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História da Habitação e Mobiliário

Antonio Castelnou

AULA 12

Organicismo

Nas décadas de 1930 e 1940, ocorreu uma segunda fase do modernismo, centrada principalmente no norte

europeu – Inglaterra e Países Escandinavos – e que tendia ao uso de materiais naturais (tijolos, pedras e

madeiras) e formas mais orgânicas.

Procurando dar uma expressão mais familiar, cotidiana e confortável ao mobiliário e à arquitetura de interiores, o

DESIGN ORGÂNICO voltou-se para a tradição e o conforto ambiental, antecipando as discussões

ergonômicas e preparando o campo para o 50’s.

Essa nova vertente do FUNCIONALISMO partiu da

não-cor e forma pura para o uso de materiais naturais e formas

compostas, criticando o “nudismo”, o geometrismo e

o universalismo dos racionalistas dos anos 1920; e introduzindo preocupações antropométricas e psicológicas nos interiores e

design industrial.

Pernilla Armchair (1934) Bruno Mathsson (1907-88)

Liggstol Mod 36 (1936)

Eva Armchair (1941)

Empregando a VARIEDADE das formas oblíquas ou onduladas, o interiorismo orgânico desprezava o uso de standards e defendia visões pessoais e abordagens particulares dos ambientes.

Procurando refletir, na sequência e ordenação dos espaços

arquitetônicos, os movimentos reais e fundamentais do homem na edificação, reintegrou a completa

realidade estrutural da obra

Villa Mairea (1937/39, Noormarkku Finl.) Alvar Aalto (1898-1976)

Erik G. Asplund (1885-1940) Easy Armchair (1925, Estocolmo Suécia)

Naquele momento, não era mais preciso propor um limitado vocabulário plástico e rígidas fórmulas para se opor ao

historicismo, como ocorreu antes fase: buscava-se um elo entre o utilitarismo e uma arquitetura mais familiar e cotidiana.

Bodafors chairs

Sven Markelius (1889-1972)

Dolphin Chair Hans J. Wegner (1914-2007)

Entre os maiores expoentes do design orgânico estavam o casal finlandês Aino (1894-1949) e Alvar Aalto (1898-1976) ; os suecos Erik Asplund (1885-

1940), Sven Markelius (1889-1972) e Bruno Mathsson

(1907-88); e os dinamarqueses Arne Jacobsen (1902-71), Finn

Juhl (1912-89) e Hans J. Wegner (1914-2007).

Aino (1894-1949) &

Alvar Aalto (1898-1976)

Karhula Glasses (1934)

Savoy vases (1937/38)

O arquiteto finlandês, ALVAR AALTO (1898-1976), gradativamente,

criou uma nova organicidade em seus projetos, na qual

nenhum elemento arquitetônico era livre por si mesmo, ou seja, estrutura,

plantas, fachadas e aberturas – tudo interligava-

se de modo a libertar o homem e o espaço.

Villa Tammekann (1932, Tartu, Estônia) Alvar Aalto (1898-1976)

Entre 1932 e 1945, Aalto desenvolveu móveis em

compensado curvo a serem produzidos em série e concebidos conforme a linha

orgânica do corpo, mas sempre levando em

consideração a produção industrial (pureza de linhas e

planos), para possibilitar barateamento e consequente

viabilidade executiva.

Paimio Chair & Teawagen (1931/32)

Chaise loungue (1935/36) Alvar Aalto (1898-1976)

Pav. superior

Pav. térreo Alvar Aalto (1898-1976)

Villa Mairea (1937/39,

Noormarkku Finlândia)

Aproveitando-se dos progressos industriais, Aalto reivindicava maior modéstia (menor escala), maior habilidade

com os detalhes (preocupação tecnológica) e maior preocupação com a vida humana (psicologia e conforto),

partindo para o regionalismo e buscando uma racionalidade de formas funcionais não necessariamente ortogonais.

Alvar Aalto (1898-1976) MIT Baker House

(1947/48, Cambridge MA)

Já o arquiteto sueco ERIK GUNNAR ASPLUND

(1885-1940), insatisfeito com a fórmula racionalista,

procurou humanizar a arquitetura, baseado na

tradição romântica da Suécia, tornando-se pioneiro

na valorização do fator psicológico na construção.

Villa Snellman (1917/21, Danderyd Suécia)

Erik G. Asplund (1885-1940)

Por sua vez, também sueco, SVEN MARKELIUS (1889-

1972) é considerado um dos pioneiros do

racionalismo arquitetônico na Escandinávia, que, a partir dos anos 1930, começou a fazer sutis referências à tradição

nórdica, em uma interpretação regional do

funcionalismo.

O design orgânico encontrou seu auge somente após a

Segunda Guerra Mundial (1939/45) e, principalmente,

na década de 1950, quando seu desenho simples, funcional e

barato espalhou-se pelo mundo.

Em 1951, foi criado o LUNNING PRIZE; um prêmio atribuído a eminentes designers

escandinavos, que durou até 191, consagrando-os.

Finn Juhl (1912-89)

Chieftain Chair (1949)

46 Chair (1946)

Fireplace Armchair & Ortoman (1949)

O arquiteto dinamarquês ARNE JACOBSEN (1902-

71) desenvolveu um trabalho versátil, de talheres a edifícios; de mobiliário a

papeis de parede.

Vencedor de vários prêmios internacionais, seus maiores

destaques foram a Ant Chair (1951) e a Série 7

(1955), que se tornaram as cadeiras de maior sucesso

comercial do mundo.

Ant Chair (1951)

Tongue Chair (1953)

Serie 7 Chairs (1955)

Outro dinamarquês, HANS J. WEGNER (1914-2007) agregou a funcionalidade orgânica ao modernismo,

tornando-se mundialmente reconhecido pela qualidade

de seus produtos.

Produzindo mais de 500 cadeiras diferentes, Wegner conseguir transformar pelo

menos 100 dessas em produtos de massa.

Folding Chair (1949)

GE-233 Getama Beech Easy Chairs (1950)

DESIGN MODERNO ORGÂNICO

O organicismo difundiu-se a partir dos escandinavos,

mas teve como impulso fundamental a atuação de FRANK LLOYD WRIGHT (1869-1959), que defendia uma

arquitetura integrada à natureza, sem menosprezar os avanços tecnológicos e materiais industrializados.

Ward W. Willitts House (1901, Highland Park IL)

Spindle Back Chair (1902) Barrel Chair (1900)

Boyton Chair

(1907)

Johnson Wax Chair (1932)

Tokyo Hotel

Imperial Plates

(1916)

Edgar J. Kaufmann House

(1935/38, Bear Run PA)

F. L. Wright (1869-1959)

1 Área social 5 Dormitórios 2 Cozinha 6 Estúdio 3 Copa 7 Hall 4 Terraços

F. L. Wright (1869-1959) Honeycomb House

(1936/37, Stanford CA)

Frank Lloyd Wright (1869-1959)

Taliesin West (1938, Scottsdale AZ)

Kenneth Laurent House (1949, Rockford IL)

Origami Chair (1949)

Roland Reisley House (1951, Pleasantville NY)

Tardomodernismo

A partir do segundo pós-guerra – e da reconstrução europeia nos anos 1940–, desenvolveu-se um

conceito de organização do conjunto habitável, marcado pelo

desejo de conforto e simplicidade, o que conduziu a se diminuir a pureza das formas em direção a uma nova mentalidade em torno da elegância: nascia o

STYLE FIFTIES.

Marco Zanuso (1916-) Poltrona Lady (1951)

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