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A GRANDE META Ensino de qualidade notícias ANO 1 NÚMERO 1 JUNHO DE 2008 SP Instituto do Câncer nasce para ser referência Mobilização da PM para a final de um campeonato Cai número de homicídios em São Paulo R$ 382 milhões de investimentos para o Sudoeste

Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

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Ensino de qualidade A grande meta

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Page 1: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

AGRANDEMETAEnsinodequalidade

notíciasANO 1 • NÚMERO 1 • JUNHO DE 2008SP

Instituto do Câncernasce paraser referência

Mobilização daPM para a final deum campeonato

Cai númerode homicídiosem São Paulo

R$ 382 milhõesde investimentospara o Sudoeste

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editorial

Este é o primeiro número da revista SPnotícias,veículo de comunicação interna mensal do go-verno do Estado de São Paulo que tem o objeti-

vo de informar sobre as ações da administração estadual.Inauguramos a revista com o lançamento do Índice deDesenvolvimento da Educação, o Idesp. O índice é partede um programa mais abrangente traçado pela Secretariada Educação, em 2007, que tem como meta elevar o nívelde qualidade do ensino da rede estadual.

Em entrevista, o secretário de Economia e Planeja-mento, Francisco Vidal Luna, fala sobre o Plano Pluria-nual do Estado. Entre as prioridades do governo estão omaior acesso da população à assistência médica e o lan-çamento do Ambulatório Médico de Especialidades(AME). A inauguração do Instituto do Câncer, na capital,faz parte do plano de saúde do governo do Estado. Ohospital foi construído com a missão de se tornar refe-rência em pesquisas, levando-se em consideração que adoença é a segunda que mais mata no mundo.

No Brasil, as taxas de mortalidade se concentram nascamadas mais jovens da população, especialmente entreos homens, e o motivo é a violência. No Estado de SãoPaulo, entretanto, dados da Secretaria da SegurançaPública vêm mostrando quedas sucessivas do total dehomicídios. A estatística mais recente, do primeiro tri-mestre deste ano, mostra nova redução, de 9% emrelação ao mesmo período de 2007. Desde 1999, a que-da supera 66% em todo o Estado.

A revista deste mês traz ainda os bastidores de comoa Polícia Militar garantiu a segurança na final doCampeonato Paulista de Futebol. O desenvolvimentoregional, outra prioridade do governo, é o foco dereportagem sobre o Plano de Investimentos do SudoestePaulista, que levará investimento de R$ 382 milhões auma das regiões mais pobres do Estado. A edição trazainda o reajuste dos pisos regionais e uma entrevistasaborosa com a professora Oralina Lopes Del Vecchio, amais antiga da rede estadual, que agora se despede dasala de aula para se aposentar.

Boa leitura e até o mês que vem.

A Redação

junho 2008 SPnotícias 3

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SPsumário

BASTIDORESDetalhes de como a Polícia Militar se organiza

para uma final de campeonato de futebol 38

20SAÚDECom perfilde excelência,é inauguradoInstituto doCâncer

4 SPnotícias junho 2008 junho 2008 SPnotícias 5

CAPASecretaria da Educação lança o Idesp, índice queestabelece metas para as escolas da rede

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O secretário de Planejamento,Francisco Vidal Luna,fala sobre o Plano Plurianual

26 SEGURANÇACaem os índices dehomicídios em São Paulo

30 SALÁRIOSobe o piso regional

32 SUDOESTEGoverno investeR$ 382 mi na região

46 FOI NOTÍCIAVirada Cultural reúne657 mil pessoas

48 PERSONAGEMProfessora Oralina Lopesconta a sua história

50 O ESTADOEM NÚMEROS

6 ENTREVISTA

THALES STADLER

THALES

STADLER

BRUN

OM

IRAN

DA/N

ALA

TA

Ano 1 | Nº 1 | 200811.000 exemplaresDistribuição estadual

GOVERNO DO ESTADODE SÃO PAULO

Governador José SerraVice-governador Alberto GoldmanSecretaria Estadual da AdministraçãoPenitenciária Antônio Ferreira Pinto

Secretaria Estadual da Agricultura eAbastecimento João de A. Sampaio Filho

Secretaria Estadual da Assistênciae Desenvolvimento Social Rogério PintoCoelho Amato

Secretaria Estadual da Casa Civil AloysioNunes Ferreira Filho

Secretaria Estadual da Casa MilitarCoronel PM Luiz Massao Kita

Secretaria Estadual de ComunicaçãoBruno Caetano

Secretaria Estadual da Cultura João Sayad

Secretaria Estadual de DesenvolvimentoAlberto Goldman

Secretaria Estadual de Economia ePlanejamento Francisco Vidal Luna

Secretaria Estadual da EducaçãoMaria Helena Guimar es de Castro

Secretaria Estadual do Emprego e Relaçõesdo Trabalho Guilherme Afif Domingos

Secretaria Estadual de Ensino SuperiorCarlos Alberto Vogt

Secretaria Estadual de Esporte, Lazer eTurismo Claury Santos Alves da Silva

Secretaria Estadual da FazendaMauro Ricardo Machado Costa

Secretaria Estadual da Gestão PúblicaSidney Beraldo

Secretaria Estadual da HabitaçãoLair Alberto Soares Krähenbühl

Secretaria Estadual da Justiça e Defesada Cidadania Luiz Antônio Marrey

Secretaria Estadual do Meio AmbienteFrancisco Graziano Neto

Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoacom Deficiência Linamara Rizzo Battistella

Secretaria Estadual de RelaçõesInstitucionais José Henrique Reis Lobo

Secretaria Estadual de Saneamento eEnergia Dilma Seli Pena

Secretaria Estadual da Saúde Luís RobertoBarradas Barata

Secretaria Estadual da Segurança PúblicaRonaldo Augusto Bretas Marzagão

Secretaria Estadual dos TransportesMauro Arce

Secretaria Estadual dos TransportesMetropolitanos José Luiz Portella

A revista SPnotícias é uma publicaçãomensal do Governo do Estado de São Paulo,distribuída gratuitamente. Seu conteúdo éinformativo e sua venda é proibida.

www.saopaulo.sp.gov.br

Impressão:

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SPentrevista

O trem em São Paulo será metrô de superfície. Essa é uma das ambi-ciosas metas do governo do Estado que constam como prioridade noPlano Plurianual (PPA), traçado em fevereiro com validade até 2011.

Em entrevista a SPnotícias, Francisco Vidal Luna, secretário de Economia ePlanejamento, explica como o governo pretende melhorar a qualidade dotransporte coletivo. Luna explica quais das ações continuam com Serra go-vernador. Fala ainda sobre obras como a dos trechos Sul e Leste do Ro-doanel, a recuperação de estradas vicinais, a urbanização de favelas, o novopapel da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) ea ampliação das escolas técnicas e Fatecs.

SPnotícias: Quais pontos o go-verno do Estado considerou prio-ritários no Plano Plurianual?Francisco Vidal Luna: Um deles foia questão do transporte. No metrô,expandimos em 2 quilômetros a li-nha 2 (Verde), em 4 quilômetros alinha 5 (Lilás) e estamos terminandode construir a linha 4 (Amarela). Até2010, o sistema ganhará mais 17,6

quilômetros de trilhos. A CPTM(Companhia Paulista de Trens Metropo-litanos) vai fazer de 150 a 200 qui-lômetros de metrô de superfície, au-mentando a qualidade do transportesobre trilhos e do serviço oferecidoao usuário. O metrô de São Paulo écomparável com outros sistemas domundo. Quando comparamos o me-trô de superfície, temos algumas

áreas relativamente boas em SãoPaulo, mas ainda não se compara aoque se encontra em Paris, por exem-plo, ou em Nova York. E uma parcelagrande dessa rede está sendo mo-dernizada para se transformar efeti-vamente em metrô de superfície,com qualidade de serviço e com fre-qüência muito maior do que a queexiste hoje. Há algumas áreas daCPTM, por exemplo, em que a fre-qüência do trem é de oito, dez mi-nutos. No metrô de superfície, temde ser três, quatro minutos.

SP: Por onde começa essa mo-dernização?Luna: A primeira linha de qualidadeé a linha Esmeralda, onde rapida-mente vamos ter essa percepção. Ogoverno está comprando um volumeenorme de trens, 99 composições. Asestações serão reformadas e será mo-dificada toda a sinalização e a viafísica para fazer o metrô de super-fície.

SP: Essa prioridade tem em vistaos congestionamentos da capital?Luna: Se você perguntar para algu-mas pessoas de São Paulo o quemais as incomoda, provavelmente aquestão do transporte virá em pri-meiro lugar. São pessoas que hojetêm um sistema de transporte defi-ciente, e essa dificuldade de loco-moção as obriga a utilizar o trans-porte individual. A solução para otrânsito não vai ocorrer por meio deconstrução de mais vias, mas pormeio de oferta de um serviço detransporte público de melhor quali-dade. Isso vem sendo feito pelo go-verno do Estado.

SP: Como o governo do Estadotem contribuído com a prefeitu-ra para melhorar o trânsito daRegião Metropolitana?

Luna: O Estado tem participado deobras na cidade de São Paulo porqueentende que são intervenções de ca-ráter metropolitano, e não de carátermunicipal. Isso vale para a reformu-lação da Marginal do Tietê, que serátransformada numa via completa-mente moderna, diferente do que éhoje, uma via que vem sendo adapta-da e que tem muitos problemas decirculação. Vamos modernizar a Mar-ginal do Pinheiros e expandir o nú-mero de pistas com a participação daAutoBan e da ViaOeste.

SP: Há outras intervenções feitasem convênio com a cidade?Luna: Temos mais duas obras. Umaé na Avenida dos Bandeirantes, con-veniada quando José Serra eraprefeito. Haverá duas pistas para ca-minhões no canteiro central. A se-gunda obra importante é na AvenidaRoberto Marinho, que está dentro daoperação urbana Águas Espraiadas.Foi feito um investimento pesado daprefeitura na construção da ponteestaiada (Octavio Frias de Oliveira, nazona Sul). Agora temos uma segundafase, a de completar outros 6 qui-lômetros até chegar à Imigrantes.Vamos fazer um túnel de 2,7 qui-lômetros e, na superfície, onde hojevivem 12 mil famílias em condiçõesde favela, vamos urbanizar.

SP: Quais outras obras o Estadovai fazer na Região Metropo-litana?Luna: Outra obra importante é a daAvenida Jacu-Pêssego, iniciada pelaprefeitura de São Paulo. A Dersa es-tá fazendo essa obra, que deve serentregue em junho (neste mês). Aavenida vai chegar ao trecho Sul doRodoanel, na Avenida Papa João 23,no município de Mauá. É uma obrametropolitana, que vai fazer o papeldo Rodoanel até o futuro trecho

Francisco Vidal Luna, secretário deEconomia e Planejamento, explicaas principais ações do governo

“Queremosoferecer

transporte dequalidade”

6 SPnotícias junho 2008 junho 2008 SPnotícias 7

FOTOS: THALES STADLER

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entrevista

concorrência para administrar asgrandes rodovias terão a obrigaçãode fazer a manutenção das estradasvicinais que chegam às rodoviasmaiores. Depois, temos de expandiresse modelo para outros casos.

SP: No interior, especialmente, édifícil encontrar mão-de-obraespecializada para determina-das áreas. O ensino técnico dogoverno tenta suprir parte dessacarência?Luna: Estamos fazendo um progra-ma ambicioso com o Centro PaulaSouza, tanto para o Ensino MédioTécnico para com as Fatecs. Com arecuperação da economia, temos ca-rência de profissionais em váriasáreas. Em muitos casos, os profissio-nais estão sendo procurados em ou-tros Estados. O programa vai suprirpelo menos parte dessa demanda emanter São Paulo como uma opçãoimportante em investimentos. Muitasdas Fatecs são feitas com convênioscom empresas da região onde seestabelecem. Esses convênios fazemcom que a empresa estabelecida dêsuporte ao Paula Souza, atendendo àdemanda local. Estamos duplicandoo número de Fatecs (de 26 para 52unidades) e aumentando o númerode alunos em escolas técnicas. São100 mil alunos a mais nas escolastécnicas (de 77 mil para 177 mil).

SP: O governo tem o projeto deconstruir uma fábrica de medica-mentos em Américo Brasiliense.Como está esse processo?Luna: A planta da fábrica está prati-camente pronta. Serão fabricados re-médios de maior complexidade, amaior parte importada. Estamospensando em fazer uma Parceria Pú-blico-Privada (PPP). Não só pelaquestão do investimento, mas tam-bém para que haja reforço nas pes-

Leste do Rodoanel.SP: Este governo tem a intençãode iniciar o trecho Leste doRodoanel?Luna: Pretendemos fazer a licitaçãodo trecho Leste até o fim deste anoou início de 2009. Já fizemos estu-dos e identificamos que é possíveluma concessão, a concessionária re-cebe o direito de explorar o Ro-doanel Leste e a tarifa suporta todaa obra. Os dois primeiros trechosforam feitos por uma obra pública e,neste caso, nós faremos porconcessão, como foi o caso da Imi-grantes. Ganha a concorrência a em-presa que oferecer a menor tarifa.

SP: É uma intenção do governofazer novas concessões para agestão de estradas no Estado?Luna: Dentre as melhores estradasdo Brasil, 20 estão em São Paulo e18 são concessões públicas. Estamosfazendo licitação para mais 1.763quilômetro de concessões. São cincotrechos, nas Rodovias Ayrton Senna,Carvalho Pinto, D. Pedro I, RaposoTavares e Marechal Rondon (doistrechos nesta última).

SP: Como é feita a manutençãodos 12 mil quilômetros deestradas vicinais em todo oEstado?Luna: As estradas foram feitas peloEstado, mas a obrigação de manu-tenção é do município. E o municí-pio não tem condições de fazer a ma-nutenção. De modo geral, essas es-tradas estão em mau estado de con-servação. Antes, havia caminhões pe-quenos e agora são veículos muitopesados. Estamos fazendo um pro-grama de reforma dessas vicinais. Oprojeto é reformar 100% das vicinais.Com pouca participação dos municí-pios e alguma parceria com as usinas.As concessionárias que ganharem a

quisas. Em Guarulhos, o governoduplicou a outra fábrica da Furp(Fundação para o Remédio Popular).

SP: O AME é parecido com oAMA?Luna: Quando o governador estavana prefeitura, lançou o AMA (Aten-dimento Médico Ambulatorial). Erauma porta de entrada para tirar apressão dos hospitais para pequenosatendimentos. No caso do Estado, oque fizemos foi um ambulatóriomédico especializado. É um mini-hospital com escala pequena que evi-ta a locomoção da população, princi-palmente em cidades que não com-portam um hospital, no interior.

SP: Quando se fala em habitaçãohoje, pensa-se além da constru-ção de casas, na adaptação de co-munidades em áreas ocupadas?Luna: É clara a impossibilidade dese fazer intervenções em grandesconcentrações populacionais. Com-plexos como Heliópolis, Paraisópolise a favela do Jaguaré são concen-trações onde não se justifica mais aretirada dessas populações para ou-tras áreas. Não faria nenhum sentidoremover essas famílias dali e levarpara áreas periféricas. Além de difi-cultar a vida das famílias, isso pres-sionaria o sistema de transportes ede outras áreas, como a de água, deesgoto e de educação. Existe umaconsciência de que o que deve serfeito é a urbanização dessas favelaspara que se transformem em bairros.

SP: A CDHU mudou de perfil?Luna: Estamos modificando radical-mente sua forma de ação. A CDHUnão entrava nessa questão de urbani-zação. Agora estamos entrando. E naconstrução habitacional, o que nóspretendemos é que gradativamente aCDHU deixe de fazer novas cons-

truções diretamente. Na medida emque são habitações de interessesocial, queremos atrair o setor priva-do para fazer a habitação, enquantoo Estado apóia o comprador comsubsídios. A CDHU deixa de exerceruma função que não é dela, a definanciar. Era quase uma operaçãode sistema financeiro, que é a definanciar e depois cobrar.

SP: Como o governo avalia a que-da nos índices de criminalidade?Luna: Isso é resultado de umesforço que envolve inúmeras ações.As Polícias Civil e Militar estão muitobem aparelhadas. As duas hoje têmequipamentos, todos os instrumen-tos de trabalho necessários para umserviço eficiente da polícia. O apri-moramento do sistema exige maisinteligência policial. Isso é um pro-grama que já vinha ocorrendo e queestamos fortalecendo. �

“A CDHU vai deixarde exercer uma funçãoque não é a sua, ade fazer financiamentode imóveis”

8 SPnotícias junho 2008 junho 2008 SPnotícias 9

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SPeducação

10 SPnotícias junho 2008 junho 2008 SPnotícias 11

Índice de desempenho avalia escolas eestabelece objetivos para a melhoria do ensino

Sem rankings ou classificações entre as escolas boas e ruins. Aidéia da Secretaria de Estado da Educação, ao lançar o Índicede Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp), é

avaliar a situação de cada uma das 5.183 unidades da rede paulistae assim estabelecer metas que devem ser alcançadas até 2030. O pro-jeto é parte das medidas lançadas pelo governo do Estado de SãoPaulo para pôr em prática as 10 Metas pela Educação, divulgadas emagosto de 2007. “É um indicador simples e de qualidade pedagógica.Um programa que vem na esteira das ações que ocorrem desde oano passado, quando começaram a ser implementadas reformulaçõesna educação”, diz a secretária da Educação, Maria Helena Guimarãesde Castro.

Secretária Maria Helenaestá à frente do projeto

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educação

junho 2008 SPnotícias 1312 SPnotícias junho 2008

Alto nívelO objetivo da Secretaria Estadual

da Educação é que a rede atinja umalto nível, compatível com os paísesmembros da Organização para aCooperação e Desenvolvimento Eco-nômico (OCDE).Francisco Soares, matemático da

Universidade Federal de Minas Ge-rais (UFMG), participou da elabo-ração do Idesp e afirma que o cálcu-lo é feito para descobrir quanto osalunos paulistas têm de melhorarpara chegar ao nível dos estudantesde escolas dos países desenvolvidos.“Não queremos que todos os alunossejam excelentes em todos os níveis,mas também não queremos que mui-tos fiquem abaixo do básico. É pre-ciso distribuir melhor, respeitar a di-versidade, mas não permitir a indi-gência”, explica o professor.O índice é estabelecido pelo ren-

dimento dos estudantes no Sistema

de Avaliação do Rendimento Escolardo Estado de São Paulo (Saresp) epelo fluxo escolar. O Saresp divideos alunos em quatro níveis de profi-ciência (Abaixo do Básico, Básico,Adequado e Avançado), de acordocom o desempenho em provas deportuguês e de matemática. O exa-me, que não foi realizado em 2006,voltou a ser aplicado no ano passadopara 2 milhões de estudantes.Para a composição do Idesp, o flu-

xo escolar é determinado pela taxade aprovação média em cada ciclo(1ª a 4ª série e 5ª a 8ª série do EnsinoFundamental e 1º ao 3º ano do Ensi-no Médio). Segundo a secretária, ofluxo a que se refere diz respeito aaprender com qualidade e no tem-po certo.A partir de agora, a escola terá um

Idesp para cada um dos ciclos: sepossuir os três ciclos (da 1ª série doFundamental ao 3° ano do EnsinoMédio), terá três índices e três metasanuais. “Todo aluno tem um direito,que é o de aprender. É preciso haverum indicador que faça o diagnósticoda qualidade da escola e quedialogue sobre o desempenho dosalunos. Nosso objetivo é uma escolainclusiva e o estabelecimento de me-tas razoáveis”, diz a secretária.A meta de cada escola é individual

e considera situações específicas –dificuldades e potenciais –, que nãopodem ser comparadas a outras uni-dades. “Levamos em conta o pontode partida e a situação de dificulda-des da unidade. Para o próximo ano,esperamos um avanço para todas”,afirma Priscila Albuquerque Tavares,coordenadora do projeto na Secre-taria da Educação.

ProficiênciaO Idesp segue o modelo do Índice

de Desenvolvimento da EducaçãoBásica (Ideb), do governo federal,mas com diferenças importantes. Aprincipal delas é que enquanto oIdesp considera quatro níveis deproficiência, o Ideb trabalha com asmédias das notas dos estudantes.Apesar de a média dos estudantes

da rede estadual ainda não sersatisfatória, há escolas muito boas noEstado, que estão bem próximas oujá ultrapassaram a meta para 2030 eque têm qualidade comparável à dospaíses desenvolvidos. É o caso da EEPapa Paulo VI, no Jardim Alvorada,em Santo André, nota 6,21 no Idesp.São casos que, segundo a secretáriada Educação, têm relação direta como perfil de gestão desenvolvi-do em cada unidade escolar.“Os professores são efetivos e há

participação dos pais. Quando o di-retor é bom, a escola funciona. Háunidades que tiveram desempe-nho muito ruim porque houve muita

Segundo oMinistério da Educação (MEC), o ideal para que o ensino no Brasil seja com-parado ao dos países pertencentes à Organização para a Cooperação e Desenvolvi-mento Econômico (OCDE) é que tenha média 6,5. A Secretaria da Educação ambicionacrescimento de 5% ao ano.

CCAAMMIINNHHOO DDAA QQUUAALLIIDDAADDEE

Ciclos Média do Idesp Metas para 2030

1ª a 4ª série 3,23 7

5ª a 8ª série 2,54 6

Ensino Médio 1,41 5

Taxa média de aprovação em cada ciclo, coletada pelo censo escolar. É o cálculo do tempo médio que os alunos levam para concluir cada ciclo.

PROGRAMAS INTEGRADOS

A Secretaria de Estado da Educação traçou um plano de ações em agosto do ano passado

para melhorar a qualidade de ensino da rede até 2010

PROGRAMA DE QUALIDADE DAS ESCOLAS (PQE)

Pretende promover a melhoria da qualidade e igualdade do sistema de ensino da rede estadual. Para que isso ocorra,

exigem-se avaliações periódicas dos alunos e metas traçadas. A idéia é garantir que os alunos da rede dominem

as competências e as habilidades requeridas para a série escolar em que se encontram e concluam o EnsinoFundamental e o Ensino Médio em tempo adequado.

Alunos do 1º ciclo têmmelhor nível porque jáentraram na escola comsistema educacionalmais avançado

As escolas têm metas individuais, considerando suaspotencialidadese dificuldades

Exame de habilidades ecompetências para alunos nos

Ensinos Fun damental e Médio em lín-gua portuguesa e matemática. Osalunos são classificados em: Abaixodo Básico, Básico, Ade quado e

Avançado.

SARESP FLUXO

METAS

São metas de qualidade individuais para cada escola, que levam em consideração a situação inicial, suas dificuldades e as potencialidades. Formam um guia para a escola e a

comunidade melhorarem o ensino. Metas baseadas no Idesp.

IDESP

Indicador que permite avaliar a qualidade das escolas nas séries iniciais (1ª a 4ª) e finais (5ª a 8ª) do Ensino Fun da mental e no Ensino Médio para esta belecer as metas. É o diagnóstico de cada escola por ciclo, baseado no Saresp e no fluxo escolar.

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junho 2008 SPnotícias 1514 SPnotícias junho 2008

ro tatividade de diretores. O sistemaé desigual, mas há vários aspectos in -ternos às escolas que são fáceis demelhorar e não dependem da esco-laridade dos pais ou de outros fa -tores externos. Dependem apenas daSecretaria, e estamos trabalhando pa-ra a melhora”, explica.A coordenadora Priscila afirma

que a diferença de qualidade entreos estudantes do primeiro ciclo doEnsino Fun damental e os alunos doEnsino Mé dio se dá porque as crian -ças mais novas estão em melhor situa -ção escolar. Se gundo ela, são crian -

Conhecer o cotidiano e as metas da es -cola será possível para os pais dos alu -nos no projeto batizado pela Secretariacomo Dia E de Educação. A idéia é abriras 5.183 escolas do Estado, das 8 às 22horas, para que os interessados possamvisitar as uni dades, conversar com ossupervisores e professores coorde-nadores e tirar dúvidas sobre o sistemade ensino.Na ocasião, todos os professores

estaduais estarão em suas respectivases colas, debatendo os resultados doSaresp. Os supervisores e os professorescoordenadores receberão os pais e osresponsáveis, com a função de esclare-cer dúvidas. O encontro deve expor ode sempenho dos alunos no Saresp, osmecanismos do Idesp e das metas eseus reflexos no ambiente escolar. Nes -se dia, as aulas serão suspensas, con-forme previsto no calendário escolar. Como ficou comprovado em estudos

realizados na última edição do Saresp, osalunos que têm lições corrigidas pelosprofessores apresentam melhor desem-penho na escola. Por isso, é importante oacompanhamento dos pais e educa do -res na escola e em casa.

DIA “E” DE EDUCAÇÃO

educação

1100 Programa de obras e infra-estrutura física das escolas (investi-mento de R$ 1,7 bilhão em obras):garantia de condições de acessibili-dade em 50% das escolas paraatender à demanda dos alunos comdeficiência; construção de 74 novasunidades, reforma e ampliação de 77escolas (417 salas de aula); extinçãodas salas com padrão Nakamura (delata); recuperação e cobertura dequadras de esportes; implantação decircuito interno de TV para melhorara segurança em escolas da GrandeSão Paulo;100% das escolas comlaboratórios de informática e deciência; 100% das salas dos profes-sores com computadores, impresso-ras e ambiente de multimídia.Atualização e informatização doacervo de todas as bibliotecas das5.183 escolas.

88 Descentrali -zação e/ou munici-palização do programa de alimentação escolarnos 30 municípiosainda centralizados.

AASS 1100 MMEETTAASS TTRRAAÇÇAADDAASS EEMM 22000077

11 Todos alunos de 8 anos plenamentealfabetizados.

22Redução de 50% das taxas dereprovação da 8ª série.

33 Redução de 50% das taxas dereprovação do Ensino Médio.

44 Implementação de programas derecuperação de apren-dizagem nas sériesfinais de todos ciclos (2ª, 4ª e 8ª séries do Ensino Funda -mental e 3ª série doEnsino Médio).

55Aumento de 10% nos índices de de -sempenho dos Ensinos Fundamental eMédio nas avaliações nacionais e estaduais.

66 Atendimentode 100% dademanda dejovens e adultosde Ensino Médio com oferta diversi-ficada de currículoprofissionalizante.

99 Implementação do EnsinoFundamental de nove anos, em colabo-ração com os municípios, com priori-dade à municipalização das sériesiniciais (1ª a 4ª séries).77 Utilização da estrutura de tecnologia

da informação e Rede do Saber para programas de formação continuada deprofessores integrados nas 5.183 escolascom foco: nos resultados das avaliações;na estrutura de apoio à formação e ao trabalho de coordenadores pedagógicos esupervisores para reforçar o monitoramen-to das escolas e apoiar o trabalho do pro-fessor em sala de aula, em todas as direto-rias de ensino; no programa de capacitação dos dirigentes de ensino e diretores de escolas com foco na eficiência da gestão administrativa.

Programas como o Idesp são parte das medidas adotadas para atingir as 1100 MMEETTAASS pela Educação até 22001100, estabelecidas pela Secretaria de Estadoda Educação em agosto do ano passado. O Estado já tem 9988,,66%% das crianças de 7 a 14 anos na escola e 9900%% dos jovens

de 15 a 17 anos estudando. O objetivo, agora, é melhorar o aprendizado oferecido.

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educação

junho 2008 SPnotícias 17

FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

16 SPnotícias junho 2008

Foi desenvolvido para 5ª a 8ªsérie do Ensino Fundamental epara o Ensino Médio. É umprojeto que dá aos professoresguias com orientações sobre otrabalho a ser feito em sala. Osmateriais são compostos de 76livros, os Cadernos doProfessor, para todas as séries(5ª a 8ª e Ensino Médio) emtodas as discipli nas. Divididospor bimestre, todos os livrosque complementam o materialdidático têm indicações dosconteúdos e das respectivashabilidades a serem desenvolvi-das pelos alunos. A propostado governo não tira a autono-mia dos professores.

É um material de apoio parareforçar a alfabetização dosestudantes. Os livros, daFundação para oDesenvolvimento daEducação (FDE), foram dis-tribuídos às Diretorias deEnsino. Das sete primeiraspublicações do programa,cinco são destinadas a profes-sores e duas aos alunos. Nomaterial, há várias sugestões deabordagem do trabalho de alfa-betização, que devem ser ado-tadas de acordo com a con-veniência para cada turma. O Lere Escrever é desenvolvido para 1ªa 4ª série do Ensino Fundamentale focado em leitura e escrita. Além

dos materiais de apoio para osalunos e para os educadores, oprojeto conta com o apoio dealunos pesquisadores – univer-sitários de cursos de pedagogiaou letras das instituições de ensi-no superior conveniadas ao Ler eEscrever -, que atuam como pro-fessores auxiliares na 1ª série doEnsino Fundamental.

Os pais e responsáveis dos 4,7 milhões de alunos da RedePública recebem desde maio de2007 os boletins impressosbimestralmente. Esses docu-mentos são entregues pelasDiretorias de Ensino às escolas,que devem encaminhá-los paraos responsáveis, ou para ospróprios alunos maiores de 18 anos. Para isso, foramentregues 250 impressoras emoutubro de 2007. O investimento éde cerca de R$ 1 milhão por ano -gasto que inclui estimativa demanutenção e outras despesas,como papel. O boletim já eradivulgado na internet pelo programa Boletim on-line no sitewww.educacao.sp.gov.br. Todos os alunos da rede estadualjá tinham acesso às notas peloportal, digitando o número de seu

Registro Acadêmico (RA). Alémde notas e faltas, o impresso terácomentários do professor sobre oaluno, para que os pais acompa -nhem a evolução dos filhos naescola. A Secretaria tambémdeterminou que todos os profes-sores do Estado tenham apenas um método de avaliação:notas cheias de 0 a 10. Osnúmeros quebrados não podem ser usados como forma de avaliação.

12 mil professores coorde-nadores trabalharão comogestores das mudanças anun-ciadas em 2007. São essesprofissionais – 8 mil já estãotrabalhando e 4 mil serãochamados no fim deste mês –os responsáveis por planejarcomo as escolas cumprirão asmetas de desempenho ecomo vão melhorar o nível deaprendizado dos alunos. Antes, a Secretaria contavacom 6 mil professores coor-denadores, um por escola.Agora, cada um dos sele-cionados será responsávelpor um ciclo (1ª a 4ª sériesdo Ensino Fundamental, 5ª a8ª e Ensino Médio) e por nãomais de 30 classes.

BOLETIM IMPRESSO POR BIMESTRE

GUIA CURRICULAR

12 MIL PROFESSORES COORDENADORES

PROGRAMA LER E ESCREVER

PROGRAMAS ESTABELECIDOS PELA SECRETARIA DESDE 2007

ças que já en traram na escola comum sistema edu cacional de maisqualidade. “Quem está no En si-no Médio, hoje, está estudando hámais tempo em um sistema queapresentava muitas dificulda des”,analisa Pris cila. As unidades que não atingirem a

meta estabelecida não sofrerãoqualquer punição. O governo do Es -tado apenas incentivará o trabalhonas escolas, com ações de infra-estrutu-ra e apoio à di reção e aossupervisores. A se cre tária afirma queos indica dores fo ram co lhidos nosme lho res países do mun do, refe rên -cia de su perqualidade.

MetasPara 2010, prevê-se que 41,2% dos

estudantes que estiverem na 4ª sériesejam classificados nos níveis Ade -quado e Avançado. Na 8ª série,28,2% terão alcançado esses dois ní -veis e, no En sino Médio, 16,6%. Jáem 2030, estima-se que 90% dosalu nos da 4ª série da rede estaduales tejam nos níveis Adequado e Avan -çado. Pretende-se também que 80%dos estudantes da 8ª série e 60% dosdo Ensino Médio estejam na mesmaclas sificação.“É viável. Depende só dos profes-

sores e dos diretores da rede. O sis-tema pedagógico vai melhorar. Al gu -mas escolas da rede já estão acimada média da OCDE, o que nos dá

Em 2030, 90% dosalunos da 4ª sériedevem ter os níveis Adequado e Avançado

Page 10: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

A EE Rui Bloem, no bairro de Miran dópolis, na zona Sul da ca -pital, é um exemplo de boa escola de Ensino Médio da redepública. Ape sar de ter um índice ainda baixo no Idesp (2,85), aescola está bem perto da meta para 2008 (2,95), tem alto índicede aprovação em vestibulares e boas notas no Saresp.O vice-diretor, José Carlos Mar quizin, na escola há 36 anos,

afirma que sempre se esforçou para que a instituição tivessediferenciais. “Te mos um cuidado especial com a es trutura e aorganização, e um grupo de professores efetivos que vestem acamisa da escola e trabalham aqui há muito tempo”, explica.A Rui Bloem tem 2 mil alunos de Ensino Médio e mais 900

no Centro de Línguas, que ensina alemão, ja ponês, francês eespanhol em cursos de seis semestres. Segundo Mar quizin, osfuncionários se esforçam para que a escola seja, de fato, umlugar em que os estudantes vão para aprender. “Para isso,temos um trabalho pedagógico de primeira linha e foco naaprovação nas faculdades. O interesse da família e dos alunos éno vestibular. Temos parceria com cur sinhos que dão apoio aosestudantes”, diz.Em parceria com a Faculdade de Engenharia Industrial (FEI),

foi de senvolvido um projeto que ensina os alunos a desenvolvertrabalhos sobre biocombustível e robótica, por exemplo. “Aintenção é estimular o inte resse dos alunos pela engenharia.”Ele diz que o segredo é ter compromisso e dedicação.

“Apesar do nível não ser muito alto, estamos com o dobro damédia e fomos o primeiro lugar no Enem pelo segundo anoseguido”, afirma.

EXEMPLO DE ENVOLVIMENTO COM O ENSINO

alegria. E que remos que todas che -guem ao mes mo nível”, avalia asecretária Ma ria He lena.Os níveis ideais a serem alcança-

dos variam de acordo com o ciclo.Pa ra a 4ª série, as escolas terão deche gar ao índice 7. Para a 8ª, 6. Paraa 3ª do Ensino Médio, 5.

MedidasEntre as medidas para se alcançar

os objetivos estão a compra de equi -pamentos para as escolas, como datashow para videoconferência e livros,e a contratação de 60 mil funcio ná -rios, realizada nos últimos seis me -ses. Outro incentivo do governo é aconcessão de bônus para todos osfun cionários, cujos critérios ainda es -tão sendo criados. “O projeto é muito importante pa ra

melhorar a qualidade do ensino nasescolas paulistas, porque vai for necerum incentivo adicional paraque os funcionários da redese em penhem mais e criemum clima fa vorável aoapren di zado em todas asescolas”, afir ma Na ér cioMe nezes Filho, pro fessorde economia da Uni ver si -dade de São Paulo (USP),que par tici pou do projetodo Idesp. “A qualidade daeducação é um dosprin cipais fa tores quelevam ao crescimentodo país”, conclui. �

42 DIAS DE REFORÇONete ano foi implementado pela primeira vez o sistema dereforço focado em língua por-tuguesa e em matemática de 42 dias para os alunos de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamentale para os do Ensino Médio. Umtotal de 3,6 milhões de alunospassou pelo processo e todosforam avaliados por prova elabo-rada pela pasta. Quem aindaapresentou dificuldades conti nuouem recuperação, mas desta vezem turno diferente do de aula, ouaos sábados, para recuperar umavez por semana os conteúdosaplicados. As classes da recuper-ação são de no máximo 20alunos. Os 3,6 milhões de alunosreceberam o Jornal deRecuperação. Material didático e cerca de 100 mil publicaçõeschegaram às mãos dos profes-sores, já capacitados.

PROJETO INTENSIVO DE CICLO (PIC)Para melhorar o desempenho da 3ª série do EnsinoFundamental com base no dadosdo Saresp, aqueles que nãoobtiveram boas notas na avaliação, realizada em 2007,foram encaminhados para salasespecíficas. A função principaldessas salas é reforçar conteúdosensinados no ano anterior. Na 4ªsérie, os alunos que ficaram reti-dos devido ao baixo desempenhodurante o ano foram separadosem turmas específicas, nas quais os docentes já estão capac-itados para trabalhar as dificuldades de cada um, dando

mais ênfase aos conteúdos quenão foram absorvidos no períodoanterior. Levantamento daSecretaria aponta que asrecuperações do Primeiro Ciclocons tituem 1.221 classes, comapro ximadamente 29 mil alunos.Desse total, 637 são classes darecupera ção de 3ª série e 584,clas ses para quem ficou retido na4ª série. Todos os alunos do PICrecebem materiais didáticosespecíficos, referentes aos con-teúdos que serão desenvolvidosno decorrer do ano letivo.

RECUPERAÇÃO DEALFABETIZAÇÃO NA 5ª SÉRIESão classes específicas para recu-perar e alfabetizar plenamenteestudantes com dificuldades na 5ªsérie, uma atenção especial paraos alunos que mostraram proble-mas em leitura e escrita. As salasespecíficas e horários para aceleração de resultados são organizados pelas escolas em acordo com a disponibilidade das famílias dos alunos. A política para arecupe ração da aprendi zagemtambém capacitará professoresvirtualmente por meio da Rede do Saber, setor responsável pela capacitação dos educadores, que envolve todoo Estado.

INTENSIVOPARA OENSINO MÉDIONo Ensino Médio, nas duas últimas sér ies, os estudantespoderão optar pelos cursos

técnicos ou pela revisão de conteúdo, que vai preparar os alunos que pretendem darcontinuidade aos estudos eingressar em um curso superior. A Secretaria daEducação realizou umarevisão curricular que permitiráque as escolas disponhamde seis horas sem a naisdestinadas à revisão de conteú-dos. As aulas começarão nosegundo semestre deste ano.As recuperações paralelas e defim de ciclo, que já existiam, serão mantidas e aperfeiçoadas.Neste segundo semestre, aSecretaria da Educação, emparceria com o Centro PaulaSouza, vai abrir 50 mil vagas parao Teletec, ensino a distância. Ocurso é direcionado a alunos do3º ano do Ensino Médio ou apessoas que já concluíram o ciclo.O ensino prepara o estudantepara o mercado de trabalho.

PROGRAMAS DE RECUPERAÇÃOO bônus aos professores é um incentivo adicional aos funcionários

18 SPnotícias junho 2008

Alunos em aula de robóticana EE Rui Bloem, emMirandópolis, na capital

educação

Page 11: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

SPsaúde

Criado para ser um centro de re-ferência no acolhimento ao pa-ciente e no campo de pesquisas, o

Instituto do Câncer (IC) de São PauloOctavio Frias de Oliveira nasce com aambiciosa meta de quadruplicar o atualnúmero de atendimentos e passar dos 4mil pacientes/mês para 16 mil. Oinstituto foi inaugurado no mês passado,e a previsão é que o objetivo sejaalcançado até o fim de 2009.O Instituto do Câncer não foi criado

para ser um hospital aberto. Vai receberapenas pacientes encaminhados peloshospitais do Estado e do Brasil. Inicial-mente pelo Hospital das Clínicas, quefica ao lado. Sempre com o conceitomultidisciplinar. Ou seja, unindo váriasáreas em um único prédio.O professor Giovanni Guido Cerri,

titular de radiologia da Faculdade deMedicina da USP e agora diretor-geraldo Instituto do Câncer, está animadocom a concepção moderna da estruturada instituição, com a planta arquitetôni-ca, com os modernos equipamentos pa-ra diagnósticos, próprios de um serviçode ponta. “O que percebo é um interes-

se, um desejo de participação de todas asáreas da Faculdade de Medicina, de to-dos os departamentos, que querem aju-dar na construção do Instituto do Cân-cer”, diz o médico.No IC, os pacientes terão serviços de

diagnósticos, exames laboratoriais, cirur-gias, acompanhamento clínico, recupera-ção e reabilitação. “A proposta é quetodas as especialidades sejam integradasno tratamento do paciente”, diz o profes-sor Cerri. “E o acolhimento desse pa-ciente é uma questão diferenciada, multi-disciplinar”, observa. Tendência compro-vadamente recomendável para esse tipode tratamento, como explica o professor.De início, o Instituto do Câncer está re-

cebendo os pacientes no andar térreo,para atendimento ambulatorial e sessõesde quimioterapia em andares acima. São17 médicos, mas o número deverá subirpara 50 até 2009, já que a meta é multipli-car por quatro a quantidade de pacientesque o Hospital das Clínicas atende hoje.Marcos Fumio, médico especialista em

gestão de saúde e diretor executivo doIC, é quem faz as projeções. Segundoele, a implementação dos setores está

Gigantecontra o câncer

Instituto nasce com o objetivo de quadruplicar oatendimento e ser referência em pesquisa

8o

Laboratório deanálises clínicas einvestigação médica

7o

Área de infra-estrutura prediale centro de automação

6o

Área administrativae auditórios

5o

Ambulatório

4o

Ambulatório

3o

Ambulatório e métodos gráficos

2o

Diagnósticos de apoio

1o

Radiologia

TérreoRecepção, atendimentoinicial, reabilitação,

acolhimento de pacientes

1º SubsoloNutrição, Same (Serviço de

Atendimento Médicoe Estatística), vestiários

2º SubsoloCentral de esterilização,farmácia, almoxarifado,

roupa limpa

3º SubsoloManutenção, necrotério

4º SubsoloRadioterapia

24o

Heliponto

23o

Área técnica e restaurante/lanchonete

22o

Internação

21o

Internação

20o

Internação

19o

Internação

18o

Internação e hospital-dia

17o

Internação

16o

Internação

15o

Área de infra-estrutura predial

14o

Centro cirúrgico

13o

Centro cirúrgico

12o

Centro cirúrgico

11o

Quimioterapia ambulatorial

10o

UTI e semi-intensiva

9o

UTI e semi-intensiva

O EDIFÍCIO,ANDAR PORANDAR(com previsão para funcionamento de todos os setores até o fim de 2009)

20 SPnotícias junho 2008

BRUNOM

IRANDA/N

ALATA

FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

SERI

Page 12: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

saúde

ocorrendo aos poucos. Em agosto,por exemplo, deverão estar funcio-nando três salas de cirurgia, comparte do serviço de internação e ocu-pação dos primeiros leitos.“Para triagem e atendimento, estão

ativadas áreas como recepção, enfer-magem, farmácia e almoxarifado. Va-mos passar por adequações físicas eoperacionais e receber recursos paradiagnósticos e tratamentos”, explica omédico.A serem instalados, há serviços im-

portantes como o de gases medicinais(os diferentes gases que são usados emprocedimentos em hospitais, normalmenteligados à respiração dos pacientes) e a ra-diologia. Para isso, são necessárias sa-las muito específicas, como bunkersblindados e capelas (cabines) de ma-nipulação de drogas quimioterápicas.

EnvelhecimentoO câncer é a segunda doença que

mais mata brasileiros atualmente. Ficaatrás apenas das doenças cardíacas.Mas em 20, 30 anos, especialistas nor-te-americanos acreditam que o câncerserá a primeira causa de morte nomundo, em razão do envelhecimentoda população e tendo em vista que aenfermidade atinge predominante-mente idosos. O Brasil segue essa ten-dência, já que a longevidade no paísaumenta a cada ano. Atualmente, a ex-pectativa de vida do brasileiro é de72,3 anos, resultado da melhoria noacesso à alimentação, à saúde e ao sa-neamento básico prestado à população.

Essa análise levou o governo a trans-formar o instituto num centro de pes-quisa e de atendimento especialmentevoltado à oncologia, com a intenção detorná-lo uma referência na área.“As pessoas estão deixando de

morrer por problemas do coração,porque têm à sua disposição mais tra-tamentos. No câncer, a situação édiferente. A degeneração das células,principalmente em idosos, resulta emprocessos cancerígenos. Mesmo as-sim, há 60% de chances de cura docâncer”, assegura o diretor clínico doIC, o oncologista Paulo Hoff.“Hoje já estamos atendendo 4 mil

pacientes vindos do Hospital das Clí-nicas. Deverão ser 8 mil novos aten-dimentos por ano, só na oncologiaclínica. Assim, no total serão 16 milnovos pacientes até 2009”, informa omédico. Ele diz que o instituto teráparcerias com importantes institui-ções, como o Instituto Nacional deCâncer (Inca) e os hospitais A.C.

Camargo, Sírio-Libanês, InstitutoLudwig e Santa Casa.

HumanizaçãoAlém dos consultórios em funcio-

namento, todas as sessões de quimio-terapia já passaram do HC para oInstituto do Câncer. E respeitando-seum aspecto que foi classificado comofundamental: a idéia de humanização,de acolhimento do paciente. Por isso,também se espera a instalação de umasala de conforto, pré e pós-tratamento, segundo a enfermeiraSheila Duarte de Moraes, quecoordena o serviço de quimioterapiano instituto.Durante pelo menos um mês, todos

os pacientes do HC foram avisados deque haveria mudança do local detratamento em maio, por meio de tele-fonemas, cartazes e panfletos, ou du-rante o agendamento das consultas.Havia 27 cadeiras para quimiote-

rapia e agora deverão ser 70, segundo

a enfermeira Sheila. Eram atendidascerca de 80 pessoas por dia, e essenúmero passará a cem. “A previsão éque chegue a 300 atendimentos em2009”, diz o oncologista Paulo Hoff.Como a rapidez de atendimento é

muito importante para o doente decâncer, o objetivo é que o pacientenão espere mais por uma vaga parafazer sessões de quimioterapia. Osprocedimentos serão marcados deforma rápida.

PontaPor conta da segmentação da on-

cologia, com médicos de áreas distin-tas (ortopedia, ginecologia e assimpor diante), o Instituto do Câncer te-rá como ponto forte a pesquisa. “To-dos os nossos andares vão respirarpesquisa, contando com a colabora-ção de todos os departamentos daFaculdade de Medicina”, diz o dire-tor -geral do IC, Giovanni GuidoCerri. Pesquisa que já faz parte do

A proposta é que todasas especialidades sejamintegradas, tendênciacomprovadamenterecomendável

Professor Giovanni Cerri na entrada do IC: “Todas as especialidades serão integradas”

22 SPnotícias junho 2008 junho 2008 SPnotícias 23

FOTOS: THALES STADLER

Page 13: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

saúde

Paulo (USP) e a participação técnicado Hospital das Clínicas.Na inauguração do prédio, o go-

vernador José Serra ressaltou que oinstituto deverá ser referência em trêsaspectos: humanização no atendi-mento ao paciente, investimento emmedicamentos cada vez mais eficazese formação de mão-de-obra específi-ca. O instituto deverá ser uma verda-

dia-a-dia da Faculdade de Medicinada USP.O instituto contará com a técnica

Molecular Imaging para mapear o de-senvolvimento das células, o que aju-dará o IC a se tornar referência inter-nacional em pouco tempo, assegura odiretor.

OprédioO prédio do Instituto do Câncer

tem 100 metros de altura e uma áreade 84 mil metros quadrados. São 29pavimentos (24 andares, quatro sub-solos mais o teto, que funciona comoheliponto), todos automatizados, queserão ocupados paulatinamente atéatingir a total capacidade defuncionamento, prevista para de-zembro de 2009. Apesar da previsãoinicial, a idéia é que essa data seja adi-antada para meados do ano que vem.No total, foram investidos 270 mi-

lhões de reais, de acordo com LuizRoberto Barradas Barata, secretárioestadual da Saúde. Quando estiverfuncionando plenamente, o hospitalvai custar ao governo 190 milhões dereais por ano com manutenção. OInstituto do Câncer tem a participa-ção administrativa da Faculdade deMedicina da Universidade de São

O pesquisadorRoger Chammasdiz queequipamentode ponta vaipermitiradiantardiagnósticos

INSTITUTO DO CÂNCER DE SÃO PAULO OCTAVIO FRIAS DE OLIVEIRA

R$ 270milhõesem obras e

equipamentos28

pavimentos23 andares580 leitos

(84 de UTI e terapia semi-intensiva e 30 de hospital-dia

120consultórios

22salas cirúrgicas

1.500internações/mês*

33milconsultas ambulatoriais/mês *

1.300cirurgias/mês *

6milsessões de

quimioterapia/mês

420 sessõesde radioterapia/mês *

(* quando em pleno funcionamento, até o fim de 2009)

Professor e pesquisador na Faculdade deMedicina da USP, Roger Chammas espe-ra a instalação do Ciclotron para 2009com muita expectativa. O equipamentopermitirá que os pacientes sejam diagnos-ticados por imagens moleculares. Para suainstalação, será necessário adaptar umasala no Centro de Medicina Nuclear.

O Ciclotron é um aparelho que permiteum método mais avançado dediagnóstico, que dá outro parâmetro aoque se consegue por meio dos equipa-mentos já tradicionais, como ressonânciamagnética e tomografia computadorizada.

Com o aparelho, é possível perceberas características in vivo dos tumores e,assim, adiantar as possíveis intervençõesno processo de expansão dos tecidos irre-gulares.

“Todas as células do corpo precisam deaçúcar, como a glucose, para gerar ener-gia, por exemplo. A célula tumoral apre-

senta um desvio metabólico e concentraglucose em quantidades muito maioresque o normal. O uso do acelerador linear(Ciclotron) permitirá marcar moléculas co-mo glucose com átomos radioativos,transformando-as em um radiotraçador.Este nos indicará onde estão células commetabolismo aumentado, como as célulastumorais”, explica o médico Roger Cham-mas.

Além do diagnóstico, o aparelho servi-rá para o acompanhamento do tratamen-to, para saber se o tumor está diminuindo,sinal de que o tratamento surte efeito.

Há ainda ganhos paralelos, segundo omédico. “Pesquisas em andamento visamavaliar como os tumores são vasculariza-dos e oxigenados. Usando imagem mole-cular, poderemos acompanhar tentativasterapêuticas de normalizar a vasculariza-ção dos tumores, que assim poderiam setornar mais sensíveis à quimioterapia ou àradioterapia.”

EMBUSCADODIAGNÓSTICO PRECOCE

24 SPnotícias junho 2008 junho 2008 SPnotícias 25

FONTE: SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

O diretorclínico do IC, ooncologistaPaulo Hoff,aposta naspesquisas, quejá desenvolvena Faculdadede Medicinada USP

SERI

Page 14: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

SPsegurança

HomicídiosdespencamEm dez anos, queda foi de 67%; em 1999, eram 35,3 homicídiospara cada 100 mil habitantes e, hoje, o índice é de 10,8 mortes

junho 2008 SPnotícias 2726 SPnotícias junho 2008

O número de homicídios noEstado de São Paulo caiu 9%no primeiro trimestre de 2008

em relação ao mesmo período de2007. As estatísticas divulgadas nomês passado pela Coordenadoria deAnálise e Planejamento (CAP), da Se-cretaria da Segurança Pública,apontam quedas nas taxas da maioriadas modalidades de crimes.No primeiro trimestre do ano passa-

do, a Secretaria da Segurança Públicacontabilizou 1.250 homicídios dolo-sos. No mesmo período deste ano, onúmero de registros caiu para 1.136.Em dez anos, a queda de homicí-

dios é ainda mais acentuada, de 67%.

Foram 10,8 mortes a cada 100 milhabitantes no primeiro trimestre de2008. Número que se aproxima aoaceitável pela Organização Mundialde Saúde (OMS), de 10 homicídios acada 100 mil. Em 1999, São Paulocontabilizava 35,3 homicídios a cada100 mil habitantes. A taxa já era de11,8 a cada 100 mil no primeiro tri-mestre do ano passado.“Pretendemos chegar a 10 mortes

por 100 mil até o fim do ano. Namaior parte das cidades já estáabaixo dessa média, mas a capitalainda apresenta 15 homicídios”, diz ocoordenador da CAP, Túlio Kahn.Em 1995, havia um latrocínio a

cada 400 roubos, e hoje esse númeroé de um a cada 1,4 mil.“Os índices vêm diminuindo de-

vido ao desarmamento, ao encarcera-mento e à gestão”, atribui Túlio Kahn.Segundo o especialista, a transforma-ção se dá de maneira paulatina e jáabrange a maior parte do Estado.Em reportagem publicada no mês

passado, a agência norte-americanaReuters informou que o único lugar

onde a violência tem caído conside-ravelmente no Brasil é São Paulo. “Amelhoria no número de crimes se dá,desde os anos 90, por controle de ar-mas e mais investimento em polícia eem prisão”, informa a publicação.A preocupação com o desarma-

mento começou quando o então go-vernador Mario Covas pediu o cre-denciamento das armas, ainda nosanos 90. “A Polícia Militar chegou a

SERI

30,66 30,2533,54

35,6633,79 32,78

30,7728,04

22,52

17,5614,85

11,9210,39

HOMICÍDIO DOLOSO

ESTADO DE SÃO PAULO (POR 100 MIL HABITANTES)

FONTE: SSP/SP

Page 15: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

segurança

FOTO

S:DI

VULG

AÇÃO

Sujeira e abandono nas ruas do Jardim Elisa Maria, na capital: após a Virada Social, aumento da auto-estima

ANTES/DEPOIS

recolher 10 mil armas por trimestreno pico, em 1999. Hoje são recolhi-das cerca de 6 mil a cada três meses,já que menos pessoas circulam ar-madas”, diz Kahn.

PrisãoO aumento de prisões é outro fator

mencionado por Kahn como motivoda queda das taxas. Em 1994, eram55 mil detentos em todas as cidades.Hoje são 158 mil, um aumento de187%. “O que não quer dizer queSão Paulo tenha uma política de en-carceramento forçada, nem que issoseja um ideal. Mas é um diferencialem relação aos outros pontos dopaís”, afirma Kahn.O coronel José Vicente da Silva,

diretor executivo do Instituto Pró-Polícia, diz que são 400 presos emSão Paulo a cada 100 mil habitantes,e 200 em outros Estados. “Só em2006 foram presos 138 mil crimi-nosos, enquanto no Rio esse númerofoi de 16 mil. Esse é um fator vigo-roso na redução da violência”, diz.Silva, que foi secretário nacional de

Segurança Pública em 2002, explicaque se tomou uma medida básica emSão Paulo: o número de policiaisefetivos é condizente com a demanda.Segundo Kahn, isso se deu sem au-mentar o número de policiais. “OsPMs que ficavam nas muralhas dospresídios foram substituídos por pro-fissionais concursados da Secretariade Administração Penitenciária, e os

detentos de cárceres em delegacias fo-ram transferidos para presídios. Essasmedidas liberaram os profissionais quefaziam a segurança para ir às ruas”, diz.Na última década, a polícia paulista

fez inúmeros investimentos em tecno-logia. Mecanismos como o Serviço deInformações Criminais (Infocrim) e oCentro de Operações da Polícia Mi-litar (Copom) on-line ajudam a loca-lizar onde está a concentração de cri-mes. “Agora sabemos como é o de-sempenho por área e há balanços pe-riódicos para poder cobrar os ges-tores e as delegacias”, afirma Kahn.Bimestralmente ocorrem reuniões

entre as Polícias Militar e Civil parafazer planejamentos por área. Segun-do Kahn, os policiais saem às ruas demanhã com cartões e rotas de vigi-lância, para que não se baseiem so-mente na intuição.“No caso de Isabella Nardoni (as-

sassinada em abril na capital), pôde-senotar que a Polícia Científica paulistaestá muito próxima da dos países maisdesenvolvidos. As viaturas estão do-tadas de modernos sistemas de rádio,e pela primeira vez não se reclama dafalta de carros”, afirma José Vicente daSilva. Depois dos ataques de gruposcriminosos a delegacias em 2006,investiu-se ainda mais nos sistemas deinteligência. “Acreditávamos que onosso trabalho acabava quando ocriminoso era preso. Descobrimos quehavia mais a ser feito”, diz Kahn.Silva afirma que se tem mostrado

uma capacidade de respostas ao crimee os criminosos ficam intimidados. “Emum debate em Harvard, nos EstadosUnidos, sobre o controle dacriminalidade na América Latina se dis-cutiu que todos os tipos de crime,mesmo os mais leves, devem ter umaresposta. Temos um sistema prisionalrico, com infra-estrutura. Se não hou-vesse lugar, a polícia teria de parar deprender” conclui. �

Outro projeto do governo paulista que contribuiupara a queda nas taxas de violência foi a Virada Social.Trata-se de um conjunto de medidas de várias secre-tarias do governo do Estado, em conjunto com a prefei-tura, com o intuito de revitalizar os bairros mais violen-tos e reduzir os índices de criminalidade. O piloto doprojeto ocorreu na comunidade do Jardim Elisa Maria,no bairro de Vila Brasilândia, zona Norte da capital.Em março do ano passado, o local foi tomado por

600 policiais, que tinham em mãos uma lista de crimi-nosos procurados. É a chamada Operação Saturação.“Deixamos um grande contingente de profissionais doChoque por dois meses no local, para que houvesseuma limpeza da área e a economia do tráfico fosse sufo-cada. Se há muitos policiais, os consumidores de drogasse afastam”, analisa o responsável pela Coordenadoriade Análise e Planejamento (CAP), Túlio Kahn.

Para que os criminosos não voltassem a agir, houvereforço no policiamento do bairro. O resultado da ope-ração foi a queda acentuada nos índices de violência. Onúmero de homicídios caiu 80% nos primeiros quatromeses deste ano, em comparação com o mesmo perío-do do ano passado. Outros índices de criminalidadetiveram queda de 30% nas ocorrências, comparando-se o mesmo período.Além da ação policial, o Jardim Elisa Maria recebeu

outras 17 ações integradas. Entre as quais, revitalizaçãourbana e capacitação e formação profissional. Cerca de600 jovens se inscreveram em cursos promovidos pelogoverno do Estado.Fizeram parte do processo de revitalização da Vila

Brasilândia a despoluição de um córrego, a coletaseletiva e a preservação do meio ambiente. Medidasque aumentam a auto-estima da população.

VIRADA DÁ NOVAVIDA À BRASILÂNDIA

junho 2008 SPnotícias 2928 SPnotícias junho 2008

Policiais militaressaíram das muralhasdos presídios e foramtrabalhar nas ruas

Page 16: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

SPsalário

Pisoregionalsobeaté9,76%Correção vale desde o dia 1º de maio e édirecionada a trabalhadores da iniciativa privada

Passou a valer no dia 1º de maioo novo piso regional paulista. Oaumento foi de 9,76%,maior do

que a inflação de 6,54%, de abril de2007 a abril deste ano, segundo da-dos do Índice Nacional de Preços aoConsumidor Amplo (IPCA). A leisancionada pelo governador José Ser-ra no dia 30 de abril determina queos pisos passem de R$ 410, R$ 450 eR$ 490 para R$ 450, R$ 475 e R$ 505,respectivamente (veja quadro na pági-na ao lado). O piso, criado em agostode 2007, beneficia trabalhadores dainiciativa privada que não têm piso sa-larial definido por lei federal, conven-ção ou acordo coletivo de trabalho.O secretário do Emprego e Rela-

ções do Trabalho, Guilherme Afif Do-mingos, afirma que o piso regionalunificado é prerrogativa do governoestadual desde 2000. “Partiu de umalei complementar que dava condiçõespara que os Estados fixassem pisosregionais, que não podiam se confun-dir com o salário mínimo. Por isso, opiso não poderia ser unificado paratodas as profissões e, sim, estabeleci-do por classes de ocupações – sem-pre superior ao valor do mínimo fe-deral. O aumento também foi supe-rior ao do mínimo nacional, que su-biu 9,2% em 12 meses”, explica.Segundo Afif, os acordos coletivos

têm mais força do que o piso regio-nal, mas a nova legislação tenta es-

tender o benefício para ocupaçõesque não são abrangidas ou que nãosão assistidas por uma entidade ouuma organização e não fazem acordoporque pertencem a uma categoriamuito pulverizada. No caso da cons-trução civil, por conta da alta deman-da, mesmo com os pisos estabeleci-dos, o salário pode ser um poucomaior”, diz o secretário.

DoismesesO aumento vem depois de dois

meses do reajuste programado parao mínimo federal. Esse é o temponecessário para que seja possível es-tudar os impactos do piso novo. “Co-mo somos iniciantes nessa legislação,é prematuro fixar um critério deajustes automáticos. Nos quatro pri-meiros anos, queremos trabalharcom projetos de lei até adquirir se-gurança observando o mercado. Aíse adotaria um critério como o fede-ral”, afirma o secretário. Nos próxi-mos anos, o aumento já estará maispróximo do início do ano (abril de2009 e maio de 2010).A terceira faixa (veja classificação ao

lado), que já tinha o salário mais alto,teve correção menor, pois a intençãoda Secretaria é aumentar a base dapirâmide. No caso dos aposentados,o salário é proporcional ao recolhi-do. Os pensionistas são remuneradospelos valores do mínimo nacional. �

PRIMEIRA FAIXAddee RR$$ 441100 ppaarraa RR$$ 445500((99,,7766%% ddee aauummeennttoo))

Trabalhadores domésticos, serventes, trabalhadoresagropecuários e florestais,pescadores, contínuos, mensageiros e trabalhadores deserviços de limpeza e conser-vação, trabalhadores de serviçosde manutenção de áreas verdes ede logradouros públicos, auxiliaresde serviços gerais de escritório,empregados não-especializadosdo comércio, da indústria e deserviços administrativos, cumins,barboys, lavadeiros, ascensoris-tas, motoboys, trabalhadores de movimentação e manipulação demercadorias e materiais, e trabalhadores não-especializadosde minas e pedreiras.

SEGUNDA FAIXAddee RR$$ 445500 ppaarraa RR$$ 447755 ((55,,5566%% ddee aauummeennttoo))

Para os operadores de máquinase implementos agrícolas e

florestais, de máquinas da cons -trução civil, de mineração e decortar e lavrar madeira, classifi-cadores de correspondência ecarteiros, tintureiros, barbeiros,cabeleireiros, manicures e pedi-cures, dedetizadores, vendedores, trabalhadores decostura e estofadores, pedreiros,trabalhadores de preparação dealimentos e bebidas, de fabri-cação e confecção de papel epapelão, trabalhadores emserviços de proteção e segurançapessoal e patrimonial, traba-lhadores de serviços de turismo e hospedagem, garçons,cobradores de transportes coletivos, barmen, pintores,encanadores, soldadores, chapeadores, montadores deestruturas metálicas, vidreiros eceramistas, fiandeiros, tecelões,tingidores, trabalhadores de cur-timento, joalheiros, ourives, opera -dores de máquinas de escritório,secretários, datilógrafos, digita-dores, telefonistas, operadores de telefone e de telemarketing, aten-dentes e comissários de serviços

de transporte de passageiros, tra-balhadores de redes de energia ede telecomunicações, mestres e contramestres, marceneiros, trabalhadores em usinagem demetais, ajustadores mecânicos,montadores de máquinas, ope-radores de instalações de processamento químico, e supervisores de produção emanutenção industrial.

TERCEIRA FAIXAddee RR$$ 449900 ppaarraa RR$$ 550055((33,,0066%% ddee aauummeennttoo))

Para os administradoresagropecuários e florestais, trabalhadores de serviços dehigiene e saúde, chefes deserviços de transportes e decomunicações, supervisores de compras e de vendas, agentestécnicos em vendas e representantes comerciais, operadores de estação de rádio e de estação de televisão, deequipamentos de sonorização e de projeção cinematográfica, e técnicos em eletrônica.

FAIXAS DE OCUPAÇÕES

Mínimo federalFevereiro de 2009 ejaneiro de 2010

Piso regional1° de abril de 2009 e 1° de março de 2010

Reajuste do piso Diferença do mínimo federalAntes Hoje % Em reais %

1) R$ 410 R$ 450 9,76% R$ 35 8,43%

2) R$ 450 R$ 475 5,56% R$ 60 14,46%

3) R$ 490 R$ 505 3,06% R$ 90 21,69%

Estima-se quecerca de 1 milhãode pessoas tenham sido beneficiadas pelopiso salarialregional em todo o Estado de São Paulo

PRÓXIMOS AUMENTOS

SERI

FONTE: SECRETARIA DO EMPREGO E RELAÇÕES DO TRABALHO

junho 2008 SPnotícias 3130 SPnotícias junho 2008

Page 17: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

SPsudoeste

Pacote de investimentos contempla a região quetem municípios com o menor IDH do Estado

O maior desenvolvimento do Estado de São Paulo se deuao longo do traçado de suas ferrovias, em sua maioria ru-mo ao Noroeste, seguindo também o curso do Rio Tietê.

Assim, a região Sudoeste historicamente esteve mais atrás naprodução, principalmente pela dificuldade de deslocamento demercadorias. A conseqüência são as condições socioeconômicasprecárias da população. No mês passado, o governador José Serralançou o Pacote de Investimentos do Sudoeste Paulista, que pretendeacelerar programas na região, que tem o menor Índice de Desen-volvimento Humano (IDH) do Estado. No pacote, destaque paraas áreas de Educação, Saúde, Obras Viárias e Habitação. Todasobras interligadas, cujos investimentos regionais fazem parte deuma política de desenvolvimento com foco nas áreas mais caren-tes do Estado. A região Sudoeste é o terceiro Pacote de Inves-timentos lançado pelo governo. Os outros dois foram no Vale doRibeira e no Pontal do Paranapanema.

32 SPnotícias junho 2008 junho 2008 SPnotícias 33

R$ 382milhõespara o Sudoeste

SSUUDDOOEESSTTEE EESSTTAADDOOMunicípios 45 645População (IBGE 2007) 921 mil 41 milhõesPIB (2005) R$ 7,7 bilhões R$ 727 bilhõesPIB per capita (2005) R$ 8.649,52 R$ 17.977,31 IDH (2000) 0,749 0,814

Obs: dos 20 municípios com menor IDH no Estado de São Paulo, 17 estão na região Sudoeste.

CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS DDAA RREEGGIIÃÃOO SSUUDDOOEESSTTEE PPAAUULLIISSTTAA

SERI

Page 18: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

sudoeste

MALHA VIÁRIA

O planejamento do governoprevê a destinação de verba pa -ra a melhoria da malha viária doSudoeste. Três obras em fase decontratação de projeto são: aSP-129, a SP-157 e a SP-281. Aúltima será contratada em ca rá -ter prioritário. A recuperação de70 quilômetros começa em Ita -raré, passa por Itaporanga echega a Barão de Antonina. ASP-157 vai ligar Itapetininga aGuareí e Porangaba. São 52 qui -lô me tros para restauração e pa -vimentação da pista, além de re -capeamento de alguns trechos.Na SP-129, a pista será pavi -men tada e recapeada no decor-rer de 21,7 quilômetros.“O Sudoeste tem muitos pro -

ble mas com infra-estrutura e épre ciso melhorar a malha viáriapara possibilitar odesenvolvimento. Temos umprograma es tra tégico em umaárea eminen te mente agrícola,com dificulda des de escoamentode produ ção”, ex plica osuperintendente do De -partamento de Es tra das de Ro -dagem (DER), Delson Ama dor.São várias as ligações da re -

gião Sudoeste com o Paraná –em Chavantes, Fartura, Barãode An tonina, Itararé –, porém,os ca minhões que saem do No -ro es te paranaense rumo à Gran -de São Paulo e ao Porto de San -tos não têm como alcançar aBR-116. Por isso, são obrigadosa transitar pela região de Soro -ca ba, bus cando as Rodovias Ra -po so T avares e Castelo Branco.Para resolver o problema, o

go verno investe na pavimenta -ção da SP-139, que liga o AltoVale do Ribeira ao Baixo Vale

do Ri beira (São Miguel Arcanjoa Sete Barras/Registro). Antigareivindicação local, envolve 11qui lô metros de terra, em serra.“Pa ra essa travessia, dentro doPar que Estadual Turístico do Al -to Ri beira (Petar), há um projetocom características espe ciais, deacordo com estudos de im pactoam biental”, diz o supe rinten den -te.Segundo o engenheiro, as

obras em execução deverão serconcluídas no mês que vem. Háain da outros trechos programa-dos com entrega prevista parade zembro. Os projetos jálicitados deverão começar emmea dos de julho e os prio -ritários, no início de 2009.Delson Amador destaca ainda

que há investimentos para rodo -vias vicinais – entre mu nicípiose/ou distritos –, cu jas obras vãofa cilitar o escoamento deprodutos. Com tempo de tráfegore du zido, caem custos de trans-porte.Segundo o presidente da Com -

panhia de De sen vol vi mento Agrí -cola de São Paulo (Co dasp), JoséRoberto Perosa Ravagnani, apredominância de população ru -ral no Sudoeste exi ge reforço notrabalho nas es tradas rurais, quesão municipais. Tanto para faci -litar o transporte de produtosdas fazendas como para facilitaro desloca men to de pessoas dasco muni dades rurais para as uni -dades de serviços públicos, co -mo es co las e postos de saúde.Os custos de construção e ma -

nutenção dessas estradas são di -vididos entre as prefeituras e aCo dasp. Ravagnani diz que otra balho maior é ligado ao trata-mento do solo, com a drenagemno leito de terra para evitar que

os rios sejam assoreados. Aolon go das laterais das estradasvi cinais são colocadas caixas decontenção e é feito umrevestimento de brita com terra.“Pra ticamente temos de refazeras es tradas. Quase uma nova emci ma da velha”, explica o presi-dente Ravagnani sobre oprograma Me lhor Ca minho.Há obras em 36 municípios,

com 191 quilômetros de trechossendo refeitos, para serem con-cluídos neste mês. “Na seqüên-cia, passa-se para outros trechosde estradas. O trabalho é contí -nuo”, diz o presidente da Co dasp.

NOVO AMBULATÓRIO

Começam no mês que vem asobras para a construção do Am -bu latório Médico de Espe cia li -dades (AME) de Itapetininga,que será gerenciado pela Uni -ver sidade Estadual de São Paulo(Unesp) de Botucatu. O orça -men to aprovado para a obra éde 3,2 milhões de reais.

Itapetininga fica numa regiãoque já foi conhecida como “Valeda Fome”. Na área da saúde, osmaiores problemas ainda estãorelacionados à pobreza e conse-qüente alta taxa de mortalidadematerno-infantil.“Se em Sorocaba, que é uma

ci dade desenvolvida da região,ain da há muito a ser feito, emIta petininga a carência é maior”,diz o sanitarista e administradorde sistemas de saúde AntônioCar los Nasi, diretor do De par -tamento Regional de Saúde deSo rocaba, que compreende 48mu nicípios, de Itu a Itararé. Segundo ele, além do AME,

há a previsão de investimentosno Hospital de Itapetininga, pa -ra que comporte a solicitação re -gional de média e alta com ple -xidades.“Também existe um esforço

grande com relação à Santa Ca -sa de Itapeva, que deverá passarpor reforma na ala cirúrgica,com atenção especial à área ma -terno-infantil. Serão dez salas,

junho 2008 SPnotícias 3534 SPnotícias junho 2008

SSAAÚÚDDEE

AME� Nova AME em Itapeva - local a definir

� Nova AME em Itapetininga� Investimento: R$ 3,2 milhões� 15,9 mil consultas ao mês� 4 mil sessões de fisioter-apia ao mês� 37 mil exames ao mês

Hospital Regional de Itapetininga� Conclusão das obras em fevereiro de 2009

� Valor investido: R$ 8,7 milhões

� Investimento da atual gestão:R$ 2,7 milhões

Santa Casa� Itapeva - ampliação e construção do novo centro cirúrgico com 10 salas e enfermarias

� Valor investido: R$ 5,7 milhões

� Investimento da atual gestão: R$ 3,5 milhões

� 9 máquinas de hemo diálise: R$ 372 mil

Pró-Santas Casas� Repasses de R$ 4,1 milhõesem nove parcelas para as Santas Casas de:Apiaí Itapeva AngatubaCapão BonitoTatuí

EESSTTRRAADDAASS

Codasp� 4ª etapa do Melhor Caminho� Obras em execução� 191 quilômetros de estradas rurais recuperadas

� R$ 12,7 milhões investidos

Transporte� 413,2 quilômetros de estradas vicinais recuperadas

Pró-Vicinais 1� Obras em andamento� Previsão de conclusão: agosto de 2008

� 172,9 quilômetros de estradas vicinais recuperadas

� R$ 43,8 milhões investidos

Pró-Vicinais 2� Obras em licitação � Previsão de início das obras:este mês

� 240,3 quilômetros de estradas vicinais recuperadas

� R$ 85,8 milhões a serem investidos

Prédio da SantaCasa de Itapeva,que foi ampliado

FONTE: S

ECRETARIA ESTADUAL DOS TR

ANSP

ORTE

S E SE

CRETARIA ESTADUAL DE AGRICULTURA E ABASTEC

IMEN

TO

FONTE: S

ECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE

DIVULGAÇÃO

Page 19: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

sudoeste

junho 2008 SPnotícias 3736 SPnotícias junho 2008

sen do cinco de grande porte”,ex plica Nasi. O próximo passo,segundo o médico, é instalar umAME na cidade.

FATEC NA REGIÃO

Na Educação, o governo doEs tado preocupa-se em oferecerao Sudoeste paulista cursos re -la cionados às demandas re gio -nais, tanto com a finalidade decolaborar para o desenvolvi men-to lo cal como para fixar apopulação. Nesse conceito, in -cluem-se as Fa culdades de Tec -nologia (Fate cs).“As Fatecs são planejadas de

acordo com a demanda socioe-conômica das regiões onde sãoinstaladas”, diz Ângelo Luiz Cor -telazzo, responsável pela As -sessoria de Educação Superior,que coordena as Fatecs do Es -tado. “Analisamos os pedidos esua viabilização. Também ins -truí mos as prefeituras a firma rparcerias para a otimização delaboratórios e de recursos. Além

da interligação de interes sesentre as cidades.”Foi o que ocorreu em Capão

Bonito. A Associação da In dús -tria Madeireira local, a Voto ran -tim Celulose e Papel, a ONG In -ter-Rios e a prefeitura seassociaram para “vender” a idéiapa ra o Centro Paula Souza (quead mi nistra as Fatecs no Estado).A idéia foi aceita e, em março, aFatec foi entregue.“Os parceiros doaram a área e

ofereceram os laboratórios, enós compramos os equipamen-tos gerais e de informática e con -tratamos os professores”, ex plicaCortelazzo. Como a suges tão docurso partiu dos próprios em -preendedores dos setores pro -dutivos locais, boa parte dosestudantes sai da faculdade jácom emprego garantido.O curso escolhido para inau -

gu rar a Fatec de Capão Bonitofoi o de Silvicultura, com 40 va -gas à tarde e 40 à noite. A esco -lha surgiu porque a re gião temprodução ligada à ma deira, tan -

to para a indústria de papel co -mo moveleira, além da cons -trução civil, que utiliza ma deirasnão-nobres, como euca lip to.A Fatec de Itapetininga ofere -

ce cursos mais relacionados àsua vocação agropecuária, e a deTa tuí visa mais ao desenvolvi-mento do setor industrial. Emagosto, Itapetininga terá mais 80vagas no semestre para um novocurso de I n for má tica para a Ges -tão de Ne gócios, além do que jáha via sido iniciado, de Agro ne -gócios. E, em Tatuí, o segundose mestre come ça rá com 120 no -vas va gas.

4.876 CASAS

Os planos para desenvolvi-mento na área de Habitação daregião Su doeste levam em contaa in fluência das Rodovias RégisBit tencourt e Raposo Tavares(que englobam a Região Ad mi -nis tra tiva de Sorocaba e a deMarília) e a concentração de po -pulações ao longo das estradas.Porém, o maior desafio é a cons -trução de unidades habitacio -nais em áreas de conservação derecursos am bientais e hídricos.Mônica Rossi, gerente de

programação de produção daCom pa nhia de DesenvolvimentoHa bi tacional e Urbano (CDHU),da Secretaria de Habitação, dizque, por causa do plano de de -senvolvimento da região, a aten -ção ao Sudoeste é prioritária.“São 3,5% do que produzimosno Estado, para 2,25% de suapopulação”, exemplifica.Estão sen do cons truídas 1.334

unidades, sendo que 52% es ta -rão prontas até o fim deste ano,com 26,7 milhões de reaisaplicados entre verba do governoes ta dual e a contrapartida das

pre fei turas, a maio ria em forma dedoação de terrenos.“São casas, na grande maioria,

com predominância de autocon-strução”, explica Mônica. No mu -tirão, as pessoas constroem, masentram em sor teio. Naautoconstrução, é feita uma pré-se le ção. Os futuros moradores jása bem que casas vão habitar. Es -tão programadas mais 3.542 uni -dades a serem construídas entreo fim de 2008 e o início de2009, com destinação de 146,1milhões de reais.Entre as moradias, estão as

qui lombolas, unidades com pro-jetos específicos para assenta-mentos remanescentes da épocada escravidão. As obras nas ci da -des de Iporanga e de El do ra doestão em fase final de cons -trução. Ambos são municípioscom alta concentração de comu-nidades quilombolas.“É a primeira vez que fazemos

um empreendimento para eles”,diz Maria Cláudia Costa Bran -dão, gerente do Programa de Cor -tiços, Moradias Indígenas eQuilombolas. “Técnicos foram àscomunidades e discutiram op -ções de substituição das casas depau-a-pique. Agora as casas sãofeitas com tijolos de barro, semdescaracterizá-las. As moradiascontinuam tendo fogão cai pira(tipo de fogão a lenha) e lo caispara pendurar as redes, on de osmoradores dormem”, diz MariaCláudia.Além da construção das uni -

dades habitacionais, a regiãoSu does te teve implementada,pela CDHU, o Programa Especialde Me l ho rias, com investimentosde 4 mi lhões de reais, sendo 3,2mi lhões do governo estadual e800 mil em contrapartida dosmuni cí pios. �

HHAABBIITTAAÇÇÃÃOO

Construção deunidades habitacionaisObras em andamento� 1.334 unidades habitacionaisValor dos contratos:R$ 26,7 milhões

Construção deunidades habitacionaisObras programadas� 3.542 unidades habitacionaisValor a investir: R$ 146,1 milhões

Programa HabitacionalIntegrado (PHAI) � 325 cartas de crédito paraservidores da região

Programa Especial deMelhorias - 2007 e 2008Construção de praças e

obras de infra-estrutura emconjuntos habitacionais� R$ 4 milhões

EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO

FATEC� Nova Fatec em Capão Bonito Curso: Silvicultura – 80 vagas

� Novo curso na Fatec de ItapetiningaCurso: Informática para Gestãode Negócios – 80 vagas

� Novo curso na Fatec de TatuíCurso: Gestão Empresarial - Ênfase em Comércio Exterior e Sistemas de Informação –40 vagas

ETEC� 10 novos cursos técnicos. Municípios: Capão Bonito, Ipaussu, Itapetininga, Itapeva, Piraju, Taquarituba e Tatuí.Cursos: Turismo, Secretariado,Agricultura Familiar, Ass. Em- presarial e Industrial Ma dei -reira, Informática, Web Design,Administração, Meio Am bien- te, Segurança do Trabalho

� 400 novas vagas em ensino técnico (2008)

Obras da FDE - 2008� 62 escolas em 33 municípios da região

� 8 novas escolas � 1 escola ampliada � 22 obras de adequação às normas de acessibilidade

� 17 reformas� 18 coberturas de quadra� 57 novas salas de aulaInvestimento: R$ 18,4 milhões

Obras da FDEconcluídas nesta gestão � 40 escolas em 26 municípios� 3 novas escolas � 5 obras de acessibilidade� 8 coberturas de quadra� 25 reformas� 18 novas salas de aulaInvestimento: R$ 8,8 milhões

FONTE: S

ECRETARIA ESTADUAL DO DES

ENVO

LVIM

ENTO

E SEC

RETARIA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO

FONTE: S

ECRETARIA ESTADUAL DA HABITAÇÃO

CLAU

DIO

UEDA

Etec de Capão Bonito

Page 20: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

SPbastidores

PM abre caminhopara Palmeirase Ponte Preta

Na decisão do Campeonato Paulista, as arquibancadastremem, mas a Polícia Militar fica firme

Passava das 10h30 do domingo, dia 4 demaio, e os 2,5 mil homens sob o co-mando do tenente-coronel Israel Pilmon

estavam preparados para a ação da final doCampeonato Paulista: Palmeiras e Ponte Preta.O jogo nem seria em Campinas, cidade ondefica o 35º Batalhão, comandado por Pilmon,mas a Torcida Jovem da Ponte é de lá. Por isso,a polícia da cidade a 90 quilômetros de SãoPaulo havia feito um esquema de logística mi-nucioso para acompanhar os torcedores até acapital. E naquele momento, com aquele ar ge-lado no rosto, o tenente-coronel nem sentiafrio, aquecido pelo trabalho iniciado logo ce-do. Estava na hora de ir para a sede da torcidada Ponte Preta.Em São Paulo, desde as 7 horas, os policiais

estavam nas ruas com agentes da Guarda Muni-cipal para evitar a instalação de ambulantes nasimediações do Palestra Itália, onde ocorreria ojogo, às 16 horas. No Comando de Policiamentoda Capital (CPC) foram definidas estratégias depoliciamento preventivo nos trajetos das torci-das, nos possíveis pontos de confronto e para ocombate à venda de bebidas alcoólicas e defogos de artifício ao redor do estádio.Da sala de monitoramento onde são vistas as

imagens das câmeras espalhadas pela cidade,os policiais do Centro de Operações da PolíciaMilitar (Copom) iam controlar a chegada dospalmeirenses que desembarcariam nas esta-ções de trem e de metrô.

“A única situação que não podemos contro-lar é o comportamento humano. Esse é o únicoindicador que não tem padrão”, diz o tenente-coronel Luiz de Castro Júnior, responsável portodo o planejamento da polícia na capital.

J.B.FERREIRA

38 SPnotícias junho 2008 junho 2008 SPnotícias 39

TenenteMarcelo Kyiotaorganiza ocomboio paradar partida eseguir viagemde Campinasaté o Estádio doParque Antártica

Page 21: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

bastidores

EsquentaUma fila de viaturas aguarda um ace-

no do tenente-coronel Pilmon para co-meçar a escolta dos ônibus dos torce-dores da Ponte Preta. Na frente da sededa Torcida Jovem, em Campinas, umamultidão de jovens bebe muita cervejae espera ingerir mais 10 mil litros dechope ainda naquele dia para comemo-rar a vitória, no Largo do Rosário.Foram poucos minutos até que a tor-

cida se organizasse nos 24 ônibus freta-dos. Os policiais estão atentos a quais-quer movimentos, e um dos diretoresda Torcida Jovem garante que não ha-veria violência. “Aqui o pessoal é pací-fico”, diz o diretor José Geraldo de Sou-za, ciente de que brigas e confusõespodem causar restrições à torcida.O tenente-coronel Pilmon dá o ok, e

os ônibus partem com os torcedorescantando o hino da Macaca, símboloda Ponte. Há policiamento por todo ocaminho até o estádio municipal, oMoisés Lucarelli, onde os torcedorespassariam por uma revista-surpresa.Todos descem dos ônibus e come-

ça a revista. Nada de álcool ou mate-riais pontiagudos dentro dos veícu-los. Bolsas são vistoriadas, assim co-mo os bolsos. Entre uma poltrona eoutra, a cadela Renna raspa, late, fa-reja em busca de entorpecentes. Ren-na não é imponente, mas é um pastorbelga Malinois, um dos cães maiscaros do canil da Polícia Militar (2,5mil reais o filhote com pedigree) etambém um dos mais eficientes paraencontrar drogas. O PM Carlos Ma-peli entende todos os seus atos. “Se

ela trabalha com outro policial, elenão compreende a maior parte deseus movimentos. Cada policial co-nhece seu cão”, explica. A cadela nãoencontra nada.Um dos carros com pneus carecas

e um motorista sem habilitação impe-dem momentaneamente a partida docomboio. Os torcedores, com o in-gresso na mão, não pretendem ver afinal pela TV. O tenente-coronel Pil-mon é bom negociador. Pede que opessoal da direção da torcida provi-dencie outro motorista e um carroreserva. E a torcida segue viagem.

NaestradaCampinas é só alegria. Os motoci-

clistas da PM abrem passagem para

os ônibus. Às 14 horas, o tenente-co-ronel Pilmon se despede e transfere aresponsabilidade da escolta ao te-nente Marcelo Kyiota, que conta como suporte da Polícia Rodoviária.Kyiota tem cabelos cortados com má-quina número um, usa quepe e temcara de bravo, muito bravo. E vai aolado do motorista da viatura, dandoinstruções por rádio ou com a cabeçapara fora do Corsa. “Se não colo-carem a cabeça para dentro da janela,eu paro o comboio inteiro”, adverteos torcedores. Não demora muito pa-ra que todos estejam novamente em-poleirados na janela. Vez ou outra,tentam subir no teto do ônibus, es-capando pelo teto solar. Kyiota põe ocorpo para fora da janela do carro emmovimento e ameaça de novo. Basta

J.B.

FERR

EIRA

J.B.

FERR

EIRA

THAL

ESST

ADLE

R

No sentidohorário, a partirda esquerda:Renna fareja embusca de drogas;policiais fazema revista datorcida da Ponte;PMs aguardamos palmeirensesnas estações; eo monitoramentoda cidade

THALES STADLER

THALES STADLER

junho 2008 SPnotícias 4140 SPnotícias junho 2008

Page 22: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

NÚMEROS DA PM

EFETIVO

2.500policiais-militares de Campinas

2.000integrantes da Torcida Jovem, da

Ponte Preta, foramao jogo em

24ônibus

18 viaturasmais

7motosda PM fizeram a escoltado comboio de Campinas

a São Paulo

Na estrada,

32motos,2 viaturas mais40policiais

das Rocam acompanharam otrajeto do Km 37 da

Anhangüera até o estádio

5 viaturas e14homens

da Polícia Rodoviáriatrabalharam na escolta

2.500homensespalhados pela cidade

para qualquer eventualidade

800policiaisdo Choque posicionados

em estaçõesde trem e metrô

901homensdo Choque

FON

TE:P

OLÍC

IAM

ILIT

ARbastidores

Fora do estádio,

700soldados

No estádio,370homens

30 cães(20 no gramadoe nos corredores)

80 cavalos

170 viaturas

1 helicóptero

Público:

27.600pessoas

15policiaisferidos com pedradas

4 torcedoresda Ponte Preta presos

45pessoasretiradas de campo com o rostopintado ou portando sinalizador

ou outro material proibido

10pessoasencaminhadas para o Jecrim

3 audiênciasagendadas

NÚMEROS DA PMEFETIVO E OCORRÊNCIAS

THALES STADLER

junho 2008 SPnotícias 4342 SPnotícias junho 2008

para os jovens se recolherem.A escolta é uma rotina para os po-

liciais. O tenente Kyiota manda ace-lerar, pede para os carros de passeiosaírem da fila de ônibus, impede a ul-trapassagem entre os ônibus e tem ocontrole todo o tempo do número deveículos que seguem no comboio.Após alguns minutos de viagem,Kyiota se olha no espelhinho, arruma oquepe já ordenado na cabeça, esboçaum sorriso para o colega do lado e,logo depois, está de novo alerta.No Quilômetro 37 da Anhangüera, o

comboio pára. Está na hora de os po-liciais das Rondas Ostensivas comApoio de Motocicletas (Rocam) toma-rem a frente da escolta até a capital. OChoque acompanha a Torcida Jovem,sob o comando do capitão Luiz Gon-zaga Oliveira Júnior. São 32 motos,duas viaturas e 40 homens. As motosabrem caminho pela cidade logo queos ônibus entram na Marginal doTietê. São 15h05 quando o comboiochega ao Memorial da América Latina,na Barra Funda, perto do estádio.Os veículos são estacionados na

Rua Tagipuru, paralela à AvenidaFrancisco Matarazzo, onde fica oportão por onde entrará a torcida daPonte. No alto, um helicóptero da PMacompanha toda a movimentação datorcida e se comunica com os polici-ais no chão. Dos lados, a cavalaria eum cordão de policiais. Não há riscode um torcedor com a camisa preto-e-branco escapar e topar com osadversários.Na Rua Turiaçu, os palmeirenses já

estão entrando no estádio. Verdes e al-vinegros não se vêem. Só se encontramno campo, isolados na arquibancada.As arquibancadas tremem. As torci-

das estão eufóricas para o início dojogo. Os policiais não vêem a entradados jogadores no campo. Mas sabemexatamente quando estão entrando aoobservar as expressões, os atos, tudo

A cavalariatoma posiçãono trajeto quea torcida daPonte faz dosônibus atéo portãodo estádio

Page 23: Revista SPnotícias - Ano 1 - Número 01

bastidores

44 SPnotícias junho 2008

A torcida doPalmeiras jácantava vitóriano segundotempo do jogo,com o placarde 2 a 0

J.B. FERREIRA

bastidores

que ocorre na arquibancada. De ca-pacetes, coletes à prova de balas ecães, viram as costas para o espetácu-lo no campo para fixar a atenção nostorcedores. No estádio, só os oficiaisentram armados. Os outros policiaissó podem carregar cassetetes e escu-dos. Nos corredores que dão acessoàs arquibancadas, os policiais estãoespalhados, assim como nos arredo-res do campo. Os cães, que antes es-tavam nos portões do estádio, agoracirculam na área interna com os PMs.Acaba o primeiro tempo. Nesse

momento, torcedores já foramlevados para o Juizado EspecialCriminal (Jecrim), de plantão no es-tádio. São torcedores com sprays, comas cores do time pintadas no rosto – oque é proibido – ou que fizeramconfusão na arquibancada.São feitos boletins de ocorrência. O

caso vai para o promotor e segue paraum juiz. A sentença sai no próprio dia.“As penas determinadas pelo juiz nor-malmente são alternativas”, explica omajor José Balestiero Filho.

Segundo tempoNo segundo tempo, a torcida do

Palmeiras já canta vitória. O time, quepodia perder de 1 a 0, já fez dois gols.A Ponte, nenhum. Os palmeirenses es-tão certos de que vão levar a taça. Co-meça a violência na arquibancada.PMs sobem os degraus e retiram osagitadores. Acaba a partida. O placardo Palestra Itália aponta 5 a 0 para oPalmeiras. A torcida da Ponte começaa ser retirada de campo. Primeirosaem os torcedores de Campinas, paradepois – após a entrega da taça –, ospalmeirenses deixarem o estádio.

Os torcedores da Macaca vão voltarescoltados de novo pela PM. Os cercade 1,6 mil torcedores estão cercadosde policiais do Choque, da Cavalariae de PMs com motos e viaturas.Aguardam o retorno para Campinas.Enquanto isso, a maior parte do po-

liciamento está concentrada na RuaTuriaçu. É onde fica o portão princi-pal do estádio, por onde saíram ospalmeirenses e onde deveria ser a fes-ta da vitória do time, com o trio elétri-co da Mancha Alviverde. Mas torce-dores que não assistiram ao jogopressionam para entrar e assistir à en-trega da taça. Não aceitam o não e co-meçam a quebrar cadeiras. Ospoliciais se defendem com bombas deefeito moral. O tumulto começa. É sóo início de três horas de embate.

OconfrontoOs policiais têm escudos, cas-

setetes, bombas de efeito moral e gásde pimenta para dispersar a torcida.Os torcedores não estão dispostos air embora. Em grupos, avançam nosentido dos policiais, dispostos embarricadas. Jogam garrafas e pedras.O policiamento se concentra nafrente do portão da Turiaçu.Dos dois lados há multidões de tor-

cedores. Os palmeirenses avançam

cada vez mais e o coronel JovianoConceição Lima, que comanda oChoque, pede reforço de seus ho-mens. Além dele, o tenente-coronelCarlos Botelho, comandante dosjogos, também está presente. Estão asaltas patentes no confronto.Não há embate físico. O Choque

dispersa, aos poucos, as concentra-ções de torcedores da Mancha Al-viverde. “Usamos técnicas de dissipa-ção de grupos, com bombas de efeitomoral e de gás lacrimogêneo”, diz ocoronel Joviano. Trabalho que duraaté as 22h30. O gás de pimenta aindaarde os olhos dos soldados. Ocoronel Joviano dá entrevistas pararádios. Ao desligar o telefone, autor-iza os policiais a se recolher, com acerteza de que o trabalho havia sido

J.B.FERREIRA

A Tropa deChoquena arquibancada,com a Ponte;abaixo, policiaiscontêmtorcedorespalmeirensesna Turiaçu

THALES STADLER

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SPagenda

Cerca de 657 mil pessoas participaram da Virada CulturalPaulista nas 24 horas entre nos dias 18 e 19 de maio, nas19 cidades em que foi organizada. A estimativa foi feitacom base em levantamentos da Polícia Militar, nos showsao ar livre, e no controle de ingressos para os eventos fe-chados. Algumas das participações da Virada foram oCordel do Fogo Encantado (à esq.) e a Orquestra

INFORMÁTICAAgora os alunos da rede pública poderão utilizar os laboratórios deinformática das escolas estaduais em qualquer horário. É o projetoAcessa Escola, que permite que os estudantes utilizem os computadoresdisponíveis com o auxílio de monitores treinados. Quatro mil estagiáriosserão os monitores e receberão 340 reais mensais pelo trabalho. Outras8.242 vagas para monitores serão abertas.

BIBLIOTECA SUBTERRÂNEAO Metrô inaugurou a quinta biblioteca Em-barque na Leitura, dentro das estações. Osusuários poderão fazer a retirada gratuitade livros na Estação Santa Cecília, daLinha 3-Vermelha. As outras bibliotecas dosistema metroviário estão instaladas nasEstações Paraíso (Linhas 1-Azul e 2-Verde), Tatuapé (Linha 3-Vermelha), Luz(Linha 1-Azul) e Largo Treze (Linha 5-Lilás). A unidade nova tem acervo commais de 2 mil livros de literaturas brasileirae estrangeira, filosofia, religião, sociologia,artes, história e geografia e títulos infanto-juvenis e em braile. O Metrô prevê quesejam beneficiados mais de 100 milusuários que circulam por dia nessa linha.Para se cadastrar é só levar identidade,comprovante de residência e uma foto 3x4.

TECNOLOGIAO governador José Serra inaugurou aFaculdade de Tecnologia (Fatec) de SãoCaetano do Sul, no dia 15 de maio. Ainstituição oferecerá curso superiortecnológico de Análise de Sistemas eTecnologia da Informação, que vai aoencontro da vocação socioeconômica domunicípio, voltada para os setores industri-al e comercial. O vestibular para o curso nosegundo semestre deste ano teve 1,46 milinscritos para as 200 vagas, distribuídasentre os turnos da manhã, tarde e noite.

CULTURA12º Salão Paulista de ArteContemporâneaData: até 17 de julhoLocal: Casa das Rosas –Avenida Paulista, 37, Bela VistaSão Paulo

Cursos de literatura,poesias, escrita, análise einterpretação de textoData: durante todo o mêsde junho, consulte emwww.cultura.sp.gov.brTaxa: R$ 10 cada cursoLocal: Espaço Haroldo deCampos de Poesia e Literatura.Avenida Paulista, 37, Bela VistaSão Paulo

EDUCAÇÃOVestibular FatecProva: 29 de junhoTotal de inscritos: 27.409Mais informações:www.vestibularfatec.com.br

POUPATEMPO MÓVELGrande São Paulo• Arujá – até 28 de junhoLocal: Avenida João Manoel,220, CentroHorário de atendimento: desegunda a sexta-feira, das 8 às18 horas; e aos sábados, das8 às 13 horas• Santo André – até 28de junhoLocal: Estacionamento doABC Plaza Shopping, naAvenida Industrial, 600, CentroHorário de atendimento: desegunda a sexta-feira, das 9 às17 horas; e aos sábados, das 9às 13 horas• São Paulo – até 28de junho

Local: Avenida DeputadoCantídio Sampaio, 1.750,Brasilândia. Ao lado dasubestação da EletropauloHorário de atendimento:de segunda a sexta-feira,das 9 às 17 horas; e aossábados, das 9 às 13 horasBaixada Santista• São Vicente – até 14de junhoLocal: Praça dosAmbientalistas, s/nº, JardimRio Branco. Ao lado doGinásio de Esportes Dr. LuizGonzaga de Oliveira GomesHorário de atendimento:de segunda a sábado,das 10 às 17 horasInterior• Botucatu – até 21de junhoLocal: Espaço Cultural daPraça Américo Veiga, naAvenida Dom Lúcio, s/nºHorário de atendimento: desegunda a sábado, das 9h30às 16h30

TURISMO3º Salão de Turismo –Roteiros do BrasilData: 18 a 22 de junhoLocal: Anhembi – AvenidaOlavo Fontoura, 1.209,Parque Anhembi / São PauloInformações:www.salao.turismo.gov.br

Curso de Capacitaçãodos Candidatos àsEleições Municipais 2008Taxa: R$ 30Data: junhoInscrições:www.cepam.sp.gov.brInformações: (11) 3811-0437

VIRADA CULTURAL

46 SPnotícias junho 2008 junho 2008 SPnotícias 47

O QUE FOI NOTÍCIA PROGRAME-SEPRÓ-VICINAISNos últimos dois meses, o governador Jo-sé Serra inaugurou as quatro primeiras es-tradas vicinais recuperadas. Uma no mêspassado, a Assis-Platina, e outras três naregião de Ribeirão Preto, a Chaffy Jorge, nomunicípio de São Simão, a estrada MarioMazieiro, em Guatapará, e a ligação entreSertãozinho e Dumont. As recuperaçõesfazem parte da primeira fase do programaPró-Vicinais, que começou em dezembrodo ano passado e que até 2010 vaireformar 12 mil quilômetros de estradas.

PARQUEA zona Leste da capital tem um novo parque público, o Complexo Es-portivo Parque do Trabalhador. O governo do Estado cedeu o espaçodo antigo Centro Educativo Recreativo e Esportivo do Trabalhador(Ceret) para a prefeitura da capital. Até o mês passado, a área era ad-ministrada pela Fundação Ceret, que cobrava entrada e estaciona-mento gratuitos. O parque fica no Jardim Anália Franco e tem 286 milmetros quadrados. É o maior complexo esportivo da cidade. Possui pis-tas de corrida e caminhada, ginásio, quadras poliesportivas e piscina.

VENCEDORESJapão - O aluno da rede estadual de ensinoGuilherme Henrique Fidélis embarca paraOsaka, no Japão, no próximo dia 1º. A viagemserá feita graças a sua vitória num concursode idiomas no mês passado, quando desban-cou cerca de 1,5 mil estudantes do idiomajaponês num teste de competência escrita.Matemática - Os alunos da rede estadualpaulista conquistaram 401 medalhas (26 deouro, 71 de prata e 304 de bronze) na 3ªOlimpíada Brasileira de Matemática dasEscolas Públicas. O destaque foi GersonTavares Câmara de Souza, da EE ProfessorSantos Amaro da Cruz, também campeãonos dois anos anteriores. A olimpíada contoucom a participação de cerca de 17 milhões deestudantes.

Sinfônica de São Paulo. O encerramento do eventoocorreu na capital com o show Bossa na Garoa, no ParqueVilla Lobos, com a presença de Toquinho, Jair Rodrigues,Roberto Menescal, Demônios da Garoa, Os Cariocas,Alaíde Costa, Claudete Soares, Patty Ascher, Banda Man-tiqueira, Fernanda Porto, Márcia Salomon e o Grupo Sin-fônico Arte Viva, com regência do maestro Amilson Godoy.

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SPpersonagem do mês

Uma vidaem salade aulaA professora Oralina se despede domagistério como exemplo na rede

Ela vai fazer 70 anos no próxi-mo ano, mas quem olha para aprofessora de língua portugue-

sa Oralina Lopes Del Vecchio comsuas roupas modernas e penteadoimpecável diz que ela tem 20 a me-nos, tranqüilamente. Aos 48 de ma-gistério, ela está há mais de duasdécadas na EE Silva Jardim, no

bairro do Tucuruvi, zonaNorte de São Paulo.Com aposentadoria com-

pulsória marcada para2009, Oralina se despedehumildemente da sala deaula no fim deste ano.“Acho que há muitas pes-soas que fizeram muitomais pela educação do que

eu”, diz. Desde 1960, quando come-çou em uma escola da zona rural deJoanópolis, cidade localizada a pou-co mais de uma hora da capital, elafez muito por incontáveis alunos.“Tinha turmas de 1ª, 2ª e 3ª séries.Eram crianças que queriam muitoaprender e fomos nos familiari-zando. Eu ensinava brincando.”Em junho de 1965, pediu transfe-

rência para São Paulo. Começou naEE Professor Ademar Hiroshi Suda etrabalhou lá até sua primeira aposen-tadoria, em 1987. Teve experiência desete anos na direção da instituição.“É muito gratificante trabalhar comodiretora e lidar diretamente comtodos os funcionários da escola, mastambém é muita responsabilidade.”No dia seguinte ao de sua aposen-

tadoria por tempo de serviço, Ora-lina ingressou na EE Silva Jardimem novo cargo público. Agora, vai seaposentar pela segunda vez pelacompulsória. Ela não tem proble-mas de disciplina com os alunos eafirma que não sabe o próprio segre-do para manter o comportamentoadequado. É claro que, para segurarquatro turmas no decorrer da se-mana, precisa se atualizar constante-

mente. O diretor da escola, EraldoSampaio elogia: “Ao mesmo tempoque trabalha com a rigidez de umprofessor à moda antiga, vindo dointerior, ela traz a modernidade deprojetos de teatro interativos e coisasque impressionam os profissionaismais novos”, revela.Mas mesmo com todo esse amor

pela sala de aula, agora que a apo-sentadoria é iminente, Oralina vêque chegou mesmo a hora de parar.A família reclama do tempo que eladedica à escola e se impressiona coma quantidade de trabalho que levapara casa. A filha, segundo ela, temciúmes do giz. “A sala de aula me fazmuito bem. São portas que se abremtodos os dias. Quando saio de casa,digo que estou indo para uma festa.Agora, aposentada, vou descansar.”

A professora já testemunhou mui-tas transformações na rede públicade ensino e considera todas positi-vas. “Ensinar não é só explicar comose escreve. É mostrar o futuro, umamissão. Que Deus me ilumine paraque eu mostre um bom caminho.”Hoje ela termina as aulas no fim

da tarde e vai a pé para casa. Demorauma hora e meia no trajeto porqueencontra os alunos na rua, pára paraconversar e receber a gratidão deles.“Eu aprendo muito. É preciso teruma postura mais que materna.Acolher as crianças como se fossemda família. Dar carinho, olhar nosolhos delas e procurar passar o queelas precisam. Não é só ensinar,não!” E é só escutar o discurso apai-xonado de Oralina para ter certezaque ela dá conta do recado, sim. �

A professorade línguaportuguesaOralina LopesDel Vecchioentre os alunos:“Ensinar nãoé só explicarcomo seescreve. Émostrar o futuro.É uma missão”

THALES STADLER

“Ensinar não é sóexplicar como seescreve. É mostrar ofuturo, uma missão”

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SPo Estado em números

14.184 unidades habitacionaisda SH/CDHU concluídas

50 SPnotícias junho 2008

Desde janeiro de 2007, foram criadas maisde 6,5 mil vagas nas Etecs e 3 milvagas nas Fatecs. Até 2010, o número deFatecs vai passar de 26 para 52unidades e as vagas nas Etecs passarãode 77 mil para 177 mil

em créditos gerados aosconsumidores pelos documentos

fiscais emitidos entreoutubro e dezembro de 2007

R$770mil

estabelecimentoscadastrados

275mil

de documentos fiscaisregistrados com CPF ou CNPJ do

consumidor no projeto daNota Fiscal Paulista

298milhões

149.931 unidades programadas

R$3,9bilhões investidos em 873empreendimentos

HABITAÇÃO

NOTA FISCAL PAULISTA PAULA SOUZA

ESTRADAS RURAIS

DIVULGAÇÃO

O projeto MMeellhhoorr CCaammiinnhhoo , que recu-pera estradas de terra rurais no inte -rior, atendeu a 142 municípios em2007. Fo ram re cu perados 750 qui lô -metros de es tra das. O investimento foide R$ 50 milhões