Apresentação para décimo segundo ano, aula 56

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• 80-90-100-110-120

• idealmente, retomar (ainda que em termos mínimos) a citação dada.

• evitar desperdiçar espaço em empolamentos (retóricas infantis [«Luiz Vaz de Camões, na sua grandiosa obra Os Lusíadas»]) e «cultura popular».

• conhecer os conteúdos (Batalha de Ourique, reflexões do poeta)

• Foco eram Os Lusíadas (não os sketches)

Os Lusíadas

nos Lusíadas

Obcecado

Obsessivo

Camões não esteve na viagem do Gama

Comentário à própria peça (como reflexão que poderia acontecer num texto que não fosse do género dramático):

Os denunciadores valorizam os seus serviços exagerando a gravidade da conjura.

O Principal Sousa, que só no segundo acto se revela inteiramente,

apenas pretende salvar a sua cons-ciência, isto é, apenas deseja ser convencido, pelos outros, da neces-sidade de tomar as medidas, que, aliás, já está inteiramente decidido a tomar.

Esta situação é, em si mesma, uma crítica a Portugal, que ele, como se depreende, despreza.

Beresford é um homem prático, que encara objectivamente a realidade. [...]

Referência à posição das personagens em cena (ou aos movimentos que fazem):

D. Miguel anda, no palco, de um lado para o outro.

(Do púlpito.)

(Levanta-se e passeia de um lado para o outro)

(Avançando do fundo do palco e falando)

Indicação das atitudes, gestos, das personagens (destinadas aos actores, sobretudo, e ao encenador):

(Sorrindo.)

(Abre os braços no gesto dramático de quem faz uma revelação importante e inesperada.)

(Para D. Miguel)

(Depois de um momento de espanto.)

(Atrapalhado. Olhando à sua volta.)

(Cumprimenta os dois)

Caracterização do tom de voz (e estado de espírito) e pausas:

(Pausa)

Zombeteiro

(Rindo-se)

Estaca. A última frase é proferida no tom de quem já pensou no assunto.

Fala lentamente. Está a lembrar-se de tudo o que deixou atrás de si.

Impaciente.

(Irónico.)

Indicação imprescindível a encenador (cenógrafo, aderecista, luminotécnico):

(Começa a entrar povo pela direita e pela esquerda do palco. Os tambores tocam sem cessar.)

«Os tambores entram em fanfarra e o palco enche-se de soldados»

(Ilumina-se o palco. D. Miguel Forjaz, Beresford e o principal Sousa estão sentados em três cadeiras pesadas e ricas com aparência de tronos.)

(O principal Sousa surge no palco, imponentemente vestido)

Marcação da saída ou da entrada de personagens (o que, no fundo, corresponde ao limite de cada cena):

(Entram Corvo e Vicente, respectivamente pela esquerda e pela direita do palco.)

(Corvo e Morais Sarmento saem pela esquerda do palco.)

(Sai pela esquerda do palco.)

(Entra Vicente pela esquerda do palco.)

A nota de ironia mais evidente encontra-se na apresentação de Morais Sarmento e Andrade Corvo — «dois denunciantes que honraram a classe» —, pois, independentemente da actuação das personagens, a conotação negativa de «denunciantes» confere ao resto da frase uma nota dissonante. O mesmo acontece em relação a Vicente, pois parece estranha a relação entre «provocador» e estar em vias de ser promovido.

Também a apresentação dos polícias não está isenta de ironia (como se as personagens fossem desinteressantes logo pela sua profissão). Quanto aos governadores, o adjectivo «conscienciosos», é propositadamente ambíguo, e depois de lida a peça será decerto percebido como pejorativo.