102
www.unoesc.edu.br Universidade do Oeste de Santa Catarina 1º semestre de 2007

APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

  • Upload
    ebcpm

  • View
    963

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

www.unoesc.edu.br

Universidade do Oeste de Santa Catarina

1º semestre de 2007

Page 2: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

M593 Metodologia científica : educação a distância / (coord.) Ardinete Rover. – Joaçaba : UNOESC, 2007.

102 p. : il. ; 23 cm. – (Material didático)

Modo de acesso: Unoesc Virtual.

Também disponível para reprografia.

Inclui bibliografia

1. Metodologia científica. I. Rover, Ardinete, (coord.)

CDD 001.42

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unoesc.

O material apostilado desta disciplina é para uso exclusivamente didático, sem intenção comercial.

Reitoria:

Rua Getúlio Vargas, 2125

Bairro Flor da Serra

CEP 89600-000

Fone: 49 3551-2098

www.unoesc.edu.br

Campus de Joaçaba

Rua Getúlio Vargas, 2125

Bairro Flor da Serra

CEP 89600-000

Fone: 49 3551-2000

Campus de São Miguel do Oeste

Rua Oiapoc, 211

Bairro Agostini

CEP 89900-000

Fone: 49 3631-1000

Campus de Videira

Rua Paese, 198

Bairro das Torres

CEP 89560-000

Fone: 49 3551-1422

Campus de Xanxerê

Rua Dirceu Giordani, 696

Bairro Universitário

CEP 89820-000

Fone: 49 3441-7000

Page 3: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Reitor: Aristides Cimadon

Presidente da Funoesc: Genesio Téo

Vice-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão:

Luiz Carlos Lückmann

Vice-reitora de Graduação: Ana Beatriz Brancher

Vice-reitores de Campus: São Miguel do Oeste: Vitor C. D’Agostini Videira: Antonio Carlos de Souza Xanxerê: Genesio Téo

Diretor Geral de Administração: Joaçaba: Osmar Mena Barreto

Pró-reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão:

São Miguel do Oeste: Roque Strieder Videira: Marcelo Zenaro

Pró-reitores de Graduação: São Miguel do Oeste: Nelson Santos Machado Videira: Ernani Tadeu Rizzi Xanxerê: Roberto Mauro Dall’Agnol

Coordenação da Unoesc Virtual: Ardinete Rover

Coordenações Locais da Unoesc Virtual: Joaçaba: Roseli Rocha Moterle São Miguel do Oeste: Anibal Lopes Guedes Videira: Rosa Maria Pascoali Xanxerê: Cristiane Sbruzzi Berté

Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação:

Joaçaba: Lindamir Secchi Gadler São Miguel do Oeste: Carlos Requia Videira: Fabiano Wonzoski Xanxerê: Davidson Mazzoco Davi

Professores conteudistas da disciplina Metodologia Científica:

Abele Marcos Casarotto Ardinete Rover Claudia Elisa Grasel Ernani Tadeu Rizzi Rosa Maria Pascoali Teresa Machado da Silva Dill

Elaboração e produção gráfica: Roseli Rocha Moterle

Revisão lingüística: Luciana Slongo Marisa Vargas

Revisão eletrônica: Luciana Slongo Karen Ferrari Carolina Nodari

Capa: Coordenadoria de Comunicação e Marketing Elediana Fátima de Quadros

Page 4: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)
Page 5: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.............................................................................................3

PLANO DE ESTUDO DA DISCIPLINA..............................................................5

UNIDADE 1 CIÊNCIA E CONHECIMENTO....................................................... 7

SEÇÃO 1 A natureza do conhecimento.................................................................................8

SEÇÃO 2 Método e técnica...................................................................................................13

UNIDADE 2 A LEITURA E A DOCUMENTAÇÃO ........................................... 17

SEÇÃO 1 Diretrizes para leitura, análise e interpretação de textos ................................... 18

SEÇÃO 2 Prática da documentação..................................................................................... 22

UNIDADE 3 DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHOS.................29

SEÇÃO 1 Técnicas para redigir textos .................................................................................30

SEÇÃO 2 Diretrizes para elaboração de trabalhos.............................................................. 33

UNIDADE 4 FORMAS DE ELABORAR CITAÇÕES E REFERÊNCIAS..............43

SEÇÃO 1 Elaboração de citações ......................................................................................... 44

SEÇÃO 2 Norma geral para indicação de autores nas citações........................................... 50

SEÇÃO 3 Formas de apresentação das referências ............................................................ 59

SEÇÃO 4 Norma geral para indicação de autores nas referências.....................................68

UNIDADE 5 ESTRUTURA DE TRABALHOS CIENTÍFICO-ACADÊMICOS ...... 75

SEÇÃO 1 Estrutura e apresentação de trabalhos científico-acadêmicos........................... 76

SEÇÃO 2 Elementos pré-textuais....................................................................................... 81

SEÇÃO 3 Elementos textuais...............................................................................................88

SEÇÃO 4 Elementos pós-textuais .......................................................................................90

REFERÊNCIAS..............................................................................................95

GABARITO ....................................................................................................98

Page 6: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)
Page 7: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

APRESENTAÇÃO

Este material didático corresponde à disciplina de Metodologia Científica. Ele foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma; os conteúdos foram cuidadosamente selecionados e a linguagem utilizada facilitará seus estudos a distância.

A disciplina de Metodologia Científica é importantíssima para a sua vida acadêmica; os conteúdos apresentados servirão de base para todo o curso e para a sua atuação profissional também, portanto é necessário que você dedique tempo para a leitura do material e realize as atividades de auto-avaliação que se encontram ao final de cada unidade. As atividades de auto-avaliação não devem ser encaminhadas ao professor tutor, elas foram elaboradas a fim de facilitar seus estudos e testar seus conhecimentos após o término da leitura de cada unidade. Ao final do material, você encontrará o gabarito para verificar as suas respostas.

A formatação do material apresenta na margem do texto um espaço que permite que você faça anotações. No decorrer do texto, você encontrará caixa de texto contendo explicações de termos que podem causar dúvidas. Atente para os ícones que trazem perguntas e reflexões e indicam outros materiais complementares.

Recomendamos que, antes de começar os seus estudos, leia com muita atenção o Guia do Aluno da disciplina, pois ele contém informações importantes para você concluir a disciplina com sucesso. No Guia, também se encontram o cronograma da disciplina e as atividades avaliativas de G1, que deverão ser encaminhadas ao professor tutor. As datas estabelecidas no cronograma devem ser cumpridas rigorosamente.

Quando falamos em educação a distância, não quer dizer que você estará sozinho nos seus estudos; lembre-se de que poderá contar, sempre que precisar, com a ajuda do professor tutor.

Desejamos que tenha muito sucesso nesta disciplina e em todo o curso.

Bons estudos!

Equipe Unoesc Virtual.

Page 8: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)
Page 9: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

PLANO DE ESTUDO DA DISCIPLINA

EEEEMENTÁRIOMENTÁRIOMENTÁRIOMENTÁRIO

Ciência e tipos de conhecimento. Métodos de estudo. Métodos e técnicas de elaboração e apresentação de trabalhos científicos (projetos, relatórios e artigos), de acordo com as normas da ABNT.

OOOOBJETIVO GERALBJETIVO GERALBJETIVO GERALBJETIVO GERAL

Levar o aluno a compreender os conceitos básicos sobre a ciência, o método científico para a elaboração de textos de pesquisa, obedecendo às normas da ABNT.

OOOOBJETIVOS ESPECÍFICOSBJETIVOS ESPECÍFICOSBJETIVOS ESPECÍFICOSBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Despertar no aluno, desde o começo de seu curso, o interesse pela pesquisa e, assim, educá-lo a pensar e raciocinar de forma crítica.

• Habilitar o aluno para a leitura crítica da realidade e a produção do conhecimento.

• Instrumentalizar o aluno para que, a partir do estudo, possa elaborar trabalhos acadêmicos inseridos nas normas técnicas.

• Oportunizar ao aluno assumir um comportamento científico, para que seja capaz de construir textos por meio da pesquisa.

CCCCARGA HORÁRIAARGA HORÁRIAARGA HORÁRIAARGA HORÁRIA

A duração da disciplina seguirá um cronograma de atividades para orientar o seu estudo, conforme a carga horária proposta na matriz curricular.

Page 10: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

6

CCCCRONOGRAMA DE ESTUDORONOGRAMA DE ESTUDORONOGRAMA DE ESTUDORONOGRAMA DE ESTUDO

EVENTO ATIVIDADES DATAS DE ENTREGA

Encontro presencial

Início da disciplina. Apresentação e orientações sobre o funcionamento da disciplina e uma oficina de utilização do ambiente virtual de aprendizagem – Portal de Ensino da Unoesc.

__ /__ /__

Fórum de discussão

Primeira temática: como ler melhor? __ /__ a __ /__

Unidade 1

Ciência e conhecimento

Unidade 2

A leitura e a documentação

Leitura das unidades 1 e 2 do material didático.

Realização das atividades de auto-avaliação.

Realização da avaliação on-line.

__ /__ a __ /__

Fórum de discussão

Segunda temática: citações e referências em trabalhos científico-acadêmicos.

__ /__ a __ /__

Unidade 3

Diretrizes para elaboração de trabalhos

Unidade 4

Formas de elaborar citações e referências

Leitura das unidades 3 e 4 do material didático.

Realização das atividades de auto-avaliação.

Redação de um paper.

__ /__ a __ /__

Unidade 5

Estrutura dos trabalhos acadêmicos

Leitura da Unidade 5 do material didático.

Realização das atividades de auto-avaliação.

Elaboração de um trabalho científico-acadêmico.

__ /__ a __ /__

Encontro presencial

Avaliação presencial de G2 __ /__ /__

Avaliação de G2 fora de prazo __ /__ /__

Avaliação de G3 __ /__ /__

Page 11: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Unidad

e 1

Metodologia Científica ________________________________________________

Unoesc Virtual _________________________________________________________

7

Unidade 1 Ciência e conhecimento

OOOOBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZAGEMAGEMAGEMAGEM

Ao terminar a leitura desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender a importância dos diferentes níveis de conhecimento e saber diferenciá-los;

• perceber a importância do método para a realização de pesquisa científica e entender sua classificação;

• perceber a técnica como elemento essencial para desenvolver uma pesquisa.

PPPPLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDO

A fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções:

Seção 1: A natureza do conhecimento

Seção 2: Método e técnica

Page 12: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

8

PARA INÍCIO DO ESTUDO

Você já parou para pensar em como o ser humano constrói o conhecimento?

O homem pré-histórico tinha medo porque não conseguia entender os fenômenos da natureza. Durante algumas gerações foi assim, mas, no decorrer do tempo, o homem passou do medo à tentativa de encontrar explicações para os fenômenos da natureza, buscando respostas em suas crenças e magias.

As crenças e magias não foram suficientes. Os seres humanos evoluíram para a busca de respostas por caminhos que pudessem ser comprovados, nos quais pudessem refletir sobre as experiências e transmitir a outros.

A necessidade de saber o porquê dos acontecimentos foi o impulso para a evolução do homem e o surgimento da ciência.

Nesta unidade, você estudará o surgimento da ciência e os diferentes níveis de conhecimento, o que lhe possibilitará entender como o ser humano aprende e utiliza o conhecimento. Você irá perceber a importância do método e das técnicas para a realização de uma pesquisa científica.

Então vamos lá?!

SEÇÃO 1 A natureza do conhecimento

De diversas maneiras, o ser humano toma conhecimento do mundo, pois, constantemente, sente a necessidade de compreender e explicar os fatos, e a relação do homem com a realidade passa a ser de curiosidade. Alves (1992, p. 45) afirma que “conhecer é reduzir o desconhecido ao conhecido.”

A situação de desconhecimento deixa o homem num estado desconfortável, por isso ele busca freqüentemente a verdade das coisas e do mundo, como um meio essencial para a sua própria existência. Sendo um ser racional, o homem utiliza-se da razão para seu crescimento intelectual e material, sempre conquistando novas verdades fundamentais à continuidade da vida, superando os desafios que surgem.

Mas, como o ser humano busca o conhecimento?

Muitas vezes, não temos clareza sobre os tipos de conhecimento que utilizamos para resolver determinados problemas, por isso é importante conhecer os quatro tipos de conhecimento que são fundamentais: empírico, científico, filosófico e teológico.

Vamos verificar o que cada tipo de conhecimento representa?

Page 13: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Ciência e conhecimento ________________________________________________

_____________________________________________________________ Unidade 1

9

CONHECIMENTO EMPÍRICO

Você já tomou chá de macela para curar dor de estômago ou fígado? Porém, a erva deve ter sido colhida na Sexta-feira Santa, antes do Sol nascer, para ocorrer a cura.

Sua mãe ou sua avó já lhe proibiu de comer uva e melancia ao mesmo tempo porque isso causa dor de estômago?

Esse conhecimento está relacionado com as crenças e os valores, faz parte de antigas tradições; é um conhecimento assistemático, isto é, que não segue um sistema, não é ordenado, não segue métodos, é adquirido independentemente de estudos, pesquisas ou aplicações de métodos de estudos e investigações; é um conhecimento acumulado durante a existência, de coisas que o homem viu pessoalmente ou ouviu de terceiros e que foi absorvendo e interiorizando (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 8-12).

O conhecimento empírico ou popular é guiado pelo que adquirimos na vida cotidiana ou ao acaso, servindo-nos da experiência do outro; às vezes ensinando, às vezes aprendendo, num processo intenso de interação humana e social.

Se você conhece outros exemplos de conhecimento empírico, descreva-os

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Para qualquer ser humano, a proporção maior de conhecimentos pertence ao nível do conhecimento empírico, oriundo do senso comum. Lakatos e Marconi (2003) definem senso comum como algo que vem da experiência do dia-a-dia, os conhecimentos que se desenvolvem a partir do cotidiano ou da necessidade.

No empirismo, portanto, o conhecimento provém da experiência vivida, não comprovada cientificamente, e não tem caráter científico. O científico é o que vem a provar, comprovar, descobrir e, também, solucionar muitos problemas que o empirismo não conseguiu.

CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Qual é a sua percepção sobre a expressão “comprovado cientificamente”?

É provável que você acredite na eficácia do produto com essa afirmação, por considerar que ele tenha sido testado, analisado, verificado por meio de métodos e técnicas científicas.

Lembra-se do chá de macela que é usado para curar a dor de estômago?

Para afirmar que a ingestão desse chá determina o desaparecimento do sintoma dor de estômago, é preciso estudar, verificar a relação de causa e efeito e o

Page 14: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

10

princípio ativo do chá de macela que cura a dor de estômago, ou seja, comprovar cientificamente.

Diferente do conhecimento empírico, o conhecimento científico é o conhecimento real e sistemático, isto é, que segue um sistema, é ordenado, provém de métodos, é próximo ao exato, procurando conhecer, além do fenômeno em si, as causas e leis. Por meio da classificação, da comparação, da aplicação dos métodos, da análise e síntese, o pesquisador extrai do contexto social ou do universo princípios e leis que estruturam um conhecimento rigorosamente válido e universal.

O conhecimento científico busca, de maneira organizada e metódica, descrever e explicar um fato ou acontecimento; faz questionamentos e procura explicações sobre os fatos, por meio de procedimentos que possam levar ao resultado com comprovação; não é considerado como algo pronto, acabado e definitivo, busca constantemente explicações, soluções, revisões e reavaliações de seus resultados, pois, segundo Cervo e Bervian (2002), a ciência é um processo em construção.

Mas, o que é ciência?

Ciência significa conhecimento. Cervo e Bervian (2002, p. 16) afirmam que “A ciência é um modo de compreender e analisar o mundo empírico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento científico através do uso da consciência crítica [...]”.

Oliveira (2002, p.-47) define a ciência como o estudo, com critérios metodológicos, das relações existentes entre causa e efeito de um fenômeno qualquer, no qual o estudioso se propõe a demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicações práticas. É uma forma de conhecimento sistemático, dos fenômenos da natureza, dos fenômenos sociais, dos fenômenos biológicos, matemáticos, físicos e químicos, para se chegar a um conjunto de conclusões verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis por meio da pesquisa e dos testes.

Você conseguiu entender que a ciência é justamente o conjunto de conhecimentos que se desenvolve, que se acumula, transforma-se e reorganiza-se em razão de uma lógica própria do comportamento humano?

O conhecimento científico promoveu o desenvolvimento da humanidade, proporcionou conforto às pessoas e a cura da maioria das doenças.

Você conseguiria imaginar o mundo sem a eletricidade?

De quantas coisas nós seríamos privados? De tudo o que há à sua volta, o que não existiria se não houvesse a eletricidade?

Foram conhecimentos adquiridos através da experimentação científica que levaram o homem a descobrir a eletricidade e, a partir dela, criar a instalação elétrica, aparelhos, motores, máquinas, etc.

Quanto o homem evoluiu com essa descoberta ou conhecimento científico!

Page 15: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Ciência e conhecimento ________________________________________________

_____________________________________________________________ Unidade 1

11

Há alguns anos, as pessoas morriam em virtude de doenças cujas causas eram desconhecidas e, conseqüentemente, não havia prevenção, nem tratamento adequado. Utilizavam-se do conhecimento empírico na tentativa de cura.

Hoje, muitas dessas doenças são curáveis (como a gripe, o sarampo, a tuberculose, alguns tipos de câncer, etc.) ou até erradicadas (como a poliomielite – paralisia infantil), em muitos países como o Brasil, graças ao conhecimento científico.

Há no ser humano a incessante busca de respostas que resolvam seus problemas. Nessa busca, nem sempre a procura é por soluções materiais. Às vezes, o homem procura respostas para as inquietações que o incomodam, que o levam à reflexão sobre a vida, sobre o comportamento humano; não é uma questão de encontrar a solução no conhecimento empírico ou no científico, pois está procurando compreender por que as coisas são como são, compreender o sentido do mundo, da vida, das coisas ao seu redor.

Nesse caso, é o conhecimento filosófico que o ajuda a chegar a um entendimento, se possível, já que, às vezes, nossas dúvidas permanecem, diante do inexplicável.

CONHECIMENTO FILOSÓFICO

Quantas vezes você já parou para refletir sobre o seu comportamento diante de uma situação? Você está filosofando, quando faz reflexões sobre a vida, sobre a ética, sobre a moral, sobre princípios!

A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto universal. Não há soluções definitivas para grande número de questões, mas habilita o ser humano a fazer uso de suas faculdades para entender melhor o sentido da vida, concretamente; busca constantemente o sentido da justificação, possibilidade de interpretação a respeito do homem e sua existência concreta.

Cervo e Bervian (2002) apresentam algumas questões que ajudam a compreender as reflexões da filosofia, verifique:

• A máquina substituirá o homem?

• As conquistas espaciais comprovam o poder ilimitado do homem?

• O que é valor hoje?

Quando fazemos algumas reflexões, às vezes, as dúvidas não são esclarecidas, permanecemos diante do mistério. A ciência, com todo o seu avanço, não consegue explicar determinadas situações, acontecimentos inesperados, nem a filosofia, com seus grandes pensadores, consegue esclarecê-los.

Tudo isso que a inteligência humana é incapaz de explicar ou compreender é objeto da fé ou do dogma, ou seja, do conhecimento teológico.

Dogma: caráter de certeza absoluta, indiscutível em uma doutrina religiosa.

Page 16: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

12

CONHECIMENTO TEOLÓGICO

Você tem fé? Em que você acredita, mesmo sem provas, mesmo sem ver? Explique.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O conhecimento teológico, de acordo com Silva (2003, p. 36), é produto da fé humana, entendendo fé como uma crença nos fatos sem esperar por provas dos acontecimentos, sem que possamos vê-los. É o estudo de questões referentes ao conhecimento da divindade, implicando sempre em uma atitude de fé diante das revelações de um mistério ou sobrenatural, interpretado como mensagem ou manifestação divina.

É um tipo de conhecimento sistematizado, infalível e indiscutível, mas que não pode ser verificado como o conhecimento científico, pois são atos de fé.

Esse conhecimento também está relacionado com um Deus, seja por meio de Jesus Cristo, Buda, Maomé, um Ser invisível, ou qualquer entidade atribuída como ser supremo, dependendo da cultura de cada povo, com quem o ser humano se relaciona por intermédio da fé religiosa.

Agora que você já estudou sobre os tipos de conhecimento, é importante que perceba que o conhecimento científico é empregado durante a vida acadêmica e faz parte da formação científica do estudante, leva o aluno a desenvolver uma atitude investigativa, em conhecimentos já comprovados, acumulados por outros estudiosos, buscando elementos que darão suporte à análise de sua pesquisa. Assim, além de ampliar seus conhecimentos, você terá condições de se iniciar na pesquisa, produzindo novos conhecimentos.

Nesta seção, você verificou que o conhecimento científico depende de investigação, de verificação, de análise, mas depende também da aplicação de métodos e técnicas para chegar a um resultado.

Então vamos estudar o que é método e técnica na próxima seção?!

Mistério: tudo o que é oculto, que provoca curiosidade e busca; pode estar ligado a dados da natureza, da vida futura, da existência do absoluto, entre outros.

Page 17: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Ciência e conhecimento ________________________________________________

_____________________________________________________________ Unidade 1

13

SEÇÃO 2 Método e técnica

Quando você vai comer uma laranja, o que você faz primeiro? Você corta a laranja em pedaços e depois tira a casca?

É provável que você utilize um método mais fácil para comer uma laranja: primeiro descasca e depois tira os pedaços.

De acordo com Galliano (1986, p. 4-5), qualquer pessoa vive, no seu dia-a-dia, cercada por métodos em todos os lados, ainda que não os perceba. Ao limpar a casa, você não passa antes o pano molhado e depois varre o chão; ao fazer um churrasco, você não assa primeiro a carne e depois coloca o sal e os temperos; precisa usar o método adequado para atingir um objetivo tão simples.

Mas, o que é método?

Lakatos e Marconi (2003, p. 85) definem método como um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando nas suas decisões. Para Oliveira (2002, p. 58), método é um conjunto de regras ou critérios que servem de referência no processo de busca da explicação ou da elaboração de previsões em relação a questões ou problemas específicos.

Porém, antes de desenvolver o método, precisamos estabelecer os objetivos que pretendemos atingir, de forma clara, examinando de maneira ordenada as questões:

• O que ocorre?

• Onde ocorre?

• Quando ocorre?

• Como ocorre?

• Por que ocorre?

Se você for colocar uma meia e calçar seus sapatos: primeiro calça o sapato, depois verifica que não é possível pôr a meia, já calçado com o sapato; assim, tem de o descalçar, para então colocar a meia e novamente calçá-lo. Observe a importância de seguir a ordem correta das ações.

Segundo Galliano (1986), ao deixar de seguir a ordem correta das ações no emprego do método, não alcançamos o resultado na primeira tentativa. Para alcançar o resultado esperado, devemos voltar ao início da seqüência e fazê-la de forma correta, ou seja, observar o método, pois, quando o método não é observado, gastamos tempo e energia inutilmente. O método nada mais é do que o caminho para chegarmos a um fim.

Page 18: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

14

O método está presente em qualquer pesquisa científica, pois é o instrumento que possibilita aos pesquisadores, independentemente da área da pesquisa, orientações que visam a facilitar a realização do trabalho. O método pode ser apresentado como um conjunto de normas que determinam o traçado das etapas fundamentais da pesquisa.

Você consegue lembrar de outros métodos que estão presentes na sua vida cotidiana? Descreva-os.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Como se classificam os métodos científicos?

O método científico não é um só, existem diferentes formas de procedermos para obter resultados científicos, de acordo com Miranda Neto (2005, p. 22-26). Você é quem decide qual é o método mais adequado para a sua pesquisa.

Estudaremos nesta seção sobre o método indutivo e dedutivo.

O método indutivo é um procedimento do raciocínio que, a partir de uma análise de dados particulares, encaminhamos para as noções gerais. Observe o exemplo apresentado por Fachin (2003, p. 29-31):

Partindo da observação empírica de que a prata é minério condutor de eletricidade e que se inclui no grupo dos metais, ela faz, por sua vez, parte dos minérios. Daí inferimos, por análise indutiva, que a prata é condutor de eletricidade.

O método dedutivo parte do geral para o particular. Analisando o mesmo exemplo, a autora afirma que todos os metais são condutores de eletricidade.

A prata é um metal; logo, a prata é condutor de eletricidade. Pelo raciocínio dedutivo, se os metais pertencem ao grupo dos condutores de eletricidade e se a prata conduz eletricidade, necessariamente, entendemos que a prata é um metal.

É importante destacar que os métodos indutivo e dedutivo não se opõem, pois, segundo Fachin (2003, p. 31), constituem-se como uma única cadeia de raciocínio.

Saiba mais

Para entender melhor, leia um exemplo muito interessante que utiliza o método de indução, no livro “Aprendendo a aprender: uma introdução à metodologia científica”, de Bastos e Keller (2002, p. 87-90).

Page 19: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Ciência e conhecimento ________________________________________________

_____________________________________________________________ Unidade 1

15

Até o momento, falamos sobre método de pesquisa; agora, vamos falar sobre técnica.

Dentro do método de pesquisa, existem as técnicas, que podem ser definidas como os diversos procedimentos ou recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das mais variadas etapas do método.

Podemos dizer que a técnica é uma instrução específica da ação, seu progresso e alteração ocorrem de acordo com o progresso tecnológico e científico. A técnica especifica como fazer (OLIVEIRA, 2002, p. 58).

A técnica da pesquisa trata dos procedimentos práticos que devem ser adotados para realizar um trabalho científico, qualquer que seja o método que aplique; é o que escreve Miranda Neto (2005, p. 39). A técnica serve para registrar e quantificar os dados observados, ordená-los e classificá-los.

Para a realização de uma pesquisa, é necessário o uso de técnicas adequadas capazes de coletar dados suficientes de modo que dêem conta dos objetivos traçados, conforme foram projetados. Há, também, a necessidade de observar o que vai ser estudado, a quem irá se reportar, que instrumentos vai utilizar, que podem ser: questionários, entrevistas, observação, formulários, discussão em grupo, entre vários outros.

E, então, como podemos diferenciar método e técnica?

Método, segundo Galliano (1986, p. 6), é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, que devem ser vencidas, na investigação da verdade, para se alcançar determinado objetivo. Já a técnica é o modo de fazer de forma hábil, mais segura e correta algum tipo de atividade.

Page 20: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

16

AAAAUTOUTOUTOUTO----AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO 1111

1 Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso para as questões seguintes, que tratam do conhecimento científico.

( ) É Sistemático, refere-se ao conhecimento controlado por registros e observações.

( ) É assistemático, está relacionado com as crenças e os valores, faz parte de antigas tradições.

( ) São feitos questionamentos e procuradas explicações sobre os fatos, através de procedimentos que possam levar ao resultado com comprovação.

2 Relacione a primeira coluna com a segunda.

A) Método

B) Técnica

C) Método indutivo

D) Método dedutivo

( ) aquele que parte de uma análise de dados

particulares, devidamente constatados, a partir

dos quais podemos inferir verdades universais.

( ) parte do geral para o chegar a realidade de casos específicos.

( ) conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros.

( ) pode ser definida como os diversos procedimentos ou recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das mais variadas etapas do método.

Você consegue diferenciar os tipos de conhecimento? Conseguiu perceber a importância do método para a realização de pesquisa científica? Caso sinta necessidade, faça uma nova leitura, registre suas dúvidas e encaminhe-as ao professor tutor.

Na próxima unidade, vamos verificar as etapas referentes à realização de uma leitura e à importância da leitura para a sua formação acadêmica.

Page 21: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Unidad

e 2

Metodologia Científica ________________________________________________

Unoesc Virtual _________________________________________________________

17

Unidade 2 A leitura e a documentação

OOOOBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZAGEMAGEMAGEMAGEM

Ao terminar a leitura desta unidade, você deverá ser capaz de:

• destacar a relevância da leitura para o processo de formação do aluno;

• compreender as etapas referentes à realização de uma leitura;

• conhecer os diversos tipos de fichamento que podem ser adotados para a organização de informações.

PPPPLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDO

A fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções:

Seção 1: Diretrizes para leitura, análise e interpretação de textos

Seção 2: Prática da documentação

Page 22: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

18

PARA INÍCIO DE ESTUDO

Quando optamos por um curso superior, aumenta o nosso compromisso de nos tornarmos leitores assíduos dos temas que são tratados em sala de aula e dos acontecimentos que envolvem a sociedade em que vivemos.

Precisamos reservar tempo para a leitura, pois o ato de ler constitui-se numa atitude fundamental para a nossa formação; é por meio da leitura que podemos obter informações necessárias sobre qualquer área do saber.

Nesta unidade, você estudará sobre as diretrizes para a leitura. É isso que permite a você compreender melhor o conteúdo no momento de fazer a análise e interpretação de textos. Você vai aprender, também, como documentar textos, por meio do fichamento. Esse procedimento facilita a elaboração de um trabalho científico.

SEÇÃO 1 Diretrizes para leitura, análise e interpretação de textos

Você tem o hábito de ler?

Pode começar a desenvolver este hábito fazendo uma leitura sobre assuntos que lhe agradem: ler uma revista de moda, de esportes, um gibi, um jornal, um livro policial, um romance, uma aventura, enfim, qualquer leitura que seja agradável para você!

Na universidade você será convidado a ler textos científicos ou filosóficos, que exigem disciplina intelectual para compreender, com proveito, os assuntos abordados. Uma leitura mais aprofundada favorece o seu desempenho na vida acadêmica, profissional e, também, na vida pessoal, aumentando o seu vocabulário, o seu conhecimento sobre as coisas, afinal, você nunca sabe quem vai sentar-se ao seu lado, pessoas com conhecimentos e culturas diferentes. Profissionalmente, você pode ser prejudicado ou favorecido, dependendo dos conhecimentos adquiridos. Um bom profissional precisa saber muito de sua profissão, mas também deve ter cultura.

Quem não possui o hábito da leitura precisa desenvolvê-lo, precisa perceber a importância dela para a sua vida, pois é difícil uma formação de qualidade sem muita leitura. Para adquirir esse hábito, devemos reservar um tempo diário para ler, selecionar material e local apropriado.

Como você costuma selecionar seu material de leitura?

Seu amigo lhe indica um livro para leitura, você localiza a obra e começa a leitura imediatamente; depois de ler algumas páginas, você percebe que o texto não é tão agradável, que a linguagem é muito difícil, então desiste de ler. Isso acontece porque você precisa saber selecionar o texto para a leitura.

Page 23: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

A leitura e a documentação ______________________________________________

____________________________________________________________ Unidade 2

19

Para selecionar um material de leitura, você precisa:

• ter um objetivo definido. Para que você está lendo? Qual o propósito?

• buscar saber a autenticidade do texto, verificando a autoria (quem escreveu?), época (quando foi escrito?), local (onde?), se é documento original ou cópia, por que via chegou até você. Analise a autoridade dos autores citados;

• procurar saber um pouco sobre a biografia do autor, para perceber a visão dele sobre o assunto (geralmente, encontramos na apresentação ou prefácio do livro);

• fazer uma triagem, verificando a aplicabilidade do conteúdo no momento.

Antes de ler o material que você selecionou, de acordo com Cervo e Bervian (2002, p. 91), Nascimento e Póvoas (2002, p. 29-30) e Galliano (1986, p. 74), primeiro você precisa:

• fazer uma leitura de reconhecimento;

• olhar a capa e a contracapa;

• o autor, a orelha do livro (se houver, geralmente apresenta síntese da obra e biografia do autor);

• o sumário, observando os títulos e subtítulos;

• as referências indicadas pelo autor, para ter uma noção mais precisa sobre as bases em que o autor se apoiou;

• o prefácio e a introdução dos livros;

• o verso da capa do livro, para depois ler.

No livro, os dados para elaborar uma referência estão contemplados, em uma ficha catalográfica, na segunda ou terceira folha; nas revistas, estão na capa. Faça uma cópia desses dados ou anote, para referenciar ao final do texto, quando for fazer os apontamentos.

Observe que, tratando-se de um livro, você deve percorrer o capítulo introdutório; no caso de leitura de um capítulo, ler o primeiro parágrafo. Num artigo de revista ou jornal, geralmente, a idéia estará contida no título do artigo e nos subtítulos que se apresentarem. Lembre-se de que os primeiros parágrafos, em geral, tratam dos dados mais importantes.

A ficha catalográfica apresenta todos os dados de referência da obra, obedecendo ao Código de Catalogação Anglo Americana em vigor (PRESTES , 2003, p. 147).

Page 24: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

20

TIPOS DE ANÁLISE DE TEXTOS PARA LEITURA

Com certeza, você já sabe que, mesmo com todo o avanço tecnológico, a leitura é a melhor forma para a aquisição do conhecimento. Por intermédio da leitura, podemos ampliar e aprofundar nosso conhecimento sobre determinado campo cultural ou científico, aumentar o vocabulário pessoal e, por conseqüência, comunicar nossas idéias de forma mais eficiente.

Os maiores obstáculos na aprendizagem, de acordo com Severino (2006, p. 47), estão diretamente relacionados com a dificuldade encontrada pelo aluno na compreensão de textos teóricos.

Ao fazer uma leitura, que medidas você toma quanto à análise do conteúdo pesquisado?

Os autores Silva (2003, p. 20-21) e Severino (2006, p. 51-61) assim escrevem sobre os tipos de análise que devemos fazer para facilitar nossa leitura:

a) análise textual: é a leitura de reconhecimento, para termos uma visão global do conteúdo, do vocabulário utilizado pelo autor, dos fatos abordados no texto, dos autores citados. Nessa primeira leitura, evite sublinhar o texto. Procure fazer a leitura em etapas, cada capítulo ou unidade de forma separada, a fim de compreender a organização das partes e, depois, do todo, pois nem sempre o título apresenta uma idéia fiel do tema; no entanto, evite um espaçamento de tempo muito grande entre a leitura das unidades, porque isso pode prejudicar a compreensão da relação entre elas;

b) análise temática: nessa etapa, procuramos “ouvir” o autor para compreender o que o texto fala, pois quando lemos um texto, é como se o autor estivesse falando conosco. Avançando um pouco mais, levante a problematização do tema. Pergunte-se: como o assunto está sendo problematizado? Qual o problema a ser resolvido? Essa não é uma tarefa fácil, em geral, essas respostas ficam subentendidas, cabendo a você identificá-las. Para assimilar e apreender as idéias do autor, preste atenção nas palavras-chave, na idéia principal contida no texto. O autor pode abordar idéias secundárias associadas ao tema central, que você deve perceber na leitura do texto, justamente para saber diferenciar idéia principal das secundárias; estas poderiam ser eliminadas sem comprometer a seqüência lógica do texto. Isso não quer dizer que elas não deveriam estar no texto, quer dizer que são informações complementares que enriquecem o conteúdo, facilitam a compreensão e nos passam conhecimentos. Depois da análise temática, você já pode realizar o resumo do texto, com base na síntese das idéias do raciocínio (e não da mera redução de parágrafos) e, também, esquematizar o roteiro lógico para a elaboração de seu trabalho.

c) análise interpretativa: nesse momento, buscamos uma compreensão interpretativa do pensamento expresso no texto. Agora, você já é capaz de se apropriar do conhecimento emitido pelo autor, captando, além das idéias enunciadas, as entrelinhas do texto, explorando toda a fecundidade

Page 25: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

A leitura e a documentação ______________________________________________

____________________________________________________________ Unidade 2

21

das idéias expostas, percebendo a posição assumida pelo autor referente à temática e estabelecendo comparações com idéias de outros autores. O próximo passo a seguir é a interpretação crítica, a tomada de posição a respeito do texto lido, observando a coerência e a validade dos termos empregados, a profundidade da análise, a relevância e a contribuição do tema abordado e o alcance de suas conclusões.

Observe no organograma uma síntese das etapas de leitura abordados neste tópico.

Organograma 1 – Leitura eficaz Fonte: adaptado de Silva (2003, p. 21).

Depois das análises dos textos lidos, você será capaz de debater a temática e organizar um novo texto, com redação própria, discussão e considerações pessoais.

Na universidade, você fará muitas leituras para a realização de seus trabalhos científico-acadêmicos. Para adquirir o hábito da leitura, devemos selecionar material e local apropriado e reservar um tempo diário para ler. Visite a Biblioteca da Universidade, observe o acervo de materiais para leitura, tanto impressos, quanto digitais, e o caminho ideal para localizar livros e demais materiais, para a realização de seus trabalhos. Além disso, na internet, há diversos sites de busca por conteúdos específicos que poderão ajudá-lo.

LEITURA

ANÁLISE TEXTUAL

ANÁLISE TEMÁTICA

ANÁLISE INTERPRETATIVA

Leitura de reconhecimento

Determinação do tema-problema

Interpretação das idéias do autor

Definição da unidade do texto

Seqüência das idéias do autor

Leitura nas entrelinhas

Vocabulário, crenças do autor, fatos,

esquematização do texto

Idéias secundárias Associação de idéias e crítica do texto lido

Page 26: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

22

Saiba mais Aqui vão algumas dicas de sites para busca de conteúdo na internet: www.google.com.br www.scielo.br www.dominiopublico.gov.br www.periodicos.capes.gov.br

Essas orientações são muito úteis para que você possa realizar melhor suas leituras, entretanto é muito importante que você anote todas as informações das obras consultadas, todos os dados das publicações, para fazer a referência de suas fontes de pesquisa.

Muito bem, agora que você já sabe como alcançar os resultados desejados com a leitura, passaremos a outra etapa também muito importante, que é a fase da documentação, pois precisamos registrar as informações que lemos.

Vamos em frente!

SEÇÃO 2 Prática da documentação

O que fazer para registrar as leituras que eu já fiz?

Para que você obtenha resultados eficazes em seus estudos, além de muita leitura, é necessário compreensão e assimilação dos conteúdos. Um recurso que poderá auxiliá-lo nesse sentido é adotar a prática da documentação.

Documentação é a organização e o registro das informações mais importantes, com base nas leituras que você fizer; é uma prática que deverá ser desenvolvida, visando facilitar seus estudos. Imagine que você vai construindo um reservatório das leituras que você faz!

Outro aspecto essencial para o registro das leituras realizadas é que todo o conteúdo que for copiado ou baseado em algum texto ou informação de outro autor deverá referenciar, obrigatoriamente, a fonte, respeitando, dessa forma, os direitos autorais. Caso contrário, caracteriza-se o plágio.

Você deve ter respeito pelo trabalho de outros autores e a consciência e o compromisso de citar a fonte de pesquisa que utilizar na elaboração dos trabalhos.

Plagiar significa assinar ou apresentar como sua obra artística ou científica de outrem (FERREIRA, 2004).

Page 27: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

A leitura e a documentação ______________________________________________

____________________________________________________________ Unidade 2

23

Existem duas formas de documentação:

a) documentação geral: é a conservação do material em pastas ou caixas. Geralmente, os materiais conservados são textos, apostilas, recortes de jornais e outros, organizados, de preferência, por temas, o que torna a busca pela informação mais demorada.

b) documentação bibliográfica: o material lido deve ser armazenado; as formas de organização e armazenamento podem variar: organização por meio de citações, resumos, comentários, entre outros, e por meio do fichamento, que, além de documentar o texto, registra também as informações da obra consultada; a essas informações da obra chamamos referência. Para elaborar referências de diversas fontes, tais como livros, revistas, sites de internet e outros, precisamos conhecer as normas estabelecidas pela ABNT; mais adiante, você terá a oportunidade de conhecê-las.

Mas, como fazer o registro, por meio do fichamento, das informações que eu li?

O fichamento é um procedimento utilizado na organização de dados da pesquisa de documentos; sua finalidade é a de arquivar as principais informações das leituras feitas e auxiliar na identificação da obra consultada.

As fichas constituem um dos mais valiosos recursos de estudo, utilizado pelos pesquisadores, para a realização de uma pesquisa, por isso, ao elaborar o fichamento, é imprescindível a utilização de critérios segundo as normas da ABNT, pois, assim, você terá as anotações necessárias, no momento em que precisar escrever sobre determinado assunto.

Você poderá armazenar seu fichamento no computador, facilitando o acesso às informações na elaboração dos trabalhos acadêmicos. Se você criar esse hábito desde a primeira fase do curso, isso, com certeza facilitará o desenvolvimento e, também, a melhoria da qualidade em futuros trabalhos.

A estrutura mínima sugerida para um fichamento é:

a) cabeçalho: pode ser dividido em apenas dois campos: o primeiro deve ser o título geral e o segundo, o título específico.

Título geral: Título específico:

Metodologia Científica Método indutivo e dedutivo

O Método Científico Maior eficiência nos estudos

Page 28: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

24

b) referência: deve contemplar a autoria, o título da obra, local de publicação, editora e ano de publicação.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 279 p.

GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 200 p.

c) corpo ou texto da ficha: desenvolve o conteúdo, por meio de resumo ou citação. O corpo ou texto da ficha pode mudar, dependendo do tipo de fichamento.

Vamos conhecer duas formas de elaborar um fichamento: ficha de transcrição e ficha de resumo.

FICHA DE TRANSCRIÇÃO

Construímos a ficha de transcrição com a utilização de textos copiados de obras, capítulos ou artigos. No corpo da ficha, transcrevemos literalmente os textos que julgamos significativos para o nosso trabalho, com base nas leituras que fizemos.

As transcrições podem ser:

a) citações diretas, com texto na íntegra;

b) citações com omissões de palavras, isto é, supressões de texto indicadas com reticências entre colchetes “[...]”.

Você deve observar todas as normas para elaboração de citações, de acordo com a ABNT. As citações de até três linhas devem ficar em texto corrido e entre aspas duplas (“ ”), mas as citações que ultrapassarem três linhas devem ser destacadas em bloco, 4 cm após a margem esquerda, letra tamanho 10, com espaçamento entre as linhas simples, sem aspas, sempre lembrando de citar a página em que o texto foi retirado, no final da citação.

Citação é a indicação de um texto escrito por outro autor.

Consulte as normas para a elaboração de citações na Unidade 4 deste material.

Page 29: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

A leitura e a documentação ______________________________________________

____________________________________________________________ Unidade 2

25

Observe um exemplo de ficha de transcrição.

Metodologia Científica Método Indutivo e Dedutivo 01

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 279 p.

A indução é “um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas” (p. 53).

Uma característica que não pode deixar de ser assinalada é que o argumento indutivo, da mesma forma que o dedutivo, fundamenta-se em premissas. Contudo, se nos dedutivos, premissas verdadeiras levam inevitavelmente à conclusão verdadeira, nos indutivos conduzem apenas a conclusões prováveis (p. 53).

“[...] é de vital importância compreender que, no método dedutivo, a necessidade de explicação não reside nas premissas [...] por outro lado, não é necessário que o princípio geral aduzido seja uma lei casual” (p. 69).

Outro importante ponto a ser assinalado no método dedutivo é a questão de se saber se a explicação de leis [...] também consiste, unicamente, em subordiná-las a algum princípio mais geral [...] dizer que a teoria explica as leis significa algo mais do que a mera dedução lógica: a dedução é necessária à verdade da teoria, mas não é suficiente [...] (p. 70).

Biblioteca Unoesc

Quando você estudar as normas da ABNT para elaboração de citações, lembre-se de retornar a esta seção para melhor identificar e ampliar sua visão sobre a ficha de citação.

FICHA DE RESUMO

A ficha de resumo é uma síntese das principais idéias contidas na obra. Nesse tipo de ficha, você deve elaborar uma síntese com suas próprias palavras. Segundo Medeiros (2004), é um dos recursos mais comuns na realização de pesquisas bibliográficas.

Título específico

Local para localização da obra

Observe que você não precisa colocar o autor e o ano no corpo da ficha, porque esses dados já constam no cabeçalho.

Título geral

Corpo ou texto da ficha

Page 30: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

26

Observe um modelo de fichamento de resumo.

O Método Científico Maior eficiência nos estudos

01

GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 200 p.

A obra de Galliano considera que, antes de iniciar o estudo da Metodologia Científica, é importante saber que não é um “bicho-de-sete-cabeças”, mas que necessita de atenção e persistência.

Que é necessário entender o método a partir das próprias experiências vivenciadas no dia-a-dia, que existem métodos e técnicas e que existe uma diferença fundamental entre ambos, sendo o método um conjunto de etapas a serem vivenciadas e a técnica, um modo de fazer mais hábil, e que um método permite a utilização de diferentes técnicas.

O autor também faz referência ao processo de acumulação e transmissão de conhecimento como a mola propulsora da ciência e do progresso da humanidade, e que o acúmulo de conhecimentos conduz ao aperfeiçoamento da mentalidade, e é o desenvolvimento racional que desperta para a ciência propriamente dita.

Biblioteca Unoesc

Com a difusão dos microcomputadores e dos processadores de texto, Medeiros (2004, p. 130) observa que hoje se tornou muito fácil armazenar informações em arquivos eletrônicos, com a vantagem de que não há limite de linhas, como o fichamento de papel. Outra grande vantagem é que é possível copiar textos, transferir informações de um local para outro, facilmente. Dessa forma, você também pode intercalar o fichamento de transcrição e de resumo, construindo parágrafos, resumindo as idéias do autor com suas próprias palavras e incluindo parágrafos com citações curtas e longas. Você determina o tipo de ficha que vai utilizar!

Quando fizer o fichamento, lembre-se de utilizar as técnicas de leitura, aproveitando ao máximo o que está lendo, a fim de compreender e separar as partes que interessam àquela temática.

Você percebeu como o trabalho de pesquisa poderá ser facilitado, a partir da compilação dos dados, por meio do fichamento?

Saiba mais

Você poderá encontrar mais informações sobre o fichamento no livro de Medeiros (2004, p. 114-130). Também, se você deseja conhecer outros exemplos de fichamento, leia Lakatos e Marconi (2003, p. 48-70).

Local para localização da obra

Título específico Título geral

Corpo ou

texto

da ficha

Page 31: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

A leitura e a documentação ______________________________________________

____________________________________________________________ Unidade 2

27

AUTO-AVALIAÇÃO 2

Nesta unidade verificamos a importância da leitura e algumas técnicas para melhor aproveitar os estudos, facilitando a assimilação, a memorização e o registro das informações que você lê.

Analise o texto a seguir, procure identificar a idéia principal, idéias secundárias e as palavras-chave do texto.

Lacan, amigo pessoal de Sartre, nunca poupou o existencialismo de críticas e ironias. Achava que esta corrente de pensamento desembocava fatalmente nos becos sem saída de uma subjetividade que – centrada na autonomia fictícia da consciência – não era mais que uma versão moderna do cartesianismo, uma espécie de racionalismo trágico. Por exemplo, a idéia de que a liberdade nunca se afirma tão autenticamente como entre os muros de uma prisão, era para Lacan a prova definitiva da impotência da pura consciência existencialista para superar qualquer situação, a não ser de maneira ilusória. (SOUZA; CESAROTTO, 1985 apud BASTOS; KELLER, 2002, p.44)

1 Idéia principal ___________________________________________

2 Idéias secundárias ________________________________________

_____________________________________________________

3 Palavras-chave __________________________________________

_____________________________________________________

Nesta unidade, você pôde identificar as características indispensáveis para a realização de uma boa leitura. Atente para elas quando for desenvolver uma leitura e, para melhor organizar os dados, adote um dos diferentes tipos de documentação apresentados.

Na próxima unidade, vamos conhecer algumas técnicas para redigir textos e diferenciar os tipos de trabalhos científico-acadêmicos.

Page 32: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

28

Page 33: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Unidad

e 3

Metodologia Científica ________________________________________________

Unoesc Virtual _________________________________________________________

29

Unidade 3 Diretrizes para elaboração de trabalhos

OOOOBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZAGEMAGEMAGEMAGEM

Ao terminar a leitura desta unidade, você deverá ser capaz de:

• entender as técnicas para redigir textos;

• diferenciar os tipos de trabalhos solicitados pelos professores.

PPPPLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDO

A fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções.

Seção 1: Técnicas para redigir textos

Seção 2: Diretrizes para elaboração de trabalhos

Page 34: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

30

PARA INÍCIO DE ESTUDO

Você já deve ter se perguntado por que os professores solicitam tantos trabalhos. Além de assistir às aulas, exige-se do aluno a realização de trabalhos com a finalidade de tornar mais ampla e profunda a sua formação científica.

Nesta unidade, você vai aprender as técnicas de sublinhar e esquematizar, um processo que possibilita identificar as idéias principais das leituras que você faz, requisito fundamental para a compreensão do assunto e para a produção de textos. Você irá conhecer os diferentes tipos de trabalhos: resumo, resenha, paper, artigo, uma noção das etapas da elaboração de um projeto de pesquisa, informe científico e relatório.

Indicamos importantes subsídios para facilitar o seu desempenho como aluno na elaboração de trabalhos acadêmico-científicos, caracterizando, indicando o conceito, a estrutura básica e a forma de apresentação.

Então vamos, inicialmente, conhecer algumas técnicas para redigir textos?

SEÇÃO 1 Técnicas para redigir textos

Na redação do texto de forma científica, Fachin (2003, p. 188) determina que as informações devem obedecer à ordem lógica do raciocínio, passando para o papel uma linguagem clara e precisa, sem verbalismo inconsistente, podendo seguir essas orientações:

• usar de frases completas e curtas;

• evitar repetições do título na primeira frase;

• empregar verbos em terceira pessoa;

• coletar dados bibliográficos obedecendo à ordem das informações;

• preferir palavras familiares e termos de fácil compreensão;

• no rascunho, escrever o que lhe vier à cabeça; depois, eliminar as partes desnecessárias e dar continuidade à construção do texto;

• recorrer à leitura de um amigo; as reações dele poderão ser de grande utilidade;

• usar clareza ao expressar as idéias, pois um trabalho científico-acadêmico tem por objetivo expressar, e não impressionar;

• ter sempre à mão um dicionário de língua portuguesa;

• ter cuidado com termos que expressem qualidade, quantidade, freqüência, quando usados com palavras como “bom”, “muito”, “às vezes”; esses termos podem dar margem a diferentes interpretações;

Page 35: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Diretrizes para elaboração dos trabalhos _____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 3

31

• evitar o início de frases diretamente com números, como: 12 professores pertencem ao Curso de Direito. O indicado seria: No curso de Direito, há doze professores.

O rigor nas regras apresentadas faz da redação do trabalho uma atividade científica que deve atender os leitores em geral, porém a linguagem escrita deve levar em conta seu estilo próprio de escrever.

Você gostaria de conhecer algumas técnicas na elaboração de trabalhos para facilitar seus estudos?

TÉCNICA DE SUBLINHAR OU DESTACAR

O uso dessa técnica, segundo Salomon (2001, p. 103-104), Oliveira (2003, p. 153) e Medeiros (2004, p. 25), possibilita destacar as idéias principais, as palavras-chave e as passagens importantes de um texto. Em geral, a idéia principal encontra-se na primeira frase. É preciso ler o texto e formular perguntas sobre ele, procurando respondê-las à medida que se lê.

Para a eficácia no uso dessa técnica, você poderá seguir alguns passos:

• fazer a primeira leitura integral do texto, sem sublinhá-lo;

• em uma segunda leitura, sublinhar apenas o que é realmente importante: idéias principais, dando destaque às palavras-chave. As palavras sublinhadas devem permitir uma releitura do texto, semelhante à leitura de um telegrama;

• destacar passagens importantes do texto, com traços na margem, assim como indicar dúvidas, com pontos de interrogação;

• reconstruir o parágrafo com base nas palavras e expressões sublinhadas;

• não interromper a leitura ao encontrar palavras desconhecidas. Se após a leitura completa do texto, as dúvidas persistirem, você deve anotá-las, para buscar esclarecimentos (mantenha à vista um dicionário).

TÉCNICA DE ESQUEMA

Nessa técnica, listamos tópicos essenciais do texto, com a finalidade de permitir uma visualização completa do texto. Essa alternativa é uma das melhores formas de estudar. É indispensável uma boa leitura do material para termos compreensão do texto e estabelecermos hierarquia em relação às idéias do material lido.

Page 36: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

32

O esquema deve conter as idéias do autor, a idéia principal e detalhes importantes. Para elaborar um esquema, você deverá respeitar algumas características:

• não é permitido alterar as idéias do autor, você deve manter fidelidade ao texto original;

• parta sempre das idéias mais importantes para construir a estrutura lógica;

• deve ser funcional e flexível, mas você pode elaborá-lo de acordo com suas habilidades.

Não existem normas para elaboração de esquema! Você define a maneira com que vai estruturá-lo.

Veja algumas dicas úteis para a elaboração de um esquema, segundo Hühne (2000):

• após a leitura do texto, dar títulos e subtítulos às idéias identificadas no texto, anotando-os às margens;

• colocar esses itens no papel como uma seqüência ordenada por números (1, 1.1, 1.2, 2, etc), para indicar suas divisões;

• utilizar símbolos para relacionar as idéias esquematizadas, como setas para indicar que uma idéia leva a outra, sinais de igual para indicar semelhança ou cruzes para indicar oposição, etc;

• é igualmente útil utilizar chaves ({ ) ou círculos para agrupar idéias semelhantes.

Saiba mais

Exemplos dos mais diversos tipos de esquema estão no livro de Salomon (2001, p. 109-113).

Page 37: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Diretrizes para elaboração dos trabalhos _____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 3

33

Você já sabe escrever textos científicos? Não fique apreensivo, esse é um processo contínuo, que você precisa exercitar!

Na próxima seção, vamos diferenciar os tipos de trabalhos que, em geral, são solicitados pelos professores na universidade.

SEÇÃO 2 Diretrizes para elaboração de trabalhos

Muitas vezes, o estudante ou pesquisador, ao ser abordado para fazer um trabalho, tem dificuldades de diferenciar as características quanto à estrutura, ao conteúdo ou à forma de apresentação inerentes a cada tipo de trabalho.

Segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 234), os trabalhos científico-acadêmicos devem ser elaborados de acordo com as normas preestabelecidas e com os fins a que se destinam; devem ser inéditos ou originais e não apenas contribuir para a ampliação de conhecimentos ou a compreensão de certos problemas, mas também servir de modelo ou oferecer subsídios para outros trabalhos.

Por que escrever um trabalho científico-acadêmico? A principal razão é a necessidade de expressar os resultados de pesquisas, de reflexões e de estudos realizados, em determinado período, por solicitação dos professores ou espontaneamente, por isso devemos pensar em comunicar de forma clara, precisa e objetiva. Mas, segundo Oliveira (2003, p. 97-111), também é necessário identificar características específicas de cada tipo de trabalho científico-acadêmico.

Vamos conhecer, nesta seção, as características e os pré-requisitos de alguns tipos de trabalhos científico-acadêmicos: resumo, resenha, paper, artigo, projeto de pesquisa, informe científico e relatório.

RESUMO

Resumir não é reproduzir frases do texto original, fazendo uma colagem de pedaços do texto; no resumo, devemos exprimir, com nossas próprias palavras, as idéias do texto, mantendo a intenção do autor.

Para isso, é necessário compreender, antecipadamente, o conteúdo de todo o material. Assim, não é possível resumir à medida que vamos lendo pela primeira vez, primeiro, devemos fazer a leitura integral do texto, para conhecermos o assunto.

Page 38: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

34

Você sabe o que deve conter o resumo?

Salomon (2001, p. 114-115), Medeiros (2004, p. 142-144) e Andrade (2002, p. 57) destacam itens importantes a serem observados na construção do resumo:

• introduzir o assunto em poucas linhas; escrever de maneira geral sobre o tema. A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema;

• identificar o objetivo do autor quando escreveu o texto;

• verificar os procedimentos metodológicos (quando houver) utilizados na elaboração da pesquisa;

• levantar os resultados e conclusões do autor;

• a articulação das idéias deve seguir a lógica expressa pelo autor, valendo-se, para isso, do sumário, e incluir as principais partes do texto consultado, respeitando a ordem de apresentação das idéias ou fatos. De posse desses elementos, elaborar um plano de redação do resumo;

• tomar por base o esquema ou plano de redação, para fazer um rascunho, resumindo por capítulo ou partes;

• concluindo o rascunho, fazer uma releitura para verificar se há possibilidade de resumir mais, ou acrescentar tópicos importantes e refazer a redação;

• dar preferência ao uso da terceira pessoa do singular e do verbo na voz ativa (descreve, aborda, estuda, etc);

• o resumo deve ser compreensível por si mesmo, dispensando a consulta ao original;

• evitar o uso de parágrafos ou frases longas, citações e descrições ou explicações detalhadas, expressões como: “o autor trata”, “no texto do autor”, “o artigo trata”, e similares, figuras, tabelas, gráficos, fórmulas, equações e diagramas.

De acordo com Andrade (2202, p. 56-57), há vários tipos de resumo, cada um com características específicas, de acordo com suas finalidades.

a) Resumo informativo:

• apresenta as principais idéias contidas no texto, respeitando as idéias do autor, sem incluir opiniões ou comentários de quem redige;

• é redigido de forma clara, com parágrafo a cada idéia principal;

• reduz o texto original em pelo menos ¼.

Page 39: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Diretrizes para elaboração dos trabalhos _____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 3

35

b) Resumo crítico: como a própria denominação estabelece, esse tipo de resumo, além de cumprir os passos do resumo informativo, mantém as idéias fundamentais, mas permite a manifestação da opinião e comentários por parte do autor do resumo.

c) Resumo de trabalhos científicos (descritivos): consiste na apresentação de forma condensada de um trabalho científico (livro, artigo, dissertação, tese, etc.); de acordo com Severino (2006, p. 173), deve passar a idéia completa do autor ao leitor do texto analisado e precisa observar os seguintes itens:

• o resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do texto consultado;

• texto justificado, em bloco único, sem parágrafos ou linhas em branco, espaçamento 1,5 entre linhas e mesma letra que a usada no texto;

• extensão recomendada, segundo a ABNT NBR 6028:2003: de 150 a 500 palavras para trabalhos acadêmicos, como relatórios técnico-científicos, teses e dissertações e outros; de 100 a 250 palavras para artigos de periódicos; no caso de trabalhos com menor extensão, número de palavras entre 50 e, no máximo, 100 palavras;

• o resumo deve limitar-se a expor objetivamente o conteúdo do texto, sem conter opiniões ou observações avaliativas, nem desdobramentos explicativos;

• o resumo deve encerrar-se com a indicação das palavras-chave (de duas a cinco) mais significativas do texto, iniciadas com letra maiúscula, fonte tamanho 12 e ponto (.) na separação entre elas. Ex. Palavras-chave: Educação. Avaliação. Emancipação.

d) Sinopse: nesse tipo de resumo indicam-se o tema ou assunto da obra e suas partes principais. É um resumo bem curto, elaborado apenas pelo autor da obra ou por seus editores.

A formatação do resumo (indicação da fonte, do tipo de letra, tamanho, espaço interlinar, margens, etc) pode sofrer alterações segundo as normas da organização, no caso de eventos e dependendo do tipo de publicação em que o resumo será divulgado.

RESENHA

A resenha é uma espécie de resumo crítico, constitui-se em um texto que estabelece comparação com mais obras da mesma área, permite comentários e juízo de valor e exige um profundo conhecimento do assunto, bem como capacidade crítica para discutir as idéias nele contidas.

A estrutura da resenha descreve as propriedades da obra (descrição física da obra), relata credenciais do autor, resume a obra, apresenta as conclusões e a

Page 40: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

36

metodologia utilizada, expõe o quadro de referências em que o autor se baseou (narração), apresenta uma avaliação da obra e menciona a quem se destina (dissertação).

Nascimento e Póvoas (2002, p. 32-33) enfatizam que o resenhista, além de incluir elementos informativos, acrescenta o seu julgamento, por isso deve conhecer com profundidade o tema da obra analisada, bem como outras obras sobre o assunto. Segundo os autores, para elaborar uma resenha, devemos observar o seguinte roteiro:

1 Referências (NBR 6023:2002)

2 Informações gerais sobre o autor da obra

3 Síntese dos principais elementos da obra � De que trata a obra? O que diz? � Possui alguma característica especial? � Como foi abordado o assunto?

4 Conclusão do autor da obra

5 Apreciação crítica a) Mérito da obra

� Qual a contribuição dada? � Idéias verdadeiras, originais, criativas? � Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente?

b) Estilo � Conciso, objetivo, simples? Claro, preciso, coerente?

c) Forma � Há equilíbrio na disposição das partes?

d) Indicação da obra � A quem é dirigida: grande público, especialistas, estudantes?

Quadro 3: Estrutura de uma resenha Fonte: adaptado de Nascimento e Póvoas (2002, p. 33-34).

A resenha pode ser descritiva, quando dispensa a apreciação daquele que a elabora, ou crítica, quando exige apreciação de forma justificada; a opinião pode ser concordante, convergente ou divergente, parcial ou totalmente. Como norma geral, a resenha não deve ultrapassar quatro folhas, com espaçamento entre linhas de 1,5.

Saiba mais

Nascimento e Póvoas (2002, p. 34-35) apresentam o exemplo de uma resenha; vale a pena você consultar a obra.

Page 41: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Diretrizes para elaboração dos trabalhos _____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 3

37

PAPER

O paper é uma posição escrita de contestação ou complementação de uma idéia ou obra, mediante julgamento próprio, em que procuramos apresentar, de forma concisa, objetiva e organizada, as idéias principais contidas em um livro, artigo de periódico, de jornal, da internet, etc.

É baseado em pesquisa bibliográfica, mas, se apenas compilar informações sem efetuar avaliações ou interpretações sobre elas, o resultado será um relatório, e não um paper. Neste, o pesquisador desenvolve seu ponto de vista sobre determinado tema, toma uma posição e a expressa de forma original.

Como redigir um paper?

De acordo com Beuren (2003, p. 35-36), para a elaboração de um paper, devemos:

• limitar ao máximo o número de citações e transcrições do texto original;

• contemplar um título que apresente de forma ampla o assunto a ser tratado;

• fazer uma introdução que ofereça visualização sobre o que versa o paper;

• explanar as idéias do texto original por meio do desenvolvimento;

• concluir o paper em consonância com o que foi contemplado anteriormente;

• respeitar um número máximo de páginas, normalmente duas ou três, o que demonstra capacidade de síntese do autor.

Conforme Prestes (2003, p. 35) apresenta-se o paper em texto corrido, sem sub-divisões de seções, contendo introdução, desenvolvimento e conclusão. Devendo também apresentar o resumo antes do texto e as referências ao final.

ARTIGO

Resultado de um problema científico ou desenvolvimento de uma pesquisa, que pode ser publicado em revistas técnicas, jornais ou boletins. Em sua estrutura, deve conter elementos pré-textuais (título, autoria, resumo e relação de palavras-chave), elementos textuais (a introdução, o desenvolvimento, a conclusão e os elementos de apoio) e elementos pós-textuais (apêndice e anexos).

Concordando com Oliveira (2003), Prestes (2003, p. 35) afirma que o artigo tem como objetivo publicar resultados de um estudo. Trata-se de um texto integral e completo, que, em geral não ultrapassa 20 páginas. Como trabalho acadêmico, deve conter introdução, desenvolvimento e conclusão, e, no corpo do desenvolvimento, são feitas subdivisões.

Page 42: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

38

PROJETO DE PESQUISA

O primeiro passo a ser dado por quem se propõe a desenvolver uma pesquisa é a escolha do assunto e o planejamento das etapas.

Não existe um roteiro certo para isso, mas é preciso seguir uma estrutura de itens fundamentais para o resultado positivo da pesquisa. Cruz e Ribeiro (2003), Fachin (2003), Lakatos e Marconi (2003) sugerem algumas etapas:

a) apresentação: compreende a capa e a folha de rosto. Nessa fase, a questão do título é importante, pois devemos deixar claro para quem o lê o que pretendemos estudar; devemos formular uma idéia clara do que o assunto vai tratar e motivar para a continuação da leitura (despertar o interesse).

b) justificativa: responde o porquê da pesquisa, por meio de três idéias básicas: atualidade do tema; importância; benefício. Quando você estiver desenvolvendo a justificativa, algumas questões reflexivas poderão auxiliá-lo, então, pergunte-se: o tema é relevante? Por quê? Quais os pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios sua pesquisa irá proporcionar?

c) problema da pesquisa: composta de duas partes, a descrição do problema e as questões de pesquisa. Descreve o problema que queremos pesquisar; define o limite da dúvida. O problema delimitado deve terminar com uma pergunta à qual a pesquisa pretende responder.

Lembre-se da imagem de um funil; começa grande e termina com um bico pequeno. Na pesquisa, o tema é universal, mas não é possível, sobretudo em trabalhos acadêmicos, pesquisar algo muito amplo, até mesmo pela limitação de tempo que temos. Então, primeiramente, devemos analisar os aspectos relacionados à questão e, em seguida, ir focando, até afunilar, ou delimitar o assunto.

Define, também, as questões as quais pretendemos responder ao final da pesquisa.

d) objetivos: compõem-se pelos objetivos geral e específicos. Cabe aos objetivos esclarecer o que realmente pretendemos com a pesquisa; devem iniciar com verbos no infinitivo, que sugiram uma ação específica, para chegar à possível solução do problema. O objetivo geral define o que pretendemos alcançar com a execução da pesquisa, para que ela se destina; os objetivos específicos, que têm função intermediária e instrumental, devem responder para quem?, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar os objetivos específicos a situações particulares do problema.

Page 43: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Diretrizes para elaboração dos trabalhos _____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 3

39

e) referencial teórico ou levantamento bibliográfico: trata do levantamento da bibliografia, etapa fundamental da pesquisa, pois proporciona uma revisão sobre a literatura referente ao assunto; deve apresentar citações dos principais autores da área de estudo, aplicando-se, para tanto, as normas técnicas da ABNT, conforme consta na unidade quatro, que trata das normas de elaboração de citações e referências.

f) metodologia: descreve a forma como será executada a pesquisa, os passos que serão dados para atingir o objetivo proposto. A especificação da metodologia do projeto é a que abrange maior número de itens, pois responde, a um só tempo, às questões: como? Com quê? Onde fazer? Quanto? Quando? Os itens a seguir estão contidos na metodologia e devem estar interligados: tipo de pesquisa (exploratória, descritiva, explicativa, estudo de caso, pesquisa bibliográfica, entre outras); população e amostra (população é a totalidade dos componentes do universo e amostra se constitui de parcela convenientemente selecionada do universo – população – a ser investigado); instrumento (questionários; entrevistas, observação direta, formulários, fotos, documentos, jornais, observações, telefonemas, internet, entre outros); coleta dos dados (fontes primárias e secundárias); tabulação e análise dos dados (relatórios descritivos, gráficos, tabelas e outros).

g) cronograma: determina as etapas e o tempo necessário para a sua execução.

h) orçamento: prevê as despesas para a realização da pesquisa.

i) referências: lista as obras que foram utilizadas e citadas na pesquisa bibliográfica ou em revisão de literatura.

INFORME CIENTÍFICO

É o mais breve dos trabalhos científicos; restringe-se ao relato de resultados, parcial ou total, de uma pesquisa, de forma sintetizada, com objetivo de esclarecer ou atualizar informações ao público interessado.

Para Prestes (2003, p. 35), o informe científico é utilizado para dar conhecimento de resultados parciais de pesquisas em andamento, ou de resultados finais de uma etapa de uma investigação científica. É um texto sintético, estruturado em forma de artigo científico, em que constam as primeiras descobertas realizadas, as dificuldades encontradas ou previstas, os procedimentos utilizados (campo, laboratório ou bibliográficos), a data da realização dos estudos e os resultados.

RELATÓRIOS

No decorrer da vida acadêmica, o pesquisador apresenta relatórios, quer financiados pela instituição, quer para cumprir disciplinas, que podem ser classificados em dois grupos principais: técnicos e administrativos (relatórios científicos, empresariais, de inquérito administrativo ou policial, contábeis, de

Page 44: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

40

estágio, visitas, viagens, etc). Devemos levar em consideração a finalidade (Relatar o quê? Para quem?).

Apresentamos, a seguir, um resumo dos elementos básicos, que sugere Andrade (2001, p. 91-96), para a estrutura de um relatório:

a) capa: nome da entidade, nome do autor, título do relatório, local e data;

b) folha de rosto ou página de informações essenciais: nome do autor título do relatório, informe em bloco do tipo de trabalho, orientador, local e data;

c) sumário: para indicar as principais subdivisões e a paginação. Pode ser dispensado no caso de relatórios breves;

d) introdução: objetivo do relatório, suas circunstâncias e idéia central;

e) desenvolvimento: composto por três partes: a descrição do contexto, do desenvolvimento dos fatos ou de experiências; a análise crítica baseada em argumentos precisos, objetivos; a enumeração dos resultados, apresentação das propostas, entre outros.

f) conclusão: apresenta um resultado de conjunto. Na conclusão, não devemos introduzir elementos novos, apenas retomar o que já foi explicitado na introdução e no desenvolvimento, acrescentando as conclusões logicamente decorrentes dos fatos observados.

g) referências: além das referências consultadas, que devemos apresentar ao final e de acordo com as normas da ABNT, podemos apresentar as demais referências utilizadas de forma indireta como base do texto.

Recomendações úteis ao elaborar um trabalho

Sempre justifique o que pretende ao escrever o trabalho, escreva de modo impessoal, não descreva o óbvio, revise e reescreva até tornar o texto articulado, lógico e coerente.

Cite autores, reforçando seu ponto de vista e enriquecendo alguns argumentos consistentes.

Ilustre o trabalho com dados estatísticos comentados, gráficos e figuras que melhorem a compreensão do texto.

Use um encadeamento lógico e coerente do tema abordado e organize as referências relacionando todos os documentos consultados – livros, periódicos e outros documentos (MIRANDA NETO, 2005, p. 15-16).

Page 45: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Diretrizes para elaboração dos trabalhos _____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 3

41

AUTO-AVALIAÇÃO 3

Você chegou ao final de mais uma seção. Faça a atividade de auto-avaliação para verificar se entendeu o conteúdo.

1 Escreva V se a alternativa for verdadeira e F se for falsa.

( ) A resenha é um resumo crítico, que permite comentários e juízo de valor, a partir da comparação de um texto com mais obras da mesma área.

( ) O resumo é utilizado para condensar um conteúdo, procurando reproduzir frases do texto original na sua construção.

( ) No paper, o pesquisador pode desenvolver seu ponto de vista sobre determinado tema, uma tomada de posição e a expressão dos pensamentos de forma original. É impessoal e escrito com imparcialidade, não deixando transparecer as crenças e preferências do escritor.

2 Você é capaz de fazer um esquema dessa unidade? Já tentou fazer algum

esquema de textos que leu? Poderia fazer um agora? Tente!

Page 46: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

42

Page 47: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Unidad

e 4

Metodologia Científica ________________________________________________

Unoesc Virtual _________________________________________________________

43

Unidade 4 Formas de elaborar citações e referências

OOOOBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZAGEMAGEMAGEMAGEM

Ao terminar a leitura desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer as normas que norteiam a elaboração de citações e referências;

• elaborar a citação de informações extraídas de textos publicados por outros autores;

• elaborar a referência dos conteúdos citados no decorrer de um texto.

PPPPLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDO

A fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções.

Seção 1: Elaboração de citações

Seção 2: Norma geral para indicação de autores nas citações

Seção 3: Formas de apresentação das referências

Seção 4: Norma geral para indicação de autores nas referências

Page 48: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

44

PARA INÍCIO DE ESTUDO

Para a elaboração de trabalhos científico-acadêmicos, você precisa consultar na literatura informações sobre o seu tema de estudo, a fim de proporcionar cientificidade ao texto que está produzindo. Nessa etapa, segundo Furaste (2003, p. 10), é fundamental fazer citações e a referência das fontes utilizadas na pesquisa, segundo os padrões oficiais brasileiros, estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, que é um órgão que normatiza, entre outros documentos, a realização de trabalhos científicos.

Nesta unidade, vamos identificar as diferentes formas de fazer uma citação e de referenciar corretamente os autores que foram citados na elaboração de um trabalho científico. Para facilitar a sua compreensão, utilizamos exemplos ilustrativos.

Então, vamos à primeira seção sobre elaboração de citações?!

SEÇÃO 1 Elaboração de citações

As citações são informações extraídas de textos publicados por autores da área investigada e que são utilizadas como fonte de referência na sua pesquisa (NBR 10520: 2002). Citações bem escolhidas enriquecem o trabalho.

Outro aspecto muito importante para o registro das leituras que você faz é que todo conteúdo que for copiado ou baseado em algum texto ou informação de outro autor deverá referenciar obrigatoriamente a fonte, respeitando-se, dessa forma, os direitos autorais. Caso contrário, caracteriza-se o plágio.

Há duas formas de se fazer citação: direta ou indireta; em casos eventuais, pode ocorrer uma citação de citação.

CITAÇÃO DIRETA

As citações diretas, também chamadas de literais, textuais, ou de transcrição, são aquelas que transcrevem no corpo do texto do trabalho trechos exatamente com as palavras do autor, conservando a grafia, a pontuação, o uso de maiúscula e o idioma original. Em alguns casos, você pode suprimir palavras ou trechos do texto citado. Você vai utilizar uma citação direta quando for absolutamente essencial transcrever as palavras do autor.

As citações diretas podem ser curtas ou longas.

Page 49: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

45

CITAÇÃO DIRETA CURTA

São trechos de até três linhas que transcrevemos no trabalho, mantendo exatamente as palavras do autor. A citação direta curta é usada no corpo do trabalho, apresentada entre aspas duplas.

A escolha do tema da pesquisa é fundamental, conforme Azevedo (2004, p. 41), “O resultado de uma pesquisa depende da adequada escolha do assunto (tema, objeto, problema) a ser investigado.”

CITAÇÃO DIRETA LONGA

Se a citação tiver mais de três linhas, chamamos de citação direta longa. Da mesma forma que nas citações diretas curtas, você deverá manter exatamente as palavras do autor. A citação direta longa deve ser destacada com recuo de 4 cm a partir da margem esquerda, com letra menor que a do texto (10), sem aspas, em espaço simples.

Para explicar a importância da ética na sociedade, recorremos ao seguinte trecho de Nalini (2001, p. 36):

Nunca foi tão necessário, como hoje se mostra, reabilitar a ética. A crise da Humanidade é uma crise moral. Os descaminhos da criatura humana, refletidos na violência, no egoísmo e na indiferença pela sorte do semelhante, assentam-se na perda de valores morais. De nada vale reconhecer a dignidade da pessoa se a conduta pessoal não se pautar por ela.

CITAÇÃO DE CITAÇÃO

É uma citação feita de algum trecho de documento já citado em outra obra ao qual não tivemos acesso e que tomamos conhecimento apenas por citação de outro autor. Deve ser usada somente na total impossibilidade de acesso ao documento original.

Recuo 4 cm

Sem aspas Letra menor

Sem aspas

Com aspas ao final

Com aspas no início

Espaço entre linhas simples

Page 50: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

46

Nesse caso, a autoria deve ser referenciada pelo sobrenome do autor original e, na seqüência, entre parênteses, ano e página em que o autor original escreveu (se houver), seguida da expressão latina apud (que quer dizer citado por) para indicar a obra de onde foi retirada a citação, depois o sobrenome do autor que fez a citação, em CAIXA-ALTA, ano e página do documento de que retiramos a citação.

Sobre gestão por competências, Brandão e Aquino (2001 apud BITENCOURT; BARBOSA, 2004, p. 246) assim se posicionam:

Deve fazer parte das políticas que recaem sobre as pessoas e para o sucesso organizacional direcionada ao recrutamento, seleção, treinamento, entre outros, fazendo parte das competências necessárias para atingir os objetivos da organização, lembrando sempre que devem estar alinhadas à estratégia organizacional.

Ou, usamos citar a autoria após o texto, indicando sobrenome dos dois autores (do texto original e do que estamos citando) em CAIXA-ALTA, dentro do parêntese, com as demais informações.

Para explicar o surgimento da propriedade privada, recorreremos ao seguinte trecho:

O primeiro homem que, ao cercar um terreno, afirmou “isto é meu”, encontrando pessoas suficientemente estúpidas para acreditarem nisso, foi o [...] fundador da sociedade civil. Quantos crimes, quantas guerras, quantos assassinatos, quantas misérias e erros teriam sido poupados à humanidade se alguém arrancasse os marcos ou nivelasse os fossos (ROUSSEAU, 1968 apud GRUPPI, 1986, p. 19, grifo do autor).

Observe que, no caso de citação de citação, na lista de referências, você deve mencionar somente a obra consultada, apontando o autor da obra que citou, e não o autor original da citação.

O que fazer quando precisar omitir somente uma parte do texto e manter o restante como original? É possível omitir palavras nas citações diretas, mas você deve indicar as omissões de palavras de acordo com as regras.

Indicação de uma citação de citação

Autor(es) e ano de onde retirou a citação

Autor(es) e ano do texto original

Page 51: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

47

CITAÇÕES DIRETAS COM OMISSÕES DE PALAVRAS

Algumas palavras, quando não interessam ao texto, podem ser omitidas sem que se modifique o sentido do conteúdo da citação; essas palavras podem ser suprimidas no início, meio ou final do texto, devendo ser substituídas por reticências entre colchetes [...]. Essa situação pode ocorrer tanto em citações diretas curtas quanto em citações diretas longas, mas não devem ser usadas em demasia.

Descrevendo os caminhos do ensino superior no Oeste de Santa Catarina, Lückmann (2003, p. 165) cita a contribuição da Unoesc no desenvolvimento regional, “[...] a Universidade do Oeste de Santa Catarina tem como um de seus princípios o compromisso com o desenvolvimento do homem e de sua cultura, da ciência e da tecnologia.”

Para explicar o papel do estudante e do professor no processo de aprendizagem, recorremos às palavras de um grande pesquisador do tema:

Pela experiência universitária que se tem, percebe-se que um dos grandes empecilhos da qualidade de ensino reside na forma como professores e estudantes dialogam. Se por um lado os estudantes [...] debocham, zombam, evitam e tratam o professor como adversário, idêntico procedimento ocorre com o professor (CIMADON, 2004, p. 45).

A importância do estudo da filosofia no ensino médio para que o jovem se sinta mais seguro sobre o que fazer em sua vida é a temática que Surdi (2006, p. 224) chama a sociedade a refletir:

O jovem está numa situação de desconforto em função das decisões que precisam ser tomadas, pois não é mais criança e nem mesmo um adulto maduro. Essas decisões implicam em responsabilidade e no exercício da liberdade e, que serão cruciais na sua existência[...].

Citação com omissão no início do texto

Citação com omissão no

meio do texto

Citação com omissão no final do texto

Page 52: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

48

É aconselhável apresentar uma citação direta, sendo curta ou longa, em uma mesma página; você não deve dispor uma mesma citação em páginas diferentes. Se perceber que isso vai acontecer, deixe um espaço em branco e apresente a citação inteira na página seguinte.

Agora que já conhecemos o tipo de citação direta, vamos conhecer outro tipo de citação: a citação indireta.

CITAÇÃO INDIRETA

A citação indireta, também chamada de paráfrase ou sintética, de acordo com Furasté (2003, p. 52), é aquela em que você utiliza suas palavras para dizer o mesmo que o autor disse no texto, mantendo o sentido do texto original.

Deve ser usada no corpo do trabalho, de maneira corrente, sem o uso de aspas, sem modificar a formatação do texto, independentemente do número de linhas, mas você deve indicar o autor da mesma forma que na citação direta.

Quando fizer parte do texto, deverá ter o sobrenome do autor, com primeira letra maiúscula, e, entre parênteses, o ano da publicação e a(s) página(s) pesquisada(s).

A aprendizagem deve ser caracterizada por modelos epistemológicos e pedagógicos, para o que Becker (2001, p. 30) afirma, existem três diferentes formas de representar a relação ensino/aprendizagem: a pedagogia diretiva (empirista); a pedagogia não-diretiva (apriorista) e a pedagogia relacional (construtivista). Estudar e compreender cada um desses modelos é de suma importância para direcionar ações pedagógicas no processo de aprendizagem.

Ou, quando o sobrenome do autor for mencionado após a citação indireta, deverá ficar entre parênteses, em CAIXA-ALTA, seguido do ano e número da(s) página(s).

Sobre uma pessoa que viveu muitos anos sem nunca ter tido o privilégio de ser letrada, poderíamos dizer que sua contribuição de forma científica não houve. Vemos que a identificação e a valorização do homem parecem não estar vinculadas à questão da experiência, mas sim na relação da conquista de títulos, do que podemos quantificar (BOAVENTURA, 2004, p. 785).

As citações indiretas resultam da análise e interpretação das leituras que você faz; à medida que ler mais, poderá fazer citações de diversos documentos que expressem as mesmas idéias da temática que você está pesquisando.

Observe a indicação do autor

É opcional apresentar o número da página nas citações indiretas, mas é aconselhável mencioná-las para facilitar a localização da fonte original e também para publicação de artigos em periódicos que fazem esta exigência.

Page 53: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

49

CITAÇÃO INDIRETA DE DIVERSOS DOCUMENTOS DE UMA MESMA AUTORIA PUBLICADOS EM ANOS DIFERENTES

Nesse caso, se mencionados simultaneamente no trabalho, têm seus respectivos anos separados por vírgula e colocados em ordem cronológica.

A administração de recursos humanos consiste no planejamento, na organização, no desenvolvimento, na coordenação e no controle de técnicas capazes de promover o desenvolvimento eficiente do pessoal e da própria organização. Ao mesmo tempo que o indivíduo alcança os objetivos individuais, mantém-se na organização, trabalhando e dando o máximo de si, com uma atitude positiva e favorável (CHIAVENATO, 1999, 2003, 2005).

CITAÇÕES INDIRETAS DE VÁRIOS AUTORES

Quando ocorrer de citar vários autores na formulação de uma citação indireta, os autores devem ser mencionados simultaneamente nos trabalhos, separando-se o sobrenome do autor por ponto-e-vírgula e em ordem alfabética e mencionando-se o ano de publicação.

A administração de recursos humanos (ARH) representa todas aquelas coisas muito pequenas e muito numerosas que frustram ou impacientam, ou que alegram e satisfazem, mas que levam as pessoas a desejarem permanecer na organização. E mais, cuidam da vida profissional, do ambiente empresarial que irão proporcionar mais qualidade de vida ao empregado e uma equipe comprometida com os objetivos da empresa (GIL, 2001; CHIAVENATO, 2000; TOLEDO, 1992).

Agora que você já conhece a classificação das citações: citação direta curta, citação direta longa, citação de citação, citação com supressão e citação indireta, vamos conhecer a normatização geral para a indicação dos autores nas citações.

Page 54: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

50

SEÇÃO 2 Norma geral para indicação de autores nas citações

Agora você vai conhecer mais algumas normas para situações que poderão acontecer no decorrer da construção de uma citação para um texto científico.

Você percebeu que existe diferença na maneira de apontar o autor no momento de fazer a citação?

A indicação de autores nas citações, direta ou indireta, independentemente do tipo de documentação consultada para a pesquisa (livro, periódico, material da internet, entre outros), pode ser apresentada de duas formas: no decorrer da citação ou ao final da citação.

INDICAÇÃO DO AUTOR NO DECORRER DA CITAÇÃO

Nesse caso, iniciamos a transcrição com o Sobrenome do autor ou autores (até três autores), com primeira letra maiúscula e demais minúsculas, e, na seqüência, entre parênteses, ano da publicação e página de onde foi retirada a citação.

Ao se referirem às apresentações em seminário, Lakatos e Marconi (2001, p. 35) apontam, “Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate; sua finalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar.”

INDICAÇÃO DO AUTOR NO FINAL DA CITAÇÃO

Após citação direta ou indireta, mencionamos o SOBRENOME do(s) autor(es), entre parênteses, em CAIXA-ALTA, isto é, com todas as letras MAIÚSCULAS, separados por ponto-e-vírgula quando houver mais de um autor, e indicamos ano e página.

“Seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate; sua finalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar.” (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 35).

Observe a indicação do(s) autor(es)

Observe a indicação do(s) autor(es)

Page 55: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

51

Observe que você determina, de acordo com o texto, se vai indicar o autor no decorrer ou ao final da citação, mas deve seguir a norma. É importante destacar que, de modo geral, a apresentação da citação independe do tipo de obra, com exceção das citações de apostilas e de material avulso.

Agora que você já sabe como indicar o(s) autor(es) em uma citação, vamos verificar alguns exemplos de quando houver citações de textos sem autor, com um autor, com dois autores, com três autores e com mais de três autores.

CITAÇÃO SEM AUTOR

Nas citações sem autor ou responsabilidade, a identificação é feita pela primeira palavra do título, seguida de reticências, da data de publicação do documento e da página de que foi retirada a citação, todos os dados entre parênteses.

No texto da citação:

“As IES implementarão mecanismos democráticos, legítimos e transparentes de avaliação sistemática das suas atividades, levando em conta seus objetivos institucionais e seus compromissos para com a sociedade.” (ANTEPROJETO..., 1987, p. 55).

Na referência:

ANTEPROJETO de lei Estudos e Debates, Brasília, DF, n. 13, p. 51-60, jan. 1987.

Se o título iniciar por artigo (o, a, um, uma) ou monossílabo (nos, nas, de, por, etc.), este deve estar incluído na indicação da fonte, também seguido de reticências, da data de publicação do documento e da página da citação, entre parênteses.

No texto da citação:

“Em Nova Londrina (PR) as crianças são levadas às lavouras a partir de 5 anos.” (NOS CANAVIAIS..., 1995, p. 12).

Na referência:

NOS CANAVIAIS, mutilação em vez de lazer e escola. O Globo, Rio de Janeiro, 16 jul. 1995. O País, p.12.

Page 56: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

52

CITAÇÃO COM UM AUTOR

Você pode citar o autor pelo sobrenome, como parte do texto, no início da citação, apenas com primeira letra maiúscula, e, entre parênteses, ano e página consultada.

Considerando que, na formação universitária, o aluno necessita fundamentalmente de um bom embasamento teórico para a realização das atividades práticas, de laboratório ou de campo, Severino (2006, p. 24-25) recomenda:

Ao dar início a sua vida universitária, o estudante precisa começar a formar sua biblioteca pessoal, adquirindo paulatinamente, mas de maneira sistemática, os livros fundamentais para o desenvolvimento de seu estudo. [...] O estudante precisa munir-se de textos básicos para o estudo de sua área específica, tais como um dicionário, um texto introdutório, um texto de história, algum possível tratado mais amplo, algumas revistas especializadas, todas obras específicas à sua área de estudos e áreas afins.

Ou, então, pode indicar após a citação; nesse caso, entre parênteses, com o sobrenome do autor em CAIXA-ALTA, isto é, com todas as letras MAIÚSCULAS, e ano e página de onde foi tirada a citação.

Ao dar início a sua vida universitária, o estudante precisa começar a formar sua biblioteca pessoal, adquirindo paulatinamente, mas de maneira sistemática, os livros fundamentais para o desenvolvimento de seu estudo. [...] O estudante precisa munir-se de textos básicos para o estudo de sua área específica, tais como um dicionário, um texto introdutório, um texto de história, algum possível tratado mais amplo, algumas revistas especializadas, todas

obras específicas à sua área de estudos e áreas afins. (SEVERINO, 2006, p. 24-25).

CITAÇÃO COM DOIS AUTORES

Quando houver dois autores fazendo parte do texto, no início da citação, escreva os sobrenomes dos autores com primeira letra maiúscula, separados pela conjunção “e” entre eles, e cite ano e página entre parênteses.

Quando se fala de consumo de produtos de origem animal, há uma exigência do consumidor, cada vez maior, no controle da qualidade desses produtos, é o que indicam Silva e Nääs (2006). Os métodos manuais de controle existentes, aplicáveis à produção animal, começam a se mostrar ineficientes para garantir percentual crescente dessa qualidade, pois essa garantia somente pode ser efetiva se houver rastreamento confiável do animal o seu nascimento até o abate.

Page 57: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

53

Você percebeu que essa é uma citação indireta? Lembra que comentamos anteriormente que as regras são as mesmas quanto à indicação de autores, tanto direta quanto indireta? Outra observação é que, nessa citação, não consta a página; você sabe por quê? Então preste atenção à dica: essa é uma citação de um artigo publicado na internet, em uma revista eletrônica de agronomia, e os documentos eletrônicos nem sempre têm páginas, por isso indicamos apenas o autor e o ano da publicação.

Observe que, caso os autores sejam mencionados após a citação, ao invés de você separar os sobrenomes com a letra “e”, você cita os sobrenomes dos dois autores em CAIXA-ALTA (regra geral), separados por ponto-e-vírgula (;), seguidos de ano e página, todos entre parênteses.

“As sementes de Esenbeckia grandiflora apresentam tricomas pluricelulares no óvulo, são classificadas como mesotestal, com ausência do tégmem, ausência de endosperma e tipo de reserva lipo-protéica nos cotilédones.” (SILVA; PAOLI, 2006, p. 7).

CITAÇÃO COM TRÊS AUTORES

Devemos citar, se for no início do texto, sobrenomes dos autores com primeira letra maiúscula, separados por vírgula (,), do primeiro para o segundo, e com conjunção “e” (minúscula) deste para o terceiro autor, seguidos do ano e página, entre parênteses.

De acordo com Radin, Benedet e Milani (2003, p. 25), “Ao longo do tempo, para tentar esclarecer o desconhecido, a experiência humana desenvolveu explicações que se costuma classificar de mística, teológica, filosóficas e científicas.”

Caso sejam colocados após a citação, escreva os sobrenomes de todos em CAIXA-ALTA, separados por ponto-e-vírgula, seguidos de ano e página, todos entre parênteses.

“Ao longo do tempo, para tentar esclarecer o desconhecido, a experiência humana desenvolveu explicações que se costuma classificar de mística, teológica, filosóficas e científicas.” (RADIN; BENEDET; MILANI, 2003, p. 25).

Page 58: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

54

CITAÇÃO COM MAIS DE TRÊS AUTORES

Nesse caso, quando fizer parte do texto, no início da citação devemos indicar o sobrenome do primeiro autor, com primeira letra maiúscula, a expressão “e outros”, em letras minúsculas, para indicar que há outros autores da obra, seguida do ano e página, entre parênteses.

A comunicação em redes é a nova tendência na educação; é o que apontam Harasim e outros (2005, p. 221): “As redes de aprendizagem proporcionam uma rica oportunidade de intercâmbio de informações e idéias, em que todos os alunos podem participar ativamente, aprendendo uns com os outros e com o professor.”

Nesse caso, há quatro autores: Linda Harasim, Lucio Teles, Murray Turoff e Starr Roxanne Hiltz; observe que o autor citado é o primeiro apresentado na obra.

Se for após o texto, escrevemos o sobrenome do primeiro autor em CAIXA-ALTA, seguido da expressão et al. (que quer dizer e outros), em letras minúsculas, e o ano e a página, todos entre parênteses.

“As redes de aprendizagem proporcionam uma rica oportunidade de intercâmbio de informações e idéias, em que todos os alunos podem participar ativamente, aprendendo uns com os outros e com o professor.” (HARASIM et al.,2005, p. 221).

CITAÇÕES DE APOSTILAS OU MATERIAL AVULSO

Para fazer uma citação de algo contido em apostilas, material de propaganda, panfleto ou qualquer material avulso, faça indicação do autor, da data e do número da página. Se, porventura, não houver nenhuma indicação de data, você deve informar uma data provável ou aproximada. Observe que na referência você precisa indicar o tipo de material que foi consultado.

No texto da citação:

“Quem não possui o hábito da leitura precisa desenvolvê-la, pois é difícil uma formação de qualidade sem muita leitura.” (UNOESC VIRTUAL, 2006, p. 24).

Na referência:

UNOESC VIRTUAL. Metodologia Científica: educação a distância. Joaçaba: Unoesc, 2006. Material didático.

Usado entre parênteses, no final da citação, quando a obra tem mais de três autores

Indica, fora do parênteses, que a obra tem mais de três autores

Indicação do tipo de material consultado

Page 59: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

55

CITAÇÕES DE INFORMAÇÕES VERBAIS (PALESTRAS, DEBATES, COMUNICAÇÕES, ETC)

Uma informação verbal pode ser obtida em uma palestra, um debate ou de qualquer outra forma, entretanto, só deve ser usada quando for possível comprová-la. Para tanto, escreva, entre parênteses, a expressão “informação verbal”, mencionando os dados disponíveis, em nota de rodapé.

No texto:

O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre (informação verbal)*

Na nota de rodapé:

* Notícia fornecida por John A. Smith, no Congresso Internacional de Engenharia Genética, em Londres, em outubro de 2001.

Você precisa tomar cuidado com as citações de informações extraídas de textos da internet. É necessário analisar cuidadosamente as informações obtidas, avaliando sua fidedignidade, indicando na referência todos os dados que possibilitem sua identificação. Além de citar o endereço eletrônico e a data de acesso, é importante buscar o

ano da publicação, geralmente encontrado no copyright ; se não houver ano definido, você deve informar uma data provável ou aproximada.

DESTAQUE DO TEXTO NA CITAÇÃO

Para enfatizar um trecho da citação a que você deu algum destaque, indique-o com a expressão grifo nosso, ou grifo do autor se ele o destacou no texto, e entre parênteses, após a citação.

“A universidade, para atingir a sua plenitude, precisa abraçar o desafio da produção do conhecimento, da pós-graduação, do desenvolvimento da pesquisa e da tecnologia” (LÜCKMANN, 2003, p. 19, grifo nosso).

Ou

“As citações podem ser chamadas pelo sistema numérico ou pelo sistema alfabético (também chamado de autor-data).” (FURASTÉ, 2003, p. 50, grifo do autor).

Page 60: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

56

TRADUÇÃO DE TEXTO

Quando a citação incluir texto traduzido pelo pesquisador, devemos incluir, após a chamada da citação, a expressão tradução nossa, entre parênteses, depois da citação. Além disso, é possível fazer a citação na língua original e a tradução em nota de rodapé.

Tal inferência fundamenta-se na análise das experiências pelas quais tem passado a universidade brasileira nessas últimas décadas e o referencial teórico que vem sustentando seus modelos organizacionais, especialmente os modelos profissional, investigativo, funcionalista operacional e o modelo organizacional da Unoesc, ainda hoje vigentes (LÜCKMANN, 2004, p. 20, tradução nossa).

COINCIDÊNCIA DE SOBRENOME

Quando houver coincidência de sobrenome de autores, acrescentamos as iniciais de seus prenomes nas citações.

Sobrenomes iguais

É errado colocar: (OLIVEIRA, 2003) e (OLIVEIRA, 2003)

É correto colocar: (OLIVEIRA, S., 2003) e (OLIVEIRA, A., 2003)

Se, mesmo assim, existir coincidência na primeira letra do nome, informamos os nomes por extenso, apenas com inicial maiúscula.

É errado colocar: (OLIVEIRA, A., 2003) e (OLIVEIRA, A., 2003)

É correto colocar: (OLIVEIRA, André, 2003) e (OLIVEIRA, Antônio, 2003)

CITAÇÕES DE UM MESMO AUTOR NO MESMO ANO

As citações de diversos documentos de um mesmo autor publicados num mesmo ano são distinguidas pelo acréscimo de letra minúscula, em ordem alfabética, após a data e sem espacejamento, conforme a lista de referências.

De acordo com Santos (2002a) (SANTOS, 2002b)

Page 61: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

57

FALTA DO ANO DE PUBLICAÇÃO

• [1971 ou 1972] um ano ou outro;

• [1981?] para data provável;

• [2001] data certa;

• [ca. 1960] para data aproximada;

• [197-] para década certa;

• [197-?] para década provável;

• [19—] para o século certo

• [19--?] para o século provável

Na citação:

De acordo com Florenzano ([1993?]) (FLORENZANO, [1993?])

Na referência:

FLORENZANO, E. Dicionário de idéias semelhantes. Rio de Janeiro: Ediouro, [1993?]. 383 p.

Ou

De acordo com Kaiser ([196-?]) (KAISER, [196-?])

Na referência:

KAISER, Bruno. 10.000 anos de descoberta. 4. ed. aum. São Paulo: Melhoramentos, [196-?]. 302 p.

Na elaboração do seu trabalho acadêmico, faça constantemente consulta a este material para verificar a forma de elaboração da citação. Outras formas de citação menos utilizadas poderão ser encontradas na NBR 10520:2002.

Você conseguiu perceber a importância de citar os autores que colaboram com seus textos para os trabalhos de pesquisa que realiza?

Como já mencionamos, nunca se esqueça de citar a fonte de pesquisa nos seus trabalhos, caso contrário, estará cometendo plágio. A Lei de Direito Autoral protege os direitos do autor; àquele que infringir essa lei implicam sanções civis.

ca. Significa cerca de, aproximadamente

Page 62: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

58

AUTO-AVALIAÇÃO 4

Agora que você leu bastante sobre citações e suas diversas formas de classificação, pare um pouco, descanse e depois volte para fazer a auto-avaliação.

Escreva V se a alternativa for verdadeira e F se for falsa.

( ) As supressões são utilizadas para omitir palavras de um texto nas citações diretas, podendo ser no início, meio ou fim da citação.

( ) As citações que transcrevem literalmente o texto original também são chamadas de citação de citação.

( ) As citações chamadas pelo sobrenome do autor, seja o escritor, seja uma instituição responsável, devem ser em letras maiúsculas quando estiverem entre parênteses e em letras minúsculas quando estiverem no texto, ficando ano e página entre parênteses.

( ) Todas as citações com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado (10) e sem aspas.

( ) A citação direta transcreve exatamente as palavras do autor citado, conservando a grafia, a pontuação, o uso de maiúscula e o idioma original.

( ) Para fazer uma citação indireta, você usa suas palavras para dizer o mesmo que o autor disse no texto.

( ) Para enfatizar trechos da citação a que você deu algum destaque, em citação direta, deverá indicá-la com a expressão “grifada”.

( ) A expressão et al. serve para dizer que o livro tem mais de três autores.

( ) Separamos com vírgula (,) os nomes dos autores quando somam mais de um na referência.

Você já consegue elaborar uma citação?!

Além da indicação das informações que foram retiradas de outros autores, é essencial que você faça a referência de todas as citações que foram apresentadas no seu trabalho, em uma lista de referências; mas, como elaborar uma referência?

É justamente esse o conteúdo da próxima seção!

Page 63: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

59

SEÇÃO 3 Formas de apresentação das referências

Na realização de um trabalho, são levantadas várias fontes de consulta, as quais, geralmente, são documentadas em fichamentos. Concluindo-se o trabalho, é preciso informar todos os documentos que serviram de fonte de referência na realização da pesquisa. Dependendo do tipo de documento que estiver pesquisando, você poderá localizar a referência:

a) no final do texto, em listas de referências;

b) no fim do capítulo;

c) no rodapé;

d) antecedendo resumos, resenhas.

A finalidade da indicação de uma referência é informar a origem das idéias apresentadas no decorrer do trabalho, por isso deve estar composta de:

a) elementos essenciais: informações indispensáveis na identificação da obra. Segundo a ABNT, os elementos essenciais são: autoria intelectual, título e subtítulo, edição e imprenta (local, editora e ano da publicação).

b) elementos complementares: vêm a complementar os essenciais; são colocados de forma a caracterizar os documentos. São eles: número total de páginas, ISBN, tipo de obra.

De acordo com NBR 6023:2002, devemos observar algumas normas no momento de apresentar as referências:

• devem ser colocadas ao final do texto do trabalho;

• devem ser classificadas em ordem alfabética, pelo sobrenome do autor;

• o alinhamento dos elementos é feito na margem esquerda, sem justificar à margem direita;

• o espacejamento entrelinhas é simples e com espaço duplo entre as referências;

• o sobrenome do autor deve estar com todas as letras MAIÚSCULAS (CAIXA-ALTA).

Para elaborar uma referência, você precisa observar o tipo de documento que consultou (livro, revista, periódico, jornal ou outros), se está disponível em meio eletrônico. Então, vamos verificar como apresentar a referência de alguns documentos.

Page 64: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

60

LIVRO

Ao elaborar uma referência de livro, você deve obedecer aos seguintes passos:

a) sobrenome do autor, em letras maiúsculas, seguido por outros nomes em letras minúsculas, separados por vírgulas (poderá ter mais de um autor);

b) título da obra em destaque, seguido de ponto final;

c) quando houver subtítulo, deve ser separado do título por dois pontos ou travessão e estar sem destaque;

d) quando houver, na obra consultada, deve constar o número da edição abreviado (ed.);

e) local da publicação, seguido por dois-pontos;

f) editora (apenas o nome);

g) ano de publicação (em algarismos arábicos);

h) como elemento opcional, o número de páginas do livro.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 311 p.

O que fazer quando o livro apresenta duas ou mais editoras?

De acordo com Cruz, Perota e Mendes (2002, p.52), havendo duas editoras, ambas são descritas, precedidas de seus respectivos locais. Se forem três ou mais editoras, mencionamos a primeira, ou a que estiver em destaque na publicação. Devemos separá-las por ponto-e-vírgula.

LUZ, Hercílio Pedro da; SGROTT, Emerson Alexandre. Anatomia da cabeça e do pescoço: noções para a prática médica e odontológica. Itajaí: Ed. Univali; Joaçaba: Ed. Unoesc, 2003, 155 p.

O que fazer quando o livro não apresenta a editora?

Quando não é possível identificar a editora, usamos a expressão sine nomine (sem nome, sem editora) abreviada, entre colchetes, [s.n.].

FRANCO, Ilário. Discurso: de outubro de 1992 a agosto de 1993. Brasília, DF: [s.n], 1993. 107 p.

Destacar o título da obra em negrito

Page 65: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

61

O que fazer quando o livro não apresenta o local de publicação?

De acordo com Furaste (2003, p.85), quando não é possível identificar o local de publicação, utilize a palavra Sine loco abreviada, [S.l.].

LARSON, Carlos Eduardo. Curto-teste veterinária: dermatopatias em cães e gatos. [S. l.]: AP, 1996. 33 p.

Caso você identifique o local, mas ele não se apresente no documento, deve ser colocado entre colchetes.

CASOS reais de implantação de TQC. [Belo Horizonte]: Fundação Cristiano Ottoni, 1995. 2 v.

Em caso de homônimos de cidade, deverá ser adicionado o estado ou país.

CAPALBO, Elly da Costa; OCCHIUTTO, Marcelo Luís. Bianca, Clara, Karina: a história de uma mesma mulher. Araras, SP: IDE, 1998. 288 p.

CAPÍTULO DE LIVRO

Para Cruz, Ribeiro e Furbetta (2003, p. 110), ao elaborar uma referência de capítulo de um livro, você deve obedecer aos seguintes passos:

a) sobrenome do autor do capítulo, em letras maiúsculas, seguido por seu nome, em letras minúsculas, separados por vírgulas;

b) título do capítulo sem destaque, contínuo de ponto final; quando houver subtítulo, utilizar dois-pontos para separá-los (se no original houver travessão, deixar como no original);

c) usar a expressão In, seguida por dois-pontos;

d) sobrenome do organizador da obra em letras maiúsculas, acompanhado de vírgula;

e) título da obra, em destaque, seguido de ponto final; se houver, subtítulo separado por dois-pontos, sem destaque;

f) abreviar o número da edição a partir da segunda;

g) local da publicação, acompanhado de dois-pontos;

h) editora;

Page 66: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

62

i) ano da publicação (em algarismos arábicos);

j) apresentar o número do capítulo em que se encontra (cap.), bem como as páginas inicial e final do capítulo (p.).

MARQUES, Juracy Cunegatto. Relações interpessoais e apoios afetivos: o calor e o frio na convivência organizacional. In: BITENCOURT, Claudia (Org.). Gestão contemporânea de pessoas. Porto Alegre: Bookman, 2004. Cap. 4, p. 116-131.

Quando o autor do capítulo for o mesmo organizador do livro, utilize a expressão In:, seguida de seis toques da tecla de sublinhar do teclado e de ponto final.

BITENCOURT, Claudia (Org.). Aprendizagem organizacional: uma estratégia para mudança. In: ______. Gestão contemporânea de pessoas. Porto Alegre: Bookman, 2004. Cap. 1, p. 20-38.

ARTIGO DE REVISTA OU PERIÓDICO

Conforme Furasté (2003, p. 97), o artigo publicado em revista ou periódico deve conter os seguintes elementos:

a) iniciar pelo autor do artigo; quando não houver autoria, começar pelo título do artigo, com a primeira palavra em letras maiúsculas;

b) título do artigo sem destaque;

c) título da revista em destaque (grifado);

d) entrar com o local de publicação, volume e número do fascículo;

e) páginas iniciais e finais, antecedidas da abreviatura de página (p.), acompanhadas pelo mês e ano da publicação;

f) acrescentar as informações complementares, quando houver necessidade.

ARTIGO COM AUTOR

RAMOS FILHO, Celso Ferreira. Infecções emergentes, reemergentes e negligenciadas. Sociedade Moderna em Revista, Rio de Janeiro, ano 4, n. 16, p.21-23, maio./jun. 2005.

ARTIGO SEM AUTOR

METODOLOGIA do Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Revista Brasileira de Estatística, Rio de Janeiro, v. 41, n. 162, p. 323-230, abr./jun. 1990.

Nome da revista ou periódico em destaque

Page 67: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

63

REVISTA CONSIDERADA NO TODO

EVIDÊNCIA. Videira: Editora Unoesc, ano. 3, v. 5, n. 1, 2005.

NÚMERO ESPECIAL DE REVISTA

AS MELHORES empresas para você trabalhar. Exame, Rio de Janeiro: Abril, 2003. Edição especial.

SUPLEMENTO DE REVISTA

PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. Mão-de-obra previdência. Rio de Janeiro: IBGE, v. 7, 1989. Suplemento.

ARTIGO DE JORNAL

Os elementos que deve conter a referência de um artigo de jornal são:

a) começar com o nome do autor do artigo; caso não tenha, iniciar pelo título do artigo, ressaltando a primeira palavra em CAIXA-ALTA;

b) entrar com o título do artigo;

c) nome do jornal em destaque;

d) local e data;

e) relacionar, em caso de suplemento ou caderno especial, o título, número do volume e número do fascículo.

Quando o nome do jornal coincidir com o nome da cidade onde é publicado, não é preciso repetir o local de publicação.

COM AUTOR

VIEIRA, Antônio Carlos. A politização da segurança pública. A Notícia, Joinville, 6 ago. 2005. p. A3.

SEM AUTOR

DE VOLTA ao passado musical. Diário Catarinense, Florianópolis, 12 jan. 2006. Variedades, p.5.

Vale lembrar que, para indicação do mês de publicação em artigos em periódicos, jornais ou meio eletrônico, com exceção de maio, os meses são abreviados na terceira letra, mesmo sendo vogal: jan., fev., mar., abr., maio, jun., jul., ago., set., out., nov., dez.

Page 68: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

64

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO E TESE DE DOUTORADO

Nesse caso, segundo Cruz, Ribeiro e Furbetta (2003, p. 104), a ordem dos elementos deve ser a seguinte:

a) autor;

b) título e subtítulo (se houver);

c) ano da entrega;

d) número de folhas;

e) categoria (grau e área de concentração);

f) instituição;

g) local e ano da defesa.

FERNANDES, Liliane Simara. Associação entre indicadores de assistência odontológica e indicadores de desenvolvimento social e econômico nos 293 municípios de Santa Catarina, Brasil. 2004. 71 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva)–Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, 2004.

TREVISOL, Joviles Vitório. Tecendo a sociedade civil global e ampliando a esfera pública: a articulação dos atores civis ante o projeto Hidrovia Paraguai-Paraná. 2000. 342 p. Tese (Doutorado em Sociologia)–Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2000.

TRABALHOS PUBLICADOS EM ANAIS DE EVENTOS

De acordo com Cruz, Ribeiro e Furbetta (2003, p. 106-112), as publicações de eventos podem ser com autoria ou do evento em sua totalidade. Quando forem trabalhos com autoria, devemos seguir:

a) autor;

b) título do trabalho;

c) In: nome do evento em caixa-alta;

d) número arábico do evento (mesmo que no evento sejam usados números romanos)

e) ano, cidade onde se realizou o evento;

f) título (anais, resumos e outros) e reticências em destaque;

g) local da publicação: editora (quando houver), data de publicação;

h) volume (quando houver);

i) página inicial e final do trabalho.

Page 69: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

65

MORAES, Adriana Mellegari Urbano de; WEBER, Alice; HACHMANN, Marco. Critérios de rateio dos custos indiretos. In: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISA EM ORGANIZAÇÕES, 1., 2005, Joaçaba. Anais... Joaçaba: Ed. UNOESC, 2005. p. 21.

Quando forem eventos, em sua totalidade (congressos, seminários, simpósios e outros):

a) nome do evento (caixa-alta);

b) número e ano;

c) cidade onde se realizou o congresso;

d) título: subtítulo (quando houver);

e) anais... (em destaque);

f) local de publicação: editora (se houver);

g) data de publicação;

h) número de volumes (quando houver).

COLÓQUIO DE EDUCAÇÃO. 4., 2005, São Miguel d’Oeste. Anais... São Miguel do Oeste: Unoesc, 2005.

DOCUMENTO JURÍDICO

Segundo Furaste (2003, p.95), os documentos jurídicos incluem legislação, jurisprudência (decisões judiciais) e doutrina (interpretação dos textos legais). A referência desses documentos deve conter como elementos principais:

a) local de abrangência (país, estado e cidade), em letras maiúsculas;

b) título e subtítulo (se houver);

c) órgão que publicou;

d) local;

e) data de publicação.

Page 70: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

66

BRASIL. Constituição da República do Brasil de 1998. Emenda constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dezembro de 2004. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art5>. Acesso em: 4 dez. 2006.

BRASIL. Portaria nº 267, de 06 de março de 2001. Aprova as normas e diretrizes de inclusão da saúde bucal na estratégia do Programa de Saúde da Família (PSF). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 07 março 2001. Disponível em: <http://www.saudebucalcoletiva.unb.br/oficina/estado/coletivo_amplo/portaria267.htm>. Acesso em: 21 ago. 2006.

BRASIL. Código civil. 46. ed., rev. atual. São Paulo: Saraiva, 1995.

TRABALHOS ACADÊMICOS

Ao fazer esse tipo de citação, você deve colocar na referência: autor, título, ano, número de folhas. Trabalho acadêmico (disciplina) – Curso ou Departamento, Unidade de ensino, Instituição, local, ano.

LOPES, Ângela. Empregabilidade. 2005. 24 f. Trabalho de Pós-graduação (Disciplina Gestão de Pessoas)–Curso de Especialização em Administração de Recursos Humanos, Área das Ciências Sociais Aplicadas, Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc, Joaçaba, 2005.

DOCUMENTOS EM MEIO ELETRÔNICO – INTERNET

Os arquivos virtuais seguem as mesmas regras de outra publicação, dependendo do tipo de documento (livro, revista, artigos, jornal e outros). A referência, nesse caso, deve conter as seguintes informações básicas, quando disponíveis:

a) sobrenome e nome do autor;

b) título do documento completo;

c) título do trabalho no qual está inserido (em destaque);

Page 71: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

67

d) data (dia, mês e/ou ano) da disponibilização ou última atualização (quando

não estiver na publicação, pode ser encontrada no copyright ; caso não seja encontrada nenhuma data, colocar data provável ou aproximada);

e) endereço eletrônico (URL) completo (entre parênteses angulares <>);

f) data do acesso (dia, mês abreviado e ano).

PUBLICAÇÃO COM AUTORIA

BORGES, Juliana. Reincidência tributária: teoria e prática. São Paulo: Quartier Latin, 2005. Disponível em: <http://dedalus.ups.br>. Acesso em: 28 fev. 2006.

PUBLICAÇÃO SEM AUTORIA

EPIDEMIOLOGIA. Wikipédia. set. 2006. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Epidemiologia>. Acesso em: 5 dez. 2006.

Quando for fazer a citação, você deve apresentá-la assim:

• se a indicação for no início: Epidemiologia (2006);

• se for apresentada ao final da citação: (EPIDEMIOLOGIA, 2006).

PUBLICAÇÃO DE ARTIGO EM PERIÓDICO COM AUTOR

RAMOS, José Maria Rodriguez. Dimensões da globalização: comunicações, economia, política e ética. Revista – FAAP. São Paulo, 2004. Disponível em: <http://www.faap.br/revista_faap/rel_internacionais/rel_01/dimensoes.ht>. Acesso em: 3 dez. 2005.

PERIÓDICO NO TODO

REVISTA ESPAÇO ACADÊMICO. Maringá – PR: ano v .5, n. 51, 7 ago. 2005. Disponível em:<http://www.espacoacademico.com.br.>. Acesso em: 14 ago. 2005.

MONOGRAFIA POR MEIO ELETRÔNICO

SILVEIRA, Marcos Antônio. Tratamento de esgoto doméstico para preservação do meio ambiente. 2005. 102 f. Monografia. (Especialização) –Curso de Pós-graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco. Disponível em: <http://www.ufrpe.br/>. Acesso em: 24 jul. 2006.

Page 72: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

68

ANAIS DISPONÍVEL EM MEIO ELETRÔNICO

SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônico... Recife: UFPe, 1996. Disponível em: <http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais/educ/htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.

MENSAGENS DE INTERNET

As mensagens obtidas via internet também podem ser referenciadas, porém recomendamos que evite as mensagens veiculadas por correio eletrônico, que têm caráter informal, impessoal e efêmero, como fonte científica ou técnica de pesquisa. Dados para a referência: autor, título da mensagem (quando houver), ou título atribuído. [tipo de mensagem]. Mensagem recebida por: <endereço eletrônico> em: data (dia, mês, ano).

DANIELA, Lopes. Dando notícias. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: <[email protected]> em: 25 ago. 2005.

PASSOS, Maria Joana. Citações diretas. [mensagem de trabalho]. Mensagem recebida por: <[email protected]> em: 21 out. 2005.

Saiba mais

Existem, ainda, outras formas de referências, menos utilizadas, como: lápides, bula de remédio, fax, selos, cartas, comerciais, cartazes, cartões postais, transparências, documentos de arquivos, desenho técnico, referências de entidades, legislação, CD-ROM, dicionário, fotos, gravuras, mapas, guias, atas, filmes e vídeos, fita cassete, material cartográfico (atlas e globos), slides, arquivos em disquetes e outros. A forma de elaboração dessas referências pode ser encontrada na norma para apresentação de documentos científicos NBR: 6023:2002, ou, ainda, consulte o livro Metodologia científica: teoria e prática, de Cruz, Ribeiro e Furbetta (2003, p. 98-124).

SEÇÃO 4 Norma geral para indicação de autores nas referências

Ao fazer a indicação de autores na lista de referências, independentemente do tipo de documentação consultada para a pesquisa (livro, periódico, material da internet, entre outros), devemos observar as normas quanto ao número de

Page 73: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

69

autores, a indicação de parentesco, a responsabilidade pela publicação, bem como as atualizações da obra.

REFERÊNCIA COM UM AUTOR

RAMOS FILHO, Celso Ferreira. Infecções emergentes, reemergentes e negligenciadas. Sociedade Moderna em Revista, Rio de Janeiro, ano 4, n. 16, p. 21-23, maio./jun. 2005.

REFERÊNCIA COM DOIS AUTORES

Quando houver dois autores, ambos devem ser referenciados, começando pelo sobrenome do autor, separados por ponto-e-vírgula (;).

CASTRO, Ana Karina B. Bedran de; PIMENTA, Luiz André Freire. Cárie oculta: como diagnosticar e tratar. Revista ABO Nac. Ribeirão Preto, v. 10, n. 5, p. 292-296, out./nov. 2006. Disponível em: <www.edent.com.br/modules.php?name=download&f=visit&lid=13>. Acesso em: 10 dez. 2006.

REFERÊNCIA COM TRÊS AUTORES

Na referência de três autores, também, todos devem ser referenciados pelo sobrenome do autor e separados por ponto-e-vírgula (;).

LILLEGARD, Wade A.; BUTCHER, Jamus D.; RUCKER, Karen S. Manual de medicina desportiva: uma abordagem orientada aos sintomas. São Paulo: Manole, 2002. 521 p.

REFERÊNCIA COM MAIS DE TRÊS AUTORES

No caso do livro contar com mais de três autores, indicamos o sobrenome do primeiro, seguido da expressão et al.

BRESCIANI FILHO, Ettore et al. Conformação plástica dos metais. 5. ed. Campinas: Unicamp, 1997. 385 p.

Page 74: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

70

Autores do livro: Ettore Bresciani Filho, Cecília A. C. Zavaglia, Sérgio T. Button, Edson Gomes e Fernando A. C. Nery

O et al. : “et” significa “e” e “al.” é a abreviatura de “alii” (que significa “outros”) – masculino – e de “aliae” (que significa “outras”) – feminino. Para evitar conclusões e erros de regência nas citações, preferimos abreviar – et al.; por ser uma abreviatura, não dispensa o ponto. Deve ser escrito em caracteres normais, sem negrito, sem itálico ou sublinhado, por se tratar de expressão já incorporada ao domínio da nossa língua, destaca Furasté (2003, p. 80).

REFERÊNCIA COM INDICAÇÃO DE PARENTESCO

Furasté (2003, p. 79) observa que as indicações de parentesco – Filho, Júnior, Neto, Sobrinho – fazem parte do nome e devem ser mencionadas por extenso, acompanhando o sobrenome do autor. Entretanto, não devemos incluir indicações de títulos, cargos, graduações, mesmo que apareçam na obra referenciada: Dr., Prof, M.M., Pe., PhD. , e outros.

ALMEIDA FILHO, José Carlos P. de. O professor de língua estrangeira em formação. Campinas: Pontes, 1999. 184 p.

FLEURY, Maria Tereza Leme; OLIVEIRA JÚNIOR, Moacir de Miranda. Gestão estratégica do conhecimento: integrando aprendizagem, conhecimento e competências. São Paulo: Atlas, 2001. 349 p.

SILVEIRA NETO, Antônio Silveira; CAVALCANTI, Érica Cristina Paiva. O mercado de consumo e a prestação de serviços advocatícios. Revista do Direito do Consumidor. São Paulo: Revista dos tribunais, ano 15, n. 59, p. 9-25, jul./set. 2006.

REFERÊNCIA COM NOME COMPOSTO DE AUTOR

Se o sobrenome pelo qual o autor é mais conhecido for um termo composto, devemos citá-lo por inteiro.

LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina et al. As pessoas na organização. 4. ed. São Paulo: Gente, 2002. 306 p.

Page 75: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

71

REFERÊNCIA COM PARTÍCULA PRECEDENDO O SOBRENOME DO AUTOR

Se o sobrenome do autor for precedido de partículas, como “de”, “da”, “e”, estas permanecem junto do prenome.

OLIVEIRA, João Manoel de; OLIVEIRA, Célio Alves de. Função social do contrato nos empreendimentos relativos ao sistema hidrelétrico - UHE Campos Novos. 2006, 67 f. Trabalhos de Conclusão de Curso (Especialização em Direito Público e Novos Direitos) – Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, 2006.

Quando a partícula fizer parte do sobrenome do autor, deve anteceder a este. Na dúvida, observe como o autor assume seu sobrenome na ficha catalográfica.

DE MARCO, Benhur. Os oestinos: quem são e como vivem os habitantes do oeste catarinense. Joaçaba, SC: UNOESC, 2004. 108 p.

REFERÊNCIA COM AUTOR RESPONSÁVEL

Quando há organizador, coordenador, editor ou algo assemelhado, iniciamos a referência pelo nome do responsável, acrescendo após o seu nome e entre parênteses a designação correspondente (Org.), (Coord.), etc.

BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003. 189 p.

REFERÊNCIAS QUE TÊM COMO AUTOR ENTIDADE

Obras que têm como responsabilidade entidades, como órgãos governamentais, empresas, associações, congressos, seminários e outros dessa natureza, têm entrada, de modo geral, pelo seu próprio nome, por extenso.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro. 2005.

Page 76: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

72

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA. PTO 2006: plano tático operacional. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2006. (Série documentos: 14)

REFERÊNCIA COM EMENDAS E ATUALIZAÇÕES

Indicamos emendas, acréscimos, atualizações e revisões à edição de forma abreviada.

CIMADON, Aristides. Ensino e aprendizagem na universidade: um roteiro de estudos. 2. ed., rev. ampl. Joaçaba: Unoesc, 2004. 205 p.

Você chegou ao final de mais uma unidade. Assim, para gravar mais este ponto importante, vale a pena parar e fazer uma auto-avaliação, a fim de verificar como está seu aprendizado quanto à elaboração de referências.

AUTO-AVALIAÇÃO 5

Você leu sobre referências e suas diversas formas de elaboração, então vamos fazer uma auto-avaliação? Analise e organize uma lista de referências a partir das informações que seguem:

Título da obra: Oclusão Subtítulo: princípios e conceitos Autor: José dos Santos Júnior Local da publicação: São Paulo Ano: 1998 Edição: quinta Editora: Santos Quantidade de páginas: 217 Título da obra: Formando professores profissionais Subtítulo: quais estratégias? quais competências? Autor: Philippe Perrenoud, Léopold Paquay, Marguerite Altet e Évelyne Charlier Local da publicação: Porto Alegre Ano: 2001 Edição:segunda, revisada Editora: Artmed Quantidade de páginas: 232 Título: Sistema de controle para economia de energia e conforto visual Autores: Franco Gugliermetti e Fábio Bisegna Local de publicação: São Paulo Data: setembro de 2006 Artigo extraído da Revista Eletricidade Moderna Editora: Técnica e Cultural Ltda. Páginas: 150 a 159 Ano: 34 Número da revista: 390

Page 77: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Formas de elaborar citações e referências ____________________________________

____________________________________________________________ Unidade 4

73

Título: O que é Globalização? Autor: Eustáquio Lagoeiro Castelo Branco Local de publicação: <http://www.eduquenet.net/textglobalizacao.htm. Ano da publicação: 2003 Data do acesso: 14 fev. 2006 Título: Sobre a necessidade de intimação pessoal do réu para o cumprimento da sentença no caso do art. 475-j do cpc (inserido pela lei 11.232/2005) Autores: Luiz Rodrígues Wambier, Teresa Arruda Alvim Wambier e José Miguel Garcia Medina Revista eletrônica: Revista do Direito Eletrônico Local de publicação: Rio de Janeiro Data: julho a dezembro de 2006 Publicada pelo Instituto do Direito Eletrônico Volume: 9 Ano: 3 Páginas: 87 a 92 Site: http://www.ibde.org.br/revista/index_archivos/Page306.htm Data de acesso: 10 de novembro de 2006

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

Page 78: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

74

Page 79: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Unidad

e 5

Metodologia Científica ________________________________________________

Unoesc Virtual _________________________________________________________

75

Unidade 5 Estrutura de trabalhos científico-acadêmicos

OOOOBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZBJETIVOS DE APRENDIZAGEMAGEMAGEMAGEM

Ao terminar a leitura desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer as formas de apresentação de trabalhos científico-acadêmicos;

• diferenciar as etapas pré-textual, textual e pós-textual na elaboração do trabalho científico-acadêmico.

PPPPLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDOLANO DE ESTUDO

A fim de atingir os objetivos propostos nesta unidade, o conteúdo está dividido em seções.

Seção 1: Estrutura e apresentação de trabalhos científico-acadêmicos

Seção 2: Elementos pré-textuais

Seção 3: Elementos textuais

Seção 4: Elementos pós-textuais

Page 80: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

76

PARA INÍCIO DE ESTUDO

Durante a sua vida acadêmica, vários trabalhos científicos serão solicitados pelos professores do seu curso. Segundo Demo (2000, p. 161), o trabalho científico leva o aluno a aprender melhor e a tornar-se um profissional capaz de usar a pesquisa como processo permanente de aprender, de renovar sua competência.

Nas primeiras unidades, você estudou sobre o método e a técnica, sobre a importância da leitura e a prática da documentação, sobre a elaboração de citações e referências; essas informações serão utilizadas para o desenvolvimento de trabalhos científico-acadêmicos.

Nesta unidade, você conhecerá as etapas, os padrões de apresentação visual e os elementos que compõem um trabalho científico, normatizados pela ABNT, que visam à universalização dos padrões de editoração de textos impressos.

É importante destacar que, para a elaboração de um trabalho científico, você deverá ter em mente a ordenação das etapas correspondentes à seqüência da investigação, bem como apresentar clareza e qualidade na escrita, linguagem clara, objetiva e direta.

SEÇÃO 1 Estrutura e apresentação de trabalhos científico-acadêmicos

Como estruturar e apresentar um trabalho científico-acadêmico?

Azevedo (2001, p. 118) compara a estruturação de um trabalho a uma construção, na qual o pedreiro faz com que cada tijolo apóie o que lhe é posto seqüencialmente, a fim de que cada um contribua para a harmonia do conjunto; desse modo, na estruturação do texto, devemos observar a lógica na ordenação das etapas; somente assim, elas poderão contribuir para o entendimento do texto em sua totalidade.

Como em toda obra, precisamos planejar a estrutura do nosso trabalho; por isso, sugerimos que, antes de iniciar a digitação do seu trabalho, abra um novo documento no editor de textos de sua preferência e observe as regras gerais de apresentação e os elementos que farão parte da estrutura do seu trabalho.

É importante destacar que a ABNT estabelece regras de apresentação e faz recomendações de formatação, pois o projeto gráfico é de responsabilidade do autor/orientador do trabalho. Neste material, seguimos as recomendações apresentadas na norma NBR 14724: 2005.

Page 81: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Estrutura dos trabalhos científico-acadêmicos ________________________________

____________________________________________________________ Unidade 5

77

FORMATAÇÃO GERAL

Folha: na configuração da página, escolha papel no formato A4 (21 x 29,7 cm). Lembre-se, na hora da impressão, de utilizar papel na cor branca.

Margens: de 3 cm à esquerda, 2 cm à direita, 3 cm na parte superior e 2 cm na parte inferior.

Fonte: a ABNT não determina o tipo de letra a ser utilizada, porém recomendamos que utilize as fontes Times New Roman ou Arial, na cor preta. O tamanho da fonte é 12 para todo o texto, incluindo títulos de seções e subseções; as exceções são as citações diretas longas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e das tabelas, que devem ser digitadas em fonte de tamanho menor.

Parágrafos: sugerimos que mantenha as medidas-padrão do editor de textos que você utiliza, em geral de 1,25 cm.

Espaçamento entre linhas: todo o texto deve apresentar espaçamento entre linhas de 1,5, com exceção das citações diretas longas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, ficha catalográfica e a natureza do trabalho, que devem ser apresentados em espaço simples.

FORMATAÇÃO DOS TÍTULOS E SUBTÍTULOS

Espaçamento de títulos e subtítulos: devem ser separados do texto por dois espaços de 1,5 entrelinhas (dois <enter> no teclado); os títulos devem iniciar na primeira linha da página; os subtítulos devem ser separados por dois espaços de 1,5 entrelinhas antes e depois do texto.

Títulos das seções: todos os títulos das seções devem ser digitados em letra maiúscula, em negrito; devem iniciar em nova página, mesmo que haja espaço útil na página anterior;

3 cm

3 cm 2 cm

2 cm

Page 82: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

78

• Os títulos dos elementos pré-textuais e pós-textuais não são numerados e têm alinhamento centralizado.

• Os títulos dos elementos textuais são numerados progressivamente e devem ser alinhados à margem esquerda, com o numeral separado por um único espaço. Observe a numeração e formatação dos títulos e subtítulos indicados no exemplo.

1 INTRODUÇÃO Caixa-alta, em negrito

2 TÍTULO PRINCIPAL

2.1 SUBTÍTULO 1 Caixa-alta, sem negrito

2.1.1 Subtítulo Caixa-baixa, com negrito

2.1.1.1 Subtítulo Caixa-baixa, sem negrito

2.1.1.1.1 Subtítulo Caixa-baixa, sem negrito, em itálico

2.2 SUBTÍTULO 2

3 CONCLUSÃO

PAGINAÇÃO

As páginas são contadas seqüencialmente a partir da folha de rosto, porém o número só deve aparecer a partir da introdução do trabalho, numera-se, inclusive, as folhas que iniciam as seções, e em todos os elementos pós-textuais que o trabalho apresentar; os números devem ser em algarismos arábicos (1, 2, 3, 4...), no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda.

Acompanhe, a seguir, um exemplo ilustrativo com os principais elementos para a apresentação de trabalhos acadêmicos.

Exemplo de estruturação de um trabalho acadêmico

CAPA

FOLHA DE

ROSTO

RESUMO

.........................................................

.........................................................

.........................................................

.........................................................

.........................................................

.........................................................

Palavras-chave:

Page 83: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Estrutura dos trabalhos científico-acadêmicos ________________________________

____________________________________________________________ Unidade 5

79

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................4

2 TÍTULO PRINCIPAL .............5

2.1 SUBTÍTULO 1....................5

2.1.1 Subtítulo..........................7

2.2 SUBTÍTULO 2....................8

3 CONCLUSÃO .....................10

REFERÊNCIAS .....................11

4

1 INTRODUÇÃO

..................................................

.........................................................

.........................................................

.........................................................

.........................................................

.........................................................

..................................................

.........................................................

.........................................................

5

2 TÍTULO PRINCIPAL

..................................................

.........................................................

.........................................................

.........................................................

.........................................................

2.1 SUBTÍTULO1

................................................

.......................................................

.......................................................

.......................................................

.......................................................

6

...............................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

...............................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

7

2.1.1 Subtítulo

..............................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

..............................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

8

2.2 SUBTÍTULO 2

..............................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

..............................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

.....................................................

9

...............................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

...............................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

......................................................

10

3 CONCLUSÃO

.................................................

.......................................................

.......................................................

.......................................................

.......................................................

.......................................................

................................................

.......................................................

.......................................................

11

REFERÊNCIAS

.............................................

.....................................

............................................

.................................................

.................................................

..................................................

............................................

.............................................

.................................................

Observe que a numeração de páginas é contada a partir da folha de rosto e os números aparecem alinhados na margem superior direita. Os títulos centralizados são apenas resumo, sumário e referências; os demais são alinhados à margem esquerda da folha.

Page 84: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

80

Sintetizamos os aspectos gráficos de um trabalho científico-acadêmico, por isso você deve estar se perguntando: o que são elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais?

Os elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o corpo do trabalho, apresentam elementos que ajudam na identificação e utilização do seu trabalho; o corpo do trabalho são os elementos textuais, nos quais você faz a exposição do texto que produziu/pesquisou; as partes que complementam o trabalho, que aparecem após o corpo, são os elementos pós-textuais.

Segundo a NBR 14724:2005, em cada parte da estrutura de um trabalho científico-acadêmico há elementos obrigatórios e opcionais. Os elementos obrigatórios devem ser apresentados em teses, dissertações, trabalhos de especialização, trabalhos de conclusão de curso – TCC, relatórios de estágio, conforme o Quadro 1. Entretanto, em outros trabalhos, de menor extensão, não é necessário apresentar: folha de aprovação e resumo em língua estrangeira.

ESTRUTURA ELEMENTO PRÉ-TEXTUAIS

• Capa – obrigatório • Folha de rosto – obrigatório • Folha de aprovação – obrigatório • Dedicatória(s) – opcional • Agradecimento(s) – opcional • Epígrafe – opcional • Resumo em português – obrigatório • Resumo em língua estrangeira – obrigatório • Lista de ilustrações – opcional • Lista de tabelas – opcional • Lista de abreviaturas e siglas – opcional • Lista de símbolos – opcional • Sumário – obrigatório

TEXTUAIS

• Introdução • Desenvolvimento • Conclusão

PÓS-TEXTUAIS

• Referências – obrigatório • Glossário – opcional • Apêndice(s) – opcional • Anexo(s) – opcional • Índice(s) – opcional

Quadro 1 – Disposição dos elementos Fonte: adaptado da NBR 14724: 2005.

Nesta seção, conhecemos a estrutura e as regras gerais para a apresentação dos trabalhos científico-acadêmicos. Você conseguiu compreender o que são os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais?

Na próxima seção, vamos verificar o que representa cada elemento da estrutura e a forma de apresentação dos elementos obrigatórios.

Page 85: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Estrutura dos trabalhos científico-acadêmicos ________________________________

____________________________________________________________ Unidade 5

81

SEÇÃO 2 Elementos pré-textuais

Os elementos pré-textuais, como o próprio nome diz, são compostos pelas partes que antecedem o texto, conferindo a ele referências para a sua identificação e utilização.

Vamos conhecer os elementos pré-textuais ?

Lembre-se de que alguns elementos são obrigatórios e outros são opcionais, dependendo do tipo de trabalho.

CAPA

A capa é uma proteção externa, que reveste o trabalho; deve apresentar somente as informações necessárias à identificação do trabalho, obedecendo à seguinte ordem:

a) nome da instituição; b) nome do autor do trabalho; c) título e subtítulo (se houver); d) local (cidade da instituição à qual se entrega o trabalho); e) ano da entrega do trabalho.

Observe que todos os elementos devem ser centralizados e os textos devem estar em letras MAIÚSCULAS!

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

SAMUEL JULIANO RIBEIRO DE SOUZA

BANCO DE DADOS E SUAS APLICAÇÕES

VIDEIRA

2005

Nome da instituição

Nome do autor

Título e subtítulo

Local

Ano

Page 86: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

82

FOLHA DE ROSTO

A folha de rosto deve conter todos os dados necessários à identificação do trabalho. A ABNT não indica as medidas, mas estabelece as informações que devem ser apresentadas:

1 nome do autor; 2 título e subtítulo (se houver); 3 finalidade/natureza do trabalho (deve apresentar o objetivo do trabalho); 4 nome do orientador ou professor que solicitou o trabalho; f) local (cidade da instituição à qual se entrega o trabalho); g) ano da entrega do trabalho.

A seguir, apresentamos alguns exemplos de notas para identificar a finalidade ou natureza do trabalho:

Trabalho da disciplina Metodologia Científica, Curso de Engenharia Elétrica, Área das Ciências Exatas e da Terra, Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus de Joaçaba. Professor: Xxxxx Yyyyy.

Projeto de pesquisa apresentado à disciplina Sociologia da Educação, Curso de Pedagogia, Área das Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus de São Miguel do Oeste.

Professor: Xxxxx Yyyyy.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título de Bacharel em Administração, Área das Ciências Sociais Aplicadas, Curso de Administração, Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus de Xanxerê. Orientador: Prof . Xxxxx Yyyyy.

SAMUEL JULIANO RIBEIRO DE SOUZA

BANCO DE DADOS E SUAS APLICAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências da Computação da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Computação.

Orientadora: Profa. Maria Tereza Reis Mendes

Videira

2005

Centralizados

Fonte menor do que o texto; espaçamento entre linhas simples; recuo entre 6 cm e 8 cm, a partir da margem

Alinhamento à esquerda

Centralizados

Nome da instituição

Título e subtítulo

Nome do professor

Local

Ano

Natureza do trabalho

Page 87: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Estrutura dos trabalhos científico-acadêmicos ________________________________

____________________________________________________________ Unidade 5

83

DEDICATÓRIA

É um elemento opcional. Você pode registrar uma homenagem para determinada(s) pessoa(s) ou instituição(ões). Cuide para que o número de pessoas não seja muito elevado; evite palavras exageradas. Você não precisa colocar o título Dedicatória.

AGRADECIMENTOS

É também um elemento opcional. Você deve centralizar na parte superior da folha o título AGRADECIMENTOS. Nessa página, você pode mencionar o nome de pessoas ou instituições que colaboraram de maneira relevante para a elaboração do trabalho, deve ser breve, mas sincero, indicando o motivo da gratidão.

EPÍGRAFE

É outro elemento opcional. Você não precisa indicar o título. Trata-se de uma frase, um pensamento ou mesmo um poema que tenha relação direta com o assunto do trabalho ou quaisquer fatos relacionados à construção dele, seguida da autoria.

RESUMO

Tendo como base a NBR 6028:2003, destacamos que o resumo apresenta, de forma relevante, os pontos principais do trabalho. É composto de uma seqüência de frases claras, afirmativas, e não de enumeração de tópicos. Você deve ressaltar claramente o objetivo, o método, os resultados e as conclusões obtidas no estudo.

No resumo, utilizamos a terceira pessoa do singular, na voz ativa. O espaçamento é 1,5 cm e sem entrada, redigido em um único parágrafo. A extensão do resumo em trabalhos acadêmicos pode variar de 150 a 500 palavras. O título Resumo é escrito em letras maiúsculas, negrito e centralizado. Logo abaixo do resumo, apresentamos as palavras-chave do trabalho, também chamadas de unitermos ou descritores, geralmente de três a cinco palavras, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto. Essas palavras servem para a catalogação dos trabalhos na biblioteca.

Catalogação é a elaboração prévia da ficha catalográfica de um documento bibliográfico, de forma que ela já venha impressa na obra publicada (FERREIRA, 2004).

Page 88: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

84

Além de apresentar o resumo em língua portuguesa, você deverá acrescentar, na seqüência, a tradução do resumo em um idioma de divulgação internacional (em inglês – Abstract, em espanhol – Resumen, em francês – Resumé), com as mesmas características do resumo em língua vernácula. Deve conter as palavras-chave, na língua empregada (keywords, no caso do inglês).

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustrações são classificadas como: desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros. Segundo a NBR 6022:2003, é um elemento opcional, depende da relevância e da quantidade de ilustrações que o seu trabalho apresenta. Deve ser elaborada de acordo com a ordem em que aparecem no texto, designando o nome e o número da página onde se encontram.

RESUMO

A gestão das competências constitui-se numa nova abordagem de gerar melhorias no panorama da competitividade das organizações. O objetivo deste projeto de pesquisa é desenvolver estudo no sentido de avaliar a possível inter-relação entre gestão de competências e a qualidade nos serviços. Tomou-se como locus de estudo uma instituição de ensino superior: a Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc, por representar um setor de particular interesse científico para a pesquisadora. Em relação aos procedimentos metodológicos, a pesquisa escolhida foi a qualitativa com recorrências a técnicas também quantitativas com vistas à complementação e robustez na produção de informações. A análise será efetuada, a fim de transformar as informações em conhecimentos, por meio de técnicas interpretativas para as entrevistas e de ferramentas estatísticas para os questionários. Os resultados são a geração de conhecimentos aplicáveis à melhoria de processos de gestão de competências e a checagem do impacto dessa gestão sobre a qualidade dos serviços prestados.

Palavras-chave: Qualidade. Gestão de competências. Serviços. Educação superior.

Título

Corpo do texto

Palavras-chave

Page 89: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Estrutura dos trabalhos científico-acadêmicos ________________________________

____________________________________________________________ Unidade 5

85

Observe o exemplo de indicação da ilustração no texto e também na referência.

Mapa 1: Dinâmica da vegetação na bacia do sul da Amazônia

Fonte: Embrapa (2006).

Na referência:

EMBRAPA. Dinâmica da vegetação na bacia do sul da Amazônia, 2006. Disponível em: <www.spot4.cnpm.embrapa.br/fotos/areaspot.gif>. Acesso em: 5 dez. 2006.

Page 90: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

86

LISTA DE TABELAS

Também é opcional. A lista de tabelas deve ser inserida após a lista de ilustrações e está inclusa no grupo dos elementos pré-textuais. De acordo com Prestes (2003, p. 45), apresenta informações de elementos com tratamento estatístico. Deve ser elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu título específico, acompanhado do respectivo número da página.

É importante destacar que a construção da(s) tabela(s) deve obedecer às Normas de Apresentação Tabular, publicadas pelo IBGE (1993).

Observe o exemplo de indicação da tabela no texto e também na referência.

Tabela 4: Financiamento tabela price

Ano Saldo inicial Prestação Juros Amortização Saldo final

2001 1.230,00 494,60 123,00 371,60 858,40

2002 858,40 494,60 85,84 408,76 449,64

2003 449,64 494,60 44,96 449,64 0,00

Total 1.483,80 253,80 1.230,00

Fonte: Novello, Menegat e Rover (2004, p. 89).

Na referência:

NOVELLO, Aliciane; MENEGAT, Valdenir; ROVER, Ardinete. Operações de leasing como fator de competitividade. Revista de administração, contabilidade e economia - RACE, Joaçaba: Ed. Unoesc, v. 3, n. 1, p. 79-92, 2004.

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

É um elemento opcional. Conforme Cruz, Perota e Mendes (2004, p. 14), relacionamos, em ordem alfabética, as abreviaturas e siglas utilizadas no texto, acompanhadas das palavras ou expressões correspondentes destacadas no texto. É aconselhável elaborar listas separadas para cada um dos elementos (abreviaturas, siglas e símbolos), em virtude da quantidade destes.

SUMÁRIO

Segundo Prestes (2003, p. 45), o sumário tem a finalidade de dar uma visão geral do trabalho, localizando o assunto procurado. De acordo com a NBR 6027:2003, ele deve ser apresentado da seguinte forma:

• o título Sumário deve ser indicado na forma centralizada, em letras maiúsculas e em negrito;

• os elementos pré-textuais não devem ser apresentados;

Page 91: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Estrutura dos trabalhos científico-acadêmicos ________________________________

____________________________________________________________ Unidade 5

87

• os títulos e subtítulos devem ser apresentados da mesma forma com que estão dentro do trabalho;

• os títulos e subtítulos devem ser alinhados à margem esquerda;

• o número da primeira página onde se inicia o título ou o subtítulo deve ser justificado à direita, após pontilhado depois do título ou subtítulo;

• o espaçamento entre linhas é de 1,5.

Observe o exemplo da estrutura de um sumário.

Você compreendeu o que são elementos pré-textuais e como estruturá-los para a elaboração do seu trabalho?

Na próxima seção, vamos falar de uma parte fundamental do seu trabalho, os elementos textuais: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos lá?!

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................4

2 TÍTULO PRINCIPAL ..................................................................5

2.1 SUBTÍTULO 1.........................................................................5

2.1.1 Subtítulo...............................................................................6

2.2 SUBTÍTULO 2.........................................................................8

3 CONCLUSÃO .........................................................................10

REFERÊNCIAS ..........................................................................11

Os títulos devem ser formatados da mesma

forma com que aparecem no texto.

Page 92: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

88

SEÇÃO 3 Elementos textuais

Um trabalho acadêmico pode ser um documento que representa o resultado de um esforço intelectual voltado tanto ao aprendizado de determinado conteúdo quanto ao desenvolvimento da capacidade de análise, desenvolvimento e síntese.

O que devo fazer antes de começar a escrever um texto?!

Para elaborar um trabalho, você deve definir o tema de estudo, as principais questões de que irá tratar; mas, para isso, é essencial um bom embasamento teórico. Pesquise em livros, revistas ou periódicos, nos recursos eletrônicos e em outros meios informações sobre a temática que pretende desenvolver em sua pesquisa. Depois de munir-se dessas informações, você já pode começar a escrever o texto. Procure acrescentar suas próprias idéias, alinhadas aos autores que pesquisou, seguindo, é claro, a estrutura para a elaboração do trabalho.

Vamos verificar os elementos textuais que compõem a parte fundamental de um trabalho: introdução, desenvolvimento e conclusão.

INTRODUÇÃO

A introdução é a parte inicial do texto, na qual o assunto é apresentado em sua totalidade, de maneira clara, precisa e sintética, e tem a função de situar o leitor no contexto do tema pesquisado. Deve descrever, sucintamente, os objetivos e as razões que o levaram a realizar o estudo.

Introduzir é convidar o leitor a ler o que escrevemos; para tanto, é preciso refletir sobre o assunto abordado, a fim de que se construa idéias de forma convincente ou que convençam.

De acordo com Bastos e Keller (2002, p. 64), a introdução é a primeira impressão que o leitor tem do trabalho, por isso é importante estar claro o que já foi escrito a respeito do assunto abordado, a relevância do assunto, os objetivos do trabalho, a apresentação dos procedimentos adotados no decorrer da pesquisa. Segundo Beuren (2003, p. 171), para facilitar a leitura e o entendimento do assunto, a introdução pode ser estruturada por subtítulos.

A redação do texto na introdução deve conter quatro idéias básicas – respostas às perguntas:

• Que fazer? Ou seja, o que será tematizado?

• Por que fazer? Ou seja, por que foi escolhido o tema?

• Quais são as contribuições esperadas?

• Como fazer? Ou seja, qual será a trajetória desenvolvida para a construção do trabalho empreendido?

Page 93: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Estrutura dos trabalhos científico-acadêmicos ________________________________

____________________________________________________________ Unidade 5

89

Observe que a leitura é muito importante nessa fase, pois é a partir das informações coletadas dos textos lidos que você poderá redigir seu próprio texto.

Comece a escrever. Mesmo com vocabulário mais simples, escreva! É um exercício! Você verá que redigir textos não é tão difícil, entretanto é preciso ler para enriquecer seu vocabulário e aumentar seus conhecimentos. Quanto mais você ler, mais subsídios terá para escrever!

E o desenvolvimento? O que fazer?!

DESENVOLVIMENTO

É no desenvolvimento do trabalho que reunimos, analisamos e discutimos idéias de vários autores sobre o tema de estudo; porém, para a realização dessa etapa, o acadêmico já deve ter compilado alguns textos, por meio de anotações, comentários, resenhas, citações em fichas de leituras. É muito oportuno que você retome algumas orientações para a leitura e produção de textos, apresentadas na Unidade 2, pois a qualidade de seu trabalho depende da riqueza de seus apontamentos.

No desenvolvimento do trabalho, concentra-se a fundamentação teórica, considerada a parte principal do texto, que promove a discussão científica e comprova idéias enunciadas na pesquisa. Para redigir o desenvolvimento do texto, você precisa recorrer às citações, que, com as suas inferências, com suas deduções a partir das idéias dos autores citados, promovem a cientificidade do seu trabalho.

De acordo com Salomon (2001, p. 351), é preciso que o trabalho siga uma lógica na exposição; então, para elaborar um texto científico, procure escrever com objetividade, clareza e simplicidade, evitando as divagações inúteis, as repetições, o excesso de metáforas e o floreio literário.

Mas, como estruturar o desenvolvimento do trabalho?

De acordo com a extensão do trabalho, é conveniente que você faça divisões entre títulos e subtítulos, conforme vimos na seção 1 deste material. O bom senso, segundo Bastos e Keller (2002, p. 65), indica que o trabalho deve ser dividido, ao menos, em duas partes, pois não dividir é considerar tudo dentro da mesma hierarquia – questões principais iguais às questões secundárias. A divisão em partes, portanto, comporta subdivisões, uma vez que as questões principais estão constituídas em partes; assim, é preciso, em seguida, esmiuçar, isto é, escrever com detalhes. Toda e qualquer parte da divisão e subdivisão deve ser anunciada (introduzida), devendo haver um encadeamento no assunto abordado no trabalho.

Page 94: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

90

Na elaboração de textos você deve observar que quando houver uma palavra em outro idioma, devemos destacá-la em itálico, a fim de diferenciá-la.

Lembre-se de que os autores citados no corpo do trabalho devem estar contidos na lista de referências!

Vamos, agora, verificar algumas orientações para elaborar a conclusão?!

CONCLUSÃO

A conclusão é o último elemento textual, é a síntese dos resultados do trabalho, é uma recapitulação sintética dos resultados oriundos da discussão apresentada no desenvolvimento, ressaltando o alcance e as conseqüências de suas contribuições.

Sua função é destacar essas deduções de modo que responda às questões apresentadas na introdução.

Deve ser breve, basear-se em dados comprovados e evitar o uso de citações.

Certamente, você vai precisar de um certo tempo, lendo, relendo, documentando, analisando, escrevendo, reescrevendo, para elaborar a introdução, o desenvolvimento e a conclusão do seu trabalho.

Para finalizar a estrutura do seu trabalho, só falta sabermos o que compõe os elementos pós-textuais. Vamos à próxima seção?

SEÇÃO 4 Elementos pós-textuais

Os elementos pós-textuais complementam o trabalho e são apresentados logo após os elementos textuais, como:

• referências;

• glossário;

• apêndices;

• anexos;

• índice.

Page 95: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Estrutura dos trabalhos científico-acadêmicos ________________________________

____________________________________________________________ Unidade 5

91

Vamos conhecer os elementos pós-textuais ?

Lembre-se de que alguns elementos são obrigatórios e outros são opcionais, dependendo do tipo de trabalho.

REFERÊNCIAS

As referências são elemento obrigatório. O título deve ser apresentado em letras maiúsculas, em negrito, com alinhamento centralizado.

As referências devem ser apresentadas em ordem alfabética do sobrenome do primeiro autor responsável pela obra, alinhadas à margem esquerda da página, com espaçamento entre linhas simples, separadas entre si por dois espaços simples (dois <enter>).

Na lista de referências, você deve apresentar a referência de todas as fontes citadas no texto. Para elaborar as referências, consulte a unidade específica para a elaboração de referências.

Observe o exemplo de elaboração de uma lista de referências.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico : elaboração de trabalhos de graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 174 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica : descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 11. ed. rev. atual. São Paulo: Hagnos, 2004. 205 p.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica : para uso dos estudantes universitários. 3. ed. São Paulo: MCCRAW-HILL do Brasil, 1983.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas técnicas para o trabalho científico : explicitação das normas da ABNT. 12. ed. Porto Alegre: [s.n.], 2003. 147 p.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica . 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 311 p.

MIRANDA NETO, Manoel José de. Pesquisa para o planejamento : métodos e técnicas. Rio de Janeiro: FGV, 2005. 84 p.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia . 10. ed. rev. São Paulo: M. Fontes, 2001. 412 p.

Observe que o espaçamento entre linhas é simples e o alinhamento é à

esquerda.

Page 96: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

92

GLOSSÁRIO

É um dos elementos opcionais, utilizado logo após a folha de referências, de acordo com as Normas para apresentação de documentos científicos (2001, p. 36-37). Apresenta, em ordem alfabética, as expressões ou palavras explicativas de termos de uso restrito, técnicos ou de sentido obscuro, pouco usuais. Elaboramos o glossário com a expectativa de que o leitor consiga compreender melhor o significado das expressões que foram utilizadas no texto.

APÊNDICES

É um dos elementos que são elaborados pelo autor, para a melhor compreensão do documento, ou seja, destinam-se a complementar as idéias desenvolvidas no decorrer do trabalho. Você deve apresentar a numeração de páginas na mesma seqüência do texto. De acordo a NBR 14724:2005, os apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas, seguidas do travessão e do respectivo título. Observe o exemplo apresentado por Beuren (2003, p. 176):

APÊNDICE A – Questionário

APÊNDICE B – Roteiro de entrevistas

ANEXOS

São elementos que dão suporte ao texto, servem de fundamentação, comprovação e ilustração e não são elaborados pelo autor. É também um elemento opcional. Você deve apresentar a numeração de páginas na mesma seqüência do texto. Tal qual nos apêndices, a identificação deve ser feita com letras maiúsculas, e não com números, seguida de travessão e do título.

ANEXO A – Estatuto da Instituição

ANEXO B – Projeto Político-Pedagógico

ÍNDICES

Elemento não obrigatório. Conforme Prestes (2003, p. 47), o índice é o detalhamento dos assuntos, títulos, nomes, datas e outros elementos que o autor queira destacar, em ordem alfabética; indica a página onde podem ser localizados no texto os elementos destacados.

Para a elaboração de trabalhos científico-acadêmicos, você deve observar quais elementos são obrigatórios e quais são opcionais. Entretanto, somente utilize os elementos opcionais de acordo com a extensão do seu trabalho.

Page 97: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Estrutura dos trabalhos científico-acadêmicos ________________________________

____________________________________________________________ Unidade 5

93

AUTO-AVALIAÇÃO 6

Agora que você já passou por todas as fases de elaboração de um trabalho e já aprendeu as partes que o compõem, pré-textuais, textuais e pós-textuais, vamos fazer uma auto-avaliação?

Classifique as situações como elementos pré-textuais (PR), textuais (TE) ou pós-textuais (PO):

( ) apêndice

( ) introdução

( ) capa

( ) referências

( ) glossário

( ) resumo

( ) anexos

( ) folha de rosto

( ) conclusão

( ) sumário

( ) desenvolvimento (título principal, subtítulo, subdivisões do subtítulo)

Você percebeu que finalizamos mais uma unidade e também os conteúdos propostos para esta disciplina?!

Entretanto, é importante que você esteja atento para, em toda a produção científica, atender às normas que norteiam os trabalhos científico-acadêmicos, observando, ainda, se houve alterações nas normas, e manter-se atualizado.

Page 98: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

Unoesc Virtual _________________________________________________________

94

Page 99: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Metodologia Científica ________________________________________________

Unoesc Virtual _________________________________________________________

95

Referências

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos de graduação. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 174 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 6027: sumário. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 6028: informação e documentação: resumos: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 10520: apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 10522: Abreviação na descrição bibliográfica. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005. AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 11. ed. rev. atual. São Paulo: Hagnos, 2004. 205 p. BASTOS, Cleverson Leite; KELLER, Vicente; MARTIM, Irineu; LENGRAND, Paul. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 104 p. BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003. 189 p. BORGES, Jorge Luis. O livro. Humanidades, Brasília: Universidade de Brasília, v. 1, p. 15, out./dez. 1982. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica: para uso dos estudantes universitários. 3. ed. São Paulo: MCCRAW-HILL do Brasil, 1983. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. 242 p.

Page 100: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

____________________________________________________________________

96

CRUZ, Anamaria, da Costa; PEROTA, Maria Luiza Rocha; MENDES, Maria Tereza Reis. Elaboração de referências (NBR 6023/2002). 2. ed. Rio de Janeiro: Interciências; Niterói: Intertexto. 2002, 89 p. CRUZ, Anamaria, da Costa; PEROTA, Maria Luiza Rocha; MENDES, Maria Tereza Reis. Trabalhos acadêmicos, dissertações e teses: estrutura e apresentação (NBR 14724/2002). 2. ed. Rio de Janeiro: Interciências; Niterói: Intertexto. 2004, 134 p. CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá; FURBETTA, Nelly. Metodologia científica: teoria e prática. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2003. 218 p. DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987. 120 p. DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. 216 p. FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 195 p. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. rev. atual. Curitiba: Positivo, 2004. FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas técnicas para o trabalho científico: explicitação das normas da ABNT. 12. ed. Porto Alegre: [s.n.], 2003. 147 p. GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986. 200 p. HÜHNE, Leda Miranda. Metodologia científica: caderno de textos e técnicas. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1997. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 311 p. LIPMAN, Matthew. O pensar na educação. Tradução. Ann Mary Fighiera Perpétuo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 323 p. MIRANDA NETO, Manoel José de. Pesquisa para o planejamento: métodos e técnicas. Rio de Janeiro: FGV, 2005. 84 p. NASCIMENTO, Dinalva Melo do; PÓVOAS, Ruy do Carmo. Metodologia do trabalho científico: teoria e prática. Rio de Janeiro: Forense S/A, 2002. 184 p. OLIVEIRA, Antônio Benedito Silva (Coord.). Métodos e técnicas de pesquisa em contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2003. 177 p. OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 320 p.

Page 101: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

Referências ________________________________________________________

____________________________________________________________________

97

PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. 2. ed. rev. atual. ampl. São Paulo: Rêspel, 2003. 256 p. RAUEN, Fábio José. Roteiros de investigação científica. Tubarão: Unisul, 2002. 268 p. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 301 p. SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 10. ed. rev. São Paulo: M. Fontes, 2001. 412 p. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2006. 279 p. SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade: orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, teses. São Paulo: Atlas, 2003. 181 p. SOARES, Maria do Carmo Silva. Redação de trabalhos científicos. São Paulo: Cabral, 1995. 167 p. TREVISOL, Joviles Vitório. Como elaborar um artigo científico. Orientações metodológicas a partir das novas normas da ABNT. 2. ed. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2001.

Page 102: APOSTILA (Metodologia Cientifica 2007)

_________________________________________________ Metodologia Científica

____________________________________________________________________

98

Gabarito

AAAAUTOUTOUTOUTO----AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO 1111 1 V; F; V 2 C; D; A; B

AAAAUTOUTOUTOUTO----AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO 2222 1 Idéia principal: críticas e ironias de Lacan ao existencialismo; 2 Idéias secundárias: o existencialismo desemboca na subjetividade, como

versão moderna do cartesianismo; 3 Palavras-chave: Lacan – existencialismo – críticas – subjetividade – versão

cartesiansmo – liberdade – muros – prisão – prova – impotência – superar situação.

AAAAUTOUTOUTOUTO----AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO 3333 1 V; F; V 2 O esquema deve partir de uma idéia principal para as idéias secundárias.

AAAAUTOUTOUTOUTO----AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO 4444 V; F; V; F; V; V; F; V; F

AAAAUTOUTOUTOUTO----AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO 5555 BRANCO, Eustáquio Lagoeiro Castelo. O que é Globalização? 2003. Disponível em: <http://www.eduquenet.net/textglobalizacao.htm>. Acesso em: 14 fev. 2006. GUGLIERMETTI, Franco; BISEGNA, Fábio. Sistema de controle para economia de energia e conforto visual. Revista Eletricidade Moderna. São Paulo: Técnica e Cultural Ltda., ano, 34, n. 390, p. 150-159, set. 2006. PERRENOUD, Philippe et al. Formando professores profissionais: quais estratégias? quais competências?. 2. ed., rev. Porto Alegre: Artmed, 2001. 232 p. SANTOS JUNIOR, José dos. Oclusão: princípios e conceitos. 5. ed. São Paulo: Santos, 1998. 217 p. WAMBIER, Luiz Rodríguez; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; MEDINA, José Miguel Garcia. Sobre a necessidade de intimação pessoal do réu para o cumprimento da sentença, no caso do art. 475-j do cpc (inserido pela lei 11.232/2005). Revista do Direito Eletrônico. Rio de Janeiro: Instituto do Direito Eletrônico, ano 3, v. 9, p. 87-92, jul./dez. 2006. Disponível em: <http://www.ibde.org.br/revista/index_archivos/Page306.htm>. Acesso em: 10 dez. 2006.

AAAAUTOUTOUTOUTO----AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO 6666 PO; TE; PR; PO; PO; PO; PR; TE; PR; TE.