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E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

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Conteúdo

Da Personalização à Clusterização: O Marketing na Web deve ser Contexto, Utilidade e Verdade ................ 4

Reconstruindo o Relacionamento com Clientes com a Web ............................................................................ 7

Internet: Fermento da Estratégia Competitiva das Empresas........................................................................... 9

A Internet e a (Re) Invenção de Modelos Tradicionais de Negócio................................................................. 11

Governança para Web: Imperativa para o Crescimento Organizado .............................................................. 16

A Web 2.0, o Mundo Cloud e as Empresas Colaborativas ............................................................................... 20

Web: da Informação Aberta à Inteligência Competitiva ................................................................................. 23

A Web 2.0 Acelerando e Desgovernando a Convergência .............................................................................. 26

A TI no Mundo das Nuvens .............................................................................................................................. 29

A Nova Propaganda na Nova Internet ............................................................................................................. 32

Arquiteturas de Processos Web-Enabled a Partir da TI Estratégica ................................................................ 35

Estratégia de Relacionamento Convergente Multicanal “CLC Enabled” ......................................................... 37

A Internet e a Evolução dos Modelos de Negócio ........................................................................................... 40

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A E-Consulting® Corp. (www.e-consultingcorp.com.br),

empresa do Grupo ECC, é uma Boutique de Projetos e

Conhecimento 100% brasileira, especializada nos

setores e práticas de TI, Internet, Mídia, Telecom e

Contact Center, líder na criação, desenvolvimento e

implementação de estratégias e serviços profissionais

em TI, E-Business e Comunicação Digital para empresas

líderes em seus mercados.

Atuando no tripé Consultoria de Negócios, Análise e

Desenvolvimento Tecnológico e Comunicação 360o., a

E-Consulting® Corp. Desenvolve seus projetos e

soluções a partir de metodologias proprietárias associadas às metodologias golden-standard de mercado.

A empresa é, atualmente, formada por cerca de noventa profissionais multidisciplinares, com vasta

experiência em bancos de investimentos, agências de publicidade, empresas de consultoria e tecnologia.

Seu modelo de negócios e atuação reúne somente clientes preferenciais, parcerias duradouras,

metodologias comprovadas, experiências únicas, serviços exclusivos, atendimento personalizado e foco em

resultados.

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Da Personalização à Clusterização: O Marketing na Web

deve ser Contexto, Utilidade e Verdade

A Internet permite os acessos aos mais diferentes

Sites, Ambientes e Comunidades Online e, com

isso, o perfil das pessoas que acessam e usam a

Internet varia do mais alto executivo de uma

multinacional a um aluno de uma escola estadual.

Compreendendo isso, e as diferentes

necessidades de cada usuário, nasceu o conceito

– e, por decorrência, as plataformas - de

personalização da comunicação digital e também

da navegação nos Sites e Ambientes Digitais.

Atualmente, a quantidade, qualidade, origem,

variedade e formato da informação

disponibilizada nos diferentes ambientes digitais

(Sites, Lojas Virtuais, Intranets, Blogs,

Comunidades, etc) é muito grande e,

obviamente, boa parte dessas informações passa

a ser inútil para a maioria de pessoas. Claro, os

modelos de segmentação presumem uma

redução sensível no volume de usuários

impactados, potencialmente direcionados e

sensíveis à determinada informação, porque

esses modelos incorporam parâmetros de corte e

organização de universos, tais como idade, sexo,

região, etc. No marketing digital, assim como no

tradicional, segmentação é fundamental porque é

sinal de foco, relevância, inteligência e otimização

de mensagens, impactos e efeitos. Isso é o

mesmo que dizer maior assertividade e maior

conversão a menores custos.

Na Web 2.0, no mundo interconectado

multidevice, multi-ambiente, muti-usuário,

multiformato e multicanal, segmentar não é mais

suficiente. Pessoas se tornam avatares. Usuários

assumem diferentes chapéus ao mesmo tempo. A

famosa lei da física – um corpo só em um só lugar

do espaço – cai por terra. A mesma pessoa está

em vários ambientes, às vezes sendo ela mesma,

às vezes sendo outra pessoa. Diferentes pessoas

estão no mesmo ambiente, ocupando

exatamente o mesmo lugar no espaço, às vezes

sendo a mesma pessoa (ou melhor, avatar).

Mapear, trackear e organizar isso é muito difícil.

Compreender mais ainda. Identificar padrões,

encontrar soluções e aproveitar oportunidades...

bem isso é o que se espera do Marketing, não é?

No mundo em que logs e senhas não são mais

suficientes para determinar quem é quem e que

papel interpreta naquele momento, rever a

forma de organizar os indivíduos e seus grupos é

a saída mais óbvia. Clusterizar é o nome da

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técnica de organização de indivíduos e universos

em função de seu comportamento, hábitos,

atitudes, preferências, opiniões, pertencimentos,

ligações, conexões, valores, interesses, história de

vida, etc.

A Web social é sobre comportamentos

simultâneos das pessoas – de usuário, de

consumidor, de emissor de mensagens, de

formador de opinião, de blogueiro... Na verdade

tudo isso 2.0 (consumidor 2.0, funcionário 2.0,

etc). Que ter sucesso comercial, relevância de

mensagem e recall na Web 2.0? Clusterize seus

targets – e isto começa por segmentá-los; mas

não pára por aí, porque os critérios são

diferentes, como visto acima.

Para provar a necessidade de se pensar

sistemicamente e começar a clusterizar

indivíduos – CRM 2.0 – basta ver os exemplos

abaixo. Os números de cada onda da Web são

meramente ilustrativos (uma abstração mesmo)...

mas representam um pouco a evolução da

interação e do comportamento de empresas e

indivíduos na Internet. Vejamos:

Exemplo Web 1.0 (Personalização)? Um usuário

cadastrado que visita uma loja de CDs e têm

preferência pelo estilo de música clássica acaba

recebendo informações sobre as músicas do

momento ou os últimos lançamentos do jazz...

porque alguém achou que pessoas que gostam

de música clássica, gostam de jazz e transformou

isso em regra de sistema, de tecnologia. Esse tipo

de postura causa perda de tempo,

descontentamento e pode fazer com que esse

usuário abandone sua compra ou até a visitação

do Site no futuro.

Exemplo Web 1.25 (Personalização +

Comunidades)? Um membro da comunidade

“Adoro Heavy Metal” no Orkut é um enfermeiro

de 45 anos que não participa da comunidade

aberta “Enfermeiros Maduros” nem da

comunidade “Enfermeiros do Hospital X” – em

que trabalha - e que, afinal, não tem interesse

qualquer em trocar informação sobre os temas

de sua profissão com seus “colegas” de profissão.

Se comunicar com ele? Como? Outro exemplo?

Um grupo social do tipo “Sou Corintiano e daí”

com toda horda de perfis e públicos – de crianças

a senhoras de idade, de japoneses a negros,

passando por homossexuais... Segmentar fica

difícil.

Exemplo Web 1.5 (Personalização + Comunidades

+ Multiformato)? Um usuário recebe um vídeo

comercial de seu amigo e o replica para sua rede

de contatos. Esse vídeo é transformado em

download e se torna game. Também virá tema de

e-mail replicado para toda lista desta pessoa. A

marca de uma empresa está diluída na

comunicação nos diferentes formatos. O viral

acontece em áudio, vídeo, imagem, interação...

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Exemplo Web 1.75 (Personalização +

Comunidades + Multiformato + Multicanal)? Você

está andando no Shopping e recebe um SMS de

sua loja de roupas preferida sobre uma

promoção. Você não gosta do que vê. Ao

contrário, filma uma pessoa que está vestindo

algo que seria de seu interesse e reenvia à loja,

dizendo que quer algo assim. Eles não têm! Você

nem passa lá. Envia a mesmo foto a uma

comunidade de amigos, pede para que

descubram a marca daquela roupa. É do maior

concorrente de sua loja preferida. Você compra

no concorrente. E posta no seu Blog.

Exemplo Web 2.0 (Personalização + Comunidades

+ Multiformato + Multicanal + Multichapéu)? O

funcionário de uma grande operadora de

telefonia celular é também seu cliente. Mas um

cliente um pouco diferente, porque está do lado

de dentro. Ele sabe o porquê das coisas. O

telefone não funciona. O SMS não funciona. Ele

liga para o Contact Center. É mal atendido. Fica

sem solução... como qualquer cliente normal.

Mas ele não é cliente normal, por que sabe o

porquê das coisas. E o que faz então? Comunica a

verdade dos fatos em suas redes e comunidades

na Web, vai a Sites de reclamação, posta no seu

blog, vão os comparadores de produtos e

serviços... Esquece as prerrogativas de cada

chapéu, porque é um ser humano, naquele

momento, frustrado e com raiva. Só que o que diz

tem fundamento... o tal celular não funciona

porque a torre da região está sem manutenção.

Ele entrega o ouro para a concorrência... ou para

os advogados processistas.

A Internet é um tanto quanto fria em termos de

relacionamento com os clientes. A maioria das

empresas também, independente do canal.

Engatinham...

Já os usuários adoram ser reconhecidos pelo

nome – quando querem ser - e de ter a facilidade

de achar o conteúdo, serviço e produto que

procuram o mais rápido possível.

Esse é o novo desafio das marcas e das empresas

em sua relação com consumidores – atuais ou

prospects, interessados ou não. O marketing do

contexto, do momento, da verdade e da

utilidade.

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Reconstruindo o Relacionamento com Clientes com a

Web

A tecnologia da informação, as mídias interativas

e a Internet como ambiente/canal de

relacionamentos e colaboração definitivamente

transformaram a maneira tradicional de se fazer

negócios, de vender, atender e fidelizar clientes.

O relacionamento com consumidores, em

especial, tem passado por profundas mudanças.

Hoje, os consumidores possuem a capacidade e o

hábito de acessar e comparar informações e

demandar relações cada vez mais personalizadas

e imediatas com marcas e empresas, uma vez

que, além de consumidores, possuem um papel

de geradores de mídia, portanto construtores ou

destruidores da reputação das empresas

(produtos, serviços, marcas, etc).

Aos poucos, este relacionamento, que era

basicamente embasado na habilidade presencial

de vendedores e interlocutores em gerar

empatia, com algumas poucas restrições que

dirigiam sua conduta, passa a ser moldado pelo

arsenal de comunicação e relacionamento cada

vez mais recheado com técnicas e tecnologias

capazes de alimentar sua interação com

conteúdos e informações precisas e

personalizadas, em diversos formatos. E, nesse

contexto, a multiplicidade de canais e a

experiência proporcionada são os pontos

relevantes.

Apesar da tentação de se desenvolver novos

ambientes de forma pontual ou de inserir uma

mega estrutura digital da noite para o dia -

modelo top down - a forma mais efetiva de se

inserir a Web nos negócios com os clientes é de

forma orgânica, combinada com planejamento e

inteligência.

Para tanto, a empresa deve partir das

necessidades e possibilidades atuais derivadas

dos principais modelos, processos e atividades

transacionais, de relacionamento e de

comunicação com seus diferentes perfis de

clientes, e verificar como as tendências,

ferramentas e funcionalidades associadas à Web

podem aprimorá-las, potencializá-las, maximizá-

las ou mesmo redefini-las. Essa é a melhor forma

de se destinar corretamente os recursos e

investimentos para o mundo digital.

Deve-se olhar simultaneamente em volta e para

dentro da empresa. Exemplo: a Mobilidade é um

passo natural para toda e qualquer empresa que

já atua na Web. Porém, conforme a audiência

migra cada vez mais para as mini-telas e os

formatos de Web se renovam, as tradicionais

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estratégias de Push-Pull perdem a efetividade e

são substituídas pelo Follow. Só que nesse caso,

são as empresas que devem acompanhar clientes

e consumidores de forma proativa e intuitiva para

onde quer que estejam.

As empresas que desejam fazer parte do novo

mundo do relacionamento, colaboração,

conteúdo, branding e transação 2.0 deverão ter

claras as características dos desafios que irão

enfrentar. A dinâmica da atuação digital é distinta

e uma vez inserida no modelo de negócio, altera

significativamente os processos corporativos –

mesmos os mais maduros e estabelecidos, além

de impactar em variáveis fundamentais, como

posicionamento de marcas, modelos de

competição e interatividade com seus públicos.

Dessa forma, não basta provisionar um

investimento significativo para Web se a

estratégia de atuação (e mais ainda, de inserção

da Web no âmbito corporativo) não estiver bem

definida e consensada com os principais públicos

internos que, na grande maioria dos casos, terão

que “mostrar a cara”, respondendo aos

questionamentos e dando satisfação (em tempo

real!) para seus clientes.

Preparada ou não, cedo ou tarde, será imperativo

às empresas destinarem recursos relevantes para

a Web – do desenvolvimento à comunicação. A

curva de investimento cresce a cada ano e quanto

mais tarde uma empresa compreender seu futuro

inexorável, menos chance terá para competir

com sucesso nos novos mercados.

Page 9: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

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Internet: Fermento da Estratégia Competitiva das

Empresas

Segundo Michael Porter, um dos maiores

especialistas em estratégia corporativa, "a

Internet não muda as regras do jogo para as

indústrias existentes ou companhias

estabelecidas". Porter afirma que “a Internet não

substitui a estratégia; torna-a mais relevante”.

Concordamos em parte com sua constatação e

complementamos com o racional que usamos

aqui na E-Consulting Corp.: entendemos que a

Internet, para ser implementada com sucesso e

eficácia em uma empresa, deve responder às

seguintes perguntas (ref. Metodologia ECi,

proprietária da E-ConsultingCorp.:

1. Como sua adoção ou implementação,

na forma de projetos de infra-

estrutura, relacionamento, transações,

automações, comunicações, branding,

colaboração, dentre outros, fomentará

vantagem competitiva à empresa (ou

acelerará seu momentum) e,

2. Como esses projetos gerarão maior

valor aos acionistas.

Sem essas respostas tangíveis e comparáveis, a

Web corporativa é só modismo, fumaça, barulho,

inveja do vizinho ou influência do sobrinho.

As verdadeiras vantagens competitivas para as

empresas se encontram em diferenciais

fundamentais como o oferecimento de valores

únicos e exclusivos aos clientes, conhecimento e

práticas de negócios próprias e valiosas, um

melhor posicionamento dos produtos, processos

de produção mais ágeis e eficientes, flexibilidade

de trabalho anytime-anywhere, melhores

serviços aos clientes, abordagens integradas

multicanais e relações mais transparentes com os

diversos públicos corporativos. Efetivamente, a

Internet pode remodelar esses critérios, mudá-los

de escopo, valorizá-los... mas não suplantá-los.

Com isso, obviamente, a Internet é uma

vantagem competitiva não duradoura. Será,

somente, neste momento de "corrida" pela

transformação das companhias. É certo que

quando as principais companhias padronizarem

suas aplicações de Internet e utilizarem a rede de

forma sistêmica, cada vez mais estas deixarão de

ter na Internet vantagens competitivas de mais

longo-prazo. Isso é setorial, mas é também geral

no mercado.

Se há algo que esses 10 anos de projetos

complexos de Estratégia e Modelos de Negócio

baseados em Web para as empresas nos

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ensinaram é que a cópia não só é possível, como

muitas vezes inerente a mercados, ofertas e

empresas, quando se trata de mundo digital.

Então, mercados copiáveis comoditizam as

aplicações de Web, exigindo mais criatividade,

modelos mais inovadores e melhor performance

nas operações digitais. Como em tudo ligado ao

universo das empresas – principalmente das

grandes que trabalham com o consumidor final -,

a utilização maciça de algo anula sua vantagem.

No fundo, o que podemos afirmar é que e-

strategy e estratégia devem ser umas coisas só,

derivadas e interdependentes. Quando isso

acontece, business e e-business também é uma

coisa só e as empresas conseguem ter maior

alinhamento estratégico e colhem melhores

resultados práticos.

Assim, para nós, a soma "Internet + Estratégia"

não é e-strategy. A Internet deve estar prevista

na estratégia de longo prazo das companhias. E

com eficácia, qualidade, gestão, monitoramento,

inovação e lucratividade!

Depois de uma década, cai definitivamente o

mito. A internetização das companhias deixa de

ser um ganho fantástico, um “virado de jogo” e

passa a ser uma obrigação. O investimento passa

a ser compulsório e recorrente. Em muitos casos,

pode-se não ganhar "quase nada" com isso... a

não ser a sobrevivência, talvez.

Dia a dia, as empresas tradicionais certamente

serão organizações mais inteligentes. Têm de ser!

Com a obrigação de serem adaptáveis e

inovadoras, é papel delas serem capazes de tirar

reais vantagens de seu processo de

internetização nas diversas ondas de Web que se

sucedem (agora, por exemplo, estamos na 2.0 – a

colaborativa, das redes sociais e comunidades

online). Vale ressaltar que, na perpetuidade,

essas vantagens não existem... portanto,

enquanto esse processo no mercado ainda é

embrionário, aquelas que sabem antecipar os

movimentos certos, a cada onda de disrupção

que emerge, são as grandes coroadas com os

ganhos gerados direta ou indiretamente pela

Internet.

Mas não nos esqueçamos: a cada onda, isso vai

ser sempre temporário. Só por um período de

tempo finito. Mas será sempre uma grande

oportunidade.

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A Internet e a (Re) Invenção de Modelos Tradicionais de

Negócio

A Internet foi originalmente projetada com o

objetivo de facilitar a comunicação e o

compartilhamento de informações entre

universidades e unidades do Governo Norte-

Americano, inclusive o Exército. No entanto, o

projeto foi além e habilitou uma série de

transformações sequer imaginadas à época de

seu lançamento, na década de 1970. A Internet

permitiu o aparecimento de uma vila global e

intensiva em informação onde as pessoas estão

apenas a um clique de distância das outras.

O impacto nas organizações não foi menor.

Indústrias inteiras e, com elas, milhares de

empresas e empregos foram substituídos e outros

tantos foram (re) criados (alguns sequer existiam

há poucos anos).

Vejamos alguns desses setores e quais são suas

perspectivas futuras:

1. Agências de Turismo

Como era

Agências de Turismo desfrutavam de tarifas

especiais junto a empresas de aviação e

hospedagem em troca do direcionamento de

seus clientes a essas empresas.

Além disso, capitalizavam sobre os custos de

transação e incerteza associados ao

planejamento de uma viagem em razão da

dificuldade de encontrar informações confiáveis

sobre destinos, preços, taxas de câmbio e demais

informações.

Como se deu a ruptura

De início, operadoras de aviação low cost

optaram por vender passagens e serviços

diretamente aos clientes por meio da Internet

Além disso, inúmeros sites de comparação de

preços e recomendações reduziram a assimetria

de informações e permitiram aos próprios

consumidores acessarem as informações

necessárias ao planejamento de suas viagens.

Finalmente foram criados diversos portais de

turismo que utilizam intensamente tecnologia e

são capazes de oferecer pacotes, passagens e

hospedagens a preços mais competitivos que os

preços de muitas agências.

Futuro

O mercado tem se especializado. De um lado,

tem-se a criação de “super-agências”, capazes de

adquirir pacotes em grandes volumes e, com isso,

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oferecer pacotes turísticos a preços ultra-

competitivos aos clientes.

Outras empresas têm se especializado em nichos

de mercado como roteiros de cunho religioso,

para a 3ª idade ou lugares exóticos. O modelo de

negócios dessas empresas é baseado em

atendimento personalizado e preços premium.

Turismo cada vez mais será o subproduto de

serviços com entretenimento. Desta forma, a

expansão do produto (ex. uma viagem, um navio,

um restaurante) pelos caminhos da experiência

interativa, intelectual e até sensorial,

possibilitada pela Internet, redefinirá a indústria

conhecida hoje como T&E (Turismo &

Entretenimento), ainda mais quando se considera

o conjunto de tecnologias disponíveis capazes de

possibilitar, por exemplo, leilões de assentos

vagos em aviões ou superpreficação dos

melhores quartos em hotéis concorridos, ou

ainda tours experienciais fantásticos em

ambientes remotos como geleiras, grutas e

desertos.

2. Indústria Fonográfica e Cinematográfica

Como era

Músicas e filmes eram armazenados em uma

mídia física (como LP, CD ou DVD) para serem

então distribuídos em locações selecionadas de

varejo.

Como se deu a ruptura

Tecnologias de compressão (tipo MP3 e Wav), de

compartilhamento (tipo Kazaa ou Torrent) e de

cópia romperam com o modelo tradicional de

várias maneiras.

De repente, diversas barreiras ao consumo e a

distribuição caíram, pois os consumidores foram

capazes de receber a mídia em formato digital em

sua casa, em vários devices (computadores, mp3

players, celulares, etc) e, em muitos casos

gratuitamente (graças a pirataria), podendo

compra ou adquirir sem custos o limite de uma

faixa de um disco todo (aqui, o produto se

desconstruiu).

Futuro

Produtoras de conteúdo têm optado por fontes

adicionais de receita como o licenciamento de

marcas, já que as receitas com venda de CD e

DVDs e até mesmo cinema vêm diminuindo há

alguns anos.

No caso da indústria cinematográfica, algumas

empresas apostam em versões 3D que permitem

preços superiores e que ainda não são

pirateadas. A distribuição de filmes Cult ou com

custos inferiores ao padrão holiwoodiano de

produção também tem sido um caminho trilhado

por vários estúdios.

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A indústria fonográfica, por sua vez, ainda luta

para definir o modelo ideal. De um lado, se vêem

obrigadas a participar do iTunes e desfrutarem de

margens reduzidas. De outro, tentam inovar; um

caso interessante foi o modelo de pague quanto

quiser adotado pela banda inglesa Radiohead

recentemente. Mesmo assim, o desafio de

distribuir suas músicas em canais distintos, como

móbile, somado à necessidade de agregar valor

ao seu produto (ex. configurar como

entretenimento) – e ganhar com isso – é uma

barreira ainda não vencida.

3. Operadoras de Telefonia Fixa

Como era

Usuários eram tarifados em função de uma

combinação de tempo e distância (tanto para

telefones móveis quanto para telefones fixos).

Como se deu a ruptura

A Tecnologia VOIP associada à popularização da

banda larga permitiu realizar chamadas a preços

próximos a zero (independente de tempo ou

distância) e minou o modelo baseado em

assinatura e pulsos das operadoras fixas.

A principal mudança se deu nas expectativas de

valor do usuário que estão cientes que os custos

associados à telefonia são muito baixos (tanto

que o Skype não cobra ligações entre si) e,

portanto, o desembolso de grandes quantias não

se justificaria – pelo menos do ponto de vista

econômico.

Futuro

Operadoras fixas se anteciparam a essa tendência

e desencadearam um movimento de aquisição de

empresas de Internet banda larga e telefonia

móvel, formando empresas triple play (telefonia

fixa + móvel + banda larga).

A próxima etapa é a convergência de toda essa

infra-estrutura aos demais equipamentos

eletronicamente habilitados e o desenvolvimento

de novos modelos de serviços e ofertas, como

Entertainment as a Service.

As implicações disso ainda não são claras, pois

resultará na redefinição de cadeias inteiras de

valor, onde, por exemplo, empresas tradicionais

de mídia poderão associar-se aos fabricantes de

equipamentos diversos e permitirão ao usuário-

internauta-consumidor acessar conteúdo em

devices como a TV Digital, Automóveis ou a

Geladeira.

4. Indústria da Propaganda (Emissora Rádio e

TV, Jornais, Empresas de Outdoor, etc)

Como era

Tradicionalmente seu modelo de negócios foi

baseado na venda de audiência para anunciantes

a partir da crença de que uma parcela da

audiência poderia ser influenciada pelas

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propagandas e, portanto, se interessar em

adquirir o produto/serviço anunciado.

O que sempre esteve em questão foi a

mensuração dessa parcela.

Como se deu a ruptura

A popularização da Internet e da propaganda

online alterou profundamente as expectativas de

anunciantes quanto ao retorno dos investimentos

em propaganda.

Isso se deu em função da possibilidade de se

medir eficazmente a taxa de cliques (e, portanto,

audiência) e também à quantidade de cliques que

foram convertidos em vendas.

Além disso, o Google propôs um modelo no qual

os anunciantes somente pagam pelos cliques

efetivados.

O resultado prático disso é que a mensuração dos

gastos com publicidade online pode ser

justificada facilmente ao passo que a off-line não.

Em setembro de 2009, na Grã-Bretanha, os

gastos com publicidade na Internet

ultrapassaram, pela primeira vez, os gastos com

propagandas na televisão. A questão é que,

diferente do ocorrido nas TVs, parece haver uma

tendência à dispersão dos gastos.

Futuro

Jornais e revistas têm sido aqueles que mais

sofrem. De um lado com a redução da receita

com anúncios e, de outro, com a dificuldade de

cobrarem pela leitura do conteúdo na Internet (já

que as expectativas dos consumidores é a de

acessar conteúdo gratuitamente).

Não parece ainda haver um roteiro claro a ser

seguido. Alguns grupos têm optado por se

associarem e juntar forças (como a recente

parceria entre Grupo Estado e Microsoft). Outros

grupos têm optado pela criação de barreiras (vide

Murdoch) cobrando pelo acesso do conteúdo do

jornal Times.

Assim como a Telefonia, esse é outro segmento

fortemente impactado pela Convergência, em

que o caminho a ser trilhado passa pela

capacidade de extrair e gerar valor em um

mercado ainda inexplorado e indefinido.

Internet: Redução das Ineficiências de Mercado

e Novas Expectativas dos Consumidores

A Internet reduziu drasticamente o custo de criar,

enviar e armazenar informações, ao mesmo

tempo em que facilitou a colaboração e

compartilhamento destas. Os custos de transação

relacionados à pesquisa por produtos,

fornecedores e preços diminuíram

significativamente e, com isso, diversas indústrias

foram redefinidas.

Page 15: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

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No entanto, talvez a maior mudança deu-se na

percepção de valor dos usuários, que passaram a

usufruir de uma variedade de produtos e serviços

a preços ínfimos ou próximos de zero; ou que

ainda exigem uma revisão da precificação de

muitos serviços, já que a Internet possibilita

produzir tais serviços a preços mais competitivos.

Nesse artigo, buscamos ilustrar como esse

conjunto de mudanças alterou drástica e

rapidamente indústrias inteiras (muitas das quais

historicamente estáveis e lucrativas). O ponto

aqui é: ninguém está a salvo e, portanto, as

seguintes questões, dentre outras, devem ser

feitas pelos executivos de todos os setores:

Como a Internet tem contribuído para alterar as

expectativas dos meus consumidores?

Que novas tecnologias foram habilitadas pela

Internet que permitem aos consumidores – ou a

própria empresa – usufruir/oferecer os

produtos/serviços de uma maneira mais

competitiva?

Que ineficiências de mercado minha empresa

explora e como a Internet pode superá-

la/substituí-la?

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Governança para Web: Imperativa para o Crescimento

Organizado

Diversas organizações têm apresentado

enormes dificuldades em criar, implementar e

gerenciar uma estratégia digital. Dos ambientes

e canais, à definição de públicos, modelos

colaborativos, ferramentas, conteúdo e

funcionalidades disponíveis, as corporações vêm

se complicando em compreender como

fenômenos do tipo convergência (multicanal,

multiformato, multimídia), mobilidade, redes e

comunidades, dentre outros, estão dominando a

Internet e redefinindo seu papel e peso nas

estratégias corporativas, principalmente no que

chamamos na E-Consulting de tripé da Estratégia

Web: Vendas, Relacionamento e Branding ou

VRB.

Acreditamos que essas dificuldades serão cada

vez maiores tendo em vista que a presença das

empresas na Web vai aumentar forçosamente

(inclusive à sua revelia, nos chamados ambientes

terceiros, onde marcas, produtos e serviços são

objetos contínuos de opiniões, análises,

críticas...), assim como a complexidade da

mesma. Além disso, este aumento de demanda

por presença e o crescimento das experiências

em novas tecnologias, canais, modelos e

formatos têm se dado de maneira desorganizada

e desestruturada, uma vez que é latente a

ausência de políticas, pessoas e processos

adequados.

Os riscos dessa desorganização são variados e

não devem ser desprezados. Dentre eles

podemos citar:

Baixa eficácia e pouca clareza nas ações

digitais (comerciais, marketing,

posicionamento, relacionamento,

atendimento, etc), fator que pode

canibalizar as ações off-line, confundindo

estratégia, posicionamento, mensagem e,

portanto, minimizando as chances de

bons resultados,

Disponibilização de informações e

conteúdo inconsistentes, desatualizados e

desalinhados, gerando frustração e

confusão nos diversos públicos,

Incapacidade de posicionar ambientes,

mídias e ferramentas com o conteúdo

certo, para os públicos certos, nos

momentos certos, inclusive na Web

aberta,

Incapacidade de escolher, moldar e gerir

canais de forma integrada (abordagem

multicanal,

Page 17: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

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(integração com CRM, etc), associada à

baixa compreensão dos públicos de

interação e seu life cycle,

Inconsistência nos modelos de

colaboração com os diversos públicos, ora

pouco atrativos, ora pouco interativos, ora

pouco interessantes,

Baixa capacidade de gerenciar os ciclos de

transacionais de clientes e consumidores,

principalmente em ambientes multimídia

e em relacionamentos continuados,

Inexistência de métricas e modelos de

mensuração de performance e valor

adequados à gestão corporativa – e não

somente à gestão do canal,

Indefinição sobre autoridades e padrões,

bem como sobre convocatórias e

responsabilidades entre áreas e

departamentos da empresa (ex.

Marketing e TI ou Marketing e Clientes),

Riscos de litígio, problemas com segurança

da informação, difamação nas redes 2.0,

presença em Sites de reclamação, gestão

de problemas com

atendimento/trocas/garantias/delivery,

dentre outros fatores ligados às chamadas

liabilities,

Gestão precária e sem rotina definida (ex.

PDCA), baixa integração com os chassis

operacional da empresa (processos e

modelos de gestão), má gestão de

projetos e iniciativas digitais (ex. PMO),

orçamentos insuficientes, ausência de

accountability clara e reconhecida, pouca

ou nenhuma integração com a estratégia

corporativa, desconexão das metas e

modelos de compensação de empresa e

escolha de tecnologias inadequadas

ajudam a rechear a lista...

A Governança da Web é, similarmente à

Governança Corporativa e à Governança de TI,

um instrumento capaz de fornecer modelos

maduros de resolução destas questões, pois

estabelece como os recursos (pessoas, tempo,

dinheiro, etc) devem ser alocados frente às

estratégias, objetivos e metas traçadas.

A Governança da Web estabelece autoridades,

responsabilidades e regras que são necessárias

para efetivamente gerenciar todo o ciclo de

operação digital da empresa, desde a concepção

até à execução, independente de canais,

ambientes, mídias, ferramentas, funcionalidades,

públicos, conteúdo, formatos, finalidades,

tecnologias e processos ligados.

Podemos dizer, em suma, que uma boa

Governança de Web, em qualquer dimensão

Page 18: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

18

relacional (B2C, B2B, C2C, etc) presume a perfeita

orquestração entre o que chamamos de 3Ps

(Pessoas, Processos e Padrões) da Gestão Digital.

Pessoas

Relacionado à definição de responsabilidades e autoridades (sponsors, matriz de

responsabilidades, mapa de stakeholders impactados, clientes e fornecedores internos e

internos, etc)

Processos

Métodos e modelos de organização e gerenciamento da operação digital da empresa, incluindo

tecnologias, sistemas, funcionalidades, ferramentas, ambientes, canais, mídias, conteúdo,

públicos, etc, além de rotinas de gestão, relatórios, métricas, dashboards, dentre outros.

Padrões

Definições de padrões (guidelines) a serem seguidos, em dimensões como Marcas, Mensagem,

Conteúdo, Segurança da Informação, Gestão de Projetos, Qualidade, Questões Jurídicas, Gestão

de TI, Modelagem e Integração de TI, Implementação e Operação de TI, Orçamentação,

Investimentos, Bonificação, Desempenho e Remuneração, Relacionamento com Stakeholders

Internos e Externos, Práticas de Compras, etc.

Dentre os benefícios de adoção da Governança

da Web podemos citar:

Aumento da eficácia, performance e

resultados em função de maior

controle e transparência dos processos

e investimentos da empresa,

Definição de papéis, responsabilidades

e processos de todo o ciclo de Web,

facilitando o fluxo interno das

questões ligadas à Web na empresa,

Definição de linhas gerais para o

desenvolvimento estratégico,

comercial, mercadológico, criativo e

técnico, mais alinhados ao modelo off-

line vigente,

Definição de orçamentos adequados

para a criação e operação da

estratégia digital e suas iniciativas,

projetos e ambientes.

No entanto, a implementação de um modelo de

Governaça da Web não é fácil. Para ter sucesso, o

novo modelo deve ter o apoio e a cooperação de

toda a organização, estabelecendo, inicialmente,

líder (es) para mobilização e formatação da nova

arquitetura de gestão a ser implementada.

A relevância, o orçamento e os riscos associados

às iniciativas digitais só vão crescer nos próximos

Page 19: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

19

anos. Mais precisamente triplicar nos próximos 4

anos. Sua empresa vai continuar gerindo a

Internet como um campo de provas?

No entanto, a implementação de um modelo de

Governaça da Web não é fácil. Para ter sucesso, o

novo modelo deve ter o apoio e a cooperação de

toda a organização, estabelecendo, inicialmente,

líder (ES) para mobilização e formatação da nova

arquitetura de gestão a ser implementada.

A relevância, o orçamento e os riscos associados

às iniciativas digitais só vão crescer nos próximos

anos. Mais precisamente triplicar nos próximos 4

anos. Sua empresa vai continuar gerindo a

Internet como um campo de provas?

Page 20: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

20

A Web 2.0, o Mundo Cloud e as Empresas Colaborativas

Os gestores de TI e Marketing, por força da

concorrência e por força do cliente/consumidor,

serão obrigados a lidar com os conceitos 2.0 de

forma mais prática e também profissional. O

novo consumidor – o consumidor 2.0 – é um

usuário por definição. Mas não só de produtos,

serviços, canais, sistemas e informação. Ele é,

antes de tudo, um usuário da marca da empresa,

de sua proposta de valor e atributos diferenciais

de personalidade e posicionamento. O usuário

2.0, que é o cliente 2.0, é um comprador racional

e comparativo que concentra suas análises na

informação que coleta nas redes e comunidades

que participa e consulta direta ou indiretamente,

com seus pares e conhecidos (outros usuários-

clientes), e também no manancial de informações

disponível sobre a empresa/produto/serviço, seja

este conteúdo, no formato em que estiver,

gerado pela própria empresa (“chapa-branca”) ou

por outros atores que com ela interagem e que,

eventualmente, consomem seus produtos e

serviços. O usuário 2.0 – o consumidor 2.0 – é um

usuário de experiência, acima de tudo.

Experiência e própria e de terceiros. É, portanto,

um usuário da marca da empresa.

O “Web 2.0”, criado por Tim O’Reilly, não traz

quase nenhum paradigma tecnológico novo, mas

aponta para o conceito de ampla troca de

informações e colaboração dos usuários dos

serviços, sem, contudo, necessitar uma infra-

estrutura proprietária para o fornecimento de

conteúdo.

Na Web 2.0, diferentemente da infra-estrutura

conhecida, o conteúdo vem de todos os lugares,

de dentro ou fora da empresa, de fornecedores

tradicionais ou de consumidores e parceiros de

negócio. Pode, inclusive, vir de atores em lugares

que nunca participaram da cadeia de negócios da

empresa. A Web 2.0 é cloud. São novas fronteiras

para a inovação que estão se apresentando para

serem conquistadas. A Web 2.0 redefine o

conceito de cadeia de valor para cadeia de

colaboração e repagina o papel dos stakeholders

– seus direitos, deveres, convocatórias,

responsabilidades e prerrogativas.

Há uma miríade de ferramentas que estão

invadindo as empresas e estão no rol da Web 2.0.

Algumas empresas barram seu uso, mas sempre

surge uma novidade capaz de burlar a vigilância

da TI e se transformar no novo canal de

comunicação e interatividade para os

funcionários. Isso porque os funcionários 2.0,

antes de funcionários de determinada empresa,

são usuários 2.0 e, portanto, pertencem a grupos,

listas, comunidades e redes. Quando as

companhias finalmente pensaram ter conseguido

Page 21: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

21

bloquear comunicadores instantâneos, como o

MSN Messenger, surgiu o Twitter e, com ele,

novas dores de cabeça. Em breve, as empresas

decidirão que o melhor é gerenciar essa demanda

de comunicação pessoal, usá-la a favor do

colaborador e da empresa, ao invés de proibi-la.

Não há como ser de outra forma. Novas versões

de aplicativos de escritório prometem ligação

com redes sociais, como o Facebook ou o que

existir de hype até lá. Softwares de voz sobre IP

(VoIP) se misturam com instant messengers,

mashups começam a ser encarados como uma

nova camada na infra-estrutura de TI, etc. A Web

2.0 é distribuída em armazenamento,

processamento e disseminação. É o mundo da

produção em massa de conteúdo usando-se

como insumo o conteúdo alheio misturado ao

próprio.

2.0 é a nova bolha nesse ramo de internet e

informática que vive de sucessivas bolhas. Para as

companhias, a adoção dessas novidades com

finalidade de business (de produtividade a

vendas) é lenta ainda. Mas, com as demandas

crescentes sobre ampliação dos negócios,

conquista de novos clientes, aumento da

colaboração entre funcionários e a utilização de

meios ecologicamente sustentáveis (menos papel

e menos hardware), não há como não ter certeza

da concretização dessa tendência. Se não para

uma automação de processos braçais, como foi a

TI até hoje, será para aumentar a distribuição e

coleta de conhecimento para otimizar os afazeres

e rotinas da companhia.

Hoje, vemos apenas um aparato de tecnologias

dinâmicas que podem ou não ser usadas na

automatização de algum processo dentro das

corporações. Com o passar dos anos, e com a

chegada da chamada Geração Y (formada por

pessoas nascidas entre 1978 e 1994, precedida

pela Geração “baby boomers", nascida entre

1945 e 1961, e pela a Geração X, nascida entre

1962 e 1977) ao reino das atividades gerenciais e

ao mercado de consumo, esse quadro será

mudado aos poucos. É o mesmo caminho que

tomou a Internet comercial durante toda a

década de 90.

É possível enxergar a Web 2.0 como uma

evolução do “faça-você-mesmo”. Em vez de kits

de mecânica e marcenaria, essa nova onda provê

ferramentas para que o consumidor se aproxime

do produto de consumo e o ajude a transformar

em um produto do consumidor, para o

consumidor, pelo consumidor. A empresa, meio

criativo e produtivo para isso, ganha com a

adesão de “força especial de trabalho

qualificado” – os usuários “construtores e

refinadores de produtos e serviços”. Essa

transformação da empresa em redes amplas de

trabalho colaborativo é algo que ainda está

ganhando corpo nos dias de hoje e veremos, com

Page 22: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

22

certeza, seu resultado mais à frente, nas

prateleiras das lojas virtuais ou no desktop da

recepcionista das empresas.

Page 23: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

23

Web: da Informação Aberta à Inteligência Competitiva

A informação é, sem dúvida nenhuma, o mais

valioso recurso estratégico para as empresas nos

dias de hoje. Quando beneficiada sob as

diretrizes de um processo estruturado de

Inteligência Competitiva, este ativo, muitas vezes

exclusivo, pode gerar importantes diferenciais

qualitativos na otimização do processo de

tomada de decisão nas organizações.

Em um ambiente de negócios global, com

informações igualmente globalizadas,

“democratizadas” e acessíveis em escala

(anytime, anywhere, by anyone), faz-se premente

construir processos corporativos capazes de

identificar, selecionar, coletar, beneficiar, analisar

e distribuir as informações que realmente

importam para a empresa e para cada indivíduo

na organização (cargo, função...), ou seja, fazer o

delivery da informação que agrega efetivamente

à estratégia competitiva da empresa (fruto de seu

ecossistema de negócios) e ao conjunto de

responsabilidades do colaborador-usuário,

racionalizando outputs que, de forma eficaz,

gerem vantagens a quem deles dispor.

A Internet é tanto um grande supermercado

global de dados e informações gratuitas – em

grande parte - disponibilizadas em tempo real,

como também uma imensa biblioteca com

informações pregressas sobre tudo e mais

alguma coisa (oficiais ou oficiosas, fidedignas ou

não), responsável por fornecer um arsenal

informacional competitivo sem precedentes para

quem souber encontrá-las, filtrá-las e aplicá-las.

A Inteligência Competitiva, como prática

sistêmica, ao fazer uso deste ambiente online e

integrado em redes propicia que o fluxo de

informações na organização seja armazenado,

compartilhado e beneficiado, de forma

retroalimentativa, a partir de agregações e

colaborações provenientes tanto de fontes

endógenas, quanto exógenas às fronteiras da

empresa.

A criação e a disponibilização de ambientes e

ferramentas online adequadas aos colaboradores

possibilitam a rica troca de informações e o

compartilhamento interativo e participativo de

conhecimento, opiniões e dados (primários,

secundários ou analíticos), com maior ou menor

valor. Porém, o maior benefício para a

organização está na formação e na valorização

dos agentes coletores e beneficiadores das

informações relevantes para o negócio, de cunho

competitivo. Em outras palavras, redes

colaborativas internas (de projetos, temas,

processos, etc) são importantes ferramentas

competitivas; mas desenvolver a habilidade de

encontrar informações relevantes nos diversos

Page 24: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

24

mecanismos de busca e

ambientes/redes/comunidades digitais

disponíveis na Internet aberta também o são.

Por outro lado, a utilização de e-mails, blogs,

wikis, RSS e fóruns, por exemplo, não se restringe

a ambientes fora da corporação; pelo contrário,

devem, respondendo a uma estratégia que

detenha clara compreensão de finalidade de cada

ambiente e da cultura corporativa, ser

incentivados e alimentados para que a

disseminação de conhecimento na empresa passe

pela monitoria do que ocorre em seu entorno e

seja compartilhada com quem de direito. Ou seja,

aprofundar os conceitos de componentes

reutilizáveis e agregáveis de conhecimento, em

modelo de bibliotecas proprietárias ou mesmo

cloud, pode fazer a diferença no momento de se

embasar uma tomada de decisão relevante.

Paralelamente ao processo de compartilhamento

de informações, deve-se ter em mente a

importância de se definir o escopo, abrangência,

amplitude e periodicidade das informações que

realmente impactam a organização. A definição

das necessidades de informação deve compor,

por stakeholder (ex. clientes, concorrentes,

setores da economia, etc) e por tema de

interesse (ex. marketing, petróleo,

sustentabilidade, etc), o guideline de diretrizes do

mapa informacional competitivo da corporação,

que por sua vez deve alimentar (endossar,

reforçar ou revisar) a estratégia competitiva da

empresa.

Isso necessariamente implica numa

sistematização dos processos relacionados à

Inteligência Competitiva e a definição de

sponsors, responsáveis e matriz clientes-

fornecedores da informação, passando pela clara

definição das informações estratégicas

necessárias e de seus processos de sustentação,

até a identificação das fontes, dos ambientes e

ferramentas a serem utilizados, do fluxo de

operacionalização e distribuição, chegando a

definições acerca de permissões de acesso e

utilização dos ambientes, bem como seu modelo

de monitoramento, atualização das bases

informacionais e geração de outputs

personalizados (ex. relatórios).

Informações, mesmo que relevantes, se não

forem devidamente tratadas e classificadas,

acabam por perder grande parte do seu potencial

valor. Aliás, seu valor só existe se essas são

utilizadas para benefício competitivo da empresa,

de preferência de forma exclusiva ou particular

(i.e., diferente da concorrência). Informações

personalizadas devem levar em consideração

necessidades e criticidades inerentes aos temas,

assuntos e abordagens tratadas por seu usuário,

para que de fato tenham função utilidade real.

Page 25: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

25

Por fim, vale ressaltar que informação não é

conhecimento e que a inteligência é o elemento

catalisador para que a informação se torne algo

útil e com aplicabilidade estratégica. É na análise

e no beneficiamento exclusivo e criativo da

informação – e sua transformação em

conhecimento – que reside seu grande

diferencial. Até porque, uma coisa é informação

competitiva, outra é Inteligência Competitiva.

Page 26: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

26

A Web 2.0 Acelerando e Desgovernando a Convergência

A Web 2.0, termo criado por Tim O’Reilly, não

traz quase nenhum paradigma tecnológico novo,

mas aponta para o conceito de ampla troca de

informações e colaboração dos usuários dos

serviços, sem, contudo, demandar uma infra-

estrutura proprietária para o fornecimento de

conteúdo.

Na Web 2.0, diferentemente da infra-estrutura

conhecida, o conteúdo vem de todos os lugares,

de dentro ou fora da empresa, de fornecedores

tradicionais ou de consumidores e parceiros de

negócio. Pode, inclusive, vir de um agente, em

um lugar qualquer, que nunca participou da

cadeia de negócios da empresa. São novas

fronteiras para a inovação que estão se

apresentando para serem conquistadas.

Há uma miríade de ferramentas que estão

invadindo as empresas e estão no rol da Web 2.0.

Algumas empresas barram seu uso, sob a alcunha

da segurança da informação e da governança de

TI, mas, a todo o momento, surgem novidades

que burlam a vigilância da TI e servem de novo

canal de comunicação e interatividade para os

funcionários e destes com os diversos agentes

externos, inclusive concorrentes e clientes.

Exemplo? Quando as companhias aprenderam a

bloquear os comunicadores instantâneos, como o

MSN Messenger, o microblogging Twitter, feito

em HTML, surgiu para acentuar a dor de cabeça

dos gestores corporativos. Em breve, as empresas

decidirão que o melhor é gerenciar com alguma

liberdade essa demanda de comunicação pessoal

em vez de proibi-la.

Não há como ser de outra forma. Novas versões

de aplicativos de escritório prometem ligação

direta com redes sociais, como o Facebook ou o

que existir de hype até lá. Softwares de voz sobre

IP (VoIP) se misturam com instant messengers,

mashups começam a ser encarados como uma

nova camada na infra-estrutura de TI, etc. É o

mundo da produção em massa de conteúdo,

usando de insumo o conteúdo alheio misturado

com o próprio. É a Web 2.0 acelerando a

convergência, dando-lhe finalidade e propósito,

traduzidos por conteúdo, entretenimento,

conhecimento, relacionamento, colaboração e

outras tantas atividades nobres do ser-humano.

A Web 2.0 é, no final do dia, o fermento da nova

bolha causada pela convergência agressiva entre

internet, telecom, mídia, tecnologia, conteúdo,

entretenimento e negócios... convergência essa

que, no fundo, se alimenta de estourar a

sucessivas bolhas que ela mesma incentiva.

Entretanto, para as companhias, a adoção dessas

novidades é ainda lenta; porém por pouco

tempo, acreditamos. Com as demandas

Page 27: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

27

crescentes sobre ampliação dos negócios,

conquista de novos clientes, aumento das

demandas de colaboração entre funcionários e da

utilização de meios e tecnologias ecologicamente

sustentáveis (menos papel e menos hardware),

não há como não visualizar com alto grau de

certeza a concretização dessa tendência. Se não

para uma automação de processos braçais, como

foi a TI até hoje, para o aumento da distribuição e

coleta de conhecimento de valor, visando a

otimização das atividades e rotinas

organizacionais.

Contudo, esse avanço impossível de se conter

abre também um perigoso caminho para o

aumento do risco operacional traduzido em

questões como segurança da informação,

permissão, bancos de dados, segredos industriais,

dentre outros.

Essa troca intermitente de informações nesse

novo cenário convergente, em grande parte

aberto e desgovernado, envolve pessoas,

sistemas e eventos externos que estão longe do

atual controle dos departamentos de TI e seus

modelos de governança. Talvez, por isso, a Web

2.0 tenha ganhado mais corpo para o marketing,

a propaganda, a inovação e a gestão de projetos

nas empresas.

Contudo, podemos perceber que Web 2.0 traz

para as empresas um olhar especial aos

chamados ativos intangível. Dentre outros

fatores, como marca, relacionamento,

comunidades e reputação, a distribuição e o uso

de conteúdos dispersos pela Internet estão

intimamente ligados às questões de proteção da

propriedade intelectual, que, tecnicamente ainda

não foram resolvidas sob o ponto de vista

jurídico.

As companhias precisam começar a produzir juízo

de valor sobre seus conteúdos proprietários (tais

como metodologias, princípios, projetos,

contratos, bases de dados, documentações em

geral...); demandando, talvez, até novos

profissionais ou sistemas que surjam dessa

necessidade. Por exemplo, modelos de gestão

convergente do conhecimento distribuído (GC

2.0) ou ambientes colaborativos protegidos

podem surgir com valor corporativo evidente.

Novos tipos de profissionais, como curadores de

conhecimento corporativo, gestores de

componentes de softwares ou validadores de

conteúdo adquirido valioso para a empresa

podem se tornar importantes num futuro

próximo.

Aprender a usar corretamente uma tecnologia de

ruptura e inovação tão rica como a Web 2.0 em

ambientes convergentes, capaz de mudar a forma

de fazer, fazer mais rápido, fazer melhor, fazer

com mais eficiência e produtividade, não é

tendência, mas imperativo das empresas

Page 28: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

28

vencedoras. Essa tecnologia, quando

corretamente compreendida, implementada e

gerida é capaz de assegurar vantagem

competitiva sustentável às empresas. Entretanto,

seu real diferencial se traduz em como é utilizada,

escolhida e de que modo são extraídos dela

benefícios para as organizações.

Dizem os mais céticos que, em sua grande

maioria, esses benefícios são intangíveis e,

portanto, secundários. Mas cá para nós... são

inegáveis, não são?

Page 29: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

29

A TI no Mundo das Nuvens

Cloud Computing presume que em um futuro

próximo não mais precisaremos ter softwares,

sistemas, aplicativos, hardwares, arquivos etc em

nossos computadores, pois eles estarão em

algum lugar, mais precisamente na chamada

Nuvem, formada por uma intrincada rede de

servidores, computadores e plataformas que,

interconectadas, possibilitam ao usuário comum

o acesso móvel e convergente, em padrão

anytime-anywhere, a aplicativos de edição de

texto e imagem, planilhas, apresentações, e-

mails, softwares de gestão, bem como ao

usufruto remoto e on-demand de recursos de

hardware (como processamento e

armazenamento, que poderão ser utilizados ou

acessados num modelo de serviços em que se

paga pelo uso e não pela posse).

Para nós da E-Consulting, Cloud Computing é uma

das mais importantes tendências emergentes nos

próximo 2 anos, tanto é que entrou, este ano,

como Hot Tech em nosso estudo anual 7 Hot

Techs, que aponta as 7 tecnologias mais

relevantes dos próximos 2 anos. Justamente por

isso, gigantes como Sun, Microsoft, Amazon,

Nokia e Google procuram fazer parte deste jogo e

assumir a dianteira na oferta de modelos de

serviços cost-effective aos usuários comuns... ou

seja, nós.

Na visão do Gartner, no mundo Cloud “alguém

vai assumir a responsabilidade de entregar

algumas funções de TI como serviços para alguns

clientes e estes não precisarão saber como elas

funcionam, pois simplesmente as usarão”. De

fato, Cloud Computing e a visão de TI on-demand,

como serviços, têm tudo a ver.

Dentre os 3 principais benefícios do Cloud

Computing, podemos destacar:

-Maximização de Ativos e Investimentos em TI,

por exemplo, pelo melhor aproveitamento dos

investimentos em hardware (consolidação e

compartilhamento de hardware com métodos de

gerenciamento eficiente e localidades de baixo

custo, possibilitando economia individual aos

usuários pelo rateio por diversos, milhares de

usuários),

-Ganhos de Flexibilidade, a partir do aumento da

capacidade de processamento, que poderá ser

contratada sob demanda, bem como com a

entrega imediata upgrades de equipamentos e

software e independência de localidades

geográficas e padrões tecnológicos

(interoperabilidade).

Page 30: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

30

-Democratização do Acesso/Uso, uma vez que de

posse de um browser e uma boa conexão à

internet, o usuário comum poderá acessar, via

celular, smartphone ou TV Digital, um

computador de alta performance sem a

necessidade de manter altos investimentos em

hardware e infra-estrutura.

Por outro lado, alguns riscos importantes são

inerentes ao modelo de negócio Cloud, pois este

propicia o surgimento de novos “monopolistas”

da rede.

Em outras palavras, quando se trata de padrões

tecnológicos, a história nos mostra que “the

winner takes it all”. Vale lembrar que o Google já

levou o mercado de ferramentas de buscas na

Web e a Microsoft o de softwares,

principalmente para usuário individual, como o

pacote Office.

Por isso, opiniões contrárias respeitáveis e

também críticas alarmistas ao modelo pipocam a

todo o momento na blogosfera e nas mídias

específicas. Para Richard Stallman, fundador da

Free Software Foundation e criador do GNU, o

Cloud Computing é uma armadilha que forçará as

pessoas a comprar softwares proprietários. Para

ele, “os usuários deveriam manter seus arquivos

nas próprias mãos – ou HDs... pois, do contrário,

poderão se ver tendo que pagar para acessá-los

de uma hora para a outra, tornando-se reféns das

empresas e, portanto, indefesos”.

O fato é que o mercado parece rumar a todo

vapor para o padrão Cloud, principalmente

porque este parece beneficiar usuários PF e

micro, pequenas e médias empresas, a grande

massa de usuários que não têm vocação,

demanda ou capital para investimentos em

softwares mais pesados. E no meio desta

discussão de prós e contras, players como Google

e Amazon parecem surfar esta onda de maneira

mais agressiva.

O Google, por exemplo, com data centers

espalhados pelos 4 cantos do mundo, utiliza-se

de sua capacidade de escala e poder na Web para

ofertar serviços a milhões de usuários em

diversos países.

Já a Amazon, uma das pioneiras no Cloud

Computing, adotou a estratégia Cloud para o

aproveitamento e rentabilização da capacidade

ociosa de seu parque tecnológico, inicialmente

dimensionado para o atendimento de seus

momentos de pico (datas críticas, períodos de

maior movimento, etc). Com isso passou a alugar,

como serviço, parte desta capacidade ociosa ao

mercado, criando linhas de serviço específicas

para esta finalidade.

Em 2006, por exemplo, a grande varejista lançou

2 serviços abertos ao público: o Simple Storage

Page 31: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

31

Solution (S3), que permite ao usuário comprar

espaço para armazenar arquivos online, e o

Elastic Compute Cloud (EC2), que permite ao

usuário se utilizar de máquinas virtuais

completas.

No mundo corporativo a tendência também vem

ganhando força, principalmente no universo das

PMEs que acreditam que a TI pode fazer

diferença em sua produtividade e

competitividade. Por exemplo, a salesforce.com,

empresa que comercializa softwares de gestão no

modelo IT Service, já possui mais de 55.000

empresas clientes utilizando seu CRM.

Entretanto, apesar de os movimentos e altos

investimentos para massificação da adoção do

Cloud Computing andarem em ritmo acelerado,

algumas questões relacionadas à segurança da

informação, acesso íntegro aos sistemas e bancos

de dados, assim como modelos de cobrança,

garantias e qualidade de serviços, ainda carecem

de definições e normativas que propiciem a

confiabilidade necessária para que se veja o real

potencial do Cloud se transformar em valor para

o usuário. Modelos de SLA específicos para

abordagem Cloud devem ser criados, bem como

algum aparato jurídico para proteção de dados,

níveis de permissão e demais questões

relacionadas à segurança da informação, dos

ativos de conhecimento e do próprio usuário.

Independentemente dessas questões, para nós o

Cloud vai pegar... e coexistir com os modelos

tradicionais de aquisição de software e hardware.

E vai pegar porque funciona, porque, muitas

vezes, é mais barato, tanto nominalmente,

quanto em termos de custo X benefício, e porque

é convergente... ou seja, nossos celulares, smart-

phones, handhelds, TVs Digitais, PCs e notebooks

nos levarão diretamente às nuvens, onde

processaremos informação, usaremos serviços,

armazenaremos conhecimento, trocaremos

comunicação, buscaremos entretenimento,

dentre outros.

Estranho pensamento, mas este início de Séc. XXI

está, de certa forma, detonando o mito de que

“estar com a cabeça nas nuvens” é uma atitude

meramente negativa. O bolso e a comodidade

parecem pesar mais para o usuário do que a

segurança e a posse. Inversão de valores? Será?

Bem-vindos aos dilemas da era Cloud!

Page 32: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

32

A Nova Propaganda na Nova Internet

A necessidade de inserção da mídia digital no mix

de ações publicitárias e de comunicação é

premente; é uma realidade que não pode ser

ignorada ou deixada para um futuro que não seja

de curtíssimo prazo, principalmente para setores

como varejo, financeiro, bens de consumo e

telecom, dentre outros.

A evolução dos meios digitais trouxe uma nova

dimensão de comunicação: mais integrada,

convergente, interativa, que coloca o

usuário/consumidor em posição privilegiada em

face às demais mídias: o consumidor agora é

gerador de mídia, tem poder de influência. Todas

estas mudanças acarretaram em seu bojo novos

desafios e oportunidades para um “novo”

mercado a ser explorado em uma “nova”

Internet: a “nova” propaganda online

colaborativa, rica e convergente.

A Internet como canal de comunicação já deixou

de ser algo direcionado às camadas A e B da

população, assim como não pode mais ser

considerada como canal de nicho. Segundo dados

recentes do Ibope, o acesso à Internet no Brasil é

feito por 67,5 milhões de pessoas e mais da

metade das pessoas com acesso nas regiões

metropolitanas pertencem às classes C, D e E

(51,6%), enquanto as classes A e B juntas

representam 48,4%. Da mesma forma, o Brasil,

segundo a E-Consulting, deve terminar 2010 com

mais de 14 milhões de e-compradores.

De acordo com dados do projeto Inter-meios, a

Internet é a mídia que mais cresce no país.

Valores acumulados de abril de 2009 e abril de

2010 mostram que a Internet teve um

crescimento de faturamento bruto na ordem de

33,5% frente a 26% do faturamento total de

publicidade, representando 4,25% do total

investido em publicidade no país.

Frente a este cenário crescente, anunciantes e

empresas de comunicação vêm investindo

fortemente na melhoria contínua e no

aperfeiçoamento de suas técnicas e estratégias

para criarem campanhas e peças publicitárias que

integrem todos os atributos inerentes aos

ambientes digitais para públicos cada vez mais

“antenados”, participativos, opinativos e

“móveis”.

Dados adicionais confirmam a tendência: a

densidade de celulares por habitante atingiu a

marca de 97celulares/100habitantes e o 3G já é

uma realidade para cerca de 11 milhões de

pessoas. O acesso a informações, assim como a

mensagens publicitárias mais “ricas“ e

persuasivas em formas e formatos no canal

móbile, traz novas possibilidades de interação e

Page 33: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

33

comunicação “1to1” baseadas em localização,

buscas personalizadas, preferências, referências,

clusterização, dentre outras.

Pesquisa realizada pela comScore (nos EUA, com

2 milhões de internautas) mostrou que as

propagandas online geram igual ou maior retorno

aos anunciantes do que mídia veiculada na TV. A

pesquisa monitorou os hábitos de compra de

clientes de redes de supermercado que faziam

parte de programas de fidelidade (a fim de

monitorarem seus hábitos de compra frente a

exposição de campanhas na Internet e TV). A

comScore observou que as campanhas online

conseguiram elevar as vendas dos produtos

anunciados em 9%, em média, quando

comparadas à TV. Cerca de 80% das marcas

anunciadas online tiveram aumento significativo

de vendas. Os resultados foram comparados com

um estudo da efetividade da mídia veiculada em

TV feita pela Information Resources Inc – IRI

(EUA), que mostrou, ao longo de 12 meses, que

as campanhas de mídia feitas para a TV geraram

um aumento de 8% nas vendas dos produtos, a

custos infinitamente maiores e com menor grau

de controle, tracking e

relacionamento/experiência interativa com o

cliente.

De acordo com o Ibope Nielsen Online, o ranking

com os maiores anunciantes da Internet no ano

de 2009 no Brasil foi:

ANUNCIANTE INVESTIMENTO R$ (000)

1 BRADESCO 215.869

2 UNILEVER BRASIL 139.008

3 COCA-COLA 68.027

4 FIAT 64.649

5 ITAÚ 58.236

6 DEMAIS ANUNCIANTES 1.270.144

Quando avaliados os setores que mais apostaram

na Internet em 2009, na primeira posição está o

financeiro/seguros, seguido por telecom,

veículos/peças/acessórios, higiene pessoal/beleza

e bebidas.

Os investimentos em publicidade nos meios

digitais vêm crescendo em níveis superiores a

todas as demais mídias, conseqüência do

incremento exponencial do número de

internautas, assim como do conhecimento,

evolução e conscientização tanto de anunciantes

quanto de empresas que planejam e criam

campanhas e peças publicitárias cada vez mais

instigantes, interativas e adequadas ao público e

Page 34: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

34

ao meio digital. Entendemos que a Internet não

substitui as mídias tradicionais, mas sim amplia e

potencializa resultados e alcance de suas

estratégias de comunicação.

A seguir alguns exemplos criativos, alguns com

resultados expressivos, que foram veiculados na

web e premiados no Grande Prêmio Cyber Lions

em Cannes 2009:

O Melhor emprego do Mundo (melhor campanha

interativa)

http://www.youtube.com/watch?v=iTUUWOV

4Vns

Eco: Drive (melhor campanha com ferramentas

interativas)

http://www.fiat.com/ecodrive/

Why so Serious (melhor campanha com

publicidade viral/marketing viral)

http://www.youtube.com/watch?v=VpuC7HhC

PWA

Page 35: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

35

Arquiteturas de Processos Web-Enabled a Partir da TI

Estratégica

Informação é a tônica da evolução corporativa e a

Internet é a ferramenta que não só amplia

exponencialmente a capacidade de interação

contínua e qualificada de uma empresa com seu

ecossistema, como também a que permite uma

maior consciência sobre si própria, em termos de

identidade e imagem, meios e fins, através,

principalmente, da coleta de indicadores

estratégicos, táticos e operacionais e da múltipla

percepção sobre seu valor.

Com a criação de novos modelos de negócios

pautados na utilização intensiva de recursos e

funcionalidades oriundas da Internet, o papel da

empresa em sua cadeia de valor deixa de ser o de

um ente isolado, que se relaciona de forma

unilateral e pontual com seus públicos, para ser o

de um parceiro que co-constrói oportunidades de

colaboração e negócios em conjunto com seus

fornecedores, distribuidores, clientes,

funcionários, acionistas, dentre outros.

A Internet, como rede, para o bem ou para mal,

tem suas oportunidades e ameaças, assim como

qualquer relacionamento de natureza humana

(fato é que ninguém, nem mesmo as grandes

empresas com suas complexas políticas de

governança, estão a salvo de deslizes). A Web é

rede, mas não só rede. A Web também é

ferramenta e essa compreensão é essencial para

que um pouco do mito da utilização corporativa

da Web seja derrubado.

Ganho de escala alcance de novos mercados,

consolidação de grande porte e ampliação

exponencial da cadeia de relacionamentos só

poderiam dar nisso mesmo: mais complexidade.

A Web entendida como ferramenta é o conceito-

chave para a resolução e simplificação das

complexidades que toda e qualquer empresa

enfrenta atualmente, desde a Gestão até os

aspectos de Infra-Estrutura, passando pela função

BRV (Branding, Relacionamento e Vendas).

No campo da Gestão, a Internet é Processo. As

ferramentas e funcionalidades que a Web

disponibiliza encontram larga aplicação e

ampliam a possibilidade de gerenciar recursos

remotamente e de forma integrada habilitando

uma revolução na divisão do trabalho, uma

ampliação do grau de controle e monitoramento

de variáveis em níveis de profundidade antes

inimagináveis e uma capacidade de mensuração e

consolidação de resultados e desempenho que

efetivamente permitem a execução do PDCA

como definido em sua essência.

Page 36: E-Book A Web no Modelo de Negócios E-Consulting Corp. 2010

36

Porém, tais possibilidades só se tornam factíveis

em nível corporativo a partir da atuação

estratégica da TI como viabilizadora da inserção

da Internet na lógica de processos corporativos

integrados, inteligentes, neurais, instantâneos,

conectados, multiformato e, principalmente,

colaborativos e co-construídos.

Diante deste desafio, a complexidade de gestão,

governança e controles cresce de forma

importante e a estruturação, tanto da hierarquia

interna de áreas (e interfaces de comunicação e

gestão internas), como da arquitetura externa de

ambientes, canais, veículos e mídias da empresa,

deverá suportar a atuação em Rede de seus

processos-fim (ligados a Branding, Vendas e

Relacionamento), Colaboração, Gestão,

Conteúdo, Conhecimento e demais naturezas de

atividades. E quando se fala em adaptar e

transformar processos para a dinâmica de redes –

essencialmente virtuais – a convocatória e

responsabilidades da área de TI, como agente

corporativo viabilizador (ou atravancador) deste

movimento de evolução da organização se

acentua.

Conforme as novas camadas de possibilidades

derivadas da evolução tecnológica são absorvidas

pelo modus operandi das empresas, gerenciá-las,

tanto de forma estratégica – garantindo

alinhamento aos objetivos corporativos – como

no âmbito tático e operacional, torna-se um

desafio sem tamanho para aquelas empresas que

não evoluem em seus instrumentos e frameworks

de governança e gestão.

Governar os investimentos para a Internet

aplicada aos processos corporativos é o desafio

que precisa ser superado, uma vez que hoje, na

maioria das empresas, existe um entendimento

vertical e hierárquico para o tema.

O fato é que a Internet deve permear as

empresas, e, portanto, os orçamentos

direcionados à sua viabilização deverão também

permear os diversos centros de custos das

unidades, áreas e funções corporativas, do

Planejamento Estratégico à Operação, da Gestão

ao Relacionamento, sem restrições.

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37

Estratégia de Relacionamento Convergente Multicanal

“CLC Enabled”

Um dos principais mantras da cartilha corporativa

da gestão de clientes é o de definir com clareza

seu público-alvo e esquecer os demais. Uma lição

de foco (compreender e gerenciar um único perfil

de cliente é muito mais simples do que

múltiplos!) e um direcionador que leva a um

relacionamento mais qualificado e rentabilizado

(seguindo a regra de quanto mais one-to-one for

o relacionamento com os clientes, maiores as

possibilidades de aproveitamento de

oportunidades comerciais). Entretanto, parece

que este mantra não tem sido mais suficiente

para uma estratégia de relacionamento com

clientes de sucesso.

Diversas variáveis de clientes e consumidores

podem ser analisadas no processo de elaboração

estratégica, cada qual com sua própria

complexidade de entendimento e gestão. Porém,

enxergar os clientes e consumidores ao longo de

seu ciclo de vida (CLC – Customer Life Cycle) é

fator crítico em um contexto de alta

competitividade e de volatilidade dos

relacionamentos comerciais.

A forma como o consumidor evolui no

relacionamento com a empresa, da compra à

fidelização, traz n possibilidades de caminhos a

serem seguidos, na proporção da diversidade do

histórico de eventos que o cliente teve com a

empresa, da sua situação de satisfação atual e

das múltiplas opções a serem criadas para

conduzir cada cliente a novos patamares de

relacionamento. Diante de tal panorama,

começar a pensar em ciclo de vida pode atingir

graus significativos de complexidade.

Porém, para atribuir gerenciabilidade ao processo

de gestão, a metodologia de desenvolvimento do

modelo conceitual (framework) da estratégia de

relacionamento CLC enabled deve, entre suas

etapas, clusterizar os grupos de clientes em

função de variáveis-chaves como os

direcionadores estratégicos de relacionamento

da empresa (recência, freqüência, valor, nível de

adoção, grau de utilização, comportamento de

compra, etc) e de seu momento de

relacionamento (awareness, experimentação,

primeira compra, recompra, adoção, fidelidade,

descontinuidade, etc).

Uma vez que tais grupos centrais de clientes

foram criados e seus desejos e necessidades

identificados em cada um dos principais

momentos do ciclo de vida, o passo seguinte

consiste em criar o caminho, um roteiro, para que

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38

os clientes atinjam um novo patamar no

relacionamento, que esteja alinhado aos

objetivos e estratégias da empresa.

Mas tal roteiro não é algo explícito. Assim como

nos contos infantis, onde o coelho segue,

eternamente, a cenoura pendurada à sua frente,

a empresa deverá criar uma estratégia baseada

nos artifícios-chave (proposta de valor) que levem

os clientes de cada um dos grupos definidos a

estes níveis superiores de relacionamento. Tal

estratégia terá, como elemento central, o chassis

competitivo da empresa, formado por seus

veículos de relacionamento (canais, mídias,

meios, ambientes, etc), que serão os

responsáveis pela disseminação da mensagem,

cada qual com uma abordagem específica e de

forma complementar aos demais.

No contexto atual, o relacionamento multicanal é

a tendência a ser seguida para trazer maior valor

à relação empresa-cliente e sanar as tradicionais

inconsistências das abordagens e interações

pulverizadas e desalinhadas nos múltiplos canais.

Para tanto, a convergência e integração dos

diversos veículos (sob um claro chapéu

estratégico e direcionadores táticos de

relacionamento bem definidos) deve estar no

centro da estratégia de clientes e do próprio

modelo de negócio corporativo.

Conforme novos e inovadores veículos de

relacionamento surgem, primordialmente nos

ambientes virtuais, derivados da Internet e

demais redes de comunicação, interação e

colaboração, o chassis de relacionamento das

empresas se torna defasado e incapaz de atender

às novas naturezas de demandas de seus clientes.

E este é um ponto crítico para qualquer

estratégia de relacionamento, principalmente se

tem o conceito de CLC em sua modelagem. Se o

cliente quer uma nova vida, em novos canais, de

forma integrada, como não se adequar?

Atualizar o composto de relacionamento com os

novos veículos é apenas uma das vertentes que

uma estratégia de relacionamento convergente

exige. Dentre eles, destacamos:

Guarda-chuva estratégico com

direcionadores táticos e operacionais

para cada veículo de relacionamento.

Modelo de Governança do

Relacionamento, disseminado nas

áreas com processos e atividades de

relacionamento com o cliente.

Fóruns, comitês, grupos de trabalhos e

demais arquiteturas

funcionais/matriciais para

alinhamento, coordenação e

integração das diversas ações de

relacionamento.

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39

Visão de portfólio de soluções, onde as

áreas de negócio possam definir o

melhor mix veículos de

relacionamento (canal, mídia, meio,

etc) em função de seus objetivos.

Atualização constante em termos de

novos veículos (como dito).

Atuação multicanal, onde cada mídia,

meio, canal, veículo, etc tem seu papel

estratégico claramente delimitado e

integrado aos demais.

Processos de BI apoiados por visão de

clusterização e CLC para análise da

evolução de clientes e do

relacionamento.

Indicadores adequados a uma visão

convergente e multicanal, que

mensurem o grau de utilização de

inter-canais, seus fluxos e migrações, o

grau de sinergia e

complementaridade, etc.

Dessa forma, uma estratégia de relacionamento

convergente, multicanal e CLC enabled gera

impacto significativos nos processos corporativos,

demandando novos skills de gestão e práticas de

relacionamento, tanto nas áreas de frente quanto

no BackOffice.

Transformar uma estratégia de relacionamento

tradicional nesta nova visão estratégica não é

algo trivial, mas é cada vez mais necessário para

gerar experiências únicas e diferenciadas e criar

novos nichos de valor para a empresa.

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40

A Internet e a Evolução dos Modelos de Negócio

Assim como a Sustentabilidade, como conceito e

prática estão destinados a transformar

profundamente as corporações – desde sua visão,

missão, objetivos e valores, até seus processos e

atividades cotidianas –, a Internet (como rede),

da mesma forma, será responsável por impactos

estruturais e gerenciais semelhantes.

Conforme as interfaces e devices que permitem a

conexão do mundo off-line com o online se

tornar cada vez mais fáceis de serem utilizadas,

móveis, interconectadas e, claro, mais baratas -

ao ponto de permitirem a coleta e transmissão

ininterrupta de informações, maiores serão os

horizontes que empresas e profissionais terão

para expandir seu espectro de atuação e

influência.

Pois tudo o que puder ser virtual ou “bitizável” o

será. Informação é controle. Controle é poder:

poder para identificar tendências, padrões e

similaridades de comportamentos e fenômenos;

poder para inovar, criar novas oportunidades de

negócio, aperfeiçoar processos e atividades,

reduzir custos; poder para influenciar

positivamente a cadeia de stakeholders, oferecer

experiências únicas para clientes e consumidores,

compreender opiniões, desejos, demandas e

necessidades e traduzi-las em novos produtos,

serviços e soluções.

Informação é a tônica da evolução corporativa e a

Internet é a ferramenta que não só amplia

exponencialmente a capacidade de interação

contínua e qualificada de uma empresa com seu

ecossistema, como também a que permite uma

maior consciência sobre si própria, em termos de

identidade e imagem, meios e fins, através,

principalmente, da coleta de indicadores

estratégicos, táticos e operacionais e das

múltiplas percepções sobre seu valor.

Tais possibilidades que a Internet oferece estão

cada vez mais presentes nas estratégias e planos

de ação corporativos. Mais do que apenas um

novo canal de branding, marketing, comunicação,

relacionamento ou vendas, as empresas estão

gradualmente utilizando a Rede com finalidades

muito além de sua habitual forma. Não estamos

falando de novos modelos de negócio viabilizados

pela Internet (o que é prática comum), mas da

evolução dos modelos de negócio existentes para

novos patamares.

Não é a toa que alguns setores serão

profundamente impactados, ao ponto de a

utilização “aplicada” da Internet se tornar um

marco de sobrevivência, selecionando poucas

empresas e perecendo muitas, pois a primeira

que se posicionar e fidelizar seus clientes e

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consumidores criará custos de troca (switching

costs) muito significativos.

O

Varej

o é

um bom exemplo. A quantidade de novas

tecnologias embarcadas nos PDVs tende

crescer significativamente e um fator crítico de

sucesso é que as mesmas estejam lindadas à

Internet e suas subredes como forma de permitir

o acesso a conteúdos exclusivos, sejam eles

proprietários ou não.

http://idgnow.uol.com.br/blog/glog/2010/06/17/

conheca-o-espelho-virtual-desenvolvido-pela-

ibm/

O que dizer do Espelho Virtual que pode

compartilhar a imagem de uma pessoa –

experimentando uma nova roupa, por exemplo –

em sua rede virtual, para que a mesma seja

votada por seus amigos (live feedback) para que

assim sua decisão tenha maior chance de

sucesso?

Ou de aplicativos para o iPhone, como o

desenvolvido pelo Bradesco

http://www.brainstorm9.com.br/trends/bradesc

o-lanca-primeiro-aplicativo-brasileiro-com-

realidade-aumentada-para-iphone/, que

permitem encontrar a agência mais próxima

apenas seguindo as placas que o celular aponta

durante o caminho?

Ainda, a utilização de tecnologias de realidade

aumentada que permitirão aos consumidores

aplicarem uma “camada personalizada” ao

ambiente físico de uma loja?

Os céticos dirão que ainda se tratam de

experimentos isolados ou de tendências de longo

prazo. Porém, a realidade da Internet que

permeia as atividades corporativas está mais

próxima do que se imagina, uma vez que o

gargalo é mais político do que técnico.

Governar os investimentos para a Internet

aplicada aos processos corporativos é o desafio

que precisa ser superado, uma vez que hoje, na

maioria das empresas, existe um entendimento

vertical e hierárquico para o tema.

Como dissemos anteriormente, a Internet deve

permear as empresas, e, portanto, os orçamentos

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direcionados à sua viabilização deverão também

permear os diversos centros de custos das

unidades, áreas e funções corporativas, do

Planejamento Estratégico à Operação, da Gestão

ao Relacionamento, sem restrições.

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Os artigos deste e-book fazem parte da série de artigos disponibilizados nas newsletters do Grupo ECC. Os textos são produzidos pelos

analistas do Tech Lab (Strategy Research Center) do Grupo ECC e pelos sócios e consultores da E-Consulting Corp. (www.e-

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