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  1 CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM  ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA

Apostila de Saúde Coletiva

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  • 1

    CURSO TCNICO EM ENFERMAGEM

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM EM SADE COLETIVA

  • 2

    Nome: Turma:

    Endereo:

    Contato:

    ANOTAES

    Elaborao

    Ana Carolina Queiroz Enfermeira. Professora do Centro de Ensino Tcnico Matogrossense/CETEM

    Reviso e Formatao

    Luiz de Figueiredo Almeida Enfermeiro. Especialista em Cardiologia. Supervisor de Estgio e Coordenador do Curso de Enfermagem do Centro de Ensino Tcnico Matogrossense/CETEM

    CUIAB-MT, FEVEREIRO DE 2012

  • 3

    SUMRIO Assistncia de Enfermagem em Sade Coletiva

    1 Breve histrico da Sade Pblica 04 1.1 O Ministrio da Sade e suas atribuies 07 2 Conceito de Sade Pblica 09 3 Sistema nico de Sade - SUS 12 3.1 Financiamento do Sistema de Sade 12 3.2 O controle social no SUS 13 4 A enfermagem na Sade Pblica 14 5 Programas de sade do Ministrio da Sade desenvolvidos em sade pblica

    15

    5.1 Programa de Sade da Famlia - PSF 15 5.2 Programa de Agentes Comunitrios da Sade - PACS 18 5.3 Programa de Ateno Integral Sade da Mulher - PAISM 19 5.4 Programa de Ao Integral Sade da Criana - PAISC 20 5.5 Programa de Ateno Integral Sade do Escolar 21 5.6 Programa de Ao Integral Sade do Adolescente 21 5.7 Programa de Ateno Integral Sade do Homem 22 5.8 Programa Nacional de Ateno Hipertenso e Diabetes Mellitos 22 5.9 Programa Nacional de Controle da Tuberculose - PNCTb 26 5.10 Programa Nacional de Controle da Hansenase 28 5.11 Programa Nacional de Imunizao - PNI 30 6 Vacinao 32 6.1 Fundamentos imunolgicos 32 7 Sala de Vacina 47 8 Vigilncia Sanitria 63 9 Vigilncia Epidemiolgica 69 10 Referncias Bibliogrficas 75

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    1 - Breve Histrico da Sade Pblica Muito embora a histria da Sade Pblica Brasileira tenha incio em

    1808, o Ministrio da Sade s veio a ser institudo no dia 25 de julho de 1953,

    com a Lei n 1.920, que desdobrou o ento Ministrio da Educao e Sade em

    dois ministrios: Sade e Educao e Cultura.

    A partir da sua criao, o Ministrio passou a encarregar-se,

    especificamente, das atividades at ento de responsabilidade do

    Departamento Nacional de Sade (DNS), mantendo a mesma estrutura que, na

    poca, no era suficiente para dar ao rgo governamental o perfil de

    Secretaria de Estado, apropriado para atender aos importantes problemas da

    sade pblica existentes.

    Na verdade, o Ministrio limitava-se a ao legal e a mera diviso das

    atividades de sade e educao, antes incorporadas num s ministrio. Mesmo

    sendo a principal unidade administrativa de ao sanitria direta do Governo,

    essa funo continuava, ainda, distribuda por vrios ministrios e autarquias,

    com pulverizao de recursos financeiros e disperso do pessoal tcnico,

    ficando alguns vinculados a rgos de administrao direta, outros s

    autarquias e fundaes.

    Trs anos aps a criao do Ministrio, em 1956, surge o Departamento

    Nacional de Endemias Rurais, que tinha como finalidade organizar e executar os

    servios de investigao e de combate malria, leishmaniose, doena de

    Chagas, peste, brucelose, febre amarela e outras endemias existentes no pas,

    de acordo com as convenincias tcnicas e administrativas.

    O Instituto Oswaldo Cruz preservava sua condio de rgo de

    investigao, pesquisa e produo de vacinas. A Escola Nacional de Sade

    Pblica incumbia-se da formao e aperfeioamento de pessoal e o antigo

    Servio Especial de Sade Pblica atuava no campo da demonstrao de

    tcnicas sanitrias e servios de emergncia a necessitarem de pronta

    mobilizao, sem prejuzo de sua ao executiva direta, no campo do

    saneamento e da assistncia mdico-sanitria aos estados.

  • 5

    No incio dos anos 60, a desigualdade social, marcada pela baixa renda

    per capita e a alta concentrao de riquezas, ganha dimenso no discurso dos

    sanitaristas em torno das relaes entre sade e desenvolvimento. O

    planejamento de metas de crescimento e de melhorias conduziu o que alguns

    pesquisadores intitularam como a grande panacia dos anos 60 - o

    planejamento global e o planejamento em sade.

    As propostas para adequar os servios de sade pblica realidade

    diagnosticada pelos sanitaristas desenvolvimentistas tiveram marcos

    importantes, como a formulao da Poltica Nacional de Sade na gesto do

    ento ministro, Estcio Souto-Maior, em 1961, com o objetivo de redefinir a

    identidade do Ministrio da Sade e coloc-lo em sintonia com os avanos

    verificados na esfera econmico-social.

    Outro marco da histria da sade no mbito ministerial ocorreu em

    1963, com a realizao da III Conferncia Nacional da Sade (CNS), convocada

    pelo ministro Wilson Fadul, rduo defensor da tese de municipalizao. A

    Conferncia propunha a reordenao dos servios de assistncia mdico-

    sanitria e alinhamentos gerais para determinar uma nova diviso das

    atribuies e responsabilidades entre os nveis poltico-administrativos da

    Federao visando, sobretudo, a municipalizao.

    Em 1964, os militares assumem o governo e Raymundo de Brito firma-se

    como ministro da sade e reitera o propsito de incorporar ao MS a assistncia

    mdica da Previdncia Social, dentro da proposta de fixar um Plano Nacional de

    Sade segundo as diretrizes da III Conferncia Nacional de Sade.

    Com a implantao da Reforma Administrativa Federal, em 25 de

    fevereiro de 1967, ficou estabelecido que o Ministrio da Sade fosse o

    responsvel pela formulao e coordenao da Poltica Nacional de Sade, que

    at ento no havia sado do papel.

    Ficaram as seguintes reas de competncia: poltica nacional de sade;

    atividades mdicas e paramdicas; ao preventiva em geral, vigilncia

    sanitria de fronteiras e de portos martimos, fluviais e areos; controle de

    drogas, medicamentos e alimentos e pesquisa mdico-sanitria.

  • 6

    Ao longo destes quase cinqenta anos de existncia, o Ministrio da

    Sade passou por diversas reformas na estrutura. Destaca-se a reforma de

    1974, na qual as Secretarias de Sade e de Assistncia Mdica foram

    englobadas, passando a constituir a Secretaria Nacional de Sade, para reforar

    o conceito de que no existia dicotomia entre Sade Pblica e Assistncia

    Mdica.

    No mesmo ano, a Superintendncia de Campanhas de Sade Pblica -

    SUCAM - passa subordinao direta do Ministro do Estado, para possibilitar-

    lhe maior flexibilidade tcnica e administrativa, elevando-se a rgo de primeira

    linha. Foram criadas as Coordenadorias de Sade, compreendendo cinco

    regies: Amaznia, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, ficando as

    Delegacias Federais de Sade compreendidas nessas reas subordinadas s

    mesmas.

    As Delegacias Federais de Sade deixavam, assim, de integrar rgos de

    primeira linha.

    criada tambm, a Coordenadoria de Comunicao Social como rgo

    de assistncia direta e imediata do Ministro de Estado e institudo o Conselho

    de Preveno Antitxico, como rgo colegiado, diretamente subordinado ao

    Ministro de Estado.

    Do final da dcada de 80 em diante, destaca-se a Constituio Federal

    de 1988, que determinou ser dever do Estado garantir sade a toda a

    populao e, para tanto, criou o Sistema nico de Sade. Em 1990, o

    Congresso Nacional aprovou a Lei Orgnica da Sade que detalha o

    funcionamento do Sistema.

  • 7

    1.1 - O Ministrio da Sade e suas Atribuies

    O Ministrio da Sade tem a funo de oferecer condies para a

    promoo, proteo e recuperao da sade da populao, reduzindo as

    enfermidades, controlando as doenas endmicas e parasitrias e melhorando a

    vigilncia sade, dando, assim, mais qualidade de vida ao brasileiro.

    O ministrio tem o desafio de garantir o direito do cidado ao

    atendimento sade e dar condies para que esse direito esteja ao alcance de

    todos, independente de sua condio social.

    Os assuntos de competncia do Ministrio da Sade so:

    Poltica Nacional de Sade.

    Coordenao e fiscalizao do Sistema nico de Sade.

    Sade ambiental e aes de promoo, proteo e recuperao da sade

    individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores e dos ndios.

    Informaes de sade.

    Insumos crticos para a sade.

    Ao preventiva em geral, vigilncia e controle sanitrio de fronteiras e de

    portos martimos, fluviais e areos.

    Vigilncia de sade, especialmente drogas, medicamentos e alimentos.

    Pesquisa cientfica e tecnologia na rea de sade

    1.2 - Estados e Municpios

    A estrutura da sade pblica no Brasil conta tambm com atuao das

    secretarias estaduais e municipais de sade. A Constituio Federal de 1988

    deu um importante passo na garantia do direito sade com a criao do

    Sistema nico de Sade, o SUS.

    Seus princpios apontam para a democratizao nos servios de sade,

    que deixam de ser restritos e passam a ser universais.

    Da mesma forma, deixam de ser centralizados e passam a ser norteados

    pela descentralizao, com os estados e municpios assumindo suas

    responsabilidades e prerrogativas diante do SUS, bem como desenvolvendo

    aes que dem prioridade preveno e promoo da sade.

  • 8

    So competncias do Estado:

    Promover a descentralizao dos servios e aes de sade para os

    municpios.

    Apoiar tecnicamente e financeiramente os municpios.

    Coordenar servios de vigilncia epidemiolgica, sanitria, de alimentao,

    nutrio e sade do trabalhador.

    Formular polticas em aes de saneamento bsico e agravos de sade.

    Formular, acompanhar, avaliar o funcionamento das unidades bsicas e os

    recursos de insumos e equipamentos.

    Identificar e gerenciar estabelecimentos hospitalares, laboratrios,

    hemocentros e hospitais de alta complexidade de referncia.

    Estabelecer normas para controle e avaliao de assistncia sade.

    Acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores de morbidade e mortalidade

    nos estados.

    Prestar colaborao junto Unio na execuo da vigilncia sanitria junto

    aos portos, aeroportos e fronteiras.

    So competncias do Municpio:

    Gerir e executar servios pblicos de sade.

    Atuar no planejamento, programao e organizao na rede do SUS

    interagindo com o Estado.

    Executar servios de vigilncia epidemiolgica, sanitria, de alimentao e

    nutrio, saneamento bsico e sade pblica.

    Colaborar no combate s agresses ao meio ambiente que tenham

    repercusso sobre a sade humana.

    Gerir hospitais, laboratrios pblicos de sade e hemocentros.

    Celebrar contratos e convnios com entidades prestadoras de servios

    privados de sade, alm de inspecionar sua execuo.

    Inspecionar os procedimentos dos servios privados de sade.

    Normatizar aes e os servios pblicos de sade em seu mbito de

    atuao.

  • 9

    2 Conceito de Sade Pblica

    Segundo a OMS (1992) a sade pblica a cincia que previne as

    enfermidades, melhora a qualidade e a esperana de vida, e contribui para o

    bem estar fsico, mental, social e ecolgico da sociedade. Isto se alcana

    mediante o esforo concentrado da comunidade que permita o saneamento e a

    preservao do meio ambiente, assim como o controle das enfermidades. O

    que demanda servio de ateno sade para o diagnstico e tratamento

    precoces das enfermidades, conhecimento dos princpios de higiene que

    possibilitem a todas as pessoas participarem no melhoramento da sade

    individual e coletiva.

    Suas aes so orientadas para a preveno das enfermidades em suas

    razes e envolvem os seguintes aspectos:

    Aspecto Econmico

    Aspecto Poltico

    Aspecto Cultural

    Aspecto Social

    A atuao da Equipe de sade em sade pblica deve culminar

    basicamente os seguintes aspectos:

    Preveno de doenas no infecciosas e infecciosas.

    Promoo de sade.

    Melhoria da ateno mdica e da reabilitao.

    Saneamento bsico do meio ambiente.

    Combate de doenas transmissveis que ameaam a coletividade.

    Educao para a sade envolvendo princpios de higiene individual,

    ambiental e coletiva.

    Organizao dos servios em que a equipe de sade atua.

    Diagnsticos precoces e intervenes simplificadas de sade.

    Criao de condies sociais que assegurem uma vida favorvel

    manuteno da sade da populao.

    2.1 - Polticas de sade pblica

  • 10

    Alguns autores definem poltica de sade como o conjunto de aes

    sanitrias desenvolvidas numa determinada regio num dado momento. No

    Brasil, a poltica de sade engloba servios sanitrios estatais, municipais,

    estaduais e federais, fundaes pblicas e privadas, organizaes de prestao

    de servio assistencial, entidades filantrpicas e com fins lucrativos, servios

    mdicos hospitalares, empresas de medicina de grupo, instituies

    universitrias, cujo objetivo principal nem sempre a prestao de cuidados

    com vista preveno da doena e promoo da sade, mas sim as medidas

    teraputicas quando a doena se instala.

    As polticas pblicas caracterizam-se pelo interesse e preocupao de

    todas as reas em relao sade e a equidade e pelo compromisso com o

    impacto de tais polticas sobre a sade da populao com o propsito de criar

    um ambiente favorvel para que as pessoas possam viver vidas saudveis.

  • 11

    3 - Sistema nico De Sade SUS

    O SUS um sistema nico porque segue a mesma doutrina e os mesmos

    princpios organizativos em todo territrio nacional. Foi criado pela Constituio

    Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n8080/90 e n 8.142/90.

    Sua finalidade alterar a situao de desigualdade na assistncia

    Sade da populao, tornando obrigatrio o atendimento pblico a qualquer

    cidado, sendo proibidas cobranas de dinheiro sob qualquer pretexto.

    Assim o SUS um sistema com um conjunto de unidades, servios e

    aes que interagem para um fim comum. Esses elementos integrantes do

    sistema referem-se s atividades de promoo, proteo e recuperao de

    sade.

    O SUS possibilitou a ampliao do olhar para a coletividade e, com isso,

    tambm mudou o olhar e as aes para as prticas e os servios. Segundo o

    Ministrio da Sade, os princpios doutrinrios do SUS so:

    Universalidade: garantia de assistncia sade, por parte do sistema, a

    todo e qualquer cidado; deve atender todos os indivduos da populao

    sem distino, com gratuidade, sendo ou no contribuintes da

    previdncia.

    Integralidade da Assistncia: o homem deve ser considerado um ser

    integral e biopsicossocial, que deve ser atendido integralmente com

    aes de promoo, preveno, cura e reabilitao oferecidas pelo

    mesmo sistema de sade, pois so indivisveis.

    Equidade: garantia de aes e servios em todos os nveis, de acordo

    com a complexidade exigida em cada caso, sem privilgios e sem

    barreiras. Os recursos de sade devem ser disponibilizados de acordo

    com a necessidade de cada um.

    Descentralizao poltico-administrativa: direcionada a cada esfera do

    governo, pois quem est mais prximo da populao possui maior

    probabilidade de acertos quanto s solues apresentadas para os

    problemas de sade.

  • 12

    Participao da comunidade: Ocorre por meio de conselhos regionais,

    intensificando a democracia do sistema, visto que dispe de mecanismos

    para assegurar o direito e a participao de todos os segmentos

    envolvidos.

    Do SUS fazem parte os centros e os postos de sade, hospitais

    incluindo os universitrios, laboratrios, hemocentros, alm de fundaes e

    institutos de pesquisa.

    O SUS garante a todos os cidados o direito a consultas, exames,

    internaes e tratamentos nas unidades de sade vinculadas, sejam pblicas,

    sejam privadas, contratadas pelo gestor pblico de sade.

    A Constituio do Brasil prev o seguinte:

    .

    A regulamentao do SUS s foi estabelecida no final de 1990, com a Lei

    Orgnica de Sade, a Lei n 8.080 e a Lei n 8.142, nas quais se destacaram os

    princpios organizativos e operacionais do sistema.

    A Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispe sobre as condies

    para promoo, a proteo e a recuperao da sade, a organizao e o

    funcionamento dos servios correspondentes.

    A lei instituiu o SUS, constitudo pelo conjunto de aes e servios de

    sade, prestados por rgos e instituies pblicos, pela administrao direta e

    indireta e pelas fundaes mantidas pelo poder pblico. O setor privado

    participa do Sistema nico de Sade em carter complementar.

    3.1 - Financiamento do Sistema de Sade

    O SUS destinado a todos os cidados e financiado com recursos

    arrecadados atravs de impostos e contribuies sociais pagos pela populao e

    compe os recursos do governo federal, estadual e municipal. O Sistema nico

    de Sade SUS foi criado com a finalidade de alterar a situao de

    Art. 196. A sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao.

  • 13

    desigualdade na assistncia Sade da populao, tornando obrigatrio o

    atendimento pblico a qualquer cidado, sendo proibidas cobranas de dinheiro

    sobre qualquer pretexto.

    3.2 - O Controle Social no SUS

    A Lei Orgnica da Sade estabelece duas formas de participao da

    populao na gesto do Sistema nico de Sade: as Conferncias de Sade

    onde a comunidade, atravs de seus representantes, pode opinar, definir,

    acompanhar a execuo e fiscalizar as aes de sade nas trs esferas de

    governo: federal, estadual e municipal.

    Nas Conferncias, renem-se os representantes da sociedade (usurios),

    do governo, dos profissionais de sade, dos prestadores de servios,

    parlamentares e outros para avaliar a situao de sade e propor as diretrizes

    para a formulao da poltica de sade nos municpios, nos estados e no pas.

    De quatro em quatro anos deve acontecer a Conferncia Nacional de

    Sade, aps a realizao das Conferncias estaduais e municipais, onde so

    apontados os rumos para aperfeioamento do SUS.

    O legtimo representante dos cidados usurios do SUS defende os

    interesses e necessidades da populao que mais precisa e usa os servios do

    SUS, exercendo o controle social ao lutar para garantir, na prtica, o direito

    constitucional sade com qualidade e o respeito dignidade humana.

    Os Conselhos de Sade funcionam como colegiados, de carter

    permanente e deliberativo, isto , devem funcionar e tomar decises

    regularmente, acompanhando, controlando e fiscalizando a poltica de sade e

    propondo correes e aperfeioamentos em seu rumo.

    Todos os servios do SUS so financiados pela populao brasileira atravs do pagamento de impostos e contribuies sociais. A falta de recursos para financiar as aes do SUS tem sido o grande obstculo ao seu avano e implantao definitiva em todas as suas esferas.

  • 14

    4 - A ENFERMAGEM NA SADE PBLICA

    A sade deve interessar a todos, principalmente aos profissionais de

    sade, enfermagem e sua equipe em particular. Isso porque todos ns

    sabemos que tem sido os enfermeiros, os tcnicos, agentes comunitrios e

    sanitrios que permanecem muito prximos s comunidades, orientando-as,

    diagnosticando desvios de sade, acompanhando os doentes, ajudando-os

    solucionar os problemas que o SUS tenta

    resolver.

    Segundo a OMS, a enfermagem em

    sade pblica um aspecto especializado

    que combina as habilidades especficas da

    enfermagem de sade pblica e de

    algumas fases da assistncia social,

    exercendo funes do programa global de

    sade, visando a promoo da sade, a

    melhoria das condies sociais e fsicas do meio, a reabilitao e a preveno

    de doenas e incapacidades. Preocupa-se com os cuidados s famlias sadias e

    com os pacientes no hospitalizados e os seus familiares, com grupos

    especficos da populao e com problemas de sade que afetam a comunidade

    como um todo.

    A equipe de enfermagem em sade pblica constituda pelo

    profissional Enfermeiro e Tcnicos de Enfermagem. Cabe ao enfermeiro

    coordenar e administrar as aes de enfermagem, em todos os nveis de

    ateno sade e planejar as tarefas especficas da equipe para alcance dos

    objetivos propostos.

    O tcnico de enfermagem, enquanto profissional da sade um dos elos

    de ligao entre o servio e a comunidade, participa na execuo das aes dos

    programas relacionados a sua rea na atuao e competncia, tendo por base a

    prtica assistencial, educativa e participativa.

  • 15

    5 - Programas de Sade do Ministrio da Sade

    desenvolvidos em Sade Pblica

    5.1 - Programa de Sade da Famlia - PSF

    A Sade da Famlia entendida como uma estratgia de reorientao do

    modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantao de equipes

    multiprofissionais em unidades bsicas de sade. Estas equipes so

    responsveis pelo acompanhamento de um nmero definido de famlias,

    localizadas em uma rea geogrfica delimitada. As equipes atuam com aes

    de promoo da sade, preveno, recuperao, reabilitao de doenas e

    agravos mais freqentes, e na manuteno da sade desta comunidade.

    A responsabilidade pelo acompanhamento das famlias coloca para as

    equipes sade da famlia a necessidade de ultrapassar os limites classicamente

    definidos para a ateno bsica no Brasil, especialmente no contexto do SUS.

    A estratgia de Sade da Famlia um projeto dinamizador do SUS,

    condicionada pela evoluo histrica e organizao do sistema de sade no

    Brasil.

    A velocidade de expanso da Sade da Famlia comprova a adeso de

    gestores estaduais e municipais aos seus princpios. Iniciado em 1994,

    apresentou um crescimento expressivo nos ltimos anos. A consolidao dessa

    estratgia precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que permita a

    real substituio da rede bsica de servios tradicionais no mbito dos

    municpios e pela capacidade de produo de resultados positivos nos

    indicadores de sade e de qualidade de vida da populao assistida.

    A Sade da Famlia como estratgia estruturante dos sistemas municipais

    de sade tem provocado um importante movimento com o intuito de reordenar

    o modelo de ateno no SUS. Busca maior racionalidade na utilizao dos

    demais nveis assistenciais e tem produzido resultados positivos nos principais

    indicadores de sade das populaes assistidas s equipes sade da famlia.

    O trabalho de equipes da Sade da Famlia o elemento-chave para a

    busca permanente de comunicao e troca de experincias e conhecimentos

  • 16

    entre os integrantes da equipe e desses com o saber popular do Agente

    Comunitrio de Sade.

    As equipes so compostas, no mnimo, por um mdico de famlia, um

    enfermeiro, um auxiliar/tcnico de enfermagem e 6 agentes comunitrios de

    sade. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de

    consultrio dentrio (ACD) e um tcnico em higiene dental.

    Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de, no mximo, 4

    mil habitantes, sendo a mdia recomendada de 3 mil habitantes de uma

    determinada rea, e estas passam a ter co-responsabilidade no cuidado

    sade. A atuao das equipes ocorre principalmente nas unidades bsicas de

    sade, nas residncias e na mobilizao da comunidade, caracterizando-se:

    como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de sade;

    por ter territrio definido, com uma populao delimitada, sob a sua

    responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade

    est exposta; por prestar assistncia integral, permanente e de qualidade; por

    realizar atividades de educao e promoo da sade que tm efeitos

    determinantes sobre as condies de vida e sade dos indivduos-famlias-

    comunidade.

    A estratgia do PSF foi iniciada em junho de 1991, com a implantao do

    Programa de Agentes Comunitrios de Sade (PACS). Em janeiro de 1994,

    foram formadas as primeiras equipes de Sade da Famlia, incorporando e

    ampliando a atuao dos agentes comunitrios (cada equipe do PSF tem de quatro a seis ACS; este nmero varia de acordo com o tamanho do grupo sob a

    responsabilidade da equipe, numa proporo mdia de um agente para 575

    pessoas acompanhadas).

    Funcionando adequadamente, as unidades bsicas do programa so

    capazes de resolver 85% dos problemas de sade em sua comunidade,

    prestando um atendimento de bom nvel, prevenindo doenas, evitando

    internaes desnecessrias e melhorando a qualidade de vida da populao.

    A equipe de um PSF formada pelos seguintes membros:

  • 17

    Mdico: atende a todos os integrantes de cada famlia, independente de

    sexo e idade, desenvolve com os demais integrantes da equipe, aes

    preventivas e de promoo da qualidade de vida da populao.

    Enfermeiro: supervisiona o trabalho do ACS e do Auxiliar/Tcnico de

    Enfermagem, realiza consultas na unidade de sade, bem como assiste s

    pessoas que necessitam de cuidados de enfermagem, no domiclio.

    Auxiliar/Tcnico de enfermagem: realiza procedimentos de

    enfermagem na unidade bsica de sade, no domiclio e executa aes de

    orientao sanitria.

    Agente Comunitrio de Sade: faz a ligao entre as famlias e o

    servio de sade, visitando cada domiclio pelo menos uma vez por ms; realiza

    o mapeamento de cada rea, o cadastramento das famlias e estimula a

    comunidade.

    Cada equipe capacitada para:

    conhecer a realidade das famlias pelas quais responsvel, por meio de

    cadastramento e diagnstico de suas caractersticas sociais;

    demogrficas e epidemiolgicas;

    identificar os principais problemas de sade e situaes de risco aos quais a

    populao que ela atende est exposta;

    elaborar, com a participao da comunidade, um plano local para enfrentar os

    determinantes do processo sade/doena;

    prestar assistncia integral, respondendo de forma contnua e racionalizada

    demanda, organizada ou espontnea, na Unidade de Sade da Famlia, na

    comunidade, no domiclio e no acompanhamento ao atendimento nos servios

    de referncia ambulatorial ou hospitalar;

    desenvolver aes educativas e intersetoriais para enfrentar os problemas de

    sade identificados.

    A implantao do Programa Sade da Famlia depende, antes de tudo,

    da deciso poltica da administrao municipal, que deve submeter proposta

    ao Conselho Municipal de Sade e discutir o assunto com as comunidades a

    serem beneficiadas.

  • 18

    O Ministrio da Sade, juntamente com as Secretarias Estaduais de

    Sade, est empenhado em dar todo o apoio necessrio elaborao do

    projeto e sua implantao, que comea com as seguintes etapas:

    identificar as reas prioritrias para a implantao do programa; mapear o

    nmero de habitantes em cada rea;

    calcular o nmero de equipes e de agentes comunitrios necessrios;

    adequar espaos e equipamentos para a implantao e o funcionamento do

    programa;

    solicitar formalmente Secretaria Estadual de Sade a adeso do municpio

    ao PSF;

    selecionar, contratar e capacitar os profissionais que atuaro no programa.

    5.2 - Programa de Agentes Comunitrios de Sade PACS

    O Programa de Agentes Comunitrios de Sade hoje considerado parte

    da Sade da Famlia. Nos municpios onde h somente o PACS, este pode ser

    considerado um programa de transio para a Sade da Famlia.

    No PACS, as aes dos agentes comunitrios de sade so

    acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma

    unidade bsica de sade que possui as principais especialidades mdicas e

    demanda espontnea e/ou encaminhada por unidades elementares de sade.

    So atribuies do Agente Comunitrio: Estimular continuamente a organizao comunitria;

    Participar da vida da comunidade principalmente atravs das

    organizaes, estimulando a discusso das questes relativas melhoria

    de vida da populao;

    Fortalecer elos de ligao entre a comunidade e os servios de sade;

    Informar aos demais membros da equipe de sade da disponibilidade

    necessidades e dinmica social da comunidade;

    Orientar a comunidade para utilizao adequada dos servios de sade;

    Registrar nascimentos, doenas de notificao compulsria e de

    vigilncia epidemiolgica e bitos ocorridos;

  • 19

    Cadastrar todas as famlias da sua rea de abrangncia;

    Identificar e registrar todas as gestantes e crianas de 0 a 6 anos de sua

    rea de abrangncia, atravs de visitas domiciliares;

    Atuar integrando as instituies governamentais e no-governamentais

    grupos de associaes da comunidade (parteiras, clube de mes, etc.);

    Executar dentro do seu nvel de competncia, aes e atividades bsicas

    de sade:

    Acompanhamento de gestantes e nutrizes.

    Incentivo ao aleitamento materno.

    Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criana.

    Garantia do cumprimento do calendrio da vacinao e de outras vacinas

    que se fizerem necessrias.

    Controle das doenas diarricas.

    Controle da Infeco Respiratria Aguda (IRA).

    Orientao quanto a alternativas alimentares.

    Utilizao da medicina popular.

    Promoo das aes de saneamento e melhoria do meio ambiente.

    So critrios de seleo para Agentes Comunitrios de Sade:

    Ter no mnimo 18 anos.

    Portador de diploma de ensino fundamental.

    Disponibilidade de tempo.

    Ser morador do bairro no mnimo a 2 anos.

    5.3 - Programa de Ateno Integral Sade da Mulher PAISM

    Tem por objetivo melhorar as condies de sade da mulher e reduzir as

    taxas de morbidade e mortalidade maternas.

    Suas aes bsicas consistem em:

    Assistncia clinica e ginecolgica a todas as mulheres em idade frtil.

    Atendimento pr-natal a todas as gestantes.

    Assistncia ao parto e ao puerprio.

    Incentivo prtica do aleitamento materno exclusivo.

  • 20

    Orientao e realizao de exames preventivo do cncer do colo de tero

    e mamas.

    Orientao e assistncia visando preveno, diagnstico e tratamento

    precoce de doenas sexualmente transmissveis.

    Diagnstico e assistncia adequada aos problemas comuns de mulheres

    como climatrio e menopausa.

    Promoo e orientao do planejamento familiar, adoo de mtodos

    contraceptivos e casos de aborto provocado.

    Vacinao, principalmente a antitetnica durante a gestao.

    5.4 - Programa de Ao Integral Sade da Criana

    PAISC

    Programa desenvolvido com o objetivo de reduzir a mortalidade e a

    morbidade das crianas de 0 a 5 anos de idade.

    Suas aes consistem em:

    Estmulo ao aleitamento materno com orientaes sobre o desmame

    precoce.

    Orientao quanto a suplementao alimentar prevenindo a desnutrio.

    Acompanhamento do Crescimento e desenvolvimento visando avaliar e

    orientar continuadamente o desenvolvimento fsico e psicomotor.

    Orientao e controle da situao vacinal e das condies de

    saneamento do meio, objetivando a preveno de doenas.

    Proteo e assistncia odontolgica.

    Controle de doenas diarreicas e infeces respiratrias agudas.

    Assistncia mdica integral, visando s doenas comuns na infncia.

    Divulgao, vigilncia e cumprimento das normas propostas pelo

    Estatuto da Criana e do Adolescente, prevenindo e identificando violncia

    domstica, denunciando abusos ao menor.

  • 21

    5.5 - Programa de Ateno Integral Sade do Escolar

    Promove a sade da populao em idade escolar (6 - 14 anos) e

    acompanhamento do seu crescimento e desenvolvimento fsico, emocional e

    intelectual, atravs da sua integrao na famlia, escola e unidade de sade.

    Suas aes bsicas consistem em:

    Avaliao da acuidade visual e auditiva.

    Orientao para preveno de acidentes comuns da infncia.

    Acompanhamento e avaliao do desenvolvimento intelectual, hormonal

    e sexual visando o entendimento das alteraes biopsicossociais.

    Preveno contra a violncia, fumo, lcool e outras drogas.

    Controle do calendrio de vacinao para essa faixa etria.

    Assistncia mdica visando as doenas comuns na infncia.

    5.6 - Programa de Ao Integral Sade do Adolescente

    Promove a sade do adolescente (10 - 19 anos) e o acompanhamento

    no seu crescimento e desenvolvimento fsico, mental e sexual, atravs de uma

    assistncia integral e integrada levando em considerao o seu ambiente

    familiar e social.

    Suas aes bsicas consistem em:

    Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, no que se refere

    aos aspectos fsico, hormonal e psicossocial, bem como o seu processo de

    maturao sexual.

    Promoo da sade mental do adolescente atravs do conhecimento e

    entendimento do seu perfil familiar, social, econmico e cultural, estimulando-o

    a prticas desportivas, lazer, artes, educao e trabalho.

    Assistncia e orientao ao adolescente quanto sexualidade, mtodos

    contraceptivos, gravidez indesejada, doenas sexualmente transmissveis e

    namoro.

    Assistncia pr-natal integral adequada a adolescente grvida de acordo

    com as suas necessidades.

  • 22

    Apoio emocional a adolescente grvida, sua famlia e companheiro.

    5.7 - Programa de Ateno Integral Sade do Homem

    Esse programa visa qualificar a ateno a sade da populao masculina

    que atravs de estudos considerada mais vulnervel aos agravos crnicos e

    por isso visa a reduo da morbidade e mortalidade desse grupo especfico.

    Suas aes bsicas consistem em:

    Orientao para reduo dos nveis de violncia.

    Orientao e assistncia quanto ao uso de drogas, lcool e tabagismo.

    Assistncia mdica integral relacionada s doenas prevalentes no sexo

    masculino.

    Orientao e apoio na fase de transio da velhice.

    Orientao e realizao de exames preventivo do cncer de prstata.

    Orientao e assistncia visando a preveno, diagnstico e tratamento

    precoce de doenas sexualmente transmissveis.

    Planejamento familiar.

    5.8 - Programa Nacional de Ateno Hipertenso e

    Diabetes Mellitus Hiperdia

    A Hipertenso Arterial Sistmica a mais freqente das doenas

    cardiovasculares. tambm o principal fator de risco para as complicaes mais

    comuns como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocrdio, alm da

    doena renal crnica terminal.

    ATIVIDADE COMPLEMENTAR!ATIVIDADE COMPLEMENTAR!ATIVIDADE COMPLEMENTAR!ATIVIDADE COMPLEMENTAR! PESQUISE SOBRE: CRESCIMENTO E

    DESENVOLVIMENTO INFANTIL; CARTO DA CRIANA; DESNUTRIO E

    DESIDRATAO.

  • 23

    No Brasil so cerca de 17 milhes de portadores de hipertenso arterial,

    35% da populao de 40 anos e mais. E esse nmero crescente; seu

    aparecimento est cada vez mais precoce e estima-se que cerca de 4% das

    crianas e adolescentes tambm sejam portadoras. A carga de doenas

    representada pela morbimortalidade devida doena muito alta e por tudo

    isso a Hipertenso Arterial um problema grave de sade pblica no Brasil e no

    mundo.

    Modificaes de estilo de vida so de fundamental importncia no

    processo teraputico e na preveno da hipertenso. Alimentao adequada,

    sobretudo quanto ao consumo de sal, controle do peso, prtica de atividade

    fsica, tabagismo e uso excessivo de lcool so fatores de risco que devem ser

    adequadamente abordados e controlados, sem o que, mesmo doses

    progressivas de medicamentos no resultaro alcanar os nveis recomendados

    de presso arterial.

    O programa Hiperdia atua sobre conhecimentos e estratgias e visa

    melhorar a capacidade da ateno bsica para a abordagem integral desse

    agravo.

    Tem como grande desafio reduzir a carga dessa doena e reduzir o

    impacto social e econmico

    decorrentes do seu contnuo

    crescimento.

    Atribuies dos Tcnicos de

    Enfermagem no cuidado do paciente

    com Hipertenso Arterial:

    Verificar os nveis da presso

    arterial, peso, altura e

    circunferncia abdominal, em indivduos da demanda espontnea da

    unidade de sade.

    Orientar a comunidade sobre a importncia das mudanas nos hbitos

    de vida, ligadas alimentao e prtica de atividade fsica rotineira.

  • 24

    Orientar as pessoas da comunidade sobre os fatores de risco

    cardiovascular, em especial aqueles ligados hipertenso arterial e

    diabete.

    Agendar consultas e reconsultas mdicas e de enfermagem para os

    casos indicados.

    Proceder as anotaes devidas em ficha clnica.

    Cuidar dos equipamentos (tensimetros e glicosmetros) e solicitar sua

    manuteno, quando necessria.

    Encaminhar as solicitaes de exames complementares para servios de

    referncia.

    Controlar o estoque de medicamentos e solicitar reposio, seguindo as

    orientaes do enfermeiro da unidade, no caso de impossibilidade do

    farmacutico.

    Fornecer medicamentos para o paciente em tratamento, quando da

    impossibilidade do farmacutico.

    O Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial,

    traduzindo se em grande desafio para os sistemas de sade de todo o mundo.

    O envelhecimento da populao, a urbanizao crescente e a adoo de estilos

    de vida pouco saudveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade so

    os grandes responsveis pelo aumento da incidncia e prevalncia do diabetes

    em todo o mundo.

    No Brasil, o diabetes junto com a hipertenso arterial, responsvel pela

    primeira causa de mortalidade e de hospitalizaes, de amputaes de

    membros inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnsticos primrios em

    pacientes com insuficincia renal crnica submetidos dilise. importante

    observar que j existem informaes e evidncias cientficas suficientes para

    prevenir e/ou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicaes e

    que pessoas e comunidades progressivamente tm acesso a esses cuidados.

    Considerando a elevada carga de morbimortalidade associada, a

    preveno do diabetes e de suas complicaes hoje prioridade de sade

    pblica. Na ateno bsica, ela pode ser efetuada por meio da preveno de

  • 25

    fatores de risco para diabetes como sedentarismo, obesidade e hbitos

    alimentares no saudveis; da identificao e tratamento de indivduos de alto

    risco para diabetes (preveno primria); da identificao de casos no

    diagnosticados de diabetes (preveno secundria) para tratamento; e

    intensificao do controle de pacientes j diagnosticados visando prevenir

    complicaes agudas e crnicas (preveno terciria).

    O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua famlia um desafio

    para a equipe de sade, especialmente para poder ajudar o paciente a mudar

    seu modo de viver, o que estar diretamente ligado vida de seus familiares e

    amigos. Aos poucos, ele dever aprender a gerenciar sua vida com diabetes em

    um processo que vise qualidade de vida e autonomia.

    Atribuies dos Tcnicos de Enfermagem no cuidado do paciente com

    Diabetes Mellitus:

    Verificar os nveis da presso arterial, peso, altura e circunferncia

    abdominal, em indivduos da demanda espontnea da unidade de sade.

    Orientar as pessoas sobre os fatores de risco cardiovascular, em especial

    aqueles ligados ao diabetes, como hbitos de vida ligados alimentao

    e atividade fsica.

    Agendar consultas e reconsultas mdicas e de enfermagem para os

    casos indicados.

    Proceder s anotaes devidas em ficha clnica.

    Cuidar dos equipamentos (tensimetros e glicosmetros) e solicitar sua

    manuteno, quando necessria.

    Encaminhar as solicitaes de

    exames complementares para

    servios de referncia.

    Controlar o estoque de

    medicamentos e solicitar reposio,

    seguindo as orientaes do

    enfermeiro da unidade, no caso de impossibilidade do farmacutico.

  • 26

    Orientar pacientes sobre automonitorizao (glicemia capilar) e tcnica

    de aplicao de insulina.

    Fornecer medicamentos para o paciente em tratamento, quando da

    impossibilidade do farmacutico.

    5.9 - Programa Nacional de Controle da Tuberculose - PNCT

    A tuberculose ainda um srio problema da sade pblica reconhecido

    pelo governo brasileiro. Portanto, em razo de propsitos de suas polticas

    pblicas, assumiu compromissos com seus cidados e com a comunidade

    internacional de controlar sua evoluo, procurando reduzir sua prevalncia na

    populao.

    O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) est integrado

    na rede de Servios de Sade. desenvolvido por intermdio de um programa

    unificado, executado em conjunto pelas esferas federal, estadual e municipal.

    Est subordinado a uma poltica de programao das suas aes com padres

    tcnicos e assistenciais bem definidos, garantindo desde a distribuio gratuita

    de medicamentos e outros insumos necessrios at aes preventivas e de

    controle do agravo. Isto permite o acesso universal da populao s suas

    aes.

    So objetivos do Programa:

    Reduzir a morbidade, mortalidade e transmisso da TB.

    Aperfeioar a vigilncia epidemiolgica para: aumentar a deteco de

    casos novos, aumentar a cura e diminuir o abandono de tratamento;

    Desenvolver aes educativas em sade, comunicao e mobilizao

    social enfocando a promoo, preveno, assistncia e reabilitao da sade.

    Capacitar os profissionais que atuam no controle e preveno da TB em

    todas as esferas de gesto;

    Formar multiplicadores e gerentes, que atuem no Programa Nacional de

    Controle da Tuberculose em todas as suas reas de atuao;

    Prevenir o adoecimento por TB nos infectados por meio da

    quimioprofilaxia e nos no infectados por meio da vacina;

  • 27

    Manter a cobertura adequada de vacinao de BCG;

    Aperfeioar o Sistema de Informao SINAN;

    Realizar diagnstico, acompanhamento e teste de sensibilidade s drogas

    usadas no tratamento da tuberculose, desenvolvidas pelos laboratrios;

    Promover o acompanhamento da implantao, execuo e

    fortalecimento das aes do Programa Nacional de Controle da Tuberculose,

    bem como, da avaliao dos resultados.

    Atribuies dos Tcnicos de Enfermagem no programa de Tuberculose:

    Identificar os sintomticos respiratrios;

    Realizar procedimentos regulamentados para o exerccio de sua profisso;

    Convocar os contatos para consulta mdica;

    Identificar o pote de coleta do escarro;

    Orientar a coleta do escarro;

    Encaminhar o material ao laboratrio;

    Receber os resultados dos exames protocol-los e anex-los ao pronturio;

    Aplicar a vacina BCG e fazer teste tuberculnico, aps capacitao;

    Supervisionar o uso correto da medicao nas visitas domiciliares e o

    comparecimento s consultas de acordo com a rotina da equipe;

    Agendar consulta extra, quando necessrio;

    Convocar o doente faltoso consulta e o que abandonar o tratamento;

    Dispensar os medicamentos, conforme prescrio;

    Orientar pacientes e familiares quanto ao uso da medicao, esclarecer

    dvidas e desmistificar tabus e estigmas;

    Realizar assistncia domiciliar, quando necessria;

    Programar os quantitativos de medicamentos necessrios ao ms, para cada

    doente cadastrado na Unidade Bsica de Sade, de forma a assegurar o

    tratamento completo de todos;

    Preencher o Livro de Registro e Acompanhamento dos Casos de Tuberculose

    na UBS;

    Realizar tratamento supervisionado, quando necessrio, conforme orientao

    do enfermeiro e/ou mdico;

  • 28

    Notificar os casos suspeitos de tuberculose.

    5.10 - Programa Nacional de Controle da Hansenase

    A Hansenase doena crnica granulomatosa, proveniente de infeco

    causada pelo Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infectar

    grande nmero de indivduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem

    (baixa patogenicidade); propriedades essas que no so em funo apenas de

    suas caractersticas intrnsecas, mas que dependem, sobretudo, de sua relao

    com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos.

    O domiclio apontado como um importante espao de transmisso da

    doena, embora ainda exista lacunas de conhecimento quanto aos provveis

    fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ambiente

    social. O alto potencial incapacitante da hansenase est diretamente

    relacionado ao poder imunognico do M. leprae.

    A doena parece ser uma das mais antigas doenas que acomete o

    homem.

    As referncias mais remotas datam de 600 a.C. e procede da sia, que,

    juntamente com a frica, podem ser consideradas o bero da doena. A

    melhoria das condies de vida e o avano do conhecimento cientfico

    modificaram significativamente o quadro da hansenase, que atualmente tem

    tratamento e cura.

    O controle da hansenase baseado no diagnstico precoce de casos,

    seu tratamento e cura, visando eliminar fontes de infeco e evitar sequelas. A

    deteco de casos novos de hansenase em menores de 15 anos foi adotada

    VAMOS PESQUISAR? Faa uma pesquisa sobre:

    Teste de PPD

    Medicaes utilizadas no

    tratamento de tuberculose e seus

    cuidados.

  • 29

    como principal indicador de monitoramento da endemia, com meta de reduo

    estabelecida em 10%, at 2011 e est inserida no Programa Mais Sade:

    Direitos de Todos 2008-2011 / Programa de Acelerao do Crescimento

    (PAC).

    O Programa Nacional de Controle da Hansenase (PNCH) estabeleceu

    diretrizes operacionais para a execuo de diferentes aes, articuladas e

    integradas, que pudessem em todas as frentes de trabalho propiciar s pessoas

    que adoecem sejam atendidas nas suas necessidades e direitos. No Brasil, necessrio intensificar as aes de vigilncia da hansenase,

    voltadas especialmente maior efetividade no diagnstico e tratamento da

    doena, especialmente nas regies que apresentam maior concentrao de

    casos no pas. Alm disso, importante o contnuo aperfeioamento dos

    sistemas de informao, atividade fundamental para garantir o adequado

    monitoramento da situao epidemiolgica da hansenase no Brasil e para

    contribuir com a meta de eliminao da doena como problema de sade

    pblica.

    Atribuies dos Tcnicos de Enfermagem no programa de controle da

    Hansenase:

    Identificar sinais e sintomas da hansenase e encaminhar os casos

    suspeitos para a unidade de sade;

    Observar a tomada da dose supervisionada e orientar acerca de efeitos

    adversos dos medicamentos, quando indicado e conforme planejamento

    da equipe;

    Realizar assistncia domiciliar, quando necessrio;

    Aprazar doses supervisionadas e organizar arquivos de aprazamento;

    Encaminhar ao setor competente a ficha de notificao e boletins de

    acompanhamento, conforme estratgia local;

    Realizar curativos sob a orientao e superviso do enfermeiro;

    Realizar a vacina BCG nos contatos conforme prescrio;

    Contribuir e participar das atividades de educao permanente dos

    membros da equipe quanto preveno, manejo do tratamento, aes

  • 30

    de vigilncia epidemiolgica, combate ao estigma, efeitos adversos de

    medicamentos/ farmacovigilncia e preveno de incapacidades;

    Desenvolver aes educativas e de mobilizao envolvendo a

    comunidade e equipamentos sociais (escolas, conselhos de sade,

    associaes de moradores, etc.), importncia do auto-exame, e relativas

    ao controle da hansenase e combate ao estigma.

    5.11 - Programa Nacional de Imunizao - PNI

    O xito das Campanhas de Vacinao contra a varola

    na dcada dos anos sessenta, mostrou que a vacinao em

    massa tinha o poder de erradicar a doena.

    O ltimo caso de varola notificado no Brasil foi em

    1971 e, no mundo em 1977 na Somlia.

    Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizaes - PNI, por

    determinao do Ministrio da Sade, com o objetivo de coordenar as aes de

    imunizaes que se caracterizavam, at ento, pela descontinuidade, pelo

    carter episdico e pela reduzida rea de cobertura. A proposta bsica para o

    Programa, constante de documento elaborado por tcnicos do Departamento

    Nacional de Profilaxia e Controle de Doenas (Ministrio da Sade) e da Central

    de Medicamentos (CEME - Presidncia da Repblica), foi aprovada em reunio

    realizada em Braslia, em 18 de setembro de 1973, presidida pelo prprio

    Ministro Mrio Machado Lemos e contou com a participao de renomados

    Hora de pesquisar! Realize uma pesquisa relembrando as caractersticas da Hansenase, as medicaes utilizadas e seus efeitos adversos.

    Bom estudo!

  • 31

    sanitaristas e infectologistas, bem como de representantes de diversas

    instituies.

    Em 1975 foi institucionalizado o PNI, resultante do somatrio de fatores,

    de mbito nacional e internacional, que convergiam para estimular e expandir a

    utilizao de agentes imunizantes, buscando a integridade das aes de

    imunizaes realizadas no pas. O PNI passou a coordenar, assim, as atividades

    de imunizaes desenvolvidas rotineiramente na rede de servios e, para tanto,

    traou diretrizes pautadas na experincia da Fundao de Servios de Sade Pblica (FSESP), com a prestao de servios integrais de sade atravs de sua

    rede prpria.

    Em seguimento erradicao da varola, inicia-se em 1980 a 1

    CAMPANHA NACIONAL DE VACINAO CONTRA A POLIOMIELITE, com a meta

    de vacinar todas as crianas menores de 5 anos em um s dia. O ltimo caso

    de poliomielite no Brasil ocorreu na Paraba em maro de 1989. Em setembro

    de 1994 o Brasil junto com os demais pases da regio das Amricas, recebeu

    da Comisso Internacional para a Certificao da Ausncia de Circulao

    Autctone do Poliovrus Selvagem nas Amricas, o Certificado que a doena e o vrus foram eliminados de nosso continente.

    De 1990 a 2003, o PNI fez parte do CENEPI/FUNASA - Fundao

    Nacional de Sade. A partir de 2003, passou a integrar a DEVEP/SVS -

    Secretaria de Vigilncia em Sade, inserido na Coordenao Geral do Programa Nacional de Imunizaes - CGPNI. Ao longo do tempo, a atuao do PNI, ao consolidar uma estratgia de

    mbito nacional, apresentou, na sua misso institucional precpua,

    considerveis avanos. As metas mais recentes contemplam erradicao do

    sarampo e a eliminao ttano neonatal. A essas, se soma o controle de outras

    doenas imunoprevenveis como Difteria, Coqueluche e Ttano acidental,

    Hepatite B, Meningites, Febre Amarela, formas graves da Tuberculose, Rubola

    e Caxumba em alguns Estados, bem como, a manuteno da erradicao da

    Poliomielite.

  • 32

    Destacamos que o objetivo

    principal do Programa de oferecer

    todas as vacinas com qualidade a

    todas as crianas que nascem

    anualmente em nosso pas,

    tentando alcanar coberturas

    vacinais de 100% de forma

    homognea em todos os municpios

    e em todos os bairros.

    O PNI , hoje, parte

    integrante do Programa da Organizao Mundial de Sade, com o apoio

    tcnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribuies do Rotary

    Internacional e do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento

    (PNUD).

    6 - Vacinao: Conceitos bsicos

    6.1 - Fundamentos imunolgicos

    O processo imunolgico pelo qual se desenvolve a proteo conferida

    pelas vacinas compreende o conjunto de mecanismos atravs dos quais o

    organismo humano reconhece uma substncia como estranha, para, em

    seguida, metaboliz-la, neutraliz-la e/ou elimin-la. A resposta imune* do

    organismo s vacinas depende basicamente de dois tipos de fatores: os

    inerentes s vacinas e os relacionados com o prprio organismo.

    6.2 - Fatores prprios das vacinas:

    Os mecanismos de ao das vacinas so diferentes, variando segundo

    seus componentes antignicos, que se apresentam sob a forma de:

    suspenso de bactrias vivas atenuadas (BCG, por exemplo);

    suspenso de bactrias mortas ou avirulentas (vacinas contra a

    coqueluche e a febre tifide);

  • 33

    componentes das bactrias (polissacardeos da cpsula dos

    meningococos dos grupos A e C);

    toxinas obtidas em cultura de bactrias, submetidas a modificaes

    qumicas ou pelo calor (toxides diftrico e tetnico);

    vrus vivos atenuados (vacina oral contra a poliomielite e vacinas contra

    o sarampo e a febre amarela);

    vrus inativados (vacina contra a raiva);

    fraes de vrus (vacina contra a hepatite B)

    6.3 - Fatores inerentes ao organismo que recebe a vacina:

    Vrios fatores inerentes ao organismo que recebe a vacina podem

    interferir no processo de imunizao, isto , na capacidade desse organismo

    responder adequadamente vacina que se administra:

    idade;

    doena de base ou intercorrente;

    tratamento imunodepressor.

    H dois mecanismos bsicos de resposta imune: os inespecficos e os

    especficos.

    6.3.a - Mecanismos inespecficos:

    So constitudos por mecanismos superficiais e mecanismos profundos

    que dificultam a penetrao, a implantao e/ou a multiplicao dos agentes

    infecciosos, tais como:

    barreira mecnica constituda pela integridade da pele e das mucosas;

    microbiota normal da pele e de mucosas, que se ope colonizao de

    microorganismos (particularmente bactrias e fungos);

    exsudato cutnea (de glndulas sudorparas e sebceas), contendo

    cidos graxos e cido lctico;

    exsudato mucosa e atividade das clulas ciliadas do epitlio das vias

    respiratrias;

    fluxo lacrimal, salivar, biliar e urinrio;

    peristaltismo intestinal;

  • 34

    acidez gstrica e urinria;

    ao da lisozima presente na lgrima, na saliva e nas secrees nasais;

    inflamao;

    fagocitose.

    6.3.b - Mecanismos especficos:

    A evoluo biolgica levou ao aprimoramento da resposta imune dos

    organismos superiores, quanto aos agentes infecciosos, possibilitando proteo

    especfica e duradoura contra os patgenos pelos quais foram estimulados. O antgeno encontra-se no agente ou na substncia reconhecida como

    estranha pelo organismo, podendo ser componente de bactrias, vrus, etc.

    Depois de sua penetrao, atravs da pele e/ou de mucosas (portas de

    entrada), atinge a circulao sangnea e linftica e alcana os rgos linfides

    secundrios (gnglios linfticos, bao e ndulos linfides). O antgeno sofre

    processamento inicial e, aps esse processamento, o mesmo, agora

    fragmentado, apresentado aos linfcitos envolvidos na fase efetora da

    resposta imune.

    6.3.1 - Imunidade celular

    Os linfcitos memria so responsveis pela conservao da lembrana

    do primeiro contato com o antgeno, fato que proporciona resposta intensa e

    imediata, com curto perodo de latncia, num segundo contato desses linfcitos

    com o antgeno que determinou o seu aparecimento (resposta secundria).

    Esta defesa responsvel predominantemente pela proteo especfica contra

    infeces intracelulares, causadas por vrus, bactrias, fungos e protozorios.

    6.3.2 - Imunidade humoral

    Na resposta da imunidade humoral que se segue ao primeiro contato

    com o antgeno (resposta primria) h um perodo de latncia de alguns dias

    ou algumas semanas entre o estmulo e o aparecimento de anticorpos.

  • 35

    6.3.3 - Composio das Vacinas

    A vacina o imunobiolgico que contm um ou mais agentes

    imunizantes (vacina isolada ou combinada) sob diversas formas: bactrias ou

    vrus vivos atenuados, vrus inativados, bactrias mortas e componentes de

    agentes infecciosos purificados

    e/ou modificados quimicamente ou geneticamente.

    O produto em que a vacina apresentada contm, alm do agente

    imunizante, os componentes a seguir especificados:

    a) lquido de suspenso: constitudo geralmente por gua destilada ou

    soluo salina fisiolgica, podendo conter protenas e outros componentes

    originrios dos meios de cultura ou das clulas utilizadas no processo de

    produo das vacinas;

    b) conservantes, estabilizadores e antibiticos: pequenas quantidades de

    substncias antibiticas ou germicidas so includas na composio de vacinas

    para evitar o crescimento de contaminantes (bactrias e fungos);

    estabilizadores (nutrientes) so adicionados a vacinas constitudas por agentes

    infecciosos vivos atenuados. Reaes alrgicas podem ocorrer se a pessoa

    vacinada for sensvel a algum desses componentes;

    c) adjuvantes: compostos contendo alumnio so comumente utilizados

    para aumentar o poder imunognico de algumas vacinas, amplificando o

    estmulo provocado por esses agentes imunizantes.

    6.3.4 - Conservao das vacinas

    As vacinas precisam ser armazenadas e transportadas de acordo com as

    normas de manuteno da rede de frio, as quais devero ser seguidas

    rigorosamente. Nenhuma das vacinas deve ser exposta luz solar direta.

    6.3.5 - Contra-indicaes gerais do uso de Vacinas:

    As vacinas de bactrias ou vrus vivos atenuados no devem ser

    administradas, a princpio, em pessoas:

  • 36

    a) com imunodeficincia congnita ou adquirida;

    b) acometidas por neoplasia maligna;

    c) em tratamento com corticosterides em esquemas imunodepressores

    ou submetidas

    d) outras teraputicas imunodepressoras (quimioterapia antineoplsica,

    radioterapia, etc).

    Deve ser adiada a aplicao de qualquer tipo de vacina em pessoas com doenas agudas febris graves, sobretudo para que seus sintomas e sinais,

    assim como eventuais complicaes, no sejam atribudos vacina

    administrada. Tambm deve ser adiada a aplicao de vacinas em pessoas

    submetidas a tratamento com medicamentos em doses imunodepressoras, por

    causa do maior risco de complicaes ou da possibilidade de resposta imune

    inadequada.

    No h interferncia entre as vacinas utilizadas no calendrio de rotina

    do PNI, que, portanto, podem ser aplicadas simultaneamente ou com qualquer

    intervalo entre si.

    Uma exceo, por falta de informaes adequadas, a vacina contra

    febre amarela: recomenda-se que seja aplicada simultaneamente ou com

    intervalo de duas semanas das outras vacinas vivas.

    No constituem contra-indicao vacinao:

    a) doenas benignas comuns, tais como afeces recorrentes infecciosas ou

    alrgicas das vias respiratrias superiores, com tosse e/ou coriza, diarria leve

    ou moderada, doenas da pele (impetigo, escabiose etc);

    b) desnutrio;

    c) aplicao de vacina contra a raiva em andamento;

    d) doena neurolgica estvel (sndrome convulsiva controlada, por exemplo)

    ou pregressa, com seqela presente;

    e) antecedente familiar de convulso;

    f) tratamento sistmico com corticosteride durante curto perodo (inferior a

    duas semanas), ou tratamento prolongado dirio ou em dias alternados com

    doses baixas ou moderadas;

  • 37

    g) alergias, exceto as reaes alrgicas sistmicas e graves, relacionadas a

    componentes de determinadas vacinas;

    h) prematuridade ou baixo peso no nascimento. As vacinas devem ser

    administradas na idade cronolgica recomendada, no se justificando adiar o

    incio da vacinao. (Excetuam-se o BCG, que deve ser aplicado somente em

    crianas com >2kg).

    i) internao hospitalar - crianas hospitalizadas podem ser vacinadas antes da

    alta e, em alguns casos, imediatamente depois da admisso, particularmente

    para prevenir a infeco pelo vrus do sarampo ou da varicela durante o perodo

    de permanncia no hospital.

  • 38

    Calendrio de vacinao do Ministrio da Sade - INFANTIL

    Fonte: Ministrio da Sade

  • 39

    Orientaes importantes para a vacinao da criana:

    BCG: Administrar o mais precoce possvel, preferencialmente aps o

    nascimento. Nos prematuros com menos de 36 semanas administrar a vacina

    aps completar 1 (um) ms de vida e atingir 2 Kg. Administrar uma dose em

    crianas menores de cinco anos de idade (4 anos 11meses e 29 dias) sem

    cicatriz vacinal. Contatos intradomicliares de portadores de hansenase

    menores de 1 (um) ano de idade, comprovadamente vacinados, no

    necessitam da administrao de outra dose de BCG. Contatos de portadores de

    hansenase com mais de 1 (um) ano de idade, sem cicatriz - administrar uma

    dose. Contatos comprovadamente vacinados com a primeira dose - administrar

    outra dose de BCG. Manter o intervalo mnimo de seis meses entre as doses da

    vacina. Contatos com duas doses no administrar nenhuma dose adicional. Na

    incerteza da existncia de cicatriz vacinal ao exame dos contatos

    intradomiciliares de portadores de hansenase, aplicar uma dose,

    independentemente da idade. Para criana HIV positiva a vacina deve ser

    administrada ao nascimento ou o mais precocemente possvel. Para as crianas

    que chegam aos servios ainda no vacinadas, a vacina est contra-indicada na existncia de sinais e sintomas de imunodeficincia, no se indica a revacinao

    de rotina. Para os portadores de HIV (positivo) a vacina est contra indicada

    em qualquer situao.

    Hepatite B (recombinante): Administrar preferencialmente nas primeiras 12

    horas de nascimento, ou na primeira visita ao servio de sade. Nos

    prematuros, menores de 36 semanas de gestao ou em recm-nascidos termo de baixo peso (menor de 2 Kg), seguir esquema de quatro doses: 0, 1, 2

    e 6 meses de vida. Na preveno da transmisso vertical em recm-nascidos

    (RN) de mes portadoras da hepatite B administrar a vacina e a imunoglobulina

    humana anti-hepatite B (HBIG), disponvel nos Centros de Referncia para

    Imunobiolgicos Especiais - CRIE, nas primeiras 12 horas ou no mximo at

    sete dias aps o nascimento. A vacina e a HBIG administrar em locais

  • 40

    anatmicos diferentes. A amamentao no traz riscos adicionais ao RN que

    tenha recebido a primeira dose da vacina e a imunoglobulina.

    Adsorvida difteria, ttano, pertussis e Haemophilus influenzae b

    (conjugada): Administrar aos 2, 4 e 6 meses de idade. Intervalo entre as

    doses de 60 dias e, mnimo de 30 dias. A vacina adsorvida difteria, ttano e

    pertussis DTP so indicados dois reforos. O primeiro reforo administrar aos

    15 meses de idade e o segundo reforo aos 4 (quatro) anos. Importante: a

    idade mxima para administrar esta vacina aos 6 anos 11meses e 29 dias.

    Diante de um caso suspeito de difteria, avaliar a situao vacinal dos

    comunicantes. Para os no vacinados menores de 1 ano iniciar esquema com

    DTP+ Hib; no vacinados na faixa etria entre 1 a 6 anos, iniciar esquema com

    DTP. Para os comunicantes menores de 1 ano com vacinao incompleta, deve-

    se completar o esquema com DTP + Hib; crianas na faixa etria de 1 a 6 anos

    com vacinao incompleta, completar esquema com DTP. Crianas

    comunicantes que tomaram a ltima dose h mais de cinco anos e que tenham

    7 anos ou mais devem antecipar o reforo com dT.

    Poliomielite 1, 2 e 3 (atenuada): Administrar trs doses (2, 4 e 6 meses).

    Manter o intervalo entre as doses de 60 dias e, mnimo de 30 dias. Administrar

    o reforo aos 15 meses de idade. Considerar para o reforo o intervalo mnimo

    de 6 meses aps a ltima dose.

    Rotavrus humano G1P1 (atenuada): Administrar duas doses seguindo

    rigorosamente os limites de faixa etria:

    primeira dose: 1 ms e 15 dias a 3 meses e 7 dias.

    segunda dose: 3 meses e 7 dias a 5 meses e 15 dias.

    O intervalo mnimo preconizado entre a primeira e a segunda dose de 30

    dias. Nenhuma criana poder receber a segunda dose sem ter recebido a

    primeira. Se a criana regurgitar, cuspir ou vomitar aps a vacinao no

    repetir a dose.

  • 41

    Pneumoccica 10 (conjugada): No primeiro semestre de vida, administrar 3

    (trs) doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade. O intervalo entre as doses de 60

    dias e, mnimo de 30 dias. Fazer um reforo, preferencialmente, entre 12 e 15

    meses de idade, considerando o intervalo mnimo de seis meses aps a 3

    dose. Crianas de 7-11 meses de idade: o esquema de vacinao consiste em

    duas doses com intervalo de pelo menos 1 (um) ms entre as doses. O reforo

    recomendado preferencialmente entre 12 e 15 meses, com intervalo de pelo

    menos 2 meses.

    Meningoccica C (conjugada): Administrar duas doses aos 3 e 5 meses de

    idade, com intervalo entre as doses de 60 dias, e mnimo de 30 dias. O reforo

    recomendado preferencialmente entre 12 e 15 meses de idade.

    Febre amarela (atenuada): Administrar aos 9 (nove) meses de idade.

    Durante surtos, antecipar a idade para 6 (seis) meses. Indicada aos residentes

    ou viajantes para as seguintes reas com recomendao da vacina: estados do

    Acre, Amazonas, Amap, Par, Rondnia, Roraima, Tocantins, Maranho, Mato

    Grosso, Mato Grosso do Sul, Gois, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns

    municpios dos estados do Piau, Bahia, So Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio

    Grande do Sul. Para informaes sobre os municpios destes estados, buscar as

    Unidades de Sade dos mesmos. No momento da vacinao considerar a

    situao epidemiolgica da doena. Para os viajantes que se deslocarem para

    os paises em situao epidemiolgica de risco, buscar informaes sobre

    administrao da vacina nas embaixadas dos respectivos pases a que se

    destinam ou na Secretaria de Vigilncia em Sade do Estado. Administrar a

    vacina 10 (dez) dias antes da data da viagem. Administrar reforo, a cada dez

    anos aps a data da ltima dose.

    Sarampo, caxumba e rubola: Administrar duas doses. A primeira dose aos

    12 meses de idade e a segunda dose deve ser administrada aos 4 (quatro)

    anos de idade. Em situao de circulao viral, antecipar a administrao de

  • 42

    vacina para os 6 (seis) meses de idade, porm deve ser mantido o esquema

    vacinal de duas doses e a idade preconizada no calendrio. Considerar o

    intervalo mnimo de 30 dias entre as doses.

    Calendrio de vacinao do Ministrio da Sade

    ADOLESCENTE

    Fonte: Ministrio da Sade

    Orientaes importantes para a vacinao do adolescente

    Hepatite B (recombinante): Administrar em adolescentes no vacinados ou

    sem comprovante de vacinao anterior, seguindo o esquema de trs doses (0,

    1 e 6) com intervalo de um ms entre a primeira e a segunda dose e de seis

    meses entre a primeira e a terceira dose. Aqueles com esquema incompleto,

    completar o esquema. A vacina indicada para gestantes no vacinadas e que

    apresentem sorologia negativa para o vrus da hepatite B a aps o primeiro

    trimestre de gestao.

    Difteria e ttano - dT (Dupla tipo adulto): Adolescente sem vacinao

    anteriormente ou sem comprovao de trs doses da vacina, seguir o esquema

    de trs doses. O intervalo entre as doses de 60 dias e no mnimo de 30

    (trinta) dias. Os vacinados anteriormente com 3 (trs) doses das vacinas DTP,

    DT ou dT, administrar reforo, a cada dez anos aps a data da ltima dose.

  • 43

    Em caso de gravidez e ferimentos graves antecipar a dose de reforo sendo a

    ltima dose administrada h mais de 5 (cinco) anos. A mesma deve ser

    administrada pelo menos 20 dias antes da data provvel do parto. Diante de

    um caso suspeito de difteria, avaliar a situao vacinal dos comunicantes. Para

    os no vacinados, iniciar esquema de trs doses. Nos comunicantes com

    esquema de vacinao incompleto, este dever completado. Nos comunicantes

    vacinados que receberam a ltima dose h mais de 5 (cinco) anos, deve-se

    antecipar o reforo.

    Febre amarela (atenuada): Indicada 1 (uma) dose aos residentes ou

    viajantes para as seguintes reas com recomendao da vacina: estados do

    Acre, Amazonas, Amap, Par, Rondnia, Roraima, Tocantins, Maranho, Mato

    Grosso, Mato Grosso do Sul, Gois, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns

    municpios dos estados do Piau, Bahia, So Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio

    Grande do Sul. Para informaes sobre os municpios destes estados, buscar as

    Unidades de Sade dos mesmos. No momento da vacinao considerar a

    situao epidemiolgica da doena. Para os viajantes que se deslocarem para

    os pases em situao epidemiolgica de risco, buscar informaes sobre

    administrao da vacina nas embaixadas dos respectivos pases a que se

    destinam ou na Secretaria de Vigilncia em Sade do Estado. Administrar a

    vacina 10 (dez) dias antes da data da viagem. Administrar dose de reforo, a

    cada dez anos aps a data da ltima dose.

    Precauo: A vacina contra indicada para gestante e mulheres que estejam

    amamentando. Nestes casos buscar orientao mdica do risco epidemiolgico

    e da indicao da vacina.

    Sarampo, caxumba e rubola SCR: considerar vacinado o adolescente

    que comprovar o esquema de duas doses. Em caso de apresentar comprovao

    de apenas uma dose, administrar a segunda dose. O intervalo entre as doses

    de 30 dias.

  • 44

    Calendrio de vacinao do Ministrio da Sade

    ADULTO/IDOSO

    Fonte: Ministrio da Sade

    Orientaes importantes para a vacinao do adulto e idoso.

    Hepatite B (recombinante): oferecer aos grupos vulnerveis no vacinados

    ou sem comprovao de vacinao anterior, a saber: Gestantes, aps o

    primeiro trimestre de gestao; trabalhadores da sade; bombeiros, policiais

    militares, civis e rodovirios; caminhoneiros, carcereiros de delegacia e de

    penitenciarias; coletores de lixo hospitalar e domiciliar; agentes funerrios,

    comunicantes sexuais de pessoas portadoras de VHB; doadores de sangue;

    homens e mulheres que mantm relaes sexuais com pessoas do mesmo sexo

    (HSH e MSM); lsbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, (LGBT);

    pessoas reclusas (presdios, hospitais psiquitricos, instituies de menores,

    foras armadas, dentre outras); manicures, pedicures e podlogos; populaes

    de assentamentos e acampamentos; potenciais receptores de mltiplas

    transfuses de sangue ou politransfundido; profissionais do sexo/prostitutas;

    usurios de drogas injetveis, inalveis e pipadas; portadores de DST. A vacina

  • 45

    esta disponvel nos Centros de Referncia para Imunobiolgicos Especiais

    (CRIE) para as pessoas imunodeprimidas e portadores de deficincia

    imunognica ou adquirida, conforme indicao mdica.

    Difteria e ttano - dT (Dupla tipo adulto): Adultos e idosos no vacinados

    ou sem comprovao de trs doses da vacina, seguir o esquema de trs doses.

    O intervalo entre as doses de 60 (sessenta) dias e no mnimo de 30 (trinta)

    dias. Os vacinados anteriormente com 3 (trs) doses das vacinas DTP, DT ou

    dT, administrar reforo, dez anos aps a data da ltima dose. Em caso de

    gravidez e ferimentos graves antecipar a dose de reforo sendo a ltima dose

    administrada a mais de cinco (5) anos. A mesma deve ser administrada no

    mnimo 20 dias antes da data provvel do parto. Diante de um acaso suspeito

    de difteria, avaliar a situao vacinal dos comunicantes. Para os no vacinados,

    iniciar esquema com trs doses. Nos comunicantes com esquema incompleto de

    vacinao, este deve ser completado. Nos comunicantes vacinados que

    receberam a ltima dose h mais de 5 anos, deve-se antecipar o reforo.

    Febre amarela (atenuada): Indicada aos residentes ou viajantes para as

    seguintes reas com recomendao da vacina: estados do Acre, Amazonas,

    Amap, Par, Rondnia, Roraima, Tocantins, Maranho, Mato Grosso, Mato

    Grosso do Sul, Gois, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns municpios dos

    estados do Piau, Bahia, So Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

    Para informaes sobre os municpios destes estados, buscar as Unidades de

    Sade dos mesmos. No momento da vacinao considerar a situao

    epidemiolgica da doena. Para os viajantes que se deslocarem para os pases

    em situao epidemiolgica de risco, buscar informaes sobre administrao

    da vacina nas embaixadas dos respectivos pases a que se destinam ou na

    Secretaria de Vigilncia em Sade do Estado. Administrar a vacina 10 (dez)

    dias antes da data da viagem. Administrar dose de reforo, a cada dez anos

    aps a data da ltima dose.

  • 46

    Precauo: A vacina contra indicada para gestantes e mulheres que estejam

    amamentando, nos casos de risco de contrair o vrus buscar orientao mdica.

    A aplicao da vacina para pessoas a partir de 60 anos depende da avaliao

    do risco da doena e benefcio da vacina.

    Sarampo, caxumba e rubola SCR: Administrar 1 (uma) dose em

    mulheres de 20 (vinte) a 49 (quarenta e nove) anos de idade e em homens de

    20 (vinte) a 39 (trinta e nove) anos de idade que no apresentarem

    comprovao vacinal.

    Influenza sazonal (fracionada, inativada): Oferecida anualmente durante

    a Campanha Nacional de Vacinao do Idoso.

    Pneumoccica 23-valente (polissacardica): administrar 1 (uma) dose

    durante a Campanha Nacional de Vacinao do Idoso, nos indivduos de 60

    anos e mais que vivem em instituies fechadas como: casas geritricas,

    hospitais, asilos, casas de repouso, com apenas 1 (um) reforo 5 (cinco) anos

    aps a dose inicial.

    VAMOS PESQUISAR? Realize uma pesquisa sobre todas as vacinas do calendrio de Vacinao estudado acima, evidenciando as particularidades de cada uma. DICA: Utilize o Manual de Normas de Vacinao da FUNASA, disponvel no site do Ministrio da Sade.

  • 47

    7 - Sala de Vacina

    A sala de vacinas o local destinado administrao dos

    imunobiolgicos. importante que todos os procedimentos desenvolvidos nesta

    sala garantam a mxima segurana, prevenindo infeces nas crianas e

    adultos atendidos. As instalaes exigem um mnimo de condies: paredes e

    pisos lavveis, pia com torneira, interruptor exclusivo para cada equipamento

    eltrico, arejamento e iluminao adequados, evitando incidncia de luz solar

    direta e se possvel com entrada e sada independentes . Deve ter higiene e

    limpeza exclusiva.

    Os materiais e insumos bsicos que devem conter em uma sala de

    vacina so:

    Bancada ou mesa para preparo dos imunobiolgicos;

    Geladeira domstica;

    Fichrio ou arquivo;

    Mesa;

    Cadeira;

    Suporte de papel toalha;

    Armrio de material de consumo (impressos, caneta, cadernos)

    Armrio de material para procedimento (seringas, agulhas, algodo)

    Cesto de Lixo para resduos contaminados.

    Cesto de Lixo para resduos comuns;

    Coletor de perfuro cortante.

    Pia para lavagem das mos.

    7.1 - Triagem

    Ao realizar a abordagem do paciente verificar se a pessoa est

    comparecendo sala pela primeira vez ou retorno, observar registro da

    vacinao e o carto de vacina, consultar o carto para conferir que vacinas

    devem ser administradas, registrar no livro controle, obter informaes sobre o

    estado de sade do indivduo para identificar possveis contra indicaes,

    orientar sobre a vacina, fazer o aprazamento no carto e a data de retorno,

  • 48

    reforar a importncia do retorno para as prximas doses e administrar a

    vacina

    7.2 - Rede de frio

    A Rede de Frio ou Cadeia de Frio o processo de armazenamento,

    conservao, manipulao, distribuio e transporte dos imunobiolgicos do

    Programa Nacional de Imunizaes, e deve ter as condies adequadas de

    refrigerao, desde o laboratrio produtor at o momento em que a vacina

    administrada.

    O objetivo final da Rede de Frio assegurar que todos os

    imunobiolgicos administrados mantenham suas caractersticas iniciais, a fim de

    conferir imunidade, haja vista que so produtos termolbeis, isto , se

    deterioram depois de determinado tempo quando expostos a variaes de

    temperaturas inadequadas sua conservao. O calor acelera a inativao dos

    componentes imunognicos. necessrio, portanto, mant-los constantemente

    refrigerados, utilizando instalaes e equipamentos adequados em todas as

    instncias: nacional, estadual, regional ou distrital e municipal/local. Um

    manuseio inadequado, um equipamento com defeito, ou falta de energia

    eltrica podem interromper o processo de refrigerao, comprometendo a

    potncia e eficcia dos imunobiolgicos.

    A figura a seguir demonstra um fluxograma da Rede de frio desde a

    sada do imunobiolgico do laboratrio produtor at a sua chegada e

    armazenamento na Unidade bsica de sade.

  • 49

    FONTE: MANUAL DA REDE DE FRIO.

  • 50

    7.3 - A Geladeira na Unidade Bsica de Sade

    o equipamento de uso domstico que na Rede de Frio destinado

    estocagem de imunobiolgicos em temperaturas positivas a +2C, devendo

    para isto estar regulados para funcionar nesta faixa de temperatura. A vacina

    pode, em algum momento, estar em uma temperatura entre +2o e +8 C sem

    sofrer perda de potncia (em armazenamento).

    As geladeiras, com capacidade a partir de 280 litros, utilizadas pelo

    Programa Nacional de Imunizaes, devem ser organizadas de acordo com as

    seguintes recomendaes:

    no evaporador (congelador) colocar gelo reciclvel (gelox ou bobinas com

    gua) na posio vertical. Esta norma contribui para a elevao lenta da

    temperatura, oferecendo proteo aos imunobiolgicos na falta de energia

    eltrica ou defeito do equipamento;

    na primeira prateleira devem ser colocadas as vacinas que podem ser

    submetidas temperatura negativa (contra poliomielite, sarampo, febre

    amarela, rubola, trplice viral) dispostas em bandejas perfuradas para permitir

    a circulao de ar ;

    na segunda prateleira devem ser colocadas as vacinas que no podem ser

    submetidas temperatura negativa (dT, DTP, Hepatite B, Hib, influenza, TT e

    BCG), tambm em bandejas perfuradas ou nas prprias embalagens do

    laboratrio produtor;

    na segunda prateleira, no centro, colocar termmetro de mxima e mnima na

    posio vertical, em p;

    na terceira prateleira pode-se colocar os diluentes, soros ou caixas com as

    vacinas conservadas entre +2 e +8C, tendo o cuidado de permitir a circulao

    do ar entre as mesmas, e entre as paredes da geladeira;

    retirar todas as gavetas plsticas e suportes que existam na parte interna da

    porta, e no lugar da gaveta grande preencher toda parte inferior

    exclusivamente com 12 garrafas de gua com corante, que contribuem para a

    lenta elevao da temperatura interna da geladeira (figura 4). Essa providncia

    de vital importncia para manter a temperatura da geladeira entre +2C e

  • 51

    +8C quando ocorrer falta de energia ou defeito no equipamento. A porta do

    evaporador (congelador) e a bandeja coletora sob este devero ser mantidas .

    No devem ser usadas bobinas de gelo reciclvel como substitutas das

    garrafas.

    Organizao Interna da Geladeira:

  • 52

    Cuidados bsicos

    Fazer a leitura da temperatura, diariamente, no incio da jornada de trabalho

    e no final do dia e anotar no formulrio de controle dirio de temperatura;

    manter afixado na porta aviso para que esta no seja aberta fora do horrio

    de retirada e/ou guarda das vacinas;

    usar tomada exclusiva para cada geladeira, se houver mais de uma;

    instal-la em local arejado, distante de fonte de calor, sem incidncia de luz

    solar direta, em ambiente climatizado, bem nivelada e afastada 20cm da

    parede;

    colocar na base da geladeira suporte com rodas;

    no permitir armazenar outros materiais (laboratrio odontolgico, alimentos,

    bebidas, etc.

    no armazenar absolutamente nada na porta;

    certificar-se de que a porta est vedando adequadamente;

    fazer o degelo a cada 15 dias ou quando a camada de gelo for superior a

    0,5cm;

    no colocar qualquer elemento na geladeira que dificulte a circulao de ar.

  • 53

    Limpeza da geladeira

    Para que sejam mantidas as condies ideais de conservao dos

    imunobiolgicos, deve-se fazer a limpeza da geladeira periodicamente, a cada

    15 dias, ou quando a camada de gelo atingir 0,5 centmetros.

    Para isso, recomenda-se:

    transferir os imunobiolgicos para outra geladeira, se houver, ou para uma

    caixa trmica com gelo reciclvel, mantendo a temperatura recomendada

    (+2C a +8C) e vedar as caixas com fita gomada;

    desligar a tomada e abrir as portas da geladeira e do congelador, at que

    todo o gelo aderido se desprenda: no usar faca ou outro objeto pontiagudo

    para a remoo mais rpida do gelo, pois esse procedimento pode danificar os

    tubos de refrigerao;

    no mexer no termostato;

    limpar a geladeira com um pano umedecido em soluo de gua com sabo

    neutro, ou sabo de coco, por exemplo. No jogar gua no interior do

    refrigerador;

    aps a limpeza:

    - ligar a geladeira;

    - recolocar o termmetro, as 12 garrafas e o gelo reciclvel;

    - manter as portas fechadas por uma hora, verificando a temperatura aps esse

    perodo. Quando a mesma estiver entre +2C e +8C recolocar as vacinas e

    soros nos seus devidos lugares.

    Observao: Para verificar se a borracha da porta da geladeira est vedando

    adequadamente, deve-se pegar uma tira de papel com 3cm de largura

    aproximadamente e coloc-la entre a borracha da porta e a geladeira. Se ao

    puxar o papel a borracha apresentar resistncia est em perfeito estado, porm

    se o papel sair com facilidade dever ser trocada a borracha. Este teste dever

    ser feito em vrios pontos da porta, especialmente nos quatro ngulos.

  • 54

    7.4 - Situaes de emergncia

    A geladeira pode deixar de funcionar por dois motivos.

    Em ambos os casos devero ser tomadas providncias para evitar a

    perda dos imunobiolgicos acondicionados no mesmo:

    Defeito tcnico: os imunobiolgicos devero ser acondicionados em caixas

    trmicas mantendo a temperatura recomendada de +2C a +8C, onde

    podero permanecer at 24 horas.

    Corte de energia eltrica: nessa situao recomenda-se:

    - Se a geladeira est em perfeito estado de funcionamento, apresentando

    variao de temperatura de +2C a +4C, deve-se mant-la fechada por um

    perodo mximo de oito horas.

    - O servio de sade dever dispor de bobinas de gelo reciclvel congeladas

    para serem usadas no acondicionamento dos imunobiolgicos em caixas

    trmicas quando a interrupo do fornecimento de energia eltrica durar mais

    que oito horas.

    - Caso a geladeira em uso no apresente um perfeito estado de funcionamento

    e sua temperatura variar entre +6C e +8C com freqncia, a permanncia

    dos imunobiolgicos nesse equipamento no dever ser por mais que duas

    horas e meia, a partir do incio da falta de fornecimento de energia eltrica.

    - Em situaes em que o equipamento de refrigerao apresentar as condies

    acima mencionadas e no se tiver estimativa do tempo em que a energia

    eltrica permanecer interrompida, o acondicionamento dos imunobiolgicos

    em caixas trmicas, utilizando-se a devida tcnica, dever ser providenciado em

    uma hora.

    Caso o defeito identificado no seja solucionado e a corrente eltrica no

    se restabelea at o encerramento dos trabalhos da unidade de sade,

    transferir as caixas trmicas com os imunobiolgicos para o servio de sade

    mais prximo ou para a instncia regional.

    Recomenda-se que, na caixa de distribuio da fora eltrica, seja

    identificada a chave responsvel pela conduo de energia para a sala de

    vacinao. Nessa chave deve-se colocar um aviso para que nunca seja

  • 55

    desligada sem comunicar com antecedncia ao responsvel pelos

    imunobiolgicos. importante, tambm, manter a articulao constante com a

    empresa local de energia eltrica, a fim de ter informao prvia sobre

    eventuais cortes de energia.

    Nas situaes de emergncia, a instncia central estadual ou regional da

    Rede de Frio (secretaria estadual ou rgo regional de sade) necessita ser

    informada sobre as circunstncias em que essas situaes ocorreram, para

    tomar providncias de acordo com a ocorrncia. Quando a temperatura da

    geladeira ultrapassar +8C os Imunobiolgicos devero ser colocados sob

    suspeita.

    Inutilizao das sobras de imunobiolgicos na sala de vacinao:

    Caso a prpria unidade seja responsvel pela destinao final de seus

    resduos, recomenda-se para a inutilizao das vacinas compostas por

    microorganismos vivos a autoclavagem durante 15 minutos, temperatura de

    127C, sendo que no h a necessidade de abrir os frascos para este processo.

    Na falta da autoclave, orienta-se esterilizar em estufa por duas horas a 170C,

    sendo que neste processo os frascos no precisam estar abertos.

    Aps tratamento em autoclave ou estufa, os frascos das vacinas podero

    ser desprezados como lixo comum, conforme Resoluo n 5, de 5/8/1993 do

    Conselho Nacional de Meio Ambiente.

    Nos locais com coleta de lixo hospitalar sistemtica, os imunobiolgicos

    inutilizados devero ser acondicionados em sacos plsticos resistentes brancos,

    especificados para lixo hospitalar, identificados como material contaminante

    antes de serem desprezados.

    Nesse caso no necessrio submet-los a qualquer processo de

    esterilizao. Ocorre que essa coleta especial no comum na rede de servios

    do pas, sendo importante adotar os procedimentos indicados antes de

    acondicionar os produtos que sero desprezados, de forma a impedir a

    disseminao de agentes patognicos ou de outra forma de contaminao

    acima de limites aceitveis.

  • 56

    Na falta de um sistema municipal de disposio final, o servio produtor

    dos resduos (sala de vacinao) ficar responsvel por essa disposio, bem

    como pelo eventual tratamento a que o lixo necessita ser submetido

    (principalmente o lixo composto por resduos infectantes e especiais).

    7.5 - Caixas trmicas

    So produzidas com material trmico do tipo poliuretano ou poliestireno

    expandido (ex.: isopor, isonor), sendo esta ltima a mais utilizada no transporte

    de imunobiolgicos entre os diversos laboratrios produtores at a sala de

    vacina, inclusive vacinao extramuros.

    A caixa trmica deve ser organizada para manter a temperatura de

    c