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Unidade Auditada: LABORATORIO NACIONAL AGROPECUARIO/PE Exercício: 2014 Município: Recife - PE Relatório nº: 201503724 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE PERNAMBUCO _______________________________________________ Análise Gerencial Senhor Chefe da CGU-Regional/PE, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503724, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 6 de abril de 2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual apresentada pelo Laboratório Nacional Agropecuário em Recife Lanagro/PE. 1. Introdução Os trabalhos de campo foram realizados no período de 11 a 19 de maio de 2015, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da União TCU. Registra-se que os Achados de Auditoria apresentados neste Relatório foram estruturados, preliminarmente, em Programas e Ações Orçamentárias organizados em títulos e subtítulos, respectivamente, segundo os assuntos com os quais se relacionam diretamente. Posteriormente, apresentam-se as informações e as constatações que não estão diretamente relacionadas a Programas/Ações Orçamentários específicos.

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Unidade Auditada: LABORATORIO NACIONAL AGROPECUARIO/PE

Exercício: 2014

Município: Recife - PE

Relatório nº: 201503724

UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE

PERNAMBUCO

_______________________________________________ Análise Gerencial

Senhor Chefe da CGU-Regional/PE,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201503724, e

consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01,

de 6 de abril de 2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a

prestação de contas anual apresentada pelo Laboratório Nacional Agropecuário em

Recife – Lanagro/PE.

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 11 a 19 de maio de 2015, por

meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício

sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela unidade auditada, em

estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal.

Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

O Relatório de Auditoria encontra-se dividido em duas partes: Resultados dos

Trabalhos, que contempla a síntese dos exames e as conclusões obtidas; e Achados de

Auditoria, que contém o detalhamento das análises realizadas. Consistindo, assim, em

subsídio ao julgamento das contas apresentadas pela Unidade ao Tribunal de Contas da

União – TCU.

Registra-se que os Achados de Auditoria apresentados neste Relatório foram

estruturados, preliminarmente, em Programas e Ações Orçamentárias organizados em

títulos e subtítulos, respectivamente, segundo os assuntos com os quais se relacionam

diretamente. Posteriormente, apresentam-se as informações e as constatações que não

estão diretamente relacionadas a Programas/Ações Orçamentários específicos.

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2. Resultados dos trabalhos

De acordo com o escopo de auditoria firmado, por meio da Ata de Reunião realizada em

25 de novembro de 2014, entre CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO

ESTADO DE PERNAMBUCO e a Secretaria de Controle Externo em Pernambuco –

Secex/PE, foram efetuadas as seguintes análises:

2.1 Avaliação da Conformidade das Peças

Com objetivo de avaliar a conformidade das peças do processo anual de prestação de

contas do Laboratório Nacional Agropecuário em Recife (Lanagro/PE), conforme

disposto no art. 13 da IN TCU nº 63/2010, foram analisados os arquivos referentes à

Unidade disponíveis no sítio eletrônico do Tribunal de Contas da União

(http://portal3.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/contas/e-Contas),

constatando-se a elaboração de todas as peças a ela atribuídas pelas normas do TCU

para o exercício em pauta.

A metodologia da equipe de auditoria consistiu na análise de todos os itens que

compõem o Relatório de Gestão e o Rol de Responsáveis.

Ressalta-se que a Unidade Jurisdicionada cumpriu o prazo previsto no item 5.1 do

Anexo I da Portaria CGU nº. 522/2015 para envio, exclusivamente em meio eletrônico,

das peças previstas nos incisos I a III do art. 13 da IN/TCU nº 63/2010.

No que se refere aos formatos e conteúdos obrigatórios, entretanto, verificou-se que não

foram contemplados todos os conteúdos obrigatórios nos termos das Decisões

Normativas TCU n.º 134/2013 e 140/2014, alteradas pela Decisão Normativa TCU n.º

143/2015, e da Portaria TCU n.º 90/2014, pois a Unidade não apresentou algumas das

informações exigidas na Parte A do Anexo II da DN TCU nº 134/2013, a saber:

- Item 5.1: não apresentou avaliação sobre os estágios de implementação do

planejamento estratégico, destacando os avanços observados no exercício 2014 e as

perspectivas em relação aos próximos exercícios com base nas etapas de avaliação e

monitoramento do plano.

- Item 5.2: a Unidade justificou a ausência desse item pelo fato de não ser responsável

por programa ou ação do PPA; entretanto, ao ser questionada sobre o indicador de

desempenho de metas físicas de provas realizadas, apresentou planilhas contendo as

metas programadas e as realizadas no exercício, de forma que tal informação deveria

constar no Relatório de Gestão, em face da regulamentação contida no item 5.2 e no

subitem 5.2.3 do Anexo Único da Portaria TCU nº 90/2014; embora não seja unidade

orçamentária, a Unidade deveria informar o resultado das ações em que tenha tido

participação direta na execução, demonstrando assim os resultados alcançados, a

exemplo, da principal Ação executada (20ZW – Promoção da Defesa Agropecuária),

cujo produto essencial são as análises realizadas no exercício, conforme o indicador já

citado; apesar das informações em questão não terem sido apresentadas no corpo do

Relatório de Gestão, o gestor incluiu, no Anexo B do citado documento, espelho de

programação orçamentária do Lanagro/PE para a ação 20ZW, extraídos do Sistema de

Gestão Integrada (SGI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em que

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aparecem metas físicas e financeiras, divergentes das informações já citadas, obtidas

durante os trabalhos de campo da auditoria.

- Item 7.3: revisão dos contratos vigentes, bem como dos já encerrados, em face da

desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da Lei nº 12.546/2011.

- Item 8.1: média anual de quilômetros rodados, por grupo de veículos, mas apenas a

soma da quilometragem; além disso, apesar de informar a necessidade de adquirir novos

veículos, não apresentou um plano de substituição de frota.

Registre-se, ainda, em que pese a Unidade expressar que não faz uso do Sistema de

Custos do Governo Federal, remetendo essa avaliação aos órgãos superiores, no âmbito

do item 12.2 da Parte A do Anexo II da DN TCU nº 134/2013, a Unidade teria que

apresentar, pelo menos, a forma como interage com a setorial de custos do MAPA e as

iniciativas para apuração do seu custo administrativo.

A Unidade registrou que não possui unidade de auditoria interna e, portanto, não

apresentou parecer de órgão que deva se pronunciar sobre as contas ou sobre a gestão

dos responsáveis da unidade jurisdicionada, nos termos do art. 13, inciso III, da IN TCU

nº 63/2010.

Em análise ao Rol de Responsáveis incluído no referido processo anual de prestação de

contas, verificaram-se inconsistências com as informações contidas no SIAFI 2014, que

foram regularizadas pela Unidade durante os trabalhos de campo da auditoria, a partir

de alterações no SIAFI 2015. A unidade não precisou alterar a citada peça, que foi

elaborada no formato previsto no Anexo II, da DN TCU nº 140/2014.

##/Fato##

2.2 Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

Esta análise trata dos resultados quantitativos e qualitativos da gestão, em especial da

eficácia e eficiência dos objetivos e metas físicas e financeiras planejados ou pactuados

para o exercício.

A Unidade Jurisdicionada deixou de apresentar no Relatório de Gestão as informações

relativas à programação orçamentária e financeira e os resultados alcançados, alegando

não ser responsável por nenhum programa ou ação do PPA, tratando-se apenas de um

órgão executor.

Entretanto, o Lanagro/PE deveria informar o resultado das ações em que tenha tido

participação direta na execução, demonstrando assim os seus resultados.

Apesar desse contexto, por meio dos Ofícios nº 548/2015, de 19 de maio de 2015, e

599/2015, de 1º de junho de 2015, a Unidade apresentou esclarecimentos sobre os seus

indicadores de desempenho, para a Ação de maior materialidade (“20ZW - Promoção

da Defesa Agropecuária”), com elementos suficientes para que fossem analisadas as

metas físicas e financeiras programadas e realizadas no exercício.

Relacionadas a esta Ação governamental, foram executadas despesas no montante de

R$ 10.332.073,83, que corresponde a 78,70% do total das despesas executadas pela UJ.

A Ação “20ZW - Promoção da Defesa Agropecuária” tem por finalidade promover: a

sanidade na agropecuária, mantendo e ampliando a situação das zonas livres de pragas e

doenças; o funcionamento dos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros); a

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ampliação e qualificação da oferta de serviços laboratoriais para atendimento da

demanda na área da defesa agropecuária; o controle de resíduos e contaminantes em

produtos de origem vegetal e animal, de forma a promover a qualidade de alimentos e

bebidas; a coordenação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária

(SUASA); e a estruturação do Centro de Inteligência e Formação em Defesa

Agropecuária.

No que diz respeito aos resultados físicos, a referida Ação alcançou o desempenho de

46,23% da meta estabelecida para a Rede Lanagro e 80,65% para a Rede Credenciada

de Laboratórios. Na tabela seguinte, encontra-se expresso o resultado físico obtido:

Tabela 1 - Análise do Cumprimento da Meta Física

Ação Governamental Unidade de Medida

(Produto) Meta Física Execução/

Previsão

(%) Cód. Título Previsão Execução

20ZW Promoção da Defesa

Agropecuária

Análises realizadas

– Rede Lanagro 169.600 78.410 46,23

Análises realizadas

– Rede Credenciada 756.439 610.072 80,65

Fonte: Planilhas e informações anexas aos Ofícios nº 548/2015, de 19 de maio de 2015, e 599/2015, de 1º

de junho de 2015.

Quanto ao resultado financeiro da Ação “20ZW - Promoção da Defesa Agropecuária”,

verifica-se que sua execução financeira ficou em torno de 78,70%, quando considerado

o total das despesas liquidadas e das despesas inscritas em Restos a Pagar Não

Processados. Na tabela seguinte, encontra-se demonstrado o resultado financeiro da

Unidade em 2014:

Tabela 2 – Resultado financeiro da unidade

Ação Governamental Despesas

Liquidada

s

(a)

Despesas

Executadas

por Inscrição

em Restos a

Pagar Não-

Proc.

(b)

Total de

Despesas

Executada

s no

Exercício

(a)+(b)

Representativid

ade da Ação

sobre o Total

Executado

(%) Cód. Título

152L

Reforma,

ampliação e

modernização

dos

laboratórios

nacionais

agropecuários

(Lanagros)

345.514,62 976.694,58 1.322.209,2

0 10,07

2000 Administração

da unidade 10.342,93 1.738,02 12.080,95 0,09

20ZW

Promoção da

defesa

agropecuária

9.120.601,2

0 1.211.472,63

10.332.073,

83 78,70

20ZX

Fiscalização de

atividades

agropecuárias

685.762,82 775.988,86 1.461.751,6

8 11,13

Total 10.162.221,

57 2.965.894,09

13.128.115,

66 100,00

Fonte: Extração no SIAFI-Gerencial em 30 de abril de 2015.

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Observe-se, que a execução financeira refere-se apenas à Rede Lanagro/PE, não

incluindo a Rede de Laboratórios Credenciados.

A Rede Lanagro/PE corresponde às unidades descentralizadas de laboratórios oficiais

do MAPA, na região Nordeste. A Rede de Laboratórios Credenciados, públicos e

privados, refere-se aos laboratórios autorizados pelo Lanagro/PE a realizar análises e

exames de caráter oficial exigidos ao longo do processo de produção das atividades

agropecuárias. No âmbito nacional, o conjunto da Rede Lanagro com a Rede de

Laboratórios Credenciados, constitui a Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários

do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA/MAPA).

Ao se utilizar a dotação inicial consignada no Plano Orçamentário “000G –

Funcionamento dos Laboratórios Nacionais Agropecuários” da Ação 20ZW, extraído do

Sistema de Gestão Integrada (SGI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA) e incluído no Anexo B do Relatório de Gestão 2014, observou-

se o seguinte resultado orçamentário para a citada ação:

Tabela 3 – Execução orçamentária da ação 20ZW

Ação Governamental Dotação inicial

informada no

SGI/MAPA

(a)

Total de

Despesas

Executadas no

Exercício

(b)

Percentual de

Realização

(b)/(a)

(%) Cód. Título

20ZW

Promoção da

defesa

agropecuária

10.115.000,00 10.332.073,83 102,15

Fonte: Extração no SIAFI-Gerencial em 30 de abril de 2015 e Anexo B do Relatório de Gestão 2014.

De acordo com o Relatório de Gestão 2014, depreende-se que os recursos dessa Ação

foram aplicados em despesas gerais para a manutenção e funcionamento da Unidade,

apesar da falta de abordagens gerenciais consolidadoras nas “análises críticas”

correspondentes aos itens 5 e 6 da Parte A do Anexo II da Decisão Normativa TCU nº

134/2013.

A baixa execução física da Ação 20ZW, se comparada com o excesso de execução

orçamentária, considerando a dotação inicial constante no SGI/MAPA, demonstra um

descompasso entre as metas físicas e as metas financeiras, bem como indicam um

desequilíbrio no processo de formalização dessas metas junto à unidade orçamentária

responsável pelo Lanagro/PE.

##/Fato##

2.3 Avaliação dos Indicadores de Gestão da UJ

Com a finalidade de verificar se os indicadores apresentados pela unidade auditada

atendem aos requisitos de completude, comparabilidade, confiabilidade, acessibilidade e

economicidade, foram selecionados os quatro indicadores apresentados no Relatório de

Gestão, os quais se encontram na tabela abaixo.

Quadro 1 – Indicadores de desempenho informados no Relatório de Gestão 2014

Indicador Descrição do Indicador Fórmula1

1 NMV - Número de métodos validados;

NMD - Número de métodos demandados;

AR - Auditorias realizadas;

AP - Auditorias programadas;

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Indicador Descrição do Indicador Fórmula1

Percentual de métodos

validados com relação aos

demandados (PMV)

Mede o percentual de métodos

validados dentre os demandados. PMV = (NMV/NMD) * 100

Percentual de auditorias internas

no SGQ do Lanagro-PE dentro

do cronograma estabelecido

(PARP)

Mede o percentual de auditorias

internas no SGQ do Lanagro-PE

dentro do cronograma estabelecido. PARP = (AR/AP/) * 100

Percentual de valores de metas

físicas de provas realizadas pelo

Lanagro-PE em relação às

programadas (PVMRP)

Mede o percentual de metas físicas

de provas realizadas pelo Lanagro-

PE em relação às programadas. PVMRP = (NPR/NPP) * 100

Percentual de recursos

utilizados relativamente aos

recebidos (IUT1)

Mede o percentual dos recursos

financeiros utilizados em relação

aos recebidos. IUT1 = (RU/RR) * 100

Fonte: Relatório de Gestão 2014.

Por meio da análise realizada chegou-se às conclusões registradas no quadro abaixo.

Quadro 2 – Avaliação dos atributos dos indicadores

Indicador Atributo2

Atendimento do indicador

ao critério

Percentual de métodos validados com

relação aos demandados (PMV)

Completude Não

Comparabilidade Sim

Confiabilidade Não

Acessibilidade Sim

Economicidade Não foi possível avaliar

Percentual de auditorias internas no SGQ do

Lanagro-PE dentro do cronograma

estabelecido (PARP)

Completude Não

Comparabilidade Sim

Confiabilidade Não

Acessibilidade Sim

Economicidade Não foi possível avaliar

Percentual de valores de metas físicas de

provas realizadas pelo Lanagro-PE em

relação às programadas (PVMRP)

Completude Não

Comparabilidade Sim

Confiabilidade Não

Acessibilidade Sim

Economicidade Não foi possível avaliar

Percentual de recursos utilizados

relativamente aos recebidos (IUT1)

Completude Não

Comparabilidade Sim

Confiabilidade Sim

Acessibilidade Sim

Economicidade Não foi possível avaliar

NPR - Número de provas realizadas;

NPP - Número de provas programadas;

RU - Recursos utilizados;

RR - Recursos recebidos.

2 Completude - capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a situação que a unidade pretende

medir e de refletir os resultados das intervenções efetuadas na gestão;

Comparabilidade - capacidade de proporcionar medição da situação pretendida ao longo do tempo, por intermédio de

séries históricas;

Confiabilidade - confiabilidade das fontes dos dados utilizados para o cálculo do indicador, avaliando,

principalmente, se a metodologia escolhida para a coleta, processamento e divulgação é transparente e reaplicável por

outros agentes, internos ou externos à unidade;

Acessibilidade - facilidade de obtenção dos dados, elaboração do indicador e de compreensão dos resultados pelo

público em geral;

Economicidade - razoabilidade dos custos de obtenção do indicador em relação aos benefícios para a melhoria da

gestão da unidade.

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Nenhum dos indicadores da Unidade reporta-se a aspectos de qualidade dos produtos e

serviços ofertados à sociedade. Todos os indicadores são de quantitativos apurados,

relacionados à eficácia da instituição.

Para cada um desses indicadores a Unidade apresentou no Relatório de Gestão 2014

uma “análise crítica” e um anexo contendo um resumo sobre o indicador e a memória

de cálculo da sua apuração para o exercício (Anexos D, E, F e G do Relatório de

Gestão).

Entretanto, deve-se registrar que as “análises críticas” consignadas pelo gestor para os

quatro indicadores não são claras, não havendo a explicação sobre o objetivo do

indicador, sobre sua utilidade (completude) na tomada de decisões gerenciais, bem

como sobre sua economicidade.

As inconsistências identificadas na apuração dos indicadores PMV, PARP e PVMRP,

no próprio Relatório de Gestão, demonstram a falta de confiabilidade dos dados, aliado

ao fato de não existir sistema informatizado para coleta e monitoramento dos referidos

indicadores gerenciais de desempenho.

Essa situação implica concluir que os indicadores em questão não são suficientes para

aferir o desempenho da UJ no exercício 2014.

##/Fato##

2.4 Avaliação da Gestão de Pessoas

Com base nas informações extraídas do Relatório de Gestão, verificou-se que o quadro

de pessoal da Unidade auditada estava assim constituído no final do exercício de 2014:

Tabela 1 – Quantitativo de pessoal informado no Relatório de Gestão

Tipologias dos

Cargos Lotação Efetiva Ingressos em 2014 Egressos em 2014

1. Servidores em

cargos efetivos 119 55 5

2. Servidores com

contratos

temporários

0 0 0

3. Servidores sem

vínculo com a

administração

pública

2 0 0

Total 121 55 5

Fonte: Relatório Gestão 2014, Quadro A.7.1.1.1 - Força de Trabalho da UJ.

Entretanto, a manifestação do gestor durante os trabalhos de auditoria e algumas partes

do Relatório de Gestão demonstram inconsistências no quadro acima.

Em relação aos servidores ingressos e egressos no exercício, considerando o concurso

púbico realizado em 2014 e os servidores removidos, houve um aumento de 55

servidores na força de trabalho da Unidade.

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No relatório de gestão, o gestor não informa a existência de servidores em exercício

descentralizado (Quadro A.7.1.1.1), bem como não registra a existência de servidores

cedidos com ônus (Quadro A.7.1.3). No que se refere aos servidores requisitados, o

gestor informa a existência de 27 servidores.

Não foram observadas evidências de irregularidade nas informações prestadas quanto ao

servidores requisitados, bem como quanto à existência de servidores em exercício

descentralizado e cedidos. Entretanto, deve-se ressalvar que o gestor, no Relatório de

Gestão, pontuou como dificuldades a faixa etária avançada, o grau de escolaridade e a

saúde debilitada dos servidores requisitados, registrando, ainda, que a aceitação desses

servidores decorre da carência de pessoal da Unidade.

Além dos 121 servidores efetivos, segundo os Quadros A.7.2.1 e A.7.2.2 do Relatório

de Gestão, a unidade contou com um total de 111 funcionários terceirizados, em 2014,

além de ter utilizado oito estagiários na área fim.

Segundo, ainda a manifestação do gestor, o quantitativo de pessoal balizador da

proposta para o concurso realizado em 2014 ainda está distante do total de servidores

nomeados e atualmente em exercício na unidade.

Neste particular, deve-se destacar a análise contida no Relatório de Gestão 2014 acerca

do fato de, dos dez agentes administrativos nomeados, 60% já terem informado no ato

de posse que deixariam o órgão, em face da aprovação em concursos com salários e

condições de trabalho mais atrativas. Essa informação foi confirmada durante os

trabalhos de auditoria, quando o gestor informou em 8 de maio de 2015 que cinco

agentes administrativos já haviam solicitado o desligamento da Unidade.

Outro aspecto importante a ser destacado do Relatório de Gestão 2014 diz respeito à

análise do gestor sobre os afastamentos de servidores decorrente de aposentadoria, que

reduzirá ainda mais a força de trabalho da Unidade, nos próximos 10 anos.

Sobre a questão da terceirização de mão de obra, segundo manifestação do gestor, o

concurso realizado em 2014 serviu para substituição dos 32 terceirizados irregulares, em

virtude do contrato celebrado entre a União, por intermédio do MAPA, e a Fundação de

Pesquisa do Agronegócio - Fundepag. O gestor declarou à CGU, que todos os

terceirizados irregulares foram dispensados em 2014.

Observe-se, entretanto, que, conforme já mencionado, o gestor apresentou no Relatório

de Gestão o Quadro A.7.2.2 – Contratos de prestação de serviços com locação de mão

de obra.

Nesse quadro, o gestor listou os contratos em vigor em 2014, mesmo que já encerrados,

para locação de mão de obra para atividades não abrangidas pelo plano de cargos do

órgão. Apesar de não ter feito parte do escopo desta auditoria, chama a atenção o

Contrato nº 13/2012, decorrente do Pregão Eletrônico nº 49/2011, no qual consta a

contratação de 42 colaboradores, dentre os quais dez assistentes administrativos e

catorze auxiliares administrativos. Segundo o referido quadro, esse contrato teve início

em 30 de janeiro de 2012 e tem previsão de encerramento em 30 de janeiro de 2016.

Não é demais ressaltar a similaridade de atribuições entre os assistentes administrativos,

os auxiliares administrativos e o cargo efetivo de agente administrativo, que inclusive

foi contemplado no último concurso do MAPA, realizado em 2014, tendo o Lanagro/PE

recebido 10 servidores. Neste particular, a denominação dos cargos é irrelevante, para

se aferir se há similaridade nas atividades desempenhadas em cada cargo, devendo o

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gestor estar atento às implicações legais decorrentes da contratação de mão de obra

terceirizada para desempenhar as funções de cargos efetivos do serviço público.

No Relatório de Gestão, o gestor não reconhece a existência de irregularidade no

referido contrato e reafirma nas suas manifestações que os contratos de terceirização

irregulares existentes na unidade foram encerrados.

Quanto à revisão dos contratos vigentes ou já encerrados, em face da desoneração da

folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da Lei nº 12.546/2011, o gestor informou que

ainda não teve condições de rever tais contratos, ficando o compromisso de realização

desse levantamento para o exercício 2015.

Quanto às ocorrências na folha de pagamento, relacionadas aos adicionais de

insalubridade e noturno, obtidos por força de decisão judicial para alguns fiscais

federais agropecuários vinculados ao respectivo sindicato da categoria, o Lanagro/PE

informou que não é unidade pagadora, mas encaminhou as solicitações da CGU para a

Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Pernambuco

(SFA/PE). Dos doze servidores relacionados nas ocorrências apontadas pela CGU, a

Unidade Pagadora identificou três servidores com valores a restituir ao Erário, em face

do pagamento a maior dos adicionais e um servidor com pagamento a menor,

necessitando de complemento.

Sobre essa questão, é relevante observar que mesmo se tratando de decisão judicial, a

condição para o servidor permanecer com o recebimento do adicional de insalubridade é

a permanência em localidade insalubre, não havendo manifestação da unidade pagadora

sobre essa questão, nem a justificativa pelo lançamento indevido dos valores em folha

de pagamento.

Com o objetivo de avaliar a consistência dos controles internos administrativos

relacionados à gestão de pessoas, verificou-se que o Lanagro/PE não tem um setor

responsável pela gestão de pessoas. Na verdade, a Unidade se apresenta apenas como

um setor de apoio à SFA/PE no acompanhamento dessas questões.

Em face disso, a análise sobre os referidos controles demonstra algumas fragilidades,

tendo o gestor da Unidade informado à equipe de auditoria que estão sendo

desenvolvidos e mapeados os processos para gestão dos recursos humanos da unidade.

Cabe apenas ressaltar, que as atribuições compartilhadas com a SFA/PE, como Unidade

Pagadora, devem ser merecedoras de atenção por parte do gestor no intuito de

acompanhar e otimizar todo o controle administrativo da Unidade.##/Fato

##/Fato##

2.5 Avaliação da Regularidade dos Processos Licitatórios da UJ

Com foco na ação 20ZW – Promoção da Defesa Agropecuária foram analisados, por

amostragem não probabilística, processos de aquisição e de bens e serviços instruídos

no exercício de 2014 pelo Lanagro/PE.

O critério utilizado para selecionar os processos para análise foi a materialidade por

modalidade de licitação.

Não foram identificadas irregularidades e/ou impropriedades quanto à motivação e

fundamentação legal utilizadas como parâmetros para as referidas aquisições.

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O quadro seguinte mostra que foram analisados 30,36% do volume de recursos

aplicados no exercício de 2014.

Quadro – Licitações avaliadas

Descrição

Quantidade

de

processos

Valor

envolvido

(R$)

Processos licitatórios 130 5.906.025,72

Processos avaliados 8 1.772.715,10

Processos em que foi detectada

alguma desconformidade 0 0,00

A seguir, detalha-se, por modalidade de licitação, os recursos citados no quadro

anterior. Apontando que o total de recursos analisados corresponde a: 59,56% do valor

das dispensas, 43,49% do valor das inexigibilidades, 17,98% do valor dos pregões

eletrônicos e 61,47% do valor das tomadas de preços.

Quadro – Dispensas de licitação avaliadas

Descrição

Quantidade

de

processos

Valor

envolvido

(R$)

Processos de dispensa 62 509.683,42

Processos avaliados 1 303.556,02

Processos em que foi detectada

alguma desconformidade 0 0,00

Quadro – Inexigibilidade de licitação avaliadas

Descrição

Quantidade

de

processos

Valor

envolvido

(R$)

Processos de inexigibilidade 16 1.332.581,08

Processos avaliados 1 579.561,00

Processos em que foi detectada

alguma desconformidade 0 0,00

Quadro – Pregões eletrônicos avaliados

Descrição

Quantidade

de

processos

Valor

envolvido

(R$)

Pregões eletrônicos 49 3.650.980,08

Pregões eletrônicos avaliados 5 656.443,00

Processos em que foi detectada

alguma desconformidade 0 0,00

Quadro – Tomadas de Preços avaliadas

Descrição

Quantidade

de

processos

Valor

envolvido

(R$)

Tomadas de preços 3 412.781,14

Tomadas de preços avaliadas 1 253.738,14

Processos em que foi detectada

alguma desconformidade 1 253.738,14

De acordo com os quadros exibidos anteriormente, verificou-se falha da Comissão de

Licitação com relação ao julgamento das propostas de preços apresentadas na Tomada

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de Preços nº 05/2014 que acarretou na contratação de empresa que não atendia a uma

das exigências do Edital de Licitação. Sendo que o contrato decorrente daquela

Licitação foi cancelado devido à representação apresentada por uma das licitantes

envolvidas no processo.

Diante do exposto, não foram identificadas irregularidades e/ou impropriedades quanto

à motivação e fundamentação legal utilizadas como parâmetros para licitações

analisadas. Entretanto, em decorrência da ausência de critérios estatísticos quando da

seleção da amostra, o resultado do exame limita-se aos processos examinados.

Com relação à utilização de critérios de sustentabilidade ambiental, a Unidade adota o

Edital Eficiente instituído pela Advocacia Geral da União.

##/Fato##

2.6 Avaliação da Gestão do Patrimônio Imobiliário

O Lanagro/PE não possui patrimônio imobiliário sob sua responsabilidade. A sede da

Unidade está alocada em terreno sob a responsabilidade da Universidade Federal Rural

de Pernambuco (UFRPE).

Para que a Universidade possa ceder ao laboratório a área ocupada por ele, é necessário,

primeiramente, que a área física onde está situada a Universidade seja oficializada na

Superintendência do Patrimônio da União. Somente após esta situação poderá haver um

desmembramento do terreno da Universidade e a posterior cessão da superfície ocupada

pelo Lanagro/PE. ##/Fato##

2.7 Avaliação dos Controles Internos Administrativos

A fim de atender ao estabelecido pela Corte de Contas nesse item, considerou-se a

seguinte questão de auditoria: os controles administrativos garantem o atingimento dos

objetivos estratégicos?

Com o objetivo de verificar os controles internos administrativos instituídos pelo

Lanagro/PE buscou-se analisar, os seguintes componentes do controle interno: ambiente

de controle, avaliação de risco, procedimentos de controle, informação e comunicação e

monitoramento, conforme demonstrado a seguir:

a) Ambiente de Controle

Com relação ao ambiente de controle, constatou-se a inexistência de canais para

recebimento de denúncias, formalmente instituídos na Unidade.

b) Avaliação de Risco

O Lanagro/PE não possui um Plano Institucional ou outro instrumento normativo que

comtemple a avaliação de risco da Unidade.

c) Procedimentos de Controle

Embora não exista na Unidade documentos que evidenciem a adoção de políticas e

ações de natureza preventiva desenvolvidas com o objetivo de mitigar riscos existentes,

percebe-se a preocupação do Lanagro/PE em acompanhar/melhorar os resultados das

atividades desenvolvidas.

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Com relação às atividades finalísticas do laboratório, o Lanagro/PE elaborou um

Manual da Qualidade com base na norma ABNT NBR ISSO/IEC 17025:2005,

definindo as diretrizes a serem seguidas na implantação e manutenção do Sistema de

Gestão da Qualidade da Unidade.

Objetivando estender a acreditação da referida norma ABNT aos itens correspondentes

da área administrativa, o Lanagro/PE está mapeando seus processos nesta área. Tal

mapeamento permitirá um controle mais eficiente de tais processos.

d) Informação e Comunicação

O Lanagro/PE utiliza os instrumentos de comunicação institucional, tais como,

memorandos, e-mails, página na intranet, quadros de aviso intentos nos laboratórios,

vídeo conferências com o órgão central, canais de redes sociais entre a alta direção da

CGAL e Lanagros e internamente nas áreas técnicas.

Entretanto, com relação à divulgação de informações de interesse geral ou coletivo na

internet, a Unidade não dispõe de sítio próprio.

O Lanagro/PE juntamente com outros laboratórios oficiais e credenciados no Brasil

compõe a Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do Sistema Unificado de

Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa/Mapa). Algumas informações relativas a esta

rede encontram-se disponíveis no sítio eletrônico do Ministério da Agricultura

(http://www.agricultura.gov.br/laboratorios). Contudo, verificou-se, no sítio em questão,

ausência de informações referentes a registros de repasses ou transferência de recursos

financeiros, registro das despesas, informações de procedimentos licitatórios, inclusive

os respectivos editais e resultados, bem como os contratos celebrados.

e) Monitoramento

Considerando que o monitoramento diz respeito à avaliação, certificação e revisão da

estrutura de gestão de riscos e controles internos para saber se estão sendo efetivos ou

não, à inexistência de normativo que comtemple a avaliação de riscos da Unidade

compromete a análise do monitoramento.

Diante do exposto, pode-se afirmar que a Unidade encontra-se num nível intermediário

com relação aos seus controles internos. Havendo, portanto, princípios e padrões

documentados e um entendimento básico sobre eles.

##/Fato##

2.8 Avaliação do Cumprimento das Determinações/Recomendações do TCU

Por meio de pesquisa no sítio eletrônico do TCU (www.tcu.gov.br) e de informações

contidas no Relatório de Gestão da Unidade, foi verificado que não foram expedidas,

pelo Tribunal de Contas, determinações/recomendações para o Laboratório Nacional

Agropecuário em Recife – Lanagro/PE, no exercício de 2014. , para as quais deveria

existir o acompanhamento por parte da CGU.

##/Fato##

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2.9 Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

Com base nas informações registradas no Plano de Providências Permanente e no

Relatório de Gestão da unidade auditada, verificou-se que a unidade mantém uma rotina

adequada de acompanhamento e atendimento das recomendações da CGU. Comprova

essa afirmação o cumprimento total das recomendações encaminhadas até 31 de

dezembro de 2014.

Tabela - Recomendações existentes em 2014

Situação Quantidade

Atendida 2

Monitorando 0

Cancelada 2

Total 4

Fonte: Plano de Providências Permanente

##/Fato##

2.10 Avaliação do CGU/PAD

O sistema de correição que atende aos Lanagros é de responsabilidade da Coordenação-

Geral de Procedimentos Disciplinares – CGPAD/SE, ligada diretamente à Secretaria

Executiva do MAPA.

A comunicação entre a CGPAD/SE e o Lanagro/PE, referente aos procedimentos

administrativos, ocorre por meio de interlocutores nomeados pela Portaria nº 270, de 09

de dezembro de 2014. Os interlocutores em questão são os mesmos nomeados como

titular e substituto do Sistema CGU-PAD por intermédio da Portaria LANAGRO-PE nº

107, de 20 de novembro de 2013.

Conforme consulta realizada no sistema CGU-PAD, em 26 de maio de 2015, verificou-

se que não existem informações referentes a procedimentos disciplinares instaurados

pelo Lanagro/PE no exercício de 2014. De acordo com informações prestadas pelo

gestor, nunca houve, no Lanagro/PE, processos disciplinares instaurados.

Sintetizando, embora a Unidade possua interlocutores formalmente designados para

interagir com a coordenação responsável pelo seu sistema de correição e que esses

interlocutores tenham sido nomeados para efetuar cadastro no sistema CGU-PAD,

nunca houve necessidade de inclusão de dados no referido sistema.

##/Fato##

3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário e as providências

corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas no Plano de

Providências Permanente ajustado com a UJ e monitorado pelo Controle Interno. Tendo

sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável, submetemos o presente

Relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a emissão do competente

Certificado de Auditoria.

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Recife/PE, 07 de agosto de 2015.

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_______________________________________________ Achados da Auditoria - nº 201503724

1 Defesa Agropecuária

1.1 Promoção da Defesa Agropecuária

1.1.1 CONTRATOS SEM LICITAÇÃO

1.1.1.1 INFORMAÇÃO

O Processo de contratação, realizado por meio de Inexigibilidade de Licitação, está

em conformidade com a legislação aplicável e orientações emanadas pelos órgãos

de controle.

Fato

Para avaliar a gestão de compras e contratações, especialmente no que diz respeito à

regularidade dos processos sem licitação, foi selecionado um processo de contratação

direta por inexigibilidade. O critério utilizado na escolha do processo foi a

materialidade.

No exercício de 2014, o Lanagro/PE realizou 16 contratações diretas por

inexigibilidade, no valor total de R$ 1.332.581,08. O processo selecionado para

análise corresponde a 43,49% desse montante.

Trata-se da Inexigibilidade nº 04/2014, Processo nº 21002.000019/2014-10, no valor

de R$ 579.561,00, referente à aquisição de Kit de Prova de Elisa para Detecção In

Vitro de Anticorpos Contra Proteína Não Estrutura 3ABC do vírus da Febre Aftosa.

A partir da análise da referida Inexigibilidade, verificou-se que a Unidade adotou

procedimentos compatíveis com a legislação aplicável e orientações emanadas pelos

órgãos de controle. ##/Fato##

1.1.1.2 INFORMAÇÃO

O Processo de contratação, realizado por Dispensa de Licitação, está em

conformidade com a legislação aplicável e orientações emanadas pelos órgãos de

controle.

Fato

Para avaliar a gestão de compras e contratações, especialmente no que diz respeito à

regularidade dos processos sem licitação, foi selecionado um processo de contratação

direta por dispensa. O critério utilizado na escolha do processo foi a materialidade.

No exercício de 2014, o Lanagro/PE realizou 62 contratações diretas por dispensa de

licitação, no valor total de R$ 509.683,42. O processo selecionado para análise

corresponde a 59,56% desse montante.

Trata-se da Dispensa nº 37/2014, processo nº 21002.000061/2014-31, no valor de R$

303.556,02, referente à prestação de serviços de engenharia de manutenção preventiva

nas redes e instalações elétricas internas e externas, geração de emergência, rede hidro

sanitária, ar comprimido, ar condicionado central (exceto Chiller´s), ar condicionado

individual, equipamentos de refrigeração, câmara fria e outras instalações a serem

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mantidas, compreendendo o fornecimento de mão de obra e materiais/peças de

reposição necessários e adequados.

Em que pese não ter havido a identificação de irregularidades e/ou impropriedades

quanto à motivação e fundamentação legal utilizadas, a Dispensa em questão não teria

razão de existir não fosse uma falha nos controles internos, referente ao

acompanhamento dos contratos em execução.

Durante a execução do contrato anterior à dispensa ora analisada (Contrato nº 07/2011,

firmado em 2011), verificou-se, de acordo com o Parecer nº 0556/2014/CJU-

PE/CGU/AGU/pbs, de 30 de abril de 2014, emitido por Advogado da União, a

ocorrência de solução de continuidade na prorrogação efetivada no 3º termo aditivo.

Tal ocorrência deu origem à recomendação de imediata suspensão do serviço.

Conforme informações da Chefe de Serviço do Apoio Administrativo do Lanagro (fls.

1206 do Processo nº 21022.000085/2010-66), devido a importância dos serviços

contratados para a rotina do Lanagro/PE a suspensão do serviço não poderia ser

imediata e estaria condicionada a contratação de uma nova empresa para assumir os

serviços.

Devido a estes fatos, em 7 de maio de 2014, foi instaurado o Processo de Dispensa ora

analisado que deu origem ao Contrato Emergencial nº 10/2014, firmado em 18 de

junho de 2014.

Note-se que todo o trabalho gerado a partir da instauração da dispensa de licitação

poderia ter sido evitado por meio de controles internos que garantissem o cumprimento

dos prazos para solicitação de aditivos aos contratos vigentes.

##/Fato##

1.1.1.3 INFORMAÇÃO

Controles Internos - Licitações

Fato

O Lanagro/PE tem como objetivo estender a acreditação na Norma NBR ISO IEC

17.025:2005 aos itens correspondentes da área administrativa. Nesse sentido, vem

realizando Mapeamento dos Processos de modo a emitir Instruções de Trabalho

correspondentes ao macroprocesso “Compras e Contratações”. Dentre estas Instruções

de Trabalho está prevista a manutenção dos indicadores temporais de trabalho que se

encontram em fase de implantação na Unidade.

No geral, as atividades de controle desenvolvidas atualmente veem dando bons

resultados, visto que não foram detectadas falhas graves envolvendo os processos

licitatórios avaliados. Entretanto, a ausência de procedimentos de controle que

permitisse identificar o cumprimento de todas as cláusulas editalícias por parte dos

licitantes contribuiu para a anulação de uma Tomada de Preços no exercício de 2014.

Registre-se que todos os processos licitatórios analisados pela equipe de auditoria

foram submetidos à apreciação prévia da assessoria jurídica.

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A seguir, apresenta-se relato acerca das questões informadas pela Coordenadora da

Unidade no questionário de avaliação de controles internos (QACI).

As atividades relacionadas a licitações na Unidade são atualmente realizadas por

servidores formalmente designados conforme as seguintes portarias:

Portaria nº 39, de 11 de abril de 2014 - designação de pregoeiro;

Portaria nº 73, de 25 de junho de 2014 , designação de equipe de apoio técnico ao

pregoeiro;

Portaria nº 142, de 18 de novembro de 2014, designação de equipe de apoio

administrativo ao pregoeiro;

Portaria nº 72, de 25 de junho de 2014, designando os membros da Comissão

Permanente de Licitação – CPL;

Portaria nº 130, de 10 de novembro de 2014, igualmente designando membros da CPL.

Segundo a coordenadora da Unidade, o setor de licitação não dispõe de estrutura

material e nem de agentes administrativos suficientes para realização dos trabalhos sob

sua responsabilidade;

A Unidade não dispõe de controle eletrônico ou manual (planilha) de todos os processos

licitatórios realizados no exercício, com a situação atualizada de cada processo.

Entretanto, a localização dos processos é realizada por intermédio do Sistema de Gestão

Eletrônica de Documentos – SIGED com o auxílio de planilhas elaboradas pelo

Lanagro/PE para controlar o prazo de retorno dos processos enviados a Consultoria

Jurídica da União - CJU para emissão de parecer.

Conforme análises efetuadas nos processos licitatórios instaurados em 2014, as

contratações da Unidade originam-se a partir da formalização oficial da demanda pelo

beneficiário por meio dos seguintes documentos: Documento Oficial de Demanda

(DOD) – documento inicial que solicita o crédito para dar andamento aos processos;

Nota Técnica - explica o objeto a ser adquirido, além da justificativa que explica a

necessidade da contratação; e, por fim, um quadro que explicita o quantitativo a ser

adquirido versus estoque atual.

Em que pese a Unidade haver firmado o Acordo de Cooperação nº 005/2010 com o

Núcleo de Assessoramento Jurídico em Recife visando à implementação do Projeto

Edital Eficiente, não há evidências de relações padronizadas de especificações para itens

como limpeza, vigilância, microcomputadores, etc.

As principais atividades envolvidas na realização de licitações, dispensas e

inexigibilidades são elaboradas com os mesmos artefatos necessários para as

contratações (estudos técnicos preliminares, plano de trabalho e termo de referência ou

projeto básico). A execução destas licitações está apoiada por check-lists que as

formalizam e indicam os documentos que devem constar do processo licitatório, bem

como o fluxo que o processo deve seguir.

Quanto à realização de pesquisa de preços prévia a realização das licitações, dispensas

e inexigibilidades, a Unidade utiliza sistematicamente o SISPP (Sistema de Preços

Praticados) e o SINAP (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da

Construção Civil). Como os registros no SISPP para ambiente laboratorial não são

suficientemente abrangentes, a Unidade elaborou processo para contratar uma

ferramenta denominada ‘Banco de Preços’ que vem sendo utilizada no Lanagro-RS.

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Dentre os processos licitatórios analisados na Unidade, o Pregão nº 39/2014 trata da

contratação de prestação de serviço de engenharia visando à alteração e atualização dos

projetos de engenharia existentes do laboratório de apoio do Lanagro/PE com área total

de construção de aproximadamente 450m². Analisando-se o referido pregão, verifica-se

que a Unidade, mantém rotinas de revisão e aprovação dos artefatos do planejamento

(estudos técnicos preliminares, plano de trabalho e termo de referência ou projeto

básico) e preocupa-se em manter atualizados projetos já existentes, de modo a evitar que

se tornem inadequados e/ou obsoletos.

Com relação à prevenção de fraudes e conluios nas licitações, o Lanagro/PE preocupa-

se em verificar os preços informados pelos fornecedores, ademais de verificar se as

empresas licitantes sofreram sanção por parte da Unidade em contratos anteriores.

Não há evidências, nos processos analisados, de análise dos endereços das empresas

licitantes, bem como de pesquisas acerca de seus quadros societários ou data de

constituição. Tampouco constatou-se, anexados aos processos, consultas para verificar

a ocorrência de registro de penalidades que impedem as empresas de licitar e contratar,

tais como o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, Cadastro

Nacional de Condenações Cíveis por Atos de Improbidade Administrativa - CNJ e

Lista de Inidôneos do TCU.

A exceção de insuficiência de agentes administrativos para a realização dos trabalhos

do setor de licitação, apontada pela Coordenadora da Unidade, as deficiências

constatadas quanto aos controles internos relativos à atividade de licitações não

comprometeram o atingimento dos objetivos e metas da Unidade e tendem a ser

corrigidas/minimizadas após a conclusão do Mapeamento dos Processos de “Compras

e Contratações” que vem sendo realizado pelo Lanagro/PE.

##/Fato##

1.1.2 OPORTUNIDADE DA LICITAÇÃO

1.1.2.1 INFORMAÇÃO

Processos licitatórios

Fato

No exercício de 2014, excetuando-se as contratações diretas por dispensa ou

inexigibilidade, o Lanagro/PE realizou 52 processos licitatórios: 49 contratações por

Pregão Eletrônico e 3 contratações por Tomada de Preços. O montante envolvido

nestas contratações foi de R$ 4.063.761,22.

Quadro – Valores envolvidos nas contratações por Pregão Eletrônico e Tomada de Preços

Processos licitatórios Quantidade de processos Valor envolvido (R$)

Pregões eletrônicos 49 3.650.980,08

Tomadas de preços 3 412.781,14

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Com foco na Ação 20ZW – Promoção da defesa agropecuária, foram analisados, por

amostragem não probabilística, os seguintes processos de aquisição e de bens e

serviços, os quais correspondem a 17,98% do valor envolvido nas contratações por

Pregão Eletrônico e 61,47% do valor envolvido nas Tomadas de Preço.

Quadro – Processos licitatórios avaliados

Processo Modalidad

e

Objeto Valor

Emprenhad

o

(R$)

1300160200005201

4

Tomada de

Preços

Contratação de empresa de

engenharia especializada para

execução, mediante o regime

de empreitada por preço

unitário de obra referente à

Recuperação dos Laboratórios

de Físico-Química de

Alimentos, Laboratório de

Resíduos Contaminantes

Inorgânicos com execução de

Radier sob paredes existentes e

Revestimento da Fachada do

Laboratório das Encefalopatias

no LANAGRO/PE, conforme

especificações e demais

elementos técnicos constantes

no Projeto Básico e demais

Anexos do Edital.

253.738,14

1300160500002201

4

Pregão Pregão Eletrônico -

Contratação de empresa

especializada para prestação de

serviços continuados com

fornecimento, aplicação e

substituição de peças e

consumíveis quando necessário

para manutenção corretiva e

preventiva, qualificação e

Calibração, em equipamento de

laboratório da marca ABSciex,

em proveito do LANAGRO-

PE.

223.420,00

1300160500049201

4

Pregão Pregão Eletrônico - Aquisição

de Grupo Gerador com

instalação completa, para

atender às necessidades do

LANAGRO/PE conforme

especificações e quantidades

estabelecidas no Termo de

Referência e neste Edital e seus

Anexos

129.800,00

1300160500039201

4

Pregão Pregão Eletrônico -

Contratação da prestação de

serviço de Engenharia para

Alteração e atualização dos

projetos existentes para a

117.390,00

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Processo Modalidad

e

Objeto Valor

Emprenhad

o

(R$)

construção do Setor de Apoio e

Meio de Cultura do

LANAGRO/PE com área total

de construção de

aproximadamente 450m , com

execução mediante o regime de

empreitada por preço global,

para atender às necessidades do

LANAGRO/PE, conforme

especificações e quantitativos

estabelecidos no Termo de

referencia e neste Edital e seus

Anexos.

1300160500050201

4

Pregão Pregão Eletrônico - Aquisição

de ELEVADOR, com

instalação completa, incluindo

manutenção preventiva durante

o período de garantia, visando

atender às necessidades do

LANAGRO/PE

105.000,00

1300160500024201

4

Pregão Pregão Eletrônico -

Contratação de Prestação de

serviço comum de engenharia

com fornecimento de todo o

material, com execução

mediante o regime de execução

indireta por preço unitário,

visando Reparação no

Laboratório de Microbiologia e

do Biotério, Adaptação no

setor de suporte documental,

UGQ e copa, Pintura dos

Laboratórios de Bebidas,

Sementes e Fertilizantes,

manutenção do gradil, calçada,

muro e coberta, com execução

mediante o regime de execução

indireta por preço unitário.

80.833,00

Foram realizados exames no intuito de avaliar a gestão de compras e contratações,

especialmente no que diz respeito à regularidade dos processos listados anteriormente.

No entanto, quanto à Tomada de Preços nº 05/2014(Processo nº 21002.000101-2014-

44), verificou-se a inexecução do objeto devido a falhas no julgamento das propostas,

conforme constatação específica do presente Relatório. ##/Fato##

1.1.2.2 CONSTATAÇÃO

Inexecução do objeto do Processo Licitatório nº 21002.000101/2014-44, decorrente

de falhas no julgamento das propostas.

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Fato

O Processo nº 21002.000101-2014-44, relativo à Tomada de preços nº 05/2014, tipo

menor preço, mediante o regime de execução de empreitada por preço unitário,

realizado no âmbito do LANAGRO/PE, tinha como objeto a contratação de empresa de

engenharia especializada para a execução de obra referente à recuperação do

Laboratório de Físico-Química de Alimentos e do Laboratório de Resíduos

Contaminantes Inorgânicos, com execução de Radier sob paredes existentes, e

Revestimento da Fachada do Laboratório das Encefalopatias no LANAGRO/PE, tendo

sido fixado o preço de referência em R$ 281.245,34 conforme planilha orçamentária

constante no processo (fls. 239 – 241).

Conforme relata a Ata de Abertura da Sessão (fl. 656), participaram do certame cinco

empresas, sendo que apenas três delas restaram habilitadas conforme relação abaixo:

Quadro – Relação de empresas que participaram da Tomada de Preços n° 05/2014

EMPRESA CNPJ CLASSIFIC

AÇÃO

VALOR

DA

PROPOST

A

Construtora Paulista Ltda. 35.532.332/0001-

00 Inabilitada -

DGM Instalações Construções e

Comércio Ltda. - ME

13.480.747/0001-

36 Inabilitada -

AOF Comércio & Serviços Eirelli -

ME

19.827.805/0001-

31 Habilitada

R$

214.222,67

Kenneth Nascimento e Cia Ltda. 13.045.118/0001-

88 Habilitada

R$

233.471,70

R&M Construtora Ltda. - EPP 18.914.388/0001-

00 Habilitada

R$

253.738,14 Fonte: Ata de Abertura da Sessão da Tomada de Preços n° 05/2014.

Após a fase de análise das propostas, ocorrida em 18 de dezembro de 2014, foi

classificada em primeiro lugar a Empresa AOF Comércio & Serviços Eirelli – ME

seguida da Kenneth Nascimento e Cia Ltda. e da R&M Construtora Ltda. – EPP,

conforme Ata de Abertura de Propostas (fl. 663) e Ata de Reunião de Julgamento de

Proposta (fl. 664).

Entretanto, a Empresa R&M Construtora Ltda. – EPP apresentou recurso administrativo

(fl. 764), pugnando pela desclassificação das propostas classificadas em primeiro e em

segundo lugar, sob o argumento de que lhes faltariam as relações de marcas e modelos

dos materiais a serem utilizados na obra. A comissão de licitação deu provimento ao

recurso (fl. 773) desclassificando as referidas propostas e declarando a R&M

Construtora Ltda. – EPP como vencedora do certame.

Posteriormente, a Empresa AOF Comércio & Serviços Eirelli – ME, apresentou recurso

de representação (fl.809) ponderando que a Empresa R&M Construtora Ltda. – EPP

também não havia oferecido a relação de todos os materiais e modelos da composição

de custos, além de possuir itens que não atenderiam as especificações editalícias. Diante

da representação interposta, o contrato, que já havia sido firmado com a R&M

Construtora Ltda. – EPP, foi suspenso (fl. 819). E, após ouvir o setor de engenharia,

que apresentou assessoramento técnico, a Comissão de Licitação decidiu pelo

acolhimento da representação, recomendando a anulação da licitação (fl. 821).

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Após o sucinto relato acima e considerando que as representações apresentadas tanto

pela Empresa R&M Construtora LTDA – EPP quanto pela Empresa AOF Comércio &

Serviços Eirelli – ME foram devido ao não cumprimento do item 6.1.2.1 do Edital que

por sua vez gera o descumprimento do art. 48, I, da Lei nº 8.666/93, passemos a análise

do fato:

“6.1.2.1. Deverá haver a apresentação da relação da marca e do modelo dos materiais

considerados na composição dos preços ofertados.” (Trecho do Edital da Tomada de

Preços 05/2014)

“Art. 48. Serão desclassificadas: I - as propostas que não atendam às exigências do

ato convocatório da licitação;” (Da Lei 8.666/93)

De acordo com o Edital (verso da fl. 232), deveria ter sido entregue por cada um dos

licitantes como parte constante do envelope 02 (proposta de preços) os seguintes

documentos:

1. A proposta de preços propriamente dita constando a especificação do objeto

(conforme Projeto Básico), os dados da empresa para a assinatura do

contrato e pagamento e a validade da proposta (conforme modelo constante

do anexo IV do Edital);

2. A planilha Orçamentária (conforme modelo constante no anexo III do

Edital);

3. Relação da marca e do modelo dos materiais considerados na composição

dos preços ofertados;

4. Composição dos preços unitários (conforme modelo constante do anexo VIII

do Edital)

5. Cronograma físico-financeiro (conforme modelo constante do anexo VII do

Edital);

6. Composição analítica da taxa de Bonificação e Despesas Indiretas – BDI

(conforme modelo constante do anexo V do edital);

7. Composição analítica das Taxas de Encargos Sociais (conforme modelo

constante do anexo VI do Edital);

8. Planilha Orçamentária comparativa entre os preços unitários constantes da

planilha elaborada pelo órgão, anexa ao Edital, e os preços unitários

propostos pelo licitante.

Analisando-se as propostas de preços apresentadas pelas três empresas habilitadas (fls.

665 a 764), observou-se que apenas a Empresa R&M Construtora Ltda. – EPP

apresentou todos os documentos constantes da relação acima, e que as Empresas AOF

Comércio & Serviços Eirelli – ME e Kenneth Nascimento e Cia Ltda., de fato, não

apresentaram o item três da relação de documentos citada acima (Relação da marca e do

modelo dos materiais considerados na composição dos preços ofertados). Entretanto, a

relação da marca e do modelo dos materiais apresentada pela R&M Construtora Ltda. –

EPP está incompleta, uma vez que aponta a marca de apenas alguns dos materiais

constantes da composição dos preços ofertados e não define o modelo de nenhum dos

materiais utilizados.

De acordo com o paragrafo 3º, do artigo 48, da Lei nº 8.666/93, quando todas as

propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de

oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas

escoimadas daquilo que deu causa a desclassificação.

Entretanto, constatou-se que houve falha da Comissão de Licitação e do Setor de

Engenharia (subsídio técnico que apenas assessora a Comissão de Licitação, dela não

fazendo parte) quando da análise das peças constantes do envelope 02, uma vez que não

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observaram a ausência ou incompletude relativa ao cumprimento do item 6.1.2.1 do

Edital. Ademais, mesmo após terem sido alertados (por meio da representação R&M

Construtora Ltda. – EPP) de que as duas primeiras colocadas não apresentaram a

relação mencionada no Edital, a Comissão de Licitação e o Setor de Engenharia não

verificaram que a relação apresentada pela terceira colocada estava incompleta.

Cabe destacar que o Lanagro/PE pactuou Acordo de Cooperação com a Consultoria

Jurídica da União – CJU-PE/CGU/AGU para adoção do Sistema Diferenciado de

Análise de Minutas – Edital Eficiente (fl. 191) e que a exigência constante do item

6.1.2.1 do Edital em epígrafe não consta no modelo do Edital Eficiente. Trata-se de

inovação do Setor de Engenharia do Lanagro/PE com o objetivo de garantir a qualidade

do serviço e do material a ser fornecido pela empresa vencedora da licitação, conforme

a unidade mesma considerou no verso da fl.772 e na fl.773:

“...a vantajosidade de uma proposta para a Administração Pública não é aferida

apenas pela verificação do menor preço ofertado, mas também pelo cuidado em

garantir a qualidade do serviço e do material a ser utilizado. Desta forma, não se trata

de uma formalidade excessiva ou mero protocolo a exigência do documento em

questão, uma vez que as características dos materiais influenciam diretamente na

composição dos preços ofertados e, principalmente, no resultado final pretendido.”

Destaca-se, também, que da relação dos oito documentos exigidos no Edital os quais

formam a proposta de preços, descritos acima, apenas para o item 3 (Relação da marca e

do modelo dos materiais considerados na composição dos preços ofertados) e para o

item 8 (Planilha Orçamentária comparativa entre os preços unitários constantes da

planilha elaborada pelo órgão, anexa ao Edital, e os preços unitários propostos pelo

licitante) não foi disponibilizado, pela unidade gestora, o modelo de tais documentos no

Edital.

Por fim, observou-se que a Comissão de Licitação, com o intuito de reparar a sua falha,

após considerar os termos da Representação impetrada pela AOF Comércio & Serviços

Eirelli – ME, declarou a anulação da licitação (fl.821), com a anuência da Coordenadora

do Lanagro/PE (Despacho nº 01/2015, fl. 822). Porém, não observou o principio do

contraditório e da ampla defesa, uma vez que já havia ocorrido a assinatura do contrato.

“A Administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”. (Súmula

do STF 346).

“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os

tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de

conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos

os casos, a apreciação judicial.” (Súmula STF 473)

“A revogação da licitação, quando antecedente da homologação e adjudicação, é

perfeitamente pertinente e não enseja contraditório. Só há contraditório antecedendo a

revogação quando há direito adquirido das empresas concorrentes, o que só ocorre

após a homologação e adjudicação do serviço licitado” (STJ. RMS 23.402/PR, DJe

de 2.4.2008).

Tendo sido este o entendimento da Consultoria Jurídica da União – CJU-PE/CGU/AGU

emitiu o Parecer nº 00314/2015/CJU-PE/CGU/AGU (fl. 04), em 24/03/2015, sugerindo

o desfazimento do ato decisório indicado (fl.822) e declarando que apenas depois da

manifestação da empresa contratada é que a autoridade competente poderia formar

convicção e assim decidir pela invalidação (ou não) do certame.

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O Lanagro acolheu a recomendação da CJU-PE/CGU/AGU, tendo aberto novo prazo

para manifestação do contraditório e ampla defesa da R & M Construtora Ltda., onde

durante o seu decurso não ocorreu manifestação. Assim, anulou-se devidamente o

referido Processo, conforme Despacho nº 03/2015/Coordenação/Lanagro-PE (fl. 837).

Tais eventos, acima descritos, contribuíram para a não execução do objeto, que

conforme justificativa apresentada no Projeto Básico (fl. 15), objetivaria o

“impedimento de infiltrações e mofos, que aparecem nos períodos chuvosos no

Laboratório de Físico-Química e Resíduos Contaminantes e Inorgânicos”, e a sua

“modernização, garantindo a seus usuários as condições tecnológicas e de conforto

físico e ambiental, indispensáveis à otimização do desempenho de suas funções”.

##/Fato##

Causa

Não adoção de procedimentos de controles, como a adoção de checklist, com a

identificação dos responsáveis pela verificação, seja dos membros da comissão de

licitação ou por quem preste assessoria, de forma a identificar o cumprimento de todas

as cláusulas editalícias por parte dos licitantes.

Neste caso, o setor de engenharia, juntamente com a comissão de licitação, apesar da

não instituição do procedimento de controle pelos gestores da Unidade, não verificaram

de modo suficiente se a documentação para a classificação das propostas atendia às

exigências editalícias.

Ao mesmo tempo, o setor de engenharia, a comissão de licitação e os gestores da

Unidade não avaliaram os riscos de inclusão, no edital de licitação, de exigências que

poderiam ser excessivas, que necessitam de minuciosa verificação, sem que o

atendimento a elas pudesse trazer benefícios de tal ordem que suplantasse os riscos de

ineficiência da contratação. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 803/2015, de 23 de julho de 2015, a unidade apresentou a

seguinte manifestação, considerando, inclusive, a recomendação encaminhada junto

com o Relatório Preliminar:

“Está em andamento o processo de mapeamento das rotinas dos setores

administrativos do LANAGO/PE, através de Instruções de Trabalho. Dessa forma, será

incluída no procedimento do Setor de Engenharia referente à formação do processo

licitatório a recomendação de elaboração de planilha contendo a relação dos materiais

relevantes, para que sejam preenchidas as marcas e os modelos a serem ofertados

pelos licitantes, quando for pertinente.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor manifestou interesse em evitar falhas na execução do processo licitatório por

intermédio da edição de Instruções de Trabalho para os setores administrativos

responsáveis por tais processos.

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Considerando que a Unidade obtenha êxito no mapeamento das rotinas, as referidas

instruções tendem a facilitar tanto a execução quanto a fiscalização dos processos de

trabalho dos setores administrativos.

Em auditorias posteriores, a CGU acompanhará a aderência às Instruções de Trabalho

estabelecidas.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Nos casos de editais relativos a obras e serviços de engenharia, a

equipe técnica deverá definir qual a relação dos materiais que considera relevante para

execução do serviço, incluindo um modelo no edital onde conste campos para

preenchimento das marcas e dos modelos ofertados pelos licitantes para fins de auxiliar

a fiscalização da execução contratual.

1.1.3 CONSISTÊNCIA DOS REGISTROS

1.1.3.1 INFORMAÇÃO

Informação sobre os controles internos administrativos na gestão de pessoas.

Fato

O Lanagro/PE tem como particularidade não ter um setor na unidade responsável pela

gestão das pessoas.

Desta forma, os controles referentes à gestão de pessoal ocorrem entre a

Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Pernambuco

(SFA/PE) e o Lanagro/PE.

O gestor informou que a UJ possui apenas um setor de apoio à SFA/PE, exercendo as

atividades de controles de férias, frequência, consolidação de treinamentos, envio de

formulários de capacitação à CGAL, entre outras atividades.

Entretanto, ao mesmo tempo, informa que estão sendo desenvolvidos e mapeados os

processos para gestão dos recursos humanos da Unidade, anexando como comprovação

cópias das memórias da 14ª e 15ª reuniões da Unidade, nas quais foram discutidos o

assunto, realizadas em 10 de novembro de 2014 e 14 de novembro de 2014,

respectivamente.

Como pontos críticos na avaliação dos controles internos da gestão de pessoas estão os

seguintes aspectos:

- Fragilidade no processo de planejamento de gestão de pessoas; neste particular o

gestor apenas ressalta a existência de metas no que se refere a treinamentos, mas não

destaca a existência de indicadores de desempenho e a publicação de objetivos

concretos relacionados à gestão de pessoas.

- Fragilidade quanto à segregação de funções entre quem reconhece direito a ser pago

aos servidores e quem promove o pagamento, bem como a especificação do

embasamento legal que fundamenta cada concessão; segundo o gestor, essa atribuição é

de competência da unidade pagadora (SFA/PE);

- Inexistência de processo de identificação das necessidades de treinamento da equipe

de RH, que segundo o gestor está em fase de elaboração;

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- Inexistência de rotina para verificação periódica da situação dos servidores cedidos e

requisitados, especialmente, quanto à regularidade nos reembolsos dos servidores

cedidos com ônus para o destino;

- Ausência de programa de treinamento e desenvolvimento de lideranças, tendo o gestor

informado que estuda a adoção de programas com essa finalidade; ressalte-se, ainda, a

fragilidade no processo sucessório para as posições de liderança, informando o gestor

que com o concurso realizado em 2014 será possível implementar esse processo;

- Ausência de rotina para verificação da opinião dos colaboradores quanto ao ambiente

de trabalho; neste particular, o gestor exemplificou que, pontualmente, no que diz

respeito à aquisição de mobiliários, os colaboradores foram ouvidos, inclusive, com a

aquisição de cadeira específica para atendimento de servidor com necessidade especial;

- Fragilidade no estabelecimento das responsabilidades na área de gestão de pessoas,

que segundo o gestor, só após o concurso de 2014, foi possível alocar uma pessoa nessa

área;

- Ausência de sistema informatizado de gestão de pessoas, tendo o gestor informado que

está em andamento o desenvolvimento de um software interno com essa finalidade;

- Fragilidades no processo de identificação de eventuais riscos relacionados aos recursos

humanos; o gestor informa que existe um estudo para implementar exames médicos

periódicos; no momento, o MAPA celebrou contrato com empresa especializada para

esta finalidade;

- Inexistência de plano de capacitação para os servidores responsáveis pela gestão de

pessoas; segundo o gestor, existem apenas ações pontuais, como a indicação de servidor

para participação de curso de agente de desenvolvimento de pessoas.

Como ponto positivo nos controles internos da gestão de pessoas, o gestor indica o

seguinte:

- Existência de processo para verificação periódica de possível acumulação de cargos,

empregos e funções públicas dos servidores efetivos da Unidade e, para tanto,

apresentou cópia de formulário preenchido pelos servidores no exercício de 2014, sobre

o exercício de outra atividade remunerada;

- Controle da jornada de trabalho; o gestor encaminhou como comprovação desse

controle cópia de memorandos encaminhados à SFA/PE com a relação dos servidores

que tiveram frequência atestada no mês.

Diante do cenário apresentado e das manifestações do gestor sobre os controles internos

administrativos relativos à gestão de pessoas, observa-se que o Lanagro/PE ainda

apresenta fragilidades a serem superadas, mas que demonstra estar caminhando para a

padronização e mapeamento dos seus processos administrativos, o que possibilitará uma

melhor gestão e controle dos recursos humanos da unidade.

Cabe apenas ressaltar que as atribuições compartilhadas com a SFA/PE, como Unidade

Pagadora, devem ser merecedoras de atenção por parte do gestor no intuito de

acompanhar e otimizar todo o controle administrativo Lanagro/PE.

##/Fato##

1.1.3.2 INFORMAÇÃO

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Gestão de pessoas quanto à remuneração não se aplica à unidade.

Fato

Devido ao fato da Unidade auditada não ser unidade de pagamento não se aplica a

análise da gestão da remuneração de pessoas.

Essa atividade, segundo informações extraídas do próprio Relatório de Gestão 2014,

está a cargo da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em

Pernambuco – SFA/PE.

Apesar desse contexto, foram verificadas ocorrências no SIAPE relacionadas a doze

servidores do Lanagro/PE, as quais foram apresentadas à Unidade Pagadora (SFA/PE),

a saber:

a) “Subsídio - cumulativo com parcelas incompatíveis” e “Judiciais – parcelas fora do

SICAJ”, para o total de nove servidores; e

b) “Rubricas com valor informado, seq 1 a 5 (1 ano anterior)”, para três servidores.

Em resposta, a SFA/PE encaminhou ao Lanagro/PE alguns documentos, sem

apresentação de esclarecimentos por escrito, que não foram suficientes para o

entendimento das questões apresentadas pela CGU.

Em face disso, nova solicitação de auditoria foi emitida reiterando os questionamentos

anteriores e solicitando a explicação formal das situações apresentadas. Ao final, em

nova resposta, a SFA/PE encaminhou à UJ o Memorando nº 102/2015, de 19 de maio

de 2015, com novos anexos, apresentando alguns esclarecimentos.

Segundo a referida manifestação as três ocorrências apontadas pela CGU dizem respeito

a lançamentos efetuados na folha de pagamento, objetivando o acerto financeiro em

virtude de decisão judicial.

Neste particular, a Unidade Pagadora explicou que os servidores em questão são

ocupantes do cargo de Fiscal Federal Agropecuário, os quais, a partir de 1º de janeiro de

2013, por força da Lei nº 12.775, de 28 de dezembro de 2012, passaram a ser

remunerados por meio de subsídio, mas que conseguiram por força de decisão judicial,

por intermédio do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA), o

direito de receber os adicionais de insalubridade e noturno.

Não foi apresentada à equipe da CGU a decisão judicial em questão, para que fosse

possível verificar o teor e o alcance dos seus efeitos. Para justificar os procedimentos

adotados, a Unidade Pagadora apenas apresentou cópia de um e-mail datado de 31 de

outubro de 2013, da Coordenação-Geral de Administração de Pessoas, dirigido para as

Superintendências, cujo teor encontra-se abaixo transcrito:

“Com a finalidade de dar continuidade ao pagamento dos adicionais de

INSALUBRIDADE e NOTURNO, conforme determinado pela decisão judicial, e as

recomendações da SEGEP/MP, impetrada pela ANFFA, encaminhamos a Vossa

Senhoria as relações dos beneficiários da ação, em anexo e outros, localizados nessa

Superintendência, para que seja efetuado apuração/conferência, dos valores incluídos

na folha de outubro/2013, para aqueles servidores que não receberam, se for o caso,

utilizando a rubrica 1422 – decisão judicial/Adicional de insalubridade e/ou noturno,

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SEQUÊNCIA 6, obedecendo os seguintes procedimentos

operacionais/sistêmicos/documentos, adotados por esta Coordenação-Geral;

1- A relação anexa consta os nomes dos substituídos/beneficiários filiados da

ANFFA;

2- Com base na referida relação dos substituídos/impetrantes, bem como a relação

elaborada por esta DIPAG/CGAP, onde consta todas as unidades pagadoras,

essa unidade deverá identificar os servidores(sua unidade), que perceberam as

rubricas dos adicionais de insalubridade e noturno em dezembro/2012, mês de

referência para a composição do valor do SUBSIDIO/FISCAL FEDERAL;

3- Após a identificação dos beneficiários da ação/servidores que tiveram os

pagamentos dos referidos adicionais, naquele mês/dezembro/2012, a unidade

deve apurar quais os servidores permanecem localizados na área insalubre, e

que farão jus aos pagamentos dos adicionais, pagando-lhes as diferença dos

valores correspondentes aos meses de setembro, outubro e mês atual de

novembro/2013;

4- Excluir os servidores da relação que se aposentaram a partir de 01 de janeiro

de 2013;

5- Não incluir os servidores na relação que estejam afastados para gozo de licença

prêmio a partir de 01 de janeiro de 2013;

6- Calcular a Gratificação Natalina do mês de novembro/2013, considerando o

valor do adicional de insalubridade/decisão judicial e efetuar os acertos na

transação “FPAT13SERV”, no período de homologação do 13º, conforme

cronograma disponível no SIAPENET;

7- Não incluir o adicional noturno na base de cálculo da Gratificação Natalina;

8- As liberações de rubricas para pagamento dos valores deverão ser solicitadas

por essa Superintendência diretamente pelo e-mail

[email protected], conforme o modelo da planilha anexa.

Esclarecemos ainda, que para continuidade do pagamento dos adicionais/decisão, nos

pagamentos dos meses seguintes, por determinação da SEGEP/MP, a unidade

pagadora obrigatoriamente deverá inserir em folha via movimentação financeira os

valores devidos mensalmente a cada servidor, atentando para a permanência dos

servidores nas localidades insalubres. Quanto ao efeito financeiro da ação, o processo

que trata o objeto foi encaminhado à COLEP/CGAP, para análise e manifestação

sobre o assunto.” (grifos no original)

Conforme se depreende do texto acima transcrito, os efeitos da ação judicial foram

implementados a partir da folha de setembro/2013, tendo por base o mês de

dezembro/2012, último mês antes da implantação da remuneração por meio de subsídio.

Além disso, foi destacado que apenas o adicional de insalubridade deveria ser

considerado para efeito de cálculo da gratificação natalina na folha do mês de

novembro/2013.

A seguir, têm-se as análises sobre a documentação e justificativas apresentadas para as

ocorrências em questão:

a) “Subsídio - cumulativo com parcelas incompatíveis” e “Judiciais – parcelas fora do

SICAJ”:

Para essas duas ocorrências, foram relacionados nove servidores, tendo o gestor da

unidade pagadora apresentado telas do SIAPE (transação DPCOACAOBE), para

justificar o cadastramento no SICAJ dos referidos servidores. Além disso, apresentou os

espelhos da folha dos meses de dezembro/2012 (base de cálculo do adicional) e

janeiro/2014, acompanhado de planilhas de cálculo.

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Analisando os cálculos apresentados para o mês de janeiro/2014, o gestor reconheceu

que, dos nove servidores, dois estavam com os cálculos errados. Para o servidor

matrícula SIAPE nº 0021227, foi verificado que foi realizado pagamento a maior, sendo

necessária a devolução ao Erário de R$ 1.431,53. Para o servidor matrícula SIAPE nº

0021162, foi verificado que o pagamento foi feito a menor, havendo a necessidade de

um complemento no valor de R$ 72,12.

Registre-se que não foram esclarecidas as razões para os pagamentos indevidos ou a

menor, para implantação dos adicionais em questão, considerando as orientações

contidas no e-mail acima mencionado.

Ressalte-se, ainda, que a justificativa do gestor foi apenas relativa ao mês de

janeiro/2014, devendo-se ressaltar que o e-mail acima citado deixa claro que a

continuidade do pagamento dos adicionais nas folhas dos meses seguintes dependeria da

permanência dos servidores em localidades insalubres e realizada mensalmente por

inserção em folha, via movimentação financeira, dos valores devidos a cada servidor.

Além disso, os efeitos financeiros da ação foram submetidos à “COLEP/CGAP, para

análise e manifestação”, não havendo manifestação da Unidade Pagadora sobre esses

aspectos nos demais meses de 2014.

b) “Rubricas com valor informado, seq 1 a 5 (1 ano anterior)”:

Nessa ocorrência, vinculada a três servidores não incluídos nas ocorrências anteriores, o

gestor não apresentou justificativas formais, por escrito, mas apenas encaminhou as

fichas financeiras do exercício 2013 e planilha com apuração de valores, sem maiores

explicações.

Essa ocorrência está vinculada ao pagamento de rubricas que incidem no cálculo da

gratificação natalina, que no presente caso, diz respeito aos mesmos adicionais obtidos

na decisão judicial acima mencionada.

Nas planilhas apresentadas pela unidade pagadora, consta que os servidores matrícula

SIAPE nº 1346932 e 1359041 devem devolver ao Erário o valor de R$ 528,36, em face

do pagamento incorreto dos adicionais obtidos na justiça.

Deve-se registrar, novamente, que não foram esclarecidas as razões que levaram ao

pagamento indevido dos adicionais, considerando as orientações que foram detalhadas

no e-mail acima transcrito.

Além dos valores a serem devolvidos ao Erário em face da incorreção dos adicionais

pagos, para os dois servidores em questão, permanece sem explicação o valor da

gratificação natalina que deveria ter acompanhado o valor do subsídio na folha de

novembro/2013. Os valores do 13º salário pagos a esses dois servidores está acima do

valor do subsídio, mesmo considerando no cálculo o valor dos adicionais em questão.

Por fim, deve-se registrar que a Unidade Pagadora (SFA/PE), apesar de instada pela

equipe de auditoria, não se manifestou sobre a atualização do Sistema de Trilhas de

Pessoal, com a inserção das justificativas e da documentação comprobatória. Em

consulta ao referido sistema, após a fase de campo da auditoria, na data de 10 de junho

de 2015, foi verificado que o sistema continua na mesma situação do início da auditoria,

com as ocorrências na situação “justificativa pendente”.

As manifestações apresentadas pela Unidade Pagadora demonstram que existiram

equívocos na implantação da decisão judicial em tela. Não é desnecessário destacar que

a continuidade do pagamento do adicional de insalubridade estava condicionada à

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permanência do servidor no local de trabalho insalubre, cabendo à unidade pagadora em

conjunto com a Lanagro/PE acompanhar essa condicionante.

Além disso, os pagamentos realizados foram lançados em rubrica com a indicação do

não trânsito em julgado da decisão judicial, não havendo informações da Unidade

Pagadora e da UJ sobre o acompanhamento do estágio da Ação Judicial que concedeu

os referidos benefícios, inclusive, sobre se a decisão foi mantida em definitivo no

âmbito do Judiciário.

Embora o Lanagro/PE não seja a unidade responsável pelo pagamento da folha de seus

servidores, é prudente a verificação sobre as ocorrências registradas no Sistema de

Trilhas de Pessoal desenvolvido pela CGU, acompanhando se a Unidade Pagadora está

adotando as providências para sanar ou justificar os problemas identificados.

##/Fato##

1.1.4 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO

1.1.4.1 INFORMAÇÃO

Informações básicas da principal ação executada pela UJ no exercício 2014.

Fato

Trata-se da informação básica da principal Ação executada pelo Lanagro/PE. No

levantamento dessas informações foram considerados os critérios de materialidade,

relevância e criticidade, além da vinculação finalística à missão da UJ, com extensão

correspondendo a 78,70% do total das despesas executadas pela UJ, conforme

discriminado a seguir:

Quadro 1 – Informação básica da principal ação executada pela UJ

Programa

Descrição

Ação -

Descrição Finalidade

Forma de

Implementa

ção

Representativida

de

2028 –

Defesa

Agropecuár

ia

20ZW –

Promoção

da Defesa

Agropecuári

a

Promoção da sanidade na

agropecuária, com a

finalidade de manter e

ampliar a situação das zonas

livres de pragas e doenças,

fortalecendo a prevenção e o

controle das mesmas.

Funcionamento dos

Laboratórios Nacionais

Agropecuários (Lanagros),

ampliação e qualificação da

oferta de serviços

laboratoriais para

atendimento da demanda na

área da defesa agropecuária.

Controle de resíduos e

contaminantes em produtos

de origem vegetal e animal,

de forma a promover a

qualidade de alimentos e

bebidas. Coordenação do

Sistema Unificado de

Atenção à Sanidade

Agropecuária (SUASA) e

Direta e

descentraliza

da

78,70%

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Programa

Descrição

Ação -

Descrição Finalidade

Forma de

Implementa

ção

Representativida

de

estruturação do Centro de

Inteligência e Formação em

Defesa Agropecuária. Fonte: Extração no SIAFI-Gerencial em 30 de abril de 2015 e no SIOP em 27 de maio de 2015. ##/Fato##

1.1.5 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS

1.1.5.1 CONSTATAÇÃO

Incompatibilidade entre a execução física e financeira da Ação 20ZW.

Fato

No Relatório de Gestão 2014, a unidade deixou de apresentar as informações previstas

no item 5.2 da Parte A do Anexo II da DN TCU nº 134/2013 (programação

orçamentária e financeira e resultados alcançados) e demais subitens do detalhamento

constante no Anexo Único da Portaria TCU nº 90/2014, alegando não ser responsável

por nenhum programa ou ação do PPA, tendo em vista o Lanagro/PE se tratar de um

órgão executor.

Apesar desse posicionamento, no item destinado à avaliação dos estágios de

implementação do planejamento estratégico da unidade, o gestor citou o Anexo B do

Relatório de Gestão (“Relatório da Programação de 2014 da Ação 20ZW”), na

tentativa de exemplificar a forma de acompanhamento do que foi planejado.

Neste particular, no âmbito do planejamento das ações, cabe mencionar o registro da

divisão de responsabilidade apresentada pelo gestor com a Coordenação-Geral de Apoio

Laboratorial – CGAL, da Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA, do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA no acompanhamento anual da

programação da Unidade, conforme item 5.1.b da Parte A do Anexo II da DN TCU nº

134/2013, nos seguintes termos:

“A elaboração do Plano Operativo Anual do exercício em tela contempla todos os

recursos de investimento e custeio disponibilizados pela CGAL para o ano, cabendo

aos Lanagros distribuir o valor disponibilizado por naturezas de despesas. Entretanto,

percebe-se que o acompanhamento de tal Plano precisa ser aprimorado para que os

seus verdadeiros benefícios sejam sentidos na gestão. Para o exercício de 2015 espera-

se que este monitoramento seja efetuado mais efetivamente.”

Analisando o citado Anexo B, a equipe de auditoria da CGU verificou se tratar de um

espelho da programação orçamentária do Lanagro/PE para a Ação 20ZW, para o Plano

Orçamentário 000G – Funcionamento dos Laboratórios Nacionais Agropecuários,

extraído do Sistema de Gestão Integrada (SGI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA). Nesse documento, que tem data de emissão em 15 de agosto

de 2014, foram verificadas as seguintes informações:

Tabela 1 – Programação Orçamentária 2014 da Ação 20ZW

Itens Informações

Dotação Orçamentária Total: R$ 87.000.000,00

Dotação Orçamentária do Lanagro/PE: R$ 10.115.000,00

Produto: Análise realizada

Unidade de medida: Unidade

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Itens Informações

Quantidade: 35.500

Item/Subitens/Atividades de

Programação:

Realizar análise de amostra em laboratório

a) Rede credenciada: 756.743

b) Rede Lanagro: 143.750

Fonte: Anexo B do Relatório de Gestão 2014 (Relatório Analítico de Programação extraído do Sistema de

Gestão Integrada do MAPA).

Durante os trabalhos de auditoria, ao ser questionada sobre o indicador de desempenho

“Percentual de valores de metas físicas de provas realizadas pelo Lanagro-PE em

relação as programadas – PVMRP”, vinculado à Ação 20ZW e incluído no Relatório

de Gestão, a Unidade apresentou planilhas contendo as reais metas programadas e

realizadas no exercício 2014, divergentes das informações de programação acima

mencionadas, obtidas no citado SGI.

Considerando, neste particular, que essa informação traz parte substancial do resultado

da Unidade, ela deveria constar no Relatório de Gestão, em face da regulamentação

contida no item 5.2 e no subitem 5.2.3 do Anexo Único da Portaria TCU nº 90/2014.

Embora não se trate de uma Unidade responsável direta pela coordenação de ações

orçamentárias, o Lanagro/PE deveria informar o resultado das ações em que tenha tido

participação direta na execução, demonstrando assim os resultados alcançados pela

instituição, a exemplo, de sua principal Ação 20ZW (Promoção da Defesa

Agropecuária), cujo produto essencial encontra-se nas análises realizadas no exercício,

cujo detalhamento encontra-se a seguir:

Tabela 2 – Resultado físico do exercício 2014 da ação 20ZW

Executor Unidade de

Medida

Total

Programado

(a)

Total

Realizado

(b)

Percentual

de realização

(b)/(a)

Rede Lanagro

(Animal e

Vegetal)

Prova 169.600 78.410 46,23%

Laboratórios

Credenciados

(Animal e

Vegetal)

Prova 756.439 610.072 80,65%

Total Prova 926.039 688.482 74,35%

Fonte: Planilhas e informações anexas aos Ofícios nº 548/2015, de 19 de maio de 2015, e 599/2015, de 1º

de junho de 2015.

Apesar do SGI indicar como produto “análise realizada”, nas planilhas apresentadas o

gestor utiliza a expressão “prova” ou “ensaios”, que são realizados a partir de uma

quantidade de amostras fornecidas pelos seus clientes.

Observe-se que os laboratórios credenciados pelo Lanagro/PE têm uma participação

importante no resultado físico da unidade, haja vista o volume de “provas” (análises)

realizadas.

Por outro lado, deve-se destacar também o baixo percentual de realização das metas

físicas, em relação ao que foi programado, para a Rede Lanagro.

Na análise crítica consignada no Relatório de Gestão para o indicador “PVMRP”, já

citado, o gestor apresentou a seguinte justificativa para a baixa execução física:

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“Um dos fatores foi a Copa do Mundo 2014 realizada no Brasil, que trouxe influencia

na produtividade do país durantes (sic) os meses de junho a julho e impacto no ano

como um todo e particularmente em Recife por ser sede do jogo que repercutiu

diretamente nos deslocamentos e hospedagem, bem como no de longo período de dias

com expediente facultativos. Outro fator foi o atraso na coleta da sorologia da febre

aftosa onde o Programado foi de uma demanda acordada de 119.948 soros e foram

encaminhados 22.300. Salientamos que a sorologia da febre aftosa teve a sua coleta

postergada e não cancelada, desta forma os insumos serão usados no período

oportuno.”

Além disso, no Anexo F do Relatório de Gestão, em que o gestor apresenta o

detalhamento do indicador em questão, foi observado, no campo “comentário do

exercício 2014”, além da reprodução da justificativa acima, o reconhecimento sobre os

problemas que a falta de planejamento das metas físicas podem gerar, conforme trecho

abaixo transcrito:

“[...]. Temos ciência que ao ocorrer uma subestimativa ou um superestimativa das

metas físicas, isto promoverá uma incompatibilidade quando do planejamento da ação

ao definir/ estimar a meta física e o correspondente aporte de recursos necessários a

sua execução. [...].”

Ademais, verifica-se que a meta física estipulada no SGI (Anexo B do Relatório de

Gestão) está divergente da meta física apresentada pelo gestor e transcrita na tabela

anterior, conforme resumo a seguir:

Tabela 3 – Metas físicas divergentes para 2014

Executor SGI Ofício nº 548/2015

Rede Lanagro 143.750 169.600

Laboratórios

Credenciados 756.743 756.439

Total 900.493 926.039 Fonte: Anexo B do Relatório de Gestão 2014 e Planilhas anexadas no Ofício nº 548/2015, de 19 de maio

de 2015.

Para o resultado financeiro, foram feitas consultas ao SIAFI-Gerencial, para verificação

das despesas executadas no exercício 2014, tendo como resultado a seguinte tabela:

Tabela 4 – Resultado financeiro da unidade

Ação

Despesas

Liquidada

s

(a)

Despesas

Executadas

por Inscrição

em Restos a

Pagar Não-

Processados

(b)

Total de

Despesas

Executadas

no Exercício

(a)+(b)

Representativid

ade da Ação

sobre o Total

Executado

152L - Reforma,

ampliação e

modernização dos

laboratórios

nacionais

agropecuários

345.514,62 976.694,58 1.322.209,20 10,07%

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Ação

Despesas

Liquidada

s

(a)

Despesas

Executadas

por Inscrição

em Restos a

Pagar Não-

Processados

(b)

Total de

Despesas

Executadas

no Exercício

(a)+(b)

Representativid

ade da Ação

sobre o Total

Executado

(Lanagros)

2000 -

Administração da

unidade

10.342,93 1.738,02 12.080,95 0,09%

20ZW - Promoção

da defesa

agropecuária

9.120.601,2

0 1.211.472,63 10.332.073,83 78,70%

20ZX -

Fiscalização de

atividades

agropecuárias

685.762,82 775.988,86 1.461.751,68 11,13%

Total 10.162.221,

57 2.965.894,09 13.128.115,66 100,00%

Fonte: Extração no SIAFI-Gerencial em 30 de abril de 2015.

Observe-se que a execução financeira, refere-se apenas à Rede Lanagro/PE, não

incluindo a Rede de Laboratórios Credenciados.

Fazendo a comparação do resultado financeiro da principal Ação da Unidade (20ZW),

no que se refere à Rede Lanagro, com a programação contida no Plano Orçamentário

(PO) do SGI/MAPA, de acordo com o Anexo B do Relatório de Gestão 2014, a equipe

de auditoria verificou que a execução financeira é superior à dotação orçamentária

prevista, o que implica dizer que ou o referido sistema está desatualizado e houve

suplementação da previsão inicial por meio de créditos adicionais não informados, ou

parte da execução da despesa foi realizada sem dotação orçamentária correspondente:

Tabela 5 – Execução orçamentária da ação 20ZW

Ação

Total de Despesas

Previstas (SGI)

(a)

Total de Despesas

Executadas

(b)

Percentual de

realização

(b)/(a)

20ZW - PROMOÇÃO DA

DEFESA

AGROPECUÁRIA

10.115.000,00 10.332.073,83 102,15%

Fonte: Extração no SIAFI-Gerencial em 30 de abril de 2015 e Anexo B do Relatório de Gestão 2014.

Considerando apenas a realização financeira da Ação 20ZW e a execução física no

período, observa-se uma discrepância no resultado da Unidade, tendo em vista que o

valor previsto foi executado, mas a meta física prevista para Rede Lanagro ficou com a

execução abaixo de 50%, conforme consignado na tabela 2 acima.

##/Fato##

Causa

Fragilidade do monitoramento do cumprimento das metas físicas da Ação 20ZW, para

fins de aperfeiçoamento do seu planejamento e, consequentemente, essa circunstância

afetou a programação financeira da UJ.

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Em função dos exames realizados, resta caracterizado que o registro de dados

inconsistentes no sistema SGI é resultado de inserções produzidas tanto pela

Coordenação Geral de Apoio Laboratorial - CGAL, da Secretaria de Defesa

Agropecuária - SDA, do MAPA, como também pela própria Unidade Jurisdicionada, no

momento da estimativa inicial anual, em conformidade com as responsabilidades

previstas no art. 16, incisos I e II, do Anexo da Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento

Interno), a seguir transcritos:

“Art. 16. Aos Coordenadores dos Laboratórios Nacionais Agropecuários incumbe:

I – planejar e coordenar a execução das atividades dos Laboratórios Nacionais;

II – aprovar e submeter à apreciação do órgão competente as propostas consolidadas

relativas ao Plano Plurianual e programações orçamentárias e operacionais; [...].” ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 803/2015, de 23 de julho de 2015, a unidade apresentou a

seguinte manifestação, considerando, inclusive, a recomendação encaminhada junto

com o Relatório Preliminar:

“A Coordenação do Lanagro/PE enviará memorando à CGAL sugerindo procedimentos

a com a (sic) finalidade de melhor monitorar as metas físicas e correlacionar às

financeiras.

Segundo manifestação da própria CGAL em correio eletrônico enviado em 19 de maio

de 2015, o SGI implantado ainda não atende ao monitoramento necessário à tomada de

decisões relacionadas às metas físicas e financeiras (ANEXO I)

Serão sugeridos os seguintes passos:

- Tornar visível no SGI a correlação entre o recurso liberado das metas físicas

planejadas e o respectivo Documento Oficial de Demanda – DOD;

- Quando houver liberação de crédito em PI diferente do solicitado, que seja

evidenciado, através de mecanismos, a sua procedência e a finalidade do(s) mesmo(s);

- Que o SGI seja atualizado mensalmente para sua utilização pelos Lanagros como

ferramenta de monitoramento e de tomada de decisões pela UJ.

Tais medidas serão imprescindíveis para viabilizar ao gestor a aplicação adequada ao

planejado.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Considerando as informações apresentadas pela Unidade Jurisdicionada, observa-se que

o gestor tem a intenção de adotar algumas ações no sentido de solucionar a falha

apontada.

Entretanto, as medidas propostas não são suficientes para mitigar as incompatibilidades

entre a execução física e financeira da Ação 20ZW, uma vez que não foram indicadas

correções na rotina de planejamento das metas físicas e financeiras da Unidade.

No Anexo I encaminhado pelo gestor, correspondente à cópia de e-mails encaminhados

pelo Lanagro/PE à Coordenação Geral de Apoio Laboratorial – CGAL, no mês de

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maio/2015, com questionamentos sobre o SGI, deve-se destacar a seguinte resposta da

CGAL em 19 de maio de 2015:

“O Sistema de Gestão Integrada (SGI) é um sistema disponibilizado pela Secretaria

Executiva do MAPA para e tem por objetivo ‘manter programação do plano operativo

anual’. Atualmente, o SGI permite programar a descentralização de recursos

orçamentários (programação do Plano Operativo Anual – POA). Neste contexto, está

implementado. A CGAL vem trabalhando no desenvolvimento de ferramentas de seu

monitoramento.”

Assim, diante da manifestação da CGAL, as propostas do Lanagro/PE para atualização

do SGI devem ser orientadas pelo resultado prático que possa ser extraído do referido

sistema, principalmente, no que se refere à capacidade de planejar as metas da principal

ação da unidade, bem como em relação à utilidade das informações geradas por esse

sistema na tomada de decisões e no acompanhamento e correção dos rumos do

Lanagro/PE, ao longo do exercício.

Apesar das medidas que o gestor informa que adotará, faz-se necessário o

acompanhamento do Plano de Providências Permanente da Unidade, para confirmação

da correção do fato apresentado. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Propor procedimentos para a atividade de programação física e

financeira à CGAL/SDA/MAPA para o exercício subsequente, de forma a mitigar as

discrepâncias identificadas no exercício sob exame.

1.1.6 RESULTADOS DA MISSÃO INSTITUCIONAL

1.1.6.1 CONSTATAÇÃO

Fragilidade quanto à utilidade e confiabilidade dos indicadores de desempenho da

unidade.

Fato

No Relatório de Gestão 2014, na parte correspondente ao subitem 5.4 da Parte A do

Anexo II da DN TCU nº 134/2013, o gestor informou que iniciou no último trimestre de

2014 a construção de indicadores de desempenho na área administrativa, planejando a

implantação desses instrumentos de gestão no primeiro quadrimestre de 2015.

Em relação à área técnica, a Unidade apresentou quatro indicadores a seguir resumidos:

Quadro 1 – Indicadores de desempenho informados no Relatório de Gestão 2014

Indicador Resultado

2013

Previsão

2014

Resultado

2014

Periodicidade Fórmula

Percentual de

métodos

validados com

relação aos

demandados

(PMV)

42% 60% 67% Anual

PMV =

(Número de

métodos

validados/

Número de

métodos

demandados)

* 100

Percentual de

auditorias 68% 80% 0% Semestral

PARP =

(Auditorias

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Indicador Resultado

2013

Previsão

2014

Resultado

2014

Periodicidade Fórmula

internas no

SGQ do

Lanagro-PE

dentro do

cronograma

estabelecido

(PARP)

realizadas /

Auditorias

programadas)

* 100

Percentual de

valores de

metas físicas

de provas

realizadas

pelo Lanagro-

PE em relação

às

programadas

(PVMRP)

Não

Aplicável 60% 46% Trimestral

PVMRP =

(Número de

provas

realizadas/

Número de

provas

programadas)

* 100

Percentual de

recursos

utilizados

relativamente

aos recebidos

(IUT1)

99,06% 100% 99,27% Anual

IUT1 =

(Recursos

utilizados /

Recursos

recebidos) *

100 Fonte: Relatório de Gestão 2014.

Nenhum dos indicadores da Unidade reporta-se a aspectos de qualidade dos produtos e

serviços ofertados à sociedade. Todos os indicadores são de quantitativos apurados,

relacionados à eficácia da instituição.

Para cada um desses indicadores a Unidade apresentou no Relatório de Gestão 2014

uma análise crítica e um anexo contendo um resumo sobre o indicador e a memória de

cálculo da sua apuração para o exercício (Anexos D, E, F e G do Relatório de Gestão).

Entretanto, deve-se registrar que as análises críticas consignadas pelo gestor para os

quatro indicadores não são claras, não havendo a explicação sobre o objetivo do

indicador, sobre sua utilidade (completude) na tomada de decisões gerenciais, bem

como sobre sua economicidade e sobre a confiabilidade dos dados.

Apesar desse contexto, a equipe de auditoria realizou análise sobre cada um dos

indicadores apresentados:

a) Percentual de métodos validados com relação aos demandados (PMV)

Segundo o Anexo D do Relatório de Gestão, a Rede Lanagro/PE deve ser capaz de

desenvolver e validar métodos analíticos de acordo com protocolos cientificamente

aceitos.

Na sua análise crítica, o gestor inicia o texto informando que houve um aumento

significativo na demanda, entretanto, ao longo do texto informa que houve uma

diminuição dos percentuais dos métodos validados, ficando confusa a interpretação do

leitor.

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Questionado sobre o assunto, o gestor explicou que houve uma falha na redação,

confirmando que em relação a 2013 houve um aumento na validação de métodos.

No quadro onde consta a descrição da fórmula no Relatório de Gestão, a Unidade não

informou o significado do numerador da equação, que só consta no Anexo D do referido

Relatório.

Ainda de acordo com o Anexo D, a quantidade de métodos validados ou normalizados

em 2014 remontam o total de 399. Entretanto, no momento de apurar o indicador o

gestor utilizou a quantidade de 410 métodos validados, sem explicação para esse

aumento, considerando a informação de que o total demandado em 2014 foi de 614.

Confrontando as duas situações, tem-se que o percentual apurado em 2014 e informado

no texto do Relatório de Gestão está inconsistente com o que consta na memória de

cálculo do Anexo D, conforme resumo a seguir:

Tabela 1 – Apuração do indicador PMV no exercício 2014

Indicador PMV

Anexo D do Relatório de Gestão

Apuração utilizada no

texto do Relatório de

Gestão

Apuração com base na

tabela de quantitativos

por setor

Número de métodos

validados 410 399

Número de métodos

demandados 614 614

PMV 67% 65% Fonte: Anexo D do Relatório de Gestão 2014.

O gestor não registrou em sua análise crítica a repercussão do incremento na validação

de métodos nos resultados da unidade, inclusive, do ponto de vista financeiro.

A maior validação de métodos interfere nos gastos da UJ, fato que deve ser utilizado

pelo gestor no seu planejamento.

Também não foi registrado no Relatório de Gestão qual o ganho para instituição para o

aumento na validação de métodos, não ficando claro que isso se trata de um resultado

positivo para a unidade.

A frequência de mensuração do indicador é anual, mas como instrumento gerencial

poderia ser objeto de apurações em período de tempo menor, auxiliando assim a

condução das atividades da Unidade, em função das limitações orçamentárias e

financeiras da Administração Pública.

Deve-se registrar que a meta para 2014 foi firmada em 60%, mas não há no Anexo D

qualquer explicação de como essa meta foi estipulada.

b) Percentual de auditorias internas no SGQ do Lanagro-PE dentro do

cronograma estabelecido (PARP)

O gestor informou em sua análise crítica que o percentual apurado para o indicador em

2014 foi de 7,7%, entretanto, no “Quadro 5 – Quadro A.5.4 – Indicadores de

Desempenho” do Relatório de Gestão esse percentual está zerado (“0%”).

Questionado sobre essa inconsistência, o gestor informou que só apresentou os dados do

primeiro semestre de 2014, não informando na apuração do indicador os dados do

segundo trimestre.

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Observe-se que não só a apuração 2014 está inconsistente, mas a apuração do indicador

em 2013 também.

Observando a memória de cálculo existente no Anexo E do Relatório de Gestão,

percebe-se que o gestor fez uma média do percentual do primeiro semestre e do segundo

semestre de 2013, em vez de apurar o percentual anual, de acordo com a fórmula

prevista.

Assim, confundiu-se a frequência de mensuração do indicador (semestral), com o

resultado anual do indicador, que deve ser a aplicação da fórmula estabelecida, com a

utilização dos totais anuais e não a média aritmética do percentual obtido nos dois

semestres.

A meta para 2014 era de 80%, entretanto, não há no anexo E qualquer explicação de

como essa meta foi estipulada.

Segundo o referido Anexo E, a realização de auditorias pelo Sistema de Gestão da

Qualidade (SGQ) constitui importante ferramenta para o controle de laboratórios, uma

vez que possibilita a verificação de parâmetros com a infraestrutura, fluxo de análise,

rastreabilidade de registros e documentos e treinamento do corpo técnico.

Apesar disso, não existe análise do gestor quanto à utilidade do indicador para tomada

de decisões no exercício 2014, mas apenas justificativas para o baixo percentual de

realização do indicador, haja vista a redução do número de auditorias realizadas.

c) Percentual de valores de metas físicas de provas realizadas pelo Lanagro-PE em

relação às programadas (PVMRP)

O referido indicador, relativo à execução física da principal Ação da Unidade (20ZW),

tem como finalidade, segundo o Anexo F do Relatório de Gestão, acompanhar

trimestralmente a realização dessas metas, visando à correção de distorções nos

exercícios futuros.

Apesar desse raciocínio, a meta estipulada em 2014 foi de 60% sem explicação para

esse percentual, havendo uma baixa execução ao longo do ano. A justificativa do gestor

para essa situação foi consignada no Relatório de Gestão 2014, a seguir transcrita:

“No exercício 2014 dois eventos contribuíram para baixar a eficácia apresentada pelo

Lanagro-PE a um valor de 46,25% quando o esperado era de 60%.

Um dos fatores foi a Copa do Mundo 2014 realizada no Brasil, que trouxe influencia na

produtividade do país durantes (sic) os meses de junho a julho e impacto no ano como

um todo e particularmente em Recife por ser sede do jogo que repercutiu diretamente

nos deslocamentos e hospedagem, bem como no de (sic) longo período de dias com

expediente facultativos. Outro fator foi o atraso na coleta da sorologia de febre aftosa

onde o Programado foi de um demanda acordada de 119.948 soros e foram

encaminhados 22.300. Salientamos que a sorologia da febre aftosa teve a sua coleta

postergada e não cancelada, desta forma os insumos serão usados no período

oportuno.”

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A realização de análises laboratoriais é o principal produto da Unidade. A utilização

desse indicador é fundamental para o acompanhamento da Ação 20ZW e,

consequentemente, para a verificação física do resultado da UJ. Entretanto, essas

explicações não foram apresentadas no Relatório de Gestão, como também não foram

descritas as decisões adotadas pelo gestor para correção dos rumos da execução dessa

Ação, em face dos baixos percentuais trimestrais de análises realizadas, no exercício

2014.

À semelhança dos outros indicadores, a forma de apuração anual deste indicador

também é equivocada, confundiu-se novamente a frequência de mensuração com a

apuração anual do indicador e foi feita uma média dos percentuais dos resultados

obtidos nos quatro trimestres de 2014, em vez de aplicar a fórmula estabelecida para os

quantitativos anuais apurados. Essa inconsistência foi apresentada ao gestor durante os

trabalhos da auditoria, que reconheceu estar calculando o indicador anual de forma

diversa ao que está estabelecido na fórmula, fazendo uma média dos trimestres.

A distorção apurada pela CGU, a partir da memória de cálculo do citado Anexo F,

encontra-se na tabela abaixo:

Tabela 2 – Apuração do indicador PMV no exercício 2014

Trimestre NPP NPR

Apuração CGU

[PVMRP=

(NPR/NPP)*100]

Apuração

Lanagro

[PVMRP= (Soma

dos Trimestres)/4]

1º/2014 21.622 14.297 66 66

2º/2014 48.949 8.128 17 17

3º/2014 37.672 12.424 33 33

4º/2014 39.900 27.422 69 69

Total 2014 148.143 62.271 42 46,25 Fonte: Anexo F do Relatório de Gestão 2014.

Comparando-se a meta do indicador (60%), com o que foi realizado (42%), percebe-se

uma baixa execução física da Ação 20ZW.

Entretanto, os números oferecidos para apuração desse indicador no Anexo F do

Relatório de Gestão, destoam também do que foi informado à CGU durante os trabalhos

de auditoria, por meio do Ofício nº 548/2015 e seus anexos, em que a Unidade

apresentou, para Ação 20ZW, os seguintes quantitativos de programação e realização:

Tabela 3 – Resultado físico do exercício 2014 da ação 20ZW

Executor Unidade de

Medida

Total

Programado

(a)

Total

Realizado

(b)

Percentual

de realização

(b)/(a)

Rede Lanagro

(Animal e

Vegetal)

Prova 169.600 78.410 46,23%

Fonte: Planilhas e informações anexas ao Ofício nº 548/2015, de 19 de maio de 2015.

d) Percentual de recursos utilizados relativamente aos recebidos (IUT1)

Para o referido indicador, o gestor não acrescenta nenhuma informação a respeito da sua

utilidade e da sua importância para o gerenciamento da unidade. Tanto a análise crítica

no texto do Relatório de Gestão como o respectivo Anexo G não trazem qualquer tipo

de sinalização quanto ao uso do referido instrumento na tomada de decisão.

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Percebe-se que, apesar da baixa execução física da Ação 20ZW, a quase totalidade dos

recursos financeiros recebidos foi utilizada, mas o gestor não apresenta qualquer

avaliação sobre essa questão.

O acompanhamento da execução financeira é fundamental para a gestão da Unidade,

mas a utilização isolada dessa informação agrega pouco valor às decisões a serem

tomadas ao longo do exercício.

A apuração desse indicador não deve ser apenas anual, mas em compasso com os

indicadores que remontam as metas físicas da Unidade, neste particular, para a Ação

20ZW, visando evitar discrepâncias entre o que se gasta e o que se produz, no âmbito da

Administração Pública.

Diante das circunstâncias observadas no Relatório de Gestão 2014, durante os trabalhos

da auditoria, foram feitos questionamentos ao gestor, para um maior esclarecimento

sobre a utilização e mensurabilidade dos referidos indicadores. A seguir, foram

sintetizadas as manifestações do gestor relativas aos quatro indicadores em questão,

bem como as respectivas análises da CGU:

Quadro 2 – Esclarecimentos do Lanagro/PE sobre os indicadores de desempenho

Questionamento

CGU Lanagro/PE Análise CGU

1) Qual a metodologia

adotada para o

estabelecimento das

metas dos indicadores

em referência,

constantes nos Anexos

D, E, F e G do

Relatório de Gestão

2014?

“A metodologia foi implementada pela CGAL

quando indicou os valores iniciais e

posteriormente esta UJ foi adicionando

valores percentuais conforme os resultados

obtidos nos anos anteriores.”

Quanto à metodologia para elaboração

das metas, o gestor não explicou qual a

relação entre indicadores e metas, mas

apenas especificou que adiciona valores

com base nos anos anteriores; definir

indicadores e apresentar resultados no

final do exercício não demonstra a

melhoria nos processos e produtos que

estão sendo medidos.

2) Foram formalizados

planos, detalhando as

ações a serem

realizadas para o

atingimento das

metas?

“O Plano Operativo-PO que é elaborado

anualmente, por cada unidade analítica

informando o quantitativo das metas a serem

atingidas mensalmente.

Ao longo do ano são realizadas reuniões para

as avaliações do atingimento das metas.

ANEXO I – PO consolidado 2014, planilhas

dos laboratórios inicio 2014, e PO Corrigido

após reuniões.”

O gestor não apresentou o

detalhamento de seus planos e das

ações para o atingimento das metas;

foram apresentados apenas alguns

exemplos de planilhas dos laboratórios,

que integram a Unidade, para

informação da capacidade operacional

na montagem do Plano Operativo

anual.

3) Existe algum

sistema (informatizado

ou não) de

monitoramento dos

indicadores e de suas

metas?

“Todos os indicadores apresentam frequência

de mensuração apresentado nos Quadros

anexado ao RG 2014, é quando são

monitorados e tomados ações conforme os

resultados.”

Não foi apresentado qualquer sistema

de monitoramento dos indicadores.

4) No caso dos

resultados dos

indicadores

apresentarem desvios

em relação às metas

estabelecidas, ao longo

do exercício, quais os

procedimentos

adotados para correção

da situação?

“Para indicadores de monitoramento

trimestral, que é o caso das metas físicas, são

realizadas reuniões trimestrais onde ocorrem

possíveis distorções objetivando um

percentual mais próximo da realizada.

ANEXO II – Memória de Reunião.”

O gestor apresenta como medida de

correção de desvios as reuniões

técnicas realizadas e, como exemplo,

encaminhou as memórias de reunião

realizadas em 22 de outubro de 2014 e

4 de novembro de 2014; em ambas

reuniões, não houve consignação de

medidas para correção de desvios,

apenas foi solicitado o levantamento do

resultado dos três primeiros trimestres e

a reavaliação do que foi programado;

sobre as medidas corretivas e o que

impactou o atingimento das metas,

entretanto, não foram registradas ações

específicas gerenciais por parte da

cúpula diretiva da unidade.

5) Os indicadores

estão sendo utilizados

para tomada de

decisões gerenciais?

Como?

“Trimestralmente os dados das metas físicas

são encaminhados para CGAL em Brasília,

onde são consolidados com os demais

Lanagros para decisões gerencias. Os dados

obtidos nas Auditorias realizadas são base

O gestor não apresentou as decisões

gerenciais tomadas, no âmbito do

Lanagro/PE, com base nos indicadores

em questão.

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Questionamento

CGU Lanagro/PE Análise CGU

para a formulação do Plano de Auditoria do

ano subsequente.

ANEXO III - documentos enviados à CGAL.”

6) Os indicadores

estão refletindo os

produtos e os serviços

oferecidos pela

unidade?

“Sim, os produtos se referem ao atingimento

das metas físicas e os serviços se referem as

auditorias internas realizadas que se referem

a monitoramento da Qualidade analítica dos

resultados emitidos pelo LANAGRO-PE.”

O gestor informa como seu principal

produto as análises realizadas e, como

principal serviço, as auditorias internas

para o monitoramento da qualidade,

ambos contemplados nos seus

indicadores; entretanto, deve-se

registrar que os indicadores

apresentados não são qualitativos, mas

apenas quantitativos, dificultando uma

conclusão gerencial sobre os rumos da

unidade.

7) O resultado das

intervenções efetuadas

na gestão estão

refletidas nos quatro

indicadores

apresentados?

“As intervenções pela gestão, no indicador de

metas físicas, reflete ao longo do ano, ao se

adequar as metas físicas conforme a

capacidade operacional corrigida

trimestralmente após a analise critica de

frequência de mensuração trimestral do

indicador em tela. As Não Conformidades -

NC’s das auditorias dão o norte para a

prioridade das unidades a serem auditadas no

ano subsequente.

Além destes quatro indicadores a gestão conta

com um Sistema Informatizado de Registro On

line de Solicitação de Análise – ROSA, onde se

verifica estatisticamente a área de maior

volume de trabalho, para nortear a Gestão no

atendimento das demandas de servidores e de

insumos.”

As intervenções na gestão não estão

refletidas nos resultados dos

indicadores PARP e PVMRP, cujos

resultados ficaram distantes das metas

estabelecidas; o gestor informa a

existência de um sistema (ROSA), que

o auxilia na gestão, mas não há

qualquer indicador relacionado com o

citado sistema.

8) Os indicadores têm

fontes de dados

confiáveis? Os dados

são de fácil obtenção?

“Sim, os dados são enviados no começo do

ano, ou no final do ano anterior, para a

consolidação da Programação Operativa- PO

programada para o ano.”

O gestor afirma que os dados são

confiáveis, mas a apuração, por

exemplo, do resultado físico do

exercício 2014 para a Ação 20ZW

demonstrou as inconsistências entre os

dados do Sistema de Gestão Integrada

(SGI), das planilhas utilizadas pelo

gestor para o controle das análises

programadas e realizadas pelos seus

diversos laboratórios (anexos do Ofício

nº 548/2015) e os dados utilizados para

apuração do indicador PVMRP

constantes no Anexo F do Relatório de

Gestão 2014.

9) Qual a metodologia

utilizada para coleta e

processamento dos

dados?

“Os dados do Indicador de Metas Físicas é

consolidado (sic) a partir de documentos

encaminhados no inicio do ano, por cada

laboratório, com os dados da Programação

Operacional Anual de seus setores - VIDE

ANEXO I.

Após a consolidação, os dados são

acompanhados trimestralmente e realizadas

reuniões de monitoramento onde são

corrigidas possíveis discrepâncias entre o

programado e realizado, objetivando a

operacionalização das atividades.

O Indicador de métodos Validados é

consolidado no final do ano onde cada

Laboratório encaminha o quantitativo de

métodos validados no seu setor, com o

resultado é observado os escopos que poderão

solicitar extensão de auditoria.

O Indicador de Auditorias Realizadas

conforme a Programada é um levantamento

realizado pela UGQ que informa os dados

para consolidação.”

O gestor informou que a coleta e

processamento dos dados para apuração

dos indicadores é manual, a partir do

encaminhamento de documentos das

diversas áreas.

10) Existe divulgação

interna e externa dos

indicadores?

“A divulgação interna envolve principalmente

a alta Direção, constituída da Coordenação,

Divisão Técnica, Gestão Estratégica e

Unidade de Gestão da Qualidade, além de por

A divulgação interna dos indicadores

está restrita à alta Direção, tendo sido

apresentado como exemplo um

expediente denominado “Relatório de

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Questionamento

CGU Lanagro/PE Análise CGU

ocasião da Análise Crítica da Qualidade que

envolve todos os responsáveis técnicos.

Consideramos a CGAL como divulgação

externa e os dados são enviados

rotineiramente.

ANEXO IV – Relatório de Análise Crítica

pela direção.”

Análise Crítica pela Direção”, mas não

houve a comprovação de que tal

relatório está sendo encaminhado para

todas as áreas técnicas da Unidade;

deve-se destacar que esse Relatório

apresenta controles que estão sendo

monitorados pela Unidade de Gestão da

Qualidade (UGQ), entre eles, destaca-

se o registro de situações indesejáveis

do “Programa SAL”, que precisa ser

ampliado e difundido, bem como os

ensaios de proficiência e as pesquisas

de satisfação dos clientes.

11) Foi realizada a

análise sobre o custo

de obtenção dos

indicadores versus os

benefícios para a

melhoria da gestão?

“Os benefícios dos Indicadores são evidentes

na melhoria da gestão. Na distribuição dos

servidores concursados foi observado, no

indicador de metas físicas, que os laboratórios

com maior produtividade deveriam receber

um quantitativo de acordo com a sua

demanda. Esta ferramenta também será

utilizada por ocasião do ingresso dos 50%

restantes de servidores do concurso

MAPA/2014.

A solicitação de pedido de extensão de escopo

também é analisada verificando os

Indicadores de métodos validados.

Os custos de obtenção dos Indicadores estão

embutidos no salário dos servidores que criam

e fazem a consolidação.”

O gestor não apresentou análises sobre

se o custo para apuração dos

indicadores compensam os possíveis

benefícios trazidos pela sua utilização

na gestão (economicidade).

Fonte: Ofício nº 548/2015, de 19 de maio de 2015.

Por fim, deve-se registrar que no Anexo H do Relatório de Gestão, consta a relação dos

treinamentos realizados no exercício 2014. Dentre eles, destaca-se a realização do

treinamento de 12 servidores e colaboradores no curso “Indicadores de Desempenho

Laboratorial”, ministrado pela Empresa JP Verithas, no período de 8 a 10 de setembro

de 2014.

##/Fato##

Causa

Fragilidades quanto ao cumprimento das atribuições regimentais, haja vista que o

desempenho institucional da UJ está diretamente relacionado à atuação da Coordenação

e de sua Divisão Técnica, na medida em que, segundo o art. 16, inciso I, do Anexo da

Portaria MAPA nº 104/2006 (Regimento Interno), cabe ao Coordenador do Laboratório

planejar e coordenar a execução das atividades laboratoriais, e, segundo o artigo 8,

inciso I, cabe ao responsável pela Divisão Técnica planejar, acompanhar e avaliar o

desempenho analítico nas atividades de controle laboratorial, ao qual cabe inclusive a

produção de relatórios técnicos para subsidiar o processo decisório.

Diante disso, a ausência de procedimentos que incluam a análise dos indicadores de

desempenho na tomada de decisões gerenciais pelos citados gestores, gera reduzida

utilidade dos referidos instrumentos. Além disso, a fragilidade de controles que

assegurem a confiabilidade dos dados dos indicadores, ao longo do exercício, contribui

para que essa ferramenta não agregue melhorias na gestão da instituição.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 803/2015, de 23 de julho de 2015, a unidade apresentou as

seguintes manifestações, considerando, inclusive, as recomendações encaminhadas

junto com o Relatório Preliminar:

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Recomendação 1:

“Esta UJ está ciente desta necessidade, e acha indispensável que indicadores sejam

peças gerenciais.

Foram realizadas inicialmente reuniões gerenciais de avaliações trimestrais, quais

sejam (ANEXO II)

Primeiro trimestre de 2015:

Lanagro PE Unidade II (Fertilizantes, Bebidas e Sementes): 22/04/2015;

Área de Diagnóstico Animal: realizada no dia 21/05/2015;

Físico-Química/Resíduos e Microbiologia de Alimentos: 22/05/2015;

Segundo trimestre de 2015:

Lanagro PE Unidade II (Fertilizantes, Bebidas e Sementes): 30/6/2015;

Área de Diagnóstico Animal: realizada no dia 01/07/2015;

Físico-Química/Resíduos e Microbiologia de Alimentos: 2/7/2015.

A partir das mesmas, foi realizada entre os dias 20, 21, 22 e 23 do corrente mês de

julho uma série de reuniões mais abrangentes com o envolvimento de todo o corpo

técnico para a apresentação das análises críticas entre o programado e o realizado de

todas as áreas analíticas para o primeiro semestre/2015.

Nestas reuniões estão sendo avaliadas ainda todas as atividades relevantes neste

primeiro semestre, incluindo ações pertinentes da área administrativa.

Está sendo feito um trabalho de sensibilização quanto à importância do registro dos

trabalhos realizados, e da necessidade de tomada de decisões baseadas nas análises

dos dados.

Destacou-se a contribuição das ações de validações/avaliações de desempenho, ensaios

de proficiência/interlaboratoriais, acreditação de novos escopos, revisão de

documentos do Sistema de Gesão da Qualidade (SGQ), realização de auditorias

internas, monitoramento de laboratórios credenciados como elementos que devem ser

quantificados para haja consistência entre as metas físicas executadas e os recursos

utilizados.

No próximo dia 30/07/2015 será realizada reunião com alta direção para a avaliação

do evento de 20 a 23/07, e implementação do uso de indicadores como ferramentas

efetivas na tomada de decisões gerenciais.

Será apontada uma área piloto para a análise de dados mensalmente (e não

trimestralmente).

Ao mesmo tempo, diante da necessidade imperiosa de acreditação na Norma NBR ISO

IEC 17025:2005 dos escopos dos Lanagro/PE, será criado indicador referente às

acreditações frente a escopos já com métodos validados ou com confirmação de

desempenho.”

Recomendação 2:

“Será elaborado um ‘software’ piloto, de forma a permitir a coleta de dados de cada

unidade, sem a necessidade de coleta manual ou transcrições dos mesmos, permitindo a

consolidação em níveis gerenciais diversos, de forma que os indicadores sejam

efetivamente utilizados como ferramentas para tomada de decisões tanto pelo RTs

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(Responsáveis Técnicos), quanto pela DLAB (Divisão Técnica) e Coordenação. Foi

agendada reunião com o programador do Lanagro PE no próximo dia 27/07 para esta

finalidade (ANEXO III).

Esclarecemos que o citado programa R.O.S.A. (Registro Online de Solicitação de

Amostras) tem como finalidade registro e rastreabilidade. Não reflete o total de ensaios

realizados, uma vez que um registro pode corresponder a 10 (dez) animais de uma

mesma propriedade.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor afirma ter ciência da importância dos indicadores, reconhecendo, inclusive, a

necessidade de utilização desses instrumentos de avaliação de desempenho para as

tomadas de decisões gerenciais, ao longo do exercício.

Também noticia a adoção de algumas ações, como as reuniões técnicas e

administrativas realizadas no primeiro semestre de 2015 e no mês de julho do corrente

exercício, visando a avaliação das atividades desenvolvidas em cada laboratório, bem

como para implementação do uso dos indicadores, inclusive, com a escolha de uma área

piloto para a análise mensal dos dados.

Por outro lado, informa que será elaborado um software piloto, para melhorar a

confiabilidade da coleta de dados, permitindo a consolidação gerencial das informações

e a utilização dos indicadores como ferramenta de gestão.

Portanto, faz-se necessário o acompanhamento das alternativas apresentadas pelo

gestor, para solução da questão apresentada pela equipe de auditoria da CGU, por meio

do Plano de Providências Permanente da Unidade.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Estabelecer, na rotina de atividades do Lanagro/PE, procedimentos

que incluam a efetiva análise dos indicadores de desempenho da Unidade para a tomada

de decisões gerenciais, com o registro dessas medidas ao longo do exercício.

Recomendação 2: Normatizar o procedimento de coleta de dados para cálculo dos

indicadores de desempenho da Unidade, de modo a assegurar a confiabilidade dos

resultados apurados.

1.1.7 QUANTITATIVO DE PESSOAL

1.1.7.1 INFORMAÇÃO

Informação sobre a força de trabalho da unidade.

Fato

Com base em informações extraídas do Relatório de Gestão, verificou-se que o quadro

de pessoal da Unidade auditada estava assim constituído no final do exercício de 2014:

Tabela 1 – Quantitativo de pessoal informado no Relatório de Gestão

Tipologias dos

Cargos Lotação Efetiva Ingressos em 2014 Egressos em 2014

1. Servidores em 119 55 5

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Tipologias dos

Cargos Lotação Efetiva Ingressos em 2014 Egressos em 2014

cargos efetivos

2. Servidores com

contratos

temporários

0 0 0

3. Servidores sem

vínculo com a

administração

pública

2 0 0

Total 121 55 5

Fonte: Relatório Gestão 2014, Quadro A.7.1.1.1 - Força de Trabalho da UJ.

Para esse quadro, a unidade ressaltou que houve quatro ingressos de servidores por

remoção a pedido e dois egressos também por remoção a pedido.

Em 2014, a Unidade foi beneficiada pela realização de concurso público para

provimento dos cargos de auxiliar de laboratório, técnico de laboratório, fiscal federal

agropecuário e agente administrativo.

Apesar das informações citadas na tabela anterior totalizando 55 ingressos e cinco

egressos, ao longo do Relatório de Gestão 2014, foram identificadas inconsistências nos

totais de servidores ingressos na unidade durante o referido exercício, conforme se

verifica nos seguintes trechos a seguir transcritos:

a) Análise Crítica referente ao item 7.1.1 do Anexo Único da Portaria TCU nº 90/2014

(Item 7.1 da Parte A do Anexo II da DN TCU nº 134/2013) – Demonstração e

Distribuição da Força de Trabalho à Disposição da Unidade Jurisdicionada:

“No ano de 2014 houve a entrada dos servidores nomeados no último concurso, o que

diminuiu de sobremaneira os problemas relacionados à falta de servidores. Do

concurso contamos com a entrada de 11 (onze) auxiliares de laboratório, 22 (vinte e

dois) técnicos de laboratório, 10 (dez) agentes administrativos e 9 (nove) fiscais

federais agropecuários, além de 4(quatro) fiscais federais agropecuários de remoção já

mencionados anteriormente.”

Nessa parte do Relatório de Gestão, o número de ingressos em 2014 totalizam 56

servidores de cargos efetivos.

b) Item 7.1.2 do Anexo Único da Portaria TCU nº 90/2014 (Item 7.1 da Parte A do

Anexo II da DN TCU nº 134/2013) – Qualificação e Capacitação da Força de Trabalho:

“O nível de escolaridade dos servidores já era considerado elevado e neste final de

exercício com o ingresso dos concursados, este nível permanece em um patamar

satisfatório pois dos cinquenta e quatro ingressos, onze servidores possuem títulos

acadêmicos de mestrado e/ou doutorado, ou seja, em torno de 25%.”

Segundo esse trecho do Relatório de Gestão, o número de ingressos em 2014 foi de 54

servidores.

c) Análise Crítica do Quadro A.7.2.4 do Anexo Único da Portaria TCU nº 90/2014

(Item 7.2 da Parte A do Anexo II da DN TCU nº 134/2013) – Composição do Quadro

de Estagiários:

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“Esta UJ se ressente do baixo número de estagiários pois sempre contou com um

número escasso de servidores, uma vez que o número de estagiários é um percentual do

número de servidores. Porém, com o concurso público viabilizado em 2014, essa UJ foi

contemplada com 53 novos servidores e este universo contribuirá para aumentar o

número de estagiários para o ano de 2015.”

Nessa parte do Relatório de Gestão, com o concurso público, a UJ foi contemplada com

53 novos servidores. Somando-se esses servidores, com a informação do Quadro

A.7.1.1.1, referente ao ingresso de quatro servidores removidos, seriam 57 ingressos em

2014.

Outro tipo de inconsistência encontrada no Relatório de Gestão 2014 está no Quadro

A.7.1.1.2 do Anexo Único da Portaria TCU nº 90/2014 (Item 7.1 da Parte A do Anexo

II da DN TCU nº 134/2013) – Distribuição da Lotação Efetiva.

Tabela 2 – Distribuição da Lotação Efetiva

Tipologias dos Cargos Área Meio Área Fim

1. Servidores em cargos

efetivos: 43 75

Servidores de carreira

vinculada ao órgão 21 73

Servidores de carreira

em exercício

descentralizado

0 0

Servidores em

exercício provisório 0 0

Servidores

requisitados de outros

órgãos e esferas

26 1

2. Servidores com

contratos temporários 0 0

3. Servidores sem

vínculo com a

administração pública

3 0

Total (1+2+3) 46 75

Fonte: Relatório Gestão 2014, Quadro A.7.1.1.2 – Distribuição da Lotação Efetiva.

Observa-se que a soma do item 1 da tabela acima (servidores de carreira) não

corresponde à soma da subdivisão desse item (21+26=47; 73+1=74), afetando assim os

valores finais da tabela, que passariam a ser 50 (área meio) e 74 (área fim), totalizando

124 servidores em divergência com o total do Quadro A.7.1.1.1, que informa o total de

121 servidores.

Na tentativa de confirmar esses quantitativos, a Unidade por meio do Ofício nº

498/2015, de 8 de maio de 2015, informou que a situação em 31.12.2014 era a seguinte:

Tabela 3 – Quantitativo de pessoal

Tipologias dos Cargos Lotação Efetiva

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1. Servidores em cargos efetivos (1.1+1.2) 118

1.1. Servidor de carreira vinculado ao órgão 91

1.2 Requisitados 27

2. Servidores com contratos temporários 0

3. Servidores sem vínculo com a administração

pública 3

Total 121

Fonte: Anexo I do Ofício nº 498/2015.

Observe-se que, apesar de ser confirmado o total de 121 servidores, houve uma

mudança dentro da tipologia dos cargos, quando se compara a informação prestada pelo

gestor com o Quadro A.7.1.1.1 do Relatório de Gestão 2014.

Segundo ainda a manifestação do gestor durante os trabalhos de auditoria, o concurso

público realizado em 2014 beneficiou a unidade com 23 técnicos de laboratórios e onze

auxiliares de laboratório. Somando-se a esses quantitativos os dez agentes

administrativos e os nove fiscais federais agropecuários, mencionados no Relatório de

Gestão, tem-se que, em 2014, ingressaram por concurso 53 servidores.

A esses 53 servidores deve-se somar quatro ingressos por remoção a pedido, totalizando

57 ingressos na Unidade em 2014. Ao se subtrair desse total os dois servidores egressos,

também por remoção a pedido, chega-se a um aumento de 55 servidores na força de

trabalho da unidade.

Deve-se observar que dos 121 servidores efetivos, 27 são requisitados, sendo 24

servidores da CONAB, um servidor da CHESF, que está afastado por problemas de

saúde, e dois servidores do Ministério da Integração Nacional. Para esse grupo de

servidores, o gestor, no Relatório de Gestão, destaca a faixa etária avançada, o grau de

escolaridade e a saúde debilitada dos servidores requisitados.

Além dos 121 servidores efetivos, segundo os Quadros A.7.2.1 e A.7.2.2 do Relatório

de Gestão, a unidade conta com contratos de terceirização de mão de obra na área de

limpeza (37 funcionários), vigilância (catorze funcionários), serviços gerais (secretárias,

copeira, recepcionistas, auxiliar administrativo, assistente administrativo, entre outros,

totalizando 42 funcionários), manutenção preventiva nas redes e instalações dos

laboratórios (sete funcionários) e suporte técnico na área de informática (onze

funcionários). Para esse grupo, a Unidade contou, portanto, com um total de 111

funcionários terceirizados, em 2014.

Por fim, a unidade utilizou, ainda, oito estagiários na área fim.

Segundo, informações prestadas pelo gestor, o quantitativo de pessoal balizador da

proposta para o concurso realizado em 2014 ainda está distante do total de servidores

nomeados e atualmente em exercício na unidade. A seguir, tem-se a transcrição dos

quantitativos solicitados:

Tabela 4 – Quantitativo de servidores dimensionados para o Lanagro/PE para o concurso 2014

Cargo Quantitativos

Fiscal Federal Agropecuário 74

Agente Administrativo 89

Técnico de Laboratório 101

Auxiliar de Laboratório 48

Total 312

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Fonte: Anexo XV do Ofício nº 498/2015.

Neste particular, deve-se destacar a análise do gestor contida no Relatório de Gestão

2014 acerca do fato de que, dos dez agentes administrativos nomeados, 60% já teriam

informado no ato de posse que deixariam o órgão, em face da aprovação em concursos

com salários e condições de trabalho mais atrativas. Essa informação foi confirmada

durante os trabalhos de auditoria, quando o gestor informou, em 8 de maio de 2015, que

cinco agentes administrativos já haviam solicitado o desligamento da unidade.

Outro aspecto importante a ser destacado do Relatório de Gestão 2014 diz respeito à

análise do gestor sobre os afastamentos de servidores decorrentes de aposentadoria,

conforme trecho a seguir transcrito:

“Dos setenta e três servidores de carreira da área fim desta UJ, oito atendem as

condições de aposentadoria. Em relação a carreira de Fiscal Federal Agropecuário,

dos trinta e dois servidores atuais, apenas dezoito constituem uma força de trabalho no

horizonte superior a dez anos.

Considerando a evolução do laboratório com o aumento de escopos, sua abrangência,

o tempo demandado para treinamento, monitoramento de auditorias técnicas externas

indispensáveis aos laboratórios credenciados. Em relação às demais carreiras que

constituem a área fim, dos trinta e cinco servidores, quatro atendem condições de

aposentaria.

Já em relação a área meio, dos dezenove servidores de carreira, seis atendem as

condições de aposentadoria.”

Por fim, deve-se registrar a declaração do gestor no Relatório de Gestão 2014 sobre o

patamar satisfatório de qualificação do seu quadro técnico, uma vez que o processo de

capacitação é indispensável para o funcionamento dos laboratórios que constituem a

Unidade.

Questionada sobre o tema, durante os trabalhos da auditoria, a Unidade apresentou

planilhas com as demandas e os treinamentos realizados pelos seus servidores, em 2014.

Entretanto, os cursos contidos no Plano Anual de Educação Continuada (PAEC) não

foram os mesmos ofertados ao longo do exercício. Sobre essa questão, o gestor no

Relatório de Gestão apresentou a seguinte observação:

“Em relação a demanda para cursos administrativos, é indispensável o aprimoramento

destes eventos para capacitar os servidores ingressos, uma vez que se constata que a

oferta não é sistemática. O MAPA possui um programa chamado PAEC que não atende

a parte técnica, porem atende bem a parte administrativa. No entanto está havendo

reuniões no órgão central para melhor aproveitamento deste programa uma vez que é

importante ter um programa para atender a área específica de treinamento”.

##/Fato##

1.1.7.2 INFORMAÇÃO

Informação sobre o cumprimento do Termo de Conciliação Judicial Geral de 5 de

novembro de 2007.

Fato

A realização do concurso público em 2014, além de trazer um reforço à Unidade,

também teve o condão de substituir os terceirizados irregulares da UJ.

Durante os trabalhos de campo, o gestor confirmou que, para substituição dos 32

terceirizados irregulares existentes na unidade, em virtude do contrato celebrado entre a

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União, por intermédio do MAPA, e a Fundação de Pesquisa do Agronegócio -

Fundepag, foram admitidos 34 servidores, sendo 23 técnicos de laboratórios e onze

auxiliares de laboratório.

O gestor declarou ainda à CGU, que todos os terceirizados irregulares foram

dispensados em 2014.

Deve-se registrar que essa medida atendeu à determinação do Tribunal de Contas da

União (Acórdão TCU nº 2.681/2011-Plenário), em face do Termo de Conciliação

Judicial Geral de 5 de novembro de 2007, nos autos da Ação Civil Pública nº 00810-

2006-017-10-00-7, da 17ª Vara da Justiça do Trabalho de Brasília/DF.

Observe-se, entretanto, que, além dos contratos de limpeza e vigilância em vigor no

exercício (Quadro A.7.2.1 do Relatório de Gestão), o gestor apresentou o Quadro

A.7.2.2 – Contratos de prestação de serviços com locação de mão de obra.

Nesse quadro, o gestor listou os contratos em vigor em 2014, mesmo que já encerrados,

para locação de mão de obra para atividades não abrangidas pelo plano de cargos do

órgão.

Apesar de não ter feito parte do escopo desta auditoria, chama a atenção o contrato nº

13/2012, decorrente do Pregão Eletrônico nº 49/2011, no qual consta a contratação de

42 colaboradores, dentre os quais dez assistentes administrativos e catorze auxiliares

administrativos. Segundo o referido quadro, esse Contrato teve início em 30 de janeiro

de 2012 e tem previsão de encerramento em 30 de janeiro de 2016.

Na análise crítica do referido Quadro A.7.2.2, o gestor informa que o Contrato nº

13/2012 foi analisado pelos setores competentes e teve embasamento na Lei nº

9.632/98, que trata da extinção de cargos no âmbito da Administração Pública Federal,

bem como na IN nº 2/2008, que trata da contratação de serviços terceirizados.

Registre-se, entretanto, que nos quadros da Unidade constam servidores de carreira do

cargo agente administrativo, que, inclusive, foi também objeto do último concurso do

MAPA, realizado em 2014, tendo o Lanagro/PE recebido dez servidores para esse

cargo.

Não é demais ressaltar a similaridade de atribuições entre as atividades dos assistentes

administrativos, dos auxiliares administrativos e do cargo efetivo de agente

administrativo. Neste particular, a denominação dos cargos é irrelevante, para se aferir

se há similaridade nas atividades desempenhadas em cada cargo, devendo o gestor estar

atento às implicações legais decorrentes da contratação de mão de obra terceirizada para

desempenhar as funções de cargos efetivos do serviço público.

Vale ressaltar que, de acordo com o Edital do último concurso realizado, as atribuições

do cargo de agente administrativo são relativas a: arquivo, redação administrativa,

rotinas de expedição de correspondência, rotinas administrativas, licitações e contratos,

orçamentos e finanças, pagamentos, dentre outros.

Já as atribuições de auxiliar e assistente administrativo, descritas no Edital do Pregão

Eletrônico n° 49/2011, referem-se à execução de serviços de apoio nas áreas de recursos

humanos, administração, finanças e logística.

No Relatório de Gestão, o gestor não reconhece a existência de irregularidade no

referido contrato e reafirma nas suas manifestações que os contratos de terceirização

irregulares existentes na unidade foram encerrados.

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##/Fato##

1.1.7.3 CONSTATAÇÃO

Ausência de revisão dos contratos vigentes, bem como dos já encerrados, em face

da desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da Lei nº

12.546/2011.

Fato

No Relatório de Gestão 2014, de acordo com o item 7.3 da Parte A do Anexo II da DN

TCU nº 134/2013, o gestor deveria ter apresentado as medidas adotadas para revisão

dos contratos vigentes, bem como dos já encerrados, firmados com empresas

beneficiadas pela desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da lei

12.546/2011, atentando para os efeitos retroativos às datas de início da desoneração,

mencionadas na legislação.

Para o referido item, o gestor apresentou a seguinte manifestação em seu Relatório:

“Esta UJ irá realizar uma revisão dos contratos vigentes com as empresas dos setores

beneficiados pela desoneração da folha de pagamento. A lei 8.666/93 art. 65 parágrafo

5° nos dá esta condição de revisão. E atendendo ao que dispõe o art. 7° da lei

12.546/2011 informamos que não apresentamos atualmente condições de rever tais

contratos, no entanto nos comprometemos a implementa-los no corrente exercício. Este

assunto é bastante polêmico inclusive com constantes alterações na legislação e, foi

trazido ao nosso conhecimento a partir da exigência do TCU.”

Diante do exposto, verifica-se a ausência de revisão dos contratos abrangidos pela

desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º 12.546/2011.

##/Fato##

Causa

A Unidade demonstrou desconhecer as consequências administrativas advindas do art.

7º da lei nº 12.546/2011 e não promoveu o levantamento inicial do rol de contratos

administrativos beneficiados pela referida desoneração da folha de pagamento, visando

adotar as providências necessárias para o cumprimento da referida norma.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 803/2015, de 23 de julho de 2015, a unidade apresentou as

seguintes manifestações, considerando, inclusive, as recomendações encaminhadas

junto com o Relatório Preliminar:

Recomendação 1:

“Já foi iniciado o levantamento dos eventuais contratos em vigor e encerrados

passíveis da aplicação do normativo referente à desoneração de folha de pagamento

(art. 7º da Lei nº 12.546/2011). Quanto aos contratos futuros, também já está sendo

exigida a aplicação do benefício, a exemplo do processo nº 21002.000046/2015-73, que

tem por objeto a contratação de serviço de engenharia visando à demolição do prédio

onde funcionava o Infectório de Suínos deste LANAGRO/PE.

Uma comissão formada de três servidores, cujo ato designativo já está sendo

elaborado, irá adotar medidas no sentido de encaminhar à Consultoria Jurídica a

situação do levantamento realizado e acompanhar o atendimento à lei mencionada.”

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Recomendação 2:

“Após as diligências necessárias relativas à identificação de contratos em vigor e

encerrados, bem como à aplicação do benefício da desoneração de folha aos cabíveis,

caso se constate a necessidade de ressarcimento de valores pagos a maior ou ajuste em

faturas vindouras, tal providência será administrativamente tomada, impreterivelmente

com o respaldo de manifestação da Consultoria Jurídica da União – CJU/PE (ANEXO

IV).”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Sobre a exigência contida no item 7.3 da Parte A do Anexo II da DN TCU nº 134/2013,

o gestor informou a adoção de medidas para o levantamento dos contratos atingidos

pelo art. 7º da lei 12.546/2011, apresentando em anexo a sua manifestação um despacho

da área técnica (Anexo IV), em que se pontua o universo de contratos detectados pela

unidade, conforme trecho abaixo transcrito:

“Todas as planilhas de custos inseridas nos projetos já contratados descritos abaixo,

foram refeitas usando a tabela SINAPI com desoneração. Para análise de orçamentos

considerando a contribuição previdenciária sobre a receita bruta foi somada alíquota

de 2% no item impostos da tabela do BDI.

Projeto da recepção de amostra e guarita com sala de espera;

Projeto de adequação do auditório;

Projeto de alteração e atualização setor de apoio e meio de cultura;

Planilha de custos da demolição do prédio infectório de suíno.

Ficaram na pendência de solução, devido ao encerramento de contrato, as seguintes

obras e serviços de engenharia com ordem de serviços a partir de 01/04/2013:

Reparação total de toda parte danificada de muro e calçada – R$

90.250,00

Reparação no laboratório de microbiologia e outros – R$ 80.833,00

Construção de estacionamento – R$ 123.668,39

Construção de casa de gases – R$ 35.374,61”

Como exemplo do primeiro grupo de projetos, foi apresentada a planilha orçamentária

atualizada referente ao processo de demolição do prédio do infectório de suínos, com

um BDI alterado.

No segundo grupo, aparecem as situações pendentes, relativas aos contratos de

engenharia já encerrados.

Observe-se que a Unidade também encaminhou em anexo ao referido despacho, cópia

de alguns e-mails, enviados entre os meses de maio e julho de 2015, encaminhados para

as empresas responsáveis pelos projetos de obras elaborados para o Lanagro/PE

solicitando a atualização das planilhas orçamentárias dos projetos, bem como para a

empresa de Tecnologia da Informação (TI) contratada pela Unidade (contrato nº

08/2014), questionando o enquadramento ou não da empresa na referida legislação.

Em relação à necessidade de ressarcimento de valores, caso seja apurado a ocorrência

dessa situação em alguns dos contratos, o gestor informa que serão adotadas medidas

com o respaldo na Consultoria Jurídica da União.

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Portanto, verifica-se que o gestor reconheceu o fato apontado e iniciou o processo de

solução do problema apontado, devendo as medidas em questão ser objeto de

acompanhamento no Plano de Providências Permanente da Unidade.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Designar comissão para realizar o levantamento dos possíveis

contratos da Unidade, em vigor ou já encerrados, que foram beneficiados pela

desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da Lei nº 12.546/2011.

Recomendação 2: Se for o caso, promover administrativamente o ressarcimento dos

valores pagos a maior em relação aos contratos já encerrados, ou, para os contratos em

vigor, realizar o ajuste nas faturas seguintes.

1.1.8 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

1.1.8.1 INFORMAÇÃO

Ausência de informações no Relatório de Gestão.

Fato

Nas peças do Processo de Contas do exercício 2014, enviadas por meio do sistema E-

contas ao Tribunal de Contas da União, o Laboratório Nacional Agropecuário em

Recife (Lanagro/PE), deixou de apresentar as seguintes informações abaixo

relacionadas:

Quadro 1 - Informações não apresentadas no processo de contas

Informação não apresentada Peça Item/

Normativo Justificativa da unidade

Canais de acesso do cidadão:

informações gerenciais e

estatísticas sobre o atendimento

às demandas e os resultados

decorrentes.

Relatório de Gestão Item 3.1 da

Parte A do

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

“Inicialmente pensou-se em manter uma

estrutura física nesta UJ de canal de

acesso ao cidadão, entretanto, foi

recebida a orientação de que o MAPA

centralizaria em sua sede em Brasília, os

canais para fins de solicitações,

reclamações, denúncias, sugestões e

etc.”

Informações sobre a elaboração

e divulgação da Carta de

Serviços ao Cidadão.

Relatório de Gestão Item 3.2 da

Parte A do

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

“UJ não preta (sic) serviços diretamente

ao cidadão”.

Resultados da avaliação do

desempenho da UJ na

prestação de serviços ao

cidadão.

Relatório de Gestão Item 3.5 da

Parte A do

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

“UJ não preta (sic) serviços diretamente

ao cidadão”.

Avaliação sobre os estágios de

implementação do

planejamento estratégico,

destacando os avanços

observados no exercício de

referência do relatório de

gestão e as perspectivas em

relação aos próximos

exercícios com base nas etapas

de avaliação e monitoramento

do plano.

Relatório de Gestão Item 5.1 da

Parte A do

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

“A elaboração do Plano Operativo Anual

do exercício em tela contempla todos os

recursos de investimento e custeio

disponibilizados pela CGAL para o ano,

cabendo aos Lanagros distribuir o valor

disponibilizado por naturezas de

despesas. Entretanto, percebe-se que o

acompanhamento de tal Plano precisa

ser aprimorado para que os seus

verdadeiros benefícios sejam sentidos na

gestão. Para o exercício de 2015 espera-

se que este monitoramento seja efetuado

mais efetivamente.”

Programação orçamentária e

financeira e resultados

alcançados.

Relatório de Gestão Item 5.2.3 do

Anexo Único da

Portaria TCU nº

“UJ não é responsável por nenhum

programa/ação do PPA, é um órgão

executor.”

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Informação não apresentada Peça Item/

Normativo Justificativa da unidade

90/2014 (Item

5.2 da Parte A

do Anexo II da

DN TCU nº

134/2013).

Programação da execução das

despesas.

Relatório de Gestão Item 6.1.1 do

Anexo Único da

Portaria TCU nº

90/2014 (Item

6.1 da Parte A

do Anexo II da

DN TCU nº

134/2013).

“Não se aplica a esta UJ.”

Movimentação orçamentária

externa.

Relatório de Gestão Quadro 6.1.2.2

do Anexo Único

da Portaria TCU

nº 90/2014 (Item

6.1 da Parte A

do Anexo II da

DN TCU nº

134/2013).

“UJ não faz movimentação orçamentária

externa de créditos entre UO de órgãos

distintos.”

Realização da despesa. Relatório de Gestão Itens 6.1.3.1,

6.1.3.2, 6.1.3.3,

6.1.3.4 do

Anexo Único da

Portaria TCU nº

90/2014 (Item

6.1 da Parte A

do Anexo II da

DN TCU nº

134/2013).

“Não se aplica. Esta UJ é uma unidade

gestora executora que recebe créditos

orçamentários recebidos da SDA-

Secretaria de Defesa Animal (UG

130007) onde os mesmos são

descentralizados pela CGOF-

Coordenação Geral de Orçamento e

Finanças (UG 130101); [...] A execução

das despesas desta UJ não são créditos

orçamentários recebidos diretamente da

LOA e sim por movimentação.”

Demonstração e justificação de

eventuais passivos

reconhecidos no exercício.

Relatório de Gestão Item 6.3 do

Anexo Único da

Portaria TCU nº

90/2014 (Item

6.3 da Parte A

do Anexo II da

DN TCU nº

134/2013).

“Não houve valores por insuficiência de

créditos ou recursos registrados nas

contas do passivo no SIAFI”

Informações sobre a Prestação

de Contas relativas aos

Convênios e Contratos de

Repasse e respectivas análises.

Relatório de Gestão Item 6.5.3 e

6.5.4 do Anexo

Único da

Portaria TCU nº

90/2014 (Item

6.5 da Parte A

do Anexo II da

DN TCU nº

134/2013).

“A UJ não tem instrumentos de convênio

e de contrato de repasse; [...] não se

aplica.”

Indicadores gerenciais sobre

recursos humanos

Relatório de Gestão Item 7.1.6 do

Anexo Único da

Portaria TCU nº

90/2014 (Item

7.1 da Parte A

do Anexo II da

DN TCU nº

134/2013).

“A gestão de recursos humanos não é de

responsabilidade dessa UJ, sendo da

SFA-PE o gerenciamento da área. Esta

UJ possui apenas um setor de apoio à

gestão de pessoas.

A área de apoio não tem indicadores

estabelecidos, porém, vale salientar que,

apesar disso, são realizados diversos

controles indispensáveis à boa gestão de

recursos humanos. Podemos citar como

exemplo o controle de férias, controle de

frequência, exigência de controle de

ponto eletrônico para os contratos de

mão de obra pertinentes, controle do

horário de trabalho em períodos

excepcionais, o controle de absenteísmo

evidenciado com declarações médicas,

dentre outros.

Ressaltamos que com a entrada dos

novos servidores há intenção em

melhorar a área e instituir indicadores

no ano de 2015. Bem como num

horizonte de tempo mais longo, essa UJ

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Informação não apresentada Peça Item/

Normativo Justificativa da unidade

tem intenção de criar uma área de

recursos humanos específica e

independente para não mais utilizar o

setor da SFA-PE, entretanto, essa

intenção só poderá ser realizada com a

entrada de mais servidores para o

quadro.”

Demonstração das medidas

adotadas para revisão dos

contratos vigentes firmados

com empresas beneficiadas

pela desoneração da folha de

pagamento propiciada pelo art.

7º da lei 12.546/2011 e pelo

art. 2º do decreto 7.828/2012,

atentando para os efeitos

retroativos às datas de início da

desoneração, mencionadas na

legislação.

Relatório de Gestão Item 7.3 da

Parte A do

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

“Esta UJ irá realizar uma revisão dos

contratos vigentes com as empresas dos

setores beneficiados pela desoneração da

folha de pagamento. A lei 8.666/93 art.

65 parágrafo 5° nos dá esta condição de

revisão. E atendendo ao que dispõe o art.

7° da lei 12.546/2011 informamos que

não apresentamos atualmente condições

de rever tais contratos, no entanto nos

comprometemos a implementa-los no

corrente exercício. Este assunto é

bastante polêmico inclusive com

constantes alterações na legislação e, foi

trazido ao nosso conhecimento a partir

da exigência do TCU.”

Obtenção administrativa do

ressarcimento dos valores

pagos a maior (elisão do dano)

em relação aos contratos já

encerrados que foram firmados

com empresas beneficiadas

pela desoneração da folha de

pagamento propiciada pelo art.

7º da lei 12.546/2011 e pelo

art. 2º do decreto 7.828/2012.

Detalhamento sobre os

contratos (vigentes e

encerrados) revisados,

incluindo número, unidade

contratante, nome/CNPJ da

empresa contratada, objeto e

vigência, com destaque para a

economia (redução de valor

contratual) obtida em cada

contrato.

Média anual de quilômetros

rodados, por grupo de veículos;

Plano de substituição da frota.

Relatório de Gestão Item 8.1 da

Parte A do

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

“Os veículos pertencentes a esta UJ são

classificados no grupo de veículos de

serviços comuns. Não é possível fazer

uma media de tempo (ano) de fabricação

devido a que o veiculo mais antigo é do

ano de 2002 e os 02 (dois) mais novos

são de 2010, apenas estes 02 (dois)

últimos tem menos de 04

(quatro) anos de uso (relação da frota em

anexo).” (Não consta no Relatório de

Gestão a referida relação)

“[...]A quantidade total de veículos

existente na frota é de treze e, com a

idade media mencionada, verifica-se que

esta UJ necessita da aquisição de

veículos, no entanto, a proibição

constante na Port. 268/2013 do MPOG

publicada no DOU de 31/07/2013

inviabilizou as aquisições.”

Aspectos da gestão ambiental:

A unidade possui plano de

gestão de logística sustentável

(PLS) de que trata o art. 16

doDecreto 7.746/2012?

Relatório de Gestão Item 10.1 da

Parte A do

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

“Como foi mencionado atendemos a

legislação vegente (sic) de

sustentabilidade, no entanto, não temos o

Plano de Logistica Sustentável

implementado, e no exercicio de 2015

iremos buscar esta meta.”

Tratamento de deliberações

exaradas em acórdão do TCU.

Relatório de Gestão Item 11.1 da

Parte A do

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

“UJ não tem deliberações exaradas em

acórdão do TCU”.

Medidas adotadas em caso de

dano ao erário.

Relatório de Gestão Item 11.4 da

Parte A do

“Não houve casos de dano ao erário no

exercício em tela”.

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Informação não apresentada Peça Item/

Normativo Justificativa da unidade

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

Demonstração sucinta do

estágio de desenvolvimento e

da sistemática de apuração dos

custos dos programas e das

unidades administrativas, bem

como dos bens e serviços

resultantes da atuação da

unidade jurisdicionada,

especialmente aqueles

decorrentes da execução dos

seus objetivos estratégicos,

contemplando, pelo menos, as

seguintes informações:

a) identificação da estrutura

orgânica da unidade

jurisdicionada responsável pelo

gerenciamento de custos

(subunidade, setor etc.), bem

como da setorial de custos a

que se vincula, se for o caso;

b) identificação das

subunidades administrativas da

unidade jurisdicionada das

quais os custos são apurados;

c)descrição sucinta do sistema

informatizado de apuração dos

custos;

d) práticas de tratamento e

alocação utilizadas no âmbito

das subunidades ou unidades

administrativas para geração de

informações de custos;

e) impactos observados na

atuação da unidade

jurisdicionada, bem como no

processo de tomada de

decisões, que podem ser

atribuídos à instituição do

gerenciamento de custos;

f) relatórios utilizados pela

unidade jurisdicionada para

análise de custos e tomada de

decisão.

Relatório de Gestão Item 12.2 da

Parte A do

Anexo II da DN

TCU nº

134/2013.

“Não se aplica, pois a rede Lanagro não

faz uso do Sistema de Custos do Governo

Federal ou de outra ferramenta similar.

O acesso ao SIC está restrito a

servidores integrantes dos Comitês de

Análise e Avaliação das Informações de

Custos nos órgãos superiores da

administração pública federal, ou

indicados por unidades de gestão interna

reconhecidas como órgãos setoriais do

Sistema de Custos do Governo Federal.

Lanagro-PE não tem estabelecida uma

gestão de custos e respectivo registro

fidedigno de alterações significativas nos

custos de produtos e/ou serviços

ofertados. Há particularidades do nosso

sistema de trabalho que dificultam o

correto registro de alterações, como por

exemplo:

a) No caso de custo para realização de

uma auditoria em laboratórios

credenciados pelo MAPA ou postulantes

ao credenciamento, que envolve o

deslocamento até o laboratório, sempre

estaremos obrigados a adquirir a

passagem aérea dentro das regras

impostas pelo governo federal e sempre

será praticado o valor de diárias também

estabelecido pelo governo federal;

b) Para se avaliar o custo médio de uma

análise laboratorial, a demanda está

diretamente ligada à capacidade dos

serviços oficiais e algumas instituições

parceiras, únicos clientes da Rede

LANAGRO. Muitas vezes estes serviços

apresentarem inconstâncias quanto ao

número de amostras encaminhadas no

cumprimento dos programas oficiais do

MAPA; há casos em que os clientes

enfrentam dificuldades para coletar

amostras durante o ano, ficando a

capacidade do laboratório subutilizada,

mas mantendo os custos fixos,

desequilibrando o valor gasto por

amostra ou por ensaio;

c) O advento de investimentos em

equipamentos, softwares, reforma ou

construção, dependendo do critério

utilizado para cálculo dos custos,

também tornará inviável uma

mensuração factível, pois os custos da

rede oficial de laboratórios nacionais

agropecuários estão ligados à

necessidade de se manter análises

disponíveis em número mínimo fixo. [...]”

Fonte: Processo de contas do Lanagro-PE, exercício 2014, extraído do sistema E-contas do Tribunal de Contas da

União, em 20 de maio de 2015.

##/Fato##

1.1.9 SISTEMA DE INFORMAÇÕES OPERACIONAIS

1.1.9.1 INFORMAÇÃO

Informação sobre a atualização do Rol de Responsáveis no SIAFI.

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Fato

Em análise ao Rol de Responsáveis incluído no processo anual de prestação de contas

da Unidade, em confronto com o sistema SIAFI 2014, verificou-se a desatualização da

transação respectiva, não havendo a inclusão do ocupante de cargo de direção no nível

de hierarquia imediatamente inferior e sucessivo ao dirigente máximo da Unidade (art

10, inciso II, da IN TCU nº 63/2010).

Durante os trabalhos de campo da auditoria, a Unidade fez a inclusão dos servidores

titulares e substitutos do referido cargo, para o exercício 2014, mediante a atualização

do SIAFI 2015, tendo em vista o encerramento do SIAFI 2014. A unidade não precisou

alterar o Rol de Responsáveis, que foi elaborado no formato previsto no Anexo II, da

DN TCU nº 140/2014.

##/Fato##

2 CONTROLES DA GESTÃO

2.1 CONTROLES INTERNOS

2.1.1 Avaliação dos Controles Internos Administrativos

2.1.1.1 INFORMAÇÃO

Avaliação Controles Internos Administrativos

Fato

A avaliação dos controles internos da Unidade tem por objetivo verificar se a estrutura

de controle está adequadamente concebida e se esse controle funciona de forma eficaz.

O principal objetivo dessas avaliações é contribuir com a melhoria da gestão na

aplicação dos recursos públicos, oferecendo subsídio aos gestores para que implantem

de forma efetiva os controles internos administrativos, o que proporcionará incremento

de informações gerenciais, melhor acompanhamento do alcance das metas estabelecidas

e melhoria no desempenho da Unidade na prestação dos serviços públicos à população.

O instrumento de avaliação desenvolvido para avaliar controles internos a nível de

entidade durante a Auditoria Anual de Contas 2015(Gestão 2014) foi uma planilha

contendo testes de controle efetuados pela equipe de auditoria.

O resultado da avaliação dos componentes do sistema de controle interno do

Lanagro/PE está sintetizado a seguir:

Quadro – Avaliação dos componentes do sistema de controle interno do Lanagro/PE

ELEMENTOS DO SISTEMA DE CONTROLES

INTERNOS AVALIADOS

AVALIAÇÃO

PONTUAÇÃO INTERPRETAÇÃO

SISTEMA DE CONTROLE INTERNO 45% Intermediário

Ambiente de Controle 59% Intermediário

Avaliação de Risco 17% Inicial

Atividades de Controle 50% Intermediário

Informação e Comunicação 50% Intermediário

Monitoramento 50% Intermediário

Quadro – Tabela para interpretação do resultado da avaliação dos componentes do controle interno TABELA PARA INTERPRETAÇÃO DO RESULTADO

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Pontuação Média Interpretação Descrição

0 a 20% Inicial

Baixo nível de formalização; documentação sobre controles

internos não disponível; ausência de comunicação sobre controles

internos.

20,1 a 40% Básico

Controles internos tratados informalmente; ainda não há

treinamento e comunicação sobre controles internos.

40,1 a 70% Intermediário

Há princípios e padrões documentados, e treinamento básico

sobre controles internos.

70,1 a 90% Aprimorado

Controles Internos obedecem aos princípios estabelecidos; São

supervisionados e regularmente aprimorados.

90,1 a 100% Avançado

Controles Internos otimizados; princípios e processos de controles

internos estão integrados aos processos de gestão da organização.

De acordo com a tabela para interpretação do resultado, o Lanagro/PE encontra-se num

nível intermediário com relação à avaliação de seus controles internos. Indicando,

portanto, que há princípios e padrões documentados, e treinamento básico sobre

controles internos.

Ainda que o sistema de controle interno da Unidade encontre-se num nível

intermediário, verificou-se a ausência de um diagnóstico dos riscos envolvidos nos

processos estratégicos do Lanagro/PE.

A ausência de uma política de gerenciamento de riscos impede a formação de uma base

para o desenvolvimento de estratégias para tratamento dos riscos identificados (resposta

a risco), de maneira a diminuir a probabilidade de sua ocorrência e/ou a magnitude de

suas consequências.

Logo, os controles internos adotados podem estar fragilizados por deixar de contemplar

algum evento que represente um risco potencial para a realização dos objetivos da

Unidade. ##/Fato##

2.1.2 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

2.1.2.1 INFORMAÇÃO

Atuação da CGU

Fato

Por meio de verificação da implementação do Plano de Providências do Lanagro/PE,

constatou-se, ao final do exercício de 2014 a existência de duas recomendações sendo

monitoradas no Lanagro/PE.

As referidas recomendações foram canceladas pela CGU, pois sua implementação não

caberia diretamente ao Lanagro/PE e sim a CGAL-Coordenação Geral de Apoio

Laboratorial, que é a Unidade que determina as metas físicas a serem cumpridas no

exercício em todos os Lanagros do Brasil.

##/Fato##

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Certificado: 201503724

Unidade(s) Auditada(s): Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco

Ministério Supervisor: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Município/UF: Recife/PE

Exercício: 2014

1. Foram examinados os atos de gestão praticados entre 01 de janeiro e 31 de

dezembro de 2014 pelos responsáveis das áreas auditadas, especialmente aqueles listados no

artigo 10 da Instrução Normativa TCU nº 63/2010.

2. Os exames foram efetuados por seleção de itens, conforme escopo do trabalho

informado no Relatório de Auditoria Anual de Contas, em atendimento à legislação federal

aplicável às áreas selecionadas e atividades examinadas, e incluíram os resultados das ações de

controle, realizadas ao longo do exercício objeto de exame, sobre a gestão da unidade auditada.

3. A seguinte constatação subsidiou a certificação dos agentes do Rol de

Responsáveis:

– Ausência de revisão dos contratos vigentes, bem como dos já encerrados, em face da

desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da Lei nº 12.546/2011. (item 1.1.7.3)

4. Diante dos exames realizados e da identificação de nexo de causalidade entre os

atos de gestão de cada agente e as constatações mencionadas, proponho que o encaminhamento

das contas dos integrantes do Rol de Responsáveis seja conforme indicado a seguir:

CPF do agente

público

Cargo ou

função

Avaliação do

órgão de Controle

Interno

Fundamentação da avaliação do

Controle Interno

***.798.162-** Coordenadora Regular com

Ressalva

Item 1.1.7.3 do Relatório de

Auditoria nº 201503724

Demais

integrantes do Rol

de Responsáveis

Regularidade Considerando o escopo do Relatório

de auditoria, não foram identificadas

irregularidades com participação

determinante destes agentes.

Recife/PE, 25 de agosto de 2015.

Certificado de Auditoria

Anual de Contas

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Parecer: 201503724

Unidade Auditada: Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco (LANAGRO-PE)

Ministério Supervisor: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento - MAPA

Município/UF: Recife/PE

Exercício: 2014

Autoridade Supervisora: Kátia Abreu

Tendo em vista os aspectos observados na prestação de contas anual do exercício de

2014, do Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco, expresso a seguinte opinião acerca

dos atos de gestão com base nos principais registros e recomendações formulados pela equipe de

auditoria.

Os resultados finalísticos alcançados, associados às políticas públicas executadas pelo

LANAGRO-PE estão relacionados, principalmente, à Ação de Governo 20ZW – “Promoção da

Defesa Agropecuária”. Entretanto, no âmbito da Unidade, houve uma baixa execução física da

referida Ação (46,23% da meta estabelecida para a Rede Lanagro), enquanto a execução

orçamentária superou a prevista (102,15% da dotação inicial), descompasso ocasionado por falhas

no processo de definição das metas no Sistema de Gestão Integrada –SGI/MAPA.

Dentre as constatações relevantes efetuadas pela equipe de auditoria no presente

trabalho, destaca-se a ausência de revisão dos contratos vigentes e encerrados, em face da

desoneração da folha de pagamento propiciada pelo art. 7º da Lei nº 12.546/2011; inexecução do

objeto do Processo Licitatório nº 21002.000101/2014-44, decorrente de falhas no julgamento das

propostas; e fragilidades quanto à utilidade e confiabilidade dos indicadores de desempenho da

Unidade.

As causas das constatações identificadas pela equipe estão associadas às fragilidades

na gestão de licitações e contratos, devido a não adoção de procedimentos de controles pela

comissão de licitação, como a adoção de check-list, além de não adoção das providências

necessárias para o cumprimento do art. 7° da Lei n° 12.546/2011. Identificaram-se ainda

fragilidades quanto à confiabilidade dos dados que subsidiam os indicadores, e quanto ao

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monitoramento do cumprimento das metas físicas da Ação 20ZW. Diante disso, foram expedidas

recomendações para que o LANAGRO-PE promova melhorias na elaboração de Editais de

licitação, proponha procedimentos para a atividade de programação física e financeira à

CGAL/SDA/MAPA para o exercício subsequente, de forma a mitigar as discrepâncias da Ação 20ZW.

Além disso, foi recomendado normatizar o procedimento de coleta de dados para cálculo dos

indicadores de desempenho, de modo a assegurar a confiabilidade dos indicadores e resultados

apurados.

Sobre o Plano de Providências Permanente, ressalta-se que não há recomendações

exaradas pela CGU que estejam pendentes de atendimento.

Com relação à qualidade e suficiência dos controles internos, as falhas demonstram a

necessidade de aperfeiçoamento no componente ambiente de controle, por meio da criação de

canais para recebimento de denúncias que não estão formalmente instituídos na Unidade;

aperfeiçoamento no componente avaliação de riscos, mediante a instituição de instrumento

normativo para tal; além de aperfeiçoamento dos procedimentos de controles, assim como dos

procedimentos e métodos adotados para desenvolvimento das atividades, em especial das áreas

relacionadas à gestão de compras.

Sobre prática administrativa positiva realizada pela LANAGRO/PE, destaca-se Acordo

de Cooperação firmado com o Núcleo de Assessoramento Jurídico em Recife visando à

implementação do Projeto Edital Eficiente no intuito de utilizar critérios de sustentabilidade

ambiental nas aquisições e obras realizadas pela Unidade.

Assim, em atendimento às determinações contidas no inciso III, art. 9º da Lei n.º

8.443/92, combinado com o disposto no art. 151 do Decreto n.º 93.872/86 e inciso VI, art. 13 da

IN/TCU/N.º 63/2010 e fundamentado no Relatório de Auditoria, acolho a conclusão expressa no

Certificado de Auditoria. Desse modo, o Ministro de Estado supervisor deverá ser informado de

que as peças sob a responsabilidade da CGU estão inseridas no Sistema e-Contas do TCU, com

vistas à obtenção do Pronunciamento Ministerial de que trata o art. 52, da Lei n.º 8.443/92, e

posterior remessa ao Tribunal de Contas da União por meio do mesmo sistema.

Brasília/DF, 25 de agosto de 2015.