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    PROFESSOR RENATO FENILI

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    Ol, amigo(a),

    Tudo bem?

    Desde nosso ltimo encontro, optei por rever nosso cronograma deestudos. Visando a uma melhor exposio didtica, bem como a uma melhorconcatenao de contedo, optei por migrar nossa aula de Gesto dePessoas mais para o final do curso, associando-a sequencialmente a outrocontedo em termos comportamentais do indivduo nas organizaes: tica.

    Assim, eis o nosso novo cronograma

    AULA CONTEDO

    67 Legislao administrativa. 7.1 Administrao direta, indireta, efundacional. 7.2 Atos administrativos. 7.3 Requisio

    7

    8 Oramento pblico (PARTE 1). 8.1 Princpios oramentrios. 8.2Diretrizes oramentrias. 8.3 Processo oramentrio. 8.4 Mtodos,tcnicas e instrumentos do oramento pblico; normas legaisaplicveis.

    8

    8 Oramento pblico (PARTE 2). 8.5 Receita pblica: categorias,fontes, estgios; dvida ativa. 8.6 Despesa pblica: categorias,

    estgios. 8.7 Suprimento de fundos. 8.8 Restos a pagar. 8.9Despesas de exerccios anteriores. 8.10 A conta nica do Tesouro.

    9

    3 Gesto de pessoas. 3.1 Equilbrio organizacional. 3.2 Objetivos,desafios e caractersticas da gesto de pessoas. 3.3 Gesto porCompetncias 3.3.1 Objetivos, caractersticas e vantagens. 3.4Gesto de desempenho.

    10

    9 tica no servio pblico. 9.1 Cdigo de tica Profissional doServidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal (Decreto n1.171/1994). 9.2 Cdigo de tica dos agentes pblicos do MTE(Portaria/MTE n 2.973/2010). 9.3 Comportamento profissional;atitudes no servio; organizao do trabalho; prioridade em servio;

    11 10 Conflito de interesses. 10.1 Lei n 12.813/2013

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    Assim, em nosso encontro de hoje veremos um contedo prprio dadisciplina Direito Administrativo. Trata-se da organizao do Estado, bem

    como de caractersticas do ato administrativo. Eis a programao queseguiremos:

    Tudo pronto? Ento vamos ao trabalho!

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    I. ATOS ADMINISTRATIVOS

    1. Conceito e elementos do ato administrativo

    Geralmente, o Estado age como representante da sociedade, visandosempre ao interesse pblico. Quando atua com esse papel, usual que seusinteresses prevaleam sobre os interesses dos particulares. O benefcio dacoletividade, assim, mais importante do que o interesse do indivduo.Logicamente, esse raciocnio s vlido se permanecerem respeitados osdireitos e garantias individuais expressos no art. 5 da Constituio Federalde 1988.

    Estamos falando do chamado Princpio da Supremacia do Interesse

    Pblico, que pode ser assim sintetizado:

    Geralmente, o interesse de todos prevalece sobre o interesse de um; Se houver desrespeito aos direitos e garantias individuais, o interesse

    do particular prevalece sobre o interesse de todos.

    Mas no sempre que o Estado age como representante da sociedade.Em uma locao de um imvel pblico, por exemplo, o Estado atua como umparticular, visando a angariar (= obter) receitas originrias. Do mesmomodo, quando um banco estatal abre uma conta corrente, no h nessa aoa preocupao com o interesse pblico. Nesses casos, o Estado abre mo doPrincpio da Supremacia do Interesse Pblico e iguala-se aos particulares.Nesse caso, dizemos que as aes so bilaterais, j que so celebradas pelasvontades tanto do Estado quanto do particular que com ele negocia.

    No entanto, sempre que o Estado atuar comorepresentante da coletividade, suas manifestaes sochamadas de atos administrativos. H, nesse caso,

    sua ao unilateral, j que independe da vontade doparticular para fazer com que o interesse pblico sejapreservado. Em outras palavras, nos atosadministrativos, h a presena da supremacia dointeresse pblico.

    Vejamos a conceito de ato administrativosegundo Hely Lopes Meirelles:

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    Ato administrativo toda manifestao unilateral de vontade da

    Administrao Pblica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato

    adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ouimpor obrigaes aos administrados ou a si prpria.

    Devemos ressaltar que todos os Poderes possuem atos administrativosprprios. A publicao de um edital de licitao efetuada pelo SupremoTribunal Federal, por exemplo, um ato administrativo do Poder Judicirio,ok?

    Todo ato administrativo deve possuir 5 (cinco) elementos ourequisitos. Podemos encar-los como as partes do ato administrativo, que

    constituem sua estrutura. Se faltar um desses elementos, ou se foremestruturados em desconformidade com as normas legais, o ato poder serdeclarado nulo.

    O quadro abaixo nos traz uma sntese dos elementos ou requisitos doato administrativo.

    ATO ADMINISTRATIVOELEMENTO DESCRIO

    CompetnciaPoder legal conferido ao agente para a prtica do

    ato.

    FinalidadeAquilo que se pretende obter com o atoadministrativo que, em ltima instncia, sempre algo de interesse pblico.

    FormaAquilo que reveste exteriormente o atoadministrativo (atos escritos, ordens verbaisetc.).

    Motivo

    o fato que gera a situao a partir da qual o atoadministrativo se mostra necessrio. A divulgao

    de um edital de concurso, por exemplo, tem nomotivo a escassez de pessoal efetivo de umrgo, talvez por excesso de aposentadorias

    Objeto

    o contedo do ato em si. O objeto de umaposse de um cargo pblico, por exemplo, aprpria investidura do servidor nesse cargo.

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    Nos chamados atos administrativos vinculados, no cabe ao agentepblico ponderar sobre a melhor conduta a ser tomada pela Administrao.Uma vez atendidas as condies legais, o ato tem que ser realizado. Caso

    contrrio, no h como realiz-lo. Alexandrino e Paulo (2006, p. 326) nostrazem um exemplo bastante elucidativo de um ato vinculado: a concessode licena gestante. Uma vez grvida, no cabe ao agente pblicoponderar sobre o fato se deve ou no conceder a licena. No cabe negar alicena sobre quaisquer pretextos. Configurada a hiptese legal, somenteuma atitude admissvel: a edio do ato (...), sem espao para juzo de

    oportunidade ou convenincia administrativa.

    No entanto, nem todos os atos so vinculados. H situaes em que alei confere certa liberdade Administrao Pblica, provendo a flexibilidadenecessria para que sua atuao seja mais eficiente. Estamos falando, nestecaso, dos atos administrativos discricionrios.

    Nos atos administrativos vinculados, todos os seus elementos (conformequadro acima) tambm so vinculados, ou seja ou seja, no h a mnimaliberdade do agente em ponderar sobre esses requisitos. A finalidade de umato e sempre ser o interesse pblico. vinculado, ok?

    J nos atos administrativos discricionrios, apenas os trs primeiroselementos do ato (competncia, finalidade e forma) so vinculados. J osdois ltimos requisitos (motivo e objeto) so passveis de serem ponderadospelo agente pblico.

    Assim, nos atos discricionrios, os requisitos motivo e objeto no sovinculados, podendo o agente decidir sobre as seguintes questes:

    oportuno considerar determinado fato gerador como um motivo paracerto ato administrativo? (= julgamento da oportunidade do ato,relacionada ao requisito motivo);

    conveniente o resultado do ato para a situao concreta?(=julgamento da convenincia do ato, relacionada ao requisito objeto).

    Em sntese, podemos ilustrar a atuao discricionria daAdministrao Pblicade acordo com o seguinte esquema:

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    Na tentativa de esgotar quaisquer dvidas que possam surgir, tomemosum exemplo. Vejamos o que nos diz o art. 91 da Lei 8.112/1990 (que dispesobre o regime jurdico dos servidores pblicos civis):

    Art. 91. A critrio da Administrao,poderoser concedidas ao servidor

    ocupante de cargo efetivo, desde que no esteja em estgio probatrio,

    licenas para o trato de assuntos particulares pelo prazo de at trs anos

    consecutivos, sem remunerao.Veja que no obrigatria Administrao a concesso de licenas para

    o trato de assuntos particulares. Cabe ao agente pblico, ao ser apresentadoa uma situao concreta, ponderar sobre a oportunidade de conceder alicena.

    Digamos que o agente pblico est de acordo em conceder a licena.Cabe, agora, ponderar sobre o prazo da concesso. um julgamento deconvenincia, limitado pela lei ao perodo de 3 (trs) anos. Nesse caso,

    possvel que haja a concesso por apenas 2 (dois) anos, por entender-se queesse interstcio o que mais bem se adequa situao apresentada.Alexandrino e Paulo (2006) ainda nos lembram que a discricionariedade

    pode se dar com base no emprego, pela lei, de conceitos jurdicosindeterminados, tais como boa-f, decoro, bons costumes,moralidade pblica etc. Nesses casos, cabe o agente pblico atuar comdiscricionariedade dentro da zona cinzenta que acompanha essesconceitos.

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    Em sntese, cabe ao agente pblico, nos atos administrativosdiscricionrios, seguir estritamente o estabelecido pela lei no que diz respeitoaos requisitos competncia, finalidade e forma, mas cabe o seu julgamento

    sobre o motivo (oportunidade) e o objeto (convenincia), sempre emconsonncia com a moral administrativa. A ponderao sobre o motivo e oobjeto, nesses casos, chamada de mrito administrativo, caractersticacentral da discricionariedade administrativa.

    Alm dos elementos dos atos administrativos, essencial nosfamiliarizarmos com os seus atributos. Trata-se de qualidades que lhesconferem caractersticas peculiares, conforme listadas no quadro a seguir:

    ATO ADMINISTRATIVOATRIBUTO DESCRIO

    Presuno deLegitimidade

    Tendo por base o prprio Princpio da Legalidade,pressupe-se que o ato administrativo nasacomo decorrncia da atividade do Estado, sendolegtimo e verdico o seu contedo. Assim aobrigatoriedade de provar que um determinadoato administrativo seja inverdico (nus daprova) de encargo de quem invoca tal

    inveracidade.

    Imperatividade

    Refere-se coercibilidade do ato administrativo,sendo passvel de impor ao particular o seucumprimento, independentemente deste julgarcomo vlida ou invlida a atuao estatal.

    Autoexecutoriedade

    Possibilita que o ato seja executado diretamentepela Administrao Pblica, independentementede ordem judicial. mais patente em situaesnas quais o poder de polcia da Administrao

    exercido, tais como interdio deestabelecimentos, demolio de edifcios etc.

    Iremos trabalhar este contedo por meio de algumas questes deconcursos:

    1.(CESPE / Correios / 2011) Em uma situao de deciso, apossibilidade de o agente pblico adotar mais de um

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    comportamento, de acordo com a tica da convenincia e daoportunidade, caracteriza a discricionariedade administrativa.

    Creio que, com o exemplo anteriormente citado, fica claro que aassertiva est correta. O agente poderia negar a licena ou conced-la paraqualquer perodo, limitado a trs anos. H, assim, uma multiplicidade decomportamentos possveis, sempre previstos pela lei.

    2.(FCC / TJ PI / 2009). Quanto aos Atos Administrativosvinculados e os discricionrios, INCORRETO afirmar que:

    a) a discricionariedade se manifesta no ato em si e no no

    poder de a Administrao pratic-lo pela maneira e nascondies mais convenientes ao seu interesse.b) a Administrao, nos atos vinculados, tem o dever demotiv-los.c) a discricionariedade dever estar sempre estrita observncia da lei, pois sua exorbitncia constitui ato ilcito.d) os atos vinculados so aqueles para os quais a lei estabeleceos requisitos e condies de sua realizao.e) a atividade discricionria no dispensa a lei, nem se exercesem ela, seno com observncia e sujeio a ela.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) a discricionariedade manifestada em um poder conferido Administrao Pblica: o poder discricionrio. O ato, nesse sentido, umresultado da discricionariedade administrativa. A alternativa est errada.

    b) como vimos, o motivo um dos elementos (ou requisitos) de um atoadministrativo, seja ele vinculado ou discricionrio. Ou seja, todos os atosadministrativos tm um motivo. E, como regra geral, quando h a efetivao

    do ato administrativo, o motivo que ensejou (= deu margem a) sua prtica declarado geralmente registrado por escrito.

    Essa declarao por escrito do(s) motivo(s) de um ato denominadamotivao. Em um processo que cuida de um procedimento licitatrio paraa aquisio de computadores, por exemplo, tem que ser explicitado o quejustifica a necessidade dessa aquisio.

    A doutrina aponta a obrigatoriedade da motivao dos atos vinculados.

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    J no que diz respeito aos atos discricionrios, h raras situaes nasquais a motivao no obrigatria. o caso, por exemplo, da nomeao eexonerao de servidor ocupante de cargo comissionado.

    No entanto, ao declarar o motivo de um ato discricionrio (mesmoaqueles que prescindiriam da motivao), este motivo deve ser legtimo.Caso no seja, o ato declarado nulo. Assim, em uma exonerao deservidor comissionado que foi motivada como decorrente de faltasfrequentes desse funcionrio, caso seja provado que o servidor no faltava, aexonerao ser invalidada. Em sntese: uma vez declarado o motivo de umato administrativo discricionrio, a Administrao passa a estar vinculada aesse motivo. Esta a chamada Teoria dos Motivos Determinantes.

    De qualquer forma, dado que a assertiva fala somente dos atos

    vinculados, sua motivao obrigatria. A alternativa est correta.

    c) Como vimos na questo anterior, a discricionariedade d-se em estridaconformidade com a previso legal (caso contrrio, seria umaarbitrariedade). A alternativa est correta.

    d) exatamente isso. Nos atos vinculados, as condies e os requisitos (ouelementos) so estritamente estabelecidos em lei. No cabe Administraoponderar sobre a flexibilizao de sua conduta, caso a situao seja tipificada(= mostrada de acordo com) em determinada previso legal. A alternativa,

    portanto, est correta.e) o mesmo entendimento j exposto nos comentrios alternativa c. Aalternativa est correta.

    Resposta: A

    3.(CESPE / MPU / 2013) Dada a imperatividade, atributo do atoadministrativo, devem-se presumir verdadeiros os fatosdeclarados em certido solicitada por servidor do MPU e

    emitida por tcnico do rgo.

    A questo, na realidade, refere-se ao atributo da presuno delegitimidade do ato administrativo, e no da imperatividade.

    A assertiva est errada.

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    4.(CESPE / IBAMA / 2013) O IBAMA multou e interditou umafbrica de solventes que, apesar de j ter sido advertida,insistia em dispensar resduos txicos em um rio prximo a

    suas instalaes. Contra esse ato a empresa impetroumandado de segurana, alegando que a autoridadeadministrativa no dispunha de poderes para impedir ofuncionamento da fbrica, por ser esta detentora de alvar defuncionamento, devendo a interdio ter sido requerida aoPoder Judicirio.

    Em face dessa questo hipottica, julgue o seguinte item:

    Um dos atributos do ato administrativo executado pelo IBAMA

    na situao em questo o da autoexecutoriedade, quepossibilita ao poder pblico obrigar, direta e materialmente,terceiro a cumprir obrigao imposta por ato administrativo,sem a necessidade de prvia interveno judicial.

    A questo espelha uma situao em que a atuao da AdministraoPblica teve de ser imediata, a fim de resguardar o interesse pblico. aautoexecutoriedade atributo do ato administrativo que garante estaatuao clere, podendo a ao da Administrao prescindir de eventuais

    requisies ao Poder Judicirio.A assertiva est correta.

    Uma vez publicado, o ato administrativo passa a ter vigncia e deve sercumprido, independentemente de conter vcios ou no. Este fato decorre deum dos atributos do ato administrativo denominado presuno delegitimidade (ou de veracidade), segundo o qual h a pressuposio de queos atos administrativos so emitidos de acordo com a lei, ou seja, de quehouve a observncia do Princpio da Legalidade. Visto que o ato nasce com

    esta pressuposio, cabe ao interessado que identificar a ilegalidade prov-laem juzo.Contudo, para fins de controle da Administrao Pblica, h especial

    interesse no estudo do desfazimento dos atos administrativos, ou seja, quaisas maneiras e os motivos que podem implicar a sua retirada do mundojurdico.

    Nesse sentido, essencial nos aprofundarmos em dois dos gneros dodesfazimento do ato administrativo: a revogaoe a anulao.

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    2. Desfazimento do ato administrativo: revogao e anulao

    REVOGAO DE ATOS ADMINISTRATIVOS

    A revogao age sobre atos administrativos que, no entendimento daAdministrao Pblica, no so mais convenientes ao interesse pblico.

    No h, nesse caso, ilegitimidade (ou ilegalidade) do ato. H apenas abusca, pelo agente pblico, daquilo que mais vai ao encontro da coletividadee que, nesse papel, julgou que determinado ato tornou-se inconveniente einoportuno ao interesse pblico.

    Nas palavras de Hely Lopes Meirelles:

    A revogao a supresso de um ato administrativo legtimo e eficaz,

    realizada pela Administrao e somente por ela por no mais lhe convir

    sua existncia.

    Sabemos que, em atendimento ao Princpio da Inafastabilidade da TutelaJurisdicional, sempre podemos recorrer ao Poder Judicirio para que este sepronuncie sobre a ilegalidade dos atos. No entanto, no caso da revogao,

    visto que no h ilegalidade no ato administrativo, no h que se falar emrevogao por outras pessoas seno a prpria Administrao Pblica.A revogao tem por base o poder discricionrio da Administrao, e s

    pode ser aplicada sobre atos discricionrios. Atos vinculados, que nodeixaram opo ao administrador sobre a valorao de sua oportunidade(motivo) e convenincia (objeto) so, salvo melhor juzo, irrevogveis.

    Como vimos, a ponderao sobre o motivo e o objeto, no caso dos atosdiscricionrios, chamada de mrito administrativo. Dessa maneira, aorevogar seus atos, a Administrao Pblica efetua o chamado controle demrito.

    J que no houve ilegalidade do ato administrativo, os eventuais direitosadquiridos que tenham originado dele so mantidos. Assim, diz-se que arevogao de um ato opera efeitos que no retroagem sua origem (so osditos efeitos ex nunc).

    Por fim, cabe um importante esclarecimento. Todos os Poderes possuematos administrativos prprios. Todos publicam editais, fazem nomeaes deservidores, concedem aposentadorias, assinam convnios etc. Assim, cada

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    um dos Poderes possui a competncia para revogar seus prprios atosadministrativos discricionrios. Logicamente, em observncia do Princpio daSeparao dos Poderes, no h revogao de um ato administrativo do Poder

    Legislativo pelo Poder Judicirio. Contudo, o Poder Judicirio poder revogarseus prprios atos administrativos, ok?Tomemos o seguinte exemplo: o Senado Federal publicou um edital de

    prego para aquisio de mesas de escritrio. No entanto, aps a publicao,considerou-se que seria uma linha de ao mais econmica reformarem-seas mesas j existentes. Assim, o Senado poder revogar o edital note queno houve vcio de legalidade, mas apenas julgou-se inoportuno einconveniente comprar mesas novas. Ainda, nenhum outro rgo, denenhum outro Poder, poderia revogar o edital de prego.

    ANULAO DE ATOS ADMINISTRATIVOS

    A anulao de um ato administrativo, por sua vez, decorre de suailegalidade.

    A anulao pode ser originada de dois modos distintos.Primeiramente, prpria Administrao Pblica, uma vez que tome

    cincia do vcio de legalidade do ato, dever anul-lo o chamado controleinterno.

    Existe, ainda, a possibilidade de recorrer-se ao Poder Judicirio paraque determinado ato administrativo, eivado (= contaminado, infectado) devcio de legalidade, seja anulado. Esta possibilidade de corre do chamadoPrincpio da Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional (tambm chamado dePrincpio do Direito de Ao ou Princpio do Direito Jurisdio), que tem seufundamento no inciso XXXV do art. 5 da CF/88:

    XXXV - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa

    a direito;

    Assim, em todos os casos, possvel voltar-se ao Poder Judicirio esolicitar a apreciao sobre a legalidade de determinado ato administrativo.

    Nesse ponto, devemos ver claramente que tanto os atos vinculadosquanto os discricionrios so totalmente pautados na lei. A diferena que,ao passo que os atos vinculados no conferem liberdade de atuao aoagente pblico, os atos discricionrios do certa margem de ao, cujoslimites esto estabelecidos em lei. Assim, um ato discricionrio que

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    ultrapasse os limites legais no mais um ato discricionrio um atoarbitrrio, que est sujeito anulao, seja pela prpria Administrao, sejapelo Poder Judicirio.

    A anulao de um ato administrativo, em tese, deve implicar odesfazimento de todas as relaes que dele resultaram. A anulao danomeao de um funcionrio, por exemplo, implica a necessidade dereposio dos vencimentos percebidos ilegalmente, desde a origem do ato.Assim, dizemos que a anulao do ato administrativo opera efeitos queretroagem origem do ato (so os ditos efeitos ex tunc).

    Os efeitos ex tunc so flexibilizados nos casos dos terceiros de boa fque foram atingidos pelos efeitos do ato anulado. Assim, tomemos oexemplo de um Juiz de Paz que fora investido irregularmente em sua funoe que, mesmo assim, celebrou casamentos por mais de uma dcada. Nessasituao, caso seja anulado o registro desse funcionrio, os casamentos porele celebrados no devem ser considerados nulos, j que os terceirosatingidos pelo ato (agora anulado) tiveram boa f na crena de que nadahavia de irregular poca de seus casamentos, em face da presuno delegitimidade que acompanha os atos administrativos.

    Finalmente, podemos fazer o seguinte quadro-resumo:

    DESFAZIMENTO DE ATOS ADMINISTRATIVOS

    REVOGAO ANULAORazo para odesfazimento

    Inconvenincia ouinoportunidade do ato

    Ilegalidade do ato

    Quem possui acompetncia

    para odesfazimento

    Administrao Pblica(revoga seus prprios atos)

    Administrao Pblica(anula seus prprios

    atos) ou Poder Judicirio

    Efeitos

    Ex Nunc

    (No retroagem)

    Ex Tunc

    (ReTroagem)

    Atos sujeitos aodesfazimento

    Apenas atos discricionriosAtos vinculados ou

    discricionrios

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    5.(CESPE / AGU / 2007) As dvidas sobre a margem dediscricionariedade administrativa devem ser dirimidas pelaprpria administrao, jamais pelo Poder Judicirio.

    Como vimos, ao ultrapassar a margem de discricionariedadeadministrativa, h a ilegalidade do ato. Ao tratarmos de ilegalidade,conforme ilustrado no quadro acima, estamos falando da possibilidade deanulao do ato, passvel de competncia do Poder Judicirio.

    Com esse entendimento, a assertiva est errada.

    Por fim, a Smula 473 do Supremo Tribunal Federal (STF) sintetiza daseguinte forma a exposio terica at agora feita:

    A Administrao pode anular seus prprios atos, quando eivados de

    vcios que os tornem ilegais, porque deles no se originam direitos; ou

    revog-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os

    direitos adquiridos e ressalvadas em todos os casos, a apreciao

    judicial.

    6.(TRF 4 Regio / TRF 4 Regio / 2010 - adaptada) Dadas asassertivas abaixo, assinale a alternativa correta:

    I. Administrao Pblica no dado anular seus prpriosatos, sendo imprescindvel, para tanto, autorizao do PoderJudicirio.

    II. A revogao de um ato administrativo ocupa universo deoportunidade e convenincia, guardando, em princpio, ndolediscricionria.

    III. Porque sujeito a uma vinculao absoluta, ao agentepblico no lcito valer-se dos princpios da razoabilidade e daproporcionalidade para pautar a atividade administrativa.

    a) Esto corretas apenas as assertivas I e II.b) Esto corretas apenas as assertivas I e III.c) Apenas a assertiva III est correta.d) Apenas a assertiva II est correta. (CERTA)e) Todas as assertivas esto erradas.

    Vejamos os comentrios s assertivas:

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    I.Tanto a Administrao Pblica (no caso de seus prprios atos) quanto oPoder Judicirio tem a competncia para a anulao de atos administrativos,no caso de incorrerem em ilegalidade. A assertiva est errada.

    II. o poder discricionrio da Administrao Pblica que d a base para arevogao dos seus atos administrativos. Trata-se do controle de mrito. Aassertiva, assim, est correta.

    III. H situaes nas quais o agente pblico no est sujeito a umavinculao absoluta. Existem, como vimos, situaes s quais a lei conferecerta liberdade de atuao ao administrador, cujos limites so determinadosna norma legal. Nesses casos, essencial que o agente atue de acordo comos princpios da razoabilidade e da proporcionalidade, ou seja, os atos devemser adequados (= capazes de atingir o objetivo proposto) e necessrios (=

    utilizando meios adequados aos fins, evitando-se excessos). A assertiva est,portanto, errada.

    Resposta: D.

    7.(FGV / Senado Federal / 2008) Assinale a alternativa correta.

    a) Em virtude de aspectos subjetivos da discricionariedade, vedado ao Poder Judicirio apreciar a legalidade ou no dosatos discricionrios.

    b) A discricionariedade implica o poder do administradorpblico de optar por determinada conduta, aps valorao daconvenincia e oportunidade administrativas.

    c) A atividade discricionria suscetvel de revogao, quandoassim o entenda a Administrao, mas h impedimento a quesobre ela se aplique a anulao.

    d) Ainda que haja certo grau de subjetividade na prtica deatos discricionrios, o motivo, a competncia e o objeto sosempre elementos vinculados.

    e) Somente no Poder Executivo pode o administrador atuarcom discricionariedade administrativa, e assim mesmo noexerccio da funo tpica de gesto dos interesses pblicos.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) A apreciao da legalidade ou no de quaisquer atos administrativos(vinculados ou discricionrios) sempre passvel de ocorrer pelo Poder

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    Judicirio (conforme o Princpio da Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional). Oque no cabe o Poder Judicirio pronunciar-se sobre a oportunidade ou aconvenincia do ato discricionrio, uma vez que no impliquem ilegalidade. A

    alternativa est errada.b) A alternativa est de acordo com a teoria j apresentada nesta aula. Est,assim, correta.c) Caso a atividade discricionria ultrapasse os limites de atuaoestabelecidos em lei, torna-se passvel de anulao, seja pela prpriaAdministrao Pblica ou pelo Poder Judicirio. A alternativa est errada.d) Os elementos (ou requisitos) do ato administrativo que so semprevinculados so a competncia, a finalidade e a forma. J os requisitos motivoe objeto podem ser ponderados pelo agente pblico, nos casos dos atosdiscricionrios. A alternativa est errada.e) Como vimos, todos os Poderes possuem atos administrativos prprios. Adiscricionariedade pode estar presente quando da nomeao de um servidorcomissionado no Senado Federal (Poder Legislativo), por exemplo. Aalternativa est errada.

    Resposta: B.

    8.(UFPR / Itaipu / 2011) Sobre os atos administrativos,considere as seguintes afirmativas:

    I. Pelo Princpio do Controle Jurisdicional dos atosadministrativos, cabe exclusivamente ao Poder Judicirio ocontrole de legalidade dos atos administrativos.

    II. Cabe apenas Administrao Pblica a possibilidade derever seus atos administrativos, revogando-os por critrios deconvenincia e oportunidade. Esse o chamado controle demrito.

    III. Considerando-se que a discricionariedade no um chequeem branco, pode-se dizer que nenhum ato administrativo estimune ao controle judicial, porque a discricionariedadeadministrativa est sujeita ao regime jurdico administrativo.

    IV. Um ato administrativo discricionrio que tenha sidoexpedido em desacordo com o princpio da moralidade e da

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    proporcionalidade no poder ser invalidado pelo PoderJudicirio, tendo em vista o Princpio da Tripartio de Poderes.

    Assinale a alternativa correta.

    a) As afirmativas I, II, III e IV so verdadeirasb) Somente as afirmativas I e II so verdadeiras.c) Somente as afirmativas II e III so verdadeiras.d) Somente as afirmativas I, III e IV so verdadeiras.e) Somente as afirmativas III e IV so verdadeiras.

    Vejamos os comentrios s assertivas:

    I. O Princpio do Controle Jurisdicional dos atos administrativos apenasoutro modo de chamarmos o Princpio da Inafastabilidade da TutelaJurisdicional. Como vimos, o controle da legalidade dos atos administrativostambm cabe prpria Administrao o controle interno. A alternativaest errada.

    II. A ponderao, pela Administrao Pblica, sobre a convenincia e aoportunidade de um ato discricionrio seu chamado de controle de mrito,como j vimos nesta aula. A alternativa est correta.

    III. O conjunto de regras que disciplinam determinado sistema denominado regime jurdico. No caso do regime jurdico administrativo,estamos falando do conjunto de regras que so aplicveis ao exerccio daAdministrao Pblica e que visam ao interesse pblico. J vimos que adiscricionariedade administrativa est sujeita aos limites de atuaoimpostos pela lei. Dessa forma, no h de se falar de imunidade de um atodiscricionrio frente apreciao judicial (= proveniente do Poder Judicirio).A alternativa est correta.

    IV.Podemos analisar essa assertiva de dois pontos de vista distintos.

    Primeiramente, sob o correto entendimento de que a apreciao do PoderJudicirio limita-se legitimidade do ato administrativo, devemos ter emmente que apenas o Princpio da Legalidade deveria ser considerado nocontrole judicial. No entanto, no raras so as ocasies em que a noobservncia do Princpio da Moralidade implica o desatendimento do Princpioda Legalidade. No h uma fronteira bem definida entre estes princpios,

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    como vimos nos casos de improbidade administrativa. Sob esta tica, aassertiva est errada.

    Outro ponto de vista diz respeito julgamentos do STF, cujos membros

    que j se posicionaram favoravelmente ao alargamento da atuao do PoderJudicirio, visando garantia dos direitos do cidado. Uma sanodesproporcional imposta a um estabelecimento comercial (por exemplo, umamulta astronmica decorrente da venda de um simples pote de requeijovencido h um dia) poderia, nessa tica, ser questionada pelo PoderJudicirio. Nesse caso, anular-se-ia um ato que a Administrao teriapraticado de modo desarrazoado (ou desproporcional). Uma vez mais, sobesta tica, a assertiva est errada.

    Lembro que esta uma exceo (no pacfica) ao limite imposto aojudicirio quando da apreciao do mrito administrativo.

    Resposta: C

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    CF 88, Art. 5, XXV - no caso de iminente perigo pblico, a autoridadecompetente poder usar de propriedade particular, assegurada aoproprietrio indenizao ulterior, se houver dano;

    As principais caractersticas da requisio administrativapodem serassim arroladas:

    a requisio administrativa processa-se como um ato administrativo,apresentando os elementos inerentes ao ato, j estudados nesta aula;

    a requisio administrativa apresenta dois atores principais: de umlado, o requisitante, ao qual inerente determinada necessidade; deoutro, o requisitado, ao qual se presume que seja detentor dos meiospassves de satisfazer a necessidade do requisitante;

    o requisitante , obrigatoriamente, uma poro do Estado, seja daAdministrao Direta ou Indireta, de qualquer esfera (unio, estado,municpio ou Distrito Federal). O requisitante age em nome do Estado,visando a um interesse pblico;

    o requisitado , conforme jurisprudncia vigente1, o particular, sejaele pessoa jurdica ou fsica;

    caso haja dano na propriedade particular, durante o perodo em que obem ou servio foi requisitado pelo Estado, este dever proceder

    indenizao; a requisio tem carter transitrio: to logo cesse a situao de

    perigo iminente, ao particular restitudo o direito do uso de suapropriedade;

    somente a Unio pode legislar sobre a requisio administrativa.

    Vejamos como o CESPE cobrou este instrumento administrativo em suasprovas:

    9.(CESPE / TCE GO / 2009) Conforme o texto constitucional, arequisio de bem privado, por autoridade pblica, se farindependentemente do perigo pblico iminente, sendoassegurado a ulterior indenizao, se houver dano.

    1 H alguns embates doutrinrios acerca da possibilidade de o requisitado ser tambm parcela do Estado. No entanto,

    o entendimento do STF soa como convergente de que a requisio, por exemplo, da Unio sobre recursos do Estado

    do Rio de Janeiro constitui-se, na realidade, interveno autntica, revestida de requisio administrativa.

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    Conforme preconiza o texto constitucional, a requiso administrativa dar-se- to somente no caso de iminente perigo pblico.

    A questo est errada.

    10. (CESPE / TCE ES / 2009) A requisio somente ser debens, jamais de servios.

    Como vimos, a requisio administrativa poder ser sobre bensparticulares (mveis ou imveis) ou ainda sobre servios.

    A questo est, assim, errada.

    11. (CESPE / OAB / 2010) A requisio de imveis restrioimposta ao proprietrio que no utiliza adequadamente a suapropriedade.

    A condio para que ocorra a requisio administrativa o iminenteperigo pblico, sendo que o bem ou o servio particular capaz de auxiliar oEstado a evitar tal perigo. No se relaciona, assim, ao uso que o particularfaz sobre sua propriedade.

    A assertiva est errada.

    12. (CESPE / DPE PI / 2010)A requisio administrativadestina-se ao uso da propriedade do particular, ocorre sempreem caso de urgncia - mediante autorizao judicial - e noenseja qualquer indenizao ao particular.

    A indenizao ulterior (= posterior) ao particular, em caso de dano propriedade durante o perodo em que o bem foi requisitado pelo Estado, garantida pelo texto constitucional.

    A assertiva est errada.

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    13. (CESPE / DPU / 2010) No caso de requisio de bemparticular, se este sofrer qualquer dano, caber indenizaoao proprietrio.

    Trata-se do mesmo contedo abordado na questo anterior, agora como entendimento correto.

    A questo est certa.

    14. (CESPE / Caixa - Advogado / 2010) A requisio de bensextingue a propriedade do particular, haja vista que o poderpblico se apropria de bens para mant-los para si prprio oupara transferi-los para terceiros, razo pela qual,obrigatoriamente, haver indenizao.

    Como vimos, a requisio tem natureza transitria, no havendo, pois,a extino da propriedade do particular, mas to somente o emprstimocompulsrio, durante o perodo em que o perigo for iminente.

    Ainda, a indenizao no obrigatria, ocorrendo apenas nos casos emque, posteriormente requisio, houver a constatao de dano propriedade particular.

    A questo est errada.

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    III. ADMINISTRAO DIRETA E INDIRETA

    1.A Administrao Direta

    A Administrao Direta constitui-se, em nvel federal, dos serviosintegrados na estrutura administrativa da Presidncia da Repblica e dosMinistrios, bem como os rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio, almdo Ministrio Pblico da Unio. Ainda, compreende os rgoscorrespondentes em nveis estadual, municipal e do Distrito Federal.

    Os rgos da Administrao Direta no possuem personalidadejurdica prpria, pois no podem contrair direitos ou assumirem

    obrigaes, haja vista que pertencem pessoa poltica Unio, Estado-membro, Municpios e Distrito Federal. Nesse sentido, os rgos daAdministrao Direta so centros de competncia despersonalizados, nopossuindo, ainda, patrimnio ou autonomia administrativa, sendo suasdespesas custeadas pelo oramento da esfera da Federao.

    Quando o Estado exerce suas funes diretamente, dizemos que huma atuao centralizada. Nesta hiptese, os servios pblicos soprestados diretamente pelos rgos do Estado, despersonalizados,integrantes de uma mesma pessoa poltica (Unio, Estados-membro,Municpios ou Distrito Federal).

    A Desconcentrao

    Para sua estruturao interna, a Administrao Direta lana mo dachamada desconcentrao, ou seja, procede distribuio interna decompetncias entre os diversos rgos, dentro de uma mesma pessoajurdica. Assim, por exemplo, dentro da pessoa jurdica Unio ocorre adesconcentrao quando h a distribuio de competncias para seusMinistrios. No h a criao de pessoas jurdicas inditas, mas to somentea disposio interna racional de competncias, de forma a tornar o serviomais eficiente.

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    Cabe aqui a observao de que, em regra geral, a desconcentraoaplica-se Administrao Direta. No entanto, passvel de ocorrertambm na Administrao Indireta, quando esta repartir suas

    competncias internamente.

    Nem sempre o Estado exerce suas funes diretamente. Nesse caso,surge a Administrao Indireta, estudada na prxima seo.

    1.1. A Administrao Indireta

    A Descentralizao

    H situaes em que pessoas jurdicas distintas do Estado (Unio,Estados, Distrito Federal e Municpios) desempenham funes estatais. Nestecaso, ocorre a chama da descentralizao.

    Diferentemente da desconcentrao, a descentralizao pressupe aatribuio de personalidade jurdica a uma determinada entidade, para queela preste servios pblicos ou realize atividades de utilidade pblica.

    Para Paulo e Alexandrino (2006), so dois os modos passveis deocorrer a descentralizao:

    A descentralizao por delegaoocorre quando o Estado transfere,por contrato ou ato unilateral, unicamente a execuo do servio, para

    que o ente delegado preste ao pblico em seu prprio nome e por sua contae risco, sob fiscalizao do Estado, entretanto (PAULO; ALEXANDRINO,2006, p. 17). Neste caso, a delegao efetivada apenas por prazodeterminado como, por exemplo, nos contratos de concesso.

    A descentralizao por outorga, por sua vez, ocorre quando o Estadorecorre edio de uma lei no intuito de criar uma entidade e transferirdeterminado servio pblico a ela. A descentralizao por outorga,

    Descentralizao

    Por outorga

    Por delegao

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    usualmente, d-se por prazo indeterminado. Este o tipo dedescentralizao relativa Administrao Indireta.

    O Decreto Lei n. 200, de 1967, estabelece a organizao daAdministrao Pblica Federal brasileira. Tal norma lista as seguintesentidades como componentes da Administrao Indireta:

    Autarquias; Empresas Pblicas; Sociedades de Economia Mista, e Fundaes Pblicas.

    A seguir, veremos as caractersticas principais de cada uma destasentidades, mas antes vamos resolver alguns exerccios para fixar osconceitos de desconcentrao e de descentralizao.

    15. (ESAF / MTE / 2010) Tendo por base a organizaoadministrativa brasileira, classifique as descries abaixocomo sendo fenmenos: (1) de descentralizao; ou (2) dedesconcentrao. Aps, assinale a opo correta.

    ( ) Criao da Fundao Instituto Brasileiro de Geografia eEstatstica (IBGE), para prestar servios oficiais de estatstica,geologia e cartografia de mbito nacional;( ) Criao de delegacia regional do trabalho a ser instalada emmunicipalidade recm emancipada e em francodesenvolvimento industrial e no setor de servios;( ) Concesso de servio pblico para a explorao do serviode manuteno e conservao de estradas;( ) Criao de novo territrio federal.

    a) 2 / 1 / 2 / 1b) 1/ 2 / 2 / 1c) 2/ 2 / 1 / 1d) 1/ 2 / 1 / 1e) 1/ 2 / 1 / 2

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    Criao da Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    (IBGE), para prestar servios oficiais de estatstica, geologia e cartografia de

    mbito nacional: o IBGE, sendo uma fundao pblica, uma entidade

    pertencente Administrao Indireta. Trata-se, portanto, de uma iniciativade descentralizao (1).

    Criao de delegacia regional do trabalho a ser instalada em

    municipalidade recm emancipada e em franco desenvolvimento industrial e

    no setor de servios: criao de rgo enquadra-se em uma hiptese dedesconcentrao (2).

    Concesso de servio pblico para a explorao do servio de

    manuteno e conservao de estradas: a administrao no est agindodiretamente, est delegando (descentralizao) a explorao do servio. (1)

    Criao de novo territrio federal: territrios so equiparados aautarquias da Unio (autarquia territorial), portanto temos outro caso dedescentralizao (1)

    Resposta: D

    16. (CESPE / TJ DF / 2013) Os termos concentrao ecentralizao esto relacionados ideia geral de distribuiode atribuies do centro para a periferia, ao passo quedesconcentrao e descentralizao associam-se transferncia de tarefas da periferia para o centro.

    Trata-se de uma questo relativamente simples, na qual a lgica dostermos est invertida: ao passo que concentrao e centralizao remetem ideia de distribuio de atribuies da periferia para o centro, os termosdescontrao e descentralizao referem-se ao sentido oposto.

    A questo est errada.

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    17. (CESPE / INPI / 2013) O instituto da desconcentraopermite que as atribuies sejam distribudas entre rgospblicos pertencentes a uma nica pessoa jurdica com vistas

    a alcanar uma melhora na estrutura organizacional. Assim,concentrao refere-se administrao direta; jdesconcentrao, indireta.

    Apesar de a primeira parte do enunciado estar correta, a seguntaparcela compromete a assertiva. A concentrao e a desconcentrao, comovimos, referem-se diviso de competncias internamente a uma mesmapessoa jurdica, podendo referir-se Administrao Direta (mais usual) ou Indireta.

    A questo est errada.

    18. (ESAF / CVM / 2010) Analise os itens a seguir, a respeitodas entidades polticas e administrativas, e marque com V sea assertiva for verdadeira e com F se for falsa. Ao final,assinale a opo correspondente.

    ( ) A autonomia de uma entidade poltica decorre de suacapacidade de auto-organizao, autogoverno eautoadministrao.

    ( ) So entidades polticas a Unio, os Estados, os Municpios, oDistrito Federal e suas autarquias e fundaes pblicas.

    ( ) As entidades polticas e administrativas surgem dadescentralizao administrativa.

    ( ) As entidades polticas so pessoas jurdicas de direitopblico, enquanto as entidades administrativas so pessoasjurdicas de direito privado.

    a) V, F, F, Fb) V, F, V, Fc) V, V, F, Vd) F, V, F, Ve) V, V, F, F

    A autonomia de uma entidade poltica decorre de sua capacidade deauto-organizao, autogoverno e autoadministrao. Entidades polticasso aquelas que exercem funo poltica, so os entes da federao:

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    Unio, estados, DF e municpios. Como vimos, so estas trs capacidades(auto-organizao, autogoverno e autoadministrao que conferem aautonomia aos entes federativos). A assertiva est correta.

    So entidades polticas a Unio, os Estados, os Municpios, o DistritoFederal e suas autarquias e fundaes pblicas. As autarquias efundaes pblicas so to somente entidades administrativas, criadaspor uma iniciativa de descentralizao. A assertiva est errada.

    As entidades polticas e administrativas surgem da descentralizaoadministrativa. Apenas as entidades administrativas (administraopblica indireta) surgem por descentralizao. A assertiva est errada.

    As entidades polticas so pessoas jurdicas de direito pblico,

    enquanto as entidades administrativas so pessoas jurdicas de direito

    privado. Veremos a seguir que as autarquias so pessoas jurdicas dedireito pblico, e as fundaes podem ser de direito pblico ou privado.Assim, nem todas as entidades administrativas so pessoas jurdicas dedireito privado. A assertiva est errada.

    Resposta: A

    A) Autarquias

    Autarquias so pessoas jurdicas de direito pblico interno, denatureza administrativa, criada por lei especfica para a execuo de funestpicas do Estado.

    So entidades incumbidas de tarefas especializadas, sendo estastarefas entendidas pelo Estado como passveis de descentralizao. Comoexemplos de autarquias, temos: Banco Central, INSS, INCRA, CVM, IBAMA

    etc.Eis a definio de autarquia apresentada pelo inciso I do art. 5 do

    Decreto-Lei n 200/67:

    Art. 5, I - Autarquia - o servio autnomo, criado por lei, com

    personalidade jurdica, patrimnio e receita prprios, para executar

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    atividades tpicas da Administrao Pblica, que requeiram, para seu melhor

    funcionamento, gesto administrativa e financeira descentralizada.

    H de registrar, por fim, que as autarquias encontram-se vinculadas (eno subordinadas) a determinado Ministrio, sobre elas incidindo o controlefinalstico (superviso) ministerial.

    Existem autarquias especiais criadas para exercerem as funes geraisde regulao e de fiscalizao de determinado setor econmico (energiaeltrica, telecomunicaes, trasportes, vigilncia sanitria, aviao civil etc.).So as chamadas agncias reguladoras, que apresentam o regime especialante uma maior autonomia apresentada com relao ao Poder Executivo.

    Como exemplos, temos: ANAC, ANATEL, ANVISA, ANTT etc.

    Os Conselhos de Fiscalizao de profisses regulamentadas tambmso autarquias, e, para estes, h duas informaes importante para vocguardar:- o regime jurdico de pessoal CLT e no estatutrio;- a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) a nica exceo! Ela no fazparte da administrao pblica, no possui nenhum vnculo com esta,conforme entendimento do STF ADI n 1.717-DF.

    B)Fundaes Pblicas

    Fundaes Pblicas so entidades voltadas ao desempenho deatividades de carter social, em especial nas reas de sade, educao,cultura etc.

    Preliminarmente, devemos registrar que h dois tipos de fundaopblica:

    Fundao Pblica de direito pblico so criadas por leiespecfica, a exemplo das autarquias. Sua semelhana com estasentidades da Administrao Indireta tanta, que no raramente soreferidas pela doutrina como Fundaes Autrquicas. (Exemplos:FUNAI, FUNASA etc.). A nica sigularidade deste tipo de fundao

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    que, alm das funes tpicas de Estado desempenhadas pelasautarquias, estas fundaes tambm desempenham funes atpicas;

    Fundao Pblica de direito privado Diferentemente do quevimos nas autarquias, as fundaes pblicas de direito privado tmapenas a sua instituio autorizada por lei especfica, mas soefetivamente criadas por decretos. Ainda, a rea de atuao daFundao Pblica definida em lei complementar. Veja o quenormatiza o inciso XIX do art. 37 da CF/88:

    Art. 37, XIX somente por lei especfica poder ser criada autarquia e

    autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista

    e de fundao, cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir asreas de sua atuao;

    Como exemplos de fundaes, temos: IBGE (Fundao InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatstica), FUNAI (Fundao Nacional do ndio),FUNASA (Fundao Nacional da Sade), CNPq (Conselho Nacional deDesenvolvimento Cientfico e Tecnolgico), FUB (Fundao Universidade deBrasilia), etc.

    Eis a definio de fundao pblica (de direito privado) apresentada

    pelo inciso IV do art. 5 do Decreto-Lei n 200/67:

    IV - Fundao Pblica - a entidade dotada de personalidade jurdica de

    direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorizao

    legislativa, para o desenvolvimento de atividades que no exijam execuo

    por rgos ou entidades de direito pblico, com autonomia administrativa,

    patrimnio prprio gerido pelos respectivos rgos de direo, e

    funcionamento custeado por recursos da Unio e de outras fontes.

    C) Empresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista

    Tanto as Empresas Pblicas quanto as Sociedades de EconomiaMista so entidades dotadas de personalidade jurdica de direito privado,com criao autorizada por meio de lei especfica, cujos objetivos so aexplorao de atividades de natureza econmica ou execuo de serviospblicos.

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    As principais distines entre as entidades ficam por conta da formajurdica e da constituio do capital.

    As Empresas Pblicas so institudas sob qualquer forma jurdica

    (S/A, Ltda., sociedades civis, sociedades comerciais etc.). O capital 100%pblico, sendo vedada a possibilidade de participao de recursosparticulares na formao do capital de empresas pblicas. Como exemplosde empresas pblicas, temos: Caixa Econmica Federal (CEF), Correios,Servio Federal de Processamento de Dados (SERPRO) etc.

    Eis a definio de empresa pblica apresentada pelo inciso II do art. 5do Decreto-Lei n 200/67:

    II - Empresa Pblica - a entidade dotada de personalidade jurdica de

    direito privado, com patrimnio prprio e capital exclusivo da Unio, criado

    por lei para a explorao de atividade econmica que o Governo seja levado

    a exercer por fora de contingncia ou de convenincia administrativa

    podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.

    J as Sociedades de Economia Mista so institudas apenas sob aforma jurdica sociedade annima (S/A). Com relao composio docapital, h uma conjugao de capitais pblicos e privados, mas a maioriadas aes com direito a voto deve pertencer ao ente estatal que detm a

    Sociedade. Como exemplos de sociedades de economia mista, temos: Bancodo Brasil S/A, Petrleo Brasileiro S/A (Petrobrs) etc.

    Eis a definio de sociedade de economia mista apresentada pelo incisoII do art. 5 do Decreto-Lei n 200/67:

    III - Sociedade de Economia Mista- a entidade dotada de personalidade

    jurdica de direito privado, criada por lei para a explorao de atividade

    econmica, sob a forma de sociedade annima, cujas aes com direito a

    voto pertenam em sua maioria Unio ou a entidade da Administrao

    Indireta.

    Por fim, o quadro abaixo traz uma compilao dos principais traos dasentidades componentes da Administrao Indireta.

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    AutarquiaFundaoPblica

    EmpresaPblica

    Sociedade deEconomia

    Mista

    Personalidade Jurdica

    Direto Pblico

    Direito Pblico(Fundao

    Autrquica) ouPrivado

    DireitoPrivado

    Direito Privado

    Criao eExtino

    Lei especfica

    Decreto doPoder

    Executivo oudiretamente

    por leiespefcica2

    Decreto doPoder

    Executivo

    Decreto doPoder

    Executivo

    Autorizaopara Criaoe Extino

    -

    Lei especfica(*Leicomplementardefine reas de

    atuao)

    Lei especfica Lei especfica

    Aquisio dePersonalidade Jurdica

    Com a leiinstituidora

    Com a leiinstituidora, oucom a registro

    dos atosconstitutivos

    em Cartrio dePJ

    Com oregistro dos

    atosconstitutivosem inscrio

    em Cartrioou JuntaComercial

    Com o registrodos atos

    constitutivosem inscrioem Cartrio

    ou JuntaComercial

    FormaJurdica

    - -Qualquer

    forma

    SociedadeAnnima

    (S/A)

    Natureza daatividade

    Serviospblicos ouatividade

    administrativa

    Carter social(sade,

    educao etc.)

    Atividadeseconmicasou Servios

    Pblicos no-

    esclusivos

    Execuo deatividades

    econmicas

    2 Quando Fundao de direito pblico.

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    AutarquiaFundaoPblica

    EmpresaPblica

    Sociedade deEconomia

    Mista

    RegimeJurdico de

    pessoal

    Lei n 8.112/90- estatutrio3

    Se de direitopblico: Lei n

    8.112/90.Se de direitoprivado: CLT

    CLT CLT

    Composiodo Capital

    Pblico Pblico

    100% Pblico(unipessoal oupluripessoal mais de um

    ente pblico)

    Pblico eprivado;

    maioria dasaes com

    direito a votopertencente

    ao enteestatal

    PatrimnioPrprio

    (pblico)Prprio (pblico

    ou privado)Privado Privado

    Bens Impenhorveis

    Impenhorveisos destinados

    s suasfinalidades

    Penhorveis.Se

    prestadorasde servios,

    os destinados

    aos finsimpenhorveis

    Penhorveis.Se

    prestadorasde servios, osdestinados aos

    finsimpenhorveisFrum de

    litgioreferente relao detrabalho

    Justia Federalou, se celetista,

    Justia doTrabalho

    Justia Federalou, se celetista,

    Justia doTrabalho

    Justia doTrabalho

    Justia doTrabalho

    Frum parademaisaes

    Justia Federal Justia FederalJustiaFederal

    JustiaEstadual

    Vamos ver os conceitos e caractersticas da Administra Pblica Direta eIndireta so cobrados em concursos:

    3 Exceto para os Conselhos de fiscalizao das profisses regulamentadas, que, como vimos, tm regime celetista

    (CLT).

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    19. (ESAF / SMF-RJ / 2010) Sobre a organizao daadministrao pblica brasileira, correto afirmar que:

    a) por serem qualificadas como autarquias de natureza especial,as agncias reguladoras integram a administrao direta.b) ao contrrio do que ocorre em relao s autarquias, a lei no

    cria empresas pblicas, apenas autoriza sua instituio.c) agncias reguladoras e agncias executivas so categorias de

    entidades pertencentes administrao indireta.d) a Constituio Federal veda, aos municpios, a criao de

    autarquias.e) no mbito federal, as empresas pblicas subordinam-se,

    hierarquicamente, aos ministrios a que se vinculem.

    a) As agencias reguladoras integram a administrao indireta. Aassertiva est errada.

    b)A alternativa espelha a informao constante de nosso quadro-resumo. Est, portanto, correta.

    c) O erro est em dizer que as agncias reguladoras e executivas socategorias da administrao indireta. As agencias reguladoras fazemparte da categoria autarquia, enquanto as agencias executivas so

    autarquias, fundaes ou rgos da administrao direta quecelebram contrato de gesto com o ente poltico ao qual seencontram vinculadas. Eis que a alternativa est errada.

    d)No h nenhuma vedao na CF/88 em relao criao deautarquias pelos municpios. A alternativa est errada.

    e) No existe subordinao / hierarquia entre as entidadesadministrativas e as polticas. O que existem a vinculao entreelas, um controle finalstico.

    Resposta: B.

    20. (CESPE / TRE MS / 2013) Com referncia organizaoadministrativa, assinale a opo correta:

    a)O Estado, ao desenvolver suas atividades administrativas, atuapor si mesmo ou cria rgo despersonalizado para

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    a) Todas as entidades da Administrao Indireta esto sujeitas aocontrole finalstico do ente ao qual so vinculadas. Na administraoministerial, este controle tambm chamado de superviso ministerial.Assim, a alternativa est correta;

    b) Tanto as empresas pblicas quanto as sociedades de economia mistapodem, efetivamente, ter como objetivo a explorao de atividadeeconmica ou a prestao de servios pblicos. A alternativa est correta;

    c) A exigncia de autorizao de criao por lei especfica consta do inc.XIX do art. 37 da CF/88. A assertiva est correta;

    d) Apenas nas sociedades de economia mista h essa caracterstica. Nasempresas pblcias, o capital 100% pblico! A alternativa est errada;

    e) Tanto asempresas pblicas quanto as sociedades de economia mistapossuem personalidade jurdica de direito privado. No entanto, a ambas soaplicveis normas de direito pblico (p. ex.: observao dos princpios daadministrao pblica e a aquisio de bens e servios por meio de processolicitatrio). A alternativa est certa.

    Resposta: D

    22. (CESPE / TRE MS / 2013) A respeito da organizaoadministrativa e da administrao direta e indireta, assinale aopo correta.

    a)Uma das diferenas entre a desconcentrao e adescentralizao administrativa que nesta existe um vnculohierrquico e naquela h o mero controle entre a administraocentral e o rgo desconcentrado, sem vnculo hierrquico.

    b)Na desconcentrao, o Estado executa suas atividadesindiretamente, mediante delegao a outras entidades dotadasde personalidade jurdica.

    c)A centralizao a situao em que o Estado executa suas

    tarefas diretamente, por intermdio dos inmeros rgos eagentes administrativos que compem sua estrutura funcional.d)A descentralizao administrativa ocorre quando uma pessoa

    poltica ou uma entidade da administrao indireta distribuicompetncias no mbito da prpria estrutura, a fim de tornarmais gil e eficiente a sua organizao administrativa e aprestao de servios.

    e)A descentralizao a situao em que o Estado executa suastarefas indiretamente, por meio da delegao de atividades a

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    outros rgos despersonalizados dentro da estrutura interna dapessoa jurdica descentralizadora.

    Vejamos os comentrios s alternativas:

    a) Na desconcentrao, h hierarquia entre a Administrao central e orgo pblico. J na descentralizao, a hierarquia substituda pelocontrole finalstico ou tutela administrativa. A alternativa est errada.

    b)Na desconcentrao, os rgos pblicos criados so desprovidos depersonalidade jurdica. A alternativa est errada.

    c) A atuao da Administrao Pblica se d de forma centralizadaquando no h a delegao de atividades para a AdministraoIndireta. Assim, mesmo quando h desconcentrao, falamos que aAdministrao Pblica (Direta) age de forma centralizada. A alternativa

    est correta.d)Quando uma pessoa poltica ou uma entidade da administrao indireta

    distribui competncias no mbito da prpria estrutura, est ocorrendouma desconcentrao. A alternativa est errada.

    e)A alternativa refere-se desconcentrao (e no descentralizao).Est, assim, errada.

    Reposta: C.

    23. (ESAF / SUSEP / 2010) Em nossos dias, embora sequersejam citadas(os) pelo Decreto-Lei n. 200/1967, tambmintegram a administrao indireta as(os):

    a) Organizaes Sociais de Interesse Pblico.b) Organizaes No-Governamentais sem fins lucrativos.c) Organizaes Sociais.d) Consrcios Pblicos com personalidade jurdica de direito

    pblico.e) Parceiros Pblico-Privados sem fins lucrativos.

    O conceito de consrcios pblicos (somente se personalidade jurdicade direito pblico) como entidade administrativa (administrao indireta) cobrado de forma recorrente em concursos. Vamos verificar diretamente naLei n 11.107/95, que dispe sobre consrcios pblicos:

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    Art. 6 O consrcio pblico adquirir personalidade jurdica:

    I de direito pblico, no caso de constituir associao pblica, mediante avigncia das leis de ratificao do protocolo de intenes;

    II de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislao

    civil.

    1 O consrcio pblico com personalidade jurdica de direito pblico integra

    a administrao indireta de todos os entes da Federao consorciados.

    Resposta: D

    24. (ESAF / AFT / 2010) Um consrcio pblico, compersonalidade jurdica de direito pblico, composto por algunsmunicpios, pelos respectivos governos estaduais e pelaUnio, integra:

    a) nos municpios e nos estados, a administrao direta; na Unio,a administrao indireta.

    b) nos municpios, nos estados e na Unio, a administraoindireta.

    c) nos municpios, a administrao direta; nos estados e na Unio,a administrao indireta.d) nos municpios, nos estados e na Unio, a administrao direta.e) nos municpios e nos estados, a administrao indireta; na

    Unio, a administrao direta.

    Novamente aplicao direta da legislao:

    Lei n 11.107/95, Art. 6, 1 O consrcio pblico com personalidadejurdica de direito pblico integra a administrao indireta de todos os entesda Federao consorciados.

    Resposta: B

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    QUESTES APRESENTADAS NESTA AULA

    1.(CESPE / Correios / 2011) Em uma situao de deciso, apossibilidade de o agente pblico adotar mais de umcomportamento, de acordo com a tica da convenincia e daoportunidade, caracteriza a discricionariedade administrativa.

    2.(FCC / TJ PI / 2009). Quanto aos Atos Administrativosvinculados e os discricionrios, INCORRETO afirmar que:

    a) a discricionariedade se manifesta no ato em si e no nopoder de a Administrao pratic-lo pela maneira e nascondies mais convenientes ao seu interesse.b) a Administrao, nos atos vinculados, tem o dever demotiv-los.c) a discricionariedade dever estar sempre estrita observncia da lei, pois sua exorbitncia constitui ato ilcito.d) os atos vinculados so aqueles para os quais a lei estabeleceos requisitos e condies de sua realizao.e) a atividade discricionria no dispensa a lei, nem se exercesem ela, seno com observncia e sujeio a ela.

    3. (CESPE / MPU / 2013) Dada a imperatividade, atributo do ato

    administrativo, devem-se presumir verdadeiros os fatosdeclarados em certido solicitada por servidor do MPU eemitida por tcnico do rgo.

    4. (CESPE / IBAMA / 2013) O IBAMA multou e interditou umafbrica de solventes que, apesar de j ter sido advertida,insistia em dispensar resduos txicos em um rio prximo asuas instalaes. Contra esse ato a empresa impetroumandado de segurana, alegando que a autoridade

    administrativa no dispunha de poderes para impedir ofuncionamento da fbrica, por ser esta detentora de alvar defuncionamento, devendo a interdio ter sido requerida aoPoder Judicirio.

    Em face dessa questo hipottica, julgue o seguinte item:

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    Um dos atributos do ato administrativo executado pelo IBAMAna situao em questo o da autoexecutoriedade, quepossibilita ao poder pblico obrigar, direta e materialmente,

    terceiro a cumprir obrigao imposta por ato administrativo,sem a necessidade de prvia interveno judicial.

    5. (CESPE / AGU / 2007) As dvidas sobre a margem dediscricionariedade administrativa devem ser dirimidas pelaprpria administrao, jamais pelo Poder Judicirio.

    6.(TRF 4 Regio / TRF 4 Regio / 2010 - adaptada) Dadas asassertivas abaixo, assinale a alternativa correta:

    I. Administrao Pblica no dado anular seus prpriosatos, sendo imprescindvel, para tanto, autorizao do PoderJudicirio.

    II. A revogao de um ato administrativo ocupa universo deoportunidade e convenincia, guardando, em princpio, ndolediscricionria.

    III. Porque sujeito a uma vinculao absoluta, ao agentepblico no lcito valer-se dos princpios da razoabilidade e daproporcionalidade para pautar a atividade administrativa.

    a) Esto corretas apenas as assertivas I e II.b) Esto corretas apenas as assertivas I e III.c) Apenas a assertiva III est correta.d) Apenas a assertiva II est correta.e) Todas as assertivas esto erradas.

    7.(FGV / Senado Federal / 2008) Assinale a alternativa correta.

    a) Em virtude de aspectos subjetivos da discricionariedade, vedado ao Poder Judicirio apreciar a legalidade ou no dos

    atos discricionrios.b) A discricionariedade implica o poder do administrador

    pblico de optar por determinada conduta, aps valorao daconvenincia e oportunidade administrativas.

    c) A atividade discricionria suscetvel de revogao, quandoassim o entenda a Administrao, mas h impedimento a quesobre ela se aplique a anulao.

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    d) Ainda que haja certo grau de subjetividade na prtica deatos discricionrios, o motivo, a competncia e o objeto sosempre elementos vinculados.

    e) Somente no Poder Executivo pode o administrador atuarcom discricionariedade administrativa, e assim mesmo noexerccio da funo tpica de gesto dos interesses pblicos.

    8.(UFPR / Itaipu / 2011) Sobre os atos administrativos,considere as seguintes afirmativas:

    I. Pelo Princpio do Controle Jurisdicional dos atosadministrativos, cabe exclusivamente ao Poder Judicirio ocontrole de legalidade dos atos administrativos.

    II. Cabe apenas Administrao Pblica a possibilidade derever seus atos administrativos, revogando-os por critrios deconvenincia e oportunidade. Esse o chamado controle demrito.

    III. Considerando-se que a discricionariedade no um chequeem branco, pode-se dizer que nenhum ato administrativo estimune ao controle judicial, porque a discricionariedadeadministrativa est sujeita ao regime jurdico administrativo.

    IV. Um ato administrativo discricionrio que tenha sidoexpedido em desacordo com o princpio da moralidade e daproporcionalidade no poder ser invalidado pelo PoderJudicirio, tendo em vista o Princpio da Tripartio de Poderes.

    Assinale a alternativa correta.

    a) As afirmativas I, II, III e IV so verdadeirasb) Somente as afirmativas I e II so verdadeiras.

    c) Somente as afirmativas II e III so verdadeiras.d) Somente as afirmativas I, III e IV so verdadeiras.e) Somente as afirmativas III e IV so verdadeiras.

    9.(CESPE / TCE GO / 2009) Conforme o texto constitucional, arequisio de bem privado, por autoridade pblica, se far

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    independentemente do perigo pblico iminente, sendoassegurado a ulterior indenizao, se houver dano.

    10. (CESPE / TCE

    ES / 2009) A requisio somente ser debens, jamais de servios.

    11. (CESPE / OAB / 2010) A requisio de imveis restrioimposta ao proprietrio que no utiliza adequadamente a suapropriedade.

    12. (CESPE / DPE PI / 2010)A requisio administrativadestina-se ao uso da propriedade do particular, ocorre sempreem caso de urgncia - mediante autorizao judicial - e no

    enseja qualquer indenizao ao particular.

    13. (CESPE / DPU / 2010) No caso de requisio de bemparticular, se este sofrer qualquer dano, caber indenizaoao proprietrio.

    14. (CESPE / Caixa - Advogado / 2010) A requisio de bensextingue a propriedade do particular, haja vista que o poderpblico se apropria de bens para mant-los para si prprio oupara transferi-los para terceiros, razo pela qual,obrigatoriamente, haver indenizao.

    15. (ESAF / MTE / 2010) Tendo por base a organizaoadministrativa brasileira, classifique as descries abaixocomo sendo fenmenos: (1) de descentralizao; ou (2) dedesconcentrao. Aps, assinale a opo correta.

    ( ) Criao da Fundao Instituto Brasileiro de Geografia eEstatstica (IBGE), para prestar servios oficiais de estatstica,geologia e cartografia de mbito nacional;( ) Criao de delegacia regional do trabalho a ser instalada emmunicipalidade recm emancipada e em francodesenvolvimento industrial e no setor de servios;

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    ( ) Concesso de servio pblico para a explorao do serviode manuteno e conservao de estradas;( ) Criao de novo territrio federal.

    a) 2 / 1 / 2 / 1b) 1/ 2 / 2 / 1c) 2/ 2 / 1 / 1d) 1/ 2 / 1 / 1e) 1/ 2 / 1 / 2

    16. (CESPE / TJ DF / 2013) Os termos concentrao ecentralizao esto relacionados ideia geral de distribuiode atribuies do centro para a periferia, ao passo quedesconcentrao e descentralizao associam-se transferncia de tarefas da periferia para o centro.

    17. (CESPE / INPI / 2013) O instituto da desconcentraopermite que as atribuies sejam distribudas entre rgospblicos pertencentes a uma nica pessoa jurdica com vistasa alcanar uma melhora na estrutura organizacional. Assim,concentrao refere-se administrao direta; jdesconcentrao, indireta.

    18. (ESAF / CVM / 2010) Analise os itens a seguir, a respeitodas entidades polticas e administrativas, e marque com V sea assertiva for verdadeira e com F se for falsa. Ao final,assinale a opo correspondente.

    ( ) A autonomia de uma entidade poltica decorre de suacapacidade de auto-organizao, autogoverno e

    autoadministrao.( ) So entidades polticas a Unio, os Estados, os Municpios, oDistrito Federal e suas autarquias e fundaes pblicas.

    ( ) As entidades polticas e administrativas surgem dadescentralizao administrativa.

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    ( ) As entidades polticas so pessoas jurdicas de direitopblico, enquanto as entidades administrativas so pessoasjurdicas de direito privado.

    a) V, F, F, Fb) V, F, V, Fc) V, V, F, Vd) F, V, F, Ve) V, V, F, F

    19. (ESAF / SMF-RJ / 2010) Sobre a organizao daadministrao pblica brasileira, correto afirmar que:

    a) por serem qualificadas como autarquias de natureza especial,as agncias reguladoras integram a administrao direta.

    b) ao contrrio do que ocorre em relao s autarquias, a lei nocria empresas pblicas, apenas autoriza sua instituio.

    c) agncias reguladoras e agncias executivas so categorias deentidades pertencentes administrao indireta.

    d) a Constituio Federal veda, aos municpios, a criao deautarquias.

    e) no mbito federal, as empresas pblicas subordinam-se,hierarquicamente, aos ministrios a que se vinculem.

    20. (CESPE / TRE MS / 2013) Com referncia organizaoadministrativa, assinale a opo correta:

    a)O Estado, ao desenvolver suas atividades administrativas, atuapor si mesmo ou cria rgo despersonalizado paradesempenhar essas atividades, mas no pode criar outraspessoas jurdicas para desempenhar tais atividades.

    b)O Estado no pode transferir a particulares o exerccio dasatividades que lhe so prprias.

    c)O Estado pode transferir atividades que lhe so prprias aparticulares, mas no pode criar outras pessoas jurdicas paradesempenhar essas atividades.

    d)O Estado desenvolve suas atividades administrativas por simesmo, mas pode transferi-las a particulares e tambm criaroutras pessoas jurdicas para desempenh-las; contudo taisentidades devem ter personalidade jurdica de direito pblico.

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    e)O Estado desenvolve suas atividades administrativas por simesmo, podendo transferi-las a particulares e tambm criaroutras pessoas jurdicas, com personalidade jurdica de direitopblico ou privado, para desempenh-las.

    21. (ESAF / CVM / 2010) So caractersticas comuns sempresas pblicas e s sociedades de economia mista,exceto:

    a) esto sujeitas ao controle finalstico do ente da administraodireta que as instituiu.

    b) podem ser exploradoras de atividades econmicas ouprestadoras de servios pblicos.

    c) criao autorizada por lei especfica.d) na composio do capital social, exige-se a participao

    majoritria do poder pblico.e) embora possuam personalidade jurdica de direito privado, o

    regime de direito privado a elas aplicvel parcialmentemodificado por normas de direito pblico.

    22. (CESPE / TRE MS / 2013) A respeito da organizaoadministrativa e da administrao direta e indireta, assinale a

    opo correta.

    a)Uma das diferenas entre a desconcentrao e adescentralizao administrativa que nesta existe um vnculohierrquico e naquela h o mero controle entre a administraocentral e o rgo desconcentrado, sem vnculo hierrquico.

    b)Na desconcentrao, o Estado executa suas atividadesindiretamente, mediante delegao a outras entidades dotadasde personalidade jurdica.

    c)A centralizao a situao em que o Estado executa suas

    tarefas diretamente, por intermdio dos inmeros rgos eagentes administrativos que compem sua estrutura funcional.

    d)A descentralizao administrativa ocorre quando uma pessoapoltica ou uma entidade da administrao indireta distribuicompetncias no mbito da prpria estrutura, a fim de tornarmais gil e eficiente a sua organizao administrativa e aprestao de servios.

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    e)A descentralizao a situao em que o Estado executa suastarefas indiretamente, por meio da delegao de atividades aoutros rgos despersonalizados dentro da estrutura interna dapessoa jurdica descentralizadora.

    23. (ESAF / SUSEP / 2010) Em nossos dias, embora sequersejam citadas(os) pelo Decreto-Lei n. 200/1967, tambmintegram a administrao indireta as(os):

    a) Organizaes Sociais de Interesse Pblico.b) Organizaes No-Governamentais sem fins lucrativos.c) Organizaes Sociais.d) Consrcios Pblicos com personalidade jurdica de direito

    pblico.e) Parceiros Pblico-Privados sem fins lucrativos.

    24. (ESAF / AFT / 2010) Um consrcio pblico, compersonalidade jurdica de direito pblico, composto por algunsmunicpios, pelos respectivos governos estaduais e pelaUnio, integra:

    a) nos municpios e nos estados, a administrao direta; na Unio,

    a administrao indireta.b) nos municpios, nos estados e na Unio, a administrao

    indireta.c) nos municpios, a administrao direta; nos estados e na Unio,

    a administrao indireta.d) nos municpios, nos estados e na Unio, a administrao direta.e) nos municpios e nos estados, a administrao indireta; na

    Unio, a administrao direta.

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    GABARITO

    1- C 2- A3- E 4- C

    5- E 6- D

    7- B 8- C

    9- E 10-E

    11-E 12-E

    13-C 14-E

    15-

    D 16-

    E

    17-E 18-A

    19-B 20-E

    21-D 22-C

    23-D 24-B

    Sucesso!