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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO AÇÕES DE MELHORIA CONTÍNUA PARA INCREMENTAR A QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NA CADEIA DO LEITE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Rosane Maria Coradini Noal Santa Maria, RS, Brasil 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

AÇÕES DE MELHORIA CONTÍNUA PARA

INCREMENTAR A QUALIDADE E PRODUTIVIDADE

NA CADEIA DO LEITE

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Rosane Maria Coradini Noal

Santa Maria, RS, Brasil

2006

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AÇÕES DE MELHORIA CONTÍNUA PARA

INCREMENTAR A QUALIDADE E PRODUTIVIDADE

NA CADEIA DO LEITE

por

Rosane Maria Coradini Noal

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração em Qualidade e Produtividade, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Engenharia de Produção

Orientadora: Profª. Drª. Leoni Pentiado Godoy

Santa Maria, RS, Brasil

2006

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N743a Noal, Rosane Maria Coradini Ações de melhoria contínua para incrementar a qualidade e produtividade na cadeia do leite / por Rosane Maria Coradini Noal. – 2006. 199 f. : il.; 30 cm.

Orientador: Leoni Pentiado Godoy Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, RS, 2006.

1. Engenharia de produção 2. Leite 3. Produção leiteira 4. Usina de laticínios 5. Indústria de laticínios 6. Qualidade 7. Produtividade I. Godoy, Leoni Pentiado II. Título. CDU 637.1/.3

Ficha catalográfica elaborada por Maristela Eckhardt - CRB-10/737

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Tecnologia

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado

AÇÕES DE MELHORIA CONTÍNUA PARA INCREMENTAR A

QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NA CADEIA DO LEITE

elaborada por Rosane Maria Coradini Noal

como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção

COMISSÃO EXAMINADORA:

Leoni Pentiado Godoy, Profª. Drª. (UFSM) (Presidente/Orientadora)

Alberto Souza Schmidt, Prof. Dr. (UFSM)

Vicente Celestino Pires Silveira, Prof. PhD. (UFSM)

Santa Maria, 10 de novembro de 2006.

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Aos meus amores: Ernani e Fernanda.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço:

− À Profª. Drª. Leoni Pentiado Godoy, pelas valiosas orientações, pela sua

paciência, compreensão, amizade e dedicação.

− Às amigas: Nádia, Geni, Deise, Jiane, Iara, Odete e Ana Cláudia.

− À direção e colaboradores da Usina Escola de Laticínios – UFSM - COOPROL, e

ao Sr. Júlio Custódio, proprietário rural, associado da COOPROL, e seus

familiares, pela oportunidade concedida quando da realização deste trabalho.

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RESUMO

Dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção

Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil

AÇÕES DE MELHORIA CONTÍNUA PARA INCREMENTAR A QUALIDADE E

PRODUTIVIDADE NA CADEIA DO LEITE

AUTOR: ROSANE MARIA CORADINI NOAL ORIENTADORA: PROFª. DRª. LEONI PENTIADO GODOY

Data e Local da Defesa: Santa Maria, 10 de novembro de 2006.

O leite e seus derivados são alimentos de alto valor nutritivo, e, portanto, de fácil contaminação. Grande parte das toxinfecções ocorridas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, é causada pelo consumo de alimentos contaminados, e os principais fatores que determinam essas contaminações estão relacionadas com as condições precárias de obtenção da matéria-prima, armazenamento, transporte, processamento, manipulação, conservação e comercialização. O momento atual exige novos modelos de gestão, nas propriedades leiteiras e na indústria de laticínios. Este estudo teve como objetivo propor ações de melhoria contínua, para incrementar a qualidade e produtividade, na cadeia do leite, a partir de diagnósticos realizados em uma propriedade leiteira e em uma Usina de laticínios de Santa Maria/RS. A metodologia utilizada foi do tipo exploratório-descritiva-explicativo. Para a realização do trabalho, na propriedade rural, utilizou-se a observação visual e fotos do ambiente, que incluiu a estrutura físico-funcional, operacional, recursos humanos e do fluxo de obtenção do leite nas salas de ordenha e leite. Na Usina, constou de análise da estrutura físico-funcional, operacional e dos recursos humanos, a qual foi realizada pela observação da planta baixa, observação visual dos ambientes e fotos dos fluxos de produção, assim como através da coleta de dados em arquivos no setor administrativo e lista de verificação das BPF. A análise detalhada dos processos identificou oportunidades de melhoria, e avaliação das não conformidades na propriedade rural e Usina, baseado nas legislações vigentes.O instrumento de avaliação, aplicado aos locais em estudo, demonstrou ser uma ferramenta eficaz na identificação de fatores de não conformidades, possibilitou a elaboração do Plano de Ação 5S’s, para a propriedade rural, Manual de BPF para a Usina, e sugestões de adequações para eliminar falhas identificadas. Palavras-chave: leite; propriedade leiteira; usina de laticínios; boas práticas de

fabricação; Instrução Normativa 51/2002; programa 5S’s.

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ABSTRACT

Master Dissertation Engineering of Production Post-Graduation Program

Federal University of Santa Maria, RS, Brazil

ACTIONS OF CONTINUOUS IMPROVEMENT TO INCREASE THE QUALITY AND

PRODUCTIVITY IN THE MILK CHAIN

AUTHOR: ROSANE MARIA CORADINI NOAL ADVISER: PROFª. DRª. LEONI PENTIADO GODOY

Date and Local of the Defense: Santa Maria, November, 10th, 2006.

Milk and dairy products are groceries of high nutritive value, and therefore, of easy contamination. A great part of the toxic infections that occur, according to the World Health Organization, is caused by the consume of contaminated food, and the main factors that determine these contaminations are related with the poor raw-material obtaining conditions, storage, transportation, processing, manipulation, conservation and commercialization. The present moment requires news models of management, in the milk farms and in the dairy industry. This study had as its objective to point out actions for continuous improvement, to increase the quality and productivity in the milk chain, from diagnosis made in a milk farm and in a Dairy Factory in Santa Maria/RS. The methodology used was the explanatory-descriptive-exploratory type. For the concretization of this project, in the rural property, visual observation and environmental pictures were used, which included the physical-functional structure, operational, human resources and of the flux of milk obtaining in the milking rooms, and milk. In the factory, was from analysis of the physical-functional, operational and human resources structure, which was made through the observation of the plant, visual observation of the environment e pictures of the production fluxes, as well as through data collecting in files in the management sector and verifying list of the GMP. The detailed analysis of the processes identified opportunities for improvement, and evaluation of non conformities in the rural property and factory, based in the current legislations. The evaluation instrument, applied to the locals of study, demonstrated itself to be a effective tool in the identification of factors of non conformities, made possible the elaboration of the Plan of Action 5S’s, to the rural property, Manual of GMP to the Factory, and adaptation suggestions to eliminate identified flaws. Key-words: milk; milk farm; dairy industry; good manufacturing practices; Normative

Instruction 51/2002; program 5S’s.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxo do processamento do leite ........................................................

Figura 2 – Ordenhador trajado para a rotina da ordenha .....................................

Figura 3 – Sala de ordenha e leite .......................................................................

Figura 4 – Ordenha ..............................................................................................

Figura 5 – Manipulador uniformizado ...................................................................

Figura 6 – Fachada da Usina ...............................................................................

Figura 7 – Plataforma de recepção ......................................................................

Figura 8 – Setor de pasteurização .......................................................................

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA

APPCC

BPA

BPF

CIP

CISPOA

COOPROL

DVA

EPI

FAO

IN

ISO

OMS

PEPS

PNQL

POP

RDC

RIISPOA

UEL

Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

Boas Práticas Agropecuárias

Boas Práticas de Fabricação

Limpeza sem desmontagem

Coordenadoria de Inspeção Sanitária de Produtos de Origem animal

Cooperativa dos Produtores de Leite

Doenças Veiculadas por Alimentos

Equipamento de Proteção Individual

Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimento

Instrução Normativa

Organização Internacional para a Normalização

Organização Mundial da Saúde

Primeiro que Entra Primeiro que Sai

Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite

Procedimento Operacional Padrão

Resolução da Diretoria Colegiada

Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem

Animal

Usina Escola de Laticínios

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A – Lista de Verificação .............................................................................

Anexo B – Planta Baixa da Usina .........................................................................

Anexo C – Plano de Ação 5S’s para a melhoria da qualidade na obtenção do

leite .....................................................................................................

Anexo D – Manual de Boas Práticas de Fabricação ............................................

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SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................

ABSTRACT .........................................................................................................

LISTA DE FIGURAS ...........................................................................................

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................

LISTA DE ANEXOS ............................................................................................

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................

1.1 Objetivos .......................................................................................................

1.1.1 Objetivo geral ..............................................................................................

1.1.2 Objetivos específicos ..................................................................................

1.2 Justificativa ..................................................................................................

1.3 Estrutura do trabalho ..................................................................................

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................

2.1 Qualidade na cadeia produtiva do leite .....................................................

2.1.1 Programas de controle de qualidade ..........................................................

2.2 Leite ...............................................................................................................

2.2.1 Normativa 51 ...............................................................................................

2.3 Estabelecimentos de obtenção de leite e derivados ................................

2.4 Recursos humanos .....................................................................................

2.4.1 Higiene pessoal ..........................................................................................

2.4.2 Higiene das mãos .......................................................................................

2.4.3 Saúde do Manipulador ................................................................................

2.5 Estrutura físico-funcional dos estabelecimentos produtores de leite e

derivados .....................................................................................................

2.5.1 Para obtenção do leite ................................................................................

2.5.2 Para elaboração de derivados ....................................................................

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2.6 Limpeza e sanitização .................................................................................

2.6.1 Para obtenção do leite ................................................................................

2.6.2 Para elaboração de derivados ....................................................................

2.7 Água de abastecimento ...............................................................................

2.7.1 Para obtenção do leite ................................................................................

2.7.2 Para elaboração de derivados ....................................................................

2.8 Estrutura operacional ..................................................................................

2.8.1 Etapas operacionais para obtenção do leite ...............................................

2.8.2 Etapas operacionais para elaboração de derivados ...................................

3 METODOLOGIA DA PESQUISA .....................................................................

3.1 Classificação da pesquisa ..........................................................................

3.1.1 Quanto à natureza da pesquisa ..................................................................

3.1.2 Quanto aos objetivos da pesquisa .............................................................

3.2 Locais da pesquisa ......................................................................................

3.3 Procedimentos e instrumentos da pesquisa ............................................

4 RESULTADOS .................................................................................................

4.1 Levantamento das condições higiênico-sanitárias do processo de

obtenção do leite.........................................................................................

4.1.1 Recursos humanos .....................................................................................

4.1.2 Estrutura físico-funcional ............................................................................

4.1.3 Áreas destinadas à ordenha .......................................................................

4.1.4 Limpeza e sanitização ................................................................................

4.1.5 Controle da potabilidade da água ...............................................................

4.1.6 Controle de pragas e roedores ...................................................................

4.1.7 Estrutura operacional ..................................................................................

4.2 Levantamento das condições higiênico-sanitárias do processo produtivo

de derivados lácteos ..................................................................................

4.2.1 Recursos humanos .....................................................................................

4.2.2 Estrutura física funcional .............................................................................

4.2.3 Áreas da Usina ...........................................................................................

4.2.4 Limpeza e sanitização ................................................................................

4.2.5 Controle da potabilidade da água ...............................................................

4.2.6 Controle de pragas e roedores ...................................................................

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4.2.7 Estrutura operacional da Usina ...................................................................

4.3 Elaboração do Plano de Ação 5S’s para a melhoria da qualidade na

obtenção do leite ....................................................................................

4.4 Elaboração do manual de boas práticas ...................................................

4.5 Sugestões já implantadas na Usina ...........................................................

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES.......................................................................

5.1 Quanto à obtenção do leite .........................................................................

5.2 Quanto à elaboração de derivados ............................................................

5.3 Sugestões .....................................................................................................

5.3.1 A serem implantadas na propriedade rural .................................................

5.3.2 A serem implantadas na Usina ...................................................................

5.4 Recomendações para trabalhos futuros ...................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................

ANEXOS ..............................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

A alimentação influencia, decisivamente, na saúde do homem, por relacionar-

se com a nutrição, sobrevivência, desempenho na vida e conservação da espécie,

além de ser, recentemente apontada, como um dos fatores mais importantes para a

longevidade com qualidade de vida (ARAÚJO, 2001).

A toxinfecção, de origem alimentar, têm-se destacado, nos últimos anos, pelo

aumento da sua freqüência e, principalmente, devido a alterações na percepção, do

consumidor, dos riscos associados ao consumo de alimentos. Pode-se observar que

há uma tendência de aumento da incidência de doenças transmitidas pelos

alimentos que são notificadas em, praticamente todos os países. Agravando, ainda

mais, essa situação, está o fato de que apenas uma pequena proporção dos casos

(menos de 10%, na maioria dos países) é realmente notificada, o que permite

concluir que a incidência real seja muito maior (EYLES, 1995).

Face ao exposto, os alimentos devem ser preparados com técnicas

adequadas, higiene apropriada, temperatura dentro das normas de controle da

proliferação de microorganismos, para que se atinja a segurança no alimento, desde

a matéria-prima até a chegada ao consumidor, em condições higiênico-sanitária

satisfatórias, além de garantir sua qualidade nutricional (SILVA JR., 2001).

O leite, assim como outros alimentos de origem animal, durante o seu

processo de produção primária, processamento, transporte e comercialização, pode

ser contaminado por microrganismos patogênicos, ou mesmo por outras substâncias

tóxicas, que impliquem em riscos à saúde do consumidor (CERQUEIRA, 1995).

O Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL) quer mudar

a forma de se produzir leite, no Brasil. O objetivo é melhorar a qualidade do leite,

para que a população possa consumir produtos lácteos mais seguros, mais nutritivos

e mais saborosos, proporcionando aumento dos rendimentos dos produtores. Assim,

torna-se importante produzir leite com qualidade. A higiene do animal, do

ordenhador e das instalações são ações necessárias para atingir esse objetivo. A

produção de leite de qualidade beneficia os produtores à medida que se reduz a

existência de doenças, resultando em maior produção de leite e custos menores

(DÜRR, 2005).

A indústria de laticínios, até há pouco tempo, estava à margem de outras

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indústrias, no que diz respeito a programas de qualidade. Em adição a isso, o fato

de sempre existir, na sua grande maioria, funcionários da secretaria municipal,

estadual, ou federal, na fiscalização das indústrias, para controlar a qualidade do

produto em circulação nas prateleiras dos supermercados e padarias, passava a

impressão ao consumidor, de um produto de boa qualidade. Sendo assim, muitas

empresas desatualizadas quanto ao desenvolvimento de sistema da qualidade. Com

a abertura do mercado mundial, alguns procedimentos, anteriormente utilizados no

âmbito empresarial, tiveram de ser modificados, visando, competir com os produtos

importados, que entrassem no Brasil, com menor preço e maior qualidade (SILVA,

1999).

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Analisar os processos produtivos de obtenção do leite e seus derivados,

visando a implantação do Programa 5S’s, em propriedades produtoras de leite, e

das Boas Práticas de Fabricação na Usina de Laticínios.

1.1.2 Objetivos específicos

Para atingir o objetivo geral proposto, foram definidos os seguintes objetivos

específicos:

− Realizar diagnóstico das condições higiênico-sanitárias dos processos de

obtenção do leite e seus derivados, em uma propriedade associada a COOPROL

e na Usina Escola de Laticínios – UFSM;

− Elaborar um plano de ação 5S’s, para as unidades produtoras do leite;

− Elaborar o Manual de Boas Práticas de Fabricação para a Usina;

− Sugerir adequações para eliminar falhas identificadas, na unidade produtora,

associada a COOPROL, e na Usina Escola de Laticínios - UFSM.

1.2 Justificativa

O novo cenário econômico mundial, o código de defesa do consumidor, e a

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crescente conscientização do povo brasileiro têm motivado as empresas a reverem sua

postura frente ao consumidor, ao funcionário, ao acionista e à sociedade em geral.

As indústrias de alimentos e, em particular, as de laticínios, que são alimentos

altamente perecíveis, precisam, cada vez mais, implementar programas de

qualidade ao longo do sistema produtivo, e não apenas em uma etapa de produção.

Obtenção de matéria-prima, processamento e distribuição são etapas que devem ser

coordenadas entre si, para que o consumidor final receba e pague por produto de

qualidade.

Os laticínios devem coordenar a cadeia do leite, que começa no produtor e

vai até o consumidor final. A qualidade começa na matéria-prima, junto ao produtor,

passa pelo processo industrial e termina no produto final. Cabe, ainda, à fabrica de

laticínios, a responsabilidade pelo produto até seu vencimento, independente de sua

propriedade, pressupondo-se que as condições de conservação sejam adequadas.

Com a opção por implantação de programas de qualidade são obtidas redução de

custos na obtenção de matéria-prima, diferenciação de produto para ampliar

participação no mercado e atendimento às exigências dos clientes.

A implantação de programas da qualidade não mais é um privilégio de

grandes empresas dos países de primeiro mundo. Essa realidade faz parte de

empresas de grande e pequeno porte do mundo todo, principalmente das empresas

brasileiras, dada a meta de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida

estabelecida para a sociedade. Dessa forma, resta uma alternativa às empresas, ou

seja, adequar-se às exigências do mercado consumidor, tanto no que diz respeito à

qualidade como, também, à produtividade. Saliente-se que a qualificação dos

recursos humanos é fundamental para que ocorram as mudanças necessárias ao

atendimento das exigências do mercado competitivo.

Baseando-se nesse contexto, e também devido a importância do setor leiteiro

no cenário econômico nacional, buscou-se motivação para a realização do presente

trabalho. Espera-se que este traga contribuições para a melhoria da qualidade na

cadeia produtiva do leite, bem como impulsione a produtividade em pequenas e

médias propriedades e indústrias do Rio Grande do Sul.

1.3 Estrutura do trabalho

A presente dissertação é composta de cinco capítulos, além de referências e

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anexos, sendo o primeiro capítulo definido como Introdução, composto pelos

seguintes itens: Introdução; Justificativa; Objetivos e Estrutura do trabalho.

O segundo capítulo aborda os suportes teóricos para a análise dos processos

de obtenção do leite e derivados. Está dividido nos seguintes itens: Qualidade na

cadeia produtiva do leite; Leite; Estabelecimentos de obtenção de leites e produção

de derivados.

No terceiro capítulo estão descritos os aspectos metodológicos utilizados

durante a realização do estudo: Classificação da pesquisa; Locais da pesquisa;

Procedimentos e instrumentos da pesquisa.

No quarto capítulo, são colocados os resultados do estudo, com a

apresentação dos levantamentos das condições higiênicos-sanitárias dos processos

de obtenção de leite e derivados, manuais elaborados, baseados na aplicação de

programas de qualidade e sugestões já implantadas na Usina.

O quinto capítulo apresenta as conclusões, sugestões e recomendações para

trabalhos futuros.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Qualidade na cadeia produtiva do leite

A indústria leiteira mundial atravessa um período de intensas transformações

em sua estrutura, e pode-se identificar, como grandes tendências: a diminuição dos

preços pagos ao produtor, a redução de subsídios, o aumento do módulo de

produção e, principalmente, o aumento nas exigências de qualidade do leite

(SANTOS & FONSECA, 2002b).

Nesse novo cenário, a competitividade e a sobrevivência dos laticínios estão

ligadas a sistemas de gestão da qualidade dos mesmos. A busca constante na

melhoria do produto, tanto no que diz respeito à segurança do alimento, quanto a

satisfação do consumidor com o alimento consumido, são condicionantes para a

competitividade. Para os laticínios, o principal condicionante, para uma eficiente

gestão da qualidade, é a redução de custos e desperdícios, já que grande parte do

consumidor ainda considera o preço principal fator de decisão para a compra de

produtos lácteos, e não a qualidade do produto (SCALCO & TOLEDO, 2004).

Segundo Portugal (2001), as indústrias procuram, cada vez mais, aliar preço

à qualidade dos produtos que estão fabricando, tendo, muitas vezes, produtos

melhores com custo menor. Portanto, para chegar neste ponto, a indústria depende,

freqüentemente, de vários aspectos, como: rigorosas regras de higiene pessoal e

limpeza do local de trabalho; controle de qualidade da matéria prima; controle de

qualidade dos insumos; controle de qualidade do processamento.

Atualmente, qualidade adquiriu um significado operacional claro: a

conformidade às especificações. A definição é operacional porque estabelece, com

clareza, o objetivo do processo do produto e como deve ser realizado (OLIVEIRA,

2004).

O autor refere-se à possibilidade de gerenciamento técnico e da qualidade ao

longo do processo produtivo, desde a propriedade rural até a mesa do consumidor.

No entanto, para garantir a conformidade das especificações da produção, é

fundamental a capacitação dos produtores e colaboradores rurais. Dessa maneira, a

preocupação com o produto, na etapa que antecede a fabricação, deve criar uma

metodologia para gerenciamento desses fornecedores, aumentando o padrão de

qualidade do leite na propriedade rural, agregando valor ao produto e,

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conseqüentemente, melhorando a qualidade do produto final.

Segundo Zylbersztajn (2003), a qualidade pode ser garantida, ao consumidor,

pela reputação das marcas. Para garantir a estabilidade da qualidade e, portanto, a

confiança do consumidor, as empresas, que sustentam suas estratégias

competitivas na diferenciação, podem adotar padrões específicos e contratos com

fornecedores e distribuidores. Por exemplo, quando empresas de laticínios definem

como estratégia de racionalização do suprimento, dentro de um prazo determinado,

só recebem leite resfriado na fazenda, é necessário que o produtor faça

investimentos no resfriador, o transportador, ou a usina, invista no caminhão-tanque

isotérmico, e a usina invista no equipamento de plataforma para recepção a granel.

Essa medida é uma estratégia das empresas, a adesão é voluntária, porém, tais

medidas implicam em custos monetários, quando demandam novos insumos, ou

equipamentos, e custos em treinamento, quando exigem comportamento diferente

do produtor, ou intermediários, no manejo dos produtos.

Para Krug (2005), a necessidade de mudanças de comportamento, veio com

a globalização, nos aspectos culturais, sociais, econômicos, tecnológicos e

ambientais. Muitos proprietários rurais não aceitam a complexidade e a velocidade

das transformações necessárias para continuarem competindo no mercado.

Contudo, encontra-se um consumidor que quer, todos os dias, ter, à sua disposição,

variedades de produtos e preços baixos, na quantidade e qualidade que desejar, em

contrapartida, encontra-se o agente produtivo, que exige menores custos, alta

produtividade, alta tecnologia e melhor qualidade.

Os principais fatores que vêm aumentando o interesse de mudanças, por

parte dos consumidores, do governo e das instituições privadas, pela segurança do

alimento, são: a industrialização, a urbanização, o aumento da concorrência, o

desenvolvimento da pesquisa científica, a diminuição da renda gasta com

alimentação, a globalização e as novas demandas dos consumidores que

influenciam a crescente exigência por atributos de segurança nos alimentos

(ZYLBERSZTAJN, 2003).

Diante do exposto, é importante diferenciar os conceitos das expressões

segurança alimentar e segurança do alimento.

Segurança alimentar, sob enfoque quantitativo, refere-se ao abastecimento

adequado de uma população. Teixeira (1981, p. 109) define segurança alimentar

como “a segurança alimentar mínima é alcançada quando os países em

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desenvolvimento chegam a uma produção de alimentos equivalente às suas

próprias necessidades”.

Segurança do alimento (enfoque qualitativo), ou seja, a garantia de o

consumidor adquirir um alimento com atributos de qualidade que sejam de seu

interesse, entre os quais destacam-se os atributos ligados a sua saúde (SPERS,

1993).

Tanto o termo qualidade, como o termo segurança do alimento, apresentam

diversas definições na literatura devido, principalmente, a sua complexidade, a

multidisciplinaridade, as diferenças culturais e sócio-regionais, ao caráter dinâmico,

aos diferentes pontos de vista entre comprador e vendedor e ao nível concorrencial

e tecnológico (JURAN, 1992).

Faz-se necessário citar algumas definições de segurança do alimento:

− “é a garantia em se consumir um alimento isento de resíduos que prediquem ou

causem danosa saúde” (ZYLBERSZTAJN, 2003, p. 35);

− “é o inverso do risco alimentar – probabilidade de não sofrer nenhum dano pelo

consumo de um alimento” (HENSON & TRAILL, 1993, p. 159);

− “aquisição, pelo consumidor, de alimentos de boa qualidade, livres de

contaminantes de natureza química, biológica, física, ou qualquer outra substância

que possa acarretar problemas de saúde” (HOBBS & KERR, 1992, p. 42);

Na língua portuguesa, segurança significa a condição daquele ou daquilo que

se pode confiar (FERREIRA, 2000). Portanto, a segurança alimentar está

relacionada à confiança do consumidor em receber uma quantidade suficiente de

alimentos para sua sobrevivência, ou de o país poder fornecer essa quantidade,

enquanto segurança do alimento significa a confiança do consumidor em receber um

alimento que não lhe cause riscos à saúde (ZYLBERSZTAJN, 2003).

De acordo com Giordano (2001), as empresas que não adotarem processos

de aperfeiçoamento contínuo, voltados à otimização de processos e a satisfação de

seus clientes pela redução de riscos, vão perder competitividade e tenderão a

desaparecer do mercado, e esclarece, também, que o treinamento de pessoal é um

fator fundamental. De nada adianta uma empresa ter instalações modernas e bem

equipadas se não possuir uma equipe bem formada e adequadamente treinada.

2.1.1 Programas de controle de qualidade

O controle de qualidade é a manutenção dos produtos e serviços dentro dos

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níveis de tolerância aceitáveis para o consumidor, ou comprador. Desse modo, para

avaliar a qualidade de um produto alimentar, deve ser mensurado o grau em que o

produto satisfaz os requisitos específicos, sendo que esses níveis de tolerância e

requisitos expressam-se por meio de normas, padrões e especificações (COSBY,

1990).

Tradicionalmente, é atribuída à inspeção sanitária para a prevenção e

controle de Doenças Veiculadas por Alimentos (DVA). As inspeções, porém, nem

sempre podem ser realizadas com a freqüência e com o cuidado suficientes para

garantirem um grau satisfatório de segurança sanitária do alimento (IAMFES, 1997).

Pela necessidade de aperfeiçoar processos específicos, tem-se buscado

novos sistemas de gerenciamento que permitam produzir alimentos mais seguros, e,

conseqüentemente, de melhor qualidade. Com a finalidade de racionalizar os meios

de controle e recursos, e proporcionar a garantia da qualidade total, surgiram os

sistemas de normalização (RÊGO et al., 2001).

Neste sentido, indo ao encontro das expectativas da indústria alimentar, a

International Organization for Standardization (ISO) criou um standard internacional -

a ISO 22000:2005 - que certifica a segurança do alimento. A nova ISO deverá

funcionar como referência no setor, promovendo uma harmonização das exigências

internacionais, propondo um modelo de gestão alinhado à ISO 9001:2000, aos

princípios da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC),

estabelecidos no Codex Alimentarius e as Boas Práticas de Fabricação (ALMEIDA,

2006). A ISO 22000- 2005, especifica requisitos para o sistema de gestão de

segurança de alimentos, onde uma organização na cadeia produtiva de alimentos

precisa apresentar habilidades em controle de perigos, com a finalidade de garantir

que o alimento está seguro no momento do consumo humano. Esta norma é

aplicável a todas as organizações, pois todos os requisitos são genéricos e

aplicáveis à cadeia produtiva de alimentos, independente de tamanho e etapa e têm

interesse em implementar sistemas que garantem produtos seguros (NBR ISO

22000).

APPCC surgiu no Brasil com a publicação da Portaria n° 1428, de 02 de

dezembro de 1993, pelo Ministério da Saúde, propondo avaliar a eficácia e

efetividade dos processos, meios e instalações, assim como os controles utilizados

na produção, armazenamento, transporte, distribuição, comercialização e consumo

de alimentos, por meio do sistema APPCC. As normas devem ser documentadas no

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Manual de Boas Práticas (MBP), na produção e distribuição de alimentos, o qual

depois será solicitado nas inspeções sanitárias (BRASIL, 1993).

As Boas Práticas de Fabricação (BPF) conhecidas internacionalmente como

Goog Manufctures Practices (GMP) são exigidas das indústrias de alimentos, por

força da Portaria 326 de 30 de julho de 1997 da Secretaria de Vigilância Sanitária

(atualmente Agencia Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA), do Ministério da

Saúde, e pela Portaria 368, de 04 de setembro de 1997, do Ministério da Agricultura

e Abastecimento, trata-se de um conjunto de princípios, regras e procedimentos que

regem o correto manuseio de alimentos, abrangendo desde as matérias-primas até o

produto final (PORTUGAL, 2002).

A resolução – RDC n° 275, de 21 de outubro de 2002, dispõe sobre o

Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs) e lista

de verificação de Boas Práticas de Fabricação (BPF) aplicados a estabelecimentos

produtores/industrializadores de alimentos. Esse regulamento técnico tem como

objetivo estabelecer os POPs, para contribuir e garantir as condições higiênico-

sanitárias necessárias ao processamento/industrialização de alimentos (BRASIL,

2002b).

O POP, que pode ser apresentado como anexo do Manual de Boas Práticas

de Fabricação, do estabelecimento, é o procedimento escrito de forma objetiva, que

estabelece instruções seqüenciais para realização de operações rotineiras, e

específicas, na produção, armazenamento e transporte de alimentos. Os

estabelecimentos produtores/industrializadores, de alimentos, devem desenvolver,

implantar e manter os seguintes POPs: higienização das instalações, equipamentos,

móveis e utensílios, controle da potabilidade da água, higiene e saúde dos

manipuladores, manejo dos resíduos, manutenção preventiva e calibração de

equipamentos, controle integrado de vetores e pragas urbanas, seleção de matérias-

primas, ingredientes e embalagens e programa de recolhimento de alimentos

(BRASIL, 2002b).

Para Portugal (2001), as BPF, em geral, são medidas simples, ou que

requerem pouco investimento, mas com grande eficácia, influenciando diretamente

na sanidade do produto, e os elementos das BPF visam atender ao estabelecimento,

de forma total e apresenta a seguinte divisão: pessoal, instalações, armazenamento,

controle de pragas, operações, registros e documentação. Quando da discriminação

dos itens:

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− Pessoal: é o mais importante dos seis por ter as funções de planejar, implementar

e manter o sistema de BPF. Como conseqüência, todos os funcionários precisam

ser treinados nas práticas de processamento e controle dos processos que estão

diretamente relacionadas com responsabilidade de trabalho.

− Instalações: compreendem o meio ambiente exterior e interior, que precisam ser

administrados para prevenir a contaminação dos ingredientes do alimento durante

e após o processamento.

− Armazenamento: compreende a manutenção de produtos e ingredientes em um

ambiente que proteja sua integridade.

− Controle de pragas: refere-se a todas as medidas necessárias para evitar

presença de insetos, roedores e pássaros no local de produção.

− Operações: visam apresentar importantes orientações que facilitem o controle das

matérias-primas e processos.

− Registros e documentação: dizem respeito ao registro e documentação do que

ocorre dentro do estabelecimento, facilitando o rastreamento de todas as

informações, observar-se possíveis pontos de melhoria e, principalmente, permitir

a rápida atuação quando forem detectadas inconformidades.

O conceito de BPF assimila o conteúdo de programas como 5S’s e ISO, e faz

a ligação direta com a qualidade do produto final, atuando em pontos que possam vir

a comprometer a segurança do consumidor. Compreende-se, como BPF, ações ou

procedimentos realizados no âmbito de manipulação e confecção que preservem a

qualidade do produto. A implantação do programa BPF tem como objetivo

implementar ações corretas e atuar na prevenção de possíveis ações chamadas de

não conformidades, que, como o próprio nome diz, são procedimentos realizados, ou

condições físicas do ambiente, que possam comprometer a manutenção da

qualidade dos alimentos (RAMOS, 2003).

Para garantir a qualidade dos produtos, há necessidade de um sistema de

melhoria contínua que precisa de mecanismos de controle efetivo que a garanta

(VIALTA, 2002).

Os mecanismos utilizados são os programas de qualidade, os quais mostram

ser possível melhorar os seus produtos e aumentar a produtividade, e as técnicas

utilizadas são de fácil assimilação. Porém, não se consegue resultados duradouros

se não houver verdadeiro comprometimento dos envolvidos no processo. A

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necessidade de melhorar, sempre, deve ser cultural (BORGES et al., 1998).

Através de cinco atividades básicas e de simples aplicação, denominadas

5S’s, torna-se possível mudanças de comportamento e de atitude das pessoas,

possibilitando o desenvolvimento de um ambiente propício à obtenção da qualidade

total (RIBEIRO, 1994).

Segundo o autor supracitado, deve-se começar por um programa com

resultados que vençam a resistência interna e transformem o negativismo em

motivação e verdadeiro comprometimento.

Os 5S’s, certamente possuem essas características, citadas acima,

conhecidas como o programa que limpa e arruma a casa. Conclui-se que é uma

excelente maneira de iniciar. É um programa de qualidade, baseado em conceito

japonês, e visa uma mudança de mentalidade.

Conforme Silva (2003), esse programa tem como objetivo básico a melhoria

do ambiente de trabalho, nos sentidos físico (organização geral do espaço físico) e

mental (mudança da maneira de pensar das pessoas, na direção de um melhor

comportamento), sendo capaz de modificar o ambiente de trabalho, a maneira de

conduzir as atividades rotineiras e as atitudes dos trabalhadores e conceitua:

− O primeiro S significa senso de utilização, arrumação, organização e seleção. Ter

senso de utilização é identificar materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios,

informações e dados necessários e desnecessários, descartando ou dando a

devida destinação àquilo considerado desnecessário ao exercício das atividades;

− O segundo S implica em senso de ordenação, sistematização e classificação. Ter

senso de ordenação é definir locais apropriados e critérios para estocar, guardar

ou dispor materiais, equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e dados

de modo a facilitar o seu uso e manuseio, facilitar a procura, localização e guarda

de qualquer item;

− O terceiro S engloba senso de limpeza e zelo. Ter senso de limpeza é eliminar a

sujeira ou objetos estranhos para manter limpo o ambiente bem como manter

dados e informações atualizadas para garantir a correta tomada de decisões;

− O quarto S discorre sobre o senso de asseio, higiene, saúde e integridade. Ter

senso de asseio significa criar condições favoráveis à saúde física e mental,

garantir ambiente não agressivo e livre de agentes poluentes, manter boas

condições sanitárias nas áreas comuns, zelar pela higiene pessoal e cuidar para

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que as informações e comunicados sejam claros, de fácil leitura e compreensão;

− O quinto S, trata sobre o senso de autodisciplina, educação e compromisso. Ter

senso de autodisciplina é desenvolver o hábito de observar e seguir normas,

regras, procedimentos, atender especificações, sejam elas escritas ou informais.

Esse hábito é o resultado do exercício da força mental, moral e física.

Para o desenvolvimento do programa 5S’s, faz-se necessário a aplicação de

alguns pontos principais: conscientização do responsável, reuniões entre os

envolvidos no processo, divulgação do programa, auditoria operacional (condições

de trabalho), plano de ações imediatas para problemas críticos, controle e avaliação,

treinamento, elaboração de um plano diretor, registro e análise da situação atual,

escolha da área modelo, o dia da grande limpeza, elaboração dos planos de

execução para cada senso com os respectivos controles e avaliação

(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, 2005).

Apesar de o 5S’s ser reconhecido mundialmente como do Japão, a sua

essência está presente em qualquer população, nação, sociedade, família ou

pessoa que pratique bons hábitos, que zele pela higiene, segurança, bem-estar,

sensatez e respeito ao próximo (RIBEIRO, 1994).

Esta essência foi observada por Porto (1999), que aplicando conceitos

modernos de gestão empresarial em um sítio, transformou-o em referência nacional

na produção de leite, utilizando, entre outros, o programa 5S’s na sala de ordenha.

O grande objetivo dos programas de qualidade e produtividade é a melhoria

contínua que, é a transição para um melhor estado ou condição, normalmente,

gerando vantagens. A melhoria contínua deve ser um procedimento normal e

enraizado na cultura organizacional, de forma que isso não seja uma exceção, mas

sim, uma forma rotineira e integrada a qualquer processo (WEBSTER, 2001).

Melhorar continuamente um processo significa reestruturar continuamente

seus padrões. Cada melhoria corresponde ao estabelecimento de um novo nível de

controle que é a fase de replanejamento e reprogramação de novas atividades a

partir dos resultados alcançados pelo atual patamar de padronização da organização

(TACHIZAWA & SCAICO, 1997).

Um modelo de melhoria do processo é um ciclo de quatro passos, que

começa com as atividades necessárias para criar um ambiente de compreensão do

processo antecipando e planejando mudança, implementando a mudança,

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conferindo suas melhorias de desempenho e continuando a melhorar suas

atividades de processo. Esse modelo de melhoria é freqüentemente chamado de

ciclo Plano-Fazer-Conferir-Agir (PDCA) e contribui para a melhoria do processo

(HUND, 1996).

Segundo Martin (1998), é comum se pensar somente nas grandes melhorias,

porém não raro pequenas mudanças podem resultar em grandes mudanças na

qualidade e na produtividade.

2.2 Leite

O leite é considerado o mais nobre dos alimentos, dada a sua composição

rica em proteínas, gordura, carboidratos, sais minerais e vitaminas. Constitui o

alimento essencial dos recém nascidos, em todas as espécies de mamíferos,

incluindo o homem. Para a espécie humana, em particular, é indicado para todas as

idades, e as restrições a seu uso são limitadas a casos excepcionais. O mesmo

aplica-se a todos os derivados lácteos (OLIVEIRA, 1999).

O sexto produto agropecuário brasileiro é o leite, com produção de vinte três

bilhões de litros em 2003. O Brasil é, o sexto maior produtor mundial de leite,

responsável por cerca de 66,5% do volume produzido pelos países que compõem o

MERCOSUL. Porém, esse fato está relacionado ao tamanho do rebanho, cerca de

vinte milhões de cabeças, ficando atrás somente da Índia, com cerca de noventa

milhões de cabeças (BALBASSIN JR., 2006).

O Brasil apresenta baixo consumo de leite, per capita, cerca de 123 kg hab-1

ano-1, a partir de 2003 o consumo vem aumentando, com taxas de 4,3% ao ano.

Esse valor está bem acima do crescimento econômico verificado no setor industrial e

de serviços, bem como do crescimento econômico nacional. (BALBASSIN JR.,

2006). Contudo, o consumo está abaixo do recomendado pela FAO que é 224kg

hab-1ano-1 (CALIL, 2006).

As dificuldades enfrentadas pelo setor leiteiro, com baixa produtividade aliada

a altos custos, resultam, em parte, da existência de produtores “extrativistas”, que

adotam pouca, ou nenhuma tecnologia, até produtores altamente especializados

(JANK et al., 1999), sendo encontrados sistemas intermediários de produção entre

os quais, modelos intensivos de utilização de pastagens (BRESSAN & VILELA,

1999).

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Outra dificuldade enfrentada pelo produtor é o volume e a sazonalidade de

produção que são critérios utilizados para o pagamento do produto, pois interessa

aos fabricantes de laticínios, captar leite junto aos produtores que forneçam grandes

volumes diários de leite e que apresentem pequena variação sazonal da produção

(FONSECA, 2001).

A questão relativa ao pagamento diferenciado da matéria-prima em função da

qualidade, ou seja, de suas características físicas, químicas, bromatológicas e

organolépticas, tende a ampliar-se e, dessa forma, o pagamento baseado na

qualidade vai ser um elemento de diferenciação dos sistemas de produção e que,

certamente, vai ditar a permanência, ou não, dos produtores na atividade (SANTOS

& FONSECA, 2002b).

A qualidade do leite pode ser definida em termos de sua integridade, ou seja,

sem sofrer adição de substâncias e/ou remoção de componentes de sua

composição química, características físicas e livres de deterioração microbiológica e

presença de patógenos (DÜRR, 2004).

Santos & Fonseca (2002b) destacam que, em termos mundiais, as normas

utilizadas para o comércio internacional são definidas pelo Codex Alimentarius, que

é um fórum internacional de normalização de alimentos, estabelecido pela

Organização das Nações Unidas através FAO (Food and Agriculture Organization) e

OMS (Organização Mundial de Saúde). As normas Codex abrangem os principais

alimentos, sejam processados, semiprocessados ou crus. Também abrange

substância/produtos que sejam usadas para a elaboração dos alimentos, na medida

em que seja necessário alcançar os principais objetivos do Codex. As diretrizes

Codex referem-se aos aspectos de higiene e propriedades nutricionais dos

alimentos, abrangendo código de prática e normas de: aditivos alimentares,

pesticidas e resíduos de medicamentos veterinários, substâncias contaminantes,

rotulagem, classificação, métodos de amostragem e análise de riscos. Desde sua

criação, o Codex gerou investigações científicas sobre os alimentos e contribuiu para

que aumentasse, consideravelmente, a consciência da comunidade internacional

acerca de temas fundamentais, como a qualidade e inocuidade dos alimentos e a

saúde pública.

Conforme Portugal (2002), para obtenção de leite seguro para a saúde do

consumidor é necessário a implantação de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) na

cadeia do leite. Para esse programa, os seguintes aspectos são priorizados:

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− Saúde do rebanho, com manejo sanitário que deve obedecer às normas da

legislação em relação especialmente, a doenças como aftosa, brucelose e

tuberculose;

− Mastite ou mamite, com adoção de programas de prevenção que prioriza a higiene

antes, durante e depois da ordenha;

− Manejo nutricional, onde os alimentos oferecidos aos animais devem atender às

exigências nutricionais e serem isentos de produtos que venham causar

problemas aos mesmos e aos consumidores;

− Manejo da ordenha, deve ter cuidados tomados para garantir a qualidade do leite;

− Projeto e construção rural, que considera localização, dimensionamento,

ventilação, iluminação, pisos, paredes, escoamento sanitário, qualidade da água,

controle de pragas, higiene pessoal e operacional, limpeza e sanificação dos

equipamentos e treinamento dos colaboradores.

Para Chaves (1993 apud ANSUJ, 2000), a qualidade e produtividade do leite

dependem:

I - antes da ordenha: cuidados com os fatores de produção na seleção genética;

manejo do rebanho;

II - após a ordenha: condições de instalação da ordenha; conhecimentos técnicas

operacionais; consciência da qualidade e motivação do pessoal envolvido esta

operação;

III - na plataforma de recepção: condições operacionais; manejo do produto pós-

ordenha e durante o transporte; condições de transporte;

IV - leite e derivados após o processamento; condições da matéria prima; insumos

da produção na indústria; lay-out da indústria; controles da instalação industrial;

qualidade da água;das condições dos equipamentos e materiais utilizados;

V - na mesa do consumidor: manejo e controles realizados pós-processamento;

condições de conservação do produto; condições de transporte; entrepostos

atacadistas; mercado varejista; conservação domiciliar.

Uma vez caracterizada a qualidade e produtividade do leite, cabe apontar as

principais fontes nocivas, bem como os métodos de controle que possam ser

adotados para preservar a qualidade do leite (SANTOS & FONSECA, 2002b).

O leite constitui um ambiente favorável à multiplicação de bactérias, pela

natureza de seus componentes e pela temperatura com que sai do úbere (39ºC).

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Tais bactérias estão presentes dentro e fora da teta da vaca, no ambiente de

ordenha, no ordenhador e na maioria dos utensílios. A sala de ordenha precisa ser

um local limpo, seco, com boa ventilação e que permita uma ordenha mais rápida e

eficiente para garantir ao leite ordenhado uma qualidade segura. A água utilizada na

sala de ordenha tem dois aspectos importantes: do ponto de vista de saúde pública,

a água pode representar o principal veículo da transmissão de enfermidades, tais

como febre tifóide, cólera, salmonelose, hepatites, gastroenterite, amebíase, entre

outras; do ponto de vista da ordenha, está relacionada à higienização adequada das

mãos do ordenhador, do úbere e dos equipamentos (tanques, ordenhadeiras e

demais utensílios) (RIBEIRO & CARVALHO, 2004).

Conforme Fonseca (1998), as principais fontes de bactérias do leite são: a

superfície externa das tetas, as superfícies internas do equipamento de ordenha,

tanque de expansão, latões para transporte do leite e água utilizada para limpeza,

tanto durante a ordenha, quanto na limpeza do equipamento de ordenha.

Entre um período e outro, da ordenha às tetas, pode entrar em contato com

lama, fezes e material de cama – palhas, maravalha de madeira e areia. Caso esses

materiais fiquem aderidos as tetas e úbere, e não forem removidos antes da

ordenha, pode ocorrer intensa contaminação do leite (COUSIN & BRAMLEY, 1981).

Independentemente do tipo de equipamento de ordenha utilizado – balde ao

pé, ou leite canalizado, o leite, para ser retirado do úbere, deve passar por uma série

de tubulações de borracha e aço inoxidável, unidade final, sendo, finalmente,

armazenado no tanque de expansão, até a coleta. Dessa forma, devido a

complexidade do sistema de ordenha, um sistema de limpeza deficiente pode

determinar acumulação de resíduos de leite e, assim, favorecer o crescimento de

bactérias, que são fonte de contaminação do leite (COUSIN & BRAMLEY, 1981).

Reis et al. (2004) afirmam que a obtenção de boa qualidade pode ser atingida

por ordenha manual ou mecânica, sendo mais importante a condução do sistema de

ordenha como um todo, e não o tipo de ordenha realizado.

O uso de água não-tratada, para enxágüe final do equipamento de ordenha,

pode contribuir para o aumento na contagem de bactérias no leite (SUHREN, 1989).

Dessa forma, uma medida eficaz, para a redução da população microbiana no

equipamento de ordenha, é a utilização de enxágüe com sanitizante à base de cloro,

antes do início de cada ordenha (FONSECA, 1998).

Cita-se, também, que o solo é um reservatório de microrganismos. O solo

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como gramíneas e feno, pode apresentar elevadas contagens de bactérias

(SUHREN, 1989).

As principais estratégias, para diminuir a população bacteriana na superfície

das tetas, são: medidas preventivas, como evitar contato das tetas com lama e

fezes; fazer a desinfecção das tetas antes da ordenha, utilizando imersão em

solução desinfetante à base de cloro, e posterior secagem completa das tetas antes

da ordenha. Porém, o uso excessivo de água, para lavagem das tetas antes da

ordenha, pode provocar o escorrimento de água residual do úbere. Essa água,

altamente contaminada, pode ganhar acesso ao leite e causar a sua contaminação.

Dessa forma, recomenda-se a lavagem das tetas, cuidando-se para aplicar a água

de lavagem somente nas tetas, que é a região que, efetivamente, entra em contato

com o equipamento de ordenha (SANTOS & FONSECA, 2002a).

Conforme os mesmos autores, para que o leite seja considerado de boa

qualidade, há necessidade de atender, pelo menos quatro critérios: ausência de

agentes patogênicos e contaminantes (resíduos de antibióticos, pesticidas e

substâncias estranhas ao leite); baixa carga microbiana; sabor agradável e alto valor

nutritivo.

Os autores dizem, ainda, que nas décadas de 40-50 teve início o uso de

antibióticos, na produção leiteira, com o objetivo principal de tratamento e prevenção

da mastite bovina. Desde então, um dos principais problemas, encontrados na

indústria de laticínios, é a presença de resíduos de antibióticos no leite, o que

resulta, além de potenciais riscos à saúde do consumidor, em efeito inibitório sobre o

crescimento de culturas lácteas empregadas na fabricação de queijos e outros

produtos fermentados. Para evitar esses problemas basta, respeitar o prazo mínimo

de carência estabelecido pelo fabricante do medicamento, que vem descrito na bula.

Esse prazo depende do tipo de medicamento utilizado e o regime de tratamento

adotado.

Bohrer (2003) diz que, para preservar a qualidade do leite, o ambiente da

ordenha deve apresentar cuidados fundamentais, por parte do ordenhador, que são

bons hábitos de higiene e manter a rotina da ordenha, isto é, deve fazer a higiene

cuidadosa da sala, eliminando crostas, retirando detritos, desinfetando o local, usar

roupas apropriadas e limpas, ter bons hábitos (não cuspir, não fumar), conhecer as

características de cada animal, evitar a presença de pessoas estranhas, tornar o

ambiente calmo, organizar e facilitar o trabalho, tendo os utensílios e equipamentos

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à mão e funcionando corretamente.

Com as citações anteriores, tem-se que, para obter produtos de boa

qualidade, é fundamental que a matéria-prima também seja de boa qualidade

(FOSCHIERA, 2004), daí as iniciativas governamentais visando padronizar e

melhorar a qualidade do leite, como a implantação de normas nacionais de padrões

de qualidade de leite, determinadas pelo Programa Nacional de Melhoria da

Qualidade de Leite, do Ministério da Agricultura (RIBEIRO et al., 2000) e pela

Normativa 51 (BRASIL, 2002a).

2.2.1 Normativa 51

Em janeiro de 2006 entrou em vigor a IN 51/2002, que representa um grande

avanço para a melhoria da qualidade do leite. Com as novas orientações todos

ganham, produtores, indústrias de lácteos e, principalmente, o consumidor. Várias

são as mudanças introduzidas pela IN 51/2002, entre elas estão: a monitoração da

qualidade do leite desde a propriedade rural, a extinção do leite tipo C e a criação do

leite resfriado, sem outra denominação específica (PIVARO, 2005).

A legislação federal anterior estabelecia condições mínimas da produção,

identidade e qualidade do leite brasileiro, publicada em 1952, no Regulamento da

Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), que, para

aquela época, era considerada como muito boa. O leite era classificado como do tipo

A, B e C, dependendo das condições de saúde do animal, ordenha, transporte e

beneficiamento (BRANDÃO, 2002).

Para a IN 51/2002, o objetivo principal é aumentar a qualidade do leite para

melhor atender ao consumidor e viabilizar as exportações. O Brasil, somente no ano

passado, depois de 35 anos como importador, conseguiu exportar, obtendo

superávit de U$ 11 milhões (SCALIONI, 2005).

Para promover a melhoria da qualidade do leite e derivados, garantir a saúde

dos brasileiros e aumentar a competitividade dos produtos lácteos em novos

mercados, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou o

Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL), que tem parte do seu

amparo legal na Instrução Normativa n° 51, a qual estabelece critérios para a

produção, identidade e qualidade (ALVIM, 2005).

Dür (apud SANTOS, 2005, p. 50) afirma que:

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o grande mérito da IN 51 foi ter criado uma oportunidade única para o setor lácteo se modernizar, cabendo agora à cadeia decidir se vai optar pela qualidade, muito ainda está por ser feito para se atingir os padrões mínimos de qualidade estabelecidos nos novos regulamentos técnicos do Ministério da Agricultura.

A grande dificuldade de implantação da nova legislação é o fato de, no Brasil,

a maioria dos produtores de leite não possuírem capital, terem baixa produtividade

individual e suas propriedades não possuírem infra-estrutura e tecnologia

apropriadas, elevando os custos de produção e, conseqüentemente, reduzindo a

qualidade do leite. Apresentam, também, dificuldades de acesso às propriedades,

devido a precariedade das estradas, dificultando o processo de logística para a

coleta e o transporte do leite (ANDRADE & ROCHA, 2005).

2.3 Estabelecimentos de obtenção de leite e derivados

A história não pode precisar desde quando o leite e os derivados foram

explorados pelo homem. Mas, sem dúvida, o uso do leite, e de seus derivados, deve

datar de muito antes de o homem alcançar o grau de evolução em que lhe ocorreu a

idéia de gravar os costumes de forma permanente. Além das gravações, os

historiadores, a arqueologia e a paleontologia têm encontrado várias evidências

sobre a domesticação de bovinos e o uso do leite, que remonta ao início do

desenvolvimento da raça humana. No Brasil, o gado foi introduzido em 1534, por

Martin Afonso de Souza, importado das Ilhas da Madeira e das Canárias. Em 1772,

o rei tomou interesse pela indústria, animando o fabrico de queijo e manteiga

(OLIVEIRA, 2006).

Para Riedel (1992), obtenção higiênica do leite é de capital importância. O

leite, no úbere da vaca sadio, é, praticamente, estéril, mas a contaminação se inicia,

no momento da ordenha, e daí a necessidade do seu beneficiamento.

Para a obtenção do leite e seu beneficiamento, o Regulamento de Inspeção

Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA, de 1952, do

Ministério da Agricultura, coloca os estabelecimentos em propriedades rurais, que

compreende os estabelecimentos produtores de leite, postos de leite e derivados

que são os estabelecimentos intermediários entre as fazendas leiteiras e as usinas

de beneficiamento ou fábricas de laticínios e os estabelecimentos industriais são os

destinados ao recebimento de leite e seus derivados para beneficiamento,

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manipulação, conservação, fabricação, maturação, embalagem, acondicionamento,

rotulagem e expedição.

A IN 51/2002 exige que o estabelecimento de obtenção de leite resfriado

(produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de

vacas sadias, bem alimentadas e descansadas, refrigerado e mantido na

temperatura máxima de 7°C, transportado em carro-tanque isotérmico da

propriedade rural para um posto de refrigeração de leite ou estabelecimento

industrial) deve apresentar: localização e adequação dos currais à finalidade;

condições gerais das edificações (área coberta, piso, paredes ou equivalentes),

relativas à prevenção de contaminações; controle de pragas; água de

abastecimento; eliminação de resíduos orgânicos; rotina de trabalho e

procedimentos gerais de manipulação; equipamentos, vasilhame e utensílios;

proteção contra a contaminação da matéria-prima; acondicionamento, refrigeração,

estocagem e transporte.

Conforme Portaria nº 028 de 09 de março de 2000 - Secretaria da Agricultura

e Abastecimento - RS, os estabelecimentos de leite e derivados são classificados

em:

a) entreposto de laticínios, que são destinados ao recebimento, maturação,

classificação, fracionamento e acondicionamento de produtos lácteos, excluído o

leite em natureza;

b) usina de beneficiamento de leite, que tem por finalidade principal receber,

beneficiar e acondicionar, higienicamente, o leite destinado ao consumo público;

c) fábrica de laticínios, destina-se ao recebimento de leite, dotada de dependência e

equipamentos que satisfaçam às normas técnicas de industrialização de

quaisquer produtos de laticínios.

2.4 Recursos humanos

O colaborador é o elemento central na implementação de sistemas de

qualidade em qualquer organização, e todas as pessoas que compõem essa

organização, precisam ser conscientizadas para a qualidade. A qualidade de um

produto não é feita somente com adequação do meio ambiente, uso de máquinas,

métodos e matéria-prima adequada, a verdade é que, sem o elemento humano,

nada se produz, e, portanto é ele quem faz a qualidade de um produto, ou serviço

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(ARRUDA, 1998).

A participação do ser humano deve ser destacada, sempre, no estudo das

origens e medidas de controle da contaminação dos alimentos, o qual representa,

sem dúvida, o fator mais importante no sistema de proteção dos alimentos às

alterações de origem microbiana (PANETTA, 1998).

O termo “Manipulador de alimentos” é, genericamente, utilizado para

classificar todas as pessoas que possam entrar em contato com uma parte, ou com

o todo, da produção de alimentos, incluindo os que colhem, abatem, armazenam,

transportam processam ou preparam alimentos. Na inspeção sanitária de alimentos,

qualquer pessoa que entre em contato com alimento, é considerada manipulador

(GERMANO et al., 2000). Manipulador de alimentos é qualquer pessoa do serviço de

alimentação que entre em contato direto, ou indireto, com o alimento (Brasil, 2004).

Segundo Ribeiro et al. (1998), ordenhador é o manipulador de alimento que

irá trabalhar na sala de ordenha, para a obtenção do leite, sendo que deva conhecer

a importância do leite na saúde dos consumidores, considerando sempre os

princípios de higiene e a capacidade de a vaca leiteira reagir aos estímulos externos.

Nesse contexto, há necessidade de treinamento para os manipuladores de

alimentos, onde o objetivo é adequar o processamento e a manipulação dos

alimentos às normas atuais em relação às condições higiênico sanitárias

necessárias para evitar os surtos de toxinfecções alimentares (SILVA JR., 2001).

Os manipuladores de alimentos não podem ser comparados a qualquer outra

classe de profissionais, com atribuições e responsabilidades limitadas, pois a

variedade de funções, e as características de formação cultural são enormes. Dessa

forma, torna-se altamente recomendável a apresentação de cursos práticos de

treinamento para manipuladores, quando é essencial a utilização de recursos

didáticos atrativos a pessoas não acostumadas a sessões de aulas formais

(RIEDEL, 1992).

2.4.1 Higiene pessoal

a) Para obtenção do leite

Observar o quarto senso, dos 5S’s.

As bactérias estão em todos os lugares. Portanto, o produtor deve adotar

medidas de higiene pessoal, para que o leite não seja contaminado (DÜRR, 2005).

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b) Para elaboração de derivados

O manipulador, que trabalha na indústria de alimentos, tem obrigação legal, e

moral, de fazer com que os alimentos que manipule não sejam contaminados por

falta de higiene pessoal, e as áreas de higiene pessoal, em que se deve ter maior

cuidado, são: as mãos, pele, ferimentos, orelhas, nariz, boca, cabelo, hábito de

fumar, uso de jóias e roupas (HAZELWOOD & MCLEAM, 1994). Todo o

colaborador, que manipule com alimentos, deve receber treinamento correto para

higiene pessoal (SOLER, 2002).

Para higiene pessoal, Laticínio (2003) coloca que todos os funcionários

devem manter um alto grau de limpeza pessoal (banho diário, cabelos limpos, barba

feita, dentes escovados, unhas limpas, etc.).

Sobre os uniformes, estes devem estar limpos, sem botões e sem bolsos

acima da cintura, serem trocados diariamente e com uso exclusivo nas áreas de

trabalho. A lavagem dos uniformes deve ser realizada em lavanderia da própria

empresa. O uniforme impermeável é recomendado em tarefas onde o funcionário

suje-se com muita rapidez. Os calçados devem ser fechados (sem aberturas e

adornos), impermeáveis e antiderrapantes, sendo mantidos limpos e em boas

condições. A touca deve estar limpa e íntegra. Não deve ser permitido o uso de

alianças, anéis, brincos, colares, pulseiras. Se necessário o uso de óculos, estes

devem estar preso por um cordão que passe por trás do pescoço, e o protetor

auricular, deve estar atado entre si por um cordão que passe por trás do pescoço

(LATICÍNIO, 2003).

2.4.2 Higiene das mãos

As mãos constituem provavelmente, a região do corpo que mais se

contamine, tendo em vista que entram em contato direto com uma grande variedade

de objetos (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, 1996).

A desinfecção adequada das mãos de pessoas, que trabalhem em

estabelecimentos onde ocorra à manipulação de alimentos, é de fundamental

importância no controle de infecções, pois devido a exposição constante ao meio

ambiente, as mãos estão sempre sujeitas a apresentarem microorganismos

transitórios, e uma flora residente constante e bem definida (SOARES et al. 1992).

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a) Para obtenção do leite

Na ordenha, as mãos do ordenhador, na maioria das vezes, são as fontes

primárias de contaminação das tetas e leite. Desta forma, é recomendado, para a

realização da ordenha, lavar as mãos e os antebraços com auxílio de escova e

sabão e secá-los com toalha limpa. A tarefa do ordenhador deve ser limitada à

ordenha das vacas. A tarefa de conduzir o animal, apartar, pear, raspar e lavar o

piso devem ser realizadas por um auxiliar (RIBEIRO et al., 1998).

b) Para elaboração de derivados

Conforme Brasil (2004), os manipuladores devem lavar as mãos

cuidadosamente ao chegar no local de processamento, antes e após manipular

alimentos, após qualquer interrupção do serviço, após tocar materiais contaminados,

após usar os sanitários, ou tocar partes do corpo e sempre que se fizer necessário.

Devem ser afixados cartazes de orientação, aos manipuladores, sobre a correta

lavagem e anti-sepsia das mãos e demais hábitos de higiene, em locais de fácil

visualização, inclusive nas instalações sanitárias e lavatórios.

As mãos devem ser higienizadas com produtos de limpeza e desinfecção

especificados e aprovados, com as seguintes recomendações: umedecer as mãos

com água, colocar o detergente nas mãos, esfregar e lavar as mãos na seguinte

seqüência: palma, dorso, espaço entre os dedos, polegar, unha e ponta dos dedos,

articulação, punhos e antebraço, enxaguar em água corrente, enxugar com papel

toalha e, finalmente, utilizar solução sanificante (LATICÍNIO, 2003).

2.4.3 Saúde do Manipulador

a) Para obtenção do leite

Para que se obtenha um leite higiênico, não basta apenas que o lugar seja

seco, claro, limpo e arejado. É importante que o ordenhador seja uma pessoa

saudável, tenha hábitos e costumes higiênicos. O leite pode ser contaminado direta

ou indiretamente pelas pessoas e/ou objetos usados. Indivíduos doentes, gripados

(espirrando), com lesões, nas mãos, não devem trabalhar nesse tipo de serviço, pois

contamina o leite, o que, além de ser nocivo à saúde do consumidor, prejudica a

qualidade e conservação do produto (VASCONCELLOS, 1990).

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b) Para elaboração de derivados

Na a atividade industrial, é muito importante que o pessoal que componha o

quadro de funcional esteja saudável (SILVA JR., 2001).

Os exames médicos admissionais, periódicos e demissionais devem ser

realizados segundo a Norma Regulamentadora NR-7 – Exame médico - Secretaria

de Segurança e Saúde no Trabalho e, também, deverá ser efetuado exame médico

nos trabalhadores em outras ocasiões, quando existirem razões clínicas, ou

epidemiológicas (LATICINIO, 2003).

Os manipuladores que apresentarem lesões e ou sintomas de enfermidades

que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos, devem ser

afastadas das atividades de preparação de alimentos, enquanto persistirem essas

condições de saúde (BRASIL, 2004).

2.5 Estrutura físico-funcional dos estabelecimentos produtores de leite e derivados

2.5.1 Para obtenção do leite

Conforme a IN 51/2002, as estruturas físicas de produção do leite devem

atender os seguintes critérios:

− Locais para produção: não deve haver presença de substâncias potencialmente

nocivas e possam provocar a contaminação do leite, ou seus derivados, em níveis

que representem risco para a saúde.

− Proteção contra a contaminação com resíduos/sujidades: o leite deve ser

protegido contra a contaminação por sujidades, ou resíduos de origem animal, de

origem doméstica, industrial e agrícola, cuja presença possa alcançar níveis que

representem risco para a saúde.

− Proteção contra a contaminação pela água: não se deve produzir leite destinado, à

alimentação humana, em áreas onde a água, utilizada nos diversos processos

produtivos, possa constituir, por intermédio dos alimentos risco, para a saúde do

consumidor.

− Controle de pragas e enfermidades: as medidas de controle, que compreendem o

tratamento com agentes químicos, biológicos ou físicos, devem ser aplicados

somente sob a supervisão direta do pessoal que conheça os perigos potenciais

que representem para a saúde.

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As áreas destinadas a produção de leite, para alojar as diversas categorias de

animais de um rebanho, são projetadas de acordo com o sistema de exploração a

ser adotado. O manejo em pasto requer estruturas mais simples e são, em geral,

mais baratas do que as utilizadas em confinamento. Nesse caso, currais, sala de

ordenha, sala de leite, escritório, bezerreiro convencional, ou abrigos individuais,

silos, abrigos rústicos para novilhas e cochos cobertos para minerais, construídos

nos pastos, depósito para alimentos e preparo de rações, reservatório de água,

bebedouros, galpão para abrigo de máquinas e equipamentos e cochos cobertos

(CARVALHO FILHO et al., 2006).

Segundo o autor acima citado, existe outro tipo de instalação que pode ser

utilizada, é o chamado Miniestábulo ou Sistema de sala-de-ordenha, que é um

estábulo de tamanho reduzido, destinado a comportar de 4 a 6 animais, por vez,

variando com o tamanho do rebanho, podendo a ordenha ser manual ou mecânica.

Trata-se de um conjunto de pequenos investimentos e de práticas simples, para um

único ordenhador, que resultam em significativa melhoria da qualidade do leite, a

saber: construção ou adaptação de uma sala de ordenha, coberta, calçada, com

capacidade para 3 vacas por vez; construção de uma sala de leite ao lado da sala

de ordenha; construção ou adaptação de um pequeno curral de espera, anexo à

sala de ordenha; instalação hidráulica (tanque de 500 litros, canos de PVC e 6 m de

mangueiras de jardim dotadas de pistolas nas extremidades, para lavagem das

mãos, tetas dos animais, equipamentos e instalações).

A sala de leite deve ficar localizada junto à sala de ordenha, para facilitar o

transporte do leite ao resfriador e também facilitar o livre acesso dos ordenhadores e

ajudantes. A sala de leite e seus equipamentos têm por finalidade resfriar e estocar,

temporariamente, o leite produzido, e deve ter espaço suficiente para abrigar o

resfriador, utensílios e equipamentos de ordenha, os quais não devem ter contato

direto com o piso. Deve dispor de pia, com uma ou duas cubas, para higienização

dos utensílios e equipamentos de ordenha. Ser ampla, com áreas de iluminação e

ventilação suficientes, pé-direito mínimo de 3,00 m, piso impermeabilizado, paredes

revestidas, até a altura mínima de 2,00 m, com azulejos, ou similares, ter forro em

material impermeável e de fácil limpeza. É necessário ter um ambiente seco, para

melhor higiene e maior durabilidade dos equipamentos. As janelas deverão ser

providas de telas à prova de insetos. Provimento de água quente e fria, para

higienização adequada dos equipamentos e utensílios de ordenha (CARVALHO

FILHO et al., 2006).

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2.5.2 Para elaboração de derivados

A Portaria nº 028 de 09 de março de 2000 - Secretaria da Agricultura e

Abastecimento - RS estabelece que a localização dos estabelecimentos deve ser em

áreas com terreno compatível com o projeto, com um afastamento mínimo de dez

metros dos limites da via pública, com as áreas de circulação de veículos

pavimentadas, para evitar formação de poeira e facilitar o escoamento de águas, e a

edificação deverá ser de acordo com a capacidade do estabelecimento, onde o

fluxograma do processo seja adequado à tecnologia utilizada na indústria,

considerando que os raios solares, o vento e a chuva não prejudiquem os trabalhos

industriais.

As instalações devem ter o forro de material não poroso e fácil de limpar, as

paredes acima de dois metros de altura, lisas, laváveis e de cor clara; as portas

lisas, com material não absorvente e aberturas automáticas; os pisos resistentes,

antiderrapantes, de fácil lavagem; os ralos com protetores, para evitar entrada de

pragas; a iluminação com lâmpadas protegidas nos locais de produção, e nas áreas

externas usar lâmpadas amarelas (sódio), que reduzem a atração de insetos; a

ventilação através de equipamentos de insuflação e exaustão, as janelas protegidas

com telas e para as áreas de coleta de lixo, estarem sempre limpas e sem cheiro,

com recolhimento diário e em recipientes impermeáveis e fechados (PFINGSTAG,

1996).

Brasil (1993) coloca que os estabelecimentos produtores e industrializadores

devem dispor de: iluminação natural apropriada e com proteção, e a iluminação

artificial adequada e protegida contra quebras; as instalações elétricas devem ser

embutidas, ou exteriores, neste caso, estarem perfeitamente revestidas por

tubulações isolantes e presas às paredes; ventilação adequada de forma a evitar

calor excessivo, a condensação de vapor e o acumulo de poeira, tendo aberturas

com sistema de proteção, para evitar a entrada de agentes contaminantes e local

para armazenamento do lixo antes de sua eliminação.

As áreas, para fábricas de laticínios, listadas a seguir, de acordo com a

Portaria nº 028 de 09 de março de 2000 - Secretaria da Agricultura e Abastecimento

- RS devem apresentar as seguintes características:

a) Recepção: deve localizar-se em plataforma situada a 0,80 m do solo, devendo

apresentar área compatível com a capacidade de recepção de leite do

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estabelecimento. A sua cobertura poderá ser de estrutura metálica e alumínio, ou

outro material aceito pela CISPOA, com prolongamento suficiente para abrigar os

veículos transportadores.

A recepção de caixas plásticas, para acondicionamento de leite pasteurizado

e outros produtos, deverá ser localizada em dependência adequada e separada, de

modo a facilitar o recebimento pela plataforma e proporcionar uma boa seqüência

em relação ao envase dos produtos.Estas caixas terão de ser eficientemente

higienizadas.

A recepção e a seleção do leite de retorno, para aproveitamento condicional,

serão feitos nessas dependências, havendo necessidade de água em abundância,

para lavagem externa de tanques, após o seu esvaziamento. Este setor, por ser

considerado área “suja”, deverá ser independente.

b) Beneficiamento: os equipamentos destinados ao beneficiamento do leite

constarão de: tanques de acúmulo dotados de tampa, tanque exclusivo para leite

ácido; bomba sanitária; filtro de linha e/ou padronizador; tanque de equilíbrio;

pasteurizador e, opcionalmente, homogeneizador; resfriador e esterilizador,

conforme a necessidade, a cargo da CISPOA.

Para leite de consumo (leite pasteurizado envasado), os pasteurizadores

deverão apresentar-se convenientemente instalados, em perfeito funcionamento,

possuirem controle de temperatura e apresentarem eficiência comprovada pelo

Órgão Oficial Competente. A seção de beneficiamento deverá localizar-se próximo

dos tanques de armazenamento, e, estes, das máquinas de envasar.

c) Industrialização: as dependências de industrialização deverão ser amplas,

oferecerem condições higiênico-sanitárias aos produtos, de modo a facilitar os

trabalhos de inspeção, de manipulação de matérias-primas, elaboração de

produtos e sub-produtos. Deverão ser dotadas de misturador de água/vapor, ou

outro equipamento gerador de água quente, conforme a necessidade do

estabelecimento.

As dependências deverão ser construídas de maneira a oferecerem um fluxo

racionalizado: chegada da matéria-prima, câmaras frias, câmaras de maturação,

seção de embalagem, armazenagem e expedição. Dependendo do tipo do produto

fabricado, deverá possuir depósito de ingredientes.

As embalagens utilizadas, nos trabalhos diários, deverão ser armazenadas

em locais próprios e estratégicos, admitindo-se armários metálicos ou de outro

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material aprovado.

Todas as dependências onde são manipulados, e/ou elaborados, produtos

comestíveis, deverão dispor de pias acionadas com o pé, ou joelho, ou outro

mecanismo que não utilize o fechamento manual, dotadas de dispositivo com sabão

líquido inodoro, toalha descartável e coletor de toalhas usadas acionado a pedal.

O beneficiamento e a industrialização poderão ser feitos na mesma sala.

d) Estocagem: consideradas suas capacidades e particularidades, os

estabelecimentos deverão ter número suficiente de câmaras frias, bem como

depósitos secos e arejados, para acolher toda a produção, localizados de maneira

a oferecerem seqüência adequada em relação à industrialização e à expedição.

As câmaras frias deverão atingir as temperaturas exigidas, bem como o grau

higrométrico desejado para cada produto. Em todos as câmaras serão instalados

termômetros externos, além de higrômetros para as câmaras de maturação de queijos.

Todas as áreas de estocagem deverão dispor de estrados removíveis,

construídos com material aprovado pela CISPOA, não se permitindo o contato direto

do produto com as paredes e o piso, mesmo que embalado, envasado e/ou

acondicionado. Os produtos que exigirem a estocagem em câmaras frias deverão

guardar, entre si, afastamento adequado de modo a permitir a necessária circulação

de ar frio.

As Câmaras frias poderão ser substituídas por outro sistema de ar frio

aprovado pela CISPOA.

e) Câmara de estocagem: o estabelecimento deve possuir instalações de ar frio,

com câmaras em número e área suficientes, segundo a capacidade do

estabelecimento.

As câmaras de resfriamento serão construídas obedecendo a certas normas

tais como:

− As portas serão metálicas, ou de chapas plásticas, lisas, resistentes a impactos e

de fácil limpeza;

− Possuir piso de concreto ou outro material de alta resistência, liso, de fácil

higienização, e sempre com declive em direção às portas, não podendo existir

ralos em seu interior.

A construção das câmaras de resfriamento poderá ser de alvenaria, ou de

isopainéis metálicos. Quando construídas em alvenaria, as paredes internas serão

perfeitamente lisas e sem pintura, visando facilitar a sua higienização.

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A iluminação será com lâmpadas protegidas contra estilhaços.

f) Expedição: a expedição deverá ser localizada de maneira a atender a um fluxo

operacional racionalizado, em relação à estocagem e a saída dos produtos do

estabelecimento, a qual poderá ser feita através de “óculo”. Esta área deverá

apresentar cobertura com prolongamento suficiente para abrigar veículos

transportadores.

g) Laboratório: o laboratório para as análises físico-químicas e microbiológicas do

leite recebido, bem como dos produtos prontos, deverá estar localizado de

maneira estratégica, de modo a facilitar a colheita de amostras e a realização de

todas as análises de rotina necessárias à seleção do leite e expedição do produto

final.

h) Seção de higiênização de caixas e bandejas: o uso de madeira é rigorosamente

proibido no interior desta seção, que terá tanques inox, ou de fibra de vidro lisos e

de fácil higienização, não sendo permitidos tanques de cimento amianto, ou outro

material poroso. Disporá, ainda, de água quente e fria, sob pressão, e de estrados

plásticos galvanizados.

i) Vestiários e sanitários: construídos com acesso independente à qualquer outra

dependência, serão sempre de alvenaria, com piso e paredes impermeáveis e de

fácil higienização. Suas dimensões e instalações serão compatíveis com o

número de trabalhadores do estabelecimento.

Os vestiários, para troca e guarda de roupas, serão separados, fisicamente,

através de parede, da área das privadas e mictórios. Serão providos de duchas com

água morna, bancos, cabides e armários, em número suficientes.

Os sanitários serão sempre de assentos, e deverão respeitar a proporção em

número de uma privada para cada vinte homens e/ou uma privada para cada quinze

mulheres.

Os vestiários e sanitários terão, sempre, à sua saída pias com torneiras

acionadas à pedal, ou outro meio que não utilize as mãos, providos de sabão líquido

inodoro, toalha descartável e coletor de toalhas usadas acionado a pedal.

Todas as aberturas dos vestiários, banheiros e sanitários serão

dimensionados de maneira a permitir um adequado arejamento do ambiente da

dependência, e serão providas de telas à prova de insetos.

j) Barreiras sanitárias: disporá de lavadouro de botas, com água corrente, escova e

sabão; pia com torneira acionada a pedal, ou joelho, e sabão líquido, devendo

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estar localizada em todos os acessos para o interior da indústria.

k) Refeitório: quando existente deverá ser instalado em local próprio, dimensionado

em função do número de operários, proibindo-se refeições nos locais onde se

desenvolvem trabalhos industriais.

l) Escritório: o escritório deverá estar localizado fora do setor industrial.

m) Transporte:

− Matéria-prima: será transportado em veículos providos de tanques.

− Produtos: devidamente acondicionados, conforme o tipo e tecnologia exigida para

cada um, os produtos deverão ser transportados em veículos adequados,

devidamente registrados no Órgão Oficial Competente.

2.6 Limpeza e sanitização

Os alimentos podem contaminar-se mediante contato com utensílios

superfícies e equipamentos insuficientemente limpos. Os microorganismos

patogênicos podem manter-se em partículas de alimentos ou em água sobre

utensílios inadequadamente lavados, supondo-se que sujidade não seja só presença

de resíduos, mas, também, a presença de bactérias que possam contaminar os

alimentos e representar riscos às pessoas que vierem a consumi-los (HOBBS &

GILBERT, 1986 apud SILVA JR., 2001).

2.6.1 Para obtenção do leite

Na implementação da higiene ambiental dos locais de ordenha, o produtor

deve optar por um terreno mais alto, para facilitar as tarefas de limpeza e

escoamento de água e dejetos, distante de locais causadores de odores, tais como

esterqueiras, chiqueiros, galinheiros e fossas; que seja ventilado, pois o calor

excessivo e a presença de umidade permitem a proliferação de moscas, que, sendo

atraídas por material orgânico, que em contato com as tetas, podem provocar

infecções (RIBEIRO et al., 1998).

A IN 51/2002 determina as Condições Higiênico-Sanitárias Específicas para a

Obtenção do Leite:

− As tetas do animal a ser ordenhado devem sofrer prévia lavagem com água

corrente, seguindo-se secagem com toalhas descartáveis e início imediato da

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ordenha, com descarte dos jatos iniciais de leite em caneca de fundo escuro, ou

em outro recipiente específico para essa finalidade. Em casos especiais, como os

de alta prevalência de mamite, causada por microrganismos do ambiente, pode-se

adotar o sistema de desinfecção das tetas antes da ordenha, mediante técnica e

produtos desinfetantes apropriados, adotando-se cuidados para evitar a

transferência de resíduos desses produtos para o leite (secagem criteriosa das

tetas antes da ordenha);

− Após a ordenha, desinfetar, imediatamente, as tetas, com produtos apropriados.

Os animais devem ser mantidos em pé, pelo tempo necessário para que o

esfíncter da teta volte a se fechar. Para isso, recomenda-se oferecer alimentação,

no cocho, após a ordenha;

− O leite obtido deve ser coado em recipiente apropriado de aço inoxidável, náilon,

alumínio, ou plástico atóxico, e refrigerado até a temperatura fixada neste

Regulamento, em até 3 h;

− A limpeza do equipamento de ordenha, e do equipamento de refrigeração do leite,

deve ser feita de acordo com instruções do fabricante, usando-se material e

utensílios adequados, bem como detergentes inodoros e incolores.

Para que o leite não sofra contaminação, a sala de ordenha deve estar

sempre limpa, livre de vetores e pragas, as tetas devem ser imersas em solução

desinfetante e secadas com papel toalha descartável, antes da ordenha. Após a

ordenha, as tetas, devem ser desinfetadas. Os equipamentos e utensílios devem ser

higienizados.

Os cuidados relativos à rotina de ordenha, preparação do úbere e higiene,

independem do sistema de ordenha, se manual ou se mecânica. O principal

problema observado, em algumas propriedades, refere-se à ausência de água

quente. O equipamento de ordenha deverá ser, inicialmente, enxaguado com água

morna (30-40 graus). Caso o enxágüe seja realizado com água fria, a gordura do

leite é fixada na tubulação do equipamento, fator extremamente indesejável. Após o

enxágüe, deverá ser utilizada uma solução de detergente alcalino a 70 graus. E, por

fim, deverá ser utilizada uma solução sanitizante (por exemplo, 200 ppm de cloro) a

uma temperatura máxima de 30 graus, principalmente quando o sanitizante for o

hipoclorito. Associando-se a isso, semanalmente deverá ser utilizada uma solução

com detergente ácido (RIBEIRO et al., 1998).

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2.6.2 Para elaboração de derivados

A higiene ambiental está relacionada com riscos de contaminação cruzada

dos alimentos, sendo, portanto, medida de segurança sanitária. Limpeza e

desinfecção devem ocorrer de acordo com as normas e periodicidade estabelecidas

no Manual de Boas Práticas (ARRUDA, 1998).

Alguns surtos estão relacionados à falta de limpeza e desinfecção dos

equipamentos, e, quando ocorre a contaminação cruzada, esta também pode estar

associada à falta de higiene de equipamentos e utensílios utilizados, desde a

obtenção das matérias-primas até a distribuição dos alimentos prontos para o

consumo (SILVA JR., 2001).

Para Soler (2002) a distribuição planejada das etapas de fabricação, isto é, a

matéria-prima inicial não deve entrar em contato com o produto em processamento,

representando, também, uma forma de prevenção de contaminação cruzada.

Os procedimentos de limpeza envolvem as etapas básicas: a pré-limpeza,

que é a remoção de sujidades; a limpeza principal, que é a remoção da sujeira,

usando um detergente, é a operação mais importante; o enxágüe, que é a remoção

de toda a sujeira, além do detergente usado na limpeza principal e a desinfecção,

que é a destruição das bactérias, com o uso de um desinfetante não perfumado,

com vapor ou água a 82°C ou mais (RÊGO, 2001).

Treinamento para os manipuladores de alimentos é necessário para que o

profissional se conscientize de sua responsabilidade, criando e cultivando hábitos e

atitudes que o levem a manter um padrão ideal de qualidade, evitando, com isso, a

contaminação das pessoas que consomem os produtos de sua fabricação, ou

comercialização (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, 1996).

O ambiente de trabalho, incluindo-se o setor de produção, pátios, banheiros,

refeitórios e outros, devem ser constantemente controlados para evitar a possível

contaminação dos alimentos (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM

INDUSTRIAL, 1996).

Deve existir, também, um conjunto de ações de controle de vetores e pragas

urbanas, com o objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação

dos mesmos (BRASIL, 2002b).

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2.7 Água de abastecimento

2.7.1 Para obtenção do leite

Na propriedade rural, é importante que a quantidade de água seja adequada

para o consumo das vacas em lactação (4 a 5 litros de água para cada litro de leite

produzido) e para a limpeza das instalações (133 litros de água/cabeça/dia). Quanto

à qualidade, a água deve ser livre de poluição, pois poderá transmitir muitas

doenças às pessoas e também aos animais. Deve-se considerar, como prioritária, a

qualidade físico-química (capacidade de dissolver as substâncias sólidas) e

bacteriológica (RIBEIRO et al., 1998).

Conforme o mesmo autor, a água utilizada para lavar a sala de ordenha,

utensílios, tetas e mãos do ordenhador, deve ser limpa. A água é considerada limpa

quando livre de germes, de material em suspensão e de sujeiras. Nessas condições,

pode ser utilizada até para consumo humano, e, em caso de dúvidas sobre a

qualidade da água, deve-se solicitar os exames físico-químico e bacteriológico. Em

caso de presença de coliformes, torna-se um veículo de transmissão de agentes

patogênicos, sendo necessário tratamento em caixas d’água, utilizando-se:

hipoclorito de sódio a 10% (100 ml para 1000 litros de água), água sanitária (200ml

para 1000 litros de água) ou hipoclorito de cálcio (3g para 1000 litros de água).

2.7.2 Para elaboração de derivados

Conforme Portaria nº 028 de 09 de março de 2000 - Secretaria da Agricultura

e Abastecimento - RS, o estabelecimento industrial deve dispor de rede de

abastecimento de água para atender às necessidades do trabalho da indústria e às

dependências sanitárias, com recomendação de seis litros de água para cada litro

de leite recebido. Esta água deve apresentar característica de potabilidade e

permanecerá em reservatórios sempre fechados para evitar contaminações.

O reservatório de água deve ser construído e revestido de materiais que não

comprometam a qualidade da água, livre de rachaduras, vazamentos, infiltrações,

descascamentos, dentre outros defeitos, e em adequado estado de higiene e

conservação, devendo estar devidamente tampado. O reservatório de água deve ser

higienizado, em intervalo máximo de seis meses, devendo ser mantidos registros da

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operação (BRASIL, 2004).

Para manipulação de alimentos deve, ser utilizada, somente, água potável.

Quando utilizada solução alternativa de abastecimento de água, a potabilidade deve

ser atestada, semestralmente, mediante laudos laboratoriais (BRASIL, 2004).

Conforme Riedel (1992), para produção e manipulação de alimentos, é

importante que a água não veicule agentes de doenças e não contenha substâncias

químicas prejudiciais aos alimentos.

2.8 Estrutura operacional

2.8.1 Etapas operacionais para obtenção do leite

A IN 51/2002 determina os métodos e procedimentos para a produção de leite

e rotina de trabalho, que devem ser higiênicos, sem constituir perigo para a saúde,

nem provocar contaminação, estabelecendo:

− Equipamentos e recipientes: os equipamentos e recipientes utilizados nos diversos

processos produtivos, não deverão constituir risco para a saúde. Os recipientes,

que serão reutilizados, devem ser feitos de material que permita a limpeza e

desinfecção completa. Aqueles que foram usados com matérias tóxicas não

devem ser utilizados, posteriormente, para alimentos ou ingredientes alimentares;

− Remoção de matérias primas inadequadas: o leite inadequado para consumo

humano deve ser separado durante os processos produtivos, para evitar a

contaminação;

− Proteção contra a contaminação do leite e danos à saúde pública: devem ser

tomadas precauções adequadas para evitar as contaminações químicas, físicas

ou microbiológicas ou por outras substâncias indesejáveis;

− Armazenamento no local de produção: o leite deve ser armazenado em condições

que garantam a proteção contra a contaminação e reduzam, ao mínimo, os danos

e deteriorações.

Ribeiro et al. (1998) recomenda a seguinte rotina para a ordenha:

− Conduzir a vaca, sem maus tratos, para a sala de ordenha;

− Prender a cauda e as pernas, da vaca, com corrente metálica, que é de fácil

higiênização;

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− O ordenhador deve lavar as mãos e o antebraço com auxílio de escova e sabão, e

secá-los com uma toalha limpa. A limpeza adequada das mãos é necessária para

prevenir a contaminação das tetas e/ou do leite;

− Examinar os primeiros jatos de leite em caneca de fundo escuro, pois eles

arrastam as bactérias que ficam no canal da teta e contaminam o leite. O exame

do leite é importante, também, para identificar as vacas com mastite clínica

(grumos no leite), interrompe-se a ordenha, separa-se esta vaca das demais e a

ordenha, no final, e em outro local;

− Antes de iniciar a ordenha, lavar as tetas com água corrente;

− Secar as tetas com papel toalha descartável;

− Os conjuntos de ordenha devem ser colocados no máximo 60 segundos após o

preparo do úbere para a ordenha;

− Obedecer à seguinte ordem (linha de ordenha): as novilhas de primeira cria,

exceto as recém-paridas; as vacas sadias e, logo após, as vacas que sempre

apresentam mastite, pois estas podem estar com mastite subclínica (oculta).

Finalmente são ordenhadas as vacas doentes, o que deve ser feito em outro local.

Adotando-se essa linha de ordenha, reduz-se o risco da transmissão de

microrganismos entre vacas;

− Após a ordenha, desinfetar imediatamente as tetas com solução apropriada e

manter os animais em pé por até duas horas, tempo necessário para que o

esfíncter da teta volte a se fechar. Para isso deve-se fornecer alimentação no

cocho;

− Práticas como vacinação e tratamentos de doenças não devem ser realizadas na

sala de ordenha;

− Coar o leite em coador apropriado de aço inoxidável, náilon, alumínio, ou plástico

atóxico. Deve-se mantê-lo em temperatura de 4ºC, até ser transportado. O

resfriamento do leite impede que bactérias, naturalmente, presentes, ou que

acidentalmente o contaminaram, multipliquem-se, aumentando em grande número;

− O resfriamento pode ser realizado de duas maneiras: a) resfriamento direto, em

tanque de expansão e b) resfriamento indireto, em que os latões são colocados

em resfriadores de imersão, com temperatura abaixo de 4° C;

− O leite deve ser transportado, da propriedade à indústria, em caminhão com

tanque isotérmico.

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2.8.2 Etapas operacionais para elaboração de derivados

A industrialização do leite pode ser considerada como o processo de torná-lo

sem contaminações, pela eliminação de sujidades, através da filtração e

centrifugação, e pela eliminação de microorganismos, através do tratamento térmico.

Proporcionando condições para o consumo, bem como o seu processamento para a

obtenção de produtos derivados. O fluxo do processamento para o envase do leite

fluido ou produção de derivados lácteos segue conforme Figura 1 (FOSCHIERA,

2004).

Recepção � Análise � Filtração � Armazenamento � Padronização � Pasteurização � � Leite fluido Derivados Lácteos � � Armazenamento � Distribuição

Figura 1 – Fluxo do processamento do leite.

Nas etapas operacionais do processamento do leite são observados os

seguintes procedimentos:

a) Recepção

No recebimento de matéria-prima devem ser realizadas inspeções e os

resultados obtidos devem ser confrontados com as especificações internas do

produto. Os caminhões devem ser inspecionados antes do recebimento, para

verificar presença de pragas, odores estranhos, vazamentos ou qualquer outra

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alteração que possa afetar o produto transportado (LATICÍNIO, 2003).

As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens devem ser submetidas

à inspeção e aprovação, na recepção. As embalagens primárias das matérias-

primas, e dos ingredientes, devem estar integras. A temperatura das matérias-

primas, e ingredientes, que necessitem de condições especiais de conservação,

deve ser verificada nas etapas de recepção e armazenamento (BRASIL, 2004).

As empresas devem ter padrões de identidade e qualidade para aceitação ou

não das matérias-primas. O controle de qualidade das matérias-primas, ou insumos,

inclui as etapas de inspeção, seleção e análises laboratoriais (SOLER, 2002).

b) Armazenamento de matéria-prima, insumos e embalagens.

As matérias-primas, insumos e embalagem devem ser armazenados em

condições que impeçam a contaminação e/ou desenvolvimento de microrganismo e

danos à sua embalagem, devendo estar separados dos produtos finais, sendo

armazenados em local próprio, fresco e com ventilação adequada (LATICÍNIO, 2003).

No armazenamento, as matérias-primas, os ingredientes e as embalagens

devem estar adequadamente acondicionados e identificados, sendo que sua

utilização deve respeitar o prazo de validade. Para o uso de estrados e ou

prateleiras deve ser obedecido o espaçamento mínimo necessário, para garantir

adequada ventilação, limpeza e desinfecção. Os estrados ou prateleiras devem ser

de material liso, resistente, impermeável e lavável (BRASIL, 2004).

Embalagens de insumos, que não tenham sido totalmente usadas devem ser

mantidas fechadas, armazenadas e identificadas quanto ao conteúdo, data e lote,

enquanto que as matérias-primas e insumos rejeitados devem ser segregados, dos

demais, e identificados Os armazéns devem trabalhar no sistema PEPS (primeiro

que entra, primeiro que sai) (LATICÍNIO, 2003).

c) Processamento

Os instrumentos de controle de processo, tais como medidores de tempo,

peso, temperaturas, pressão e detectores de metais devem estar em boas

condições, aferidos, periodicamente, para evitar desvios dos padrões. O processo de

aferição/calibração deve ser registrado (LATICINO, 2003).

As operações devem ser de forma a darem escoamento rápido à matéria-

prima, evitando esperas desnecessárias, expondo o material à contaminação e

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deterioração. Os métodos de conservação devem ser adequados, a fim de

manterem a qualidade e estabilidade, do ponto de vista de segurança, do alimento

(SOLER, 2002).

Instrumentos de vidro, tais como termômetros e densímetros, não devem ser

empregados nas áreas de processo, e as caixas de papelão, tambores, e outros

recipientes, devem ser limpos, externamente, antes que entrem para a área de

produção (LATICINIO, 2003).

d) Armazenamento e distribuição de produto acabado

Os produtos acabados devem ser armazenados em condições que impeçam

a contaminação e/ou desenvolvimento de microrganismos e danos à sua

embalagem (LATICINIO, 2003).

Conforme Brasil (2004), os alimentos acabados, mantidos na área de

armazenamento ou aguardando transporte, devem estar identificados e protegidos

contra contaminantes. Na identificação deve constar, no mínimo, a designação do

produto, a data de preparação e prazo de validade.

Nos produtos armazenados, deve ser feita inspeção periódica, de forma que

só sejam expedidos produtos aptos para consumo (SOLER, 2002).

Os veículos de transporte deverão realizar as operações de carga fora dos

locais de elaboração dos alimentos, devendo ser evitada a contaminação destes, e

do ar, pelos gases de combustão, assim como práticas de limpeza e manutenção

dos mesmos (LATICÍNIOS, 2003).

Os veículos para transporte de produtos, sejam da empresa ou contratados,

devem seguir as normas específicas para transporte de produto alimentício (SOLER,

2002).

O armazenamento e distribuição, até a entrega ao consumidor, deve ocorrer

em condições de tempo e temperatura que não comprometam qualidade higiênico-

sanitária do produto. A temperatura, do alimento acabado, deve ser monitorada

durante essas etapas e, para os veículos, estes devem ser dotados de cobertura

para proteção da carga (BRASIL, 2004).

Carregamento de caminhões deve ser feito em área coberta e,

preferencialmente, fechada (LATICINIO, 2003).

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Ao definir a metodologia do trabalho, precisa-se ter claro que é o método o

caminho para se chegar a determinado fim. A realização da presente dissertação,

não poderia realizar-se sem a definição de quais os caminhos a serem seguidos

para se alcançar os objetivos propostos.

Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se

necessário conhecer e identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a

sua veracidade, isto é, descrever o método que guiou todo o processo de realização

das atividades (GIL, 1999).

Atualmente, a ciência é entendida como uma busca constante de explicações

e soluções, de revisão e reavaliação de seus resultados e tem a consciência clara de

sua falibilidade e de seus limites. Por ser algo dinâmico, a ciência busca renovar-se

e reavaliar-se continuamente, é um processo de construção que procura aproximar-

se cada vez mais da verdade (CERVO & BERVIAN, 2002).

3.1 Classificação da pesquisa

3.1.1 Quanto à natureza da pesquisa

È a natureza do problema, ou o seu nível de aprofundamento, que irá

determinar qual o tipo de método a ser aplicado. Podendo ser de abordagem

quantitativa ou qualitativa (OLIVEIRA, 2002).

De acordo com a própria denominação, o método quantitativo distingue-se

pelo emprego da quantificação, tanto na coleta de informações, quanto no seu

tratamento por meio de técnicas estatísticas. Representa a intenção de garantir a

precisão dos resultados, evitando distorções na análise e interpretação, para que

haja maior segurança nas inferências sobre a realidade investigada (RICHARDSON,

1999).

O mesmo autor coloca que a abordagem qualitativa é caracterizada pela

tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características

situacionais apresentados pêlos entrevistados, onde o método qualitativo difere do

método quantitativo na medida em que não emprega ferramentas estatísticas como

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base ao processo de análise e interpretação da questão proposta.

3.1.2 Quanto aos objetivos da pesquisa

Existem três níveis de pesquisa: a exploratória, a descritiva e a explicativa

(GIL, 1994), assim:

− Pesquisa exploratória tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e

modificar conceitos e idéias, com vistas à formulação de problemas mais precisos,

ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.

− Pesquisa descritiva tem como finalidade a descrição das características de determinada

população, ou fenômeno, ou estabelecimento de relações entre variáveis.

− Pesquisa explicativa é aquela que tem por objetivo identificar os fatores que

determinam, ou contribuem para ocorrência dos fenômenos. É a que aproxima o

conhecimento da realidade, porque explica a razão e o porquê das coisas,

podendo ser a continuação de uma descritiva,

Para a realização deste trabalho levam-se em consideração esses três níveis:

− Primeiro nível - o estudo exploratório se dá no sentido de que será realizado uma

revisão bibliográfica, procurando aumentar o aprendizado quanto a obtenção do

leite higiênica do leite, produção de derivados, programa 5S’s, boas práticas de

fabricação e a legislação existentes na literatura.

− Segundo nível – o estudo descritivo visa caracterizar o perfil e identificar os pontos

críticos de obtenção do leite nas unidades produtoras da COOPROL e produção

dos derivados na Usina Escola de Laticínios.

− Terceiro nível – por fim, este tem um caráter explicativo, no sentido que visa dar

continuidade ao estudo descritivo, propondo para as unidades produtoras e ao

laticínio, um plano de ação para obtenção do leite e um manual de boas práticas

de fabricação para produção de derivados, sendo estes, específicos para esta

cooperativa e usina, e flexível para poder ser adaptado a qualquer

empreendimento do segmento leiteiro.

3.2 Locais da pesquisa

O trabalho foi desenvolvido em uma propriedade rural, que foi escolhida, após

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visita a todos os produtores da COOPROL, devido ao fato de possuir resfriador e

sala de ordenha e leite, que são necessárias para o estudo e em uma indústria de

laticínios.

A propriedade rural situa-se em Santa Maria, distrito de Pains, a 8 km do

Campus Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, possui 18 hectares,

produz em média 65 litros de leite por dia e a atividade principal é a produção

leiteira. A propriedade dispõe de sala de ordenha construída em alvenaria do tipo

coletiva, onde existe alojamento para seis vacas com cochos para alimentação,

equipada com uma ordenhadeira balde ao pé com dois conjuntos e a sala do leite

com resfriador de imersão com capacidade para até 100 litros de leite.

A indústria estudada foi a Usina Escola de laticínios, situada no prédio 95,

Campus Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

Diariamente, a Usina recebe uma média de 4000 litros de leite, de 76 sócios

produtores de leite de Santa Maria e de municípios vizinhos. A coleta do leite é

terceirizada. A recepção, o processo de pasteurização, a elaboração dos produtos

lácteos, o transporte e a comercialização são realizados pelos funcionários da Usina

e da COOPROL. Para as análises físico-químicas, e microbiológicas, há o auxilio de

alunos estagiários. Leite fluído integral e desnatado, iogurtes natural e sabores,

queijos de vários tipos, doce de leite, creme de leite, manteiga, sorvetes e

sobremesas integram a linha de produção, todos com a marca UNI – UFSM.

3.3 Procedimentos e instrumentos da pesquisa

A operacionalização da pesquisa requer do autor habilidades para lidar com

diversas variáveis que se expõem e interferem na construção do trabalho durante o

processo de coleta e sistematização do estudo.

Neste contexto, percebe-se a importância da descrição dos procedimentos de

operacionalização da pesquisa, pois segundo Gil (1999, p. 48) “o delineamento da

pesquisa, que indica de que maneira os conceitos e as variáveis devem ser

colocados em contato com os fatos empíricos para a obtenção de respostas

significativas” é condição invariável para o êxito da pesquisa.

Diversos foram os procedimentos, para o levantamento e sistematização das

informações necessárias à aplicação do programa 5 S’s e BPF e a verificação de

sua utilização para a melhora da qualidade e produtividade nas atividades de

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obtenção do leite e na produção de seus derivados.

Partiu-se da apresentação do projeto ao proprietário rural e à equipe da Usina

e COOPROL, em reunião, para permissão, ciência, discussão e apoio ao trabalho da

análise qualitativa dos processos de obtenção da matéria-prima e produção dos

derivados. Os envolvidos com a ordenha, e os funcionários envolvidos com a

produção de lácteos, foram informados pelo proprietário rural, direções da Usina e

COOPROL, respectivamente, sobre o início dos trabalhos.

Procuram-se gerir a qualidade de modo cooperativo, através da identificação

de estratégias de trabalho em prol do envolvimento da mão-de-obra, no esforço de

produzir qualidade nos processos e serviços (PALADINI, 2000).

Para a coleta das informações, necessárias para a realização do trabalho

utilizou-se a ferramenta da observação, que, conforme Gil (1999), nada mais é do

que o uso dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o

cotidiano.

Na propriedade rural, utilizou-se a observação visual e fotos do ambiente, que

incluiu a estrutura físico-funcional, operacional, recursos humanos e do fluxo de

obtenção do leite na sala de ordenha e sala do leite, da propriedade em estudo, para

avaliação dos atendimentos aos requisitos da IN 51/2002 e utilização do programa

5S’s, a fim de sistematizar as orientações da qualidade.

A coleta de informações da Usina constou de análise da estrutura físico-

funcional, operacional e dos recursos humanos, a qual foi realizada pela observação

da planta baixa, observação visual dos ambientes e fotos dos fluxos de produção,

assim como através da coleta de dados em arquivos no setor de administração da

Usina e COOPROL, e setores da prefeitura da cidade universitária.

A lista de verificação das BPF em estabelecimentos

produtores/industrializadores de alimentos, que consta na resolução – RDC n° 275,

de 21 de outubro de 2002 (BRASIL, 2002b) foi utilizada para complementar o

diagnóstico.

Após os diagnósticos, foram sugeridas modificações necessárias para

adequação às normas e legislação vigente.

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4 RESULTADOS

4.1Levantamento das condições higiênico-sanitárias do processo de obtenção

do leite

O levantamento diagnóstico, na unidade produtora, em estudo, é fundamental

para que se obtenha informações das condições das operações desenvolvidas para

ordenha, bem como de sua estrutura física e, assim, tornar possível à apresentação

de sugestões para adequações da sala de ordenha e leite e, dessa forma, atender

as novas exigências legais e de mercado.

4.1.1 Recursos humanos

A propriedade trabalha na forma de economia familiar, e, para a ordenha, os

três moradores (proprietário, esposa e filho) desempenham esta função, de forma

alternada. Foi observado, na propriedade, que nenhum ordenhador possui

qualificação para o exercício da referida função.

De acordo com a legislação vigente, para que os ordenhadores exerçam suas

atividades de maneira correta, é preciso que sejam treinados em cursos, ou estágios

específicos, e que possam manter-se atualizados.

Com o objetivo de qualificar os ordenhadores associados da Cooperativa, e

melhorar a qualidade e produtividade do leite, a COOPROL, em parceria com o

SENAR, está viabilizando junto aos seus produtores, cursos de treinamento para

adequar a obtenção do leite, e as propriedades, às normas atuais.

Os instrutores dos cursos são técnicos da área e vinculados ao SENAR.

Durante os cursos serão utilizados recursos áudio-visuais como: retroprojetor,

televisão, DVD, além de manuais, cartazes, cartolinas e canetas.

O treinamento será realizado no primeiro semestre de 2007, e os assuntos

abordados serão Nutrição do gado leiteiro, Manejo da terneira e da novilha leiteira e

Manejo da ordenha e qualidade do leite..

Quanto à higiene pessoal, observou-se que os ordenhadores utilizam roupas

limpas, como medida de higiene, com boné e botas de borracha brancas. Esses

procedimentos proporcionam segurança aos alimentos, quanto a contaminação.

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O controle clínico do ordenhador, para avaliar, periodicamente, a sua

condição ideal, considerando-o estar apto para o trabalho, ou seja, se o seu estado

clínico permite-lhe desenvolver as atividades de ordenhador (não ser portador de

doenças infecciosas, ou parasitárias, para não afetar a segurança do leite), não são

realizadas. Somente quando enfermos é que procuram o serviço de saúde da rede

pública ou privada. Na Figura 2, observa-se o ordenhador trajado para a rotina da

ordenha.

Figura 2 – Ordenhador trajado para a rotina da ordenha.

4.1.2 Estrutura físico-funcional

As instalações de ordenha estão localizadas em terreno de boa drenagem,

firme, ensolarado e protegido contra ventos frios. É abastecido de energia elétrica e

de água potável. O eixo longitudinal das instalações está orientado no sentido leste-

oeste, o que evita insolação nas longas tardes de verão, e possibilita que o sol de

inverno penetre até o interior das instalações, enquanto que, no verão, o beiral atua

como guarda-sol. Não possui vias de acesso, o que dificulta o recolhimento do leite a

granel. Na Figura 3, visualiza-se a parte frontal das salas de ordenha e leite.

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Figura 3 – Sala de ordenha e leite.

Analisando o dimensionamento da sala de ordenha, observa-se que a área

possui sete cochos, com área total de 28 m2, pé direito de 3m e sem fosso. Para

Banet (2006), essa sala está adequada, pois recomenda salas de ordenha sem

fosso para pequenos rebanhos (até 20 vacas), com sua largura, em geral, de 4m, e

o pé-direito de 3m, no mínimo. A área destinada para a sala do leite tem espaço

suficiente para abrigar o resfriador, utensílios e equipamentos de ordenha, e pé-

direito de 3m.

O piso das salas de ordenha e leite é de concreto, antiderrapante, resistente

ao tráfego dos animais e de fácil higienização. Quando molhado, não derrapa com

qualquer tipo de calçado, isto é, oferece segurança para os ordenhadores. Observa-

se que, no piso, foi construída uma canaleta, também em concreto, em toda a sala

de ordenha, para facilitar a retirada de sujidades, com auxilio de água. As paredes

em alvenaria estão em bom estado de conservação, mas mostram a necessidade de

pintura, para tornar as salas mais claras e limpas.

O teto é de telhas e caibros, sem forro, sem pintura, apresentando bom

estado de conservação. Porém, observa-se acúmulo de sujidades, como teias de

aranha, poeira e sacarias.

As portas são de madeira, sem pintura e sem vedação, o que seria

indispensável, para evitar a entrada de roedores. Para a ventilação, existe uma

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abertura logo acima dos cochos, até o teto, e do comprimento da sala de ordenha, o

que dá certo conforto térmico ao ordenhador, indispensável para a realização do

trabalho, no entanto não possui tela de proteção.

Apresenta boa iluminação natural, porém existe apenas uma lâmpada

incandescente na sala de ordenha, o que coloca em risco a execução do trabalho e

a segurança do trabalhador, visto que os horários de ordenha são ao amanhecer e

ao anoitecer.

Quanto aos ruídos, existe apenas o motor da bomba de vácuo, que são

minimizados por estarem fora da sala de ordenha.

4.1.3 Áreas destinadas à ordenha

a) Curral de espera: anexo à sala de ordenha, é usado para reunir as vacas, antes

da ordenha. Está localizada ao lado da sala de ordenha, facilitando, assim, o

acesso dos mesmos. Observou-se barro, em dias chuvosos, nesse local.

Entretanto a higienização da sala não fica comprometida, pois há pé-dilúvio nas

portas de entrada dos animais.

b) Sala de ordenha: é composta de uma linha alta de vácuo, em PVC, sem curvas,

para não comprometer a potência da bomba, com reguladores e torneiras do

vácuo, equipada com ordenhadeira balde ao pé, com dois conjuntos de teteiras

adaptadas em baldes de aço inoxidável, de 20 litros cada, uma tulha e um estrado

de madeira, onde ficam armazenadas as sacas de ração, encostadas na parede,

e de forma desorganizada, o que é inadequado para esta área, pois não é local

de armazenamento e serve, também, como atrativo aos roedores.

c) Sala do leite: a área de armazenamento do leite foi construída em alvenaria, sem

revestimento, sem pintura e sem forro, ao lado da sala de ordenha, com divisória

em alvenaria. A proximidade facilita o transporte do leite do pé da vaca até o latão

provido de filtro e colocação, deste, no resfriador de imersão, onde pode ser

armazenado até cem litros de leite, a uma temperatura de 4°C. O resfriador

apresenta, em seu revestimento, adaptações feitas de forma empírica, em

madeira e isopor, o que compromete a sua eficiência e aumenta o consumo de

energia, visto que seu isolamento térmico não está adequado. Para a lavagem

das mãos, teteiras, baldes, latões, filtros, mangueiras da ordenhadeira, piso, etc,

existe uma torneira com pia de uma cuba, inoxidável. Para secagem dos baldes e

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latões, é utilizado um suporte de madeira, para as teteiras, um suporte, em metal

inoxidável, fixado na parede, que foi fornecido pelo fabricante da ordenhadeira. O

motor da bomba de vácuo foi colocado, neste local, de forma incorreta, porque

este equipamento não faz parte dos utensílios desta sala. O motor do resfriador,

de forma acertada, foi instalado externamente à sala do leite. Os remédios, para

os animais, estão armazenados em um armário aéreo, situado logo acima da pia,

e o material de limpeza é guardado embaixo da pia. Todos estão organizados

conforme freqüência de uso.

4.1.4 Limpeza e sanitização

Quanto a lavagem do piso da sala de ordenha, observou-se o uso de água na

temperatura ambiente e vassoura. Analisando-se o fluxo de produção, percebe-se

que, nos casos em que o animal defecar, o esterco é retirado com auxilio de pá, e o

local lavado, com água atirada de balde, até completa higienização. Conforme

Bohrer (2003), a água deve ser levada com auxílio de mangueiras, com jatos

moderados, para não danificar o piso. O esterco recolhido é colocado em local

adequado, para produção de húmus.

A lavagem manual, dos equipamentos de ordenha, é feita logo após a

utilização, em todas as partes internas, externas e desmontáveis com auxilio de

escovas, água a temperatura ambiente e detergente neutro da Westfalia, na

proporção de 2,5 ml/5 l de água, conforme recomendação do fabricante do produto.

Bohrer (2003) recomenda que a água de lavagem deva estar na temperatura de

40°C.

Os filtros são colocados em imersão no detergente neutro.

As mangueiras de plástico, da ordenhaderia, que levam o leite das teteiras ao

balde, são colocadas em imersão, na solução de 2 colheres de sopa de água

sanitária, a 2%, em 1 litro de água e, após, lavadas em água corrente. Bohrer (2003)

coloca que a imersão em produtos de limpeza, de utensílios, auxilia na lavagem

manual.

4.1.5 Controle da potabilidade da água

A água utilizada nas salas de ordenha e leite é coletada de um poço

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artesiano, e segue para a caixa d’água de fibra de vidro, de 1000 litros, em tubos de

PVC. A limpeza, anual, da caixa, é feita com auxilio de escova e água, e a

desinfecção com o uso de água sanitária (5 litros de água sanitária, para 1000 litros

de água, espera-se duas horas, esvazia-se a caixa d’água e coloca-se água limpa).

Além desses procedimentos descritos, a água não sofre nenhum outro tratamento.

4.1.6 Controle de pragas e roedores

Na sala de ordenha e leite, não há nenhum controle de pragas e roedores,

isto é, não são utilizadas barreiras físicas (telas e vedações nas portas e ralos), para

evitar a entrada dos mesmos.

4.1.7 Estrutura operacional

A ordenha é feita duas vezes ao dia: pela manhã, que inicia às 7h, e a da

tarde às 16h30 min, Atualmente são ordenhadas 9 vacas, e são obtidos, em média,

65 litros de leite, e segue a seguinte rotina: ordenhador veste-se com roupas do uso

diário, limpas e com boné e botas brancas de borracha; acopla as mangueiras, liga o

motor do vácuo e verifica a pressão; de forma rotineira, calma e sem barulho, ou

vozes, abre a sala de ordenha, onde, por rotina, entram, de duas em duas, vacas.

Bohrer (2003) afirma que vacas lactantes gostam de rotina e horário; prende e

maneia os animais, com cordas. Conforme Bohrer (2003) maneio com correntes

metálicas é mais higiênico; lava as tetas da vaca, com auxílio de um balde. Para

Bohrer (2003) a lavagem das tetas deve ser encanada e com jato suave e

abundante; seca as tetas com as mãos. Bohrer (2003) recomenda o uso de toalhas

descartáveis, para evitar contaminações; retira os três primeiros jatos de leite, em

caneco de fundo preto, manualmente, para averiguar a possibilidade de mastite;

abre o registro de entrada de ar e coloca as teteiras; observa a saída de leite nos

visores; ao terminar o fluxo de leite, observando sempre nos visores, fecha os

registros e retira as teteiras, conforme mostra a Figura 4; para evitar contaminação

da teta, o ordenhador passa, na esfíncter, aberta, glicerina com iodo.

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Figura 4 – Ordenha.

O leite obtido é filtrado, quando é transferido do balde coletor para o latão que

está equipado com filtro de nylon, e logo após é colocado no resfriador de imersão.

Todo o leite produzido é recolhido, diariamente, às 7h da manhã, à granel, na

temperatura máxima de 7°C, pela COOPROL.

Do leite, transferido do latão, com auxílio do mangote, para o caminhão, é

tomada uma amostra, que é enviada para o laboratório da UEL – UFSM, para

análises físico-químicas e posterior controle e registro. Para a matéria-prima, que se

encontrar fora do padrão, é enviado um laudo e uma solicitação para o controle mais

rígido, por parte do produtor. Em caso de reincidência, é levado ao conhecimento do

conselho administrativo da COOPROL, onde são tomadas as medidas cabíveis, que

pode levar, até, à exclusão do cooperativado do quadro social.

4.2 Levantamento das condições higiênico-sanitárias do processo produtivo de

derivados lácteos

Um dos principais fatores, que dificultam a implementação de um sistema de

qualidade, por parte das pequenas e médias empresas, é a falta de um diagnóstico

de implementação deste sistema (CORREIA et al., 2006).

A avaliação do cumprimento do Regulamento Técnico de Procedimentos

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Operacionais Padronizados, para estabelecimentos produtores/industrializadores de

alimentos, e do Regulamento Técnico sobre Condições Higiênico-sanitárias e de

Boas Práticas de Fabricação, também para estabelecimentos

produtores/industrializadores de alimentos, é dado por intermédio da Lista de

Verificação das Boas Práticas de Fabricação. O resultado da avaliação, utilizando a

referida lista (Anexo A) demonstrou que a UEL – COOPROL encontra-se no grupo 1,

apresentando 79,2% das recomendações atendidas.

4.2.1 Recursos humanos

Conforme a Portaria nº 397, de 09 de outubro de 2002, do Ministério do

Trabalho e Emprego, para a Classificação Brasileira de Ocupações, o trabalhador de

tratamento do leite, e fabricação de laticínios e afins, possui os seguintes cargos:

Operador de desnatadeira (fabricação de laticínios e afins); Operador de máquina de

laticínios; Operador de pasteurizador; Trabalhador da fabricação de laticínio;

Trabalhador de tratamento de leite.

Atualmente, na UEL – COOPROL, participam do processo produtivo de

laticínios, os manipuladores vinculados à Universidade e à COOPROL. A Portaria,

citada anteriormente, determina que, para o exercício dessas ocupações, o

manipulador possua ensino fundamental concluído, e curso básico de qualificação

profissional de duzentas horas-aula. O pleno desempenho das atividades ocorre

com, até, um ano de experiência profissional.

Os colaboradores do laticínio não possuem o curso de qualificação, somente

a formação básica exigida pela legislação, fato observado no livro de registro dos

colaboradores. O levantamento realizado, para os recursos humanos, da Usina, está

descrito no Manual de Boas Práticas de Fabricação, Anexo D. A Figura 5 mostra o

manipulador uniformizado.

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Figura 5 – Manipulador uniformizado.

4.2.2 Estrutura física funcional

Na indústria de alimentos, o fluxo do processo não deve permitir o

cruzamento de produtos de áreas sujas (matéria-prima/recepção) com as das áreas

limpas (processamento). O lay-out ideal para as indústrias de alimentos, deve ter

seguinte seqüência: recepção, área suja, área limpa, estocagem e distribuição

(FRIES & RICHARDS, 2005).

A UEL – UFSM foi construída em local isolado do Campus. Este trabalho

coloca algumas sugestões para melhorar o fluxo, que serão implantadas e outras

que já foram adequadas (Anexo B).

O levantamento das condições do ambiente de trabalho da Usina está

descrito no Manual de Boas Práticas de Fabricação, Anexo D. Visualiza-se, na

Figura 6, a Fachada da Usina.

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Figura 6 – Fachada da Usina.

4.2.3 Áreas da Usina

No Manual de Boas Práticas de Fabricação, Anexo D, está descrito o

levantamento das áreas da Usina, que são: de recepção, armazenamento,

beneficiamento, industrialização, administrativa, didática, refeitório, armazenamento

de resíduos, sanitários e externas. Na Figura 7, visualiza-se a plataforma de recepção.

Figura 7 – Plataforma de recepção.

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4.2.4 Limpeza e sanitização

As medidas higiênicas serão satisfatórias, nas indústrias, quando usados

detergentes e antissépticos adequados, reduzindo, dessa forma, o grau de

contaminação por microorganismos. Portanto, deve-se procurar, no mercado,

produtos, para higienização, com características ideais de aplicação (MARTINS,

2005). No Manual de BPF, Anexo D, é apresentado o levantamento dos produtos de

higienização utilizados, uso, diluições, precauções, assim como todos os

procedimentos de higienização de utensílios, equipamentos e instalações da Usina.

4.2.5 Controle da potabilidade da água

O controle de potabilidade da água está descrito no Manual de Boas Práticas

de Fabricação, Anexo D.

4.2.6 Controle de pragas e roedores

O controle de pragas e roedores, na Usina, é realizado por uma empresa,

terceirizada, especializada. O responsável técnico, da Usina, é informado do

resultado da inspeção e dos produtos químicos, que, quando necessários, foram

utilizados.

A empresa, que realiza esse serviço, entrega um laudo com as seguintes

informações: áreas inspecionadas; produtos químicos utilizados; forma de aplicação;

antídotos.

O levantamento do controle de pragas está descrito no Manual de Boas

Práticas de Fabricação, Anexo D.

4.2.7 Estrutura operacional da Usina

Todas as operações realizadas, na Usina, estão descritas no manual de Boas

Práticas de Fabricação, Anexo D. A Figura 8 apresenta o setor de pasteurização.

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Figura 8 – Setor de pasteurização

4.3 Elaboração do Plano de Ação 5S’s para a melhoria da qualidade na obtenção

do leite

O Plano de ação 5S’s, para obtenção do leite foi especialmente desenvolvido

para os produtores da COOPROL, após análise das propriedades cooperativadas,

optou-se pela que apresenta os três requisitos exigidos para a realização do

presente trabalho. Como resultado desse diagnóstico, foi organizado um plano de

ação, que será impresso, apresentado e distribuído a todos os produtores, visando

enquadrar todas as propriedades cooperativadas ao regulamento técnico da

Normativa n° 51/2002 (BRASIL, 2002a), assim como, colocar as sugestões de

adequação a unidade produtora, em estudo. O Plano de Ação 5S’s, encontra-se no

Anexo C.

4.4 Elaboração do manual de boas práticas

Elaborou-se o Manual de Boas Práticas de Fabricação, contido no Anexo D,

que tem estrutura e apresentação conforme a dissertação, que foi específico para a

UEL. Esse manual foi disponibilizado para uso dos manipuladores da Usina que

apresenta a seguinte forma: fonte tamanho 14 para o texto; os títulos em letras

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maiúsculas, fonte 16; os procedimentos descritos na forma de itens e

seqüencialmente colocados, para torná-los de fácil compreensão. Durante a

preparação do manual, foi realizado diagnóstico das condições de qualidade do

processo produtivo. Como resultado desse diagnóstico, segundo os Regulamentos

Técnicos descritos pelas Portarias n° 326 do Ministério da Saúde de 30 de julho de

1997 (BRASIL, 1997a), e n° 368 do Ministério da Agricultura e Abastecimento, de 04

de setembro de 1997 (BRASIL, 1997b) e resolução – RDC n° 275, de 21 de outubro

de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2002b), foram

implantados vários controles para o monitoramento do processo e apresentadas

várias sugestões, que foram atendidas, e, outras, que serão implantadas.

4.5 Sugestões já implantadas na Usina

− Manual de Boas Práticas;

− Realização anual de exames médicos, para todos os manipuladores, pela junta

médica da Universidade;

− Programa de capacitação, para os manipuladores, em boas práticas de

fabricação;

− Monitoramento de não conformidades na matéria-prima e embalagens, através de

preenchimento de planilhas de controle, verificação e arquivamento das mesmas;

− Monitoramento de todo o fluxo operacional, através de preenchimento de planilhas

de controle, verificação e arquivamento das mesmas;

− Construção da barreira sanitária completa (lavador de botas, água corrente e pia

em aço inoxidável; com torneira que dispensa fechamento manual) no acesso dos

manipuladores ao prédio industrial;

− Adequação do fluxo contínuo para a recepção de matéria-prima e insumos,

rotulagem de potes, e a expedição de produtos. Para tal, foi estruturalmente

adequado, com construção de paredes, abertura e fechamento de portas;

− Transferência do refeitório e adequação do vestiário, isolando os acessos das

áreas de manipulação de alimentos;

− Adequação da sala de freezer;

− Substituição do local de armazenamento de material de limpeza;

− Substituição do pórtico de madeira, da sala de fatiamento e envase de queijo por

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azulejo;

− Pintura das portas das câmaras, e equipamentos, que apresentavam ferrugem;

− Colocação de tampa na lixeira.

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5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

A qualidade de um produto possui relação direta com as condições em que

são produzidos. Para tanto, é essencial identificar quais fatores afetam a qualidade

nas atividades produtivas e operacionais e, a partir de sua identificação, desenvolver

diretrizes que convirjam para a melhoria da qualidade planejada.

Este trabalho permitiu apresentar diagnóstico específico para as condições

higiênico-sanitárias dos processos de obtenção de leite e elaboração de derivados.

Possibilitou a aquisição de informações, para a identificação e avaliação das não

conformidades da cadeia produtiva do leite, bem como forneceu subsídios

necessários para a elaboração de um Plano de Ação, voltado às unidades

produtoras de leite e um Manual de Boas Práticas de Fabricação, BPF, para a UEL,

e sugerir adequações para eliminar falhas identificadas e contribuir com a melhoria

dos processos da cadeia produtiva do leite.

Pode-se concluir que o diagnóstico realizado em uma propriedade rural e na

Usina de Laticínios – UFSM demonstrou ser eficaz na identificação de fatores de não

conformidades na obtenção do leite e produção de derivados, e na elaboração de

propostas aplicáveis para mudanças necessárias de procedimentos operacional,

físico-estrutural e recursos humanos, com a finalidade de reestruturar e racionalizar

o processo.

Acredita-se que um dos aspectos importantes, dos procedimentos

apresentados, está na sua relação direta entre a legislação vigente e os critérios

analisados, permitindo identificar quais os pontos que necessitem maior atenção. E,

a partir desses, elaborar-se o plano de ação, visando a melhoria dos pontos críticos

e, com sua reaplicação, buscar a melhoria contínua dos procedimentos.

Destaca-se, ainda, que o sucesso, no desenvolvimento e manutenção de um

sistema de qualidade, depende da importância atribuída pela alta administração,

bem como de alguns fatores-chave, como as características culturais de cada

serviço e, principalmente, de seus manipuladores os quais deverão estar motivados

e envolvidos no processo.

5.1 Quanto à obtenção do leite

A possível ocorrência de doenças de origem alimentar é uma das

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conseqüências mais graves do processo inadequado de obtenção de matérias-

primas.

A ordenha, praticada dentro de cuidados mínimos de higiene, eleva a

qualidade do leite, reduz, significativamente, o número de casos de infecções, nos

animais, evita o descarte de vacas, aumenta a produção de leite e a renda do

produtor, além de resultar produtos de boa qualidade.

Constatou-se que, as unidades produtoras de leite estão obrigadas, por força

de lei, implantar a IN 51/2002, para buscar a qualidade do leite, e o 5S’s, adaptado à

cultura de cada um, é um método que se mostra bastante apropriado para esse fim,

e, isto, deve-se às suas principais características que são: a prática na própria

atividade, simplicidade e respeito ao grupo.

5.2 Quanto à elaboração de derivados

A segurança da saúde dos consumidores de leite e seus derivados é a

principal e primeira responsabilidade das fábricas de laticínios, além de outras

características de qualidade, como aspecto, sabor e custo.

A análise de qualidade e ou segurança dos derivados lácteos por análise do

produto final é relativo, de alcance limitado. Por mais rigorosos que sejam os planos

de amostragem, a caracterização da totalidade, do lote produzido, dificilmente é

alcançada em condições práticas.

As boas práticas de fabricação, em contrapartida, estão designadas para

controles durante a produção, e tem, por base, princípios e conceitos preventivos.

Os principais benefícios, que as BPF proporcionam, são: garantia e

segurança de boa qualidade do alimento a ser consumido, diminuição dos custos

operacionais, diminuição da necessidade de testes dos produtos acabados, redução

das perdas de matéria-prima e produtos, maior credibilidade junto ao cliente, maior

competitividade do produto na comercialização e atendimento aos requisitos legais.

Neste contexto apresentou-se, para definição de diretrizes da melhoria da

qualidade nas atividades de produção de derivados lácteos, a construção de

estratégias, baseadas em boas práticas fabricação, na participação dos envolvidos

no processo, nas mudanças de paradigmas e de alto grau de conscientização e

informação.

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5.3 Sugestões

5.3.1 A serem implantadas na propriedade rural

− Apresentação e distribuição do Plano de Ação 5S’s para a melhoria da qualidade

na obtenção do leite;

− Capacitar os ordenhadores, por intermédio da COOPROL, UFSM e instituições de

extensão;

− A COOPROL deveria oportunizar, aos cooperativados, a possibilidade de

aquisição do resfriador, para pagamento em longo prazo, redução de preço e

juros;

− Colocar o forro na sala do leite;

− Remover as teias de aranha, poeira e terra, dos caibros e telhas;

− Pintar, com cor clara, as paredes da sala de ordenha e leite;

− Retirar, da sala de ordenha, a ração e todos os objetos que não são necessários

para a atividade, como sacaria nos caibros, e colocá-los em local adequado;

− Colocação de borrachas de vedação nas portas de acesso às salas;

− Instalação de lâmpadas adequadas nas salas de ordenha e leite;

− Evitar excesso de ruídos, no momento da ordenha, com a retirada do motor da

bomba de vácuo, da sala de leite, e colocá-lo fora da sala;

− Aquecer a água, na temperatura de 35-40°C, para higienização de equipamentos,

com auxílio de fogareiro, por exemplo;

− Realizar exames, físico-químicos e microbiológicos, da água, periodicamente;

− Substituir a corda pela corrente metálica, para o maneio;

− Adquirir uma mangueira com pistola de regulagem de pressão (como as de regar

jardim), para lavagem das tetas e piso;

− Adquirir toalhas de papel descartáveis, para secar as tetas dos animais.

5.3.2 A serem implantadas na Usina

− Elaboração de cartazes de orientação e fixação, dos mesmos, em locais

estratégicos, visando manter o uso de EPIs, como o uso contínuo de protetor

auricular, atitudes e procedimentos, conforme as boas práticas;

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− Colocação de placas para identificação dos setores;

− Aquisição de jaquetas térmicas para uso em câmaras frias;

− Substituição de prateleiras de madeira, das câmaras, por de material impermeável;

− Substituição das mãos francesas, de ferro, da queijaria, por de alumínio;

− Substituição da escada de madeira, do setor de envase, por escada profissional

de alumínio;

− Adequações, quanto a tamanho e cor, dos rótulos dos produtos;

− Colocação de cadeado na tampa da caixa d’água;

− Colocação de água quente na plataforma de recepção de matéria-prima;

− Substituição do sistema de fechamento da porta de acesso ao setor de

fermentação;

− Construção de acesso independente, dos setores administrativo e didático, da

área de expedição de produtos;

− Colocação de lâmpadas, conforme a necessidade, em cada posto de trabalho;

− Colocação de novas borrachas de vedação, nas portas das câmaras;

− Pintura do teto, com tinta acrílica branca, impermeável, com anti-mofo e alto brilho;

− Colocação de borracha de vedação e sistema de fechamento automático para

portas de acesso à Usina;

− Modernizar as tubulações de vapor e rede elétrica da Usina;

− Construir cobertura de acesso aos banheiros;

− Pavimentar o acesso à Usina;

− Instalação de exaustores aeólicos em todos os setores de produção.

5.4 Recomendações para trabalhos futuros

Com base nos resultados obtidos neste trabalho, sugere-se, para trabalhos

futuros, implantar o Plano de Ação 5S’s em todas as unidades produtoras da

COOPROL, assim como a implantação definitiva das BPF na UEL, e em outras

indústrias de laticínios.

Sugere-se também, após a implantação das boas práticas na produção

primária e dos derivados, a execução de pesquisas, estudos e trabalhos, para a

implementação do Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

(APPCC) e da Norma ISO 22000:2005 que constituem o mais efetivo caminho para

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a garantia da segurança do alimento, considerando-se que a aplicação do Sistema

APPCC e Norma ISO 22000:2005, na cadeia do leite, deverão contemplar: a

produção primária; o resfriamento e armazenamento do leite; o transporte da

produção da matéria-prima; a indústria; a distribuição.

Assim, pretende-se que este trabalho seja visto como fomento para o

desenvolvimento de outras pesquisas ligadas à cadeia do leite.

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ANEXOS

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ANEXO A

LISTA DE VERIFICAÇÃO

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LISTA DE VERIFICAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM ESTABELECIMENTOS

PRODUTORES/INDUSTRIALIZADORES DE ALIMENTOS

A – IDENTIFICAÇAO DA EMPRESA

B - AVALIAÇÃO S N NA

1. EDIFICAÇÃO E INSTALAÇÕES

1.1 ÁREA EXTERNA:

1.1.1 Área externa livre de focos de insalubridade, de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente, de vetores e outros animais no pátio e vizinhança; de focos de poeira; de acúmulo de lixo nas imediações, de água estagnada, dentre outros.

X

1.1.2 Vias de acesso interno com superfície dura ou pavimentada, adequada ao trânsito sobre rodas, escoamento adequado e limpas

x

1.2 ACESSO:

1.2.1 Direto, não comum a outros usos

(habitação).

X

1.3 ÁREA INTERNA:

1.3.1 Área interna livre de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente. X

1.4 PISO:

1.4.1 Material que permite fácil e apropriada higienização (liso, resistente, drenados com declive, impermeável e outros).

X

1.4.2 Em adequado estado de conservação (livre de defeitos, rachaduras, trincas, buracos e outros). X

1.4.3 Sistema de drenagem dimensionado adequadamente, sem acúmulo de resíduos. Drenos, ralos sifonados e grelhas colocados em locais adequados de forma a facilitar o escoamento e proteger contra a entrada de baratas, roedores etc.

X

B - AVALIAÇÃO

S N NA

1.5 TETOS:

1.5.1 Acabamento liso, em cor clara, impermeável, de fácil limpeza e, quando for o caso, desinfecção. X

1.5.2 Em adequado estado de conservação (livre de trincas, rachaduras, umidade, bolor, descascamentos e outros).

X

1.6 PAREDES E DIVISÓRIAS:

1.6.1 Acabamento liso, impermeável e de fácil higienização até uma altura adequada para todas as operações. De cor clara.

X

1.6.2 Em adequado estado de conservação (livres de falhas, rachaduras, umidade, descascamento e outros). X

1.6.3 Existência de ângulos abaulados entre as paredes e o piso e entre as paredes e o teto. X

1.7 PORTAS:

1.7.1 Com superfície lisa, de fácil higienização, ajustadas aos batentes, sem falhas de revestimento. x

1.7.2 Portas externas com fechamento automático (mola, sistema eletrônico ou outro) e com barreiras adequadas para impedir entrada de vetores e outros animais (telas milimétricas ou outro sistema).

X

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1.7.3 Em adequado estado de conservação (livres de falhas, rachaduras, umidade, descascamento e outros). X

1.8 JANELAS E OUTRAS ABERTURAS:

1.8.1 Com superfície lisa, de fácil higienização, ajustadas aos batentes, sem falhas de revestimento. X

1.8.2 Existência de proteção contra insetos e roedores (telas milimétricas ou outro sistema). X.

1.8.3 Em adequado estado de conservação (livres de falhas, rachaduras, umidade, descascamento e outros). X

1.9 ESCADAS, ELEVADORES DE SERVIÇO, MONTACARGAS E ESTRUTURAS AUXILIARES

1.9.1 Construídos, localizados e utilizados de forma a não serem fontes de contaminação. X

1.9.2 De material apropriado, resistente, liso e impermeável, em adequado estado de conservação. X

1.10 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS E VESTIÁRIOS PARA OS MANIPULADORES:

1.10.1 Quando localizados isolados da área de produção, acesso realizado por passagens cobertas e calçadas.

X

1.10.2 Independentes para cada sexo (conforme legislação específica), identificados e de uso exclusivo para manipuladores de alimentos.

X

1.10.3 Instalações sanitárias com vasos sanitários; mictórios e lavatórios íntegros e em proporção adequada ao número de empregados (conforme legislação específica).

x

1.10.4 Instalações sanitárias servidas de água corrente, dotadas preferencialmente de torneira com acionamento automático e conectadas à rede de esgoto ou fossa séptica.

X

1.10.5 Ausência de comunicação direta (incluindo sistema de exaustão) com a área de trabalho e de refeições.

X

1.10.6 Portas com fechamento automático (mola, sistema eletrônico ou outro). X

1.10.7 Pisos e paredes adequadas e apresentando satisfatório estado de conservação. X

1.10.8 Iluminação e ventilação adequadas. X

1.10.9 Instalações sanitárias dotadas de produtos destinados à higiene pessoal: papel higiênico, sabonete líquido inodoro anti-séptico ou sabonete líquido inodoro e anti-séptico, toalhas de papel não reciclado para as mãos ou outro sistema higiênico e seguro para secagem.

X

1.10.10 Presença de lixeiras com tampas e com acionamento não manual. X

1.10.11 Coleta freqüente do lixo. X

1.10.12 Presença de avisos com os procedimentos para lavagem das mãos. X

1.10.13 Vestiários com área compatível e armários individuais para todos os manipuladores. X

1.10.14 Duchas ou chuveiros em número suficiente (conforme legislação específica), com água fria ou com água quente e fria.

X

1.10.15 Apresentam-se organizados e em adequado estado de conservação. X

1.11 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS PARA VISITANTES E OUTROS: ...

1.11.1 Instaladas totalmente independentes da área de produção e higienizados. X

1.12 LAVATÓRIOS NA ÁREA DE PRODUÇÃO: ...

1.12.1 Existência de lavatórios na área de manipulação com água corrente, dotados preferencialmente de torneira com acionamento automático, em posições adequadas em relação ao fluxo de produção e serviço, e em número suficiente de modo a atender toda a área de produção

X

1.12.2 Lavatórios em condições de higiene, dotados de sabonete líquido inodoro anti-séptico ou sabonete líquido inodoro e anti-séptico, toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro de secagem e coletor de papel acionados sem contato manual.

X

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B - AVALIAÇÃO S N NA

1.13 ILUMINAÇÃO E INSTALAÇÃO ELÉTRICA: ...

1.13.1 Natural ou artificial adequada à atividade desenvolvida, sem ofuscamento, reflexos fortes, sombras e contrastes excessivos.

X

1.13.2 Luminárias com proteção adequada contra quebras e em adequado estado de conservação. X

1.13.3 Instalações elétricas embutidas ou quando exteriores revestidas por tubulações isolantes e presas a paredes e tetos.

X

1.14 VENTILAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO:

1.14.1 Ventilação e circulação de ar capazes de garantir o conforto térmico e o ambiente livre de fungos, gases, fumaça, pós, partículas em suspensão e condensação de vapores sem causar danos à produção.

X

1.14.2 Ventilação artificial por meio de equipamento(s) higienizado(s) e com manutenção adequada ao tipo de equipamento.

X

1.14.3 Ambientes climatizados artificialmente com filtros adequados. X.

1.14.4 Existência de registro periódico dos procedimentos de limpeza e manutenção dos componentes do sistema de

climatização (conforme legislação específica) afixado em local visível.

X

1.14.5 Sistema de exaustão e ou insuflamento com troca de ar capaz de prevenir contaminações. X

1.14.6 Sistema de exaustão e ou insuflamento dotados de filtros adequados. x

1.14.7 Captação e direção da corrente de ar não seguem a direção da área contaminada para área limpa. X

1.15 HIGIENIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES:

1.15.1 Existência de um responsável pela operação de higienização comprovadamente capacitado. X

1.15.2 Freqüência de higienização das instalações adequada. X

1.15.3 Existência de registro da higienização. X

1.15.4 Produtos de higienização regularizados pelo Ministério da Saúde. X

1.15.5 Disponibilidade dos produtos de higienização necessários à realização da operação. X

1.15.6 A diluição dos produtos de higienização, tempo de contato e modo de uso/aplicação obedecem às instruções recomendadas pelo fabricante.

X

1.15.7 Produtos de higienização identificados e guardados em local adequado. X

1.15.8 Disponibilidade e adequação dos utensílios (escovas, esponjas etc.) necessários à realização da operação. Em bom estado de conservação.

X

1.15.9 Higienização adequada. X

1.16 CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS:

1.16.1 Ausência de vetores e pragas urbanas ou qualquer evidência de sua presença como fezes, ninhos e outros.

X

1.16.2 Adoção de medidas preventivas e corretivas com o objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação de vetores e pragas urbanas.

X

1.16.3 Em caso de adoção de controle químico, existência de comprovante de execução do serviço expedido por empresa especializada.

X

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86

1.17 ABASTECIMENTO DE ÁGUA:

1.17.1 Sistema de abastecimento ligado à rede pública. X

1.17.2 Sistema de captação própria, protegido, revestido e distante de fonte de contaminação. X

1.17.3 Reservatório de água acessível com instalação hidráulica com volume, pressão e temperatura adequados, dotado de

tampas, em satisfatória condição de uso, livre de vazamentos, infiltrações e descascamentos.

X

1.17.4 Existência de responsável comprovadamente capacitado para a higienização do reservatório da água. X

1.17.5 Apropriada freqüência de higienização do reservatório de água. X

1.17.6 Existência de registro da higienização do reservatório de água ou comprovante de execução de serviço em caso de terceirização.

X

1.17.7 Encanamento em estado satisfatório e ausência de infiltrações e interconexões, evitando conexão cruzada entre água potável e não potável.

X

1.17.8 Existência de planilha de registro da troca periódica do elemento filtrante. X

1.17.9 Potabilidade da água atestada por meio de laudos laboratoriais, com adequada periodicidade, assinados por técnico responsável pela análise ou expedidos por empresa terceirizada.

X

1.17.10 Disponibilidade de reagentes e equipamentos necessários à análise da potabilidade de água realizadas no estabelecimento.

.X

1.17.11 Controle de potabilidade realizado por técnico comprovadamente capacitado. X

1.17.12 Gelo produzido com água potável, fabricado, manipulado e estocado sob condições sanitárias satisfatórias, quando destinado a entrar em contato com alimento ou superfície que entre em contato com alimento.

X

1.17.13 Vapor gerado a partir de água potável quando utilizado em contato com o alimento ou superfície que entre em contato com o alimento.

X

B - AVALIAÇÃO

S N NA

1.18 MANEJO DOS RESÍDUOS: ...

1.18.1 Recipientes para coleta de resíduos no interior do estabelecimento de fácil higienização e transporte, devidamente identificados e higienizados constantemente; uso de sacos de lixo apropriados. Quando necessário, recipientes tampados com acionamento não manual.

X

1.18.2 Retirada freqüente dos resíduos da área de processamento, evitando focos de contaminação. X

1.18.3 Existência de área adequada para estocagem dos resíduos. X

1.19 ESGOTAMENTO SANITÁRIO:

1.19.1 Fossas, esgoto conectado à rede pública, caixas de gordura em adequado estado de conservação e funcionamento.

X

1.20 LEIAUTE:

1.20.1 Leiaute adequado ao processo produtivo: número, capacidade e distribuição das dependências de acordo com o ramo de atividade, volume de produção e expedição.

X

1.20.2 Áreas para recepção e depósito de matéria-prima, ingredientes e embalagens distintas das áreas de produção, armazenamento e expedição de produto final.

X

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OBSERVAÇÕES

B - AVALIAÇÃO S N NA

2. EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS

2.1 EQUIPAMENTOS:

2.1.1 Equipamentos da linha de produção com desenho e número adequado ao ramo. X

2.1.2 Dispostos de forma a permitir fácil acesso e higienização adequada. X

2.1.3 Superfícies em contato com alimentos lisas, íntegras, impermeáveis, resistentes à corrosão, de fácil higienização e de material não contaminante.

X

2.1.4 Em adequado estado de conservação e funcionamento. X

2.1.5 Equipamentos de conservação dos alimentos (refrigeradores, congeladores, câmaras frigoríficas e outros), bem como os destinados ao processamento térmico, com medidor de temperatura localizado em local apropriado e em adequado funcionamento.

X

2.1.6 Existência de planilhas de registro da temperatura, conservadas durante período adequado. X

2.1.7 Existência de registros que comprovem que os equipamentos e maquinários passam por manutenção preventiva.

X

2.1.8 Existência de registros que comprovem a calibração dos instrumentos e equipamentos de medição ou comprovante da execução do serviço quando a calibração for realizada por empresas terceirizadas.

X

2.2 MÓVEIS: (mesas, bancadas, vitrines, estantes)

2.2.1 Em número suficiente, de material apropriado, resistentes, impermeáveis; em adequado estado de conservação, com superfícies íntegras.

X

2.2.2 Com desenho que permita uma fácil higienização (lisos, sem rugosidades e frestas). X

2.3 UTENSÍLIOS:

2.3.1 Material não contaminante, resistentes à corrosão, de tamanho e forma que permitam fácil higienização: em adequado estado de conservação e em número suficiente e apropriado ao tipo de operação utilizada.

X

2.3.2 Armazenados em local apropriado, de forma organizada e protegidos contra a contaminação. X

2.4 HIGIENIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS E MAQUINÁRIOS, E DOS MÓVEIS E UTENSÍLIOS:

2.4.1 Existência de um responsável pela operação de higienização comprovadamente capacitado. X

2.4.2 Freqüência de higienização adequada. X

2.4.3 Existência de registro da higienização. X

2.4.4 Produtos de higienização regularizados pelo Ministério da Saúde. X

2.4.5 Disponibilidade dos produtos de higienização necessários à realização da operação. X

2.4.6 Diluição dos produtos de higienização, tempo de contato e modo de uso/aplicação obedecem às instruções recomendadas pelo fabricante.

X

2.4.7 Produtos de higienização identificados e guardados em local adequado. X

2.4.8 Disponibilidade e adequação dos utensílios necessários à realização da operação. Em bom estado de conservação.

X

2.4.9 Adequada higienização. X

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OBSERVAÇÕES

B - AVALIAÇÃO S N NA

3. MANIPULADORES

3.1 VESTUÁRIO:

3.1.1 Utilização de uniforme de trabalho de cor clara, adequado à atividade e exclusivo para área de produção.

X

3.1.2 Limpos e em adequado estado de conservação. X

3.1.3 Asseio pessoal: boa apresentação, asseio corporal, mãos limpas, unhas curtas, sem esmalte, sem adornos (anéis, pulseiras, brincos, etc.); manipuladores barbeados, com os cabelos protegidos.

X

3.2 HÁBITOS HIGIÊNICOS:

3.2.1 Lavagem cuidadosa das mãos antes da manipulação de alimentos, principalmente após qualquer interrupção e depois do uso de sanitários.

X

3.2.2 Manipuladores não espirram sobre os alimentos, não cospem, não tossem, não fumam, não manipulam dinheiro ou não praticam outros atos que possam contaminar o alimento.

X.

3.2.3 Cartazes de orientação aos manipuladores sobre a correta lavagem das mãos e demais hábitos de higiene, afixados em locais apropriados.

X

3.3 ESTADO DE SAÚDE:

3.3.1 Ausência de afecções cutâneas, feridas e supurações; ausência de sintomas e infecções respiratórias, gastrointestinais e oculares.

X

3.4 PROGRAMA DE CONTROLEDE SAÚDE:

3.4.1 Existência de supervisão periódica do estado de saúde dos manipuladores. X

3.4.2 Existência de registro dos exames realizados. X

3.5 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL:

3.5.1 Utilização de Equipamento de Proteção Individual. X

3.6 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DOS MANIPULADORES E SUPERVISÃO:

3.6.1 Existência de programa de capacitação adequado e contínuo relacionado à higiene pessoal e à manipulação dos alimentos.

X

3.6.2 Existência de registros dessas capacitações. X

3.6.3 Existência de supervisão da higiene pessoal e manipulação dos alimentos. X

3.6.4 Existência de supervisor comprovadamente capacitado. X

OBSERVAÇÕES

B - AVALIAÇÃO

S N NA

4. PRODUÇÃO E TRANSPORTE DO ALIMENTO

4.1 MATÉRIA-PRIMA, INGREDIENTES E EMBALAGENS:

4.1.1 Operações de recepção da matéria-prima, ingredientes e embalagens são realizadas em local protegido e isolado da área de processamento.

X

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89

4.1.2 Matérias - primas, ingredientes e embalagens inspecionados na recepção. X

4.1.3 Existência de planilhas de controle na recepção (temperatura e características sensoriais, condições de transporte e outros).

X

4.1.4 Matérias-primas e ingredientes aguardando liberação e aqueles aprovados estão devidamente identificados.

X

4.1.5 Matérias-primas, ingredientes e embalagens reprovados no controle efetuado na recepção são devolvidos imediatamente ou identificados e armazenados em local separado.

X

4.1.6 Rótulos da matéria-prima e ingredientes atendem à legislação. X

4.1.7 Critérios estabelecidos para a seleção das matérias-primas são baseados na segurança do alimento. X

4.1.8 Armazenamento em local adequado e organizado; sobre estrados distantes do piso, ou sobre paletes, bem conservados e limpos, ou sobre outro sistema aprovado, afastados das paredes e distantes do teto de forma que permita apropriada higienização, iluminação e circulação de ar.

X

4.1.9 Uso das matérias-primas, ingredientes e embalagens respeita a ordem de entrada dos mesmos, sendo observado o prazo de validade.

X

4.1.10 Acondicionamento adequado das embalagens a serem utilizadas. X

4.1.11 Rede de frio adequada ao volume e aos diferentes tipos de matérias-primas e ingredientes. X

4.2 FLUXO DE PRODUÇÃO:

4.2.1 Locais para pré - preparo (“área suja") isolados da área de preparo por barreira física ou técnica. X

4.2.2 Controle da circulação e acesso do pessoal. X

4.2.3 Conservação adequada de materiais destinados ao reprocessamento. X.

4.2.4 Ordenado, linear e sem cruzamento. X

B - AVALIAÇÃO S N N

A

4.3 ROTULAGEM E ARMAZENAMENTO DO PRODUTO-FINAL:

4.3.1 Dizeres de rotulagem com identificação visível e de acordo com a legislação vigente. X

4.3.2 Produto final acondicionado em embalagens adequadas e íntegras. X

4.3.3 Alimentos armazenados separados por tipo ou grupo, sobre estrados distantes do piso, ou sobre paletes, bem conservados e limpos ou sobre outro sistema aprovado, afastados das paredes e distantes do teto de forma a permitir apropriada higienização, iluminação e circulação de ar.

X

4.3.4 Ausência de material estranho, estragado ou tóxico. X

4.3.5 Armazenamento em local limpo e conservado X

4.3.6 Controle adequado e existência de planilha de registro de temperatura, para ambientes com controle térmico.

X

4.3.7 Rede de frio adequada ao volume e aos diferentes tipos de alimentos. X

4.3.8 Produtos avariados, com prazo de validade vencido, devolvidos ou recolhidos do mercado devidamente identificados e armazenados em local separado e de forma organizada.

X

4.3.9 Produtos finais aguardando resultado analítico ou em quarentena e aqueles aprovados devidamente identificados.

X

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90

4.4 CONTROLE DE QUALIDADE DO PRODUTO FINAL:

4.4.1 Existência de controle de qualidade do produto final. X

4.4.2 Existência de programa de amostragem para análise laboratorial do produto final. X

4.4.3 Existência de laudo laboratorial atestando o controle de qualidade do produto final, assinado pelo técnico da empresa responsável pela análise ou expedido por empresa terceirizada.

X.

4.4.4 Existência de equipamentos e materiais necessários para análise do produto final realizadas no estabelecimento.

X

4.5 TRANSPORTE DO PRODUTO FINAL:

4.5.1 Produto transportado na temperatura especificada no rótulo. X

4.5.2 Veículo limpo, com cobertura para proteção de carga. Ausência de vetores e pragas urbanas ou qualquer evidência de sua presença como fezes, ninhos e outros.

X

4.5.3 Transporte mantém a integridade do produto. X

4.5.4 Veículo não transporta outras cargas que comprometam a segurança do produto. X

4.5.5 Presença de equipamento para controle de temperatura quando se transporta alimentos que necessitam de condições especiais de conservação.

X

OBSERVAÇÕES

B - AVALIAÇÃO S N N

A

5. DOCUMENTAÇÃO

5.1 MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO:

5.1.1 Operações executadas no estabelecimento estão de acordo com o Manual de Boas Práticas de Fabricação.

X

5.2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRONIZADOS:

5.2.1 Higienização das instalações, equipamentos e utensílios

5.2.1.1 Existência de POP estabelecido para este item. X

5.2.1.2 POP descrito está sendo cumprido. X

5.2.2 Controle de potabilidade da água:

5.2.2.1 Existência de POP estabelecido para controle de potabilidade da água. X

5.2.2.2 POP descrito está sendo cumprido. X

5.2.3 Higiene e saúde dos manipuladores:

5.2.3.1 Existência de POP estabelecido para este item. X

5.2.3.2 POP descrito está sendo cumprido. X

5.2.4 Manejo dos resíduos:

5.2.4.1 Existência de POP estabelecido para este item. X

5.2.4.2 O POP descrito está sendo cumprido. X

5.2.5 Manutenção preventiva e calibração de equipamentos.

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5.2.5.1 Existência de POP estabelecido para este item. X

5.2.5.2 O POP descrito está sendo cumprido. X

5.2.6 Controle integrado de vetores e pragas urbanas:

5.2.6.1 Existência de POP estabelecido para este item. X

5.2.6.2 O POP descrito está sendo cumprido. X

5.2.7 Seleção das matérias-primas, ingredientes e embalagens:

5.2.7.1 Existência de POP estabelecido para este item. X

5.2.7.2 O POP descrito está sendo cumprido. X

B - AVALIAÇÃO S N N

A

5.2.8 Programa de recolhimento de alimentos:

5.2.8.1 Existência de POP estabelecido para este item. X

5.2.8.2 O POP descrito está sendo cumprido. X

OBSERVAÇÕES

D - CLASSIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

Compete aos órgãos de vigilância sanitária estaduais e distrital, em articulação com o órgão competente no âmbito federal, a construção do panorama sanitário dos estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos, mediante sistematização dos dados obtidos nesse item. O panorama sanitário será utilizado como critério para definição e priorização das estratégias institucionais de intervenção.

(79,2 %) GRUPO 1 - 76 A 100% de atendimento dos itens ( ) GRUPO 2 - 51 A 75% de atendimento dos itens ( ) GRUPO 3 - 0 A 50% de atendimento dos itens

S: Sim, N: Não, NA: Não se aplica

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ANEXO B

PLANTA BAIXA DA USINA

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ANEXO C

PLANO DE AÇÃO 5S’s PARA A MELHORIA DA QUALIDADE NA OBTENÇÃO DO

LEITE

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ANEXO D

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

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104

SUMÁRIO

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO .........................................

1 Informações gerais .........................................................................................

1.1 Identificação da empresa ...............................................................................

1.2 Objetivo da elaboração do manual ................................................................

1.3 Campo de aplicação ......................................................................................

1.4 Referências ....................................................................................................

1.5 Definições ......................................................................................................

1.6 Controle de revisão do manual de BPF .........................................................

2 Recursos humanos .........................................................................................

3 Estrutura físico funcional ...............................................................................

3.1 Condições do ambiente de trabalho ..............................................................

3.2 Instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias ................................................

3.3 Plano de prevenção e proteção contra incêndio ............................................

3.4 Áreas da Usina ..............................................................................................

3.5 Equipamentos, utensílios e mobiliários ..........................................................

4 Limpeza e sanitização ....................................................................................

4.1 Higienização de equipamentos, utensílios e ambiente ..................................

4.2 Fases de higienização ...................................................................................

4.3 Métodos de limpeza .......................................................................................

4.4 Produtos químicos .........................................................................................

4.5 Higienização de utensílios, equipamentos e instalações ...............................

4.6 Recomendações para higiene ambiental .......................................................

4.7 Controle integrado de pragas ........................................................................

5 Estrutura operacional .....................................................................................

5.1 Informações preliminares ...............................................................................

5.2 Etapas operacionais ......................................................................................

6 Procedimento operacional padrão ................................................................

6.1 POP 1 – Operações de higienização de instalações, equipamentos, móveis

e utensílios .......................................................................................

6.2 POP 2 – Controle de potabilidade as água ....................................................

6.3 POP 3 – Higiene e saúde dos manipuladores ...............................................

106

106

106

106

106

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110

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6.4 POP 4 – Manejo dos resíduos .......................................................................

6.5 POP 5 – Manutenção e calibração dos instrumentos e equipamentos .........

6.6 POP 6 – Controle integrado de pragas ..........................................................

6.7 POP 7 – Seleção e recebimento da matéria-prima, embalagens e ingredientes ....

6.8 POP 8 – Programa de recolhimento de produtos ..........................................

191

193

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MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

1 Informações gerais

1.1 Identificação da empresa

- Razão Social da Empresa: Universidade Federal de Santa Maria

- Convênio: Cooperativa dos Produtores de Leite - COOPROL

- Endereço: Faixa de Camobi – Campus Universitário – Santa Maria – RS

CEP: 97119-9000

- Fone/Fax: (55) 3220-8453, (55) 3220-8081

- Home Page/E-mail: www.ufsm.br/ [email protected]

- CNPJ: UFSM: 95.591.764/0001-05

COOPROL: 72.501.018/0001-88

- Inscrição Estadual: COOPROL: 109/0188452

- CISPOA nº 187

- Responsável pela elaboração do manual: Rosane Maria Coradini Noal

1.2 Objetivo da elaboração do manual

O objetivo deste manual é estabelecer as normas de BOAS PRÁTICAS DE

FABRICAÇÃO (BPF), para assegurar que os envolvidos as conheçam, entendam e

cumpram e, desta forma, se alcance a higiene pessoal, assim como a sanitização e

controles aplicados aos processos e produtos, assegurando-se que os mesmos

cheguem aos clientes, e consumidores, com qualidade, e livres de qualquer tipo de

contaminação.

1.3 Campo de aplicação

Os princípios gerais, aqui descritos, aplicam-se aos produtores de leite,

fornecedores de embalagens e ingredientes, e a todas as áreas da UEL.

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1.4 Referências

− Portaria nº 326/MS, de 30 de julho de 1997. Regulamento Técnico sobre as

Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Indústrias

de Alimentos.

− Portaria nº 368/MAPA, de 04 de setembro de 1997. Regulamento Técnico sobre

as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para

Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos.

− Lei n° 6437, de 20 de agosto de 1977, e suas alterações. Configura infrações a

legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas e dá outras

providências.

− Decreto – Lei nº 986, de 21/10/1969 – institui normas básicas sobre alimentos;

− Portaria nº 1.428, de 26 de novembro de 1993. Regulamentos Técnicos sobre

Inspeção Sanitária, Boas Práticas de Produção/Prestação de Serviços e Padrão

de Identidade e Qualidade na Área de Alimentos.

− Resolução RDC nº 275, de 21/10/2002 – complementa a Portaria 326, estabelece

diretrizes para POP’s e auto-inspeção.

− Decreto nº 30.691, de 29/03/1952 – regulamento da inspeção industrial e sanitária

de produtos de origem animal.

− Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11/09/1990).

− RIISPOA - REGULAMENTO DA INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIADE

PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL (Aprovado pelo Decreto nº 30.691, de 29-03-

52, alterado pelos Decretos nºs 1.255 de 25-06-62, 1.236 de 02-09-94, nº 1.812 de

08-02-96 e nº 2.244 de 04-06-97).

− Portaria MS nº 1469, de 29 de dezembro de 2000 – Norma de Qualidade da Água

para Consumo Humano.

− Resolução - RDC nº 18, de 29 de fevereiro de 2000. Dispõe sobre Normas Gerais

para funcionamento de Empresas Especializadas na prestação de serviços de

controle de vetores e pragas urbanas.

− Lei n° 6514, de 12 de dezembro de 1977 – Legislação em Segurança e Saúde do

Trabalho.

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1.5 Definições

a) Conforme definido na Portaria nº 326/MS:

− Adequado: entende-se como suficiente para alcançar a finalidade proposta. Alimento apto para o consumo humano: aqui considerado como alimento que atende ao padrão de identidade e qualidade pré-estabelecido, nos aspectos higiênicos sanitário e nutricionais.

− Armazenamento: é o conjunto de atividades e requisitos para se obter uma correta conservação de matéria-prima, insumos e produtos acabados.

− Boas Práticas: são os procedimentos necessários para garantir a qualidade dos alimentos.

− Contaminação: presença de substâncias ou agentes estranhos, de origem biológica, química ou física que sejam considerados nocivos ou não para saúde humana.

− Desinfecção: é a redução, através de agentes químicos ou métodos físicos adequados, do número de microorganismos no prédio, instalações, maquinários e utensílios, a um nível que não origine contaminação do alimento que será elaborado.

− Estabelecimento de alimentos produzidos/industrializados: é a região que compreende o local e sua circunvizinhança, no qual se efetua um conjunto de operações e processos, com a finalidade de obter um alimento elaborado, assim como o armazenamento ou o transporte de alimentos e/ou suas matérias primas.

− Fracionamento de alimentos: são as operações através das quais se fraciona um alimento, sem modificar sua composição original.

− Limpeza: é a eliminação de terra, restos de alimentos, pó e outras matérias indesejáveis.

− Manipulação de alimentos: são as operações que são efetuadas sobre a matéria-prima até a obtenção de um alimento acabado, em qualquer etapa de seu processamento, armazenamento e transporte.

− Material de Embalagem: todos os recipientes como latas, garrafas, caixas de papelão, outras caixas, sacos ou materiais para envolver ou cobrir, tais como papel laminado, películas, plástico, papel encerado e tela.

− Organismo Competente: é o órgão oficial ou oficialmente reconhecido ao qual o governo lhe outorga mecanismos legais para exercer suas funções.

− Pessoal Tecnicamente Competente/Responsabilidade Técnica: é o profissional habilitado a exercer atividade na área de produção de alimentos e respectivos controles de contaminantes que possa intervir com vistas à proteção da saúde.

− Pragas: os animais capazes de contaminar direta ou indiretamente os alimentos.

− Produção de Alimentos: é o conjunto de todas as operações e processos efetuados para obtenção de um alimento acabado.

b) Conforme definido na Portaria n° 368/MAPA:

− Armazenamento: é o conjunto de tarefas e requisitos para a correta conservação de insumos e produtos terminados.

− Contaminação: entende-se como a presença de substâncias ou agentes

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estranhos de origem biológica, química ou física, que se considere como nociva ou não para a saúde humana.

− Desinfecção: é a redução, por intermédio de agentes químicos ou métodos físicos adequados, do número de microorganismos no prédio, instalações, maquinaria e utensílios, a um nível que impeça a contaminação do alimento que se elabora.

− Estabelecimento de Alimentos Elaborados/Industrializados: é o espaço delimitado que compreende o local e a área que o circunda, onde se efetiva um conjunto de operações e processos que tem como finalidade a obtenção de um alimento elaborado, assim como o armazenamento e transporte de alimentos e/ou matérias-primas.

− Manipulação de Alimentos: são as operações que se efetuam sobre a matéria-prima até o produto terminado, em qualquer etapa do seu processamento, armazenamento e transporte.

c) Conforme definido na RDC n° 275/ANVISA:

− Anti-sepsia: operação destinada à redução de microrganismos presentes na pele, por meio de agente químico, após lavagem, enxágüe e secagem das mãos.

− Assepsia: processo que evita o retorno da contaminação, conduta aplicada após a esterilização, sanitização ou anti-sepsia. Em ambientes, superfícies ou mãos.

− Controle Integrado de Pragas: sistema que incorpora ações preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a segurança do alimento.

− Desinfecção: operação de redução, por método físico e ou agente químico, do número de microrganismos a um nível que não comprometa a segurança do alimento.

− Limpeza: operação de remoção de terra, resíduos de alimentos, sujidades e ou outras substâncias indesejáveis.

− Higienização: operação que se divide em duas etapas, limpeza e desinfecção.

− Manual de Boas Práticas de Fabricação: documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos sanitários dos edifícios, a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios, o controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, controle da higiene e saúde dos manipuladores e o controle e garantia de qualidade do produto final.

− Procedimento Operacional Padronizado - POP: procedimento escrito de forma objetiva que estabelece instruções seqüenciais para a realização de operações rotineiras e específicas na produção, armazenamento e transporte de alimentos. Este Procedimento pode apresentar outras nomenclaturas desde que obedeça ao conteúdo estabelecido nesta resolução.

− Programa de recolhimento de alimentos: procedimentos que permitem efetivo recolhimento e apropriado destino final de lote de alimentos exposto à comercialização com suspeita ou constatação de causar dano à saúde.

− Resíduos: materiais a serem descartados, oriundos da área de produção e das demais áreas do estabelecimento.

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1.6 Controle de revisão do manual de BPF.

O Controle de revisões, do manual de BPF, dar-se-á através do controle

individualizado de suas folhas (Quadro 1).

Quadro 1 – Controle de revisões do manual de BPF.

Revisão n° Página n° Responsável Data da

Revisão Aprovação

Nota: A Diretoria da UEL – UFSM, e o Conselho Diretor da COOPROL, através da aprovação deste Manual, reafirma o seu comprometimento com a qualidade e melhoria contínua e delega autoridade para a adequação do desempenho das responsabilidades nele definidas.

2 Recursos humanos

a) Admissão de manipuladores: realizado mediante concurso público, para

funcionários da Universidade. Manipuladores da COOPROL, a seleção é feita

pelo presidente da cooperativa, para atender às necessidades do serviço e aos

requisitos do cargo a ser ocupado.

b) Programa de treinamento: treinamento para os manipuladores, da Usina, tem por

objetivo adequar o processo e a manipulação dos alimentos de acordo com a

legislação, em relação a contaminantes alimentares, manipulação higiênica dos

alimentos, Boas Práticas de Fabricação e técnicas de elaboração de derivados

lácteos.

O treinamento terá, como instrutor, a Diretora da Usina e será oferecido, a

todos os manipuladores da produção, através de um curso com carga horária de 20

(vinte) horas, ministrado semanalmente, com duração de trinta minutos cada

intervenção. O programa refere-se a práticas de higiene, sanitização, procedimentos

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preventivos e técnicas de industrialização do leite.

Os manipuladores, novos, recebem instruções referentes às atividades que

irão desenvolver e sobre conceitos básicos de higiene.

− Distribuição de pessoal: na UEL encontram-se 3 (três) estagiários (alunos da

UFSM, ou outras instituição de ensino superior ou escolas técnicas) e 18 (dezoito)

colaboradores, 5 (cinco) pertencem ao quadro da UFSM, e 13 (treze) ao quadro

da COOPROL, que estão distribuídos da seguinte forma:

Direção

01 Diretor da Usina Escola de Laticínios;

01 Presidente da COOPROL.

Setor Administrativo

01 Contador.

Setor de Controle de Qualidade

01 Químico;

03 Estagiários.

Setores de Produção

Setor de pasteurização:

01 Pasteurizador;

01 Auxiliar de laticínios.

Setor de queijos:

01 Auxiliares de laticínios.

Setor de Doce de leite:

01 Auxiliar de laticínios.

Setor de iogurte e manteiga:

01 Auxiliar de laticínios.

Setor de sorvete:

01 Auxiliar de laticínios.

Logística

02 Motoristas;

02 Carregadores.

Caldeira

01 Operador de caldeira.

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Manutenção da estrutura física

01 Pedreiro;

01 Encanador.

Manutenção de equipamentos

01 Eletricista.

d) Organograma: (Figura 1).

Figura 1 – Organograma da Empresa.

e) Saúde do manipulador:

− Exames médicos realizados: avaliação da saúde dos manipuladores é feita por

ocasião da admissão, e/ou demissão dos mesmos, por médicos registrados no

Ministério do Trabalho. Na ocasião da admissão, tanto para colaboradores da

UFSM, como COOPROL, são solicitados os seguintes exames:Hemograma;

Coprocultura e Coprocultura parasitária; Exame Comum de urina; Glicemia de

jejum; Raio-x de tórax; Eletrocardiograma; Sorologia para Lues; Creatinina gama

GT e Transaminases; Comprovante da anatoxi-tetânico; Tipo sangüíneo e o fator

RH;

− Periodicidade: a realização do controle clínico acontece por ocasião da admissão

do manipulador e, periodicamente, para avaliação de sua condição ideal, na

atividade que desenvolve. O manipulador de alimentos não deve ser portador,

aparente ou assintomático, de doenças infecciosas ou parasitárias (infecções nos

olhos, diarréia, resfriados, gripes e infecção na garganta), para não afetar a

segurança do alimento. Nesse caso, o manipulador deverá ser transferido para

outra função, que não entre em contato direto com alimentos.

Presidente COOPROL

Manutenção da Estrutura Física e Caldeira

Controle de Qualidade

Produção Logística Administração Manutenção Equipamentos

Pasteurização

Queijos Iogurte e Manteiga

Doce de Leite

Sorvete

Diretor UEL

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Para o manipulador enfermo, quando do quadro da UFSM, são encaminhados

à junta médica da Universidade, onde os atestados são fornecidos por período

estabelecido pelo médico. Os laudos médicos são arquivados na Direção da Usina e

na secretaria da Junta médica da UFSM. Para os manipuladores da COOPROL,

estes devem procurar o serviço de saúde, da rede pública ou privada, e os atestados

são fornecidos pelo médico, caso ultrapasse quinze dias, o manipulador será

encaminhado ao INSS, e os documentos serão arquivados na secretaria da

COOPROL. Após análise de riscos ambientais, realizadas na Usina, pelo

Departamento de Recursos Humanos da UFSM, ficou determinada, no relatório final,

a realização anual dos exames médicos para todos os manipuladores, pela junta

médica da Universidade.

Em caso de acidentes com os manipuladores, como cortes ou machucados,

esses não são afastados do trabalho. As lesões são protegidas com curativos, e

utilizarão luvas de látex, para manipular o alimento. Para fazer os curativos, existe

um armário, na sala da direção da Usina, onde ficam guardados o algodão, a gaze,

o esparadrapo e a água oxigenada. Nos casos de acidentes graves, o manipulador

será levado até o pronto atendimento do Hospital Universitário.

f) Higiene corporal e hábitos de higiene: a apresentação, de todos os manipuladores,

envolve as seguintes orientações, onde aborda-se tanto a estética quanto o

asseio: banho diário; os cabelos dos homens devem ser mantidos curtos e

aparados; homens e mulheres devem tê-los totalmente cobertos através do uso de

toucas, redes ou similar; barba feita diariamente; unhas curtas, limpas, sem

esmalte (inclusive base); dentes escovados; não usar perfumes e/ou desodorantes

com cheiro forte; não usar maquiagem; anéis, brincos, colares, pulseiras, fitas,

relógios, amuletos e outras jóias não são permitidos durante o trabalho, pelo

seguinte: (1° As jóias das mãos não podem ser adequadamente desinfetadas, e os

microrganismos podem se esconde-se dentro e embaixo das mesmas; 2°. Existe

perigo de que partes das jóias se soltem e caiam no produto; 3°. As jóias pessoais

apresentam risco para a segurança pessoal e integridade dos produtos e

equipamentos); uniformes completos, bem conservados e limpos, e em quantidade

suficiente, de modo que possam ser trocados diariamente; as botas de borracha

devem ser limpas e em quantidade suficiente para isso; utilizar meias limpas; não

carregar, no uniforme: telefones móveis, batons, escovinhas, cigarros, relógios e

outros adornos. As únicas exceções são as chaves e materiais para

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monitoramento, como, por exemplo, termômetros, canetas, isqueiros, que devem

ser mantidos em bolsos localizados abaixo da cintura.

De forma geral, os hábitos dos manipuladores são muito importantes, em

relação às condições higiênico-sanitárias. Portanto, os itens relacionados, a seguir,

são prejudiciais dentro das áreas onde existam alimentos, pois são comportamentos

que poderão levar à contaminação dos mesmos. São eles: assoar o nariz, colocar o

dedo no nariz ou ouvido, mexer no cabelo, ou pentear-se, próximo aos alimentos;

circular, sem uniforme, nas áreas de serviço; cuspir; enxugar o suor com as mãos,

panos, ou qualquer peça da vestimenta; experimentar alimentos; falar, cantar,

assobiar, tossir, ou espirrar sobre os alimentos; fazer uso de utensílios e

equipamentos sujos; fumar; manipular dinheiro; mascar goma, palito, fósforo ou

similares; chupar balas, comer; coçar a cabeça, introduzir os dedos nas orelhas,

nariz e boca; recomenda-se, ao manipulador, ao tossir, ou espirrar, afastar-se do

produto e cobrir a boca e o nariz, se possível, com papel toalha. Enxugar o suor com

papel toalha descartável. Nos dois casos, promover a correta higienização das

mãos.

g) Higiene das mãos: os manipuladores devem lavar as mãos sempre que: chegar

ao trabalho; for detectada a necessidade; fumar; pegar em dinheiro; tocar em lixo

ou sujeiras; tocar em partes íntimas; tossir, espirrar ou assoar o nariz; trocar de

atividade; usar material de limpeza; utilizar os sanitários; as mãos estiverem sujas;

colocar luvas.

− Procedimentos para higiene das mãos: a lavagem das mãos é realizada com água

sabão, durante 15 a 30 segundos, podendo ser completada com a fricção de

álcool a 70%.

Técnica de lavagem:

Molhar as mãos;

Ensaboar as mãos friccionando durante 30 segundos, seguindo os seguintes

passos:

1° passo: lavar a palma das mãos com movimentos circulares;

2° passo: lavar o dorso das mãos com movimentos circulares;

3° passo: lavar os espaços entre os dedos deslizando as mãos, uma sobre a outra;

4° passo: lavar as articulações de uma mão com auxílio da outra mão;

5° passo: lavar o polegar de uma das mãos com auxílio da outra mãos;

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6° passo: lavar as unhas e extremidades dos dedos de uma mão, na palma da outra

mão, com movimentos circulares;

7° passo: lavar o antebraço de uma mão com auxílio da outra mão;

8° passo: enxaguar as mãos tirando totalmente o resíduo de sabão;

9° passo: enxugar as mãos com papel toalha (papel não reciclado);

10° passo: aplicar álcool 70% como sanitizante.

Os produtos utilizados são sabonete líquido sem perfume e álcool 70%.

h) Uniformes: os manipuladores da Usina deverão estar uniformizados conforme os

seguintes critérios: usar uniformes completos, limpos e passados; conservar os

dois conjuntos de uniformes oferecidos, pela COOPROL, em bom estado, sem

rasgos, manchas, descurados, ou furados; os dois pares de botas brancas,

oferecidas aos manipuladores, devem ser conservados limpos, e a troca das

meias deve ser diária; o avental de plástico deve ser utilizado quando necessário,

isto é, em serviços com muita umidade e, após o uso, devem ser lavados com a

mangueira e pendurados em local adequado. Não é permitido que sejam

depositados na produção; é obrigatório o uso de touca, ou similar, a fim de cobrir

todo o cabelo; o uso de máscara é obrigatório, em caso de visitantes com barba,

já que, para os manipuladores não é permitido o uso de barba.

As peças serão substituídas quando necessário.

Uso de Luvas:

O uso de luvas descartáveis deve ser observado, especialmente nos

seguintes: casos, quando houver impossibilidade de utilizar utensílios e na

manipulação de alimentos prontos para consumo (fatiamento e envase de queijos),

que já sofreram tratamento térmico.

Recomenda-se a utilização de luvas de borracha, para proteção do

manipulador, no desempenho das seguintes tarefas: coleta e transporte de lixo, e

outros resíduos; higienização dos tambores e contentores de lixo; lavagem de

tanques e utensílios; limpeza dos sanitários e áreas de lixo; manipulação de

produtos químicos. retirar os queijos da salmoura.

Cuidados Específicos:

Algumas recomendações devem ser seguidas quando o manipulador for usar

as luvas descartáveis: lavar as mãos e fazer anti-sepsia, antes de usar as luvas;

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utilizar luvas novas toda vez que retornar a uma função previamente interrompida.

EPI:

Os equipamentos de proteção disponibilizados aos manipuladores são:

1º) Nas área de produção: botas brancas de borracha, avental de plástico ou napa

branca, óculos e protetor auricular.

2º) Nas áreas de armazenamento: botas brancas de borracha, luvas de borracha,

protetor auricular.

i) Visitantes: são consideradas visitantes as pessoas que trabalhem nas áreas

administrativas, da indústria, e pessoas que não façam parte do quadro de

manipuladores da Usina.

A entrada de visitantes, fornecedores e colaboradores, que não sejam ligados

diretamente à área operacional, nas áreas de manipulação, só é permitida com o

uso de jaleco (avental) e proteção para cabelos (toucas ou similar). Existe, na sala

da direção, um Kit visitante, disponível para que este seja usado quando qualquer

visitante adentrar a área de produção. Para executar manutenção e instalação de

equipamentos, as pessoas devem estar devidamente paramentadas, com uniforme

fornecido pela empresa, como: avental; touca, ou similar, para proteger os cabelos e

botas, além de estarem informadas das noções mínimas de boas práticas de

manipulação de alimentos.

3 Estrutura físico funcional

3.1 Condições do ambiente de trabalho

a) Localização: a UEL – UFSM está localizada na divisa do Campus com a Estrada

dos Pains, e o setor mais próximo é o Tambo. Esse local é zona isenta de odores

indesejáveis, fumaça, e outros contaminantes, e não está exposto a inundações.

O eixo longitudinal da Usina está orientado no sentido leste-oeste. A parte frontal

da instalação esta voltada ao sul, e a plataforma de recepção com orientação

oeste, o que não é adequado devido a forte insolação durante as tardes de verão.

A área total é de 1138,33 m2. Há espaço suficiente para atender, de maneira

adequada, todas as operações. O pé direito da área de produção é de 5,0 metros.

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As vias de acesso interno são áreas utilizadas para circulação pelo

estabelecimento, que se encontram dentro de seu perímetro de ação, têm uma

superfície dura/ou pavimentada, adequada para o trânsito sobre rodas. Há

escoamento adequado, assim como controle de meios de limpeza.

No que se refere aos controles ambientais, a Usina possui uma lagoa de

decantação, para o tratamento de seus efluentes.

b) Tipo de construção: a estrutura da UEL é de alvenaria, isto é, as instalações têm

construção sólida e sanitariamente adequada.Todos os materiais, usados na

construção e na manutenção não transmitem, nenhuma substância indesejável ao

alimento.

c) Planta Baixa: (Anexo B).

d) Piso: é do tipo anti-derrapante, impermeável, de cor clara, de fácil lavagem e

sanitização, resistente ao tráfego e à corrosão. Possui declive suficiente para

direcionar a água de higienização aos ralos que são de fácil limpeza e dotados de

sistema de fechamento.

e) Paredes: são revestidas até a altura de 2,3 m, com azulejo branco, o que torna

fácil a higienização. Acima desta altura, as paredes são pintadas de tinta branca

lavável. Os ângulos formados, entre pisos e paredes são, de ângulo reto, o que

dificulta a higienização.

f) Teto: o teto da Usina encontra-se em bom estado de conservação, construído em

alvenaria não alisada, o que dificulta sua higienização. Possui pintura lavável, cor

de cimento, o que torna os setores mais escuros.

g) Portas e janelas: o tamanho das portas de acesso à Usina são de acordo com a

finalidade. São metálicas, lisas e com pintura lavável. Não possuem borracha de

vedação e sistema automático de fechamento, o que facilita a entrada de insetos

e roedores.

No fluxo de produção, entre a sala de iogurte e a pasteurização, existe uma

porta metálica, de correr, para diminuir o ruído intenso. É necessário a sua

substituição por uma porta com sistema automático de fechamento, para agilização

do trabalho e para que, de fato, exerça sua função, pois encontra-se sempre aberta.

As portas da administração, sala de aula e laboratório são de madeira, com

vidro, revestidas de tinta lavável.

As janelas são basculantes, com vidros lisos, construídas de maneira a que

se evite o acúmulo de sujeira, e as que se comunicam com o exterior são providas

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de proteção antipragas, isto é, possuem telas removíveis para facilitar a

higienização, evitando, assim, a entrada de qualquer praga.

Nas áreas de produção, as janelas estão localizadas na parte superior das

paredes, para garantir o conforto térmico e evitar a incidência dos raios solares

sobre os postos de trabalho.

h) Iluminação: as janelas da Usina proporcionam uma iluminação natural razoável.

Quanto à iluminação artificial, as luminárias possuem sistema de proteção contra

explosão, quedas e vapor. d’água. Entretanto, observa-se a presença de

ferrugem. As lâmpadas utilizadas são do tipo fluorescentes, distribuem

uniformemente a iluminação e não elevam a temperatura do ambiente. Para a

apresentação dos resultados de medição da iluminação da UEL (Quadro 2),

utilizou-se o relatório de 18 de julho de 2006, do Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais – PPRA/UFSM, onde o levantamento e pesquisa foi realizado

pela SECUR-Consultoria Empresarial.

Quadro 2 – Níveis de iluminamento.

Computador 1 178 Lux 500 Lux

Mesa 1 281 Lux 500 Lux

Mesa 2 238 Lux 500 Lux Sala da Direção

Mesa reunião 121 Lux 500 Lux

Mesa 1 316 Lux 500 Lux

Mesa 2 231 Lux 500 Lux

Mesa 3 258 Lux 500 Lux

Mesa 4 232 Lux 500 Lux

Computador 239 Lux 500 Lux

Escritório da

Cooprol

Máquina de escrever 266 Lux 300 Lux

Recepção da

matéria prima Ambiente 229 Lux 200 Lux

Tanque 1 130 Lux 300 Lux

Tanque 2 102 Lux 300 Lux

Centrifuga 93 Lux 300 Lux

Pasteurizador 128 Lux 300 Lux

Beneficiamento

Tacho de pasteurização 137 Lux 300 Lux

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(cont. Quadro 2)

Máq. Envase sorvete 175 Lux 300 Lux

Máq. Envase iogurte 227 Lux 300 Lux

Batedeira de manteiga 341 Lux 300 Lux

Fermenteira 201 Lux 300 Lux

Mesa 247 Lux 500 Lux

Industrialização de

iogurte, sorvete e

manteiga

Seladora 256 Lux 300 Lux

Tanque 1 160 Lux 300 Lux

Tanque 2 148 Lux 300 Lux

Recepção de

caixas e produtos

químicos Ambiente 319 Lux 200 Lux

Mesa 1 391 Lux 500 Lux Rotulagem

Mesa 2 387 Lux 500 Lux

Bancada 190 Lux 300 Lux

Ambiente 170 Lux 300 Lux Manutenção

Depósito da Manutenção 18 Lux 200 Lux

Casa da Caldeira Ambiente 180 Lux 200 Lux

Máq. de envase entrada 151 Lux 300 Lux

Máq. de envase saída 71 Lux 300 Lux Envase de leite

Balança 117 Lux 200 Lux

Balança 1 263 Lux 200 Lux

Balança 2 172 Lux 200 Lux

Balcão 1 197 Lux 500 Lux

Balcão 2 185 Lux 500 Lux

Balcão 3 208 Lux 500 Lux

Balcão 4 135 Lux 500 Lux

Pia 1 94 Lux 300 Lux

Pia 2 128 Lux 300 Lux

Estufa 150 Lux 300 Lux

Microscópio 144 Lux 500 Lux

Computador 210 Lux 500 Lux

Milko Tester MK III 218 Lux 500 Lux

Centrifuga 160 Lux 500 Lux

Potenciômetro 131 Lux 500 Lux

Laboratório de

física, química e

microbiologia

Mesa 286 Lux 500 Lux

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(cont. Quadro 2)

Máq. Tacho p/ doce 232 Lux 300 Lux

Máq. Queijo 151 Lux 300 Lux

Tanque 332 Lux 300 Lux

Mesa 1 185 Lux 500 Lux

Mesa 2 152 Lux 500 Lux

Queijaria

Tanque desorador 144 Lux 300 Lux

Mesa 1 175 Lux 500 Lux

Mesa 2 207 Lux 500 Lux

Fatiador 255 Lux 300 Lux

Máq. envasadora a vácuo 189 Lux 300 Lux

Envase de Queijo

Pia 249 Lux 300 Lux

Mesa 69 Lux 500 Lux Sala de aula

Quadro 52 Lux 500 Lux

Sala em obras Ambiente 361 Lux 200 Lux

Cozinha Ambiente 175 Lux 300 Lux

Maturação 78 Lux 200 Lux Câmara fria dos

queijos Salga 27 Lux 200 Lux

Câmara de

armazenagem de

derivados

Ambiente 78 Lux 200 Lux

Câmara de

armazenagem de

leite pasteurizado

Ambiente 54 Lux 200 Lux

Vestiário Ambiente 206 Lux 200 Lux

As medidas foram realizadas em dia parcialmente nublado, e é o

recomendado com base na NBR 5413.

i) Ventilação e exaustão: o sistema de ventilação e exaustão é realizado através de

ventiladores e exaustores elétricos, distribuídos nos setores de produção,

dimensionados e em número, de maneira a assegurar em, aos colaboradores, um

certo grau de conforto térmico.

Os ventiladores têm como função principal a renovação e a movimentação do

ar interno, visto que a Usina não possui sistema de ambientes climatizados, nos

locais de produção, e os meios naturais são insuficientes.

Importante lembrar que a direção do fluxo de ar, nos setores de

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processamento, não está direcionada da área suja para uma limpa. O conforto

térmico quando, não puder ser assegurado por meio natural, o indicado é recorrer ao

artificial.

Localização e número de ventiladores e exaustores nos setores de produção:

iogurte, sorvete e manteiga (1 ventilador e 2 exaustores); rotulagem (1 ventilador);

queijaria (3 exaustores); envase de queijo (1 ventilador).

j) Frio e umidade: Conforme relatório do Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais, de 18 de julho de 2006, foram observados os seguintes resultados

para estes itens:

− Frio: existem fontes potenciais de exposição ao agente, em atividades ou

operações executadas no interior de câmaras frigoríficas. São 03 câmaras em

funcionamento com temperaturas em media de 3 º a 7º C.

− Umidade: em análise das condições de trabalho, foram evidenciadas atividades

desenvolvidas com exposição permanente ao agente, devido aos locais de

beneficiamento e produção permanecerem com umidade excessiva.

k) Ruído: de acordo com o relatório da PPRA, de 18 de julho de 2006, a Usina

apresenta variabilidade de fontes de ruído. E com base na dosimetria, foi

concluído que os trabalhadores estão expostos à níveis de ruído avaliados como

insalubres.

Dessa forma, é necessária a recomendação de adoção de protetor auricular,

quando em exposição ao ruído de máquinas e equipamentos, na área de produção,

e a sinalização da obrigatoriedade do uso de protetor auricular na produção.

3.2 Instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias

a) Instalação elétrica: empresa fornecedora de energia (AES SUL Distribuídora

Gaúcha de Energia S.A); entrada da rede e localização da fiação (a chegada da

rede é aérea e a fiação é embutida); lâmpadas utilizadas (são do tipo

fluorescente, em todos os setores); estado de conservação (há necessidade de

modernização das instalações elétricas); manutenção (realizada pelo NUMA –

núcleo de manutenção, que não possui um controle preventivo de manutenção).

b) Instalação hidráulica: a água é proveniente de um poço artesiano, existente na

própria Usina, e a responsabilidade, pelo mesmo, é da Prefeitura da UFSM; as

tubulações são subterrâneas e por vias aéreas, neste caso, pitadas de cor verde;

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a caixa d’água, da Usina, é metálica, com 25000 litros de capacidade, e não

possui dosador de cloro. Livre de infiltrações e vazamentos. Encontra-se tapada a

uma altura de 20 metros do chão, com tampa metálica; segurança do

reservatório: a tampa da caixa d’água é fechada por um fio metálico, não

possuindo chave ou cadeado.

− Reservatório de água: limpeza e desinfecção de reservatório é realizada a cada

seis meses; o serviço de limpeza da caixa d’água é executado pelo setor hidro-

sanitário da Prefeitura da Cidade Universitária e os relatórios são arquivas, na

própria Prefeitura.

Observações:

Procedimento de limpeza do reservatório: Após esvaziar-se o reservatório, o

seu interior é escovado, sem uso de detergente ou sabão, enxágua-se com água

limpa e esgota-se esta água. Enche-se, novamente, o reservatório, e adiciona-se

solução de hipoclorito de sódio (10% para cada 1000 litros de água). Após

homogeneização da solução com a água, espera-se 2 horas e esvazia-se,

totalmente, o reservatório e, novamente, é cheio com água limpa. O prazo para

consumir a água é de 12 horas.

Análises da água: O exame bacteriológico é realizado a cada seis meses. Os

resultados são informados ao Setor e o laudo arquivado no Setor Hidro-sanitário da

Prefeitura da UFSM.

− Vapor: tipo (vapor saturado seco); finalidade (abastecer o pasteurizador, tanques

de queijo e leite, fermenteira, tacho para doce de leite, torneiras e mangueiras

utilizadas para a desinfecção); água utilizada (poço artesiano); tubulações (as

tubulações são em aço com revestimento de lã de vidro e folhas de alumínio);

estado de conservação (há necessidade de modernização das instalações e

tubulações de vapor); localização da Casa da Caldeira (está situada em ambiente

externo a unidade, apresenta uma caldeira com capacidade de produção de vapor

superior as necessidades da Usina. Devido a este fato existe um sistema adicional

de segurança para evitar acidentes).

c) Instalações sanitárias

Sistemas de dejeção de fluidos:

− Sanitários: existem duas fossas sanitárias próximas aos banheiros; estado de

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conservação (encontra-se em bom estado de conservação e funcionamento);

− Estação de tratamento de efluentes: sistema utilizado (para o tratamento de

efluentes, a Usina possui 11 caixas de gordura e uma lagoa de decantação);

localização (as caixas de gordura estão distribuídas próximas à Usina, e a lagoa

situa-se a 200 m da unidade); responsabilidade pela limpeza e manutenção

(prefeitura da Cidade Universitária, que faz a limpeza e manutenção quando há

necessidade, quando deveria haver um cronograma de trabalho);

− Ralos e grelhas: são todos sifonados. Estão ao nível do chão, com os pisos

apresentando inclinação e número adequados para dar vazão à água, com

exceção da grelha da queijaria, que faz com que toda a água seja escoada pelo

ralo central. Todas as áreas de produção possuem dois ou três ralos ou grelhas, o

que estão de acordo com a necessidade de cada setor e encontram-se em bom

estado de conservação.

3.3 Plano de prevenção e proteção contra incêndio

A Usina possui seu plano examinado e aprovado, e controlado anualmente, o

qual disponibiliza de um alarme de incêndio com cinco acionadores localizados: um

(1) na sala da administração, um (1) na circulação, um (1) na queijaria, um (1) no

pavimento superior e dois (2) no subsolo, seis extintores e uma instalação hidráulica

(Quadro 3).

Quadro 3 – Equipamentos de prevenção de incêndio sua capacidade e localização.

Equipamento Capacidade Localização

Extintor CL-AP 10 litros Entrada-circulação

Extintor PQS 4 kg Circulação-térreo

Extintor CL-AP 10 litros Recepção leite

Extintor PQS 4 kg Setor de embalagem

Extintor CL-AP 10 litros Pavimento superior

Extintor PQS 4kg Subsolo

Hidrante 26.154 litros Reservatório Superior

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3.4 Áreas da Usina

a) Áreas de recepção:

− Matéria-prima: a recepção da matéria-prima ocorre na plataforma, que se encontra

a 1m do solo, onde o leite, contido no carro-tanque, é descarregado, utilizando-se

mangueira de comprimento necessário para efetuar a conexão entre o tanque

transportador e a tubulação, em aço inoxidável, que leva o leite até o tanque de

recepção.

A plataforma possui mangueira com água fria, para que os tanques

transportadores, e mangueiras de descarga, sejam lavados. Há necessidade de

colocação de água quente na recepção, para que a higienização dos equipamentos

de transporte seja adequado.

− Caixas plásticas: a recepção de caixas plásticas, para acondicionamento de leite

pasteurizado, está localizada em local separado, através de óculo, visto que se

trata de “área suja”, e adequado para dar fluxo em relação ao ensacamento do

leite. Dispõe de três tanques de alvenaria, revestidos com azulejo, e torneiras com

água quente, e fria, sob pressão.

− Embalagens e insumos: a Usina possui, na plataforma, de recepção de matéria-

prima, uma segunda entrada, que é de fácil acesso aos fornecedores de

embalagens e insumos.

b) Área para armazenamento:

− Temperatura controlada: a Usina possui três câmaras de resfriamento, com

temperatura adequada para os produtos que armazena.

A primeira câmara armazena o leite pasteurizado e ensacado, nas caixas

plásticas, já devidamente higienizada. A temperatura desta câmara varia entre 1 e

4°C. Possui duas portas, onde, por uma delas, entra o leite que sai da envazadora, e

pela outra acontece a expedição. As paredes não são revestidas e nem pintadas.

Na segunda, as paredes são revestidas de azulejo, até o teto, e para

armazenamento dos derivados, como iogurtes, doce de leite, manteiga, sobremesas

e queijos embalados, prontos para expedição, são utilizadas prateleiras de madeira,

sem pintura, ou tratamento adequado.

A terceira é revestida de azulejo, até o teto, e serve para salga, secagem e

maturação de queijos. Para a salga são utilizadas duas caixas d’água em fibra de

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vidro, com capacidade de 500 litros, de salmoura, cada uma. Para secagem,

encontram-se prateleiras em PVC, presas às paredes, e a maturação acontece em

uma segunda câmara anexa a esta, que possui prateleiras de madeira, sem

tratamento para este fim.

Essas câmaras são em número e tamanho que atendem às necessidades do

estabelecimento. As três possuem painel de controle e termômetro externos, portas

metálicas, lisas, que necessitam de pintura e colocação de novas borrachas de

vedação, para manutenção da temperatura interna.

As câmaras foram construídas em alvenaria, com pé direito de 3,0 m,

possuem piso claro, resistente, de fácil higienização, com caimento para o exterior.

Observa-se que as rampas de acesso não facilitam a entrada de carros com as

mercadorias.

Para o armazenamento dos derivados congelados, a Usina possui uma área

revestida de azulejo, até a altura de 2 m, e na parte superior pintada com tinta

branca lavável, piso claro e resistente. São dois freezers de 530 litros cada e dois de

340 litros cada. Os quatros estão em perfeitas condições de uso, com distância

adequada entre eles, e entre eles e as paredes, e com alimentação individualizada

de energia. A temperatura de armazenamento varia entre -8°C a -10°C.

− Temperatura ambiente: esta área, com acesso à sala de rotulagem, possui janela

telada e porta metálica. Apresenta estrados, móveis de madeira, distantes 60 cm

das paredes, com altura de 10 cm, para embalagens e bobinas acondicionadas

em sacos plásticos e caixas de papelão. A prateleira, pintada com tinta lavável,

serve para armazenar insumos dos derivados lácteos.

Os produtos de limpeza são armazenados em local separado. Trata-se de

uma câmara desativada, com duas salas, amplas, com piso lavável e resistente, e as

paredes em alvenaria, sem pintura. As embalagens de papelão são armazenadas

em uma bancada de madeira pintada, e as bombonas, com soluções de limpeza, no

chão.

c) Área de beneficiamento: é revestida de azulejo até a altura de 2 m, a contar do

chão, com a parte superior pintada com tinta branca lavável. O teto é pintado com

tinta cor cimento, lavável, e o piso claro e resistente. Dispõe de um tanque de

recepção, com capacidade de 800 litros e dois tanques isotérmicos de 5000 litros,

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cada. Um para armazenar leite cru e o outro para leite pasteurizado.

Internamente, é em aço inoxidável, externamente pintado com tinta esmalte

branco. Os tanques atendem às necessidades da Usina. Observa-se, no entanto a

presença de ferrugem na parte externa dos tanques. Sugere-se a pintura, dos

mesmos, com tinta esmalte branca. Os dois tanques possuem visor para

temperatura.

Para beneficiar o leite, a área é dotada de um pasteurizador, com capacidade

de processar 2000 litros/hora, tanque de equilíbrio, centrífuga, conexões,

tubulações, filtros e bombas, todos em aço inoxidável. Para pasteurizar o creme de

leite, a área possui um tanque, em aço inoxidável, com capacidade de 100 litros,

para a pasteurização lenta deste produto. A máquina, que envasa 1800litros/hora,

encontra-se na sala ao lado.

Na área de envase, além da envasadora, encontra-se uma esteira metálica,

com roletes, que transporta, as caixas plásticas para acondicionamento de leite

pasteurizado, da máquina à câmara fria; uma balança eletrônica, para aferição da

massa dos saquinhos, sobre uma mesa metálica, e uma escada de madeira utilizada

para manutenção e higiênização da envasadora. Encontra-se, também, neste local,

uma lixeira plástica, para armazenar restos de embalagens, provida de um saco

plástico interno, para facilitar a limpeza e remoção dos resíduos.

d) Áreas de industrialização: apresentam dimensionamento de acordo com sua

produção, são dotadas de água e misturador de água/vapor e com as

adequações sugeridas, conforme a planta (Anexo B), oferecem, atualmente, um

fluxo racional, desde a entrada da matéria-prima, funcionários, caixas plásticas e

armazenamento, até a expedição.

A área de fermentação possui uma fermenteira, em aço inoxidável, parede

dupla, para circulação de vapor e água gelada, com capacidade de 500 litros, para

produção de iogurtes, um terminal da linha de leite, o qual é utilizado para

transportar o leite do pasteurizador até a fermenteira.

Em frente à fermenteira há uma dosadora, com dois bicos, para o envase do

iogurte e uma mesa auxiliar, em aço inoxidável, para execução deste serviço. O

setor de fermentação é dividido com o setor de produção de sorvete, que possui

uma sorveteria, com capacidade de 10 litros de sorvete, por partida, uma mesa

auxiliar, em aço inoxidável, para o envase e uma batedeira industrial, para o preparo

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das caldas para o sorvete, com capacidade para 10 litros de calda. A produção de

manteiga, também encontra-se nesta área, e para isso é utilizado um

homogenizador de carnes, em aço inoxidável, com capacidade para 50 litros, que,

na Usina, serve para bater o creme. Ainda nesta área, encontra-se, sobre uma mesa

de aço inoxidável, uma seladora manual de embalagens, a qual sela os potes para o

envase de creme de leite, doce de leite, alguns tipos de queijo e sobremesas. Para

higienização de mãos encontra-se uma pia com torneira e solução de álcool iodado.

A queijaria é composta de uma queijomatic, com capacidade de 3000 litros,

um tanque, com capacidade de 1500 litros, com parede dupla, para circulação de

vapor; um tacho com capacidade de 300 litros, com parede dupla, para circulação de

vapor; uma dreno-prensa que se adapta a queijomatic, uma prensa pneumática, com

capacidade para prensar 180 queijos de 1 kg, por partida, e outra prensa, também

pneumática, com capacidade para prensar 100 queijos de 2 kg, por partida. Duas

mesas, em aço inoxidável, um tanque com capacidade de 100 litros, para água

clorada (água dormideira) e prateleiras plásticas, para armazenar as formas

plásticas para queijos, suspensas por mãos francesas metálicas, com presença de

ferrugem. Esta sala possui uma pia, com tanque, que serve para lavagem dos

dessoradores. Anexa a esta área apresenta-se a câmara de maturação de queijos e

uma sala, com pórtico em madeira, para o fatiamento e envase dos queijos que é

composta de uma máquina de fatiar, uma máquina de envasar a vácuo, três mesas

e uma pia, com uma cuba, em aço inoxidável. Para armazenar as sobras de

embalagens, existe uma lixeira plástica, com tampa, e, internamente, provida de

saco plástico, o que facilita a limpeza e remoção, diária, dos resíduos.

A sala de rotulagem encontra-se anexa à sala de armazenamento de

embalagens, o que contribui para o fluxo de produção. Esta área apresenta piso

impermeável e resistente, as paredes são pintadas com tinta de cor branca lavável.

O mobiliário é composto de prateleiras, fixadas nas paredes, para armazenarem os

rótulos, carimbos e tintas; mesa e bancos de madeira, para executar o serviço de

carimbar e rotular embalagens.

A barreira sanitária está localizada na entrada das áreas de beneficiamento e

industrialização. É composta de lavadouro de botas, com água corrente, acionada

manualmente e com fechamento automático, dispondo de escova e sabão líquido.

Apresenta uma pia, em aço inoxidável, com torneira acionada com pedal; sabão

líquido, solução de iodo, para mãos; e papel toalha branco, em suporte suspenso na

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parede; uma lixeira de plástico, com tampa e pedal, para o descarte do papel toalha.

Os laboratórios, para análises físico-químicas e microbiológicas, estão

localizados entre as áreas de beneficiamento e industrialização, tornando fácil o

recebimento das amostras. Nesta área são encontrados, somente, materiais e

equipamentos destinados às análises, de rotina, do leite e seus derivados.

A área de expedição está localizada de maneira a atender o fluxo da Usina,

isto é, apresenta racionalidade em relação ao armazenamento e as saídas dos

produtos. Anexo a esse setor encontram-se as câmaras de armazenamento de leite

pasteurizado e de derivados. Para pesagem dos produtos, que são expedidos, há

uma balança eletrônica, para até 15 kg, que se encontra sobre uma mesa de aço

inoxidável. Para os dias de chuva, existe uma cobertura, para abrigar o veículo

transportador.

e) Área didática e de administração: os setores de administração da COOPROL, da

Usina e a sala de aula, encontram-se no prédio industrial, e os seus acessos

apresentam-se juntos ao setor de expedição dos produtos.

f) Refeitório: localizado junto ao prédio, entretanto não possui comunicação direta

com este. É composta de uma geladeira, uma mesa e dois bancos de madeira,

com cinco lugares cada, um forno de microondas e um fogão industrial, com dois

queimadores, que são utilizados para aquecimento da refeição que os

funcionários trazem de seus domicílios. Há, também, uma pia, em aço inoxidável,

com torneira equipada com misturador e uma prateleira aérea revestida de

fórmica branca, onde são armazenados os utensílios.

g) Banheiros e vestiários: estão localizados em ambiente externo à Usina, um

masculino e outro feminino. Encontram-se em bom estado de conservação, porém

não há cobertura entre os banheiros e a entrada dos colaboradores. As paredes

são revestidas de azulejo branco, até a altura de 2 m, a contar do chão, e a parte

superior pintada com tinta lavável. O piso é de lajotas, cor tijolo, de fácil limpeza.

As janelas, próximas ao teto, são basculantes com vidros lisos, adequados para o

tamanho do banheiro. As portas são em madeira, pintadas com tinta lavável, de

cor cinza.

O banheiro masculino possui dois sanitários, dois mictórios, um chuveiro,

duas pias com saboneteira, suporte para toalhas de papel e lixeiras, que não

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possuem tampas.

O banheiro feminino possui dois sanitários, um chuveiro e duas pias com

saboneteira, suporte para toalhas de papel e lixeiras, que não possuem tampas. A

Usina não dispõe de vestiário feminino. Desta forma, funcionárias e estagiárias

utilizam este local para colocarem o uniforme.

O vestiário masculino está localizado junto à unidade, ao lado da entrada de

funcionários, onde se encontra a barreira sanitária. O mobiliário do vestiário é

composto de dois armários metálicos e um paliteiro de madeira, móvel, onde são

colocadas as botas para secarem, após lavagem, uma mesa e um sofá, com três

lugares.

h) Área externa: o prédio da Usina é contornado por uma calçada, em alvenaria, de

1,30m de largura, e para estacionamento do caminhão tanque existe

pavimentação, também em alvenaria, para facilitar a remoção de resíduos de leite

e barro. As laterais, e o fundo do prédio, são recobertos por gramado. Em frente,

onde há fluxo de veículos, não há pavimentação, existe pedra brita e

estacionamento coberto para 9 automóveis.

i) Área de armazenamento de resíduos: a Usina possui dois tipos de

armazenamento temporário de resíduos:

− Depósito de soro residual e leite, que retorna dos locais de venda, vencidos: há

uma caixa d’água, externa à unidade, para armazenar o soro de queijo, que não foi

aproveitado para a produção de derivados. O destino deste soro residual, e do

leite vencido, é dado, pelos produtores associados, ou não, à COOPROL, para

alimentação de suínos.

− Lixeira externa: para armazenar restos de embalagens e produtos vencidos, que

retornam dos postos de vendas, há uma lixeira com tampa, externa a edificação,

construída em metal, pintada com tinta lavável de cor cinza. Os resíduos

armazenados, neste local, são colocados em sacos plásticos, bem fechados, para

evitar vazamentos, pois este local não possui piso, ou torneira, para a sua limpeza.

3.5 Equipamentos, utensílios e mobiliários

a) Equipamentos: os equipamentos existentes são de propriedade da UFSM, e sua

manutenção é responsabilidade da COOPROL. A aquisição de novos

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equipamentos, quando realizada pela cooperativa, passam a ser propriedade da

Universidade, conforme convênio firmado entre as partes.

Nas áreas de beneficiamento e industrialização de derivados, os

equipamentos, que entram em contato com estes, são constituídos de material

atóxicos, com superfícies lisas, livres de imperfeições e não oferecem riscos de

contaminação.

Relação de equipamentos existentes na Usina:

No setor de beneficiamento: pasteurizador equipado com padronizadora:

1unidade (BRASHOLANDA); tanque de recepção: 1 unidade; tanque de

armazenamento isotérmico: 2 unidades (GLOBO INOX); máquina automática de

envase: 1 unidade (BRASHOLANDA); tacho com parede dupla: 1 unidade; esteira

para caixas plásticas: 1 unidade; balança eletrônica: 1 unidade (URANO).

No setor de fermentados, sorvetes, manteiga e envase: fermenteira: 1

unidade (DIESSEL); envasadora com dois bicos para iogurte: 1 unidade

(METALÚRGICA M.M.G.); misturador inoxidável: 1 unidade (METALÚRGICA

SOPAMA); seladora manual: 1 unidade (DELGO); sorveteira:1 unidade (MDG SÃO

CARLOS); batedeira industrial: 1 unidade (REFRIZAAR).

Nos setores de armazenamento a temperatura controlada: câmaras frias: 3

unidades; freezer; 4 unidades (2 CONSUL e 2 ELETROLUX).

No setor de produção de queijos: tanques de parede dupla: 2 unidades;

dreno-prensa: 1 unidade (METALÚRGICA WERNER); prensa: 2 unidades

(METALÚRGICA WERNER); tanque inoxidável com parede simples:1 unidade;

carrinho inoxidável para higienização de formas:1 unidade (BIOINOX); carrinho

transportador de produtos em metal pintado com tinta branca lavável: 2; tacho com

parede dupla: 1 unidade; exaustor acoplado ao tacho: 1 unidade; caixas d’água para

salmoura: 2 unidades.

No setor de envase de queijo: envasadora de queijos a vácuo: 1 unidade

(SELOVAC); fatiadeira de queijo: 1 unidade (METVISA).

No setor de expedição: balança eletrônica: 1 unidade (URANO); carrinho em

metal para transportar caixas plásticas de leite pasteurizado: 1 unidade; bebedouro

de garrafão.

b) Utensílios: os utensílios de preparação são em quantidade suficiente, de acordo

com as operações desenvolvidas, sem crostas, limpos e sem resíduos.

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Armazenados em prateleiras abertas, após a lavagem, nos respectivos setores de

uso.

Quanto aos utensílios utilizados para limpeza, são visivelmente identificados e

guardados em local próprio.

Relação dos utensílios existentes na Usina: panela em aço inoxidável, com

capacidade para 50 litros: 2 unidades; panela em aço inoxidável, com capacidade

para 30 litros: 6 unidades; lira: 6 unidades; faca grande: 6 unidades; colher de sopa:

10 unidades; colher grande: 3 unidades; bacia inoxidável: 3 unidades; baldes

plástico, para armazenar calda de sorvete; 10 unidades; jára plástica: 10 unidades;

escorredor de plástico: 5 unidades; panela de alumínio: 2 unidades; pá agitadora

inoxidável: 1 unidade; caixa de polietileno, vazadas, para transportar derivados: 37

unidades; caixa de polietileno, para transportar derivados: 8 unidades; bandeja

plástica para transportar leite pasteurizado: 500 unidades; forma plástica, para

queijo, redondo, 1 kg: 130 unidades; forma plástica para queijo retangular, 1 kg: 150

unidades; dessorador para formas retangulares de, 1 kg: 150 unidades; forma

plástica para queijo retangular, 2kg: 103 unidade; dessorador adaptados para formas

redondas e retangulares, em nylon: 253 unidades; lixeira com tampa – 50 litros: 3

unidades.

c) Mobiliário: as mesas, prateleiras e estrados são em número e tamanho de acordo

com as necessidades do serviço.

No que se refere às mesas da produção e expedição, todas são em aço

inoxidável. Estão distribuídas para atenderem às necessidades de cada setor,

possuindo altura ergonômica, facilitando o trabalho do manipulador. Na sala de

rotulagem, a mesa e os bancos de trabalho são em madeira.

As prateleiras, para armazenar utensílios, nos setores de produção, são em

PVC. No setor de rotulagem, as prateleiras são em madeira. Todas com altura

superior a 1 m do piso e largura inferior a 45 cm. Nas câmaras de maturação e

armazenamento, as prateleiras são em madeira, sendo que o recomendado seja

material impermeável. No que se refere à altura e largura, estas devem ser

adequadas. Para a secagem dos queijos, as prateleiras são em PVC.

Para o armazenamento de embalagens e produtos não perecíveis, são

utilizados estrados de madeira móveis.

Estado de conservação geral do mobiliário:

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− Encontra-se em estado razoável de conservação. Há necessidade de aplicação de

tinta, substituição de peças, renovação de equipamentos.

4 Limpeza e sanitização

4.1 Higienização de equipamentos, utensílios e ambiente

O leite é um dos alimentos mais nutritivos que existe, por isso serve de

substrato para o desenvolvimento de microorganismos atuantes nas mais diversas

faixas. Sendo assim, qualquer resíduo de leite, ou derivado, existente nos

equipamentos, ou instalações da indústria, torna-se, facilmente, foco de

contaminação. Por isso, sem as devidas operações de limpeza, e sanitização, não

será possível a obtenção de produtos em condições de serem consumidos com

segurança.

A Usina possui instalações adequadas para a higienização de móveis,

utensílios e equipamentos de trabalho. Toda instalação possui vapor, água quente e

fria, em quantidade suficiente o que facilita a limpeza.

Os colaboradores, que trabalham com o processo, matéria-prima, material de

embalagem, produto em processamento e produto terminado, equipamentos e

utensílios, recebem treinamento e são conscientizados a praticarem as medidas de

higiene e segurança de produtos.

4.2 Fases de higienização

a) Remoção de resíduos sólidos: remoção da maior quantidade destes resíduos,

pois trará maior economia de água e menores problemas com efluentes;

b) Pré-enxágüe com água: este procedimento, executado com água à temperatura e

pressão adequadas, traz uma economia significativa no consumo de detergente;

c) Aplicação de detergente: esta aplicação poderá ser executada por processo

manual ou por imersão. A escolha adequada do detergente, e a forma de

aplicação estão relacionadas com utensílio ou equipamento a ser higienizado;

d) Enxágüe com água: após a aplicação do detergente, é necessário que se proceda

a um enxágüe, até a remoção total dos resíduos de detergente;

e) Sanitização: aplicação do agente sanificante, que será responsável pela remoção

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da contaminação microbiana remanescente.

− Na desinfecção química, deixar o desinfetante em contato, por no mínimo, 15

minutos e enxágüe obrigatória das superfícies que entrem em contato direto com o

alimento.

− Quando utilizar álcool 70%, não enxaguar, deixando secar ao ar.

− Na desinfecção pelo calor, imergir, por 15 minutos, em água fervente, ou na

temperatura mínima de 80°C, e não há necessidade de enxágüe, ou através da

aplicação de vapor vivo.

f) Enxágüe com água: como foi citado anteriormente, depende do sanificante

utilizado.

4.3 Métodos de limpeza

Os métodos de limpeza utilizados na Usina são os seguintes:

a) Limpeza manual, ou mecânico: é realizada com solução detergente previamente

selecionado, em temperatura variando entre 46 a 49°C (para não agredir as

mãos). Geralmente emprega-se escovas, raspadores, esponjas, esguichos de alta

e baixa pressão. Após a limpeza, é feito um enxágüe com água morna, ou fria, e

deixa-se secar. Este método é utilizado para limpeza de equipamentos

desmontados, como conexões, registros e outros, assim como partes externas de

equipamentos, pisos, paredes, etc.

b) Imersão de equipamentos: este método é aplicado em utensílios, alguns tipos de

equipamentos e para interiores de tachos e tanques. Após a pré-lavagem com

água morna, imerge-se os equipamentos, ou utensílios, em solução..

c) Limpeza CIP (clean in place): este processo utiliza bombas e pulverizadores, isto

é, trata-se de um sistema em que a limpeza acontece automaticamente, sendo

muito utilizada em laticínios. Os principais detergentes utilizados no sistema CIP,

são: como detergente alcalino, soda cáustica, e o ácido nítrico, como detergente

ácido, para limpeza de pasteurizador, desnatadeiras e máquinas de envase.

4.4 Produtos químicos

Os produtos de limpeza e desinfecção, utilizados no Laticínio (Quadro 4), são

autorizados pelo órgão competente e aprovados, previamente, para seu uso, na

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unidade, identificados e guardados em local adequado, fora das áreas de

manipulação dos alimentos.

Quadro 4 – Produtos de higiênização.

PRODUTO USO DILUIÇÃO PRECAUÇÕES

Álcool 96°

Para higiênização de mesas, fatiadeira e facas

260 ml de água em 740 ml de álcool

- O álcool 70° GL deve ser trocado a cada 24h

Hipoclorito

de sódio

Desinfecção de formas, dessoradores e ambiente

10 ml de hipoclorito

de sódio 10%/12%

em 1 litro de água

- A solução deve

ser preparada

diariamente;

-Usar luvas e óculos

Detergente

Industrial

Biodegradável

Lavagem de equipamentos, utensílios e ambiente

De acordo com instruções do fabricante:

1 litro de detergente em

30 litros de água

Obedecer instruções

do fabricante

Soda Caustica

em escamas

Lavagem do pasteurizador,

resfriador, bombas sanitárias

e tubulações

2 kg de soda para 100 litros de água

Usar luvas, botas, avental de PVC e óculos

Ácido Nítrico

53%

Lavagem do pasteurizador, resfriador, bombas sanitárias e tubulações

1litros do ácido para 100 litros de água

Usar luvas, botas,

avental de PVC

e óculos

Sabonete

líquido

Lavagem e assepsia das

mãos

De acordo com instruções

do fabricante

Deve ser sem perfume

Solução de iodo

Assepsia das mãos De acordo com instruções

do fabricante

Fazer as diluições na

hora do uso

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a) Compra de produtos de higienização: conforme reunião entre direção da Usina,

presidente da COOPROL, e conselhos, registrada em ata, ficou determinado que

a política de compras de produtos de higienização, que é realizada pela

COOPROL, de acordo com o convênio, dar-se-á a partir da aprovação, por parte

do pessoal da UFSM, tendo em vista que o controle de qualidade dos produtos,

beneficiados e elaborados, é de inteira responsabilidade últimos.

b) Descrição dos produtos de higiene: ácido nítrico 53% ONU 2031 classe 8, GE II;

hipoclorito de sódio 12% ONU 1791 classe 8, GE II; soda perolada ONU 1823

classe 8, GE II; álcool etílico 96% ONU 1170 classe 3, GE II; detergente

Biodegradável ENER – 30; solução de iodo IODENER – AC; sabonete líquido

biodegradável ENERMOM.

c) Recepção, estocagem e manuseio dos produtos de higiene: é realizada com a

conferência da nota fiscal com os rótulos. Para a estocagem, e diluição dos

produtos, são atendidas as orientações do fabricante.

A execução dessas atividades fica a cargo do responsável pela

pasteurização.

4.5 Higienização de utensílios, equipamentos e instalações

Mais do que qualquer outra indústria, a de laticínios requer especial, contínuo

e perseverante sistema de limpeza.

Todas as operações do processo de higiene são realizadas sem demoras

indevidas e em condições que excluam toda a possibilidade de contaminação,

deterioração e proliferação de microorganismos patogênicos e deteriorantes.

O manipulador deve manter o seu local de trabalho, equipamentos e

utensílios em boas condições de higiene, conforme orientações dos procedimentos

de higiene.

1°) Higienização de utensílios

Higienização de talheres, bacias, panelas, pás agitadoras, liras, baldes para

armazenagem e járas.

a) Procedimentos (Diário – antes do uso): desinfecção com álcool 70% ou aplicar

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vapor vivo.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): retirar o excesso de sujeira; enxágüar com

água aquecida a 44ºC; aplicar solução detergente em uma esponja previamente

umedecida; esfreguar manualmente, os utensílios, com auxílio da esponja;

enxaguar em água corrente, até remoção total do detergente e demais resíduos,

fechando a torneira a cada interrupção da operação de enxágüe; fazer a

desinfecção borrifando álcool 70% GL, ou aplicação de vapor vivo.

Higienização de bandejas ou caixas plásticas

Procedimentos (Diário – após o uso): fazer a pré-lavagem, eliminando os

resíduos mais grosseiros; lavar, manualmente, com auxílio de uma escova,

esfregando as superfícies internas e externas com a solução detergente; fazer o

enxágüe com água a temperatura de 40 a 45°C; fazer a desinfecção com aplicação

de vapor vivo.

Higienização de formas de queijo

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): enxaguar com água a 80°C.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): fazer a pré-lavagem retirando o excesso de

sujidades; imergir as formas em solução de soda caustica 1,5%, a temperatura de

55°C, por 15 a 30 minutos; escovar e lavar, as superfícies com, água na

temperatura de 80°C; fazer a desinfecção enxaguando as formas em solução

clorada (1 litro de hipoclorito de sódio 12% para 100 litros de água a temperatura

ambiente).

Higienização de dessoradores e panos de nylon para dessorar

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): enxaguar com água a 80°C.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): fazer a pré-lavagem, retirando o excesso de

sujidades; imergir os dessoradores em solução de soda cáustica 1,5%, a

temperatura de 55°C, por 15 a 30 minutos; escovar e lavar o nylon com água, na

temperatura de 80°C; fazer a desinfecção, enxaguando os dessoradores em

solução clorada (1 litro de hipoclorito de sódio 12% para 100 litros de água a

temperatura ambiente); guardar em solução dormideira (1 litro de hipoclorito de

sódio 12% para 100 litros de água a temperatura ambiente).

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Higienização de lixeira

Procedimentos (Diário – após o uso): amarrar o saco de lixo, retirar da lixeira

e levá-lo a lixeira externa; lavar, manualmente, com vassoura de nylon e solução

detergente, o recipiente e a tampa; enxaguar; sanitizar, borrifando álcool 70%, ou

aplicar vapor vivo; secar naturalmente, virada para baixo; colocar sacos de lixo e

tampar.

2°) Higienização dos equipamentos

Higienização do pasteurizador

Procedimentos (Diário – após o uso): pré-enxágüe com água a 45 – 50°C,

através de circulação durante 10 minutos; iniciar a limpeza com adição de soda

cáustica, a quente. A solução é preparada a 1% (2kg de soda para 200litros de

água) e aquecida a temperatura de 75 a 80°C. A circulação é mantida por 30

minutos; enxaguar com água com água a 40°C e, de 2 em 2 dias, fazer a lavagem

ácida; na lavagem ácida, utilizar o ácido nítrico em solução preparada a 0,5% (1 litro

de ácido para 200 litros de água) e circular pelo pasteurizador e tubulações, à

temperatura de 60 a 65ºC, durante 20 minutos; circular água, para enxágüe de toda

a linha. Não pode ficar nenhum resíduo da limpeza ácida ou alcalina, no

equipamento.

Higienização das tubulações

Procedimentos (Limpeza semanal): após o enxágüe pelo CIP, desmontar

todas a tubulação e registros; lavar os registros, esfregando com esponja e solução

detergente, todas as partes internas e externas; imergir as tubulações, e registros,

em solução alcalina a 1%, na temperatura de 80 – 85°C, durante 14 a 16 horas;

enxaguar, aplicar jatos de vapor vivo e montar o equipamento.

Higienização da padronizadora ou desnatadeira

Procedimentos (diário – após o uso): pré-enxágüe, com água a 45-50°C,

através de circulação, durante 10 minutos; desconectar a desnatadeira; desmontar a

desnatadeira, inclusive o bojo; lavar, manualmente, com solução detergente,

esfregando com esponja, as partes desmontáveis; enxaguar com água fria; aplicar

jatos de vapor vivo; proceder à montagem da desnatadeira.

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Instruções para desmontar a desnatadeira: coloque os discos em cesto

especial, preferencialmente sobre a proteção de tapete de borracha, enxágüe e

inicie a lavagem individual das partes.

Higienização de tanques

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): aplicar vapor vivo durante 20 minutos.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): com o esvaziamento completo, enxaguar

bem com água corrente; após, enxágüe com água a 45-50°C; lavar,

manualmente, com solução detergente na temperatura de 40- 45°C. A lavagem

deve ser realizada esfregando-se, com esponja, todas as partes internas e

externas, dando ênfase a visores, válvulas, pás do agitador e vedação da porta do

tanque; enxaguar, bem, com água, na temperatura ambiente, até a remoção total

do detergente. Sanitizar utilizando vapor vivo.

Instruções para as tubulações: as tubulações, válvulas e conexões que não

são alcançadas pelo sistema CIP, devem ser lavadas conforme descrito acima.

Higienização da máquina automática de envase

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): aplicar vapor vivo durante 20 minutos.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): enxaguar, com água a temperatura de 40 –

45°C; desmontar a tubulação de leite fora do circuito CIP, abrir os registros de

passagem, remover as conexões, inclusive o tanque de equilíbrio e os bicos de

alimentação, e imergi-los, em solução detergente, em recipiente próprio; escovar

todas as partes, inclusive a tubulação; montar o equipamento; sanitizar, utilizando

vapor vivo por 15 minutos.

Higienização do tacho com parede dupla

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): aplicar vapor vivo.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): fechar o registro do vapor; pré-enxaguar

com água a 40 – 45ºC, retirando o excesso de sujidades; lavar a superfície

interna, com água e solução detergente, com auxílio de esponja; limpar o registro

de escoamento; enxaguar com água corrente, e logo após escoar a água; lavar,

externamente, com auxílio da esponja, e enxaguar; secar naturalmente; fazer a

sanitização aquecendo as paredes do tanque, com o uso de vapor na camisa,

e/ou aplicação de vapor vivo.

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Higienização da esteira para caixas plásticas

Procedimentos (Limpeza semestral, ou conforme necessidade): fazer a pré-

lavagem, retirando o excesso de sujidades, com água a 45 – 50°C; esfregar, com

auxílio de escova e solução detergente, todos os roletes e suportes da esteira;

enxaguar com água corrente; aplicar vapor vivo; secar naturalmente.

Higienização da balança eletrônica

Procedimentos (Diário – após o uso): passar pano úmido no prato e no

entorno; passar pano com álcool 70%; secar naturalmente; higienizar, a seco, fios e

tomadas.

Higienização da fermenteira

a) Procedimentos (Diário – antes do uso): aquecer as paredes da fermenteira, com o

uso do vapor, e aplicar vapor vivo.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): pré-enxágüe, com água a temperatura

ambiente; esfregar, com vassoura de cerdas de nylon, com uso exclusivo para o

procedimento, com água e solução detergente, interna e externamente utilizar

esponja; enxaguar em água corrente; fazer a sanitização, aquecendo as paredes

do tanque com o uso de vapor na camisa, e/ou aplicar vapor vivo.

Importante: Durante a lavagem, dar atenção especial à válvula de saída.

Higienização da envasadora com dois bicos para iogurte

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): fazer passar pelas tubulações e bicos,

água a 85°C.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): desligar da tomada; pré- enxaguar,

circulando água na temperatura entre 40 – 45°C; lavar circulando solução alcalina

a 1%, na temperatura de 75 – 80°C; enxaguar, e sanitizar, as tubulações com

água a 85°C; passar pano úmido, com detergente, para retirar os resíduos das

partes externas, e para finalizar a limpeza usar pano úmido; higienizar a seco, as

partes fixas, fios e tomadas.

Higienização do misturador de inoxidável, utilizado para fabricação de manteiga

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): aplicar vapor vivo.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): pré-enxágüe, com água a 45 – 50°C; lavar

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as superfícies com água e solução detergente, com auxílio de esponja; enxaguar

com água corrente, e logo depois escoar a água; fazer a desinfecção, aplicando

vapor vivo; secar ao natural; higienizar, a seco, as partes fixas, fios e tomadas.

Higienização da seladora

Procedimentos (Limpeza semanal, ou conforme necessidade): desligar da

tomada; passar pano úmido com solução detergente nas partes fixas e móveis;

finalizar a limpeza com pano úmido; passar pano com álcool 70%; secar

naturalmente; higienizar, a seco, fios e tomadas.

Higienização da sorveteria

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): aplicar vapor vivo.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): desmontar o equipamento, retirando suas

partes móveis; pré-enxaguar, com água a 45 – 50°C, internamente; lavar com

solução detergente e esponja, internamente, externamente, e as partes móveis;

enxaguar com água corrente; sanitizar com aplicação de vapor vivo.

Higienização da batedeira industrial

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): aplicar vapor vivo.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): desligar da tomada; lavar, com solução

detergente e esponja, a pá e o copo; enxaguar com água corrente; sanitizar

aplicando vapor vivo; higienizar, a seco, as partes fixas, fios e tomadas.

Higienização das câmaras

a) Procedimentos (Diário): retirar os resíduos; lavar com água, solução detergente e

vassoura, o piso e as portas; enxaguar; desinfetar com solução clorada; secar

naturalmente.

b) Procedimentos (Limpeza mensal, ou conforme necessidade): desligar a câmara

para o descongelamento; lavar as paredes e prateleiras, com água, solução

detergente, esponja e escova; enxaguar com água corrente; retirar o excesso de

água, com auxílio do rodo; desinfetar com solução clorada; secar naturalmente.

Higienização de freezer

Procedimentos (Limpeza mensal, ou conforme necessidade): desligar da

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tomada; descongelar e escorrer a água; lavar, com solução detergente e esponja, as

partes internas; enxaguar com água corrente; utilizar esponja umedecida em solução

detergente, para esfregar externamente o equipamento; retirar o resíduo de

detergente, com esponja e água limpa; fazer a desinfecção borrifando álcool 70%.

Higienização de tanque com paredes duplas

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): aquecer o tanque, utilizando o vapor que

circula pela camisa; aplicar vapor vivo pelas paredes, internamente; deixar

escorrer o condensado.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): retirar o excesso de sujidade, e/ou recolher

os resíduos; pré-enxágüe com água a 45 – 50°C; lavar, manualmente, utilizando

esponja e solução detergente, internamente e externamente; enxaguar, com água

em temperatura ambiente; sanitizar com aplicação de vapor vivo.

Higienização da prensa e dreno-prensa

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): aplicação de vapor vivo em todas as

partes.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): retirar o excesso de sujidade; pré-enxágüe

com água a 45 – 50°C; lavar, manualmente, utilizando esponja e solução

detergente; enxaguar, com água em temperatura ambiente; sanitizar com

aplicação de vapor vivo; higienizar, a seco, as mangueiras e o barômetro.

Higienização do tanque inoxidável com paredes simples

Procedimentos (Semanal – após o uso): esgotar a solução dormideira; pré-

enxágüe com água a 45 – 50°C; lavar, manualmente, utilizando esponja e solução

detergente; enxaguar, com água em temperatura ambiente; sanitizar com aplicação

de vapor vivo.

Higienização de carrinho inoxidável, para higienização de formas

Procedimentos (Diário – após o uso): pré-enxágüe com água a 45 – 50°C;

lavar, manualmente, utilizando esponja e solução detergente; enxaguar, com água

em temperatura ambiente; sanitizar com aplicação de vapor vivo.

Higienização de carrinho metálicos pintados com tinta lavável

Procedimentos (Limpeza mensal ou conforme necessidade): passar pano

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úmido, ou esponja apropriada, com água e solução detergente; enxaguar; secar

naturalmente.

Higienização do tacho de doce de leite

a) Procedimentos (Diário - antes do uso): sanitizar com vapor vivo.

b) Procedimentos (Diário – após o uso): enxaguar com água a 40 – 45°C; lavar com

água e solução detergente, com auxílio de esponja e escova; enxaguar, com

água em temperatura ambiente.

c) Procedimento para quando ocorrer aderência acentuada de resíduos, do produto

fabricado: enxaguar, com água em temperatura ambiente; colocar solução 0,1%,

de soda caustica, a temperatura de 80 – 85°C, durante 30 minutos; enxaguar com

água em temperatura ambiente; lavar, com solução detergente e água, com

auxílio de escova e esponja; enxaguar, com água em temperatura ambiente.

Higienização do exaustor acoplado ao tacho

Procedimentos (Limpeza mensal): passar pano úmido com solução

detergente; finalizar a limpeza com pano úmido; passar pano com álcool 70%; secar

naturalmente.

Higienização de caixas d’água para salmoura

Procedimentos (Limpeza mensal): esvaziar a caixa; pré-enxágüe com água a

45 – 50°C; lavar, manualmente, utilizando esponja e solução detergente; enxaguar,

com água em temperatura ambiente; sanitizar com vaporização de álcool 70%.

Higienização da envasadora de queijo

Procedimentos (Limpeza semanal ou conforme necessidade): desligar da

tomada; passar pano úmido, com solução detergente, nas partes fixas e tampa;

finalizar a limpeza com pano úmido; passar pano com álcool 70%; secar

naturalmente; higienizar, a seco, fios e tomadas.

Higienização da fatiadeira de queijo

Procedimentos (Diário – após o uso): desligar da tomada; desmontar o

equipamento, retirando as partes móveis; lavar, manualmente, com esponja e

solução detergente, as partes móveis; enxaguar, com água a temperatura ambiente;

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passar esponja com solução detergente, nas partes fixas; finalizar a limpeza com

pano úmido; higienizar, a seco, fios e tomadas; sanitizar, com pano embebido em

álcool 70%; montar o equipamento.

Higienização do bebedouro de bombona

Procedimentos (A cada troca de bombona): desligar da tomada; retirar o

garrafão; esvaziar o bebedouro, utilizando a torneira; lavar, manualmente, com

esponja e solução detergente, as partes externas; finalizar a limpeza com pano

úmido; adicionar, por 15 minutos, solução clorada, no depósito de água, e após,

deixar passar esta água pelas torneiras; adicionar água limpa, e deixar correr pelas

torneiras; colocar a bombona no lugar, após limpar o gargalo com pano umedecido

em álcool 70%.

3°) Higienização de instalações

Procedimentos gerais: organizar todo o material de limpeza, para realização

da tarefa; recolher os resíduos; lavar, manualmente, esfregando, com água e

solução detergente; enxaguar; sanitizar com solução clorada; secar; guardar o

material de higienização no local apropriado.

Higienização do teto, forro e paredes

Procedimentos (Anual): cobrir, com sacos plásticos, todas as tubulações,

interruptores, tomadas, caixas elétricas; prateleiras e equipamentos; borrifar, com

auxílio de um pulverizador costal, usando óculos e luvas, solução clorada; deixar

secar naturalmente; retirar os sacos plásticos de proteção.

Higienização das luminárias

Procedimentos (Anual): desligar a corrente elétrica; retirar as lâmpadas;

limpar com pano umedecido em água e solução detergente, os suportes e as caixas

de proteção; finalizar a limpeza com pano umedecido; secar naturalmente; limpar as

lâmpadas, com pano seco.

Higienização de azulejos

Procedimentos (Semestral, ou conforme necessidade): cobrir com sacos

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plásticos todas as tubulações, interruptores, tomadas, caixas elétricas, prateleiras e

equipamentos; lavar com auxílio de esponja e solução detergente; finalizar a limpeza

com pano úmido; desinfetar com solução clorada; deixar secar naturalmente.

Higienização de mesas de apoio

a) Procedimentos (Antes do uso): aplicação de vapor vivo, ou álcool 70%.

b) Procedimentos (A cada troca de tarefa): lavar com água, solução detergente e

esponja; esfregar bem; enxaguar; aplicar vapor vivo; secar naturalmente.

Higienização de telas

Procedimentos (Semestral): remover do local; retirar as teias de aranha, e o

pó, com auxilio de vassoura apropriada; lavar, com auxilio de escova, água e

solução detergente; enxaguar; desinfetar com solução clorada; deixar secar

naturalmente.

Higienização de janelas e portas

Procedimentos (Semestral): externamente, retirar o pó e teias de aranha, com

vassoura apropriada; lavar com pano umedecido em água e solução detergente;

enxaguar com pano úmido; desinfetar as portas e maçanetas, com solução clorada;

limpar os vidros com produto apropriado.

Higienização de pisos das áreas de beneficiamento do leite e produção de derivados

Procedimentos (Diário – após o uso): varrer os resíduos sólidos, com auxilio

de vassoura apropriada; lavar com água, solução detergente e vassoura, esfregando

bem; enxaguar com água corrente, e levar a água, com vassoura ou rodo, até o local

de escoamento; desinfetar com solução clorada; secar naturalmente.

Higienização de pisos das outras áreas

Procedimentos (Dias alternados): molhar pano em água e solução detergente,

e torcer; colocar no rodo; passar no piso; enxaguar o pano, em solução clorada, e

passar novamente; deixar secar naturalmente.

Higienização de ralos

Procedimentos (Diário): recolher os resíduos sólidos; lavar com água, solução

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detergente e vassoura, esfregar bem; enxaguar; desinfetar com solução clorada;

secar naturalmente.

Higienização do material de limpeza

Panos da área de processamento

Procedimentos (Diário – após o uso): enxaguar com água a temperatura de

40- 45°C; deixar de molho, de 30 a 60 minutos, em solução detergente; esfregar,

com auxilio de escova; enxaguar; torcer; colocar em solução clorada dormideira.

Vassouras, escovas, rodos, baldes de limpeza e esponjas

Procedimentos (Diário – após o uso): lavar em solução detergente e água;

enxaguar; desinfetar em solução clorada; secar naturalmente; guardar em local

apropriado.

Higienização das áreas

Áreas de recepção

a) Plataforma

Procedimentos (Diário - após o uso): lavar com água, solução detergente e

vassoura, a calçada externa; enxaguar; retirar o excesso de água; deixar secar.

b) Estacionamento do caminhão para descarregar o leite

Procedimentos (Diário - após o uso): retirar a terra, com auxílio de vassoura;

lavar com água corrente; deixar secar.

OBS: O caminhão deverá ser lavado nos postos de lavagem.

c) Lavagem de caixas plásticas

Procedimentos (Diário - após o uso): esvaziar os tanques de lavagem de

caixas; recolher os resíduos dos tanques, e do piso; lavar com água, solução

detergente e vassoura, tanques e piso; esfregar bem; enxaguar, com auxílio da

mangueira; desinfetar com solução clorada; deixar secar naturalmente.

Áreas de beneficiamento, industrialização e envase

Procedimentos (Diário - após o uso): retirar os resíduos sólidos; lavar piso,

com água, solução detergente e vassoura; enxaguar; retirar o excesso de água, com

auxílio de rodo, ou vassoura; desinfetar com solução clorada; deixar secar

naturalmente.

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Áreas de armazenamento

a) Temperatura controlada

Procedimentos (Semanal): retirar os resíduos sólidos; lavar piso, com água,

solução detergente e vassoura; enxaguar; retirar o excesso de água, com auxílio, de

rodo ou vassoura; desinfetar com solução clorada; deixar secar naturalmente.

b) Temperatura ambienteProcedimentos (Semanal): varrer, para retirar o lixo; lavar

com pano úmido e solução detergente, utilizando o rodo; finalizar a limpeza com

pano úmido; deixar seca naturalmente.

Área de expedição

Procedimentos (Dias alternados, ou conforme necessidade): remover caixas

plásticas, para transporte e móveis; varrer, para retirar o lixo; lavar, com água,

solução detergente, utilizando a vassoura; enxaguar; secar com pano limpo.

Áreas externas

a) Calçadas que rodeiam a Usina

Procedimentos (Dias alternados, ou conforme necessidade): varrer; recolher o

lixo, em sacos plásticos; depositar na lixeira; lavar com água, solução detergente e

vassoura; esfregar bem; enxaguar; deixar secar naturalmente.

OBS: Procedimentos iguais são executados para os setores da água gelada e

caldeira.

b) Pátios que rodeiam a Usina

Procedimentos (Mensal): recolher os resíduos; cortar a grama.

c) Lojas de varejo

Procedimentos (Diários): remover equipamentos e mobílias móveis; varrer,

para retirar o lixo; lavar, com água e solução detergente, com auxílio da vassoura;

enxaguar; secar com pano envolto no rodo; recolher o lixo duas vezes ao dia.

Importante: Descongelar, e limpar, os balcões frigoríficos, semanalmente;

Higienizar vidros e paredes, mensalmente, ou conforme necessidade.

d) Veículos transportadores

Procedimentos (Diário – após o uso): lavar, com água, solução detergente e

auxílio de vassoura, o baú do caminhão e o local onde são transportados os

produtos nas camionetas; enxaguar, com auxílio de mangueira; retirar o excesso de

água, com auxilio da vassoura; deixar secar naturalmente.

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Procedimentos (Semanal, ou conforme necessidade): lavagem geral, em

postos que executam estes serviços.

Sanitários

Procedimentos (Dias alternados, ou conforme necessidade): utilizar materiais

exclusivos para os sanitários; lavar pias, com água, solução detergente e esponja;

lavar vasos sanitários, com água, solução detergente e vassourinha; lavar piso, com

água, solução detergente e vassoura; enxaguar; desinfetar vasos e pia, com solução

clorada; secar o piso com pano limpo; guardar os materiais em local exclusivo para

este fim.

4.6 Recomendações para higiene ambiental

a) Com a finalidade de impedir a contaminação dos alimentos, toda área de

manipulação de alimentos, os equipamentos e utensílios são limpos com a

freqüência necessária e desinfetados sempre que as circunstâncias assim o

exijam. O estabelecimento dispõe de recipientes adequados, de forma a impedir

qualquer possibilidade de contaminação, e em número e capacidade suficientes

para verterem os lixos e materiais não comestíveis.

b) Tomar precauções adequadas, para impedir a contaminação dos alimentos,

quando as áreas, os equipamentos e os utensílios forem limpos, ou desinfetados,

com águas ou detergentes, ou com desinfetantes, ou soluções destes.

c) Imediatamente, após o término do trabalho, e quantas vezes for necessário,

limpar, cuidadosamente: o chão, incluindo o deságüe, as estruturas auxiliares e

as paredes da área de manipulação de alimentos.

d) Evitar a entrada, de caixas de papelão, na área de fabricação.

e) Limpar as bombonas e bobinas, antes de sua entrada na sala de fabricação.

f) Os vestiários estarem sempre limpos.

g) As vias de acesso, e os pátios situados nas imediações dos locais de trabalho,

mantidos limpos.

h) O estabelecimento assegura a adequada limpeza e desinfecção. Não são

utilizados, nos procedimentos de higiene, substâncias odorizantes e/ou

desodorantes, em qualquer das suas formas, nas áreas de manipulação dos

alimentos, com vistas a evitar a contaminação pelos mesmos, e que não se

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misturem os odores. Os manipuladores têm conhecimento da importância da

contaminação e de seus riscos.

i) Os subprodutos armazenados, que forem veículos de contaminação, são

retirados das áreas de trabalho, tantas vezes quantas forem necessárias.

j) O lixo é manipulado de maneira a evitar a contaminação dos alimentos e/ou da

água potável. O lixo é retirado, das áreas de trabalho, todas as vezes que sejam

necessárias (no mínimo uma vez por dia). Imediatamente, depois da remoção do

lixo, os recipientes utilizados para o seu armazenamento, e todos os

equipamentos que tenham entrado em contato com o lixo são limpos e

desinfetados.

k) É proibida a entrada de animais na Usina.

l) É aplicado um programa eficaz, e contínuo, de controle das pragas. O

estabelecimento e as áreas circundantes mantêm inspeção periódica, com vistas

a diminuir os riscos de contaminação.

m) Os praguicidas solventes, e outras substâncias tóxicas, que representem risco

para a saúde, são rotuladas com informações sobre sua toxidade e emprego.

Não é utilizada, nem armazenada, na área de manipulação de alimentos,

qualquer substância que possa contaminar os alimentos, salvo sob controle,

quando necessário, para higienização, ou sanitização.

n) Não são guardados roupas nem objetos pessoais na área de manipulação de

alimentos.

4.7 Controle integrado de pragas

A evidência, ou a existência, de insetos, roedores, pássaros, e outros animais,

numa instalação alimentícia, é considerada como uma das violações mais sérias da

sanidade.

Devem ser evitados fatores que propiciem a proliferação de pragas, tais

como: resíduos de alimentos; água estagnada; materiais amontoados e

equipamentos colocados junto a parede; acúmulo de pó; sujeira e buracos em pisos;

tetos; e paredes; mato; grama alta; sucata amontoada; material fora de uso; bueiros;

ralos e acessos sem vedação e má higienização da área do lixo. Essas são ações, e

as aplicações de produtos químicos, levam ao controle integrado de pragas.

Na Usina, é aplicado um programa contínuo de controle das pragas. O

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estabelecimento e as áreas circundantes mantêm inspeção periódica, com vistas a

diminuir os riscos de contaminação.

O estabelecimento adota, também, como medidas de prevenção e controle, o

tratamento com agentes químicos, aplicados sob a supervisão direta de profissional

que conheça os riscos que o uso desses agentes possam acarretar para a saúde,

especialmente os riscos que possam originar resíduos a serem retidos no produto.

Antes da aplicação de praguicidas, tem-se o cuidado de proteger todos os alimentos,

equipamentos e utensílios da contaminação.

Internamente, o controle de higienização dos utensílios, equipamentos e

instalação levam à eficiência do programa.

Externamente, nas janelas, há telas que impedem a entrada de pássaros,

insetos e roedores. Entretanto, as portas da Usina não possuem vedação de

borracha, o que facilita a entrada de pragas.

Os animais, como cães e gatos, quando aparecem, são capturados e levados

para o Biotério da UFSM.

No que se refere ao lixo gerado pela Usina, é colocado em sacos plásticos,

bem fechados, armazenados em lixeira fechada, e a sua coleta é realizada

regularmente.

a) Empresa prestadora do serviço e freqüência: a empresa autorizada, terceirizada,

realiza vistoria mensal, realizando desinfecção e desratização, conforme

necessidade.

Atendendo o contrato realizado entre a COOPROL e empresa, após cada

visita e aplicação de produto, são entregues para conhecimento, consulta e arquivo,

os seguintes documentos: relação das áreas vistoriadas, e quais foram produtos

aplicadas; produtos químicos utilizados, composição, forma de aplicação e

respectivo antídoto.

b) Produtos aplicados: após concluir os prováveis locais, onde estão escondidas as

pragas, aí deve ser colocado o tratamento químico. Os produtos permitidos para

aplicação domissanitária (Portaria nº 172, 04 de novembro de 1996 – Secretaria

da Vigilância Sanitária – Departamento Técnico Normativo – MS - D.O. de 5 de

novembro de 1996) e as concentrações, aplicadas, são aprovadas pela legislação

vigente. (Portaria SNVS nº 10 de 8 de março de 1985).

Para desinsetização, são permitidos os grupos de inseticidas domissanitários,

como: Ácido bórico; Amido-hidrazona; Carbamatos; Organofosforados; Piretrinas e

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Piretróides (aplicar nas áreas internas).

Na desratização, para uso domissanitário, são permitidos compostos de ação

anticoagulantes, que são encontradas, para uso, na forma de iscas simples

parafinadas ou na forma resinada em pallets ou blocos.

c) Estratégias de segurança para aplicação dos produtos: em caso de necessidade,

os produtos são aplicados após o encerramento da produção e higienização de

equipamentos e utensílios e instalações, e no dia seguinte os mesmos são

lavados com solução detergente, antes do uso. Nos locais de armazenamento

com temperatura ambiente, os produtos químicos são aplicados no piso e rodapé.

5 Estrutura operacional

5.1 Informações preliminares

Clientela

A UEL – COOPROL atende a comunidade universitária, distribuindo os

Produtos UNI – UFSM, através de seus dois pontos de vendas, localizados na

Cidade Universitária, e mais um posto localizado no prédio do Centro de Ciências

Sociais e Humanas, localizado no centro da Cidade de Santa Maria. Os produtos,

também podem ser adquiridos pela comunidade, em geral, nestes postos e em

padarias e supermercados localizados no centro e bairros da cidade.

Produtos elaborados

− Leite pasteurizado: integral e desnatado;

− Queijo: minas padrão, minas frescal, lanche, ricota, quark, boursin – orégano,

azeitona, provolone e cheddar, petit suisse sabor morango;

− Iogurtes: natural – integral e desnatado e sabores morango, ameixa, coco,

abacaxi, mel e pêssego;

− Sorvetes: sabores morango, creme, chocolate, flocos, abacaxi, doce de leite,

quatro leites e nata;

− Doce de leite cremoso: natural e chocolate;

− Creme de leite pasteurizado;

− Mousse: sabores chocolate e maracujá;

− Manteiga: sem sal.

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Distribuição dos produtos

A COOPROL possui três veículos para distribuição, sendo um caminhão baú,

isotérmico, que faz a entrega do leite fluido, no centro e bairros da cidade, e duas

camionetas furgão, para a entrega dos demais derivados, uma faz as entregas na

cidade, e a outra no campus.

Controle de custos e preço final dos derivados

Os custos de produção são calculados pela COOPROL, e para este cálculo,

são contabilizados os valores gastos com matéria-prima, insumos, embalagens,

impostos, escritório de contabilidade, funcionários e diretoria da cooperativa,

combustível, manutenção de equipamentos e veículos e taxa paga a UFSM.

Compras

O planejamento de comprar é elaborado de acordo com levantamento mensal

de insumos e embalagens e a partir da previsão de matéria-prima (conforme época

do ano), que será recebida, e derivados que serão elaborados.

O presidente da COOPROL é quem faz os contatos com os fornecedores,

que foram previamente selecionados, para atender às necessidades da Usina e

manter a qualidade dos produtos.

Especificação da matéria-prima, insumos e embalagens

Matéria-prima

a) Caracterização: aspecto e cor (líquido branco e opalescente homogêneo); sabor e

Odor (o leite cru, refrigerado, deve apresentar-se isento de sabores e odores

estranhos).

b) Controle: teste do Alizarol na concentração mínima de 72% v/v (setenta e dois por

cento volume/volume);

c) Padrões físico-químicos: matéria gorda, g/100g (teor original, com mínimo de 3,0);

densidade relativa, g/ml (1,028 a 1,034); acidez titulável, g ac. Lático/100 ml (0,14

a 0,18); extrato seco desengordurado, g/100g (mín. 8,4); índice crioscópico máx.

(-0,530°H); proteínas, g/100g (mín. 2,9);

d) Padrão microbiológico: contagem Padrão em Placas (CPP) UFC/ml (1,0x10 6);

e) Padrão para contagem de células somáticas: células Somáticas CS/ml (1,0x10 6);

f) Armazenamento: local (Tanques isotérmicos); temperatura (3 a 5°C); período (até

24 horas).

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Ingredientes (Quadro 5).

Quadro 5 – Produtos e as respectivas especificações.

Ingrediente Características

Açúcar cristal Embalagem de 5 kg.

Aroma Líquido, embalagens de 20 litros, 5,6 litros ou 1 litro.

Amido De milho, embalagem de 25 kg.

Azeitona Sem caroço, embalagem de 3,6 kg.

Base para sorvete Pó, embalagem de 25 kg.

Bicarbonato de sódio Cristais, embalagem de 1 kg.

Cacau Pó, embalagem de 200 g.

Chocolate em barra Embalagem de 500 g.

Chocolate em pó Embalagem de 200 g.

Cloreto de cálcio Líquido, Bombonas de 20 litros.

Cloreto de sódio Cristais grossos, embalagem de 25kg e finos, embalagem

de 1kg.

Coalho em pó Embalagem 500g, Poder coagulante 2:100000.

Corante Pó, embalagem de 1 kg.

Cultura lática Liofilizada, laboratório CHR HANSEN

Emustab Embalado em baldes plásticos brancos com 10 kg.

Gelatina Pó, embalagem de 85 g.

Glicose Pó, embalagem de 20 kg.

Leite em pó Pó, embalagem de 25 kg.

Liga neutra Pó, embalagem de 25 kg

Mel In natura, embalagem de 1 kg.

Nitrato de sódio Cristais, Embalagem de 25 kg.

Orégano Embalagem de 100 g.

Polpa de frutas Com pedaços de fruta, embalada em balde de 20 kg.

Suco de maracujá Líquido, embalagem de 1 kg.

Urucum Líquido, embalagem de 10 litros

Vinagre Branco, embalagem de 2,9 litros

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Embalagem

Os principais requisitos de avaliação, para aquisição das embalagens, são:

resistência, aparência e higiene (Quadro 6).

Quadro 6 – Embalagens e as respectivas especificações.

Embalagem Características

Filme p/ leite fluido Bobinas de 18 kg (envasa 200 litros/kg)

Garrafas brancas 1 litro, embalagem plástica dupla com 70 unidades.

Garrafas brancas 200 ml, embalagem plástica dupla com 1000

unidades.

Tampas p/ garrafas Embalagem com 2000 unidades.

Potes transparentes 250 e 500 g embalagem com 1000 unidades.

Potes brancos 400 g, embalagem com 1000 unidades.

Potes brancos 120 g, embalagem com 1000 unidades.

Tampas p/ potes Transparentes, para potes de 250, 400 e 500g,

embalagem com 1000 unidades.

Tampas p/ potes Brancas, para potes de 120 g, embalagem com 1000

unidades.

Lacres de alumínio Embalagem com 1000 unidades.

Potes p/ sorvete 200 ml, embalagem com 2000 potes e 2000 tampas.

Potes p/ sorvete 1000 ml, embalagem com 600 potes e 600 tampas.

Embalagem p/ queijo fatiado

e em pedaços

Sacos transparentes de 18 x 22, embalagem com

4000 unidades.

Embalagem p/ queijo lanche Sacos transparentes de 30 x 34, embalagem com

1500 unidades.

Sacolas Com a logomarca UNI-UFSM, embalagem com 3000

unidades.

Bandejas de isopor Embalagem com 200 unidades.

Filme p/ embalar manteiga Transparente, aderente, bobina com 5 kg.

Devolução de matéria-prima, insumos e embalagens

Os padrões de qualidade dos produtos são avaliados no momento do

recebimento. No caso da matéria-prima, fora do padrão, chegar a Usina, esta não é

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descarregada, ficando a responsabilidade do pagamento, do produto não conforme,

aos produtores para o transportador. Dessa forma, a conformidade da matéria-prima,

fica restrito à unidade produtora, pois é nela que ocorre a não aceitação do leite. O

monitoramento, para esses casos, é realizado com a planilha de controle (Quadro 7),

onde o transportador coloca o problema. Esse monitoramento foi desenvolvido

durante a execução deste trabalho.

Quadro 7 – Planilha de controle de não conformidade nas unidades produtoras.

Planilha de controle de não conformidade nas unidades produtoras

Data N° do Produtor Não conformidade Volume Responsável

Os insumos e embalagens que se apresentarem fora da especificação, ou

avariados, são devolvidos no momento do recebimento, e o fornecedor é

comunicado, imediatamente, para tomar as medidas cabíveis. Para esses casos, o

responsável pelo recebimento preenche a planilha de controle (Quadro 8). Esse

monitoramento foi desenvolvido durante a execução deste trabalho.

Quadro 8 – Planilha de não conformidade com as embalagens.

Planilha de não conformidade nas embalagens

Data de entrega:

Embalagem:

Marca:

Fornecedor:

Não-conformidade observada:

Comunicação ao setor de compras:

Data:

Responsável:

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No caso de devolução de produtos, os mesmos são colocados em setor

separado, e destinado a tal fim, até que se determine seu destino.

5.2 Etapas operacionais

Recebimento

Nesta etapa, as matérias-primas, insumos e embalagens são entregues pelos

fornecedores, para a avaliação qualitativa e quantitativa.

Para o leite, são observados os padrões pré-estabelecidos, e, para os demais

produtos, é observada a condição de embalagens, que devem estar limpas, íntegras

e seguindo as particularidades de cada produto. Em caso de insumos alimentícios,

não devem estar em contato direto com papel não adequado, papelão ou plástico

reciclado.

É feita, a conferencia da rotulagem, que deve informar o nome e composição

do produto, lote, data de fabricação e validade, número de registro no órgão oficial,

CGC, endereço do fabricante e distribuidor, condições de armazenamento e

quantidade (peso).

São observadas as condições do veículo de transporte, que não deve

apresentar a menor evidência de presença de roedores, pássaros, vazamentos,

umidades, materiais estranhos e odores desagradáveis.

Dois colaboradores (o responsável pela pasteurização e um auxiliar de

laticínio) foram treinados para receberem as mercadorias, e são os responsáveis

desta etapa.

Armazenamento

a) Temperatura ambiente

− Organização: as embalagens em sacarias e caixas de papelão são empilhadas

sobre os estrados, devendo manter linearidade vertical e horizontal; os insumos

são dispostos de modo a implementar procedimentos efetivos, para manter a

rotatividade dos produtos armazenados, isto é, obedecer a data de fabricação,

sendo que os produtos mais antigos, são posicionados de modo a serem

consumidos em primeiro lugar (PEPS- primeiro que entra primeiro que sai); as

embalagens e insumos são colocados a uma distância de 60 cm das paredes, não

recebendo luz solar direta; quando sofrem algum dano são retirados e a área é

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limpa imediatamente; os rótulos dos derivados são armazenados na própria sala

de rotulagem, em prateleiras aéreas, onde estão separados e organizados, em

caixas plásticas, etiquetadas de acordo com o produto e sabor, e envolvidos por

embalagem plásticos; as caixas vazias, e materiais danificados, retira-se da área

de armazenamento; o material de limpeza é armazenado em local separado dos

demais produtos.

− Controle de estoque: é realizado mensalmente, pelo responsável pela

pasteurização com utilização da planilha de controle de estoque (Quadro 9).

Quadro 9 – Planilha de controle de estoque.

Planilha de controle de estoque

Data:

Responsável:

Produto Estoque Entrada Devolução Descarte Troca Saída Estoque

Final

Iogurte abacaxi

litro

Iogurte de

ameixa litro

Iogurte de côco

litro

Iogurte de mel

litro

Iogurte de

morango litro

Iogurte natural

litro

Iogurte de

ameixa 200ml

Iogurte de côco

200ml

Iogurte de

morango200ml

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(cont. Quadro 9)

Produto Estoque Entrada Devolução Descarte Troca Saída Estoque

Final

Iogurte de

pêssego 200ml

Doce de leite

Doce de

leite/chocolate

Creme de leite

Queijo ricota

Queijo quark

Queijo boursin

Queijo minas

frescal

Queijo minas

padrão

Queijo lanche

Queijo petit

suisse

Sorvete litro

Sorvete 120 ml

Mousse

b) Temperatura controlada

− Controle de temperatura: nas câmaras frias, é realizado duas vezes ao dia, no

início e ao término dos trabalhos, sendo que as temperaturas são registradas em

planilha própria, para câmara de maturação de queijos, de 8 a 10ºC, nas câmaras

de leite fluido, e derivados, de 2 a 4°C (Quadro 10). Nos freezer de

armazenamento de sorvete, a temperatura mínima é de -18°C.

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Quadro 10 – Planilha de controle de temperatura das câmaras.

Planilha de controle de temperatura das câmaras

Mês / Ano:

Responsável:

Dia Hora / manhã Hora / tarde C. leite C. derivados C. queijo

No tanque de armazenamento, isotérmico, de matéria-prima, o leite cru é

estocado com temperatura igual, ou inferior, a 4°C, após passar pelo resfriador.

Após pasteurização, o leite é enviado para o tanque, isotérmico, com

temperatura de 3 a 4°C, onde logo é dado destino: ou leite fluido, ou derivados.

− Organização: para manter a adequada rotatividade dos produtos armazenados em

temperatura controlada utiliza-se o (PEPS); nos tanques isotérmicos de leite não

ocorre mistura de leite de dias anteriores; nas câmaras frias, os derivados são

armazenados em lotes de fabricação. Os queijos, ao saírem da salga, são datados

com auxílio de placa, quando são secados e maturados, até serem embalados e

receberem data na própria embalagem; os demais derivados são rotulados e

datados na própria embalagem logo após a fabricação e envase. No

armazenamento, são dispostos por tipo de produto, sabor, forma de embalagem e

data de validade; o leite pasteurizado é armazenado, na câmara, logo após o

envase, em caixas plásticas, para 10 litros cada; os derivados ficam sempre

apoiados sobre as prateleiras, e é respeitado o espaçamento mínimo de 10 cm

para garantir a circulação de ar.

Elaboração dos produtos

− Leite Pasteurizado

Descrição do produto:

a) Preparação:

− Pasteurização: o leite é aquecido a 72-75°C, de 15 a 20 segundos, através da

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passagem em placas delgadas, e imediatamente resfriando, até 3 a 4°C. É um

processo no qual o leite que entra troca calor com o leite que sai em contra

corrente, aproveitando, dessa forma, 80 a 90 % do calor gasto no aquecimento.

Esse sistema é totalmente automatizado e dotado de gráfico, no qual são

registradas as operações que envolvem temperatura. Nos casos em que o leite

não atingir a temperatura correta, o equipamento possui uma válvula de derivação

de fluxo, que irá comandar o desvio do leite para o tanque alimentador.

No pasteurizador existe uma centrífuga acoplada, onde o leite é clarificado e

desnatado, conforme destino que será dado ao mesmo.

− Envase do leite pasteurizado, para comercialização:

Após a pasteurização, o leite é enviado e armazenado em tanque isotérmico,

que é conduzido para o tanque pulmão (20 litros) da máquina de embalagem,

localizado na parte superior da mesma. Após, vai ao dosador, que contém um jogo

de peneiras, para a última filtração, ajustado em um litro. A bobina deve ser

devidamente colocada na máquina, e à medida que vai s desenrolando é

esterilizada em lâmpada ultravioleta, sendo, posteriormente, conformada na parte

externa do dosador, no qual sofre fusão por temperatura, soldando-se

longitudinalmente, e, ao chegar na boca do dosador, recebe leite, automaticamente,

e solda-se transversalmente, separando-se das demais embalagens.

Posteriormente, as embalagens são colocadas em caixas plásticas e armazenadas

em câmaras, seguindo para a distribuição.

b) Características do produto final: leite fluido pasteurizado e classificado, conforme

o teor de gordura, como leite integral ou leite desnatado.

c) Prazo de validade: 4 dias.

d) Instrução do rótulo: mantenha na temperatura de 0°C a 10°C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar a temperatura e o tempo.

− Queijo Lanche

Descrição do produto:

a) Preparação: para fabricação de queijo lanche a partir de 1000 litros de leite,

segue-se os procedimentos.

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1) Utilizar leite pasteurizado e padronizado, com gordura entre 3,1 – 3,2% e 15 a

18°D de acidez.

2) 2.Bombear, do tanque isotérmico, onde está estocado, para o tanque de

produção (queijomatic).

3) Aquecer a temperatura de 34ºC.

4) Adicionar ao leite: solução de Cloreto de cálcio (400 ml); cultura liofilizada

(1envelope); nitrato de sódio (100 g); corante urucum (30 ml); coalho (20 g).

5) Homogeneizar, lentamente, por 3 – 4 minutos.

6) Coagular em 45 minutos.

7) Cortar a coalhada durante 10 minutos, à temperatura de 38°C, aplicando vapor

(camisa).

8) Deixar a massa em repouso por 5 minutos e retirar 30% do soro.

9) Aquecer, através da adição de água à temperatura de 80 – 85°C e vapor

(camisa), sob agitação, até atingir 45ºC.

10) Mexedura durante 40 minutos.

11) Fazer a pré-prensagem durante 15 minutos.

12) Retirar o soro.

13) Enformar.

14) Prensagem pneumática por 1 hora.

15) Virar e prensar por mais uma hora.

16) Desligar a prensa e deixar em repouso até o outro dia.

17) Transferir para o tanque de salga a temperatura de 8 a 10°C, durante 48 horas

para queijos de 2 kg.

18) Secagem.

19) Embalagem a vácuo.

20) Maturação em câmara fria durante 10 dias.

Fluxo de fabricação de queijo lanche (Figura 2).

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Leite pasteurizado � Temperatura: 34o C � Adição de cloreto de cálcio � Adição do cultura liofilizada � Adição de nitrato de sódio � Adição do corante de urucum � Adição do coalho � Coagulação – repouso � Corte da coalhada � Repouso de 5 minutos � Retirar 30% do soro � Aquecimento da massa com água � Mexedura � Pré-prensagem � Dessoragem � Enformagem � Prensagem � Salga � Embalagem � Maturação

Figura 2 – Fluxo de fabricação de queijo lanche.

b) Características do produto final: queijo gordo, massa semi-cozida, cor amarelado,

de média umidade.

c) Prazo de validade: 60 dias.

d) Instruções no rótulo: mantenha resfriado de 0°C a 10°C, pesar na presença do

consumidor.

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e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

Para manter as especificações de fabricação e melhoria contínua, é realizado,

pelo estagiário, o monitoramento do processo, e a verificação, ações corretivas e

atualização dos processos, pelo responsável da produção, químico e diretor da UEL,

através da implantação da planilha de controle (Quadro 11 a 19). O monitoramento

foi desenvolvido durante a realização desse trabalho.

Monitoramento e controle de fabricação e qualidade de queijo lanche (Quadro 11).

Quadro 11 – Planilha de controle operacional para produção de queijo lanche.

Planilha de controle operacional para produção de queijo lanche

Data:

Responsável:

Leite Volume

SNAP

Gordura

Acidez

Temperatura

Pré-Maturação do fermento

Temperatura

Tempo

Coagulação Temperatura

Tempo

Corte Tempo

pH do soro

Acidez do soro

Dessoragem Tempo da primeira mexedura

Adição de água %

Temperatura da água

Temperatura final de aquecimento

Tempo da segunda mexedura

Pré-prensagem Tempo

Prensagem Pressão

Tempo

Salga Início (hora)

Final (hora)

Concentração de sal

Maturação Tempo de secagem

Tempo de maturação

Embalagem (dia)

Rendimento Número de peças (2kg)

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− Queijo Minas Padrão

Descrição do produto:

a) Preparação: para fabricação de queijo minas padrão, a partir de 1000 litros de

leite, segue-se os procedimentos.

1) Utilizar leite pasteurizado, e padronizado, com gordura entre 3,3 – 3,4%, e 15 a

18°D de acidez.

2) 2.Bombear, do tanque isotérmico, onde está estocado, para o tanque de

produção (queijomatic).

3) Aquecer à temperatura de 34ºC.

4) Adicionar ao leite: solução de Cloreto de cálcio (400 ml); cultura liofilizada (1

envelope); nitrato de sódio (100 g); coalho (20 g).

5) Homogeneizar lentamente por 3 – 4 minutos.

6) Coagular em 45 minutos.

7) Cortar a coalhada durante 10 minutos aquecendo a temperatura de 38°C,

aplicando vapor (camisa).

8) Mexedura durante 40 minutos.

9) Fazer a pré-prensagem durante 15 minutos.

10) Retirar o soro.

11) Enformar.

12) Prensagem pneumática por 1 hora.

13) Virar e prensar por mais uma hora.

14) Desligar a prensa e deixar em repouso, até o outro dia.

15) Transferir para o tanque de salga, à temperatura de 8 a 10°C, durante 24 horas,

para queijos de 1 kg.

16) Secagem.

17) Embalagem a vácuo

18) Maturação em câmara fria, durante 15 dias.

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Fluxo de fabricação queijo minas padrão (Figura 3).

Leite pasteurizado e padronizado � Temperatura: 34° C � Adição de cloreto de cálcio � Adição de cultura liofilizada � Adição de nitrato de sódio � Adição de coalho � Homogeneizar � Coagulação – repouso � Corte da coalhada � Mexedura � Pré-prensagem � Dessoragem � Enformagem � Prensagens � Salga em Salmoura � Secagem � Embalagem � Maturação

Figura 3 – Fluxo de Fabricação Queijo Minas Padrão.

− Salmoura

1) Ingredientes: água e sal.

2) Padrão: concentração (17 a 20°Be); temperatura (8 a 10°C); acidez (20 a 45°D);

pH (5,0 – 5,2).

3) Preparo: 20 kg de sal, para 100 litros de água; aquecer a temperatura de 90 –

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95°C; esfriar até o dia seguinte e transferir para o tanque de salga; proceder às

correções dos padrões utilizando hidróxido de sódio e ácido lático.

4) Conservação: eliminar diariamente os sólidos; analisar a cada 3 dias de uso o

teor de sal e fazer as correções.

5) Recuperação: aquecer a 90 – 95°C; repouso até o dia seguinte; proceder às

correções dos padrões.

b) Características do produto final: queijo de média umidade e massa crua prensada.

c) Prazo de validade: 60 dias.

d) Instruções no rótulo: mantenha resfriado de 0°C a 10°C e deve ser pesado em

presença do consumidor.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

Monitoramento e controle de fabricação e qualidade de queijo minas padrão

(Quadro 12).

Quadro 12 – Planilha de controle operacional para produção de queijo minas padrão.

Planilha de controle operacional para produção de queijo minas padrão

Data:

Responsável:

Leite Volume

SNAP

Gordura

Acidez

Temperatura

Pré-maturação do fermento Temperatura

Tempo

Coagulação Temperatura

Tempo

Corte Tempo

pH do soro

Acidez do soro

Dessoragem Tempo da primeira mexedura

Pré-prensagem Tempo

Prensagem Pressão

Tempo

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(cont. Quadro 12)

Salga Início (hora)

Final (hora)

Concentração de sal

Maturação Tempo de secagem

Tempo de maturação

Embalagem (dia)

Rendimento Número de peças (1kg)

− Queijo Minas Frescal

a) Preparação: para fabricação de queijo minas frescal, a partir de 1000 litros de

leite, segue-se os procedimentos.

1) Utilizar leite pasteurizado, e padronizado com gordura entre 3,0 – 3,1%, e 15 a

18°D de acidez.

2) Bombear, do tanque isotérmico, onde está estocado, para o tanque de

produção, com parede dupla.

3) Aquecer a temperatura de 34ºC.

4) Adicionar ao leite: solução de Cloreto de cálcio (400 ml); 10 litros de iogurte

natural; coalho (20 g).

5) Homogeneizar, lentamente, por 3 – 4 minutos.

6) Coagular em 45 minutos.

7) Cortar a coalhada durante 2 – 4 minutos, aquecendo à temperatura de 38°C,

aplicando vapor (camisa).

8) Mexedura durante 25 - 30 minutos.

9) Enformar com soro, com auxílio de escorredor.

10) Deixar em repouso por 1 hora e aplicar sal a seco em um dos lados.

11) Virar e salgar o outro lado.

12) Refrigerar, imediatamente, em câmara fria, durante 24 horas.

13) Embalagem a vácuo

Fluxo de Fabricação queijo minas frescal (Figura 4).

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Leite pasteurizado e padronizado � Temperatura: 34° C � Adição de cloreto de cálcio � Adição de iogurte natural � Adição do coalho � Homogeneizar � Coagulação – repouso � Corte da coalhada � Mexedura � Enformar com soro � Salga � Enformagem � Viragem � Câmara fria � Embalagem

Figura 4 – Fluxo de Fabricação Queijo Minas Frescal.

b) Características do produto final: queijo semi-gordo, de alta umidade, a ser

consumido fresco.

c) Prazo de validade: 30 dias.

d) Instruções no rótulo: mantenha resfriado de 0°C a 10°C, e deve ser pesado em

presença do consumidor.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

Monitoramento e controle de fabricação e qualidade do queijo minas frescal

(Quadro 13).

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Quadro 13 – Planilha de controle operacional para produção de queijo minas frescal.

Planilha de controle operacional para produção de queijo minas frescal

Data:

Responsável:

Leite Volume

SNAP

Gordura

Acidez

temperatura

Fermento Volume (litros de iogurte)

Coagulação Temperatura

Tempo

Corte Tempo

Dessoragem Tempo de repouso

Tempo de mexedura

Acidez do soro

Ph do soro

Salga Adição ao queijo

Rendimento Número de peças (800g)

− Queijo Ricota

a) Preparação: para fabricação de ricota a partir de 100 litros de soro, segue-se os

procedimentos.

1) Utilizar soro fresco.

2) Bombear, do tanque de fabricação de queijo, para o tacho e a fermenteira.

3) Aquecer até 70ºC, com agitação constante, e adicionar 13 litros de leite integral.

4) Aquecer até 75°C, adicionar 500 ml de vinagre e desligar o agitador.

5) Aquecer até 80°C, para precipitação dos flocos de proteínas.

6) Retirar os flocos com auxílio de escorredor.

7) Deixar escoar o soro, por 24 horas, na câmara.

8) Embalar em potes de 200 -400 g.

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Fluxo de fabricação da ricota (Figura 5).

Soro fresco � Aquecimento até 70ºC � Adição de leite integral � Aquecimento até 75ºC � Acidificação – final da agitação � Floculação – final de aquecimento � Retirar flocos � Escoar o soro � Embalagem

Figura 5 – Fluxo de Fabricação da Ricota.

b) Características do produto final: queijo de alta umidade, não prensado, sem sal, a

ser consumido fresco.

c) Prazo de validade: 30 dias.

d) Instruções no rótulo: mantenha resfriado de 0°C a 10°C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

− Queijo Quark

a) Preparação: para fabricação de queijo quark, a partir de 50 litros de leite, segue-

se os procedimentos.

1) Utilizar leite pasteurizado, e padronizado, com gordura entre 3,0 – 3,1%, e 15 a

18°D de acidez.

2) Receber o leite, direto do pasteurizador para a panela inoxidável de produção,

na temperatura de 20ºC.

3) Adicionar ao leite: solução de Cloreto de cálcio (20 ml); cultura liofilizada (1

pitada); coalho (1 g ou 4,0 ml).

4) Homogeneizar, lentamente, por 1 minutos.

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5) Coagular em 24 minutos, na temperatura ambiente.

6) Cortar a coalhada.

7) Mexedura durante 2 – 3 minutos.

8) Dessorar, com auxílio de jarra, em formas providas de dessorador.

9) Deixar em repouso, por 24 horas, na câmara fria.

10) Embalagem em potes de 250 g.

Fluxo de fabricação do queijo quark (Figura 6).

Leite pasteurizado e padronizado � Temperatura: 20° C � Adição de cloreto de cálcio � Adição cultura láctea � Adição do coalho � Homogeneizar � Coagulação – repouso � Corte da coalhada � Mexedura � Dessorar � Repouso em câmara fria � Embalagem

Figura 6 – Fluxo de Fabricação do Queijo Quark.

b) Características do produto final: queijo de altíssima umidade, a ser consumido

fresco.

c) Prazo de validade: 30 dias.

d) Instruções no rótulo: mantenha resfriado de 0°C a 10°C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

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Monitoramento e controle de qualidade do queijo quark (Quadro 14).

Quadro 14 – Planilha de controle operacional para produção de queijo quark.

Planilha de controle operacional para produção de queijo quark

Data:

Responsável:

Leite Volume

SNAP

Gordura

Acidez

temperatura

Coagulação Temperatura

Tempo

Corte Tempo

Dessoragem Tempo de mexedura

Acidez do soro

pH do soro

tempo (na câmara)

Rendimento Massa (kg)

− Queijo Boursin

a) Preparação: para fabricação de boursin, a partir 1 kg de queijo quark, segue-se os

procedimentos.

1) Utilizar queijo quark, conforme técnica de elaboração, citada anteriormente.

2) Transferir para bacia inoxidável.

3) Adicionar, ao queijo quark, conforme sabor fabricado: azeitona (50 g de azeitona

batida em liquidificador); orégano (1 colher de sopa rasa de orégano); provolone

(0,4 ml de aroma de provolone); cheddar: 0,4 ml de aroma de Cheddar.

4) Homogeneizar manualmente.

5) Embalar em potes de 250 g.

Fluxo de fabricação do queijo boursin (Figura 7).

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Queijo quark � Adição de sabor � Homogeneizar manualmente � Embalagem

Figura 7 – Fluxo de Fabricação do Queijo Boursin.

b) Características do produto final: queijo de altíssima umidade, temperado, a ser

consumido fresco.

c) Prazo de validade: 30 dias.

d) Instruções no rótulo: mantenha resfriado de 0°C a 10°C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

− Queijo Petit Suisse

a) Preparação: para fabricação de petit suisse a partir 1 kg de queijo quark, segue-

se os procedimentos.

1) Utilizar queijo quark, conforme técnica de elaboração, citada anteriormente.

2) Transferir para o copo da batedeira.

3) Adicionar ao queijo quark: doce de leite (1 kg); gelatina (2 caixas de 85 g diluídas

em 1 litro de água, conforme instrução do fabricante); polpa de fruta (180 g);

aroma (1,8 ml).

4) Homogeneizar utilizando a batedeira.

5) Embalar em potes de 120 g.

6) Resfriar na câmara.

Fluxo de fabricação do petit suisse (Figura 8).

Queijo quark � Adição de sabor � Homogeneizar com batedeira � Embalagem

Figura 8 – Fluxo de Fabricação do Queijo Petit Suisse.

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b) Características do produto final: queijo de altíssima umidade, aromatizado e

colorido, a ser consumido fresco.

c) Prazo de validade: 30 dias.

d) Instruções no rótulo: mantenha resfriado de 0°C a 10°C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

− Doce de Leite

a) Preparação: para fabricação de doce de leite, a partir de 150 litros de leite, segue-

se os procedimentos.

1) Utilizar leite cru, fresco e resfriado.

2) Transferir para o tacho de produção com parede dupla.

3) Adicionar ao leite: bicarbonato de sódio (65g); açúcar cristal (30 kg); creme de

leite (20 kg).

4) Evaporar, com agitação constante.

5) Adicionar 1350g de glicose em pó, quando a concentração de açúcar estiver em

65ºBrix.

6) Cessar o aquecimento em 70ºBrix, abrir o purgador e circular água fria, até

temperatura de 75 – 80ºC.

7) Embalar em potes de 250 e/ou 500 g.

Observação: Para a fabricação de doce de leite sabor chocolate, acrescenta-se 20g

de cacau, de boa qualidade, para cada 1 kg de doce de leite, na

temperatura de 75 – 80°C.

Fluxo de fabricação do doce de leite (Figura 9).

Leite fresco � Adição de bicarbonato de sódio � Adição do açúcar � Concentração � Adição de glicose � Ponto do Doce � Resfriamento do Doce � Embalagem

Figura 9 – Etapas de Fabricação do Doce de Leite.

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b) Características do produto final: doce de leite cremoso

c) Prazo de validade: 60 dias.

d) Instruções no rótulo: Mantenha resfriado de 0°C a 10°C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

Monitoramento e controle de qualidade do doce de leite (Quadro 15).

Quadro 15 – Planilha de controle operacional para produção de doce de leite.

Planilha de controle operacional para produção de doce de leite

Data:

Responsável:

Leite Volume

Gordura

Acidez

Temperatura

Redução da acidez Quantidade de bicarbonato de

sódio

Acidez final

Adição de açúcar Quantidade

Momento da adição

(temperatura)

Adição de amido Quantidade

Momento da adição (tempo)

Adição de glicose Quantidade

Momento da adição (tempo)

Ponto Final Brix %

Resfriamento Temperatura

Rendimento Número de potes (500g)

− Creme de Leite Pasteurizado

a) Preparação: para fabricação de creme de leite (nata), a partir de 100 litros de

creme, segue-se os seguintes procedimentos.

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175

1) Utilizar creme de leite com gordura padronizada, entre 49 a 52%. Esta

padronização é feita com leite desnatado.

2) Transferir para o tacho de produção, com parede dupla.

3) Pasteurizar a temperatura de 63 – 65ºC, durante 30 minutos.

4) Resfriar, no tacho, com circulação de água fria

5) Armazenar em câmara fria, à temperatura de 4°C.

6) Embalar em potes de 400 g.

Fluxo de fabricação do creme de leite (Figura 10).

Creme de leite � Aquecer temperatura 63 – 65°C/30 min � Resfriar � Armazenar em câmara fria � Embalagem

Figura 10 – Fluxo de Fabricação do Creme de Leite.

b) Características do produto final: creme de alto teor de gordura.

c) Prazo de validade: 30 dias

d) Instruções no rótulo: mantenha resfriado de 0°C a 10°C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

Monitoramento e controle de qualidade do creme de leite (Quadro 16).

Quadro 16 – Planilha de monitoramento de tempo e temperatura de pasteurização do creme de leite.

Planilha de monitoramento de tempo e temperatura de

pasteurização do creme de leite

DATA INÍCIO

(hora)

FINAL

(hora) TEMPERATURA VOLUME RESPONSÁVEL

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− Iogurte Natural Desnatado

a) preparação: para fabricação de iogurte natural desnatado, a partir de 500 litros de

leite, segue-se os procedimentos.

1) Utilizar leite pasteurizado, com gordura 0,5 %, e 15 a 17°D de acidez.

2) Bombear, do tanque isotérmico, onde está estocado, para a fermenteira.

3) Aquecer à temperatura de 90ºC, de 3 - 5 minutos.

4) Resfriar à temperatura de 41°C.

5) Adicionar, ao leite, cultura liofilizada, para iogurte.

6) Incubar, durante 4 horas, até pH 5,4, ou 60°D.

7) Resfriar, circulando água gelada, durante 18 horas.

8) Quebrar o gel com agitação mecânica.

9) Embalar em garrafas de 1 litro.

10) Armazenar em câmara fria.

Fluxo de fabricação de iogurte natural desnatado (Figura 11).

Leite desnatado � Aquecer a 90°C / 3 -5 min � Resfriamento a 41 ºC � Adição de cultura � Incubação durante 4 horas/pH 5,4 � Resfriar durante 18 horas � Quebrar o gel � Envase

Figura 11 – Fluxo de Fabricação de Iogurte Natural Desnatado.

b) Características do produto final: leite pasteurizado fermentado, desnatado sem

adições.

c) Prazo de validade: 45 dias.

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177

d) Instruções no rótulo:Agite antes de beber, consumir em até 5 dias, após aberto, e

mantenha resfriado de 0°C a 10 °C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

− Iogurte Sabores

a) Preparação: para fabricação de iogurte sabores, a partir de 500 litros de leite,

segue-se os procedimentos.

1) Utilizar leite pasteurizado, com gordura 3,0 %, e 15 a 17°D de acidez.

2) Bombear do tanque isotérmico, onde está estocado, para a fermenteira.

3) Adicionar ao leite: açúcar: para o sabor morango 55 kg, para os demais 50 kg;

corante: somente para o sabor morango 3 g.

4) Aquecer à temperatura de 90ºC, por 3 - 5 minutos.

5) Resfriar à temperatura de 41°C.

6) Adicionar, ao leite, cultura liofilizada para iogurte.

7) Incubar, durante 4 horas, até pH 5,4, ou 60°D.

8) Resfriar, circulando água gelada, durante 18 horas.

9) Quebrar o gel com agitação mecânica.

10) Adicionar polpa de fruta e aroma.

11) Envasar em garrafas de 1 litro.

12) Armazenar em câmara fria.

Observação: As quantidades de polpa e aroma variam de acordo com o sabor e

estão descritos no Quadro 17:

Quadro 17 – Quantidades de polpa e aroma no iogurte sabores.

Sabor Quantidade d e polpa Quantidade de aroma

Abacaxi 10 kg 300 ml

Ameixa 10 kg 200 ml

Côco 15 kg 150 ml

Mel 5 kg 150 ml

Pêssego 15 kg 400 ml

Morango 15 kg 300 ml

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178

Fluxo de fabricação de iogurte sabores (Figura 12).

Leite e açúcar � Aquecer a 90°C / 3 -5 min � Resfriamento a 41 ºC � Adição de cultura � Incubação durante 4 horas/pH 5,4 � Resfriar durante 18 horas � Quebrar o gel � Adição de polpa de fruta e aroma � Envase

Figura 12 – Fluxo de Fabricação de Iogurte Sabores.

b) Características do produto final: leite pasteurizado fermentado, integral com adições.

c) Prazo de validade:45 dias.

d) Instruções no rótulo: Agite antes de beber, consumir em até 5 dias após aberto e

mantenha resfriado de 0°C a 10 °C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

Monitoramento e controle de qualidade do iogurte sabores (Quadro 18).

Quadro 18 – Planilha operacional para produção de iogurte.

Planilha operacional para produção de iogurte

Data:

Responsável:

Leite SNAP

Volume

Gordura

Acidez

Adição de açúcar

Temperatura de pasteurização

Temperatura final de resfriamento

Incubação Tempo

Acidez final

pH final

Quebra do gel Temperatura

Adição de polpa de fruta

Aroma

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179

− Mousse

a) Preparação: Para fabricação de mousse, a partir 1 kg de creme de leite, segue-se

os procedimentos.

1) Utilizar creme de leite pasteurizado.

2) Transferir para o copo da batedeira.

3) Adicionar ao creme de leite: doce de leite (1 kg); leite (1 litro).

Para o sabor chocolate: 100 g de chocolate em pó.

Para o sabor maracujá: 250 ml de suco de maracujá.

4) Homogeneizar, utilizando-se a batedeira.

5) Embalar em potes de 120 g.

6) Resfriar na câmara.

Fluxo de fabricação do mousse (Figura 13).

Creme de leite � Adição de leite � Adição de doce de leite � Adição de sabor � Homogeneizar com batedeira � Embalagem

Figura 13 – Fluxo de Fabricação do Mousse.

b) Características do produto final: Sobremesa láctea, cremosa.

c) Prazo de validade: 10 dias.

d) Instruções no rótulo: mantenha resfriado de 0°C a 10 °C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar o tempo e a temperatura.

− Sorvete

a) Preparação: para fabricação de sorvete, a partir 58 litros de leite, segue-se os

procedimentos.

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180

Preparação da calda

Na batedeira:

1) Utilizar 8 litros de leite pasteurizado.

2) Transferir para o copo da batedeira.

3) Adicionar ao leite: leite em pó (3,5 kg); amido (4 kg).

4) Homogeneizar.

No tacho de parede dupla:

1) Utilizar 50 litros de leite.

2) Transferir para o tacho.

3) Adicionar ao leite: glicose (2,7 kg); creme de leite (5 kg); o conteúdo

homogeneizado da batedeira.

4) Pasteurizar a mistura: 70°C durante 30 minutos.

5) Resfriar em câmara.

6) Armazenar durante 48 horas, no máximo.

Preparação do sorvete

Na sorveteira:

1) Utilizar 3 litros de leite pasteurizado.

2) Transferir para o copo da batedeira.

3) Adicionar ao leite: açúcar (1 kg); calda (2 litros); sabor (100 g, chocolate usar o

dobro); liga neutra (50 g); emustab (70 g).

4) Levar a mistura para a sorveteira para congelar e incorporar ar (overrun)

5) Embalar em potes de 250 e 1000 ml.

6) Armazenar em freezer.

Fluxo de fabricação do sorvete (Figura 14).

Preparação da Calda � Pasteurização � Resfriamento � Maturação � Congelamento � Embalagem

Figura 14 – Etapas de Fabricação do Sorvete.

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181

b) Características do produto final: sorvete de massa.

c) Prazo de validade: 6 meses.

d) Instruções no rótulo: conservar a -18°C ou mais e para exposição/consumo, -

12°C.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar tempo e temperatura.

Monitoramento e controle de qualidade do sorvete (Quadro 19).

Quadro 19 – Planilha de monitoramento de tempo e temperatura de pasteurização do MIX para sorvete.

Planilha de monitoramento de tempo e temperatura de

pasteurização do MIX para sorvete

DATA INÍCIO

(hora)

FINAL

(hora) TEMPERATURA VOLUME RESPONSÁVEL

− Manteiga sem Sal

a) Preparação: para fabricação de manteiga, a partir 50 litros de creme de leite (1/3

do volume do tacho de inoxidável), segue-se os seguintes procedimentos.

1) Utilizar creme de leite pasteurizado.

2) Transferir para o misturador inoxidável.

3) Bater durante 20 – 40 minutos, até a formação de grãos.

4) Escoar o leitelho.

5) Lavar com água fria.

6) Fazer a malaxagem (amassamento).

7) Embalar em blocos em filme branco.

8) Armazenamento de curta duração, na câmara fria (para armazenamento

prolongado em freezer).

9) Fracionar e embalar, em bandejas e envoltas em filme transparente aderente,

para rápido consumo, a fim de evitar alterações por oxidação.

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182

Fluxo de fabricação da manteiga (Figura 15).

Creme do leite � Bateção do creme � Lavagem da Manteiga � Malaxagem � Enformagem � Conservação � Fracionamento � Embalagem

Figura 15 – Fluxo de Fabricação da Manteiga.

b) Características do produto final: manteiga sem sal.

c) Prazo de validade: 30 dias.

d) Instruções no rótulo: não aplicável.

e) Controles especiais, durante a distribuição: monitorar tempo e temperatura.

Controle de Qualidade

Para matéria-prima, o transportador recolhe, diariamente, amostras de leite,

por produtor, em garrafas plásticas de 200 ml, transportadas em caixas de isopor,

para as análises e físico-químicas, microbiológicas, conforme legislação. A análise

de antibióticos é realizada da amostra geral do caminhão.

Quanto aos insumos, são recebidos conforme métodos padronizados, como a

verificação da data de validade, condições da embalagem e veículo transportador e

higiene do produto.

Quando do leite pasteurizado, é colhida uma amostra, de forma aleatória e

diária, logo após a saída da envasadora, onde são realizadas as análises físico-

químicas e microbiológicas necessárias.

Nos derivados, são realizadas análises microbiológicas mensais, e as

amostras são recolhidas de forma aleatória.

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183

Os resultados das análises são avaliados, identificados, controlados e

armazenados no computador do laboratório, e em CD.

Sobras

Retalhos de queijo da fatiadeira, e toillet do queijo, são embalados à vácuo e

vendidos como retalhos, a um custo reduzido, para pastelarias e pizzarias.

Produtos vencidos são recolhidos dos locais de venda, colocados em sacos

plásticos, bem fechados, e vão para a lixeira. Esse tipo de sobra é pequeno, pois os

produtos são fabricados e distribuídos de acordo com a demanda.

O leite fluido, quando retorna, é desprezado na caixa de resíduos de soro,

para que seja aproveitado como alimentação animal.

Distribuição

a) Transporte interno:

Dentro da Usina, os derivados, logo após sua fabricação, são colocados em

caixas plásticas, conforme tipo de produto, e transportados em carrinhos metálicos

e/ou esteiras, para imediato, resfriamento, ou congelamento.

b) Transporte externo:

Os derivados, que aguardam transporte, são identificados por rótulo, com

designação do produto, data de preparação e data de validade. A manteiga não

possui rótulo.

Os produtos são transportados para os postos de vendas, diariamente, em

veículos não refrigerados, mas específicos para essa atividade.

O leite fluido é transportado em caminhão baú, nas respectivas caixas

plásticas, com 10 litros cada.

Os derivados são transferidos da câmara fria para caixas de polietileno (tipo

caixa de rancho), que são colocadas nos veículos, sobre tapetes de borracha

removíveis, de forma a evitar danos e contaminações.

O sorvete, que é comercializado apenas no campus, é transportado em

caixas de isopor.

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6 Procedimento operacional padrão

6.1 POP 1 – Operações de higienização de instalações, equipamentos, móveis e

utensílios

a) Objetivos:

− Informar a natureza da superfície a ser higienizada;

− Estabelecer procedimentos de higienização;

− Estabelecer o princípio ativo selecionado (concentração, tempo de contato, com

agentes químicos e/ou físicos utilizados, temperatura, etc.).

b) Documentos de referência: na seção 4 do Manual de BPF.

c) Campo de aplicação: aplica-se, na área de recepção, rotulagem, armazenamento,

beneficiamento, industrialização, didática, administração, refeitório e externa.

d) Responsabilidade:

− Todos os manipuladores são responsáveis pela aplicação dos procedimentos

descritos;

− A direção e o químico são responsáveis para definirem critérios técnicos a fim de

aquisição utilização e armazenamento dos produtos químicos;

− Os setores especializados, da Prefeitura do Campus são responsáveis pelas

instalações e projetos sanitários;

− A COOPROL é responsável pela aquisição, instalação e manutenção de

equipamentos, móveis e utensílios;

− O estagiário é responsável pelo preenchimento das planilhas de controle para os

procedimentos. Após, segue item 6.1.h.

e) Descrição: na seção 6.4, do Manual de BPF, estão descritos os procedimentos e

instruções de trabalho para:

− Limpeza e sanitização de instalações, móveis, equipamentos e utensílio;

− Utilização e estocagem de produtos químicos;

− Manutenção das instalações.

f) Monitoramento: realizado através de registros periódicos, em planilhas, que para

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esses procedimentos são:

− Planilha para controle de aquisição, avaliação de entrada, armazenamento e

diluição de produtos químicos (Quadro 20).

Quadro 20 – Planilha de controle de aquisição, avaliação de entrada, armazenamento e diluição de

produtos químicos.

Planilha de controle de aquisição, avaliação de entrada, armazenamento e

diluição de produtos químicos:

Data:

Resposável:

Chek list Sim Não Ação corretiva

Está ocorrendo a avaliação dos produtos no

recebimento (controle do rótulo, embalagem

e nota fiscal)?

Os produtos químicos estão sendo

armazenados adequadamente?

Todos os produtos de limpeza possuem

rótulos?

Durante o manuseio estão sendo utilizados

os EPIs recomendados?

As diluições estão sendo feitas conforme o

Manual de BPF?

Os utensílios de limpeza (escovas,

vassouras esponjas) estão em bom estado e

em armazenados em local adequado?

Responsável: operador do pasteurizador;

Freqüência: mensal.

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Planilha para controle de operações de higienização (Quadro 21).

Quadro 21 – Planilha para controle de operações de higienização.

Planilha para controle de operações de higienização

Data:

Resposável:

Chek list Sim Não Ação corretiva

Estão sendo realizadas as operações de

higienização conforme treinamento e

descritos no Manual de BPF?

Os procedimentos de higienização do

pasteurizador e envasadoras estão sendo

executados, diariamente, e conforme o

descrito no Manual de BPF?

Os tanques, tachos e utensílios estão

sendo higienizados adequadamente, antes

e após o uso?

Dos ralos, estão sendo retirado, após o

uso, os resíduos sólidos?

A higienização das formas e dos

dessoradores está sendo executada de

forma correta?

Os panos de higienização estão sendo

lavados, após o uso, e deixados em

solução clorada?

As janelas, tetos e paredes estão

recebendo limpeza adequada e periódica?

Externamente, as calçadas e paredes

estão recebendo limpeza adequada e

periódica?

Os ventiladores e exaustores estão

recebendo limpeza periodicamente?

Responsável: estagiário;

Freqüência: semanal.

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− Laudos de análises microbiológicas das superfícies (swab):

Responsável: químico;

Freqüência: semestral.

g) Ações corretivas:

− Quanto aos produtos químicos: troca de fornecedor, para atendimento das

especificações; armazenamento de forma correta dos produtos e treinar,

novamente, os responsáveis;

− Quanto a higienização: realizar, diariamente, as operações, antes e após o uso;

higienizar, novamente, os utensílios, equipamentos, instalações que não estejam

limpos e desinfetados de forma adequada, e manter treinamento dos

manipuladores nos procedimentos de higiene.

h) Verificação: executada pelo químico e diretor, através da análise semestral das

planilhas e resultados dos exames microbiológicos. Os dados, a avaliação dos

dados, análise dos resultados das atividades de verificação e atualização dos

processos são comunicados a todos os responsáveis pelo procedimento para que

façam uma análise crítica em reunião e, posteriormente, fiquem armazenados no

computador do laboratório e em CD.

6.2 POP 2 – Controle de potabilidade as água

a) Objetivo: estabelecer procedimentos relativos ao controle da potabilidade da

água.

b) Documentos de referência: Portaria MS nº 1469, de 29 de dezembro de 2000 –

Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano.

c) Campo de aplicação: aplica-se à área de abastecimento da Usina.

d) Responsabilidade:

− O químico é responsável pela verificação do cumprimento desses procedimentos;

− O setor especializado, da Prefeitura do Campus, é responsável execução desses

procedimentos.

e) Descrição: na seção 3, do Manual de BPF, estão descritos os procedimentos e

instruções de trabalho desta atividade.

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188

f) Monitoramento: é realizado através de registros periódicos, em planilhas, que

para esse procedimento é:

Planilha para controle da limpeza da caixa d’água (Quadro 22):

Quadro 22 – Planilha para controle da limpeza da caixa d’água.

Planilha para controle de limpeza da caixa d’água

Data:

Resposável:

Chek list Sim Não Ação corretiva

Os procedimentos de limpeza estão de

acordo com o descrito no Manual de BPF?

Foram utilizados os reativos e quantidades

certas?

A periodicidade da execução do serviço

está sendo respeitada?

A freqüência, das análises de potabilidade,

está sendo respeitada?

Responsável: químico;

Freqüência: semestral.

− Laudos de análises microbiológicas arquivados na Prefeitura.

Responsável: químico;

Freqüência: semestral.

g) Ações corretivas: quanto a limpeza da caixa d’água, reativos utilizados e

periodicidade: Entrar em contato com a Prefeitura para solucionar a

inconformidade.

h) Verificação: executada pelo químico e diretor, através da análise semestral da

planilha e resultados dos exames microbiológicos realizados pela prefeitura. Os

dados, a avaliação dos dados, análise dos resultados das atividades de

verificação e atualização dos processos são comunicados a todos os

responsáveis pelo procedimento para que façam uma análise crítica em reunião

e, posteriormente, fiquem armazenados no computador do laboratório e em CD.

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6.3 POP 3 – Higiene e saúde dos manipuladores

a) Objetivos:

− Estabelecer procedimentos, etapas, freqüência e os princípios para a lavagem de

mãos do manipulador;

− Estabelecer procedimentos de higiene pessoal para os manipuladores de

alimentos;

− Estabelecer medidas nos casos em que manipuladores apresentem lesões nas

mãos e sintomas de enfermidades ou suspeita de problema de saúde que possa

comprometer a segurança do alimento;

− Manter os exames e periodicidade de sua realização;

− Estabelecer programa de capacitação com carga horária, freqüência e conteúdo

programático.

b) Documentos de referência: Lei n° 6514, de 12 de dezembro de 1977 – Legislação

em Segurança e Saúde do Trabalho.

c) Campo de aplicação: aplica-se aos manipuladores das áreas de: recepção,

rotulagem, armazenamento, beneficiamento, industrialização.

d) Responsabilidade:

− O químico é responsável pelo cumprimento das datas de execução dos exames

médicos periódicos e para encaminhamento de colaboradores para avaliação

médica realizados pela junta médica;

− O estagiário é responsável pelo preenchimento das planilhas de controles para

estes procedimentos. Após segue item 6.3.h;

− O diretor da Usina é responsável pelos treinamentos dos manipuladores de

alimentos.

e) Descrição: na seção 2, do Manual de BPF, estão descritos os procedimentos e

instruções de trabalho das atividades.

f) Monitoramento: é realizado através de registros periódicos, em planilhas, que

para esses procedimentos são:

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Planilha para controle das condições de saúde do manipulador (Quadro 23).

Quadro 23 – Planilha para controle de condições de saúde do manipulador.

Planilha para controle de condições de saúde do manipulador

Data:

Resposável:

Chek list Colaborador Ação corretiva

Colaborador com lesão (cortes, furúnculos) nas

mãos e braços.

Colaborador com infecções nos olhos e

garganta, com febre, diarréia, resfriados, gripes,

vômito icterícia.

Responsável: estagiário;

Freqüência: mensal.

Planilha para controle da higiene e comportamento do manipulador (Quadro 24).

Quadro 24 – Planilha para controle de higiene e comportamento do manipulador.

Planilha para controle de higiene e comportamento do manipulador

Data:

Resposável:

Chek list Sim Não Ação corretiva

Uniformes e botas de borracha, limpas, em bom

estado de conservação e uso de avental

impermeável, quando recomendado?

Cabelos totalmente cobertos por uma proteção?

Unhas curtas e sem esmalte?

Os manipuladores estão barbeados?

Os colaboradores evitam comportamentos como:

fumar, tossir, cuspir, espirrar, sobre os alimentos,

manipular dinheiro e celular, ou comer?

Os colaboradores, no local de trabalho, utilizam

adornos?

Os funcionários lavam as mãos sempre que

necessário, e de forma adequada?

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191

Responsável: estagiário;

Freqüência: semanal.

g) Ações corretivas:

− Quanto às condições de saúde do manipulador: afastar, o que possuir lesão, das

atividades de contato com o alimento e encaminhar o colaborador com saúde

comprometida para avaliação médica;

− Quanto a higiene e comportamento do manipulador: Colocação de cartazes

educativos e de higienização, em locais adequados, treinamentos, devidamente

registrados com lista de freqüência e substituição de uniformes e botas.

h) Verificação: executada pelo químico, através da análise semanal das planilhas.

Os dados, a avaliação dos dados, análise dos resultados das atividades de

verificação são comunicados a todos os manipuladores para que façam uma

análise crítica em reunião e, posteriormente, fiquem armazenados no computador

do laboratório, e em CD.

6.4 POP 4 – Manejo dos resíduos

a) Objetivo: estabelecer procedimentos relativos à higienização, dos coletores de

resíduos, da área de armazenamento.

b) Documentos de referência: procedimento operacional padrão 4 - POP 4

c) Campo de aplicação: este procedimento aplica-se a todas as áreas da Usina.

d) Responsabilidade:

− O químico é responsável pela verificação do cumprimento destes procedimentos;

− O estagiário é responsável pelo preenchimento das planilhas de controles para

estes procedimentos. Após segue item 6.4.h;

− Cada manipulador designado para estes procedimentos.

e) Descrição:

− O lixo é mantido, tapado e retirado uma vez ao dia, no final do processamento,

evitando, desta forma, a contaminação cruzada;

− O lixo recolhido é, predominantemente constituído de, embalagens plásticas,

papelões e papéis retirados dos rótulos adesivos;

− Os resíduos são conduzidos até a lixeira externa, utilizando-se sacos plásticos

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192

bem fechados.

− O lixo permanece na lixeira, tapada, por 48 horas, sendo a coleta feita por uma

empresa terceirizada. Este período é determinação da Prefeitura da Cidade

Universitária;

− O material coletado nos sanitários, escritórios e sala de aula é feito por empresa

terceirizada, no turno da manhã, e não interfere no fluxo da fábrica.

f) Monitoramento: é realizado através de registros periódicos, em planilhas, que para

esse procedimento é:

Planilha para controle do manejo de resíduos (Quadro 25).

Quadro 25 – Planilha para controle de manejo de resíduos.

Planilha para controle de manejo de resíduos

Data:

Resposável:

Chek list Sim Não Ação corretiva

A freqüência do recolhimento do lixo está

conforme determinação do Manual de

BPF?

A higienização dos coletores está sendo

realizada adequadamente?

As lixeiras estão sendo tampadas,

sempre?

O caminhão de coleta cumpre a rotina de

serviço?

Responsável: estagiário;

Freqüência: semanal.

g) Ações corretivas:

− Quanto aos manipuladores: manter treinamento;

− Quanto à rotina do caminhão coletor: entrar em contato com a Prefeitura do

Campus e solicitar solução quando houver não conformidade.

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193

h) Verificação: executada pelo químico, através da análise semanal da planilha. Os

dados, a avaliação dos dados, análise dos resultados das atividades de

verificação e atualização dos processos são comunicados a todos os

responsáveis pelo procedimento para que façam uma análise crítica em reunião

e, posteriormente, fiquem armazenados no computador do laboratório e em CD.

6.5 POP 5 – Manutenção e calibração dos instrumentos e equipamentos

a) Objetivo: Especificar a periodicidade e responsáveis pela manutenção dos

equipamentos e instrumentos envolvidos no processo produtivo.

b) Documentos de referência: procedimento operacional padrão 5 - POP 5.

c) Campo de aplicação: aplica-se a todas as áreas produtivas da Usina.

d) Responsabilidade:

− Colaboradores do setor de manutenção da Usina;

− NUMA, que é o setor de manutenção da UFSM;

− O manipulador do equipamento é responsável pela solicitação do serviço;

− O estagiário é responsável pelo preenchimento das planilhas de controles para

estes procedimentos. Após segue item 6.5.h.

e) Descrição: após manutenção e calibração dos equipamentos, realizada por

funcionário da manutenção, devidamente uniformizado, a higienização é feita pelo

manipulador do equipamento, conforme recomendado pelo Manual de BPF.

f) Monitoramento: é realizado através de registros periódicos, em planilhas, que

para esse procedimento é:

Planilha para controle de equipamentos que sofreram manutenção e

calibração (Quadro 26).

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194

Quadro 26 – Planilha para controle de equipamentos que sofreram manutenção e calibração.

Planilha para controle de equipamentos que sofreram manutenção e calibração

Data:

Resposável:

Chek list

Responsável pela manutenção e calibração:

Equipamento que sofreu manutenção:

Equipamento que sofreu calibração:

Periodicidade:

Responsável pela higienização:

Responsável: estagiário;

Freqüência: semanal.

g) Ações corretivas:

− Quanto aos procedimentos: entrar em contato com os setores de manutenção;

− Quanto a higienização dos equipamentos: manter treinamento.

h) Verificação: executada pelo químico, através da análise semanal da planilha. Os

dados, a avaliação dos dados, análise dos resultados das atividades de

verificação e atualização dos processos são comunicados a todos os

responsáveis pelo procedimento para que façam uma análise crítica em reunião e,

posteriormente, fiquem armazenados no computador do laboratório e em CD.

6.6 POP 6 – Controle integrado de pragas

a) Objetivo: Estabelecer procedimentos que devem contemplar as medidas

preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e/ou a

proliferação de vetores e pragas.

b) Documentos de referência: Resolução - RDC nº 18, de 29 de fevereiro de 2000.

Dispõe sobre Normas Gerais, para funcionamento de Empresas Especializadas

na prestação de serviços de controle de vetores e pragas urbanas.

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195

c) Campo de aplicação: Aplica-se a todas as áreas internas e externas da Usina.

d) Responsabilidade:

− O químico é responsável pela verificação do cumprimento destes procedimentos;

− A empresa terceirizada, para execução do serviço de desinsetização e

desratização na Usina;

− Todos os colaboradores, na execução dos procedimentos de manejo de resíduos,

conforme descrito no Manual de BPF;

− O estagiário é responsável pelo preenchimento das planilhas de controles para

estes procedimentos. Após segue item 6.6.h.

e) Descrição: na seção 4, do Manual de BPF, estão descritos os procedimentos e

instruções de trabalho destas atividades.

f) Monitoramento

É realizado através de registros periódicos, em planilhas, que para esses

procedimentos é:

Planilha para controle integrado de pragas (Quadro 27).

Quadro 27 – Planilha para controle integrado de pragas.

Planilha para controle integrado de pragas

Data:

Resposável:

Chek list Sim Não Ação corretiva

Externamente, existe fator que propicie a proliferação de pragas, como materiais amontoados, grama alta e água estagnada?

A instalação está livre de cães e gatos?

O manejo de resíduo está de acordo com o descrito no Manual de BPF?

Existe qualquer evidência da presença de vetores e pragas urbanas, como fezes, ninhos e outros?

Para o controle químico, existe o comprovante de execução do serviço?

A freqüência do controle químico está sendo respeitada?

Responsável: estagiário;

Freqüência: semanal.

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196

g) Ações corretivas:

− Quanto às medidas de prevenção: adequação das instalações e treinamento dos

colaboradores;

− Quanto a evidências da presença de pragas e execução do controle químico:

Entrar em contato com a empresa prestadora do serviço e relatar a não

conformidade.

h) Verificação: executada pelo químico, através da análise semanal da planilha. Os

dados, a avaliação dos dados, análise dos resultados das atividades de

verificação e atualização dos processos são comunicados a todos os

responsáveis pelo procedimento para que façam uma análise crítica em reunião

e, posteriormente, fiquem armazenados no computador do laboratório e em CD.

6.7 POP 7 – Seleção e recebimento da matéria-prima, embalagens e ingredientes

a) Objetivo: estabelecer procedimentos operacionais e critérios para a seleção e

recebimento da matéria-prima, embalagens e ingredientes.

b) Documentos de referência: procedimento operacional padrão 7 - POP 7.

c) Campo de aplicação: este procedimento aplica-se ao setor de compras da

COOPROL e recepção.

d) Responsabilidade:

− O diretor, o presidente da COOPROL e o químico são responsáveis pela

aprovação, ou não, das matérias-primas, embalagens e ingredientes;

− O operador do pasteurizador é o responsável pelo recebimento das matérias-

primas, embalagens e ingredientes.

e) Descrição: na seção 5, do Manual de BPF, estão descritos os procedimentos e

instruções de trabalho desta atividade.

f) Monitoramento: é realizado através das planilhas de controle da matéria-prima

dos produtores e de embalagens e ingredientes dos fornecedores.

Responsável: operador do pasteurizador.

Freqüência: diária.

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Exames físico-químicos da matéria-prima.

Responsável: estagiário.

Freqüência: diária.

g) Ações corretivas:

− Quanto a não conformidade da matéria-prima: entrar em contato com o produtor e

alertar da não conformidade. Após notificação, o produtor fica sujeito à exclusão

do quadro de associados da COOPROL, caso o produtor não solucionar a não

conformidade.

− Quanto a não conformidade de embalagens e ingredientes, entrar em contato com

fornecedor, a fim de solucionar o problema.

− Quanto à execução do trabalho de recebimento: treinamento.

h) Verificação: é executada pelo diretor, presidente da COOPROL e o químico,

através da análise diária das planilhas de controle de não conformidades e

exames laboratoriais. Os dados, a avaliação dos dados, análise dos resultados

das atividades de verificação são comunicados ao responsável pelo procedimento

e a todos os fornecedores de matéria-prima, embalagens e ingredientes e,

posteriormente, fiquem armazenados no computador do laboratório, e em CD.

6.8 POP 8 – Programa de recolhimento de produtos

a) Objetivo: Estabelecer procedimentos para o rápido e efetivo recolhimento do

produto, a forma de segregação e o seu destino.

b) Documentos de referência: procedimento operacional padrão 8 - POP 8.

c) Campo de aplicação: este procedimento aplica-se às áreas de armazenamento e

expedição da Usina.

d) Responsabilidade:

− O químico é responsável pela verificação do cumprimento destes procedimentos;

− Os colaboradores do setor de expedição;

− O estagiário é responsável pelo preenchimento das planilhas de controles para

estes procedimentos. Após, segue item 6.8.h.

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e) Descrição: na seção 5, do Manual de BPF, estão descritos os procedimentos e

instruções de trabalho desta atividades.

f) Monitoramento: é realizado através de registros periódicos, em planilhas, que

para esse procedimento é:

Planilha para recolhimento de produtos (Quadro 28).

Quadro 28 – Planilha para controle de recolhimento de produtos.

Planilha para controle de recolhimento de produtos

Data:

Resposável:

Chek list Sim Não Ação corretiva

Ao transportaros derivados, danos físicos são evitados (amassar, rasgar, cortar)?

O caminhão e os furgões estão limpos e em boas condições, para o transporte de alimentos?

Os carregadores adotam os procedimentos efetivos de rotatividade (PEPS)?

Uso de roupas adequadas, para entrar nas câmaras?

Em caso de produto avariado, a área é limpa imediatamente?

Os colaboradores usam o uniforme específico para os distribuidores?

Responsável: estagiário;

Freqüência: semanal.

g) Ações corretivas:

− Quanto aos manipuladores: manter treinamento;

− Quanto a evidências de problemas nos veículos e falta de uniforme adequado:

informar a COOPROL das não conformidades, para imediata correção.

h) Verificação: executada pelo químico, através da análise semanal da planilha. Os

dados, a avaliação dos dados, análise dos resultados das atividades de

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199

verificação e atualização dos processos são comunicados a todos os

responsáveis pelo procedimento para que façam uma análise crítica em reunião e,

posteriormente, fiquem armazenados no computador do laboratório e em CD.

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