de tarifa ou de preço público. Podem ser realizados pela Administração ou por terceiros. São aqueles que a Administração executa, direta ou indiretamente, para atender necessidades coletivas de ordem econômica, como, por exemplo, serviços de transportes, energia elétrica, telecomunicações.

Telefonia, conservação de estradas.

DE

ST

INA

RIO

S

Serviços Gerais (uti universi)

São aqueles serviços que não há um destinatário determinado, isto é, são prestados a coletividade como um todo. São serviços que não podem ser divididos ou mensurados no seu uso e, por isso, são remunerados por impostos.

Iluminação pública, calçamento, vacinação contra

gripe.

Serviços Individuais (uti singuli)

São aqueles serviços que têm usuários determinados e cuja utilização pode ser mensurada, individualizada para cada usuário e, assim, são remunerados por taxa ou tarifa.

Telefonia, energia elétrica.

SERVIÇOS PÚBLICOS – RESUMO

Competências Comuns (U/E/DF/M) - Saúde - Educação - Assistência Social - Combate à Pobreza - Calamidades - Proteção Meio Ambiente - Previdência Social (Legislar, exceto Municípios) Exclusivos da União: (Não pode delegar) (Serviços Postais, Geográficos, Estatísticos, Nucleares) - Postal, Correio Aéreo - Estatística, Geografia, Geologia, Cartografia - Nucleares - Seguridade Social (Legislar)

Exclusivos da União: (poderá delegar) (Telecomunicação, Energias, Portuários, Transporte e Navegação) - Telecomunicações - Radiodifusão sonora/imagens - Energia elétrica - Energia Hidroelétrica - Navegação Aérea - Portos - Infraestrutura Aeroportuária - Transporte Ferroviário - Transporte Aquaviário - Transporte Rodoviário interestadual, internacional (intermunicipal NÃO) Competência dos Estados: - Gás Canalizado - Residuais Competência Municipal: - Coleta de Lixo - Transporte Coletivo Urbano - Interesses Locais - Serviços Funerários - Proteção de patrimônio histórico

Page 29: Resumos   direito administrativo

29

SERVIÇOS PÚBLICOS – RESUMO

PR

INC

ÍPIO

S

Regularidade; Continuidade - Exceções: - Situações Emergenciais (independente de aviso prévio) - Necessidades técnicas (após aviso prévio) - Falta de pagamento do usuário (após aviso prévio) Eficiência; Segurança; Atualidade: - Modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e sua conservação, bem como melhoria e expansão do serviço.

Generalidade (universalidade); Cortesia na prestação; Modicidade das tarifas; Mutabilidade; Igualdade; Universalidade; Impessoalidade

DA

UN

IÃO

Postal; Correio aéreo nacional; Telecomunicações; Radiodifusão sonora e de sons e imagens; Instalações de energia elétrica;

Navegação aérea; Transporte ferroviário e aquaviário entre portos; Portos; Transporte rodoviário interestadual e internacional

CL

AS

SIF

ICA

ÇÃ

O D

OS

SE

RV

IÇO

S P

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LIC

OS

SERVIÇOS GERAIS

ou COLETIVOS (uti universi)

Custeado por IMPOSTOS; Usuários indeterminados e indetermináveis; Serviços indivisíveis; Os serviços, normalmente, são gratuitos; Não há relação jurídica com o Estado; Exemplos: iluminação pública, limpeza urbana, conservação de logradouros públicos, policiamento

urbano, garantia da segurança nacional, estradas, saúde, segurança.

SERVIÇOS INDIVIDUAIS (uti singuli)

Custeado por TAXAS (Tarifa ou Preço Público) Número determinado ou determinável de usuários; Serviços divisíveis; São cobrados dos usuários na proporção de sua utilização; Há relação jurídica entre o usuário e o prestador; Exemplos: coleta domiciliar de lixo, fornecimento domiciliar de água, gás, energia elétrica, serviço

postal, telefônico, etc.

SERVIÇOS DELEGÁVEIS

Aqueles que podem ser prestados pelo ESTADO - centralizadamente ou por meio das entidades integrantes da administração indireta - ou, alternativamente, ter a sua prestação delegada a PARTICULARES, mediante contratos de concessão ou permissão de serviço público (ou, ainda, se cabível, mediante ato administrativo de autorização de serviço público). Exemplos: são os serviços de telefonia, de fornecimento de energia elétrica, de transporte coletivo rodoviário de passageiros etc.

SERVIÇOS INDELEGÁVEIS

Aqueles que somente podem ser prestados pelo ESTADO, centralizadamente, ou pelas PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO integrantes da administração indireta. São, portanto, serviços públicos cuja prestação exige exercício de poder de império. Os exemplos usualmente apontados são a garantia da defesa nacional, da segurança interna, a fiscalização de atividades, poder de polícia etc.

SERVIÇOS PRÓPRIOS

São aqueles que atendem as necessidades básicas da sociedade e, por isso, o Estado presta esses serviços diretamente (pela administração direta ou indireta) ou por meio de empresas delegatárias (concessionárias e permissionárias). Exemplos: fornecimento de água, energia elétrica, tratamento de esgoto etc.

SERVIÇOS IMPRÓPRIOS

São aqueles que atendem a necessidades da coletividade, mas não é o Estado quem os executa (nem direta nem indiretamente). Nesses serviços, o Estado apenas fiscaliza e regulamenta a sua execução por entidades privadas. Exemplos: instituições financeiras, seguradoras etc.

SERVIÇOS SOCIAIS

Serviços sociais são aqueles de caráter predominantemente assistencial, que também podem ser oferecidos pela iniciativa privada, a exemplo da educação, saúde, meio ambiente, cultura etc.

OBS: O Supremo Tribunal Federal decidiu que os serviços públicos não essenciais são, “de regra, delegáveis, vale dizer, podem ser concedidos e podem ser remunerados mediante preço público. Exemplo: o serviço postal, os serviços telefônicos, telegráficos, de distribuição de energia, de gás, etc.”

Page 30: Resumos   direito administrativo

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PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO

PRINCÍPIOS CONCEITO

CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO

O serviço público deve ser ininterrupto, ou seja, não pode parar. Porém, há situações em que existe previsão legal para que o serviço público possa ser interrompido (art. 6°, § 3° da Lei 8.987/95) nos casos de: Emergência; Por motivo de ordem técnica ou de segurança das instalações (Aviso prévio); Por motivo de inadimplência do usuário, considerado interesse geral. (Aviso prévio)

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da eficiência impõe à Administração Pública a obrigatoriedade de se atualizar e valer-se das inovações tecnológicas para garantir um serviço público de qualidade, sem desperdícios, e de baixo custo.

PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO

O princípio da atualidade significa que a prestação dos serviços públicos deve acompanhar as modernas técnicas de oferecimento aos usuários. Ademais, a atualidade exige a utilização de equipamentos modernos, cuidando-se bem das instalações e de sua conservação, visando, sempre, a melhoria e a expansão dos serviços públicos

MODICIDADE DAS TARIFAS

Em regra, os serviços públicos são gratuitos, mas, há hipótese de serem cobrados, as tarifas devem ter valor módico, ou seja, seu valor deve ser baixo, acessível.

GENERALIDADE OU IGUALDADE DOS

USUÁRIOS

O Serviço Público deve ser realizado de forma a atender aos usuários de maneira indistinta, de forma impessoal, isto é, todas as pessoas que estejam na mesma situação devem ser beneficiadas pelo serviço público, sem prejudicar ou privilegiar ninguém.

MUTABILIDADE DO REGIME JURÍDICO

Para que seja feita a adaptação ao interesse público, a administração tem a prerrogativa de modificar o regime de execução do serviço público e, assim, conforme adverte Di Pietro, os servidores públicos, os usuários dos serviços públicos e os contratados pela Administração não têm “direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico”; o estatuto dos funcionários públicos pode ser alterado, os contratos podem ser alterados ou mesmo rescindidos unilateralmente para atender ao interesse público.

PRINCÍPIO DA CORTESIA

O princípio da cortesia que se traduz em bom atendimento e digno tratamento para com o público na fruição dos serviços públicos. A prestação em tais condições não e um favor do agente ou da Administração, mas sim uma obrigação legal.

HIPÓTESES DE EXTINÇÃO. MACETE: A concessão foi extinta porque ela É FRACA: 1) Encampação: interesse público; 2) Falecimento/ Falência; 3) Rescisão (natureza judicial- quem "pisa na bola" é a administração); 4) Anulação (vício de legalidade- "efeitos ex tunc" retroativos); 5) Caducidade (descumprimento contratual do concessionário - quem "pisa na bola" é o contratado) 6) Advento do termo contratual;

OBSERVAÇÕES: → Contrato de prestação de serviços públicos é diferente de contrato de concessão de serviços públicos, o primeiro é regulado pela Lei 8.666/93 (licitação) e o segundo pela Lei 8.897/95 (serviços públicos).

→ Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados

ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.

→ A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato

administrativo. → É possível a subconcessão de serviços públicos?

SIM, se previsto no contrato administrativo, mediante autorização prévia do poder concedente e realização de procedimento

de concorrência, sob pena de caducidade da concessão. A subconcessão só é possível se a empresa subconcessionária

atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal, bem como se comprometa a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor. Existe, também, o direito de contratar com terceiros serviços inerentes, complementares ou acessórios para a fiel execução do serviço concedido. → Quanto a responsabilidade das concessionárias e permissionárias: Elas respondem pelos danos causados a terceiros. No que toca à responsabilidade do poder concedente, em razão dos atos praticados por agentes das concessionárias, aplica-se a teoria da responsabilidade subsidiária do poder público.

Page 31: Resumos   direito administrativo

SERVIÇOS PÚBLICOS – FORMAS DE PRESTAÇÃO

O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 estabelece que “incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. UNIÃO: normas gerais.

CO

NC

ES

O

É o CONTRATO ADMINISTRATIVO por meio do qual o Estado transfere a uma pessoa jurídica ou consórcio de empresas, mediante LICITAÇÃO na modalidade concorrência, a prestação de um serviço público, POR PRAZO DETERMINADO, e o contratado aceita prestá-lo em seu nome, por sua conta e risco e por prazo determinado, sendo remunerado por tarifa paga pelo usuário final. É um contrato estável, ou seja, só se desfaz em casos específicos previstos em lei. Ex. Emissoras de rádio e televisão, operadoras de telefonia. (Responsabilidade Objetiva) No contrato de concessão, e permitida a subconcessão, desde que prevista no contrato, autorizada pelo poder concedente e precedida de concorrência.

PE

RM

ISS

ÃO

É a delegação, a título precário, mediante LICITAÇÃO, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente a pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco, formalizada mediante CONTRATO DE ADESÃO, precário e revogável unilateralmente pelo poder público. É um CONTRATO PRECÁRIO E DISCRICIONÁRIO, por meio do qual o Poder Público transfere a alguém o desempenho de um serviço público, proporcionando ao permissionário a possibilidade de cobrança de tarifa aos usuários. (Responsabilidade Objetiva)

AU

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RIZ

ÃO

É o ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO E PRECÁRIO pelo qual o Poder Público torna possível ao particular a realização de certa atividade, serviço ou utilização de certos bens particulares ou públicos, de exclusivo ou predominante interesse do particular, que a lei condiciona à aquiescência prévia da administração. Só será aceitável nos casos de serviço transitório ou emergencial, e nunca para necessidade permanente. Ao contrário das permissões e concessões, as autorizações podem ser realizadas por prazo indeterminado. Não é exigível LICITAÇÃO.

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AL

É a forma ordinária de extinção da concessão, ocorrendo quando chega ao fim o prazo estabelecido no contrato. A concessionária tem direito a indenização quando os investimentos que houver realizado nos bens reversíveis ainda não tenham sido inteiramente depreciados ou amortizados. O poder concedente deve promover os levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à concessionária (Art. 35, §4º, Lei 8.987/95).

EN

CA

MP

ÃO

É a retomada do serviço público pelo poder concedente durante o prazo de concessão, por motivo de interesse público e sem culpa do contratado, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento de indenização. (“assumir o que é seu”) - (Art. 37, Lei 8.987/95) Será formalizada mediante decreto do Chefe do Executivo, após a aprovação de lei específica autorizando tal medida e o respectivo pagamento da indenização devida

CA

DU

CID

AD

E

É a retomada do serviço público pelo poder concedente em razão de inadimplência total ou parcial do concessionário. A concessionária deve ser comunicada, antes da instauração do processo administrativo, dos descumprimentos contratuais, com a estipulação de prazo para correção das falhas. O poder concedente deve declarar a caducidade por decreto. (Rescisão Administrativa Unilateral) As falhas da concessionária que podem ensejar a caducidade são: (a) serviço prestado de forma inadequada ou deficiente; (b) descumprimento de cláusulas contratuais ou disposições legais; (c) paralisação do serviço, ressalvado o caso fortuito e a força maior; (d) perda das condições econômicas, técnicas ou operacionais; (e) descumprimento das penalidades impostas por infrações; (f) não atendimento da intimação do poder concedente para regularizar a prestação do serviço; (g) condenação em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos; (h) transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente.

RE

SC

ISÃ

O

Decorre do descumprimento de normas contratuais pelo poder concedente e é sempre resultado de uma decisão judicial. Nesse caso, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados até a decisão judicial transitada em julgado que reconheça o inadimplemento do poder concedente e autorize a concessionária a considerar extinto o contrato pela rescisão.

AN

UL

ÃO

É a extinção do contrato em decorrência de ilegalidade ou ilegitimidade. Pode ser declarada unilateralmente pelo poder concedente ou pelo Judiciário, se houver provocação. Quem tiver dado causa à ilegalidade deve ser responsabilizado. Aplica-se, no caso, o art. 59 da Lei nº 8.666/93.

FALÊNCIA OU EXTINÇÃO DA EMPRESA CONCESSIONÁRIA E FALECIMENTO OU INCAPACIDADE

DO TITULAR, NO CASO DE EMPRESA INDIVIDUAL

Essa hipótese de extinção tem como fundamento a natureza pessoal dos contratos de concessão ou permissão de serviços públicos.

Encampação: sem culpa do concessionário. Caducidade: inadimplência total ou parcial do

concessionário.

Page 32: Resumos   direito administrativo

PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS - PPP

CO

NC

EIT

O

São modalidades específicas de contratos de concessão, por meio dos quais o Estado (“parceiro público”) e o concessionário (“parceiro privado”) ajustam entre si a gestão, implantação e pretensão de um serviço público, mediante investimentos de grande vulto do parceiro privado e uma contraprestação pecuniária do parceiro público, com divisão de ganhos e perdas entre os parceiros, nas modalidades concessão administrativa e concessão patrocinada. A modalidade de contratação prevista para PPP é CONCORRÊNCIA.

MO

DA

LID

AD

ES

DE

PP

P

Concessão Patrocinada Contrato de concessão de serviços públicos em que o parceiro privado planeja, executa e opera uma atividade de caráter público, precedida, ou não, de obra pública, em que parte da remuneração do serviço entregue a população, será paga pelo parceiro público, na forma de contraprestação adicional, em espécie. O usuário pagará o restante dos custos do investimento, por intermédio de uma tarifa decorrente do uso do equipamento público. Ressaltando-se que a Administração poderá complementar o custo da tarifa, em busca de um valor mais acessível à população. Ex.: Concessão de uma Linha de Metrô, estacionamento subterrâneo, etc.

Concessão Administrativa Contrato de Concessão em que a Administração Pública é a usuária direta ou indireta do serviço público concedido, ainda que envolva o projeto, a execução, a instalação e a operacionalização da obra, ou serviço. O parceiro privado será remunerado unicamente pelos recursos públicos orçamentários, após a entrega do contratado. Ex.: concessão para remoção de lixo, construção de um Centro Administrativo, presídios, etc.

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MAPA MENTAL – SERVIÇO PÚBLICO

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AGENTES PÚBLICOS AGENTES PÚBLICOS - CLASSIFICAÇÃO

AGENTE PÚBLICO

Agente público é toda pessoa física que exerça, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública.

AG

EN

TE

S

PO

LÍT

ICO

S

Os agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e quase judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência. Conforme Hely Lopes Meirelles: Aqueles que estão no alto escalão dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas; diplomatas.

AG

EN

TE

S A

DM

INIS

TR

AT

IVO

S

Estatutários É o servidor detentor de cargo público efetivo ou em comissão, sujeito a uma relação legal com a entidade de direito público, ou seja, Administração Direta, autarquia ou fundação de direito público. (aqui se incluem os ocupantes de funções de confiança e cargos em comissão)

Empregados Públicos

O servidor ocupante de emprego público, é aquele sujeito ao regime jurídico da CLT, ou celetista, na Administração Direta ou Indireta. Sendo empregados celetistas, e não ocupantes de cargo público, terão uma relação contratual com a Administração, não terão direito à estabilidade e estarão sujeitos ao Regime Geral de Previdência Social (INSS), embora necessitem de aprovação em concurso público.

Temporários

É aquele admitido nos moldes do art. 37, IX, da Constituição Federal, que dispõe que “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público”, estando, portanto esse pessoal sujeito a um regime jurídico especial determinado pela lei de cada ente federativo. No nível federal, a Lei no 8.745/1993 dispôs os casos e condições para tais contratações pela Administração Direta, autárquica e fundacional.

PA

RT

ICU

LA

RE

S E

M C

OL

AB

OR

ÃO

CONCEITO: Agentes particulares colaboradores são aqueles que, embora particulares, executam certas funções especiais que podem se qualificar como públicas, sempre como resultado do vínculo jurídico que os prende ao Estado.

Agentes Honoríficos

São aqueles que, em função de sua honra, de sua condição cívica, são convocados e têm a oportunidade de prestar determinados serviços relevantes ao Estado, tais como o de mesário eleitoral e o de jurado, não possuindo qualquer tipo de vínculo com a Administração, em função da transitoriedade do serviço, que normalmente é exercido sem remuneração. Enquanto desempenham a função pública ficam momentaneamente inseridos na hierarquia do órgão, razão pela qual devem obediência a seus superiores e se sujeitam ao poder disciplinar, podendo contar esse período como tempo de serviço.

Agentes Delegados

São particulares que, por delegação do Estado, executam atividade ou serviço público em nome próprio, por sua conta e risco, mas sempre sob a fiscalização da Administração. São os concessionários e permissionários de serviços públicos, os leiloeiros e tradutores públicos, os serventuários de ofícios e cartórios. Há responsabilidade objetiva (respondem civil e penalmente) pelos danos que causarem a terceiros. São remunerados por terceiros usuários.

Agentes Credenciados

São os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.

Requisitados, Designados, Nomeados

Exercem funções públicas relevantes, mas não têm vínculo empregatício e, em geral, não recebem remuneração (Ex.: jurado do Tribunal do Júri).

Gestores de Negócio

Assumem, espontaneamente, determinada função pública em momento de emergência, como epidemia, incêndio, enchente, etc.

REGIMES JURÍDICOS

Regime Estatutário ou Legal A Constituição exige a adoção, por parte de cada ente da Federação, de um só regime jurídico (regime jurídico único) aplicável a todos os servidores integrantes de sua administração direta, autarquias e fundações públicas. CUIDADO: Os servidores das empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações privadas regem-se pela legislação trabalhista, essas estatais compõem a administração indireta.

Regime Celetista ou Contratual ou Trabalhista

Regime Especial (Temporários)

→ REMUNERAÇÃO POR SUBSÍDIO:

A retribuição por SUBSÍDIO foi fixada na CF para os seguintes cargos públicos: chefes do Poder Executivo de todas as ordens

políticas; auxiliares imediatos do Poder Executivo; membros do Poder Legislativo; magistrados federais e estaduais; membros do MP; ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas; membros da AGU; procuradores federais e estaduais; defensores públicos; servidores policiais; demais servidores organizados em carreira, desde que a lei que disciplina sua remuneração opte pelo subsídio.

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36

CARGO – EMPREGO – FUNÇÃO PÚBLICA

CA

RG

O P

ÚB

LIC

O

CONCEITO DE CARGO: é um lugar na estrutura da Administração Direta, autárquica ou fundacional; possui denominação própria, atribuições específicas e requisitos para investidura, dispostos em lei, que também definirá a sua quantidade e remuneração. O cargo é regido pelo estatuto daquele ente federado, sendo ocupado por servidor estatutário. O cargo é como uma cadeira, que pode estar sendo ocupada por um servidor (cargo ocupado) ou estar desocupada (cargo vago).

CARGO PÚBLICO: É conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor, criando com este um vínculo estatutário.

CA

RG

O E

FE

TIV

O

CONCEITO: é aquele que depende de prévia aprovação em concurso público, sendo que a nomeação é feita em caráter definitivo e seu ocupante tem a possibilidade de, preenchidos os requisitos constitucionais (art. 41, CF), adquirir a estabilidade.

Cargos de Carreira

São aqueles escalonados verticalmente em classes, em que o seu titular poderá ser promovido de uma classe para a classe superior de acordo com requisitos preestabelecidos, constituindo-se a regra na estrutura administrativa.

Cargos Isolados

Apesar de estarem no quadro funcional da Administração, não estão escalonados; são estanques, não contando os seus ocupantes com a possibilidade de progressão, de ascensão funcional.

CA

RG

O E

M

CO

MIS

O

É aquele que tem como objetivo auxiliar determinada autoridade, sendo o ocupante de sua inteira confiança. Por esta razão é que o cargo em comissão é declarado em lei como de livre nomeação e exoneração. O cargo é de livre nomeação uma vez que não haverá concurso público para sua ocupação; o motivo da nomeação é a relação de confiança existente entre ele e a autoridade que o auxiliará; sendo o cargo, da mesma forma, de livre exoneração, ou exonerável ad nutum. A exoneração de cargo em comissão dispensa a motivação do ato. (OBS: Os cargos em comissão, criados por lei, destinam-se somente às atribuições de direção, chefia e assessoramento.) É ocupado em caráter transitório e pode ser preenchido por qualquer pessoa.

CA

RG

O V

ITA

LÍC

IO

É aquele no qual seu integrante é provido de forma permanente. A estabilidade é adquirida após 2 anos de efetivo exercício. Atualmente existem quatro hipóteses para a perda do cargo de um servidor estável (sentença judicial transitada em julgado, processo administrativo em que sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, insuficiência de desempenho apurada em avaliação periódica e ainda por necessidade de redução de gastos com pessoal do ente federativo que ultrapassar o limite constitucionalmente), enquanto a única forma possível de perda de cargo vitalício é a sentença judicial transitada em julgado. A vitaliciedade só é concedida aos Magistrados, membros do Ministério Público (Promotores e Procuradores) e membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros). Os servidores vitalícios se submetem a normas próprias, tal como o estatuto da magistratura, diferentes do estatuto geral que rege os servidores efetivos e em comissão.

EMPREGO PÚBLICO

É aquele exercido pelo pessoal celetista, vinculado às leis trabalhistas, e não ao estatuto, havendo contrato e carteira de trabalho.

FU

ÃO

BL

ICA

É o conjunto de atribuições que devem ser desempenhadas por cada servidor, podendo haver funções permanentes e funções provisórias. As funções permanentes da Administração devem ser exercidas por detentores de cargos, enquanto as funções provisórias podem ser desempenhadas por servidores contratados excepcionalmente, como ocorre com aqueles contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, nos moldes do art. 37, IX, da CF/88. Exemplo de função permanente é a função de confiança, prevista no art. 37, V, da Carta Magna, que só pode ser exercida por servidor efetivo, já detentor de cargo, para direção, chefia ou assessoramento. Assim, podemos verificar que todo cargo tem função (cada cargo tem suas atribuições próprias), mas pode haver função sem cargo, como a função dos servidores temporários, que não titularizam cargo algum.

DE

FIN

IÇÕ

ES

CLASSE é o agrupamento de cargos da mesma profissão e com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos, consistindo nos degraus de acesso dentro da carreira; CARREIRA é um conjunto de cargos organizados em uma estrutura escalonada, hierarquizada; QUADRO é o conjunto de carreiras e cargos isolados que compõe a estrutura de um órgão ou Poder, podendo ser permanente ou provisório. LOTAÇÃO é a quantidade de servidores que devem trabalhar em determinada repartição. Considerando-se o cargo como uma cadeira, a lotação será a quantidade de cadeiras daquela repartição, da mesma forma que ocorre em um cinema, por exemplo.

PE

RD

A D

O C

AR

GO

São 4 as formas de perda do cargo público por servidor estável (CF/88): → Sentença judicial transitada em julgado; → Processo administrativo, desde que assegurados ampla defesa e contraditório; → Insuficiência de desempenho, verificada mediante avaliação periódica, na forma de lei complementar, assegurados também o contraditório e a ampla defesa; → Excesso de despesa com pessoal.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA

AUTARQUIA FUNDAÇÃO

PÚBLICA FUNDAÇÃO

GOVERNAMENTAL EMPRESA PÚBLICA

SOC. DE ECONOMIA MISTA

UNIÃO, UF/DF,

MUNICÍPIOS

PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO PÚBLICO PRIVADO PRIVADO PRIVADO PÚBLICO

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA INDIRETA INDIRETA INDIRETA INDIRETA DIRETA

CRIAÇÃO Lei Específica Autorizada Lei (Decreto p/ Instituição) Autorizada Autorizada CF/88

PERSONALIDADE (Surgimento)

Publicação da Lei Publicação da Lei Com registro dos atos

constitutivos em cartório Com registro dos atos

constitutivos em cartório Com registro dos atos

constitutivos em cartório

EXTINÇÃO São extintas por lei

específica São extintas por lei

específica São extintas com a baixa em

cartório São extintas com a baixa

em cartório São extintas com a baixa

em cartório

SERVIÇOS PÚBLICOS SIM SIM NÃO SIM SIM

ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO

PRERROGATIVAS DA FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO

SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM

CAPITAL - - -

100% PÚBLICO (Pode pertencer a um ou +

entes da federação ou Adm. Indireta)

MISTO (PÚBLICO e PRIVADO)

-

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA SIM SIM

FORMA DE CONSTITUIÇÃO - - - ADMITE QUALQUER FORMA EM DIREITO

APENAS SOB A FORMA S/A

-

COMPETÊNCIA P/ JULGAMENTO DE AÇÕES

FEDERAL FEDERAL JUSTIÇA

FEDERAL/ESTADUAL JUSTIÇA ESTADUAL -

PRIVILÉGIOS FISCAIS SIM SIM NÃO NÃO

PENHORA DE BENS NÃO NÃO SIM

(Exceto Serv. Públicos) SIM

(Exceto Serv. Públicos)

DÉBITOS PRECATÓRIOS PRECATÓRIOS

CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS

CRIAÇÃO No âmbito federal, isso ocorre por meio de lei, da competência do Congresso Nacional. A iniciativa dessa lei é privativa do Presidente da República, quando se tratar de cargos, funções ou empregos públicos na administração federal direta e autárquica. No caso específico de cargo ou função pública que estejam vagos, a extinção pode ser feita mediante decreto do próprio Chefe do Executivo (não precisa edição de lei pelo Legislativo).

EXTINÇÃO A extinção de função ou cargo público preenchido somente poderá ser efetivada mediante lei; caso o cargo esteja vago, a competência para sua extinção é privativa do Chefe do Poder Executivo, mediante decreto autônomo.

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ADMINISTRAÇÃO INDIRETA:

- É a Administração Centralizada; - Há criação de pessoas jurídicas (pessoas administrativas) - Há vinculação (tutela administrativa, controle finalístico, supervisão ministerial); - Possuem autonomia administrativa; - Os entes administrativos possuem patrimônio próprio e capacidade processual; - As entidades Administrativas são criadas ou autorizadas por Lei. - Podem ter regime de direito público ou privado.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - SENTIDOS

No SENTIDO SUBJETIVO, ORGÂNICO OU FORMAL, a expressão diz respeito aos sujeitos, aos entes que exercem a atividade administrativa (pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos). Para identificar o aspecto orgânico, é suficiente a seguinte pergunta: quem exerce a atividade? Dicas:

Em sentido subjetivo, a administração pública confunde-se com os próprios sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado;

A administração pública, sob o ângulo subjetivo, não deve ser confundida com nenhum dos poderes estruturais do Estado, sobretudo o Poder Executivo.

Administração pública em sentido orgânico designa os entes que exercem as funções administrativas, compreendendo as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes incumbidos dessas funções.

No SENTIDO OBJETIVO, MATERIAL OU FUNCIONAL, a expressão administração pública consiste na própria função administrativa exercida pelos órgãos, entidades e agentes que integram a Administração Pública. Estuda-se as atividades finalísticas exercidas pela administração, a exemplo do fomento, serviço público, polícia administrativa e intervenção administrativa, e não a sua composição e estruturação. Pergunta chave para identificação do sentido: qual a atividade (função) exercida?

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SENTIDO AMPLO RESTRITO

Subjetivo, Orgânico ou Formal Órgãos governamentais e administrativos Apenas órgãos administrativos

Objetivo, Material ou Funcional Funções políticas e administrativas Apenas funções administrativas

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CENTRALIZAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO

CONCEITOS

CENTRALIZAÇÃO Na centralização a pessoa política desempenha a atividade administrativa por seus próprios órgãos. Não transfere para outra pessoa jurídica o desempenho da atividade.

DESCENTRALIZAÇÃO

Na descentralização a pessoa política se utiliza de outras pessoas jurídicas para realizar a função administrativa. Na descentralização a criação ou distribuição da atividade administrativa para empresa pública, autarquia, fundação, sociedade de economia mista, consórcios públicos. Como na descentralização há a criação de uma pessoa jurídica pela pessoa política há entre elas uma relação de vinculação.

CONCENTRAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO

Na concentração a pessoa política desempenha a função administrativa por meio de um só órgão, sem divisão, isto é, realiza a atividade administrativa de forma concentrada.

Na desconcentração não há concentração em um só órgão, mas, sim, a pessoa jurídica política se divide em vários órgãos. Ocorre a distribuição interna de competência. A desconcentração por ocorrer: Em razão da matéria: Ministério da Saúde, Ministério da Educação, etc. Em razão da hierarquia: Presidência da República, Ministérios, Secretarias, etc. Em razão do território: SRFB da Bahia, SRFB de MG, etc. Na desconcentração há a criação de órgãos para o exercício da função administrativa, e portanto, havendo hierarquia entre a pessoa política e o órgão. Pode na administração direta/indireta.

CLASSIFICAÇÃO DA DESCENTRALIZAÇÃO

POLÍTICA Realizada diretamente pela CF e cada ente federado possui capacidade política, com fonte direta no texto constitucional. Chamada de descentralização vertical.

AD

MIN

IST

RA

TIV

A

As atribuições da pessoa jurídica não surgem diretamente da CF, mas são distribuídas pelo ente federado, ou seja, União, Estados, DF e Municípios, com base na competência política que receberam, distribuem competências para outras pessoas jurídicas. A DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA pode ser dividida em:

OUTORGA

(SERVIÇOS, FUNCIONAL OU

TÉCNICA)

É a que se verifica quando uma entidade política [o poder público] (União, Estados ou Municípios) cria ou autoriza a criação de uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela TRANSFERE a titularidade e a execução de determinado serviço público, exemplo: empresa pública, autarquia, fundação, sociedade de economia mista, consórcios públicos. Essa descentralização é à que deu origem à Administração Indireta. Será por PRAZO INDETERMINADO.

DELEGAÇÃO

(COLABORAÇÃO)

É a que se verifica quando uma entidade política ou administrativa, por meio de contrato administrativo (concessão ou permissão) ou ato unilateral (autorização) transfere somente o exercício de determinada atividade administrativa a uma pessoa física ou jurídica, que já atuava anteriormente no mercado, conservando o Poder Público a titularidade do serviço.

TERRITORIAL (GEOGRÁFICA)

É aquela em que a União cria uma pessoa jurídica de direito público com limites territoriais determinados e competências administrativas genéricas. Os Territórios Federais são também chamados de autarquias territoriais ou geográficas, em razão de sua personalidade jurídica de direito público.

AGÊNCIAS REGULADORAS E EXECUTIVAS As agências reguladoras nada mais são que autarquias em regime especial. Por outro lado, as agências executivas são

autarquias ou fundações públicas que, após receberem uma qualificação proveniente de decreto expedido pelo Presidente da República, passam a receber essa denominação.

Agência Executiva: A Lei Federal 9.649/98 introduziu no Brasil a possibilidade de autarquias e fundações públicas celebrarem contratos de gestão e serem submetidas a um regime jurídico especial, que tenha por objetivo aumentar a produtividade e a eficiência na execução de suas atividades. A desqualificação de fundação como agência executiva é realizada mediante decreto, por iniciativa do ministério supervisor. O § 8º, do art. 37, da CF/1988, declara que “a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da

administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal.”

Agência Reguladora: Todas as agências reguladoras criadas no direito brasileiro nada mais são que “autarquias em regime especial” e, portanto, integrantes da Administração Pública indireta. DEFINIÇÃO: autarquia especial é "aquela a que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir preceitos constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública". São características das agências reguladoras o mandato fixo aos seus dirigentes e a ausência de ingerência hierárquica da Administração Central sobre os atos decisórios relativos à respectiva área de atuação. De todas as agências reguladoras somente a ANATEL e a ANP tem previsão constitucional, todas as demais estão amparadas somente por lei.

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AGÊNCIA REGULADORA

DEFINIÇÃO

Em sentido amplo, é “qualquer órgão da Administração Direta ou Indireta com função de regular a matéria específica que lhe está afeta”. Em sentido estrito, e abrangendo apenas o modelo que surge a partir da década de 90, a “agência reguladora é entidade da Administração Indireta, em regra autarquia de regime especial, com a função de regular a matéria que se insere em sua esfera de competência, outorgada por lei”.

AU

TO

NO

MIA

AD

MIN

IST

RA

TIV

A

a) A estabilidade dos dirigentes (somente devem ser afastados no caso de cometimento de ilícitos, ou de outros desvios de conduta, ou se a agência não estiver cumprindo a política pública definida nos termos da lei para o setor); b) A autonomia de gestão; c) O estabelecimento de fontes próprias de recursos, se possível geradas pelo próprio exercício da atividade regulatória (taxas pelo exercício do poder de polícia e preços públicos específicos); d) A não-subordinação hierárquica a qualquer instância de governo; e) A inexistência de instância revisora hierárquica de seus atos, ressalvada a revisão judicial; f) A indicação dos dirigentes pautada por critérios técnicos, sendo preferível que sua nomeação não seja ato exclusivo do Poder Executivo, devendo envolver o Legislativo, mediante sabatina e aprovação, pela instância parlamentar, dos nomes indicados.

EXERCÍCIO DE ATIVIDADE

REGULATÓRIA (NORMATIVA)

As agências reguladoras podem expedir normas jurídicas que conduzam o setor regulado aos fins públicos, cuja preservação cabe ao Estado em prol da sociedade, mas esses atos não podem ser editados em substituição às leis, ou seja, são atos secundários; tais atos secundários são respaldados em critérios técnicos. As agências reguladoras não gozam de capacidade legislativa.

PODER SANCIONATÓRIO

É assegurada às agências reguladoras a prerrogativa de aplicar sanções consistentes na aplicação de advertências, multas ou mesmo cassações de licenças. Da mesma forma, também gozam da prerrogativa de obrigar o particular a reparar um consumidor ou a corrigir os efeitos de uma conduta lesiva a algum valor ou interesse tutelado pelo regulador.

DEFINITIVIDADE ADMINISTRATIVA DAS DECISÕES

O ordenamento jurídico brasileiro confere às agências reguladoras o poder de arbitrar os conflitos entre o Estado, o prestador do serviço e os cidadãos que surgirem no respectivo setor regulado. As decisões proferidas pelas agências reguladoras possuem CARÁTER DE DEFINITIVIDADE NA ESFERA ADMINISTRATIVA, ou seja, não são passíveis de recursos para instâncias administrativas superiores, ressalvadas a apreciação do Poder Judiciário. (ÚLTIMA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA)

PO

DE

RE

S

1º) Poder de outorga, consistente na prerrogativa de emissão, em consonância com as políticas públicas aplicáveis ao setor, de atos concretos de licenças, autorizações, injunções, com vistas a franquear ou interditar o exercício de uma atividade regulada a um particular; 2º) Poder de fiscalização do setor, a qual se revela tanto pelo monitoramento das atividades reguladas (de modo a manter-se permanentemente informada sobre as condições econômicas, técnicas e de mercado do setor), quanto na aferição das condutas dos regulados de modo a impedir o descumprimento de regras ou objetivos regulatórios; 3º) Poderes de conciliação, que se traduzem na capacidade de, dentro do setor, conciliar ou mediar interesses de operadores regulados, consumidores isolados ou em grupos de interesses homogêneos, ou ainda interesses de agentes econômicos que se relacionam com o setor regulado (malgrado não explorarem diretamente a atividade sujeita à regulação setorial) no âmbito da cadeia econômica; e 4º) Poderes de recomendação, consistentes na prerrogativa, muitas vezes prevista na lei que cria a Agência, do regulador subsidiar, orientar ou informar o poder político, recomendando medidas ou decisões a serem editadas no âmbito das políticas públicas.

PESSOAL São regidos pela Lei 8.112/90 – RJU da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

DIR

IGE

NT

ES

Após terem sido indicados e nomeados pelo Presidente da República, com referendo do Senado Federal, os dirigentes das agências reguladoras exercerão mandato a prazo certo, cuja duração será definida na lei de criação de cada agência. Depois de nomeados, os dirigentes somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar, desde que a lei de criação da agência não tenha estabelecido outras hipóteses de perda do mandato.

QU

AR

EN

TE

NA

O período de quarenta deve ser cumprido pelos ex-dirigentes das agências reguladoras federais após deixarem as respectivas entidades. Segundo o texto da lei, o ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato ficando vinculado à agência, fazendo jus à remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes. Caso o ex-dirigente desrespeite a quarentena estará praticando crime de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas de 01 (um) mês a 01 (um) ano de detenção ou multa, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis.

CONTROLE

Como estão vinculadas (não subordinadas) ao Poder Executivo, as agências reguladoras estão submetidas ao mesmo controle finalístico ou supervisão ministerial exercido em relação às entidades da Administração Pública Indireta.

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AGÊNCIAS EXECUTIVAS

DEFINIÇÃO

A agência executiva, por sua vez, é uma qualificação a ser concedida, por decreto presidencial específico, as autarquias e fundações públicas, após indicação do Ministério supervisor da respectiva entidade, desde que preenchidas algumas condições, visando a uma maior eficiência e redução de custos. São responsáveis por atividades e serviços exclusivos do Estado, como, por exemplo, fiscalização, exercício do poder de polícia, regulação, fomento, segurança interna, entre outros. É realizado por um contrato de gestão.

CARACTERÍSTICAS

É uma qualificação dada a Autarquia ou Fundação

É realizado por um contrato de gestão

Após decreto do presidente da república

O ato de concessão é discricionário

Há periodicidade mínima de 1 anos para o contrato de gestão;

Após receber a qualificação, a autarquia ou fundação pública passa a se submeter a um regime jurídico especial;

PREVISÃO LEGAL

CONSÓRCIOS PÚBLICOS

DEFINIÇÃO

Eles são a constituição, por entidades políticas (União, Estados, DF e Municípios), de um ente com personalidade jurídica própria, para promover a gestão associada de serviços públicos de interesse comum. Pode ter personalidade de direito público ou privado, não constituindo um novo ente federativo, mas no caso do consórcio público de direito público integrará a administração pública indireta seguindo o mesmo regime das autarquias. Para realizar o consórcio público cada ente dever aprovar uma lei que ratifique o protocole de intenções.

TIPOS DE CONSÓRCIO

CONTRATO DE RATEIO: disciplina a forma dos repasses de recursos de cada um dos entes que compõe o consórcio. A única forma de se entregar recursos ao consórcio é por meio do contrato de rateio. Esse contrato deverá ser formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das dotações que o suportam CONTRATO DE PROGRAMA: disciplina como será prestado o serviço público (obrigações de cada ente, forma de prestação, hipóteses de extinção etc.).

OBS.:

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42

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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO C

ON

CE

ITO

É o conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico estabelece a fim de que a própria administração, os Poderes Judiciário e Legislativo, e ainda o povo, diretamente ou por meio de órgãos especializados possam exercer o poder de fiscalização, orientação e revisão da atuação administrativa de todos os órgãos, entidades e agentes públicos, em todos os Poderes e níveis da Federação. É o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder.

CL

AS

SIF

ICA

ÇÃ

O Q

UA

NT

O

OR

IGE

M

Controle Interno

É aquele exercido internamente, por cada um dos Poderes, em relação aos seus próprios atos. É correto afirmar que o controle interno de seus próprios atos é exercido pelo Poder Legislativo, pelo Poder Judiciário e pelo próprio Executivo, sempre amparados no poder-dever de autotutela. Ex. O controle que os chefes exercem sobre os seus subordinados, na estrutura de um órgão público. Decorre do princípio da tutela ou da autotutela, corolário do princípio da legalidade

Controle Externo

Quando o controle é exercido por um Poder sobre os atos administrativos praticados por outro Poder. Ex. a sustação, pelo CN, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49, V) (um poder sobre o outro ou administração direta sobre indireta)

Controle Popular

A CF contém diversos dispositivos que dão aos administrados a possibilidade de, diretamente ou por intermédio de órgãos com essa função institucional, verificarem a regularidade da atuação da administração pública e impedirem a prática de atos ilegítimos, lesivos ao indivíduo ou à coletividade, ou provocarem a reparação dos danos deles decorrentes. Ex. ação popular.

MO

ME

NT

O E

XE

RC

ÍCIO

Controle Preventivo

Ou prévio (a priori). Quando exercido antes do início do ato administrativo, constituindo-se em requisito para a validade ou para a produção de efeitos do ato controlado. É aquele feito antes da própria atuação da Administração, visando ao impedimento da prática de determinado ato. Podemos citar, como exemplo, o controle político que o Senado Federal realiza ao autorizar, previamente, a escolha de determinadas autoridades a serem nomeadas pelo Presidente da República, ou quando o Presidente da República veta projeto de lei.

Controle Concomitante

É exercido durante a realização do ato e permite a verificação da regularidade de sua formação. É o controle feito durante a atuação administrativa, de modo que a acompanhe, por meio das fiscalizações e auditorias, entre outros instrumentos. (ex. fiscalização de contrato)

Controle Corretivo ou Subsequente

Ou posterior. É exercido após a conclusão do ato, é o mais comum dos controles. Mediante o controle corretivo (ou subsequente) é possível a correção de defeitos do ato, a declaração de sua nulidade, a sua revogação, a sua cassação, ou mesmo conferir eficácia ao ato. Ex. controle judicial dos atos administrativos. É aquele controle feito depois da execução do ato, de forma a rever atos já praticados, a fim de confirmá-los, corrigi-los ou desfazê-los, em certos casos, como nas homologações, revogações e anulações de atos administrativos.

AO

AS

PE

CT

O

Controle de Legalidade

Ou legitimidade. Por este controle verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com o ordenamento jurídico. Confronta-se uma conduta administrativa com uma norma jurídica. O exercício do controle de legalidade pode resultar a confirmação da validade, a anulação ou a convalidação do ato controlado. O controle de legalidade é feito pela própria Administração, internamente, de ofício ou quando provocada, de acordo com sua autotutela; é ainda feito pelos Poderes Legislativo e Judiciário, de forma externa.

Controle de Mérito

Visa verificar a oportunidade e conveniência administrativas do ato controlado. Trata-se, portanto, de atuação discricionária, exercida, igualmente, sobre atos discricionários. Ocorre quando se verifica se a atuação da Administração é eficiente, se o resultado é satisfatório, se estão sendo atingidos os seus objetivos, e, assim, por critérios de conveniência e oportunidade para a Administração, de forma discricionária, decide-se pela manutenção de determinados procedimentos ou pela modificação de critérios, pela revogação de atos administrativos que não mais convêm à Administração Pública.

AM

PL

ITU

DE

Controle Hierárquico

É sempre um controle interno e decorre do escalonamento vertical de órgãos da administração direta ou do escalonamento vertical de órgãos integrantes de cada entidade da administração indireta. É típico do Executivo, mas pode haver no Legislativo e Judiciário. Em razão de sua natureza, o controle hierárquico é pleno (irrestrito), permanente e automático (não depende de norma específica que o estabeleça ou autorize), por meio dele podem ser verificados todos os aspectos concernentes à legalidade e ao mérito de todos os atos praticados pelos agentes ou órgãos subalternos a determinado agente ou órgão. Para Hely Lopes Meirelles, ao exercício do controle hierárquico são necessárias as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação, revisão e avocação das atividades controladas e É UM CONTROLE INTERNO.

Controle Finalístico

É aquele exercido pela administração direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da administração indireta. O controle finalístico depende de norma que o estabeleça, determina os meios de controle, os aspectos a serem controlados e as ocasiões de realização do controle. O controle finalístico é denominado também pela doutrina de tutela administrativa ou supervisão ministerial. É UM CONTROLE EXTERNO.

CONTROLE ADMINISTRATIVO

CO

NC

EIT

O

Controle administrativo é o controle interno, um autocontrole, fundado no poder de autotutela, exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos dos Poderes Legislativo e Judiciário sobre sua própria atuação administrativa, tendo em vista aspectos de legalidade e de mérito administrativo (conveniência e oportunidade). É o poder de fiscalização e correção exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos de administração (no exercício da função administrativa) do Poder Judiciário e Legislativo sobre os seus próprios atos e atividades. Pode ser realizado de ofício ou por provocação da parte interessada. É o controle que a Administração exerce sobre seus próprios atos, constituindo o poder de autotutela, com base na Súmula no 473 do STF: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. O controle administrativo pode ocorrer no âmbito do controle hierárquico ou finalístico, assim, deriva respectivamente do princípio da tutela e da autotutela.

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RE

CU

RS

OS

AD

MIN

IST

RA

TIV

OS

Usa-se a expressão recurso administrativo para se referir a todo meio disponível ao administrado para provocar o reexame de ato ou decisão administrativa, fundamentando-se tanto no direito de petição (art. 5°, XXXIV, CF) quanto na garantia de ampla defesa (art. 5°, IV, CF). Em geral os recursos administrativos somente terão efeito suspensivo quando expressamente previsto em lei. (REGRA: EFEITO DEVOLUTIVO) EFEITO DEVOLUTIVO A regra é o efeito devolutivo, significando dizer que aquela matéria é devolvida à Administração para reavaliação, mas que, enquanto não proferida a decisão administrativa sobre o recurso, permanece válido e obrigatório o ato recorrido. EFEITO SUSPENSIVO O efeito suspensivo é o que causa a suspensão dos efeitos do ato até a decisão do recurso, ou seja, o ato recorrido não produz nenhum efeito enquanto a Administração não decidir sobre o recurso. Só há efeito suspensivo nos casos expressamente previstos em lei, ou seja, se a lei nada disser a respeito de determinado recurso, este só terá efeito devolutivo.

TIP

OS

DE

RE

CU

RS

OS

PR

ÓP

RIO

Recurso PRÓPRIO: dirigido à autoridade ou instância imediatamente superior (há relação de hierarquia), dentro do mesmo órgão em que o ato foi praticado. Exemplo: recurso dirigido ao Superintendente da Receita Federal contra ato praticado por Delegado da Receita Federal a ele subordinado.

IMP

PR

IO

Recurso IMPRÓPRIO: dirigido a autoridade de outro órgão não integrado na mesma hierarquia daquele que proferiu o ato, ou seja, entre o órgão de que emanou o ato recorrido e o órgão a que se endereça o recurso não há relação hierárquica, embora eles possam integrar a mesma pessoa jurídica. Só é cabível se previsto expressamente em lei, já que não decorre da hierarquia. Exemplos: recurso contra ato praticado por dirigente de autarquia, interposto perante o Ministério a que é vinculada ou perante o Chefe do Poder Executivo; recurso contra decisão das Delegacias de Julgamento da Secretaria da Receita Federal, cuja apreciação incumbe ao Conselho de Contribuintes (órgão integrante do Ministério da Fazenda, mas sem relação hierárquica com a Secretaria da Receita Federal).

INSTRUMENTOS PARA PROVOCAR O CONTROLE ADMINISTRATIVO

DIREITO DE PETIÇÃO

O direito de petição é um instrumento que possibilita a qualquer pessoa (física ou jurídica) dirigir-se formalmente a uma autoridade do Poder Público com o intuito de fazer uma reivindicação, queixa, solicitar esclarecimentos ou simplesmente manifestar a sua opinião sobre algo que seja de seu próprio interesse ou de interesse da coletividade.

REPRESENTAÇÃO ADMINISTRATIVA

A representação é a denúncia de irregularidade, ilegalidade ou condutas abusivas feitas perante a própria administração. É a denúncia formal de irregularidades à Administração, feita por qualquer administrado. Não se exige interesse individual direto do indivíduo para efetuar a representação, que pode ser iniciada para combater ofensa a direitos coletivos ou difusos. É o meio pelo qual o administrado denuncia, formalmente, irregularidades ou abuso de poder no seio da Administração.

RECLAMAÇÃO ADMINISTRATIVA

A reclamação administrativa é o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o reconhecimento de um direito ou a correção de um erro que lhe cause lesão ou ameaça de lesão. O prazo para a reclamação é de um ano, possuindo efeito suspensivo. Por ser uma modalidade de recurso muito abrangente, entende-se que esse prazo de um ano deve ser utilizado em qualquer outro recurso específico, caso não haja previsão legal de prazo para este. É uma expressão bastante genérica que refere-se a qualquer forma de manifestação de discordância do administrado contra um ato da Administração.

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

Pedido de reconsideração é a solicitação de reexame de um ato administrativo a mesma autoridade que o editou, para que esta o reavalie, não possuindo efeito suspensivo.

REVISÃO

Revisão é o pedido de reavaliação de uma punição, imposta pela Administração com base no poder disciplinar, pelo surgimento de fatos novos, não conhecidos quando da decisão original, não sendo aceito pedido de revisão simplesmente pela não concordância com a pena, mas sim apenas quando houver fato novo a ser avaliado. Não é aceita a reformatio in pejus, ou seja, o agravamento da pena imposta inicialmente, pela nova decisão. Pode ser pedida a qualquer tempo.

RECURSO PRÓPRIO

Recurso hierárquico próprio é o pedido de reexame do ato dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que proferiu o ato, ainda que não haja previsão legal para recurso em determinada situação, deverá ser aceito o recurso hierárquico, uma vez que a Administração deve obediência ao princípio da hierarquia, além do que são inadmissíveis no Direito brasileiro as decisões únicas e definitivas.

RECURSO IMPRÓPRIO

Recurso hierárquico impróprio é o que se dirige a autoridade ou órgão estranho à repartição que expediu o ato recorrido, mas com competência julgadora expressa, como ocorre com os tribunais administrativos e com os chefes do Executivo federal, estadual e municipal. É aquele dirigido a autoridade que não se insere na mesma estrutura hierárquica do agente que proferiu o ato. Nesse caso não há nenhuma relação hierárquica entre os dois agentes, razão pela qual só poderá haver recurso hierárquico impróprio quando expressamente previsto em lei, em casos excepcionais;

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CONTROLE LEGISLATIVO ou PARLAMENTAR

CO

NC

EIT

O

É o exercido pelo Poder Legislativo na sua função típica, as tarefas de legislar e fiscalizar. Esse controle é exercido sobre os atos do Poder Executivo, das entidades da administração indireta e, inclusive, sobre os atos administrativos do Poder Judiciário e, assim, trata-se de controle externo. Somente pode ser realizado nas hipóteses previstas na CF, as quais NÃO podem ser ampliadas pelas Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas do DF ou Municípios, e muito menos pela legislação infraconstitucional. OBS.: O controle que o Poder Legislativo exerce sobre seus próprios atos é controle administrativo, de natureza interna e, por outro lado, o que esse poder exerce sobre os atos dos demais poderes é controle legislativo, de natureza externa.

TIP

OS

Existem basicamente duas formas distintas de controle legislativo: CONTROLE FINANCEIRO: É o exercido pelo Poder Legislativo sobre o Executivo e o Judiciário e sobre sua própria administração no que se refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos feito pelo Congresso Nacional, com auxílio do TCU, sobre as contas públicas, ao nível de controle externo; Tem como fundamento o artigo 70 da CF: A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. No exercício do controle externo, cabe ao TCU (Tribunal de Contas da União) e NÃO ao Congresso Nacional julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal. CONTROLE POLÍTICO: por meio deste controle pode fiscalizar e decidir sobre atos ligados à função administrativa e de organização do Executivo e Judiciário abrangendo aspectos de legalidade e de mérito e poder apreciar os atos administrativos inclusive sob o aspecto da “discricionariedade”. É o controle sobre os atos da Administração, tem embasamento genérico no art. 49, X, da Constituição Federal, segundo o qual compete ao Congresso “fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta”. No exercício do controle parlamentar (político) o agente público atua sem considerar os direitos individuais dos administrados.

CONTROLE JUDICIAL

CO

NC

EIT

O

É o controle exercido privativamente pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário quando realiza atividade administrativa. É o controle pelo qual o Poder Judiciário, quando provocado, aprecia, com força de coisa julgada, qualquer lesão ou ameaça de lesão a direitos individuais e coletivos praticada pela Administração. É um controle de natureza externa quanto à legalidade ou legitimidade, não sendo permitido a ingerência no mérito do ato administrativo (conveniência e oportunidade) exceto quanto à razoabilidade. OBS: Regra Geral o controle judicial é posterior, mas não sempre, há exceções que permitem ser prévio. O controle judicial é um meio de preservação de direitos individuais dos administrados, nisso diferindo do controle político, exercido pelo Legislativo. ATENÇÃO!!! Mediante o exercício do controle judicial dos atos administrativos, pode-se decretar a sua ANULAÇÃO e nunca sua revogação, decorrente do controle de mérito.

INSTRUMENTOS DE CONTROLE

Mandado de Segurança; (Repressivo ou Preventivo) Mandado de Injunção; Habeas Data; Habeas Corpus; (Repressivo ou Preventivo) Ação Popular; (Repressiva ou Preventiva) Ação Civil Pública.

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PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA

PARA O PARTICULAR

A prescrição ocorre quando o particular perde o prazo para recorrer da decisão administrativa, ou seja, ocorre o transcurso do prazo legal para que o particular impugne a decisão contrária aos seus interesses. Na esfera federal o prazo é de 10 dias para interpor recurso administrativo.

PARA A ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

A Administração Pública também possui prazos fixados em lei para rever os seus próprios atos ou manifestar-se em relação a situações ocorridas em seu âmbito de atuação. Exemplo: Lei 8.112/90 – Art. 142 Ação disciplinar prescreve: 5 anos (demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e

destituição de cargo em comissão); 02 anos suspensão; 180 dias advertência.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

CONCEITO: Pode-se conceituar responsabilidade extracontratual do Estado como a “obrigação de reparar danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos agentes públicos.

Responsabilidade Civil

A responsabilidade do Estado é extracontratual e de natureza civil. É extracontratual porque não tem amparo em um contrato; é civil porque consiste em uma obrigação de indenizar por um dano causado.

A responsabilidade civil do Estado é objetiva, o que quer dizer que este terá a obrigação de indenizar os danos que seus agentes, atuando nessa qualidade, produzirem independentemente de terem agido com dolo ou culpa. É exatamente isso o que dispõe o art. 37, § 6º, CF/88:

§ 6°: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Adota-se, no Brasil, a chamada TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO. As pessoas jurídicas de direito público e as pessoas

jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos terão a obrigação de reparar os danos que seus agentes, atuando nessa qualidade, produzirem a terceiros, independentemente de dolo ou culpa. São admitidas excludentes de responsabilidade, em razão de caso fortuito ou força maior, culpa exclusiva da vítima e culpa exclusiva de terceiro.

O princípio da responsabilidade objetiva não tem caráter absoluto, podendo haver atenuação ou até mesmo exclusão da responsabilidade civil do Estado em algumas situações.

Segundo a teoria do risco administrativo, a obrigação do Estado de indenizar estará afastada diante de excludentes de responsabilidade, quais sejam:

i) culpa exclusiva da vítima; (ônus da prova cabe à administração) ii) caso fortuito ou força maior e; iii) culpa exclusiva de terceiros. A responsabilidade é ATENUADA em caso de culpa concorrente. Esquema:

Responsabilidade por AÇÃO = Responsabilidade OBJETIVA Responsabilidade por OMISSÃO = Responsabilidade SUBJETIVA

Todas as pessoas jurídicas possuem responsabilidade objetiva?

Quando é o Estado quem causa o dano, não se investiga se ele agiu com culpa (imprudência, imperícia ou negligência). Há o consenso de que, nesse caso, a responsabilidade é objetiva, ou seja, se existir o ato do Estado, seja ele lícito ou ilícito, se houver o dano e se

foi esse ato que praticou o dano, há o dever do Estado de repará-lo.

RESPONSABILIDADE SUBJETIVA

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Não. Somente as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado (fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista e consórcio público) prestadoras de serviços públicos, as mesmas pessoas jurídicas de direito privado exploradoras de atividade econômica não se submetem a responsabilidade objetiva.

Responsabilidade por Omissão Na responsabilidade por omissão não há como, objetivamente, fazer a conexão entre a conduta do Estado e o dano causado, pois não há conduta estatal. O Estado será responsabilizado quando tinha o dever de agir para impedir o resultado e não atuou e, por isso, será necessário demonstrar a falha na atuação, neste caso a responsabilidade será SUBJETIVA.

CONDIÇÕES OU ELEMENTOS PARA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO: - Ocorrência do dano (moral ou material) - Ação Administrativa; - Existência de nexo causal entre o dano e a ação administrativa; e - Ausência de causa excludente da responsabilidade estatal; - Os agentes públicos devem ter atuado na “condição de agente” ao causar o dano, pois, caso contrário, não será possível responsabilizar o Estado.

PRAZO PRESCRICIONAL: - PARTICULAR pleitear indenização em virtude de danos causados pelo Estado = 5 ANOS; - ESTADO punição pelo ato ilícito = 5 ANOS - ESTADO cobrar o ressarcimento de prejuízos ou danos causados ao seu patrimônio em virtude de comportamento culposo ou doloso de seus agentes, servidores ou não = SEM PRAZO (IMPRESCRITÍVEL)

Responsabilidade por Atos Judiciais

Em relação aos atos jurisdicionais (que são praticados exclusivamente pelos juízes) causadores de danos a terceiros, vigora a regra geral de que não é possível responsabilizar civilmente o Estado, salvo em duas exceções previstas expressamente no art. 5º, XXV, da CF∕1988: erro judiciário e quando o indivíduo ficar preso além do tempo fixado na sentença. Responsabilidade por Atos Legislativos

Em regra, não incide a responsabilidade civil estatal em razão dos atos legislativos que causem dados a terceiros, salvo em duas hipóteses: leis declaradas inconstitucionais e leis de efeitos concretos (que não possui caráter genérico e abstrato, a exemplo daquela que atribui o nome de determinada personalidade a um aeroporto, por exemplo). Doutrina e Jurisprudência

Segundo entendimento do STF, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva tanto em relação aos usuários, quanto aos não usuários de um serviço público.

A teoria do risco integral somente é prevista pelo ordenamento constitucional brasileiro na hipótese de dano nuclear, caso em que o poder público será obrigado a ressarcir os danos causados, ainda que o culpado seja o próprio particular.

PALAVRAS-CHAVE

CONDUTA → DANO → NEXO CAUSAL =

RESPONSABILIDADE OBJETIVA

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Segundo entendimento da doutrina e jurisprudência majoritárias (inclusive do Superior Tribunal de Justiça), não pode haver denunciação à lide do agente público, já que o pedido do particular em face do Estado está amparado na RESPONSABILIDADE OBJETIVA, enquanto a responsabilidade do agente em face do Estado fundamenta-se na RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. O próprio Estatuto dos Servidores Públicos Federais (Lei 8.112/90) declara que, ocorrendo danos causados a terceiros, o servidor deverá responder perante a Fazenda Pública mediante AÇÃO REGRESSIVA (artigo 122, § 2º) e, portanto, não há que se falar em denunciação à lide.

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EFEITOS DA DECISÃO PENAL NAS ESFERAS CIVIL E ADMINISTRATIVA

ESFERA EFEITO

CIVIL Só causa reflexo na esfera civil se o ilícito penal for também ilícito civil. (Regra Geral: A esfera penal não vincula a esfera administrativa)

ADMINISTRATIVA

Decisão penal condenatória por crime funcional, sempre haverá reflexo na esfera administrativa, já que tal conduta deverá ser considerada também um ilícito administrativo, nesse caso a esfera penal irá vincular obrigatoriamente a esfera administrativa. RESULTADOS DA DECISÃO: INEXISTÊNCIA DO FATO e NEGATIVA DE AUTORIA = VINCULA ESFERA ADMINISTRATIVA; (Ex. servidor demitido deve ser reintegrado) INSUFICIÊNCIA DE PROVAS = NÃO VINCULA A ESFERA ADMINISTRATIVA.

SEM RELAÇÃO COM FUNÇÃO PÚBLICA

SEM PERDA DE LIBERDADE: Não há influência na esfera administrativa;

COM PERDA DE LIBERDADE, DUAS HIPÓTESES: Inferior a 4 anos: servidor ficará afastado de seu cargo ou função, assegurado o direito de a família receber o auxílio-reclusão; Superior a 4 anos: ocorrerá a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo. OBS: no caso de mandato eletivo a decisão final sobre a perda do mandato eletivo fica sob a responsabilidade da Câmara dos Deputados ou Senado Federal, dependendo do caso.

RESUMO RESPONSABILIDADE DO ESTADO

RESPONSABILIDADE TIPO RELAÇÃO TEORIA EXCLUDENTE INDENIZAÇÃO

RESPONSABILIDADE POR AÇÃO

OBJETIVA NEXO ENTRE

CAUSA E DANO TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO

HÁ EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE

INDEPENDE DE DOLO ou CULPA

RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO

SUBJETIVA TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA

NÃO HÁ EXCLUDENTE DE

RESPONSABILIDADE

DEPENDE DE DOLO OU CULPA

RESPONSABILIDADE CIVIL

- - RISCO INTEGRAL NÃO HÁ EXCLUDENTE

DE RESPONSABILIDADE

INDEPENDE DE DOLO ou CULPA

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Quadro comparativo entre desconcentração e descentralização

Desconcentração Descentralização

Competências atribuídas a órgãos públicos sem personalidade própria Competências atribuídas a entidades com personalidade jurídica

autônoma

O conjunto de órgãos forma a chamada Administração Pública Direta ou Centralizada

O conjunto de entidades forma a chamada Administração Pública Indireta ou Descentralizada

Órgãos não podem ser acionados diretamente perante o Poder Judiciário, com exceção de alguns órgãos dotados de capacidade

processual especial

Entidades descentralizadas respondem judicialmente pelos prejuízos causados a particulares

Exemplos: Ministérios, Secretarias, Delegacias de Polícia, Delegacias da Receita Federal, Tribunais e Casas Legislativas

Exemplos: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista

Entidades Federativas Entidades Públicas Descentralizadas

União, Estados, Distrito Federal e Municípios Autarquias, Fundações Públicas, Agências Reguladoras e Associações Públicas

Pessoas jurídicas de direito público interno (e de direito internacional, no caso da União). Natureza político-administrativa

Pessoas jurídicas de direito público interno. Personalidade puramente administrativa

Gozam de todas as prerrogativas da Fazenda Pública em juízo Idem

Não podem falir Idem

Nunca exploram diretamente atividade econômica Idem

Integram a Administração Pública Direta ou Centralizada Integram a Administração Pública Indireta ou Descentralizada

Funções legislativas, executivas e jurisdicionais Somente funções administrativas

São multicompetenciais Especializadas em um setor de atuação

Imunidade a todos os impostos Imunes a impostos sobre patrimônio, renda e serviços vinculados a suas finalidades essenciais

Criadas pela Constituição Federal Criadas por lei

Não podem ser extintas na ordem jurídica atual Podem ser extintas por lei específica

Podem celebrar convênios e consórcios públicos Não podem

Dotadas de competência tributária Não têm competência tributária

Dirigentes são agentes políticos eleitos pelo povo Dirigentes são ocupantes de cargos em comissão nomeados pelo poder central

Responsabilidade objetiva, direta e exclusiva Responsabilidade objetiva, direta e não exclusiva (a entidade federativa responde subsidiariamente)

Têm competência para desapropriar Não têm competência para desapropriar

Pessoas jurídicas da Administração Indireta

De direito público De direito privado

Autarquias Empresas públicas

Fundações públicas Sociedades de economia mista

Agências reguladoras Fundações governamentais

Associações públicas

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Quadro comparativo entre agências executivas e agências reguladoras

Agências executivas Agências reguladoras

Natureza Qualificação jurídica atribuída a órgãos ou pessoas

governamentais Autarquias com regime especial

Atuação Visam a operacionalidade mediante exercício

descentralizado de tarefas públicas Controle e fiscalização de setores privados

Surgimento Contexto da reforma administrativa Contexto da reforma administrativa

Exemplos INMETRO Anatel, Aneel, Anac

Base ideológica Modelo da administração gerencial Modelo da administração gerencial

Âmbito Federativo Existem somente no âmbito federal Existentes em todas esferas federativas

Quadro comparativo entre empresas públicas e sociedades de economia mista

Empresas públicas Sociedades de economia mista

Base legal: art. 5o, II, do Decreto-Lei n. 200/67 Base legal: art. 5o, III, do Decreto-Lei n. 200/67

Pessoas jurídicas de direito privado Pessoas jurídicas de direito privado

Totalidade de capital público Maioria de capital votante é público

Forma organizacional livre Forma obrigatória de S.A.

As da União têm causas julgadas perante a Justiça Federal Causas julgadas perante a Justiça Comum Estadual

As estaduais, distritais e municipais têm causas julgadas, como regra, em Varas da Fazenda Pública

As estaduais, distritais e municipais têm causas julgadas em Varas Cíveis

Quadro comparativo entre prestadoras de serviço público e exploradoras de atividade econômica

Prestadoras de serviço público Exploradoras de atividade econômica

Imunes a impostos Não têm imunidade

Bens públicos Bens privados

Responsabilidade objetiva Responsabilidade subjetiva

O Estado responde subsidiariamente O Estado não tem responsabilidade pelos danos causados

Sujeitam-se à impetração de Mandado de Segurança Não se sujeitam à impetração de Mandado de Segurança contra

atos relacionados à sua atividade-fim

Maior influência do Direito Administrativo Menor influência do Direito Administrativo

Obrigadas a licitar Obrigadas a licitar, exceto para bens e serviços relacionados com

suas atividades finalísticas

Quadro comparativo entre fundações públicas e fundações governamentais de direito privado

Fundações públicas Fundações governamentais

Pessoas jurídicas de direito público Pessoas jurídicas de direito privado

Pertencem à Administração Pública Indireta Pertencem à Administração Pública Indireta

Criadas por lei específica Criadas por autorização legislativa

A personalidade jurídica surge com a simples publicação da lei A personalidade jurídica surge com o registro dos atos constitutivos em cartório, após publicação de lei autorizando e do decreto regulamentando a instituição

São extintas por lei específica São extintas com a baixa em cartório

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Espécie do gênero autarquia Categoria autônoma

Titularizam serviços públicos Não podem titularizar serviços públicos

Quadro comparativo entre OSs e Oscips

Organizações sociais Oscips

Lei n. 9.637/98 Lei n. 9.790/99

Exercem atividades de interesse público anteriormente desempenhadas pelo Estado

Exercem atividades de natureza privada

Contrato de gestão Termo de parceria

A outorga é discricionária A outorga é vinculada

A qualificação depende de aprovação do Ministro de Estado ligado à área de atuação da entidade

A qualificação é outorgada pelo Ministro da Justiça

Podem ser contratadas por dispensa de licitação Não há previsão legal de contratação direta sem licitação

Devem realizar licitação para contratações resultantes da aplicação de recursos e bens repassados diretamente pela União

Devem realizar licitação para contratações resultantes da aplicação de recursos e bens repassados diretamente pela União

Estão proibidas de receber a qualificação de Oscips Não há previsão legal equivalente

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Atributo Síntese Abrangência Dica especial

Presunção de legitimidade

O ato é válido até prova em contrário Todos os atos administrativos + atos da

Administração Presunção relativa que inverte o ônus

da prova

Imperatividade O ato cria unilateralmente obrigações

ao particular Maioria dos atos administrativos Deriva do poder extroverso

Exigibilidade Aplicação de sanções administrativas Maioria dos atos administrativos Pune, mas não desfaz a ilegalidade

Autoexecutoriedade Execução material que desconstitui a

ilegalidade Alguns atos administrativos

Só quando a lei prevê ou em situações emergenciais

Tipicidade Respeito às finalidades específicas Todos os atos administrativos Proíbe atos atípicos ou inominados

Vícios em espécie

Defeito Caracterização Consequência

Usurpação de função pública Particular pratica ato privativo de servidor Ato inexistente

Excesso de poder Ato praticado pelo agente competente, mas excedendo os limites da sua

competência Ato nulo

Funcionário de fato Indivíduo que ingressou irregularmente no serviço público Agente de boa-fé: ato anulável;

Agente de má-fé: ato nulo

Incompetência Servidor pratica ato fora de suas atribuições Ato anulável

Objeto materialmente impossível Ato exige conduta irrealizável Ato inexistente

Objeto juridicamente impossível Ato exige comportamento ilegal Exigência ilegal: ato nulo; Exigência criminosa: ato

inexistente

Omissão de formalidade indispensável

Descumprimento da forma legal para prática do ato Ato anulável

Inexistência do motivo O fundamento de fato não ocorreu Ato nulo

Falsidade do motivo O motivo alegado não corresponde ao que efetivamente ocorreu Ato nulo

Desvio de finalidade Ato praticado visando fim alheio ao interesse público Ato nulo

Page 54: Resumos   direito administrativo

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Quadro comparativo entre atos vinculados e discricionários

Ato vinculado Ato discricionário

Praticado sem margem de liberdade Praticado com margem de liberdade

Exs.: aposentadoria compulsória, lançamento tributário Exs.: decreto expropriatório, autorização, permissão

Não tem mérito Tem mérito

Pode ser anulado, mas não revogado Pode ser anulado e revogado

Sofre controle judicial Sofre controle judicial, exceto quanto ao mérito

Não se confunde com ato arbitrário

Quadro comparativo entre atos simples, composto e complexo[43]

Simples Composto Complexo

Mecanismo de formação

Manifestação de um único órgão Praticado por um órgão, mas sujeito à

aprovação de outro Conjugação de vontades de mais de um órgão

ou agente

Exemplo importante

Decisão do conselho de contribuintes

Auto de infração que depende do visto de autoridade superior

Investidura de funcionário

Dica especial A vontade do único órgão torna o

ato existente, válido e eficaz A vontade do segundo órgão é condição

de exequibilidade do ato A vontade do último órgão ou agente é

elemento de existência do ato

O que guardar Mesmo se o órgão for colegiado, o

ato é simples Apareceu na prova “condição de exequibilidade”, o ato é composto

No ato complexo, todas as vontades se fundem na prática de ato uno

Diferenças entre concessão, permissão e autorização

Concessão Permissão Autorização

Quanto à natureza

Ato bilateral (contrato administrativo)

Ato unilateral, discricionário e precário Ato unilateral, discricionário, constitutivo e

precário

Quanto aos beneficiários

Só pessoas jurídicas Pessoas físicas e pessoas jurídicas Pessoas físicas e pessoas jurídicas

Quanto à licitação

Exige prévia concorrência Exige licitação em qualquer modalidade Exige licitação em qualquer modalidade

Quanto ao prazo Prazo determinado Pode ter prazo indeterminado Pode ter prazo indeterminado

Quanto à forma de outorga

Lei específica Autorização legislativa Autorização legislativa

Dica especial Na concorrência que antecede a concessão, a fase do julgamento

antecede a habilitação

É outorgada no interesse predominante da coletividade (interesse público)

É outorgada no interesse predominante do particular

Exemplos Rodovias, telefonia fixa, rádio, TV

e empresas aéreas Transporte de passageiros e taxistas Instalação de mesas de bar em calçada

Formas e conteúdos de atos administrativos

Formas de ato Conteúdos veiculados

Page 55: Resumos   direito administrativo

55

Decreto Regulamentos, outros atos normativos e, excepcionalmente, atos concretos

Alvará Autorizações e licenças

Resolução Deliberações colegiadas

Aviso Ofícios e instruções

Portaria Instruções, ordens de serviço e circulares

Quadro comparativo entre anulação e revogação

Anulação Revogação

Motivo Ilegalidade Conveniência e oportunidade

(interesse público)

Competência Administração e Poder Judiciário Somente a Administração

Efeitos Retroativos (ex tunc) Não retroativos (ex nunc)

Ato que realiza Ato anulatório Ato revocatório

Natureza Decisão vinculada Decisão discricionária

Alcance Atos vinculados e atos discricionários Atos discricionários perfeitos e eficazes

Prazo 5 anos Não tem

Dica especial Anulação de atos ampliativos e dos praticados por funcionário

de fato tem efeitos ex nunc A revogação só pode ser realizada com a superveniência de fato novo que deve constar da motivação do ato revocatório

Page 56: Resumos   direito administrativo

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CONCEITOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. Administrar é gerir os serviços públicos; significa não só prestar serviço, executá-lo, como também, dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil. ___________________________________________________________________________________________________________ "ATO ADMINISTRATIVO é todo ato lícito que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos com finalidade pública. É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo como tal, ou agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. (...)

As espécies de atos administrativos são divididas em atos normativos, ordinatórios, negociais, enunciativos e punitivos. Os atos normativos serão aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a correta aplicação da lei. Profanam

do executivo e são leis no sentido material, são gerais e abstratos, equiparando-se para fins de controle judicial. Os atos normativos são subdivididos em: a) Decretos – atos de competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo. Já os Decretos Legislativos são os atos de

caráter administrativo dos corpos legislativos, que regerão assuntos de competência privativa e de efeitos externos. O decreto não pode ser contrário à lei. Podem ser gerais ou normativos, independentes ou autônomos e regulares ou de execução.

b) Regulamentos – Atos administrativos posteriores aos decretos, oriundos para especificar os mandamentos da lei ou para prover disposições de lei. As leis não autoexecutáveis dependem de regulamentos, que por sua vez não contrariem a lei originária. A lei autoexecutável não depende de regulamentos para produzir efeitos.

c) Instruções normativas – Atos administrativos privativos dos Ministros de Estado previstos no art.87, inc. II da CF/88. d) Regimentos – Atos administrativos normativos internos. Visam reger o funcionamento dos órgãos colegiados e corporações

legislativas. Emanam do poder hierárquico do Executivo, ou da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Em função disto, só se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.

e) Resoluções – São atos administrativos normativos expedidos pelas autoridades do executivo. Inferiores aos regulamentos e aos regimentos.

f) Deliberações – Atos normativos ou decisórios provenientes de órgãos colegiados que devem estar de acordo com os regulamentos e regimentos das organizações coletivas. São via de regra vinculadas para a Administração e geram direitos para seus beneficiários. (...)" ___________________________________________________________________________________________________________

O direito de a administração anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, implica a garantir o contraditório e a ampla defesa ao terceiro prejudicado. Ver súmula 473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados dos vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. (Esta súmula constitui exteriorização do princípio da autotutela) ___________________________________________________________________________________________________________

Os atos da administração que apresentarem vício de legalidade deverão ser anulados pela própria administração. No entanto, se de tais atos decorrerem efeitos favoráveis a seus destinatários, o direito da administração de anular esses atos administrativos decairá em cinco anos, contados da data em que forem praticados, salvo se houver comprovada má-fé. ___________________________________________________________________________________________________________

Ensina o professor Matheus Carvalho, quando a Administração faz a anulação, esta é um ato administrativo constitutivo, com poder de aniquilar os efeitos de ato anterior. Por isso, a anulação deve ser precedida de um processo administrativo, em que são respeitados contraditório e ampla defesa, sempre que puder interferir na vida de particulares. CUIDADO: Quando é o Poder Judiciário quem manda um ato ser anulado, após processo judicial devidamente instruído, a Administração pública deve cumprir a ordem judicial sem a necessidade de qualquer outro processo. ___________________________________________________________________________________________________________

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É mister observar que o Supremo Tribunal Federal já deixou assente que o exercício da autotutela administrativa, quando implique desfazimento de atos administrativos que afetem interesse do administrado, modificando desfavoravelmente sua situação jurídica, deve ser precedido da instauração de procedimento no qual se dê a ele oportunidade de contraditório, isto é, de apresentar alegações que eventualmente demonstrem ser indevido o desfazimento do ato (RE 594/MG, rel. Min. Dias Toffoli, 21.09.2011, Pleno, unânime, decisão de mérito com repercussão geral). ___________________________________________________________________________________________________________

ANULAÇÃO: Ilegalidade, Retroativo, ex tunc, decisão vinculada. REVOGAÇÃO: Conveniência e oportunidade (interesse público), não retroativos ex nunc, decisão discricionária.

___________________________________________________________________________________________________________ Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos atos administrativos, julgue o item a seguir. Conforme a teoria

dos motivos determinantes, a validade do ato administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo, portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua realização. (CORRETO) ___________________________________________________________________________________________________________

Os atos administrativos normativos são comandos gerais e abstratos emanados da Administração Pública, cujo objetivo é a fiel execução da lei. Quanto aos veículos formais adequados para expedição de regulamentos, vale mencionar os decretos regulamentares (decretos normativos), os regimentos, as resoluções, as portarias de conteúdo genérico e as deliberações. ___________________________________________________________________________________________________________

Um ato administrativo editado pela administração pública não requer provas de sua validade, visto que a presunção de legitimidade é inerente a esse ato. ___________________________________________________________________________________________________________

Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos fundamentais do ato administrativo, sem os quais este se torna nulo. (Comentários: é interessante prestarmos atenção ao Português. SEM "os quais" ele se torna nulo. Realmente, um ato administrativo que não possua nenhum dos requisitos (Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto) só pode ser nulo. O examinador está dizendo que um ato editado com ausência de TODOS OS REQUISITOS. Logo, será NULO, quiçá inexistente) ___________________________________________________________________________________________________________

Atos nulos: aqueles expedidos em desconformidade com as regras do sistema normativo. Possuem defeitos insuscetíveis de convalidação, especialmente nos requisitos do objeto, motivo e finalidade. Ex: desvio de finalidade.

Atos anuláveis: praticados pela administração com vícios sanáveis na competência ou na forma. Admitem convalidação. Exemplo: ato praticado por servidor incompetente. ___________________________________________________________________________________________________________

Motivo é a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a realização do ato. Motivação é a justificativa, é a explicação dos motivos. Todo ato tem motivo, mas nem todos os atos têm motivação.

___________________________________________________________________________________________________________ Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável, normalmente resultante da ausência de um de seus elementos constitutivos,

ou de defeito substancial em algum deles (por exemplo, o ato com motivo inexistente, o ato com objeto não previsto em lei e o ato praticado com desvio de finalidade). O ato nulo está em desconformidade com a lei o com os princípios jurídicos (é um ato ilegal e ilegítimo) e seu defeito não pode ser convalidado (corrigido). O ato nulo não pode produzir efeitos válidos entre as partes.

Ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade da administração pública, mas, em verdade, não se origina de um agente público, mas de alguém que se passa por tal condição, como o usurpador de função.

Ato anulável é o que apresenta defeito sanável, ou seja, passível de convalidação pela própria administração que o praticou, desde que ele não seja lesivo ao interesse público, nem cause prejuízo a terceiros. São sanáveis o vício de competência quanto à pessoa, exceto se se tratar de competência exclusiva, e o vício de forma, a menos que se trate de forma exigida pela lei como condição essencial à validade do ato. ___________________________________________________________________________________________________________

Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos de validade de um ato administrativo. ___________________________________________________________________________________________________________

A motivação, como elemento essencial do ato, cria para os administrados possibilidades de terem conhecimento das razões de determinada prática adotada pela administração pública, o que evita obscuridades na decisão administrativa e cumpre uma das finalidades da motivação, que é a de garantir a segurança dos administrados. ___________________________________________________________________________________________________________

Segundo a doutrina, integra o conceito de FORMA, como elemento do ato administrativo, a motivação do ato, assim considerada a exposição dos fatos e do direito que serviram de fundamento para a respectiva prática do ato. ___________________________________________________________________________________________________________

A presunção de legitimidade ou de veracidade de determinado ato administrativo produz a inversão do ônus da prova, ou seja, a atuação da administração é presumidamente fundada em fatos verdadeiros e em observância à lei, até prova em contrário. ___________________________________________________________________________________________________________

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A competência, como elemento do ato administrativo, pode ser delegada a outros órgãos ou agentes, se não houver impedimento legal, mesmo que estes não sejam hierarquicamente subordinados aos que possuam a competência originária. ___________________________________________________________________________________________________________

Os atos negociais são atos praticados contendo uma declaração de vontade de ambas partes (do poder público e do administrado/particular), logo não cabe cogitar a existência de imperatividade, coercibilidade ou autoexecutoriedade nos atos negociais. Os atos enunciativos são aqueles em que a administração se limita a certificar ou atestar um fato ou emitir uma opinião, sem se vincular ao seu enunciado, logo não cabe cogitar a existência de imperatividade, coercibilidade ou autoexecutoriedade nos atos enunciativos. ___________________________________________________________________________________________________________

A homologação, ato unilateral e vinculado, é a análise de legalidade de um ato jurídico e realizado sempre a posteriori. ___________________________________________________________________________________________________________

Atos compostos são aqueles praticados por um único órgão, mas que dependem da verificação, visto, aprovação, anuência, homologação ou “de acordo” por parte de outro, como condição de exequibilidade. A manifestação do segundo órgão é secundária ou complementar. Exemplos: auto de infração lavrado por fiscal e aprovado pela chefia e ato de autorização sujeito a outro ato confirmatório, esse último segundo José dos Santos Carvalho Filho. No ato composto, a existência, a validade e a eficácia dependem da manifestação do primeiro órgão (ato principal), mas a execução fica pendente até a manifestação do outro órgão (ato secundário).

Atos complexos são formados pela conjugação de vontades de mais de um órgão ou agente. A manifestação do último órgão ou agente é elemento de existência do ato complexo. Somente após ela, o ato torna-se perfeito, ingressando no mundo jurídico. Com a integração da vontade do último órgão ou agente, é que o ato passa a ser atacável pela via judicial ou administrativa.

Atos enunciativos: são aqueles que atestam ou certificam uma situação preexistente, sem, contudo, haver manifestação de vontade estatal propriamente dita. São exemplos as certidões e os atestados.

Atos negociais: são aqueles em que a vontade da Administração coincide com o interesse do administrado, sendo-lhe atribuídos direitos e vantagens. Parte da doutrina chama os atos negociais de “atos de consentimento”, pois são editados em situações nas quais o particular deve obter anuência prévia da Administração para realizar determinada atividade de interesse dele, ou exercer determinado direito. São exemplos os alvarás de construção, a licença para o exercício de uma profissão, a licença para dirigir, a autorização para prestar serviço de táxi etc. ___________________________________________________________________________________________________________

A Imperatividade é a possibilidade que a Administração tem de impor restrições unilateralmente aos que com ela se relacionam. Ocorre apenas quando o Poder público usa de sua supremacia na relação com os administrados, impondo que eles façam ou deixem de fazer alguma coisa. Esse atributo NÃO está presente em todos os atos administrativos, mas somente naqueles que implicam obrigações. ___________________________________________________________________________________________________________

Permissão de uso de bem público é considerada ato administrativo precário. Entretanto, não se exige contrato administrativo para sua delegação ao particular, basta um simples ato administrativo. E mais, trata-se de ato discricionário da administração, ou seja, sua concessão ao administrado será auferida no caso concreto através de critérios de conveniência e oportunidade. Situação diversa ocorre no caso de permissão de serviço público, onde a lei exige a celebração de contrato administrativo, precedido de licitação e sua rescisão só ocorrerá nos casos especificados em lei. ___________________________________________________________________________________________________________

Ato constitutivo é aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma situação do administrado. É o caso da permissão, autorização, dispensa, aplicação de penalidade, revogação. ___________________________________________________________________________________________________________

A transferência da execução do serviço público pode ser feita por OUTORGA ou por DELEGAÇÃO. Entretanto, há diferenças relevantes entre os institutos. A outorga só pode ser realizada por lei, enquanto a delegação pode ser por lei, por contrato ou por ato administrativo. Outorga significa, portanto, a transferência da própria titularidade do serviço da pessoa política para a pessoa administrativa, que o desenvolve em seu próprio nome e não no de quem transferiu. É sempre feita por lei e somente por outra lei pode ser mudada ou retirada. Já na delegação, o Estado transfere UNICAMENTE a execução do serviço, para que o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado, contudo.

a) Na outorga, ocorre a transferência da própria titularidade do serviço da pessoa política para a pessoa administrativa, que o desenvolve em seu próprio nome e não no de quem transferiu. É sempre feita por lei e somente por outra lei pode ser mudada ou retirada. Ocorre por prazo indeterminado.

b) Na delegação, o Estado transfere unicamente a execução do serviço, para que o ente delegado o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado, contudo. A delegação é normalmente efetivada por prazo determinado.

A delegação é um instrumento de descentralização administrativa (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 83.937/79). Assim, o ato de delegação não retira a competência da autoridade delegante que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada; tal transferência também é passível de revogação a qualquer tempo, devendo também ser publicado no órgão oficial. ___________________________________________________________________________________________________________

CONVALIDAÇÃO: significa dar validade a ATO QUE POSSUA DEFEITO.

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Pode ocorrer de duas formas: a) EXPRESSA: somente pode ocorrer em atos que possuam defeitos SANÁVEIS, e desde que não cause LESÃO AO

INTERESSE PÚBLICO ou PREJUÍZO A TERCEIROS. Tal convalidação é DISCRICIONÁRIA, produzindo efeitos EX TUNC (retroativos).

b) TÁCITA: se o Estado NÃO ANULAR seus ATOS ILEGAIS no prazo decadencial de 5 anos, haverá CONVALIDAÇÃO TÁCITA, SALVO MÁ-FÉ do BENEFICIADO. ___________________________________________________________________________________________________________

Os atos administrativos negociais são também considerados atos de consentimento, uma vez que são editados a pedido do particular como forma de viabilizar o exercício de determinada atividade ou a utilização de bens públicos. (Os atos administrativos de consentimento são aqueles editados a pedido do particular, viabilizando o exercício de determinada atividade e a utilização de bens públicos. Alguns autores denominam os atos de consentimento estatal de atos receptícios ou atos negociais, uma vez que a vontade da Administração é coincidente com a pretensão do particular. Inserem-se na categoria de atos de consentimento as licenças, permissões, autorizações e admissões. Geralmente, os atos administrativos de consentimento ou negociais são formalizados por alvará. Assim, por exemplo, no tradicional alvará de licença para funcionamento de estabelecimento particular, o alvará é a forma e a licença é o conteúdo do ato administrativo). ___________________________________________________________________________________________________________

Em obediência ao princípio da solenidade das formas, o ato administrativo deve ser escrito, registrado e publicado, não se admitindo no direito público o silêncio como forma de manifestação de vontade da administração. (De partida, informe-se que, para a doutrina majoritária, o silêncio não e ato, mas sim fato administrativo, o qual pode gerar consequências jurídicas como a prescrição e a decadência. E, como vimos, não e ato, pois falta ao silêncio algo que e essencial ao conceito de ato administrativo: a declaração de vontade. O silêncio e o oposto disso: e ausência de manifestação. E não ha ato sem a extroversão de vontade). ___________________________________________________________________________________________________________

O silêncio pode significar forma de manifestação de vontade da administração, desde que a lei assim o preveja. (Maria Sylvia Zanella Di Pietro O silêncio pode significar manifestação de vontade e produzir efeito jurídico, sem que corresponda a um ato administrativo;O silêncio pode significar forma de manifestação da vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei fixa um prazo, findo o qual o silêncio da Administração significa concordância ou discordância). ___________________________________________________________________________________________________________

Os atos da administração que apresentarem vício de legalidade deverão ser anulados pela própria administração. No entanto, se de tais atos decorrerem efeitos favoráveis a seus destinatários, o direito da administração de anular esses atos administrativos decairá em cinco anos, contados da data em que forem praticados, salvo se houver comprovada má-fé. ___________________________________________________________________________________________________________

Consideram-se válidos os efeitos produzidos pelo ato administrativo até o momento de sua eventual revogação pela administração pública, quer no que diz respeito às partes interessadas, quer em relação a terceiros sujeitos aos seus efeitos reflexos. --> CONSIDERA-SE EFICAZ ATÉ A REVOGAÇÃO. PORQUE POSSUI EFEITOS NÃO RETROATIVOS - EX-NUNC --> CONSIDERA-SE VÁLIDO ATÉ A ANULAÇÃO. PORQUE POSSUI EFEITOS RETROATIVOS - EX-TUNC ___________________________________________________________________________________________________________

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: são atos jurídicos praticados pela Administração Pública que não se enquadram no conceito de atos administrativos, como os atos legislativos expedidos no exercício de função atípica, os atos políticos definidos na CF, atos regidos pelo direito PRIVADO e os atos meramente materiais.

ATOS POLÍTICOS OU DE GOVERNOS: Não se caracterizam como atos administrativos porque são praticados pela Administração Publica com ampla margem de discricionariedade e tem competência extraída diretamente da Constituição Federal. ___________________________________________________________________________________________________________ A revogação é a extinção de um ato administrativo ou de seus efeitos por outro ato administrativo, efetuada por razões de conveniência e oportunidade, respeitando-se os efeitos precedentes. Pode acontecer de forma explícita ou implícita, total ou parcial. Pode ser sujeito ativo da revogação a autoridade no exercício de função administrativa e competência administrativa, isto é, o agente que praticou o ato ou o superior no exercício do poder hierárquico. Também se admite a revogação praticada pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário, quando no exercício atípico de função administrativa. Entretanto, não se admite a um Poder revogar ato do outro, sob pena de violação da independência recíproca dos Poderes, com violação do princípio da separação dos Poderes. ___________________________________________________________________________________________________________ Os atos administrativos são praticados por servidores e empregados públicos, bem como por determinados particulares, a exemplo dos concessionários e permissionários de serviços públicos e oficiais de cartórios.

Os atos administrativos devem ser praticados, por escrito, em atendimento ao princípio do formalismo. (ERRADO) Muito embora, como regra geral, os atos administrativos devam mesmo observar a forma escrita, fato é que existem vários exemplos de atos que admitem formas alternativas de exteriorização, como gestos, sinais, ordens verbais, tais como se observa no ambiente do trânsito, em que predominam as placas, semáforos e gestos realizados pelos agentes de trânsito. Refira-se, ademais, que a Lei 8.666/93 admite, excepcionalmente, até mesmo contratos verbais (art. 60, parágrafo único). ___________________________________________________________________________________________________________

Atualmente, no âmbito federal, todo ato administrativo restritivo de direitos deve ser expressamente motivado.

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O art. 50, I, da Lei 9.784/2000 esclarece que deve ser motivado o ato administrativo que negue, limite ou afete direitos. Em outras palavras, os atos administrativos restritivos de direitos devem ser motivados.

Os ATOS ADMINISTRATIVOS DEVERÃO SER MOTIVADOS, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios

oficiais; ___________________________________________________________________________________________________________ Todos os atos administrativos devem ser publicados no diário oficial? Não. No que se refere aos atos individuais, assim entendidos aqueles que têm destinatários certos e determinados, inexiste a necessidade imperiosa de publicação em meio oficial. Na verdade, aliás, a regra geral consiste em ser dada ciência de seu teor diretamente ao respectivo destinatário, como impõe o art. 26, §3º, Lei 9.784/99: “§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado." Apenas se o ato individual resultar na produção de efeitos externos, ou ainda se implicar ônus para o patrimônio público, aí sim o ato deverá ser publicado em meio oficial. ___________________________________________________________________________________________________________

Ofenderá o princípio da MORALIDADE a atuação administrativa que contrariar, além da lei, a moral, os bons costumes, a honestidade ou os deveres de boa administração.

Haverá ofensa ao princípio da MORALIDADE ADMINISTRATIVA sempre que o comportamento da administração, embora em consonância com a lei, ofender a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e a ideia comum de honestidade. ___________________________________________________________________________________________________________

Conforme a TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES, a validade do ato administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo, portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua realização.

A TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES se baseia na ideia de que o motivo do ato administrativo deve sempre guardar compatibilidade com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade administrativa. Como consequência da aplicação dessa teoria, toda vez que o ato administrativo for motivado, sua validade ficará vinculada à existência dos motivos expostos. Assim, ainda que a lei não exija a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele só será válido se os motivos declarados forem verdadeiros ___________________________________________________________________________________________________________ Atos que não podem ser REVOGADOS:

"VC PODE DÁ?", deve responder: "Não, pois não pode revogar." V – Vinculados; C – Consumados; PO - Procedimento administrativo; DE – Declaratório/Enunciativos; DÁ - Direitos Adquiridos. ___________________________________________________________________________________________________________

A Revogação de atos administrativos NÃO POSSUI LIMITAÇÃO TEMPORAL, ou seja, o ato pode ser revogado a qualquer tempo. Quanto à limitação material, não podem revogar atos administrativos: Atos exauridos ou consumados; Ato que gera direito adquirido; Atos complexos; Atos de controle; Ato que integra procedimento; Ato vinculado ___________________________________________________________________________________________________________

Atos que não podem ser delegados: Não se delega em CENORA CE - competência exclusiva NO - edição de atos normativos RA - recurso administrativo

(Edição de atos de caráter normativo, a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade) ___________________________________________________________________________________________________________

Eventuais recursos contra decisão emanada em processo administrativo devem ser dirigidos à autoridade que a tiver proferido, que tem poder para realizar juízo de retratação e reconsiderar a decisão.

No processo administrativo, eventual recurso deve ser dirigido à própria autoridade que proferiu a decisão, podendo essa mesma autoridade exercer o juízo de retratação e reconsiderar a sua decisão. C

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Recurso interposto contra decisões administrativas deve ser dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. ___________________________________________________________________________________________________________

A pretensão de se aplicar sanção ao agente por ato de improbidade administrativa é imprescritível? Não. O que é imprescritível é a ação de ressarcimento.

Segundo a constituição, a AÇÃO DE RESSARCIMENTO AO ERÁRIO é IMPRESCRITÍVEL. A ação de improbidade prescreverá: a) Se for cargo em comissão, função comissionada ou cargo eletivo, em 5 anos, a contar do fim do vínculo. b) Se for cargo efetivo ou emprego permanente, em 5 anos, a contar do conhecimento do fato pela autoridade competente.

___________________________________________________________________________________________________________ Lei 8.429/92:

São sujeitos passivos do ato de improbidade administrativa, entre outros, os entes da administração indireta, as pessoas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual e as entidades que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público. ___________________________________________________________________________________________________________

O prazo de conclusão de processo disciplinar, cujas fases são a instauração, o inquérito administrativo e o julgamento, não pode exceder sessenta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem. -------------------- SEQUENCIA DO PROCEDIMENTO a) Instauração: é a apresentação escrita dos fatos e indicação que ensejam o processo. Pode decorrer de ato da própria administração (portaria, auto de infração, representação ou despacho inicial da autoridade competente) ou por requerimento de interessado (requerimento ou petição); b) Instrução: colheita de provas, depoimentos, documentos e outras; c) Defesa: nos processos em que se formula acusação, deverá inserir-se um momento específico para a defesa, além da garantia genérica do contraditório no decorrer de todo o processo - PRAZO 10 dias d) Relatório: a pessoa ou comissão deve oferecer um resumo de tudo, propondo uma solução; e) Decisão: a ser dada pelo órgão competente. Às vezes é necessário a fase da homologação. f) Pedido de reconsideração – se tiver novos argumentos, pode o interessado pedir que reconsidere a decisão; g) Recurso – para autoridade hierarquicamente superior, todos tem efeitos devolutivo, podendo ter ou não efeito suspensivo ___________________________________________________________________________________________________________

O art. 37, § 6º, da CF/88, prevê que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. O entendimento da doutrina e do STF é no sentido de que o Estado é civilmente responsável por danos decorrentes de lei inconstitucional. ___________________________________________________________________________________________________________

Na responsabilidade objetiva do Estado é dispensada a demonstração da CULPABILIDADE do agente (prescinde de dolo ou culpa), sendo obrigatória a comprovação da conduta, dano e nexo de causalidade. A culpabilidade só será aferida na ação regressiva do Estado, conforme Art. 37 §6: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. ___________________________________________________________________________________________________________

O princípio da eficiência, também previsto no art. 37, caput, CF/88, não permite que a Administração Pública viole outro princípio fundamental,qual seja, o princípio da legalidade. Nos termos deste último, à Administração somente é permitido fazer o que a lei expressamente determine ou, ao menos, autorize. Logo, a prática de ato não previsto em lei, ainda que a pretexto de atender ao postulado da eficiência, constitui violação da ordem jurídica, sendo tal ato, portanto, passível de invalidação. O que a Administração deve buscar, na verdade, é compatibilizar ambos os princípios ora versados. Vale dizer, praticar atos que observem o princípio da legalidade e, ao mesmo tempo, escolher as condutas que ofereçam a melhor relação custo-benefício, que sejam, portanto, mais eficientes. ___________________________________________________________________________________________________________

Por força do princípio da legalidade, o administrador público tem sua atuação limitada ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do particular, a quem tudo se permite se não houver proibição legal. Princípio da Legalidade:

Segundo Hely Lopes Meirelles: “a legalidade, como princípio de administração, significa que o administrador público está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso”. “Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza”.

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___________________________________________________________________________________________________________ De acordo com a TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO, responderão objetivamente pessoas jurídicas de direito público; de

direito privado, desde que prestadoras de serviço público; e particulares delegatários de serviço público. Os Elementos devem ser: - Conduta; - Resultado; e - Nexo Causal. Podem excluir a responsabilidade da Administração: - Culpa exclusiva da vítima; e - Caso fortuito ou força maior ___________________________________________________________________________________________________________

O servidor público federal estável, habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo, poderá perder o cargo em virtude de:i) processo administrativo disciplinar; ii) procedimento de avaliação periódica de desempenho, assegurada ampla defesa, na forma de lei complementar; e iii) para fins de contenção de despesas com pessoal (art. 41 c/c art. 169, §§4º e 5º, CF/88). ___________________________________________________________________________________________________________ Macete para Formas de Provimentos da Lei 8.112/90: EU APROVEITO O DISPONÍVEL, READAPTO O INCAPACITADO, REVERTO O APOSENTADO, REINTEGRO O DEMITIDO E RECONDUZO O INABILITADO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO E O OCUPANTE DO CARGO DO REINTEGRADO. ___________________________________________________________________________________________________________ Regime Jurídico Administrativo

O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado (prerrogativas) e o princípio da indisponibilidade do interesse público (sujeições).

O regime jurídico-administrativo pauta-se sobre os princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e o da indisponibilidade do interesse público pela administração, ou seja, erige-se sobre o binômio “prerrogativas da administração — direitos dos administrados”. ___________________________________________________________________________________________________________ desCOncentração → CriaÓrgãos, ocorre exclusivamente dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se, a

desconcentração, de mera técnica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa jurídica. Aqui se fala em poder hierárquico, subordinação.

DesCEntralização → CriaEntidades, quando o Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas

jurídicas, e não pela administração direta. ___________________________________________________________________________________________________________ Da remoção (Lei 8.112/90):

Mesmo não havendo mudança de sede, considera-se removido o servidor deslocado no âmbito do mesmo quadro. A remoção, por fim, é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança

de sede. ___________________________________________________________________________________________________________

A distribuição de competências entre os órgãos de uma mesma pessoa jurídica denomina-se DESCONCENTRAÇÃO, podendo ocorrer em razão da matéria, da hierarquia ou por critério territorial. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: “A doutrina costuma classificar a desconcentração, tomando por base o critério utilizado

pela administração para sua adoção, em: (a) desconcentração em razão da matéria (Ministério da Saúde, da Educação, etc.); (b) desconcentração em razão do grau ou da hierarquia (ministérios, secretarias, superintendências, delegacias etc.); (c) desconcentração pelo critério territorial (Superintendência regional da Receita Federal do Brasil em São Paulo, no Rio Grande do Sul etc.)"

___________________________________________________________________________________________________________ São CARACTERÍSTICAS DAS AUTARQUIAS a descentralização, a criação por lei, a especialização dos fins ou atividades,

a personalidade jurídica pública, a capacidade de autoadministração e a sujeição a controle ou tutela. A AUTARQUIA é o serviço autônomo criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar

atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. ___________________________________________________________________________________________________________ Agências Reguladoras: Agências Reguladoras têm como objetivo FISCALIZAR e ESTABELECER NORMAS TÉCNICAS para a execução de SERVIÇOS PÚBLICOS prestados por PARTICULARES e pelo ESTADO.

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CARACTERÍSTICAS: Os DIRETORES são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado. Dentre os DIRETORES, o Presidente da República nomeia o DIRETOR PRESIDENTE DA AGÊNCIA, que terá mandato por

PRAZO DETERMINADO. O DIRETOR só deixará o cargo por RENÚNCIA, SENTENÇA JUDICIAL TRANSITADO EM JULGADO e PAD (processo

administrativo disciplinar). ___________________________________________________________________________________________________________

A autoexecutoriedade de certos atos de poder de polícia é limitada, não sendo possível que a administração, por exemplo, condicione a liberação de veículo retido por transporte irregular de passageiros ao pagamento de multa anteriormente imposta. Súmula 510 STJ: A liberação de veículo retido apenas por transporte irregular de passageiros não está condicionada ao pagamento

de multas e despesas. ___________________________________________________________________________________________________________ São legitimados como interessados no processo administrativo: PF/PJ que iniciem como titulares de direitos e interesses individuais ou no exercício do direito de representação; Aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a sera dotada; OA DIC: as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; PA DID: as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. ___________________________________________________________________________________________________________ Admite-se em processo administrativo a MOTIVAÇÃO ALIUNDE, por referência, assim entendida a que faz alusão aos fundamentos de pareceres ou de decisões anteriores: LEI 9.784/99 ART. 50° § 1°: A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. ___________________________________________________________________________________________________________

O processo administrativo diferencia-se do processo judicial, pois, na prática deste, observa em seus atos, o princípio da inércia, de modo que seu desenvolvimento depende de constante provocação pelos interessados enquanto para aquele pode iniciar-se de OFÍCIO ou a PEDIDO DE INTERESSADO. ___________________________________________________________________________________________________________

No ordenamento jurídico brasileiro, a responsabilidade do poder público é objetiva, adotando-se a TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO, fundada na ideia de solidariedade social, na justa repartição dos ônus decorrentes da prestação dos serviços públicos, exigindo-se a presença dos seguintes requisitos: dano, conduta administrativa e nexo causal. Admite-se abrandamento ou mesmo exclusão da responsabilidade objetiva, se coexistirem atenuantes ou excludentes que atuem sobre o nexo de causalidade.

Como a responsabilidade civil do Estado por ato danoso de seus prepostos é objetiva, surge o dever de indenizar se restarem provados o dano ao patrimônio de outrem e o nexo de causalidade entre este e o comportamento do preposto. No entanto, o Estado poderá afastar a responsabilidade objetiva quando provar que o evento danoso resultou de caso fortuito ou de força maior, ou ocorreu por culpa exclusiva da vítima.

A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público em face de particular que tenha sofrido algum dano pode ser reduzida, ou mesmo excluída, havendo culpa concorrente da vítima ou tendo sido ela a única culpada pelo dano.

A responsabilidade civil da Administração Pública decorre do dever de indenizar os danos que seus agentes causarem aos particulares no exercício da atividade administrativa.

Também chamada de responsabilidade civil do Estado, a responsabilidade civil da Administração Pública prescinde de dolo ou culpa.

Contudo, para que surja a responsabilidade civil da Administração, regra prevista no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, se faz necessário que:

- exista o dano, - não tenha sido causado por ação ou omissão do particular, - exista nexo de causalidade entre a atividade administrativa (fato do serviço) e o dano sofrido pelo particular.

De acordo com a TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO, responderão objetivamente pessoas jurídicas de direito público; de direito privado, desde que prestadoras de serviço público; e particulares delegatários de serviço público.

Os Elementos devem ser: - Conduta; - Resultado; e - Nexo Causal.

Podem excluir a responsabilidade da Administração: - Culpa exclusiva da vítima; e - Caso fortuito ou força maior ___________________________________________________________________________________________________________ Perda do Cargo Público

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À exceção dos magistrados, os servidores públicos efetivos estatutários do Poder Judiciário (servidores estatutários de todos os poderes), após aquisição de estabilidade, apenas podem perder seus cargos por decisão em sentença judicial transitada em julgado ou em processo administrativo disciplinar, ou por decorrência de avaliação de desempenho insatisfatória ou por necessidade de redução de despesas com pessoal. ___________________________________________________________________________________________________________ Poder de Polícia

O conjunto de atos normativos e concretos da administração pública com o objetivo de impedir ou paralisar atividades privadas contrárias ao interesse público corresponde ao poder.

Um dos meios pelo quais a administração exerce seu poder de polícia é a edição de atos normativos de caráter geral e abstrato. Um dos meios de atuação do poder de polícia de que se utiliza o Estado é a edição de atos normativos mediante os quais se

cria limitações administrativas ao exercício dos direitos e das atividades individuais. ___________________________________________________________________________________________________________ Cargo e Função públicos

É possível o exercício de função pública sem que, necessariamente, o agente esteja a ocupar um correspondente cargo público. Situam-se, nesta condição, as contratações por tempo determinado, para atender necessidades temporárias, de excepcional interesse público (art. 37, IX, CF/88 c/c Lei 8.745/93). O contrário é que não se faz possível. Com efeito: sempre que alguém estiver a ocupar cargo público, estará, por definição, também desempenhando uma função pública. Afinal, seria de todo absurdo supor a existência de um cargo na estrutura da Administração, sem que a ele correspondesse uma função, ou seja, conjunto de atribuições, prerrogativas e responsabilidades próprias.

Falou em “cargo público”, a ele corresponderá a adoção de um regime jurídico estatutário, isto é, de um regime jurídico previsto em lei própria. É esta lei específica – o “Estatuto” – que irá reger toda a relação funcional do servidor para com a Administração Pública. Refira-se que o regime estatutário é também chamado de “regime do cargo público”, o que bem demonstra o acerto da afirmativa ora comentada, ao vincular cargo público a regime estatutário. OBS.: Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, os servidores ocupam empregos públicos, ao passo que, na administração direta, há servidores titulares de cargos efetivos e ocupantes de empregos públicos. Há ainda a figura do cargo vitalício na CF. Cargos vitalícios são aqueles que asseguram aos seus ocupantes uma maior garantia de permanência, a exemplo dos cargos de juiz, membros do Ministério Público e Tribunais de Contas. ___________________________________________________________________________________________________________ Omissão da Administração Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via administrativa ou judicial, a prática do ato imposto pela lei. ___________________________________________________________________________________________________________ Poder Hierárquico No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, em relação aos agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar atribuições. ___________________________________________________________________________________________________________ Convalidação

Caso determinado servidor, no exercício de sua competência delegada, edite ato com vício sanável, a autoridade delegante poderá avocar a competência e convalidar o ato administrativo, independentemente da edição de novo ato normativo.

Os atos administrativos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria administração, com efeitos retroativos, desde que não acarretem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros. ___________________________________________________________________________________________________________ Criação de Entidades da Administração Indireta Em virtude do princípio da reserva legal, a criação dos entes integrantes da administração indireta depende de lei específica. A instituição das entidades que compõem a Administração Pública indireta encontra-se disciplinada no art. 37, XIX, CF/88, o qual, de fato, exige lei específica para a criação das autarquias, bem como lei autorizativa (específica também), em relação às empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. Está correta, portanto, atribuir tal necessidade ao princípio da reserva legal. Registre-se, tão somente, em complemento, que prevalece a posição doutrinária e jurisprudencial segundo a qual as fundações públicas, quando instituídas com personalidade jurídica de direito público, terão natureza genuinamente autárquica, de modo que sua instituição também deverá se dar por meio de lei criadora específica, a exemplo do que ocorre com as autarquias, porém as fundações de direito privado tem a criação autorizada por lei. É feita por decreto do Chefe do Poder Executivo após autorização concedida por lei específica, que deverá ser registrada nos órgãos competentes para que se tenha início a personalidade jurídica.

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___________________________________________________________________________________________________________ Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à Administração Pública de editar atos gerais para complementar as leis e possibilitar sua efetiva aplicação. Seu alcance é apenas de norma complementar à lei; não pode, pois, a Administração, alterá-la a pretexto de estar regulamentando-a. Se o fizer, cometerá abuso de poder regulamentar, invadindo a competência do Legislativo. ___________________________________________________________________________________________________________ Princípio da Oficialidade No âmbito administrativo, o princípio da oficialidade assegura a possibilidade de instauração do processo por iniciativa da administração, independentemente de provocação do administrado e, ainda, possibilita o impulsionamento do processo, com a adoção de todas as medidas necessárias à sua adequada instrução. ___________________________________________________________________________________________________________ Interesse Público Não se pode confundir o interesse público primário com o secundário (questão que já foi alvo de prova aberta do MPF). No primeiro caso, visa-se atingir o bem geral; o interesse da população (finalidade precípua, mas não única, do Estado). No interesse público secundário, espera-se atender ao interesse da própria Pessoa Jurídica (estado como ente). Nota-se que o segundo somente se legitima quando aliado ao primeiro. ___________________________________________________________________________________________________________ Governo x Administração

Os conceitos de governo e administração não se equiparam; o primeiro refere-se a uma atividade essencialmente política, ao passo que o segundo, a uma atividade eminentemente técnica. O Governo representa o conjunto de órgãos e Poderes responsáveis pela função política do Estado, abrangendo as funções de comando e de estabelecimento de objetivos e diretrizes do Estado, de acordo com as suas atribuições constitucionais. A função política e o Governo são mais objeto do estudo do Direito Constitucional, enquanto que a Administração Pública é objeto do estudo do Direito Administrativo. ___________________________________________________________________________________________________________ Estado x Governo

ESTADO é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos elementos povo, território e governo soberano." (Direito Administrativo Descomplicado, 20ª edição, 2012, p. 13). Trata-se, pois, de pessoa jurídica, conforme anotam os arts. 40 e 41 do Código Civil. Seguindo a mesma doutrina acima citada, GOVERNO, de seu turno, corresponde ao “conjunto de órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado" (ob. cit. p. 16). Cuida-se, dito de outro modo, de grupamento de órgãos incumbidos da fixação de políticas públicas. O Estado constitui a nação politicamente organizada, enquanto a administração pública corresponde à atividade que executa objetivos do Estado, conduzindo administrativamente os negócios públicos. O GOVERNO é atividade política e discricionária e tem conduta independente, enquanto a administração é atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma técnica e exercida mediante conduta hierarquizada. GOVERNO FIXA AS POLÍTICAS PÚBLICAS ADMINISTRAÇÃO EXECUTA ESSAS POLÍTICAS PÚBLICAS ___________________________________________________________________________________________________________ O direito administrativo tem como objeto atividades de administração pública em sentido formal e material, englobando, inclusive, atividades exercidas por particulares, não integrantes da administração pública, no exercício de delegação de serviços públicos. ___________________________________________________________________________________________________________ Regime Jurídico Administrativo: Princípio da Supremacia do Interesse Público x Indisponibilidade do Interesse Público

O regime jurídico-administrativo pauta-se sobre os princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e o da

indisponibilidade do interesse público pela administração, ou seja, erige-se sobre o binômio “prerrogativas da administração — direitos dos administrados”.

A SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO significa que os interesses da coletividade são mais importantes que os interesses individuais, razão pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. A outorga dos citados poderes projeta a Administração Pública a uma posição de superioridade diante do particular. Trata-se de uma regra inerente a qualquer grupo social: os interesses do grupo devem prevalecer sobre os dos indivíduos que o compõem. Essa é uma condição para a própria subsistência do grupo social. Em termos práticos, cria uma desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados. A supremacia do interesse público traz como efeito uma relação de VERTICALIDADE, uma relativa preponderância dos interesses defendidos pela Administração, tidos como públicos ou gerais, daqueles interesses defendidos por particulares.

O PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO significa que os administradores públicos, justamente por não serem proprietários da coisa pública, por não serem os donos da coisa pública, não detêm sua livre disposição. Estão, momentaneamente, na posição de curadores dos bens e direitos pertencentes à coletividade, sendo certo que seus atos são passíveis

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de controle e responsabilização, se for o caso. Ora, se não são genuínos proprietários, e sim transitórios administradores, não podem alienar os interesses públicos. Afinal, só quem é legítimo proprietário ostenta o poder de livre disposição. Por sua vez, é válida a transferência da execução de serviços públicos, em relação a qual o ente estatal (poder concedente) mantém a titularidade de sua prestação. Pode-se aí também incluir, no mesmo raciocínio, a gestão dos bens públicos, em que é legítima a transferência da exploração do bem, mantendo o Estado, todavia, a sua propriedade.

As prerrogativas do regime jurídico administrativo conferem poderes à administração, colocada em posição de supremacia sobre o particular; já as sujeições servem de limites à atuação administrativa, como garantia do respeito às finalidades públicas e também dos direitos do cidadão. ___________________________________________________________________________________________________________ Princípio da Continuidade no Serviço Público

O Princípio da Continuidade no Serviço Público diz respeito ao fornecimento dos serviços essenciais à população, ou seja, indispensáveis à coletividade, quais sejam, de acordo com a Lei 7.783, de 28 de junho de 1989: tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; assistência médica e hospitalar; distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; serviços funerários e transporte coletivo; captação e tratamento de esgoto e lixo; telecomunicações e a guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; processamento de dados ligados a serviços essenciais; controle de tráfego aéreo e compensação bancária (SARDI JUNIOR, 2004:02).

Observa-se que tais serviços são de competência da Administração Pública e suas autarquias, concessionárias, ou permissionárias, de maneira ininterrupta, para que o interesse da coletividade não venha a ser prejudicado. ___________________________________________________________________________________________________________ Diferenças básicas entre Processo Judicial x Processo Administrativo: PROCESSO JUDICIAL: É instaurado mediante provocação das partes. (Princípio da Inércia) Estabelece-se uma relação trilateral: partes (autor e réu) e o terceiro imparcial (o juiz). Em regra, é oneroso. Faz coisa julgada. PROCESSO ADMINISTRATIVO: É instaurado mediante provocação do interessado ou de ofício, pela própria Administração. (Princípio da Oficialidade) Estabelece-se uma relação bilateral, pois a Administração é parte interessada. Em regra, é gratuito, exceto quando a lei o exigir. Não faz coisa julgada. Podem ser revistos pelo Poder Judiciário (art. 5, XXXV). ___________________________________________________________________________________________________________ Atos Administrativos x Atos de Governo Os atos administrativos apresentam as seguintes características básicas: a) referem-se ao exercício da função administrativa; b) são editados pelo Poder Executivo, na função típica, e pelos Poderes Legislativo e Judiciário, nas funções atípicas; c) inserem-se no Direito Administrativo. São exemplos de atos administrativos os atos de consentimento (autorização de uso de bem público etc.), os atos sancionatórios (demissão do servidor etc.), entre outros. Por outro lado, os atos políticos (ou de governo) são caracterizados da seguinte forma: a) relacionam-se com o exercício da função política; b) são editados pelos Poderes Executivo e Legislativo; c) integram o Direito Constitucional. Podem ser mencionados os seguintes exemplos de atos políticos: sanção e veto de projetos de leis, declaração de guerra etc. ___________________________________________________________________________________________________________ Ato Administrativo x Fato Administrativo O ato administrativo típico é sempre manifestação volitiva da Administração, no desempenho de suas funções de Poder Público, visando a produzir algum efeito jurídico, o que o distingue do fato administrativo, que, em si, é atividade pública material, desprovida de conteúdo de direito. Fato administrativo é toda realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa, tal como a construção de uma ponte, a instalação de um serviço público etc". (...) O fato administrativo resulta sempre do ato administrativo que o determina". Fato Administrativo: São atos materiais da administração, de mera execução. Ato Administrativo: manifestação de vontade cujo fim imediato seja a produção de efeitos, regida pelo direito público ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 1- Atos administrativos => Há supremacia de poder 2- Atos de direito privado => Administração em pé de igualdade com o particular. Ex: Contrato de locação

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3- Atos Materiais=> Atos de execução. (Fatos Administrativos) 4- Atos Políticos=> São atos de alta gestão governamental, atos decisório do Estado. 5- Contratos Administrativo ___________________________________________________________________________________________________________ Vícios dos Atos Administrativos O erro formal está relacionado a FORMA e o erro material está relacionado a matéria, o conteúdo e, portanto, trata-se de vício no OBJETO. ___________________________________________________________________________________________________________ O ato administrativo é a manifestação unilateral da vontade da Administração Pública com o objetivo direto de produzir efeitos jurídicos, tendo como finalidade o interesse público e sob regime jurídico de direito público. ___________________________________________________________________________________________________________ Silêncio Administrativo

Bandeira de Mello e de Carvalho Filho: o silêncio administrativo, isto é, a omissão da Administração quando lhe incumbe o dever de se pronunciar, quando possuir algum efeito jurídico, não poderá ser considerado ato jurídico e, portanto, também não é ato administrativo. Dessa forma, os autores consideram o silêncio como um fato jurídico administrativo.

O silêncio administrativo só possui efeitos jurídicos quando a lei assim dispuser (negando ou concedendo o pedido). O silêncio administrativo, que consiste na ausência de manifestação da administração pública em situações em que ela deveria

se pronunciar, somente produzirá efeitos jurídicos se a lei os previr, nesse caso, a norma deverá esclarecer se a omissão possui efeito positivo (anuência tácita) ou negativo (omissão denegatória). ___________________________________________________________________________________________________________ Atributo Presunção de Legitimidade ou Veracidade A presunção de legitimidade, por sua vez, se refere à conformação do ato com a lei, enquanto que a veracidade afirma que os fatos alegados pela Administração presumem-se verdadeiros.

Consequências: Enquanto não se for decretada a invalidade, os atos produzirão os seus efeitos e devem ser, portanto, cumpridos. Inversão do ônus da prova: a presunção de legitimidade é relativa (iuris tantum), pois admite prova em contrário, uma vez

que caberá ao administrado provar a ilegalidade do ato administrativo. A nulidade só poderá ser decretada pelo Poder Judiciário quando houver pedido da pessoa, ou seja, o Judiciário não pode

invalidar ex officio a validade do ato. ___________________________________________________________________________________________________________ A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos ensejam de imediata e direta execução pela Administração, sem necessidade de ordem judicial. Existe, inclusive, a possibilidade de uso da força para que as decisões sejam estabelecidas. O atributo da imperatividade não está presente em todos os atos administrativos, pois a imperatividade requer expressa previsão legal. Assim, não está presente em todos os atos administrativos. Além disso, os atos enunciativos e negociais não gozam desse atributo. ___________________________________________________________________________________________________________ Conceitos Jurídicos Indeterminados Além dessas hipóteses em que a lei claramente estabelece uma margem de liberdade (atos discricionários), a doutrina menciona que o ato será discricionário quando a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados, deixando para a Administração a possibilidade de apreciar, segundo juízo de conveniência e oportunidade, se o fato corresponde ao que consta na lei. Por exemplo, quando a lei dispõe sobre uma pena em caso de “falta grave”, mas não determina o que é isso, caberá ao agente público, diante de uma irregularidade, enquadrá-la como falta grave ou não. ___________________________________________________________________________________________________________ A REVOGAÇÃO é a supressão de um ato administrativo válido e discricionário por motivo de interesse público superveniente, que o tornou inconveniente ou inoportuno. Trata-se, portanto, da extinção de um ato administrativo por conveniência e oportunidade da Administração. A revogação é um ato administrativo discricionário por meio do qual a Administração extingue outro ato administrativo, válido e também discricionário, por motivos de conveniência ou oportunidade. ___________________________________________________________________________________________________________ Decadência Administrativa Segundo a Lei 9.784/1999 (art. 55), “O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”. ___________________________________________________________________________________________________________

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Deveres dos Administradores Públicos Dever de eficiência: representa a necessidade de atuação administrativa com qualidade, celeridade, economicidade, atuação técnica, controle, etc. Pode-se resumir, portanto, na “boa administração”. Dever de probidade: exige-se dos agentes públicos a observância de padrões éticos de comportamento. Assim, o dever de probidade se pauta na exigência da atuação segundo o princípio constitucional da moralidade. Os agentes públicos, além de observarem a lei, devem ser probos, honestos, leais ao interesse público. Dever de prestar contas: Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. ___________________________________________________________________________________________________________ Poderes Administrativos O exercício dos poderes administrativos não é uma faculdade do agente público, mas uma obrigação de atuar; por isso, a omissão no exercício desses poderes poderá ensejar a responsabilização do agente público nas esferas cível, penal e administrativa. ___________________________________________________________________________________________________________ Poder Hierárquico

Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para organizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre o servidores do seu quadro de pessoal. Esse poder só ocorre dentro da mesma pessoa jurídica, não há hierarquia entre administração direta e indireta, nem entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Não há poder hierárquico nas funções típicas dos poderes Legislativo e Judiciário, somente haverá hierarquia quanto às atividades atípicas (atividades administrativas) desses dois poderes.

Objetivos do poder hierárquico: Dar ordens; Rever atos; Avocar atribuições; Delegar competências; e Fiscalizar.

___________________________________________________________________________________________________________ No âmbito do Poder Executivo, a prerrogativa de apurar as infrações e impor sanções aos próprios servidores, independentemente de decisão judicial, decorre diretamente do PODER DISCIPLINAR, segundo o qual determinado servidor pode ser demitido pela autoridade competente após o regular processo administrativo disciplinar, por irregularidades cometidas no exercício do cargo. ___________________________________________________________________________________________________________ As delegações administrativas emanam do poder hierárquico, não podendo, por isso, ser recusadas pelo subordinado, que pode, contudo, subdelegá-las com expressa autorização da autoridade elegante. ___________________________________________________________________________________________________________ Poder Regulamentar Nem toda lei depende de regulamentação. A doutrina majoritária adota o posicionamento de que somente as leis administrativas, isto é, aquelas que dependem de atuação da Administração Pública para serem colocadas em prática é que dependem de regulamentação. As demais leis (civis, penais, trabalhistas), em regra, não necessitam de regulamentação Enquanto os regulamentos externos emanam do poder regulamentar, os regimentos (atos normativos internos: portarias, resoluções, instruções) provêm do poder hierárquico do Executivo, ou da capacidade de auto-organização interna das competências legislativas e judiciárias, razão pela qual só se dirigem aos que se acham sujeitos à disciplina do órgão que os expediu. ___________________________________________________________________________________________________________ Poder de Polícia A aplicação de penalidades contra as pessoas sem qualquer vínculo específico com a Administração decorre do poder de polícia. Segundo Hely Lopes Meirelles, o objetivo do poder de polícia administrativa é “todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou pôr em risco a segurança nacional, exigindo, por isso mesmo, regulamentação, controle e contenção pelo poder público”.

Atributos do poder de polícia: Autoexecutoriedade: divide-se em exigibilidade (meios indiretos de coação) e executoriedade (meios diretos, materiais, de coação). No que se refere ao exercício do poder de polícia, denomina-se EXECUTORIEDADE a prerrogativa da administração de praticar atos e colocá-los em imediata execução, sem depender de prévia manifestação judicial. Pela EXIGIBILIDADE a Administração se utiliza de meios indiretos de coação, como a aplicação de multas ou a impossibilidade de licenciar um veículo enquanto não pagas as multas de trânsito.

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Os atos decorrentes do poder de polícia são passíveis de controle administrativo. A existência de vício de legalidade resultará na invalidação do ato. Já o controle de mérito, que leva em conta a conveniência e oportunidade, poderá ocasionar a revogação do ato, se o interesse público assim o exigir. ___________________________________________________________________________________________________________ Controle Administrativo

O controle interno pode ser definido como o exercido no âmbito do mesmo Poder, ainda que por órgão diverso daquele que sofra a correição. O controle interno deriva do poder de autotutela que a administração tem sobre seus próprios atos e agentes.

As formas de controle interno na administração pública incluem o controle ministerial, exercido pelos ministérios sobre os órgãos de sua estrutura interna, e a supervisão ministerial, exercida por determinado ministério sobre as entidades da administração indireta a ele vinculadas.

A administração pública está sujeita a controle interno — realizado por órgãos da própria administração — e a controle externo — a cargo de órgãos alheios à administração.

O controle interno poderá ser realizado previamente, concomitante e subsequentemente aos atos administrativos, a fim de evitar o desperdício dos recursos e o uso indevido de recursos e bens públicos.

Controle Hierárquico: Resulta do escalonamento vertical dos órgãos da Administração Direta e das unidades integrantes das entidades da Administração Indireta. É típico do Poder Executivo (é sempre um CONTROLE INTERNO).

Controle Finalístico: É exercido pela Administração Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta. Segundo a doutrina, o controle finalístico deriva do denominado poder de tutela ou supervisão ministerial. (É um CONTROLE EXTERNO) Classificação: Quanto à existência de hierarquia • Hierárquico: dentro da própria estrutura hierárquica da Administração. • Finalístico: Administração Direta controlando a Administração Indireta, excepcionalmente, mesmo não havendo relação hierárquica entre elas. Quanto ao momento • Prévio: feito antes da própria atuação da Administração. • Concomitante: feito durante a atuação da Administração. • Posterior: após o ato administrativo, verificando-o. Quanto ao aspecto • Controle de legalidade: verificar a concordância do ato com as normas e princípios → Feito pela Administração (internamente), Poder Legislativo e Poder Judiciário (externamente). • Controle de mérito: verificar a eficiência do ato, por critérios subjetivos → Feito pela Administração (internamente); excepcionalmente feito pelo Poder Legislativo (externamente); nunca pelo Poder Judiciário. Quanto ao âmbito • Interno: órgão controlador pertence à mesma estrutura do órgão controlado. • Externo: órgão controlador é de outra estrutura, externa. Quanto ao órgão • Administrativo: feito pela Administração sobre seus próprios atos, internamente. • Legislativo: feito pelo Poder Legislativo, de forma externa, abrangendo: – controle político: feito sobre atos administrativos, por critérios políticos; – controle financeiro: feito pelo Congresso, com auxílio do TCU. • Judicial: feito pelo Poder Judiciário, de forma externa, com força de coisa julgada, e unicamente quando provocado. Recursos administrativos • Reclamação administrativa: termo amplo que envolve discussão quanto a qualquer dívida da Administração, direito ou ação contra a Fazenda. Prazo para reclamação é de um ano, com efeito suspensivo. • Representação: denúncia de irregularidades feita à Administração. • Pedido de reconsideração: solicitação de reexame de um ato administrativo pela mesma autoridade que o editou. • Recurso hierárquico próprio: pedido de reexame do ato dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que proferiu o ato. • Recurso hierárquico impróprio: dirigido a autoridade que não se insere na mesma estrutura hierárquica do agente que proferiu o ato, só quando houver previsão em lei. • Revisão: pedido de reavaliação de uma punição imposta pela Administração, pelo surgimento de fatos novos. Não é possível a reformatio in pejus. ___________________________________________________________________________________________________________

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Responsabilidade Civil do Estado

Para se configurar a responsabilidade objetiva, são suficientes os três seguintes pressupostos: o fato administrativo, o dano específico e o nexo causal entre um e outro.

A responsabilidade da administração pública decorrente de omissão resulta de seu dever de agir e da capacidade de essa ação evitar o dano. ___________________________________________________________________________________________________________ TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO - é a regra - admite excludente responsabilidade. TEORIA RISCO INTEGRAL - exceção - não admite excludente responsabilidade. EX: dano nuclear. ___________________________________________________________________________________________________________ Agências Executivas As autarquias ou fundações públicas que celebrarem contrato de gestão com o Poder Público serão qualificadas como agências executivas, cumpridos os requisitos legais. ___________________________________________________________________________________________________________ Estabilidade no Serviço Público Para aquisição da estabilidade, são necessários quatro requisitos: i) Aprovação em concurso público; ii) Nomeação para cargo público efetivo; iii) 3 (três) anos de efetivo exercício do cargo; iv) Avaliação especial de desempenho por comissão instituída para esse fim (art. 41, § 4º). ___________________________________________________________________________________________________________ Greve no Serviço Público Com relação à greve no serviço público, o STF tem decidido aplicar a legislação existente para o setor privado aos servidores públicos. Entretanto, em razão da índole de suas atividades públicas, o STF decidiu pela inaplicabilidade do direito de greve a certos servidores, como os que exercem atividades relacionadas à manutenção da ordem pública, à segurança pública e à administração da justiça. ___________________________________________________________________________________________________________ Concurso Público

Conforme CF/88: durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira (Pode abrir novo concurso)

Conforme Lei 8.112/90: Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

___________________________________________________________________________________________________________ Serviços Públicos

Nos termos do art. 175 da CF/88, incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou

permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. É correto extrair, portanto, que o Estado (em sentido amplo) pode, ele mesmo, prestar o serviço, centralizadamente, ou, ao revés, delegar sua prestação a terceiros. Neste caso, todavia, transfere-se tão somente a execução do serviço, conforme corretamente afirmado nesta questão, ficando a Administração Pública com a titularidade do mesmo. E nem poderia ser diferente. Afinal, se a titularidade (competência) para prestar um dado serviço público vem prevista, via de regra, na própria Constituição da República, não poderia um mero contrato suprimir uma disposição constitucional. Maria Sylvia Di Pietro assim escreveu sobre o tema: “o poder público transfere apenas a execução do serviço e conserva a sua titularidade; em decorrência disso, mantém a plena disponibilidade sobre o mesmo, alterando as cláusulas regulamentares, retomando a execução do serviço por meio de encampação, fiscalizando e punindo, administrativamente, o concessionário em caso de inadimplemento.”

Consideram-se serviços públicos uti universi os que são prestados à coletividade, mas usufruídos indiretamente pelos indivíduos, como são os serviços de defesa do país contra inimigo externo e os serviços diplomáticos.

O serviço de iluminação pública pode ser considerado uti universi, assim como o serviço de policiamento público. O serviço de uso de linha telefônica é um típico exemplo de serviço singular, visto que sua utilização é mensurável por cada

usuário, embora sua prestação se destine à coletividade Os serviços públicos podem ser prestados diretamente pelo Estado ou por seus delegados, sob o regime jurídico total ou

parcial de direito público. STF, Súmula Vinculante nº 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e

tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. Uti Universi = Impostos (Indelegáveis, não admitem concessão ou permissão)

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Uti Singuli = Taxas (Prestado pelo Estado) Uti Singuli = Tarifa/Preço Público (Prestado por delegados) SERVIÇOS SOCIAIS: atividades que visam atender necessidades essenciais da coletividade em que há atuação da iniciativa

privada ao lado da atuação do Estado. Ex.: serviço de saúde ( existem hospitais públicos e privados ) serviço de educação ( existem escolas públicas e privadas). ___________________________________________________________________________________________________________ Princípios do Serviço Público Segundo o entendimento jurisprudencial dominante no STJ relativo ao princípio da continuidade dos serviços públicos, não é legítimo, ainda que cumpridos os requisitos legais, o corte de fornecimento de serviços públicos essenciais, em caso de estar inadimplente pessoa jurídica de direito público prestadora de serviços indispensáveis à população. ___________________________________________________________________________________________________________ Formas de Prestação do Serviço Público CONCESSÃO: É a delegação da prestação do serviço público, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. PERMISSÃO: É a delegação do serviço público, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. AUTORIZAÇÃO: É ato unilateral, discricionário e precário de que o Poder Público se vale para tornar possível o desempenho de certa atividade de interesse público pelo particular.

Tanto a concessão como a permissão de serviço público têm a natureza de contrato de adesão; nesse sentido, são formalizadas por contrato administrativo e não dispensam licitação prévia.

A caducidade do contrato de concessão acarreta a reversão ao poder concedente, mediante indenização ao concessionário, de todos os bens necessários à continuidade do serviço público.

O valor cobrado por empresa pública concessionária de serviço público de fornecimento de energia elétrica é considerado como preço privado.

Caso um serviço não seja prestado de forma adequada, segundo critérios e indicadores de qualidade definidos, poderá ser declarada a caducidade da concessão pelo poder concedente.

É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão.

Caso determinada empresa concessionária de serviços públicos preste serviços de forma deficiente, e essa deficiência seja identificada pelo poder público por meio da análise de indicadores de qualidade previamente definidos em contrato, o referido poder poderá declarar a caducidade como forma de extinção da concessão.

A prestação de serviços públicos sob regime de concessão ou de permissão deve ser precedida de licitação, sendo possível, em ambos os regimes, a fixação, em contrato, de cláusulas exorbitantes.

A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante taxas ou tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu aperfeiçoamento, em atenção ao princípio da modicidade.

O concessionário de um serviço público é remunerado mediante o sistema de tarifas pagas pelos usuários, as quais configuram remuneração pelo serviço prestado e concedido pelo concedente em contrato.

Permissão é contrato de adesão, ou seja, a "empresa" terá de aceitar as normas estabelecidas previamente no contrato elaborado pela Administração. ___________________________________________________________________________________________________________ Responsabilidade no Serviço Público

Incumbe à concessionária a execução do serviço público concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade. ___________________________________________________________________________________________________________ Reversão É a passagem ao poder concedente dos bens do concessionário aplicados ao serviço, uma vez extinta a concessão. ___________________________________________________________________________________________________________ “Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via administrativa ou judicial, a prática do ato imposto pela lei”. ___________________________________________________________________________________________________________ DEVER DE PROBIDADE x PRINCÍPIO DA MORALIDADE

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Se a questão estiver se referindo a um dever imposto ao agente público, a resposta será probidade (ética, honestidade e boa-fé). De outro lado, se a banca estiver se referindo ao princípio que impõe a observância da ética, decoro e boa-fé, a resposta será moralidade. ___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________ Poder Vinculado É importante destacar que parte da doutrina tem afirmado que o poder vinculado não seria um “poder” autônomo, mas simplesmente uma obrigação imposta diretamente pela lei. Isso porque não se outorga ao agente público qualquer prerrogativa (um “poder” propriamente dito), mas simplesmente se exige que a lei seja cumprida. Nesses termos, não há razões para se falar em um “poder”, algo que coloca o agente público em situação de superioridade em relação ao particular. Dessa forma o poder vinculado não encerra prerrogativa do poder público. ___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________ Poder Hierárquico

Segundo Hely Lopes Meirelles, “poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal”.

Decorrente do poder hierárquico, a avocação, por um órgão, de competência não exclusiva atribuída a outro órgão que lhe seja subordinado é excepcional e exige motivos relevantes e devidamente justificados. (Correta)

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___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________ Poder Regulamentar

O presidente da República, os governadores e os prefeitos podem estabelecer, por decreto, medidas que disciplinem a organização e o funcionamento da administração pública em suas respectivas esferas, desde que isso não enseje aumento de despesa nem a criação ou extinção de órgãos públicos.

“O poder regulamentar consiste na possibilidade de o chefe do Poder Executivo editar atos administrativos gerais e abstratos, expedidos para dar fiel execução da lei”. ___________________________________________________________________________________________________________ Poder de Polícia

É possível definir o poder de polícia como a atividade estatal que tem por objetivo limitar e condicionar o exercício de direitos e atividades, assim como o gozo e uso de bens particulares em prol do interesse da coletividade.

O poder de polícia dispõe de certa discricionariedade, haja vista o poder público ter liberdade para escolher, por exemplo, quais atividades devem ser fiscalizadas para que se proteja o interesse público. ___________________________________________________________________________________________________________

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No Brasil, apenas excepcionalmente se admite ato normativo primário no exercício do poder regulamentar da administração pública. Para responder às questões de prova, deve ficar claro que a doutrina majoritária considera o decreto autônomo um ato normativo primário, isto é, ato normativo com força de lei, capaz de inovar na ordem jurídica. Todavia, o decreto autônomo só pode ser editado em situações excepcionais, expressamente previstas no art. 84, VI, da CF/1988. ___________________________________________________________________________________________________________ Colisão entre princípios Diante de uma aparente colisão entre princípios, o intérprete (administrador ou o juiz) deverá considerar o peso relativo de cada um deles e verificar, no caso concreto em análise, qual deverá prevalecer. A solução da colisão dar-se-á através da ponderação entre os diversos valores jurídicos envolvidos, pois os princípios possuem um alcance (peso) diferente em cada caso concreto e aquele que possuir maior abrangência deverá prevalecer. ___________________________________________________________________________________________________________ Direito a Informação Pergunta: O que pode ser feito quando um indivíduo solicita informações perante órgãos ou entidades públicas e essas informações são negadas ou sequer o pedido é respondido? Bem, nesse caso, é necessário que analisemos as diversas situações: 1ª) Se as informações requeridas são referentes à pessoa do requerente (informações particulares) e foram negadas pela Administração, será possível impetrar um habeas data (inciso LXXII, artigo 5º, da CF/1988) perante o Poder Judiciário para se ter acesso obrigatório a tais informações; 2ª) Se as informações requeridas são de interesse pessoal do requerente, mas relativas a terceiros (um amigo, por exemplo) e forem negadas pela Administração, será possível impetrar um mandado de segurança perante o Poder Judiciário para se ter acesso obrigatório a tais informações;

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3ª) Caso tenha sido requerida a expedição de uma certidão de contagem de tempo de serviço perante o INSS, relativa à pessoa do requerente, e a entidade administrativa tenha se recusado a fornecê-la, a ação constitucional cabível não mais será o habeas data, mas sim o mandado de segurança. Nesse caso, violou-se o direito líquido e certo à certidão e não o direito à informação. ___________________________________________________________________________________________________________ Princípio da Sindicabilidade O princípio da sindicabilidade equivale-se ao princípio da autotutela que assegura à Administração Pública a prerrogativa de fiscalizar e controlar os seus próprios atos. ___________________________________________________________________________________________________________ Princípio da Publicidade O princípio da publicidade não se vincula a validade ou a existência do ato administrativo e sim quanto a eficácia para os atos que devam produzir efeitos externos e os que impliquem ônus para o patrimônio público. ___________________________________________________________________________________________________________ Cargos e Empregos Públicos Na administração pública direta e autárquica: a criação de cargos, funções e empregos públicos DEPENDEM DE LEI. Na administração pública indireta (EP e SEM): a criação de cargos, funções e empregos públicos NÃO DEPENDEM DE LEI. ___________________________________________________________________________________________________________ Restrições ao Princípio da Legalidade De acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o estado de sítio constituem exceção ao princípio da legalidade na administração pública. ___________________________________________________________________________________________________________ Princípio da Confiança

Dado o princípio da legítima confiança, é incabível a restituição ao erário dos valores recebidos de boa-fé por servidor público em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da administração pública.

A proteção da confiança, desdobramento do princípio da segurança jurídica, impede a administração de adotar posturas manifestadamente contraditórias, ou seja, externando posicionamento em determinado sentido, para, em seguida, ignorá-lo, frustrando a expectativa dos cidadãos de boa-fé. ___________________________________________________________________________________________________________ Teorias Administrativas

Dentre as teorias que buscam justificar a natureza jurídica da relação entre Estado e agentes públicos qual é a adotada no nosso ordenamento jurídico?

É a Teoria do Órgão: Criada pelo jurista alemão Otto Gierke, a teoria do órgão declara que o Estado manifesta a sua vontade através de seus órgãos públicos, que são titularizados por agentes públicos. Os atos praticados pelos órgãos são imputados à pessoa jurídica a cuja estrutura estão integrados, o que se convencionou denominar de imputação volitiva. A teoria do órgão distingue a entidade, que possui personalidade jurídica, do órgão público, que é desprovido de personalidade jurídica.

As ações dos entes políticos – como União, estados, municípios e DF – concretizam-se por intermédio de pessoas físicas, e, segundo a teoria do órgão, os atos praticados por meio desses agentes públicos devem ser imputados à pessoa jurídica de direito público a que pertencem. ___________________________________________________________________________________________________________ Órgãos Públicos DEFINIÇÃO: Órgãos Públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem.

Os órgãos públicos só podem ser criados ou extintos por meio de lei. A organização e o funcionamento desses órgãos podem se dá através de decreto autônomo, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. (artigo 84, VI, “a”, da CF/88)

Como os órgãos públicos não são pessoas, em regra, não podem figurar no polo passivo ou ativo de uma relação processual (capacidade processual ou judiciária), exceto nos seguintes casos:

Para defesa de suas prerrogativas funcionais (órgãos independentes e autônomos); Na defesa dos direitos e interesses dos consumidores.

___________________________________________________________________________________________________________ Autarquias

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São características das autarquias a descentralização, a criação por lei, a especialização dos fins ou atividades, a personalidade jurídica pública, a capacidade de autoadministração e a sujeição a controle ou tutela.

Responsabilidade Civil das As autarquias responderão objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado

o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa, nos termos do § 6º, artigo 37, da Constituição Federal de 1988. A doutrina majoritária entende que os entes estatais respondem subsidiariamente pelos danos a terceiros causados em virtude de ações ou omissões de agentes das autarquias. O ente criador (União, Estados, Municípios e DF) somente pode ser acionado após a exaustão dos recursos financeiros da autarquia e, portanto, não é correto falar-se em responsabilidade solidária, mas sim subsidiária, já que as autarquias possuem personalidade jurídica e patrimônio próprios. Somente se a autarquia não possuir recursos financeiros suficientes para cobrir os prejuízos causados a terceiros é que o ente estatal poderá ser acionado, subsidiariamente.

Nomeação de dirigentes: O dirigentes ocupam cargo em comissão ou de confiança e sua nomeação e exoneração cabe ao presidente da república.

Privilégios processuais: As autarquias gozam dos mesmos privilégios processuais outorgados à Fazenda Pública.

Imunidade tributária: A imunidade tributária somente irá incidir sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias que estejam vinculados às suas finalidades essenciais ou às que delas decorram. (A imunidade alcança apenas os impostos)

Foro Judicial: as causas em que entidade autárquica federal for interessada na condição de autora, ré, assistente ou oponente, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, tramitarão na justiça federal. Entretanto, nos casos de autarquias estaduais ou municipais, as causas deverão tramitar na justiça estadual.

CARACTERÍSTICAS DAS AUTARQUIAS

Natureza Jurídica Direito Público

Criação e Extinção Leis específica

Responsabilidade Civil Objetiva (Ente estatal responde subsidiariamente)

Patrimônio

Bens Públicos (Prerrogativas da Adm. Direta) Imprescritibilidade; Inalienabilidade; Impenhorabilidade.

Regime de Pessoal Servidores Públicos (Concurso Público) Dirigentes (Cargos em comissão / função de confiança)

Privilégios Processuais Mesmos da Fazenda Pública (Adm. Direta)

Imunidade Tributária Sobre patrimônio, renda e serviços vinculados às finalidades essenciais. (Impostos)

Prescrição Quinquenal 5 anos

Foro Judicial Justiça Federal (Exceção: Justiça Eleitoral, do Trabalho, Falência, Acidente do Trabalho)

Controle Finalístico Vinculação à Adm. Direta (Supervisão ministerial)

Licitação e Concurso Obrigadas a realizarem.

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___________________________________________________________________________________________________________ Autarquias em Regime Especial Algumas autarquias passaram a receber um tratamento especial do legislador em virtude de possuírem prerrogativas peculiares e, portanto, passaram a ser denominadas "autarquias especiais". Um exemplo das autarquias especiais são as agências reguladoras. ___________________________________________________________________________________________________________ Fundação

Tipos de fundações existentes: (1) Fundação de Direito Privado – (2) Fundação Pública de Direito Privado e (3) Fundação Pública de Direito Público todas destinadas ao desenvolvimento de atividades de interesse público como educação, cultura, saúde e pesquisa.

Fundação Pública de Direito Público = criada por lei. São conhecidas como “autarquia fundacional” ou “fundação autárquica” (Regulamentadas por decreto do Chefe do Executivo)

Fundação Pública de Direito Privado = criada por autorização legislativa. (Regulamentadas por decreto do Chefe do Executivo)

CARACTERÍSTICAS DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS

DE DIREITO PÚBLICO PRIVADO

CRIADAS POR LEI CRIADAS POR AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA

MESMAS PRERROGATIVAS DAS AUTARQUIAS

Controle Finalístico

Licitação

Responsabilidade Civil (Objetiva)

Patrimônio (não são bens públicos – podem ser penhorados)

Regime de Pessoal (Contratual ou Celetista)

Foro Judicial (Justiça Federal)

Imunidade Tributária (Impostos – atividades fins)

___________________________________________________________________________________________________________ Empresas Estatais (Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista)

Remuneração: As remunerações dos empregados das Empresas Públicas ou Sociedades de Economia Mista vinculam ao teto remuneratório

caso recebam recursos do governo para pagamentos de despesa de pessoal ou custeio geral e não vinculam caso contrário.

Atuação: As empresas estatais podem explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos. a) Exploração de atividades econômicas: Estado somente está autorizado a explorar atividades econômicas em duas

situações excepcionais: quando necessária aos imperativos de segurança nacional ou existir relevante interesse coletivo.

b) Prestadoras de serviços públicos: Elas podem exercer funções típicas do Estado, ou seja, prestarem serviços que são de competência das entidades integrantes da Administração direta.

Regime Jurídico: São regidas predominantemente pelo Direito Privado, mas há regras de Direito Público como obrigatoriedade de licitação e realização de concursos públicos. Quando as empresas estatais explorarem atividade econômica estarão sujeitas ao regime próprio das empresas privadas como obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias; também as referidas entidades não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas privadas de sua área de atuação, evitando-se, assim, uma possível concorrência desleal entre as empresas governamentais e privadas

Criação e Extinção: As empresas estatais são criadas por autorização legal, além dessa autorização legal, para que a empresa estatal adquira personalidade jurídica, será necessária ainda a edição de decreto pelo Chefe do Executivo e o respectivo registro perante a Junta Comercial ou Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas, dependendo da forma jurídica adotada. Em respeito ao princípio da simetria, se foi exigida autorização legal para a criação das empresas estatais, também será exigida autorização legal para a respectiva extinção.

Criação de Subsidiária: Nos termos do inciso XX, artigo 37, da Constituição Federal, depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das empresas estatais, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada. O STF, decidiu que a autorização legislativa específica para a criação de empresas subsidiárias é dispensável nos casos em que a lei autorizativa de criação da sociedade de economia mista ou empresa pública matriz também previu a eventual formação das subsidiárias.

Regime de Pessoal:

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O quadro de pessoal encarregado de executar as atividades desenvolvidas pelas empresas públicas e sociedades de economia mista será regido pela CLT (regime celetista). Como os empregados das empresas estatais são regidos pela CLT, é da competência da justiça trabalhista decidir os conflitos relativos à relação de emprego. Há também nas empresas estatais regras do direito público como: 1º) A obrigatoriedade de realização de concurso público para a contratação de empregados pelas empresas estatais; 2º) A proibição da acumulação de cargos e empregos públicos, nos termos do inciso XVI, artigo 37, da CF/88; 3º) A submissão dos salários dos empregados públicos ao teto geral remuneratório previsto no inciso XI, artigo 37, da CF/88, desde que as empresas estatais recebam da entidade política criadora (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) recursos para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (§ 9º, artigo 37, da CF/88).

Licitação: Estão obrigadas a realizar licitações.

Imunidade Tributária: Empresa estatal que explora atividade econômica atua no mercado competindo diretamente com empresas privadas e, portanto, não pode gozar de privilégios tributários que não sejam assegurados também aos particulares, sob pena de caracterização de concorrência desleal. Em relação às empresas estatais prestadoras de serviços públicos o entendimento é um pouco diferente. Para fins de concursos públicos, é conveniente que adotemos o entendimento do professor José dos Santos Carvalho Filho, segundo o qual as empresas públicas e as sociedades de economia mista, que executam "serviço público monopolizado", poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado.

Responsabilidade Civil: Empresas Estatais Prestadoras de Serviços Públicos: Responsabilidade Objetiva; Empresas Estatais Exploradoras de Atividade Econômica: Responsabilidade Subjetiva.

Patrimônio: O patrimônio das empresas estatais assumem a característica de bens privados e, portanto, não gozam dos atributos da imprescritibilidade, impenhorabilidade e alienabilidade condicionada. Todavia, é necessário ficar atento ao entendimento do STF quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos em regime de exclusividade. Nesse caso, os respectivos bens das entidades serão considerados públicos.

DIFERENÇAS ENTRE AS EMPRESAS ESTATAIS

DIFERENÇAS EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

FORO JUDICIAL Justiça Federal Comum* (E.P Federal) Justiça Estadual** (Federal, Estadual, Municipal)

FORMA JURÍDICA Qualquer forma jurídica prevista em lei S. A (Sociedade Anônima)

CAPITAL Exclusivamente Estatal*** (público) Capital Misto (Público e Privado)

*Com exceção das ações de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. **Súmula n° 517 do Supremo Tribunal Federal “as sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal quando a União intervém, como assistente ou opoente”. ***O capital deve pertencer integralmente a entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) ou Indireta (outras empresas públicas, autarquias, fundações públicas e sociedades de economia mista), sendo vedada a participação de particulares na integralização do capital.

A Lei 11.101∕2005 (Lei de Falência), em seu art. 2º, I, dispõe expressamente que o seu texto não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista, portanto ambas não estão sujeitas à falência.

___________________________________________________________________________________________________________ Consórcios Públicos

Consórcio Público: associações formadas por pessoas jurídicas políticas, com personalidade de direito público ou privado, criadas mediante autorização legislativa, para gestão associada de serviços públicos. Podem ser instituídos com personalidade jurídica de Direito Público ou de Direito Privado. Na primeira hipótese serão denominados também de “associação pública”, “autarquia interfederativa" ou, ainda, “autarquia multifederada”, integrando a Administração Pública Indireta de todos os entes consorciados.

A constituição de consórcio público dependerá da prévia celebração de protocolo de intenções subscrito pelos representantes legais dos entes da Federação interessados. O protocolo de intenções pode ser definido como um contrato preliminar que, ratificado pelos entes da Federação interessados, converte-se em contrato de consórcio público.

Os entes da Federação consorciados respondem subsidiariamente pelas obrigações do consórcio público. Além disso, os dirigentes do consórcio público responderão pessoalmente pelas obrigações por ele contraídas caso pratiquem atos em desconformidade com a lei, os estatutos ou decisão da assembleia geral. ___________________________________________________________________________________________________________ Contrato de Gestão

Agência Executiva x Organizações Sociais

No âmbito do Direito Administrativo brasileiro é possível identificar dois diferentes tipos de contrato de gestão: o primeiro, com base na Lei 9.649/98 e no art. 37, § 8º, da CF/88, concede a uma autarquia ou fundação pública o título de agência executiva, aumentando a autonomia dessas entidades. O segundo tipo de contrato de gestão encontra fundamento na Lei 9.637/98, que tem por

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objetivo qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.

Esse título para as agências executivas ampliam sua autonomia e para as organizações sociais acabam restringindo a sua autonomia. ___________________________________________________________________________________________________________ Atos Administrativos: Requisitos x Atributos Não confunda as expressões "elementos" e "atributos" do ato administrativo. A primeira refere-se aos " requisitos" que devem ser observados para que o ato seja editado validamente (em conformidade com a lei). Por sua vez, os atributos são características dos atos administrativos, consequência do regime jurídico administrativo. ___________________________________________________________________________________________________________ Prazo Decadencial na Anulação e Revogação O prazo de 5 (cinco) anos, previsto na Lei 9.784/99, aplica-se apenas aos casos de ANULAÇÃO e não de revogação, que pode ocorrer a qualquer tempo. ___________________________________________________________________________________________________________ Motivação A motivação, como elemento essencial do ato, cria para os administrados possibilidades de terem conhecimento das razões de determinada prática adotada pela administração pública, o que evita obscuridades na decisão administrativa e cumpre uma das finalidades da motivação, que é a de garantir a segurança dos administrados. ___________________________________________________________________________________________________________ Atributos do Ato Administrativo A presunção de legitimidade ou de veracidade de determinado ato administrativo produz a inversão do ônus da prova, ou seja, a atuação da administração é presumidamente fundada em fatos verdadeiros e em observância à lei, até prova em contrário. ___________________________________________________________________________________________________________ Exigibilidade A exigibilidade assegura à Administração a prerrogativa de valer-se de meios indiretos de coerção para obrigar o particular a cumprir uma determinada obrigação, a exemplo do que ocorre na aplicação de uma multa. Existindo a possibilidade de aplicação de multa pelo não cumprimento de uma obrigação o particular irá “pensar duas vezes” antes de descumpri-la. Por isso trata-se de um meio indireto de coerção. Nesse caso, o administrado não está sendo obrigado (compelido) a cumprir a obrigação, mas apenas “pressionado”. ___________________________________________________________________________________________________________ Princípio da Solenidade das Formas

Ao contrário do princípio da liberdade das formas, que vigora no direito privado, segundo o qual os atos podem ser praticados por qualquer forma idônea para atingir o seu fim, vigora no Direito Administrativo, em regra, o PRINCÍPIO DA SOLENIDADE DAS FORMAS, segundo o qual, para a edição de um ato administrativo, devem ser respeitados procedimentos especiais e forma prevista em lei.

O princípio da solenidade das formas está consagrado no § 1º, do art. 22, da Lei Federal 9.784/1999, ao estabelecer que “os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável”.

Todavia, é importante destacar que a assertiva pode afirmar que os atos administrativos devem ser sempre escritos, registrados e publicados, o que não é verdade. Os atos administrativos internos, por exemplo, não exigem publicação para a produção de seus efeitos ___________________________________________________________________________________________________________ Classificação de Ato Administrativo

O ato de nomeação de cinquenta candidatos habilitados em concurso público classifica-se, quanto a seus destinatários, como ato administrativo individual ou concreto. (CORRETO)

Ato administrativo individual ou concreto é aquele que possui destinatários determinados ou determináveis, podendo alcançar um ou vários sujeitos, a exemplo de um decreto de desapropriação, a nomeação de servidores, uma autorização ou permissão etc. Para que um ato administrativo seja classificado como individual não interessa a quantidade de destinatários, mas sim a possibilidade de quantificá-los (definir a quantidade e conhecer os destinatários). Nesses termos, o ato que nomeia cinquenta candidatos aprovados em concurso público é considerado individual, pois é possível identificar todos os “felizardos”. ___________________________________________________________________________________________________________ Repristinação

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É possível a repristinação no âmbito atos administrativos? Sim. Assim como ocorre com os atos legislativos, é possível a repristinação de ato administrativo, ou seja, a restauração de

um ato administrativo que tenha sido revogado por outro ato. A repristinação, que nada mais é do que a restauração dos efeitos de lei que se encontrava revogada, também é possível no âmbito dos atos administrativos, desde que também venha expressa no ato revogador. Se o ato B revoga o ato A, por exemplo, este deixa de produzir efeitos. Todavia, se o ato C posteriormente revoga o ato B, o ato A não será repristinado automaticamente, salvo se assim dispuser o conteúdo do ato revogador (ato C). ___________________________________________________________________________________________________________ Poder Judiciário e Atos Administrativos

O Poder Judiciário possui a prerrogativa de analisar a LEGALIDADE de todos os atos administrativos, sejam eles vinculados ou discricionários. Todavia, em relação aos atos discricionários, não poderá se manifestar em relação ao mérito, campo de atuação reservado ao administrador público, salvo se violar os princípios da moralidade, razoabilidade e proporcionalidade. ___________________________________________________________________________________________________________ Concessionário de Serviço Público O concessionário de serviço público atua por sua conta e risco, responsabilizando-se integralmente pelos eventuais danos causados por seus agentes a terceiros ou a própria Administração Publica. ___________________________________________________________________________________________________________ Nepotismo A prática do nepotismo afronta os princípios da moralidade e impessoalidade. ___________________________________________________________________________________________________________ Em hipóteses excepcionais exige-se o prévio esgotamento das instâncias administrativas para se ingressar no Poder Judiciário. São as ações: Ações relativas à disciplina e às competições desportivas; Impetração do habeas data (prévio esgotamento das instâncias administrativas); Reclamação ao STF afirmando violação à súmula vinculante pela Administração (prévio exaurimento da via administrativa); Mandado de segurança (não cabe se for possível recurso administrativo com efeito suspensivo, sem caução). ___________________________________________________________________________________________________________ DEVER DE PRESTAR CONTAS

___________________________________________________________________________________________________________ PODER HIERÁRQUICO No exercício do poder hierárquico, a delegação pode ocorrer de modo vertical ou horizontal, enquanto a avocação se dá exclusivamente no sentido vertical. DELEGAÇÃO: ↓→ AVOCAÇÃO: ↓ ___________________________________________________________________________________________________________ PODER DISCIPLINAR

___________________________________________________________________________________________________________ PODER REGULAMENTAR

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___________________________________________________________________________________________________________ DELEGAÇÃO DE ATOS SECUNDÁRIOS (VEDADO)

___________________________________________________________________________________________________________ Poder de Polícia O poder de polícia pode ser preventivo ou repressivo. É preventivo quando visa evitar atos que violem o interesse da coletividade. É repressivo quando busca reprimir ilícitos que são contrários ao interesse público. Significa dizer que no exercício da polícia administrativa preventiva a Administração expedirá os atos normativos (regulamentos, portarias etc), ou seja, atos gerais e abstratos, que delimitarão a atividade e o interesse dos particulares em razão do interesse público. ___________________________________________________________________________________________________________ Dirigentes de Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista Os dirigentes da EP e SEM não são regidos pela CLT, pois não tem vínculo de subordinação. Eles mantêm um vínculo contratual. ___________________________________________________________________________________________________________ ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – OAB A Ordem dos Advogados do Brasil, na qualidade de autarquia profissional, não integra a administração indireta e não se submete ao controle do Tribunal de Contas da União. Nessa questão o CESPE induz ao erro quando coloca "na qualidade de autarquia profissional". Por decisão do STF estabeleceu-se que a OAB é uma ENTIDADE ímpar, "sui generis", é um serviço público independente e não é passível de enquadramento em nenhuma categoria regular prevista em nosso ordenamento. A OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. A questão está certa. ___________________________________________________________________________________________________________ DELEGAÇÃO – DECORREM:

O ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar; Pode haver delegação de competências a órgãos não subordinados; A delegação pode ser parcial; Ela deve ser feita por prazo determinado; A autoridade delegante pode permanecer com o poder de exercer a competência de forma conjunta com a delegatária.

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________ DELEGAÇÃO DA DELEGAÇÃO – PODE OCORRER? O Decreto nº 83.937/79 afirma, em seu art. 6º que “o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar, ficando revogadas as disposições em contrário constantes de decretos, regulamentos ou atos normativos em vigor no âmbito da Administração Direta e Indireta”. Conclusão: pode haver subdelegação sem que haja autorização do delegante. ___________________________________________________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________________________________________ Autorização Autorização é ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta ao particular o exercício de atividade material ou a utilização de bem público no interesse dele. ___________________________________________________________________________________________________________ ATOS NEGOCIAIS ESQUEMA

LICENÇA AUTORIZAÇÃO PERMISSÃO APROVAÇÃO ADMISSÃO

AUV AUPD PARTICULAR AUPD COLETIVO AUD AUV

___________________________________________________________________________________________________________ ATOS ENUNCIATIVOS E REVOGAÇÃO Os atos enunciativos, como as certidões, por adquirirem os seus efeitos por lei, e não pela atuação administrativa, não são passíveis de revogação, ainda que por razões de conveniência e oportunidade. ATOS DE EXPEDIENTE E RECURSO Não são passíveis de questionamento por via recursal os atos administrativos de mero expediente. Cadastramento de processos, formação e distribuição são atos de mero expediente, assim como o protocolo de processos judiciais, todos esses atos desprovidos de caráter decisório. Portanto, são irrecorríveis os atos de mero expediente. Apenas atos de caráter decisório submetem-se a recursos. ___________________________________________________________________________________________________________ INVALIDAÇÃO A invalidação é a retirada do ordenamento de um ato administrativo produzido em desconformidade com a ordem jurídica e se opera com efeitos retroativos (ex tunc). ___________________________________________________________________________________________________________

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___________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________ Controle de Legalidade Não é possível o controle de mérito do Poder Executivo pelo Poder Judiciário, mas Marinela destaca, no entanto, que se admite hoje que a realização de controle de princípios constitucionais como os da razoabilidade e proporcionalidade, implícitos na CF, além dos da moralidade e eficiência, expressos, apesar de representar controle de legalidade, é possível reconhecer que esses princípios limitam a liberdade do Administrador e que, por vias tortas, acaba atingindo o mérito, apesar de se afirmar categoricamente que esse não é controle de mérito. ___________________________________________________________________________________________________________ Recurso Administrativo O recurso administrativo é sempre direcionado à autoridade hierarquicamente superior àquela que praticou o ato, ou àquela que revisou o mesmo (analisou a petição do interessado). ___________________________________________________________________________________________________________ É possível a utilização da Teoria da Culpa do Serviço no Brasil? Sim. Ocorre a responsabilidade subjetiva do Estado quando o serviço público é prestado de maneira aquém do que se esperava e essa deficiência causou danos, ou seja, quando o Estado se omitiu na prestação de um serviço público. ___________________________________________________________________________________________________________ É possível adotar no Brasil a Teoria do Risco Integral? Sim. A responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa. ___________________________________________________________________________________________________________ Causas em que o Judiciário é Obrigado a Reparar Danos: Para o Poder Judiciário, temos a responsabilidade em situações previamente previstas em lei: - erro judiciário - preso além do tempo - juiz proceder com dolo ou fraude - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar. Causas em que o Legislativo é Obrigado a Reparar Danos: Pode haver responsabilidade por ato do Poder Legislativo quando: - Lei de efeito concreto declarada inconstitucional; - Mora do legislador em estabelecer a forma de um exercício de um direito constitucionalmente assegurado. ___________________________________________________________________________________________________________ Lei Declarada Inconstitucional – O Estado responde por danos causados por lei declarada inconstitucional? Sim. Caso os atos sejam considerados danosos e a lei for declarada posteriormente inconstitucional, o Estado ainda assim responderá pelos danos.

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___________________________________________________________________________________________________________ Danos decorrentes de obra pública Se o próprio Estado é o agente executor, haverá responsabilidade objetiva em razão do dano certo e direto causado pela obra. Se a obra é executada por empresa contratada e o dano foi provocado por culpa exclusiva do executor, a responsabilidade do executor SERÁ SUBJETIVA e o Estado só responderá SUBSIDIARIAMENTE (o Estado responde se a empresa não puder responder). ALERTA!!! Se o Estado (ainda que por omissão) contribuiu para a ocorrência do dano, haverá responsabilidade SOLIDÁRIA. ___________________________________________________________________________________________________________ Conceito e Sentidos de Governo Segundo Hely Lopes Meirelles, o conceito de governo possui três sentidos: a) em sentido formal: “é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais”; b) em sentido material: “é o complexo de funções estatais básicas”; e c) em sentido operacional: “é a condução política dos negócios públicos”. ___________________________________________________________________________________________________________ Princípio da Legalidade e Costumes O princípio da legalidade não impede a Administração Pública de tomar decisões fundamentadas no constume. ___________________________________________________________________________________________________________ Regime Falimentar As sociedades de economia mista e as empresas públicas exploradoras de atividade econômica não se sujeitam à falência nem são imunes aos impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. Conclusão: SEM e EP não se submetem ao regime falimentar, não importando se prestadoras de serviços ou exploradoras de atividade econômica. ___________________________________________________________________________________________________________ Prazo Prescricional As EP e SEM não se sujeitam aos prazos de prescrição, ou seja, não gozam do prazo quinquenal de prescrição. ATENÇÃO!!! As dívidas e os direitos em favor de terceiros contra as autarquias prescrevem em 5 anos ___________________________________________________________________________________________________________ Silêncio da Administração O silêncio administrativo, que consiste na ausência de manifestação da administração pública em situações em que ela deveria se pronunciar, somente produzirá efeitos jurídicos se a lei os previr. O silêncio administrativo consiste na ausência de manifestação da administração nos casos em que ela deveria manifestar-se. Se a lei não atribuir efeito jurídico em razão da ausência de pronunciamento, o silêncio administrativo não pode sequer ser considerado ato administrativo. ___________________________________________________________________________________________________________ Serviços Sociais Autônomos – SSA (Sistema “S”) Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado, que atuam em cooperação com o Estado; e não prestam serviço público delegado pelo Estado, mas sim atividade privada de interesse eminentemente público. Os serviços sociais autônomos possuem natureza jurídica de direito privado, não integrando a Administração Pública Direta ou Indireta. São entes de cooperação com o Poder Público que, embora tenham autorização legal para a arrecadação e utilização de contribuições parafiscais, não têm subordinação hierárquica a qualquer autoridade pública, estando apenas submetidos ao controle finalístico e a prestação de contas dos recursos públicos destinados à sua manutenção. ___________________________________________________________________________________________________________ Os CONSELHOS DE PROFISSÕES regulamentadas são AUTARQUIAS CORPORATIVAS (ou profissionais); são PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO, como as autarquias, e, por isso: 1. Se submetem a controle do Tribunal de Contas da União; 2. Têm o dever de licitar e 3. Devem realizar concursos públicos. Apesar disso, seus servidores não são regidos pela 8.112 e sim pela CLT. Exs: CREA e CRM. (Exceção: OAB – direito privado). ___________________________________________________________________________________________________________ Podere Administrativos – Poder de Polícia O pressuposto do Poder de Polícia é a faculdade conferida ao Estado de estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício de direitos e garantias individuais, tendo em vista o interesse público. Exemplos de exercício do poder de polícia: 1) Apreensão de mercadoria estragada em depósito alimentício; 2) Suspensão de atividades lesivas ao meio ambiente; 3) Fiscalização exercida sobre pessoas físicas ou jurídicas pelos conselhos de fiscalização profissional; 4) Apreensão de mercadoria ilegal na alfândega;

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5) Interdição de um estabelecimento que viole normas sanitárias; 6) Aplicação de uma multa a restaurante que infringiu normas ligadas à proteção da saúde pública; 7) Lavratura de auto de infração contra empresa que violou normas relativas à vigilância sanitária; 8) Demolição de edifício particular que ameaçava ruir; 9) Expedição de porte de arma de fogo. ___________________________________________________________________________________________________________ Deslegalização ou Delegificação A deslegalização é também chamada de delegificação. Nesse caso, o legislador deixa espaço para a função normativa inovadora, de determinadas atribuições, a outros organismos estatais estranhos à estrutura do Legislativo. Exemplo clássico são as normas editadas pelas agências reguladoras, porque as leis – que têm atribuído poder normativo técnico a tais entidades – são vagas, e, de uma forma geral, cingem-se a fixar os princípios gerais. Em suma, retira-se a tarefa da sede legislativa, repassando-a à incumbência da agência, a qual cuidará de maneira mais tecnicista do assunto. ___________________________________________________________________________________________________________ ESPÉCIES DE PARECERES (CLASSIFICAÇÃO ATOS ADMINISTRATIVOS – ENUNCIATIVOS – PARECERES) A doutrina costuma distinguir três espécies de pareceres, a saber: I) FACULTATIVO, quando a própria solicitação do parecer, pela autoridade competente para decidir, não é obrigatória, servindo como um elemento a mais de orientação e de formação da vontade administrativa; II) OBRIGATÓRIO, quando a solicitação do parecer é imposta por lei, mas a autoridade não está obrigada a seguir a conclusão nele externada, podendo dela divergir, fundamentadamente; e III) VINCULANTE, quando não apenas o parecer tem de ser emitido pelo órgão consultivo, como também a autoridade está obrigada a acompanhar, no mérito, por assim dizer, o sentido de tal peça técnica. ___________________________________________________________________________________________________________ O que se entende por efeito prodrômico do ato administrativo?

Fernanda Marinela ensina que alguns atos administrativos além do efeito típico podem produzir efeitos secundários, também chamados atípicos. Efeito típico é aquele esperado, específico a certa categoria de ato. Já os efeitos atípicos podem ser reflexos ou prodrômicos.

O efeito atípico reflexo do ato atinge terceiros estranhos a sua prática. O efeito atípico prodrômico do ato, por sua vez, ocorre nos atos complexos ou compostos, e surge antes do ato concluir seu ciclo de formação, consubstanciando-se em situação de pendência de alguma outra formalidade.

Marinela explica que o efeito prodrômico do ato se dá, por exemplo, quando a primeira autoridade se manifesta e surge a obrigação de um segundo também fazê-lo, constatado neste meio tempo; o efeito prodrômico independe da vontade do administrador e não pode ser suprimido.

Vale dizer que a expressão efeito prodrômico também é utilizada no processo penal como característica da sentença. Nesta disciplina do Direito, efeito prodrômico da sentença se relaciona com a vedação da reformatio in pejus, seja ela direta ou indireta, na hipótese de recurso exclusivo do réu.

→ QUESTÃO CESPE (CORRETO): Os efeitos prodrômicos do ato administrativo são efeitos atípicos que existem enquanto perdura a situação de pendência na conclusão desse ato. ___________________________________________________________________________________________________________ Eficácia e Efetividade No direito administrativo, a eficácia se refere à capacidade do ato de produzir efeitos jurídicos. Por outro lado, a efetividade representa os resultados ou impactos das ações estatais.