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ÍNDICE
1 EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL.....................................................2
1.1 Histórico..............................................................................................................2
1.2 Histórico no Brasil..............................................................................................3
1.3 Projeto em Alvenaria Estrutural.........................................................................4
1.4 Concepção Estrutural..........................................................................................5
1.5 Tipos de Alvenaria..............................................................................................7
1.6 Modulação........................................................................................................12
1.7 Patologias em Alvenaria Estrutural..................................................................18
1.8 Principais Anomalias........................................................................................21
1.9 Considerações Finais........................................................................................24
2 SISTEMA DE CIMBRAMENTO METÁLICO.....................................................26
2.1 Obra Visitada....................................................................................................26
2.2 Escoramento Metálico......................................................................................26
2.3 Definição...........................................................................................................29
2.4 Vantagens da Utilização...................................................................................30
2.5 Projeto e Reescoramento..................................................................................30
2.6 Sistemas de Cimbramento Metálico.................................................................32
2.6.1 Escoras (ou sistema pontual).....................................................................32
2.6.2 Torres metálicas.........................................................................................33
2.6.3 Mesas Voadoras.........................................................................................34
2.7 Campo de Utilização dos Cimbramentos Metálicos.........................................34
2.8 COMPONENTES.............................................................................................35
2.8.1 Escoras.......................................................................................................36
2.8.2 Torres.........................................................................................................36
2.8.3 Vigas metálicas..........................................................................................36
2.8.4 Treliças......................................................................................................36
2.9 Condições Gerais para o Cimbramento Metálico.............................................36
2.10 Cuidados Durante a Instalação......................................................................37
2.11 Normas Técnicas...........................................................................................38
2.12 Dimensionamento do Escoramento Metálico...............................................38
1
1 EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL
1.1 Histórico
A Alvenaria como material estrutural é um método construtivo muito
antigo. As paredes de pedra e tijolos cerâmicos eram usadas desde a
antigüidade, podendo-se citar dentre as grandes obras executadas:
- Pirâmides (2600 AC): 3 grandes pirâmides construídas com blocos de pedras.
A maior mede 147 metros de altura com base quadrada de 230 metros. Foram
utilizados aproximadamente 2,3 milhões de blocos de peso médio igual a 25
kN.
- Farol de Alexandria (280 AC): construído numa das ilhas do porto de
Alexandria, tinha 134 metros de altura e foi destruído por um terremoto no
século XIV.
- Catedral de Reims (século XIII): em estilo gótico, utiliza vãos relativamente
grandes, com peças apenas comprimidas. Amplo interior em arcos que
sustentam o teto, apoiados em pilares esbeltos, contraventados por arcos
externos.
- Edifício Monadnock (1890): edifício de 16 andares e 65 metros em Chicago,
com paredes de 1,80 metros de espessura. Considerado ousado para a época,
teria espessuras de paredes da ordem de 30 cm se dimensionado com os
procedimentos atuais. Com o advento do desenvolvimento industrial, novos
materiais surgiram e ocuparam os espaços na construção, especialmente o aço
e o concreto armado, entre 1900 e 1960. A alvenaria foi substituída pela
versatilidade, esbeltez e desempenho destes novos materiais.
Foi a época das estruturas aporticadas. Nos anos 50, a alvenaria
ressurgiu na Europa, como estrutura – não armada - e também com função de
vedação. Há registros de um edifício de 13 andares e 42 metros na Suíça, com
paredes de 37,5cm e 15cm (externas e internas respectivamente, diferença
provável em 7 funções de aspectos de conforto térmico). Nos EUA ela era
normalmente utilizada com armadura, devido à possibilidade de sismos.
Atualmente se executam edifícios de até 22 andares na Europa e EUA.
O limite teórico, em função dos materiais, estaria entre 30 e 40 pavimentos.
2
1.2 Histórico no Brasil
A alvenaria demorou a ser utilizada no Brasil. Em 1966 foram
construídos os primeiros edifícios com blocos de concreto, de 4 pavimentos. A
primeira grande obra foi o Central Parque Lapa, um conjunto de 4 prédios com
12 andares, em alvenaria armada com blocos de concreto. Em alvenaria não-
armada, apenas em 1977 foram construídos edifícios de 9 pavimentos com
blocos sílico-calcários de espessura igual a 24 cm nas paredes estruturais.
Os primeiros empreendimentos tinham tecnologia americana (blocos de
concreto e bastante armadura, devido aos terremotos naquele país).
Inicialmente surgiram muitas patologias, decorrentes da adaptação da
tecnologia importada à mão de obra local, aos materiais e ao clima. A utilização
decaiu até 1986, depois de muitas obras arrojadas terem sido executadas.
Conjuntamente aos blocos de concreto, surgiram os blocos sílico-
calcário (Prensil) e os blocos cerâmicos especiais para uso estrutural.
Paralelamente, desenvolveu-se o processo para normalização do uso da
alvenaria estrutural pela ABNT.
Os anos 90 foram marcados pela busca do aperfeiçoamento da
alvenaria estrutural, no sentido de se minimizar patologias, melhorar as
técnicas construtivas e o cálculo estrutural, para se obter uma edificação de
boa qualidade com redução de custos. Diversas pesquisas se realizaram,
fundindo-se a tecnologia americana (blocos de concreto) com a filosofia
européia (alvenaria não armada).
Atualmente, para prédios usuais (em formato H), alguns limites médios
podem ser citados:
- Alvenaria não armada sem amarração: 4 a 5 pavimentos
- Alvenaria com paredes amarradas: 8 pavimentos
- Alvenaria estrutural com Fbk de 8 MPa: 10 pavimentos
- Fbk de 12 MPa: 13 pavimentos
- Fbk de 15 MPa: 18 pavimentos
- Limite de aparecimento de tensões de tração: 10 a 12 pavimentos
- Limite para paredes com blocos de 14 cm: 17 a 20 pavimentos.
3
Estes valores se referem a obras sem transição (sem subsolos ou
pilotis). Hoje, entretanto, a transição não é mais um fator limitante. É possível
se executar prédios altos sobre estruturas de concreto nos sub-solos ou
térreos, desde que a arquitetura permita a localização adequada dos pilares.
1.3 Projeto em Alvenaria Estrutural
O projeto de um edifício de alvenaria estrutural se desenvolve de
maneira um pouco diferenciada dos projetos usuais com estrutura em concreto
armado, pois a integração entre os diferentes tipos de projeto (e projetistas) é
maior. Em um projeto com estrutura convencional de concreto armado,
usualmente o projeto arquitetônico é definido antes dos projetos de estrutura,
elétrica e hidráulica. No caso da alvenaria estrutural os projetos devem ser
desenvolvidos em conjunto.
Figura 1. Esquema do desenvolvimento de um projeto.
Para o projeto em alvenaria estrutural algumas informações são
fundamentais:
• Bloco: dimensões, componentes disponíveis (bloco padrão, canaleta, bloco
jota, etc) – definem modulação e dimensões dos cômodos;
• Posição e dimensão das aberturas (portas, janelas, quadro de luz e força, etc)
– influenciam a distribuição de cargas entre as paredes;
4
• Projeto das instalações hidráulicas: consideração de paredes hidráulicas não
estruturais;
• Definição de paredes removíveis não estruturais;
• Projeto de instalações elétricas; tipo de laje; altura do pavimento; tipo de
escada; térreo com ou sem pilotis.
1.4 Concepção Estrutural
Conceber uma estrutura consiste em se determinar, a partir de uma
planta básica, as paredes portantes e não-portantes, relativas às cargas
verticais e horizontais, considerando aspectos de utilização da estrutura e
simetria, entre outros. Definido o sistema estrutural, determinam-se às ações
verticais (cargas) e horizontais para o dimensionamento.
A função da estrutura nos edifícios é canalizar as ações externas para o
terreno onde o prédio se apoia. Deve garantir que as tensões internas sejam
adequadamente resistidas pelos materiais constituintes, e garantir a
estabilidade e rigidez de cada parte e do conjunto. A concepção dos sistemas
estruturais passa pela análise de arranjos, configurações (rigidez) e
vinculações (estabilidade) convenientes; análise dos materiais, das seções e
das resistências.
Em alvenaria estrutural os esforços são obtidos através de análise
estrutural. Da mesma forma que as estruturas em concreto ou aço, a alvenaria
estrutural também exige o projeto estrutural. Porém, a concepção do projeto
em alvenaria estrutural requer procedimentos e conhecimentos diferentes
daqueles empregados em estruturas reticuladas. A filosofia e os processos são
diferentes; é importante pensar alvenaria.
Em relação à estabilidade, a norma inglesa recomenda (BS 5628):
- Assegurar sempre a compatibilidade entre elementos e componentes.
- Para um projeto sólido estável, considerar o tipo de arranjo em planta
(estáveis, instáveis, precários – celular, cruzado, duplo cruzado, complexo), os
encontros entre paredes que se interceptam e demais partes da estrutura.
- Verificar todas as forças laterais, resistidas pelas paredes paralelas ou
transferidas entre elas pela laje.
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- Considerar uma carga horizontal distribuída igual a 1,5% da carga
permanente total.
Os sistemas estruturais em alvenaria podem ser classificados segundo
alguns tipos notáveis, como se descreve a seguir (de acordo com o tipo de laje
a distribuição das paredes).
- Arranjo simples: plantas retangulares e alongadas, com paredes externas não
portantes na maior direção (para colocação de grandes caixilhos) e lajes
armadas numa direção (pré-moldadas) apoiadas nas paredes transversais. Na
direção longitudinal o contraventamento é obtido com paredes de corredor,
escadas, etc. Utilizadas em edifícios baixos destinados a hotéis, escolas,
hospitais, etc;
- Arranjo duplo: as lajes também são armadas em uma direção, porém as
paredes estão distribuídas nas duas direções Utilizadas em edifícios
residenciais de baixa altura;
- Arranjo celular: plantas gerais, com todas as paredes portantes, possibilitando
lajes armadas em duas direções, que lhe confere maior estabilidade lateral e
melhor distribuição de pressão no solo. Usadas em edifícios de maior altura em
geral;
- arranjo complexo: combinação dos anteriores (por exemplo, quando se
precisa de alguns painéis externos não portantes).
Figura 2. Tipologias de alvenaria estrutural
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1.5 Tipos de Alvenaria
Em Alvenaria Estrutural não se utilizam pilares e vigas, pois as
paredes chamadas de portantes compõem a estrutura da edificação e
distribuem as cargas uniformemente ao longo das fundações. Atenção para
armações e grauteamento dos blocos quando houver.
A alvenaria pode ser classificada das seguintes formas:
Não-armada – tipo de alvenaria que não recebe graute, mas os reforços
de aço (barras, fios e telas) apenas por razões construtivas - vergas de portas,
vergas e contravergas de janelas e outros reforços construtivos para aberturas
- e para evitar patologias futuras: trincas e fissuras provenientes da
acomodação da estrutura, movimentação por efeitos térmicos, de vento e
concentração de tensões.
Figura 3. Alvenaria não armada.
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• Armada ou parcialmente armada - tipo de alvenaria que recebe reforços em
algumas regiões, devido a exigências estruturais. São utilizadas armaduras
passivas de fios, barras e telas de aço dentro dos vazios dos blocos e
posteriormente grauteados, além do preenchimento de todas as juntas
verticais.
Figura 4. Alvenaria Armada ou parcialmente armada.
• Protendida - tipo de alvenaria reforçada por uma armadura ativa (pré-
tensionada) que submete a alvenaria a esforços de compressão. Esse tipo de
alvenaria é pouco utilizado, pois os materiais, dispositivos e mão de obra para
a protensão têm custo muito alto para o nosso padrão de construção.
Fixar a espera da barra ou cabo de protensão nas fundações,
Levantar a parede encaixando os furos dos blocos na barra,
Prever furos nas fiadas de caneletas,
Na altura da emenda da barra os trechos são conectados e protegidos;
Segue-se a alvenaria até a última fiada;
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Após 14 dias aplica-se a protensão com um torquímetro lembrando-se
de engraxar as barras,-
Efetua-se a medição e o grauteamento da ancoragem.
Figura 5. Alvenaria Protendida.
No sistema alvenaria, a alvenaria não-armada de blocos vazados de
concreto é a que apresenta maior potencial de utilização, devido à economia
proporcionada e ao grande número de fornecedores de blocos de concreto. É
usada especialmente em edifícios residenciais empregando-se paredes de 14
cm e resistência de 1 MPa para cada pavimento acima do nível considerado,
em média.
A alvenaria de blocos cerâmicos também vem ganhando mercado, com
o aparecimento de fornecedores confiáveis para blocos de resistências de até
10 MPa. Hoje ainda tem seu uso concentrado em prédios de poucos
pavimentos, mas deve competir com os blocos de concreto para edifícios de
média altura (até oito pavimentos) rapidamente.
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As principais vantagens da alvenaria estrutural em relação às
edificações com estruturas usuais de concreto são:
- ECONOMIA: redução de até 20% do custo da obra, devido à redução de
fôrmas, do número de especialidades de mão de obra e dos revestimentos. O
sistema concorre técnica e economicamente com aço e concreto.
- RAPIDEZ: a execução é rápida, limpa e segura, com redução de sub-
construtores e materiais.
- RACIONALIZAÇÃO: o sistema induz à racionalização de diversas atividades
(as instalações, por exemplo – a ausência de rasgos ou intervenções
significativas, que seria uma desvantagem numa análise simplista, é, na
verdade, uma vantagem, por eliminar improvisações e desperdícios).
O projeto e o detalhamento são fáceis (além de ser flexível, pois se
baseiam numa unidade de pequena dimensão). O sistema é durável e
apresenta bom isolamento térmico-acústico.
Os principais cuidados a serem tomados na alvenaria estrutural são o
treinamento de mão de obra, os cuidados mais rigorosos na fiscalização (já que
a execução deve ser mais cuidadosa) e a necessidade de interação entre
projetistas (arquitetura, estrutura e instalações - coordenar projetos). Uma
limitação do sistema é a impossibilidade de se adaptar a arquitetura para um
novo uso.
Figura 6. Análise das Vantagens
10
1.6 Modulação
A modulação consiste no uso de uma base de comprimento ou volume
como referência de dimensão, que determina uma série de relações
proporcionais a ela. Em alvenaria estrutural pode ser definida como o acerto
das dimensões em planta e do pé-direito da edificação, em função das
dimensões dos blocos, de modo a reduzir ao máximo corte ou ajuste para se
executar a parede.
A coordenação modular é a técnica que permite relacionar as medidas
de projeto com as demais medidas modulares, por meio de um reticulado
espacial de referência.
A modulação é fundamental para que a edificação resulte econômica e
racional. Na sua ausência, os enchimentos são freqüentes (existe a premissa
de não se cortar os blocos), acarretando acréscimo de mão de obra e piora no
resultado no dimensionamento (consideração de paredes isoladas –
conseqüência inevitável dos grauteamentos).
As principais vantagens da modulação são: organização dimensional,
racionalização de projeto e execução, incentivo da intercambialidade,
padronização, aumento da precisão e contribuição para a melhoria do
desempenho e qualidade.
Para se conseguir uma modulação adequada é preciso considerar a
medida dos blocos desde a concepção dos espaços. As dimensões da
arquitetura devem considerar a análise dos espaços conjuntamente com as
dimensões dos blocos. Posteriormente, deve-se ainda considerar os aspectos
estruturais, definindo-se as paredes estruturais (em função de apoios de lajes e
existência de pilotis) para se chegar à modulação definitiva.
Modulação Horizontal
A modulação racionalizada passa pela definição das dimensões do
bloco. Hoje se modulam inclusive as paredes de vedação. Na alvenaria
estrutural, a dimensão modular é a dimensão real do bloco mais a espessura
da junta (que funciona como elemento de ajuste). Para uma correta amarração
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(ou como condição para a coordenação), deve-se obedecer a seguinte relação:
comprimento = 2 * espessura + junta.
O módulo M de um bloco refere-se ao comprimento real do bloco mais a
espessura J da junta. Na nomenclatura usual, o comprimento real de um bloco
valeria, portanto, 2M – J, conforme o esquema da figura abaixo. As juntas mais
comuns têm 1cm e daí advém que os comprimentos reais dos blocos terão
seus comprimentos nominais reduzidos de 1 cm. Num processo desenvolvido
para uma grande construtora nacional, os blocos foram preparados para juntas
de 0,5 cm, existindo então blocos com 14,5 cm, 29,5 cm e 44,5 cm.
Para os blocos modulares, sempre haverá uma solução de amarração
que atenda à quadrícula de 12,5cm ou 15cm ou 20cm (entende-se por
quadrícula modular de referência ao quadriculado com espaçamento entre
linhas e colunas igual a M ou MM – multimódulos, que serve de orientação para
elaboração do projeto coordenado modularmente, tanto em planta como em
elevação). Para a espessura de 15cm (preferida), quando for possível usar o
bloco de 45 cm nos cantos os detalhes são mais simples. Caso não se use os
blocos de 45cm, a junção dos blocos na borda pode ser realizada com o
esquemas alternativos.
No entanto, para o bloco de 15x40 (preferido) o problema é maior, sendo
necessário usar blocos especiais em cantos e bordas. Esta solução é
inadequada do ponto de vista da continuação das fiadas e de posicionamento
dos septos. Outra opção é utilizar blocos especiais de 34cm. Pode-se usar
ainda os blocos de 54cm, que facilitam o esquema de fiadas de borda, mas são
raros no mercado e são muito pesados para manipular.
Ainda no caso da impossibilidade de se usar o módulo de 15cm quando
a espessura for de 14 cm, a dimensão do ambiente depende da posição
relativa dos blocos nos cantos das paredes. Nestes casos, pode-se trabalhar
com múltiplos de 20, 20 + 5, e 20 + 10.
É muito comum também o uso de blocos de ajuste para se diminuir um
ambiente. Por exemplo, se deseja reduzir a dimensão em 5 cm, pode-se usar
um bloco de 35 no lugar do de 40 no meio da parede, observando-se que
aumentam os cuidados na execução e o custo deste bloco.
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Figura 7. Modulação horizontal
Figura 8. Modulação portas internas e blocos 45º.
Modulação Vertical
Há dois tipos de modulação vertical. Piso a teto e piso a piso. No
primeiro caso, as paredes externas terminam com um bloco J (com uma das
paredes maior que a dimensão convencional), ajustando-se a altura da laje.
Nas paredes internas usam-se blocos canaletas comuns. A Figura 20 mostra
estes detalhes. Entretanto, quando a modulação é trabalhada com múltiplos de
20cm (pé-direito de 2,6m ou 2,8m) eles não são necessários.
Quando a modulação se refere à distância piso-piso, o bloco J das
paredes externas tem altura menor que o convencional numa de suas paredes,
para acomodar a altura da laje, e nas paredes internas usam-se blocos
compensadores para ajustar a distância piso-teto, não modulada.
13
Registra-se que nem sempre o bloco J pode ser fornecido. Pode-se
então usar fôrmas auxiliares e/ou cortar os blocos canaletas comuns na obra,
obtendo-se blocos J ou compensadores com relativa facilidade.
Figura 9. Modulação vertical.
Figura 10. Modulação em cantos e amarração em T.
Tipos de Modulação
Modulação de 15x30
Nesse tipo de modulação o bloco inteiro tem dimensão de 14x29cm,
sendo a dimensão modular igual às dimensões do bloco mais argamassa de
1cm, ou seja, 15x30cm. Essa é a modulação mais recomendada, pois o
comprimento modular é igual ao dobro da largura modular, permitindo uma
amarração perfeita entre os blocos. Para modular os cômodos, basta criar uma
malha quadricular de 15x15cm e dispor os blocos sobre essa malha, pois todas
as dimensões horizontais serão múltiplas de 15cm. Nos encontros de parede
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são dispostos blocos com comprimento modular de 45cm para permitir a
amarração.
Figura 11. Modulação 15x30
Modulação de 15x40
Esse tipo de modulação foi a primeira a ser utilizada no Brasil e tem o
inconveniente do comprimento não ser proporcional à largura do bloco. Para
ser possível a amarração direta entre paredes é necessária a utilização de
blocos especiais de 14x34cm e de 14x54cm. As dimensões dos cômodos são,
na maior parte, múltiplas de 20cm, havendo alguns casos em que as
dimensões ficam diminuídas de 5cm.
15
Figura 12. Modulação de portas, janelas, vergas e contra-vergas.
16
Figura 13. Modulação 15x40
1.7 Patologias em Alvenaria Estrutural
Cuidados no projeto e na execução das obras evitam problemas nos
edifícios construídos com alvenaria estrutural. No entanto, quando as falhas
surgem, nem sempre é fácil detectar sua origem.
São geralmente decorrentes de deficiências de projeto, especificação de
material, execução, utilização ou da forma de manutenção do edifício.
Com base no diagrama idealizado pelo professor Ishikawa (diagrama de
causa e efeito), podemos avaliar as eventuais anomalias que possam ocorrer,
relacionando-as a uma ou mais características da qualidade não-atendidas, de
forma a identificar os fatores que as geraram.
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Pode-se relacionar os seguintes cuidados a serem adotados:
MATERIAL
• Critérios de qualificação técnica dos fabricantes de blocos estruturais.
• Qualificação técnica dos fabricantes.
• Especificação técnica, mediante normas técnicas e cadernos de encargos
(acordo prévio).
Por exemplo, no caso de blocos vazados de concreto, deve-se, com base na
norma brasileira NBR 6136, especificar: resistência à compressão; umidade;
absorção de água e características dimensionais;
• Para argamassa de assentamento e grautes, deve-se, com base na norma
brasileira NBR 8798, especificar: dosagens; retenção de água (argamassas) e
resistência à compressão;
• Os demais materiais utilizados (aço, cimento, cal hidratada, agregados,
aditivos e água) devem ser especificados conforme suas normas técnicas.
• Pedido de compra: deverá conter as especificações técnicas previamente
acordadas entre as partes.
• Controle de recebimento e estocagem.
METODOLOGIA
• Normas: é necessário introduzir o uso de normas técnicas aplicáveis na
aquisição e emprego de materiais, na contratação de serviços, e na construção
em geral, uma vez que esta é uma exigência prevista no artigo 39, item VIII do
Código de Defesa do Consumidor, que afirma: “é vedado ao fornecedor de
produtos ou serviços colocar no mercado de consumo, qualquer produto ou
serviço em desacordo com as Normas da ABNT ou de qualquer outra entidade
credenciada pelo Conmetro”.
• Projetos: projeto arquitetônico contendo detalhes construtivos com relação a
medidas específicas quanto às condições de habitabilidade (térmica, acústica e
de umidade);
Projeto estrutural com base em teorias atuais, fundamentadas em base
experimental sólida.
18
• Normas técnicas e cadernos de encargos, contendo inclusive procedimentos
de execução.
• Procedimentos de recebimento de materiais e serviços.
• Procedimentos com relação ao recebimento de outras atividades que possam
intervir na execução dos trabalhos e no desempenho como um todo (interfaces:
lajes, contrapiso, instalações em geral etc).
• Manual do proprietário: deverá conter os procedimentos de uso adequado e
eventuais restrições, cuidados na manutenção e limpeza, orientações para a
pintura, seja interna ou externa, periodicidade e especificações dos produtos
recomendáveis.
MÁQUINAS
• É indispensável colocar, imediatamente, máquinas (ferramentas) simples à
disposição dos operários.
• A máquina humana deve ser cada vez mais inteligentemente utilizada.
• O emprego de pequenas e eficientes ferramentas, irão melhorar a qualidade e
produtividade.
• Os equipamentos utilizados nos processos construtivos, verificações de
serviços, e ensaios deverão estar conforme procedimentos e devidamente
calibrados.
MÃO-DE-OBRA
“A qualidade começa pela educação e acaba na educação. Uma empresa que
progride em qualidade é empresa que aprende, que aprende a aprender” (prof.
Ishikawa).
MEIO AMBIENTE
Nas fases de projeto e execução, deve-se atentar para a preservação do meio
ambiente.
É necessário entender que o lixo das cidades não pode ser constituído de
entulho de obras. Melhor dizendo: desperdício, que cria junto com o lixo
domiciliar esconderijo, alimentação, ambiente propício para a criação de
roedores, insetos e de agentes transmissores de doenças infecto-contagiosas.
Os principais fatores de desperdício podem ser resumidos em:
19
• perda de material e retrabalho, por falta de qualidade dos materiais, falta de
qualificação da mão-de-obra e alta rotatividade, e falta de projeto específico;
• perda de cerca de 20% de material utilizado no nivelamento de paredes fora
de prumo ou em revestimento de paredes que apresentam variações de
espessura.
• armazenamento inadequado de materiais no canteiro de obras.
1.8 Principais Anomalias
• Fissuras: as fissuras ocupam o primeiro lugar na sintomatologia em alvenarias
estruturais de blocos vazados de concreto. A identificação das fissuras e de
suas causas é de vital importância para a definição do tratamento adequado
para a recuperação da alvenaria.
A configuração da fissura, abertura, espaçamento e, se possível, a época de
ocorrência (após anos, semanas, ou mesmo algumas horas da execução),
podem servir como elementos para diagnosticar sua origem.
Considerando-se as diferentes propriedades mecânicas e elásticas dos
constituintes da alvenaria, e em função das solicitações atuantes, as fissuras
poderão ocorrer nas juntas de assentamento (argamassa de assentamento
vertical ou horizontal) ou seccionar os componentes da alvenaria (blocos
vazados de concreto).
Outros fatores podem influenciar o comportamento das alvenarias:
• Qualidade dos blocos: dimensões incorretas, falhas na porosidade e
acabamento superficial;
• Argamassa de assentamento: consumo de aglomerantes, retenção de água e
retração;
• Alvenarias: geometria do edifício, esbeltez, eventual presença de armaduras,
existência de paredes de contraventamento;
• Recalques diferenciais em fundações;
• Movimentações higroscópicas e térmicas.
As Figuras 14, 15 e 16, apresentam um resumo das diferentes configurações
das fissuras ocorridas em alvenaria estrutural e as prováveis causas geradoras
de cada uma destas tipologias.
20
Figura 14. Fissuras verticais
Figura 15. Fissuras inclinadas
21
Figura 16. Fissuras horizontais
• Eflorescências: a eflorescência é decorrente de depósitos salinos,
principalmente de sais de metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalinos-
terrosos (cálcio e magnésio) na superfície de alvenarias, provenientes da
migração de sais solúveis nos materiais e componentes da alvenaria. Elas
podem alterar a aparência da superfície sobre a qual se depositam e em
determinados casos seus sais constituintes podem ser agressivos, causando
desagregação profunda, como no caso dos compostos expansivos.
Para a ocorrência da eflorescência devem existir, concomitantemente, três
condições: existência de teor de sais solúveis nos materiais ou componentes,
presença de água e pressão hidrostática necessária para que a solução migre
para a superfície. Portanto, para evitar esse fenômeno, deve-se eliminar uma
das três condições.
22
Com relação à segunda condição para existência de eflorescência, nota-
se que a água pode ser proveniente da umidade do solo; da água de chuva,
acumulada antes da cobertura da obra ou infiltrada por meio das alvenarias,
aberturas ou fissuras; de vazamentos de tubulações de água, esgoto ou águas
pluviais; da água utilizada na limpeza e de uso constante em determinados
locais.
Por fim, com relação à pressão hidrostática, verifica-se que o transporte
de água por meio dos materiais e a conseqüente cristalização dos sais solúveis
na superfície ocorrem por capilaridade, infiltração em trincas e fissuras, perco-
lação sob o efeito da gravidade, percolação sob pressão por vazamentos de
tubulações de água ou de vapor, pela condensação de vapor de água dentro
das paredes, ou pelo efeito combinado de duas ou mais dessas causas.
A remoção das eflorescências sobre a superfície da alvenaria só poderá
ser realizada após a eliminação da causa da infiltração de água (umidade) e
secagem do revestimento, sendo então procedida escovação da superfície e,
se necessário, reparo de eventual região com pulverulência.
• Infiltrações de água
• Infiltração pelos componentes da alvenaria
• Infiltração pelas juntas de assentamento
• Infiltrações relacionadas a outros fatores
1.9 Considerações Finais
A normalização exerce papel preponderante no desempenho em países
altamente industrializados, como Alemanha e Japão. Essas nações, que após
a II Guerra Mundial construíram, partindo do nada, todo seu parque industrial, e
ingressaram na época atual como grandes potencias industriais, utilizaram a
tecnologia como força motriz e as normas técnicas como lastro. Portanto, deve-
se incentivar o processo de normalização do setor, visando a fornecer
subsídios técnicos aos projetistas, engenheiros, arquitetos, construtores e
usuários, de modo a obter melhorias de qualidade e a conseqüente redução de
anomalias.
23
24
2 SISTEMA DE CIMBRAMENTO METÁLICO
2.1 Obra Visitada
Obra Visitada: R.528 HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ
Rua João Julião, 331 – Paraíso – São Paulo – SP
CEI: 51.203.93272-73
Construtora: RACIONAL ENGENHARIA LTDA.
Endereço: Av. Chedid Jafet 00222, Bl D 3 AND – V. Olimpia – São Paulo - SP -
CEP: 04.551-065
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Empresa de Cimbramento Metálico: DOKA BRASIL FÔRMAS PARA
CONCRETO LTDA.
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2.2 Escoramento Metálico
O escoramento metálico é composto por peças de aço galvanizado ou
alumínio e é uma solução com grande capacidade de suportar cargas. O
sistema chega pronto ao canteiro para ser montado, diminuindo o tempo de
instalação e o desperdício de materiais.
Para escorar vigas, por exemplo, utilizam-se poucos itens, que se
encaixam facilmente, sem exigir muita força nem o uso de ferramentas
adicionais.
São cruzetas, quadros, cornetas, forcados reguláveis, conectores, pinos e
perfis fornecidos a partir de um projeto que leva em conta as condições da obra
e a carga que as torres terão de suportar.
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Em comparação com o sistema de madeira, esse tipo de escoramento é
mais durável, preciso e não é necessário improvisar nada. Por isso, uma
recomendação importante é seguir à risca as orientações do fornecedor,
principalmente sobre a carga que suporta por área. Quando for necessário
modificar o escoramento durante a instalação, deve-se buscar orientação do
fornecedor.
Da mesma maneira, embora as peças que compõem o sistema sejam
muito resistentes, é importante tomar cuidado quando for guardá-las, para
evitar perder ou estragar alguma peça. Os componentes costumam ser
alugados para as construtoras e, concluído o serviço, devem ser todos
devolvidos. O que estiver faltando é cobrado.
Cimbramentos de aço apresentam benefícios em relação ao uso de
madeira, como facilidade de montagem e desmontagem. É preciso, porém,
avaliar os termos de locação sobre danos, número de peças necessário e
transporte.
É possível apostar num estágio de desenvolvimento da construção civil
que permita a execução de obras sem o uso - ou com uso restrito - de
cimbramento. Enquanto não chegamos lá, os escoramentos são
indispensáveis.
As tecnologias metálicas de escora atendem bem os requisitos de
segurança e custos, o que tem ampliado o uso desse sistema. "Temos sentido
maior aceitação do escoramento metálico", observa o gerente de negócios da
Ulma Andaimes, Fôrmas e Escoramentos, Alexandre Pandolfo.
Os catálogos dos maiores fornecedores apresentam componentes que
atendem às exigências mais comuns em obras de edificações. Para essas
obras de maior porte, que exigem soluções menos padronizadas, as empresas
trabalham com planejamentos executivos, que levam em consideração a
complexidade e a dinâmica da concretagem.
Em relação aos similares em madeira, o sistema metálico tem como
principais características maior precisão, confiabilidade elevada, menor impacto
ao meio ambiente e maior capacidade de reuso e de carga, acarretando em
menos pontos de apoio e facilidade de circulação. O sistema também propicia
maior produtividade para montagem e desmontagem, com peças que não
ultrapassam os 35 kg.
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Figura 1 - Os benefícios mais significativos dos escoramentos metálicos são a maior precisão,
maior capacidade de carga e possibilidade de inúmeras
reutilizações
Normalmente os contratos são assinados em regime de locação e o custo é
calculado pela quantidade de peças utilizada no tempo. A compra é pouco
comum, ocorrendo mais no caso de escoras, que podem ser reutilizadas em
outras edificações. Nesse caso o comprador deve ter cuidado com a
manutenção e avaliação das condições das peças.
No aluguel são, geralmente, contemplados outros serviços, como o projeto de
escoramento e reescoramento. "Os sistemas metálicos estão dentro dos
subsistemas do cimento e do aço, então temos que oferecer serviços variados
com benefícios evidentes", argumenta Pandolfo referindo-se ao alto custo dos
insumos citados.
Apesar disso, os contratos dificilmente prevêem os serviços de
montagem e desmontagem, que ficam a cargo do cliente. A razão se mostra na
descontinuidade desses trabalhos, que dependem do andamento de outras
etapas.
A supervisão, no entanto, é de responsabilidade da fornecedora, que assina o
projeto a ser aprovado pelo projetista estrutural. O engenheiro de estruturas
Enio Canavello Barbosa, da Edatec, conta que a supervisão no momento do
serviço de montagem é importante porque visualmente é difícil precisar a
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capacidade de carga de cada escora. "Às vezes as empresas mandam o
projeto para checagem sem informar a capacidade de carga das peças", conta.
Os equipamentos devem ser devolvidos nas mesmas condições em que
foram entregues. As condições de armazenamento e utilização são
determinantes para tanto. Os sistemas, conta Pandolfo, são concebidos para
utilização sem uso de força. As equipes devem respeitar o projeto e as
instruções de manuseio.
2.3 Definição
Os cimbramentos com escoras tubulares ajustáveis são compostas por
escoras tubulares ajustáveis que são muito utilizadas nas construções de baixa
altura, em substituição aos montantes de madeira. Podem ser utilizados nas
concretagens de lajes de coberturas de galerias, bueiros de concreto,
reservatórios, em muros de arrimo dentre outros.
Compõem – se de dois tubos deslizando um por dentro do outro: o tubo
interno com diâmetro de 1 ½ “ e o externo com diâmetro de 2”
O tubo interno é apoiado e sua altura é regulada através de um pino
metálico que o atravessa em furos feitos a espaços regulares.
O pino metálico é apoiado numa luva rosqueada com alças, colocadas na
extremidade superior do tubo externo, que permitirá o ajuste milimétrico da
altura da escora.
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Figura 2 - Os escoramentos foram a primeira opção para a execução de obras em altura e, mesmo com o surgimento de tecnologias como os
balanços sucessivos, ainda se mostram economicamente vantajosos para edificações, por exemplo.
A carga admissível por escora é, em geral, determinada esperimentalmente
pelo fabricantes, devendo ser consultados os respectivos catálogos quando da
elaboração do projeto de escoramento.
Existem também, no mercado, escoras sem luvas intermediárias. Nessas, o
pino se apóia diretamente na parede do tubo externo e o ajuste fino do
comprimento se obtem com um forcado ou com peça de apoio ajustável,
posicionada na extremidade superior do tubo interno.
2.4 Vantagens da Utilização
Facilidade de manuseio: não requer mão-de-obra especializada para
operação;
Simplicidade: utiliza somente quatro peças;
Segurança: não há desprendimento das escoras metálicas;
Comodidade: trabalha-se com espaçamento entre escoras de 1,80m;
Rapidez: menor tempo de montagem e desmontagem das fôrmas de
escoramento das lajes planas;
Economia: 0,8 escoras metálicas por metro quadrado, trazendo assim
uma redução do número de peças por metro quadrado.
Possibilidade de muitos reaproveitamentos;
Possui elevada resistência (obsorção de carga);
Ocupa pouco espaço no armazenamento do canteiro;
Impedem deslocamentos excessivos das bordas, evitando patologias
nos subsistemas (alvenaria, revestimentos e etc.);
Favorecem a arquitetura dos projetos;
Redução no consumo de forma e mão de obra em relação aos sistemas
convencionais.
2.5 Projeto e Reescoramento
Se por um lado o escoramento depende da conclusão de outros serviços,
por outro define o ritmo dos trabalhos. Quanto maior a qualidade e a precisão
dos sistemas, mais tempo liberam para a execução de etapas como a
concretagem, que exige quantidade considerável de mão-de-obra.
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É pouco provável que todo o projeto de cimbramento esteja concluído ao
se iniciar a obra. Os prazos cada vez mais restritos empurram o planejamento
para momentos antes da execução. "Quanto mais apertado o prazo, mais
afinado tem que ser o relacionamento entre calculista, construtora e empresa
de escoramento", alerta Enio Barbosa, calculista da Edatec.
O dimensionamento é feito pelo fornecedor e considera todas as cargas
permanentes e acidentais a que estão sujeitas as estruturas e escoras. Ainda
assim, a participação - e aprovação - do calculista é fundamental, pois é ele
quem sabe como a estrutura trabalha e que tipo e volume de carga agüenta.
Para Barbosa, ao contrário do que afirmam algumas empresas de
escoramento, a carga não é transferida para os pilares após o início da cura.
Ele explica que, enquanto as escoras não são removidas ou aliviadas, a carga
permanece apoiada, podendo flambar com a carga extra.
A observação é válida porque as lajes não foram projetadas para
absorver o peso de outros pavimentos. Diferentemente do que ocorria antes, as
escoras não são retiradas e recolocadas para o reescoramento. Em edificações
trabalha-se, atualmente, com uma faixa de escoras não removíveis. Isso
aumenta a produtividade, mas requer atenção quanto ao incremento de cargas
em decorrência das concretagens subseqüentes.
O advento dos metais trouxe precisão e agilidade ao escoramento e
reduziu a pressão sobre cada componente. Os cimbramentos mais comuns,
que não diferem muito entre os diversos concorrentes, possuem ajustes finos,
normalmente rosqueáveis. Os cimbramentos de madeira necessitam de
elementos de apoio, como caixas de areia. Para abaixá-las em alguns
centímetros retirava-se os tampões das caixas, por onde vazava a areia.
A diminuição nos prazos é responsável, também, pela preocupação com
a reescora. Os andares têm de ser liberados o quanto antes para os trabalhos
de acabamento e, muitas vezes, ainda não atingiram resistência suficiente para
receber cargas elevadas. Assim, têm que transferir as cargas para os andares
inferiores, com mais idade e resistência. Por vezes a construtora prefere
contratar um técnico em concreto para atingir uma resistência antes de certo
tempo. É o que conta Barbosa, explicando que, "não é só o projeto que
importa, às vezes temos que olhar os ensaios para saber a resistência".
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A desmontagem das escoras deve ser planejada e respeitar as
orientações do engenheiro de estruturas. A forma como a estrutura irá começar
a trabalhar determina as deformações que vai sofrer. "Uma solução
malresolvida na estrutura vai ocasionar problemas futuros", observa o
engenheiro Alexandre Pandolfo.
Em todos os casos, mas principalmente em obras de grandes vãos é
recomendável atentar para a forma de trabalho das vigas. A escora, quando
acionada, é o ponto de apoio. O cuidado na retirada evita o surgimento de
trincas e o comprometimento da estrutura. O calculista Enio Barbosa explica
que, em todos os casos, é importante sempre retirar as escoras do centro para
as extremidades e do balanço para o pilar.
2.6 Sistemas de Cimbramento Metálico
Podemos dividir os sistemas de cimbramentos metálicos em três tipos:
2.6.1 Escoras (ou sistema pontual)
Elementos verticais isolados e fáceis de montar, necessitando apenas
de elementos que os deixem em pé durante a montagem, normalmente
conhecidos como tripés. Sua área de abrangência varia normalmente de 1,5 a
4,5 metros de altura, sendo que, entre 3 e 4,5 metros geralmente devem ser
contraventados.
A capacidade de carga, a precisão do nivelamento e a durabilidade, dão
às escoras metálicas largas vantagem em relação às de madeira. Além disto, a
estabilidade dimensional possibilitada pelas escoras metálicas as faz
recomendada para requisitos da qualidade onde não se aceitam deformações
(caso da .laje zero.).
Outra vantagem das escoras metálicas é que, em determinados
sistemas, são acoplados às suas cabeças descendentes (drop heads) que
possibilitam a desforma de todo o sistema de distribuição de cargas sem que a
escora seja removida, não havendo a perda de contato da escora com a laje.
Isto confere uma segurança contra deformações impostas em idades baixas do
concreto e a possibilidade do reaproveitamento das fôrmas e do vigamento de
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suporte. Para tanto são utilizadas tiras de sacrifício ou reescoramento que
ficam presas até a retirada da escora.
Já para as escoras de madeira são normalmente utilizados pontaletes.
Sua capacidade de carga é baixa dependendo do tipo de madeira, gerando
grande concentração de peças sob a laje escorada dificultando o trânsito.
O nivelamento é feito através de sistemas de cunhas de madeira. A
madeira não é recomendável quando se buscam atender requisitos da
qualidade muito rígidos, já que ela sofre deformações até em função das
condições atmosféricas e são de difícil ajuste quando há variação no pé direito.
Conjuntos de pontaletes e sarrafos são utilizados para a confecção de .garfos.
largamente usados no escoramento de vigas de borda. Para as vigas internas,
os mais indicados são as escoras metálicas.
2.6.2 Torres metálicas
Elementos verticais múltiplos, ligados entre si (ou seja, contraventados)
formando quadros. Mais complexos de montar do que as escoras, porém com
uma capacidade de carga maior, resultando em menos pontos de apoio. Sua
área de abrangência é praticamente ilimitada, iniciando normalmente em 1,0
metros de altura até dezenas de metros. Para grandes alturas as torres são
contra-ventadas entre si.
As torres metálicas montáveis, são encontradas sob várias formas,
diferindo no tipo de ajuste, encaixe das peças, diagonais, tamanhos e diâmetro
dos tubos metálicos.
O princípio de funcionamento é, sempre, sistemas tubulares em que as
peças são interligadas formando quadros.
Normalmente suportam mais carga que os sistemas pontuais, vencem alturas
maiores, são mais estáveis, apresentando um peso maior e um número maior
de elementos.
Sua utilização nas edificações é feita normalmente em trechos de pé-
direito maior, em que as escoras não têm aplicação e também em vigas de
periferia, onde podem ser produzidas plataformas de trabalho com guarda
corpo acoplado, garantindo segurança ao operário.
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2.6.3 Mesas Voadoras
Os sistemas de distribuição de carga e de suporte (escoramento) são
unificados. São integrados, também, os escoramentos de vigas e laje. É
encontrado sob a forma tubular (semelhante às torres) ou de alumínio,
formando grandes treliças.
Trata-se de um complexo metálico rígido e/ou protendidas indeformável,
transportado por inteiro (inclusive, com a fôrma incorporada), em que se ganha
agilidade, tempo e mão-de-obra. O seu uso depende principalmente das
características do projeto (lajes planas e/ou protendidas são candidatas natas)
e da necessidade de uma grua com razoável capacidade de carga para sua
movimentação.
2.7 Campo de Utilização dos Cimbramentos Metálicos
Nos últimos vinte anos, os cimbramentos metálicos assumiram uma posição
de relevância, explicável pelas seguintes razões:
Pequena mão-de-obra de montagem e desmontagem;
Grande capacidade portante, permitindo a execução de vãos grandes,
torres elevadas, etc.;
Possibilidade de repetidas utilizações, mediante padronização dos
elementos;
Preço da madeira subiu mais que o dos outros materiais, tornando-a
menos competitiva.
Os cimbramentos metálicos são, geralmente, empregados em sistemas
racionalizados, disponíveis por locação.
Existem diversos tipos de cimbramento metálicos leves, destinados a andaimes
de acesso ou suporte de obras leves. Para obras pesadas, utilizam-se treliças
desmontáveis de grande capacidade de carga, torres metálicas, etc.
Os cimbramentos mais complexos, dos tipos usados em pontes grandes,
são hoje feitos, em sua maioria, com produtos metálicos racionalizados, de fácil
montagem e grande capacidade de carga.
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A rapidez de montagem requer pouca mão de obra e desmontagem do
cimbramento metálico, além do seu grau de reaproveitamento, uma mesma
escora pode ser usada em vários prédios sem deformar ou quebrar, por isso
que a maioria das empresas de escoramento metálica aluga os seus
equipamentos.
A tendência da construção civil brasileira em trabalhar cada vez mais
com sistemas e menos com produtos ou insumos de forma isolada está
atingindo, em cheio, o segmento de escoramentos metálicos. As perspectivas
apontam para a inserção da tecnologia de cimbramento nos sistemas de
fôrmas.
As empresas de escoramento têm estudado formas de adaptar o
sistema alemão de escoramento ao ritmo de obra aqui do Brasil, encontraram
no sistema uma maneira de aumentar em até três vezes a produtividade da
fôrma de laje.
Composto de chassis de alumínio forrados com compensado plastificado, o
sistema permite a montagem de lajes sem a necessidade de cortes, pregos e
emendas. De montagem simples - é formado apenas por painéis e escoras
possuindo roscas que permitem um nivelamento milimétrico da laje.
Proporciona ainda perfeito acabamento, dispensando o revestimento.
2.8 COMPONENTES
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2.8.1 Escoras
Equipamentos de aço que permitem regulagens de altura. São compostas
de tubo-base e flauta. Indicadas para escoramento e reescoramento
predial. Acessórios: copo de regulagem fina, pino-trava, suporte superior
para fundo de fôrmas, forcado simples e duplo para fixação de peças de
madeira e tripé para estabilidade.
2.8.2 Torres
Conjunto de elementos modulares com encaixes macho-e-fêmea que permitem
a formação de torres com alturas variadas. Indicadas para lajes e vigas de
médio e grande porte. Acessórios: forcado e macaco para apoio de vigas
metálicas e nivelamento, trapézio, diagonal horizontal para contraventamento,
travessa de extremidade para ligação dos quadros às torres, mão-francesa que
permite dois apoios simultâneos por poste, pino-trava e placa-base para apoio.
2.8.3 Vigas metálicas
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Perfis metálicos em "U" com grande capacidade de carga e enrijecidas com
sarrafos de madeira e fixadas por parafusos. Podem ser usadas como vigas
principais ou como barrotes.
2.8.4 Treliças
Elementos de dimensões variadas que, compostas, permitem vencer grandes
vãos. Indicadas para gabaritos de passagem, passarelas e coberturas.
2.9 Condições Gerais para o Cimbramento Metálico
Os cimbramentos metálicos devem atender normas vigentes para
estrutura metálica. As peças metálicas devem ter espessura mínima de 2,0
mm, exceto no caso de tubos com abraçadeira de aperto, nos quais a parede
deve ter espessura mínima de 3,0 mm.
Os contraventamento de perfis metálicos não devem ser feitos com
escoras de madeira encunhadas, em face de dificuldade de se conseguir um
aperto efetivo e permanente das cunhas.
Os apoios das vigas metálicas sobre peças rígidas, como blocos de
concreto ou sobre outras peças metálicas, devem sempre ser intercalados com
material deformável, em geral pranchas de madeira, podendo usar também
laminas de borracha. Essas peças deformáveis permitem pequenas rotações
associadas com as flechas das vigas, distribuindo regularmente as pressões
sobre o material subjacente.
Os fabricantes de escoramentos padronizados, geralmente, fornecem aos
engenheiros projetistas os elementos necessários para que eles possam
utilizar o material conscientemente e com eficiência. Os materiais são
especificados, e as principais propriedades geométricas das seções tubulares,
de modo que os projetistas possam conferir as cargas admissíveis proposta
pelo fabricante.
Os cimbramentos projetados com estruturas metálicas convencionais são
dimensionados atendendo normas vigentes para estrutura metálicas. Nas
combinações envolvendo cargas principais (peso escorado + peso próprio),
sobre cargas distribuídas e vento, as tensões admissíveis usuais podem ser
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acrescidas em 20%. Nos cimbramentos, as flechas das vigas podem ser
limitadas a 1/300 do vão.
2.10Cuidados Durante a Instalação
A montagem do cimbramento é feita pela equipe da construtora, sob
supervisão técnica do fornecedor. O projeto de montagem deve ser seguido
rigorosamente com relação ao posicionamento das torres, escoras e vigas,
obedecendo aos espaçamentos máximos determinados. Haroldo Miller conta
que os erros mais comuns se devem a adaptações na montagem,
desrespeitando o projeto do fornecedor.
A qualificação da mão de obra é outro ponto crítico, bem como erros na
execução de travamentos e erros na sequência de montagem. O professor da
Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bruno
Ribeiro, lembra ainda que é preciso verificar as condições do piso e, em
terrenos sem contrapiso, utilizar placas de apoio.
2.11Normas Técnicas
NBR 15696:2009 - Fôrmas e Escoramentos para Estruturas de Concreto
- Projeto, Dimensionamento e Procedimentos Executivos.
NBR 8800:2008 - Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de
Aço e Concreto de Edifícios.
NBR 14931:2004 - Execução de Estruturas de Concreto – Procedimento
2.12Dimensionamento do Escoramento Metálico
Cuidados a serem tomados no dimensionamento do escoramento
Tanto o escoramento de alumínio quanto o de aço precisam ser
dimensionados em função das características mecânicas de cada material. É
importante observar também o tipo de terreno, quando o cimbramento for
executado diretamente sobre o solo, sem piso concretado.
Conforme a resistência do solo é preciso aumentar o número de escoras
para distribuir melhor o peso da estrutura. Esse cuidado muitas vezes não é
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tomado por falta de integração entre o construtor, o fornecedor e o consultor de
solo.
Tipo de fôrma influencia no projeto do escoramento
Se você for usar, por exemplo, uma chapa de madeira suportada por um
cimbramento metálico, o espaçamento desse cimbramento deve ser coerente
para não permitir que a chapa deforme. Tem que haver uma compatibilização
entre um e outro.
Tipo de concreto também impacta no dimensionamento
A velocidade de concretagem e a trabalhabilidade do concreto
influenciam na pressão das fôrmas. Quanto mais fluido e mais rápido, maior a
pressão. Isso também pode afetar os espaçamentos entre as escoras. Se a
concretagem for muito rápida, esses espaços precisam ser menores.
Erros mais comuns
Problemas decorrentes de falhas no projeto têm sido raros, pois já
possuímos fornecedores com excelentes corpos técnicos no mercado. Os
problemas mais recorrentes são os relativos à devolução dos materiais,
normalmente por erros no recebimento, armazenamento, por mau uso, ou
pelos três motivos em conjunto. Isso tem causado enorme desgaste na relação
entre consumidores e fornecedores.
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