41
0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS EM UMA ESCOLA DE UMA REDE MUNICIPAL DE ENSINO NO ESTADO DE MATO GROSSO NATHANE BEATRYS DOS SANTOS RAMOS Cuiabá- MT, Setembro 2016

ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

0

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS

CARDÁPIOS EM UMA ESCOLA DE UMA REDE MUNICIPAL

DE ENSINO NO ESTADO DE MATO GROSSO

NATHANE BEATRYS DOS SANTOS RAMOS

Cuiabá- MT, Setembro 2016

Page 2: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS

CARDÁPIOS EM UMA ESCOLA DE UMA REDE MUNICIPAL

DE ENSINO NO ESTADO DE MATO GROSSO

NATHANE BEATRYS DOS SANTOS RAMOS

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato

Grosso como parte dos requisitos exigidos para

obtenção do título de Bacharel em Nutrição, sob

orientação da professora Me. Emanuele Batistela.

Cuiabá- MT, Setembro 2016

Page 3: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

2

Page 4: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

3

Page 5: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

2

RESUMO

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é uma política governamental que atende estudantes de

toda a educação básica matriculados em escolas públicas e tem por objetivo atender as necessidades nutricionais

dos escolares durante sua permanência em sala de aula. O presente estudo objetivou avaliar a adequação da

composição nutricional dos cardápios planejados e executados para o atendimento de estudantes do ensino

fundamental em uma escola de uma rede municipal de ensino no Estado de Mato Grosso, segundo os parâmetros

do PNAE. Trata-se de um estudo transversal, exploratório, quantitativo, realizado no mês de março de 2016,

durante cinco dias não consecutivos no período vespertino. As quantidades de energia, macronutrientes, fibras,

vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio, foram determinadas a partir dos per capitas de cada

alimento, utilizando tabelas de composição de alimentos. Os cardápios planejados e os cardápios executados

foram comparados entre si e segundo os parâmetros do PNAE para as faixas etárias de 6 a 10 anos e de 11 a 15

anos. Os cardápios planejados e os cardápios executados apresentaram diferenças entre si e em comparação aos

padrões de referência preconizados, no que se refere ao valor energético, macro e micronutrientes. Evidencia-se

a necessidade de adequar o valor nutricional dos cardápios e diferenciar o porcionamento para alunos de

diferentes faixas etárias, visando diminuir o risco nutricional e atender às recomendações do PNAE.

PALAVRAS- CHAVE: PNAE; Composição nutricional; Alimentação escolar.

Page 6: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

3

ABSTRACT

The National School Feeding Program (PNAE) is a government policy that serves students of all basic education

enrolled in public schools and aims to meet the nutritional needs of students during their stay in the classroom.

This study aimed to evaluate the adequacy of the nutritional composition of menus planned and executed for the

care of elementary school students at a school of a city in the state of Mato Grosso, according to PNAE

parameters. This is a cross-sectional, exploratory, quantitative study conducted in March 2016 for five

nonconsecutive days in the afternoon. Energy quantities, macronutrients, fiber, vitamin A and C, calcium, iron,

sodium, zinc and magnesium were determined from the per capitas of each food, using food composition tables.

Planned and executed menus were compared and according to PNAE parameters for age groups 6-10 years and

11-15 years. The planned menus and executed menus differed from each other and compared to the

recommended reference standards with regard to energy, macro and micronutrients. Highlights the need to

adapt the nutritional value of menus and differentiate the portioning for students of different age groups in order

to reduce the nutritional risk and meet PNAE recommendations.

KEY WORDS: PNAE; Nutritional composition; School meals.

Page 7: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

4

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AQPC- Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio

CECANE- Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar

CFN- Conselho Federal de Nutricionistas

DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DHAA - Direito Humano à Alimentação Adequada

EEx- Entidade Executora

FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

FTP- Fichas Técnicas de Preparo

MEC - Ministério da Educação

OMS - Organização Mundial da Saúde

PNAE- Programa Nacional de Alimentação Escolar

PSE- Programa Saúde na Escola

SAN - Segurança Alimentar e Nutricional

SPSS- Statistical Package for the Social Science

TNE- Técnico em Nutrição Escolar

UFRGS- Universidade Federal do Rio Grande de Sul

VET- Valor Energético Total

Page 8: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

5

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................7

2. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................10

2.1 ALIMENTAÇÃO SAUDAVEL ........................................................................... 10

2.2 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR .......................... 12

2.3 PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DE CARDÁPIOS ..................................... 14

3. OBJETIVOS...........................................................................................................18

3.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 18

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 18

4. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................19

4.1 DESENHO DO ESTUDO .................................................................................... 19

4.2 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 19

4.3 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DAS PREPARAÇÕES ......... 20

4.3.1 ANÁLISE DO CARDÁPIO PLANEJADO....................................................20

4.3.2 ANÁLISE DO CARDÁPIO EXECUTADO...................................................20

4.4 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ........................................................ 21

4.5 ASPECTOS ÉTICOS ........................................................................................... 21

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................22

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................35

7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................36

Page 9: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

7

1. INTRODUÇÃO

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é gerenciado pelo Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia federal vinculada ao

Ministério da Educação (MEC) e atende, de forma gratuita, aos alunos de toda a educação

básica matriculados em escolas públicas, filantrópicas e em entidades comunitárias,

conveniadas com o poder público (BRASIL, 2015a; BRASIL, 2015b).

É considerado o maior e mais antigo programa do governo brasileiro na área de

alimentação escolar e de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), sendo um dos mais

abrangentes do mundo no que se refere ao atendimento universal aos escolares e à garantia do

Direito Humano a Alimentação Adequada – DHAA (BRASIL 2015b).

O PNAE tem por objetivo contribuir para o crescimento, o desenvolvimento, a

aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como para a formação de hábitos

alimentares saudáveis, por meio da oferta da alimentação escolar e de ações de educação

alimentar e nutricional (BRASIL, 2009).

Com o intuito de atingir o objetivo do programa, o PNAE possui diretrizes que

propõem, dentre outros aspectos, a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo

de ensino e aprendizagem e o emprego da alimentação saudável e adequada, recomendando o

uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos

alimentares saudáveis (BRASIL, 2009).

Estas diretrizes tornam-se especialmente importantes, se considerarmos que as

preferências alimentares das crianças, que nem sempre recaem sobre os alimentos

considerados mais saudáveis, e o sedentarismo, têm se relacionado ao aumento da prevalência

Page 10: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

8

de sobrepeso e obesidade tanto em crianças quanto em adolescentes no Brasil (DANELON et

al., 2006; TORAL et al., 2009; OMS, 2015).

É importante ressaltar que o excesso de peso na infância predispõe o surgimento de

doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como problemas respiratórios, diabetes

mellitus, hipertensão arterial, dislipidemias, elevando assim, o risco de mortalidade na vida

adulta (OLIVEIRA et al., 2004; REIS et al., 2011).

Desta forma, para atender as diretrizes do PNAE, a legislação (Lei nº 11.947/2009),

que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na

Escola aos alunos da educação básica, ratifica que o nutricionista é o responsável técnico pelo

programa, sendo este responsável, dentre outras atribuições, pelo planejamento,

acompanhamento e avaliação dos cardápios que serão oferecidos aos escolares (BRASIL,

2009).

Assim, os cardápios da alimentação escolar deverão ser elaborados com utilização de

gêneros alimentícios básicos, de modo a respeitar as referências nutricionais, os hábitos

alimentares, a cultura alimentar da localidade, além de pautar-se na sustentabilidade,

sazonalidade e diversificação agrícola da região e na alimentação saudável e adequada

(BRASIL, 2013).

Outra etapa tão importante quanto o planejamento, refere-se à de avaliação dos

cardápios. Desta forma, por meio da avaliação dos cardápios é possível propor intervenções

para melhorar a qualidade da alimentação escolar, favorecendo a adoção de hábitos

alimentares saudáveis e a redução de distúrbios nutricionais, bem como traçar novas políticas

e ações que visem à melhoria da saúde das crianças (MASCARENHAS E SANTOS, 2006;

BOAVENTURA, 2013).

Diferentes métodos podem ser empregados para avaliar um cardápio planejado, sendo

um deles, a avaliação da composição nutricional por meio de tabelas de composição dos

alimentos (GINANI, 2011).

A análise da composição nutricional do cardápio executado nas escolas também é

fundamental para avaliar o atendimento das necessidades nutricionais. Estudos realizados por

Mascarenhas e Santos (2006) e Flávio et al. (2008) apontaram inadequações quanto ao teor de

nutrientes.

Estudos realizados para avaliar a qualidade nutricional dos cardápios em relação às

recomendações do PNAE têm demonstrado que as calorias oferecidas estão abaixo dos

padrões propostos, assim como os micronutrientes, como cálcio, ferro, magnésio e zinco. Em

Page 11: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

9

contrapartida, as proteínas encontram-se superiores às recomendações (ALCÂNTARA et al.,

2008; FLÁVIO et al., 2008; DECKER et al., 2013).

Cabe ressaltar que o não atendimento das necessidades nutricionais deixa crianças e

adolescentes vulneráveis a distúrbios alimentares, podendo resultar atraso de crescimento e

em doenças como o raquitismo, anemia, infecções, depressão, entre outras

(MASCARENHAS E SANTOS, 2006; GIANNINI, 2007).

Portanto, este trabalho objetivou avaliar a adequação da composição nutricional dos

cardápios planejados e executados para o atendimento de estudantes do ensino fundamental

em uma escola de uma rede municipal de ensino no Estado de Mato Grosso, segundo os

parâmetros do PNAE.

Page 12: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

10

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ALIMENTAÇÃO SAUDAVEL

Nas últimas décadas ocorreram intensas mudanças nos padrões de alimentação em

países desenvolvidos e em desenvolvimento, inclusive no Brasil, sendo evidenciadas

principalmente pela substituição de alimentos como o arroz, o feijão, legumes e verduras por

produtos industrializados prontos para o consumo (CLARO et al., 2007; LEAL, 2010;

BRASIL, 2014).

Estudos têm mostrado que estas mudanças no padrão alimentar também têm sido

observadas em crianças e adolescentes, de modo que as escolhas alimentares nessa fase nem

sempre se caracterizam por alimentos considerados mais saudáveis, contribuindo para o

crescimento da prevalência de obesidade entre esses indivíduos, e consequentemente

aumentando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hipertensão e outros

transtornos de saúde (DANELON et al., 2006; CLARO et al., 2007; LAMOUNIER, 2009).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sobrepeso e a obesidade têm

aumentado mundialmente em um ritmo alarmante. Em 2013, cerca de 42 milhões de crianças

menores de cinco anos apresentavam excesso de peso, sendo que cerca de 31 milhões delas

eram de países em desenvolvimento (OMS, 2015).

No Brasil, entre 1989 e 2009, houve um aumento importante no número de crianças

acima do peso, principalmente na faixa etária entre 5 e 9 anos de idade, de maneira que o

número de meninos acima do peso mais que dobrou no período, passando de 15% para 34,8%

e entre as meninas esta variação foi ainda maior. Já entre adolescentes, o número de meninos

e meninas com excesso de peso, em 2009, foi de 21,7% e 19,4% (BRASIL, 2010).

A criança, inserida no contexto familiar, inicia a formação e internalização dos

padrões de comportamento alimentar, em termos de escolha e quantidade de alimentos,

horário e ambiente das refeições, sendo este um processo que se inicia na infância e se estende

por toda a vida. Em seguida, esta passa a maior parte do dia na escola e recebe grande parte

Page 13: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

11

dos nutrientes diários por meio de lanches ou refeições, adquirindo também, experiências

alimentares (YOKOTA et al., 2010; GARCIA e MANCUSO, 2011).

Considerando, que a obesidade e o sobrepeso infantil constituem, atualmente,

importantes problemas de saúde pública e, considerando ainda o impacto das escolhas

alimentares inadequadas durante a infância sobre a consolidação dos hábitos alimentares e a

saúde do indivíduo, torna-se importante que seja feita uma abordagem preventiva já nesta fase

da vida (DANELON et al., 2006; LAMOUNIER, 2009; SILVA E MARTINEZ, 2014).

A ferramenta mais segura e eficiente para combater os distúrbios nutricionais, como a

obesidade, é o investimento em medidas de saúde. Desta forma, a OMS, com objetivo de

reduzir os fatores de risco de doenças não transmissíveis associadas a uma alimentação pouco

saudável e à falta de atividade física, lançou em 2004, a Estratégia Global sobre Alimentação,

Atividade Física e Saúde. Especificamente em relação aos escolares, este documento destaca

que as políticas e os programas escolares devem apoiar a alimentação saudável e a atividade

física, limitando a disponibilidade de produtos com alto teor de sal, açúcar e gordura. Além

disso, recomenda que, juntamente com os pais e outras autoridades responsáveis, as escolas

estudem a possibilidade de firmar contratos com produtores locais para os almoços escolares a

fim de criar um mercado local de alimentos saudáveis (OMS, 2004).

Outras medidas de saúde que podem ser eficientes no combate à obesidade entre os

escolares, referem-se às mudanças nas propagandas de alimentos e guloseimas destinadas ao

público infantil, modificações no teor de gordura e açúcar dos alimentos, estímulo à prática de

atividade física e, principalmente, a utilização da escola como local no qual as questões

nutricionais possam ser debatidas e transmitidas às crianças. Desta forma, a escola

caracteriza-se como um espaço para a construção e consolidação de práticas alimentares

saudáveis (DANELON et al., 2006; YOKOTA et al., 2010).

No Brasil, o governo tem buscado desenvolver algumas estratégias neste ambiente,

como a instituição das Diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas

(BRASIL, 2006), o Programa Saúde na Escola (PSE), instituído em 2007, com o objetivo

contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção

e atenção à saúde (BRASIL, 2008), e os Dez Passos para a Promoção da Alimentação

Saudável nas Escolas, que visa a adesão da comunidade escolar aos hábitos alimentares

saudáveis, atitudes de auto cuidado e promoção da saúde (BRASIL, 2011).

Neste contexto, a maior estratégia desenvolvida no âmbito da alimentação escolar no

Brasil que visa contribuir para a segurança alimentar e nutricional é o Programa Nacional de

Alimentação Escolar (PNAE), inserido em todas as escolas públicas do país, sendo este o

Page 14: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

12

mais antigo programa na área de alimentação escolar, com cobertura universal e gratuidade na

oferta das refeições (BRASIL, 2015a; BRASIL, 2015b).

2.2 PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é uma política governamental,

de âmbito nacional, gerenciada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

(FNDE), que visa à transferência de recursos financeiros, aos estados, Distrito Federal e aos

municípios, para a compra de gêneros alimentícios destinados a suprir parcialmente as

necessidades nutricionais dos alunos (BRASIL, 2015a).

O programa atende estudantes da educação básica (educação infantil, ensino

fundamental, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos) matriculados em escolas

públicas, filantrópicas e comunitárias conveniadas com o poder público, inclusive escolas

indígenas e localizadas em comunidades quilombolas (BRASIL, 2009). Foi implantado em

1955 e é conhecido mundialmente como um caso de sucesso de programa de alimentação

escolar sustentável, configurando-se como exemplo para outros países (BRASIL, 2015a).Em

2014 o programa atendeu cerca de 42,2 milhões de estudantes em todo o país (BRASIL,

2015b).

O valor repassado, em caráter suplementar, pelo governo federal aos estados e

municípios por dia letivo para cada aluno é definido de acordo com a etapa e modalidade de

ensino. Atualmente repassa-se R$ 1,00 para creches, R$ 0,50 para pré-escola, R$ 0,60 para

escolas indígenas e quilombolas e R$ 0,30 para o ensino fundamental, médio e educação de

jovens e adultos. Este repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no

Censo Escolar realizado no ano anterior ao do atendimento. Em 2015 foram repassados cerca

de R$ 3,7 bilhões, para beneficiar 41,5 milhões de estudantes (BRASIL, 2015a). A Resolução

FNDE nº 26/2013 determina que a Entidade Executora (EEx) é representada pelo Estado,

Município, Distrito Federal e escolas federais e esta tem como uma de suas responsabilidades

na execução do PNAE, a utilização e complementação dos recursos financeiros transferidos

pelo FNDE (BRASIL, 2013).

Assim, o objetivo do programa é atender as necessidades nutricionais dos escolares

durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o

desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como

promover a formação de hábitos alimentares saudáveis através de ações de educação

alimentar e nutricional (BRASIL, 2009; BRASIL, 2015a).

Page 15: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

13

Neste contexto, de acordo com a Resolução CD/FNDE nº 26/ 2013, o nutricionista é o

profissional habilitado que assume a responsabilidade técnica do programa, coordenando as

ações de alimentação escolar, sob a responsabilidade dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios (BRASIL, 2013).

Compete o nutricionista realizar o diagnóstico e o acompanhamento do estado

nutricional dos escolares, planejar, elaborar, acompanhar e avaliar o cardápio da alimentação

escolar, acompanhar desde a aquisição dos gêneros alimentícios até a produção e distribuição

da alimentação, bem como propor e realizar ações de educação alimentar e nutricional nas

escolas, respeitando a Resolução CFN nº 465/2010, que dispõe sobre as atribuições do

nutricionista no âmbito do Programa de Alimentação Escolar (CFN, 2010; BRASIL, 2013).

A legislação prevê a elaboração dos cardápios pautados na sustentabilidade e

diversificação agrícola da região e na alimentação saudável e adequada, com a utilização de

gêneros alimentícios básicos, respeitando as referências nutricionais, os hábitos alimentares e

a cultura alimentar da localidade (BRASIL, 2013).

Em vista disso, dos recursos repassados pelo FNDE no âmbito do PNAE, deverão ser

utilizados no mínimo 30% para a aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura

familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações. Logo, destaca-se aqui a

importância da descentralização do PNAE, pois esta facilita a compra dos gêneros e a

adequação aos hábitos alimentares locais, proporcionando autonomia das Entidades

Executoras na elaboração dos cardápios (BRASIL, 2009; DIAS et al., 2013; BRASIL, 2015a).

Os cardápios da alimentação escolar deverão ainda ser planejados para atender, em

média, às necessidades nutricionais estabelecidas na Resolução CD/FNDE nº 26/ 2013, de

modo a suprir, no mínimo, 20% das necessidades nutricionais diárias dos alunos matriculados

na educação básica quando oferecida apenas uma refeição e 30% quando são ofertadas duas

ou mais refeições, em período parcial. Já nas escolas localizadas em comunidades indígenas e

quilombolas, devem ser oferecidas pelo menos 30% das necessidades nutricionais diárias por

refeição. Em escolas de período integral, incluindo aquelas localizadas em comunidades

indígenas e quilombolas, deve-se ofertar pelo menos 70% das necessidades nutricionais

diárias (BRASIL, 2013).Embora haja parâmetros nutricionais para a elaboração do cardápio

previstos na legislação para atender adequadamente as necessidades nutricionais, não é raro

encontrar situações de inadequação.

Estudo de Issa et al. (2014), que avaliou, dentre outros aspectos, a adequação

nutricional do cardápio da refeição principal ofertada em escolas municipais de Belo

Horizonte- MG, no período de 2011 a 2012, demonstrou que para os estudantes na faixa etária

Page 16: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

14

entre 6 e 10 anos as medianas de energia e de quase todos os nutrientes apresentaram-se

abaixo do estabelecido e para a faixa etária de 11 a 15 anos, todas as medianas do cardápio

consumido estiveram abaixo das recomendações, segundo os parâmetros estabelecidos pelo

PNAE.

Os cardápios das escolas da rede municipal de ensino no Município de Taquaraçu de

Minas–MG analisados por Silva e Gregório (2012), durante o primeiro semestre de 2011,

mostraram-se adequados em relação à maioria das recomendações do PNAE para alunos entre

6 e 10 anos, mas não atingiram as recomendações para energia, carboidratos, proteínas,

cálcio, magnésio e zinco para os alunos entre 11 e 15 anos.

Já no estudo de Neitzke et al. (2012) realizado em um município da região serrana do

Espírito Santo, entre abril e maio de 2010, os valores de energia, carboidratos, proteínas,

lipídios, vitamina A, vitamina C, ferro e magnésio encontrados foram superiores às

recomendações do PNAE, enquanto a quantidade de fibras, cálcio e zinco estavam abaixo da

recomendada para a faixa etária de 6 a 10 anos.

Em face desse cenário, destaca-se a importância do planejamento e avaliação dos

cardápios para que o programa atinja seus objetivos.

2.3 PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DE CARDÁPIOS

Os cardápios do PNAE são considerados importantes instrumentos para a satisfação

das necessidades nutricionais e formação de hábitos alimentares saudáveis, devendo estes,

contribuir para a promoção da saúde e também para a preservação da cultura alimentar.

Assim, destaca-se que o adequado planejamento e a avaliação dos cardápios são essenciais

para o alcance dos objetivos do programa (GABRIEL et al., 2012).

De acordo com Abreu et al. (2013), o cardápio é uma sequência de pratos a serem

servidos em uma refeição ou em todas as refeições de um dia ou por um período determinado.

É uma ferramenta que inicia o processo produtivo e serve como instrumento para a gestão de

restaurantes. A Resolução CFN nº 465/2010 define cardápio como uma “ferramenta

operacional que relaciona os alimentos destinados a suprir as necessidades nutricionais

individuais ou coletivas, discriminando os alimentos, por preparação, quantitativo per capita,

para energia, carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais” (CFN, 2010).

A partir do planejamento do cardápio, os materiais e recursos humanos podem ser

dimensionados, é possível controlar custos, planejar as compras, fixar níveis de estoque,

determinar padrões a serem utilizados na confecção das receitas e realizar pesquisa e análise

das preferências alimentares dos clientes (ABREU et al., 2013). Além disso, o cardápio

Page 17: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

15

constitui-se como um importante instrumento de educação alimentar e nutricional, de modo a

contribuir para prevenção do aparecimento de doenças, melhorando, mantendo ou

recuperando a saúde. No entanto, se este não for bem elaborado, considerando todos os

aspectos necessários, pode contribuir para fragilizar o estado de saúde das pessoas

(PROENÇA et al., 2005).

O objetivo do planejamento de cardápios é programar tecnicamente as refeições,

atendendo pré-requisitos como características nutricionais, hábitos alimentares da clientela,

qualidade higiênico-sanitária e adequação ao mercado de abastecimento local (OLIVEIRA E

MENDES, 2008).Segundo Boaventura et al. (2013), ao planejar o cardápio que será oferecido

aos escolares, além das necessidades nutricionais dos alunos de acordo com sua faixa etária, é

importante considerar também, as condições da escola e o tempo em que aluno vai

permanecer nesse ambiente. Além disso, é necessário que o cardápio seja colorido, contenha

alimentos de alto valor nutricional, proporcionando às crianças uma alimentação equilibrada

em seus componentes e adequada ao indivíduo tanto quantitativamente quanto

qualitativamente (SILVA E MARTINEZ, 2014). O adequado planejamento dos cardápios

ofertados aos escolares, assim como o acompanhamento de sua execução são importantes

ferramentas para o alcance dos objetivos do PNAE (BRASIL, s/d).

De acordo com a Resolução nº 26, de 17 de junho de 2013, o cardápio deve conter

pelo menos três porções de frutas (in natura) e hortaliças por semana. Este não deve

ultrapassar 10% de energia total proveniente de açúcares adicionados; 15% a 30% de energia

total proveniente de gorduras totais; 10% de energia total proveniente de gordura saturada;

1% de energia total vinda de gorduras trans e 400 mg de sódio na oferta de uma refeição e

período parcial. Além disso, a resolução determina que é vedada a aquisição de bebidas com

baixo valor nutricional tais como refrigerantes, refrescos artificiais e similares. A aquisição de

alimentos como enlatados, embutidos, doces, preparações semi prontas ou prontas para o

consumo é restrita (BRASIL, 2013).

A resolução 26/2013 prevê ainda que os cardápios devem ser elaborados a partir das

Fichas Técnicas de Preparo (FTP) e deverão conter informações como o tipo de refeição, o

nome da preparação, ingredientes que a compõe, energia, macro e micronutrientes prioritários

(vitaminas A e C, magnésio, ferro, zinco e cálcio) e fibras, consistência, tipo de refeição,

identificação e assinatura do nutricionista responsável por sua elaboração. Os cardápios

deverão estar disponíveis em locais visíveis nas Secretarias de Educação e nas escolas. A

porção ofertada deverá ser diferenciada por faixa etária dos alunos, conforme necessidades

Page 18: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

16

nutricionais estabelecidas. E cabe ao nutricionista responsável técnico à definição do horário e

do alimento adequado à cada tipo de refeição, respeitada a cultura alimentar (BRASIL, 2013).

Além do planejamento, outra etapa indispensável refere-se à avaliação periódica dos

cardápios, para que estes se mantenham adequados para a população a que se destinam,

evitando assim desequilíbrios nutricionais. Existem vários métodos que podem ser

empregados para avaliar um cardápio, dependendo dos parâmetros que se deseja conhecer. É

importante que se analise, por exemplo, a aceitabilidade do cardápio, a quantidade de sobras

(alimentos produzidos e não distribuídos) e de restos (alimentos preparados que foram

rejeitados), pois estes, além de serem considerados fatores de desperdício, podem ser

utilizados para avaliar a eficiência do planejamento e a aceitação do cardápio (GINANI, 2011;

ABREU et al., 2013; BOAVENTURA et al., 2013).

Já a avaliação qualitativa das preparações do cardápio (AQPC) é um método que pode

ser utilizado quando se almeja analisar, por exemplo, a combinação de cores, técnicas de

preparo, oferta de folhosos, frutas e tipos de carnes, além dos alimentos ricos em enxofre

presentes nas refeições (PROENÇA et al., 2005). Por fim, por meio da avaliação da

composição nutricional do cardápio, através de tabelas de composição química de alimentos,

pode-se analisar o valor energético total (VET), quantidade de macro e micronutrientes da

refeição (GINANI, 2011). No caso do PNAE, a informação nutricional do cardápio deve ser

comparada com os parâmetros estabelecidos pelo anexo III da Resolução nº 26, de 17 de

junho de 2013, que dispõe sobre os valores de referência de energia, macro e micronutrientes.

Um estudo realizado pelo Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar

(CECANE) da Universidade Federal do Rio Grande de Sul (UFRGS) em 2011, o qual teve

como objetivo avaliar a composição nutricional da alimentação oferecida em uma amostra de

cardápios de escolas públicas brasileiras atendidas pelo PNAE, verificou em escolas de ensino

fundamental em período parcial, que energia, macronutrientes e magnésio estavam

adequados, os valores de zinco, ferro e vitamina C estavam acima da recomendação e fibras,

cálcio e vitamina A encontraram-se abaixo das recomendações. Em Cuiabá- MT, Dias et al.

(2013) analisaram a qualidade, a aceitação e o resto ingestão da alimentação escolar oferecida

em um Centro de Educação para Jovens e Adultos, e constaram que, em média, as calorias e

os teores de carboidratos estavam abaixo das recomendações e os de proteínas e lipídios

acima das recomendações.

Em vista disso, torna-se essencial a avaliação da adequação da composição nutricional

dos cardápios oferecidos nas escolas, no intuito de verificar o atendimento dos parâmetros

propostos pelo PNAE, uma vez que a criança e o adolescente vivenciam um crescimento

Page 19: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

17

acelerado, sendo importante que se dê atenção à ingestão energética e de alguns nutrientes

como: proteínas, vitaminas, principalmente A, C e D, e minerais como ferro, cálcio e zinco

(DANELLON, 2006; GIANNINI, 2007; SILVA E GREGÓRIO, 2012).

Assim, a avaliação da composição nutricional, permitirá propor intervenções para

melhorara qualidade da alimentação escolar, contribuindo para a adoção de hábitos

alimentares saudáveis entre os escolares e melhoria da qualidade de vida (DANELON et al.,

2006; GIANNINI, 2007; BOAVENTURA et al., 2013).

Page 20: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

18

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a adequação da composição nutricional dos cardápios planejados e executados

para o atendimento de estudantes do ensino fundamental em uma escola de uma rede

municipal de ensino no estado de Mato Grosso, segundo os parâmetros do Programa Nacional

de Alimentação Escolar.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar a conformidade entre os cardápios executados na escola e os cardápios

planejados pelos nutricionistas da Secretaria Municipal de Educação;

Verificar o valor energético total, quantidade de macronutrientes, fibras, vitamina A,

vitamina C, cálcio, ferro, magnésio, zinco e sódio dos cardápios planejados e

executados;

Comparar a composição nutricional entre os cardápios planejados e executados

segundo as recomendações do Programa Nacional de Alimentação Escolar para

escolares das faixas etárias entre seis a dez anos e onze a quinze anos.

Page 21: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

19

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 DESENHO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo transversal, exploratório, quantitativo, com amostra de

conveniência, realizado no mês de março de 2016, em uma unidade de alimentação e nutrição

inserida em uma escola municipal de ensino básico no estado de Mato Grosso, que atende

alunos da educação infantil e ensino fundamental (1º ao 6º ano), em período parcial.

Durante a realização do estudo, estavam matriculados no período vespertino 198

alunos, sendo 159 destes pertencentes ao ensino fundamental. Foram incluídos neste estudo os

cardápios planejados e executados para atendimento dos estudantes do ensino fundamental. A

escola oferta aos estudantes do ensino fundamental uma refeição principal, servida

diariamente, às 15:00 horas, preparada na própria unidade de alimentação e nutrição da

escola.

A refeição é composta por um prato proteico, acompanhamento (ou prato base) e por

vezes uma entrada ou uma guarnição, e uma sobremesa. O sistema de distribuição é do tipo

porcionado.

4.2 COLETA DE DADOS

O presente estudo avaliou a composição nutricional dos cardápios planejados e

executados durante cinco dias não consecutivos no período vespertino.

Inicialmente, solicitou-se ao responsável técnico pela alimentação escolar no

município uma cópia do cardápio planejado para o mês da realização do estudo e as

respectivas fichas técnicas de preparação (FTP).

A coleta dos dados para avaliação do cardápio executado ocorreu por meio da

pesagem direta de todos os ingredientes e alimentos envolvidos na elaboração das preparações

e, para a base de cálculo, considerou-se o número total de alunos que consumiram as refeições

em cada dia da coleta, de acordo com a faixa etária. Realizou-se então a investigação da

Page 22: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

20

composição nutricional do cardápio planejado e do cardápio executado e posteriormente,

houve a comparação entre os resultados encontrados.

Em caso de divergências entre as preparações do cardápio planejado e do executado,

investigou-se os motivos que levaram às mudanças, por meio de observação direta da rotina

na unidade de alimentação e nutrição.

Realizou-se, ainda, um teste piloto, com o objetivo de verificar possíveis imprevistos e

dificuldades que poderiam surgir durante a pesquisa, permitindo adequações na estratégia de

coleta de dados.

4.3 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DAS PREPARAÇÕES

4.3.1 ANÁLISE DO CARDÁPIO PLANEJADO

Para a análise da composição nutricional do cardápio planejado foi solicitado ao

responsável técnico pela alimentação escolar no município uma cópia do cardápio e das fichas

técnicas de preparação (FTP). Realizou-se então, a investigação da composição nutricional do

cardápio planejado através de tabelas de composição de alimentos, sendo utilizada

prioritariamente a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos- TACO, 2011, e,

posteriormente, houve a comparação entre os resultados encontrados no cardápio planejado e

no cardápio executado. Além disso, avaliou-se o cardápio planejado frente às recomendações

do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para escolares das faixas etárias entre

6 a 10 anos e 11 a 15 anos, considerando que neste caso, o cardápio deveria atender, no

mínimo, 20 % das necessidades nutricionais diárias.

4.3.2 ANÁLISE DO CARDÁPIO EXECUTADO

Para análise da composição nutricional do cardápio executado, foi realizada a pesagem

dos alimentos sólidos em uma balança digital da marca Toledo com capacidade para 30 kg e

precisão de 10 gramas e os alimentos líquidos foram medidos com o auxílio de um recipiente

graduado a cada 50mL, com capacidade para 1.000mL. Os pesos dos utensílios destinados ao

acondicionamento das preparações foram descontados dos pesos das preparações.

Foram aferidos o peso bruto (PB) e peso líquido (PL) de todos os ingredientes, assim

como o peso das preparações, peso ao final da distribuição da refeição.

Desta forma, para o cálculo das porções ofertadas, o peso da refeição distribuída aos

estudantes foram divididos pelo número de estudantes de cada faixa etária que consumiram as

preparações da alimentação escolar no referido dia. Os per capitas líquidos dos ingredientes

foram obtidos por estimativa a partir da quantidade de ingredientes contida no peso inicial de

cada preparação.

Page 23: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

21

Assim, os cardápios planejados pelo município e os cardápios executados foram

comparados entre si e segundo os parâmetros do PNAE para as faixas etárias. Portanto, foram

determinadas as quantidades de energia, carboidratos, proteínas, lipídios, fibras, vitaminas A e

C, cálcio, ferro, zinco, magnésio e sódio, a partir dos per capitas de cada alimento, utilizando

tabelas de composição química dos alimentos.

Para análise da adequação dos per capitas de óleo de soja utilizou-se as

recomendações do Guia de Boas Práticas para Restaurantes Coletivos da ANVISA (2014). Os

per capitas de sal utilizados foram comparados com aqueles propostos pela Secretaria

Municipal de Educação.

Uma das limitações deste estudo foi que o peso das repetições não foi considerado nos

cálculos, uma vez que almejou-se verificar a composição nutricional do cardápio executado

separadamente entre as faixas etárias. No entanto, como não houve diferença nesta análise, os

valores foram apresentados conjuntamente. Desta forma, a utilização dos dados referente às

repetições elevaria os valores relacionados à composição nutricional do cardápio executado.

4.4 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados referentes à composição nutricional dos cardápios planejados e executados

foram tabulados em uma planilha do Microsoft Excel. A análise dos dados para investigação

das porções e comparação entre a composição nutricional dos cardápios executados foi

realizada por meio do software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 19.0

para Windows®.

Aplicou-se ANOVA para comparação entre o tamanho das porções e Teste T de

amostras independentes para comparar os valores da composição nutricional. Em todas as

análises, considerou- se nível de significância de 5% (P < 0,05).

4.5 ASPECTOS ÉTICOS

O estudo foi autorizado pela Secretaria Municipal de Educação do referido município

e foi entregue pelos pesquisadores um ofício ao diretor da escola, informando-o sobre a

realização da pesquisa bem como sobre seu objetivo. Garantiu-se anonimato da instituição

participante da pesquisa.

Page 24: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

22

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Quadro 1 apresenta os cardápios planejados pela Secretaria Municipal de Educação

e os cardápios executados na unidade escolar durante o período de estudo.

Quadro 1 - Cardápios planejados e executados, em uma escola de uma rede municipal de

ensino no estado de Mato Grosso.

Dias de

coleta de

dados

Cardápio planejado Cardápio executado

1° dia

Galinhada com cenoura

Feijão

Farofa de ovo e cenoura

Arroz

Feijão

2° dia

Vinagrete

Arroz com paleta suína

Vinagrete

Arroz com paleta suína

3° dia

Refogado de repolho com tomate

Picadinho de fígado

Arroz

Laranja

Salada de beterraba cozida

Picadinho de fígado

Arroz

Laranja

4° dia

Carne em cubos com banana-da-terra

Arroz

Feijão

Mamão

Carne em cubos com banana-da-

terra

Arroz

Feijão

5° dia

Macarrão com carne picadinha

(iscas) ao sugo com cenoura ralada e

orégano

Feijão

Macarrão com carne picadinha

(iscas) ao sugo com cenoura

ralada e orégano

Feijão

Fonte: Secretaria Municipal de Educação - Mato Grosso, 2016.

Page 25: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

23

De acordo com os dados do Quadro 1, percebe-se que durante o período analisado, o

cardápio sofreu modificações em 3 (três) dias. Observou-se que o motivo das alterações em 2

(dois) dias esteve relacionado à indisponibilidade parcial de ingredientes necessários ao

preparo das refeições e em 1 (um) dia à falta de planejamento do pré-preparo, pois a carne que

estava prevista no cardápio não foi descongelada em tempo oportuno para emprego no

cardápio.

Resultados semelhantes foram encontrados por Toledo et al. (2012) ao avaliar o

cumprimento do cardápio da alimentação escolar de uma escola municipal da cidade de

Itajubá-MG em 2004. Os autores observaram que durante o preparo da merenda, os

manipuladores responsáveis pela cantina, com orientação da direção da escola, não serviam o

que estava previsto. A justificativa para o não cumprimento do cardápio em certos dias da

semana esteve ligada à indisponibilidade parcial ou total dos produtos necessários ao preparo

das refeições, além da aceitação por parte dos alunos.

Estudo de Issa et al. (2014) avaliou os cardápios da refeição principal ofertada em

unidades educacionais públicas integradas de Belo Horizonte e concluiu que os principais

motivos alegados para as modificações eram, sobretudo a falta de ingredientes, a baixa

aceitação de determinadas preparações, a utilização de ingredientes próximos à data de

vencimento, a falta de planejamento do pré-preparo e a falta de equipamentos. Segundo os

autores, a falta de ingredientes poderia sugerir uma utilização aleatória dos gêneros

alimentícios por parte dos manipuladores, ou ainda, falhas relacionadas ao abastecimento

destes itens nas unidades escolares.

É importante destacar que a legislação do PNAE prevê que os cardápios do programa

sejam elaborados por nutricionista, para que estes sejam nutricionalmente adequados. Assim,

mudanças nos cardápios planejados podem refletir no valor nutricional das refeições

(TOLEDO et al., 2012). Reforça-se, portanto, a necessidade de checagem dos procedimentos

ligados à logística de abastecimento, além da realização de treinamentos dos manipuladores

de alimentos e acompanhamento das atividades de produção, no intuito de garantir o

cumprimento integral dos cardápios planejados.

O presente estudo avaliou também se havia diferença na quantidade das porções

servidas aos alunos de diferentes faixas etárias matriculados no ensino fundamental. A Figura

1 apresenta a média das porções ofertadas aos escolares.

Page 26: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

24

Figura 1 – Peso médio da porção distribuída em uma unidade de alimentação e nutrição

localizada em uma escola de uma rede municipal de ensino no estado de Mato Grosso.

Notas:

aPorção distribuída ao ensino fundamental – Peso da refeição distribuída aos alunos de 6 a 10 anos

somado ao peso da refeição distribuída aos alunos de 11 a 15 anos, dividido pelo total de alunos que

consumiram as preparações da alimentação escolar.

A análise da Figura 1 permite concluir que não houve diferença estatística entre as

porções distribuídas para os alunos de 6 a 10 anos (185,4g) e alunos de 11 a 15 anos (192g) e

entre essas e o peso médio da porção das repetições (157g).

Neitzke et al. (2012), que avaliaram a adequação de energia e nutrientes da

alimentação escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental de um município rural do

Estado do Espírito Santo, encontraram em seu estudo o peso médio da porção de 248g/dia.

O presente estudo avaliou este fator partindo do fato de que a Resolução FNDE nº

26/13 preconiza que as porções ofertadas deverão ser diferenciadas por faixa etária dos

alunos, conforme as necessidades nutricionais estabelecidas (BRASIL, 2013).

O anexo III da Resolução 26/2013apresenta os requerimentos nutricionais específicos

de acordo com a modalidade, a etapa de ensino e idade do estudante, fazendo apontamentos

separados, no grupo de alunos do ensino fundamental, para aqueles que possuem idade entre 6

a 10 anos e aqueles que possuem entre 11 a 15 anos. A fim de investigar a adequação dos

cardápios planejados e executados com os parâmetros recomendados pelo PNAE, o presente

estudo realizou a avaliação da composição nutricional dos mesmos.

Considerando que não houve diferença estatística entre as porções das refeições

distribuídas aos estudantes das duas faixas etárias, bem como na composição nutricional das

0

50

100

150

200

250

Porção alunos de 6 a 10

anos

Porção alunos de 11 a

15 anos

Porção distribuída ao

ensino fundamental

Porção das repetições

Pes

o m

édio

da

po

rçã

o (

g)

Comensais

a

Page 27: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

25

mesmas, optou-se por apresentar a composição nutricional das refeições distribuídas às duas

faixas etárias conjuntamente. Na Tabela 1 encontram-se os valores de energia e de nutrientes

dos cardápios planejados e dos executados para atendimento durante o período do estudo dos

escolares do ensino fundamental, bem como as recomendações do PNAE para cada faixa

etária.

Tabela 1- Média do valor energético (Kcal) e de nutrientes (g/mg/mcg) dos cardápios

planejados e executados em uma escola de uma rede municipal de ensino no estado de Mato

Grosso.

Energia e nutrientes

Recomendações PNAE Cardápio

Planejado

Cardápio

executado

6 a 10 anos 11 a 15 anos

Enegia (Kcal) 300,00 435,00 204,21 264,41

Carboidratos (g) 48,80 70,70 34,06 39,54

Proteinas (g) 9,40 13,60 10,13 12,61

Lípidios (g) 7,50 10,90 3,05 6,2

Fibras (g) 5,40 6,10 2,90 2,89

Vitamina A (mcg) 100,00 140,00 511,17 721,73

Vitamina C (mg) 7,00 12,00 23,58 9,16

Ca (mg) 210,00 260,00 25,26 24,81

Fe (mg) 1,80 2,10 1,61 1,99

Mg (mg) 37,00 63,00 39,58 38,33

Zn (mg) 1,30 1,80 1,30 1,69

*Na (mg) 400,00 400,00 392,88 615,02 *Valor máximo quando ofertada uma refeição em período parcial.

Os dados da Tabela 1 demonstraram que os cardápios planejados e executados

apresentaram diferenças importantes tanto em relação ao padrão de referência preconizado

para estudantes das duas faixas etárias, no que se refere ao valor energético, macro e

micronutrientes. Da mesma forma, foi possível observar diferenças entre o cardápio planejado

e o cardápio executado. Torna-se importante destacar que o atendimento adequado aos

estudantes de cada faixa etária depende da oferta de preparações cujas porções estejam em

consonância com a necessidade nutricional de cada grupo e isso é alcançado mediante a

previsão, no planejamento dos cardápios, de porções diferenciadas por faixa etária que são

reconhecidamente distintas para crianças e adolescentes (DANELON et al., 2008; FLAVIO et

al., 2008; SILVA E GREGÓRIO, 2012).

Page 28: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

26

A Figura 2 e a Figura 3 apresentam o percentual de adequação de energia e

macronutrientes dos cardápios planejados e executados em comparação ao Programa

Nacional de Alimentação Escolar.

Figura 2 - Percentual de adequação de energia e macronutrientes dos cardápios planejados e

executados para a faixa etária 6 a 10 anos em uma escola de uma rede municipal de ensino no

estado de Mato Grosso.

Figura 3 - Percentual de adequação de energia e macronutrientes dos cardápios planejados e

executados para a faixa etária 11 a 15 anos em uma escola de uma rede municipal de ensino

localizada no estado de Mato Grosso.

Observa-se nas Figuras 2 e 3que a média do valor energético dos cardápios executados

ficou 12% abaixo do recomendado pela legislação para alunos de 6 a 10 anos e 39% abaixo da

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Enegia (Kcal) Carboidratos (g) Proteinas (g) Lípidios (g) Fibras (g)

% d

e a

deq

ua

ção

Composição nutricional Cardapio Planejado

Cardápio executado

Recomendações PNAE 6 a 10 anos

0

20

40

60

80

100

120

Enegia (Kcal) Carboidratos (g) Proteinas (g) Lípidios (g) Fibras (g)

% d

e a

deq

ua

ção

Composição nutricional

Cardapio Planejado

Cardápio executado

Recomendações PNAE 11 a 15 anos

Page 29: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

27

recomendação para alunos entre 11 a 15. Os cardápios planejados apresentaram média do

valor energético 32% e 53% menores em relação aos valores de referência para estudantes de

6 a 10 anos e de 11 a 15 anos, respectivamente.

No estudo de Silva e Gregório (2012), realizado em Taquaraçu de Minas - MG, a

quantidade média de energia encontrada nos cardápios analisados para os alunos entre 6 a 10

anos estavam 33% acima do recomendado, enquanto que para os alunos de 11 a 15 anos, o

valor calórico apresentou 92% de adequação em relação à recomendação. Isso foi justificado

pelos autores, pelo fato de os cardápios e os per capitas serem os mesmos para todas as

escolas e não apresentarem diferenças entre estas faixas etárias.

Azevedo et al. (2010) que avaliaram os cardápios de uma escola em tempo integral, no

Município de Governador Valadares e Alcântara et al. (2009) que realizaram a avaliação

energética e proteica de cardápios de uma creche em Seropédica/RJ, encontraram o valor

energético insuficiente em relação ao padrão proposto pelo PNAE.

A inadequação encontrada tanto dos cardápios planejados quanto dos executados em

relação aos parâmetros propostos pelo programa merece atenção, pois é sabido que a ingestão

deficiente de energia de forma prolongada pode influenciar negativamente na velocidade de

crescimento de crianças e adolescentes (DANELON et al., 2008).

Quanto aos carboidratos, os cardápios executados apresentaram81% de adequação em

relação ao valor de referência para os alunos de 6 a 10 anos e apenas 56% para os alunos de

11 a 15 anos. Já os cardápios planejados apresentaram 70% de adequação em relação ao valor

de referência para estudantes de 6 a 10 anos e 48% para estudantes de 11 a 15 anos.

Issa et al. (2014) avaliaram a refeição principal das escolas municipais integradas de

Belo Horizonte - Minas Gerais e encontraram valores de carboidratos adequados no cardápio

planejado e insuficientes no cardápio executado em comparação com o valor estabelecido

pela legislação do PNAE para os alunos de 6 a 10 anos e 11 a 15 anos. Dias et al. (2013), que

analisaram a alimentação escolar oferecida em um Centro de Educação para Jovens e Adultos,

localizado na zona urbana de Cuiabá, Mato Grosso, também verificaram o oferta de

carboidratos abaixo do recomendado. Já Silva e Gregório (2012) observaram em seu estudo

que a oferta de carboidratos no cardápio foi suficiente para atender os alunos de 6 a 10 anos e

insuficiente para os alunos de 11 a 15 anos. É importante ressaltar que os cereais e tubérculos

além de fornecem fibras importantes para o funcionamento do intestino são fontes de energia,

devendo predominar na alimentação infantil, pois a infância é uma fase em que os indivíduos

estão em processo de crescimento (AZEVEDO et al., 2010).

Page 30: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

28

A média da quantidade de proteínas nos cardápios executados encontrou-se 34%

acima do recomendado pelo PNAE para alunos de 6 a 10 anos e 7% abaixo do recomendado

para alunos de 11 a 15. Os cardápios planejados apresentaram média de proteínas 8% acima

do valor de referência para estudantes de 6 a 10 anos e 26% abaixo do valor de referência para

estudantes de 11 a 15 anos.

Danelon et al. (2008), também verificaram que as refeições superaram os valores

recomendados de proteínas para os alunos das escolas pesquisadas. Da mesma forma, Flávio

et al. (2008), avaliando a composição química dos cardápios da merenda escolar servida nas

unidades de ensino do município de Lavras (MG) registraram que as refeições do programa

alcançavam elevada proporção de proteínas.

A oferta insuficiente de proteínas é preocupante, uma vez que o desenvolvimento

físico saudável de uma criança depende do fornecimento de proteínas de qualidade em

quantidade suficiente (CUPPARI, 2005; FLÁVIO et al., 2008). Quanto à ingestão aumentada

de proteínas, vale ressaltar que o balanço energético é um fator determinante, o qual

influencia a utilização da proteína alimentar (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1985).

De tal forma, a inadequação energética verificada neste estudo desponta como um alerta de

possível prejuízo na utilização proteica pelo organismo, apesar de a ingestão deste nutriente

ter se mostrado acima do recomendado para alunos de 6 a 10 anos. É preciso ainda ajustar a

oferta de proteína nos cardápios planejados aos estudantes de 11 a 15 anos, pois esta não foi

suficiente para atender parcialmente suas necessidades.

Já a quantidade média de lipídios apresentou nos cardápios executados 83% e57% de

adequação em relação ao valor de referência para os alunos de 6 a 10 anos e de 11 a 15 anos,

respectivamente. Quanto ao cardápio planejado, este apresentou 41% e 28% de adequação em

relação aos parâmetros preconizados para estudantes de 6 a 10 anos e 11 a 15 anos,

respectivamente.

Os resultados encontrados nesta pesquisa mostraram-se divergentes daqueles

encontrados por Azevedo et al. (2010) e Silva e Gregório (2012), que verificaram que a

quantidade média de lipídios presentes nos cardápios planejadosultrapassou as recomendações

propostas pelo PNAE.De acordo com Mann e Truswell (2009), os lípidios contribuem para a

nutrição adequada, pois são fontes importantes de energia e necessários a diversos processos

metábolicos e fisiológicos e à manutenção da integridade estrutural e funcional de todas as

células. Além disso, os lípidios são fonte de ácidos graxos essenciais e veículos de vitaminas

lipossolúveis. Destaca-se portanto a necessidade de adequação dos cardápios investigados no

presente estudo, a fim de garantir a cobertura adequada deste nutriente.

Page 31: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

29

Observou-se ainda que as fibras apresentaram um baixo percentual de adequação para

os cardápios planejados e executados, tanto para os alunos de 6 a 10 anos, como para os

alunos de 11 a 15 anos. De maneira semelhante, o estudo de Decker et al. (2013) que avaliou

o cardápio da alimentação escolar no município do Vale do Taquari-RS, demonstrou que a

oferta de fibras nos cardápios planejados para atendimento de alunos entre 6 a 15 anos não

atendeu às recomendações. Neitzke et al. (2012) que avaliaram a adequação da alimentação

escolar no Estado do Espírito Santo, verificaram que a oferta de fibras não atendeu à

recomendação do PNAE. Os autores apontaram que este resultado pode ter sido uma

consequência da baixa oferta de frutas e verduras nas escolas da rede municipal.

De acordo com a Resolução nº 26, de 17 de junho de 2013, os cardápios deverão

oferecer, no mínimo, três porções de frutas e hortaliças por semana (200g/aluno/semana) nas

refeições ofertadas. Segundo Gomes et al. (2003), a menor ingestão de fibra alimentar pode

ser considerada como fator de risco para o desenvolvimento de constipação crônica em

crianças. No presente estudo, pôde-se observar durante o período de coleta de dados, a

presença de frutas em apenas 2 (dois) dias dos cardápios planejados e 1 (um) dia nos

executados.

A Figura 4 e a Figura 5 apresentam o percentual de adequação de micronutrientes dos

cardápios planejados e executados, frente às necessidades nutricionais recomendadas pelo

PNAE para alunos de 6 a 10 anos e alunos de 11 a 15 anos.

Figura 4 - Percentual de adequação de micronutrientes dos cardápios planejados e executados

para a faixa etária 6 a 10 anos em uma escola de uma rede municipal de ensino no estado de

Mato Grosso.

*Valor máximo quando ofertada uma refeição em período parcial.

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Vit. A

(mcg)

Vit. C (mg) Ca (mg) Fe (mg) Mg (mg) Zn (mg) Na (mg)*

% d

e a

deq

ua

ção

Composição nutricional Cardapio Planejado

Cardápio executado

Recomendações PNAE 6 a 10 anos

Page 32: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

30

Figura 5 - Percentual de adequação de micronutrientes dos cardápios planejados e executados

para a faixa etária 11 a 15 anos em uma escola de uma rede municipal de ensino no estado de

Mato Grosso.

*Valor máximo quando ofertada uma refeição em período parcial.

Quanto à oferta de vitaminas, as Figuras 4 e 5 permitem concluir que no cardápio

executado a vitamina A apresentou um valor elevado para os escolares de 6 a 10 anos (622%)

e de 11 a 15 anos (416%). Da mesma forma, o cardápio planejado apresentou valores

elevados de vitamina A para ambas as faixas etárias. Isso se deve ao fato de que nos dias de

coleta de dados houve a oferta de fígado, sendo este alimento uma grande fonte de vitamina A

(MAHAN et al., 2012). Destaca-se a importância do consumo adequado de vitamina A, pois

esta além de ser importante para o crescimento é fundamental para a maturação sexual

(GIANNINI, 2007). Megadoses por outro lado, podem tornar-se tóxicas causando dores

articulares, pele seca, injúria hepática, entre outros (GALISA et al., 2008).

A vitamina C apresentou-se 31% acima da recomendação mínima para escolares de 6

a 10 anos e encontrou-se 24% abaixo do recomendado para alunos de 11 a 15 anos, quando

analisados os cardápios executados. Em relação aos cardápios planejados, a oferta de vitamina

C apresentou-se 237% e 97% acima da recomendação mínima do PNAE para alunos de 6 a 10

anos e de 11 a 15 anos, respectivamente. Decker et al. (2013), que avaliaram o cardápio da

alimentação escolar oferecida aos alunos das Escolas Municipais de Ensino Fundamental de

um município do Vale do Taquari-RS, verificaram que tanto a vitamina A quanto a vitamina

C apresentaram percentuais de adequação bem superiores ao recomendado na legislação.

0

100

200

300

400

500

600

Vit. A

(mcg)

Vit. C (mg) Ca (mg) Fe (mg) Mg (mg) Zn (mg) Na (mg)*

% d

e a

deq

ua

ção

Composição nutricional Cardapio Planejado

Cardápio executado

Recomendações PNAE 11 a 15 anos

* * * *

Page 33: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

31

O consumo adequado de vitamina C é considerado elemento essencial para o

aproveitamento do ferro alimentar, além de possuir papel importante na síntese de colágeno,

nos processos de cicatrização, na saúde bucal, na integridade dos capilares, na função normal

dos fibroblastos e osteoclastos, na síntese dos hormônios suprarrenais e nas funções dos

leucócitos (SILVA, 1998).Essa diferença nos valores de vitamina C entre os cardápios

planejados e executados pode ter ocorrido pela alteração do cardápio, sendo retirados

alimentos que contém esta vitamina como o repolho e tomate no momento da execução, o que

levou ao não alcance das recomendações para alunos de 11 a 15 anos (MAHAN et al., 2012).

A oferta de cálcio também apresentou inadequação, sendo insuficiente para os

escolares de 6 a 10 anos (12% de adequação) e de 11 a 15 anos (10% de adequação), tanto nos

cardápios planejados quanto nos executados. De maneira semelhante ao presente estudo, Silva

e Gregório (2012) verificaram que a quantidade de cálcio oferecida pelo cardápio das escolas

da rede municipal de ensino no Município de Taquaraçu de Minas–MG, foi insuficiente para

ambas as faixas etárias, sendo encontrado apenas 27 e 22%, respectivamente de adequação, de

acordo com a recomendação do PNAE. Já no estudo realizado por Neitzke et al. (2012), das

dezoito escolas estudadas, somente três atingiram a recomendação do PNAE quanto à

ingestão diária adequada de cálcio.

A baixa ingestão de cálcio é preocupante, pois o aporte inadequado deste mineral pode

incidir de forma negativa no desenvolvimento de crianças, principalmente no período do

estirão de crescimento. Assim, é importante garantir ingestão mínima de cálcio para o

completo crescimento e maturação dos ossos (LERNER et al., 2000; ABRANCHES et al.,

2009).No entanto, vale enfatizar que o almoço não é, comumente, fonte deste mineral, assim,

alimentos como vegetais de folhas verde-escuras são boas fontes de cálcio e podem ser

incluídos na alimentação escolar com maior frequência para que as recomendações sejam

atingidas (ABRANCHES et al., 2009; MAHAN et al., 2012).

Com relação à adequação do consumo de ferro, os cardápios executados apresentaram

111% de adequação em relação à recomendação mínima para estudantes de 6 a 10 anos e 95%

de adequação em relação à recomendação mínima para alunos de 11 a 15 anos. Já os

cardápios planejados apresentaram 89% e 77% de adequação, respectivamente. Decker et al.

(2013) em estudo sobre o cardápio oferecido na alimentação escolar para os alunos entre 6 e

15 anos de idade de um município do Vale do Taquari-RS, encontraram apenas 53,6% de

adequação da oferta de ferro. Este resultado merece atenção, uma vez que a faixa etária

estudada é mais susceptível ao desenvolvimento de anemia devido ao rápido crescimento do

esqueleto, o que exige um aumento no consumo de alimentos fontes de ferro (SILVA, 1998).

Page 34: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

32

O magnésio e zinco dos cardápios planejados e executados apresentaram valores

adequados para os escolares de 6 a 10 anos e menores que a recomendação para os alunos de

11 a 15 anos. Este resultado é corroborado pelo achado de Silva e Gregório (2012), que

verificaram que as quantidades médias de magnésio e zinco para os alunos entre seis a dez

anos de idade encontraram-se acima do mínimo recomendado pelo PNAE e foram

insuficientes para as necessidades dos alunos entre 11 a 15 anos. No entanto, Azevedo et al.

(2010), avaliando a alimentação oferecida aos alunos de seis a dez anos em Governador

Valadares–MG, verificaram que o magnésio e o zinco encontravam-se abaixo do

recomendado, atingindo apenas 46,18% e 59,78% da recomendação do PNAE.

Vale ressaltar que estes micronutrientes atuam como cofatores de enzimas

responsáveis tanto por diversas atividades metabólicas como pela resposta imune inata e

adquirida, além do papel importante que exercem na maturação dos tecidos e células

linfoides. O consumo inadequado destes pode comprometer o funcionamento do sistema

imune, levando à imunossupressão (MACÊDO et al., 2010).

Quanto ao teor sódio, observou-se que a oferta deste nutriente nos cardápios

executados apresentou-se 54% maior em relação à recomendação máxima do PNAE. A

resolução 26/2013 recomenda para as preparações diárias da alimentação escolar o máximo

de 400 mg de sódio per capita, quando ofertada uma refeição, em período parcial, como é o

caso do presente estudo. Os cardápios planejados por sua vez apresentaram-se adequados

quanto à oferta de sódio.

Retondario et al. (2015), que determinaram a quantidade de sódio oferecida nas

refeições de crianças de 12 a 36 meses em creches municipais, observaram que 100% dos

almoços servidos e 60% dos jantares ultrapassaram o limite estabelecido de 400mg de sódio.

Este fato é preocupante, pois o excesso de sódio está associado ao desenvolvimento da

hipertensão arterial, de doenças cardiovasculares, renais e outras, que estão entre as primeiras

causas de internações e óbitos no Brasil e no mundo (BRASIL, 2012). Frente aos resultados

obtidos no presente estudo, destaca-se a necessidade de um trabalho de sensibilização e

treinamento dos Técnicos em Nutrição Escolar (TNE), com o intuito de orientá-los quanto ao

impacto nutricional que mudanças nos cardápios planejados podem desencadear.

A principal fonte de sódio na alimentação é o sal comum (40% de sódio), que é

empregado rotineiramente no processamento dos alimentos e à mesa (NAKASATO, 2004). A

Figura 4 apresenta o per capita de sal (g) diário e a média durante o período de coleta de

dados, tanto dos cardápios planejados quanto dos executados.

Page 35: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

33

Figura 6- Per capita médio e diário de sal (g) dos cardápios planejados e executados em uma

escola de uma rede municipal de ensino no estado de Mato Grosso.

Observa-se na Figura 6, que o per capita de sal presente nos cardápios executados

apresentou uma média de 1,5g, enquanto o per capita estabelecido pela da Secretaria

Municipal de Educação foi de 0,8g. Portanto, a oferta elevada de sódio observada nos

cardápios executados pode estar ligada ao alto per capita de sal utilizado na preparação das

refeições diárias.

O Guia de Boas Práticas Nutricionais para Restaurantes Coletivos, publicado pela

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em 2014, recomenda a redução do teor

de sódio e informa que é possível substituir totalmente ou parcialmente o sal de adição por

temperos ou especiarias, bem como por sal adicionado de ervas. Para a elaboração de sal com

ervas secas, comumente utiliza-se 1 parte de sal para 3 partes de ervas. Dependendo da

preparação pode-se optar por utilizar orégano, manjericão, manjerona, louro, alecrim, entre

outros (ANVISA, 2014).

O Quadro 2 apresenta o per capita diário (mL) e a média do óleo de soja utilizado na

elaboração das preparações que compuseram os cardápios executados durante o período do

estudo.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

1° dia 2° dia 3°dia 4° dia 5°dia Média

Per

ca

pit

a d

e sa

l (g

)

Dias de coleta de dados

Cardapio planejado (g) Cardápio executado (g)

Page 36: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

34

Quadro 2- Per capita médio e diário (mL) de óleo de soja nos cardápios executados, em uma

escola de uma rede municipal de ensino no estado de Mato Grosso.

Dias de coleta de dados Per capita óleo de soja (mL)

cardápios executados

1° dia 3,94

2° dia 1,56

3°dia 3,08

4° dia 2,85

5°dia 3,69

Média 3,02

O Guia de Boas Práticas Nutricionais para Restaurantes Coletivos (ANVISA)

recomenda a redução do teor de gordura das preparações ofertadas em serviços de

alimentação, esclarecendo que para refogar os alimentos, deve-se usar 1,5ml a 2ml per capita

de óleo para cada preparação. Os resultados encontrados estão de acordo com as

recomendações deste documento, pois este os cardápios foram compostos por 3 preparações

na maioria dos dias analisados, o que demonstra que a quantidade de óleo utilizada por

preparação foi de aproximadamente 1 mL.

O documento informa ainda que a quantidade de gordura a ser usada nas preparações

depende do alimento e da técnica empregada – calor seco (fritura ou assados), úmido (fervura)

e misto (refogado, guisado). A recomendação para o arroz e o feijão é de 8% e 5% de óleo em

relação ao grão cru, respectivamente. No entanto é possível prepará-los com 3% de óleo em

relação ao grão cru (ANVISA, 2014). Observou-se que não houve preparação de alimentos

por meio de fritura, contribuindo para a menor utilização do óleo.

Page 37: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

35

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação da adequação da composição nutricional dos cardápios planejados e das

refeições oferecidas nas escolas é fundamental para verificar o atendimento dos parâmetros

propostos pelo PNAE. Verificou-se que os cardápios planejados sofreram alterações na

maioria dos dias analisados.

Ao analisar a composição nutricional das preparações dos cardápios planejados e

executados para os alunos de 6 a 10 anos, observou-se que a média do valor energético, a

quantidade de carboidratos, lipídios, fibras e cálcio ficaram abaixo do recomendado, enquanto

os valores de proteínas e vitaminas A e C encontraram-se acima do recomendado. Em relação

aos alunos de 11 a 15 anos, verificou-se que a média do valor energético, carboidratos,

lipídios, fibras, cálcio, magnésio, ferro e zinco estavam abaixo do recomendado, enquanto a

vitamina A apresentou valor elevado em relação à recomendação, nos cardápios planejados e

executados. Já o sódio apresentou-se adequado nos cardápios planejados e acima do

recomendado nos cardápios executados para ambas as faixas etárias.

A ingestão inadequada de energia e de alguns micronutrientes pode contribuir para o

desenvolvimento de distúrbios alimentares, colaborando negativamente para o desempenho

do crescimento. Assim, cabe ao nutricionista intervir, estimulando hábitos saudáveis e uma

alimentação que permita um processo de crescimento adequado.

Destaca-se, ainda, a necessidade de treinamento com os Técnicos em Nutrição Escolar

(TNE), com o intuito de orientá-los quanto ao impacto nutricional que mudanças nos

cardápios planejados podem desencadear. Como o presente estudo não considerou o valor das

repetições no cálculo da composição nutricional sugere-se novas investigações que

contemplem este item. Por fim, recomenda-se a diferenciação no porcionamento entre as

diferentes faixas etárias, visando melhor atender às recomendações do PNAE.

Page 38: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

36

7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRANCHES, M. V. et al. Avaliação da adequação alimentar de creches pública e privada no

contexto do programa nacional de alimentação escolar. Revista Nutrire, São Paulo, v. 34, n. 2, p .43-

57, ago. 2009.

ABREU, E. S., et al. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 5° ed. São

Paulo: Metha, 2013.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA- ANVISA. Guia de Boas Práticas

Nutricionais: Restaurantes Coletivos. ANVISA, Brasília, junho, 2014.

ALCÂNTARA, G. Q. et al. Avaliação energética e protéica de cardápios de creche em Seropédica /

RJ : Adequação ao Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE. p. 1–10, 2009.

AZEVEDO F. G. et al. Avaliação dos cardápios do Programa de Alimentação Escolar em tempo

integral do Município de Governador Valadares quanto à adequação nutricional e custo. Universidade

Vale do Rio Doce – UNIVALE. Faculdade de Ciências da Saúde – FACS. Curso de Nutrição.

Governador Valadares, 2010.

BOAVENTURA, P. S. et al. Avaliação qualitativa de cardápios oferecidos em escolas de educação

infantil da grande São Paulo. Demetra, v. 8, n. 3, p. 397-409, 2013.

BRASIL. Guia Alimentar da População Brasileira. 2.ed. Brasília, 2014. Disponível em:

<http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/05/Guia-Alimentar-para-a-pop-brasiliera-

Miolo-PDF-Internet.pdf>. Acesso em: 9 dezembro 2015.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-

2009: antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro:

IBGE, 2010.

BRASIL. Lei Federal nº 11.947, de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação

escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Diário Oficial da

União, Brasília, DF, 17 jun, 2009. Secção 1, Disponível em: http://www.fnde.gov.br. Acesso em: 9

dezembro 2015.

BRASIL. Manual operacional para profissionais de saúde e educação: promoção da alimentação

saudável nas escolas. Ministério da Saúde: Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção

Básica. Brasília, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Alimentação Escolar. 2015a. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/>. Acesso em: 9 dezembro

2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Cartilha Nacional da Alimentação Escolar. Brasília, DF. 2ª edição, 2015b.

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação.

Resolução/CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013. Dispõe sobre o atendimento da alimentação

escolar aos alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar

– PNAE. 2013.

Page 39: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

37

BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação. Informe PNAE

n°05/2016. Alimentação exclusiva para os alunos regularmente matriculados. 2016. Disponível

em: <http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar/alimentacao-escolar-material-de-

divulgacao/informe-pnae>. Acesso em: 25 Julho 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Programa Nacional de Alimentação Escolar: Cardápios na

Alimentação Escolar. Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional – COSAN. s/d.

BRASIL. Ministério da Saúde. Excesso de sal pode causar doenças cardiovasculares. 2012.

Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2012/11/excesso-de-sal-pode-causar-doencas-

cardiovasculares>. Acesso em: 3 maio 2016.

BRASIL. Passo a Passo Programa Saúde na Escola Tecendo caminhos da intersetorialidade.

Ministério da Saúde: Brasília – DF, 2011. Disponível em:

<http://189.28.128.100/dab/docs/legislacao/passo_a_passo_pse.pdf> Acesso em: 9 dezembro 2015.

BRASIL. Portaria Interministerial n°. 1.010 de 8 de maio de 2006. Institui as diretrizes para a

Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio

das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. 2006.

Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar – CECANE. Universidade Federal do Rio

Grande de Sul- UFRGS. Composição nutricional da alimentação escolar no Brasil: Uma análise a

partir de uma amostra de cardápios. 2011.

CLARO, R. M. et al. Evolução da disponibilidade domiciliar de alimentos no município de São Paulo

no período de 1979 a 1999. Revista de Nutrição, Campinas, v.20, n.5, p.483-490, 2007.

CONCELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS - CFN. Resolução nº 465, de 23 de agosto de 2010.

Dispõe sobre as atribuições do nutricionista, estabelece parâmetros numéricos mínimos de

referência no âmbito do programa de alimentação escola (PAE) e dá outras providências. 2010.

Disponível em: <http://www.cfn.org.br/novosite/arquivos/Resol-CFN-465-atribuicao-nutricionista-

PAE.pdf>. Acesso em: 9 dezembro 2015.

CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. 2ed. São Paulo: Manole, 2005.

DANELON, M. A. S. et al. Alcance das metas nutricionais do programa “Escola de Tempo Integral”,

no município de Piracicaba, SP. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 15, n. 1, p.

15-28, 2008.

DANELON, M. A. S. et al. Serviços de alimentação destinados ao público escolar: análise da

convivência do Programa de Alimentação Escolar e das cantinas. Segurança Alimentar e

Nutricional, Campinas, v.13, n.1, p.85-94, 2006.

DECKER, M. et al. Avaliação da alimentação escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental das

escolas municipais em um município do Vale do Raquari-RS. Revista Destaques Academicos, v. 5, n.

3, p. 13- 18, 2013.

DIAS, P. H. A. et al. Alimentação escolar para jovens e adultos no munícipio de Cuiabá – MT: um

estudo sobre a qualidade, aceitação e resto ingestão. Revista de Alimentação e Nutrição, Araquara,

v.24, n.1, p. 79-85, 2013.

FLAVIO, E. F. et al. Avaliação da alimentação escolar oferecida aos alunos do ensino fundamental

das escolas municipais de Lavras, MG. Ciência e Agrotecnologia, v. 32, n. 6, p. 1879- 1887, 2008.

GABRIEL, C. G. et al. Planejamento de cardápios para escolas públicas municipais: reflexão

e ilustração desse processo emduas capitais brasileiras. Revista de Nutrição, v. 25, n. 3, p. 363-372,

2012.

GALISA, M. S. et al. Nutrição- Conceitos e Aplicações. M.Books do Brasil Editora Ltda: São Paulo,

2008.

GARCIA, R. V. D.; MANCUSO, A.M.C. Mudanças Alimentares e Educação Nutricional.

Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2011.

GIANNINI, D. T. Recomendações nutricionais do adolescente. Adolescência & Saúde, v. 4, n. 1,

fev., 2007.

Page 40: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

38

GINANI V. C. Avaliação da qualidade nutricional, sensorial e cultural de cardápios populares.

Programa de Pós-graduação em Nutrição Humana, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de

Brasília: Brasília- DF, 2011.

GINANI, V. C. Avaliação da qualidade nutricional, sensorial e cultural de cardápios populares.

Programa de Pós-graduação em Nutrição Humana, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de

Brasília: Brasília- DF, 2011.

GOMES, R. C. et al. Consumo de fibra alimentar e de macronutrientes por crianças com constipação

crônica funcional. Arquivos de Gastroenterologia, v. 40, n. 3, p. 181-187, 2003.

ISSA, R. C., et al. Alimentação escolar: planejamento, produção, distribuição e adequação. Revista

Panamericana de Salud Pública, v. 35, n. 2, p. 96–103, 2014.

LAMOUNIER, J. A. Transição epidemiológica nutricional em crianças e adolescentes argentinos de

áreas carentes. Revista Paulista de Pediatria, v. 20, n. 2, p. 124-126, 2009.

LEAL, D. Crescimento da Alimentação Fora do Domicílio. Segurança Alimentar e Nutricional,

Campinas, vol. 17, n. 1, p. 123-132, 2010.

LERNER, B. R. et al. O cálcio consumido por adolescentes de escolas públicas de Osasco, São Paulo.

Revista de Nutrição, Campinas, v. 13, n. 1, p. 57-63, 2000.

MACARENHAS, J.M.O.; SANTOS, J.C. Avaliação da composição nutricional dos cardápios e custos

da alimentação escolar da rede municipal de conceição do Jacuípe/ BA. Sitientibus, Feira de Santana,

n.35, p.75-90, jul./dez., 2006.

MACÊDO, E. M. C. et al. Efeitos da deficiência de cobre, zinco e magnésio sobre o sistema imune de

crianças com desnutrição grave. Revista Paulista de Pediatria, v. 28, n. 3, p. 329‑36, 2010.

MAHAN K. L. et al. Krause - Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

2012.

MANN J.; TRUSWELL S. A. Nutrição Humana. 3. ed., 1.v. Rio de Janeiro: Guanabara & Koogan,

2009.

MATO GROSSO. Projeto de lei nº 87/2016. Delibera sobre o consumo da alimentação oferecida no

âmbito dos Programas de Alimentação Escolar, por parte dos professores e demais servidores, em

efetivo exercício na rede pública de ensino no Estado do Mato Grosso, como prática educativa e de

integração comunitária. Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. 2016.

NAKASATO, M. Sal e hipertensão arterial. Revista Brasileira de Hipertensão, v. 11, n. 2, p. 95-97,

2004.

NEITZKE, L. et al. Adequação nutricional da alimentação escolar em município rural – Espírito

Santo, Brasil. Revista Nutrire. São Paulo, v. 37, n. 1, p. 1-12, abr. 2012.

OLIVEIRA, A. M. A. et al. Fatores ambientais e antropométricos associados à hipertensão arterial

infantil. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, São Paulo, v. 48 n. 6, dec. 2004.

OLIVEIRA, J. F; MENDES, R. C. D. Avaliação da qualidade nutricional do cardápio do centro de

educação infantil (cei) do município de douradina –MS. 2008. Disponível

em:<http://www.unigran.br/interbio/paginas/ed_anteriores/vol2_num1/arquivos/artigo2.pdf>. Acesso

em: 9 dezembro 2015.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Childhood overweight and obesity on the rise.

2015. Disponível em: <http://www.who.int/dietphysicalactivity/childhood/en/>. Acesso em: 9

dezembro 2015.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Estratégia Global em Alimentação Saudável,

Atividade Física e Saúde. 2004. Disponível em:

<http://www.prosaude.org/publicacoes/diversos/Estrategia_Global_portugues.pdf>. Acesso em: 9

dezembro 2015.

PROENÇA, R. P. C. et al. Qualidade nutricional e sensorial na produção de refeições.

Florianópolis: EdUFSC, 2005.

Page 41: ADEQUAÇÃO DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DOS CARDÁPIOS …bdm.ufmt.br/bitstream/1/142/1/TCC_2016_Nathane Beatrys dos Sant… · vitamina A e C, cálcio, ferro, sódio, zinco e magnésio,

39

REIS, C. E. G. et al. Políticas públicas de nutrição para o controle da obesidade infantil. Revista

Paulista Pediatria, São Paulo, v. 29, n. 4, Dec. 2011.

RETONDARIO, A. et al. Oferta de sódio na alimentação em creches municipais: um risco à saúde. O

Mundo da Saúde, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 11-21, 2015.

SILVA, M. M. D. C.; GREGÓRIO E. L. Avaliação da composição nutricional dos cardápios da

alimentação escolar das escolas da rede municipal de Taquaraçu de Minas – MG. HU Revista, Juiz de

Fora, v. 37, n. 3, p. 387-394, jul./set. 2012.

SILVA, M. V. da. Alimentação na escola como forma de atender às recomendações nutricionais de

alunos dos Centros Integrado de Educação Pública (CIEPs). Caderno de Saúde Pública, Rio de

Janeiro, v. 14, n. 1, jan./mar. 1998.

SILVA, S. M. C.; MARTINEZ, S. Cardápio: Guia prático para a elaboração. 2. ed. São Paulo:

Roca, 2008. 279p.

TOLEDO, L. A. F. et al. Avaliação e Comparação do Cumprimento dos Cardápios da Merenda

Escolar em uma Escola da Rede Pública Municipal de Ensino. Revista Ciências em Saúde, v. 2, n. 4,

out. 2012.

TORAL, N. et al. A alimentação saudável na ótica dos adolescentes: percepções e barreiras à sua

implementação e características esperadas em materiais educativos. Revista Caderno de Saúde

Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 11, p. 2386-2394, 2009.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Energy and protein requirements. Geneva, 1985. (World

Health Organization Technical Report Series, 724). Disponível em:

<http://www.fao.org/docrep/003/aa040e/AA040E02.htm#ch2> . Acesso em: 3 maio 2016.

YOKOTA, R.T.C. et al. Projeto “A escola promovendo hábitos saudáveis” comparação de duas

estratégias de educação nutricional no Distrito Federal. Brasil, 2010. Disponível

em:<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/13537/1/ARTIGO_ProjetoEscolaPromovendo.pdf>.

Acesso em: 9 dezembro 2015.