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ESTUDO Câmara dos Deputados Praça 3 Poderes Consultoria Legislativa Anexo III - Térreo Brasília - DF A DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A A DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A A DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A A DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA Gustavo Silveira Machado Consultor Legislativo da Área XVI Saúde Pública e Sanitarismo ESTUDO ABRIL/2008

A DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A LEGISLAÇÃO FEDERAL … · adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam ... segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

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ESTUDO

Câmara dos DeputadosPraça 3 PoderesConsultoria LegislativaAnexo III - TérreoBrasília - DF

A DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB AA DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB AA DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB AA DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A

LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRALEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRALEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRALEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA

Gustavo Silveira Machado

Consultor Legislativo da Área XVISaúde Pública e Sanitarismo

ESTUDO

ABRIL/2008

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SUMÁRIO

Fulcro e delimitação do estudo ...............................................................................................................3

Definição de deficiência ...........................................................................................................................3

Metodologia ...............................................................................................................................................4

Constituição Federal .................................................................................................................................5

Legislação Geral...................................................................................................................................... 10

Legislação especial sobre portadores de deficiência.......................................................................... 17

Legislação especial sobre portadores de deficiência auditiva........................................................... 25

Normas ABNT....................................................................................................................................... 27

Considerações finais............................................................................................................................... 28

© 2008 Câmara dos Deputados.Todos os direitos reservados. Este trabalho poderá ser reproduzido ou transmitido na íntegra, desde quecitados o autor e a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. São vedadas a venda, a reproduçãoparcial e a tradução, sem autorização prévia por escrito da Câmara dos Deputados.

Este trabalho é de inteira responsabilidade de seu autor, não representando necessariamente a opinião daCâmara dos Deputados.

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A DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A LEGISLAÇÃOA DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A LEGISLAÇÃOA DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A LEGISLAÇÃOA DEFICIÊNCIA AUDITIVA SOB A LEGISLAÇÃO

FEDERAL BRASILEIRAFEDERAL BRASILEIRAFEDERAL BRASILEIRAFEDERAL BRASILEIRA

Gustavo Silveira Machado

FULCRO E DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O trabalho partiu de um questionamento sobre a situação atual dosportadores de deficiência auditiva sob a legislação nacional. Assim, tratou-se de localizar osinstrumentos legais existentes, e de avaliá-los em termos de tratamento do assunto, de suaabrangência e adequação.

O estudo restringiu-se, forçosamente, à legislação federal.

DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA

Valemo-nos aqui das definições estabelecidas no Decreto nº 5.296, de 2de dezembro de 2004, artigo 4º:

I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou maissegmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento dafunção física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia,monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro,paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ouadquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzamdificuldades para o desempenho de funções;

II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, dequarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nasfreqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz;

III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igualou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; abaixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho,com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medidado campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou aocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;

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IV - deficiência mental - funcionamento intelectualsignificativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoitoanos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidadesadaptativas, tais como:

a) comunicação;

b) cuidado pessoal;

c) habilidades sociais;

d) utilização da comunidade;

e) utilização dos recursos da comunidade;

f) saúde e segurança;

g) habilidades acadêmicas;

h) lazer; e

i) trabalho;

V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.

METODOLOGIA

Naturalmente, qualquer instrumento legal que trate de “portadores dedeficiência” abrangerá necessariamente os portadores de deficiência auditiva, a menos que osexclua ou que se destine unicamente a um determinado tipo de deficiência.

O trabalho incluiu todos os instrumentos legais encontrados que tratamde portadores de deficiência, deixando de lado, por exemplo, os que dispõem sobre cães-guia(destinados unicamente a deficientes visuais) e os que dispõem sobre isenção de IPI paraaquisição de automóveis (que não contemplam deficientes auditivos), além da legislação sobredeficiência mental.

A pesquisa revelou grande número de dispositivos constitucionais, leis edecretos gerais que também tratam de portadores de deficiência e leis e decretos especiais sobreportadores de deficiência. Para melhor organização e compreensão, dividimos o estudo emseções, que abordam separadamente:

— disposições constitucionais;

— legislação geral: leis e decretos que, não tratando somente deportadores de deficiência, incluem disposições sobre o tema;

— legislação especial sobre portadores de deficiência;

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— legislação especial sobre portadores de deficiência auditiva;

— normas de acessibilidade emitidas pela ABNT.

Nas seções que tratam de legislação infra-constitucional, apresentamos asleis em ordem cronológica, e em seguida os decretos também em ordem cronológica.

As disposições de leis e decretos gerais pertinentes aos portadores dedeficiência encontram-se em excertos, assim como trechos de leis especiais que julgamosnecessário explicitar.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Ao longo do texto constitucional encontramos diversos dispositivos quetratam direta ou indiretamente da promoção dos portadores de deficiência:

Título I

Dos Princípios Fundamentais

......................................................

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativado Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir asdesigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

......................................................

Título II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I

Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquernatureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes noPaís a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, àsegurança e à propriedade, nos termos seguintes:

......................................................

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XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

......................................................

Capítulo II

Dos Direitos Sociais

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, amoradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção àmaternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma destaConstituição.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de sua condição social:

......................................................

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário ecritérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

......................................................

Título III

Da Organização do Estado

Capítulo II

Da União

......................................................

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios:

......................................................

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia daspessoas portadoras de deficiência;

......................................................

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federallegislar concorrentemente sobre:

......................................................

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras dedeficiência;

......................................................

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Capítulo VII

Da Aministração Pública

Capítulo II

Seção I

Disposições Gerais

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dosPoderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípiosobedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

......................................................

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicospara as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de suaadmissão;

......................................................

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias efundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo esolidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dosservidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios quepreservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

......................................................

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados paraa concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trataeste artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, oscasos de servidores:

I - portadores de deficiência;

......................................................

Título VIII

Da Ordem Social

......................................................

Capítulo II

Da Seguridade Social

......................................................

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Seção II

Da Saúde

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantidomediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco dedoença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação.

......................................................

Seção III

Da Previdência Social

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma deregime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observadoscritérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nostermos da lei, a:

......................................................

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados paraa concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral deprevidência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sobcondições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física equando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termosdefinidos em lei complementar.

......................................................

Seção IV

Da Assistência Social

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,independentemente de contribuição à seguridade social, e tem porobjetivos:

......................................................

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras dedeficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoaportadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meiosde prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,conforme dispuser a lei.

......................................................

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Capítulo III

Da Educação, da Cultura e do Desporto

Seção I

Da Educação

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e dafamília, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para oexercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintesprincípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

......................................................

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivadomediante a garantia de:

......................................................

III - atendimento educacional especializado aos portadores dedeficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

......................................................

Capítulo VII

Da Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso

......................................................

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar àcriança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, àsaúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar ecomunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúdeda criança e do adolescente, admitida a participação de entidades nãogovernamentais e obedecendo aos seguintes preceitos:

......................................................

II - criação de programas de prevenção e atendimentoespecializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental,bem como de integração social do adolescente portador de deficiência,mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do

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acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos eobstáculos arquitetônicos.

......................................................

Título IX

Das Disposições Constitucionais Gerais

......................................................

Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dosedifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo atualmenteexistentes a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras dedeficiência, conforme o disposto no art. 227, § 2º.

A freqüência com que o tema recebe tratamento demonstra que oconstituinte buscou efetivamente garantir aos portadores de deficiência não somente direitosiguais, mas também previsão de meios para sua plena integração à sociedade.

LEGISLAÇÃO GERAL

a) Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, “dispõe sobre o Estatuto daCriança e do Adolescente e dá outras providências”.

Destacamos:

......................................................

Título II

Dos Direitos Fundamentais

Capítulo I

Do Direito à Vida e à Saúde

......................................................

Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e doadolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido oacesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteçãoe recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 11.185, de 2005)

§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberãoatendimento especializado.

§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer gratuitamente àqueles quenecessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos aotratamento, habilitação ou reabilitação.

......................................................

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Capítulo IV

Do direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer

......................................................

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

......................................................

III - atendimento educacional especializado aos portadores dedeficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

......................................................

Capítulo V

Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

......................................................

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é asseguradotrabalho protegido.

......................................................

Título VI

Do acesso à Justiça

......................................................

Capítulo VII

Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos eColetivos

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações deresponsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e aoadolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:

......................................................

II - de atendimento educacional especializado aos portadores dedeficiência;

......................................................

b) Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, “dispõe sobre oRegime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias edas fundações públicas federais”.

Destacamos:

......................................................

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Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:

......................................................

§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito dese inscrever em concurso público para provimento de cargo cujasatribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras;para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagasoferecidas no concurso.

......................................................

Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante,quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o darepartição, sem prejuízo do exercício do cargo.

......................................................

§ 2º Também será concedido horário especial ao servidor portadorde deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médicaoficial, independentemente de compensação de horário. (Parágrafoacrescido pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)

§ 3º As disposições do parágrafo anterior são extensivas aoservidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiênciafísica, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de horário na formado inciso II do art. 44. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.527, de10/12/1997).

......................................................

Art. 217. São beneficiários das pensões:

I - vitalícia:

......................................................

e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoaportadora de deficiência, que vivam sob a dependência econômica doservidor;

......................................................

c) Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, “dispõe sobre os Planosde Benefícios da Previdência Social e dá outras providências”.

Destacamos:

......................................................

Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverãoproporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para otrabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a

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(re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados paraparticipar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende:

a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos deauxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidadefuncional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessáriosà habilitação e reabilitação social e profissional;b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no incisoanterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha àvontade do beneficiário;

......................................................

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados estáobrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dosseus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras dedeficiências, habilitadas, na seguinte proporção:

I - até 200 empregados ..................2%;

II - de 201 a 500 ............................3%;

III - de 501 a 1.000 ........................4%;

IV - de 1.001 em diante .................5%.

§ 1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficientehabilitado ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90(noventa) dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, sópoderá ocorrer após a contratação de substituto de condição semelhante.

§ 2° O Ministério do Trabalho e da Previdência Social deverá gerarestatísticas sobre o total de empregados e as vagas preenchidas porreabilitados e deficientes habilitados, fornecendo-as, quando solicitadas,aos sindicatos ou entidades representativas dos empregados.

......................................................

d) Lei nº 8.642, de 31 de março de 1993, “dispõe sobre ainstituição do Programa Nacional de Atenção Integral à Criança e aoAdolescente - Pronaica e dá outras providências”.

Destacamos:

Art. 1º É instituído o Programa Nacional de Atenção Integral àCriança e ao Adolescente - Pronaica com a finalidade de integrar earticular ações de apoio à criança e ao adolescente.

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Art. 2º O Pronaica terá as seguintes áreas prioritárias de atuação:

......................................................

VI - assistência a crianças portadoras de deficiência;

......................................................

e) Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, “dispõe sobre aorganização da Assistência Social e dá outras providências”.

Destacamos:

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, éPolítica de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimossociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativapública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidadesbásicas.

Art. 2º A assistência social tem por objetivos:

......................................................

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras dedeficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal àpessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuirmeios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por suafamília.

......................................................

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um)salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de provera própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.

......................................................

Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais aqueles que visamao pagamento de auxílio por natalidade ou morte às famílias cuja rendamensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.

......................................................

§ 2º Poderão ser estabelecidos outros benefícios eventuais paraatender necessidades advindas de situações de vulnerabilidadetemporária, com prioridade para a criança, a família, o idoso, a pessoaportadora de deficiência, a gestante, a nutriz e nos casos de calamidadepública.

......................................................

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Art. 24. Os programas de assistência social compreendem açõesintegradas e complementares com objetivos, tempo e área de abrangênciadefinidos para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os serviçosassistenciais.

......................................................

§ 2º Os programas voltados ao idoso e à integração da pessoaportadora de deficiência serão devidamente articulados com o benefíciode prestação continuada estabelecido no art. 20 desta lei.

......................................................

f) Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, “institui normas geraissobre desporto e dá outras providências”.

Destacamos:

......................................................

Art. 5º O Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto -INDESP é uma autarquia federal com a finalidade de promover,desenvolver a prática do desporto e exercer outras competênciasespecíficas que lhe são atribuídas nesta Lei.

......................................................

§ 4º O INDESP expedirá instruções e desenvolverá ações para ocumprimento do disposto no inciso IV do art. 217 da ConstituiçãoFederal e elaborará o projeto de fomento da prática desportiva parapessoas portadoras de deficiência.

......................................................

Art. 7º Os recursos do Ministério do Esporte terão a seguintedestinação:

......................................................

VIII - apoio ao desporto para pessoas portadoras de deficiência.

......................................................

g) Lei nº 10.671, de 15 de maio de 2003, “dispõe sobre oEstatuto de Defesa do Torcedor e dá outras providências”.

Destacamos:

......................................................

Art. 13. O torcedor tem direito a segurança nos locais onde sãorealizados os eventos esportivos antes, durante e após a realização daspartidas.

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Parágrafo único. Será assegurado acessibilidade ao torcedorportador de deficiência ou com mobilidade reduzida.

......................................................

Art. 27. A entidade responsável pela organização da competição e aentidade de prática desportiva detentora do mando de jogo solicitarãoformalmente, direto ou mediante convênio, ao Poder Públicocompetente:

I - serviços de estacionamento para uso por torcedores partícipesdurante a realização de eventos esportivos, assegurando a estes acesso aserviço organizado de transporte para o estádio, ainda que oneroso; e

II - meio de transporte, ainda que oneroso, para condução deidosos, crianças e pessoas portadoras de deficiência física aos estádios,partindo de locais de fácil acesso, previamente determinados.

......................................................

h) Lei nº 10.741, de 1o de outubro de 2003, “dispõe sobre oEstatuto do Idoso e dá outras providências”.

Destacamos:

......................................................

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, porintermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acessouniversal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações eserviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde,incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente osidosos.

......................................................

§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitaçãoincapacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei.

......................................................

Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações deresponsabilidade por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentesà omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:

......................................................

II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência oucom limitação incapacitante;

......................................................

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i) Decreto nº 5.085, de 19 de maio de 2004, “define as açõescontinuadas de assistência social”.

Destacamos:

Art. 1o São consideradas ações continuadas de assistência socialaquelas financiadas pelo Fundo Nacional de Assistência Social que visemao atendimento periódico e sucessivo à família, à criança, ao adolescente,à pessoa idosa e à portadora de deficiência, bem como as relacionadascom os programas de Erradicação do Trabalho Infantil, da Juventude ede Combate à Violência contra Crianças e Adolescentes

......................................................

j) Decreto nº 5.598, de 1o de dezembro de 2005, “regulamenta acontratação de aprendizes e dá outras providências”.

Destacamos:

......................................................

Art. 2o Aprendiz é o maior de quatorze anos e menor de vinte equatro anos que celebra contrato de aprendizagem, nos termos do art.428 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

Parágrafo único. A idade máxima prevista no caput deste artigonão se aplica a aprendizes portadores de deficiência.

......................................................

l) Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007, “regulamenta obenefício de prestação continuada da assistência social devido à pessoacom deficiência e ao idoso de que trata a Lei no 8.742, de 7 de dezembrode 1993, e a Lei no 10.741, de 1o de outubro de 2003, acresce parágrafoao art. 162 do Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999, e dá outrasprovidências”.

LEGISLAÇÃO ESPECIAL SOBRE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

Diversos instrumentos legais promulgados após a Constituição de 1988confirmam o intuito de promover a integração dos portadores de deficiências. Aqui tratamos dasleis e decretos específicos, ou seja, exclusivamente destinados a tal fim:

a) Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, “dispõe sobre o apoio àspessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional paraIntegração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses

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coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dáoutras providências”.

Esta lei é fundamental e norteia todo o restante ordenamento posterior.Destacamos as disposições mais importantes:

......................................................

Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoasportadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos,inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, àprevidência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que,decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal,social e econômico.

Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, osórgãos e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, noâmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos esta Lei,tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo deoutras, as seguintes medidas:

I - na área da educação:

a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial comomodalidade educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, asde 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilitação profissionais, comcurrículos, etapas e exigências de diplomação próprios;

b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolasespeciais, privadas e públicas;

c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial emestabelecimento público de ensino;

d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especiala nível pré-escolar, em unidades hospitalares e congêneres nas quaisestejam internados, por prazo igual ou superior a 1 (um) ano, educandosportadores de deficiência;

e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefíciosconferidos aos demais educandos, inclusive material escolar, merendaescolar e bolsas de estudo;

f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentospúblicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de seintegrarem no sistema regular de ensino;

II - na área da saúde:

......................................................

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d) a garantia de acesso das pessoas portadoras de deficiência aosestabelecimentos de saúde públicos e privados, e de seu adequadotratamento neles, sob normas técnicas e padrões de conduta apropriados;

e) a garantia de atendimento domiciliar de saúde ao deficientegrave não internado;

f) o desenvolvimento de programas de saúde voltados para aspessoas portadoras de deficiência, desenvolvidos com a participação dasociedade e que lhes ensejem a integração social;

III - na área da formação profissional e do trabalho:

a) o apoio governamental à formação profissional, e a garantia deacesso aos serviços concernentes, inclusive aos cursos regulares voltadosà formação profissional;

b) o empenho do Poder Público quanto ao surgimento e àmanutenção de empregos, inclusive de tempo parcial, destinados àspessoas portadoras de deficiência que não tenham acesso aos empregoscomuns;

c) a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nossetores públicos e privado, de pessoas portadoras de deficiência;

d) a adoção de legislação específica que discipline a reserva demercado de trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiência, nasentidades da Administração Pública e do setor privado, e queregulamente a organização de oficinas e congêneres integradas aomercado de trabalho, e a situação, nelas, das pessoas portadoras dedeficiência;

IV - na área de recursos humanos:

a) a formação de professores de nível médio para a EducaçãoEspecial, de técnicos de nível médio especializados na habilitação ereabilitação, e de instrutores para formação profissional;

b) a formação e qualificação de recursos humanos que, nas diversasáreas de conhecimento, inclusive de nível superior, atendam à demanda eàs necessidades reais das pessoas portadoras de deficiências;

c) o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico emtodas as áreas do conhecimento relacionadas com a pessoa portadora dedeficiência;

V - na área das edificações:

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a) a adoção e a efetiva execução de normas que garantam afuncionalidade das edificações e vias públicas, que evitem ou removamos óbices às pessoas portadoras de deficiência, permitam o acesso destasa edifícios, a logradouros e a meios de transporte.

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Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro)anos, e multa:

I - recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, semjusta causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino dequalquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados dadeficiência que porta;

II - obstar, sem justa causa, o acesso de alguém a qualquer cargopúblico, por motivos derivados de sua deficiência;

III - negar, sem justa causa, a alguém, por motivos derivados desua deficiência, emprego ou trabalho;

IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestarassistência médico-hospitalar e ambulatorial, quando possível, à pessoaportadora de deficiência;

V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, aexecução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;

VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis àpropositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados peloMinistério Público.

Art. 9º A Administração Pública Federal conferirá aos assuntosrelativos às pessoas portadoras de deficiência tratamento prioritário eapropriado, para que lhes seja efetivamente ensejado o pleno exercício deseus direitos individuais e sociais, bem como sua completa integraçãosocial.

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b) Lei nº 8.899, de 29 de junho de 1994, “concede passe livre àspessoas portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual”.

c) Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, “dá prioridade deatendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências”.

Disposições principais:

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Art. 1º As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idadeigual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e aspessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendimentoprioritário, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de2003)

Art. 2º As repartições públicas e empresas concessionárias deserviços públicos estão obrigadas a dispensar atendimento prioritário, pormeio de serviços individualizados que assegurem tratamento diferenciadoe atendimento imediato às pessoas a que se refere o art. 1o .

Parágrafo único. É assegurada, em todas as instituições financeiras,a prioridade de atendimento às pessoas mencionadas no art. 1o .

Art. 3º As empresas públicas de transporte e as concessionárias detransporte coletivo reservarão assentos, devidamente identificados, aosidosos, gestantes, lactantes, pessoas portadoras de deficiência e pessoasacompanhadas por crianças de colo.

Art. 4º Os logradouros e sanitários públicos, bem como osedifícios de uso público, terão normas de construção, para efeito delicenciamento da respectiva edificação, baixadas pela autoridadecompetente, destinadas a facilitar o acesso e uso desses locais pelaspessoas portadoras de deficiência.

Art. 5º Os veículos de transporte coletivo a serem produzidos apósdoze meses da publicação desta Lei serão planejados de forma a facilitaro acesso a seu interior das pessoas portadoras de deficiência.

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d) Lei nº 10.050, de 14 de novembro de 2000, “altera o art. 1.611da Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 – Código Civil, estendendo o benefício do § 2oao filho necessitado portador de deficiência”.

e) Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, “estabelecenormas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadorasde deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

Principais disposições:

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Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dosparques e dos demais espaços de uso público deverão ser concebidos eexecutados de forma a torná-los acessíveis para as pessoas portadoras dedeficiência ou com mobilidade reduzida.

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Art. 4º As vias públicas, os parques e os demais espaços de usopúblico existentes, assim como as respectivas instalações de serviços emobiliários urbanos deverão ser adaptados, obedecendo-se ordem deprioridade que vise à maior eficiência das modificações, no sentido depromover mais ampla acessibilidade às pessoas portadoras de deficiênciaou com mobilidade reduzida.

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Art. 6º Os banheiros de uso público existentes ou a construir emparques, praças, jardins e espaços livres públicos deverão ser acessíveis edispor, pelo menos, de um sanitário e um lavatório que atendam àsespecificações das normas técnicas da ABNT.

Art. 7º Em todas as áreas de estacionamento de veículos,localizadas em vias ou em espaços públicos, deverão ser reservadas vagaspróximas dos acessos de circulação de pedestres, devidamentesinalizadas, para veículos que transportem pessoas portadoras dedeficiência com dificuldade de locomoção.

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Art. 9º Os semáforos para pedestres instalados nas vias públicasdeverão estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave,intermitente e sem estridência, ou com mecanismo alternativo, que sirvade guia ou orientação para a travessia de pessoas portadoras dedeficiência visual, se a intensidade do fluxo de veículos e a periculosidadeda via assim determinarem.

Art. 10. Os elementos do mobiliário urbano deverão ser projetadose instalados em locais que permitam sejam eles utilizados pelas pessoasportadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

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Art. 16. Os veículos de transporte coletivo deverão cumprir osrequisitos de acessibilidade estabelecidos nas normas técnicas específicas

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Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras nacomunicação e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas quetornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoasportadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação,para garantir-lhes o direito de acesso à informação, à comunicação, aotrabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.

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Art. 18. O Poder Público implementará a formação deprofissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais e deguias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de comunicação direta àpessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade decomunicação.

Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagensadotarão plano de medidas técnicas com o objetivo de permitir o uso dalinguagem de sinais ou outra subtitulação, para garantir o direito deacesso à informação às pessoas portadoras de deficiência auditiva, naforma e no prazo previstos em regulamento.

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Art. 21. O Poder Público, por meio dos organismos de apoio àpesquisa e das agências de financiamento, fomentará programasdestinados:

I – à promoção de pesquisas científicas voltadas ao tratamento eprevenção de deficiências;

II – ao desenvolvimento tecnológico orientado à produção deajudas técnicas para as pessoas portadoras de deficiência;

III – à especialização de recursos humanos em acessibilidade

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Art. 24. O Poder Público promoverá campanhas informativas eeducativas dirigidas à população em geral, com a finalidade deconscientizá-la e sensibilizá-la quanto à acessibilidade e à integração socialda pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

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Art. 26. As organizações representativas de pessoas portadoras dedeficiência terão legitimidade para acompanhar o cumprimento dosrequisitos de acessibilidade estabelecidos nesta Lei.

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f) Lei nº 10.845, de 5 de março de 2004, “conversão da MPv nº139, de 2003 Institui o Programa de Complementação ao Atendimento EducacionalEspecializado às Pessoas Portadoras de Deficiência, e dá outras providências”.

Dispõe, principalmente:

Art. 1º Fica instituído, no âmbito do Fundo Nacional deDesenvolvimento da Educação - FNDE, Programa de Complementaçãoao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de

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Deficiência - PAED, em cumprimento do disposto no inciso III do art.208 da Constituição, com os seguintes objetivos:

I - garantir a universalização do atendimento especializado deeducandos portadores de deficiência cuja situação não permita aintegração em classes comuns de ensino regular;

II - garantir, progressivamente, a inserção dos educandosportadores de deficiência nas classes comuns de ensino regular.

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Art. 3º Para os fins do disposto no art. 1o desta Lei e no art. 60 daLei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, é facultado aos Estados, aoDistrito Federal e aos Municípios prestar apoio técnico e financeiro àsentidades privadas sem fins lucrativos que oferecem educação especial,na forma de:

I - cessão de professores e profissionais especializados da redepública de ensino, bem como de material didático e pedagógicoapropriado;

II - repasse de recursos para construções, reformas, ampliações eaquisição de equipamentos;

III - oferta de transporte escolar aos educandos portadores dedeficiência matriculados nessas entidades.

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g) Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, “regulamentaa Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para aIntegração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dáoutras providências”.

h) Decreto nº 3.691, de 19 de dezembro de 2000, “regulamentaa Lei no 8.899, de 29 de junho de 1994, que dispõe sobre o transporte de pessoasportadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual”.

i) Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001, “promulga aConvenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contraas Pessoas Portadoras de Deficiência”.

j) Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, “regulamenta asLeis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoasque especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais ecritérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiênciaou com mobilidade reduzida, e dá outras providências”.

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l) Decreto nº 6.215, de 26 de setembro de 2007, “estabelece oCompromisso pela Inclusão das Pessoas com Deficiência, com vistas à implementação deações de inclusão das pessoas com deficiência, por parte da União Federal, em regime decooperação com Municípios, Estados e Distrito Federal, institui o Comitê Gestor dePolíticas de Inclusão das Pessoas com Deficiência - CGPD, e dá outras providências”.

LEGISLAÇÃO ESPECIAL SOBRE PORTADORES DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA

a) Lei nº 8.160, de 8 de janeiro de 1991, “dispõe sobre acaracterização de símbolo que permita a identificação de pessoas portadoras de deficiênciaauditiva”.

b) Lei nº 9.998, de 17 de agosto de 2000, “institui o Fundo deUniversalização dos Serviços de Telecomunicações”.

Disposições mais importantes:

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Art. 4º Compete à Anatel:

XII – fornecimento de acessos individuais e equipamentos deinterface a instituições de assistência a deficientes;

XIII – fornecimento de acessos individuais e equipamentos deinterface a deficientes carentes;

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§ 3º Na aplicação dos recursos do Fust será privilegiado oatendimento a deficientes.

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c) Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, “dispõe sobre a LínguaBrasileira de Sinais - Libras e dá outras providências”.

Destacamos:

Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação eexpressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos deexpressão a ela associados.

Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais -Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüísticode natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituemum sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos decomunidades de pessoas surdas do Brasil.

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Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em geral eempresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadasde apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras comomeio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidadessurdas do Brasil.

Art. 3º As instituições públicas e empresas concessionárias deserviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento etratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordocom as normas legais em vigor.

Art. 4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionaisestaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão noscursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e deMagistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da LínguaBrasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos ParâmetrosCurriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.

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d) Decreto nº 3.624, de 5 de outubro de 2000, “dispõe sobre aregulamentação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações - Fust, edá outras providências”.

e) Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, “regulamentaa Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000”.

f) Decreto nº 6.039, de 7 de fevereiro de 2007, “aprova o Planode Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado em Instituições deAssistência às Pessoas com Deficiência Auditiva”.

Destacamos:

Art. 1º Este Plano estabelece as metas para a universalização doServiço Telefônico Fixo Comutado - STFC, destinado ao uso do públicoem geral, nas Instituições de Assistência às Pessoas com DeficiênciaAuditiva, nos termos do art. 5o, inciso XII, da Lei no 9.998, de 17 deagosto de 2000, e em consonância com o art. 6o do Decreto no 3.624, de5 de outubro de 2000.

Parágrafo único. Constitui objeto deste Plano o fornecimento deacessos individuais ao STFC, o pagamento mensal da assinatura básica eo fornecimento, instalação e manutenção de equipamentos de interfaceque permitam a comunicação entre pessoas com deficiência auditiva, nasdependências de instituições de assistência a essas pessoas,independentemente da sua localização geográfica.

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Art. 4º Para ter acesso aos benefícios deste Plano, as instituiçõesbeneficiárias devem ter por objeto a assistência específica às pessoas comdeficiência auditiva e estar devidamente cadastradas junto à SecretariaEspecial de Direitos Humanos da Presidência da República - SEDH.

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Art. 11. A Prestadora deve fornecer acessos individuais ao STFC eequipamentos de interface para as Instituições Beneficiárias localizadasem suas respectivas áreas geográficas de prestação, observados osseguintes prazos:

I - trinta por cento das Instituições Beneficiárias em até três meses,após a celebração do instrumento de contratação referente à primeiralista de indicados pela SEDH;

II - sessenta por cento das Instituições Beneficiárias em até seismeses, após a celebração do instrumento de contratação referente àprimeira lista de indicados pela SEDH; e

III - cem por cento das Instituições Beneficiárias em até novemeses, após a celebração do instrumento de contratação referente àprimeira lista de indicados pela SEDH.

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NORMAS ABNT

As normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) sobreacessibilidade estão previstas pelo Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, art. 5o , I, § 3º .São elas:

a) NBR 9050 – Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços eEquipamentos Urbanos;

b) NBR 13994 – Elevadores de Passageiros – Elevadores paraTransportes de Pessoa Portadora de Deficiência;

c) NBR 14020 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência –Trem de Longo Percurso;

d) NBR 14021 - Transporte - Acessibilidade no sistema de trem urbanoou metropolitano

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e) NBR 14022 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência emÔnibus e Trólebus para Atendimento Urbano e Intermunicipal

f) NBR 14273 – Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência noTransporte Aéreo Comercial

g) NBR 14970-1 Acessibilidade em Veículos Automotores- Requisitosde Dirigibilidade;

h) NBR 14970-2 - Acessibilidade em Veículos Automotores- Diretrizespara avaliação clínica de condutor

i) NBR 14970-3 Acessibilidade em Veículos Automotores- Diretrizespara avaliação da dirigibilidade do condutor com mobilidade reduzida em veículo automotorapropriado;

j) NBR 15250 - Acessibilidade em caixa de auto-atendimento bancário.

l) NBR 15290 - Acessibilidade em comunicação na televisão

m) NBR 15320:2005 - Acessibilidade à pessoa com deficiência notransporte rodoviário;

n) NBR 14022:2006 - Acessibilidade em veículos de característicasurbanas para o transporte coletivo de passageiro.

o) NBR 15450:2006 - Acessibilidade de passageiro no sistema detransporte aquaviário

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na Constituição Federal de 1988 foram previstos meios legais parapermitir aos portadores acesso a suas necessidades especiais de saúde, assistência e previdênciasocial, trabalho, educação e desporto e seu direito de ir e vir livremente. Como visto, todos osaspectos foram objeto de lei, leis que foram posteriormente regulamentadas por decretos.Constatamos que a legislação brasileira sobre portadores de deficiência é ampla, abrangente ecoesa, sem lacunas que pudéssemos perceber.

As necessidades próprias dos deficientes auditivos, como a LinguagemBrasileira de Sinais e o acesso a aparelhos de telecomunicação especiais, estão tambémcontempladas com leis e decretos regulamentadores.

Não localizamos, no momento, necessidade de legislação adicional sobreportadores de deficiência.

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Informamos, porém, que se encontra em tramitação nesta Casa umaproposta de reunir em um código toda a legislação relacionada às pessoas portadoras denecessidades especiais.