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6 o ANO 1 o TERMO

1o TERMO - EJA Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho, em atendimento ... o que acaba influenciando não somente a nossa linguagem como também o nosso

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6o ANO1o TERMO

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Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho: Arte, Inglês e Língua Portuguesa: 6o ano/1o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), 2011.il. (EJA – Mundo do Trabalho)

Conteúdo: Caderno do Estudante. ISBN: 978-85-65278-00-3 (Impresso) 978-85-65278-08-9 (Digital)

1. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Fundamental 2. Artes – Estudo e ensino 3. Língua Inglesa – Estudo e ensino 4. Língua Portuguesa – Estudo e ensino I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia II. Título III. Série.

CDD: 372

FICHA CATALOGRÁFICASandra Aparecida Miquelin – CRB-8 / 6090

Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.

*Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

Nos Cadernos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados, após a data de consulta impressa neste material.

Geraldo AlckminGovernador

Nelson Luiz Baeta Neves Filho Secretário em exercício

Maria Cristina Lopes Victorino Chefe de Gabinete

Ernesto Masselani NetoCoordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

Herman VoorwaldSecretário

Cleide Bauab Eid BochixioSecretária Adjunta

Fernando Padula NovaesChefe de Gabinete

Maria Elizabete da CostaCoordenadora de Gestão da Educação Básica

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Geraldo Biasoto Jr.Diretor Executivo

Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de AraújoSuperintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais

Coordenação Executiva do Projeto José Lucas Cordeiro

Coordenação TécnicaImpressos: Selma VencoVídeos: Fernando Moraes Fonseca Jr.

Equipe Técnica e PedagógicaAna Paula Lavos, Dilma Fabri Marão Pichoneri, Lais Schalch, Liliana Rolfsen Petrilli Segnini, Maria Helena de Castro Lima, Silvia Andrade da Silva Telles e Walkiria Rigolon

AutoresArte: Eloise Guazzelli. Ciências: Gustavo Isaac Killner. Geografia: Clodoaldo Gomes Alencar Jr., Edinilson Quintiliano dos Santos e Mait Bertollo. História: Fábio Barbosa. Inglês: Eduardo Portela. Língua Portuguesa: Walkiria Rigolon. Matemática: Antonio José Lopes. Trabalho: Maria Helena de Castro Lima e Selma Venco

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Antonio Rafael Namur MuscatPresidente da Diretoria Executiva

José Joaquim do Amaral FerreiraVice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias em Educação

Direção da ÁreaGuilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão EditorialDenise Blanes

Gestão de ComunicaçãoAne do Valle

Gestão do Portal

Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e

Wilder Rogério de Oliveira

Equipe de Produção

Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira

Editorial: Airton Dantas de Araújo, Célia Maria

Cassis, Daniele Brait, Fernanda Bottallo, Mainã

Greeb Vicente, Patrícia Maciel Bomfim, Paulo

Mendes e Sandra Maria da Silva

Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco,

Beatriz Blay, Priscila Garofalo, Rita De Luca e

Roberto Polacov

Projeto gráfico-editorial: D’Livros Editora e

Distribuidora Ltda e Michelangelo Russo (Capa)

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação Geral do ProjetoJuan Carlos Dans Sanchez

Equipe TécnicaCibele Rodrigues Silva e João Mota Jr.

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Gestão do processo de produção editorial

Caro(a) estudante,

É com grande satisfação que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, apresenta os Cadernos do Estudante do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho, em atendimento a uma justa reivindicação dos educadores e da sociedade. A proposta é oferecer um material pedagógico de fácil compreensão, para complementar suas atuais necessidades de conhecimento.

Sabemos quanto é difícil para quem trabalha ou procura um emprego se dedi-car aos estudos, principalmente quando se retorna à escola após algum tempo.

O Programa nasceu da constatação de que os estudantes jovens e adultos têm experiências pessoais que devem ser consideradas no processo de aprendi-zagem em sala de aula. Trata-se de um conjunto de experiências, conhecimen-tos e convicções que se formou ao longo da vida. Dessa forma, procuramos respeitar a trajetória daqueles que apostaram na educação como o caminho para a conquista de um futuro melhor.

Nos Cadernos e vídeos que fazem parte do seu material de estudo, você perceberá a nossa preocupação em estabelecer um diálogo com o universo do trabalho. Além disso, foi acrescentada ao currículo a disciplina Trabalho para tratar de questões relacionadas a esse tema.

Nessa disciplina, você terá acesso a conteúdos que poderão auxiliá-lo na procura do primeiro ou de um novo emprego. Vai aprender a elaborar o seu currículo observando as diversas formas de seleção utilizadas pelas empresas. Compreenderá também os aspectos mais gerais do mundo do trabalho, como as causas do desemprego, os direitos trabalhistas e os dados relativos ao mercado de trabalho na região em que vive. Além disso, você conhecerá algumas estra-tégias que poderão ajudá-lo a abrir um negócio próprio, entre outros assuntos.

Esperamos que neste Programa você conclua o Ensino Fundamental e, pos-teriormente, continue estudando e buscando conhecimentos importantes para seu desenvolvimento e para sua participação na sociedade. Afinal, o conheci-mento é o bem mais valioso que adquirimos na vida e o único que se acumula por toda a nossa existência.

Bons estudos!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Secretaria da Educação

Sumário

Arte .........................................................................................................................................7

Unidade 1 Leitura de mundo pela arte 9

Unidade 2 Arte, expressão do cotidiano 29

Unidade 3 Arte e meio ambiente 49

Unidade 4 Arte e lixo 61

Inglês ................................................................................................................................ 83

Unit 1 I know this word 85 Eu conheço essa palavra

Unit 2 First day at work 95 Primeiro dia no trabalho

Unit 3 Work and school 109 Trabalho e escola

Unit 4 Housing and housework 123 Moradia e trabalho doméstico

Língua Portuguesa ........................................................................................135Unidade 1

Usos da linguagem 137

Unidade 2 Gêneros cotidianos 153

Unidade 3 Jornal: a leitura nossa de cada dia 173

Unidade 4 Jornal: virando as páginas 201

Unidade 5 Jornal: para além da notícia 217

Caro(a) estudante,

Você está retornando à escola. Parabéns por sua decisão! Este Programa de Educação de Jovens e Adultos foi planejado para permitir que o seu retorno aos estudos seja uma experiência nova e de sucesso. Assim, esse material pre-tende contribuir para que o seu aprendizado seja mais significativo, permitindo que você siga adiante em seu processo de escolarização.

O Caderno de Língua Portuguesa visa aperfeiçoar os seus conhecimentos sobre a língua, ajudando-o a ler, escrever, interpretar e produzir textos cada vez melhores. Para tanto, as unidades apresentam textos variados que tratam de assuntos diversos, com vistas a ampliar seu repertório leitor e escritor.

Este Caderno divide-se em cinco unidades.

Na Unidade 1, você vai poder refletir sobre os usos da linguagem nas ativi-dades humanas e discutir como cada situação define a nossa linguagem. Você poderá conhecer um pouco da história da língua portuguesa no mundo e no Brasil, e vai perceber sua transformação ao longo do tempo.

Os textos que circulam no cotidiano são o tema da Unidade 2. Nela você vai rever alguns gêneros que, provavelmente, já conhece bem, e vai analisá-los do ponto de vista da situação social em que aparecem e de suas características específicas.

Na Unidade 3, você vai começar a estudar os textos que aparecem em jor-nais, e discutir, entre outras coisas, a linguagem verbal e não verbal.

A esfera jornalística continuará a ser trabalhada na Unidade 4. Para isso, vamos navegar pelos cadernos do jornal e estudar notícias e outros gêneros.

Na quinta e última Unidade, você terá a oportunidade de analisar e produ-zir artigos de opinião, outro gênero que aparece nos jornais, considerando as diferentes formas de expressar nossas opiniões e pontos de vista.

Em todas as unidades teremos textos e atividades que serão feitas ora indi-vidualmente, ora em grupo, para que você possa ampliar cada vez mais seu conhecimento sobre a língua portuguesa, bem como suas formas de expressão.

Boas aulas!

Língua Portuguesa

6o ANO 1o TERMO

1

Nesta Unidade, você vai poder refletir sobre os usos da linguagem nas atividades humanas e discutir como cada situação define a forma como nos comunicamos, ou seja, qual o papel social que assumimos em relação ao nosso interlocutor. Além disso, poderá conhecer um pouco da história da língua portuguesa no mundo e no Brasil, perce-bendo como ela se transforma ao longo do tempo, como resultado do seu próprio uso pelos falantes.

O estudo da linguagem e da nossa língua materna ajuda a ampliar a experiência e a capacidade de nos compreender e de compreender aqueles com quem convivemos na sociedade.

A linguagem está presente em todas as atividades humanas. É com ela que conseguimos nos relacionar com os outros, entender do que eles precisam, o que sentem e o que querem nos dizer. É com ela também que aprendemos e nos informamos, construímos conheci-mentos para poder agir no mundo: questionando, argumentando, propondo etc.

Para iniciar...

Converse com seus colegas e seu professor sobre os usos e as experiências que você tem sobre a linguagem. As questões a seguir podem ajudar a começar essa discussão:

• Para você, o que é linguagem? Para que ela serve?

• Que usos da linguagem você faz em seu dia a dia? Em quais situa-ções e de quais formas você usa a linguagem?

• Você muda a maneira de falar em função das pessoas a quem se dirige?

• Quais textos escritos estão presentes em seu cotidiano? Os textos escritos são importantes para que as pessoas possam viver melhor em sociedade? Por quê?

Usos da lingUagem

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Fonte: Projeto de Combate ao Trabalho Forçado/OIT.

A linguagem nas diferentes atividades humanas

Desde que o ser humano existe, ele vive em sociedade e faz uso da linguagem. Basta olhar para a nossa vida para perceber que a lingua-gem está presente: na família, com os amigos, na escola, no trabalho, nas relações amorosas e sociais como um todo.

No entanto, em cada uma dessas situações das quais participa-mos, há modos específicos de agir e de nos comunicar que reconhe-cemos como legítimos. Isso se deve ao fato de que, dependendo da situação, temos diferentes finalidades de comunicação, o que acaba influenciando não somente a nossa linguagem como também o nosso comportamento, o nosso modo de falar, de vestir etc.

Atividade 1 Diferentes situações, diferentes modos de agir

1. Pense e registre: Você se comportaria da mesma forma em um churrasco em família no domingo e em uma entrevista de empre-go? Em uma conversa com seu amigo de infância e com um mé-dico com quem foi se consultar pela primeira vez? E quando tiver de deixar um bilhete para alguém de sua casa ou para seu chefe, no trabalho? Tente explicar o que muda em cada situação.

2. Converse com seus colegas sobre como agiriam nas diferentes si-tuações e tentem perceber o que vocês fariam de modo parecido ou diferente. Conversem também sobre o modo de falar que utili-zariam: Ele seria sempre o mesmo? Justifiquem as respostas com exemplos. Registre as conclusões da turma.

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Língua Portuguesa – Unidade 1

Atividade 2 Textos em diferentes situações

1. Leia com atenção os textos a seguir e converse sobre eles com os colegas e o professor:

Texto 1

Texto 2

Fonte: Projeto de Combate ao Trabalho Forçado/OIT.

Língua Portuguesa – Unidade 1

139

Texto 3

Texto 4

Consigna elaborada especialmente para este material.

Texto 5

Lição de casa

Converse com seus familiares sobre a experiência que cada um deles teve no primeiro emprego. Depois, escolha o depoimento que, segundo sua opinião, pode ser mais interessante para com-partilhar com sua turma, registrando-o no caderno.

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Língua Portuguesa – Unidade 1

Texto 6

Texto 7

Texto 8

Mar português

Fernando Pessoa

Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.

PESSOA, Fernando. Mar português. In: ______. Mensagem. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/

pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=15726>. Acesso em: 23 dez. 2011.

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Língua Portuguesa – Unidade 1

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Texto 12

Texto 10 Texto 11

O cravo brigou com a rosa

Tradição oralO cravo brigou com a rosa,Debaixo de uma sacada,O cravo saiu ferido,E a rosa despedaçada.O cravo ficou doente,A rosa foi visitar,O cravo teve um desmaio,E a rosa pôs-se a chorar.

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Língua Portuguesa – Unidade 1

2. Em grupo, analisem três dos textos lidos no exercício anterior, conforme combinado com o professor e com os demais grupos, para preencher os quadros a seguir. Ao final, apresentem o resul-tado da análise do grupo para a turma.

Texto

Que texto é esse?

Quem poderia ter produzido esse texto?

A quem é destinado?

Qual a finalidade?

Em geral, onde aparece?

Esse texto parece antigo ou atual?

Texto

Que texto é esse?

Quem poderia ter produzido esse texto?

A quem é destinado?

Qual a finalidade?

Em geral, onde aparece?

Esse texto parece antigo ou atual?

Texto

Que texto é esse?

Quem poderia ter produzido esse texto?

A quem é destinado?

Qual a finalidade?

Em geral, onde aparece?

Esse texto parece antigo ou atual?

Língua Portuguesa – Unidade 1

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3. Agora, converse com sua turma com base nas questões seguintes e registre as conclusões:

a) Geralmente, onde podemos encontrar receitas culinárias?

b) Todas elas são parecidas com aquela apresentada no Texto 7? Por quê?

c) Vocês acham que essa semelhança só acontece no caso das receitas ou acontece com os outros textos também? Justifiquem a resposta e deem exemplos.

Esfera social e gênero discursivo

Cada esfera social (como a escola, o trabalho, a literatura, a burocracia, a ciência, a vida cotidiana etc.) tem características, funções e finalidades específicas. Na escola, por exemplo, os alu-nos participam das aulas, fazem amigos, discutem conteúdos, leem livros, conversam com colegas, professores e funcionários, divertem- -se, namoram, fazem provas, realizam seminários, organizam debates, preparam saraus, elaboram dramatizações etc. Mas, para que a escola funcione, tantas outras coisas também acontecem fora da sala de aula: os alunos se matriculam, os professores participam de reuniões pedagógi-cas, os funcionários organizam cardápios de merenda, a diretora atri-bui classes, divulga comunicados diversos etc. Para organizar todas essas atividades, diferentes gêneros do discurso circulam no universo escolar: bilhetes, avisos, convocações, registros de aulas, rodas de conversa, boletins, jogos, diários de classe, debates, palestras, seminá-rios, resumos, histórico escolar, atas, provas.

Mas não são somente esses gêneros que circulam na escola. Como esta é a esfera responsável por garantir aos estudantes a apropria-ção do conhecimento construído pela humanidade ao longo de sua história, nela também circulam notícias, poemas, romances, lendas, canções, causos, textos científicos, artigos de opinião, cartas diversas, peças teatrais, roteiros, charges, cartuns, bulas de remédio, receitas culinárias, manuais diversos...

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Língua Portuguesa – Unidade 1

Atividade 3 Alguns gêneros em meu dia a dia

1. Individualmente, responda às seguintes questões:

a) Quais dos gêneros que você analisou na atividade anterior cir-culam em sua casa? Quais você costuma ler com frequência? Quais você costuma escrever?

b) Preencha o quadro a seguir tentando classificar os gêneros ana-lisados na Atividade 2 de acordo com a esfera social em que circulam com mais frequência:

Esfera escolar

Esfera profissional

Esfera jurídica e/ou burocrática

Esfera jornalística

Esfera artístico-literária

2. Com mais dois colegas ampliem o quadro anterior, acrescentando outros gêneros que vocês conhecem e que circulam nessas diferen-tes esferas.

Língua Portuguesa – Unidade 1

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Esferas e papéis sociais

Como você estudou, a sociedade é complexa e está organizada em muitas esferas sociais (familiar, escolar, profissional, literária, jornalística, científica, jurídica etc.). Em diferentes situações profis-sionais, por exemplo, os trabalhadores usam textos em gêneros que são próprios de sua profissão:

• os médicos leem bulas, fazem entrevistas diagnósticas, analisam exames, receitam medicamentos, prescrevem tratamentos etc.;

• os pedreiros analisam plantas baixas, leem instruções para ins-talação de determinado equipamento, definem listas de compras de materiais necessários à obra, preparam orçamentos, fazem recibos de prestação de serviço, orientam seus parceiros ou são orientados por eles, quanto à realização dos serviços etc.;

• os vendedores atendem os clientes, analisam a possibilidade de oferecer descontos ou facilidades de pagamento, organizam os produtos no estoque, fazem inventários das vendas e orçamen-tos, orientam a necessidade de reposição dos estoques etc.

No entanto, as pessoas não vivem apenas de trabalho. Todo mundo participa de diferentes esferas e, em cada uma delas, assume variados papéis sociais. Os médicos, pedreiros e vendedo-res, por exemplo, além do convívio com seus familiares, também frequentam locais públicos (como mercados, bares e praças). E, nesses lugares, são filhos, pais, irmãos, amigos, namorados, com-pradores, clientes, usuários de espaços públicos... enfim, atuam como cidadãos.

E por que é importante saber disso? É porque, conscientemente ou não, quando assumimos determinado papel, estamos “subor-dinados” a ele, tanto no que diz respeito às atitudes que podemos tomar quanto à adequação de nossa linguagem por causa das dife-rentes situações das quais participamos (ou seja, do gênero que vamos produzir ou compreender). E ter consciência do papel que assumimos em determinada situação nos permite ser mais adequa-dos a ela.

Fica a dica

O poder da leituraO livro Balzac e a costureirinha chinesa conta uma história comovente sobre a força transformadora da leitura. Em 1971, durante a Revolução Cultural Chinesa (1966-1976), quando Mao Tsé-tung fechava as universidades e perseguia os intelectuais, dois jovens de classe média são mandados para uma remota cidade do interior do país para trabalhar no campo. Lá eles passam a viver num casebre e veem suas vidas mudarem por conta das condições precárias na lavoura e em minas de carvão. Mas dois fatos vão mudar seus destinos, ao conhecerem a costureirinha chinesa, filha do alfaiate local, por quem se apaixonam. Para saber como termina essa história, procure ler esse livro que, só na França, vendeu mais de 1 milhão de exemplares.

SIJIE, Dai. Balzac e a costureirinha chinesa. Rio de

Janeiro: Alfaguara Brasil, 2007.

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Língua Portuguesa – Unidade 1

Atividade 4 Nas diversas situações, eu sou eu mesmo?

1. Observe as informações do quadro.

a) Preencha o quadro a seguir com alguns dos papéis sociais que você exerce sempre que interage com alguém:

Esfera social Papéis sociais que você pode desempenhar nessa esfera

Familiar

Escolar

Jornalística

Artístico-literária

Profissional

b) Considere os papéis sociais que você costuma assumir. Agora reflita e registre: Você fica à vontade com todas as pessoas com quem convive na esfera escolar? E na familiar? E na profissio-nal? E nas outras esferas? Quais as semelhanças e diferenças que você percebe em seu comportamento e, principalmente, em sua linguagem ao assumir diferentes papéis sociais? Conte suas conclusões para a turma.

2. Agora, com um colega, vocês vão criar um diálogo assumindo diferentes papéis.

a) Com a mediação do professor, sorteiem a situação que vocês vão representar. Não deixem as demais duplas conhecerem a simulação de vocês antes da hora.

Língua Portuguesa – Unidade 1

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b) Comecem a criar o diálogo.

Para isso, em primeiro lugar, procurem se colocar no papel social de uma das pessoas que vai estar envolvida na con-versa. Troquem ideias sobre como é a relação entre essas pessoas, como elas costumam se tratar (de forma amistosa, respeitosa; se usam apelidos etc.), onde a conversa pode acontecer.

Depois, comecem a criar a conversa. Façam um exercício de improviso. Anotem as falas de cada um. Se quiserem, falem antes de escrevê-las, pois isso pode ajudá-los a “entrar no papel”.

Apresentem o diálogo para a classe.

c) Preste atenção aos diálogos das demais duplas. Ao longo das apresentações, registre, em seu caderno, suas observações a respeito do diálogo de cada dupla, considerando as seguintes perguntas:

• Quem são os interlocutores do diálogo? O que, na fala deles, o fez perceber isso? Cite exemplos.

• Sobre o que eles estão conversando?

• Qual a opinião de cada um deles a respeito do assunto sobre o qual estão falando? O que, na fala deles, o fez per-ceber isso? Cite exemplos.

• Você considera esse diálogo adequado à situação proposta? Por quê? Cite exemplos.

d) Ao final das apresentações, converse com sua turma sobre as observações que cada um fez dos diálogos apresentados. Re-gistre as conclusões.

3. Essa atividade ajudou você a entender mais sobre o assunto que está estudando: esfera, papéis sociais e gêneros do discurso? Por quê?

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Língua Portuguesa – Unidade 1

PORTUGAL

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Macau

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Língua Portuguesa

Língua oficial e administrativa

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Açores

Madeira

PORTUGAL

Língua portuguesa no mundo

A língua portuguesa foi originada em Portugal, derivada do latim, há cerca de 2 mil anos.

Nos séculos XV e XVI, Portugal tornou-se um grande império colonial, conquistando, além do Brasil, os territórios de Goa, na Índia, de Macau, na China, o Timor Leste, no Sudeste Asiático, e várias regiões africanas.

O contato com as línguas faladas pelos grupos sociais que viviam nesses lugares e com aquela trazida pelo colonizador português possi-bilitou a transformação da língua portuguesa e o surgimento de várias línguas que têm o português como base.

Atividade 5 Um olhar sobre a língua portuguesa ao redor do mundo

1. Analise o mapa abaixo e responda:

Fonte: BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 14. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.

A língua portuguesa no mundo

a) Em quais países o português é a língua materna?

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Língua Portuguesa – Unidade 1

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Você sabia que existe uma Comunidade dos Países de Língua Portuguesa?

A CPLP, como é conhecida, é uma organização internacional formada por oito países, nos quais o português é a língua oficial (ou uma delas). Essa comunidade foi firmada para buscar a cooperação entre seus países-membros. Outros lugares em que o português é língua oficial, como a Guiné Equatorial e Macau, ainda estão em processo de adesão à Comunidade.

b) Quando uma língua é definida como língua oficial de um país, significa que toda e qualquer atividade linguística dos cidadãos com o Estado e vice-versa deve ser feita nessa língua: a educação escolar, os serviços públicos, o processo legislativo etc.

• Onde o português é a língua oficial e administrativa, mas não é a língua materna?

• Quais impactos você acha que isso tem para o ensino da língua portuguesa nas escolas desses países? Ou seja: Você acha que o ensino de português nesses países é o mesmo que o ensino ministrado nas escolas brasileiras? Por quê?

2. Considere o mapa anterior e os dados da tabela a seguir:

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa População total (2010)

Angola 19 081 912

Brasil 194 946 470

Cabo Verde 495 999

Guiné-Bissau 1 515 224

Moçambique 23 390 765

Portugal 10 642 841

São Tomé e Príncipe 165 397

Timor Leste 1 124 355

a) Onde há o maior número de falantes de português como lín-gua materna?

b) Depois de analisar a tabela, é possível concordar com os que di-zem que “os brasileiros não sabem falar português”? Por quê?

Fonte: BANCO MUNDIAL. Índices estatísticos. Disponível em: <http://data.worldbank.org/indicator/SP.POP.TOTL>. Acesso em: 23 dez. 2011.

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Língua Portuguesa – Unidade 1

Língua portuguesa no Brasil

A língua de cada povo ou nação revela valores, hábitos, modos de agir. Cada língua tem sua organização: sons específicos, conjunto de palavras, regras para organizar as frases. A língua portuguesa é a lín-gua oficial do Brasil. Por esse motivo, é nessa língua que são escritos os documentos oficiais, como a Constituição e as demais leis que regem a vida do País. Mas não é a única língua falada no Brasil. Embora atual-mente haja um número menor de etnias indígenas, há grande variedade de línguas indígenas faladas no Brasil.

A conquista do vasto território brasileiro teve início em 1500, com a chegada da esquadra portuguesa, comandada por Pedro Álvares Cabral.

Nos primeiros séculos, a língua falada foi uma mistura de portu-guês com as línguas indígenas, principalmente na catequese dos índios pelos jesuítas. Para garantir o domínio da língua portuguesa na colô-nia americana, o governo português proibiu o uso de outras línguas, tanto as indígenas como outros idiomas estrangeiros. Assim, deu-se nessa terra o predomínio do português, embora modificado pelas línguas faladas pelos indígenas e por aquelas faladas pelos escravos trazidos da África e, mais recentemente, nos séculos XIX e XX, pela chegada de imigrantes europeus e asiáticos.

Oscar Pereira da Silva. Descoberta do Brasil [Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500], 1922. Óleo sobre tela, 190 cm x 333 cm. Acervo do Museu Paulista, São Paulo (SP).

Você sabia que há uma língua brasileira de sinais?Línguas de sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades surdas. As línguas de sinais não são universais, pois cada país tem a sua LS, que sofre influências da cultura nacional.A Língua Brasileira de Sinais (Libras) tem sua origem na Língua de Sinais Francesa. Como qualquer outra língua, ela tem expressões que diferem de uma região para outra, o que a legitima ainda mais como língua.Ao contrário do que muitos imaginam, as LS não são compostas de mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias, o que possibilita aos seus usuários discutir filosofia ou política, produzir poemas ou peças teatrais.

Fonte: LÍNGUA Brasileira de Sinais. O que é Libras.

Disponível em: <http://www.libras.org.br/libras.php>. Acesso em: 23 dez. 2011.

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Você sabia que existem vários tipos de dicionário?

Os dicionários mais comuns são os de línguas, que trazem verbetes explicando os significados das palavras. Eles se organizam por ordem alfabética. Mas há também dicionários mais específicos, como dicionários de arte, de teatro, de filosofia, de psicologia, de literatura. Nesses casos, eles podem se organizar também por temas, períodos, fatos, personagens, obras etc.

Atividade 6 Algumas influências no português do Brasil

1. A seguir há um conjunto de palavras da língua portuguesa de origem indígena e africana. Em seu caderno, faça duas listas, uma só com palavras herdadas dos indígenas e outra apenas com palavras de influência africana.

Língua Portuguesa – Unidade 1

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Se tiver dúvidas, use um dicionário.

2. Complete as listas, acrescentando palavras de origem indígena, africana ou de outras línguas que você sabe que são usadas, em português, para nomear pessoas, lugares, alimentos e comidas, plantas, animais e objetos.

Nesta Unidade, você estudou como os textos que produzimos não são iguais em todas as situações das quais participamos. Discutiu como, nas diferentes esferas sociais, circulam diversos gêneros do discurso que são sempre adequados às finalidades comuni-cativas e aos papéis sociais que assumimos.

Pôde também discutir como o idioma é importante para a preservação da cultura, e como este se transforma ao longo da história, também em consequência das mudanças culturais. No caso da língua portuguesa falada no Brasil, viu como as influências indí-genas, africanas e de outros grupos sociais, especialmente europeus e asiáticos, também se refletem nos modos como a língua é usada hoje no País – que é o que tem o maior número de falantes de português como língua materna.

Você estudou

Pense sobre

O Brasil, como muitos outros países no mundo contemporâneo, é uma sociedade letrada. Significa dizer que a escrita está presente nas mais variadas práticas sociais, em diferentes esferas, e que o domínio da escrita é valorizado culturalmente. Isso pode ser reconhecido, por exemplo, na Constituição – que considera obrigatória a educação em nível básico – e nas exigências do mercado de trabalho – que, cada vez mais, reconhece o papel fundamental da formação para a atuação profissional, independentemente da ocupação de cada um.

Esse cenário coloca em jogo a necessidade de políticas de formação que extrapolem o ensino regular e permitam o acesso de todos à educação.

Pense na sua trajetória de vida, e como a educação tem feito parte dela, desde sua infân-cia. O que o fez parar de estudar? O que contribuiu, ou influenciou, para o seu retorno aos estudos? O que espera aprender no curso de Língua Portuguesa? Em que você acha que o maior domínio da língua materna pode lhe favorecer?

capim molambo carnaúba abará piranha maxixecaçula curumim orixá curió senzala moquecacupim moleque mandacaru acarajé urubu sambacafuné guri vatapá sucuri mocambo abacaxicaatinga buriti capivara banguê mingau caju

152

Língua Portuguesa – Unidade 1

Nesta Unidade, você vai poder refletir sobre os modos como são produzidos alguns textos que circulam no cotidiano. Para tanto, vai estudar alguns gêneros e analisá-los do ponto de vista da situação social em que aparecem e de suas características específicas.

Para iniciar...Converse com os colegas e o professor:

• Como foi sua experiência no Ensino Fundamental I com a língua portuguesa?

• Que gêneros orais e escritos você estudou em suas aulas de Lín-gua Portuguesa? Quais deles você usa em seu cotidiano? Como os usa?

Alguns gêneros escritos que circulam no cotidiano

Diariamente, todas as pessoas produzem e compreendem textos de gêneros variados, como recados, diários, listas, bilhetes, cartas, emails pessoais, receitas culinárias e muitos outros. E isso se pensar-mos apenas nos gêneros escritos.

Atividade 1 Listas

1. Que tipos de lista você conhece? Quais delas você produz no seu dia a dia? Por quê?

2 gêneros cotidianos

153

2. Imagine que você precisa fazer uma lista de compras de supermer-cado para sua casa. Escreva-a em seu caderno.

a) Você usou algum critério para organizar os itens da lista? Qual? Por quê?

b) Compare sua lista com a de um colega. O que há de seme-lhante e de diferente entre as duas listas?

c) O critério de organização que ele utilizou foi o mesmo que o seu? Por quê?

d) Você teria alguma dificuldade para fazer a compra no super-mercado com a lista de seu colega? Por quê?

3. Agora, seu professor vai mostrar a lista de chamada da sua turma. Como ela está organizada? Explique.

4. Quais listas, entre as que você conhece, são organizadas em or-dem alfabética? Por quê?

5. Agora, pense em todos os tipos de lista que você discutiu até aqui.

a) Qual a finalidade de cada uma dessas listas e em que situação elas são encontradas?

b) Por quem e para quem elas geralmente são produzidas?

154

Língua Portuguesa – Unidade 2

De que jeito escrevo?

Muitas vezes, quando estamos escrevendo, ficamos em dúvida sobre a escrita de algumas palavras; isso acontece com todo mundo. Quem nunca ficou indeciso sobre qual letra usar em algumas palavras e acabou, mesmo sem perceber, escrevendo errado alguma delas?

A ortografia é uma convenção social, ou seja, algo que foi definido socialmente e nos mostra a maneira correta de escrever as palavras.

Atividade 2 Vamos exercitar um pouco a ortografia?

1. Agora, o seu professor vai ditar uma lista de compras. Em seu caderno, procure escrever as palavras e, depois, compare e discuta com seus colegas e o professor o registro dessas palavras.

2. Em seu caderno, organize um qua-dro como o do modelo ao lado e complete-o com as palavras lista-das. Use o dicionário para ampliar a lista de exemplos.

xícara exame sextaenxame tórax enxergartexto fênix xaropemáximo fixa êxitoexato hexágono fax

Atividade 3 Recados e bilhetes

Os recados e bilhetes são, em geral, textos curtos com o objetivo de informar alguém sobre determinado fato ou situação, fazer pedi-dos, avisar, lembrar algo ou alguém.

1. Leia os bilhetes e recados a seguir.

Texto 1

Você sabia que a ortografia da língua portuguesa é definida por uma lei?

Em 29 de setembro de 2008, o Decreto no 6.583 foi promulgado pelo presidente da República do Brasil, regulamentando o “Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa”, em substituição à Lei no 5.765, de 18 de dezembro de 1971.

Disponível em: <http://www.planalto.

gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/

Decreto/D6583.htm>. Acesso em: 23 dez. 2011.

Assunto:

Responder Responder a todos Encaminhar

[email protected]

Dinheiro

enviada 19 de outubro 10:00

Márcio,Não esquece o dinheiro que te emprestei. Tô precisando dele pra depois de amanhã.Não vai furar comigo.João.

De:

Excluir

© D

’Liv

ros E

dito

rial

Palavras escritas com “x”

Com som de Exemplos

“ss”

“z”

“s”

“ch”

“ks”

Língua Portuguesa – Unidade 2

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Texto 2

xxxxxx xxxxx xxxxx xxxxxxxxx xxxxx xxxxx xxxxxxxx xxxx xxxxx xxxxxxxxxx xxxxx xxxxx xxx

xxxxxx xxxxx xxxxx xxx

De: Tio João

Tô precisando do dinheiro.

Texto 3

Texto 4

Texto 5

[email protected]

Re: Dinheiro

Tio,Tá na conta.Desculpa a demora, mas me enrolei.Valeu mesmo!

© D

’Liv

ros E

dito

rial

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dito

rial

© D

’Liv

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dito

rial

© D

’Liv

ros E

dito

rial

156

Língua Portuguesa – Unidade 2

Dos textos 1 a 5:

a) Que semelhanças e diferenças você vê entre esses textos?

b) Quais você diria que são bilhetes? E recados? Por quê?

c) Qual deles tem o maior número de informações explícitas? Por quê?

d) Qual deles tem o menor número de informações explícitas? Por quê?

e) Considerando o que já sabe sobre o que pode aparecer em um recado ou em um bilhete e a análise feita até aqui, você acha que esses bilhetes e recados estão adequados às situações nas quais circulam e que atingem seus objetivos? Por quê?

f) Em sua opinião, é possível escrever bilhetes e recados sobre qualquer assunto? Por quê?

Língua Portuguesa – Unidade 2

157

Atividade 4 Avisos

Os avisos podem ser divulgados por correspondência, torpedo, panfleto, placa, faixa, cartaz, outdoor etc. E isso depende do que se pretende avisar, de a quem se destina o aviso e do local onde ele vai circular.

1. Leia os avisos a seguir:

Texto 2

© L

uís D

ávila

© L

uís D

ávila

Texto 3

Texto 1

© L

uís D

ávila

158

Língua Portuguesa – Unidade 2

Texto 6

CONDOMÍNIO EDIFÍCIO SABIÁ DA MATAAVISO

ECONOMIA DE ÁGUA

20 de abril de 2012

Caros Condôminos,

O consumo de água é uma das principais despesas de nosso condomínio. Com a intenção de evitar o desperdício, sugerimos o teste abaixo nos vasos sanitários de seu apartamento. O procedimento é simples, e recomendado por várias com-panhias brasileiras de abastecimento de água:

1º Jogue cinza de incenso no vaso sanitário;

2º O normal é a cinza ficar depositada no fundo do vaso;

3º Em caso contrário, é sinal de vazamento na válvula ou na caixa de descarga.

Obs.: Nas bacias cuja saída da descarga for para trás (direção da parede), deve-se fazer o teste esgotando-se a água. Se a bacia voltar a acumular água, há vazamento na válvula ou na caixa de descarga.

Atenciosamente,

Administração

a) Quais as principais semelhanças e diferenças entre esses avisos?

De 0000

Você tem R$ 2,00 de crédito.

Faça uma recarga.

Texto 5Texto 4

© L

uís D

ávila

© D

’Liv

ros E

dito

rial

Língua Portuguesa – Unidade 2

159

b) Indique os textos que são destinados:

• ao público em geral:

• a um público específico:

• a uma pessoa exclusivamente:

Justifique.

c) Por que, em alguns deles, há palavras em destaque?

d) Compare os textos 2 e 4. Você acha que eles são adequados, tendo em vista as informações que apresentam e o lugar onde aparecem? Por quê? Reescreva o que você considera adequado.

e) Releia o texto 6. Por que você acha que ele é tão diferente dos demais?

2. Agora imagine a seguinte situação:

Uma escola vai oferecer aulas de informática para os alunos. Para comunicar esse fato, a secretária precisa escrever um aviso que será colocado no mural do pátio da escola.

a) Considerando que o aviso ficará no mural do pátio da escola, para quem ele se destinaria?

b) Que informações você acha que não podem faltar no aviso? Por quê?

160

Língua Portuguesa – Unidade 2

c) Você acha que o aviso deve ter um título? Qual seria sua su-gestão de título?

d) Em sua opinião, deveria haver algum elemento de destaque no aviso? De que forma organizaria esse destaque? Quais infor-mações mereceriam ser destacadas?

e) Você incluiria alguma imagem no aviso? Que imagem seria essa? Por quê?

f) Que recurso você utilizaria para revisar o aviso, para ter a certeza de que tudo foi escrito corretamente?

3. Agora, converse com sua turma pensando em outra situação: A escola vai mandar um email para avisar os alunos sobre o curso? Seu texto precisará de adequações? Por quê? E se o aviso fosse enviado por torpedo, como ele ficaria?

A linguagem poética no cotidiano

A linguagem poética faz parte de nosso cotidiano, quando ouvi-mos uma canção, por exemplo. As canções estão em toda parte, mesmo quando não estamos atentos: podem ser ouvidas no ônibus, nos mercados, nas praças, nos shoppings.

• Quais canções você gosta de ouvir? Quais são suas preferidas?

• Você sabe tocar algum instrumento? Que canções costuma tocar? Elas têm letra? Você as canta?

• Você costuma dançar? Que ritmos prefere?

Língua Portuguesa – Unidade 2

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Atividade 5 Sua trilha sonora

Nos filmes, nas peças teatrais e nas novelas, a trilha sonora é um elemento importante que ajuda a dar clima às cenas, ligando-nos aos personagens.

Cada um de nós tem sua própria relação com a música, e algumas canções permanecem em nossa memória sempre que pensamos em algo ou alguém.

Como seria sua trilha sonora? Que canções você escolheria? Como você se relaciona com cada canção dessa trilha?

Atividade 6 Samba do approach

O título desta atividade é também o título de uma canção lançada por Zeca Baleiro no disco Vô imbolá, de 1999.

1. Você conhece essa canção? Conhece outras canções desse artista? Quais? O que acha das músicas dele?

2. Approach é uma palavra da língua inglesa que significa aproxi-mação, avizinhação etc. Sobre o que você acha que trata a canção Samba do approach?

Fica a dica

Muitas vezes, ouvimos uma canção e gostamos tanto dela que queremos ouvir outras do mesmo compositor e/ou cantor. Isso já aconteceu com você? O que você fez a respeito?

Um jeito fácil é pesquisar a discografia desse artista em livros de música chamados songbooks, ou mesmo pela internet (em um buscador, escreva o “nome do artista” e a palavra “discografia”).

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Língua Portuguesa – Unidade 2

Samba do approach

Zeca Baleiro

Venha provar meu brunch

Saiba que eu tenho approach

Na hora do lunch

Eu ando de ferryboat

Eu tenho savoir-faire

Meu temperamento é light

Minha casa é hi-tech

Toda hora rola um insight

Já fui fã do Jethro TullHoje me amarro no Slash

Minha vida agora é cool

Meu passado é que foi trash

Fica ligada no link

Que eu vou confessar my love

Depois do décimo drink

Só um bom e velho engov

Eu tirei o meu green card

E fui pra Miami BeachPosso não ser pop star

Mas já sou um nouveau riche

Eu tenho sex-appeal

Saca só meu background

Veloz como Damon HillTenaz como FittipaldiNão dispenso um happy end

Quero jogar no dream team

De dia um macho man

E de noite drag queen

Ponto de bala (Universal Publishing)

3. Agora, aprecie a canção.

a) Você gostou da canção? Ela trata das coisas que você achava que ia tratar, antes de conhecê-la?

b) Os termos em outras línguas dificultaram o entendi-mento da canção? Quais? Por quê?

c) O que uma música que “mistura” português e outras línguas provoca em você? Considera essa caracterís-tica interessante ou não? Por quê?

4. Essa música poderia fazer parte da sua trilha sonora? Em que situação você ouviria essa música?

Língua Portuguesa – Unidade 2

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Atividade 7 Meu caro amigo

Leia o texto abaixo.

Meu caro amigo

Francis Hime e Chico Buarque

Meu caro amigo me perdoe, por favorSe eu não lhe faço uma visitaMas como agora apareceu um portadorMando notícias nessa fitaAqui na terra ’tão jogando futebolTem muito samba, muito choro e rock’n’rollUns dias chove, noutros dias bate solMas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá pretaMuita mutreta pra levar a situaçãoQue a gente vai levando de teimoso e de pirraçaE a gente vai tomando que, também, sem a cachaçaNinguém segura esse rojãoMeu caro amigo eu não pretendo provocarNem atiçar suas saudadesMas acontece que não posso me furtarA lhe contar as novidadesAqui na terra ’tão jogando futebolTem muito samba, muito choro e rock’n’rollUns dias chove, noutros dias bate solMas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá pretaÉ pirueta pra cavar o ganha-pãoQue a gente vai cavando só de birra, só de sarroE a gente vai fumando que, também, sem um cigarroNinguém segura esse rojãoMeu caro amigo eu quis até telefonarMas a tarifa não tem graçaEu ando aflito pra fazer você ficarA par de tudo que se passaAqui na terra ’tão jogando futebolTem muito samba, muito choro e rock’n’rollUns dias chove, noutros dias bate solMas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá pretaMuita careta pra engolir a transaçãoE a gente tá engolindo cada sapo no caminhoE a gente vai se amando que, também, sem um carinhoNinguém segura esse rojãoMeu caro amigo eu bem queria lhe escreverMas o correio andou ariscoSe me permitem, vou tentar lhe remeterNotícias frescas nesse discoAqui na terra ’tão jogando futebolTem muito samba, muito choro e rock’n’rollUns dias chove, noutros dias bate solMas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá pretaA Marieta manda um beijo para os seusUm beijo na família, na Cecília e nas criançasO Francis aproveita pra também mandar lembrançasA todo o pessoalAdeus

© 1976 by Trevo Editora Musical Ltda.

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Língua Portuguesa – Unidade 2

1. A qual gênero você acha que pertence esse texto? Por quê? Que elementos você considerou para chegar a essa conclusão?

2. Esse texto foi escrito em 1976. Que informações presentes no tex-to tratam desse período no Brasil? O que o País enfrentava nessa época?

3. Releia os quatro primeiros versos e os cinco últimos. Os versos lem-bram um gênero diferente da canção. Qual? Justifique sua resposta.

4. Por que você acha que o nome Francis aparece na letra da canção? Com base na sua resposta, quem é o autor da letra da canção?

5. Algumas partes dessa letra se repetem. Grife essas partes e, depois, responda: Nas canções, como são chamados esses trechos que se repetem? Por que você acha que eles existem nas canções?

Língua Portuguesa – Unidade 2

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6. Observe o verso em destaque no trecho a seguir:

Aqui na terra ’tão jogando futebolTem muito samba, muito choro e rock’n’rollUns dias chove, noutros dias bate solMas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

É pirueta pra cavar o ganha-pãoQue a gente vai cavando só de birra, só de sarroE a gente vai fumando que, também, sem um cigarroNinguém segura esse rojão

a) Qual a diferença entre as notícias contadas antes e depois desse verso?

b) O que indica a palavra “mas” no começo desse verso?

c) O que as expressões a seguir significam para você?

“a coisa aqui tá preta”“pirueta pra cavar o ganha-pão”“Ninguém segura esse rojão”

d) Quais são as outras notícias de que “a coisa aqui tá preta”?

e) Mais de trinta anos depois que essa canção foi composta, que coisas mencionadas no texto ainda hoje são um “rojão” para o povo brasileiro? Discuta com sua turma e registre suas con-clusões.

166

Língua Portuguesa – Unidade 2

7. Que outras canções você conhece que abordam a realidade bra-sileira? Como a música popular pode nos ajudar a construir um olhar crítico sobre a nossa sociedade?

Atividade 8 O mestre-sala dos mares

Esta atividade também tem o título de uma canção, composta por João Bosco e Aldir Blanc, em 1973.

1. Você conhece essa canção? Lendo apenas o título, sobre o que você acha que ela trata?

2. Agora, aprecie a letra da canção.

Arte6o ano/1o termo Unidade 2

O mestre-sala dos maresJoão Bosco e Aldir Blanc

Há muito tempo nas águas da GuanabaraO dragão do mar reapareceuNa figura de um bravo feiticeiroA quem a história não esqueceuConhecido como o navegante negroTinha a dignidade de um mestre-salaE ao acenar pelo mar na alegria das regatasFoi saudado no porto pelas mocinhas francesasJovens polacas e por batalhões de mulatasRubras cascatasJorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas

Inundando o coração do pessoal do porãoQue, a exemplo do feiticeiro, gritava entãoGlória aos piratasÀs mulatas, às sereiasGlória à farofaà cachaça, às baleiasGlória a todas as lutas inglóriasQue através da nossa história não esquecemos jamaisSalve o navegante negroQue tem por monumento as pedras pisadas do caisMas faz muito tempo

Universal Music Publishing MGB Brasil Ltda.

Língua Portuguesa – Unidade 2

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3. Na canção, as expressões “dragão do mar”, “bravo feiticeiro”, “navegante negro” e “mestre-sala” são uti-lizadas para se referir a João Cândido.

a) Quem você acha que ele foi? Por que você acha que o compositor usou essas expressões para falar dele?

b) Quando você acha que ele viveu? Que verso o ajuda a responder a essa questão? Que outra pis-ta você tem para chegar à resposta?

c) Por que você acha que ele foi uma figura “A quem a história não esqueceu”?João Cândido (dir.), identificado, nesta

foto, como “chefe dos ‘reclamantes’”, ao lado do “Secretário do chefe dos ‘reclamantes’”, 26 nov. 1910.

4. Essa canção trata da Revolta da Chibata, ocorrida em 1910, na cidade do Rio de Janeiro.

Essa foi uma revolta de marinheiros de baixa patente contra o sis-tema de punição da Marinha do Brasil. Liderados pelo marinheiro João Cândido, que ficou conhecido como “Almirante Negro”, o objetivo dessa revolta era acabar com os castigos físicos a que os marinheiros eram submetidos. O estopim do levante foi a punição de 250 chibatadas a que fora condenado um marinheiro por ferir um cabo.

a) Em que verso a canção cita os castigos físicos impostos aos marinheiros?

b) Segundo a canção, por quem João Cândido “foi saudado no porto”? Como você entende isso?

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Língua Portuguesa – Unidade 2

c) Releia a seguinte estrofe:

Rubras cascatasJorravam das costas dos santos entre cantos e chibatasInundando o coração do pessoal do porãoQue, a exemplo do feiticeiro, gritava então

Quem você acha que era “o pessoal do porão”? Por quê?

d) O que você acha que significa o verso “Glória a todas as lutas inglórias”? Que efeito provoca o uso das palavras “glória” e “inglória” no mesmo verso?

e) Releia os dois versos a seguir:

Salve o navegante negroQue tem por monumento as pedras pisadas do cais

O que eles significam para você?

Um poema

Os poemas são textos da esfera literária que também utilizam a linguagem poética.

• Você gosta de poemas? De qual tipo? Conhece algum de memó-ria? Qual?

• Você acha que os poemas podem tratar de qualquer assunto da vida cotidiana? Por quê?

Língua Portuguesa – Unidade 2

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Atividade 9 E agora, José?

1. Leia o título desta atividade. Você já ouviu essa pergunta em algu-ma situação? O que ela quer dizer?

2. Agora, leia o poema a seguir, no qual também aparece essa expressão:

JoséCarlos Drummond de Andrade

E agora, José?A festa acabou,a luz apagou,o povo sumiu,a noite esfriou,e agora, José?e agora, você?você que é sem nome,que zomba dos outros,você que faz versos,que ama, protesta?e agora, José?Está sem mulher,está sem discurso,está sem carinho,já não pode beber,já não pode fumar,cuspir já não pode,a noite esfriou,o dia não veio,o bonde não veio,o riso não veio,não veio a utopiae tudo acaboue tudo fugiue tudo mofou,e agora, José?E agora, José?Sua doce palavra,seu instante de febre,sua gula e jejum,

sua biblioteca,sua lavra de ouro,seu terno de vidro,sua incoerência,seu ódio – e agora?Com a chave na mãoquer abrir a porta,não existe porta;quer morrer no mar,mas o mar secou;quer ir para Minas,Minas não há mais.José, e agora?Se você gritasse,se você gemesse,se você tocassea valsa vienense,se você dormisse,se você cansasse,se você morresse...Mas você não morre,você é duro, José!Sozinho no escuroqual bicho do mato,sem teogonia,sem parede nuapara se encostar,sem cavalo pretoque fuja a galope,você marcha, José!José, para onde?

ANDRADE, Carlos Drummond de. José. In: ______. José & outros. Rio de Janeiro: Record. Carlos Drummond de Andrade © Granã Drummond. <http://www.carlosdrummond.com.br>.

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Língua Portuguesa – Unidade 2

3. O que você achou do poema? Já o conhecia? Que sensações ele despertou em você?

4. Há muitos tipos de repetição nesse poema.

a) Identifique-os, grifando o texto.

b) Há algum momento em que a repetição esperada não acontece? Qual é o possível sentido que essa falta gera no texto?

c) O que essa repetição pode estar indicando ou reforçando sobre José?

5. Na primeira estrofe, o poema traz uma série de questionamentos. O que acontece nas estrofes seguintes?

6. Na última estrofe, há uma ação de José. Qual é ela? De que forma ela é tratada, quando relacionada com o último verso e com o fim do poema?

Língua Portuguesa – Unidade 2

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Pense sobre

Ao longo das atividades desta Unidade, você foi convidado a ler e interpretar diferentes textos, de gêneros diversos. Em alguns momen-tos, o que você já sabia sobre o gênero foi fundamental, não é? Em outros, textos e imagens foram apresentados para incrementar sua análise. Além disso, você pôde compartilhar as impressões sobre as leituras feitas, o que certamente também trouxe novos saberes, além de ampliar seu repertório leitor.

O que você achou dessas diferentes atividades de leitura? Elas podem contribuir com seu processo de construção de conhecimento? Como podem ser usadas para ler outros textos que você encontra em seu dia a dia?

Nesta Unidade, você começou estudando os gêneros que circulam na esfera do cotidiano como listas, bilhetes, recados. Teve a oportunidade de produzir um aviso, analisando antes diferentes textos desse gênero. Realizou também algumas ativi-dades de ortografia.

Além disso, foi convidado a apreciar e interpretar canções e poemas, percebendo alguns aspectos da linguagem poética, refi-nando assim sua capacidade de interpretação textual e amplian-do seu repertório leitor.

Você estudou

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Língua Portuguesa – Unidade 2