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A Igreja e a Questão Agrária Brasileira no Início do Século XXI CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL 52ª Assembleia Geral Aparecida-SP, 30 de abril a 9 de maio de 2014

A Igreja e a Questão Agrária Brasileira no Início do Século XXI

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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL 52ª Assembleia Geral Aparecida-SP, 30 de abril a 9 de maio de 2014. A Igreja e a Questão Agrária Brasileira no Início do Século XXI. Pontos preocupantes da conjuntura. Novos protagonistas políticos - PowerPoint PPT Presentation

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A Igreja e a Questão Agrária Brasileira no Início do Século

XXI

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL 52ª Assembleia GeralAparecida-SP, 30 de abril a 9 de maio de 2014

Page 2: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Pontos preocupantes Pontos preocupantes da conjuntura da conjuntura

Page 3: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Novos protagonistas políticos Acirramento de conflitos agrários –

posicionamentos diferenciados do Estado.

Diversidade de atividades agrícolas colocadas sob um mesmo referencial;

Terra e produtos da terra com uma nova configuração no mercado;

Exigências ambientais; Preocupação com a segurança alimentar; Empobrecimento e desigualdade no

campo; A saúde do pequeno agricultor...

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Linha do TempoLinha do Tempo

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Texto de Estudos – maio de 2010

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Documento Azul – maio de 2014

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A relação entre os A relação entre os documentosdocumentos

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Os documentos de 1980 e 2014 possuem como ponto em comum a abordagem da estrutura agrária pelo Episcopado Brasileiro à luz das exigências éticas e da Doutrina Social da Igreja.

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A diferença entre os documentos reside na distinção dos contextos históricos em que foram elaborados.

Os problemas agrários de 1980 eram tratados pelo Estado da Segurança Nacional.

Hoje temos a referencia da Constituição de 1988.

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A Constituinte 1988 possibilitou muitos avanços sociais que contribuíram para a melhoria da vida no campo.

Foi importante o ordenamento constitucional da questão agrária, afirmando-se a tríplice função social da propriedade fundiária:

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A prática oposta da A prática oposta da economia do Agronegócioeconomia do Agronegócio

Page 13: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Resolução jurídica via constituição de 1988, da dicotomia terra de trabalho/terra de negócio;

Contudo é retomada com força pelo viés ideológico da “economia do agronegócio;

Logica mercantil, terra é mercadoria, opõe a função social e ambiental da propriedade da terra

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Esta preocupação desafiou os bispos brasileiros a se manifestarem sobre atual questão agrária brasileira

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PRIMEIRA PARTEPRIMEIRA PARTE

Page 16: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Situação Agrária Atual e Situação Agrária Atual e Suas Implicações Para a Suas Implicações Para a Vida SocialVida Social

“Eu vi a opressão do meu povo,

ouvi seu grito de aflição”(cf. Ex 3,7)

- 1ª Parte -

Page 17: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Os Clamores dos Povos da Os Clamores dos Povos da Terra, das Águas e da Terra, das Águas e da FlorestaFloresta

Page 18: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

AGRICULTORES AGRICULTORES FAMILIARES FAMILIARES Conceito Legal

CAMPONESES E POVOS DA TERRA

AUTOIDENTIFICAÇÕES

OU

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São pequenos proprietários, parceiros, meeiros, arrendatários, ocupantes, assentados da reforma agrária, quilombolas, coletores florestais e também populações indígenas.

Page 20: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI
Page 21: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Funções Sociais Funções Sociais dos Agricultores Familiaresdos Agricultores Familiares

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Produtores de alimentos

Guardiões do Território

Gestores da oiko-nomos rural

Policultores de vocação agroecológica

Guardiões da biodiversidade

Page 23: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Situação Desfavorável na Situação Desfavorável na Atual Estrutura de Produção Atual Estrutura de Produção AgráriaAgrária

Page 24: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A expansão de monoculturas - “commodities”,

elevação do preço das terras forte especulação do Brasil nos

mercados mundiais de produtos primários,

grilagem ou acaparação das terras e das estruturas produtivas típicas dos camponeses pobres e povos indígenas.

Page 25: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Conflito AgrárioConflito Agrário

Page 26: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Os Relatórios Anuais da CPT e do CIMI (2012), informam sobre o aumento do conflito agrário em relação à disputa pela terra dos camponeses e povos indígenas.

Esse conflito é agravado pela omissão tácita ou explícita dos organismos governamentais encarregados da política fundiária.

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Os diferentes clamores

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O Clamor dos O Clamor dos Povos Povos

IndígenasIndígenas

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Processo contínuo de invasão desde os tempos coloniais.

Tentativa de articulação e resistência.

Das 1044 áreas existentes, 405 foram regularizadas – 639 em processo de demarcação

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0

50

100

150

200

250

300

350

400

Situação das Áreas Indígenas

Declaradas

Identificadas

A Identificar

Sem Providência

Reservadas/ dominais

Com Restrição

Fonte: CIMI, 23/12/2012.

Page 31: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Dificuldades no Legislativo e Dificuldades no Legislativo e ExecutivoExecutivo

Pec 215 – congresso define competência para demarcações;

Executivo: antes da demarcação deve-se ouvir o Ministério de Minas e Energia.

Portaria 303 – condicionantes para a demarcação.

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O Clamor do O Clamor do QuilombolasQuilombolas

Page 33: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI
Page 34: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

O documento “Igreja e Problemas da Terra”, de 1980, apesar de seu grito profético, ainda não explicitava a situação das comunidades quilombolas presentes no nosso país. Constituição de 1988 assegura este direito.

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Hoje somente 111 das 2.847 comunidades quilombolas existentes no Brasil são tituladas, beneficiando 11.588 famílias.

Terras cobiçadas por diferentes tipos de empreendimentos: fazendas, mineração, turismo...

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Distribuição das Comunidades Distribuição das Comunidades QuilombolasQuilombolas

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O Clamor O Clamor dos Sem-dos Sem-

Terra e dos Terra e dos AssentadosAssentados

Junior
Tenho umas fotos que tirei do acampamento aqui de Passo Fundo......até poderia citar e mostar a foto!
Junior
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Desde 2010, segundo dados oficiais, o Programa de Assentamentos vem sendo abandonado, cuidando apenas de repor famílias em projetos pré-existentes.

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DesaceleraçãoDesaceleração

Page 40: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Fonte: (INCRA-SIPRA) dados básicos – Elaboração IPEA – CF. Políticas Sociais – Acompanhamento e Análise nº 20 – edição 2012 – p. 271.

Page 41: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A desaceleração do Programa de Assentamentos é apenas sintoma da paralisia da Reforma Agrária.

O real abandono da Reforma já se dera antes, pela não aplicação sistemática da regra constitucional de cumprimento da função social da propriedade, Artigo 186 da CF, como, também, da Lei Agrária de nº 8.629/1993.

Page 42: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

O Clamor O Clamor dos dos RibeirinhoRibeirinhos e s e PescadorePescadoress

Page 43: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Outra situação de opressão é a vivida pelos ribeirinhos, sobretudo da Amazônia, e pelos pescadores e pescadoras artesanais.

Tem um modo de viver e de lidar com a natureza, próprio que é ameaçado pleo avanço na suas áreas.

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Pesca Artesanal: Pesca Artesanal: Mais do que uma Mais do que uma profissão, é um profissão, é um jeito de viver, de jeito de viver, de se relacionar com se relacionar com a natureza a natureza

Page 45: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

O Clamor O Clamor dos dos

Produtores Produtores FamiliaresFamiliares

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Em 2006 os agricultores familiares ganharam status legal de categoria socioeconômica merecedora de política própria, por meio da Lei 11.328.

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Esse reconhecimento legal justifica outros conceitos legais anteriores...

Propriedade Familiar - Lei 4.504/64.

Regime de Economia Familiar - Lei Complementar 11/71.

Pequena Propriedade - Lei 8.629/93.

Page 48: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Atualmente, segundo os dados censitários mais recentes, são observadas melhoras na distribuição da renda monetária rural.

Contudo observa-se também o recrudescimento da distribuição da produção, em fase de maior concentração.

Junior
Pela leitura que fiz do documento o clamor dos agricultores está "magrinho", acredito que se poderia colocar por exemplo o drama da sucessão rural familair, da lógica do grande que gira no pequeno produtor....a problemática dos agrotóxicos nas pequenas propriedades.....embora o documento não fale de forma direta considero interessante dar uma atenção especial, pois estarão presentes muitos agricultores nessa reunião do conselho. É bom fortalcer isso pois o clima está tenso com relação aos acamapemntos indigenas......e pelo fato de haver maior descrição dos problemas dos indios, quilombolas e sem terra..poderão surgir algumas reclamações no dia.......sugiro que acrescentemos algo aqui de nossa região.....o que acha?
Page 49: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

O Clamor O Clamor das das

CidadesCidades

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O atual processo de concentração demográfica esvazia municípios com menos de 50 mil habitantes, que correspondem a cerca de 30% da população total.

Esses princípios são diretamente afetados pelas condições de vida e trabalho no meio rural.

Page 51: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

O Grito dos O Grito dos AssalariadoAssalariado

s s e dos e dos

TrabalhadorTrabalhadores es

em Situação em Situação Análoga à Análoga à EscravidãoEscravidão

Page 52: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Outro Grito que sobe aos céus é o dos homens e mulheres assalariados no campo, e que no seu trabalho são submetidos a condições degradantes, análogas ao trabalho escravo.

Page 53: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Os Os Clamores Clamores da Terrada Terra

Page 54: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Os sinais emitidos pela própria natureza e uma nova leitura científica do nosso planeta mostram que a Terra tem suas próprias leis, que precisa de determinada cobertura vegetal para seu metabolismo, e que o regime das águas depende da vegetação.

Page 55: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A expansão agrícola, sob a hegemonia do capital financeiro e do lucro, levou para o campo o modo industrial de produção, substituindo as policulturas pelas monoculturas.

Page 56: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Surgem desertos verdes, numa veloz destruição da fauna e da flora locais, levando à extinção de diversas espécies e afetando toda a biodiversidade existente.

Page 57: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Outras Dificuldades Outras Dificuldades Uso de agrotóxicos: Mais de 1,0

bilhão de litros de agrotóxicos são despejados anualmente sobre os solos brasileiros – risco para os mananciais.

Segurança alimentar – produção agrícola não voltada para a produção de alimentos a baixo custo mas para agro combustíveis e produtos de exportação.

Page 58: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

2 –2 – A Nova Expansão A Nova Expansão Primário-Exportadora, Primário-Exportadora,

Suas Implicações Sociais Suas Implicações Sociais e os Rumos da e os Rumos da

Agricultura Familiar.Agricultura Familiar.

Page 59: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Consequências Consequências Aprofunda a dependência externa pela

exportação de produtos primários: petróleo, minerais e produtos agropecuários;

Distorções no sistema agrário, tais como: a) concentração de riqueza fundiária; b) exploração extrema dos recursos naturais; c) desocupação relativa e superexploração do trabalho assalariado

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Consequências Consequências Concentração e valorização fundiária;Fortalecimento do setor bancário –

injeção de dinheiro;Inflação do mercado de terras e

avanço sobre os biomas;Aumento da grilagem de terras: 310

milhões de hectares não registrados – terras publicas – deveriam ser destinadas a Reforma Agrária.

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Trabalho Escravo Rural Trabalho Escravo Rural

Page 62: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A submissão de trabalhadores rurais a condições análogas à de escravo, segundo conceito legal definido pelo Art. 149 do Código Penal.

Pec 438/2001 aprovada no Senado – resta acordar a definição do que é trabalho escravo contemporâneo.

Page 63: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Entre 2003 e 2011, segundo os dados oficiais do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, foram resgatados 34,7 mil trabalhadores em condições análogas à de escravo.

Page 64: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

33 - Sinais de - Sinais de Esperança – Esperança – Os Projetos Os Projetos Alternativos Alternativos

em em Gestação Gestação

Page 65: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Sinais de EsperançaSinais de EsperançaRedespertar de esperanças,

motivações e articulações políticas, tendo em vista construir caminho alternativo.

Organização dos agricultores em vista de desenvolvimento rural sustentável e solidário”.

Agenda comum em quatro pontos:

Page 66: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Sinais de EsperançaSinais de Esperança 1-Produção diversificada

de alimentos saudáveis com vistas a uma política de soberania e segurança alimentar;

2-Capacitação para utilização de métodos e técnicas agroecológicas compatíveis com meio ambiente sustentável;

Page 67: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Sinais de EsperançaSinais de Esperança 3-Utilização do trabalho familiar e de

formas de cooperação interfamiliar como principal relação de trabalho na produção;

4-Defesa dos direitos à “terra de trabalho” e reivindicação para acesso a mercados institucionais direcionados aos produtores familiares.

Page 68: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

SEGUNDA PARTESEGUNDA PARTE

Page 69: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Nosso Olhar de Pastores Nosso Olhar de Pastores Sobre a Atual Questão Sobre a Atual Questão AgráriaAgrária

“Tomei conhecimento dos sofrimentos de meu povo, desci para libertá-lo e

fazê-lo sair para uma terra boa e espaçosa”.

(cf. Ex 3,7-8)

- 2ª Parte -

Page 70: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A Posse e Uso da TerraA Posse e Uso da Terra à Luz da Palavra de Deus e à Luz da Palavra de Deus e dos Ensinamentos da Igrejados Ensinamentos da Igreja

Page 71: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Presença de Deus na história do povo – fidelidade à aliança;

É o Deus que vê, ouve e conhece as angustias e os sofrimentos dos oprimidos;

Desce para libertá-los e envia os profetas para a mesma missão;

Bispos sentem-se convocados a serem ouvintes deste clamor – serem operadores de vida e liberdade.

Page 72: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Principio: “natureza profunda da criação é ser um dom de Deus ao ser humano, um dom para todos, e Deus quer que assim permaneça. Por isso, sua primeira ordem manda conservar a terra em sua natureza de dom e benção, e não a transformar, pelo contrário, em instrumento de poder ou em motivo de divisão”.

Page 73: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Cultivar e guardar o jardim onde fora criado é primeira determinação de Deus ao ser humano (G, 2,15)

Page 74: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Terra como, Terra como, Dom, Promessa Dom, Promessa e Herançae Herança

Page 75: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A terra, promessa de Deus (Gn 12, 1-7), não pode ser profanada.

É dom de Deus e como tal está a serviço da vida.

Legislação do Jubileu – validar o principio essencial.

A terra que é recebida em herança, para usufruir seus frutos, e deve ser deixada em herança – de geração em geração

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Deus Criador e LibertadorDeus Criador e Libertador

Page 77: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Em nenhum momento a Sagrada Escritura separa a fé no Deus criador da fé no Deus libertador.

Ele, ao longo da história, continua eternamente fiel, ao lado dos pequeninos e dos últimos, com seu poder de vida.

Page 78: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Duas certezas que animaram e continuam animando a resistência dos pobres.bondade previdente do Pai, fonte de vida e de alegria para seu povo (Sl 65, 10-14; 68, 9-10; 104, 1-35), garante o direito e a justiça para sempre (Sl 89, 11-14; 96, 10-13; 98, 7-9; 136, 1-14;

147, 6-9).

Page 79: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A Prática de A Prática de Jesus de NazaréJesus de Nazaré

Page 80: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A prática de Jesus de Nazaré é o indicativo de como se enfrentam os desafios que se colocam para a Igreja nos tempos atuais.

Logo no início de sua vida pública, Jesus define sua missão referindo-se ao profeta Isaías:

Page 81: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu para a anunciar a Boa Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e proclamar um ano aceito da parte do Senhor.” (Lc 4, 18-19)

Page 82: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Concílio Vaticano II - Dialogar Concílio Vaticano II - Dialogar Onde Estão Acontecendo Onde Estão Acontecendo

Gritos da História HumanaGritos da História Humana

Page 83: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

“As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo – GS 1

Page 84: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Posicionamento PastoralPosicionamento Pastoral

Page 85: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Urge a nós, pastores, e a todos nós discípulos e discípulas de Jesus Cristo assumir o nosso compromisso profético diante dos novos desafios.

Trata-se de anunciar a Palavra da Vida e a urgência de transformar a situação dos que sofrem as consequências da hegemonia do capital financeiro, materializado nas políticas que privilegiam o agronegócio em expansão pelo País.

Page 86: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Documento de Santo Documento de Santo DomingoDomingo

Page 87: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

“Os cristãos, como integrantes da sociedade, não estão isentos de responsabilidade em relação aos modelos de desenvolvimento que provocaram os atuais desastres ambientais e sociais”.

Não pode ser um desenvolvimento que privilegie minorias em detrimento das grandes maiorias empobrecidas do mundo”.

Page 88: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Documento de AparecidaDocumento de Aparecida

Page 89: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

“Contemplar os rostos daqueles que sofrem”.

Entre eles estão as comunidades indígenas e afro-americanas, desempregados, migrantes, deslocados, agricultores sem-terra.

Os excluídos não são apenas explorados, mas supérfluos”.

Page 90: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Campanha da Fraternidade de 1986

Page 91: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Novos Céus e Nova TerraNovos Céus e Nova Terra

Page 92: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

No meio das dolorosas contradições da histórias, o caminho do povo terá sempre como horizonte os “novos céus e a nova terra” (Is 65,17; 66,22), a serem buscados e construídos com força, sempre presente, do sopro vivificador do Espírito de Deus que “renova a face da terra” (Sl 104,30).

Page 93: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

22 –– Afirmando Critérios Afirmando Critérios PastoraisPastorais

Page 94: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

O Princípio da destinação universal dos bens - questiona radicalmente o direito de propriedade absoluta.

O processo de concentração de terra é julgado um escândalo, porque está em nítido contraste com a vontade e desígnio salvífico de Deus,

Page 95: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A Atual EconomiaA Atual Economia

Page 96: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A expansão do agronegócio – risco à Função Social da terra e do seu uso e, consequentemente, a destinação universal dos bens da natureza.

Esta economia mata. Hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, em que o poderoso engole o mais fraco” – EG 55-56

Page 97: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

33 –– O Princípio da Função O Princípio da Função Social da Propriedade Rural e Social da Propriedade Rural e

sua Aplicaçãosua Aplicação

Page 98: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Lacuna da não regulamentação da lei Agrária para o exercício legítimo do direito de propriedade rural no Brasil.

O exercício do direito de propriedade se reduz à órbita estritamente privada e mercantil – remete o sistema fundiário às regras vigentes a partir da Lei de Terras de 1850

Page 99: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

O Artigo 186 explicita que:O Artigo 186 explicita que:

Page 100: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

“A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I.Aproveitamento racional e adequado;II.Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;III.Observância das disposições que regulam as relações de trabalho;IV.Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores”.

Page 101: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

No entanto...No entanto...

Page 102: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

A Lei Agrária vigente restringiu-se a regulamentar apenas o tópico I -Aproveitamento racional e adequado – definindo conceitos específicos de “Grau de Utilização” e “Grau de Eficiência”, que deveriam ser atualizados pelo menos decenalmente (periodicidade dos Censos Agropecuários), mas não o são desde 1975.

Page 103: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

TERCEIRA PARTETERCEIRA PARTE

Page 104: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Nossos Compromissos Nossos Compromissos PastoraisPastorais

“E agora, vai. Eu te envio”. (cf. Ex 3,10)

- 3ª Parte -

Page 105: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

11 –– Ação Evangelizadora e Ação Evangelizadora e Compromisso SocialCompromisso Social

Page 106: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

“a posse e o uso dos bens da Igreja devem ter uma destinação social e pastoral, evitando a especulação imobiliária e respeitando os direitos dos que trabalham na terra”. Demanda disso a tarefa de:

Page 107: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Destinar as terras que eventualmente as Igrejas possuam, e que não sejam necessárias ao exercício de sua missão, para atender a finalidades sociais, facilitando sua desapropriação para fins de Reforma Agrária;

Denunciar as situações abertamente injustas e as violências que se cometem, e combater as causas geradoras de tais violência;

Page 108: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Apoiar as justas iniciativas e organizações dos trabalhadores, colocando nossas forças e nossos meios a serviço de sua causa;

Cuidar para não substituir as iniciativas do povo, estimulando a participação consciente e crítica em suas organizações, objetivando a defesa dos interesses dos trabalhadores;

Page 109: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Apoiar os esforços do homem do campo por uma autêntica Reforma Agrária, valorizando e defendendo a propriedade familiar, as posses e a propriedade tribal dos povos indígenas e a posse coletiva dos povos quilombolas;

Apoiar a mobilização dos trabalhadores para exigir a aplicação e/ou reformulação das leis existentes, bem como para conquistar uma política agrária, trabalhista e previdenciária que atenda aos anseios da população.

Page 110: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Nossa Posição em Relação ao Nossa Posição em Relação ao LatifúndioLatifúndio

Page 111: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

É imperativo ético, social, econômico e ambiental a luta pela posse da terra e seus bens naturais como forma de erradicar a pobreza.

Propriedade mantida como fonte de especulação e exploração não é legítima;

É inaceitável especular sobre a terra e sobre os alimentos.

O latifúndio deve ter limites.

Page 112: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Nossa Posição em Relação ao Nossa Posição em Relação ao Trabalho EscravoTrabalho Escravo

Page 113: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Acabar com os maus tratos a terra e aos que nela trabalham;

Page 114: A Igreja e a Questão Agrária Brasileira  no Início do Século XXI

Reforma agrária é urgente como mecanismo para acabar com o crime do trabalho escravo;

O crime do trabalho escravo deveria ser julgado em âmbito federal – fugindo das pressões locais;

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Nossa Posição em Relação à Nossa Posição em Relação à Defesa da NaturezaDefesa da Natureza

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É preciso assumir como um dos conteúdos da evangelização e da catequese o sentido teológico da relação com a terra como fonte de vida;

Favorecer atitudes que superem a relação de propriedade exclusiva e de seu uso agressivo, estimulando a vivência da convicção de que tudo esteja a serviço da vida.

Sejamos guardiões da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro e da natureza...EG 215

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CC. Nossa . Nossa Posição em Posição em Relação aos Relação aos Cuidados com Cuidados com a Águaa Água

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o Condenar como crime todas as formas de privatização com fins de reserva de mercado e comércio da água, seja por empresas nacionais, seja por empresas transnacionais.

o Assumir como urgentes as iniciativas que visem a aprofundar a consciência em relação aos cuidados com a água.

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Nossa Posição em Relação à Nossa Posição em Relação à Produção de EnergiaProdução de Energia

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É necessário priorizar políticas públicas na direção do melhor aproveitamento da energia solar, eólica e de outras formas de energia, como biogás e a biomassa, levando em conta o cuidado com o meio ambiente e as comunidades.

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22 –– Nossa Nossa Palavra de Palavra de PastoresPastores

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–– Aos Povos da Terra, das Aos Povos da Terra, das Águas e das FlorestasÁguas e das Florestas

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o Fortalecer a resistência contra todas as formas de violência que atingem a vida dos trabalhadores e trabalhadoras e suas famílias.

o Denunciar as arbitrariedades dos órgãos de segurança pública; o desvio dos recursos públicos; os abusos dos latifundiários e suas milícias privadas.

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Aos Empreendedores e Aos Empreendedores e Administradores do Bem Administradores do Bem

ComumComum

o Desenvolvimento econômico se realize de modo gradual e harmônico entre todos os setores produtivos;

o Setor agrícola ouse assim com o setor industrial e de serviços;

o Investir na formação para o trabalho agrícola;

o Investir no financiamento das produções da agricultura familiar e dos assentamentos.

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Ao pode Executivo Ao pode Executivo Limitar o tamanho da propriedade –

referencia ao cumprimento da função social;

Cumprir o que indica a Constituição sobre as Terra indígenas – o mesmo vale para as terras quilombolas;

Cuidado especial no que refere-se a ocupação da Amazônia:

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Do Congresso Nacional Espera-Do Congresso Nacional Espera-se:se:

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Revisão da legislação penal e sua aplicação para deixar impunes os grileiros de terras públicas;

Mudanças no Código de Processo Civil, para que os conflitos possessórios por causa de imóveis rurais não seja mais resolvidos através de sentenças liminares, sem ouvir todas as partes e sem que seja verificada in loco a função social da terra;

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Efetivação da legislação quanto aos trabalhadores submetidos à condição análoga à de escravo – artigo 149 do codigo penal;

Realização de uma auditoria que permita à nação brasileira identificar e retomar os maiores latifúndios grilados e, de maneira especial, as terras ocupadas por pessoas físicas e/ou estrangeiras;

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Instalação, em regime de urgência, da comissão mista que deve fazer a revisão de todas as terras públicas doadas, vendidas ou concedidas entre 1º de janeiro de 1962 e de 31 de dezembro de 1987, com superfície superior a 3.000 hectares.

Revisão da legislação hídrica brasileira, conforme pediu o abaixo-assinado da Campanha da Fraternidade da CNBB de 2004, reconhecendo a água como direito fundamental da pessoa humana;

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Aprovação do PL, em tramitação pela Câmara dos Deputados, que determina a imissão imediata do INCRA na posse dos imóveis desapropriados para fins de Reforma Agrária, seguindo os critérios legais

Aprovação de PL que inclua o tamanho do imóvel entre as causas justificativas de desapropriação.

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2.52.5 – – Ao Poder Judiciário e ao Ao Poder Judiciário e ao Ministério PúblicoMinistério Público

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É urgente que os crimes de assassinato no conflito entre grandes e pequenos agricultores e os crimes de trabalho escravo sejam julgados em esfera federal.

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Na Esperança de “Novos Na Esperança de “Novos Céus e Nova Terra”Céus e Nova Terra”

- Conclusão -

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Conscientes de nossos limites e desafios, apesar da firmeza de nossas decisões, convocamos todos os seguidores e seguidoras de Jesus Cristo, bem como todas as pessoas com sentimentos humanísticos e comprometidas com valores éticos, a que nos fortaleçamos uns aos outros, unindo-nos numa grande corrente para sermos fiéis a novas relações e cuidados com a terra e com toda a natureza.

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“Ai dos que viveis juntando casas e mais casas, emendando terreno

com terreno, até não sobrar espaço para mais ninguém”. (Is 5,8)

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“buscando uma terra sem males, sem violência, sem dores ou

lagrimas (Ap 21, 1ss), esperamos, de acordo com sua promessa, novos

céus e nova terra, nos quais habitará a justiça (2Pd 3,13)