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VINHO OU SUCO DE UVA?
Saiba o que a Bíblia fala sobre o Vinho.
Acessem: www.adventistasremanescentes.com.br Kaypym Araújo
Antes de qualquer “pedrada” em minha direção, informo que
não faço uso de vinho ou qualquer outra bebida
embriagante em minha mesa ou mesmo fora dela. Este
estudo visa apenas explicar biblicamente sobre o uso ou
desuso dessas bebidas entre judeus e cristãos. Esta matéria
apresenta os devidos textos e seus significados em seu
contexto, sem nenhuma maquiagem ou
malabarismo teológico.
Hoje só conseguimos beber suco de uva em qualquer época
do ano porque é pasteurizado, um processo inventado por
Louis Pasteur. Portanto, pode até ser que os judeus
bebessem suco de uva, mas isso só aconteceria em um breve
período após a colheita, já que não tinham refrigeradores e
nem conheciam a pasteurização. Qualquer suco de uva
guardado por uma semana irá fermentar e acabar virando um
tipo de vinho, ou criar mofo e ficar impróprio para o consumo.
O VINHO NO VELHO TESTAMENTO“E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu Noé
dovinho (hebr. yayin), e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua
tenda.” (Gênesis 9.20, 21). – O negrito é meu.
Vejamos os mesmos textos em hebraico, transliterado:
“vayachel Noach ‘îsh ho’adamah vaytta’ karem: vayeshtte min-
hayayinvayishkar vayitgal betokh ‘aholoh”. (Bereshît/Gênesis 9.20, 21)
O termo yayin é palavra habitual para uva fermentada:
“Esta é a palavra hebraica habitual para se referir à uva fermentada. É, em
geral, traduzida por “vinho”. Tal “vinho” era bebido comumente como
refresco: E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho” (Gn 14.18; cf.
Gn 27.25).”
FONTES>> (Vine, W. E.; F. Unger, Merril; White Jr., William. Dicionário Vine –
O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo
Testamento, pág. 325, 2ª Edição/2003.- CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
Fica claro, pois, que o vinho ou uva fermentada era bebido como “refresco”,
foi esse o tipo de vinho que Melquisedeque – tipo de Cristo – trouxe para
Abraão quando este veio da batalha, vinho fermentado.
“O “vinho” era usado para dar alegria, para fazer a pessoa se sentir bem sem
ficar intoxicada (2 Sm 13.28). Segundo, o “vinho” era usado na alegria
perante o Senhor. Uma vez por ano todo o Israel tinha de se reunir em
Jerusalém. O dinheiro percebido (sic) pela venda do dízimo de toda a
colheita seria gasto “por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por
ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua
alma; come-o ali perante o SENHOR, teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa”
(Dt 14.26). (...) O termo yayin descreve claramente uma bebida intoxicante”
FONTES>>>(Vine, W. E.; F. Unger, Merril; White Jr., William. Dicionário Vine – O Significado
Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, pág. 326, 2ª Edição/2003.
Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
Acima em negrito, a palavra “vinho” corresponde a yayin, ao passo que
“bebida forte” é termo português para a palavra hebraica shekhar –
“evidentemente um tipo de cerveja” segundo o Léxico Hebraico e Aramaico
do Antigo Testamento de William L. Holladay.
Algumas pessoas eram proibidas de beber vinho:
“As pessoas, em estado especial de santidade, eram proibidas de beber
“vinho”, como os nazireus (Nm 6.3), a mãe de Sansão (Jz 13.4) e os
sacerdotes que se aproximavam de Deus (Lv 10.9).” (Vine, W. E.; F. Unger, Merril;
White Jr., William. Dicionário Vine – O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo
e do Novo Testamento, pág. 326, 2ª Edição/2003.CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
Antes de abençoar Jacó, Isaque bebeu vinho:
“Então disse: Faze chegar isso perto de mim, para que coma da caça de meu
filho; para que a minha alma te abençoe. E chegou-lhe, e comeu; trouxe-lhe
também vinho (hebr. yayin), e bebeu.” (Gênesis 27.25).
O suco que é espremido da uva - não fermentada - é termo distinto de yayin
(vinho), cujo vocábulo hebraico é tîrosh:
“Assim, pois, te dê Deus do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e
abundância de trigo e de mosto (hebr. tîrosh).” (Gênesis 27.28
Fica evidente a diferenciação entre yayin e tîrosh:
“A palavra tîros é distinta de yayin no que se refere apenas ao vinho novo
não completamente fermentado (mosto).” (Vine, W. E.; F. Unger, Merril; White Jr.,
William. Dicionário Vine – O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do
Novo Testamento, pág. 326, 2ª Edição/2003.CPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
Embora “tîrosh” (mosto, vinho novo) é dito que não seja vinho
completamente fermentado, tal ideia não ocorre em Oséias 4.11 que é
claramente uma bebida embriagante:
“A fornicação, e o vinho (hebr. yayin), e o mosto (hebr. tîrosh) tiram o
entendimento”. (Oséias 4.11 – Bíblia Sagrada Tradução Brasileira.
O que o texto está dizendo é que os três fazem perder o sentido, trazendo
descontrole. O equivalente do hebraico tîrosh, na versão grega Septuaginta
é “methysma” (bebida embriagante), vocábulo derivado de “méthê”
(embriaguês, bebedeira), falta de moderação.
Entretanto, algo digno de nota também é dito acerca do
vinho:
“O vocábulo hebraico yayin é etimologicamente igual ao
grego oinos e ao latino vinus. Hamar é nome aramaico,
e hemer é etimologicamente equivalente a ele empregado na
poesia hebraica. A palavra hebraica yayin aparece na Escritura
pela primeira vez, referindo-se ao suco fermentado da uva, Gn
9.21; não há motivos para crer que tenha outro significado nos
lugares em que se encontra.
O grego oinos também se refere a suco fermentado, salvo
quando é acompanhado do adjetivo novo; mesmo assim, não se
pode dizer que haja dois vinhos, um fermentado e outro não. O
mosto chama-se vinho novo, e só se torna vinho por meio da
fermentação. Dizem que pelo fato de ser proibido o fermento
durante os sete dias da festa pascal, o vinho usado nessa
solenidade não devia ser fermentado.
O argumento não procede. A fermentação vinosa nunca se
chamou fermento. Durante a páscoa, os judeus não deviam
beber líquidos fermentados, nem mesmo provar o pão com
fermento (Mishna,Pesachoth, 2).” (D. Davis, John – Dicionário da Bíblia, págs.
618, 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).
O termo mesek denota “mistura de tempero (para uma bebida)”
em Sl 75.8; mimsak denota “recipiente de misturar” em Isaias
65.11; mezeg, em Ct 7.2 denota “vinho misturado”,
provavelmente “vinho temperado, quente”; algo que é reprovado
em provérbios e outras partes das Escrituras:
“Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as
pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem
causa? E para quem os olhos vermelhos? Para os que
se demoram perto do vinho, para os que andam
buscando vinho misturado (mimsak).” (Provérbios 23.29, 30).
O VINHO NO NOVO TESTAMENTONas Escrituras Gregas Cristãs o vocábulo vinho (gr. oinos) ocorre 34 vezes,
sua primeira ocorrência está registrada em Mateus:
“Nem se deita vinho novo (gr. oinon neon) em odres velhos; aliás rompem-
se os odres, e entorna-se o vinho (gr. oinos), e os odres estragam-se; mas
deita-se vinho novo (gr. oinon neon) em odres novos, e assim, ambos se
conservam.” (Mateus 9.17). - O negrito é meu.
A indicação do vinho (Gr. oinos) não fermentado (como no caso acima), é
indicada nas Escrituras quando acompanhado do adjetivo “novo” (Gr. neós):
“O grego oinos também se refere a suco fermentado, salvo quando é
acompanhado do adjetivo novo; mesmo assim, não se pode dizer que haja
dois vinhos, um fermentado e outro não. O mosto chama-se vinho novo, e só
se torna vinho por meio da fermentação.” (D. Davis, John – Dicionário da Bíblia, págs.
618, 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).
A expressão acima “vinho novo” é traduzido n“tîrosh” o Novo Testamento
Hebraicopor yayin chadash (vinho novo) e não por que é seu equivalente no
Antigo Testamento. Sabe-se que João Batista não bebia vinho (hebr. yayin)
fermentado e nem bebida forte:
“Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho (gr. oinos), nem
bebida forte, e será cheio do Espírito Santo. Já desde o ventre de sua mãe.”
(Lucas 1.15).
O que não era bebido por João Batista, era bebido
por Jesus:
“Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio.
Veio o filho do homem comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem
comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é
justificada pelos seus filhos.” (Mateus 11.18, 19).
Quanto às comidas e bebidas, Jesus era o inverso de João Batista. Porém
regia com moderação e não de maneira imoderada; resultado que não se
embriagava comportamento este justificada pela sabedoria. Tanto as
acusações dos líderes religiosos contra João de que tinha “demônio”, como
as proferidas contra Jesus de que era “beberrão” (ébrio), não passavam de
calúnias.Uma passagem Bíblica completamente torcida por teólogos é o
das bodas em Caná (João 2. 1,11). Dizem eles que o vinho servido não era
fermentado, procurando torcer a Palavra de Deus por suas preferências
religiosas. O vocábulo vinho (gr. oinos; hebr. yayin) não é acompanhado do
adjetivo “novo” para indicar o contrário, vejamos:
“E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (Gr. oinos) (não
sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado
água), chamou o mestre-sala ao esposo, e disse-lhe: Todo o homem põe
primeiro o vinho (gr. oinos) bom e, quando já têm bebido
bem (gr. methysthõsin =estiverem bêbados), então o inferior; mas tu
guardaste até agora o bom vinho.” (Gr. oinos = vinho fermentado). (João
2.9, 10).
NA CEIA DO SENHOR FOI SERVIDO SUCO DE UVA OU VINHO ALCOÓLICO?
A expressão “fruto da vide” mencionado na Ceia do Senhor, de
modo algum significa “suco de uva” (?), algo não fermentado:
"E digo-vos, que desde agora, não beberei deste fruto da vide,
até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu
Pai." (Mateus 26.29). - O negrito é meu.
O significado judaico e grego à expressão "fruto da vide":
“Fruto da vide, frase falada por Jesus por ocasião de instituir a
Santa Ceia, Mt 26. 29; é expressão usada pelos judeus, desde
tempos imemoriais, para designar o vinho que tomavam em
ocasiões solenes, tais como, pela festa da Páscoa e na tarde do
sábado (Mishna, Berakoth, 6. 1).
Os gregos também empregavam a mesma frase, como
sinônimo de vinho capaz de embriagar, Heród. 1. 211, 212.” (D. Davis,
John – Dicionário da Bíblia, pág. 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil, JUERP)
Até hoje, segundo o costume, os judeus festejam a "Páscoa" (hebr. Pêssach)
com vinho alcoólico:
"Como pessoas livres e importantes bebem vinhos bons de qualidade, deve-se
procurar, para o Sêder, um vinho forte que contenha álcool e que, de
preferência, não seja fervido. Como segunda opção, pode-se usar vinho
fervido. Alguém que tem medo de tomar vinho, pois pode ficar tonto e não
aguentar o Sêder até o final, é melhor que tome um vinho mais fraco. É mais
importante participar do Sêder até o final do que beber um vinho forte. Uma
opção é misturar vinho com suco de uva." (Koschland, Meir. Meafelá Leor Gadol - Leis,
Costumes e Motivos do Sêder de Pêssach, pág. 58, 2ª Edição, Multcorte Gráfica e Editora, São
Paulo, SP, Brasil).
Como todos os da família judia são obrigados a participar do Pêssach
(Páscoa), apenas às crianças são dadas o simples "suco de uva":
"É correto dar às crianças suco de uva e não vinho." (Koschland, Meir. Meafelá Leor
Gadol - Leis, Costumes e Motivos do Sêder de Pêssach, pág. 60, 2ª Edição, Multcorte Gráfica e
Editora, São Paulo, SP, Brasil
Fica evidente - entre os judeus - a distinção entre "vinho" e "suco de uva" na
refeição Pascoal. O vinho servido por Jesus na páscoa é o mesmo servido na
Santa Ceia, não era "suco da uva" e muitos confundem "fermentação vinosa“
com fermento, sendo coisas distintas:
“Dizem que pelo fato de ser proibido o fermento durante os sete dias da festa
pascoal, o vinho usado nessa solenidade não devia ser fermentado. O
argumento não procede. A fermentação vinosa nunca se chamou fermento.” (D. Davis, John – Dicionário da Bíblia, pág. 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica do Brasil,
JUERP.
A fermentação vinosa era natural por não conter fermento, o vinho pascoal
não recebia nenhum produto para ser misturado, mas era naturalmente o
“bom vinho”, o superior:
“O vinho tinto é servido tradicionalmente à mesa do Sêder porque o Talmud
considera o vinho tinto superior ao branco.” (J. Kolatch Alfred. Livro Judaico dos
Porquês, págs. 218 e 219, 3ª Edição: março de 2001, Editora e Livraria Sêfer Ltda, São Paulo, SP,
Brasil)
Sêder é uma refeição noturna que dá início a festa da páscoa entre os judeus,
é mencionada em Mateus 26.17. Nos tempos dos apóstolos ainda havia esse
costume, e alguns cristãos bebiam imoderadamente no Sêder, o que levou
Paulo a repreendê-los energicamente:
“Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim
um tem fome e outro embriaga-se. Não tendes porventura casas para comer e
para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada
têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.” (1 Coríntios 11.21,
22).
O texto acima aponta vinho que embriaga presente na Ceia do Senhor.
Vejamos como faziam os judeus para "enfraquecê-lo" na Páscoa:
“Todos deveriam ter o cuidado de não o tomarem em excesso. Os meios
empregados para neutralizar os efeitos perigosos do vinho, eram: 1.
Enfraquecê-lo com água, 2 Mac 15. 39; Heród. 6. 84, como se pode ver no
modo de celebrar a Páscoa em que os servos levavam uma vasilha com água
quente para misturar no vinho que era usado nessa solenidade (Mishna,
Pesachim, 7. 13; 10.2,4,7).” (D. Davis, John – Dicionário da Bíblia, pág. 619. 12ª Edição,
Confederação Evangélica do Brasil, JUERP).
A Bibliografia citada da literatura judaica (Mishna, Pesachim, 7.13;
10.2,4,7) é uma prova de que se usava vinho embriagante na "Páscoa"
(hebr. pessach) desde tempos imemoriais, o qual Jesus se utilizou. A
expressão "fruto da vide" era usada tanto por judeus como pelos gregos
como referência ao vinho capaz de embriagar:
"Fruto da vide, frase falada por Jesus por ocasião de instituir a Santa
Ceia, Mt 26.29; é expressão usada pelos judeus, desde tempos
imemoriais, para designar o vinho que tomavam em ocasiões solenes,
tais como, pela festa da Páscoa e na tarde do sábado (Mishna,
Berakoth, 6.1). Os gregos também empregavam a mesma frase,
como sinônimo de vinho capaz de embriagar, Heród. 1. 211, 212." (D. Davis, Jonh. Dicionário da Bíblia, pág. 619. 12ª Edição, Confederação Evangélica
do Brasil, JUERP).
Uma bela alusão da mistura de água no vinho pascoal, seja talvez um
símbolo aludindo à devida passagem Bíblica:
"Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo
saiu sangue água." (João 19.35).
Os líderes da igreja Cristã não deveriam ser pessoas “dadas” (gr.
paroinos = escravo da bebida) ao vinho, isto é, “alguém que
senta-se por muito tempo com o seu vinho, escravo da bebida” (Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon. Chave Linguística do Novo Testamento Grego, pág.
461, 1ª Edição em Português: 1985, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São
Paulo, SP, Brasil).
Isto é enfatizado nas devidas passagens de 1Timóteo 3.3,8;
em Tito 1.7 é recomendado “um pouco” como algo medicinal. A
recomendação a todos os crentes não é só referente ao vinho:
“Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem
fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se
escandalize, ou se enfraqueça.” (Romanos 14.21).
JESUS E A TRANSFOMAÇÃO DA
AGUA EM VINHO.
Segundo João 2:1-11, numa festa de "bodas" (casamento), Jesus transformou
milagrosamente água em vinho. Nossa investigação procura saber se a bebida
em questão era vinho alcoólico ou simplesmente suco de uva não fermentado.
Primeiro, caro leitor, é fundamental conhecer o relato completo:
"E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a
mãe de Jesus. 2 E foram também convidados Jesus e os seus discípulos
para as bodas. 3 E, faltando o vinho [oinos], a mãe de Jesus lhe disse: Não
têm vinho [oinos]. 4 Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda
não é chegada a minha hora. 5 Sua mãe disse aos empregados: Fazei tudo
quanto ele vos disser. 6 E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as
purificações dos judeus e em cada uma cabiam duas ou três metretas. 7
Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em
cima. 8 E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram. 9 E,
logo que o mestre-sala provou a água feita vinho [oinos] (não sabendo de
onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água),
chamou o mestre-sala ao esposo. 10 E disse-lhe: Todo o homem põe
primeiro o vinho [oinos] bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior;
mas tu guardaste até agora o bom vinho [oinos]. 11 Jesus principiou assim
os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus
discípulos creram nele.“ JOÃO 2:1-11
TEXTO DE JOÃO
3:1-12 EM
GREGO
Leitor, comparando o texto em português acima com o grego ao lado,
notará a palavra "vinho" como tradução de "oinos". Sabe o que estava
palavra significa?
"Oinos" refere-se basicamente a vinho com completa fermentação
alcoólica, embora possa aplicar-se a bebida desde o início do processo
de fermentação.
Portanto, independente do estágio de fermentação, o "oinos" produzido
por Jesus necessariamente conteria teor alcoólico, seja pouco ou
muito.
Contudo, há quem apele erroneamente para o simbolismo de
Apocalipse 6:6 e 19:15 na tentativa desesperada de alargar o
significado de "oinos" para que inclua a ideia de suco de uva não-
fermentado.
Mas, mesmo que também pudesse se referir ao vinho sem álcool,
certas informações do próprio contexto das bodas fornecem indicações
de que o vinho milagroso era realmente inebriante.
Quais são estas indicações? Considere atentamente:
1ª INDICAÇÃO
Versículo 9
“E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho
(não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam
os empregados que tinham tirado a água),
chamou o mestre-sala ao esposo.”
Jesus sabia que havia ali alguém à serviço como "mestre-sala"
(talvez, um tipo de enólogo). Em conformidade com isso, João
afirma que o "mestre-sala provou a água feita vinho". Não há
registro de existir provadores de suco de uva em festas de
casamento, mas sim provadores de vinho
fermentado. Consequentemente, o próprio Jesus requisitar
o serviço especial de tal homem sugere vinho alcoólico.
2ª INDICAÇÃO
Versículo 10
“E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e,
quando já têm bebido bem, então, o inferior;
mas tu guardaste até agora o bom vinho.”
A bebida feita por Jesus foi classificada pelo "mestre-sala" como "bom vinho".
O que revela o significado desta expressão? Bem, se esta expressão fosse
sinônima de inocente suco de uva não-fermentado, inutilizaria o artifício de
servir vinho "bom" antes do "inferior" posto que seria fácil para aquele que
tivesse "bebido bem" de tal suco não inebriante identificar quando a bebida
"inferior" fosse servida. Portanto, pelo próprio contexto imediato do versículo,
"bom vinho" indica bebida alcoólica pois “beber bem” dela entorpeceria o
paladar dificultando perceber quando se bebesse do vinho “inferior”.
Temos indicação bíblica adicional de que "bom vinho" provocasse
um estado inebriante? Para o desagrado dos defensores do vinho
não-fermentado, Cantares de Salomão 7:9 revela que “bom
vinho" é algo mais do que inocentes uvas espremidas pois "faz
com que falem os lábios dos que dormem."
Por outro lado, em toda a Bíblia, não existe um único texto bíblico
sugerindo sequer que "bom vinho" não embriagaria, se tomado
em excesso.
Note também as considerações a seguir:
O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO — ESTABELECIDO POR DEUS!O gradativo processo de fermentação se inicia geralmente dentro de seis horas. Sobfermentação alcoólica, o mosto dá origem ao vinho [Miquéias 6:15]. Em seguida, inicia-se afermentação acética, originando o vinagre. Não há nada de condenável ou pecaminoso nisso.Jesus, como "arquiteto" (Provérbios 8:30, na ARA.) na criação de Deus, conhecia perfeitamenteo processo de fermentação das uvas. Assim, o suco de uva natural não fermentado, pela próprialei estabelecida pelo Criador, viria progressivamente a conter álcool.
1) Podemos observar aqui que "vinho novo" não é um inocente ou estático
suco de uva pois "romperia odres". Trata-se de algo vivo, em fase de
desenvolvimento quanto a fermentação alcoólica.
2) Ao falar sobre vinho repare que Jesus não criticou o procedimento técnico
para produzir vinho novo em velho. Leitor, não tenha dúvida de que Jesus
aproveitaria a oportunidade para condenar tal produção ou o consumo desta
bebida se ela fosse imprópria aos servos de Deus. Mas, pelo contrário, falou
normalmente sobre isso como sendo algo comum e aceitável e, de fato, era
realmente assim.
JESUS FALA POSITIVAMENTE SOBRE O "MILAGRE" NATURAL DE
TRANSFORMAR SUCO DE UVA EM VINHO FERMENTADO
LUCAS 5:37-3937 E ninguém deita vinho (oinos) novo em odres velhos; do contrário,
o vinho (oinos) novo romperá os odres e se derramará, e os odres se
perderão; 38 mas vinho (oinos) novo deve ser deitado em odres
novos. 39 E ninguém, tendo bebido o velho, quer o novo; porque diz: O
velho é bom.
3) Se o melhor vinho fosse o não-fermentado, em contraste, Jesus
explicaria como produzi-lo e não destacaria a sabedoria de colocar
vinho novo em odres novos... Mas, nem aqui e nem em qualquer outro
lugar da Bíblia, Jesus (ou qualquer outro) explicou sobre como
conservar suco de uva sem fermentar ou que o suco deveria ser
consumido somente antes da fermentação. A verdade é: tudo o que for
além disso é pura especulação.
4) Ao usar a palavra "ninguém", Jesus não limita aos mundanos (como
querem alguns) a declaração acerca do vinho: "o velho é bom".
5) Após tomar do vinho milagroso, o experiente mestre-sala, em vez de
identificá-lo como sendo suco de uva ou anunciar uma mudança na
espécie da bebida oferecida, elogiou o noivo por "guardar", isto
é, permanecer servindo "até agora o bom vinho" em contrate com o
costume de fazer isso apenas na parte inicial da festa. Para o mestre-
sala, assim como o primeiro, o segundo vinho era bom "oinos".
6) Em adição ao argumento acima, temos uma segunda
testemunha: o apóstolo João. Nem mesmo numa ocasião
importantíssima como esta — o primeiro milagre de Jesus —
João esforçou-se em usar um termo grego que distinguisse o
vinho milagroso do oferecido pelo noivo ou que equivalesse
exclusivamente a suco de uva não fermentado tal como "trudz". O
fato é: divinamente inspirado, João não fez diferenciação entre
os vinhos das bodas de casamento pois escreveu que ambos
eram "oinos" (versículos 3 e 9). Deveríamos nós diferenciá-los?
7) A Bíblia de Estudo Almeida, página 140, diz sobre João 2:1:
"Talvez Maria estivesse ajudando a servir (vs. 3-5), já que, em tais
ocasiões, somente os homens participavam do banquete formal."
Se apenas o vinho provido pelo noivo fosse fermentado, Maria
oferecia inicialmente vinho alcoólico aos convidados e só
posteriormente o vinho não alcoólico...
Mesmo assim, o devido verso e contexto em nada proíbem.
Entretanto, sempre é bom evitar tudo aquilo que pode trazer
transtornos no futuro; afinal, nem todos conseguem reger seu
apetite com sabedoria e as Escrituras repreendem energicamente
aqueles que se demoram ou se entregam ao vinho. Este estudo
foi elaborado para mostrar a verdade escrita na Palavra de Deus,
tal qual consta em Seu Sagrado conteúdo, sem enfeites. Informo
ao leitor, antes de qualquer pedrada em minha direção, que
eu não tomo vinho e nenhuma bebida alcoólica ocupa
espaço em minha mesa, seja ela de qualquer natureza. Minha
posição e missão é o de falar e pregar a verdade das Escrituras
tal como Ela é, doa a quem doer.
CONCLUSÃO
Romanos 14.2121 Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em
que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.
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