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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SOROCABA – SP PATRÍCIA DA CUNHA OLIVEIRA, menor impúbere, neste feito representada por sua mãe Joseane de Fátima da Cunha , nacionalidade________, estado civil_______, profissão__________, portadora do RG______ e CPF _____________, residentes e domiciliados na rua ______, número________, bairro________, nesta cidade de Sorocaaba, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve, com escritório na rua __________, com fulcro na Lei 5.478/1968 e demais dispositivos aplicáveis à espécie, propor a presente AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS

Ação Revisional de Alimentos

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Aula de Prática Civil

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Page 1: Ação Revisional de Alimentos

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA

COMARCA DE SOROCABA – SP

PATRÍCIA DA CUNHA OLIVEIRA, menor impúbere, neste feito

representada por sua mãe Joseane de Fátima da Cunha , nacionalidade________, estado

civil_______, profissão__________, portadora do RG______ e CPF _____________,

residentes e domiciliados na rua ______, número________, bairro________, nesta cidade de

Sorocaaba, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado que esta

subscreve, com escritório na rua __________, com fulcro na Lei 5.478/1968 e demais

dispositivos aplicáveis à espécie, propor a presente

AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS

pelo procedimento especial previsto na supracitada lei, em face de Pedro

Henrique Oliveira, nacionalidade_________, solteiro, funcionário público, portador do

RG_________ e CPF___________, residente e domiciliado na rua ______,

número________, bairro________, na cidade de Itapeva, pelos fatos e fundamentos a seguir

expostos:

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II- DOS FATOS

Durante 7 (sete) anos, Joseane e Pedro mantiveram mantiveram

convivência marital tranquila, residiam na cidade de Itararé-SP. Deste relacionamento

frutífero, nasceu a Requerente Patrícia, nascida em _____, atualmente com 6 (seis) anos de

idade, é filha do Requerido, conforme faz prova certidão de nascimento em anexo.

Porém, após 3 (três) anos do nascimento da Requerente, o casamento

não vingou e o casal optou pela separação. Ao tempo da separação, Pedro Henrique era

balconista, com uma renda mensal de R$1800,00 (um mil e oitocentos reais) .

A ação de separação correu na comarca de Itararé, fixou-se que a

guarda da Autora ficaria sob a responsabilidade da genitora e que Pedro Henrique pagaria a

título de pensão alimentícia para subsistência da sua filha, a importância de R$600,00

(seiscentos reais) mensais.

Em março do corrente ano, Pedro Henrique mudou para a cidade de

Itapeva-SP, passou em concurso público com remuneração no valor de R$6.000,00 (seis mil

reais).

A Requerente, atualmente, reside com sua genitora na cidade de

Sorocaba-SP, contudo, a mãe não está conseguindo arcar com as despesas da criança, uma vez

que, a pensão fixada anteriormente era suficiente para custear os gastos que uma criança de 3

(três) dava. Hoje, com 6(seis) anos de idade, a Requerente frequenta escola e necessita de

material escolar, dentista, médico, há gastos com sua alimentação, já que agora come

alimentos sólidos e não somente leite, e gastos com lazer. E é evidente que o valor da pensão

não abrange todos os gastos da Requerente.

Tendo em vista o progresso do Requerido e seu sucesso profissional, é

viável pleitear majoração no valor da pensão devida, ademais, a segurança e estabilidade que

um cargo público oferece possibilita que Pedro Henrique contribua para uma vida com maior

qualidade para sua filha.

Frente a todas as necessidades da menor, calculou-se o montante de

aproximadamente R$1.400,00 (um mil e quatrocentos reais) mensais, consoante recibos de

despesas anexos a esta petição.

Ante todo o exposto, é notória a pertinência desta ação e encontra-se

calcada nos seguintes fundamentos:

Page 3: Ação Revisional de Alimentos

III- DO DIREITO

A criança necessita de um ambiente saudável e propício para seu

desenvolvimento completo e sadio, um dos fundamentos do Estado “Social” é justamente

proporcionar condições dignas para os cidadãos. Não é condizente com o que apregoa a

Constituição Federal, que seus cidadãos vivam em condições precárias estando em situação

em que não tenham como suprir suas necessidades primordiais. A Carta Magna dispõe:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela

união indissolúvel dos Estados e Municípios e do

Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de

Direito e tem como fundamentos:

(…)

III - a dignidade da pessoa humana”.

Para assegurar esta condição digna o Estado confere à família o dever

de prestar auxílio e assistência aos seus filhos, proporcionando-lhes o cuidado material e

emocional necessários para que se desenvolvam respeitosamente. Logo, trata o artigo 229 da

Constituição Federal:

“Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar

os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de

ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou

enfermidade”.

Além, norma especial tratou de cuidar do assunto, ficando claro a

importância da proteção da criança e da responsabilidade imprescindível dos pais no sustento

e na manutenção da vida da prole. Então, elucida o artigo 22 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de

1990:

“Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e

educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no

interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir

as determinações judiciais.”

Indo além, e demonstrando a primazia e urgência no zelo aos cuidados

da criança, a Lei nº 8.069, de 13.07.1990, procura dar prioridade à criança, quanto à tutela de

seus direitos:

Page 4: Ação Revisional de Alimentos

“Art. 4º.É dever da família , da comunidade, da sociedade

em geral e do poder público assegurar , com absoluta

prioridade , a efetivação dos direitos referentes à vida , à

saúde, à alimentação , à educação, ao esporte, ao lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à

liberdade e à convivência familiar e comunitária.” (grifo

nosso)

Estando em pauta situação essencial de dever de alimentos,

encontramos respaldo no atual Código Civil brasileiro regulamentando o direito material a

alimentos da seguinte forma:

“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou

companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que

necessitem para viver de modo compatível com a sua

condição social, inclusive para atender às necessidades

de sua educação”.

Outrossim, delineia a quantificação da responsabilização da prestação

de alimentos no parágrafo 1° do supracitado artigo:

(…)

§ 1o. Os alimentos devem ser fixados na proporção das

necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa

obrigada”.

Em seguida, estabelece as condições “sine qua nom”imprescindíveis

ao pleito:

“Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os

pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo

seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se

reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário

ao seu sustento”.

Funda-se o pedido da Requerente na Lei n° 5.478/68, que dispõe sobre

alimentos. Com efeito, assim dispõe referida lei em seu art. 15:

“Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita

em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face

da modificação da situação financeira dos interessados.”

Page 5: Ação Revisional de Alimentos

Verificado o desequilíbrio, a pretensão revisional se legitima, nos

moldes do art. 1699 do Código Civil para o qual convergem todas as pretensões revisionais, ao

proclamar que:

“Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na

situação financeira de quem os supre, ou na de quem os

recebe, poderá o interessado reclamar do juiz, conforme

as circunstâncias, exoneração, redução ou agravação do

encargo”.

Trata-se, pois, de adequação à realidade, amoldando o valor devido

com a situação presente , e não de modificação ao sentido da obrigação.

O saudoso mestre ORLANDO GOMES comenta sobre o binômio

possibilidade/necessidade, observa que:

“Ainda, porém, que faça jus ao recebimento da prestação alimentar, por

estar em condições de reclamá-la, o alimentando não poderá exercer o seu

direito se aquele contra o qual pode manifestar a pretensão não estiver em

condições de satisfazê-la”.

“A potencialidade econômico-financeira da pessoa de quem podem ser

exigidos os alimentos é, assim, um pressuposto da obrigação, tal como a

necessidade do alimentando. Não basta que um precise; importa,

igualmente, que o outro possa dar, mas se há vínculo de família e o

interessado se encontra em estado de miserabilidade, a obrigação existe,

sendo apenas inexequível. A impossibilidade de execução é arrolada entre

seus pressupostos porque a natureza da obrigação impossibilita sua

formação. Há impossibilidade econômica de prestar alimentos quando o

devedor não pode fornecê-los sem desfalque do necessário ao seu sustento.

Esse critério adotado no direito pátrio é muito rigoroso, porquanto a

situação econômica do obrigado pode ser de tal ordem que a prestação de

alimentos, embora não sacrifique no seu sustento atual, representará um

encargo que venha agravá-lo...” (in Direito de Família, 2ª ed., pp. 375 e

376).

A jurisprudência dos nossos tribunais tem entendido da seguinte

maneira:

Page 6: Ação Revisional de Alimentos

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS.

MAJORAÇÃO. A ação de revisão de alimentos tem por pressuposto a

alteração do binômio possibilidade-necessidade. Binômio alterado segundo

escopo probatório acostado aos autos. Mantença da sentença que majorou

os alimentos. Apelação desprovida. (Apelação Cível Nº 70060240041,

Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís

Dall'Agnol, Julgado em 27/08/2014) (TJ-RS - AC: 70060240041 RS ,

Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Data de Julgamento: 27/08/2014, Sétima

Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 01/09/2014)

Ainda a jurisprudência:

ALIMENTOS. MAJORAÇÃO. EVIDENCIADAS AS EXCELENTES POSSIBILIDADES DO GENITOR, POR MEIO DOS SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA, DEVE A FILHA DESFRUTAR DO MESMO PADRÃO. AS CONDIÇÕES DE VIDA DA PROLE NÃO DEVEM SOFRER ALTERAÇÃO COM A SEPARAÇÃO DOS PAIS, ENQUANTO HOUVER A MESMA DISPONIBILIDADE FINANCEIRA. apelo provido, em parte. ( apelação cível n° 70007288418, sétima câmara civil, tribunal de justiça do rs, relator: maria berenice dias, julgado em 19/11/2009)

Estando a pretensão da autora veementemente fundada no direito, passa a requerer:

IV- DO PEDIDO

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:

1. Total procedência do pedido e reconhecida a majoração, a

condenação do Réu ao pagamento de R$14.400,00 (quatorze mil e quatrocentos reais)

mensais em alimentos, se não for este o entendimento, que seja fixado valor aproximado.

2. A citação do Réu para comparecer em audiência de conciliação,

que se infrutífera apresente contestação.

3. A intimação do Ministério Público para acompanhar o feito até o

final.

4. Que se oficie ao empregador do Réu para informar os rendimentos

Page 7: Ação Revisional de Alimentos

deste.

5. Ainda, que seja oficiado o empregador para o desconto em folha de

pagamento e o depósito na conta bancária de número:

_______________________________.

6. Requer também os benefícios da Justiça Gratuita conforme Lei

1060/1950.

7. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito

admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$16.800,00 (dezesseis mil e oitocentos reais).

Termos em que

pede deferimento.

Local e data.

Advogada

OAB___/ nº_________

GABRIELA ALMEIDA OLIVEIRA – 7° SEMESTRE