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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Comunicação Social A linguagem do Jornalismo Científico para web: análise e experimentação de linguagem multimídia Amanda Chevtchouk Jurno Belo Horizonte 2013

A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Comunicação Social

A linguagem do Jornalismo Científico para web: análise e experimentação de linguagem multimídia

Amanda Chevtchouk Jurno

Belo Horizonte

2013

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Amanda Chevtchouk Jurno

A linguagem do Jornalismo Científico para web: análise e experimentação de linguagem multimídia

Projeto experimental apresentado ao

curso de Comunicação Social da

Universidade Federal de Minas Gerais,

como requisito parcial à obtenção do

título de bacharel em Comunicação

Social.

Orientadora: Prof. Geane Alzamora

Coorientador: Prof. Yurij Castelfranchi

Belo Horizonte 2013

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Resumo Este projeto experimental de conclusão de curso objetiva analisar como o Jornalismo Científico (JC) brasileiro tem sido construído no ambiente digital e propor uma experimentação de linguagem a partir do que foi observado na análise. Para a realização do trabalho, buscou-se entender como o jornalismo tem sido construído ao longo das décadas e como esse JC, consolidado no ambiente impresso, tem sido apresentado na mídia. Após a leitura bibliográfica, escolheu-se critérios de análise que seriam aplicados no corpus da pesquisa. O material de análise foi coletado em dois portais: o site do Jornal Folha de São Paulo e o site da Revista Época, entre os dias 01/01/2012 e 30/09/2012. As reportagens selecionadas tratam de dois assuntos científicos: a descoberta do Bóson de Higgs e a Missão Curiosity em Marte. Após a análise qualitativa dessas postagens, propôs-se uma experimentação de linguagem webjornalísitca, com base nas lacunas observadas nos dois veículos.

Palavras–chave: jornalismo científico, webjornalismo, experimentação de linguagem, Bóson de Higgs, Missão Curiosity, Folha Online, Revista Época.

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SUMÁRIO

1- Introdução ..........................................................................................................................05

2- Jornalismo científico: características e especificidades................................................07 2.1- Características do relato jornalístico ...........................................................................................09

2.2- Especificidades da reportagem científica.....................................................................................10

3- Jornalismo online: uma rede de possibilidades na .......................................................12

divulgação da ciência 3.1- A configuração webjornalística do relato noticioso .....................................................................14

3.2- Especificidades do jornalismo científico online............................................................................16 4- Análise comparativa: O Jornalismo Científico nas versões

online do jornal Folha de São Paulo e da Revista Época .............................................19 4.1. Aspectos metodológicos .............................................................................................................19

4.2. Resultados da análise .................................................................................................................21 4.2.1. Bóson de Higgs ..............................................................................................................................26

4.2.2. Missão Curiosity ............................................................................................................................34

5- Proposta de experimentação ............................................................................................41 5.1. Bóson de Higgs............................................................................................................................41 5.1.1. Pauta...............................................................................................................................................42

5.1.2. Relatório de apuração.....................................................................................................................42

5.1.3. Experimentação..............................................................................................................................43

5.2. Missão Curiosity...........................................................................................................................43 5.2.1 Pauta................................................................................................................................................44

5.2.2. Relatório de apuração.....................................................................................................................44

5.2.3. Experimentação..............................................................................................................................45

6- Considerações finais .........................................................................................................46

7- Referências Bibliográficas.................................................................................................48

ANEXOS...............................................................................................................................51

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1. INTRODUÇÃO O presente trabalho pretende analisar como o jornalismo científico tem sido

construído, em particular na internet, e se o que se vê publicado na mídia brasileira

coincide com o que os teóricos sugerem e defendem na bibliografia acadêmica.

Escolheu-se trabalhar com o ambiente digital devido à disseminação

crescente de produção jornalística na internet. Pensando nisso, escolheu-se

trabalhar com esse meio que possui alcance abrangente, conteúdos gratuitos e

pode constituir-se como uma importante ferramenta de acesso a temas

relacionados à ciência.

O presente trabalho objetiva analisar como os produtores de Jornalismo

Científico (JC) têm construído seus relatos no ambiente digital visando a

disseminação do conhecimento científico. Questiona-se o que caracteriza o JC,

especificamente no ambiente online, considerando o percurso histórico da

atividade, consolidado no âmbito do jornalismo impresso, e as especificidades de

linguagem do jornalismo online.

Para isso, realizou-se uma análise comparativa de dois sites de veículos

impressos: o portal de notícias do jornal Folha de São Paulo – a Folha Online – e o

site da Revista Época. Ambos apresentam cobertura de ciência e apresentaram

conteúdo significativo dos temas selecionados para a análise dentre os outros sites

em que se realizou a triagem. Em uma pesquisa prévia do tema, observou-se

cobertura significativa nos portais de notícia (como o UOL, o Globo.com, o

Estadão.com). Porém, considerou-se que seria mais interessante analisar veículos

de natureza diferente (uma revista semanal e um jornal diário) por se tratar de

linguagem diferenciada no ambiente impresso, mas coincidentes no ambiente

digital. A Época trabalha com uma linguagem para revista, de periodicidade

semanal e a Folha para o jornal impresso diário, mas na internet usam a linguagem

digital. Dentre os portais, escolheu-se a Folha Online devido à editoria

especializada de ciência e a Revista Época por possuir um site mais completo e de

melhor navegação – em comparação com os outros veículos observados na fase

da pesquisa exploratória da questão.

Os temas escolhidos nos dois periódicos foram a descoberta do Bóson de

Higgs e a missão Curiosity em Marte, primeiro por serem temas em voga na época

em que o trabalho foi pensado e, segundo, por se tratarem de temas referentes

acontecimentos com cobertura estendida (desdobramentos e factualidades). O

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período de análise escolhido foi o ano de 2012 até a data de compilação das

postagens – 01 de outubro. Portanto, foram reunidas publicações do dia 01/01 ao

dia 30/09 de 2012.

Além de mostrar como esses veículos têm trabalhado a ciência em seus

sites, a análise serviu de base para duas experimentações. A partir do que foi

observado– tanto no âmbito do jornalismo, quanto nas dimensões científicas e

tecnológicas (internet) do relato webjornalístico pesquisado, produziram-se duas

reportagens – uma sobre cada tema investigado – buscando experimentar

aspectos da linguagem multimídia no jornalismo científico.

As experimentações foram publicadas no site1 do Projeto de Ensino do

Departamento de Comunicação da UFMG, LABCON (Laboratório de

Convergência)2, do qual sou bolsista.

                                                                                                               1  www.ufmg.br/cedecom/labcon    2  Iniciativa que objetiva “investigar e experimentar modalidades contemporâneas de 2  Iniciativa que objetiva “investigar e experimentar modalidades contemporâneas de produção jornalística em contextos de convergência intermidiática, com base em reflexões acerca da linguagem e dos parâmetros editoriais em ambientes de interseção entre as lógicas transmissiva e colaborativa de comunicação”.  

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2. JORNALISMO CIENTÍFICO: CARACTERÍSTICAS E ESPECIFICIDADES

Apesar de haver uma grande discussão acadêmica a respeito da prática do

jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos,

ainda existem problemas quanto ao entendimento da função do jornalista de

ciência. Trata-se de uma função que não é apenas de jornalista, nem apenas de

divulgador.

De acordo com a Federação Mundial de Jornalismo Científico “o jornalista

científico é um crítico da ciência. Ser um crítico significa fazer perguntas e

examinar, selecionar, descrever, verificar e explicar fatos científicos de modo a

descobrir o que está faltando e comentar as descobertas” (WORLD FEDERATION

OF SCIENCE JOURNALISTS, 2009, p 99).

Dúvida comum entre os próprios jornalistas da área, a instituição chama a

atenção para a diferença entre os jornalistas e os demais divulgadores científicos.

“A divulgação científica inclui as várias estratégias usadas para promover a ciência

para o público. Seu propósito é educar, aumentar a consciência e apoiar a ciência.

(...) Um jornalista científico, por outro lado, quer levar a ciência aos cidadãos e

ajudá-los a se beneficiar da ciência.” (WORLD FEDERATION OF SCIENCE

JOURNALISTS, 2009, p.99).

Portanto, o JC se enquadra no campo dos jornalismos especializados e

apresenta características gerais da profissão, assim como suas especificidades.

Neste capítulo, espera-se conseguir explicar o que é e o que se espera de uma

produção jornalística científica.

2.1- Características do relato jornalístico O modo de fazer jornalístico caracteriza-se por alguns pontos que podem ser

considerados comuns aos produtos dessa área do conhecimento.

Um deles é o chamado lead jornalístico. O surgimento do lead se deu nos

finais do século XIX, início do século XX3e a explicação para sua popularização tem

duas vertentes. Uma está ligada à constituição das sociedades modernas e outra

ao surgimento e elevado preço das transmissões via telégrafo. Com a função de

                                                                                                               3 Ver SHUDSON, Michael (2010) e LAGE, Nilson (2008).

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tornar o acontecimento mais rápida e facilmente apreendido, surge a fórmula “o

quê, quem, quando, onde e porquê”.

A pirâmide invertida (GENRO FILHO, 1987) – nome dado ao “formato” das

matérias jornalísticas – também ajuda os leitores a apreender as informações

essenciais de modo mais rápido. Seu surgimento pode ser relacionado à limitação

do espaço dedicado à impressão das notícias. Segundo essa lógica, o jornalista

organiza o texto de forma que as informações mais importantes estejam nos

primeiros parágrafos, de forma decrescente. Assim, os últimos parágrafos

compõem-se de informações consideradas pouco importantes ou apenas

complementares à notícia e que poderiam, desse modo, ser descartadas caso o

leitor não tenha tempo ou interesse em aprofundar sua leitura ou mesmo editadas,

em função de espaço pequeno nos jornais.

Outra expectativa quanto às matérias jornalísticas é em relação à veracidade

dos fatos. De acordo com Nelson Traquina (2012, pag 132) “ser jornalista implica a

partilha de um ethos que tem sido afirmado há mais de 150 anos”, assim como crer

em valores como liberdade e objetividade. Essa liberdade – independência e

autonomia profissional – garante a credibilidade dos jornalistas que, em teoria,

buscam constantemente verificar os fatos e avaliar as fontes de informação. “Existe

uma relação simbiótica entre o jornalismo e a democracia em que o conceito de

liberdade está no núcleo da relação”. (TRAQUINA, 2012, pag. 133).

Esses profissionais da notícia também são reconhecidos por valorizarem a

objetividade na apuração jornalística. Essa perspectiva jornalística deve sua

importância, segundo Traquina (2012), a uma resposta social à propaganda na

Primeira Guerra Mundial e ao surgimento dos profissionais de Relações Públicas.

Ele afirma, ainda, que a objetividade não é uma negação da subjetividade, “mas

uma série de procedimentos que os membros da comunidade interpretativa utilizam

para assegurar uma credibilidade como parte não-interessada e se protegerem

contra eventuais críticas ao seu trabalho” (TRAQUINA, 2012, pag 141).

Objetividade e liberdade profissional garantem a credibilidade nas notícias

jornalísticas.

A discussão em torno da objetividade jornalística está presente nas obras de

diversos autores 4 e está longe de ser consenso na área. No jornalismo

                                                                                                               4 Para citar alguns: Nilson Lage (2008), Miquel Rodrigo Alsina (2009), Michael Shudson (2010).

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contemporâneo essa discussão ainda existe, questionando-se o papel da

objetividade. Na obra “A Construção da Notícia”, Miquel Rodrigo Alsina – que parte

de um contexto estadunidense – afirma que a busca pela objetividade pode ser

considerada resultado do pensamento moderno racional. Impossível de ser

plenamente atingida, segundo ele, a objetividade seria um ideal a ser parcialmente

alcançado. (ALSINA, 2009). Dessa forma, acredita-se que o relato nunca é

completamente fiel à realidade, mas que o jornalista deve tentar aproximar-se ao

máximo dela, segundo o autor.

Apresentar várias versões dos fatos, diferenciar opinião de informação,

apresentar dados comprovativos. Essas são algumas atitudes que ajudam o

jornalista a tornar seu relato mais objetivo. Porém, apesar desses cuidados, a

subjetividade permeia as escolhas do repórter, por exemplo, em relação à escolha

de quais fontes irá entrevistar e até mesmo qual o recorte que dará ao fato que

observa. Por fim, a subjetividade está presente na escolha de quais fatos serão

noticiados pelo veículo, limitada, porém, tanto pelos critérios de noticiabilidade, que

delineiam a cultura jornalística, quanto pelas diretrizes editoriais de cada veículo.

Segundo Nelson Traquina (2008), os critérios de noticiabilidade (ou valores-

notícia) são divididos entre aqueles que se referem à seleção dos fatos que serão

noticiados e aos elementos que delinearão a construção da notícia. São os valores

de seleção – que se subdividem em substantivos e contextuais – e os valores de

construção.

Os valores-notícia de seleção referem-se aos critérios que os jornalistas

utilizam na seleção dos fatos que serão reportados. Eles se dividem em dois

critérios: substantivos (relativos à avaliação direta do acontecimento) e contextuais

(relativos ao contexto e possibilidades de produção das notícias). Veja quadro

abaixo.

Critérios Substantivos Critérios Contextuais Morte Tempo Disponibilidade

Notoriedade Notabilidade Equilíbrio

Proximidade Inesperado Visualidade

Relevância Escândalo Concorrência

Novidade Infração Dia noticioso

Controvérsia ou conflito

Fonte: TRAQUINA (2008).

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Já os valores-notícia de construção são critérios de seleção dos elementos,

dentro do acontecimento, dignos de serem incluídos na elaboração da notícia. São

eles: simplificação, amplificação, relevância, personalização, dramatização e

consonância.

Vale ressaltar também que a subjetividade não está só na escolha do fato que

será noticiado, mas também do tempo (ou espaço) e trabalho (busca de

informações, análise) que lhe será dedicado, como lembrado por Mauro Wolf

(2001) em seu livro “Teorias da Comunicação”.

2.2- Especificidades da reportagem científica

Como qualquer outro jornalismo especializado, a linguagem do JC deve ser

diferenciada e exige alguns cuidados do profissional que se dispõe a trabalhar com

ela. Conforme Bruno Latour (2000), falar sobre ciência não é fácil, porque ela “é

planejada para alijar logo de cara a maioria das pessoas. Não espanta que

professores, jornalistas e divulgadores encontremos tanta dificuldade quando

tentamos trazer de volta os leitores excluídos” (LATOUR, 2000, pag 88).

Falar de ciência é falar também de política, uma vez que esses temas

estão – quase sempre - interligados5 . Dessa forma, a escolha e a consulta das

fontes também podem ser consideradas políticas. Justamente por ser um assunto

ligado a conhecimentos específicos, em se tratando de ciência, não é necessário

apresentar com o mesmo peso as várias versões de um fato. Porém, isso deve ser

feito com responsabilidade crítica e (política) do jornalista, deixando claro para o

leitor essa tomada de posição. Isso porque, a partir do momento que o jornalista

prioriza uma determinada voz, prioriza também aquela linha de pesquisa e outras

questões que vem atreladas a ela.

A tarefa do jornalista de ciência é forjar sínteses, a qual, segundo Ulisses

Capozoli (2002), “exige esforço, determinação e algo que, por um constrangimento

injustificável, quase não se diz: amor ao conhecimento” (CAPOZOLI, 2002, pag

122). Portanto, para escrever sobre ciência é preciso gostar de ciência, em primeiro

lugar.

                                                                                                               5 Ver Bruno Latour, (1994) “Jamais fomos modernos”.

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Em segundo lugar, o profissional deve entender que o seu papel vai além

da tradução da linguagem científica para uma linguagem de leigos. Yurij

Castelfranchi (2007) afirma que não basta informar, “comunicar a ciência

jornalisticamente implica comunicar de forma crítica, situada, contextual, rigorosa”

(CASTELFRANCHI, 2007 p. 17).

Castelfranchi acredita que, além de comunicar fatos científicos, o jornalista

deve entender e tratar do contexto em que a ciência é gerada e usada. Deve ir

além dos números e resultados fantásticos. Bruno Latour (2000) também partilha

dessa visão e defende que os jornalistas devem explicar aos leitores que a ciência

é feita de processos longos. Processos que envolvem uma diversidade enorme de

pessoas e não apenas alguns cientistas dotados de capacidades sobre-humanas.

No campo científico, lida-se com assuntos de conhecimento muito específico

e, geralmente, de difícil visualização e associação. Por isso, não basta apenas

explicar os métodos científicos com uma linguagem simplificada. Espera-se que o

repórter traga o assunto para o cotidiano do leitor e consiga mostrar as possíveis

implicações de uma determinada descoberta científica na vida da população

comum. Uso de metáforas, substituição de termos científicos e comparações com a

vida diária são essenciais em reportagens com esse fim.

O uso de recursos visuais também pode (e deve) ser explorado por esses

jornalistas. Além das imagens, os infográficos auxiliam o entendimento de assuntos

herméticos, como a ciência e são essenciais nesse tipo de reportagem, de acordo

com Tattiana Teixeira (2004). “O uso da infografia é legítimo em todo texto que

pretenda fornecer algum tipo de explicação acerca de um fenômeno ou

acontecimento, mas quase obrigatório quando se trata de cobertura jornalística de

temas ligados à Ciência e Tecnologia, sobretudo para públicos leigos. (p. 168)”

(apud RINALDI, Mayara. 2007, pag 3).

Quando se trata de melhorar a visualização, a internet pode se tornar uma

importante aliada. Os infográficos podem se tornar interativos e serem associados

a vídeos, áudios e animações, de modo a facilitar ainda mais o entendimento do

leitor. Cabe aos jornalistas saber usufruir das possibilidades que ela oferece.

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3. JORNALISMO ONLINE: UMA REDE DE POSSIBILIDADES NA DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA

Os principais limitadores da produção jornalística diária sempre foram o espaço

destinado às reportagens e o tempo de produção visando o deadline (o horário de

exibição do programa, o fechamento da gráfica). Essas limitações podem fazer com

que assuntos que mereçam maior atenção e dedicação (como a ciência, por

exemplo) recebam tratamento superficial e não sejam explorados corretamente nos

veículos de produção diária. Outra situação comum, é ver esses temas

concentrados em produtos jornalísticos de periodicidade maior (como revistas e

programas especializados) que não dão conta da atualização constante em

coberturas factuais.

Temas que carecem de análises mais detalhadas, explicações mais didáticas e

espaço para recursos auxiliares (como os recursos visuais), podem ter na internet a

chave para solução dos seus problemas: atualização constante e com espaço para

mais conteúdo. Mas será que isso tem sido feito?

Com menos restrições de tempo, espaço e formato a internet chega e se

desenvolve em um contexto de mudanças do ofício jornalístico e torna possível

novas trajetórias e práticas, diferentemente do que se conhecia a partir das mídias

tradicionais e a produção jornalística ligada a elas. Mas apesar de, teoricamente,

essas características estruturais não pré-determinarem a produção online, isso não

é o que acontece na realidade. Os jornalistas dos meios digitais continuam

selecionando o que chega até os leitores.

Segundo Mauro Wolf (2001), os valores-notícia e os critérios de

noticiabilidade continuam existindo na realidade dos jornalistas da web que, por

receberem demasiado número de informações diariamente precisam de um

mecanismo que os ajude a filtrar o que é noticiável e exequível. “A principal

exigência é, por conseguinte, rotinizar tal tarefa, de forma a torná-la exequível e

gerível. Os valores/notícia servem, exatamente, para esse fim”. (WOLF, 2001, pag

174).

Os jornalistas das mídias tradicionais (anteriores à popularização da

internet) eram conhecidos pela prerrogativa de selecionar o quê – dentre todas as

informações que chegam às redações diariamente – chegaria até o

leitor/telespectador/ouvinte. O termo utilizado para se referir a esse trabalho é

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Gatekeeper que, segundo Traquina “refere-se à pessoa que toma uma decisão

numa sequência de decisões; [...] o processo de produção da informação é

concebido como uma série de escolhas onde o fluxo de notícias tem de passar por

diversos gates [portões]”. (TRAQUINA, 2012 pag 151-2).

Com o advento da internet, essa realidade alterou-se. Apesar dessa

seleção continuar acontecendo nos meios de comunicação, Axel Bruns (2005)

questiona se é possível continuar chamando os jornalistas de gatekeepers uma vez

que os internautas podem acessar as informações em outros lugares. Porém, ele

salienta que “de alguma forma eles [os jornalistas] performatizam os tradicionais

deveres do gatekeeper de selecionar o suposto material de maior interesse de uma

audiência específica”. (BRUNS, Alex. 2005, p 14). "tradução nossa”.

Bruns parte da discussão de Gatekeeping para propor uma nova

abordagem, na tentativa de classificar os profissionais da era digital –

Gatewatching. O conteito de gatewatcher refere-se a um profissional “selecionador”

das informações que chegarão até o leitor. Uma vez que é possível acessar dados

disponíveis na rede independentemente da mediação jornalística, esse profissional

não detém mais o “poder” de escolher o que chegará aos seus leitores, mas de

selecionar o que considera interessante ou apresentar organizações diferenciadas

de um assunto, com olhar crítico.

Como exemplo, é possível citar o trabalho que os jornalistas científicos

estão fazendo em relação à Missão Curiosity em Marte. A NASA (Administração

Nacional da Aeronáutica e do Espaço) 6 , agência responsável pela Missão,

disponibiliza em seu site todas as imagens, vídeos e atualizações relativas à sonda.

Existe, inclusive, um espaço onde os usuários podem fazer upload de infográficos

criados sobre a Curiosity e que ficam disponíveis para download. A função do

jornalista que se propõe a cobrir esse evento é, portanto, selecionar dentre a gama

de imagens, aquelas que ele considera que “resumem” melhor o assunto. Sua

função é selecionar as informações e organizá-las de forma que o leitor interessado

possa apreender de maneira rápida e completa o que há de novo sobre a Missão.

Vale ressaltar que o trabalho desenvolvido pela NASA faz parte de um

trabalho de marketing que é típico da ciência contemporânea. Assim como a

agência, outras instituições e cientistas têm buscado aumentar a comunicação da

                                                                                                               6 Sigla em inglês de National Aeronautics and Space Administration.

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ciência porque, segundo Castelfranchi (2010) “o apoio da opinião pública é um

ingrediente importante hoje para garantir a contiuidade no financiamento da C&T

[ciência e tecnologia]” (CASTELFRANCHI, 2010, P. 17).

Voltando à questão do papel de um profissional selecionador, é importante

retomar a função do jornalista de ciência de ser crítico e analisador das

informações (ver capítulo 2). A partir do momento que o profissional não é mais o

único a selecionar as informações que chegarão ao público, visto que este também

produz e publica as informações que consome midiaticamente, o seu diferencial

reside na maneira como trata as informações já disponibilizadas na web. Espera-se

desse jornalista, portanto, um posicionamento crítico e um olhar analítico – uma

espécie de mediação que diferencia para o leitor a informação que ele pode

encontrar diretamente no site da NASA, por exemplo.

A disponibilização dessas informações é, por um lado, boa para o

profissional que vê diante de si uma material de trabalho extenso sobre o tema a

ser tratado. Por outro lado, esse também pode ser o problema: por existir uma

diversidade enorme de informações, quanto maior for o repertório científico desse

jornalista, melhor e mais rápida é a solução encontrada por ele. “São necessárias,

portanto, [...] bússolas de qualidade para a informação que já circula. Precisa-se

não só de ‘explicadores’ da ciência, mas também de críticos da

contemporaneidade” (CASTELFRANCHI, 2010, pag 18).

Outra situação enfatiza a importância desse discurso diferenciado do

jornalista científico. Atualmente, a comunicação da ciência não está só centrada em

instituições, como o site da NASA, por exemplo. Cada vez mais veem-se

proliferarem blogs escritos por cientistas, falando diretamente ao público ou grupos

organizados por pacientes com doenças raras, por exemplo, onde há troca de

informações científicas7.

3.1- A configuração webjornalistica do relato noticioso

A importância do jornalismo online reside no fato de facilitar o acesso a todo

tipo de conteúdo, de forma diferenciada e gratuita (quase sempre). Porém, uma vez

                                                                                                               7 Ver CASTELFRANCHI, Yurij. 2010 pag 17.

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que os leitores podem acessar as informações de várias formas, sem a sua

mediação, qual seria a especificidade da mediação jornalística na internet?

Sobre o Jornalismo Online, diz Mike Ward (2002): “Coloque esses dois

fatores juntos – o comprometimento necessário para o leitor permanecer na página

e a liberdade que eles têm de navegar – e você pode perceber que os jornalistas

online e provedores de conteúdo precisam pensar muito em como construir e

apresentar suas narrativas. Esse é um ambiente muito diferente da “velha” mídia

dos jornais, rádios e televisão”. (WARD, 2002, pag 122) “tradução nossa”8.

Axel Bruns (2005) fala sobre dois conceitos: o de news publicizing e o de

news publishing. O primeiro diz respeito a, apenas, uma coletânea realizada pelo

profissional dos assuntos considerados de maior interesse. Já o segundo, por sua

vez, trataria da produção de reportagens completas e estruturadas, ou seja,

diferenciadas. O jornalista seria, portanto, um crítico e organizador das

informações. Uma pessoa que conseguisse dar sentido aos fatos conjugados e

fizesse o leitor permanecer conectado ao seu site, independentemente do mar de

informações disponíveis na web. No caso da ciência, espera-se que os

profissionais realizem, na grande maioria das vezes, o News publishing, explorando

os temas em questão.

Nesse meio, questiona-se a validade da pirâmide invertida. João

Canavilhas (2006) explica que no webjornalismo “a quantidade (e variedade) de

informação disponibilizada é a variável de referência, com a notícia a desenvolver-

se de um nível com menos informação para sucessivos níveis de informação mais

aprofundados e variados sobre o tema em análise”, (CANAVILHAS, 2006, p.13).

Nesse modelo, a representação textual seguiria um formato de pirâmide

deitada, no qual existem quatro níveis (ver imagem abaixo). O primeiro, a unidade

base, responde a Quem, Quando, O quê e Onde lead. O segundo, nível de

explicação, responde ao porquê e ao como. Já no terceiro, nível de

contextualização, oferece-se mais informações sobre cada um dos pontos já

tratados. No quarto e último nível, nível de exploração, o jornalista liga a notícia ao

arquivo da publicação ou a arquivos externos ao site, mas relacionados ao tema.

                                                                                                               8 Put these two factors together – the commitment needed for a reader to stay and the freedom they have to roam – and you can see that online journalists and content providers must think long and hard about how they construct and present their stories. It is a very different environment from the ‘old’ mídia of newspapers, radio and television”. (WARD, 2002 pag 122.)

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  16  

Fonte: CANAVILHAS (2006).

Esse modelo de pirâmide deitada, com o sucessivo aumento do número de

informações, é vital no tratamento de temas de grande complexidade, como a

ciência. O jornalista disponibiliza a análise completa do assunto, mas o leitor é

quem determina até onde deseja ir. Na imagem 2 é possível ver, no esquema que o

autor apresenta, as possibilidades de leitura oferecidas através de links e hiperlinks

no ambiente digital.

Fonte: CANAVILHAS (2006).

3.2- Especificidades do jornalismo científico online

Mike Ward (2002) sugere algumas regras básicas para o jornalista

conseguir conquistar a atenção do público na web: ser sucinto, escrever para

pessoas que leem com caráter exploratório e usar hipertextos para evitar textos

longos.

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  17  

O uso de multimídia auxilia os autores a deixar o relato mais dinâmico e a

manter o leitor interessado no seu produto por mais tempo, além de possibilitarem

apresentar informações difíceis ou impossíveis de serem colocadas na forma de

texto. O uso de hiperlinks, por exemplo – possível apenas no ambiente digital – é

uma opção para satisfazer leitores que queiram se aprofundar mais no assunto.

Indicações de sites especializados, explicativos e ou complementares podem

ajudar o jornalista a construir um texto mais direto e enxuto. Blogs de cientistas

famosos sobre o tema, sites de instituições ou organizações que trabalham na área

ou até mesmo links de matérias mais explicativas (no caso de coberturas factuais)

podem ajudar o jornalista a escrever sobre ciência, por exemplo.

Recursos multimidiáticos como infográficos animados ou estáticos, fotos de

alta resolução tiradas com microscópios e vídeos explicativos, podem facilitar o

entendimento do público. Essas ferramentas podem melhorar a visualização de

assuntos complexos e explicar como funcionam determinados processos, como o

ciclo de Krebs da química, as forças da física ou a fotossíntese da biologia. Cabe

ao jornalista saber explorar esses recursos e usá-los a seu favor (e dos seus

leitores, claro).

O meio digital também oferece canais de interatividade que podem ser

utilizados para sanar dúvidas específicas dos leitores mais ávidos pelo

conhecimento. Lista de comentários, fóruns ou salas de bate-papo, por exemplo,

são opções que podem ser utilizadas pelos profissionais.

Porém, pelo que se tem observado nos portais de notícia, são poucos os

que realmente exploram o meio em que publicam9. Quando há uso de multimídia,

essa quase sempre se constitui de fotografias. No caso da ciência, essas imagens,

algumas vezes, nem chegam a melhorar o entendimento sobre o assunto e se

tornam meramente ilustrativas. O exemplo a seguir foi retirado do site do canal

History Chanel. Trata-se de parte de um infográfico estático, constituído apenas por

imagem e texto, mas que transforma o assunto tratado.

                                                                                                               9 Sobre isso ver artigo publicado na SBPJor, Sociedade Brasileira de Pesquisa em Jornalismo. HERSCOVITZ, Heloiza G. “Características dos portais brasileiros de notícia”. 2009

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  18  

Fonte: History Channel (Acesso no dia 01/12/2012 às 15h00)

Disponível em: http://seuhistory.com/programas/humanidade/infograficos/piramides.html

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  19  

4. ANALISE COMPARATIVA: O JORNALISMO CIENTIFICO NAS VERSÕES ONLINE DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO E NA REVISTA ÉPOCA. 4.1. Aspectos metodológicos

Considerando-se que o jornalismo científico se consolidou no âmbito do

impresso e buscando entender o que caracteriza o JC online, escolheu-se observar

como veículos de tradição impressa apresentam-se no ambiente digital. Foram

analisados o portal de notícias de um jornal impresso (Folha de São Paulo) e o site

de uma revista impressa (Revista Época).

A escolha por veículos de natureza distinta teve a finalidade de observar a

composição das matérias a partir de redações formadas por profissionais

acostumados a construir discursos diferentes 10 mas que, no ambiente digital,

passam a trabalhar com a mesma linguagem (da web).

A escolha dos temas baseou-se em assuntos que estavam em voga na

mídia e que apresentavam uma cobertura estendida (desdobramentos e

factualidades). Escolheu-se trabalhar com a “descoberta” do Bóson de Higgs e a

Missão Curiosity em Marte que, por coincidência, tratam de uma mesma área do

conhecimento: a física.

A necessidade de realização da análise surgiu da vontade de se construir

reportagens multimidiáticas sobre a ciência. A análise vem para confirmar uma

percepção pessoal (de que as coberturas de ciência são insatisfatórias) e servir de

base para a experimentação.

Realizou-se a observação sistemática das matérias sobre os temas

supracitados publicadas entre os dias 1/01/2012 e 30/09/2012, cujo resultado

compõe o corpus da pesquisa. Na ocasião, acessaram-se os sites dos veículos

selecionados (www.folha.com.br e www.revistaepoca.globo.com) no dia 01 de

outubro de 2012 a fim de arquivar (em formato .PDF) as matérias sobre o Bóson de

Higgs e a Missão Curiosity, e mantê-las documentadas11.

                                                                                                               10 Os jornalistas do jornal impresso estão mais ligados aos produtos diários e às notícias factuais, enquanto que os da revista (de periodicidade semanal) dedicam mais tempo e espaço aos assuntos trabalhados. 11 Como algumas reportagens contém conteúdo multimidiático não-estático (como vídeos e infográficos interativos), esses documentos serviram apenas para fins de arquivamento, uma vez que a análise precisou ser feita digitalmente.

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  20  

Para a busca referente ao tema Bóson de Higgs, realizaram-se duas

entradas nos sites. A primeira com as palavras “boson” e “higgs” 12 e,

posteriormente, “partícula” e “deus”. Para encontrar as postagens referentes à

Missão Curiosity em Marte digitou-se as palavras chaves “Marte” e “Curiosity”.

No site da Folha, que oferece ao usuário a pré-seleção da seção onde

ocorrerá a pesquisa de material, a busca foi feita na seção de Ciência. Foram

encontradas trinta e uma postagens sobre a Missão Curiosity e treze postagens

sobre o Bóson de Higgs.

Como o site da Revista Época não oferece a possibilidade de escolher em

quais seções se quer pesquisar, é preciso fazer a busca com as palavras chave e,

depois, o site lhe informa quantos resultados encontrou em cada seção. Nesse

caso, consideram-se apenas os resultados obtidos nas seções Ciência&Tecnologia

e Especial que contabilizaram vinte e duas postagens sobre a Curiosity e três

sobre o Bóson.

As postagens foram tabeladas e numeradas, conforme se observa no anexo

1. Após primeira leitura, percebeu-se que em alguns casos as palavras usadas na

busca foram encontradas em links “relacionados” nas matérias. Outras vezes,

essas palavras apenas apareceram em menções aos temas, não se tratando de

matérias sobre eles. Uma vez que o foco do trabalho é trabalhar com narrativas

diretamente atreladas à explicação dos conteúdos acima mencionados e à

noticiabilidade do acontecimento em si, decidiu-se descartar essas postagens.

Nesse descarte não se considerou a validade, linguagem ou forma dessas

matérias, apenas a presença direta dos temas em estudo. A justificativa dos

dezessete descartes pode ser vista na tabela que se encontra no anexo 2.

Abaixo, gráfico mostrando a divisão das 52 postagens consideradas válidas

para a análise, de acordo com o tema e veículo.

                                                                                                               12 Em todas as situações usaram-se aspas para determinar que eram duas palavras independentes e que não formavam uma sentença.

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  21  

Fonte: elaboração própria.

Os critérios escolhidos para análise foram retirados da discussão teórica que

se fez nos primeiros capítulos desse trabalho. Com a seleção, intencionou-se

observar se as matérias apresentavam critérios relacionados às dimensões

jornalística, científica e tecnológica (ambiente digital).

Critérios de análise

Dimensão

Jornalística

Lead completo

Linguagem objetiva (Alsina)

Consulta a duas ou mais fontes

Presença de critérios de noticiabilidade (Traquina) Quais?

Dimensão

Cientifica

Presença de alguma análise sobre o assunto (Castelfranchi)

Aproximação do assunto ao cotidiano

Uso de metáforas explicativas

Uso de dados complementares

Dimensão

Tecnológica

Presença de multimídia Qual?

Uso de Hiperlinks

Interatividade Qual?

Fonte: elaboração própria, com base nos preceitos conceituais deste relatório.

Ao analisar a presença de um lead completo, linguagem objetiva e a consulta

a duas ou mais fontes, intencionou-se observar se os jornalistas têm utilizado esses

critérios no fazer diário das redações. Já na observação dos critérios de

noticibialidade, objetivou-se apreender não só o motivo para publicação das

notícias, como o tratamento dado a elas. Por não ter-se observado e/ou

acompanhado a produção das notícias, levaram-se em consideração apenas os

critérios de seleção substantivos, segundo classificação feita por Nelson

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  22  

Traquina (2008).

Em relação aos critérios selecionados na dimensão científica dos relatos,

objetivou-se perceber que tipo de jornalismo científico tem sido produzido nesses

sites. A capacidade crítica e de aproximação do assunto ao cotidiano, bem como o

uso de uma linguagem com exemplos metafóricos e dados complementares para

ajudarem o leitor no entendimento do fato foram observadas na análise. Esses

pontos são considerados importantes na escrita jornalística sobre ciência, como

justificado nos primeiros capítulos desse projeto. Vale ressaltar que o uso indevido

ou de forma errônea de metáforas explicativas, ou de aproximações ao cotidiano,

pode ser mais problemático do que sua ausência13. (Por exemplo, o Bóson de

Higgs foi apelidado de partícula de Deus, o que trás uma conotação religiosa e

nada diz sobre a função real da partícula).

Já em relação ao ambiente digital, os critérios foram selecionados a fim de

mostrar como os jornalistas estão utilizando a internet e como eles têm aproveitado

os recursos disponíveis para aproximar os relatos do leitor. A discriminação do tipo

de mídia usada e do canal interativo serviu para observar possíveis tendências e/ou

lacunas nessa produção jornalística.

A análise foi feita a partir da leitura atenta de cada publicação. Para cada

critério presente na reportagem deu-se a nota 1 (UM) e 0 (ZERO) quando não

estava presente. Também deu-se nota 0 (ZERO) para todos os critérios das

matérias descartadas (que não foram analisadas), inclusive nos espaços

reservados para comentários afim de diferenciá-las das matérias analisadas.

4.2. Resultados da análise Durante a análise, foi possível perceber algumas características comuns aos

dois veículos, independentes do tema em questão. Os resultados mostram, com

base nos pressupostos conceituais adotados, que há deficiências consideráveis na

produção jornalística sobre ciência, principalmente em se tratando da dimensão

científica dos relatos – dimensão na qual se observou a menor porcentagem de

presença dos critérios de análise. Isso não significa, porém, que não existam

                                                                                                               13 Apesar de ser considerada uma questão importante na produção de jornalismo científico, optou-se por não entrar nesse mérito devido ao curto período de realização do trabalho. Esse e outros temas, pretende-se abarcar em trabalhos posteriores.

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  23  

matérias que dão conta dos critérios analisados – apenas não apresentam todo o

conjunto. Algumas postagens podem ser consideradas completas em alguns

aspectos, mas falham em outros.

Abaixo, encontram-se listados os resultados da análise, sem diferenciação

entre tema ou veículo.

Critérios de análise Porcentagem da presença dos

critérios nas matérias analisadas

Dimensão

Jornalística

Lide completo 96%

Linguagem objetiva 98%

Consulta a duas ou mais

fontes 27%

Presença de

critérios de

noticiabilidade

(Traquina)

Quais? 100%

100% notoriedade,

relevância, novidade e

notabilidade

Dimensão

Cientifica

Presença de alguma análise

sobre o assunto

(Castelfranchi)

27%

Aproximação do assunto ao

cotidiano 35%

Uso de metáforas

explicativas 50%

Uso de dados

complementares 79%

Dimensão

Tecnológica

Presença de

multimídia Qual?

88%

67% Imagem; 8% vídeo;

8% galeria de imagens;

25% infográfico estático;

2% imagem panorâmica

interativa; 13% infográfico

animado

Uso de Hiperlinks 48%

Interatividade Qual? 100%

100% Opções de

compartilhamento (em

redes sociais ou por email),

94% espaço para

comentários, 2% imagem

panorâmica interativa

Fonte: elaboração própria.

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  24  

Dentre os pontos considerados importantes de serem mencionados,

destaca-se a presença de mais que uma fonte apresentada na redação da matéria

– apenas 27% das matérias apresentaram a voz de mais de uma fonte. Esse

resultado pode ser considerado alarmante não só em relação à dimensão

jornalística do relato, como em relação à dimensão científica. Uma matéria que

mostra apenas um ponto de vista está mais próxima das realidades publicitária e de

relações públicas do que da jornalística14.

Essa é uma situação em que o jornalista mostra o pesquisador (nem sempre

de forma intencional) como alguém a ser ouvido e não questionado. Coloca o

cientista em um patamar superior de onde ele fala e os leigos escutam – posição

tão criticada por autores como Bruno Latour (2000) e Wilson Bueno (2012). Essa

característica também pode ser percebida pelo baixo percentual de matérias com

presença de análise crítica (27% das situações observadas).

Em relação aos critérios de noticiabilidade, foi possível observar que os temas

investigados aparecem na pauta jornalística como novidade, relevante e notável,

outra situação que, segundo Latour (2000) e Bueno (2012), é preciso ser olhada

com olhar crítico. Segundo eles, é importante frisar que a ciência não é feita

apenas de descobertas sensacionais e gênios sobre-humanos, mas de processos

que envolvem várias pessoas, diversas áreas do conhecimento e, principalmente,

muito investimento – financeiro, intelectual e temporal. Portanto, a ciência deveria

constar na pauta jornalística independente de uma nova descoberta ou aquisição

espetacular.

Tratar a ciência apenas a partir de dados factuais também faz com que esse

problema se perpetue – busca-se apenas o novo, o diferente, realidade

incompatível com a ciência descrita pelos autores supracitados. O percentual baixo

da presença de metáforas explicativas e de aproximação do assunto ao cotidiano

do leitor (50% e 35% respectivamente) mostra que não há um cuidado em

extrapolar os dados factuais.

Apesar de a presença de dados complementares ter sido significativa (79%),

essa alta pode ser justificada pela presença de dados de contextualização. Em

grande parte das publicações, foi possível encontrar um pequeno parágrafo com                                                                                                                

14 Em trabalho desenvolvido com 12 jornais latino-americano, Luisa Massarani e Bruno Buys (2007) observaram que o percentual de simples reprodução do conteúdo sem análise crítica é comum, expressado pelo número de artigos retirados de agências de notícia. Porém, ressaltam que isso não é uma regra geral.

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  25  

resumo (muitas vezes incompleto e fora de contexto) sobre o tema. Mesmo não

sendo suficiente para contextualizar e explicar o assunto ao leitor, esses dados

foram contabilizados como complementares e, por sua vez, podem gerar a falsa

impressão de que as matérias contém muita informação complementar.

Outra falsa impressão que pode ser causada pelos dados é em relação à

utilização dos recursos multimidiáticos e de interatividade oferecidos pelo ambiente

digital. Apesar de todas as publicações apresentarem uso de multimídia, notou-se

um uso espelhado no modo de fazer do jornalismo impresso. A grande maioria das

mídias utilizadas, por exemplo, foi imagens (em 67% das matérias), muitas vezes

apenas uma. As opções de interatividade presentes foram as mesmas em todas as

publicações: todas elas apresentam botões para compartilhamento em redes

sociais e e-mail e, grande parte delas, espaço para comentários dos leitores.

Por fim, o uso de hiperlinks também não pode ser considerado satisfatório

(48%). Essa percentagem também não indica a situação real. Em muitas matérias

havia links inseridos automaticamente pelo sistema (Como no box “Saiba Mais” do

site da Revisa Época). Apesar de serem contabilizados como hiperlinks, não são

selecionados pelo jornalista para que o leitor aprofunde o conhecimento, mas por

um “robô” que utiliza palavras-chave para tal e, portanto, não cumprem a função

descrita por João Canavilhas.

Abaixo é possível comparar a presença dos critérios das três dimensões em

cada veículo e sobre cada tema. As diferenças consideráveis entre elas serão

discutidas nos tópicos a seguir.

Veículo Tema Nº de

matérias

Média da presença dos critérios por

dimensão

Jornalística Científica Tecnológica

Folha

Online

Bóson de Higgs 12 90% 90% 81%

Missão Curiosity 25 81% 38% 67%

Revista

Época

Bóson de Higgs 3 59% 33% 100%

Missão Curiosity 12 75% 29% 97%

Fonte: elaboração própria, com base na análise realizada.

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  26  

4.2.1 Bóson de Higgs

A Revista Época publicou apenas três matérias sobre o assunto – sendo que

uma delas se trata de um teaser para a compra da revista impressa – e a Folha

Online, 12 (a matéria 37 foi descartada, como já justificado no anexo 2).

As matérias sobre o Bóson de Higgs apareceram concentradas na primeira

semana de julho, próximas da data em que foi feita a declaração oficial da sua

descoberta. As matérias da Revista Época foram publicadas nos dias 4 e 6 de

julho. A Folha Online publicou em seu site três matérias anteriores à semana da

declaração – uma no final de janeiro, uma no começo de março e uma em meados

de junho. Porém as publicações também se concentraram em julho – 8 matérias

entre os dias 4 e 6 – e uma em agosto.

É possível dizer que, no conjunto das matérias, os dois veículos

conseguiram dar conta da maioria dos critérios analíticos das três dimensões.

Porém, ao analisar as postagens como independentes e individuais, o percentual é

bem baixo. A partir dos gráficos mostrados abaixo, é possível perceber, ainda, que,

excetuando-se a dimensão tecnológica, a Folha Online apresentou maior

percentual de presença em todos os critérios em relação à Revista Época.

Quanto aos critérios da dimensão jornalística, foi possível perceber que a

Folha apresentou maior percentual de consulta a mais de uma fonte,

principalmente nas matérias mais recentes. Isso pode ser resultado tanto de um

amadurecimento dos repórteres quanto ao assunto, quanto a uma maior

disponibilidade de tempo – uma vez que as informações factuais já haviam sido

publicadas – e também à estrutura redacional do veículo. A Folha conta com uma

equipe de jornalistas especializados em ciência, treinados para tratar de forma

completa, contextualizada e eventualmente crítica apenas assuntos relacionados à

ciência.

A Revista Época, por sua vez, não consultou mais de uma fonte ou não

explicitou essa consulta nas matérias analisadas. Em relação aos outros 3 critérios,

as publicações apresentaram padrões semelhantes como citado anteriormente.

A seguir é possível ver um resumo da análise feita nos dois veículos (tabela

original no anexo 3). A análise detalhada das publicações quanto à dimensão

jornalística na Revista Época e na Folha Online podem ser encontradas nos anexos

4 e 5, respectivamente.

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  27  

Critérios de análise: a dimensão jornalística

Fonte: elaboração própria, com base na análise realizada.

Quanto à dimensão científica, é possível dizer que, no conjunto das

publicações os dois veículos conseguiram passar ao leitor uma ideia do que é o

Bóson de Higgs, dados complementares sobre o histórico da sua busca, porque

sua descoberta é importante e o que ela representa. Porém, esses dados se

encontram dispersos entre as reportagens e, assim, não compõe matérias

consideradas completas (segundo discussão nos primeiros capítulos desse

trabalho).

A imagem abaixo – parte da publicação número 1 – mostra como a Revista

Época explica o contexto da busca pelo Bóson de Higgs. Porém, essa

contextualização não avança para um nível de explicação da teoria, fica em um

nível superficial e que exige um conhecimento prévio (como o que são as teorias de

formação do universo).

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  28  

Fonte: Revista Época (04/07/2012).

Por sua vez, a Folha Online não só explicou a teoria (na maioria das

postagens), como aproximou o conceito da realidade dos leitores leigos. Porém, a

partir de certo momento, passou a repetir algumas informações em todas as

publicações sobre o assunto. O seguinte infográfico, por exemplo, figurou em

diversas dessas postagens. Essa situação pode ser vista de duas formas. A

primeira é que pessoas que optem por ler mais de uma publicação sobre o Bóson,

podem se sentir bombardeadas com informações repetidas. Ao mesmo tempo,

essa situação pode facilitar o compartilhamento das matérias em redes sociais, por

email ou em blogs, por exemplo, onde as pessoas estão acostumadas a lidar com

informações repetidas e fragmentadas.

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  29  

Fonte: Folha Online (04/07/2012)

A publicação (número 32) a seguir foi escolhida entre as postagens da Folha

Online como exemplo por ser considerada completa em relação aos critérios

científicos. Ela explica de forma didática (para os leigos) o que é o Bóson, o porquê

da busca por ele e o que sua descoberta implica. Explica ainda, o que são as

partículas e como elas interagem no Universo. Como é impossível reproduzir o

infográfico dinâmico, apresenta-se aqui “fotos” de alguns momentos, para

demonstrar a linguagem utilizada.

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  30  

Fonte: Folha Online (04/07/2012).

Fonte: Folha Online. (04/07/2012).

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  31  

Na tabela que se segue, um resumo do que foi encontrado na análise dos

critérios da dimensão científica (a tabela original se encontra no anexo 6). As

tabelas completas sobre a análise da Dimensão Científica na Revista Época e na

Folha Online podem ser vistas nos anexos 7 e 8, respectivamente.

Critérios de análise- a dimensão científica

Fonte: elaboração própria.

Quanto aos critérios tecnológicos, a Época apresentou mais hiperlinks do

que a Folha. Apesar de na Época isso ter sido mais frequente, os dois sites

apresentaram links que eram, muitas vezes, inseridos automaticamente pelo site,

como é possível ver abaixo.

Fonte: Revista Época. (06/07/2012) Fonte: Folha Online. (05/08/2012)

Apesar de dispersas entre as publicações, os dois veículos apresentaram

um conjunto variado e satisfatório de hipermídias. O exemplo a seguir, retirado da

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  32  

publicação 3, da Época, mostra parte de um infográfico diferenciado - estático e

dinâmico – que explica a formação das partículas.

Fonte: Revista Época. (06/07/2012).

A Folha Online apresentou maior diversidade multimidiática. Além dos

infográficos mostrados aqui anteriormente, considera-se interessante mostrar esse

outro infográfico explicativo desenvolvido pela equipe da publicação.

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  33  

Fonte: Folha Online. (28/01/2012).

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  34  

A seguir, tabela com o resumo da análise dos critérios da dimensão

tecnológica (tabela original se encontra no anexo 9). As tabelas completas da

Revista Época e da Folha Online se encontram nos apêndices 10 e 11,

respectivamente.

Critérios de análise- a dimensão tecnológica

Fonte: elaboração própria.

4.2.2 Missão Curiosity A Revista Época publicou 12 matérias sobre a Missão Curiosity – as

matérias número 6, 8, 10, 13, 15, 19, 20, 21, 22 e 23 foram descartadas e as

justificativas estão no anexo 2 – e a Folha Online publicou 25 – as matérias número

40, 47, 52, 54, 58 e 65 foram descartadas, como justificado no anexo 2.

As publicações sobre a sonda em Marte aparecem a partir da primeira

semana de agosto, época em que o robô pousava no planeta vermelho (com

exceção a uma matéria da Folha Online publicada em janeiro). A partir daí, as

matérias passam a aparecer de forma constante.

Quanto aos critérios da dimensão jornalística, os dois veículos apresentaram

todos os critérios de análise – com 100% de presença nas matérias analisadas –

com exceção para a presença de mais de uma fonte (0% na Revista Época, 24%

na Folha Online), como dito anteriormente.

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  35  

Abaixo, gráfico com a porcentagem de presença dos critérios da dimensão

jornalística (a tabela original se encontra no anexo 12). A tabela com as

especificações de cada postagem, quanto à dimensão jornalística estão nos

anexos 13 e 14, relativas à Revista Época e à Folha Online respectivamente.

Critérios de análise- a dimensão jornalística

Fonte: elaboração própria.

Em relação à dimensão científica dos relatos analisados, pode-se dizer que a

Folha Online apresentou maior presença dos critérios do que a Revista Época, no

geral.

Por exemplo, em relação à presença de análise sobre o assunto, a Folha

Online teve 20% de presença, contra 0% daquela. Apesar de ser um percentual

baixo, é possível encontrar matérias em que os jornalistas dão conta desse critério,

como no fragmento abaixo, retirado da matéria número 48.

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  36  

Fonte: Folha Online (07/08/2012)

O jornal também se destacou, em comparação à revista, em relação à

presença de dados complementares e aproximação do assunto ao cotidiano.

Abaixo, exemplo dos dois critério retirados de uma mesma matéria na Revista

Época (a número 5).

Fonte: Revista Época (07/08/2012).

A seguir, parte de um infográfico utilizado na matéria número 41 da Folha

Online, exemplifica o uso de dados complementares e aproximação do assunto ao

cotidiano – ver informações destacadas pelo contorno azul.

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  37  

Fonte: Folha Online (05/08/2012).

O único critério dessa dimensão em que a Revista Época apresentou maior

percentual de presença do que a Folha Online foi o uso de metáforas explicativas.

Abaixo, exemplos nos recortes das matérias 14 e 56, respectivamente.

Fonte: Revista Época (22/08/2012).

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  38  

Fonte: Folha Online (20/08/2012).

O trecho a seguir – retirado da matéria número 59 – mostra o inverso. O

jornalista insere informações complementares, porém não as explica. O ideal seria

que ele explicasse porque o vento atrapalha os movimentos do robô. No Segundo

trecho – retirado da materia número 4 – o jornalista afirma que o plutônio é um

melhor gerador de energia diferente, mas não explica porquê.

Fonte: Folha Online (21/08/2012).

Fonte: Revista Época (06/08/2012).

O seguinte gráfico mostra a porcentagem de presença dos critérios da

dimensão científica (a tabela original se encontra no anexo 15). A tabela com as

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  39  

especificações de cada postagem, quanto à dimensão em questão estão nos

anexos 16 e 17, relativas à Revista Época e à Folha Online respectivamente.

Critérios de análise- a dimensão científica

Fonte: elaboração própria.

Em relação à dimensão tecnológica dos relatos, a Revista Época apresentou

porcentagem de presença dos critérios superior à Folha Online – com exceção para

a interatividade (ambas apresentaram 100% de presença), ponto já discutido

anteriormente15. Porém, em relação à presença de multimídia, a Folha Online

apresentou maior diversidade. Todas as matérias da revista continham imagem,

com exceção à número 7 (exemplificada estaticamente abaixo) que apresentou,

também, uma imagem panorâmica interativa.

Fonte: Revista Época (13/08/2012).                                                                                                                

15 Como o uso de hiperlinks e as fontes de interatividade já foram discutidas acima, não se considera válido repetir a análise.

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  40  

A Folha Online, por sua vez, apresentou galerias de imagem, infográficos

estáticos e um infográfico animado além de imagens. Abaixo, uma representação

estática do infográfico animado presente na matéria número 39.

Fonte: Folha Online (12/01/2012).

Abaixo, gráfico com a porcentagem de presença dos critérios da dimensão

científica (a tabela original se encontra no anexo 18). A tabela com as

especificações de cada postagem, quanto à dimensão em questão estão nos

anexos 19 e 20, relativas à Revista Época e à Folha Online respectivamente.

Critérios de análise- a dimensão científica

Fonte: elaboração própria.

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  41  

5. PROPOSTA DE EXPERIMENTAÇÃO As duas reportagens propostas baseiam-se na análise realizada. Durante o

trabalho, foi possível observar algumas “deficiências” na cobertura jornalística de

ciência. Dentre as possibilidades e com as limitações que um trabalho de conclusão

de curso impõe, objetivou-se desenvolver reportagens que dessem conta de

explicar, de forma didática e acessível para o público leigo, os conceitos trabalhados

na notícia.

O que pretendeu-se, com as publicações das quais se descreve a seguir, foi ir

além do lead. Falar de ciência, como já discutido aqui anteriormente, não é apenas

tratar de fatos, mas de processos. Por isso, pretendeu-se mostrar aos leitores

porque a descoberta do Bóson de Higgs é significativa e porque a chegada da sonda

Curiosity em Marte foi tão comemorada.

Dentre as “deficiências” discutidas no capítulo anterior, dedicou-se atenção

especial a alguns quesitos: a consulta a mais de uma fonte, o uso de hiperlinks

(aproveitando o trabalho desenvolvido em outras reportagens e/ou sites) e, dentro

do possível, a apresentação de análises críticas sobre os assuntos.

Apesar de as publicações terem apresentado infográficos explicativos

altamente qualificados, não foi possível manter o nível de excelência. Por não ter

conhecimentos específicos na área de criação visual e devido ao pouco tempo de

desenvolvimento, não foi possível desenvolver infográficos originais e diferenciados.

Em alguns momentos tentou-se criar alguns conteúdos imagéticos e, em outros,

utilizou-se infográficos de outros sites (com as devidas referências).

Todas as outras características discutidas no capítulo anterior, consideradas

úteis para o entendimento do tema foram mantidas na experimentação.

5.1. Bóson de Higgs Para a proposta de experimentação de linguagem sobre o Bóson de Higgs

pensou-se em desenvolver uma reportagem multimidiática que reunisse as

informações em uma só publicação. Ou seja, que falasse tanto sobre a descoberta,

quanto sobre a importância e do que se trata o bóson, quanto sobre Peter Higgs (o

físico que desenvolveu a teoria).

Para isso, escolheu-se trabalhar com o site Wix (www.wix.com) que oferece

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  42  

várias possibilidades.

5.1.1. Pauta FOCO: Explicar porque a descoberta do Bóson de Higgs é importante e o que muda

entre os teóricos da física daqui pra frente.

ABORDAGEM: Através de uma reportagem multimídiatica explicar, de forma

didática, o que é o Bóson de Higgs, porque demorou tanto tempo para “encontra-lo”

e porque essa descoberta significa tanto para os teóricos da física. A ideia é, quando

não for possível produzir, utilizar materiais já produzidos por outros jornalistas –

como infográficos e vídeos.

FONTES: - CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear)

- Cássio Leite Vieira – historiador da física e jornalista científico da revista

Ciência Hoje.

- Adilson de Oliveira – físico e vice-reitor da UFSCAR

- Luiz Davidovich – físico.

PERGUNTA CENTRAL: O que é o Bóson de Higgs e qual a importância da sua

descoberta?

PERGUNTAS SECUNDÁRIAS: Como justificar o alarde da comunidade científica

em torno da sua descoberta: o que isso representa para a sociedade? Por que essa

descoberta levou tanto tempo para acontecer? Qual a dificuldade em encontrar o

Bóson?

5.1.2. Relatório de apuração O material disponibilizado pelo site do CERN é imenso e muito bem

explicado. Foi fácil encontrar recursos multimidiáticos e entender mais sobre o

assunto.

O professor Adilson de Oliveira foi muito solícito e apresentou sua opinião e

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  43  

análise crítica sobre o assunto apesar de não dominar muito o tema.

O físico e jornalista Cássio Leite Vieira me apresentou uma retrospectiva da

ciência fantástica que me fez entender muito sobre o que se trata o Bóson e qual

sua importância. Também me enviou várias publicações internacionais sobre o

assunto para clarear minhas ideias. Sugeriu que eu conversasse com algum

professor da UFMG sobre os desdobramentos dessa descoberta, no futuro. Porém,

devido às férias de final de ano, nenhum professor com o qual entrei em contato me

deu retorno. Decidi, portanto, seguir sem esse complemento.

Como já era esperado, não consegui falar com o professor Luiz Davidovich.

Por sua importância acadêmica é quase impossível conseguir falar com ele.

Apesar de tudo, acredito que com o que foi colhido é possível desenvolver

uma reportagem que atenda aos critérios propostos.

5.1.3. Experimentação A reportagem foi construída no Wix, na forma de um site independente, que

foi incorporado no site do Labcon. Buscou-se ser o mais didático possível na

linguagem e ater-se ao modelo desenvolvido por Canavilhas (2006) da pirâmide

deitada. Dessa forma, construiu-se um texto que permite ao leitor aprofundar (ou

não) os conhecimentos sobre o assunto.

A experimentação foi construída em FLASH e está disponível no link:

https://www.ufmg.br/cedecom/labcon/semestre/2-2012/a-linguagem-do-jornalismo-

cientifico-para-web-analise-e-experimentacao-de-linguagem-multimidia/

ou no site

http://labconvufmg.wix.com/bosondehiggs

5.2. Missão Curiosity

Para a proposta de experimentação de linguagem sobre a Missão Curiosity

pensou-se que seria necessário desenvolver ume espécie de linha do tempo.

Como se trata de um assunto que foi sendo atualizado diariamente (chegada

da sonda, envio de primeiras imagens, primeiros passos...), pensou-se em criar uma

reportagem dividida em duas colunas. Uma coluna contendo informações estáticas

(como explicações sobre a sonda, por exemplo). A outra coluna, seria atualizada à

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  44  

medida em que fatos novos fossem acontecendo. Dessa forma, o leitor que

acessasse a reportagem teria facilidade em se inteirar sobre o assunto e saber quais

as últimas novidades. Além disso, como pode-se perceber durante a análise

realizada, as publicações não tinham muito a acrescentar além do lead e repetiam

as mesmas informações em todas matérias.

Escolheu-se trabalhar também com o site Wix (www.wix.com) que oferece

várias possibilidades.

5.2.1. Pauta FOCO: Explicar porque a chegada da sonda ao planeta vermelho foi tão

comemorada e como se deu esse processo.

ABORDAGEM: Através de uma reportagem multimídiatica explicar, de forma

didática, como se deu o processo de envio e chegada da sonda em Marte. A

reportagem será dividida em duas partes: uma atualizada constantemente e outra

com informações fixas.

FONTES:

- NASA - (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço)

- Adilson de Oliveira – físico e vice-reitor da UFSCAR

- Renato Las Casas – físico e professor da UFMG.

- Francisco de Borja López de Prado – professor e coordenador do Espaço

TIM-UFMG.

PERGUNTA CENTRAL: Qual o diferencial da sonda Curiosity e qual o objetivo da

missão?

PERGUNTAS SECUNDÁRIAS: Caso a sonda encontre vida em Marte, o que isso

acarreta? Por que é tão difícil e caro levar uma sonda até Marte?

5.2.2. Relatório de apuração O material disponibilizado no site da NASA é muito rico, principalmente em

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  45  

recursos multimídiaticos. Optou-se por adaptar alguns infográficos e usar as

imagens disponibilizadas pela agência. Além disso, decidiu-se reproduzir os

infográficos desenvolvidos pela equipa da Folha Online, que são muito ricos e

explicativos.

Devido ao grande número de imagens e informações disponibilizadas,

decidiu-se que a parte destinada às atualizações seria feita apenas como “amostra”

do que se imaginou. O texto estático contém todas as informações, mas a coluna da

direita conteria apenas algumas informações, para mostrar o que se pensou.

Não conseguiu-se falar com o professor Francisco de Borja López de Prado,

mas as entrevistas com os professores Adilson de Oliveira e Renato Las Casas

foram muito boas. Os professores conseguiram explicar o diferencial da sonda e o

porquê de ter sido enviada ao planeta vermelho. Com essas informações, a

construção da reportagem foi mais fácil.

5.2.3. Experimentação Como já explicado anteriormente, trata-se de um tema com muitas

atualizações. Devido ao pouco tempo e objetivando apenas mostrar a ideia do que

seria uma reportagem mais bem estruturada, escolheu-se colocar apenas as

atualizações do mês de setembro (último mês da análise) e algumas fotos.

O texto explicativo sobre a missão, seus objetivos e implicações está

completo, bem como os infográficos explicando como é a sonda e como ela pousou

em Marte.

Escolheu-se trabalhar com o site Wix por oferecer várias possibilidades de

edição. A experimentação foi construída em FLASH e está disponível no link:

https://www.ufmg.br/cedecom/labcon/semestre/2-2012/a-linguagem-do-jornalismo-

cientifico-para-web-analise-e-experimentacao-de-linguagem-multimidia/

ou no site

http://labconvufmg.wix.com/missaocuriosity

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  46  

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse trabalho foi possível observar como o jornalismo científico tem sido

construído na internet e se o que se encontra na mídia coincide com o que tem sido

discutido e sugerido entre os teóricos da área.

A escolha da análise através de três dimensões – jornalística, científica e

tecnológica – possibilitou uma percepção mais ampla da produção dessas

matérias. Por exemplo, ao analisar o tipo de linguagem, a consulta a mais de uma

fonte ou a presença de um lead completo (que constituem a dimensão jornalística),

foi possível observar se os jornalistas têm seguido as regras elementares do

jornalismo. E, pelo que foi possível observar, elas não têm aparecido com tanta

frequência nas publicações webjornalísticas de JC. Por exemplo, observou-se que

a presença de consulta a mais de uma fonte em matérias relacionadas à ciência é

muito baixa (menor que 30%, de acordo com os resultados da análise realizada

nesse trabalho). Ao se ouvir apenas uma fonte, corre-se o risco de reproduzir um

discurso pessoal, carregado de intenções e, até mesmo, falso.

A observação dos critérios de noticiabilidade (critérios de seleção

substantivos, de acordo com classificação feita por Nelson Traquina em 2008)

objetivou mostrar como esses temas apareceram noticiados na imprensa. Pelo que

foi possível perceber, somente foram noticiados porque se tratava de notícias

factuais de grande impacto social, o que não combina com as características do

“fazer científico”. A ciência não é feita de fatos, mas de processos, os quais nem

sempre coadunam com os critérios de noticiabilidade tradicionais.

Em relação aos critérios selecionados na dimensão científica, intencionou-se

analisar a forma pela qual a ciência tem sido apresentada jornalisticamente.

Através da análise da capacidade crítica dessas matérias, da aproximação do

assunto ao cotidiano, foi possível confirmar a percepção supracitada. A ciência tem

sido apresentada como algo inquestionável, a partir da voz de uma única fonte, a

autoridade no tema noticiado, e feita de fatos extraordinários.

Quanto aos critérios da dimensão tecnológica, apesar da grande presença

entre as publicações, é possível dizer que cabem melhorias no trabalho desses

jornalistas. Vários fatores podem influenciar na falta de inovações na linguagem

digital, tais como a falta de tempo de produção, falta de profissionais capacitados

para trabalhar com as ferramentas, entre outros. Porém, a produção digital é uma

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  47  

realidade e precisa ser encarada por esses veículos. A falta de recursos

multimidiáticos, além de não tornar as matérias chamativas, pode atrapalhar o

entendimento do leitor, principalmente em temas complexos tais como a ciência.

Após a análise dessas publicações e dos resultados, foi possível pensar em

experimentações que buscassem lidar de modo diferenciado com essas lacunas.

Objetivou-se buscar opiniões especializadas diversas sobre os assuntos e a

criação de uma linguagem voltada para pessoas sem o know-how do tema em

questão, embora conscientes de nossos limites técnicos.

Com a produção das reportagens foi possível perceber que é possível

construir reportagens multimídiaticas nos formatos sugeridos nesse trabalho.

Porém, exige um pouco mais de tempo, dedicação e habilidades para lidar com as

ferramentas de produção. Sabe-se que seria possível desenvolver vídeos,

infográficos e vários outros recursos multimidiáticos melhores (na maioria das

vezes reproduziu-se conteúdos), porém o manejo dessas ferramentas e o tempo

disponível para tal impossibilitou essa produção mais cuidadosa. Em outro

momento, pretende-se desenvolver a capacidade de criação de produtos melhores

tanto visualmente quanto no entendimento do leitor.

Muitas questões surgiram durante a produção desse trabalho. Como é o

público que lê ciência no Brasil? Quais suas expectativas? O que o leitor espera de

uma reportagem digital? O que é preciso explicar para que certos temas sejam

compreendidos? Sabe-se que algumas dessas questões já foram respondidas em

outros trabalhos e que outras precisam ser respondidas, mas esse esforço de

leitura e análise será posterior a esse trabalho.

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  48  

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALSINA, Miquel. A construção da notícia. Trad.: Jacob A. Pierce. Petrópolis: Vozes, 2009. BRUNS, Axels. Gatewatching: collaborative online news production. New York: Peter Lang, 2005. BUENO, Wilson da Costa. “A contribuição do Jornalismo Científico ao desenvolvimento científico brasileiro” Disponível em: http://www.jornalismocientifico.com.br/jornalismocientifico/artigos/jornalismo_cientifico/jornalismocientifico.php. Acesso: 09/10/2012. BUENO, Wilson da Costa. “A notícia e os lobbies poderosos: pensando alto”. Disponível em: http://www.jornalismocientifico.com.br/jornalismocientifico/artigos/jornalismo_cientifico/jornalismocientifico.php. Acesso: 09/10/2012. BUENO, Wilson da Costa. “Decifrando o DNA do Jornalismo Científico”. Disponível em: http://www.jornalismocientifico.com.br/jornalismocientifico/artigos/jornalismo_cientifico/jornalismocientifico.php. Acesso: 09/10/2012. BUENO, Wilson da Costa. “Jornalismo científico e a democratização do conhecimento”. Disponível em: http://www.jornalismocientifico.com.br/jornalismocientifico/artigos/jornalismo_cientifico/jornalismocientifico.php. Acesso: 09/10/2012. BUENO, Wilson da Costa. “Jornalismo científico e o ensino de ciências” Disponível em: http://www.jornalismocientifico.com.br/jornalismocientifico/artigos/jornalismo_cientifico/jornalismocientifico.php. Acesso: 09/10/2012. BUENO, Wilson da Costa. “Jornalismo científico: tá tudo dominado?” Disponível em: http://www.jornalismocientifico.com.br/jornalismocientifico/artigos/jornalismo_cientifico/jornalismocientifico.php. Acesso: 09/10/2012. BUENO, Wilson da Costa. “O que está faltando ao Jornalismo científico brasileiro?” Disponível em: http://www.jornalismocientifico.com.br/jornalismocientifico/artigos/jornalismo_cientifico/jornalismocientifico.php. Acesso: 09/10/2012. BUENO, Wilson da Costa. “Os novos desafios do jornalismo científico” Disponível em: http://www.jornalismocientifico.com.br/jornalismocientifico/artigos/jornalismo_cientifico/jornalismocientifico.php. Acesso: 09/10/2012.

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  49  

CANAVILHAS, João. “Webjornalismo: Da pirâmide invertida à pirâmide deitada”. Universidade da Beira Interior, 2006. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/canavilhas-joao-webjornalismo-piramide-invertida.pdf. Acesso em: 01/10/2012. CAPOZZOLI, Ulisses. “A divulgação e o pulo do gato”. Ciência e público: caminhos da divulgação científica no Brasil. Rio de Janeiro. Fórum de ciência e cultura. 2002. 232 p. CASTELFRANCHI, Yurij. “Por que comunicar temas de ciência e tecnologia ao público? (Muitas respostas óbvias... mais uma necessária)”. Jornalismo e ciência: uma perspectiva hibero-americana. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/COC/Museu da Vida, 2012. 112 p. GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide. Porto Alegre: Tchê!, 1987. Disponível em www.adelmo.com.br. Acesso: 22 de setembro de 2012. HENN, Ronaldo. Jornalismo em rede – crise do acontecimento. Anais do Confirbecom,2011. Disponível em: http://confibercom.org/anais2011/pdf/154.pdf. Acesso: 22 de setembro de 2012. HERSCOVITZ, Heloiza G. “Características dos portais brasileiros de notícias”. SBPJor, 2009. Disponível em: http://bjr.sbpjor.org.br/bjr/article/view/197 . Acesso: 09/10/2012. LAGE, Nilson. “A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística”. 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 2008. LATOUR, Bruno. “Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora”. São Paulo: Editora UNESP, 2000. 321 p. LATOUR, Bruno. “Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétricaa/ Bruno Latour; tradução de Carlos Irineu da Costa. – Rio de Janeiro: Ed.34, 1994. 152p. (Coleção TRANS). MASSARANI, Luisa. BUYS, Bruno. “Science in the press in nine latin american countries”. SBPJor, 2007. Disponível em: http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CDMQFjAA&url=http%3A%2F%2Fbjr.sbpjor.org.br%2Fbjr%2Farticle%2Fdownload%2F120%2F119&ei=MH_zUOyjJoT49QSS-oGABg&usg=AFQjCNHbwMN5F5-WRN29JSO8STIadMoV0Q&sig2=AELvJSvVTbrP_jMQ-PcQ6Q&bvm=bv.1357700187,d.eWU. Acesso: 01/10/2012. PRIMO, Alex. Transformações no jornalismo em rede: sobre pessoas comuns, jornalistas e organizações; blogs, Twitter, Facebook e Flipboard. Revista Intexto, vol. 2, n. 25. Porto Alegre, Dez.2011. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/intexto/article/viewFile/24309/14486. Acesso: 22 de setembro de 2012. SCHUDSON, Michael. Descobrindo a notícia. Petrópolis: Vozes, 2010.

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  50  

TEIXEIRA, Tattiana. “Inovações e desafios da linguagem jornalística – o uso dos infográficos na cobertura de Ciência, Tecnologia e Inovação”. 2006. Disponível em: <http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/coord7_tattiana_teixeira.pd f>. Acesso em 15 de outubro de 2012.

TRAQUINA, Nelson. “Teorias do Jornalismo. A tribo jornalística – uma comunidade interpretativa transnacional”. Florianópolis: Insular, 2.ed., 2008. TRAQUINA, Nelson. “Teorias do Jornalismo. Porque as notícias são como são”. Florianópolis: Insular, 3 ed. Rev. 2012. WARD, Mike. “Journalism Online”. Elsevier Science, 2002. WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa: Presença, 2001. WOLTON, Dominique. Pensar a comunicação. Trad.: Zélia Leal Adghirni. Brasília: Editoria Universidade de Brasília, 2004 WORLD FEDERATION OF SCIENCE JOURNALISM. “Curso on-line de Jornalismo Científico”. Rio de Janeiro: Museu da vida/ Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz, 2009.

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  51  

ANEXOS

Anexo 1: Tabela com numeração, data e hora da publicação, título e link de

origem. Publicações

No Data Hora Título da publicação Link da matéria (acessos em 01/10/2012)

1 04/07/12 10h00

Cientistas descobrem

partícula subatômica que

pode ser o "Bóson de

Higgs"

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/07/cientistas-descobrem-

particula-subatomica-que-pode-ser-o-boson-de-

higgs.html

2 06/07/12 16h22

Físico que previu

"partícula de Deus"

comemora "ter razão"

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/07/fisico-que-previu-particula-

de-deus-comemora-ter-razao.html

3 06/07/12 11h09 O Universo, Deus e você

http://revistaepoca.globo.com/tempo/Especial/noticia/2

012/07/o-universo-deus-e-voce.html

4 06/08/12 08h19

Novo robô da Nasa pousa

com sucesso em Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/novo-robo-da-nasa-pousa-

com-sucesso-em-Marte.html

5 07/08/12 18h22

Robô Curiosity envia as

primeiras imagens

coloridas de Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/robo-Curiosity-envia-

primeiras-imagens-coloridas-de-Marte.html

6 10/08/12 22h46 A invasão dos robôs

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/invasao-dos-robos.html

7 13/08/12 16h58

Panorâmica permite

viagem em 360º pela

superfície de Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/panoramica-permite-uma-

viagem-em-360-pela-superficie-de-Marte.html

8 14/08/12 08h11

Eclipse raro mostra Vênus

e Lua crescente no Japão

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/eclipse-raro-mostra-venus-

e-lua-crescente-no-japao.html

9 14/08/12 19h44

Curiosity começa a se

movimentar em Marte em

menos de uma semana

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/Curiosity-comeca-se-

movimentar-em-Marte-em-menos-de-uma-

semana.html

10 15/08/12 16h11

Curiosity pode ser o

próximo alvo do grupo de

hackers Anonymous

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/Curiosity-pode-ser-o-

proximo-alvo-do-grupo-de-hackers-anonymous.html

11 17/08/12 19h53

Nasa define os primeiros

passos e alvo do Curiosity

em Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/nasa-define-os-primeiros-

passos-e-alvo-do-Curiosity-em-Marte.html

12 20/08/12 13h12

Robô Curiosity utiliza laser

em rocha de Marte pela

primeira vez

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/robo-Curiosity-utiliza-laser-

em-rocha-de-Marte-pela-primeira-vez.html

13 21/08/12 11h25

Nasa prepara nova Missão

a Marte para 2016

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/nasa-prepara-nova-missao-

Marte-para-2016.html

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14 22/08/12 18h57

Curiosity dá os primeiros

passos em Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/robo-Curiosity-da-os-

primeiros-passos-em-Marte.html

15 25/08/12 13h53

Nasa adia para quinta-feira

o lançamento de duas

sondas espaciais

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/nasa-adia-para-quinta-feira-

o-lancamento-de-duas-sondas-espaciais.html

16 27/08/12 21h34

Curiosity envia dados da

primeira voz humana

reproduzida em Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/08/Curiosity-envia-dados-da-

primeira-voz-humana-reproduzida-em-Marte.html

17 06/09/12 18h31

Novas imagens da Nasa

mostram rastros do

Curiosity em Marte vistos

do espaço

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/09/novas-imagens-da-nasa-

mostram-rastros-do-Curiosity-em-Marte-vistos-do-

espaco.html

18 10/09/12 13h47

Nasa abre tampa da

câmera do Curiosity e

revela fotos mais nítidas

de Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/09/nasa-abre-tampa-da-

camera-do-Curiosity-e-revela-fotos-mais-nitidas-de-

Marte.html

19 12/09/12 21h30

Imagem da Nasa compara

explosão solar ao tamanho

da Terra

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/09/nasa-compara-explosao-

solar-ao-tamanho-da-terra.html#

20 12/09/12 13h13

Fragmentos de raro

meteorito "não alterado"

são encontrados no Saara

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/09/fragmentos-de-raro-

meteorito-nao-alterado-sao-encontrados-no-saara.html

21 17/09/12 21h09

Nave espacial aterrissa

com sucesso no

Cazaquistão com 3

tripulantes a bordo

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/09/nave-espacial-aterrissa-

com-sucesso-no-cazaquistao-com-3-tripulantes-

bordo.html

22 17/09/12 12h23

Curiosity registra eclipse

do Sol com lua de Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/09/Curiosity-registra-eclipse-

do-sol-com-lua-de-Marte.html

23 18/09/12 21h40

Ônibus espacial será

transportado por avião

para centro de ciência nos

EUA

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/09/onibus-espacial-sera-

transportado-por-aviao-para-centro-de-ciencia-nos-

eua.html

24 20/09/12 10h24

Robô Curiosity encontra

rocha com formato de

pirâmide em Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/09/robo-Curiosity-encontra-

rocha-com-formato-de-piramide-em-Marte.html

25 27/09/12 21h44

Nasa encontra sinais de

antigo fluxo de água em

Marte

http://revistaepoca.globo.com/Ciencia-e-

tecnologia/noticia/2012/09/nasa-encontra-sinais-de-

antigo-fluxo-de-agua-em-Marte.html

26 28/01/12 16h13

"Partícula de Deus" pode

ser miragem, afirmam

físicos

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1040784-

particula-de-deus-pode-ser-miragem-afirmam-

fisicos.shtml

27 07/03/12 16h56

Cientistas do EUA afirmam

que têm indícios da

'partícula de Deus'

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1058506-

cientistas-do-eua-afirmam-que-tem-indicios-da-

particula-de-deus.shtml

28 12/06/12 19h21

Descoberta da 'partícula

de Deus' está próxima,

dizem físicos

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1103797-

descoberta-da-particula-de-deus-esta-proxima-dizem-

fisicos.shtml

Page 53: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  53  

29 02/07/12 10h20

Novidades sobre 'partícula

de Deus' serão

anunciadas na quarta

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1113761-

novidades-sobre-particula-de-deus-serao-anunciadas-

na-quarta.shtml

30 04/07/12 08h26

Entenda o que Deus tem a

ver com o Bóson de Higgs

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1114836-entenda-

o-que-deus-tem-a-ver-com-o-boson-de-higgs.shtml

31 04/07/12 12h02

Conheça a história do

físico que deu nome ao

Bóson de Higgs

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1114899-

conheca-a-historia-do-fisico-que-deu-nome-ao-boson-

de-higgs.shtml

32 04/07/12 05h45

Físicos encontram

provável 'partícula de

Deus'

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1114815-fisicos-

encontram-provavel-particula-de-deus.shtml

33 04/07/12 08h25

Brasil avança em acordo

para fazer parte de

acelerador de partículas

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1114835-brasil-

avanca-em-acordo-para-fazer-parte-de-acelerador-de-

particulas.shtml

34 04/07/12 14h57

Bóson de Higgs complica

indicações para o próximo

Nobel de Física

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1114967-boson-

de-higgs-complica-indicacoes-para-o-proximo-nobel-

de-fisica.shtml

35 05/07/12 15h00

Acelerador que revelou

Bóson prepara reforma

para novos enigmas

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1115061-

acelerador-que-revelou-boson-prepara-reforma-para-

novos-enigmas.shtml

36 06/07/12 11h17

É agradável ter razão', diz

Peter Higgs sobre a

descoberta do Bóson

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1116094-e-

agradavel-ter-razao-diz-peter-higgs-sobre-a-

descoberta-do-boson.shtml

37 10/07/12 12h28

Maior telescópio do mundo

tenta desvendar origem

dos neutrinos

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1117842-maior-

telescopio-do-mundo-tenta-desvendar-origem-dos-

neutrinos.shtml

38 10/08/12 05h00

Traços exóticos da

'partícula de Deus'

surpreendem físicos

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1134835-tracos-

exoticos-da-particula-de-deus-surpreendem-

fisicos.shtml

39 12/01/12 18h49

Nasa manobra jipe que

está a caminho de Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1033637-nasa-

manobra-jipe-que-esta-a-caminho-de-Marte.shtml

40 25/01/12 02h48

Robô Opportunity

completa 8 anos de

Missão em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1039148-robo-

opportunity-completa-8-anos-de-missao-em-

Marte.shtml

41 05/08/12 05h00

Jipão' robótico da Nasa

tenta pouso histórico em

Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1131707-jipao-

robotico-da-nasa-tenta-pouso-historico-em-Marte.shtml

42 05/08/12 18h35

Tensão antes do pouso

em Marte desperta

superstição em cientistas

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1132304-tensao-

antes-do-pouso-em-Marte-desperta-supersticao-em-

cientistas.shtml

43 05/08/12 05h00

Tempestade em Marte cria

suspense antes de pouso

de jipe-robô

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1132147-

tempestade-em-Marte-cria-suspense-antes-de-pouso-

de-jipe-robo.shtml

44 06/08/12 19h10

Longe de Obama, chefes

da Nasa comemoram

pouso em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1132821-longe-

de-obama-chefes-da-nasa-comemoram-pouso-em-

Marte.shtml

45 06/08/12 19h11

Curiosity faz primeira foto

de Marte, mas só começa

a andar em setembro

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1132830-

Curiosity-faz-primeira-foto-de-Marte-mas-so-comeca-

a-andar-em-setembro.shtml

Page 54: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  54  

46 06/08/12 02h40

Jipe-robô Curiosity pousa

em Marte com segurança

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1132432-jipe-

robo-Curiosity-pousa-em-Marte-com-seguranca.shtml

47 07/08/12 19h05

Curiosity fará viagem no

tempo para ajudar a

entender nossas raízes

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1133313-

Curiosity-fara-viagem-no-tempo-para-ajudar-a-

entender-nossas-raizes.shtml

48 07/08/12 05h01

Superjipe marca fim de

uma era na exploração

marciana

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1132934-

superjipe-marca-fim-de-uma-era-na-exploracao-

marciana.shtml

49 08/08/12 05h01

Jipe da Nasa prepara a

sua câmera principal para

fazer foto de Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1133574-jipe-da-

nasa-prepara-a-sua-camera-principal-para-fazer-foto-

de-Marte.shtml

50 08/08/12 13h41

Ainda no "aquecimento",

jipe da Nasa faz foto em

3D de Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1133849-ainda-

no-aquecimento-jipe-da-nasa-faz-foto-em-3d-de-

Marte.shtml

51 09/08/12 12h47

Nasa divulga primeira

imagem panorâmica

colorida de Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1134483-nasa-

divulga-primeira-imagem-panoramica-colorida-de-

Marte.shtml

52 09/08/12 12h47

Nasa divulga primeira

imagem panorâmica

colorida de Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1134483-nasa-

divulga-primeira-imagem-panoramica-colorida-de-

Marte.shtml

53 13/08/12 11h31

Curiosity completa uma

semana em Marte e

manda novas fotos

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1136412-

Curiosity-completa-uma-semana-em-Marte-e-manda-

novas-fotos.shtml

54 14/08/12 04h00

Legião estrangeira'

compõe equipe do jipe-

robô em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1136898-legiao-

estrangeira-compoe-equipe-do-jipe-robo-em-

Marte.shtml

55 15/08/12 15h27

Nasa recebe fotos

coloridas do jipe em Marte

visto da órbita

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1137741-nasa-

recebe-fotos-coloridas-do-jipe-em-Marte-visto-da-

orbita.shtml

56 20/08/12 10h59

Jipe em Marte usa arma

laser pela primeira vez em

rocha

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1140067-jipe-em-

Marte-usa-arma-laser-pela-primeira-vez-em-

rocha.shtml

57 21/08/12 00h37

Curiosity movimenta seu

braço robótico pela

primeira vez em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1140538-

Curiosity-movimenta-seu-braco-robotico-pela-primeira-

vez-em-Marte.shtml

58 21/08/12 12h18

Nova Missão a Marte será

lançada em 2016

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1140656-nova-

missao-a-Marte-sera-lancada-em-2016.shtml

59 21/08/12 17h57

Cientistas testam rodas do

jipe em Marte e

descobrem sensor

quebrado

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1140913-

cientistas-testam-rodas-do-jipe-em-Marte-e-

descobrem-sensor-quebrado.shtml

60 22/08/12 18h07

Curiosity realiza primeiro

deslocamento em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1141554-

Curiosity-realiza-primeiro-deslocamento-em-

Marte.shtml

61 24/08/12 13h44

Vídeo da Nasa mostra a

aterrissagem do jipe

Curiosity em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1142479-video-

da-nasa-mostra-a-aterrissagem-do-jipe-Curiosity-em-

Marte.shtml

62 28/08/12 12h37

Novas fotos coloridas de

Marte revelam camadas

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1144394-novas-

fotos-coloridas-de-Marte-revelam-camadas-de-

Page 55: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  55  

de rochas rochas.shtml

63 06/09/12 19h20

Curiosity deixa rastros

visíveis do espaço

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1149733-

Curiosity-deixa-rastros-visiveis-do-espaco.shtml

64 10/09/12 12h37

Jipe Curiosity faz

'autorretratos' em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1151100-jipe-

Curiosity-faz-autorretratos-em-Marte.shtml

65 11/09/12 11h47

Para técnicos da Nasa,

cotidiano inclui cortar

grama e dirigir jipe-robô

em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1151656-para-

tecnicos-da-nasa-cotidiano-inclui-cortar-grama-e-

dirigir-jipe-robo-em-Marte.shtml

66 13/09/12 04h30

Braço de sonda está

quase pronto para explorar

Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1152618-braco-

de-sonda-esta-quase-pronto-para-explorar-Marte.shtml

67 19/09/12 18h37

Curiosity fotografa eclipse

em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1156107-

Curiosity-fotografa-eclipse-em-Marte.shtml

68 26/09/12 11h53

Curiosity analisa

composição química de

rocha marciana

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1159503-

Curiosity-analisa-composicao-quimica-de-rocha-

marciana.shtml

69 27/09/12 18h49

Sonda encontra vestígios

de antigo riacho em Marte

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1160321-sonda-

encontra-vestigios-de-antigo-riacho-em-Marte.shtml

Anexo 2: Tabela com justificativa do descarte das matérias do corpus de análise. Publicações

No Título da publicação Comentários sobre o descarte

6 A invasão dos robôs

Fala sobre robôs e cita o Curiosity. A matéria não é sobre a

Missão.

8

Eclipse raro mostra Vênus e Lua

crescente no Japão

O robô detectou a palavra chave em um link listado abaixo da

matéria. A matéria não fala sobre a Missão, mas de um

eclipse.

10

Curiosity pode ser o próximo alvo

do grupo de hackers Anonymous

A matéria não fala sobre a Missão em si, mas da

possibilidade de um acesso ilegal às informações.

13 Nasa prepara nova Missão a Marte

para 2016

A matéria apenas cita a Missão Curiosity, mas não fala sobre

ela.

15

Nasa adia para quinta-feira o

lançamento de duas sondas

espaciais

O robô detectou a palavra chave em um link listado abaixo da

matéria. A matéria não fala sobre a Missão.

19

Imagem da Nasa compara explosão

solar ao tamanho da Terra

O robô detectou a palavra chave em um link listado abaixo da

matéria. A matéria não fala sobre a Missão.

20

Fragmentos de raro meteorito "não

alterado" são encontrados no Saara

O robô detectou a palavra chave em um link listado abaixo da

matéria. A matéria não fala sobre a Missão.

21

Nave espacial aterrissa com

sucesso no Cazaquistão com 3

tripulantes a bordo

O robô detectou a palavra chave em um link listado abaixo da

matéria. A matéria não fala sobre a Missão.

22

Curiosity registra eclipse do Sol com

lua de Marte

O robô detectou a palavra chave em um link listado abaixo da

matéria. A matéria não fala sobre a Missão, mas de um

eclipse.

23 Ônibus espacial será transportado O robô detectou a palavra chave em um link listado abaixo da

Page 56: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  56  

por avião para centro de ciência nos

EUA

matéria. A matéria não fala sobre a Missão.

37 Maior telescópio do mundo tenta

desvendar origem dos neutrinos

O robô detectou a postagem pela presença da palavra chave,

mas não se trata do assunto em questão. Apesar de ser uma

boa matéria sobre a observação de neutrinos, não se encaixa

na busca proposta pelo trabalho.

40 Robô Opportunity completa 8 anos

de Missão em Marte

O robô detectou a postagem pela presença da palavra chave,

mas não se trata do assunto em questão,

47 Curiosity fará viagem no tempo para

ajudar a entender nossas raízes

Não é uma matéria, mas um relato de um dos cientistas

envolvidos

52 Nasa divulga primeira imagem

panorâmica colorida de Marte

Matéria duplicada. A idêntica continua fazendo parte da

análise

54 Legião estrangeira' compõe equipe

do jipe-robô em Marte

A matéria trata de "disputas políticas" em torno da Missão e

não sobre a Missão em si

58

Nova Missão a Marte será lançada

em 2016

A matéria fala sobre outra Missão e cita a Curiosity (por isso

foi dectada pela busca). Porém, como não trata da Missão em

questão não serve para o presente trabalho.

65

Para técnicos da Nasa, cotidiano

inclui cortar grama e dirigir jipe-robô

em Marte

A matéria fala sobre o cotidiano dos cientistas que trabalham

com a Missão Curiosity, mas não há nada específico sobre o

robô.

Anexo 3: Critérios de análise da dimensão jornalística sobre o Bóson de Higgs. Critérios de análise- O Bóson de Higgs

Dimensão jornalísitica

Publicação Lide

completo

Linguagem

objetiva

Consulta a duas

ou mais fontes

Presença de critérios de

noticiabilidade (substantivos)

Revista Época 67% 67% 0% 67%

Folha Online 92% 100% 67% 100%

Anexo 4: Análise dos critérios da Dimensão Jornalística na Revista Época, sobre o

Bóson de Higgs. Critérios de análise- O Bóson de Higgs na Revista Época

Dimensão jornalísitica

No

Lide completo Linguagem objetiva

Consulta a duas

ou mais fontes

Presença de critérios de noticiabilidade

(substantivos)

Nota

Coment

ário Nota

Coment

ário Nota

Coment

ário Nota Comentário

1 1 1 0

Só fonte

oficial 1

Notoriedade;

relevância;

novidade;

notabilidade

2 1 1 0

Só fonte

oficial

Notoriedade;

relevância;

novidade;

notabilidade

Page 57: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  57  

3 0

O

jornalista

não

explica

quando

nem

como

nem

porque

esse

assunto

veio à

tona 0

Deixa

lacunas

e trata

de

assuntos

que

podem

não ser

familiare

s aos

leitores.

Chama o

leitor a

comprar

a edição

impressa

. 0

Não cita

nenhum

a fonte 1

Notoriedade;

relevância;

novidade;

notabilidade

Anexo 5: Análise dos critérios da Dimensão Jornalística na Folha Online, sobre o

Bóson de Higgs. Critérios de análise- O Bóson de Higgs na Folha Online

Dimensão jornalísitica

No

Lide

completo

Linguagem

objetiva

Consulta a duas ou

mais fontes

Presença de critérios de noticiabilidade

(substantivos)

No

ta

Come

ntário Nota

Coment

ário Nota Comentário Nota Comentário

26 1 1 1

Mas

somente

fontes

oficiais 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

27 1 1 0 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

28 1 1 0 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

29 1 1 0 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

30 1 1 0

Não cita,

mas

acredita-se

que tenha

ouvido mais 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

Page 58: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  58  

de uma

fonte.

31 0

Segue

para a

linha

de um

jornalis

mo

literári

o que,

por

sua

vez,

permit

e

matéri

as

com

leads

mais

flexívei

s. 1 1 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

32 1 1 1 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

33 1 1 1 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

34 1 1 1 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

35 1 1 1 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

36 1 1 1 1

notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

37 0 0 0 0 0 0 0 0

38 1 1 1 1

Notoriedade,

Novidade,

Notabilidade,

Relevância

Page 59: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  59  

Anexo 6: Critérios de análise da dimensão científica sobre o Bóson de Higgs. Critérios de análise- O Bóson de Higgs

Dimensão Científica

Publicação

Presença de alguma análise

sobre o assunto

Aproximação do assunto ao

cotidiano

Uso de metáforas

explicativas

Uso de dados

complementares

Revista Época 0% 0% 33% 100%

Folha Online 75% 92% 92% 100%

Anexo 7: Análise dos critérios da Dimensão Científica na Revista Época, sobre o

Bóson de Higgs. Critérios de análise- O Bóson de Higgs na Revista Época

Dimensão Científica

No

Presença de alguma análise sobre o

assunto

Aproximação do assunto ao

cotidiano

Uso de metáforas

explicativas

Uso de dados

complementares

Nota Comentário Nota

Comentário Nota

Comentário Nota Comentário

1 0

Apesar de

haver

contextualizaç

ão, não há

análise crítica 0

Aproximaç

ão que se

faz não diz

respeito

aos

leitores

leigos 0 1

Os

jornalistas

contextualiza

m com

dados

"históricos"

sobre a

busca do

Boson

2 0

Apesar de

haver

contextualizaç

ão, não há

análise crítica 0

Aproximaç

ão que se

faz não diz

respeito

aos

leitores

leigos 0 1

Os

jornalistas

contextualiza

m com

dados

"históricos"

sobre a

busca do

Boson

3 0

A matéria

chama o leitor

a comprar a

revista para ler

a análise. 0

Não

explica

para que

serve nem

a

importânci

a 1

Usa

metáforas

numéricas

para

explicar

alguns

detalhes. 1

Usa

infográficos

com dados

sobre as

partículas

atómicas

Page 60: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  60  

Anexo 8: Análise dos critérios da Dimensão Científica na Folha Online, sobre o

Bóson de Higgs. Critérios de análise- O Bóson de Higgs na Folha Online

Dimensão Científica

No

Presença de alguma análise sobre o

assunto

Aproximação do as-

sunto ao cotidiano

Uso de metáforas

explicativas

Uso de dados

complementares

Nota Comentário Nota Comentário Nota Comentário Nota Comentário

26 1

A análise é

feita na

pesquisa

citada no

texto. 0

A

aproximação

não é feita

para leitores

leigos 1

O jornalista

explica

muito bem a

teoria. 1

Usa infográficos

para explicar a

teoria

27 0

Não há uma

posição

crítica

quanto ao

fato

apresentado. 1

Explica

porquê os

físicos

querem

encontrar a

partícula. 1

Explica o

que o

Bóson seria

e o que ele

originaria. 1

Apresenta dados

históricos da

busca pelo

Bóson

28 0 1

Explica

porquê os

físicos

querem

encontrar a

partícula. 1

Explica o

que o

Bóson seria

e o que ele

originaria. 1

Apresenta dados

históricos da

busca pelo

Bóson

29 0 1 0 1

Apresenta dados

históricos da

busca pelo

Bóson

30 1 1 1 1

Apresenta dados

históricos da

busca pelo

Bóson

31 1 1 1 1

Apresenta dados

históricos da

busca pelo

Bóson

32 1 1 1 1

33 1 1 1 1

34 1 1 1 1

35 1

Apresenta

uma fonte

dizendo que

agora há

muito mais

pela frente. 1

Explica

porquê os

físicos

querem

encontrar a

partícula e

como ela

funciona. 1

Explica o

que o

Bóson seria

e o que ele

originaria 1

Apresenta dados

históricos da

busca pelo

Bóson,

infográficos

explicativos e

links para outras

matérias

Page 61: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  61  

complementares.

36 1 1 1 1

37 0 0 0 0 0 0 0 0

38 1

Analisa não

só a

usabilidade

da

descoberta

como suas

falhas e

possíveis

problemas. 1

Explica

porquê os

físicos

querem

encontrar a

partícula e

como ela

funciona. 1

Explica o

que o

Bóson seria

e o que ele

originaria 1

Apresenta dados

históricos da

busca pelo

Bóson,

infográficos

explicativos e

links para outras

matérias que

complementares.

Anexo 9: Critérios de análise da dimensão tecnológica sobre o Bóson de Higgs. Critérios de análise- O Bóson de Higgs na Revista Época

Dimensão Tecnológica

Publicação Presença de multimídia Uso de Hiperlinks Interatividade

Revista Época 100% 100% 100%

Folha Online 75% 67% 100%

Anexo 10: Análise dos critérios da Dimensão Tecnológica na Revista Época, sobre

o Bóson de Higgs. Critérios de análise- O Bóson de Higgs na Revista Época

Dimensão Tecnológica

N

o

Presença de multimídia Uso de Hiperlinks Interatividade

Not

a Comentário Nota Comentário

Not

a Comentário

1 1 Imagem 1

Reportagens

internas do site 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

2 1 Imagem 1

Reportagens

internas do site 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

3 1

Vídeo, infográfico

estático. 1

Para matérias

do mesmo site. 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

Anexo 11: Análise dos critérios da Dimensão Tecnológica na Folha Online, sobre o

Bóson de Higgs. Critérios de análise- O Bóson de Higgs na Folha Online

Dimensão Tecnológica

No

Presença de multimídia Uso de Hiperlinks Interatividade

No

ta Comentário Nota Comentário Nota Comentário

26 1 Infográfico estático 0 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

Page 62: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  62  

27 0 0 1 Opções de compartilhamento

28 0 0 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

29 0 1

Para outras

publicações do

Grupo Folha 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

30 1

Infográfico

animado, imagens,

infográfico

estático. 1

Para outras

publicações do

Grupo Folha 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

31 1

Infográfico

animado, imagens,

infográfico

estático. 1

Para outras

publicações do

Grupo Folha 1 Opções de compartilhamento

32 1

Infográfico

animado, imagens,

infográfico

estático. 1

Para outras

publicações do

Grupo Folha 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

33 1

Infográfico

animado, imagens,

infográfico

estático. 1

Para outras

publicações do

Grupo Folha 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

34 1

Infográfico

animado, imagens,

infográfico

estático. 1

Para outras

publicações do

Grupo Folha 1

comentários, Opções de

compartilhamento

35 1 Infográfico estático 1

Para outras

publicações do

Grupo Folha 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

36 1

Infográfico

animado, imagens,

infográfico

estático. 1

Para outras

publicações do

Grupo Folha 1

comentários, Opções de

compartilhamento

37 0 0 0 0 0 0

38 1

Infográfico

estático, galeria de

imagens 0 1

Comentários, Opções de

compartilhamento

Anexo 12: Critérios de análise da dimensão jornalísitca sobre a missão Curiosity. Critérios de análise- Missão Curiosity

Dimensão jornalísitica

Publicação Lide

completo

Linguagem

objetiva

Consulta a duas ou mais

fontes

Presença de critérios de

noticiabilidade (substantivos)

Revista Época 100% 100% 0% 100%

Folha Online 100% 100% 24% 100%

Page 63: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  63  

Anexo 13: Análise dos critérios da Dimensão Jornalística na Revista Época, sobre

a Missão Curiosity. Critérios de análise- Missão Curiosity na Revista Época

Dimensão jornalísitica

No

Lide completo

Linguagem

objetiva

Consulta a duas

ou mais fontes

Presença de critérios de

noticiabilidade (substantivos)

No

ta

Coment

ário

Not

a

Coment

ário

Not

a

Coment

ário

Not

a Comentário

5 1 1 0 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

6 0 0 0 0 0 0 0 0

7 1 1 0 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

8 0 0 0 0 0 0 0 0

9 1 1 0 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

10 0 0 0 0 0 0 0 0

11 1 1 0 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

12 1 1 0 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

13 0 0 0 0 0 0 0 0

14 1 1 0 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

15 0 0 0 0 0 0 0 0

16 1 1 0 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

17 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

18 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

19 0 0 0 0 0 0 0 0

20 0 0 0 0 0 0 0 0

21 0 0 0 0 0 0 0 0

22 0 0 0 0 0 0 0 0

23 0 0 0 0 0 0 0 0

24 1 1 0 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

25 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

Page 64: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  64  

Anexo 14: Análise dos critérios da Dimensão Jornalística na Folha Online, sobre a

Missão Curiosity. Critérios de análise- Missão Curiosity na Folha Online

Dimensão jornalísitica

No

Lide completo

Linguagem

objetiva

Consulta a duas

ou mais fontes

Presença de critérios de

noticiabilidade (substantivos)

No

ta

Coment

ário

Not

a

Coment

ário

Not

a

Coment

ário

Not

a Comentário

39 1 1 0 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

40 0 0 0 0 0 0 0 0

41 1 1 1 1

Notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

42 1 1 1 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

43 1 1 1 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

44 1 1 1 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

45 1 1 1 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

46 1 1 1 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

47 0 0 0 0 0 0 0 0

48 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

49 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

50 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

51 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

52 0 0 0 0 0 0 0 0

53 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

54 0 0 0 0 0 0 0 0

55 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

56 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

57 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

58 0 0 0 0 0 0 0 0

59 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

60 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

61 1 1 0 1 notoriedade, Novidade,

Page 65: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  65  

Notabilidade, Relevância

62 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

63 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

64 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

65 0 0 0 0 0 0 0 0

66 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

67 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

68 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

69 1 1 0 1

notoriedade, Novidade,

Notabilidade, Relevância

Anexo 15: Critérios de análise da dimensão científica sobre a missão Curiosity. Critérios de análise- Missão Curiosity

Dimensão Científica

Publicação

Presença de

alguma análise sobre o

assunto

Aproximação do assunto ao

cotidiano

Uso de metáforas explicativas

Uso de dados complementares

Revista Época 0% 8% 42% 67%

Folha Online 20% 24% 36% 72%

Anexo 16: Análise dos critérios da Dimensão Científica na Revista Época, sobre a

Missão Curiosity. Critérios de análise- Missão Curiosity na Revista Época

Dimensão Científica

no

Presença de alguma análise

sobre o assunto

Aproximação do

assunto ao cotidiano

Uso de metáforas

explicativas

Uso de dados

complementares

No

ta Comentário Nota Comentário Nota Comentário Nota

Comentári

o

4 0 0 1 1

5 0 1 1 1

6 0 0 0 0 0 0 0 0

7 0 0 0 1

8 0 0 0 0 0 0 0 0

9 0 0 1 1

10 0 0 0 0 0 0 0 0

11 0 0 0 1

12 0 0 0 1

13 0 0 0 0 0 0 0 0

14 0 0 1 1

Page 66: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  66  

15 0 0 0 0 0 0 0 0

16 0 0 0 1

17 0 0 1 0

18 0 0 0 0

19 0 0 0 0 0 0 0 0

20 0 0 0 0 0 0 0 0

21 0 0 0 0 0 0 0 0

22 0 0 0 0 0 0 0 0

23 0 0 0 0 0 0 0 0

24 0 0 0 0

25 0 0 0 0

Anexo 17: Análise dos critérios da Dimensão Científica na Folha Online, sobre a

Missão Curiosity. Critérios de análise- Missão Curiosity na Folha Online

Dimensão Científica

No

Presença de alguma análise sobre o

assunto

Aproximação do assunto ao

cotidiano

Uso de metáforas

explicativas

Uso de dados

complementares

No

ta Comentário Nota

Comentári

o Nota Comentário Nota

Comentári

o

39 0 1 1 1

40 0 0 0 0 0 0 0 0

41 1 1 1 1

42 0 0 0 0

43 1 1 1 1

44 1

Analisa a

relação entre

os cientistas e

o governo. 1 1 1

45 1

Analisa as

diferenças

entre o

Curiosity e

seus

antecessores. 1 0 1

46 0 0 0 1

47 0 0 0 0 0 0 0 0

48 1

Análise

econômica e

significativa da

Missão. 0 0 1

49 0 0 0 1

50 0 0 0 1

51 0 0 0 1

52 0 0 0 0 0 0 0 0

53 0 0 1 0

54 0 0 0 0 0 0 0 0

Page 67: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  67  

55 0 0 1 1

56 0 0 1

Somente

sobre o fato,

não sobre a

Missão. 1

57 0 0 0 1

58 0 0 0 0 0 0 0 0

59 0 0 0 1

60 0 1

Explica

porque é

difícil

dirigir o

robô 0 0

61 0 0 0 0

62 0 0 0 1

63 0 0 1 1

64 0 0 0 0

65 0 0 0 0 0 0 0 0

66 0 0 0 1

67 0 0 0 1

68 0 0 0 0

69 0 0 1 0

Anexo 18: Critérios de análise da dimensão tecnológica sobre a missão Curiosity. Critérios de análise

Dimensão Tecnológica

Publicação Presença de multimídia Uso de Hiperlinks Interatividade

Revista Época 100% 92% 100%

Folha Online 88% 12% 100%

Anexo 19: Análise dos critérios da Dimensão Tecnológica na Revista Época, sobre

a Missão Curiosity. Critérios de análise- Missão Curiosity na Revista Época

Dimensão Tecnológica

No

Presença de multimídia Uso de Hiperlinks Interatividade

No

ta Comentário Nota Comentário Nota Comentário

4 1 Imagem 1

Para matérias do mesmo

site. 1

Comentários, Opções

de compartilhamento

5 1 Imagem 1

para matérias do mesmo

site e para o site da nasa 1

Comentários, Opções

de compartilhamento

6 0 0 0 0 0 0

7 1

Imagem,

imagem

panorâmica

interativa 1

para matérias do mesmo

site com mais

informações 1

Comentários, Opções

de compartilhamento,

imagem panorâmica

interativa.

8 0 0 0 0 0 0

Page 68: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  68  

9 1 Imagens 1

Para matérias do mesmo

site com mais

informações e para sites

externos relacionados. 1

Comentários, Opções

de compartilhamento

10 0 0 0 0 0 0

11 1 Imagens 1

Para matérias do mesmo

site com mais

informações 1

Comentários, Opções

de compartilhamento

12 1 imagem 1

para matérias do mesmo

site com mais

informações 1

comentários, Opções

de compartilhamento

13 0 0 0 0 0 0

14 1 imagens 1

para matérias do mesmo

site com mais

informações 1

comentários, Opções

de compartilhamento

15 0 0 0 0 0 0

16 1 Imagem 1

para matérias do mesmo

site com mais

informações 1

comentários, Opções

de compartilhamento

24 1 Imagem 1

para matérias do mesmo

site com mais

informações 1

comentários, Opções

de compartilhamento

25 1 Imagem 1

para matérias do mesmo

site com mais

informações 1

comentários, Opções

de compartilhamento

Anexo 20: Análise dos critérios da Dimensão Tecnológica na Folha Online, sobre a

Missão Curiosity. Critérios de análise- Missão Curiosity na Folha Online

Dimensão Tecnológica

No

Presença de multimídia Uso de Hiperlinks Interatividade

No

ta Comentário

No

ta Comentário Nota Comentário

39 1

Infográfico

animado 0 1

Comentários, Opções

de compartilhamento

40 0 0 0 0 0 0

41 1 Infográfico estático 0 1

Comentários, Opções

de compartilhamento

42 1 Imagem 1

Para outras publicações

do Grupo Folha 1

Comentários, Opções

de compartilhamento

43 1

Infográfico

estático, imagem 0 1

comentários, Opções

de compartilhamento

44 1 infográfico estático 0 1

opções de

compartilhamento

45 1 galeria de imagens 1

Para outros sites do

grupo folha 1

Comentários, Opções

de compartilhamento

46 1 galeria de imagens 1

para outros sites do

grupo folha 1

comentários, Opções

de compartilhamento

Page 69: A linguagem do Jornalismo Científico para web: …...jornalismo científico (JC) e de este estar presente na pauta de diversos veículos, ainda existem problemas quanto ao entendimento

  69  

47 0 0 0 0 0 0

48 0 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

49 1 Imagem, vídeo 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

50 1 Imagem, vídeo 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

51 1 galeria de imagens 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

52 0 0 0 0 0 0

53 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

54 0 0 0 0 0 0

55 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

56 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

57 0 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

58 0 0 0 0 0 0

59 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

60 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

61 1 video 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

62 1 imagens 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

63 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

64 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

65 0 0 0 0 0 0

66 0 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

67 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

68 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento

69 1 imagem 0 1

comentários, opções

de compartilhamento