Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 21-22

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a. / 3b. / 5c. / 2d. / 4e. / 1

e. / 1 — Quando foi da publicação de Orpheu, foi preciso, à última hora, arranjar qualquer coisa para completar o número de páginas.

c. / 2 — Sugeri então ao Sá-Carneiro que eu fizesse um poema «antigo» do Álvaro de Campos — um poema de como o Álvaro de Campos seria antes de ter conhecido Caeiro e ter caído sob a sua influência.

a. / 3 — E assim fiz o «Opiário», em que tentei dar todas as tendências latentes do Álvaro de Campos, conforme haviam de ser depois reveladas, mas sem haver ainda qualquer traço de contacto com o seu mestre Caeiro.

d. / 4 Foi dos poemas que tenho escrito o que me deu mais que fazer, pelo duplo poder de despersonalização que tive que desenvolver.

b. / 5 Mas, enfim, creio que não saiu mau, e que dá o Álvaro em botão...

estiola = atrofiapundonor = brio, honraPlon = casa editora francesaMercure = Mercure de France, revista literária e casa editora francesacânfora = substância (extraída da canforeira) usada, por exemplo, em medicamentosprocela = tempestadeescroc = escroque, intrujão, vigarista

Álvaro de Campos goza de um estatuto especial entre os heterónimos, (1) não só (enumeração) por ser aquele que tem um perfil biográfico mais completo, (2) mas sobretudo (enumeração), porque Pessoa fez dele um poeta atual, moder-nista e vanguardista [...].

Na época em que foi criado, em conjunto com os outros heterónimos, a função de Campos estava, (3) portanto (conclusão), circunscrita a um vanguardismo europeísta (4) mas (oposição) (5) ao mesmo tempo (tempo) nacional, aproximando-se do Futurismo no que respeita ao culto das tecnologias (6) e (adição) da ciência moderna [...].

Foi (7) igualmente (confirmação) a este heterónimo que Pessoa atribuiu a autoria de dois incisivos textos programáticos do Modernismo: o Ultimatum, que foi publicado em 1917 na revista Portugal Futurista [...]; os Apontamentos para uma estética não aristotélica, que viram a luz na revista Athena (1924-1925), contêm a proposta de uma nova estética, adaptada aos tempos modernos, e (8) por isso (consequência) baseada na ideia de força (9) em vez da (contraste) aristotélica (10) ou (alternativa) helénica ideia de beleza.

[...] «Opiário» representa a época pré-modernista de Pessoa. Ficticiamente anterior às grandes odes sensacionistas, foi (11) realmente (certeza) composto vários meses (12) depois da (sequencialização temporal) «Ode Triunfal».

Em «A arte futurista» — saído no número único da revista Portugal Futurista, 1917 —, defende-se que já não convém aos tempos modernos uma arte que se limite a representar o que está parado, a ser uma caricatura da Natureza, a cantar a tristeza e o passado. Ao contrário, uma nova corrente, o futurismo, é que pode adequar-se às vivências industriais de hoje, porque

conseguirá dar conta da agitação, da energia, das máquinas, dos perigos típicos do nosso tempo. Por exemplo, a poesia

futurista acabará por ser mais humana, mais bela, ao não ter receio de tratar da agressividade, da velocidade, da luta de que se revestem as ações dos dias que correm.

TPC — Lê «Um Campos diferente» (p. 124). Depois, lê também o texto de Campos «Tenho uma grande constipação». Em folha que me possas entregar, responde ao ponto 7 da p. 123. Não esqueças a parte dos dois argumentos e escreve acabadamente (e não, não quero «Constipação» nem «Lenço cheio de ranho»).